Artesanários

O eixo central desta edição será conduzido por “Artesanários”, uma metodologia de interlocução criada no Rio Grande Norte, pela poeta, cantora e assistente social da área de saúde mental, Paula Érica Batista de Oliveira. Um artesanário não é como um seminário ou um webinário, é “amostramento” das nossas artes de expressão, incluindo nosso trabalho como composição do pensar-agir-querer. Cada artesanário contará com “entrelaces cenopoéticos”, a presença direta de artistas populares entre os relatores, tomando suas palavras, intervindo em suas palavras e relançando palavras aos que participam da experiência presencial ou remota. Também a cenopoesia é uma invenção do semiárido brasileiro, criada pelo poeta paraibano Ray Lima, professor de literatura e ator popular. Os artesanários e entrelaces cenopoéticos serão os componentesintelectuais do eixo central do presente Laboratório.

Outros espaços também serão articulados, como uma “horta mandala”, tecnologia social que alia produção agroecológica de alimentos e criação de peixes e aves. A horta mandala, popular no semiárido brasileiro, especialmente nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, possui estrutura circular de plantio e se organiza pela diversidadeda atividade agrícola. Cada segmento ou cada círculo favorece o vicejar do outro. O sistema contribui para aumentar a renda dos moradores de áreas rurais de pequeno porte e estimula a produtividade em grupo entre os agricultores, sendo fonte de alimento para as famílias. No Laboratório, haverá outros 4 segmentos de atividade e atividades satélite de antecipação e sucedâneas.

Quanto ao temário, foram escolhidos 5 grandes eixos, desdobrados do tempo que estamos vivendo, das acumulações das 10 edições anteriores do Laboratório e da visibilidade à potência de afirmação da(s) vida(s). A chamada principal começa com “Vidas” e, então, a reflexão crítica sobre a(s) vida(s), mediante as vivências ou os compartilhamentos e as convivências ou as coexistências na pandemia ou com a pandemia. 

Eixo 1: Reforma Sanitária, Reforma Psiquiátrica, encontros e desencontros entre Itália e Brasil e os abalos contemporâneos na Itália e Brasil, especialmente quanto aos recuos e retrocessos nas intervenções de Estado no cuidado/descuidado à saúde mental.

Eixo 2: 2021 é o ano do Centenário de Paulo Freire. Se vivo estivesse, o educador teria feito 100 anos no dia 19 de setembro. Maior nome do Brasil no mundo acadêmico internacional, com repercussão no ensino de todos os níveis, da escola à universidade, na educação de todos os âmbitos, incluindo educação formal, não formal e informal, um legado ao pensamento e à ação social. Paulo Freire nasceu no semiárido brasileiro, no Estado de Pernambuco, teve sua primeira experiência de destaque e reconhecimento em Educação no Estado do Rio Grande do Norte, município de Angicos. Inspirou diversos movimentos no pensamento social e político em torno de termos como libertação; prática da liberdade; desconstrução das opressões de classe, raça e renda, mediante uma pedagogia do oprimido e precursor da proposta decolonial latino-americana e da disruptura com o eurocentrismo dominante no pensamento intelectual, entabulando o conceito e prática da Educação Popular que, no Brasil, construiu a Educação Popular em Saúde. 

Eixo 3: A pandemia trouxe efeitos de fragilidade, mas também de luta na vida privada e na vida. As intervenções na pandemia são de múltiplas vozes. É preciso dar visibilidade aos construtores locai e cotidianos das intervenções e invenções.

Eixo 4: Não é mais possível observar a saúde desde o componente da atenção integral à saúde humana, sem os componentes do ambiente, das ecologias do pensamento, das vidas urbanas e rurais, dos aspectos de ancestralidade e invenção de si. O conceito ampliado de saúde precisa “amostrar” suas Convergências mundo, vida, saúde.

