327: As potencialidade e desafios da Educação Especial e do cuidado à primeira infância | |
Debatedor: Mirella Giongo Galvão da Silva | |
Data: 29/10/2020 Local: Sala 01 - Rodas de Conversa Horário: 13:30 - 15:30 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
6120 | SABER E FAZER NO ACESSO DE PESSOAS SURDAS A SERVIÇOS DE SAÚDE Bruna Romano Gomes, Octavio Domont de Serpa Júnior SABER E FAZER NO ACESSO DE PESSOAS SURDAS A SERVIÇOS DE SAÚDEAutores: Bruna Romano Gomes, Octavio Domont de Serpa Júnior
Apresentação: Este trabalho tem como objetivo apresentar um material informativo tipo folder cujo público são profissionais de saúde e que tem como objetivo disseminar informações a respeito do atendimento de pessoas surdas em serviços de saúde. O folder “Acesso de Pessoas Surdas a serviços de saúde” surgiu da necessidade que senti enquanto pesquisadora de compilar algumas informações relevantes para a apresentação dos resultados de uma pesquisa para o mestrado aos serviços participantes. A pesquisa foi realizada com profissionais atuantes em serviços de saúde mental que atendiam pessoas surdas e um dos resultados da pesquisa, corroborado pela bibliografia sobre otema, é que os profissionais de saúde tem pouco conhecimento a respeito do tema da surdez e das necessidades de acessibilidade que essa população apresenta. Para os profissionais entrevistados na pesquisa isso era motivo de angústia e da sensação de “não estar fazendo o suficiente” para cuidar da pessoa surda que buscava o serviço. Além disso, como pesquisadora percebi que muitas vezes quando o profissional de saúde se deparava com uma pessoa surda, não tinha informações básicas essenciais, fazendo sempre um caminho árduo de tentativa e erro para conseguir avanços. Portanto, quando do meu retorno aos cenários de pesquisa para apresentar os resultados, achei importante reunir alguns dos instrumentos e estratégias de comunicação que os serviços vinham fazendo bem como informações sobre: a diversidade existente dentro dessa população e suas diversas formas de comunicação; aspectos da acessibilidade para pessoas surdas nos serviços de saúde e uma pequena lista de locais onde é possível fazer curso de Libras gratuitamente. A apresentação dos resultados e distribuição dos folders surpreendeu pela impacto positivo que trouxe, já que os profissionais mostraram-se curiosos e entusiasmados por conhecer mais sobre cultura e comunidade surda –aspectos que desconheciam – e falaram da importância de ver a aprendizagem que obtiveram no dia a dia no cuidado a pessoa surda ser reconhecida e disseminada entre os demais profissionais participantes da pesquisa. O folder mostrou-se um instrumento para a divulgação da pesquisa, bem como da valorização dos saberes construídos no interior dos serviços de saúde a partir da prática cotidiana dos profissionais, no encontro com os usuários desses serviços. Foi um instrumento de articulação e sistematização de saberes a partir do fazer e da teoria, cuja disseminação pode auxiliar na produção de cuidados e no acesso de pessoas surdas a serviços de saúde. |
7970 | PROJETOS LABORAIS COM VISTAS AO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS DE JOVENS E ADULTOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Silvia Cristina Pereira dos Santos, Geilsa Soraia Cavalcanti Valente, Elaine Antunes Cortez PROJETOS LABORAIS COM VISTAS AO DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS DE JOVENS E ADULTOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUALAutores: Silvia Cristina Pereira dos Santos, Geilsa Soraia Cavalcanti Valente, Elaine Antunes Cortez
Apresentação: A presente pesquisa de doutorado tem como objeto de estudo o desenvolvimento de competências laborais em estudantes com Deficiência Intelectual (DI). Como referencial teórico, este estudo terá suas postulações desenvolvidas por Paulo Freire na sua contribuição para a construção da teoria ético-crítico-política da educação que possibilita a conscientização com o objetivo de formar cidadãos da práxis. Assim sendo, para o presente projeto apresenta-se um tipo de estudo descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa e propomos realizar pesquisa-ação. O estudo terá sustentação em Bardin, e como Referencial Metodológico o estudo seguirá os passos da pesquisa-ação, segundo Michel Thiollent. Tem como objetivo geral: Discutir as contribuições da oficina laboral para os estudantes jovens e adultos com deficiência intelectual, na transição da vida escolar para vida profissional. Desenvolvimento: Para o referido projeto, consideramos que seja pertinente desenvolver um estudo do tipo descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa. Terá como cenário o Município de Duque de Caxias, localizado na região da Baixada Fluminense. Focalizaremos as ações desenvolvidas pela Coordenadoria de Educação Especial, através da Secretaria Municipal de Educação. Os participantes deste estudo serão estudantes jovens e adultos com DI, matriculados em uma Unidade Escolar localizada no primeiro distrito, que tenham sido investigados a partir do Planejamento Educacional Individualizado (PEI), se existe a expectativa do estudante para vivência no mundo do trabalho, identificando por conseguinte seus ideais, suas limitações e habilidades. A coleta de dados se dará através de três fases: Diagnóstica: Serão levantados os dados dos estudantes, identificando perfil, expectativas de vida e indicativos de habilidades e necessidades dos estudantes com vistas à organização da oficina de vivência laboral; Desenvolvimento do Plano de Ação: Será descrito o perfil de cada estudante e serão planejadas as atividades de acordo com as habilidades e limitações indicadas no PEI; Implementação da Intervenção: Implementação das oficinas laborais na Unidade Escolar, com base nas atividades planejadas na fase anterior. Após todo processo das oficinas, os estudantes, educadores e familiares participarão de um novo encontro, para comparar junto com os dados analisados na pesquisa, o perfil dos estudantes antes e depois do processo. Resultado: Esperados: Nesse contexto, busca-se desenvolver as competências para a vida laboral, a partir das oficinas e implementá-las na rede municipal, como proposta curricular aos estudantes jovens e adultos com DI, que apresentem o desejo de inserção no trabalho. E assim evidenciar a partir das oficinas, quais competências, foram desenvolvidas e as expectativas dos estudantes neste processo. Considerações finais: Assim sendo, o presente projeto busca evidenciar possibilidades de trabalhar as áreas potenciais de cada estudante, objetivando ultrapassar suas limitações e a partir de novas construções, proporcionar o desenvolvimento de competências, buscando meios de garantir que jovens e adultos com DI, possam viver experiências de vivências laborais e consequentemente gerar a mediação da vida escolar para o trabalho. |
8835 | DIÁLOGOS SOBRE A PESSOA COM DEFICIÊNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A DISCIPLINA ELETIVA OFERECIDA PELA COMISSÃO PERMANENTE UFRJ-MACAÉ ACESSÍVEL E INCLUSIVA (CPAI) DO CAMPUS UFRJ-MACAÉ Ines Leoneza de Souza, Jane de Carlos Santana Capelli, Uliana da Silva Pontes, Adriana Bispo Alvarez DIÁLOGOS SOBRE A PESSOA COM DEFICIÊNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A DISCIPLINA ELETIVA OFERECIDA PELA COMISSÃO PERMANENTE UFRJ-MACAÉ ACESSÍVEL E INCLUSIVA (CPAI) DO CAMPUS UFRJ-MACAÉAutores: Ines Leoneza de Souza, Jane de Carlos Santana Capelli, Uliana da Silva Pontes, Adriana Bispo Alvarez
Apresentação: A disciplina “Diálogos sobre a pessoa com deficiência” é eletiva e oferecida pela Comissão Permanente UFRJ-MACAÉ Acessível e Inclusiva (CPAI) desde o segundo semestre de 2019, disponível a todo o corpo discente dos cursos de graduação do Campus UFRJ-Macaé Professor Aloisio Teixeira, interessado em iniciar uma discussão ou aprender um pouco mais sobre o tema. O objetivo deste trabalho é apresentar os principais resultados obtidos com a oferta da primeira edição da disciplina “Diálogos sobre a pessoa com Deficiência”. Desenvolvimento: Realizou-se um relato de experiência de quatro membros da CPAI que participaram efetivamente da ministração da disciplina com carga horária de 30h, oferecida entre os meses de setembro e novembro de 2019. Resultado: Das 25 vagas oferecidas, 19 estudantes participaram e concluíram a disciplina. Os graduandos eram dos cursos da área da saúde (Medicina, Enfermagem e Nutrição). Os temas abordados foram (a) Pessoa com deficiência: aspectos conceituais; (b) Direitos Humanos e a Pessoa com Deficiência, Políticas Públicas voltadas as Pessoas com deficiência. (c) Autismo, (d) Síndrome de Down; (e) Lesão Medular; (f) Estomas; (g) Paralisia Cerebral; (h) Surdez e Deficiência Auditiva; (i) A mídia no contexto da pessoa com deficiência. A disciplina utilizou a apresentação de seminário em grupos como avaliação final. No decorrer da disciplina, foi possível observar o interesse de estudantes sobre os temas mais específicos, ou seja, aqueles voltados a pessoa com deficiência, como por exemplo, autismo, que foi apresentado pela coordenadora do grupo Motivados pelo autismo Macaé (MOPAM). Considerações finais: A disciplina em sua primeira edição teve um número importante de estudantes inscritos e concluintes; e os temas mais específicos, como autismo, paralisia cerebral, dentre outros, apresentados por convidados ou docentes, pesquisadores na área, tiveram boa aceitação. |
9411 | AÇÃO SOBRE O DIA DO SURDO EM UM CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MINAS GERAIS – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Lara Lelis Dias, Daniel Reis Correia, Laís Sousa Silva, Débora Mol Mendes, Renata Oliveira Caetano, Thais Bitencourt Faria, Ana Clara Reis Cruz AÇÃO SOBRE O DIA DO SURDO EM UM CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MINAS GERAIS – UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Lara Lelis Dias, Daniel Reis Correia, Laís Sousa Silva, Débora Mol Mendes, Renata Oliveira Caetano, Thais Bitencourt Faria, Ana Clara Reis Cruz
Apresentação: O Dia Nacional do Surdo é comemorado, anualmente, no dia 26 de setembro, e essa data tem como objetivo promover a conscientização sobre os direitos, a cultura e a inclusão da população surda na sociedade. Assim, as universidades públicas brasileiras são grandes espaços que devem ser utilizados como meio de propagar a importância da inserção desse grupo populacional. Dessa forma, através de um trabalho proposto pela disciplina de Psicologia, em que grupos de estudantes deveriam elaborar uma ação dentro do campus universitário, um subgrupo optou pela causa da população surda, afim conhecer sua língua e sua cultura e promover dentro do campus a visibilidade desses estudantes e, também, daqueles que não são estudantes, mas residem no mesmo município. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência de uma atividade realizada por estudantes do segundo período de enfermagem, que desenvolveram ações com foco em promover o conhecimento da língua e da cultura surda, visando a diminuição da exclusão social. Para isso, o trabalho foi desenvolvido em dois momentos: o primeiro, foi realizar contato com o coordenador do curso de libras da universidade, com o objetivo de conhecer o número de estudantes surdos matriculados, quais são as suas maiores necessidades e o trabalho desenvolvido por sua equipe, afim de pontuar as principais abordagens que deveriam ser realizadas pelo grupo. Num segundo momento, consistiu-se em discutir os dados apresentados pelo coordenador e, assim, decidir quais temáticas seriam trabalhadas. Após isso, a intervenção do grupo se desenvolveu da seguinte forma: produção e distribuição de panfletos que ensinavam os cumprimentos básicos em libras e que continham um código e, utilizando o celular, o leitor teria acesso a um site desenvolvido, também, pelo grupo. O site continha informações sobre a população surda, sua língua, sua cultura e propunha várias formas de aprender libras dentro do campus, no município e pelo celular, através de aplicativos, além de oferecer cartilhas já prontas para leitura e aprendizagem. Resultado: Durante e após a abordagem de vários estudantes pelo campus e a distribuição dos panfletos, o grupo pôde concluir a importância de se dar visibilidade à população surda e, também, a necessidade do ensino da língua em libras, uma vez que grande parte dos alunos abordados afirmaram não obter conhecimentos a respeito desse grupo populacional, mas que se interessariam em dar continuidade a ação do grupo, buscando aprender libras para conseguir se comunicar melhor e promover a integração da população surda. Considerações finais: Após concluir a ação, foi evidente para os componentes do grupo a importância da propagação de conhecimento como estratégia para diminuir a exclusão social de minorias e, além disso, a necessidade, enquanto estudantes e futuros profissionais de saúde, de se trabalhar nessa causa, baseando-se no seu instrumento de trabalho, o SUS que tem como princípios a universalidade, a integralidade e a equidade, sem exclusão de qualquer pessoa. |
