3: O apoio como ferramenta de desenvolvimento do trabalho de gestão em serviços, redes e sistemas
Debatedor: A definir
Data: 31/05/2018    Local: Bloco U - Sala 09    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
3238 A Telegestão como ferramenta de apoio no cotidiano de gestores para tomada de decisão na Atenção Primária a Saúde no estado da Bahia.
THIAGO GONÇALVES DO NASCIMENTO PIROPO, HELENA OLIVEIRA SALOMÃO, JULIANA LAMOUNIER ELIAS

A Telegestão como ferramenta de apoio no cotidiano de gestores para tomada de decisão na Atenção Primária a Saúde no estado da Bahia.

Autores: THIAGO GONÇALVES DO NASCIMENTO PIROPO, HELENA OLIVEIRA SALOMÃO, JULIANA LAMOUNIER ELIAS

Apresentação: As grandes dimensões geográficas do estado da Bahia, com 3.612 Equipes de Saúde da Família da Atenção Básica (AB) implantadas e com cobertura estimada em 72,58% da população, requerem um olhar atento às especificidades territoriais e investimentos criativos para apoiar gestores de saúde. Desta forma, a oferta de teleconsulorias se configura como importante recurso de apoio remoto (Telegestão) a gestores municipais e coordenadores da AB, com o objetivo de esclarecer dúvidas relacionadas ao processo de trabalho, na análise de informações em saúde, planejamento e organização, avaliação das ações de saúde, além de uma potente ferramenta para educação permanente e fortalecimento da equipe técnica. Desenvolvimento: A Telegestão se dar a partir da solicitação de uma teleconsultoria realizada por profissionais que atuam na gestão/coordenação da AB e cadastrados no Plataforma Nacional de Telessaúde. É definida como uma consulta registrada e realizada entre trabalhadores, profissionais e gestores da área da saúde, por meio de instrumentos de telecomunicação bidirecional e oferta respostas qualificadas, baseadas em evidências científicas e adequadas às características loco-regionais. As teleconsultorias podem se dar de duas formas: síncronas (on line), onde é possível promover a discussão em tempo real; e assíncronas (off line), onde a questão enviada pelo solicitante é posteriormente respondida pelo teleconsultor (profissional no Núcleo) em até 72 horas. Considerando as deficiências da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e a multiplicidade epidemiológica, a adoção de práticas e posturas na perspectiva de superação de problemas com vistas à melhoria na qualidade nos serviços, como a Telegestão, passa a ter um papel estratégico no fortalecimento da APS tornando esta, mais resolutiva. Como exemplo, temos o apoio a gestores, em tempo oportuno, aos programas e ações prioritárias do Ministério da Saúde na implantação do e-SUS AB e SIS AB, Programa Saúde na Escola, Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica, dentre outros. Resultados: Com o incremento da oferta, a partir de outubro de 2016, 35% dos municípios baianos tem seus gestores cadastrados e solicitando teleconsultorias. Neste período, 463 teleconsultorias já foram realizadas por estes profissionais e o Núcleo tem investido em novas ofertas para divulgação e fidelização dos gestores como solicitantes, promovendo reuniões e treinamentos em espaços colegiados de tomada de decisão, além de envolver setores como COSEMES, CIR, CIB e a própria Diretoria de Atenção Básica estadual na promoção do serviço. Considerações finais: Apesar da potencialidade de apoio e aprimoramento das práticas, a partir de investimentos em tecnologias da informação e comunicação no SUS, principalmente pelo uso da telegestão, a adesão à oferta é gradual nas práticas de gestão nos municípios no Estado. Muito embora, considera-se como fator limitante a rotatividade de gestores no cenário baiano neste período.

1297 A vivência da Residência Multiprofissional em Odontologia da Estratégia Saúde da Família na coordenação estadual de Saúde Bucal do Pará
Amanda Menezes Medeiros, Andréa Cristina Marassi Lucas, Dimitra Castelo Branco, Pettra Blanco Lira Matos, Alessandra dos Santos Tavares Vieira, Isabella Oliveira dos Santos, Kelly Lene Lopes Calderaro Euclides, Liliane Silva do Nascimento

A vivência da Residência Multiprofissional em Odontologia da Estratégia Saúde da Família na coordenação estadual de Saúde Bucal do Pará

Autores: Amanda Menezes Medeiros, Andréa Cristina Marassi Lucas, Dimitra Castelo Branco, Pettra Blanco Lira Matos, Alessandra dos Santos Tavares Vieira, Isabella Oliveira dos Santos, Kelly Lene Lopes Calderaro Euclides, Liliane Silva do Nascimento

