332: A Educação Permanente Como Estratégia na Construção de Redes de Cuidado
Debatedor: Ana Clementina Viera de Almeida
Data: 30/10/2020    Local: Sala 01 - Rodas de Conversa    Horário: 10:30 - 12:30
ID Título do Trabalho/Autores
6527 A VALORIZAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS EXITOSAS EM EDUCAÇÃO PERMANENTE COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DO SUS ESTADUAL
Marcela Cunha, Carina Pacheco, Regina Canedo, Sara Gonçalves, Adriana Justo, Nicholye Gonçalves, Hilda Nobrega, Cintya Veiga

A VALORIZAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS EXITOSAS EM EDUCAÇÃO PERMANENTE COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DO SUS ESTADUAL

Autores: Marcela Cunha, Carina Pacheco, Regina Canedo, Sara Gonçalves, Adriana Justo, Nicholye Gonçalves, Hilda Nobrega, Cintya Veiga

Apresentação: A I Mostra Estadual de Educação Permanente em Saúde, realizada em outubro de 2019, foi planejada com o objetivo de compartilhar experiências, fortalecer a educação permanente em saúde (EPS) no Estado do Rio de Janeiro (ERJ) e enaltecer as práticas exitosas que permeiam o cotidiano do SUS estadual. Essa iniciativa buscou ampliar a discussão sobre EPS no ERJ, compartilhar e dar visibilidade às experiências, em diversos cenários, a fim de criar espaços de troca e problematização dos processos de trabalho. Foi planejada no âmbito da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), por uma comissão formada por profissionais da Superintendência de Educação Permanente (SUPES), que integra a Subsecretaria de Educação e Inovação em Saúde da SES-RJ. A I Mostra foi realizada na Biblioteca Parque Estadual, e teve duração de um dia/8hs de evento. O público alvo foram todos os profissionais de saúde do estado que atuam, pesquisam, estudam ou se interessem pelo campo da EPS. Participaram do evento 210 trabalhadores, entre eles gestores, profissionais de saúde e estudantes. O evento contou com a participação do professor Dr. Ricardo Ceccim na mesa redonda “A educação em ato: o fazer da Educação Permanente em Saúde” e do professor Dr. Gastão Wagner na roda de conversa “Apoio Paideia e Educação Permanente”. Durante a programação foi realizada uma Roda de Conversa sobre “Saúde e Pertencimento” na qual os profissionais tiveram a possibilidade de debater sobre temas da atualidade que permeiam o sistema de saúde. A atividade cultural de finalização dos trabalhos da I Mostra contou com a participação do “Projeto Nenhum a Menos”, que reúne 60 crianças e adolescentes que vivem na comunidade da Maré, que por diferentes motivos, estavam fora da escola ou correndo risco de evasão. A Mostra foi a primeira iniciativa da SES-RJ com chamada pública, em Diário Oficial do Estado - Edital de Chamada Pública de Experiências Exitosas em Educação Permanente em Saúde do Estado do Rio de Janeiro, com as diretrizes para submissão de trabalhos, convocando estudantes, profissionais e gestores da SES-RJ, municípios e de instituições formadoras do ERJ para apresentarem seus relatos. As experiências deveriam estar em curso ou terem sido finalizadas em no máximo 5 (cinco) anos, realizadas no âmbito do ERJ, e vinculadas a um dos três eixos propostos: O eixo Ensino-Serviço buscou identificar experiências que demonstrassem a potência da articulação entre as instituições de ensino e os serviços de saúde como espaços de aprendizagem nas experiências de formação profissional. O eixo Gestão se relacionou à experiência de gestão/gerenciamento de serviços de saúde; organização do trabalho em saúde; processo de trabalho em saúde; dimensões ético-políticas das relações de trabalho; EPS como ferramenta de gestão e outros temas relevantes que articulem gestão com a EPS. Já o eixo das Práticas Educativas Problematizadoras se deteve a experiências relacionadas à qualificação profissional, Seminários, Encontros, Mostras e outros eventos que promovessem o debate sobre a EPS ou ainda, experiências que contemplassem apoio técnico a ações no campo da saúde, reflexão crítica sobre os processos de trabalho e valorização de espaços nos quais membros de duas ou mais profissões aprendam juntos de forma interativa, com propósito explicito de avançar na perspectiva da qualidade da atenção a saúde. Entre 73 trabalhos submetidos, de todas as regiões de saúde do ERJ, 40 foram selecionados