Eixo 5: A autonomia e a autopoiese estão por toda parte e produzem movimentos sociais. A própria Rede Unida virou Rede Unida Internacional.

Quanto à forma, a inspiração na Horta Mandala. O círculo central é dos Artesanários. Serão 6 segmentos de artesanário com entralacescenopoéticos e 1 artesanário de in(ter)venções autopo(i)éticas. Nos segmentos do círculo externo, estarão 4 Trilhas (presenciais); Cinequidade; Minicursos; Feira de Economia Solidária; Tenda Paulo Freire; Mostra de Atenção Primária; Grupos Colaborativos; Roda de Gestão da Educação na Saúde; Oficina de Compartilhamentos Brasil, Itália e Espanha (no Maranhão); Oficina dos Projetos de Educação em Pesquisa e Cooperação Internacional em Saúde e Semiárido - Rede Precisa, com Brasil, Itália, Espanha e Reino Unido; Programa Especial Minuto Mais Saúde Brasil-Itália junto à Rádio Literária Carrapato - todos os sábados de novembro (no Ceará); Projetos Casa de Comunidade/Enfermagem de Comunidade e Saúde LGBT+ e, por fim, Tenda do Conto.

Destacamos:

  • Artesanários.
  • Cinequidade: clipes e curta-metragens dedicados à experiência de contato e acolhimento das diversidades, das artes e das interações, que serão comentados e disponibilizados no circuito de canais da Rede Unida.
  • Feira de Economia Solidária: o impacto social da pandemia tornou a vida de pessoas, que já se encontravam em condições de vulnerabilidade social, ainda mais precária, colocando ainda mais visibilidade nos limites das políticas econômicas liberais que sacrificaram o meio ambiente e a dignidade das pessoas. As ideias de recomeçar a economia de maneira respeitosa da vida e dos contextos, com formas de hibridização local e de proximidade, avançam nas bases locais e comunitárias, com o esforço movido por formas solidárias.
  • Grupos Colaborativos.
  • Minicursos: ofertas autônomas de pessoas e entidades com o objetivo de compartilhar ferramentas e metodologias.
  • Mostra de Atenção Primária.
  • Oficina de Compartilhamentos Brasil, Itália e Espanha.
  • Oficina Rede Precisa.
  • Programa Minuto Mais Saúde.
  • Projetos “Território e Saúde” e “Saúde LGBT+”.
  • Roda de Gestão da Educação na Saúde.
  • Tenda Paulo Freire: valorização de experiências de educação popular na área da saúde durante a pandemia, evidenciando a atividade desenvolvida especialmente nos contextos territoriais mais vulnerabilizado.
  • Tenda do Conto.
  • Trilhas.

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L’asse centrale di questa edizione sarà condotto da “artigianari”, una metodologia di interlocuzione creata nel Rio Grande do Norte, dalla poetessa, cantante ed assistente sociale dell’area della salute mentale, Paula Érica Batista de Oliveira. Un artigianario non è lo stesso che un seminario o un webinar, è un “campionamento” delle nostre arti d’espressione, compreso il nostro lavoro come composizione del pensare-agire-volere. Ogni artigianario avrà “intrecci scenopoetici”, la presenza diretta di artisti popolari fra i relatori, usando le loro parole, facendo degli interventi utilizzando il loro linguaggio, e rilanciando le loro parole a coloro che partecipano dell’esperienza presenziale o remota. La scenopoesia  è anche un’invenzione della regione semiarida brasiliana, creata dal poeta paraibano Ray Lima, insegnante di letteratura ed attore popolare. Gli artigianari e intrecci scenopoetici saranno i componenti intellettivi dell’asse centrale di questo Laboratorio.