11926 | AÇÕES EDUCATIVAS EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Cássio da Silva Sousa, Beatriz Sousa Lima, Kássia Carvalho Araújo, Marília Aparecida de Araújo Holanda, Helena Márcia Dias Ripardo, Carlos Romualdo de Carvalho e Araújo AÇÕES EDUCATIVAS EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Cássio da Silva Sousa, Beatriz Sousa Lima, Kássia Carvalho Araújo, Marília Aparecida de Araújo Holanda, Helena Márcia Dias Ripardo, Carlos Romualdo de Carvalho e Araújo
Apresentação: As ações educativas em saúde são métodos que podem capacitar a construção de novos conhecimentos aos indivíduos com deficiências. A Enfermagem constitui-se como um campo de ação voltado à efetivação desta prática, realizando por meio de tecnologias de informação e comunicação o processo de ensino e aprendizagem em determinado contexto. O presente trabalho tem por objetivo descrever a experiência vivenciada por acadêmicos de Enfermagem na condução de atividades de educação em saúde na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) da cidade de Sobral, Ceará. Desenvolvimento: Estudo descritivo de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, vivenciado por discentes do curso de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), Sobral, contemplando as vivências práticas do módulo Práticas Integradas em Ensino, Pesquisa e Extensão II, na APAE, durante o mês de abril de 2019. Realizou-se um diagnóstico situacional para o levantamento das necessidades do serviço e, consecutivamente, elencou-se como prioridades os seguintes temas: promoção da alimentação saudável e de atividades físicas; ações de incentivo à aprendizagem, solidariedade e virtudes; promoção da independência e, por fim, conscientização sobre acidentes domésticos com os pais das crianças atendidas na instituição. Posteriormente, organizou-se um plano de ação para o desenvolvimento de metodologias ativas a fim de abordar essas temáticas. Dividiu-se os indivíduos em grupos com 10 a 12 integrantes, durante 40 minutos as atividades eram executadas com o grupo, alternando-os por tempo, turno e dia. Organizou-se os momentos da seguinte forma: dinâmica de integração; atividade sobre alimentação e atividade física; dinâmica sobre solidariedade e virtudes; jogo dominó na temática da promoção à independência; atividade manual, trabalhando a primeira letra do nome e folder educativo sobre prevenção de acidentes domésticos. Resultado: Destacou-se a dificuldade em executar uma mesma atividade em um grupo misto, ou seja, com indivíduos de deficiências diferentes, então, contatou-se uma Terapeuta Ocupacional para contribuir na construção do plano de ação. Ao optar por metodologias ativas, foi possível obter integração entre os acadêmicos e os excepcionais atendidos, o que proporcionou melhor participação do público, facilitando a aprendizagem do que era proposto. As atividades propiciaram criação de vínculo, proximidade e afeto com os profissionais da instituição e público-alvo. Ressalta-se a relevância do trabalho multidisciplinar da instituição, que auxiliou o ensino e aprendizado dos acadêmicos diante de novas estratégias para condução de atividades. A inserção de acadêmicos de Enfermagem em uma instituição de atendimento à pessoa com deficiência emergiu como método de aquisição de experiências. Considerações finais: Diante do diagnóstico situacional e da definição de prioridades, foi possível elaborar projetos de intervenção que abrangessem todo o público inserido, independentemente da idade, deficiência e habilidades. As ações de extensão desenvolvidas, a partir de uma análise crítica, proporcionaram ao grupo uma vivência intensa acerca da importância da autonomia, deixando evidente a necessidade do aprendizado de hábitos do cotidiano, normas de convivência, autocuidado, leitura e escrita, visando assim a independência, a integração e a inclusão social. |
6515 | A EXPERIÊNCIA DA REGIÃO NORTE DO RS: APRENDER E CUIDAR DA PRIMEIRA INFÂNCIA NO SUS Eliana Sandri Lira, Miriam Regina Cecconello, Leda Maria Peres Mendes, Silvana de Oliveira Manfredini, Raquel Alves Sobrosa, Margarete Fátima de Ré, Olira Fátima de Loreno, Livania Corso A EXPERIÊNCIA DA REGIÃO NORTE DO RS: APRENDER E CUIDAR DA PRIMEIRA INFÂNCIA NO SUSAutores: Eliana Sandri Lira, Miriam Regina Cecconello, Leda Maria Peres Mendes, Silvana de Oliveira Manfredini, Raquel Alves Sobrosa, Margarete Fátima de Ré, Olira Fátima de Loreno, Livania Corso
Apresentação: Este trabalho relata a experiência desenvolvida no Sistema Único de Saúde (SUS), na Região Norte do Rio Grande do Sul-Brasil, nos 33 municípios de abrangência da 11ª Coordenadoria Regional de Saúde, no ano de 2019. Surgiu a partir da necessidade de movimentar o debate acerca do cuidado da infância. Nos encontros cotidianos dos serviços de saúde entre profissionais e usuários, diante das demandas do território, observou-se a importância da construção de um itinerário formativo que integrasse o conhecimento técnico necessário à prática do cuidado à infância com a realidade do SUS, seus acontecimentos e fazeres. O objetivo foi colocar em pauta o trabalho no SUS, contribuir para a formação em saúde, a qualificação das práticas, a organização das ações em rede e dos processos de trabalho; funcionando como dispositivos de Educação Permanente em Saúde. Este processo constituiu-se de cinco encontros, onde foram desenvolvidos os temas: Pré-natal na Atenção Básica; Marcos do Desenvolvimento e Prematuridade; Triagem Neonatal; Promoção e Manejo do Aleitamento Materno, nas modalidades seminários e rodas de conversa. A partir disso foi realizada a “1ª Mostra Regional do Programa Primeira Infância Melhor-PIM”. Participaram destas ações, em torno de 300 pessoas: profissionais da rede SUS e da rede intersetorial, gestores, estudantes e docentes. Como resultados, obtivemos a construção de conhecimentos implicados com a realidade do SUS, encontros de rede, propostas de trabalho coletivo, fortalecimento das equipes de Atenção Básica no olhar à primeira infância e o reconhecimento de que aprender e trabalho, ensino e serviço são construções permanentes e conjuntas. Também, possibilitou ao debate sobre a infância, a integração de outros temas importantes: qualidade da água para consumo humano; controle do Aedes aegypti; saúde bucal; proteção da infância contra a violência sexual; organização da puericultura na atenção básica; pré natal do parceiro(a), que desafiaram a multissetorialidade do cuidado. Concluímos que, ao olhar para a integralidade do cuidado da primeira infância, nos reconhecemos como agentes transformadores, cuidadores da vida, do mundo, do outro e de nós mesmos. Foram importantes espaços de aprendizagem e formação, incluindo, na lógica do cuidado das equipes do território o lúdico, a arte e a cultura locais; fortalecendo e qualificando o Sistema Único de Saúde. |
10380 | A EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO FERRAMENTA DE TROCA DE SABERES NO AMBIENTE ESCOLAR Adriele Cristine Sacramento da Silva, Ana Gabrielle Pinheiro Cavalcante, Leonardo Rodrigues Taveira, Michelle Beatriz Maués Pinheiro, Sandra Helena Isse Polaro A EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO FERRAMENTA DE TROCA DE SABERES NO AMBIENTE ESCOLARAutores: Adriele Cristine Sacramento da Silva, Ana Gabrielle Pinheiro Cavalcante, Leonardo Rodrigues Taveira, Michelle Beatriz Maués Pinheiro, Sandra Helena Isse Polaro
Apresentação: Droga é toda substância que, ao ser introduzida, inalada, ingerida ou injetada, provoca alterações no organismo, modificando suas funções. Há um grupo de drogas que possui a capacidade de atuar no psiquismo, as denominadas psicotrópicas, que provocam alterações do humor, percepção, sensações de prazer e euforia, alívio, medo, dor etc. Atualmente as crianças e adolescentes estão cada vez mais expostos aos riscos de uso de drogas lícitas e ilícitas. O uso abusivo de drogas na infância e adolescência desencadeia diversas situações de vulnerabilidade, a exemplo dos acidentes, suicídios, violência, gravidez não planejada e a transmissão de doenças por via sexual e endovenosa. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos da área da saúde na abordagem da temática drogas com estudantes do ensino fundamental. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, realizado em novembro 2019 em uma escola de ensino fundamental no bairro da terra firme, em Belém do Pará. A palestra foi realizada por acadêmicos da área da saúde da Universidade Federal do Pará (UFPA) integrantes do Estágio Multicampi Saúde e teve como parceira a Unidade de Saúde da Família (USF) do bairro. A palestra ocorreu no auditório da escola tendo como público alvo alunos do 6° e 7° ano do ensino fundamental, os estudantes do estágio abordaram o tema “Saiba mais sobre as drogas”. Foram elaborados slides para expor a temática, o material continha os tópicos mais relevantes acerca do assunto como: O que são drogas?; Drogas lícitas x Drogas ilícitas; e Tipos de drogas ilícitas: Cannabis, Cocaína, Crack, Heroína e LSD, onde para cada uma dessas, foi esclarecido: sua definição; quais seus efeitos; quais os riscos e suas consequências. Durante a palestra os acadêmicos interagiam com os alunos através de perguntas feitas durante a atividade, os estudantes eram convidados a responder perguntas e no fim da palestra os alunos que responderam, receberam caixas de bombom como prêmio de participação. Resultado: A atividade teve a participação de estudantes do 6° e 7° ano do ensino fundamental totalizando 65 alunos como ouvintes. O feedback foi muito positivo, pois os alunos demonstraram interesse sobre o assunto tentando responder as perguntas que eram feitas e fazendo perguntas aos palestrantes sobre dúvidas e curiosidades que surgiam durante a palestra. Ao final da atividade os estudantes que responderam as perguntas receberam caixas de bombom como prêmio e incentivo para participar de próximas atividades propostas pelos profissionais em parceira com os profissionais de saúde do bairro. Considerações finais: A experiência proporcionou aos acadêmicos a aproximação com a comunidade ampliando a visão acerca das necessidades existentes no bairro. A atividade desenvolvida pôde estreitar o vínculo entre os profissionais de saúde e as crianças contribuindo para a discussão de assuntos vistos como tabus na sociedade, porém que são de essencial importância para que ciclos como o da violência sejam quebrados, ademais a atividade foi uma forma estabelecer um novo ambiente de discussão na comunidade. |
9267 | UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: Hábitos de higiene corporal e bucal para crianças de 5 a 7 anos Camila Oliveira Souza, ALINE ARAÚJO MIOLA FREIRE, AMANDA DAIANA PONTES, EMILE ALMEIDA PEREIRA, DIEGO LEÃO ARAUJO MORENO, IVANA ANNELY CORTEZ FONSECA UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: Hábitos de higiene corporal e bucal para crianças de 5 a 7 anosAutores: Camila Oliveira Souza, ALINE ARAÚJO MIOLA FREIRE, AMANDA DAIANA PONTES, EMILE ALMEIDA PEREIRA, DIEGO LEÃO ARAUJO MORENO, IVANA ANNELY CORTEZ FONSECA