para apresentação na I Mostra. A seleção dos trabalhos foi realizada pela comissão composta de profissionais da SUPES. Cada experiência foi analisada por 2 (dois) membros desta comissão. Em casos com avaliações muito díspares, o trabalho era encaminhado a um terceiro avaliador. Todos os critérios e pontuações de avaliação foram publicados no Edital, permitindo assim que o processo fosse transparente. A experiência mais pontuada em cada um dos eixos temáticos apresentou seu relato na modalidade oral, seguido de debate entre os participantes e autores. Todos os demais trabalhos selecionados apresentaram suas experiências por meio da modalidade pôster dialogado, desse modo, os autores e os participantes puderam conversar sobre as experiências apresentadas. Durante as apresentações, orais e pôsteres, era visível a satisfação dos autores em ter suas experiências reconhecidas. Grande mobilização também foi percebida nos territórios, nos quais alguns trabalhos e a participação dos profissionais na I Mostra foram divulgados nas páginas eletrônicas das Secretarias Municipais de Saúde. Além dos trabalhos selecionados para apresentação oral e pôster, outros trabalhos que foram bem pontuados, mas não classificados para I Mostra, farão parte de uma publicação produzida pela SUPES. Assim, um total de 52 experiências irá compor a referida publicação. O processo de organização, planejamento e participação na I Mostra, provocou na equipe a proximidade com a riqueza e diversidade de trabalhos que vem sendo desenvolvidos no campo da EPS no estado. Essa atmosfera de troca e de descobertas permeou todo o evento, instigando os participantes aos debates travados nas diferentes mesas, rodas e apresentações dos trabalhos. Entre os resultados positivos alcançados pode-se citar a integração ensino e serviço por meio de trabalhos sobre atividades de preceptoria, pesquisa e ensino, o fomento ao debate sobre ações de EPS nos territórios de forma ampla, o estímulo à produção do conhecimento em todo o estado, o fortalecimento da construção coletiva de espaços de aprendizagem, bem como a sensibilização dos profissionais quanto à importância da EPS como ferramenta para reflexão crítica sobre os processos de trabalho, mudanças nas práticas e melhoria da qualidade do cuidado prestado. Foi disponibilizado, ao longo do evento, um espaço para que os participantes pudessem deixar uma avaliação escrita de forma livre, registrando mensagens, ideias, impressões e sugestões. Após o evento, foi encaminhado o certificado de participação e um link para uma avaliação mais formal, sem necessidade de identificação do respondente. Todos os respondentes afirmaram que o propósito da I Mostra havia sido alcançado e que as discussões realizadas ofereceram reflexões importantes sobre seus processos de trabalho. O alcance também pôde ser sentido pelo recebimento de mensagens dos participantes dirigidas à equipe da SUPES demonstrando a importância do evento e o aprendizado adquirido durante o encontro. Algumas das avaliações recebidas: “De maneiras diferenciadas me fizeram questionar, ser mais crítica e reflexiva no meu olhar e no meu fazer EPS”; “Evento brilhante em sua programação, organização, conteúdo, os pôsteres e autores mostrando riquezas de experiências. Parabéns a todos”; “Foi tudo perfeito! Fiquei embriagada pela inteligência e conteúdos de Ceccim e Gastão, quanta sabedoria! Estamos felizes e gratas por apresentar nosso projeto! Gratidão!”; “Eu senti a valorização e o reconhecimento do nosso trabalho. Tive uma sensação de vitória, de ter conquistado um objetivo, sensação de estar no caminho certo”; “Considero que foi uma experiência muito importante para mim. Me apresentar para, meus pares, com um trabalho premiado pela SES-RJ, valorizado. Pela primeira vez, estive num encontro em que a EP e os profissionais que tem a “garra” de trabalhar com EP, estiveram juntos. (...) a repercussão excelente, funcionou como estímulo à novas produções nesse âmbito e a uma valorização profissional, foi uma honra ter participado. Obrigada!” Nestes relatos podemos dimensionar a valorização dada ao evento, suas ricas possibilidades de socialização de saberes e de experiências entre os profissionais, gestores, preceptores e professores presentes na I Mostra Estadual de Educação Permanente em Saúde do ERJ.  

