324: Experiências e desafios da Educação à Distância no âmbito da formação em saúde | |
Debatedor: Allan Gomes de Lorena | |
Data: 29/10/2020 Local: Sala 01 - Rodas de Conversa Horário: 08:00 - 10:00 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
5848 | EDUCAÇÃO B-LEARNING PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL EM INFORMAÇÕES EM SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA marcia Fernandes f.soares EDUCAÇÃO B-LEARNING PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL EM INFORMAÇÕES EM SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: marcia Fernandes f.soares
Apresentação: Com o crescimento cada vez maior do ciberespaço no cotidiano do profissional de saúde, frente às novas demandas diárias para a gestão do Sistema de Saúde, ainda mais com o uso elevado do espaço informacional com o emprego de diversas tecnologias e mídias educacionais no processo de ensino e aprendizagem, não podemos mais deixar à margem a necessidade da capacitação dos profissionais de nível médio da área de saúde. Assim, o objetivo deste estudo é apresentar o relato de experiência do Núcleo de Tecnologias Educacionais da Coordenação de Desenvolvimento de Materiais e Tecnologias Educacionais em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio/FIOCRUZ, no desenvolvimento de Ambiente Virtual de Aprendizagem voltado para a Qualificação em Informações e Saúde, em um modelo de educação b-learning, tendo como proposta a valorização do contexto de trabalho, despertando nestes profissionais a reflexão crítica sobre suas práticas, seu cotidiano e a inserção das mesmas na consecução do Sistema de Saúde. Metodologicamente, este estudo refere-se a um relato de experiência. Inicialmente foram realizadas várias discussões entre as Coordenações das qualificações e a CODEMATES com o propósito de apresentar a concepção pedagógica, bem como, as contribuições, possibilidades, perspectivas no emprego das tecnologias e mídias no processo educativo. Após esta etapa, iniciou-se o desenvolvimento do AVA, que ocorreu durante todo o processo educativo, baseado na escuta dos alunos, dos docentes e das coordenações. Os resultados preliminares indicam a contribuição da incorporação de tecnologias e mídias educacionais na formação destes profissionais, tendo como base a construção do processo de ensino e aprendizagem de modo coletivo, dialogado, onde todos aprendem e ensinam com todos, onde todos são os autores na construção e disseminação do conhecimento. |
6800 | QUALIFICAÇÃO DOS TRABALHADORES DO SUS: DESAFIOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO ENSINO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DA SAÚDE GISELA CORDEIRO PEREIRA CARDOSO, ELIZABETH Moreira dos Santos, DOLORES MARIA FRANCO DE ABREU, THIAGO RODRIGUES AMORIM QUALIFICAÇÃO DOS TRABALHADORES DO SUS: DESAFIOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO ENSINO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DA SAÚDEAutores: GISELA CORDEIRO PEREIRA CARDOSO, ELIZABETH Moreira dos Santos, DOLORES MARIA FRANCO DE ABREU, THIAGO RODRIGUES AMORIM
Apresentação: A incorporação de uma cultura de Monitoramento e Avaliação (M& A) no Sistema Único de Saúde (SUS) é essencial para a melhoria do sistema de saúde, considerando a implementação de intervenções em saúde pública no país. Diante da dimensão continental e da distribuição dos trabalhadores do SUS pelo país, a Educação a Distância torna-se uma importante estratégia de capacitação de recursos humanos nos diferentes níveis de gestão do SUS, de qualificação desses profissionais e de formação de uma rede sócio-técnica de avaliadores. Nesse contexto, foi idealizado o Curso de Especialização em Avaliação em Saúde, uma iniciativa do Laboratório de Avaliação, Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (LASER/ENSP/Fiocruz), em parceria com a Coordenação de Educação a Distância (CDEAD/ENSP) e o Ministério da Saúde (MS). O objetivo deste trabalho é apresentar a experiência do Curso destacando o uso de metodologias ativas na Educação a Distância para o ensino do M& A. Desenvolvimento: descrição da experiência O Curso visa capacitar profissionais de saúde e gestores dos diferentes níveis de gestão do SUS em M& A, de forma a fortalecer a cultura e a institucionalização do M& A. Adota como objeto as intervenções em saúde, sejam projetos, programas, políticas ou qualquer um de seus componentes. Contempla várias abordagens e modelos em M& A, buscando responder às diversas questões relacionadas aos diferentes objetos. O curso ocorre desde 2011 e está em sua quarta oferta, em andamento. Cada oferta foi adequada ao demandante e visou públicos diferentes. A primeira foi apoiada pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e pelo então Programa Nacional de DST/AIDS, da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do MS, a segunda foi da SVS/MS e a terceira foi do Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS (DEMAS)/MS. A atual é uma parceria com a Secretaria Estadual de Vigilância em Saúde do Distrito Federal. O conteúdo do curso é composto por sete Unidades de Aprendizagem (UA): Situando a avaliação como prática reflexiva; Modelizando a intervenção; Modelos e abordagens em avaliação; Compreendendo a teoria da mudança. Análise de implementação; Gerenciando e executando a avaliação; e Avaliando a avaliação: meta-avaliação, distribuídas em módulos organizados em sequência de atividades. A proposta foi validada por especialistas em avaliação e educação, sendo desenvolvido online, no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), no software VIASK (Virtual Institute of Advanced Studies Knowledge). Em conformidade à regulamentação do Ministério da Educação o curso possui três momentos presenciais. Sua duração é de 14 meses, perfazendo uma carga horária de 360 horas. A estrutura de apoio pedagógico inclui um tutor para cada 15 alunos e para cada três tutores um orientador de aprendizagem. O referencial pedagógico do curso baseia-se em uma perspectiva crítica de construção do conhecimento para a ação transformadora. Seus pressupostos ancoram-se na autonomia do participante para gerenciar o seu processo de aprendizagem, mobilizando e articulando diversos saberes e ferramentas no desenvolvimento de práticas profissionais flexíveis e inovadoras. A concepção pedagógica baseia-se na Pedagogia da Problematização, articulando trabalho, ensino, teoria e prática, alinhada à teoria da translação do conhecimento onde o processo de aprendizagem social envolve quatro operações: 1) a problematização, isto é, a definição do problema que ocorre na intervenção; 2) a motivação, ou seja, a sensibilização para e a negociação de interesses entre os atores na solução do problema (usualmente uma ou mais controvérsias); 3) o enredamento, quando é estabelecido o papel de cada um dos atores na solução do problema identificado; e 4) a mobilização, ou seja, a construção de alianças materializadas em ações para implementação das soluções pactuadas para as controvérsias identificadas. O conteúdo e as atividades sequenciais do curso foram elaborados de modo que a cada unidade de aprendizagem o aluno desenvolva os componentes de um Plano de Monitoramento e Avaliação (Trabalho de Conclusão do Curso - TCC). Desta maneira, a elaboração do TCC é realizada concomitante ao desenvolvimento do Curso. Cada unidade de aprendizagem inclui atividades sínteses que asseguram a evolução do aluno ao longo da elaboração do TCC e permitem que o mesmo apresente presencialmente a primeira versão do plano de monitoramento ou avaliação ao fim da Unidade V. Nas Unidades VI e VII o plano é revisto e ajustado para sua apresentação final. Resultado: Ao final de cada oferta foram realizadas oficinas de avaliação envolvendo as equipes de coordenação do curso, incluindo a de apoio técnico e pedagógico do CDEAD, representante da instituição demandante, orientadores de aprendizagem, tutores e representantes de alunos. As discussões e sugestões das oficinas foram incorporadas, quando pertinentes e consensuais, nas ofertas subsequentes. Nas três versões, já finalizadas, iniciaram o curso 410 alunos, sendo formados 261 especialistas. Dos egressos, 49,8% possuíam vínculo federal; 16,7% estadual; e 33,5% municipal. Quanto à formação profissional, 49,3% dos egressos são compostos por enfermeiros (37,4%) e farmacêuticos (11,8%). Ciências contábeis, administração, odontologia, pedagogia e serviço social, concentram 25,6% dos profissionais formados. Os demais 25,1% que concluíram o curso estão distribuídos por 22 profissões. A quarta oferta iniciou com 101 alunos, todos com vínculo estadual. Quanto à formação profissional, 22,9% são compostos por enfermeiros e 20% de administradores. Os demais 57,1% dos discentes estão distribuídos por diferentes categorias profissionais (médicos, biólogos e assistentes sociais). Em relação à proposta político pedagógica adotada, a apresentação e realização de atividades emergentes da experiência de cada um, antes do conteúdo conceitual provoca um estranhamento em uma boa parte dos participantes, gerando desconforto, principalmente na fase inicial do curso. O papel dos tutores é essencial para esclarecimento e apoio na condução das atividades. Do ponto de vista da organização curricular, segundo os participantes, tutores e orientadores de aprendizagem, a organização em módulos/unidades pedagógicas/ sequência de atividades, contribuiu para a consecução dos objetivos do curso e para o desenvolvimento das capacidades esperadas. Considerações finais: A problematização não oferece a certeza do “certo e errado”, mas a complexidade do provisório. O tutor e os fóruns de compartilhamento assumem papel de destaque como mediadores do diálogo entre o saber cotidiano, a técnica e a ciência. O material instrucional e a plataforma assumem protagonismo e são com frequência destacados pelos alunos como fatores de influência na implementação do curso. Os tutores, os meios de interação e comunicação configuram mecanismos de motivação e mobilização, possibilitando possíveis alianças. O desafio é deslocar estas práticas de componentes cognitivos do curso para a prática avaliativa profissional. A institucionalização da avaliação como profissão é ainda incipiente no Brasil e as atividades requeridas para um profissional se aproximam muito mais de “verificador de conformidade” do que de um modulador de “valores” e de operações de translação e gestão de conhecimento Apesar dos desafios, a implementação do curso de especialização de Avaliação em Saúde, representa um efeito na difusão do M& A e na qualificação dos trabalhadores do SUS. A utilização da metodologia problematizadora alinhada as operações de translação em processos educativos dinâmicos possibilita o compartilhamento, a reprodução e a transformação do conhecimento em uma sociedade onde tecnologias e inovações ocorrem na velocidade da luz. Sendo assim, consideramos a experiência do curso de Avaliação em Saúde, uma contribuição original na incorporação das práticas avaliativas no âmbito das políticas do SUS. |
8235 | FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PARA PROFISSIONAIS DOS PROGRAMAS ACADEMIA DAS CIDADES E DA SAÚDE DE PERNAMBUCO Emmanuelly Correia de Lemos, Neuza Buarque de Macêdo, Leila Monteiro Navarro Marques de Oliveira, Arnaldo César Alencar Boaviagem, Thássia Christina Azevedo da Silva, Mateus Gustavo de Farias Brainer, Bruno Costa de Macedo, Célia Maria Borges da Silva Santana FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PARA PROFISSIONAIS DOS PROGRAMAS ACADEMIA DAS CIDADES E DA SAÚDE DE PERNAMBUCOAutores: Emmanuelly Correia de Lemos, Neuza Buarque de Macêdo, Leila Monteiro Navarro Marques de Oliveira, Arnaldo César Alencar Boaviagem, Thássia Christina Azevedo da Silva, Mateus Gustavo de Farias Brainer, Bruno Costa de Macedo, Célia Maria Borges da Silva Santana
Apresentação: A modalidade de educação a distância, mediada pela tecnologia da informação e comunicação e desenvolvida através do ambiente virtual de aprendizagem é uma realidade presente no mundo atual e que possibilita a ampliação do acesso a processos formativos para profissionais que atuam em municípios distantes dos grandes centros urbanos, com heterogeneidade de vínculos empregatícios e de carga horária de trabalho. Nesse sentido, alinhando as potencialidades do ensino a distância com as demandas identificadas pelas áreas técnicas quanto às dificuldades identificadas de operacionalização nos Programas Academia das Cidades e da Saúde em Pernambuco foi elaborado uma formação para esse público na modalidade à distância. Tem-se então como objetivo descrever a experiência do Curso de Aperfeiçoamento em Ações Estratégicas para Profissionais dos Programas Academia das Cidades e Academia da Saúde de Pernambuco, planejado e executado pela Escola de Governo em Saúde de Pernambuco (Esppe) em conjunto com a equipe técnica dos Programas na Secretaria Estadual de Saúde e na Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, ambas de Pernambuco. O curso foi desenvolvido na modalidade a distância, com carga horária total de 210 horas, sendo 30 horas presenciais e 180 horas à distância. A matriz curricular foi composta por quatro eixos, introdução ao curso, conhecendo, analisando e intervindo. Os temas estratégicos trabalhados em cada eixo foram: articulação com a rede de atenção à saúde, desenvolvimento de atividades para crianças, desenvolvimento de atividades para adolescentes, desenvolvimento de atividades para homens e controle social nos polos dos Programas. Em cada eixo, as atividades foram conduzidas por meio dos recursos educacionais: Despertando o interesse: composto por um vídeo de curta duração gravado que aborda aspectos-chave sobre o conteúdo de cada semana; Compartilhando saberes: trata-se de um fórum que se destina à discussão de ideias, esclarecimentos de dúvidas, socialização do conhecimento e assuntos referente às semanas compreendidas naquele eixo; Caderno de texto:material didático com o conteúdo a ser trabalhado no curso e orientações da semana; Fixando o conteúdo: atividade lúdica on-line que destaca alguns aspectos relevantes do tema trabalhado em cada semana; Atividade de conexão: refere-se à orientação da atividade prática que deverá ser desenvolvida pelos discentes em seu local de trabalho a cada semana; Caderno de atividades: é um recurso wiki em que serão registradas as atividades da semana, em especial a produção da atividade de conexão e, por fim, Avaliação discente do eixo: formulário elaborado com o objetivo de avaliar diferentes aspectos relacionados ao desenvolvimento do curso. Os encontros presenciais foram realizados ao final de cada eixo, no auditório da sede da Regional de Saúde e as atividades educacionais a distância foram desenvolvidas no ambiente virtual da Esppe. Na primeira oferta do curso foram realizadas seis turmas, para profissionais que atuavam nos Programas Academia das Cidades e/ou da Saúde nos municípios da primeira macrorregião de saúde. Um total de 100 profissionais concluíram o curso, todos produziram intervenções com os temas estratégicos do curso e apontaram que o mesmo contribuiu para transformação de suas práticas profissionais. |