Apresentação: O processo de preparação do profissional de enfermagem envolve múltiplos fatores, com eles a docência. O lecionar em diferentes níveis de escolaridade é um desafio, principalmente em acadêmicos de enfermagem que, por vezes, não encontram esses desafios ficando à mercê da despreparação no mercado de trabalho. Diante desse desafio se propôs a um grupo de acadêmicos a ministração de uma aula sobre os hábitos de higiene corporal e bucal para um público com faixa etária de 5 a 7 anos. O presente estudo teve como objetivo apresentar através de um relato de experiência as atividades desenvolvidas pelos acadêmicos de enfermagem com o PA Saúde na Escola que possibilitou a promoção em saúde uma Escola de Educação Infantil no Município de Porto Velho. Método: Trata-se de um relato de experiência descritivo reflexivo vivenciado por acadêmicos de enfermagem durante o ano de 2019, membros de um Projeto de Aplicativo intitulado – Saúde na Escola, vinculado a uma Instituição de Ensino Superior de Porto Velho RO – UNIRON. As ações propostas pelo projeto seguiram um cronograma, inicialmente elaborado um plano de aula bem estruturado de forma lúdica e didática que seguiu para orientação da docente, com as correspondentes ressalvas corrigidas, promoveu-se a elaboração dos recursos a serem utilizados, logo, aplicação das atividades. DISCUSSÃO O Projeto Aplicativo é composto por 5 etapas, a luz da teoria da problematização. As etapas são: observação da realidade, pontos chave, teorização, hipóteses de solução e aplicação a realidade. O grupo conta com 6 acadêmicos do oitavo período do curso de Enfermagem, coordenados pela docente da disciplina de Metodologia do Ensino em Enfermagem, no qual programaram atividades referentes ao tema higiene bucal e corporal, com foco em crianças de 05 à 07 anos da Educação Infantil. Fomos desafiados a essa vivência para promover o conhecimento de forma lúdica e didática, estimulando bons hábitos de higiene, neste percurso, foi enviado o plano de aula com atividades a serem realizadas com 60 crianças, usamos uma boca confeccionada pelos acadêmicos e uma escova para ensiná-los a escovação correta. Além de durante vários dias, estivemos confeccionando artesanalmente tanto as lembrancinhas quanto os materiais lúdicos utilizados durante a aula. Utilizamos de materiais como EVA, papelão, sulfitão, TNT, bastões de cola quente, imagens impressas, garrafas pet, papel camurça, sabonetes em barra, tubos de shampoo, escovas de dentes, pente fino, amarradores de cabelo e entre outros. Após o ensinamento da escovação correta e orientações sobre alimentação, realizamos a dinâmica do “Dente bom” x “Dente mau”, na qual utilizamos de dois dentes confeccionados de material reciclável e imagens autocolantes de alimentos saudáveis e guloseimas, onde eles colavam os alimentos em seus respectivos dentes, o dente bom estava feliz e recebia os alimentos saudáveis enquanto que o dente ruim estava triste e recebia as guloseimas. Várias crianças participaram, houve grande interesse delas em participar da dinâmica. Para a demonstração da higiene corporal usamos pés, mãos, orelhas e narizes confeccionados de papelão, isopor e EVA. Para que eles mesmos pudessem tocar e participar da aula, usamos também como auxílio imagens em forma de slide onde foi demonstrado a forma correta do banho, os materiais que são utilizados e ainda quantos banhos deve-se tomar por dia. Durante toda a explicação houve grande participação das crianças, respondendo aos nossos questionamentos com total entusiasmo. Após, apresentamos uma Peça Teatral chamada “Cheirosa e Perfumado”, que conta a história de uma menina que não tinha amigos por não realizar a higiene bucal e corporal, e, portanto, possuía cheiro ruim. A didática utilizada para a peça envolvia o conhecimento de forma lúdica e também com humor, a chave para juntar aprendizado e diversão. Nessa ocasião o silêncio daquelas crianças demonstra o quanto a educação precisa evoluir, e o quanto a didática é importante nessa árdua jornada de ensino e aprendizagem, com o objetivo único de “dar aula”, aprendemos! Resultado: A dinâmica do dente do bem X dente do mau após a aula sobre escovação bucal nos trouxe grande êxito por todos os participantes acertarem o alimento correto para o consumo evitando a deterioração dos dentes. Ao meio da peça, usamos como método avaliativo da aula+peça, a dinâmica “Tirando a sujeira da Perfumada”, utilizamos de uma boneca que encontrava-se com sujeiras, despenteada e com pediculose, disponibilizamos uma boneca do tamanho deles, para que demonstrassem o que deveria ser feito na Perfumada, a dinâmica pode movimentar todos que compenetrados na atividade deixaram a perfumada limpa e arrumada. Finalizamos a atividade avaliativa com o retorno do Cheiroso e da perfumada personagem viva da peça, limpa, arrumada, e com novos amiguinhos. Preparamos brindes para serem entregues as crianças, ofertando algum produto que as crianças pudessem utilizar para higiene pessoal, como forma de agradecimento pela atenção dedicada a nós e para que fosse colocado em prática o conhecimento adquirido na atividade educativa. Dispusemos de grande parte do nosso tempo em dedicação as lembrancinhas, as quais foram muito bem aceitas pelas crianças que se mostraram gratas e animadas com o brinde, visto que propusemos esta intervenção pela baixa renda destas crianças. Considerações finais: O grupo pôde adquirir uma ótima experiência ao planejar e realizar o projeto, uma vez que tivemos a oportunidade de trabalhar um conhecimento positivo para um público específico e elaborar métodos diferenciados. Ficamos orgulhosos ao observar que nossos métodos estavam funcionando de forma excelente, pois as crianças conseguiram interagir durante a apresentação, responder as perguntas acerca do tema, e desenvolver excelentemente as dinâmicas que foram propostas para confirmar a absorção do conhecimento. O lecionar é o veículo do conhecimento, a ligação entre o ensinar e o saber. Por muitas vezes, mais se aprende do que ensina e essa foi a nossa mais preciosa experiência, foi partir desse princípio que começamos a compreender o porquê da enfermagem estar inserida na educação. |
7707 | VIVÊNCIAS DO ESTÁGIO EXTRACURRICULAR A PARTIR DO PROGRAMA PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Rosa da Rosa Minho dos Santos, Thassiane Oliveira Bitencourt de Abreu, Verônica Garrido, Raquel Malta Fontenele VIVÊNCIAS DO ESTÁGIO EXTRACURRICULAR A PARTIR DO PROGRAMA PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Rosa da Rosa Minho dos Santos, Thassiane Oliveira Bitencourt de Abreu, Verônica Garrido, Raquel Malta Fontenele
Apresentação: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido a partir de um estágio extracurricular no Programa Primeira Infância Melhor - Porto Infância Alegre (PIM/PIA) no Rio Grande do Sul que corresponde ao período de Dezembro de 2017 a Maio de 2019. O PIM/PIA refere-se a uma política transversal que assiste crianças em situação de vulnerabilidade social e risco, com idade entre 0 a 06 anos, que não estão inseridas na educação infantil. A partir de visitas domiciliares e comunitárias, o programa pretende contribuir na formação integral da primeira infância. Objetivo: Relatar as vivências das acadêmicas, durante o estágio extracurricular, na implementação do PIM/PIA em um município do Rio Grande do Sul. Desenvolvimento: Para este relato, foram consideradas as impressões e percepções das acadêmicas do curso de enfermagem vivenciadas por meio do desempenho de atividades como monitora e visitadora no programa na comunidade assistida e modalidade PIM Prisional. Assim como, pretende-se relatar o planejamento e ações realizadas durante as etapas de implementação do programa: (1) seleção de famílias; (2) preenchimento de censo de caracterização e diagnóstico; (3) modalidade de atenção; (4) monitoramento do desenvolvimento integral infantil e (5) acompanhamento de pré-natal. Resultado: Ao realizar as atividades, pode-se perceber que o programa pretende alcançar benefícios cognitivos, motores, socioafetivos e de comunicação para crianças de 0 a 06 anos. A experiência permitiu compreender que o acadêmico exerce papel facilitador na identificação das famílias e realização do censo, assim como acrescentou para os conhecimentos sobre território, planejamento, trabalho interdisciplinar, gestão e desenvolvimento infantil. Considerações finais: A inserção das acadêmicas nas comunidades vulneráveis e de risco, oportuniza o exercício para a construção do pensamento crítico sobre sociedade equânime e sua capacidade de resiliência. Destaca-se a formação de uma rede viva entre servidores, usuários e gestão capaz de remeter atualizações no planejamento prático que valide maior impacto no desenvolvimento da primeira infância. |
6131 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE PREVENÇÃO DE ACIDENTES E PRIMEIROS SOCORROS NA INFÂNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA Larissa Murta Abreu, Thamires Ribeiro da Silva, Luciana Rodrigues da Silva EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE PREVENÇÃO DE ACIDENTES E PRIMEIROS SOCORROS NA INFÂNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Larissa Murta Abreu, Thamires Ribeiro da Silva, Luciana Rodrigues da Silva
Apresentação: Em 2012, 3.142 crianças de zero a nove anos morreram em decorrência de acidentes. O termo acidente define-se por: lesões não intencionais como queimaduras, afogamento e obstrução de vias aéreas. Há inúmeros elementos com potencial para suscitar acidentes e situações emergenciais, tais como: condições ambientais, físicas, sociais e culturais, perfeito controle dos impulsos e emoções, além do amadurecimento físico e psíquico. Diante dessa realidade, é fundamental informar a população sobre os acidentes mais recorrentes na infância, como evitá-los e de que forma deve-se agir nesses casos, a fim de proporcionar socorro imediato e prevenir maiores complicações. Além disso, as famílias devem ter conhecimento sobre como promover um ambiente saudável para as crianças, objetivando-se a redução de acidentes domésticos envolvendo o público infantil. O pânico e a manipulação incorreta da vítima podem gerar mais danos, logo mudanças comportamentais diante de emergências precisam ser estimuladas para minimizar acidentes. A educação é um instrumento de conscientização que reestrutura condutas, por isso, é importante para promover a saúde de forma não autoritária e normatizadora. Para tanto, a educação em saúde deve-se basear na participação popular para construção do conhecimento e da capacidade crítica de forma coletiva. Portanto, a atividade educativa deve ser priorizada, pois possibilita a troca de informações entre profissional de saúde e usuário, garantindo atenção integral à saúde. O trabalho tem como objetivo descrever a experiência de alunos da graduação em enfermagem na atividade de educação em saúde sobre prevenção de acidentes e primeiros socorros na infância com pais e responsáveis em uma Unidade de Atenção Básica. Desenvolvimento: Consiste em um relato de experiência de abordagem qualitativa e descritiva, não requerendo aplicação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foi produzido um folder educativo a ser distribuído para a atividade de educação em saúde em uma unidade básica como requisito de avaliação para o ensino teórico-prático da disciplina de saúde da criança no curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal Fluminense. O material foi adaptado a partir do manual de prevenção de acidentes na infância elaborado pelo Instituto da Infância e também do manual de prevenção de acidentes e primeiros socorros nas escolas da Prefeitura da Cidade de São Paulo. Foi construído na forma de panfleto, sendo dividido em dois blocos. O primeiro bloco apresenta recomendações para prevenir acidentes com brinquedos, queimaduras, quedas e afogamentos. Já o segundo ensina e fornece orientações sobre a conduta correta em caso de obstrução por corpo estranho ou engasgo em bebês e crianças maiores de 1 ano de idade. O material compila imagens e textos breves para representar e explicar de maneira sucinta e com linguagem comum e acessível o assunto abordado. O ambiente em que se deu a experiência era uma área aberta, onde pessoas aguardavam atendimento para vacinação de crianças em uma policlínica, logo, a rotatividade de pessoas era intensa e a atenção dos usuários era inconstante. Em vista do contexto, adotou-se uma estratégia mais dinâmica com uma orientação prévia, priorizando a demonstração das manobras de desobstrução de vias aéreas e reanimação cardiopulmonar realizadas com o uso de uma boneca para a demonstração prática. Priorizou-se o esclarecimento de dúvidas, buscando capacitar pais e responsáveis para lidar com acidentes domésticos e outras situações que ofereçam perigo de vida para crianças. Além disso, o grupo forneceu orientações sobre como prevenir acidentes elétricos, afogamento e quedas, que estão entre as maiores causas de acidentes domésticos envolvendo a faixa etária infantil. Resultado: Os pais e responsáveis e também os profissionais da unidade demonstraram grande interesse pela temática abordada, uma vez que surgiram diversas dúvidas sobre a realização das manobras. O foco central da atividade foi esclarecer dúvidas e orientar o passo a passo das condutas necessárias frente ao engasgo e rebaixamento de consciência, que se