6531 FAZENDO A RODA GIRAR: DIÁLOGOS QUE FORTALECEM A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
Marcela Cunha, Adriana Justo, Regina Canedo, Carina Pacheco, Sara Gonçalves, Nicholye Gonçalves, Hilda Nobrega, Anna Tereza Moura

FAZENDO A RODA GIRAR: DIÁLOGOS QUE FORTALECEM A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE

Autores: Marcela Cunha, Adriana Justo, Regina Canedo, Carina Pacheco, Sara Gonçalves, Nicholye Gonçalves, Hilda Nobrega, Anna Tereza Moura

Apresentação: Fazer rodar as informações. Permitir rodar os saberes. Favorecer os diálogos em roda. Acolher a roda de diversidades. Estas foram algumas das propostas em foco quando o planejamento de uma Roda de Conversa começou a ser estruturado pela equipe de profissionais da Superintendência de Educação Permanente em Saúde, da Subsecretaria de Educação e Inovação em Saúde / SES-RJ. A proposta foi levada a debate em um dos Grupos de Trabalho (GT) que estiveram reunidos no V Encontro Estadual de Educação Permanente em Saúde, realizado em dezembro de 2018. Neste grupo foi afirmada a importância de uma estratégia como a Roda de Conversa e a proposta foi apoiada e aprimorada pelos profissionais participantes. A compreensão de que os gestores e profissionais carecem de espaços de escuta, troca e reflexão sobre temas específicos, como a educação em saúde, mas também, de espaços de reflexão sobre o cotidiano de seus processos de trabalho, que ofertem ferramentas e apoio ao trabalho no campo da saúde, confirmou a importância da estratégia da Roda como uma das ações prioritárias a serem desenvolvidas no ano seguinte. Nessa direção, a percepção de que o debate sobre as ferramentas que o campo da educação permanente em saúde pode oferecer aos profissionais de saúde e a relevância sobre a problematização dos processos de trabalho para a qualificação do trabalho, direcionaram assim à elaboração da proposta: Roda de Conversa - Diálogos e reflexões sobre Educação Permanente com Gestores e Profissionais de Saúde em Educação Permanente em Saúde. A proposta foi assim idealizada para que profissionais de saúde da SES-RJ pudessem encontrar espaço reflexivo e de debate sobre o cotidiano do trabalho em saúde, mas também, e principalmente, que a educação em saúde pudesse permear as discussões em diferentes áreas da secretaria de estado de saúde e, por consequência, nas diferentes ações realizadas pelas regiões e municípios do estado. O projeto da Roda de Conversa foi então implementado em julho de 2019 e teve dois principais eixos de atuação: uma sensibilização e a Roda propriamente dita. A sensibilização se propôs a iniciar o debate sobre a educação permanente com os profissionais e gestores e, assim, despertar o interesse para que estes participassem da Roda de Conversa. Para a sensibilização foi planejado um espaço na entrada do prédio da SES-RJ, Centro RJ, durante um dia inteiro. Foram montados três totens e uma mesa que oferecia café e muito acolhimento aos profissionais que chegavam, circulavam ou deixavam o trabalho. Assim, a equipe da Superintendência de Educação Permanente/SES-RJ que estive presente na sensibilização convidava todos aqueles que passavam pela entrada do prédio a escrever em um post-it a resposta a seguinte pergunta: O que você pensa sobre educação Permanente em Saúde? Os profissionais foram convidados a colocar suas respostas suspensas em um dos três totens que se encontravam na área de sensibilização, moldando assim um quadro de impressões, observações, percepções