9909 | DESAFIOS DO ENSINO À DISTÂNCIA (EaD) NA FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO: RELATO DE EXPERIÊNCIA Geovana faba Silva, Igor de Oliveira Reis, iraneide ferreira mafra, laura almeida matos, kethleen lima ramos, kamille lima antony, deborah olenka silva travassos, anna carolina lanhellas rodrigues DESAFIOS DO ENSINO À DISTÂNCIA (EaD) NA FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Geovana faba Silva, Igor de Oliveira Reis, iraneide ferreira mafra, laura almeida matos, kethleen lima ramos, kamille lima antony, deborah olenka silva travassos, anna carolina lanhellas rodrigues
Apresentação: Em 2019 o Ministério da Educação determinou que fosse prolongado o limite de carga horária de ensino à distância (EaD) de 20% para 40% nos cursos presenciais nas Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e particulares. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem que cursaram disciplinas em EaD numa instituição privada de Manaus. Método: Trata-se de uma vivência no âmbito universitário no segundo semestre de 2017 até o ano de 2019, em que disciplinas importantes como metodologia científica, história da enfermagem, fundamentos e estatística, biofísica, educação em enfermagem, nutrição da saúde; poderiam ser ministradas presencialmente, mas foram ofertadas apenas em EaD, sem nenhuma oportunidade de prática vinculada à disciplina. As provas foram online, realizadas em laboratórios de informática da instituição. Resultado: Durante o período de provas não houve uma dedicação eminente, contrariamente o nível de ociosidade nos alunos ficou mais evidente, uma vez que os mesmos desenvolveram métodos de burlar nas provas tornando mais visível a desvantagem de um EaD. A conexão a internet é outro fator que influenciou bastante no desempenho dos acadêmicos nas aulas e até mesmo nas provas. Ademais, notou -se dificuldades entre os discentes em assimilar conteúdos ministrados através de vídeo aulas, pois não há retorno dos professores nas atividades, deixando explicita a falta de feedback sobre acertos e falhas. Considerações finais: É importante discutir sobre os desafios e impactos que o ensino à distância causa na formação dos acadêmicos em geral, pois é perceptível que está sendo imposta a quantidade ao invés de qualidade. Em cursos de saúde principalmente, esta estratégia metodológica abala a formação da qualidade de profissionais que necessitam ter mais vivências para atuar, uma vez que são profissões essencialmente humanitárias. A enfermagem é um dos cursos que mais sofre com essas mudanças, devido à limitação de aulas presenciais, práticas dos estágios para três anos, por exemplo. Tal fato afetará diretamente a população na qualidade dos serviços prestados pelos profissionais. |
8632 | O HOSPITAL PSIQUIÁTRICO E A CONEXÃO WEB: UM POTENCIAL TRANSFORMADOR NA FORMAÇÃO MÉDICA LUIZ FERNANDES DO RÊGO NETO, BRUNA SANTOS DE CARVALHO O HOSPITAL PSIQUIÁTRICO E A CONEXÃO WEB: UM POTENCIAL TRANSFORMADOR NA FORMAÇÃO MÉDICAAutores: LUIZ FERNANDES DO RÊGO NETO, BRUNA SANTOS DE CARVALHO
Apresentação: Este relato de experiência diz respeito ao estágio extracurricular não obrigatório viabilizado pelo curso de bacharel em Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O objetivo central é discutir como esta prática capacitou os estudantes no atendimento a pessoa com transtornos ou deficiências mentais, bem como reforçar a importância da conexão web como fonte de aprendizado em grupo e melhorias ao olhar biopsicossocial dos pacientes internados. O estágio ocorre no Hospital Psiquiátrico Professor Severino Lopes, localizado na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte. A formação complementar tem duração de seis meses, e consta com uma equipe de oito estagiários por período letivo, selecionados através de uma prova teórica, com o pré-requisito de conclusão da disciplina de psiquiatria, e critério de exclusão não estar cursando o período de internato do curso, para não ocorrer conflitos de horários e acúmulo de funções. As práticas incluem plantões de doze horas, com turnos apenas noturnos durante os dias de segunda a sexta feira, e plantões diurnos e noturnos aos sábados e domingos, constando um estagiário por turno. Além disso, a cada quinze dias é realizada uma reunião científica com duração de duas horas, sendo os temas centrais relacionados a reforma psiquiátrica, saúde mental, psicopatologia, farmacologia, atendimento às urgências psiquiátricas, relato de casos dos pacientes internados e troca de experiências. É função do estagiário atender as chamadas internas das enfermarias, relatar as queixas em prontuário, repassar o caso ao médico plantonista, discutir e executar a conduta adequada e em seguida, registrar o atendimento em um caderno de ocorrências internas. Ademais, é permitido ao estudante acompanhar as consultas de urgência e emergência psiquiátrica, bem como realizar pequenos procedimentos em companhia do médico plantonista. O período do estágio que se refere a este trabalho denota especificamente as atividades que ocorreram entre 1 de fevereiro a 31 de julho de 2019. Os oito estudantes selecionados para este estágio criaram um grupo no aplicativo WhatsApp. O intuito inicial do grupo era para informativos acerca de horários de reuniões, avisos, troca de plantões e outras formalidades. Entretanto, motivado pela necessidade de melhores práticas, o aplicativo se mostrou um recurso ímpar para aproximação do trabalho em grupo e discussão de casos em tempo real. Na última reunião científica, o coordenador das práticas optou por utilizar um recurso artístico para nortear o debate. Na ocasião foi exibida a longa metragem “Ata-me!” de 1989, dirigido por Pedro Almodóvar, o filme foi escolhido pelos estagiários e convidados presentes e logo após, houve uma discussão acerca do enredo e das vivências que levaram os personagens ao sofrimento mental e as suas repercussões. A formação extracurricular fez notar-se que a disciplina acadêmica obrigatória de psiquiatria do curso de Medicina tem um aspecto tecnicista, que compreende o ensino do diagnóstico, da psicopatologia e dos medicamentos indicados para terapêutica. Em sua maior parte, as aulas são referenciadas exclusivamente pela quinta edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), mas falha em abordar os aspectos biopsicossociais dos pacientes, a comunicação e relação entre o médico e o paciente, a quebra de tabus e estereótipos das pessoas que convivem com doença mental, a discussão sobre as políticas relacionadas à Reforma Psiquiátrica e as alternativas à internação manicomial. Desta forma, a vivência do futuro médico dentro do hospital psiquiátrico forneceu o que era necessário para preencher estas lacunas da formação. Ela possibilitou uma aproximação com pacientes em estados graves de saúde e aprimorou a competência em uma anamnese psiquiátrica, que não é voltada exclusivamente para acometimentos orgânicos, mas também para os sentimentos do paciente. É sabido que as Diretrizes Curriculares das Escolas Médicas exigem que o aluno tenha uma formação voltada em três pilares: o conhecimento técnico, as habilidades e as atitudes. Neste sentido, houve uma ótima avaliação dos estagiários quanto a melhoria nestes quesitos, principalmente nos dois últimos. Considera-se que uma ferramenta necessária para esta melhoria ao atendimento biopsicossocial do paciente surgiu com o grupo de WhatsApp. Visto que todos os estagiários compartilhavam as ocorrências referentes aos mesmos setores do hospital, as suas vivências eram relatas em tempo real, e os colegas poderiam debater sobre particularidades relacionadas aos pacientes em comum, como: melhor abordagem de comunicação, história pregressa, traumas, gatilhos emocionais, medicamentos não efetivos para terapêutica individual, medicamentos com potenciais efeitos adversos, condutas passadas, diagnósticos associados e diagnósticos diferenciais. Ademais, ao final de cada plantão o acadêmico fazia uma lista com as principais ocorrências do dia, destacando particularidades que ele considerava pertinentes serem compartilhadas com todos. Normalmente, estas informações seriam repassadas pessoalmente de um estagiário plantonista para o próximo estagiário a assumir o turno. Entretanto, os outros acadêmicos não ficariam cientes destes detalhes e haveriam perdas, tanto no aprendizado coletivo do grupo, como para o paciente que não teria suas individualidades reconhecidas por todos os responsáveis do seu cuidado. As informações puramente tecnicistas do paciente podem até ser consultadas no prontuário, mas dentro do espectro de tratamentos de pessoas com transtornos mentais, existem subjetividades, indiviualidades e orientações de cuidados que ultrpassam as barreiras da formalidade. As experiências e os relatos compartilhados em equipe puderam cobrir estas carências. A aproximação virtual e em tempo real entre os estagiários facilitou a tomada de decisões e promoveu uma medicina mais humanizada e baseada em evidências. Outro benefício acadêmico e profissional desta vivência foi a problematização política do hospital psiquiátrico, que ainda denota heranças negativas do sistema manicomial de internação, principalmente no quesito de internações prolongadas por razões sociais. Este relato aponta para lacunas que a formação médica tem quando se trata de saúde mental. Falhas estas que precisam ser superadas, principalmente para uma visão extra patológica do paciente. A anamnese psiquiátrica exige empatia, escuta qualificada e atitudes que não podem ser ensinadas exclusivamente por livros, mas sim através da experiência continuada de atendimentos. Neste exercício, o uso da rede se mostrou uma surpresa positiva para a excelência dos resultados. Apesar da criação do grupo online não ter sido uma orientação acadêmica, os estudantes sentiram a necessidade de usar este artifício para um diálogo rápido, individualizado e orientado sobre as práticas. Este foi um ponto repercutido positivamente entre as impressões dos acadêmicos na reunião final do estágio, onde o feedback foi solicitado por parte dos coordenadores, deixando um legado para que as próximas turmas selecionadas também aderissem a esta ferramenta. Por fim, é sugerido que o grupo virtual de aprendizado coletivo não tenha apenas os estagiários em questão, mas também os outros profissionais do hospital psiquiátricos, como a equipe de médicos, enfermeiros e técnicos. |
9038 | ENSINO DE REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR MEDIADO POR UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM PARA ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM DANIELE FERREIRA BEZERRA, Fernando Paulo da Silva Souza, Rhuan Santo da Silva, Samara Cristiny Almeida Pena, Ewellyn Natália Assunção Ferreira, Ana Carla Vilhena Barbosa, Carla Sena Cunha, Maicon de Araujo Nogueira ENSINO DE REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR MEDIADO POR UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM PARA ACADÊMICOS DE ENFERMAGEMAutores: DANIELE FERREIRA BEZERRA, Fernando Paulo da Silva Souza, Rhuan Santo da Silva, Samara Cristiny Almeida Pena, Ewellyn Natália Assunção Ferreira, Ana Carla Vilhena Barbosa, Carla Sena Cunha, Maicon de Araujo Nogueira
Apresentação: Para que se possa aumentar as chances de sobrevida das vítimas em parada cardiorrespiratória, é necessária a realização da Reanimação Cardiopulmonar de alta qualidade baseada em evidências científicas. Para isso, é imprescindível que o ensino das manobras de reanimação esteja respaldado por pesquisas que garantem o conhecimento científico em prática. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de Enfermagem, ao promover o ensino através da simulação realística em reanimação cardiopulmonar, com auxílio de um Ambiente Virtual de Aprendizagem para estudantes do curso de Enfermagem. Método: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido com alunos do sétimo semestre em uma universidade estadual pública do município de Belém, no Estado do Pará, Brasil, durante o mês de março de 2019. Esse estudo seguiu as etapas da metodologia da Problematização a partir do Arco de Charles Maguerez, resultando em proposta de intervenção como a aplicação de aulas disponíveis em um Ambiente Virtual de Aprendizagem sobre a Reanimação cardiopulmonar para melhoria do conhecimento teórico e prático dos estudantes de Enfermagem. Resultado: A atividade ocorreu em três momentos: i) roda de conversa em sala de aula; ii) intervenção mediada pelo AVA no laboratório de informática; iii) aplicação prática com simulação no laboratório. Participaram 19 acadêmicos de Enfermagem que responderam de forma positiva à atividade intervencionista mediada pela plataforma de ensino online. Ademias, os participantes expressaram profundas e pertinentes reflexões acerca da temática abordada e do método aplicado. Destaca-se que o AVA utilizado é um instrumento online validado e disponível, de forma gratuita, à população em geral. Considerações finais: Observou-se que atividades, mediadas por um AVA baseado nos Consensos internacionais da Ciência da Ressuscitação da AHA 2015, pautadas nas necessidades do público-alvo, pode provocar mudanças significativas e positivas. Espera-se que esse trabalho contribua para a inovação do ensino em Enfermagem, como a utilização de uma proposta educacional virtual sobre uma temática imprescindível para formação acadêmica em saúde. |
9907 | O USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO PERMANENTE DE TRABALHADORES PARA A SAÚDE: UM OLHAR SOBRE O AVASUS Lilia Bispo dos Santos, Sergio Ricardo de Oliveira O USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO PERMANENTE DE TRABALHADORES PARA A SAÚDE: UM OLHAR SOBRE O AVASUSAutores: Lilia Bispo dos Santos, Sergio Ricardo de Oliveira