difere de acordo com a faixa etária. A população em geral necessita ser estimulada a aprender técnicas e noções básicas de primeiros socorros. A prestação de socorro é um dever moral e legal, por isso, a sua recusa é um crime de omissão de socorro. Nota-se que, na maioria das vezes, o atendimento primário é realizado pela população leiga presente no local do acidente ou próximo da vítima. Os espectadores das demonstrações levantaram diversos questionamentos, incluindo-se: quais os alimentos ou objetos poderiam determinar obstruções de vias aéreas, qual a conduta quando o acompanhante da criança não estiver apto a realizar as manobras, o que deveria ser feito em caso de irreversibilidade da situação mesmo após a aplicação das condutas e se o socorro deve ser solicitado após resolução da emergência. Os responsáveis que participaram da dinâmica se mostravam inseguros quanto à realização das manobras e alguns desconheciam os protocolos existentes para responder aos acidentes domésticos com crianças, demonstrando a relevância da realização deste tipo de atividade junto à população e aos usuários dos serviços de saúde. No Brasil, o ensino de primeiros socorros ainda é pouco difundido, haja vista a quantidade de agravos à saúde e a presença do assunto no cotidiano e em diversos ambientes como: trânsito, domicílios, trabalho e em outros locais. Logo, prevalece o desconhecimento sobre o tema, devido a notável prevalência e incidência de casos de acidentes na infância. Considerações finais: A partir das atividades realizadas e dos relatos de acidentes em que medidas incorretas foram tomadas em acidentes domésticos envolvendo queimaduras, percebeu-se um déficit de conhecimento populacional sobre a conduta correta no contexto de acidentes domésticos e na realização de manobras com crianças. Tal fato demonstra a importância da realização de treinamentos educacionais junto aos pais e responsáveis, e demais públicos, incluindo o âmbito escolar e do trabalho, para capacitação e esclarecimento de dúvidas acerca deste tema, buscando construir um conhecimento baseado nos protocolos disponíveis e adaptados a cada situação. Além disso, constatou-se que o método de aproximação informal e troca de informações utilizado com o público participante favoreceu o aproveitamento da atividade, fornecendo um retorno positivo após sua realização. A utilização de um modelo que mimetiza as características físicas de um bebê foi essencial para que se demonstrassem os pontos anatômicos que demarcam as manobras, garantindo o sucesso das mesmas e prevenindo danos. |
6355 | "ABRAM ALAS QUE O "SUSINHO" QUER ENSINAR" - A LUDICIDADE A CAMINHO DA APRENDIZAGEM SOBRE O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NO ENSINO FUNDAMENTAL Margit Elena Theisen, Roger dos Santos Rosa, Marta Regina Mueller "ABRAM ALAS QUE O "SUSINHO" QUER ENSINAR" - A LUDICIDADE A CAMINHO DA APRENDIZAGEM SOBRE O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NO ENSINO FUNDAMENTALAutores: Margit Elena Theisen, Roger dos Santos Rosa, Marta Regina Mueller
Apresentação: Expressiva parcela da população brasileira não (re)conhece a importância e a amplitude do Sistema Único de Saúde (SUS) de forma satisfatória. O SUS está presente diariamente na vida dos brasileiros por meio de serviços de vigilância em saúde, assistência ou ações que impactam diretamente na vida e na saúde dos cidadãos e garante a participação da sociedade por meio do controle social. Muitas vezes, essa possibilidade de participação não é exercida em razão do desconhecimento ou de preconceitos em relação ao sistema. A educação é um eixo que permeia o prosseguimento da vida na formação do ser humano permitindo autonomia, quebra de paradigmas e mudança na visão de seu mundo e do que os cerca. A criança começa sua educação na família e, à medida que cresce, vivencia e percebe suas potencialidades e sua inclusão social também por intermédio da Escola. Provocar o estímulo ao aprendizado significativo e o despertar para a construção de novos conhecimentos, ao utilizar recurso pedagógico lúdico que reúna na mesma situação o educar, o ensinar e o aprender “brincando”, pode trazer grande prazer à criança na assimilação de conteúdos. Permite, também, criar e vivenciar na prática o desenvolvimento de ferramentas diferenciadas (lúdicas) para o tema proposto sobre matéria de entendimento e magnitude tão abrangente - o SUS. Buscou-se instrumentalizar crianças em fase escolar com ensinamentos básicos sobre o SUS, com criticidade e competência para atuar e significar a realidade em que desenvolvem suas histórias. Assim, o estudo objetivou estimular e analisar a aprendizagem sobre o SUS com a utilização de uma nova personagem para alunos do Ensino Fundamental: o “SUSinho”. (https://www.ufrgs.br/saudeurbana/coletanea-do-susinho/. Trata-se de intervenção em auxílio ao estudo ampliado sobre saúde pública nas Escolas. Foi produzida e materializada para agregar conhecimentos e atribuir significado por meio de sua identificação visual como ícone associado ao SUS. O trabalho insere-se nos processos de reflexão sobre a produção do conhecimento e debates com a sociedade, ao mesmo tempo em que buscou aprofundar e fortalecer as relações entre as áreas da saúde e da educação, com abordagem multi e interdisciplinar e aprimoramento das práticas solidárias de atenção, de gestão e de educação em saúde. Desenvolvimento: O estudo foi desenvolvido em uma escola pública estadual do interior do Rio Grande do Sul (RS), na cidade de Santa Cruz do Sul (cerca de 130 mil habitantes; localizada a 155 km da capital do estado; IDH 0,773; renda per capita de R$ 63,5 mil), para alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental em articulação com uma ação de extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e apoio da Secretaria Estadual da Saúde (RS). As atividades propostas integravam rotinas regulares das turmas e foram realizadas dentro da flexibilidade proporcionada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) do Ensino Fundamental. Os PCN abrangem “Temas Transversais” que incluem especificamente o tópico Saúde. Participaram do projeto 116 alunos das turmas dos 3º, 4º e 5º Anos (duas turmas/seriação), de 8 a 12 anos de idade. O estudo, de caráter exploratório, com abordagem quantitativa e qualitativa, incluiu registro em caderno de campo e observação participante, com intervenção lúdica em sala de aula. No caderno de campo foi realizado o registro minucioso das informações e das observações das atividades desenvolvidas no percurso do estudo. Para que a aprendizagem fosse efetiva e abrangesse o conhecimento ampliado sobre o SUS, foram ministradas 18 aulas/turma, abordando temas como vigilância em saúde, alimentação/nutrição, ouvidoria, controle social, cidadania, financiamento, medicamentos, siglas e princípios do sistema, saúde da pessoa com deficiência, cartão SUS seguida de uma avaliação final dos conhecimentos adquiridos. Os conteúdos e ferramentas utilizados em sala de aula foram aplicados de forma idêntica para todas as turmas. Os instrumentos de coleta de dados basearam-se em exercícios de fixação; avaliação de conteúdos ludo-pedagógicos e da personagem “SUSinho” pelos alunos; realização de gincana para testagem de apreensão de novos conhecimentos no final do estudo e análise do caderno de campo. Após, foram realizadas análises numérico-descritivas, as frequências e calculados os percentuais por turma, média por seriação e média global geral. Os dados receberam tratamento analítico idêntico, descritos e classificados quantitativamente e, posteriormente, analisados e interpretados qualitativamente. Resultado: A média conjunta das turmas com avaliação satisfatória foi de 81,9% para os exercícios de fixação; facilidade de compreensão de 80,5% para os conteúdos e a utilização de recursos ludo-pedagógicos; aprovação de 96,8% para a personagem "SUSinho" e 97,8% de aproveitamento na gincana. Os alunos demonstraram interesse nos temas abordados que possibilitaram ampliar a perspectiva de aprendizagem reforçados pelas técnicas e ferramentas utilizadas ao promover o envolvimento, a curiosidade e o aproveitamento das crianças. A utilização da ludicidade demonstrou e reforçou a importância do lúdico nas associações para aprendizagem em matérias, por vezes, de difícil compreensão para crianças em idade escolar. A criação e a utilização da personagem "SUSinho" foi bem acolhida pelos alunos na mais pura expressão de afetividade, empatia e alegria demonstrados com sua presença em sala de aula. Alcançou resultados além do esperado, tornando o ensino mais prazeroso, enriquecendo sua contribuição voltada ao ensino-aprendizagem proposto e à associação ao SUS. As percepções realizadas na descrição sistemática e processual no caderno de campo e suas análises legitimaram os resultados obtidos. Em razão da carência desse tipo de material voltado para o público-alvo do Ensino Fundamental e afins, foram produzidos outros instrumentos visando facilitar a inserção do tema em sala de aula. A criação e a utilização da personagem oportunizou a elaboração e a concretização de outros produtos que poderão ser utilizados nos mais variados contextos e ambientes educacionais em auxílio à aprendizagem como Material Didático, Cordel do SUS e Cartilha Informativa, além de produtos secundários relacionados à personagem. Todos os produtos desenvolvidos encontram-se disponíveis no site citado na seção “Apresentação: ”. Considerações finais: Ao considerar a pluralidade e a generalidade do sistema de saúde público brasileiro, os alunos entenderam e compreenderam a dinâmica, a funcionalidade e a amplitude do SUS por intermédio da intervenção da personagem “SUSinho” em favorecimento à aprendizagem. Ao mesmo tempo, projeta a possibilidade de repercussões dos conhecimentos adquiridos multiplicados no seu ambiente familiar/social. A inclusão da personagem, aliada aos conteúdos propostos, além de apresentar aplicabilidade do produto com enfoque educacional, com ações pedagógicas orientadas pela transversalidade e interdisciplinaridade, também oportunizou prover as condições necessárias à participação ativa, propositiva e transformadora ao potencializar a competência dos alunos envolvidos no estudo. Demonstrou, ainda, que é possível ensinar matérias com maior nível de complexidade para crianças, desde que utilizados recursos didáticos e ludo-pedagógicos baseados na simplicidade e na atratividade, que promovam a construção do conhecimento. Os pequenos aprendizes perceberam que o SUS está presente em suas vidas e dos demais diariamente. Assim, considera-se que os resultados positivos obtidos evidenciaram êxito na execução das propostas teórico-metodológicas voltadas à educação em Saúde Pública. Nesse sentido, podem ser considerados em propostas futuras, em novas experiências de ações educativas direcionadas ao ensino sobre o SUS, nos mais variados ambientes de aprendizagem. |
7123 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO FERRAMENTA LÚDICA DE PREVENÇÃO DE PARASITOSES INFANTIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Ingrid Bentes lima, Jéssica Moraes Sousa, Larissa Juliana Brandão Da Silva, Fernanda Araújo Trindade, Jessica Suene Andrade Nascimento, Caio Demetrius de Lima Meireles, Gabriela Éleres Casseb, Raiane Bacelar dos Anjos EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO FERRAMENTA LÚDICA DE PREVENÇÃO DE PARASITOSES INFANTIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Ingrid Bentes lima, Jéssica Moraes Sousa, Larissa Juliana Brandão Da Silva, Fernanda Araújo Trindade, Jessica Suene Andrade Nascimento, Caio Demetrius de Lima Meireles, Gabriela Éleres Casseb, Raiane Bacelar dos Anjos