e expressões que revelaram a compreensão daquele público quanto a educação permanente em saúde. A sensibilização e o breve registro sobre a pergunta permitia o início de uma conversa sobre o tema e o trabalho desenvolvido na SES-RJ, mas também, o convite para que esses profissionais participassem do momento da Roda de Conversa que aconteceria dias depois no mesmo prédio da SES-RJ. Para a Roda de Conversa foi convidado o Professor Dr. Emerson Merhy. No dia da Roda o auditório de mais de 200 (duzentos) assentos foi preenchido com profissionais da SES-RJ, do Ministério da Saúde – que exercem suas atividades no mesmo prédio da SES, estudantes e gestores interessados no debate sobre a Educação Permanente. O professor Merhy além de travar um debate importante deste campo de atuação, e estabelecer sua fala em articulação a um SUS potente e de qualidade, que atenda as necessidades de saúde da população, dialogou com o produto da sensibilização realizada no hall de entrada do prédio da SES-RJ. Ao fundo do tablado em que o professor discursava havia sido posicionado os 3 (três) totens utilizados no momento da sensibilização, nos quais estavam as respostas dos profissionais que deixaram seus registros durante a sensibilização. O professor Merhy selecionou alguns desses escritos dos profissionais acerca do que compreendiam sobre educação permanente em saúde, problematizando e levantando reflexões, dialogando de maneira dinâmica com os profissionais, gestores e estudantes presentes sobre os conceitos da educação permanente trazidos, a percepção dos profissionais sobre essa temática e os desafios vivenciados para atuação no sistema público de saúde. Os debates com Professor Merhy seguiram com muitos questionamentos e intervenções dos trabalhadores e gestores que participavam da Roda. Foram momentos de muita troca entre os profissionais, gestores e estudantes, pensando e articulando ferramentas e estratégias que permitissem a qualificação do trabalho em saúde. As avaliações positivas sobre a proposta de Roda de Conversa foram recebidas logo ao final do evento quando muitos dos profissionais e gestores participantes elogiaram a iniciativa e trouxeram a importância do debate que havia sido estabelecido para suas atividades na saúde pública estadual. Muitas mensagens foram recebidas pela Superintendência de Educação Permanente/SES-RJ nos dias que seguiram a Roda, nestas os profissionais e gestores solicitaram novas oportunidades de encontros que permitissem fluir os debates sobre a saúde pública e especialmente espaços de reflexão sobre as práticas e os desafios vivenciados no cotidiano do trabalho em saúde. Oferecer espaço democrático de fala, escuta, acolhimento, troca e compartilhamento de informações é um dos principais pilares de atuação da educação em saúde previstos na Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Direção que prevê qualificar o trabalho por meio da interação ensino e serviço, considerando como ponto mais importante de debate as vivências do cotidiano do trabalho em saúde, bem como os desafios enfrentados pelos profissionais e gestores quando em atuação nas práticas de atenção e cuidado à saúde da população. A estratégia metodológica de uma Roda de Conversa convergiu para esta direção, com a proposta de trazer ao centro do debate o trabalho em saúde, o trabalhador, os desafios vivenciados, as possibilidades e ferramentas que auxiliam no cotidiano do trabalho no Sistema Único de Saúde em âmbito estadual.