Apresentação: Este estudo discute o uso das tecnologias da informação e comunicação (TIC) direcionadas à educação permanente de trabalhadores para a saúde, através da modalidade de educação a distância (EaD), como instrumento de ação educativa que leve esses indivíduos a pensar sobre o seu processo de trabalho de forma crítica. Isto é, a tecnologia utilizada com o propósito de fortalecer práticas que favoreçam a informação a ser acessada assim como o conhecimento a ser construído pelo educando. A metodologia, embora apresente um caráter quantitativo de coleta de dados, caracteriza-se por ser uma pesquisa exploratória de abordagem predominantemente qualitativa. Tendo como elemento principal a análise de cursos ativos – também denominados módulos educacionais/módulos de extensão – que compõem o Ambiente Virtual de Aprendizagem do Sistema Único de Saúde (AVASUS), três foram os caminhos percorridos para subsidiar a elaboração desse trabalho. São eles: a realização por meio eletrônico de um levantamento de natureza pedagógica dos módulos educacionais utilizados no processo formativo voltado ao Agente Comunitário de Saúde (ACS), categoria profissional utilizada como recorte para a escolha dos cursos ativos analisados devido a sua contribuição no processo de ampliação da atenção básica à população no modelo de saúde da família, e suas respectivas abordagens de EaD; seguida da avaliação dos processos de interação e interatividade das abordagens de EaD presentes nos referidos módulos educacionais; e por fim, a partir dos módulos educacionais, a caracterização do AVASUS enquanto modelo de EaD aplicado no processo de educação permanente de trabalhadores para a saúde. No decorrer do estudo foi possível observar que o AVASUS, enquanto ferramenta de EaD, precisa estar melhor respaldado por propostas pedagógicas que favoreçam ambientes cooperativos para a aprendizagem e, consequentemente, à construção do conhecimento. O que prevalece nos módulos educacionais é a interatividade entre os alunos e os recursos tecnológicos ofertados em detrimento da interação. Para que o AVASUS possa cumprir por meio dos módulos educacionais com sua finalidade de ser um espaço de fortalecimento para a educação permanente, é fundamental que as estratégias pedagógicas em execução sejam revistas. O intuito dessa revisão seria converter os cursos em espaços reais de encontro capazes de estimular o pensamento colaborativo dos alunos/trabalhadores levando-os a produzir, como resultado da apropriação da informação recebida, o conhecimento necessário às suas áreas de atuação profissional. Afinal, trata-se de uma ferramenta de educação que, além de colaborativa, deveria explorar de forma mais interativa e eficaz as possibilidades da linguagem audiovisual disponível. Pode-se concluir que quando utilizadas adequadamente as tecnologias da informação e comunicação – e ferramentas tecnológicas como o AVASUS – são passíveis de trazer benefícios ao trabalho pedagógico essencial à construção do conhecimento resultante da educação permanente em saúde, bem como da educação em geral, independente de ser na modalidade presencial ou a distância. |
9714 | CRIAÇÃO DE UMA REVISTA JORNALÍSTICA EM UM NÚCLEO DE TELESSAÚDE Angélica Dias Pinheiro, Camila Hofstetter Camini, Jovana Dullius, Ana Paula Borngraber Correa CRIAÇÃO DE UMA REVISTA JORNALÍSTICA EM UM NÚCLEO DE TELESSAÚDEAutores: Angélica Dias Pinheiro, Camila Hofstetter Camini, Jovana Dullius, Ana Paula Borngraber Correa
Apresentação: O presente trabalho apresenta o processo de criação de uma revista jornalística especializada na área da saúde. A Revista Fonte é uma publicação eletrônica do núcleo de Telessaúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (TelessaúdeRS-UFRGS), editada pelas equipes de Comunicação e Teleducação com periodicidade trimestral. Ela foi criada com objetivo de levar informação de qualidade, baseada em evidências científicas, a profissionais de saúde da atenção primária de forma rápida e facilitada.Um desejo antigo do TelessaúdeRS, a revista surgiu da necessidade de realizar divulgação científica, bem como informar quanto aos principais temas relevantes em saúde, tanto para profissionais de saúde quanto público geral. Isso porque a diversidade de público verificou-se presente em diversos serviços do TelessaúdeRS. Ao longo do ano de 2018, durante o processo de reformulação do site do núcleo, foram realizadas pesquisas com o público-alvo usuário do site antigo, bem como dos serviços, como o canal 0800 644 6543, teleducação, telediagnóstico, entre outros. A pesquisa ainda foi realizado com seguidores das redes sociais do projeto, como Instagram, Facebook e Twitter. Percebeu-se, então o desejo por informação de qualidade e de fácil apreciação, porém com aprofundamento. Assim surgiu a demanda por uma revista especializada que atendesse a diversos usuários do TelessaúdeRS. Digital e em formato pdf, a revista é disponibilizada no site do TelessaúdeRS, em página específica. Além disso, é possível assiná-la, nessa mesma página e recebê-la por e-mail cada nova edição. Em sua quarta edição, a publicação conta com quase 200 assinantes e uma média de acessos de 300 cliques oriundos da página da revista no site. Entre as temáticas abordadas, listam-se autismo, comportamento alimentar, mindfulness, promoção de saúde, saúde planetária, entre outras. Tudo sempre articulado com a prática na APS. A existência da revista Fonte cria novas possibilidades ao TelessaúdeRS-UFRGS, sendo mais um canal de divulgação da ciência, de educação e temas em saúde e do próprio núcleo de telessaúde. Assim, a Fonte é o veículo que transporta a telessaúde a novos espaços, levando adiante seus objetivos e os relatos da materialização de seus feitos, transpondo barreiras institucionais e alcançando novos públicos, se fazendo notar para além da academia e do meio médico. |
9539 | A REDE DE CIÊNCIA, ARTE E CIDADANIA: UMA CONSTRUÇÃO A PARTIR DOS SIMPÓSIOS DE CIÊNCIA, ARTE E CIDADANIA Rita de Cássia Machado da Rocha, João Silveira, Marcos VC Matraca, Luciana R Garzoni, Marcelo De Oliveira Mendes, Marcos André Vannier dos Santos, Fernanda Serpa, Roberto Rodrigues Ferreira, Tania Cremonini de Araújo-Jorge A REDE DE CIÊNCIA, ARTE E CIDADANIA: UMA CONSTRUÇÃO A PARTIR DOS SIMPÓSIOS DE CIÊNCIA, ARTE E CIDADANIAAutores: Rita de Cássia Machado da Rocha, João Silveira, Marcos VC Matraca, Luciana R Garzoni, Marcelo De Oliveira Mendes, Marcos André Vannier dos Santos, Fernanda Serpa, Roberto Rodrigues Ferreira, Tania Cremonini de Araújo-Jorge
Apresentação: O que nos vem à mente quando falamos em rede? Associações? Conexões? Agrupamentos sociais que tem algo em comum? Com esses questionamentos pensamos na Rede de Ciência, Arte e Cidadania, construída a partir da 10ª edição do Simpósio de mesmo nome, realizado em 2018. O Simpósio agrupou temas diversificados mensalmente e evidenciou atores da rede desde sua primeira edição em 2002. O 10º Simpósio esteve associado à LASER Talks Rio (Leonardo Art Science Evening Rendez-vous), uma rede de eventos internacionais de ArtScience estruturada a partir da revista Leonardo. Foram realizadas atividades descentralizadas a cada mês ao longo do ano de 2018 com uma culminância em dezembro de 2018. O Simpósio de Ciência, Arte e Cidadania em 2018 comemorou os 20 anos de atividade da linha de pesquisa transdisciplinar de CienciArte do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos (Liteb/IOC/Fiocruz). Essa linha de pesquisa teve inicio com a defesa da a primeira tese de Doutorado no IOC/Fiocruz em 1998 que utilizou a abordagem CienciArte para educação científica. Por sua vez, esse trabalho foi fruto do movimento iniciado em 1982 no Espaço Ciência Viva: trabalho coletivo de mobilização de cientistas, estudantes e artistas para levar temas de ciência e arte diretamente à observação e ao diálogo com a população, em praças do Rio de Janeiro. Foi o início de um movimento que se desdobrou em muitos centros e museus de ciência e em algumas experiências de ensino e pesquisa com ciência e arte, especialmente na Fiocruz e na UFRJ, parceiros do Espaço Ciência Viva desde o início. O objetivo do Simpósio Ciência, Arte e Cidadania 2018 foi de fortalecer os laços academia-escolas, levando temas interdisciplinares abordados com ciência e arte para serem trabalhados com educadores em oficinas e debates, além de consolidar a rede de parceiros em CienciArte. O Simpósio esteve geograficamente na sede de cada membro da rede no Rio de Janeiro, em Niterói, Duque de Caxias e Nilópolis e no Sul da Bahia em um evento satélite organizado via parceria com a UFSB. Utilizamos ao longo do ano como base metodológica a abordagem quali-quantitativa, no que se refere a criação de um banco de dados das edições do Simpósio já realizadas e o levantamento dos participantes da rede, palestrantes e pesquisadores envolvidos. Utilizamos também a observação participante, pois a autora esteve imersa na produção e organização da edição de 2018 do Simpósio, registrando e fazendo um diário de campo de cada atividade realizada, como observadora e participante inscrita. (Buscamos visualizar a formação da rede na pesquisa de doutorado em andamento e suas potenciais interações e construções coletivas. A experiência de observação em rede se baseou no referencial teórico relativo ao estudo de redes e interações complexas e ao estudo do campo CienciArte/Arteciencia/ ArtScience. Iniciamos o simpósio em abril falando sobre a Doença de Chagas com a Associação Rio Chagas, em maio tivemos duas temáticas ciência e arte na escola e uma exposição de ciência, arte e saúde na Fiocruz, em junho abordamos CienciArte e Inovação no Colégio Salesiano com palestra e atividade de modelagem 5D. Levamos o nosso ônibus de Ciência na estrada para o CIEP 449 Brasil França. Em julho o Simpósio resgatou a temática da Casa de Portinarti, que foi uma causa acolhida e levada como luta e demarcação artística durante todo o ano. Com relação à consolidação de parcerias, o Projeto Portinari, entrou em nossa programação nos meses de julho e agosto. Em julho, o Simpósio fez parte do Curso Internacional: Inovação na intersecção entre CienciArte e Transdisciplinaridade, com a temática: Casa de Portinari: Um Centro de Cultura de Paz. Neste dia, tivemos uma intervenção artística abordando no corpo obras de Portinari e após uma palestra ministrada por João Cândido, filho de Portinari, que explanou a história da casa e as lutas que tem por vir. No mês de agosto, a temática foi Portinari, CienciArte e Você e aconteceu no Pombal da Fiocruz. Ocorreram várias oficinas ministradas pelos alunos e apresentações artísticas de escolas públicas das comunidades no entorno da Fiocruz envolvendo a temática de Portinari. Em setembro abordamos educação inclusiva, em outubro foi encontro foi sobre o tema águas. Em novembro o tema foi empatia, no IFRJ e palhaçaria na UFSB. Em dezembro o foco foi a temática Inovação, Cultura e Qualidade de Vida, com debates transdiciplinares no campo de ciência e arte. Também ocorreram apresentações de trabalhos de alunos que realizaram atividades com ciencia e arte em seus cotidianos. Durante todo o ano foi trabalhada a questão da visibilidade da rede por meios digitais e interativos, tais como a construção de canais no Youtube, Fanpage e Blog como diários de campo e interação com público envolvido. A visibilidade dessa rede é um meio de fortalecimento e reconhecimento do campo transdisciplinar emergente que temos chamado como CienciArte e dos atores que nele atuam. A rede pesquisada tem conexão com várias redes internacionais do campo cultura-arte-ciencia-tecnologia-educação-saúde-cidadania. Além das publicações acadêmicas geradas no trabalho, está sendo possível a construção de redes de divulgação do campo CienciArte através de plataformas como canal no YouTube, Fanpage no facebook, um blog específico da rede Ciência, Arte e Cidadania com o histórico de cada Simpósio e acesso a seus produtos, debates conceituais, experimentações diversas e relações no campo da educação e do ensino em ciências e saúde. |
9727 | O USO DAS REDES SOCIAIS PARA VISIBILIDADE DO SIMPÓSIO DE CIENCIA, ARTE E CIDADANIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES Rita de Cássia Machado da Rocha, Roberto Todor, Luciana R Garzoni, Roberto Rodrigues Ferreira, Tania Cremonini de Araújo-Jorge O USO DAS REDES SOCIAIS PARA VISIBILIDADE DO SIMPÓSIO DE CIENCIA, ARTE E CIDADANIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADESAutores: Rita de Cássia Machado da Rocha, Roberto Todor, Luciana R Garzoni, Roberto Rodrigues Ferreira, Tania Cremonini de Araújo-Jorge
Apresentação: A 10a edição do Simpósio de Ciência, Arte e Cidadania foi realizada em 2018 e comemorou os 20 anos de atividade da linha de pesquisa transdisciplinar de CienciArte do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos (Liteb/IOC/Fiocruz). Nas edições anteriores, desde 2002, nenhuma rede de comunicação havia sido construída para sua visibilidade, apesar da existência de registros audiovisuais. A ideia da construção de canais partiu da experiência da autora que, em seu trabalho de mestrado já havia sistematizado um fluxo de interação e engajamento observando as dificuldades e limites de cada rede. Construímos um canal no YouTube e uma fanpage no Facebook para Simpósio de 2018, incluímos todas as atividades e utilizamos a estratégia da observação para detectar em que rede se encontrava o público interessado em ciência e arte ou na temática apresentada. Desenvolvemos a seguinte metodologia: inserir conteúdos nas redes YouTube e fanpage e divulgar inicialmente entre os nós, atores do simpósio e pelas vias institucionais de cada parceiro (nó da rede) envolvido no Simpósio. O conteúdo inicial criado foram vídeos-convites das palestras para observar quantos engajamentos alcançaríamos, tiveram vídeos-convites com maior engajamentos tais como o vídeo com 1,1 mil visualizações e 42 compartilhamentos e um segundo com 1,9 mil visualizações que teve 25 compartilhamentos. Desses dois inferimos que não é apenas o número de compartilhamentos que influencia na contagem de visualizações, mas os influenciadores digitais, famosos das redes ou conhecidos do meio acadêmico que interagem nas redes sociais, despontaram como mais visualizados e compartilhados. A administração das redes foi diretamente da autora. Contabilizando os dados da fanpage temos 460 seguidores, mais de mil visualizações em vídeos e o canal do Youtube conta com 116 inscritos. Os vídeos do YouTube, pelas normas das redes, não puderam ser inseridos na fanpage, e por isso cada canal teve seus vídeos inseridos originalmente, dificultando assim o fluxo automático e sincrônico de postagens. Uma limitação que enfrentamos foi a internet dos locais onde aconteceu os eventos do Simpósio, motivo pelo qual o que não era registrado online foi registrado, editado e postado posteriormente ao evento. Outra limitação foi a questão do alcance orgânico de cada vídeo e dos canais. Após o Simpósio de 2018, alteramos o nome dos canais identificando então a Rede de Ciência, Arte e Cidadania que tem a finalidade de potencializar as ações e visibilidades do campo de ciência e arte. Acreditamos que a evolução dos conhecimentos se vincula cada vez mais ao grau de compromisso social da ciência com a qualidade de vida e à capacidade de resistência da cidadania e luta pela democracia, para participação nas decisões concernentes ao futuro de todos. A humanização do SUS adota movimentos e práticas de educação popular que incorporam os elementos da arte e da ciência. A integração entre Ciência e Arte fomenta a esperança e a expectativa de um salto na criatividade e inovação em todos os campos da sociedade. Ciência, Arte e Cidadania 2018 proporcionou uma rica troca de experiências concretizando o conceito amplo e contemporâneo de Saúde inserida na Cultura e fortalecendo as emoções vivenciadas por quem participou dos encontros anteriores. |