Apresentação: As parasitoses continuam sendo reconhecidamente elevadas entre as populações de áreas desprovidas de saneamento básico ao redor do mundo. Na ótica social, as parasitoses intestinais são responsáveis pela diminuição da qualidade de vida da população, causando perdas econômicas, prejuízo para órgãos vitais do corpo e principalmente, o aumento da desnutrição. Em um estudo realizado no Município de Tailândia, estado do Pará observou-se em análises dos exames parasitológicos de fezes que, existe um elevado índice de endoparasitos em crianças em fase escolar, representando 73% das amostras analisadas com positividade para parasitoses e afirmam que, a alta taxa de contaminação por parasitoses intestinais está ligada à falta de informação da população sobre as formas de contágio e profilaxia das mesmas. A educação em saúde, por sua vez, é tida como o pilar principal para promover e preservar a saúde, trabalhando na construção de novos conhecimentos e práticas principalmente com as crianças, as quais são mais suscetíveis às infecções e reinfecções por estarem mais expostas aos agentes etiológicos. Dentro de uma perspectiva educativa, intervenções lúdicas como estratégias de educação em saúde são eficazes quando atingem os resultados esperados, pois elas permitem a promoção da aprendizagem, evidenciadas pelo aumento no nível de conhecimento, bem como a mudança de comportamento e melhora na qualidade de vida das crianças. Nessa perspectiva, o presente estudo tem como objetivo relatar a experiência de acadêmicas em uma ação de educação em saúde com crianças sobre o tema de parasitoses. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência acerca de uma ação educativa sobre parasitoses desenvolvida por três acadêmicas dos cursos de enfermagem, farmácia e nutrição, integrantes da Liga Interdisciplinar de Saúde da Mulher e da Criança (LISMUC). O local de estudo foi uma escola particular de ensino fundamental, localizada na Cidade Nova seis, no município de Ananindeua-Pa, no dia 20 de outubro de 2019. As atividades foram desenvolvidas com 16 crianças na faixa etária de oito a dez anos do 3° ano do ensino fundamental, desenvolve-se uma explanação sobre o assunto e uma atividade lúdica, como dinâmica de perguntas e respostas, sobre parasitoses. Na primeira fase da ação foram feitas algumas perguntas às crianças para medir o nível de conhecimento prévio sobre o assunto, dentre elas estão “Vocês sabem o que são parasitoses?”, “Como acham que pega?”, “O que sentimos?”. Na segunda fase foi feita a apresentação do banner, no qual foi divido em três partes: uma acadêmica definia o assunto, citando quatro tipos de parasitoses, dentre elas Giárdia lamblia, Áscaris lumbricoides, Entamoeba histolytica e Pedículos humanus, outro os sintomas e por fim as formas de prevenção, explicando como fazer passo a passo da lavagem das mãos de maneira correta. Na terceira fase foi realizada uma dinâmica, a qual ocorreu da seguinte forma: a turma foi dividida em duas equipes, cada equipe escolhia um representante por rodada, depois da pergunta ser feita, eles tinham 30 segundos para discutir a resposta e o representante se posicionar na linha de largada (cada equipe possuía sua linha de largada), a uma distância de 1 metro, de cada linha, havia uma cadeira com um balão, após o sinal de largada, o representante corria até o balão e o estourava (sentando ou estourando com as mãos ou pés), quem estourava primeiro respondia, e se correto, a equipe pontuava. As perguntas feitas durante a dinâmica foram “O que são parasitoses?”, “Como se pega?”, “O que sentimos quando estamos com parasitoses?”, “Cite duas formas de evitar a doença”, “De maneira simples demonstre a lavagem das mãos”. Por fim, todos receberam brindes relacionados às medidas de prevenção, a saber, frascos com sabonete liquido e toalhinhas. Resultado: Durante todas as atividades os participantes tiveram participação ativa, principalmente durante os questionamentos e na dinâmica. Na primeira fase da ação, na qual foram testados os conhecimentos prévios sobre as parasitoses, observou-se que os alunos desconheciam o termo “parasitoses”, conseguiram relacionar a bactérias e vírus, porém, ao saberem que se tratava de vermes, associaram a “comer terra”, sintomas como dor de barriga, diarreia e coceiras, bem como ao bicho geográfico, relatando conhecerem pessoas que apresentaram esses quando doentes. Observou-se, também, que a maioria tinha noção de maneiras de prevenir as parasitoses, como não andar descalço, lavar bem os alimentos, beber água filtrada ou fervida, higienização das mãos antes das refeições e cozinhar bem os alimentos. Durante a dinâmica de fixação, os dois grupos agiram em equipe na formação das respostas e, a dinâmica resultou em empate e na pergunta final os dois representantes dos grupos demonstraram dois passos das lavagens das mãos e em seguida a turma demonstrou os demais. Portanto, as ferramentas pedagógicas que utilizam a ludicidade são capazes de provocarem mudanças significativas e permitem que sejam feitas associações com as práticas cotidianas e o saber científico, modificando o entendimento sobre parasitoses de maneira divertida para os escolares. Com a finalização das atividades, a direção da escola atentou para a importância de momentos como esse, e solicitou para que o a liga retornasse com outros temas, pois tanto pais quanto alunos têm dificuldades e dúvidas relacionadas a cuidados em saúde. Considerações finais: A experiência vivenciada permitiu que as facilitadoras formulassem estratégias a fim de provocar mudanças comportamentais, de modo que o profissional da saúde precisa ter a capacidade de prevenir doenças e promover saúde de maneira lúdica e educativa. O cenário epidemiológico das parasitoses infantis no estado faz necessária a aplicação dessas estratégias, somada a medidas resolutivas tomadas pela vigilância epidemiológica e sanitária, a fim de reduzir a estatística de casos e levar educação em saúde para a sociedade, com o intuito levar o conhecimento para aqueles que estão em fase de crescimento, seja pessoal ou intelectual. Desse modo, evidencia-se a importância da participação da comunidade nos debates de educação em saúde, para assim, os pesquisadores compreenderem as principais dificuldades e os conhecimentos já fixados pelos menores. Logo, a fim de reduzir a prevalência de parasitoses infantis é necessária a realização de ações educativas em saúde para crianças, uma vez que contribui para o processo de ensino-aprendizagem e na adoção de hábitos de higiene com o corpo, ambiente e alimentação. |
8381 | ESTRATÉGIAS DE SAÚDE PARA PREVENIR INCIDÊNCIAS DE ENTEROPARASITOSES EM ESCOLARES EM UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO Manuela Cristina Gouveia do Amaral, Carla Camilly Pontes dos Santos, Danielle Caroline Silva Cezar da Cruz, João Victor Elyakim Pantoja Magno, Larisse Fayal da Costa, Wylly Jerffeson Gonçalves Barros, Paulo Elias Gotardelo Audebert Delage, Alba Lúcia Ribeiro Raithy ESTRATÉGIAS DE SAÚDE PARA PREVENIR INCIDÊNCIAS DE ENTEROPARASITOSES EM ESCOLARES EM UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINOAutores: Manuela Cristina Gouveia do Amaral, Carla Camilly Pontes dos Santos, Danielle Caroline Silva Cezar da Cruz, João Victor Elyakim Pantoja Magno, Larisse Fayal da Costa, Wylly Jerffeson Gonçalves Barros, Paulo Elias Gotardelo Audebert Delage, Alba Lúcia Ribeiro Raithy
Apresentação: Trata-se de um relato de experiência de acadêmicos da enfermagem em uma atividade de educação em saúde, junto à escolares do 6° ano do ensino fundamental de uma Escola Pública na Cidade de Belém-Pa. A pesquisa consiste na prevenção de enteroparasitoses, tratando-se de uma abordagem descritiva com a metodologia do Arco de Maguerez que é dividido em cinco etapas: observação da realidade; levantamento dos pontos chaves; teorização; hipóteses de soluções e aplicação da realidade. Nessa perspectiva, prevenir incidências de enteroparasitoses em escolares é indispensável, haja vista que, os parasitas intestinais representam um grave problema de saúde pública e afeta principalmente países em desenvolvimento, causando quadros de desnutrição, diarreia, anemias, diminuição de desenvolvimento físico e, sobretudo, do aproveitamento escolar das crianças. Nesse sentido, o objetivo desse relato é apresentar o processo de construção e aplicação de uma ação educativa em saúde, voltada à prevenção de enteroparasitoses em alunos de uma escola pública de Belém. Desenvolvimento: A observação da realidade viabilizou-se a partir de uma experiência de vivência em uma instituição de ensino, possibilitando a escolha dos pontos-chave. Ademais, a teorização consistiu na busca da literatura sobre enteroparasitoses e medidas profiláticas e com base nesse material e discussão com os professores, foram estabelecidas propostas de solução envolvendo a ludicidade. No retorno à realidade foram adotadas estratégias profiláticas para enteroparasitoses por meio de práticas educativas, incluindo uma dinâmica estilo “batata quente”, onde a criança “sorteada” deveria descrever uma cena de uma imagem e indicar se a mesma estava adequada ou não às boas práticas de higiene. Resultado: Utilizando-se de um instrumento para coleta de dados, obteve-se que, dos 16 questionários aplicados, apenas 15 alunos não sabiam o que é uma parasitose, 4 não lavam as mãos e 12 não realizam exames periódicos para diagnóstico de parasitas. No momento da ação os alunos participaram ativamente, tendo se mantido atentos e envolvidos com a tarefa durante toda a atividade da “batata quente” que inclui utilização de imagens, debatendo e expondo os seus conhecimentos acerca dos fatores de risco e prevenção de enteroparasitoses. Por fim, notou-se que a estratégia educativa foi efetiva para a aprendizagem do assunto proposto e conseguinte os escolares simpatizaram com os brindes distribuídos. Considerações finais: Por meio da experiência, identificou-se a necessidade de haver educação continuada acerca da prevenção e tratamento das enteroparasitoses, em escolas e entre a população em geral. |
9218 | PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E PRÁTICAS CORPORAIS PARA ESCOLARES NO MUNICÍPIO DE TEFÉ – AMAZONAS POR EQUIPE MULTIPROFISSIONAL Jéssica Bianca Ramires Aparício, Lucas Leão Caldeira, Maria Adriana Moreira, Elenice de Lima Lopes, Adriano Araújo Fernandes, Geimisson de Amorim Gil, Lidiana Cordeiro Dias PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E PRÁTICAS CORPORAIS PARA ESCOLARES NO MUNICÍPIO DE TEFÉ – AMAZONAS POR EQUIPE MULTIPROFISSIONALAutores: Jéssica Bianca Ramires Aparício, Lucas Leão Caldeira, Maria Adriana Moreira, Elenice de Lima Lopes, Adriano Araújo Fernandes, Geimisson de Amorim Gil, Lidiana Cordeiro Dias
Apresentação: A promoção da alimentação saudável associada as práticas corporais para crianças em idade escolar constitui-se como uma das estratégias de promoção a saúde mais eficazes, uma vez que o ato de se alimentar é iniciado logo nos primeiros momentos de vida com a amamentação que deve ser exclusiva até os 6 meses, a partir do qual, a alimentação complementar com os hábitos alimentares familiar e cultural, a criança desenvolverá preferências que serão continuadas por todo o longo da vida. Em muitos casos, a alimentação sofre tendências ao consumo de alimentos processados e ultra processados, que associada ao sedentarismo facilitado pelo uso irregular das tecnologias, a longo prazo será um dos determinantes de sua saúde. Desta forma, a promoção da alimentação saudável e práticas corporais no âmbito escolar com foco nas crianças, teve o objetivo de disseminar conhecimento, desenvolver senso crítico-reflexivo sobre hábitos alimentares saudáveis, estilo de vida ativo e seus inúmeros benefícios a saúde. Desenvolvimento: A promoção a saúde para os escolares foi desenvolvida em quatro diferentes escolas, sendo elas: Escola Municipal Caminho Feliz, Escola Estadual Eduardo Sá, Escola Municipal Wenceslau de Queiroz e Escola Municipal Almerinda de Oliveira Pinheiro, por equipe multiprofissional do Núcleo Ampliado a Saúde da Família (NASF) composta por Nutricionista, Educador Físico, Fisioterapeuta, Assistente Social e Psicólogo, com apoio da equipe Estratégia Saúde da Família e Escolas na qual ocorreram a ação. Participaram das atividades crianças matriculadas no 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, com cerca de 8 turmas por escola, com um total de 18 a 38 alunos por turma. Inicialmente, as 8 turmas foram divididas em 3 grupos. O 1º grupo foi conduzido ao local previamente determinado, onde foram realizadas rodas de conversa, que de forma lúdica abordaram temas como preferências e aversões alimentares, consequências da má alimentação, importância da alimentação saudável, bem como seus benefícios. Em seguida, o Fisioterapeuta e Educador Físico ressaltaram a importância das práticas corporais e seus efeitos sobre a saúde, logo após, demonstraram cada passo do circuito de atividades, organizado com a utilização de cordas, cones, bambolês e exercícios livres. Com o apoio de todas as equipes, após as orientações, os exercícios foram reproduzidos pelos escolares estimulando a prática como hábito de vida. O mesmo fluxo foi aplicado a todos os grupos e escolas, até que todos os escolares do 1º ao 5º ano, participassem da ação. Resultado: No decorrer das atividades desenvolvidas, foi possível observar a fixação do conteúdo abordado, visto na participação ativa em todas as etapas, onde os escolares não hesitaram em contribuir com comentários, questionamentos, demonstrando entusiasmo durante o circuito de atividades, que além de favorecer interação social, trabalhou o desenvolvimento psicomotor, cognitivo e afetivo. Considerações finais: Portanto, ressalta-se a importância de se promover saúde incentivando hábitos alimentares saudáveis e um estilo de vida ativo, desenvolvendo nos escolares o senso crítico-reflexivo, para que de forma espontânea tenham preferência saudáveis, prevenindo a obesidade, comorbidades e Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), tornando-se adultos saudáveis e multiplicadores de saúde. |