6883 A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE COM A UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA ATIVA: IDENTIFICANDO NÓS CRÍTICOS VISANDO A CONSTRUÇÃO COLETIVA DE SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS QUE INTERFEREM NO CONTROLE DA MALÁRIA NO MUNICÍPIO DE TEFÉ-AMAZONAS
Silvana Cavalcante, Francisca Rodrigues dos Santos, Maria Adriana Moreira

A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE COM A UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA ATIVA: IDENTIFICANDO NÓS CRÍTICOS VISANDO A CONSTRUÇÃO COLETIVA DE SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS QUE INTERFEREM NO CONTROLE DA MALÁRIA NO MUNICÍPIO DE TEFÉ-AMAZONAS

Autores: Silvana Cavalcante, Francisca Rodrigues dos Santos, Maria Adriana Moreira

Apresentação: O Programa de Controle da Malária tem como principal objetivo reduzir a morbimortalidade pela doença. O programa utiliza várias estratégias para atingir seus objetivos, sendo uma das mais importantes o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno de casos, além de medidas específicas para o controle do mosquito transmissor. Objetivo: Desenvolver estratégias visando a capacitação dos profissionais na identificação de fatores desfavoráveis ao controle da malária assim como a construção, organização e desenvolvimento de soluções para as causas/problemas com foco no fortalecimento do processo de trabalho, buscando viabilizar a transformação de um olhar estratégico e resolutivo dos profissionais da rede de diagnóstico/tratamento em seus territórios de atuação. Método: Os encontros de educação permanente em saúde com os profissionais microscopistas objetivando a troca de experiências e saberes e construção coletiva das soluções das causa/problemas. A educação permanente dos profissionais responsáveis pelo diagnóstico e tratamento possui grande relevância para obtenção de bons resultados. Segundo o Ministério da Saúde, a política da Educação Permanente indica que a educação no serviço é o “mais apropriado tipo de formação para se produzir as transformações nas práticas e nos contextos de trabalho, pois fortalecem a reflexão na ação, o trabalho em equipes e a capacidade de gestão sobre os próprios processos locais”. Nesta perspectiva, apresenta-se a importância da aplicação de metodologias ativas, como a metodologia da problematização, que a partir das situações do cotidiano, da problematização. em grupo, traz a possibilidade de uma reflexão crítica e aprendizagem coletiva, da equipe de trabalho, pensando nas soluções dos seus problemas reais do cotidiano. Almeja-se também redução e controle dos casos; diagnóstico e tratamento oportuno; redução e prevenção de recaídas, qualidades nos serviços da rede de diagnóstico, melhoria nas condições de trabalho. Resultado: Visamos o comparativo de janeiro a 30 de setembro/2019 registrou 2.167 casos, no mesmo período de 2018 notificou 3.269 casos, o que representa uma redução de 34% quando comparado com o mesmo período do ano anterior ocupando o 7º lugar no Ranking do ESTADO em 2019. Considerações finais: Foi observado que a implementação das estratégias, os profissionais compreendem que sua atuação é parte importante no serviço e que as fragilidades precisam ser detectadas e as intervenções realizadas estrategicamente e oportunamente.

7214 FATORES RELACIONADOS À IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA – ES
Ana Carolina de Moura da Silva, Laís Mello Serafim, Raphaela Meirelles Paulo, Giulia Souza Costa, Marly Marques da Cruz, Lorena Ferreira, Carolina Dutra Degli Esposti

FATORES RELACIONADOS À IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA – ES

Autores: Ana Carolina de Moura da Silva, Laís Mello Serafim, Raphaela Meirelles Paulo, Giulia Souza Costa, Marly Marques da Cruz, Lorena Ferreira, Carolina Dutra Degli Esposti