11600 | PROGRAMA TELEDIABETES PARA PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA DO INTERIOR DO AMAZONAS: PROJETO DE INTERVENÇÃO EM CONSTRUÇÃO-VALIDAÇÃO Lucely Paiva Rodrigues da Silva, Elizabeth Teixeira PROGRAMA TELEDIABETES PARA PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA DO INTERIOR DO AMAZONAS: PROJETO DE INTERVENÇÃO EM CONSTRUÇÃO-VALIDAÇÃOAutores: Lucely Paiva Rodrigues da Silva, Elizabeth Teixeira
Apresentação: O Sistema Único de Saúde (SUS) foi desenvolvido para proporcionar atenção integral à saúde, com ênfase na promoção da saúde e prevenção de doenças. Assim, preparar profissionais aptos a trabalharem de acordo com o que é proposto pelo SUS e em concordância com a realidade da saúde vista no interior do Estado, não é tarefa fácil, tornando-se necessário desenvolver atividades que permitam o processo de Educação Permanente. Estudos mostram que a Educação Permanente em Saúde propõe que a educação dos trabalhadores e estudantes se desenvolva a partir da vivência das práticas de saúde. Como o diabetes requer tratamento a longo prazo, e por vivermos um crescente aumento da doença, principalmente do DM2, nos últimos 20 anos a responsabilidade pelo cuidado das pessoas afetadas por esta condição mudou de centros especializados para configurações de cuidados primários. O atendimento ideal de pessoas com diabetes por clínicos gerais, médicos de família e outros profissionais da saúde é complexo, requer múltiplas competências e atualização constante. Este é um desafio chave pouco reconhecido nos sistemas de saúde. Em alguns casos, as iniciativas locais de desenvolvimento profissional contínuo visam esses desafios, no entanto, há poucas iniciativas para locais mais isolados, nos quais os profissionais apresentam dificuldade para Educação Permanente. Nesse sentido, a internet possibilitou a convergência entre texto, áudio e vídeo em uma única plataforma de comunicação, e pode ser vista como um importante recurso facilitador do ensino a distância, principalmente em áreas remotas, como é a realidade do interior do Estado do Amazonas. Assim, é possível considerar videoaulas como meio de ensino-aprendizagem nesse território de assimetrias e dificuldade de acesso. Além disso, esse recurso pode servir como um mediador entre a ciência e o conhecimento comum, já que a linguagem utilizada pelo audiovisual está muito próxima da oralidade, um fato importante para facilitar a compreensão de assuntos complexos e que, por isso, poderia promover o acesso à formação de novos conhecimentos. Contribuindo com isso, o Polo de Telemedicina do Amazonas é uma realidade que beneficia, através da tecnologia, milhares de pacientes no interior do Amazonas. Por meio de teleconsultas e videoaulas profissionais de saúde da atenção primária e pacientes do interior do Estado compartilham informações com especialistas da capital. Objetivo: Descrever aspectos metodológicos de um projeto de intervenção em construção-validação – Programa Telediabetes para profissionais da atenção primária do interior do Amazonas. Desenvolvimento: Para o delineamento do projeto de intervenção – Programa Telediabetes, a atuação profissional da autora como docente da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e como médica teleconsultora em Endocrinologia do Polo de Telessaúde do Amazonas foi o ponto de partida. Tal atuação possibilitou identificar as dificuldades vivenciadas por profissionais da atenção primária do interior do Estado. Nos últimos dois anos (de janeiro/18 a janeiro/20), entre as solicitações de teleconsultoria do interior do Amazonas, metade foram referentes ao diabetes. Na maioria das vezes as solicitações vieram de médicos clínicos da atenção primária, mas em algumas situações vieram de enfermeiros. As principais dificuldades foram: baixa aderência terapêutica; orientação em relação à alimentação; associação de medicamentos orais e efeitos adversos; insulinização e prevenção de complicações crônicas, principalmente do pé diabético. Enfermeiros e ACS são responsáveis pelo atendimento de pessoas que vivem com diabetes na linha de frente da atenção primária, no entanto, relatam uma educação formal limitada nesse cenário. Emergiu como situação-problema as dificuldades compartilhadas pelos profissionais via Telessaúde e a distância entre os municípios e a capital do Estado, muitos ligados somente por rios, fato que dificulta a educação permanente dos profissionais de saúde. Como agravante, há o fato de muitos pacientes, a despeito do conhecimento existente sobre a doença e medicações disponíveis para tratamento, ainda evoluírem com complicações incapacitantes (cegueira, diálise, amputações e eventos trombóticos) e desfecho fatal. Com base no que foi exposto delineou-se a proposta de intervenção – Programa Telediabetes, que será organizado por meio de videoaulas sobre diabetes para que sejam disponibilizadas pelo Telessaúde no formato de projeto de extensão da UEA e direcionado à educação permanente de profissionais da atenção primária (ACS, enfermeiros e médicos). As videoaulas serão desenvolvidas com base em material publicado em livros, manuais, consensos, diretrizes e artigos contidos na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e SciELO , bem como artigos encontrados nas bases de dados LILACS, MEDLINE, BDENF e Cochrane. As videoaulas terão: ementa, público-alvo, carga horária total, sequência didática e serão numeradas (Videoaula I, Videoaula II etc.). Cada videoaula será descrita considerando: objetivo, tema e subtemas, métodos e técnicas de exposição, estratégia de avaliação, referências. Serão oito videoaulas abordando as principais dificuldades expostas pelos profissionais da atenção primária nos últimos dois anos. O desenvolvimento e a transmissão das videoaulas contarão com os recursos materiais e infraestrutura existentes na UEA e no Polo de Telessaúde do Amazonas, situado nas dependências da Escola de Saúde da UEA (ESA – UEA). Após a construção do roteiro das oito videoaulas, far-se-á a validação de conteúdo por meio de uma pesquisa metodológica. Participarão da validação juízes-especialistas. Cada juiz-especialista é escolhido segundo critérios de “expertise”. Num primeiro momento será utilizada a Plataforma Lattes do CNPq, num segundo momento o banco de docentes da UEA e da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Na literatura temos encontrado grupos de juízes-especialistas de 9 a 20 integrantes. Também se recomenda que, além dos especialistas em diabetes, haja um pedagogo no grupo de avaliadores, um design gráfico e um comunicador social (se for possível), bem como especialistas em videoaulas e Telessaúde. Assim, poderão ser dois tipos de juízes-especialistas: técnico e acadêmico. Após a identificação e seleção dos juízes, a pesquisadora encaminha o convite para participar da pesquisa, explicando os objetivos e procedimentos; os que concordarem em participar, receberão o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Após a devolução do TCLE, cada juiz-especialista recebe então um “Kit”: uma via do roteiro do programa (a tecnologia educacional - TE) e um instrumento para ser preenchido. Para o juiz da área da saúde, utilizar-se-á um instrumento validado com Escala Likert de 4 tópicos: totalmente adequado, adequado, parcialmente adequado, inadequado. Para os juízes de outras áreas, utilizar-se-á um instrumento validado conhecido como SAM (Suitability Assessment of Materials), com 3 tópicos: adequado, parcialmente adequado, inadequado. Neste ato, será solicitado que também façam anotações na própria TE, o que é muito proveitoso e positivo. Resultado: Tem-se como resultados esperados que o Programa Telediabetes possibilite: melhoria da qualidade da assistência às pessoas que convivem com diabetes; aumento da resolubilidade no nível primário de atenção à saúde; diminuição da demanda para a assistência secundária; diminuição de custos; prevenção e redução das complicações crônicas do diabetes e maior conforto a todos os envolvidos. Além disso, como será ofertado como projeto de extensão, poderá favorecer a formação dos alunos de graduação em Enfermagem e Medicina, pois as aulas poderão ser assistidas por estes. Considerações finais: O tratamento do paciente com diabetes não deve ser restrito aos especialistas, mas extensivo aos profissionais da atenção primária, que têm necessidade de permanente atualização. Uma via potencial para atender a essa necessidade é o Telessaúde, uma ferramenta poderosa para encurtar distâncias no âmbito da Amazônia. |
11686 | CENÁRIO SIMULADO: METODOLOGIA ATIVA PARA AÇÃO DA PRÁTICA DA GESTÃO EM SAÚDE SEBASTIANA SHIRLEY OLIVEIRA LIMA, ROGENA WEAVER NORONHA BRASIL CENÁRIO SIMULADO: METODOLOGIA ATIVA PARA AÇÃO DA PRÁTICA DA GESTÃO EM SAÚDEAutores: SEBASTIANA SHIRLEY OLIVEIRA LIMA, ROGENA WEAVER NORONHA BRASIL
Apresentação: As metodologias ativas de ensino e aprendizagem ganham importância no ensino em saúde com utilização crescente nas práticas pedagógicas. Tal crescimento justifica-se pela complexidade e diversidade dos problemas em saúde frente as diferentes dimensões do processo, saúde-doença e necessidades de intervenções. O Ensino para acompanhar a dinâmica da vida frente a tantas mudanças, como exemplo o conhecimento dos fatos em tempo real veiculados em mídia e redes sociais pela utilização popularizada da internet, impulsionam para soluções rápidas e voltadas para intervenções acertadas na realidade. Esse é um grande desafio para o ensino, quer seja na graduação como na pós-graduação e na educação continuado: formar, capacitar, empoderar preparando os profissionais para atuação de forma a modificar e transformar realidades. As metodologias ativas de ensino dispõe de várias técnicas, ferramentas e estratégias para formação dos profissionais que irão lidar com a vida, comunidades e população. A simulação realística em saúde, como aponta (KANEKO & LOPES; 2019) tem sido uma delas, explorada nos laboratórios de ensino e centros de simulações para proporcionar um ambiente reflexivo e de transformação. O Cenário simulado, para os referidos autores, é capaz de desenvolver competências essenciais ao cuidado centrado no paciente e alcance dos objetivos e resultados propostos neste processo de aprendizagem e aprimoramento. O cenário simulado, além de ser desenvolvido de forma presencial poderá ser utilizado na modalidade de ensino á distância (EaD) mediante site, plataformas WEB aulas, vídeos interativos onde o educando pode dispor de ferramentas de internet, para em tempo real, interagir com o facilitador, tutor e/ou professor. Objetivo: Mostrar a utilização de Cenários simulados para explorar o conteúdo da disciplina Vigilância em Saúde na pós-graduação na modalidade EaD do curso de Gestão em Saúde. Clientela do curso: Profissionais de nível superior da área da saúde egressos do curso de especialização em Gestão em Saúde da UAB/EaD/UNILAB-CE, período 2018-2019. Desenvolvimento: Experiência vivenciada pelas autoras sobre criação de um Cenário Simulado de um município de médio porte, para atuação do Gestor em Saúde, no caso os profissionais especialistas na Gestão da saúde na modalidade de ensino a distância (EaD) do Curso de Especialização em Gestão em Saúde da Universidade Aberta do Brasil, desenvolvido na UNILAB-CE. Descrição das Etapas de criação de um Cenário: I) Planejamento que consiste em elaborar um Cenário com situações próxima das realidades que irão enfrentar os gestores em saúde, no caso em um município de médio porte. II) Explorar todos os temas utilizados na disciplina, III)Elaborar atividades que permita o aluno explorar o Cenário refletindo, planejando e elaborando ações de enfrentamento para gestão na solução dos problemas. Elementos ativadores para solucionar problemas: O cenário criado deverá chamar a atenção desde título criativo e sugestivo para despertar o interesse do aluno. 1) Criar um nome motivador para o município; 2) caracterizar o município com seu território, população, clima, localização, principais características, cultura e principais manifestações religiosas, economia e suas principais atividades. Descrever a infra-estrutura urbana, rural, vias de acesso e meios de transportes, indicadores sócio demográficos e de saúde, IDH, principais problemas gerais do município, indicadores de saúde, sistema de abastecimento de água e sistema de saneamento. Descrever equipamentos sociais e de saúde. Descrição da Rede Municipal de Saúde, organização e estruturação da Secretaria Municipal de Saúde, sistema de referencia e contra referência. Resultado: O Cenário criado: Município do Novo Mundo permitiu ao aluno aproximar-se da realidade da maioria dos municípios brasileiros, cujas informações possibilitaram elencar e refletir sobre os principais determinantes sócio, econômicos da saúde, assim como, permitiu que os futuros gestores da saúde, planejassem e elaborassem intervenções, desde e estratégias para minimizar e solucionar os problemas da saúde população, como também, organizar a Secretaria Municipal dotando dos serviços capazes de solucionar os problemas apresentados pelo município. Considerações finais: O cenário simulado apresenta-se como uma opção pedagógica para aprendizagem significativa do aluno uma vez que o aproxima e evidencia realidade a qual ele vive e trabalha ou irá enfrentar como profissional no mundo do trabalho. A elaboração de cenário simulado considerando a modalidade de ensino e o grau da formação (graduação, pós-graduaçao e educação permanente) auxilia tanto o docente como o discente a buscar a teoria e conteúdos ministrados para realizar as atividades proposta nas disciplinas e no curso. |
7444 | AS TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO PARA A FORMAÇÃO DE TRABALHADORES NA ÁREA DA SAÚDE Sergio Munck, Bianca Borges Leandro, José Mauro Conceição Pinto, Juliana Felicio Rangel AS TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO PARA A FORMAÇÃO DE TRABALHADORES NA ÁREA DA SAÚDEAutores: Sergio Munck, Bianca Borges Leandro, José Mauro Conceição Pinto, Juliana Felicio Rangel