9685 | AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS PRÉ ESCOLARES DE UMA ÁREA ADSCRITA EM FORTALEZA (CE) Eliane Mara Viana Henriques, Mabel Spinosa de Castro, Ravena Viana Ximenes, MARIA DO SOCORRO LITAIFF RODRIGUES DANTAS AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS PRÉ ESCOLARES DE UMA ÁREA ADSCRITA EM FORTALEZA (CE)Autores: Eliane Mara Viana Henriques, Mabel Spinosa de Castro, Ravena Viana Ximenes, MARIA DO SOCORRO LITAIFF RODRIGUES DANTAS
Apresentação: O âmbito escolar pode influenciar no comportamento alimentar de crianças e jovens, visto que é um local de desenvolvimento do pensamento crítico, construção de crenças, conceitos, e maneiras de ver o mundo, influenciando assim na sua produção de saúde. Sendo assim, estratégias foram feitas por programas governamentais (Programa Nacional de Alimentação do Escolar e Programa Saúde na Escola) afim de promover educação nutricional, alimentação saudável, saúde e nutrição à nível público de ensino (Brasil, 2009; Lourenço et al, 2019). O estado nutricional de crianças está associado a diversos fatores, que vão desde o pré-natal até o ambiente que ela está inserida no pós-natal. O hábito alimentar da família vai influenciar fortemente o da criança, mas além disso, condições de moradia, escolaridade materna e disponibilidade de alimentos também são fatores que devem ser levados em consideração (Lourenço et al, 2019; Santos et al, 2017). Avaliar o estado nutricional e hábito alimentar dessa população é muito importante, visto que os hábitos alimentares adquiridos na infância prevalecem na adolescência e vida adulta, influenciando assim, o seu estado nutricional e doenças associadas. Além disso, devido à transição nutricional, o Brasil encontra-se com uma das maiores prevalências globais em excesso de peso, afetando 33,5% de suas crianças (Santos et al, 2017). A tendência é que obesidade acirre ainda mais, à nível global, em 2030 estima-se que 254 milhões de jovens entre 5 e 19 anos de idade terá esta doença, e estudos atuais já revelam a presença de obesidade em crianças pré escolares e escolares (Peterson et al, 2019). Diante do exposto, avaliar a situação nutricional dessa população irá servir de subsídio para julgar se as políticas públicas já existentes estão adequadas ou se há necessidade de novas. Portanto, este trabalho tem como objetivo avaliar o estado nutricional de crianças pré escolares de uma área adscrita de Unidade Básica de Saúde em Fortaleza (CE). Método: Trata-se de um estudo transversal, com amostra de 88 crianças matriculadas em duas creches de Fortaleza (CE), sendo uma particular e outra pública, no mês de novembro de 2019, com idade em meses de 59,20 ±10,45. Foram coletados dados referentes à peso, estatura, data de nascimento e idade, que foi obtida em meses. O diagnóstico nutricional foi classificado a partir das curvas de escore-Z da Organização Mundial de Saùde do ano de 2006 para crianças de 0 a 5 anos de idade, sendo elas: peso para idade, estatura para idade e IMC para idade. Para classificar estas categorias foram considerados os seguintes parâmetros, respectivamente: P/I: Muito baixo peso para idade ( Escore-z -3), Baixo peso para a idade (≥ Escore-z -3 e Escore-z -2); Peso adequado para a idade (≥ Escore-z -2 e ≤ Escore-z +2), Peso elevado para a idade (Escore-z +2); E/I: Muito baixa estatura para a idade ( Escore-z -3), Baixa estatura para a idade (≥ Escore-z -3 e Escore-z -2), Estatura adequada para a idade (≥ Escore-z -2); IMC/I: Magreza acentuada ( Escore-z -3), Magreza (Escore-z -3 e Escore-z -2), eutrofia (Escore-z -2 e Escore-z +1), risco de sobrepeso (Escore-z +1 e Escore-z +2), sobrepeso (Escore-z +2 e Escore-z +3), obesidade (Escore-z +3). O peso foi aferido por meio de uma balança digital e a estatura através de estadiômetro. Antes da aferição do peso, a balança foi calibrada, em seguida, a criança se posicionou em pé, no cento da base da balança, descalça. A estatura foi mensurada com a criança de costas, com os calcanhares juntos, tocando a haste vertical do estadiômetro, braços estendidos ao longo do corpo e peso igualmente distribuído entre os pés, seguindo o protocolo do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (CDC, 2013). Todos os dados foram compilados em planilha Excel (2010). Na análise descritiva foram utilizadas as frequências absolutas e relativas, além das medidas de posição, tendência central. Gráficos e tabelas foram utilizados para mostrar os resultados. Resultado: Da amostra de 88 crianças, 72 eram do ensino público e 16 de particular, 41 eram do sexo feminino e 47 do sexo masculino, com média de idade X (desvio padrão). Em relação ao peso, 92,05% da população estudada obteve o diagnóstico de peso adequado para idade, 5,68% para peso elevado, e 2,27 para baixo peso. No tocante estatura para idade, 97,73% apresentou estatura adequada para idade, e 2,27% baixa estatura e ao se analisar o parâmetro IMC/idade, obtivemos que 2,27% da amostra apresentava magreza, 79,55% eutrofia, 4,55% risco de sobrepeso, 7,95% sobrepeso e 5,58% obesidade. Silva et al (2018) encontrou em seu estudo, percentuais de adequação maiores que o do presente estudo, onde eutrofia nos parâmetros P/I e IMC/I eram de 95% e 82% respectivamente, maiores do que o presente estudo, onde eutrofia em P/I e IMC/I foi de 92,05% e 79,55% respectivamente, além da E/I, onde teve adequação de 100% e no presente estudo, apenas 97,73%. O IMC/idade do presente estudo obteve que 2,27% da amostra apresentava magreza, percentual maior do que o encontrado por Schissler et al (2018), de apenas 1,30%, entretanto, os valores de IMC/I em relação à eutrofia foi maior no presente estudo, onde 79,55% da amostra encontrava-se eutrofica em relação ao IMC/I, diferente do estudo citado, onde eram apenas 64,93%. Os valores de sobrepeso e obesidade do presente estudo distorcem do encontrado pelo estudo citado, principalmente em relação a sobrepeso onde foi encontrado valor de 20,78% e na presente amostra apenas 7,95%, em relação à obesidade, há pouca diferença, Schissler et al (2018), encontrou que 9,09% de sua amostra encontrava-se com obesidade, e o presente estudo apenas 5,58%. Corroborando com os resultados de Souza et al (2019), percebe-se que em relação ao P/I em magreza, o presente estudo obteve valor maior de baixo P/I, de 2,27% comparado à 0,7%. Entretanto, o peso adequado para idade foi maior no presente estudo, 92,05% em comparação a 83,3%, a amostra também obteve menor valor de peso elevado para idade, 5,68% comparado a 16%. Os dados de estatura adequada para idade e IMC/I corroboram com os de Souza et al (2019), que encontrou valores de 98,5% de adequação em E/I enquanto na presente amostra esse valor foi de 97,73%, assim como os de eutrofia em relação ao IMC/I, onde encontrou que 75,2% de sua amostra estava eutrófica e no presente estudo, esse valor foi de 79,55%. Ainda no quesito IMC/I, Alexandre et al (2018), analisando crianças de escolas públicas e privadas, obteve que na escola pública, 8,3% da amostra apresentava magreza, 79,46% eutrofia e 11,61 excesso de peso, já na privada,16% apresentava magreza, 66,5% eutrofia e 25,1% excesso de peso. Estes dados só se parecem o do presente estudo em relação à eutrofia, pois os valores tanto de magreza como excesso de peso foram menores do que os encontrados no estudo citado. Considerações finais: Conclui-se portanto, que embora a maioria da amostra tenha apresentado peso adequado para idade e eutrofia, os percentuais de sobrepeso e obesidade são significativos entre pré escolares, necessitando assim de medidas tanto educativas como preventivas para controle de peso, para isso, faz-se necessário uso de políticas públicas, ações como as já existentes no PSE e PNAE, assim como articulação para que as equipes multiprofissionais trabalhem juntos nessa causa. |
10849 | SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA EM FOCO: A EXPERIÊNCIA DE UMA EQUIPE INTERPROFISSIONAL SOBRE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA CRIANÇAS E JOVENS Enzo Seixas Sestelo, Lavínia Boaventura Silva Martins SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA EM FOCO: A EXPERIÊNCIA DE UMA EQUIPE INTERPROFISSIONAL SOBRE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA CRIANÇAS E JOVENSAutores: Enzo Seixas Sestelo, Lavínia Boaventura Silva Martins
Apresentação: Refletir sobre as mentes pensantes e como os indivíduos da faixa etária infantojuvenil lidam com suas vidas e saúde, em seu conceito ampliado, muitas vezes, se torna difícil sem uma interação com esses sujeitos. Um grupo de educação em saúde desenvolvido com o público infantojuvenil, pelo Programa Candeal - Prática Interprofissional em Saúde, da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, buscou possibilitar vivências de uma equipe interprofissional com a infância e juventude e suas ideias. O objetivo deste trabalho é relatar experiência de grupo com crianças e jovens, tendo como foco saúde e qualidade de vida, desenvolvida juntamente com o Núcleo Federação dos Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (NEOJIBA). DesenvolvimentoAs atividades foram desenvolvidas no segundo semestre de 2019, com os integrantes de um coral infantojuvenil do Núcleo NEOJIBA Federação. O primeiro momento do trabalho foi um encontro de apresentação da equipe e levantamento de temas de interesse dos participantes. Alguns dos temas escolhidos foram: comunicação, saúde mental, Bullying, racismo e consciência ecológica. A partir disso foi iniciada a segunda etapa - em encontros semanais de aproximadamente 90 minutos, ao longo de 10 semanas, para se trabalhar os temas escolhidos a partir de um planejamento prévio da equipe. As atividades eram iniciadas com uma tempestade de ideias para levantamento do conhecimento prévio das crianças e jovens e logo em seguida eram realizadas dinâmicas que trouxessem elementos sobre o tema em questão. Após a dinâmica era realizado uma espécie de bate papo para discussão do que foi possível refletir ou aprender no encontro, tirar dúvidas e compartilhar experiências. Ao final do encontro os participantes davam feedback à equipe sobre a atividade, para que pudessem aprimorar as práticas. Resultado: As dinâmicas e vivências realizadas foram capazes de identificar situações específicas presentes na vida das crianças e jovens. Aprimorar o trabalho em equipe foi uma ferramenta crucial aprendida com esse projeto. Uma equipe integrada e ciente das particularidades de cada membro, junto com suas habilidades e dificuldades, é capaz de fazer atividades muito mais fluidas e mais condizentes com as demandas. A equipe interprofissional teve contato com diversos contextos sociais que influenciavam na forma como cada um dos indivíduos lidava com as suas situações cotidianas, sendo importante que a mesma estivesse ciente de cada um desses contextos. Com a escuta e o olhar atentos, o grupo foi capaz de perceber muitas questões e o porquê das diferentes perspectivas sobre uma mesma coisa. Considerações finais: Observa-se que a ação foi de imenso crescimento para ambas as partes. Os vários feedbacks dados pelas crianças e jovens dessa comunidade fundamentaram a importância de intervenções interprofissionais como a do Programa Candeal. Equipes aptas para essas intervenções deveriam se mostrar cada vez mais presentes para melhora na qualidade de vida de indivíduos e comunidades. |
7316 | O PAPEL DO ENFERMEIRO NO ACOLHIMENTO À PESSOA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA Iasmim da Silva Dias, Alessandra Carla da Silva Ferreira, Evelyn Nicolly Ferreira Furtado, Lucas Carreira Ramos, Matheus Ribeiro de Medeiros, Samir Felipe Barros Amoras, Nazaré Lima O PAPEL DO ENFERMEIRO NO ACOLHIMENTO À PESSOA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA ATENÇÃO PRIMÁRIAAutores: Iasmim da Silva Dias, Alessandra Carla da Silva Ferreira, Evelyn Nicolly Ferreira Furtado, Lucas Carreira Ramos, Matheus Ribeiro de Medeiros, Samir Felipe Barros Amoras, Nazaré Lima