Apresentação: As residências multiprofissionais em saúde são norteadas pelas diretrizes e princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e utilizam estratégias de educação permanente a partir da integração ensino-serviço nos cenários da prática da gestão e da assistência. Neste contexto, a Residência representa um novo modelo de formação em saúde no Brasil, onde os discentes vivenciam na prática, as disciplinas cursadas e têm a oportunidade de participar ativamente das atividades realizadas nos diversos cenários.   No campo de aprendizagem da Saúde Coletiva, principalmente na Estratégia de Saúde da Família, as residências têm um papel propulsor na qualificação de profissionais de saúde para o trabalho no sentido de estimular a reorientação do planejamento, organização e processo de trabalho das equipes de saúde dos serviços públicos de saúde. Neste processo formador é de suma importância a inserção das práticas de gestão para o conhecimento no que tange à formulação e implementação de políticas de saúde e ações voltadas para a promoção de saúde e prevenção de agravos no âmbito da assistência, bem como, à coordenação do processo de trabalho das equipes e monitoramento de indicadores e resultados apresentados pelas unidades de saúde. Com relação ao exposto, o presente trabalho almeja relatar experiência vivida pelas 7 cirurgiãs-dentistas, residentes em Estratégia saúde da família pelo período de 3 meses junto à Coordenação de Saúde Bucal na Secretaria de Saúde do Estado do Pará (SESPA). Desenvolvimento: Com o passar dos anos, a SESPA foi readequando suas práticas e preceitos, conforme as Políticas de Saúde vigentes no Brasil, até tornar-se gestora do Sistema Único de Saúde (SUS), no Estado, na década de 90, com a missão de assegurar à população Políticas Públicas de Saúde, contemplando os princípios e diretrizes do SUS, com a gestão participativa e o controle social, visando a melhoria da qualidade de vida dos usuários no Estado do Pará. A SESPA é um importante cenário de prática selecionado para os residentes de Odontologia do Programa multiprofissional em Estratégia Saúde da família, onde os mesmos podem aprender mais sobre a gestão de saúde e participar das atividades realizadas na secretaria de saúde. Durante os 3 meses de vivência, as residentes tiveram a oportunidade de acompanhar, em nível estadual, o processo de planejamento e monitoramento das ações de saúde das equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF), Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) e Equipe de Saúde Bucal (ESB) realizados pela equipe técnica da Coordenação estadual de Saúde Bucal junto às Secretarias Municipais de Saúde dos 144 municípios de abrangência do Pará, visando a qualidade no acompanhamento das ações de saúde o estado do Pará organiza-se em 13 Centros Regionais de Saúde (CRS), que são espaços geográficos contínuos, com municípios limítrofes e semelhanças em relação aos aspectos culturais, econômicos, sociais, de comunicação e transportes, que otimizam o monitoramento das unidades de saúde do estado de acordo com suas características e localização no território. Logo, as atividades desenvolvidas  pela Coordenação Estadual de Saúde bucal em integração com as residentes foram: A participação em reuniões com coordenadores de saúde bucal e/ou atenção básica dos municípios do estado onde foi dada orientação e apoio na elaboração de projetos para implantação ou expansão de ESB, de Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) e de Unidade Móvel Odontológica (UOM); o esclarecimento do mecanismo de funcionamento e financiamento dos programas de saúde; a realização de diagnóstico situacional dos serviços, levando em consideração não só o Pará como um todo, mas também segregando-o em determinado município ou CRS; a realização de visitas técnicas para avaliação da situação organizacional e operacional  da saúde bucal e orientação dos coordenadores dos municípios de todo o estado; o desenvolvimento de material didático e de apoio à educação continuada em saúde; a aprendizagem sobre o uso dos sistemas de informação em saúde, como encontrar e interpretar os dados oferecidos a partir dos sistemas; a participação nas ações vinculadas ao Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), que consistiram em colaborar na preparação dos municípios para otimizar seu rendimento no programa, principalmente na fase da avaliação externa; o monitoramento de indicadores referentes a saúde bucal, por exemplo, índices de exodontias (extrações dentárias), média de cobertura da saúde bucal na Atenção Básica e média de escovação dental supervisionada; a participação  em reuniões da Comissão Intergestores Bipartide (CIB),  fórum de negociação entre o Estado e os Municípios na implantação e operacionalização do SUS; na Comissão Permanente de Integração Ensino-Serviço do Pará (CIES – Pará), instância intersetorial e interinstitucional permanente que participa da formulação, condução e desenvolvimento da Política de Educação Permanente em Saúde, auxiliando a compreensão da dinâmica dos papéis do município e estado. Resultados: Houve uma relevante troca de saberes e aprendizados nesta rica experiência entre equipe de gestão da SESPA e residentes e, por consequência, um crescimento profissional muito significativo com relação ao conhecimento da rede de atenção à saúde, das práticas e dos serviços. Os profissionais da Coordenação Estadual de Saúde Bucal   experimentaram maior compreensão sobre a importância da integração ensino-serviço proporcionada pela presença da residência nos serviços de gestão em saúde. Dessa forma, conclui-se que os objetivos propostos para essa vivência foram alcançados. A preceptoria dedicada e comprometida foi fundamental para o melhor aproveitamento das residentes nesta experiência, aliando conhecimento teórico na prática da rotina de trabalho e, ao mesmo tempo, o olhar inovador das residentes pôde proporcionar melhorias no processo de trabalho da gestão no âmbito estadual. Considerações finais: O apoio da gestão estadual de saúde aos coordenadores municipais é de suma importância na garantia de maior resolutividade e acessibilidade dos serviços de saúde e, consequentemente, na melhoria da qualidade dos serviços ofertados para a população. Deste modo, garantir profissionais cada vez mais qualificados para superar os desafios que tangem a gestão em saúde, investindo na sua formação, por intermédio dos Programas de Residência Multiprofissionais em Estratégia Saúde da Família, é essencial para o sucesso da integração ensino-serviço-saúde, no âmbito da gestão e da assistência, no que se refere aos serviços de saúde ofertados pela rede do SUS.

3341 APOIO INSTITUCIONAL NA GESTÃO FEDERAL DA ATENÇÃO BÁSICA: estudo sobre democratização e gestão pública
Francini Lube Guizardi, Leonardo Passeri de Souza, Ana Silvia Pavani Lemos, Felipe Rangel de Souza Machado

APOIO INSTITUCIONAL NA GESTÃO FEDERAL DA ATENÇÃO BÁSICA: estudo sobre democratização e gestão pública

Autores: Francini Lube Guizardi, Leonardo Passeri de Souza, Ana Silvia Pavani Lemos, Felipe Rangel de Souza Machado