Altri spazi saranno articolati, utilizzando la metafora dell’orto mandala, tecnologia sociale che mette insieme produzione agro-ecologica di cibo e creazione di pesci e pollame, in cui una varietà di spazi si intercetta e si nutre. L’ ‘Orto Mandala’ è diffuso nella regione semiarida brasiliana, specialmente negli Stati del Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, possiede struttura circolare di piantagione e si organizza tramite la diversità dell’attività agricola. Ogni cerchio (oppure ogni segmento) favorisce la crescita dell’altro. Il sistema contribuisce all’aumento del reddito degli abitanti di piccole aree rurali e stimola la produttività in gruppo fra i contadini, diventando fonte di cibo per le famiglie. Nel Laboratorio ci saranno 4 segmenti di attività e ancora attività satelliti di anticipazione e attività succedanea.

Per quanto riguarda il tema sono stati scelti 5 assi principali, che si sviluppano dall’epoca che stiamo vivendo, dalle esperienze delle 10 precedenti edizioni del Laboratorio e dalla visibilità al potere di affermazione della(e) vita(e). La chiamata principale inizia con “Vite” e, poi, la riflessione critica sulla(e) vita(e), attraverso le esperienze o le condivisioni e le convivenze o le coesistenze nella pandemia o con la pandemia.

Asse 1: Riforma Sanitaria, Riforma Psichiatrica, incontri e differenze tra Italia e Brasile e shock contemporanei in Italia e Brasile, in particolare per quanto riguarda i rischi di involuzioni negli interventi di politica pubblica nella cura/noncuranza della salute mentale.

Asse 2: Il 2021 è l'anno del Centenario di Paulo Freire. Se fosse vivo, l'educatore avrebbe compiuto 100 anni il 19 settembre. Il più grande nome del Brasile nel mondo accademico internazionale, con ripercussioni nell'insegnamento a tutti i livelli, dalla scuola all'università, nell'educazione in tutti i settori, compresa l'educazione formale, non formale e informale, un'eredità al pensiero e all’azione sociale. Paulo Freire è nato nella regione semiarida brasiliana, nello Stato di Pernambuco, ha avuto la sua prima esperienza di rilievo e riconoscimento nell'educazione nello stato di Rio Grande do Norte, comune di Angicos. Ha ispirato diversi movimenti nel pensiero sociale e politico intorno a termini come liberazione; pratica della libertà; decostruzione dell'oppressione di classe, razza e reddito, attraverso una pedagogia degli oppressi e precursore della proposta decoloniale latinoamericana e la rottura con l'eurocentrismo dominante nel pensiero intellettuale, stabilendo il concetto e la pratica dell'Educazione Popolare che, in Brasile, ha costruito l'Educazione Popolare alla Salute.

Asse 3: La pandemia ha portato effetti di fragilità, ma anche di lotta nella vita privata e collettiva. Gli interventi nella pandemia sono a più voci. Occorre dare visibilità ai costruttori locali e quotidiani di interventi e invenzioni.

Asse 4: Non è più possibile osservare la salute dalla componente dell'assistenza globale alla salute umana, senza le componenti dell'ambiente, delle ecologie del pensiero, della vita urbana e rurale, degli aspetti di ancestralità e l'invenzione di sé. Il concetto ampliato di salute deve “mostrare” le sue convergenze tra mondo(i), vita(e) e salute(i).

Asse 5: L’autonomia e l’autopoiesi sono ovunque e producono movimenti sociali. La Rede Unida è diventata Rede Unida Internazionale. La forte relazione fra arte e salute, salute e comunicazione, salute e reti di interfaccia nella cultura e nella produzione di cittadinanza è lì che si produce vita.