Apresentação: O Transtorno de Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do desenvolvimento que aparece nos três primeiros anos de vida, a criança que possua este transtorno desenvolve problemas quanto a interação social, linguagem e coordenação motora, para isso cabe o enfermeiro estimular a autonomia desta criança, assim como observar e assistir a mesma durante todo o seu desenvolvimento. Nos últimos anos as intervenções comportamentais trouxeram significativos estudos no tratamento e desenvolvimento de pessoas com TEA.Tais estudos mostraram que a intervenção individualizada e capacitação de cuidadores, trouxe melhorias para o enfrentamento à doença e no convívio social. Segundo a Organização Mundial de Saúde, uma em cada 160 crianças tem o transtorno do espectro autista, sendo em sua maioria do sexo masculino (OPAS BRASIL, 2017). De acordo com o periódico Revista Autismo (2019) não há números confirmados sobre a prevalência do TEA no Brasil devido a falta de estudos epidemiológicos, contudo, relatam que no Brasil pode haver cerca de 2 milhões de pessoas com TEA. A relevância do estudo está em trazer maior conhecimento a respeito do papel do/a enfermeiro/a no acolhimento à pessoa com autismo no âmbito da atenção primaria, pois sua atuação nesse nível de atenção à saúde caracteriza-se por mudanças relevantes sobre conhecimento produzido e ações desenvolvidas para a melhoria da assistência no setor primário de saúde pública no Brasil. Objetivo: Promover a reflexão sobre a acolhida e a abordagem que é utilizada pelo profissional de enfermagem nesse cenário, e também mostrar a importância do papel do enfermeiro através da análise e evidências disponíveis na literatura a respeito da acolhida do profissional de enfermagem a pessoa com transtorno do espectro autista e identificar quais abordagens ele pode usar no momento do atendimento inicial deste. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura em busca dos estudos relacionados com o tema proposto, nas bases de dados; retirada de dados dos estudos; análise e síntese dos resultados da revisão. A coleta de dados foi realizada em setembro e outubro de 2019. Para a seleção dos artigos foram consultadas as bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de dados em Enfermagem (BDENF) Scientific Electronic Library Online (SciELO ). Teve-se como critérios de inclusão para a seleção dos estudos: estudos em português, publicados em periódicos entre 2016 e 2019 e que abordassem os métodos de acolhimento do paciente com TEA pelo enfermeiro no âmbito da atenção básica. Sobre os critérios de exclusão teve-se: trabalhos que eram dissertações, artigos no idioma em português. A escolha dos artigos foi efetuada através da leitura minuciosa dos títulos e resumos, de modo que os escolhidos para a seleção final atendiam aos critérios de inclusão supracitados. Resultado: As discussões acerca do Transtorno de Espectro Autista (TEA) são de extrema importância e relevância em âmbitos de saúde pública e social, antigamente a ideia que se tinha sobre as pessoas com TEA era de que elas tinham retardo mental, pois não havia um diagnóstico concreto por parte dos médicos, antes era tido como um retardo mental ou psicoses e deficiência intelectual e raramente, a pessoa era integrado na vida comunitária. O estigma e muitas vezes a misoginia, leva sobretudo as mães a procurarem ajuda para o seu filho individualmente, até que em 1978 a doença foi reconhecida como um diagnóstico e foi proposto para o mesmo quatro critérios para definição de de caso, sendo: atraso; desvio social, não só como função de retardo mental; problemas de comunicação; novamente, não associado somente ao retardo mental; comportamentos incomuns, tais como movimentos estereotipados e maneirismo, com início antes dos 30 meses de idade. Mesmo com avanços científicos a causa do autismo ainda é desconhecida, considerando-se o envolvimento de fatores genéticos, idade avançada dos pais, baixo peso ao mexer e exposição fetal ao ácido valpróico. As dificuldades de relacionamento interpessoal e de linguagens são algumas das características que ajudaram a definir esse quadro, contudo, ainda há um desacordo e retrocesso em meio aos avanços, onde o diagnóstico pode ser confuso e comparado ao de outras psicopatologias. Em torno disso criou-se debates para que o conhecimento acerca deste tema tenha uma melhor contribuição tanto de profissionais da saúde como também da família e da sociedade, com o objetivo de inserir cada vez mais esse indivíduo no meio social para interagir socialmente. A leitura é umas das ferramentas usadas nesse processo com o intuito de desenvolver a linguagem e modo de como ele pode interagir, e o meio familiar é de grande importância na prática de atividades que estimulam tanto crianças como adultos autistas a cultivar relações sociais. Essas metodologias como a leitura, musicoterapia entre outros são importantes maneiras de ajudar no tratamento de pessoas com TEA e na inserção social, como mostra a análise dos artigos usados nesta pesquisa, onde o profissional de enfermagem juntamente com a família e outros profissionais fazem parte desse processo de educação, tratamento e aperfeiçoamento de conhecimentos sobre o autismo, onde o enfermeiro realiza a função de acolher cada paciente e de acordo com cada especificidade traçar metas que visem a melhoria e a inserção psicossocial do paciente autista. Um desses exemplos é o programa SON-RISE (lúdico) onde os facilitadores e voluntários seguem os interesses da criança, oferecendo atividades divertidas e motivadoras. Estas atividades são adaptadas para serem apropriadas ao estágio de desenvolvimento específico do indivíduo em qualquer que seja a sua idade, utilizando dinâmicas como o contato visual “olho no olho”, conversação, fortalecendo o relacionamento humano. Considerações finais: A partir da discussão acerca do papel do enfermeiro ao atendimento do sujeito com Transtorno do Espectro Autista, concluímos que a pesquisa de caráter qualitativo mostrou que há necessidade de um arcabouço teórico mais abrangente, no que tange a literatura brasileira. Por conseguinte, para se atender de maneira ética e responsiva a pessoa com TEA ,é necessário que a equipe multiprofissional tenha embasamento teórico acerca das características do transtorno, mas também que elabore uma relação de conhecimento com a família para atender as particularidades de cada individuo. |
11533 | ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA SURDOS NO ENSINO SUPERIOR EM SAÚDE ADALBERTO LIRIO DE NAZARE LOPES, Flavia Sirotheau Pontes, ANDREA Maia Correa Joaquim, LILIANE SILVA DO Nascimento, Rosana Nazare Souza Leao ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA SURDOS NO ENSINO SUPERIOR EM SAÚDEAutores: ADALBERTO LIRIO DE NAZARE LOPES, Flavia Sirotheau Pontes, ANDREA Maia Correa Joaquim, LILIANE SILVA DO Nascimento, Rosana Nazare Souza Leao
Apresentação: A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que uma sociedade inclusiva garante espaços sociais para todas as pessoas, fortalecendo atitudes de aceitação das diferenças individuais e coletivas, e enfatiza a importância do pertencer, da convivência, cooperação e contribuição de todos para uma vida mais justa, saudável e igualitária. Esse processo democrático constitui-se no reconhecimento de que todos os seres humanos são livres, iguais e têm o direito de exercer plenamente sua cidadania1,2. Dessa forma, a inclusão social é o direito de todos os seres humanos ao lado da educação e da saúde. No Brasil, aproximadamente 24% da população brasileira (45.606.048 de pessoas) apresenta algum tipo de deficiência, pelo menos uma das deficiências investigadas, incluindo as deficiências auditiva, física, visual, intelectual, transtorno do espectro autista, ostomias e mobilidade reduzida. Desses indivíduos, 25.800.681 de pessoas (56,5%) são mulheres e 19.805.367 (43,5%) são homens. É cada vez maior o número de estudantes surdos que ingressam no ensino superior no Brasil. A maior presença de estudantes surdos em contextos universitários é recente, e decorre de diversos fatores, entre os quais: o reconhecimento, a partir de meados da década de 1990, do status de língua para a língua de sinais; o desenvolvimento de propostas de educação bilíngue de qualidade para surdos; e um momento histórico no qual políticas públicas de inclusão vêm aos poucos aumentando o acesso e a participação ativa de pessoas com necessidades especiais em diferentes contextos sociais. O ensino da odontologia prevê no projeto pedagógico habilidades e competências especificas que avançaram no decorrer da história da profissão, as quais tem rigor técnico, caráter científico e percepção humanística. Diversas iniciativas governamentais têm sido realizadas para promover a inclusão de pessoas surdas no ensino superior. Este estudo teve por objetivo descrever a experiência do atendimento educacional especializado para discente com surdez no curso de odontologia. Desenvolvimento: Relatar experiencia de ensino na UFPA, no curso de Odontologia, entretanto, o ingresso de uma estudante surda no curso tem sido uma experiência transformadora e complexa, devido a vários motivos, dentre eles a carência de termos odontológicos em Libras. O objetivo deste relato é descrever como o apoio pedagógico, a direção, corpo docente e discente têm desenvolvido ações para incluir a aluna e garantir a aprendizagem da Odontologia. Ao ingressar na universidade, o discente portador de deficiencia recebeu inicialmente pelo setor de apoio central da universidade, através de interpetres em libras em tempo integral ao horário da graduação, entretanto, após sucessivas reprovações e baixo rendimento e falta de motivação, a discente procurou a direção e NDE. Foi então que o instituto de ciências da saúde e o apoio pedagógico do mesmo foi acionado para iniciar o trabalho especializado juntamente com o NDE, primeiramente na escuta da discente e de docentes que já haviam trabalhado com aluna. Identificou-se uma experiência positiva da discente com a produção de materiais e abordagem de ensino diferenciada para a discente. Posteriormente para melhorar a aprendizagem, selecionou-se uma monitora, discente do curso de odontologia, para trabalho de apoio nos estudos diariamente no contraturno. Este estudo e contato com colega de graduação de semestre avançado possibilitou apoio e ajuda necessária a aprendizagem monitorada semanalmente pelo serviço pedagógico especializado. Também foi ofertado um estagio observacional em centro de especialidade odontológica para que a discente pudesse através de contato visual com a profissão perceber a rotina e aprendizagem de termos, nomes e protocolos que são utilizados na odontologia. Assim, a vivencia no estagio tem possibilitado a criação de sinais e glossário para o ensino da odontologia na UFPA. Resultado: Para a inclusão do surdo no ambiente universitário, a presença de tradutor/intérprete de Libras é essencial, entretanto não é suficiente. A ausência de termos técnicos específicos em Libras gera um grande problema para o intérprete. A Faculdade com os membros do NDE e apoio pedagógico institucional criou programação de estudos tutoriada, no qual, aluno não surdo tinha horas de estudo com a aluna surda, além de acompanhamento tutoriado por docente para a inclusão da aluna em estagio para observação da pratica profissional de odontologia. Assim, mesmo a aluna ainda cursando semestres iniciais do curso, tem semanalmente estagio observacional avançado no centro de especialidades odontologicas, onde ela tem a possibilidade visual de aprender os nomes e manejos dos materiais e equipamentos odontológicos, bem como a criação dos sinais juntamente com os interpretes que a acompanham. Considerações finais: O apoio pedagógico especializado foi determinante no processo de ensino aprendizagem do aluno, sendo especialmente importante para alunos portadores de deficiência, uma vez que busca na instrumentalização de vários setores dentro e extramuros da universidade mecanismos para favorecer o ensino e a adesão do aluno nos estudos. Desse modo, há necessidade de fortalecimento na implementação do AEE considerando as necessidades especificas do aluno PCD. O AEE deve ter como escopo contribuir com os discentes e docentes no processo de construção do conhecimento em saúde, considerando o máximo desempenho de habilidades e competências previstas nos projetos pedagógicos e auxiliando nas questões pedagógicas com ênfase na melhoria da aprendizagem e formação. A continuidade desse trabalho de acompanhamento pedagógico especializado permitirá a integralização e formação da primeira odontológa surda da região norte do Brasil, e assim amplia condições que auxiliem o ensino de pessoas surdas no Brasil. Percebemos que as estratégias adotadas pelo NDE tem surtido efeito positivo na aprendizagem da discente, acompanhada da motivação e desempenho pedagógico. Sugere-se que a dinâmica de acolhimento individual e delineamento do atendimento educacional especializado sejam rotina aos discentes, principalmente no sentido da inclusão de portadores de deficiência no ensino superior, no caso de nossa experiência. Destacamos também que não somente a inserção de uma disciplina de Libras no Projeto Pedagógico de cursos de Odontologia para atender a inclusão, ou a presença de interpretes facilitarão o ensino ao PCD, mas de fato o corpo docente e toda a faculdade devem estar preparados para o discente surdo e portador de outras deficiências, refletindo na formação inclusiva, diferenciada e humanística dos alunos não surdos também. |