A partir do ano de 2011 a função apoio institucional foi incorporada de modo amplo como uma estratégia relevante para implementação de políticas de saúde prioritárias, direcionadas à qualificação de redes de atenção à saúde no SUS (QualiSUS- rede). Essa inserção tem como contexto político-institucional o enfrentamento de alguns problemas históricos deste sistema, em particular sua elevada fragmentação e os problemas de comunicação e ação coordenada entre entes federativos.  O recurso à função apoio institucional é desta forma justificado como uma alternativa aos modos hegemônicos de gestão em saúde, que se revelaram ineficientes na resolução de um conjunto de questões centrais à consolidação do SUS. Esta inserção do apoio institucional na qualificação de redes de atenção apresentou características diferentes do movimento inicial em torno à metodologia, na medida em que os apoiadores passaram a ser diretamente contratados pelo poder executivo federal, exercendo o mandato de articulação e suporte aos demais entes federados, em relação a um determinado conjunto de objetivos específicos da política de saúde. Com isto houve ampliação em âmbito nacional do recurso ao apoio institucional como uma função específica de gestão. Tendo em vista estes fatores, a pesquisa em tela teve como objetivo produzir dados qualitativos a fim acompanhar e problematizar o processo político de inserção do apoio institucional na atenção básica em saúde (AB). Tal delimitação do objeto de pesquisa se justificou pela relevância e capilaridade dessa política, responsável pela principal porta de entrada do SUS, pela maior oferta de serviços e, formalmente, pela função ordenadora do sistema. Desta forma, a pesquisa buscou identificar potencialidades e limites da função apoio institucional como estratégia para democratizar a gestão de políticas de saúde, a partir do campo de ação da Política de Atenção Básica em Saúde, conduzida pelo Departamento de Atenção Básica, do Ministério da Saúde (DAB/MS). Buscou-se, especificamente, analisar os principais efeitos que a função apoio institucional produziu no contexto da atenção básica, no período 2011-2015, em relação aos problemas históricos de fragmentação institucional e concentração normativa da política de saúde. O desenho do estudo inscreve-se no campo da epistemologia qualitativa. Os dados foram produzidos entre outubro de 2015 e julho de 2017, por meio de três grupos focais, 23 entrevistas semi estruturadas, realizadas com dirigentes do DAB/MS (2), técnicos da Coordenação Geral de Gestão da Atenção Básica (17) e Apoiadores descentralizados (4). Realizamos também observação participante do VI e VII Fóruns Nacionais de Gestão da Atenção Básica. O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa em junho de 2014, aprovado e registrado sob o  CAAE: 34349314.4.0000.5650. O material produzido no trabalho de campo foi integralmente transcrito e codificado com a utilização do software Atlas.ti. Recorremos a quatro categorias operacionais prévias (perfil dos apoiadores; trajetória profissional; formação/qualificação profissional; experiência do apoio institucional na CGGAB; apoio integrado do MS), que se desdobraram em outras 29 subcategorias. A análise baseou-se nos referenciais teóricos da Ergologia, particularmente a obra de Yves Schwartz e Louis Durrive. Os resultados indicam que o apoio institucional foi adotado como ferramenta de gestão: um recurso/estratégia adicional, que embora incidisse nas práticas e relações federativas da gestão praticada pelo departamento, com a perspectiva de apoiar os estados e municípios a partir de uma relação de cooperação e não de supervisão, não alcançou a condição de modelo de gestão. Este dado é expresso na dupla função dos trabalhadores da CGGAB, que tanto atuavam como apoiadores institucionais centralizados, como também desempenham a atribuição de ser referência técnica de uma ou mais frentes de ação programática do departamento. Encontramos três diferentes arranjos organizativos do apoio institucional da CGGAB no período em análise. O primeiro se caracterizava por duplas e trios de apoiadores responsáveis por um determinado conjunto de estados (em torno de 2 a 4). Na segunda configuração cada apoiador centralizado passou a apoiar individualmente um estado, ou quando necessário, mais de um. Neste contexto houve a implementação do apoio descentralizado, como parte do movimento mais geral de estruturação do Apoio Integrado, articulado pelo projeto qualiSUS redes. Com isso, o apoio centralizado (AC) atuava conjuntamente com o apoio descentralizado (AD) naqueles estados em que a estratégia estava implantada. E, por fim, uma terceira composição, resultante do entendimento de que não haveria necessidade de duas referências de apoio para um mesmo estado. Identificamos que tanto o AC quanto o AD tinham caráter generalista, ou seja, o apoio ofertado aos estados e municípios era relacionado às principais frentes da Política de Atenção Básica, mas também às políticas transversais do SUS.  O apoio integrado foi avaliado como uma estratégia pouco efetiva, cuja implementação/operacionalização não avançou, apesar de o DAB/MS ter participado de alguns movimentos institucionais nos territórios e na gestão interna da proposta. De modo geral o apoio institucional conformado pelo DAB/MS desenvolveu-se paralelamente a estes movimentos. Mapeamos os seguintes atores como interlocutores das relações de apoio construídas: Secretarias estaduais e municipais de saúde, principalmente departamentos/ coordenações estaduais e municipais de atenção básica; Técnicos de outras coordenações do DAB e de outros setores do MS; Apoiadores institucionais vinculados à estratégia do apoio integrado nos territórios; Conselhos de secretários de saúde, principalmente o COSEMS; Comissões intergestores (tripartite, bipartite e regional);  Conselhos de saúde (estaduais, municipais e locais); e Universidades e instituições de pesquisa. As atividades realizadas incluíam suporte/contato remoto (via e-mail, telefone, mensagem de texto e videoconferência); compartilhamento de materiais e informações técnico-operacionais; realização e participação de reuniões; realização de oficinas, capacitações e encontros de alinhamento; participação em grupos de trabalho e câmaras técnicas; visitas técnicas e participação em eventos institucionais e acadêmicos. Concluímos que o acesso e uso de informações estratégicas da gestão pública federal revelou-se um componente nuclear do apoio institucional realizado, que intervém em sua legitimação, sendo muitas vezes manejado como um recurso de construção do vínculo. Os resultados indicam que o apoio institucional ampliou a acesso de seus interlocutores às informações técnicas da política de Atenção Básica, mas incidiu apenas indiretamente na construção de maior transparência destas informações, na medida em que qualificou a construção de instrumentos normativos e outras ações institucionais. Nesse sentido, a estratégia engendrou e fortaleceu redes sócio técnicas, articuladas em função da PNAB, como dispositivo de mobilização e ação no Estado. Importante observar que este efeito revela-se condicionado à constituição de relações pessoais, limitadamente transferíveis. Tal aspecto não consiste numa especificidade do apoio, porém, como a efetividade da estratégia depende da qualidade deste vínculo, inferimos que seu manejo tenha sido qualificado e institucionalizado pelo apoio como recurso de gestão. Quanto a isto, o apoio institucional demonstra operar com mais eficácia instituições historicamente arraigadas no Estado Brasileiro sem, contudo, necessariamente incidir em sua transformação. O apoio institucional na gestão federal, como modo de ação política por dentro da malha do Estado, implica uma ética de solidariedade no acesso a recursos e compartilhamento do processo decisório da política pública, logo, de sua democratização. Contudo, a necessidade de implementação do “cardápio” que constitui a prioridade política da gestão demonstrou resultar em um tensionamento entre esta ética e as finalidades esperadas do apoio, em alguma medida mutuamente limitante.

482 Apoio Matricial na Saúde do Trabalhador no município de Caxias do Sul
Danusa Santos Brandão, Nicieli Granella de Oliveira Sguissardi, Ida Marisa Strauss Dri, Rejane Fátima Rech, Ben Hur Monson Chamorra, Cristóvão Luiz Gardelin, Glediston Jesus Dotto Perottoni, Soeli Dea de Fátima Serafim de Matos

Apoio Matricial na Saúde do Trabalhador no município de Caxias do Sul

Autores: Danusa Santos Brandão, Nicieli Granella de Oliveira Sguissardi, Ida Marisa Strauss Dri, Rejane Fátima Rech, Ben Hur Monson Chamorra, Cristóvão Luiz Gardelin, Glediston Jesus Dotto Perottoni, Soeli Dea de Fátima Serafim de Matos

Apesar de acidentes e doenças relacionados ao trabalho serem agravos de notificação compulsória, tanto nos sistemas de informação federal como estadual, percebe-se que existe uma subnotificação por parte dos serviços de saúde. A atividade de matriciamento consiste na realização de três encontros in loco, durante as reuniões de equipe, onde se discute questões pertinentes a saúde do trabalhador e um retorno após 6 meses para avaliação e discussão dos casos trabalhados. Até o momento os encontros foram realizados em apenas uma UBS. Durante a atividade, no entanto, percebeu-se uma grande necessidade da equipe em discutir seus próprios acidentes e doenças relacionados ao trabalho. O fato de a equipe refletir sobre sua saúde como classe trabalhadora foi um ponto inesperado, mas muito positivo, pois tensiona a mesma a questionar, refletir e propor mudanças em seu próprio processo de trabalho e dá um olhar mais empático ao usuário que chega à UBS em situações semelhantes e sujeitos aos agravos relacionados ao trabalho.

5440 O matriciamento como estratégia de co-gestão e reorganização do processo de trabalho na saúde indígena: uma experiência do Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia – DSEI/BA
LARISSA SOARES DA SILVA, Sara Emanuela de Carvalho Mota, Iane Carine Freitas da Silva, Larissa de Faro Valverde

O matriciamento como estratégia de co-gestão e reorganização do processo de trabalho na saúde indígena: uma experiência do Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia – DSEI/BA

Autores: LARISSA SOARES DA SILVA, Sara Emanuela de Carvalho Mota, Iane Carine Freitas da Silva, Larissa de Faro Valverde