Apresentação: A Educação Permanente em Saúde (EPS) é uma estratégia político-pedagógica de construção coletiva, que se desenvolve por meio do diálogo e da reflexão sobre a prática do trabalho em saúde, sendo um alicerce para a reorganização do Sistema Único de Saúde (SUS). Atua principalmente com relação à gestão do trabalho, à atenção saúde e ao controle social. A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) foi inserida no Brasil pelo Ministério da Saúde por meio das Portarias nº 198/2004 e nº 1.996/2007, e vem sendo uma estratégia de transformação do sistema de assistência à saúde para atender às reais necessidades da população, com vistas a uma atuação crítica dos profissionais e ao desenvolvimento de um trabalho ético, humanizado e de qualidade. Objetivo: O objetivo do estudo consiste em analisar os fatores facilitadores e as barreiras do contexto político organizacional que influenciam a implementação da Política de Educação Permanente em Saúde (PEPS) na Atenção Primária à Saúde (APS) no município de Vitória, Espírito Santo (ES). Desenvolvimento: Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa que visou analisar os fatores facilitadores e as barreiras relacionados à implementação da PEPS em um município brasileiro, na perspectiva de gestores locais. Como informantes chave foram selecionados dez atores com aproximação prática, profissional e/ou teórica com a temática da EPS, sendo: três representantes da Escola Técnica de Saúde de Vitória (ETSUS VITÓRIA); um representante de Instituição de Ensino Superior (IES); um representante da Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Espírito Santo; um representante da Comissão de Integração Ensino Serviço (CIES) Metropolitana; um representante da área técnica da APS estadual; um representante dos usuários no Conselho Municipal de Saúde (CMS); e dois representantes com envolvimento histórico com a inserção da PEPS no município de Vitória e no estado. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista individual semiestruturada, com auxílio de um roteiro guia previamente elaborado, o qual abordou os seguintes temas: compreensão conceitual de EPS; implementação local da PEPS; recursos disponibilizados para as ações de EPS; fatores facilitadores e barreiras da implementação da PEPS; e sugestões para melhoria da implementação da PEPS. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas segundo a análise de conteúdo temática, com o auxílio do software de análise de dados qualitativos MAXqda 16.0. O projeto foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), tendo parecer nº 2.464.885/2018. Foram obtidas anuências das instituições coparticipantes da pesquisa e os sujeitos participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Esta pesquisa recebe apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado do Espírito Santo (FAPES). Resultado: A análise dos dados evidenciou os fatores facilitadores e dificultadores apontados pelos gestores locais que influenciam a implementação da PEPS na APS no município de Vitória/ ES. Destacaram-se como fatores facilitadores o envolvimento de instituições de ensino e o papel fundamental desempenhado por seus docentes na formação dos profissionais de saúde e na melhoria do entendimento sobre as especificidades da atenção primária, gerando um grande movimento a respeito da EPS. Outro fator facilitador destacado pelos participantes se refere ao papel exercido pela ETSUS Vitória, a qual representa, nesse contexto, um espaço de discussão, formulação e articulação da PEPS no município. Além disso, foi relatado que o município de Vitória passou por uma construção histórica que contribuiu para o processo de implementação da política, que incluiu a realização de fóruns de discussão, a criação de núcleos de EPS, e a criação da CIES, com importante investimento na contratação e na capacitação de recursos humanos no município. No que tange às dificuldades apontadas pelos entrevistados, foi relatada a falta de articulação entre as instâncias envolvidas na promoção da PEPS, no diálogo e na construção em conjunto das ações. Ademais, foi relatada a existência de um sentimento de não pertencimento por parte de alguns profissionais, levando-os a não acreditarem e nem participarem das ações propostas e por conseguinte, excluindo-os desse meio. Também apontada como barreira, do lado da gestão, a existência de lacunas no monitoramento e na avaliação das ações desenvolvidas, e na ordenação das necessidades, apresentando-se como limitador da PEPS. Ademais, quando há carência ou problemas para obtenção dos recursos necessários ao desenvolvimento da política, é imposto um grande limitador para a implementação da PEPS: recurso financeiro limitado; recursos humanos reduzidos; estrutura burocrática própria do município; falta de disponibilidade na agenda do profissional para ações de EPS. Outras barreiras foram citadas como a falta de valorização do servidor público, a falta de informação da população sobre a EPS e sobre a importância do SUS e o aprisionamento dos profissionais de saúde ao modelo antigo de ensino-aprendizagem. Entende-se que tudo isso dificulta a manutenção e a continuidade da política. Considerações finais: A EPS contribui para a melhoria e consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS). No contexto municipal analisado, existem fatores tais como o envolvimento das instituições de ensino, a ação desempenhada pela ETSUS Vitória e a construção histórica da política no município, que facilitam a implementação da política na perspectiva de atores envolvidos com a mesma. No entanto, foram relatadas dificuldades encontradas, relacionadas principalmente à organização e indisponibilidade, por vezes, de recursos para as atividades e a desinformação da população à respeito de seu valioso papel dentro da PEPS. Diante dessa realidade, que pode ser semelhante a de muitos outros municípios brasileiros, observa-se a necessidade de mudança na gestão, para uma articulação maior entre as instâncias responsáveis pela implementação da política, uma maior conscientização dos sujeitos sobre a política e sobre o SUS, e a correta destinação de recursos, o que facilitaria a implementação da PEPS. Este trabalho apresenta, a relevância de estudar a implementação da PEPS em um contexto municipal. A reflexão sobre como se dá a condução da política nesse e em outros municípios brasileiros, constitui-se fator fundamental para se alcançar as melhorias que a EPS pode proporcionar aos serviços de saúde no SUS, em especial na APS.