9955 | LIBRAS: UM OLHAR A ABORDAGEM DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM DIANTE À PACIENTES DEFICIENTES AUDITIVOS Hector Lourinho da Silva, Jussivan Oliveira do Nascimento LIBRAS: UM OLHAR A ABORDAGEM DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM DIANTE À PACIENTES DEFICIENTES AUDITIVOSAutores: Hector Lourinho da Silva, Jussivan Oliveira do Nascimento
Apresentação: O presente relato discorre sobre o atendimento do enfermeiro junto aos pacientes surdos na atenção básica de saúde em Belém do Pará. Neste resumo busco relatar a partir de artigos científicos e experiências vividas no estágio obrigatório em UBS as dificuldades e a precariedade do atendimento ao público com deficiência auditiva assim como as implicâncias deste atendimento para a promoção de saúde para esta população e demonstrar a importância de implantar e despertar nos profissionais e acadêmicos da saúde o interesse para o aperfeiçoamento do atendimento à pessoas com surdez, assim como sua relevância por meio do conhecimento da realidade da comunidade surda com suas peculiaridades e desafios e, também, das demais pessoas com deficiência auditiva, fomentando assim ações de humanização do atendimento clínico às pessoas com surdez por meio da difusão e da promoção da acessibilidade, inclusive, em LIBRAS. Desenvolvimento Desde os anos 70 muito se discute sobre a influência da inclusão de pessoas com deficiência auditiva na sociedade, e a partir deste movimento, as mudanças nas práticas educativas e de atendimento que se fazem presentes ao longo da história, transformando as políticas-sociais e paradigmas educacionais e sociais, pois as pessoas surdas estão conquistando seus espaços, e para isso a comunidade e os profissionais (da Saúde) que atendem ela precisam se preparar a fim de construir uma sociedade igualitária e um atendimento integral e universal para todos, que contemple as diversas especificidades que iram se apresentar no cotidiano e as diferentes manifestações de saberes. Partindo da convicção que a comunicação é o principal meio de interação enfermeiro-paciente, e na maioria das vezes um dos familiares é quem se comunica com o enfermeiro, e desta forma priva-se o surdo de falar sobre sua dor, seus problemas, suas necessidades, seu dia a dia, e um atendimento desta maneira, não assiste o ser na sua integralidade, realizando-se um atendimento desumano. O profissional moderno deve possuir uma visão holística do ser, e tratar o todo e suas partes, preocupando-se com o relacionamento enfermeiro-usuário, com o intuito de proporcionar uma estabilidade emocional ao usuário, para que ocorra a promoção, proteção e recuperação da saúde. O enfermeiro necessita ter um pensamento ético e humanizado, conscientizando-se de suas carências profissionais, e buscando a cada dia se capacitar mais, pois assim conseguirá agir como agente transformador na instituição de saúde. Assim, o objetivo central deste relato é a conscientização dos enfermeiros e dos futuros enfermeiros do grau de relevância do aprendizado e utilização da LIBRAS, pois um atendimento de qualidade ao surdo é facilitado e favorecido, quando há comunicação entre enfermeiro-usuário. Resultado: No contexto do ambiente de assistência, que por suas peculiaridades favorece a insegurança, o paciente precisa sentir-se seguro e confiar no profissional que o atende para permitir o cuidado, e esse vínculo de confiança depende da comunicação interpessoal. No presente relato, explicar um assunto de interesse do paciente deficiente auditivo foi uma dificuldade de comunicação assinalada pela maioria dos enfermeiros, enquanto para uma minoria dos enfermeiros, a dificuldade consistiu em entender o paciente a partir da sua forma de comunicação e com isso percebemos que as dificuldades referidas envolvem pessoas com dificuldades de receber e emitir mensagens não verbais ou, então, de processá-las. A análise deste trabalho confirma por dados disponíveis na literatura que atestam que enfermeiros se veem privados do uso da linguagem oral auditiva, o que pode ocasionar problemas na interação com o paciente deficiente auditivo. Estudos mostram que se faz necessária uma melhor comunicação dos profissionais da área da saúde com os deficientes auditivos a fim de que não haja frustração da parte do cliente no atendimento, bem como sentimento de impotência e impaciência por parte dos profissionais de enfermagem. Porém, apesar dos estudos, reportagens e relatos de casos, ainda se fazem presentes negligências nos serviços de saúde tanto no setor público quanto privado. É importante compreender o paciente diante de suas necessidades individuais, avaliando seus aspectos psíquicos e orgânicos para que a sistematização da assistência de enfermagem seja feita de forma adequada. Em relação às estratégias utilizadas pelos profissionais na comunicação com o paciente deficiente auditivo, o que podemos observa é que, a totalidade da equipe de enfermagem, partiu do uso da mímica durante o atendimento. A leitura labial foi usada por alguns profissionais, o auxílio do acompanhante pela maioria, a escrita pela minoria. Raramente ocorreu a comunicação por meio de LIBRAS. As outras formas de comunicação citadas por alguns poucos profissionais correspondem aos pacientes que faziam uso do aparelho auditivo e não tiveram dificuldades na comunicação. Sabendo e observando que a mimica, a leitura labial e a ajuda do acompanhante para a comunicação com o paciente foi um recurso possível para melhor relação interpessoal entre paciente e equipe de enfermagem. No entanto, em casos de internação sem o acompanhante o uso da escrita é muitas vezes necessário e está presente no cotidiano da comunicação interpessoal, principalmente quando se trata de deficientes auditivos. Porém, esse recurso pode ser de difícil utilização, já que para os portadores de deficiência auditiva, desde a infância, a escrita representa uma segunda língua, e como tal pode representar dificuldades de domínio, o que poderia gerar constrangimentos e frustrações ao paciente. A língua de sinais é usada mundialmente com suas diferenças e particularidades em cada continente. No Brasil, é conhecida como Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). É uma modalidade que utiliza o espaço visual e a coordenação das mãos e, em alguns casos, ruídos no canal pelo qual os signos e códigos transmitidos são recebidos pelos olhos e transmitidos pelas mãos. O que a diferencia da mímica é que cada gesto em LIBRAS significa muito mais que uma palavra. Considerações finais: A surdez, quando total, impede que o surdo desenvolva a fala, e por isso, é colocado às margens da sociedade, uma vez que não é capaz de se comunicar com os ouvintes através da língua falada. Dessa forma, a pessoa surda não consegue manter uma comunicação satisfatória com os ouvintes à sua volta. A análise feita mostra que a equipe de enfermagem enfrenta dificuldades no que diz respeito à informação prestada aos deficientes auditivos e na compreensão do paciente a partir de sua forma de comunicar-se. Os profissionais procuram vencer essas barreiras com diferentes estratégias, porém a totalidade dos participantes utiliza a mímica como modo de comunicação. A capacitação dos profissionais da área da saúde para o atendimento de portadores de necessidades especiais é importante para a promoção de uma assistência humanizada e focalizada no contexto de uma sociedade mais inclusiva. |
11505 | O CUIDADO DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM AUTISMO NO AMBIENTE ESCOLAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA GABRIELLE REIS DE NAZARÉ, DANIELE FERREIRA BEZERRA, JAMILE DAMASCENO ARAUJO, RITA DE CASSIA SANTOS MATNI, ANA CAROLINA ALMEIDA SOUSA, NILCIANE DA CONCEIÇÃO BARBOSA, GLEISON DOS SANTOS LEAL, TASSIO RICARDO MARTINS DA COSTA O CUIDADO DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM AUTISMO NO AMBIENTE ESCOLAR: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: GABRIELLE REIS DE NAZARÉ, DANIELE FERREIRA BEZERRA, JAMILE DAMASCENO ARAUJO, RITA DE CASSIA SANTOS MATNI, ANA CAROLINA ALMEIDA SOUSA, NILCIANE DA CONCEIÇÃO BARBOSA, GLEISON DOS SANTOS LEAL, TASSIO RICARDO MARTINS DA COSTA
Apresentação: O transtorno do aspecto autista (TEA) é psiconeurológico, caracterizado pela dificuldade na comunicação, no aprendizado e na socialização. Estima-se que no Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas sejam portadoras desse transtorno, ou seja, uma a cada 68 são crianças apresenta o TEA. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de Enfermagem ao promover uma ação educativa acerca do autocuidado entre crianças autistas, durante as aulas práticas da disciplina Psicologia Aplicada ao Cuidado. Método: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido a partir de uma aula prática, em uma escola municipal de ensino fundamental, da grade curricular de acadêmicos de Enfermagem, no município de Belém no estado do Pará. Essa pesquisa foi realizada durante o mês de novembro de 2019, a qual ocorreu em uma sala de aula durante três dias, no período da manhã. Essa atividade albergou efeitos visuais por meio de imagens e desenhos em cartazes, demonstrando alternativas educativas para o autocuidado dos participantes, através de etapas de práticas do cotidiano, como escovar os dentes, lavar as mãos, vestir-se, tomar banho, dentre outras. Participaram da ação três professores, sete alunos, divididos em grupos de quatro meninas e de três meninos, e dez familiares. Optou-se por seguir as cinco fases da metodologia de “Paulo Freire”, para analisa as formas de educar da pessoa na sua individualidade, possibilitando a consciência crítica-reflexiva, a partir da inter-relação social. Resultado: No Primeiro momento observou-se a rotina das crianças em seu convívio com professores, amigos e familiares, as necessidades delas em meio escolar, o comportamento, a linguagem, a expressão, emocional, o humor, e a socialização. Diante disso, visualizou-se o processo de ensino e a forma que essas crianças estavam recebendo o conteúdo da grade curricular. No segundo momento aplicou-se a ação educativa explicando as etapas de realização de cada atividade e demonstrou-se como fazê-las, por meio de incentivos, a fim de possibilitar a realização da ação educativa. Destacou-se que houve no primeiro encontro dificuldade no contato, contudo, ao decorrer do tempo, os participantes realizaram todas as atividades ensinadas, atitudes que auxiliou no desenvolvimento da autonomia das crianças. Destaca-se que no período da avaliação ocorreu, de forma significativa, a melhoria no desenvolvimento do autocuidado como a higienização individualizada das crianças, visto que elas tiveram maior participação na aula e interação com os professores, acadêmicos e familiares, fato de provocou diminuição da irritabilidade. Considerações finais: A partir desses resultados, conclui-se que a prática rotineira dessas atividades é eficiente e necessária para o apoio aos familiares e professores. Ademais, é importante destacar a necessidade de capacitação dos educadores, já que ainda há falhas na educação, e conhecer a individualidade de cada criança com o TEA, é uma forma de buscar melhores alternativas de contato para a adesão ao autocuidado e ao ensino. |