A necessidade de construção de um modelo diferenciado de atenção à saúde dos povos indígenas esteve presente desde as pautas das primeiras Conferências Nacionais de Proteção à Saúde do Índio. Concretizado através do Subsistema de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, este focava no reconhecimento da legitimidade do pleito dos povos indígenas, orientados por cosmovisões e formas de organização social distintas daquela ocidental que rege a organização do SUS. O DSEI-BA, estruturado em sede (gestão) e em 09 Polos Base (assistência), conta hoje com 33 Equipes que atendem regularmente cerca de 28.215 indígenas (conforme planilha de demográficos 2017) distribuídos em 126 aldeias. São 449 trabalhadores da saúde que atuam nestas equipes, nas quais aproximadamente 262 são indígenas. A formação e a capacitação de indígenas como profissionais de saúde é uma estratégia que visa favorecer a apropriação de conhecimentos e recursos técnicos da medicina ocidental, somando ao acervo de terapias e outras práticas culturais próprias, tradicionais ou não. Deste modo, o lócus escolhido para realização dos encontros presenciais previstos nesta estratégia foram os Polos Base, a fim de viabilizar a participação de todos os membros das Equipes Multidisciplinar de Saúde Indígena (EMSI), inclusive, os Agentes Indígenas de Saúde/AIS e os Agentes Indígenas de Saneamento/AISAN. O objetivo do trabalho consiste em construir subsídios para a reorganização dos serviços e processos de trabalho das equipes multidisciplinares, encarnando novos saberes nas práticas concretas dos serviços de saúde e qualificando as práticas de cuidado, gestão e participação popular através de uma relação dialógica e solidária, em que o compartilhamento de conhecimentos se dê de maneira horizontal e contínua entre os trabalhadores da saúde indígena do DSEI-BA. O trabalho pode ser resumido em 03 fases. A primeira foi referente ao planejamento. Nessa fase ocorreu o levantamento de dados para diagnóstico da situação de saúde das comunidades indígenas dos Polos Base, além de aprofundamento do estudo sobre apoio matricial para facilitar o desenvolvimento da estratégia. Foram realizadas reuniões com todos os Responsáveis Técnicos (RTs) da Divisão de Atenção à Saúde Indígena/DIASI do DSEI-BA para alinhamento do matriciamento como ação de reorganização do trabalho com as EMSI e planejamento da 1ª visita de apoio matricial. A 1ª visita no âmbito da estratégia de matriciamento visou intensificar o processo de vinculação entre as EMSIs e as Referências da DIASI, de forma a estabelecer uma escala de diálogo e apoio permanente entre as equipes de assistência e de gestão, em busca da co-gestão. Assim, foi reforçada a importância da participação de todos os membros das equipes durante a 1ª visita. Essa fase durou 12 meses. A segunda fase se referiu à execução do planejamento. Consistiu na ida de duplas de RTs aos 09 Polos Base a fim de coordenar as atividades e conduzir as discussões propostas. As visitas ocorreram entre os meses de março e agosto de 2016 e cada uma teve duração de 05 dias. A terceira fase foi de avaliação da fase anterior e de monitoramento das ações após a visita aos Polos. Cabe destacar que o matriciamento não acaba na fase 03. Ele é constante no processo de trabalho dos RTs da DIASI, é pautado no estabelecimento de uma rede de apoio que não exige necessariamente a presença física das RTs nos Polos Base para subsidiar a equipe, embora a continuidade da proposta exija uma regularidade de ações in loco planejadas previamente. Então, a cada nova visita são repetidas as fases 01 e 02. Portanto, a fase 03 não tem período definido. Nesse estudo, vamos descrever e analisar a experiência durante a fase 02. As atividades foram desenvolvidas coletivamente durante cinco dias consecutivos. A primeira atividade foi destinada ao acolhimento dos participantes. Foi possível perceber que a maioria dos profissionais contratados compartilhava forte sentimento de identificação com as pautas indígenas e de cumplicidade enquanto grupo, que por vezes era diretamente proporcional às dificuldades e aos conflitos encontrados nos diferentes contextos locais. O segundo momento consistiu na discussão da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas/PNASPI e da Política Nacional de Atenção Básica/PNAB. Teve o propósito de destacar os princípios e diretrizes dessas políticas com vistas à operacionalização, mediante construção dos mapas de saúde contendo o território adstrito, as características de ocupação territorial dos povos indígenas locais, aspectos socioculturais, perfil de morbidade, distribuição das equipes e das Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI), entre outros. Tais atividades foram desenvolvidas durante os dois primeiros dias. Dessa forma, foi feita uma análise crítica comparativa entre o que é preconizado nas políticas e o que é efetivado. A partir dessa análise, foram levantadas propostas que viabilizem a concretização das diretrizes da PNASPI e da PNAB. No terceiro dia, foi abordado um estudo de caso a fim de elucidar o processo de preenchimento de cada instrumento de registros dos atendimentos em saúde entre os profissionais das equipes. O quarto dia foi dirigido para a construção efetiva dos instrumentos de planejamento do processo de trabalho das EMSI de acordo com os dados levantados na sala de situação de cada Polo Base. No quinto dia, as equipes foram convidadas a assumir o exercício cotidiano da gestão, a saber, eleger prioridades a partir dos problemas enfrentados pela comunidade em seu cotidiano, que sejam sensíveis às ações de atenção básica. O final do primeiro encontro presencial da estratégia de matriciamento aqui apresentada foi marcado, indistintamente, por depoimentos de incentivo e fortalecimento dessas práticas de qualificação dos serviços prestados, reaproximando as dinâmicas da gestão e da assistência, com ganhos significativos para a organização do modelo de atenção aplicado no âmbito da saúde indígena, assim como para a qualidade de vida e saúde da população indígena assistida. Essa experiência se propõe a construir subsídios para a reorganização dos serviços e processos de trabalho das EMSIs. Alguns desafios ocorreram durante a sua implantação, majoritariamente de caráter operacional: atraso ou ausência de custeio do deslocamento dos participantes e dificuldade de reservar espaços adequados à realização do encontro. Cita-se, ainda, a dificuldade de concentração e participação de alguns membros das equipes nas atividades, uma vez que foram realizadas em seu ambiente de trabalho. No entanto, considera-se que a estratégia de matriciamento tem sido exitosa e geradora de efeitos positivos e permanentes, sobretudo devido à aproximação dos profissionais de saúde da gestão com aqueles da assistência. Tal vínculo permitiu atualmente um maior conhecimento da situação de saúde do território pelas EMSI, o aprimoramento do planejamento das visitas e ações em território, uma melhor compreensão e uso dos instrumentos de coleta de dados, maior qualificação dos dados de saúde coletados e a análise crítica desses dados. Assim, conclui-se que a 1ª visita realizada para o apoio matricial contribuiu para a melhoria do processo de conhecimento e produção da informação com vistas à reorganização do trabalho. Nesse sentido, a estratégia deve avançar com outro foco, mais específico e voltado para a melhoria dos indicadores de saúde prioritários.

3522 PROTOCOLO DE ATUAÇÃO DO NASF NA ATENÇÃO PRIMARIA A SAÚDE DE NOVA OLINDA DO NORTE – AM.
Liliam Rafaelle Souza da Silva, Erlen rayssa vaz da silva, arlei silva da costa, lucelia lima, Romina Brito

PROTOCOLO DE ATUAÇÃO DO NASF NA ATENÇÃO PRIMARIA A SAÚDE DE NOVA OLINDA DO NORTE – AM.