7916 O “NÃO-CURSO” COMO APOSTA FORMATIVA DE PESQUISADORES CARTÓGRAFOS, EM MOVIMENTOS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
Tarcisio Almeida Menezes, Juliana Sampaio, Daniella de Souza Barbosa, Daniele Alves Peixoto, Hariel Hegel Lins Zózino, Maria Fernanda Batista de Brito Lyra, Luciano Bezerra Gomes, Anna Lygia Pereira Tavares

O “NÃO-CURSO” COMO APOSTA FORMATIVA DE PESQUISADORES CARTÓGRAFOS, EM MOVIMENTOS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE

Autores: Tarcisio Almeida Menezes, Juliana Sampaio, Daniella de Souza Barbosa, Daniele Alves Peixoto, Hariel Hegel Lins Zózino, Maria Fernanda Batista de Brito Lyra, Luciano Bezerra Gomes, Anna Lygia Pereira Tavares

Apresentação: A pesquisa cartográfica viabiliza caminhos que permitem transver o mundo, a partir dos encontros construídos no campo micropolítico. O pesquisador cartógrafo é conduzido pela valorização das intensidades, como forças propulsoras do ser humano para a ação. O cartógrafo, ao assumir o lugar de pesquisador, concorda que suas ações funcionem como feixes de luz, produzindo visibilidade nos caminhos que surgem nos encontros. A contribuição com a formação profissional e humana de trabalhadores vai além de capacitá-los para operar tecnologias duras ou leves-duras. As máquinas e protocolos estão presentes nos serviços, mas não são dotadas de afeto. Quando o ser humano é afetado, pode pensar sobre si e sobre suas relações com o outro, analisando em que medida suas práticas são geradoras de cuidado. Os Trabalhadores de saúde produzem furos nas instituições, que viabilizam novas formas de acolhimento ao usuário e autocuidado. Furos como esses são geradores de vida e precisam ser reconhecidos. Um dos dispositivos que permite este reconhecimento e ampliação é a Educação Permanente em Saúde (EPS). A potência da EPS vai além do ofertar ferramentas para criar furos, ela cria novos caminhos, pois possibilita a construção coletiva de saberes em movimento. Os profissionais passam a ocupar lugar de protagonismo na organização e adequação coletiva do serviço, refletem sobre os referenciais que receberam em suas formações acadêmicas e assim definem os ajustes necessários para efetivação do trabalho. A cartografia tem o poder de iluminar e pode fazer isso com os furos construídos pelo movimento de EPS, e assim ofertar visibilidade a arte desses profissionais. Ao considerar a possibilidade de ampliar as maneiras de ver e se afetar no mundo, temos como objetivo norteador nesse escrito, colocar em análise um processo que possibilitou um curso de formação de pesquisadores cartógrafos rizomatizar-se em vários movimentos, entre eles o de EPS. Desenvolvimento: Embalados com o horizonte que nos é apresentado ao cartografar, foi possível negar o lugar de detenção do saber e construir junto com os trabalhadores de um Centro Especializado em Reabilitação Tipo IV (CER IV) no Estado da Paraíba, um curso de formação de pesquisadores cartógrafos, que ao quebrar a lógica bancária do processo formativo, abriu espaço para ocupar o lugar de “não-curso”. O não curso é produto de uma das atividades planejadas pela pesquisa: “Análise da implantação da rede de cuidados à saúde das pessoas com deficiência - os usuários, trabalhadores e gestores como guias”. Essa pesquisa tem como objetivo analisar a produção de redes de cuidado operadas pelos CER, habilitados pelo Ministério da Saúde, bem como o grau de adesão aos princípios e às diretrizes definidos nas normativas da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, e tem como coordenação a “Rede de Observatórios de Políticas Públicas, Educação e Cuidado em Saúde”. A demanda pelo não curso no citado CER se sustentou pela compreensão de que a metodologia cartográfica era pouco conhecida pelos trabalhadores da instituição e porque ao longo da pesquisa eles estavam sendo convidados a compor a equipe de pesquisadores cartógrafos do estudo. O não curso aconteceu  em 10 encontros, cada um de 3 horas, espaçados quinzenalmente, nas sextas-feiras à tarde, nas instalações da própria instituição. Como elemento mediador desse processo, foram facilitadas rodas de conversa que se integravam a metodologias ativas (como filmes, jogos do teatro do oprimido, discussão de textos e casos) que dinamizavam o processo reflexivo. O não curso seguiu seu caminho, durante o 2º semestre