Apresentação: A pesquisa, em andamento desde 2019, aborda o tema das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação - TDIC, também denominadas atualmente como Tecnologias de Aprendizagem e Conhecimento - TAC e Tecnologias de Empoderamento e Participação - TEP), no contexto de formação de profissionais da saúde. As (anteriormente chamadas) TIC e os novos modelos de atenção baseados nas novas tecnologias digitais aceleram as mudanças nas práticas tradicionais adotadas no setor saúde que, por sua vez, impõem novos desafios para o setor educacional, visando à qualificação dos profissionais e às consequentes melhorias de acesso aos serviços de saúde, de qualidade do atendimento e da produtividade de todo o sistema. Ao utilizarmos as TDIC para melhorar os processos de ensino-aprendizagem começamos a nos referir às TAC, uma vez que estas vão mais além do que apenas o uso das tecnologias digitais e procuram explorar essas ferramentas a serviço da aquisição do conhecimento. Para diversos autores, trata-se de incidir nos métodos, nos usos da tecnologia e não somente garantir o domínio das ferramentas informatizadas. Ou seja, aprender mais e melhor, conhecendo e explorando os possíveis usos didáticos que as TDIC têm para os processos formativos. No contexto atual, identificou-se a necessidade de formação de expressivo contingente de trabalhadores na saúde mediada pelas tecnologias digitais de informação e comunicação frente às diversidades regionais e culturais do Brasil. Procurou-se investigar quais são as implicações da utilização das TDIC / TAC no processo formativo de trabalhadores para a área da saúde; e se, por meio delas, é possível formar, com qualidade, trabalhadores críticos para atuarem na área da saúde. O objetivo principal foi compreender as relações das tecnologias digitais de informação e comunicação para a formação de trabalhadores na área da saúde, procurando-se identificar o perfil dos envolvidos nos processos formativos mediados pelas tecnologias e o tipo de mídia digital empregada nos processos de formação. Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa qualitativa que se desenvolve em duas etapas. A primeira consiste em uma revisão integrativa da literatura e, a segunda, com base nos resultados da primeira, refere-se a uma roda de conversa com especialistas. Cada uma destas etapas será detalhada a seguir. Etapa 1: Revisão integrativa da literatura Este tipo de revisão tem como objetivo resumir a literatura passada, empírica ou teórica, sobre determinado tema com o intuito de compreendê-lo melhor. Seu método compreende a sistematização, integração e análise de estudos já publicados para a construção de novos conhecimentos sobre a situação pesquisada. Assinala-se que a expressão “revisão integrativa” fundamenta-se na integração de opiniões, conceitos ou ideias oriundos das pesquisas utilizadas neste método.* Whitemore e Knalf (2005) pontuam que uma revisão integrativa, quando realizada adequadamente, apresenta o estado da arte da temática estudada e também colabora para a construção de teorias e hipóteses. Essa revisão trata de uma abordagem que permite a inclusão de estudos que adotem diversas metodologias, desde que a temática esteja alinhada com a pergunta que se deseja responder. Desse modo, tendo como horizonte a Revisão Integrativa da Literatura e a questão norteadora (“Quais são as implicações da utilização das tecnologias digitais de informação e comunicação no processo de formação de trabalhadores para a área da saúde?”), a pesquisa identificou como base para a realização da revisão, a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e os Anais do Seminário Fortec de 2018. Etapa 2: Roda de Conversa com especialistas A roda de conversa é uma metodologia utilizada para a troca de aprendizado e experiência, no processo de ensino e uma forma de coletar dados para que sejam utilizados em pesquisas científicas. São permitidos debates sobre o tema abordado, com o intuito de que as pessoas que estejam participando possam se expressar e estimular discussões, gerando aprendizagem e o saber ouvir o outro. Para que essa metodologia possa ser aplicada, existem vários tipos de abordagens que podem ser executadas durante o processo de desenvolvimento da mesma. A observação, interpretação e análise são as principais e as mais usadas, pois exigem a dedicação e atenção aos profissionais que estão responsáveis pela execução da roda de conversa com o público-alvo e o local / instituição escolhidos. As seleções do público e da instituição dependem do foco do projeto (NASCIMENTO; SILVA, 2009). Durante o processo da busca bibliográfica dos artigos que contribuem para o desenvolvimento desta pesquisa, identificou-se que há uma quantidade significativa de relatos de experiência e poucos textos teóricos sobre a relação TDIC, Saúde e Formação. Por esta razão, a metodologia roda de conversa foi escolhida como uma ferramenta para promover uma discussão com especialistas da área sobre o tema e a consequente problematização dos resultados que foram encontrados na revisão integrativa. Resultado: Os efeitos percebidos decorrentes da experiência ou resultados encontrados na pesquisa A revisão bibliográfica ocorreu por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) utilizando os seguintes descritores: educação à distância; comunicação em saúde; tecnologia da informação e tecnologias digitais. Foi criada uma categorização para realizar uma pré-análise ao selecioná-los, tais como nível de ensino; área/campo profissional e o tipo de mídia citado. Na primeira busca optou-se por "educação à distância" AND "tecnologia da informação" como os descritores, e obteve-se 58 textos. Após a leitura do resumo foram selecionados 20. Na segunda etapa com "educação à distância" AND "comunicação em saúde", identificou-se seis textos e após a análise, somente um seria adequado. Na última etapa da busca na BVS foi utilizado o descritor “educação AND “tecnologias digitais”, com 37 textos e sete foram escolhidos para colaborar na pesquisa. Utilizou-se também como fonte de referência os anais do IV Seminário ForTEC (Formação, Tecnologias, Educação à Distância e Currículo), no qual inicialmente identificou-se, através de leitura dos títulos, 26 textos, porém após o exame dos resumos apenas 13 seriam adequados a temática da pesquisa. Considerações finais: O processo de revisão encontra-se na etapa final de leitura na íntegra dos textos, selecionados no Portal BVS e dos Anais do Fortec, para a extração das informações pertinentes para a pesquisa. Esse processo está sendo feito por todos os pesquisadores envolvidos e, para isso, foi construído um instrumento de fichamento para orientar o processo de trabalho e facilitar a organização das informações. Após o fichamento de todos os textos selecionados, será feita a análise dos resultados orientando-se, sobretudo, pelos objetivos específicos da pesquisa. Quanto à roda de conversa, deverá ocorrer ainda no primeiro semestre de 2020, com a participação de, aproximadamente, dez profissionais, aqueles que estão mais próximos da temática estudada. A condução será realizada pelos pesquisadores envolvidos nesta pesquisa, tendo um roteiro como orientador. Cabe destacar o impacto das tecnologias de que estamos tratando nesta pesquisa como “tecnologias colaborativas”, uma vez que contribuem de maneira efetiva para a aprendizagem e trabalho coletivo. A ação dos profissionais de saúde, docentes, alunos, pode tornar as TDIC / TAC colaborativas, desde que seja essa a intenção, de atuar de forma interativa, na perspectiva de transformação. Não bastaria apenas obter a “informação”, mas criar conhecimento, articular-se e posicionar-se diante do mundo em que vivemos. * Botelho et al, 2011, p. 127 |
8726 | EDUCAÇÃO PERMANENTE NA CRIAÇÃO DE E-BOOK COMO TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL DOS TRABALHADORES DO CTI ONCOPEDIÁTRICO Elida Gabriela Serra Valença Abrantes, Geilsa Soraia Cavalcante Valente, Beatriz De Lima Bessa Ballesteros, Jéssica Nascimento Rezende, Vanessa Teles Luz Stephan Galvão, Gabryella Vencionex Barbosa Rodrigues, Elaine Antunes Cortez Antunes Cortez EDUCAÇÃO PERMANENTE NA CRIAÇÃO DE E-BOOK COMO TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL DOS TRABALHADORES DO CTI ONCOPEDIÁTRICOAutores: Elida Gabriela Serra Valença Abrantes, Geilsa Soraia Cavalcante Valente, Beatriz De Lima Bessa Ballesteros, Jéssica Nascimento Rezende, Vanessa Teles Luz Stephan Galvão, Gabryella Vencionex Barbosa Rodrigues, Elaine Antunes Cortez Antunes Cortez
Apresentação: A prevenção dos riscos psicossociais entre os trabalhadores de saúde tem sido alvo de pesquisas nacionais e internacionais. Neste sentido nos voltamos aos trabalhadores de terapia intensiva oncológica pediátrica, que lidam constantemente com situações-limite tornando-os alvo de vulnerabilidade ao esgotamento emocional. Em se tratando da assistência prestada a criança portadora de doença oncológica terminal no ambiente crítico, emergem sentimentos de intensa cobrança consigo e com os demais. Ainda que a morte faça parte do cotidiano dos profissionais de terapia intensiva, a mesma permanece incompreendida por se tratar de um processo antinatural quando se dá tão precocemente, sendo neste caso na infância. O câncer infantil é considerado a segunda principal causa de morte na infância, excedido apenas por causas externas como por exemplo as provenientes de acidentes e da violência. Com o advento das técnicas duras e sua evolução, a expectativa de vida acendeu tornando os centros de terapia intensiva importantes colaboradores na resolução de quadros agudos que nada mais são, em sua grande maioria, complicações advindas do tratamento com quimioterapias pesadas e radioterapias. Todavia é possível observar que 25% dos casos não respondem à terapia antineoplásica culminando no tratamento paliativo, que de forma crescente, tem sido conduzido no ambiente de terapia intensiva. A utilização das tecnologias presentes em terapia intensiva também tem sido reconhecida como auxiliador fundamental para o cuidado humanizado, visto que propicia uma precisa comunicação do estado geral do paciente crítico, levando a uma intervenção mais precisa ou até mesmo antecedendo possíveis intercorrências. Tal equipe possuidora de expertise para o tratamento de pacientes críticos e proveniente de uma formação culturalmente curativa, por vezes se vê diante do paliar como um novo princípio a ser preservado com empatia e até mesmo compaixão. Mediante o exposto, torna-se essencial a contribuição da educação permanente no que diz respeito a estratégias de promoção a qualidade de vida dos trabalhadores de terapia intensiva. Estratégias que orientem quanto a conscientização da necessidade de autocuidado e que guiem à alternativas comprovadamente bem sucedidas, mediante ao que vem sido difundido por meio de pesquisas. Tais estratégias são fundamentais à promoção da estabilidade emocional dos trabalhadores, personagens imprescindíveis para a qualidade de vida de crianças, na maioria das situações, portadoras de doença oncológica terminal. Objetivo: Identificar produções científicas na literatura, que visem a melhoria da qualidade de vida do trabalhador com alta demanda emocional, especificamente no ambiente de terapia intensiva oncopediátrica, assim como propostas de intervenções psicossociais bem fundamentadas no meio científico. Método de Estudo: Revisão integrativa realizada em agosto de 2019 através da busca por artigos originais e disponíveis, publicados nos últimos 5 anos e que tenham como inspiração de pesquisa a valorização da qualidade de vida de trabalhadores com alta demanda emocional e consequente um cuidado humanizado eficaz. A pesquisa online se deu no portal da BVS, nas bases de dados: LILACS, PubMed, MEDLINE e no portal CAPES na base de dados SCOPUS. Foram utilizados descritores em ciências da saúde (DeCs) padronizados, associados aos operadores booleanos “AND” e “OR”. Resultado: Decorrida a seleção e análise do material obtido, a amostra resultou em 13 publicações que correspondiam à aplicabilidade dos critérios de inclusão e exclusão. Dentre os artigos selecionados e analisados, um discorre a respeito do risco ocupacional sofrido especificamente na atuação em terapia intensiva, dois outros artigos internacionais apresentam propostas de promoção a saúde de trabalhadores em cuidados paliativos com intervenções objetivando a manutenção do autocuidado e a resiliência. As demais produções relatam a presença de sentimentos característicos do risco de stress traumático secundário, Burnout e Fadiga da Compaixão, sendo um desses a análise da obra “Fadiga da Compaixão- O Sofrimento dos Profissionais de Saúde”. É importante ressaltar que dentre as inúmeras estratégias de promoção a espiritualidade, a resiliência, técnicas de apoio coletivo e a satisfação por compaixão tem levado a um bom resultado de conscientização e suporte para a vida profissional e pessoal dos participantes. De uma forma geral, não foi possível identificar produções científicas que articulem o tema terapia intensiva e oncologia pediátrica. Ainda é pouco o que se pode encontrar no que diz respeito a planejamentos preventivos e alternativos de autocuidado, resiliência, força e qualidade de vida aos profissionais de terapia intensiva. Outro ponto significativo refere-se ao pouco conhecimento dos conceitos de Fadiga por Compaixão e Satisfação por Compaixão. É importante trazer à consciência dos que atuam com o cuidar, conceitos como o de Empatia e Compaixão com a devida clareza, expondo suas diferenças que implicam diretamente na promoção da estabilidade emocional. Enquanto empatia aponta para a capacidade de se colocar no lugar do outro, a compaixão fala de atitude e desta forma vai além, sendo um segundo passo, uma iniciativa daqueles que possuem como característica o ser altruísta, observado entre os profissionais de saúde. Tais pontos nos remete a lacuna de conhecimento. Entendemos como essencial a contribuição da educação permanente como auxiliadora na promoção da saúde mental do trabalhador, pela conscientização e orientação o que nos remeterá ao cuidado humanizado de qualidade. Considerações finais: Evidencia-se o fato de que o tempo prolongado na assistência aos que estão em sofrimento gera sentimentos como culpa, impotência, reponsabilidade, fracasso, entre outros. Torna-se ainda maior o risco de adoecimento psicossocial, como consequência da sobreposisão de tais sentimentos quando falamos do cuidado ao paciente de grave de alta complexidade e tenra idade. Cabe salientar outros fatores estressantes característicos do setor, como a tomada de decisão em momentos críticos, abundância de alta tecnologia inspiradas pela visão curativa e não paliativa e a peculiaridade da necessidade de uma comunicação empática, já que o sujeito do cuidado corresponde a um binômio de acordo com o direito de acompanhamento permanente no ambiente de terapia intensiva, garantido por lei. O impacto gerado pelo processamento de emoções experêciadas no cotidiano laboral, reflete no cuidado e na vida pessoal. Há dificuldade em encontrar na literatura a educação permanente como ferramenta de apoio a temática pesquisada. Aprimorar a capacite do trabalahdor em lidar com situações de sofrimento de alto impacto emocional com equanimidade e compaixão, pode e deve ser um dos objetivos da Educação Permanente considerando-a como ideal na busca de estratégias que proporcionem qualidade de vida aos trabalhados, atendendo as necessidades de um ambiente propício a todos os envolvidos. |