Autores: Liliam Rafaelle Souza da Silva, Erlen rayssa vaz da silva, arlei silva da costa, lucelia lima, Romina Brito

Apresentação O Protocolo de atuação do NASF na atenção primaria de saúde traz de forma sintetizada o passo a passo do processo de trabalho dos profissionais que compõe o núcleo de apoio com a finalidade de subsidiar as equipes de saúde e demais setores municipais que atuam como rede de atenção à saúde em caráter Intersetorial. O conteúdo do material exposto é embasado nas diretrizes pré estabelecidas pelo Ministério da Saúde encontradas principalmente no Caderno da Atenção Básica nº39 referente ao Núcleo de Apoio a Saúde da Família Volume 1 – Ferramentas para gestão e trabalho cotidiano. Contudo, é necessário entender as especificidades regionais encontradas no município o que nos fazem adaptar várias situações de acordo com a realidade territorial. Descrição da experiência De acordo com a política nacional de atenção básica – PNAB (Brasil,2011) o NASF é uma equipe composta por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, que devem atuar de maneira integrada apoiando os profissionais das estratégias de saúde da família compartilhando as práticas e saberes em saúde nos territórios sob responsabilidade dessas equipes, atuando diretamente no apoio matricial das unidades nas quais o NASF está vinculado. O Município de Nova Olinda do Norte possui  12 equipes de Estratégia Saúde da Família, as quais são responsáveis por 100% da cobertura territorial, situação que possibilitou a implantação de duas equipes do Núcleo de Apoio a Saúde da Família NASF1 e NASF2 sendo ambos do Tipo 1.   Entretanto, o trabalho dessas equipes  é rotativo, sendo fundamental um instrumento que possa organizar todos os passos de cada profissional em cada unidade básica de saúde de acordo com as pactuações realizadas mensalmente com as ESF’s. Para isso é primordial que seja inserida uma agenda de atividades e ações compartilhadas entre as equipes das UBS’s para o NASF de forma flexível para o caso de situações prioritárias que possam ocorrer, a existência de um fluxograma além de um instrumento que direcione as equipes de saúde quanto as atribuições dos profissionais do NASF em relação as reuniões de planejamento da equipe do NASF, reuniões com as ESF’s, reuniões com AB, atendimentos individuais e compartilhados, atendimentos domiciliares, grupos e atividades coletivas, ações e campanhas de promoção e prevenção à saúde, mutirões de assistência à saúde, encontros e ações intersetoriais e o horário para a elaboração dos materiais de apoio pedagógico e terapêutico. No entanto a falta de entendimento dos profissionais, principalmente dos gerentes das unidades básicas de saúde comprometem a execução dessas ações, negligenciando as equipes do NASF e reduzindo o poder de resolutividade de cada profissional. Por tal motivo foi elaborado e aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde O Protocolo De Atuação Do Nasf Na Atenção Primaria A Saúde De Nova Olinda Do Norte – Am. Consta nesse instrumento a descrição simplificada das diretrizes do NASF pontuadas pelo ministério da saúde, incluindo as peculiaridades regionais conforme a necessidade municipal, enfatizando a organização do processo de trabalho, a agenda compartilhada e todas as atribuições e competências de cada categoria existente, junto com as sugestões de temas para serem trabalhados por cada profissional nos principais programas da atenção básica. Para o melhor manuseio desse documento, o mesmo foi apresentado e explanado a cada equipe de saúde vinculada ao NASF. Em resumo os enfermeiros gerentes das Unidades Básicas de Saúde possuem a responsabilidade de integrar em suas equipes os profissionais do NASF, os quais estão presentes com a finalidade de melhorar as situações de vulnerabilidades ocorridas no território a partir dos levantamentos apontados pelos instrumentos de avaliações existentes no município, como avaliações periódicas das UBS’s, relatórios dos sistemas de dados da Atenção Básica (E-SUS, SISVAN e etc.), diagnostico situacional entre outros. Reduzindo dentro de suas possibilidades o maior quantitativo de demandas reprimidas em cada especialidade. As unidades básicas de saúde são contempladas com a presença dos profissionais do NASF conforme agendamento prévio para a realização de ações matriciais, educação em saúde, educação permanente, mutirões de assistência à saúde, projeto terapêutico singular e outras atividades de acordo com a necessidade das áreas de abrangência de cada equipe exposta pelo gerente da unidade incluindo participação nas campanhas municipais com orientações sobre os temas a serem desenvolvidos. Quando há necessidade da presença dos profissionais para determinada ação, os gerentes das equipes vinculadas devem solicitar com antecedência à Coordenação Municipal do NASF a fim de possibilitar o manejo apropriado dos profissionais para o evento sem prejudicar as demais equipes ou atendimentos ambulatoriais. Quanto as visitas domiciliares, atendimentos individuais e compartilhados, os profissionais do NASF já possuem dias e horários estipulados pela Coordenação Municipal da Equipe em conformidade com a Coordenação Municipal da Atenção Básica, visando a importância da continuidade no acompanhamento e tratamento dos usuários. Impactos Na tentativa de definir as funções da ESF em conjunto com o NASF o protocolo municipal possibilitou a organização de todos os profissionais, além de viabilizar as ações intersetoriais e respaldar o trabalho nas zonas rurais tendo em vista o grande desafio das vias fluviais como único caminho para cinco das sete equipes ribeirinhas. Os conflitos reduziram generosamente e foi possível trabalhar os grupos terapêuticos além de oferecer uma devolutiva com mais agilidade aos pacientes e facilitar as ações de matriciamento as equipes de saúde. Quanto ao trabalho intersetorial, os dispositivos municipais da rede de atenção a saúde também foram contempladas com o beneficio desse instrumento para facilitar a compreensão e inserção dos profissionais do NASF nas ações realizadas em parceria com  a saúde. Considerações finais O Núcleo de Apoio a Saúde da família trouxe em seu arranjo a possibilidade de inserção de novas especialidades que o município dificilmente disponibilizaria sem a participação dos recursos federais, o que favorece a população e reduz o tempo de espera por consultas a estes especialistas em outras localidades, diminuindo os custos com passagens, alimentação e estadias dos usuários além de facilitar a resolutividade dos casos e o acompanhamento pela equipe ESF de referência. Dessa forma Nova Olinda do Norte oferece no seu quadro multidisciplinar as seguintes especialidades: nutrição, fonoaudiologia, fisioterapia, psicologia, serviço social, farmácia e educação física. Categorias profissionais que muitas vezes tem seu campo de atuação reduzido pela compreensão limitada de outros profissionais e o protocolo de atuação do nasf na atenção primaria a saúde possibilitou para muitos o esclarecimento do campo de atuação e da proposta do NASF, em qualquer momento ou em qualquer dificuldade basta realizar a leitura desse documento no qual contem tanto a organização do processo de trabalho quanto uma lista de assuntos que podem ser trabalhados pela equipe, incluindo alguns critérios para atendimento, visitas domiciliares, educação permanente e temas que podem ser trabalhados com os usuários para auxiliar os gerentes na escolha e direcionamento dos profissionais para as ações a serem desenvolvidas.