Per quanto riguarda la struttura dell’Orto mandala, il cerchio centrale è rappresentato dagli Artigianari. Ci saranno 6 segmenti di artigianario con intrecci scenopoetici e 1 artigianario con in(ter)venti autopo(i)etici. Nei segmenti del cerchio esterno, ci saranno 4 Sentieri (in presenza): Cinequità; Mini corsi; Fiera dell'Economia Solidale; Tenda Paulo Freire; Spettacolo di cure primarie; Gruppi Collaborativi; Ruota di gestione dell'educazione nella salute; Condivisioni Brasile, Italia e Spagna (a Maranhão); Workshop sui Progetti di Ricerca, Educazione e Cooperazione Internazionale in Sanità e Semiarido - Rede Precisa, con Brasile, Italia, Spagna e Regno Unito; Programma Speciale Minuto in Piu de Salute Brasile-Italia con Radio Letteraria Carrapato - ogni sabato di novembre (a Ceará); Progetti Casa di Comunità/Infermieristica di Comunità e, per finire, Tenda del Racconto.

Evidenziamo:

  • Artigianari: mostre in un articolato linguaggio del pensare-sentire attraverso l'intreccio con artisti popolari nella transcreazione delle mostre invitate.
  • Cinequità: clip e cortometraggi dedicati all'esperienza di contatto e di accoglienza delle diversità, delle arti e delle interazioni, che verranno commentati e resi disponibili sul circuito del canale Rede Unida.
  • Fiera dell’Economia Solidale: l'impatto sociale della pandemia ha reso ancora più precaria la vita delle persone, che già versavano in condizioni di vulnerabilità sociale, ponendo ancor più visibilità nei limiti delle politiche economiche liberali che hanno sacrificato l'ambiente e la dignità delle persone. Le idee di rilancio dell'economia nel rispetto della vita e dei contesti, con forme di ibridazione locale e di prossimità, avanzano su basi locali e comunitarie, con uno sforzo guidato da forme solidali.
  • Gruppi Collaborativi: incontri tematici per gruppi di interesse e "progettazione".
  • Minicorsi: offerte autonome di persone ed enti con l'obiettivo di condividere strumenti e metodologie.
  • Spettacolo di Cure Primarie: evento che allude alla comunicazione in rete, all'esperienza come spazio di condivisione della conoscenza e alla formazione online e in rete in tempo di pandemia, con un focus specifico sulle esperienze delle cure primarie.
  • Workshop di condivisione Brasile, Italia e Spagna: attività pre-Laboratorio, che si svolge nello Stato del Maranhão e fornirà informazioni e prodotti qualificati durante il Laboratorio.
  • Workshop della Rede Precisa: incontro del gruppo di collaborazione per la cooperazione internazionale con la regione semiarida, creato nel 2019, a Mossoró.
  • Programma Minuto in Piu de Salute di Radio Letteraria Carrapato: la radio comunitaria presente presso la biblioteca della Comunità do Carrapato, alla periferia della città di Crato, Stato del Ceará, dedica il suo programma di novembre alla diffusione e al dialogo della cooperazione tra Italia e Brasile per la formazione, la ricerca e le pratiche in sanità collettiva.
  • Diálogos: formazione, ricerca e pratiche in salute collettiva.
  • Ruota della Gestione dell'Educazione nella Salute: incontro delle aree di gestione dell'educazione sanitaria per la “progettazione” collettiva.
  • Tenda Paulo Freire: valorizzazione delle esperienze di educazione popolare in ambito sanitario, mostrando attività sviluppate in contesti territoriali e articolazione di movimenti e pratiche popolari di salute.
  • Tenda del Racconto: come il Circolo della Cultura, le Ruote di Conversazione e la Terapia di Comunità, è una pratica dialogica caratterizzata come metodologia partecipativa, serve alla produzione di sensi, costruzione di significati e risignificazione, attraverso la sperimentazione, della deindividuazione e problematizzazione, essendo stato inventato nel Rio Grande do Norte, insieme alla rete delle unità sanitarie di base, dall'infermiera Maria Jacqueline Abrantes Gadelha, che ha approfondito il metodo nelle sue ricerche di master e dottorato. Per i lavoratori in servizio, il metodo consiste nel trasformare in racconti le storie e le pratiche del lavoro quotidiano.
  • Sentieri: visite locali per il pubblico in persona.