10881 | EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA – E-BOOK COM RELATO DE EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS EM AMBULATÓRIO DE CARDIOLOGIA José Eduardo da Costa Gircys, Marcos Paulo Fonseca Corvino EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA – E-BOOK COM RELATO DE EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS EM AMBULATÓRIO DE CARDIOLOGIAAutores: José Eduardo da Costa Gircys, Marcos Paulo Fonseca Corvino
Apresentação: Os centros de especialidades, não somente médicas, são apontadas como fundamentais na retaguarda à Atenção Primária, e desempenham importante papel em Redes Regionalizadas de Saúde, não só no Brasil, sendo representado pela Atenção Secundária. Sustenta-se que um eficaz sistema de saúde, no caso, municipal, pressupõe uma força de trabalho qualificada e motivada, que traz em seu bojo, êxitos, mas também dificuldades, conflitos, cujo enfrentamento, a Educação Permanente se propõe, através da prática interdisciplinar em equipe. A proposta deste projeto é desenvolver prática da Educação Permanente mediante vivências em ambulatório de unidade de referência de um município da região serrana do Estado do Rio de Janeiro, e incentivar a atuação conjunta de estudantes da área de saúde, mediante parceria com uma instituição de ensino superior local. O olhar integrado à saúde, permitirá a este estudante uma formação diferenciada; humanizada; crítica, e reflexiva na abordagem ao paciente do SUS, estando em acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos na área de saúde. A obtenção de uma prática integrada de troca de experiências, discussões do processo de trabalho, com necessário “feedback” do que é discutido pelos gestores e profissionais, visa reduzir possíveis atritos existentes no cenário prático, aumenta o grau de satisfação no trabalho cotidiano, e gera maior comprometimento no ambiente de atuação. A partir desta mudança de comportamento e posicionamento em equipe, amplia-se a possibilidade da obtenção ao acesso adequado ao usuário do SUS na atenção secundária, atualmente limitado, com restrições, consequente a falhas na comunicação entre os profissionais da saúde. Busca-se enfrentar a crônica dificuldade de integração das equipes multiprofissionais no processo de trabalho; Atualmente, verifica-se em diversas Unidades de Saúde nesse município, a inadequação da acessibilidade do usuário do SUS, aos serviços prestados na Atenção Secundária, decorrente de alguns aspectos: Falta de integração entre as diferentes áreas multiprofissionais, gerando insatisfação do usuário destes serviços; Demanda aumentada de pacientes necessitando acompanhamento ambulatorial especializado; Dificuldade administrativa de gerir e apurar as demandas reprimidas em cada polo de saúde, o que dificulta o “feedback”, principalmente ao usuário, ocasionando um sentimento por parte deste, de descaso das autoridades frente aos problemas de saúde do município. O objetivo principal deste estudo é despertar a reflexão e auto-percepção do profissional da saúde da Unidade Secundária de um município de médio porte sócio-demográfico, visando a abordagem multiprofissional, com um consequente desenvolvimento interprofissional. Busca-se adequar a acessibilidade/flexibilidade ao usuário do SUS com “olhar cuidador” integral à saúde; e ainda inserir estudantes da área de saúde no cenário vivo do trabalho cotidiano do SUS. Entendendo o conceito de Implicação, como sendo a relação estabelecida entre indivíduos e sua Instituição, despertou-me a necessidade de desenvolver em meu cenário prático cotidiano de trabalho, discussão e reflexão sobre o processo de trabalho. Desenvolvimento: Para breve contextualização temática procedeu-se a levantamento bibliográfico na kiteratura nacional. Os descritores utilizados nesta pesquisa foram: Educação Permanente; Atenção Secundária; Referência e Contra-referência; Multiprofissionalidade e Interprofissionalidade. Foram selecionados 14 artigos de 2008 a 2019 na base de dados Scielo, como estratégia para reflexão do processo de trabalho, e suas implicações para a saúde coletiva. O critério de inclusão será primeiramente a aceitação quanto a participação da pesquisa, sendo distribuído e aplicado formulário reflexivo e auto perceptivo da atuação do processo de trabalho a todos os 50 funcionários ativos na Unidade de Saúde, sendo atribuído como critério de exclusão, os funcionários licenciados. Será proposto como ferramenta da avaliação de pesquisa qualitativa, a prática de pesquisa sócio-clínica de Análise Institucional e interventora da Implicação, tendo como referencial teórico: Gilles Monceau e René Barbier. Resultado: Este projeto visa experenciar a prática da Educação Permanente no ambulatório de cardiologia, no qual atuo como especialista na Atenção Secundária, partindo da aplicação de formulário reflexivo e auto-perceptivo sobre o processo de trabalho a todos os funcionários envolvidos neste cenário prático, sendo proporcionado capacitação teórico-prática sobre o tema; reuniões quinzenais, objetivando contextualizar as situações-problema, sendo extensivo a participação às reuniões do processo de trabalho, os demais especialistas da Unidade, assim como o representante da gestão do município. A inserção de estudantes da área de saúde na Atenção Secundária, atende as demandas relacionada as Diretrizes Curriculares Nacionais, visando fundamentalmente a formação crítico-reflexivo, e humanizada do profissional da saúde, sendo incentivado neste projeto de pesquisa. Considerações finais: A fundamentação deste projeto, foi baseada na concepção Freiriana da Problematização como proposta de transformação do cenário prático do trabalho. Utilizar a Teoria da Dialogicidade de Paulo Freire, no qual estabelece na relação do diálogo, o fundamento necessário para o processo de crescimento e transformação em uma sociedade, essência da educação como prática de liberdade. Etapas da estratégia de intervenção: Este projeto deverá ser executado em um prazo máximo de 12 meses, obedecendo o cronograma estabelecido nas etapas de intervenção. 1ª –Participar à Secretaria de Saúde o projeto de pesquisa e o objetivo a ser alcançado (1 mês); 2ª - Distribuir e aplicar questionário reflexivo e de auto-percepção de atuação do processo de trabalho, após aprovação no CEP, visando identificar as fragilidades, entraves, temáticas para discussão que estejam impactadas no cenário atual, e ao mesmo tempo, avaliar a aceitação desta proposta de trabalho pelo grupo (1 mês); As perguntas deste questionário compõem os questionamentos a seguir: 1- O que você acha da sua maneira atual de condução de seu trabalho?; 2- O que você faria de diferente para tornar seu trabalho mais gratificante? 3- Qual a sua proposta de mudança para um trabalho onde haja maior integração?; 4-Você gostaria de participar de reuniões periódicas para discussão do processo de trabalho? 3ª – Capacitar os funcionários de saúde do Posto sobre o tema Educação permanente, sendo convidados os demais especialistas que atuam na Unidade, e gestores do município (2 meses); 4ª- Programar reuniões quinzenais, fornecendo ao grupo, feedback efetivo do que foi discutido, acordado, e deliberado pelo órgão municipal para resolutividade das questões apresentadas, visando resolutividade nas demandas apresentadas na Educação Permanente (6 meses); e 5ª- Inserir estudantes de cursos das áreas de saúde de nível superior da região serrana, mediante parceria, visando integrar e acompanhar as atividades à nível ambulatorial de assistência secundária, participando do cenário ensino-prático no mundo real, propiciando-os também integrar-se às reuniões de Educação Permanente realizadas nas Unidades de Saúde do município (2 meses). |
6668 | PROPOSTA DE UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM SOBRE CUIDADOS COM RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR EM ADULTOS Alessandra Carla Ferreira, Ana Paula Lobato da silva, Ana Paula Lobato da silva, Ellen caroline Alves, Ellen caroline Alves, Iasmim Silva Dias, Iasmim Silva Dias, Samir Felipe Barros Amoras, Samir Felipe Barros Amoras, Maicon de Araújo Nogueira, Maicon de Araújo Nogueira, Otavio Noura Teixeira, Otavio Noura Teixeira, Antonia Margareth Moita Sá, Antonia Margareth Moita Sá PROPOSTA DE UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM SOBRE CUIDADOS COM RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR EM ADULTOSAutores: Alessandra Carla Ferreira, Ana Paula Lobato da silva, Ana Paula Lobato da silva, Ellen caroline Alves, Ellen caroline Alves, Iasmim Silva Dias, Iasmim Silva Dias, Samir Felipe Barros Amoras, Samir Felipe Barros Amoras, Maicon de Araújo Nogueira, Maicon de Araújo Nogueira, Otavio Noura Teixeira, Otavio Noura Teixeira, Antonia Margareth Moita Sá, Antonia Margareth Moita Sá
Apresentação: Apesar dos avanços significativos no atendimento às vítimas de parada cardiorrespiratória (CA), ainda há considerável variabilidade nas taxas de sobrevida que não pode ser atribuída exclusivamente às características do paciente. Para aumentar as chances de sobrevivência das vítimas de AC, permitindo que esses indivíduos recebam atendimento de alta qualidade, o treinamento em Reanimação Cardiopulmonar (RCP) deve usar princípios educacionais apoiados por pesquisas que transformam o conhecimento científico em prática (AHA, 2015). Relata-se que profissionais e acadêmicos da área da saúde não possuem conhecimento científico satisfatório, tanto teórico quanto prático, em relação à CA / RCP. Essa falta de conhecimento, em parte, é uma consequência da graduação, na qual as abordagens desse tema, quando ocorridas, são poucas e superficiais, insuficientes para proporcionar a sólida aquisição de conhecimento para a ação diante de uma vítima de CA. (Nogueira et al., 2017a). Dessa forma, acredita-se que a formação de profissionais capazes de operar situações de AC frontal seja uma atitude primordial para melhorar a qualidade da assistência, aumentando as chances de sobrevivência dos pacientes (Nogueira et al., 2017b; Silva et al., 2015). Para isso, existem estratégias de Tecnologias da Informação e Comunicação Digitais (DICT) que possibilitam alguma inovação no processo educacional, articulação entre teoria, prática e pesquisa. Essas tecnologias podem ser aplicadas desde o início do ensino do aluno até a inserção na profissão, bem como no contínuo desenvolvimento profissional, determinando uma nova prática pedagógica (Gonçalves et al., 2010). Alguns estudos demonstraram que a aplicação de recursos tecnológicos, como Moodle, aplicativos, redes sociais, fóruns e Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), proporciona a aquisição de informações e habilidades cognitivas para a realização dos procedimentos de Enfermagem, aumentando a segurança e a autoconfiança sobre a atuação. Considerando o exposto, pretendeu-se desenvolver uma proposta educacional sobre assistência de AC em adultos, aplicada em um AVA, que estará disponível para instituições de ensino superior públicas e privadas e para toda a sociedade. Esse tema foi escolhido considerando a escassez de material didático sobre o assunto nessa perspectiva e a necessidade de formação de enfermeiros, por meio de conhecimentos, segurança, habilidades e habilidades específicas, para atuar em situações de emergência que ofereçam risco à vida. Acredita-se que, através do AVA, é possível adicionar significado à prática diária dos enfermeiros de graduação, estimular a autonomia, como promover a atualização profissional. Objetivo: Devido à existência de inúmeras possibilidades e potencialidades de diferentes recursos tecnológicos, o planejamento e a análise de novas maneiras de ensinar e aprender são importantes, desde o estabelecimento de objetivos educacionais claros e as habilidades e competências nas esferas cognitiva, psicomotora e atitudinal, adequadas ao uso do computador aos objetivos propostos para o ensino. Portanto, o objetivo deste estudo foi desenvolver uma proposta educacional virtual interativa sobre ressuscitação cardiopulmonar em adultos. Método: Trata-se de uma pesquisa aplicada, que levou ao desenvolvimento de um produto tecnológico - a elaboração de uma proposta educacional aplicada ao Ambiente Virtual de Aprendizagem. Em seguida, ocorreram as fases cíclicas de concepção e planejamento, desenvolvimento e implementação, de acordo com os procedimentos e evidências relatados em estudos anteriores. Este estudo é parte da dissertação “Ensino de Suporte Básico de Vida a Alunos do Curso de Graduação em Enfermagem”, vinculado ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu, Mestrado Profissional em Saúde no Ensino da Amazônia, da Universidade do Pará (UEPA). O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Curso de Graduação em Enfermagem da UEPA, Certificado de apresentação: para Apreciação Ética: 62000616.2.0000.5170, com número de aprovação 1.897.505, em 25/01/2017. Resultado: O Ambiente Virtual de Aprendizagem foi denominado “Treinamento em Suporte Básico de Vida (SBV)” e possui sete módulos: “Aspectos Históricos”, “Suporte Básico de Vida”, “Epidemiologia”, “Conceitos”, “Anatomia e Fisiologia”, “Algoritmos”, "Simulação e perguntas". As ilustrações, formatação e layout foram construídas integrando as duas tecnologias de programação de linguagem: Home Page pessoal e Java Script. Os resultados da avaliação, feita pelos acadêmicos, sobre o uso do AVA apontaram que foram criadas oportunidades de auto aprendizado e que os recursos disponíveis no ambiente foram úteis para apoiar o aprendizado. É necessário compreender e incorporar o Ambiente Virtual de Aprendizagem como uma ferramenta educacional eficiente e conhecer esse conhecimento como uma estratégia para adicionar novas experiências e valores à prática dos professores. Considerações finais: Fazer parte da construção de um Ambiente Virtual de Aprendizagem, organizar, planejar e propor atividades, abre novas possibilidades de crescimento profissional. De outro modo, apresenta desafios ao desenvolvimento de expressões de pensamento e habilidades escritas e à inserção de novas tecnologias no ensino de Enfermagem, incitando novas experiências de busca a essa modalidade de ensino. Em referência ao ensino e à pesquisa, surge deste estudo uma tecnologia educacional válida, baseada no consenso internacional de Ciência da Reanimação da AHA 2015, inovadora e pronta para ser utilizada. A expectativa, nesse escopo, é que o AVA - “Treinamento em Suporte Básico de Vida (SBV)” desperte gestores, professores e alunos do ensino superior para um olhar mais rigoroso sobre a importância da inclusão do SBV nos componentes curriculares dos Cursos de Graduação em Enfermagem - de maneira mais consistente, preocupando-se com a realidade epidemiológica atual, em uma perspectiva metodológica inovadora. Considera-se que, no atual contexto educacional, há uma demanda de profissionais formadores de opinião. Dessa forma, emergem necessidades de novas práticas de ensino-aprendizagem, através do uso de recursos didáticos e tecnológicos, estimulando e favorecendo a melhoria e a formação dos enfermeiros, possibilitando ainda o aprendizado autônomo. Nessa perspectiva, evidenciou a necessidade de compreender e incorporar o ambiente virtual de aprendizagem como um dispositivo educacional eficiente e de conhecer esse conhecimento como estratégia para adicionar novas experiências e valores à prática do professor. Acredita-se que o presente artigo possa contribuir com a inovação do ensino de enfermagem, a partir da proposta educacional virtual sobre uma questão de grande relevância acadêmica, científica e social. |