5272 Rede Colaborativa de apoiadores do CONASEMS, planejamento estratégico para desenvolvimento das gestões municipais de saúde
Lincoln Costa Valença, Laura Gonsalves Ferreira, Laura Gonsalves Ferreira, Ana Carla Pessoa Aguiar, Ana Carla Pessoa Aguiar

Rede Colaborativa de apoiadores do CONASEMS, planejamento estratégico para desenvolvimento das gestões municipais de saúde

Autores: Lincoln Costa Valença, Laura Gonsalves Ferreira, Laura Gonsalves Ferreira, Ana Carla Pessoa Aguiar, Ana Carla Pessoa Aguiar

 Apresentação: Este relato de caso retrata a realidade da gestão do SUS do Estado de Roraima, onde através da rede colaborativa de apoiadores foi realizada uma analise das atuais gestões a partir da existência (ou não) dos instrumentos de gestão. Assim, após a investida de deslocamento “in loco” em todos os municípios do Estado (Amajari, Alto Alegre, Boa Vista, Bonfim, Cantá, Caracaraí, Caroebe, Iracema, Mucajaí, Normandia, Pacaraima, Rorainópolis, são João da Baliza, São Luiz, Uiramutã)  onde o objetivo era arrecadar os instrumentos, pois medidas iniciais não foram atendidas (e-mail’s e solicitações em reuniões), portanto nos restava realizar a aproximação do município. Assim, a próxima fase foi a analise dos materiais arrecadados (plano de saúde, Relatório anual de gestão, planejamento do quadriênio) o resultado foi surpreendente, pois, infelizmente os instrumentos quando existiam, nem estavam postados e validados na plataforma adequada, nem dialogavam entre si. Desenvolvimento do trabalho: A partir dessas constatações desencadeamos o início da educação permanente para as equipes gestoras, mas sempre esbarramos na falta de financiamento do COSEMS Roraima, portanto tivemos que ser bem ousados e conseguimos realizar algumas atividades com facilitadores nacionais somente através das parcerias que fizemos com o COSEMS do Pará e do Paraná, além dos apoio concedido pelo CONASEMS através do financiamento de um evento em Roraima e também não podemos deixar de considerar que o apoio no Núcleo Estadual do Ministério da Saúde também foi fundamental para realização das oficinas que realizamos nos municípios.

3585 O APOIO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL DO DISTRITO DE SAÚDE LESTE E O PROGRAMA DE MELHORIA DO ACESSO E QUALIDADE - PMAQ
DANIEL AMARAL DE VASCONCELOS, JOCILANE LIMA DE ALMEIDA VASCONCELOS, JOCILANE LIMA DE ALMEIDA VASCONCELOS, THAIZE MARIA SILVA LIMA, THAIZE MARIA SILVA LIMA

O APOIO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL DO DISTRITO DE SAÚDE LESTE E O PROGRAMA DE MELHORIA DO ACESSO E QUALIDADE - PMAQ

Autores: DANIEL AMARAL DE VASCONCELOS, JOCILANE LIMA DE ALMEIDA VASCONCELOS, JOCILANE LIMA DE ALMEIDA VASCONCELOS, THAIZE MARIA SILVA LIMA, THAIZE MARIA SILVA LIMA

O Distrito de Saúde Leste(DISAL)/SEMSA MANAUS possui 27 equipes de Saúde Bucal de Estratégia Saúde da Família(ESF), mas apenas as equipes cadastradas no Programa de Melhoria de Qualidade na Atenção Básica (PMAQ) seguiam padrões do serviço pré-estabelecidos. Em consonância com a chefia da Divisão de Atenção à Saúde foi proposto pelo apoio técnico do Distrito de Saúde Leste (DISAL), na zona leste de Manaus, que todas as equipes de Saúde Bucal utilizassem os padrões PMAQ, com ou sem avaliação externa do programa. O processo iniciou com uma reunião gerencial na UBS Gebes de Medeiros que contou com a presença de 95% dos profissionais Cirurgiões dentistas, Auxiliares e Técnicos em Saúde Bucal, com exceção dos profissionais que se encontravam de férias no período. Nesta reunião a proposta PMAQ foi apresentada, mostrando os padrões essenciais e estratégicos para a inserção em todas as equipes de Saúde Bucal. As unidades que já realizavam suas atividades voltadas nesse modelo relataram suas experiências, como a desenvolviam e compartilharam seus saberes e desafios, avaliando a estratégia como positiva. Dentro dos padrões essenciais que exigiram imediata intervenção, tivemos o horário de funcionamento das unidades de saúde; apresentação da definição territorial das UBS, pois alguns dentistas desconheciam o território sob sua responsabilidade. Quanto ao padrão referente ao planejamento do cuidado em saúde, foi necessário mobilizar os profissionais de Saúde Bucal, com exercícios práticos de baseado na ferramenta de planejamento 5W2H. A organização da agenda de alguns dos profissionais já incluía atendimento à demanda espontânea, mas não faziam registro na agenda, com isso, todos foram orientados a realizar. Apesar de haver reuniões sistemáticas com a equipe da ESF, estas não eram registradas e não haviam discussões de Projeto Terapêutico Singular(PTS), o que ainda se torna um desafio dentro das Esquipes. Foi consolidado pela Gerência de Saúde Bucal do Município uma ferramenta para investigação do perfil epidemiológico da população do território da ESF, mas na prática os profissionais ainda não a utilizavam e até a desconheciam como forma de planejamento e acompanhamento. Apenas uma equipe de Saúde Bucal possui o prontuário eletrônico instalado. Outros itens foram apresentados e discutidos como:  formulários de encaminhamento, a educação permanente e cooperação horizontal específica para as equipes de saúde Bucal e demandas que o PMAQ não exige, mas são importantes para a práticas das atividades profissionais. Em setembro e outubro de 2017 as equipes PMAQ receberam a avaliação externa, conforme pactuado. O apoio técnico tem monitorado a continuidade dos padrões PMAQ nas equipes de Saúde Bucal, e os ajustes necessários para melhoria da qualidade dos serviços.

3262 Educação em Saúde para a Prevenção de ISTs por Teleducação no estado do Amazonas
Hildegard Loren Rebouças Santos, Robson Gracie Almeida da Silva, Fidelis Henrique de Moura Gouvea, Pedro Máximo de Andrade Rodrigues, Cleinaldo De Almeida Costa, Waldeyde Olerilda Guimarães, Chao Lung Wen

Educação em Saúde para a Prevenção de ISTs por Teleducação no estado do Amazonas

Autores: Hildegard Loren Rebouças Santos, Robson Gracie Almeida da Silva, Fidelis Henrique de Moura Gouvea, Pedro Máximo de Andrade Rodrigues, Cleinaldo De Almeida Costa, Waldeyde Olerilda Guimarães, Chao Lung Wen

