A necessidade de mudança dos modelos atuais de formação e assistência à saúde, o papel da universidade no contexto atual e futuro são temas que merecem atenção e estão em pauta no Seminário de Interprofissionalidade na Educação e Cuidado em Saúde e o Programa Mais Médicos, promovido pela Rede Unida em parceria com a Fiocruz Amazônia.
As discussões iniciaram na manhã de quarta-feira (09), na Fiocruz Amazônia, com uma mesa redonda composta pelos pesquisadores Túlio Batista Franco, da Universidade Federal Fluminense (UFF), José Rodrigues, da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde do Ministério da Saúde (SGTES/MS) e Laura Feuerwerker da Universidade de São Paulo (USP). Na ocasião foram abordados os esforços de incorporar o tema da educação interprofissional na agenda do governo e nas demais ações da saúde.
Para José Rodrigues, a Rede Unida está saindo na frente com a abordagem desse tema. Ele agradeceu o convite para participar do seminário e salientou que é um momento importante onde podem ser discutidos aspectos relacionados a educação interprofissional, que é prioridade do Ministério da Saúde (MS) para inclusão das políticas de formação profissional. “É importante abordar os aspectos metodológicos e teológicos que estão sendo discutidos à cerca da formação profissional e como esse estilo vem sendo incorporado pelo Ministério da Saúde. Existe a necessidade desse estilo profissional nos aspectos da saúde, por isso novas demandas na formação dos profissionais com direcionamento ao trabalho em equipe e práticas de colaboração são desafios, pois cada profissional quer atuar de forma individual”. Para ele é necessário esclarecer os conceitos da educação interprofissional para que seja uma prática incluída nas políticas.
Tulio Franco trouxe uma experiência vivenciada por acadêmicos de medicina em uma aldeia indígena, pois para ele a interprofissionalidade é uma ação do cotidiano, é uma produção das relações. “Se os atores não reconhecerem o conhecimento de cada um, a interprofissionalidade é precária. E é difícil ensinar na teoria, por isso se faz necessário a prática. Tanto na formação quanto no trabalho, expor ao trabalho. Por isso a experiência de levar acadêmicos a uma aldeia indígena. Expor esses alunos aos ritos daquela comunidade e fazer perceber o quanto era importante o respeito as diferenças, valorizar e reconhecer o conhecimento do outro como importante”
Para Laura Feuerwerker a intenção de captar as experiências ao longo do Brasil a cerca desse tema fez com que a Rede Unida abrisse um Edital para chamada de manuscritos para compor a coletânea de textos “A formação interprofissional no cotidiano: o que nos dizem as experiências locais?”. A iniciativa visa reunir experiencias que envolvam o ensino profissional técnico ou de graduação e práticas colaborativas em serviços.
O Seminário de Interprofissionalidade na Educação e Cuidado em Saúde e o Programa Mais Médicos continua até quinta-feira (10), na sede da Fiocruz Amazônia, em Manaus.