5693 | AS CONTRIBUIÇÕES DA MONITORIA NA FORMAÇÃO DE ACADÊMICOS EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DE SANTARÉM (PA)RÁ Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Ana Eliza Ferreira Pinto, Greice Nivea Viana dos Santos AS CONTRIBUIÇÕES DA MONITORIA NA FORMAÇÃO DE ACADÊMICOS EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DE SANTARÉM (PA)RÁAutores: Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Ana Eliza Ferreira Pinto, Greice Nivea Viana dos Santos
Apresentação: A monitoria acadêmica compreende os três pilares essenciais do ensino superior: ensino, pesquisa e extensão, e por isso torna-se fundamental no processo de ensino-aprendizagem, pois auxilia tanto na orientação e no aperfeiçoamento dos conhecimentos dos demais discentes, como também contribui para o desenvolvimento do pensamento crítico e na preparação do monitor para a docência. Além disso, favorece um elo entre os estudantes, pelo fato do aluno-monitor já ter vivenciado determinada disciplina e concomitante a isso, ajudar os demais a superar as dificuldades. Dessa forma, esse tem como objetivo conhecer as contribuições da monitoria da disciplina Enfermagem em Centro Cirúrgico no processo de ensino-aprendizagem dos acadêmicos de Enfermagem. Desenvolvimento: Estudo descritivo, com abordagem quantitativa, desenvolvido a partir da Monitoria da disciplina Enfermagem em Centro Cirúrgico, que ocorreu no período de fevereiro a junho de 2019, tendo a carga horária de 60 h/mensais. A monitoria foi totalmente de caráter voluntário e era constituído por duas monitoras. As metodologias utilizadas foram tanto a tradicional, ou seja, acompanhar as atividades em sala de aula e laboratório e sanar as dúvidas sobre os diversos conteúdos; como também a participativa, na qual foram utilizados recursos didáticos, tais como os casos clínicos e gincanas. As atividades eram realizadas conciliando os horários de todos, não interferindo nas aulas da grade curricular. A turma monitorada era do quinto semestre, composta por 24 alunos sendo a maioria do sexo feminino com a faixa etária variando de 18 a 33 anos. Ao final, foi aplicado um questionário com o intuito de avaliar a importância da Monitoria nessa disciplina específica, com as seguintes perguntas: “Você considera importante haver monitoria nessa disciplina específica?”, “A monitoria contribuiu para a sua aprendizagem?”, “Qual tipo de metodologia ajudou você a aprender melhor os conteúdos?” e “Quais são as suas sugestões de melhorias para as atividades de monitoria?”. Resultado: Verificou-se, que todos (100%) reconheceram a importância da monitoria e ressaltaram que contribuiu de maneira considerável para o ensino-aprendizado, isso porque, auxilia no aprimoramento de conteúdos teóricos, práticos e nas atividades avaliativas, o que gera benefícios não somente aos alunos, mas também aos professores e ao próprio aluno monitor. Notou-se também, que durante as atividades, foram utilizadas as metodologias tradicional e participativa, porém, as monitoras perceberam que houve melhor aproveitamento com a participativa, o que refletiu no ótimo desempenho dos alunos na avaliação final e estágio hospitalar da disciplina. Além disso, quando perguntados, 94% disseram preferir a Metodologia Participativa e 6% a Tradicional, reafirmando que apesar da ascensão de novos métodos pedagógicos, a metodologia tradicional ainda ocupa um lugar de destaque nos modelos de ensino do Brasil. Quanto às sugestões, nenhuma estava relacionada às atividades desenvolvidas na monitoria, no entanto, ressaltaram-se, algumas fragilidades, dentre elas: a falta de instrumentais cirúrgicos na universidade, bem como, materiais para a paramentação e inexistência de insumos adequados para as práticas nos laboratórios, principalmente de pias apropriadas para escovação cirúrgica, refletindo assim, algumas das dificuldades enfrentadas pelas universidades públicas no país. Considerações finais: Portanto, a monitoria é essencial para o aperfeiçoamento dos conteúdos contidos na grade curricular em especial na disciplina de Enfermagem em Centro Cirúrgico, demonstrando que apesar das dificuldades encontradas os acadêmicos conseguiram desenvolver habilidades, e consequentemente apresentarem desempenhos excelentes, que irão refletir em suas práticas futuras enquanto profissionais. |
7683 | CONSTRUÇÃO DE APLICATIVOS PARA DISPOSITIVO MÓVEL: EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL Ângelo Antônio Paulino Martins Zanetti, Cassiana M. B. Fontes, Ana Silva S. B. S. Ferreira, Janaína C. Celestino Santos, Flávia Mendes de Sá CONSTRUÇÃO DE APLICATIVOS PARA DISPOSITIVO MÓVEL: EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO ACIDENTE VASCULAR CEREBRALAutores: Ângelo Antônio Paulino Martins Zanetti, Cassiana M. B. Fontes, Ana Silva S. B. S. Ferreira, Janaína C. Celestino Santos, Flávia Mendes de Sá
Apresentação: No Brasil a utilização de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) pela população vem aumentando nas últimas décadas, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo esse órgão os avanços da TIC vem se conformando no mundo diferentemente devido aos diversificados níveis de educação, desenvolvimento político e social e de conhecimento das sociedades. O acesso às informações devem ser considerados para subsidiar e estimular o planejamento e o avanço do país nas políticas públicas. O IBGE demonstra que a partir de 2013, mais da metade dos domicílios passaram a acessar internet por meio de tablets e telefone celular móvel. Em 2015 identificou-se que 39,3milhões de domicílios, 63,9% na área urbana e 21,2% na área rural possuíam acesso a internet. Porém esse acesso pelo telefone celular móvel e tablet vem aumentando nas grandes regiões, como o Norte do Brasil. O uso de dispositivos como o telefone celular móvel é uma realidade estabelecida na sociedade atual. Além da função de comunicação, é intensa e frequente a busca de informações por meio de vídeos, livros eletrônicos, acesso a mapas, navegação em redes sociais. Aliado a versatilidade do aparelho móvel, à colaboração e à interatividade das ferramentas da web 2.0, surgiram os aplicativos (apps) desenvolvidos especialmente para esses aparelhos. Atualmente discute-se por educadores e pedagogos a utilização de dispositivos móveis como ferramentas na área de Educação como conceito de Aprendizagem Móvel. Essa discussão objetiva ampliar, modernizar, dinamizar, ampliar e enriquecer as experiências pedagógicas de todos os envolvidos. A criação de aplicativos para dispositivos móveis são alternativas que podem colaborar com os profissionais da saúde para promover assistência de qualidade e com segurança, independente do local do cuidado. Na área da saúde, a Linha de Cuidados do Acidente Vascular Cerebral (AVC) foi instituída pela Portaria do Ministério da Saúde/GM nº 665, de 12 de abril de 2012 e integrou a Rede de Atenção às Urgências e Emergências, com intuito de atender necessidades específicas e o contexto sóciodemográfico, além de apresentar-se como Política Pública do grande desafio do Sistema Único de Saúde (SUS) devido ao aumento da expectativa de vida, o envelhecimento populacional e dos fatores de risco para o acidente vascular cerebral. Destacam-se as articulações entre todos os níveis de assistência, desde a Rede Básica, SAMU-192, Unidades de Urgência e Emergência, Unidades Hospitalares de Referência, para o atendimento do paciente com acidente vascular cerebral, para garantir cuidado seguro e especializado na otimização do tempo de atendimento para minimizar os efeitos deletérios do acometimento cerebral em questão. Dessa maneira é imprescindível que os profissionais de saúde conheçam todos os aspectos relacionados à assistência e que possam, em tempo real, acessar dispositivos móveis com conteúdos inerentes. Assim o estudo tem como finalidade elaborar aplicativos para dispositivos móveis com conteúdo sobre os principais cuidados a pacientes acometidos por acidente vascular cerebral. Objetivo: construir dois aplicativos para dispositivo móvel celular e/ou tablet a serem utilizados por enfermeiros e profissionais de saúde que cuidam de pessoas com acidente vascular cerebral; e para cuidadores de familiares acometidos por acidente vascular cerebral. Método: Estudo de desenvolvimento tecnológico de aplicativos para dispositivos móvel celular e/ou tablet; a equipe de pesquisa é composta por uma equipe multiprofissional da área da saúde e da tecnologia de informação. Os aplicativos móveis foram construídos de acordo com as seguintes etapas: 1-Análise de necessidades e desenvolvimento de metas e objetivos; 2- Determinação de necessidade e desenvolvimento de metas e objetivos; 3- Avaliação de outros aplicativos preexistentes; 4- Garantia de compromissos de todos os participantes e identificação de potenciais barreiras à implementação; 5- Desenvolvimento de conteúdo em estreita coordenação com o design do site; 6- Planejamento de incentivo de uso de aplicativo. Os conteúdos inseridos fundamentam-se em evidências científicas de resultados de duas pesquisas realizadas, à nível de mestrado e doutorado, na mesma instituição de ensino. Os resultados advindos de uma pesquisa qualitativa desenvolvida à nível de mestrado, contribuíram para compreender a percepção de enfermeiros que efetuam a regulação de vagas do acidente vascular cerebral de um hospital público, de ensino e referência no interior do Estado de São Paulo. Assim o conteúdo do aplicativo 1 possui essas evidências em seu conteúdo. Os resultados de pesquisa qualitativa e quantitativa de doutoramento, que identificou e investigou a experiência de cuidadores formais e informais de pacientes acometidos pelo acidente vascular cerebral, contribuíram para os conteúdos utilizados na elaboração do aplicativos 2. Os aplicativos foram desenvolvidos no software online fábrica de aplicativos, disponível em [http://www.fabricadeaplicativos.com.br] e poderão ser disponibilizados para dispositivos Android e IOS. Resultado: Os aplicativos 1 e 2 possuem, respectivamente, os seguintes conteúdos: Aplicativo 1- conhecimento, experiência da organização e sistematização da regulação de vagas do acidente vascular cerebral pelo enfermeiro em interface com a Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo (CROSS); sistematização da atividade reguladora e o relacionamento com outros serviços da rede cuidado do acidente vascular cerebral. Aplicativo 2- sinais e sintomas do acidente vascular cerebral, como reconhecer?; o que fazer?; para onde ir?; quais os aspectos socioeconômicos que podem afetar o cuidado em casa; como cuidar do paciente no domicílio?; quais os apoios da rede de cuidado ao paciente e familiares; como se configura a dependência do paciente em relação aos cuidados a serem dispensados pelos cuidadores formal ou informal. Considerações finais: Acredita-se que a utilização em dispositivos móveis, como tablets e telefone celular móvel, dos conteúdos elaborados nos aplicativos possam contribuir para otimizar, dinamizar e auxiliar o cuidado profissional ao paciente acometido pelo acidente vascular cerebral, assim como oferecer apoio com informações rápidas e objetivas aos familiares e cuidadores de pacientes com AVC, sejam eles formais ou informais. A minimização das consequências e sequelas cerebrais são importantes porque “Tempo é Cérebro”. Ademais os aplicativos podem ser usados pelo público em geral com dispositivo móvel à mão, em qualquer lugar do mundo, podendo auxiliar de forma ágil a busca por informações sobre acidente vascular cerebral. Os conteúdos inseridos provêm de evidências científicas de resultados de estudos primários com população específica, o que determina a qualidade das informações. |
7672 | ESTRATÉGIA DE FORMAÇÃO PARA AS PESQUISAS NAS MÍDIAS: NOVOS OLHARES PARA VELHOS PROBLEMAS? Virgínia de Menezes Portes, João Batista de Oliveira Junior ESTRATÉGIA DE FORMAÇÃO PARA AS PESQUISAS NAS MÍDIAS: NOVOS OLHARES PARA VELHOS PROBLEMAS?Autores: Virgínia de Menezes Portes, João Batista de Oliveira Junior