Apresentação: O Programa Jovem Doutor (PJD) é uma atividade educativa de extensão de característica multi e interdisciplinar, desenvolvida pelo Núcleo de Telessaúde da Universidade do Estado do Amazonas, que por meio de recursos de telessaúde (webconferências e uso da página de Facebook como ambiente virtual de aprendizagem), visa promover o intercâmbio entre estudantes dos ensinos médio e superior. Por meio das ferramentas de telessaúde, os Jovens Doutores complementam os conhecimentos dos alunos do ensino médio com temas de relevância social, como orientação sexual. No estado do Amazonas, a utilização desses recursos como tecnologias educativas é necessária e oportuna, tendo em vista a dimensão territorial do estado e a logística de transportes, o que muitas vezes dificulta o acesso da comunidade interiorana à educação e aos serviços de saúde como um todo. Desse modo, os alunos de Parintins, cidade situada a 369 km da capital amazonense, Manaus, participaram de uma webconferência sobre educação sexual, em abril de 2017, promovida por acadêmicos de enfermagem e medicina no contexto da programação do PJD. O tema é relevante pelo fato de Parintins ser um município marcado pelo alto índice de gravidez precoce e infecções sexualmente transmissíveis (IST’s). Desenvolvimento do trabalho: Durante 4 horas de weboconferência, foram abordados temas como a fisiologia reprodutiva feminina e masculina, principais hormônios atuantes na puberdade, riscos de uma gravidez precoce, métodos contraceptivos mais eficazes, IST’s mais comuns no estado do Amazonas (Aids, sífilis e gonorreia), destacando-se o reconhecimento dos sintomas, métodos diagnósticos, e locais onde se pode buscar o reconhecimento e tratamento. Após a abordagem, esclareceram-se as dúvidas, e em seguida aplicou-se um questionário coletivo para fixação do conteúdo. Resultados: as dúvidas esclarecidas foram sobre o uso da pílula anticoncepcional e efeitos adversos, assim como a pílula do dia seguinte. Os alunos souberam interagir em equipe respondendo ao questionário coletivo com sucesso, acertando 90% das questões (questionário com 10 questões, e cinco alternativas de múltipla escolha). Considerações finais: apesar de algumas intercorrências de comunicação, houve uma interação satisfatória entre os acadêmicos e alunos do ensino médio. Os universitários aplicaram o conhecimento adquirido na teoria, enquanto os adolescentes receberam orientações em educação sexual indispensável devido à faixa etária e aos índices de IST’s relevantes no interior.  É necessário que o PJD não atue isoladamente, e para modificações a longo prazo, ocorra um apoio governamental para mais medidas de educação em saúde, voltadas aos jovens estudantes.

2347 O APOIO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL DO DISTRITO DE SAÚDE LESTE E O PROGRAMA DE MELHORIA DO ACESSO E QUALIDADE - PMAQ
DANIEL AMARAL DE VASCONCELOS, JOCILANE LIMA DE ALMEIDA VASCONCELOS, THAIZE MARIA SILVA LIMA

O APOIO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL DO DISTRITO DE SAÚDE LESTE E O PROGRAMA DE MELHORIA DO ACESSO E QUALIDADE - PMAQ

Autores: DANIEL AMARAL DE VASCONCELOS, JOCILANE LIMA DE ALMEIDA VASCONCELOS, THAIZE MARIA SILVA LIMA

O Distrito de Saúde Leste(DISAL)/SEMSA MANAUS possui 27 equipes de Saúde Bucal de Estratégia Saúde da Família(ESF), mas apenas as equipes cadastradas no Programa de Melhoria de Qualidade na Atenção Básica (PMAQ) seguiam padrões do serviço pré-estabelecidos. Em consonância com a chefia da Divisão de Atenção à Saúde foi proposto pelo apoio técnico do Distrito de Saúde Leste (DISAL), na zona leste de Manaus, que todas as equipes de Saúde Bucal utilizassem os padrões PMAQ, com ou sem avaliação externa do programa. O processo iniciou com uma reunião gerencial na UBS Gebes de Medeiros que contou com a presença de 95% dos profissionais Cirurgiões dentistas, Auxiliares e Técnicos em Saúde Bucal, com exceção dos profissionais que se encontravam de férias no período. Nesta reunião a proposta PMAQ foi apresentada, mostrando os padrões essenciais e estratégicos para a inserção em todas as equipes de Saúde Bucal. As unidades que já realizavam suas atividades voltadas nesse modelo relataram suas experiências, como a desenvolviam e compartilharam seus saberes e desafios, avaliando a estratégia como positiva. Dentro dos padrões essenciais que exigiram imediata intervenção, tivemos o horário de funcionamento das unidades de saúde; apresentação da definição territorial das UBS, pois alguns dentistas desconheciam o território sob sua responsabilidade. Quanto ao padrão referente ao planejamento do cuidado em saúde, foi necessário mobilizar os profissionais de Saúde Bucal, com exercícios práticos de baseado na ferramenta de planejamento 5W2H. A organização da agenda de alguns dos profissionais já incluía atendimento à demanda espontânea, mas não faziam registro na agenda, com isso, todos foram orientados a realizar. Apesar de haver reuniões sistemáticas com a equipe da ESF, estas não eram registradas e não haviam discussões de Projeto Terapêutico Singular(PTS), o que ainda se torna um desafio dentro das Esquipes. Foi consolidado pela Gerência de Saúde Bucal do Município uma ferramenta para investigação do perfil epidemiológico da população do território da ESF, mas na prática os profissionais ainda não a utilizavam e até a desconheciam como forma de planejamento e acompanhamento. Apenas uma equipe de Saúde Bucal possui o prontuário eletrônico instalado. Outros itens foram apresentados e discutidos como:  formulários de encaminhamento, a educação permanente e cooperação horizontal específica para as equipes de saúde Bucal e demandas que o PMAQ não exige, mas são importantes para a práticas das atividades profissionais. Em setembro e outubro de 2017 as equipes PMAQ receberam a avaliação externa, conforme pactuado. O apoio técnico tem monitorado a continuidade dos padrões PMAQ nas equipes de Saúde Bucal, e os ajustes necessários para melhoria da qualidade dos serviços.

485 Saúde do Trabalhador da Atenção Básica: estratégias de apoio matricial no município de Caxias do Sul
Danusa Santos Brandão, Nicieli Granella de Oliveira Sguissardi, Ida Marisa Strauss Dri, Rejane Fátima Rech, Ben Hur Monson Chamorra, Cristóvão Luiz Gardelin, Glediston Jesus Dotto Perottoni, Soeli Dea de Fátima Serafim de Matos

Saúde do Trabalhador da Atenção Básica: estratégias de apoio matricial no município de Caxias do Sul

Autores: Danusa Santos Brandão, Nicieli Granella de Oliveira Sguissardi, Ida Marisa Strauss Dri, Rejane Fátima Rech, Ben Hur Monson Chamorra, Cristóvão Luiz Gardelin, Glediston Jesus Dotto Perottoni, Soeli Dea de Fátima Serafim de Matos

Apresentação: A Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST), regulamentada pela Portaria GM nº 2.728, de 11 de novembro de 2009, é uma das estratégias do Ministério da Saúde para a garantia da atenção integral à saúde dos trabalhadores. O Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador/Serra (CEREST/Serra) é um serviço especializado que compõe a RENAST. É um serviço multiprofissional e tem entre seus objetivos a realização de ações preventivas no âmbito dos acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho, assim como na orientação das equipes das vigilâncias da saúde do trabalhador dos 49 municípios de sua área de abrangência, localizados na região serrana do Rio Grande do Sul. Em linhas gerais, o CEREST tem por função dar subsídio técnico para o Sistema Único de Saúde (SUS) nas ações de promoção, prevenção, vigilância, diagnóstico, tratamento e reabilitação em saúde dos trabalhadores urbanos e rurais independe do vínculo empregatício. A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST), por meio da Portaria GM nº 1823, de 23 de agosto de 2012, trás entre as estratégias para sua implantação no âmbito da atenção básica a articulação com as equipes e o CEREST para a prestação de retaguarda técnica especializada, considerando seu papel no apoio matricial e a incorporação de conteúdos de saúde do trabalhador nas estratégias de capacitação e de educação permanente para as equipes de saúde. Indo ao encontro da PNSST, o CEREST/Serra tem entre suas atividades sistemáticas o monitoramento das notificações dos acidentes e das doenças relacionados ao trabalho em sua área de abrangência, as ações educativas e intersetoriais para sensibilizar e instrumentalizar equipes de profissionais da saúde e a implementação do fluxo de referência-contra-referência para os encaminhamentos a níveis de complexidade diferenciada. Apesar de acidentes e doenças relacionados ao trabalho serem agravos de notificação compulsória, tanto nos sistemas de informação federal (Sistema Nacional de Agravos de Notificação – SINAN) como estadual (Sistema de Informações da Saúde do Trabalhador - SIST), percebe-se que existe uma subnotificação por parte dos serviços de saúde. Desta forma, viu-se a necessidade de implementar atividades de apoio matricial com as equipes de atenção básica, iniciando pelo município de Caxias do Sul. Em 2016, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município foram responsáveis por apenas 1,3% das notificações de acidentes de trabalho com material biológico e 0,43% dos acidentes de trabalho grave. No Rio Grande do Sul todos os acidentes de trabalho não considerados graves devem ser notificados em sistema próprio (SIST) e, neste caso, 0,86% das notificações foram realizadas na atenção básica. Considerando a atenção básica como porta de entrada para os atendimentos de saúde, observa-se que estes dados estão muito aquém do esperado. Desenvolvimento: Caxias do Sul possui uma população de cerca de 470 mil habitantes, conta com 47 UBS, correspondendo a uma cobertura de atenção básica de 25,9%. Destas 47 UBS, cinco unidades trabalham em regime de horário estendido até as 21h, sendo que este horário diferenciado visa o atendimento aos trabalhadores que não possuem disponibilidade de buscar o serviço de saúde durante o dia. Por este motivo, estas foram escolhidas para início do projeto de matriciamento em Saúde do Trabalhador. Em maio de 2017 foi realizada uma reunião com os gerentes destas UBS para apresentação do projeto e organização de um cronograma de visitas, que teve início em agosto deste ano. A atividade consiste primeiramente na realização de três encontros in loco, durante as reuniões de equipe. No primeiro encontro é realizada uma conversa abordando a contextualização do CEREST, estruturação e funcionamento da RENAST e dos sistemas de informação em Saúde do Trabalhador pertencentes ao SUS. No segundo encontro é realizada uma atividade educativa sobre os riscos ocupacionais, os acidentes e as doenças relacionados ao trabalho. No terceiro encontro, é conversado sobre implicações médicas na elaboração de laudos e notificações, sobre o nexo causal dos agravos com o trabalho e é aberto para discussão de casos atendidos na UBS com suspeita de relação com o trabalho. Após o encontro, a UBS é orientada identificar o nexo causal nestes agravos, e, em caso de dúvidas, realizar o encaminhamento de boletim de referência-contra-referência bem como a notificação de caso suspeito por meio do preenchimento do Relatório Individual de Notificação de Agravo (RINA). No CEREST, o paciente passará por uma consulta de enfermagem onde serão identificadas as necessidades do mesmo para os devidos encaminhamentos. O paciente também poderá ser encaminhado para consulta com médico, fisioterapeuta ou fonoaudióloga, conforme a necessidade. Em seis meses está prevista uma nova visita da equipe do CEREST na UBS para discussão dos casos notificados e/ou encaminhados ao CEREST e avaliação da atividade. Resultados e/ou impactos: até o momento os encontros foram realizados em apenas uma UBS, ocorridos durante o mês de agosto. Durante a atividade, no entanto, percebeu-se uma grande necessidade da equipe em discutir seus próprios acidentes e doenças relacionados ao trabalho, apontando falhas nos fluxos de atendimento quando se trata da saúde dos trabalhadores do próprio serviço, o que gerou um tensionamento junto à Vigilância em Saúde do Trabalhador do município, bem como Secretaria de Recursos Humanos e Logística e Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho no intuito de revisar estes atendimentos. Até o momento, também observou-se um aumento da procura pelo CEREST para discussão de casos e esclarecimento de dúvidas, ainda que via telefônica. Considerações finais: O processo de apoio matricial é contínuo e está em constante avaliação e aprimoramento. Espera-se que a abordagem da saúde do trabalhador de uma forma multidisciplinar amplie o escopo assistencial e auxilie as equipes da atenção básica a refletir o seu papel na saúde do trabalhador de uma forma integral, bem como na produção de dados epidemiológicos. Considera-se que a partir do momento que a equipe conheça a sua realidade local, possa planejar ações de identificação e de prevenção de acidentes e doenças relacionados ao trabalho. O fato de a equipe refletir sobre sua saúde como classe trabalhadora foi um ponto inesperado, mas muito positivo, pois tensiona a mesma a questionar, refletir e propor mudanças em seu próprio processo de trabalho e dá um olhar mais empático ao usuário que chega à UBS em situações semelhantes e sujeitos aos agravos relacionados ao trabalho.

2116 Evaluating Primary Health Care services through Emergency Department frequent users analysis
Andrea Ubiali, Gloria Raguzzoni, Sara Bontempo Scavo, Francesco Sintoni, Brigida Lilia Marta, Ardigò Martino

Evaluating Primary Health Care services through Emergency Department frequent users analysis

Autores: Andrea Ubiali, Gloria Raguzzoni, Sara Bontempo Scavo, Francesco Sintoni, Brigida Lilia Marta, Ardigò Martino

Introduction and objective: In response to the consequences of the recent epidemiological transition, Italy is experiencing the implementation of “Health Homes” as a way to reform and strengthen its Primary Health Care (PHC) system. Since Health Homes are still lacking of their own proper informative systems, many authors suggested that Emergency Department (ED) use can be considered as a proxy evaluation of the effectiveness of PHC services. Aim of our study was to investigate frequent users’ ED utilization in an italian hospital and to identify critical factors in Primary Care Health service delivery.Methods: Data on frequent-users access to the Emergency Department of Ferrara University Hospital were collected. Frequent-users were defined as individuals making ≥ 5 accesses in a 15 months period. Demographic, clinical and logistic informations were extracted and analysed using a mixed methods approach.Results: From January 2016 to March 2017 a total of 11.842 accesses were made by 1776 frequent-users patients. Mean number of access per patient was 6.7±4.1. Most part of the accesses was due to non-urgent conditions and carried out during day time in weekdays. Data available from ED reports were mainly focused on pathologies rather than persons and an in depth qualitative analysis was necessary in order to rebuild fragmented informations about long period history of patients. Handling data from a people-centered point of view was useful in order to find critical issues that should be addressed in the PHC context. We used several theoretical models, such as  the social determinants of health framework and the primary care sensitive conditions (PCSC) framework in order to get informations about complexity, vulnerability and appropriateness of use characterizing our study population.Conclusions: Data from ED frequent users showed unmet health needs that PHC should be able to take care of. More research is needed to develop useful tools to collect data and use them as mean of empowerment for health professionals working in PHC and specifically in Health Homes.