Apresentação: Este resumo trata da experiência de dois discentes da pós-graduação ao cursar uma disciplina de Análise do Discurso em mídias sociais em uma universidade na região sul do país. A disciplina, ofertada ao mestrado e doutorado, teve como objetivo fomentar discussões teóricas sobre os discursos digitais, a fim de instrumentalizar para a prática da pesquisa em Ciências Humanas e Sociais que utilizam o meio digital. Com abordagem dialógica e criativa, o grupo foi constituído de maneira multiprofissional - com a presença de diversos cursos de pós-graduação – e interdisciplinar, a partir dos diversos temas pesquisados pelos participantes. Desenvolvimento: A experiência ocorreu por meio de aulas presenciais expositivo-dialogadas, leituras, seminários, filmes, documentários, discussão e apresentação de texto, os quais abordavam as técnicas científicas utilizadas para as pesquisas nas mídias, apresentando-se como um espaço a ser construído coletivamente, tanto em sua abordagem teórica, quanto metodológica. Isso se deve ao fato da temática ser inovadora enquanto fértil campo de pesquisa, sobretudo, em relação à temas complexos que envolvem atravessamentos culturais, sociais e políticos, como é o caso das temáticas de identidade de gênero, sexo, sexualidade, aborto, movimentos feministas, relações étnico-raciais, movimento LGBT, homofobia, racismo, machismo, xenofobia e tantos outros temas emergentes para a pesquisa qualitativa nas áreas das ciências humanas, da saúde e sociais. Resultado: Os efeitos percebidos decorrentes da experiência ou resultados encontrados na pesquisa: A experiência permitiu aos discentes o aprofundamento teórico-metodológico acerca do desenvolvimento da pesquisa, permitindo assim, a aprendizagem sobre aspectos como: Conceito de mídia: Identificado como conceito conhecido pela maior parte dos indivíduos, sobretudo, tendo neste momento, relevância na forma como a sociedade se organiza e se relaciona. De forma geral, sabemos o que é mídia, quais os meios de funcionamento, quais são melhores para um determinado objetivo e, principalmente, quais são suas normativas e valores na utilização. Lançando mão da arte de investigação incentivada nesta disciplina, deparamo-nos com o convite de refletir sobre a mídia. Descobrimos, logo no início, que mídia vai além do uso de tecnologias para informação e publicização. Aliás, vem antes. Antecede à tecnologia. Como esquecer os jornais, as cartas, as malas-diretas, o rádio, o cinema e tantos outros meios de comunicação? Realmente, somos todas mulheres e homens situados e limitados aos olhares do nosso tempo e espaço. Método e conteúdo: criatividade na pesquisa em mídias: Tão relevante quanto pensar como se faz, está o que se faz e sob quais olhares se investiga isso e não aquilo. Temas como violências de gênero, diversidade sexual, sexo, drogas, aborto, fragmentação social e política, luta por representação, movimentos sociais, movimentos conservadores e tantos outros fazem parte do cotidiano da universidade, convidando cada vez mais as áreas das ciências humanas, sociais, saúde e até mesmo as exatas, debruçarem-se e tornarem os objetos de suas pesquisas. Assim, as mídias representam um campo fértil para o desenvolvimento de investigações, sobretudo no que se refere aos os temas acima citados, uma vez que não se tratam de novas problemáticas em nossa sociedade, mas pelo contrário, antigas questões, as quais apresentam complexidade e inúmeras relações de poder. Utilizando a cartografia digital, netnografia, análise de conteúdo digital, análise do discurso e análise crítica do discurso digital é possível investigar o poder da mídia em desencadear fenômenos sociais e legitimar ou modificar estereótipos. Que valores e pressupostos estão contidos nestes materiais? Quais são os significados e reflexos na vida dos que o assistem e acessam? Estes métodos de coleta e análise de dados nos ofertam a capacidade de revelar os espaços sociais, possibilitando compreensão do grupo social ou do conteúdo investigado, mantendo a refletividade crítica. Desta forma, acreditamos que investigar por meio da mídia requer novos olhares para velhos – e também novos – problemas. Método e conteúdo precisam andar de mãos dadas de forma criativa, crítica e inovadora, almejando dar visibilidade à complexidade existente nos diversos cenários das pesquisas. Questões éticas: Necessitamos olhar atentamente para as questões éticas na pesquisa nas mídias. Deter-se à análise crítica quanto ao método e conteúdo sob a égide moral e ética, isso quer dizer que valores como a privacidade, liberdade de expressão, vigilância em massa, distribuição dos direitos autorais entre outros precisam ser garantidos na pesquisa. Nos foi permitido reconhecer a necessidade de transcender às visões absolutas sobre as tecnologias de comunicação, tentando assim reduzir as dicotomias como “tecnologias boas versus tecnologias más”. O pluralismo ético aparece como um caminho potente possível para pensarmos nossas pesquisas entre o absoluto e o relativo, com ênfase na consideração dos valores e cultura, os quais são aplicados e entendidos de diversos modos de acordo com o cenário em que se pesquisa. São tempos cruciais - ousaria até afirmar que são vitais - para pensarmos na tríade mídia-pesquisa-ética. Em épocas de fake news, é evidente o poder da mídia em contribuir para eleições de governos de extrema direita com valores conservadores, misóginos, xenofóbicos e classistas. Estamos sofrendo as devastas consequências mundiais, sobretudo no contexto brasileiro. A ética nos convida a pensar criticamente os valores morais, ou seja, ter um comportamento ético requer problematizar, colocar em xeque os atos morais que vigoram em nossa sociedade. Nesta perspectiva, pensemos: qual o papel da mídia para uma ética de cidadania e democracia de um país? Qual a importância da mídia acerca da identidade/representação social? A identidade/representação social é formada pela mídia ou é formadora da mesma? Novas estratégias/ferramentas de encontros e pesquisas: A partir das discussões e reflexões vivenciadas na disciplina, conseguimos perceber o quão importante o universo da mídia se mostra na temática de gênero e diversidade sexual (campo de estudos dos autores), por se caracterizar como um espaço que possibilita um maior acesso a informação e comunicação. Além disso, possibilita encontros, trocas de experiências, reconhecimento (quando pensamos em algumas identidades como pessoas assexuais, pansexuais, transexuais entre outras), de pessoas que por conta de uma sociedade machista, heteronormativa, embranquecida, sexualizada - entre várias outras formas de normatividade – ficassem inviabilizadas e sofressem diversas formas de violências. Um exemplo disso, é o movimento de pessoas intersexuais, que conseguiram se fortalecer e reivindicar diversos direitos a partir das mídias. Além de toda essa potencialidade, esses espaços formam um campo muito fértil para que pesquisadoras e pesquisadores consigam aproximar-se destes contextos para lançar novos olhares e reflexões a fim de produzir novos conhecimentos, novas práticas, outras formas de resistência e de flexibilização de olhares, em uma sociedade conservadora e fechada com relação às diversidades. Considerações finais: Mas de fato o que as pesquisas nas mídias contribuem para novos olhares para velhos problemas? Pensamos que uma possibilidade é centrar-se na potência do pluralismo ético para desenvolver um conjunto de virtudes que são fundamentais para a nossa busca por uma sociedade digna, plural e justa. Auxilia-nos manter no centro da discussão um conjunto de virtudes compartilhadas e de normas – constantemente reelaboradas - derivadas que podem constituir uma ética de mídia e da pesquisa global, insistindo simultaneamente no respeito e na preservação da diversidade cultural, onde todas as vidas e expressões identitárias sejam passíveis de serem seguramente vividas. |
11754 | A FORMAÇÃO PERMANENTE PARA O EXERCÍCIO DA DOCÊNCIA EM EAD: UMA EXPERIÊNCIA DE EDUCADORES-FORMADORES DA ENSP/FIOCRUZ Diogo Cesar Nunes, Antônia Maria Coelho Ribeiro, Cleide Figueiredo Leitão, Moacyr Torres Junior, Maria Angélica Costa, Priscila Talita Oliveira Silva A FORMAÇÃO PERMANENTE PARA O EXERCÍCIO DA DOCÊNCIA EM EAD: UMA EXPERIÊNCIA DE EDUCADORES-FORMADORES DA ENSP/FIOCRUZAutores: Diogo Cesar Nunes, Antônia Maria Coelho Ribeiro, Cleide Figueiredo Leitão, Moacyr Torres Junior, Maria Angélica Costa, Priscila Talita Oliveira Silva
Apresentação: O trabalho aqui proposto trata da experiência de formação de docentes-tutores (dos cursos oferecidos na modalidade EAD pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca – ENSP) desenvolvida pela equipe de educadores-formadores da Coordenação de Desenvolvimento Educacional e Educação à Distância (CDEAD/ENSP). Na perspectiva de contribuir para ampliar a discussão e o conhecimento acerca das possibilidades de uma formação crítica, reflexiva e colaborativa, pretende-se apresentar as bases teóricas e conceituais que orientam este trabalho, bem como as ações que vem sendo desenvolvidas pela equipe de educadores-formadores, ao longo da sua existência, e particularmente no presente. A formação pedagógica para o exercício da docência em cursos a distância se coloca como uma exigência do projeto político-pedagógico da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca por meio da Coordenação de Desenvolvimento Educacional e Educação à Distância, por considerar a docência uma das dimensões estruturantes de sua proposta educativa. A preocupação com a necessária formação de docentes para atuarem na modalidade EAD se fez de modo contínuo e permanente no âmbito do Programa de Educação a Distância, por meio do curso de Formação Pedagógica em EAD, criado em 2004. Com objetivo de qualificar e profissionalizar este trabalho, e com vistas a uma formação baseada em uma lógica de mediação pedagógica crítica, constituiu-se, em 2015, a CDEAD, que tem como um dos seus escopos principais formular, desenvolver e apoiar propostas e processos de formação docente dos cursos e programas da ENSP. Uma orientação importante que guia os esforços deste trabalho é entender como imprescindível, nos processos formativos da docência, aliar os fundamentos epistemológicos e científicos, a cultura geral e os conhecimentos específicos na área de atuação com a preparação pedagógico-didática. Nesse caso, conteúdo e forma são indissociáveis, pois nem sempre saber muito sobre determinado tema implica necessariamente em saber como ensiná-lo. Diante da complexidade do mundo contemporâneo, da necessidade de mudanças nas concepções de educação em saúde, dos avanços nas tecnologias digitais de informação e comunicação e das novas desigualdades que esses avanços produzem, torna-se cada vez mais urgente a necessidade de apoiar os processos pedagógicos em uma formação permanente voltada para a docência. Por isso a escolha de garantir espaços para construção, aprendizado e aprofundamento, pelo grupo de docentes, de conhecimentos próprios sobre o exercício da docência em EAD de forma coerente com a concepção político-pedagógica da Coordenação de Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância. Desenvolvimento: a formação para a docência em EAD na área da saúde. A prática docente no ensino superior lida com processos e produtos do conhecimento e precisa estar em permanente condição de estudo, principalmente para a construção e a reconstrução das necessárias relações e mediações pedagógicas inerentes às suas práticas. Alia-se a isto a necessidade de se aproximar a formação técnica em saúde geralmente exigida na seleção dos docentes aos conhecimentos próprios da docência, tais como: concepções de educação, aspectos político-pedagógicos e didáticos, planejamento e avaliação educacional, o uso e a apropriação das tecnologias para a mediação pedagógica, em processos presenciais e na modalidade a distância, que, entre outros, constituem saberes básicos da ação docente. Pressupondo que a docência não se constitui apenas do ato restrito de ministrar aulas, mas diz respeito a toda atividade educativa desenvolvida nos espaços coletivos, as diversas formas de exercício da docência são compreendidas como aquelas relacionadas às diferentes vivências na relação ensino-aprendizagem, expressas na orientação acadêmica, na gestão de processos educativos, pesquisas e no contexto das unidades de aprendizagem dos cursos. A abordagem teórica alicerçada em uma perspectiva crítica e de construção coletiva, pautada no diálogo, favorece a ideia de transformação, entendendo o homem como ser inacabado, implicando em um movimento entre prática-teoria-prática que parte das questões oriundas da prática para compreendê-las e ampliá-las, procurando potencializar mudanças nas ações educativas e nos processos de trabalho em saúde. Com base nestes referenciais, a perspectiva da formação permanente considera que como docentes estamos em constante processo de aperfeiçoamento da prática pedagógica, portanto, além de uma formação inicial dos docentes, é necessário espaços constantes e coletivos de reflexão crítica e aprimoramento sobre as relações entre educação, saúde e tecnologias educacionais; sobre as interações e interlocuções entre educadores-educandos, educandos-educandos, educandos-educadores-mundo, em processos educativos vivos e em movimento, de acordo com a duração de cada curso em que o docente atua. No trabalho desenvolvido pela CDEAD/ENSP, no formato de curso de formação dos docentes-tutores, a formação inicial caracteriza-se por um curso de Formação Pedagógica em Educação a Distância, como primeira etapa da formação permanente, em cujo percurso são desenvolvidas e aprofundadas as dimensões político-pedagógicas, teóricas, técnico-metodológicas e tecnológicas, inerentes aos processos midiatizados pelas tecnologias digitais de informação e comunicação. O curso está organizado por um módulo introdutório e duas unidades de aprendizagem, utilizando-se um conjunto de textos, atividades, estratégias e recursos. Nessa perspectiva formativa e integrada, o processo formativo se realiza por meio de momentos presenciais e a distância. A formação permanente encontra-se alicerçada na reflexão sobre a prática pedagógica concretizada na relação dinâmica docente-educando-turma-curso-contextos e se desenvolve na perspectiva de analisar, refletir e aprofundar a prática docente de acordo com as necessidades de cada curso e temáticas relativas à docência em EAD. A equipe responsável pela formação permanente é multidisciplinar, constituída por assessores pedagógicos, orientadores de aprendizagem, coordenação do curso, e atuam na perspectiva de uma rede formativa que apoia todo o processo do educando no curso trabalhando de forma integrada e articulada. Essa formação é voltada para docentes de diferentes categorias profissionais que atuam ou venham a atuar em EAD na área de saúde, educação e em outras áreas. Resultado: Cerca de 3000 profissionais já foram formados no Curso de formação pedagógica em EAD para o exercício da docência nos cursos da CDEAD/ENSP, e o desenvolvimento de uma prática crítica, reflexiva e colaborativa na relação educador-educando tem contribuído para processos de aprendizagem mais significativos e com potencial transformador, conforme s avaliações de educandos e docentes nos diferentes cursos ofertados na modalidade. Como partimos da premissa de que fazer educação a distância é educar, os modos diferentes de desenvolver uma proposta educativa, seja presencial ou a distância, devem atuar de forma colaborativa na superação de “distâncias” (físicas, geográficas, culturais, sociais, políticas e econômicas), visando alcançar a todos e promover a formação em saúde como um direito, o desenvolvimento dessa premissa tem sido fundamental na formação permanente da docência. A análise crítica das concepções e experiências pedagógicas, implícitas ou explícitas, tem possibilitado uma reflexão mais consciente sobre a trajetória de constituição da docência e uma compreensão de que a mesma tanto é parte de contextos históricos específicos, quanto da maneira como cada um vive e se insere na experiência docente. Considerações finais: A natureza dessa proposta de formação docente em EAD implica desafios, reflexões e questionamentos importantes que, avaliados e aprofundados a cada experiência, têm servido para a renovação constante do exercício profissional da docência, seja dos educadores-formadores, seja dos docentes que atuam nos cursos da EAD/ENSP. |