de 2019, tendo em média 10 participantes, a cada encontro, dos 18 trabalhadores do CER inscritos. Para pensar a formação do pesquisador cartógrafo, alguns temas inicialmente foram sugeridos. Mas a partir dos feixes de luz produzidos nas discussões das rodas de conversas, que refletiram as diferentes implicações dos participantes, novos temas ganharam visibilidade, compondo a rede de conversações e análises dos encontros do não curso. Dente esses temas, destacamos: (1) Cartografia como ferramenta metodológica; (2) Implicação do pesquisador cartógrafo e a construção do vínculo no cuidado em saúde; (3) O Lugar do Usuário-Guia na pesquisa cartográfica; (4) A pesquisa como dispositivo de Educação Permanente em Saúde; (5) Produção de fontes na pesquisa cartográfica; (6) A produção do cuidado em Redes Vivas; (7) Tutela e Autonomia no cuidado em Saúde; (8) Desinstitucionalização para o cuidado à pessoa com deficiência; e (9) Os (a)normais. Resultado: Abrir espaços de fala e principalmente de escuta dos e entre os trabalhadores, foi percebido por estes como um dos impactos mais importantes do não curso. Os trabalhadores ao terem suas experiências e sentimentos acolhidos pelos seus pares se colocavam nas rodas de conversa, refletindo sobre como sua atuação profissional implicava numa produção coletiva. Assim, construíram visibilidades para as redes de cuidado que eram produzidas dentro da instituição. Pari passu a relevância da construção coletiva do trabalho, a valorização da pesquisa no campo micropolítico tomava forma, e os trabalhadores ao expressarem a potência do vínculo no trabalho em saúde, mencionavam a importância dos afetos na construção de encontros produtores de cuidado. As análises dos trabalhadores, a partir dos feixes de luzes cartográficos, destacaram a potência dos encontros com usuários em que a tecnologia leve se fez presente, na construção de relações promotoras de saúde. Outro grande impacto do não curso foi o reconhecimento do Poder de Agir do coletivo de profissionais, em um movimento pulsante, não institucionalizado, de cuidado do cuidador. Nas rodas de conversa facilitadas pelo não curso, os trabalhadores puderam dar visibilidade a redes de cuidado produzidas por eles no cotidiano do trabalho, que alimentavam o zelo e acolhimento do outro. Estas redes foram percebidas em diversos momentos, materializadas seja em situações informais, como uma carona, que possibilitava uma “conversa relaxante e troca de experiências na volta para casa”; no “vai almoçar que eu fico no teu lugar” quando o momento da refeição é engolido pela demanda de trabalho; ou no reconhecimento da importância do trabalho do outro na construção da instituição e do atendimento eficaz. Os encontros agenciados pelo não curso, permitiram que os participantes ampliassem suas vivências no CER IV e na pesquisa cartográfica, levando-os a perceber que o não curso rizomatizou-se em várias experiências, entre elas a de EPS. Considerações finais: Norteados pelas intensidades de luz produzidas na cartografia e olhando para situações do dia a dia no CER IV da Paraíba, avalia-se que o não curso, construído e agenciado por trabalhadores, existiu com movimentos e intensidades de afetação. O reconhecimento do profissional da instituição, como pesquisador cartográfico, passou a mediar o processo de inserção deles na construção em conjunto da pesquisa supracitada. Os trabalhadores foram convidados pelo não curso a cartografarem seu cotidiano de trabalho, produzindo novas visibilidades sobre o vivido. Neste sentido, a pesquisa cartográfica, por meio do não curso, favoreceu a EPS, num processo de produção de trabalhadores pesquisadores de si. Que sigamos a cartografar, aprendendo com a ousadia da luz, que não se deixa capturar, que no menor furo pode se fazer presente, mostrando caminhos e possibilitando novos trajetos no horizonte.

6023 I SEMINÁRIO DE ATENÇÃO À SAÚDE DOS CUIDADORES DE IDOSOS NO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ (SC)
Glaucia Dias dos Santos, Maria Paulina Pereira da Silva, Marina Goelzer Kieling

I SEMINÁRIO DE ATENÇÃO À SAÚDE DOS CUIDADORES DE IDOSOS NO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ (SC)

Autores: Glaucia Dias dos Santos, Maria Paulina Pereira da Silva, Marina Goelzer Kieling

Apresentação: A população idosa no Brasil vem aumentando vertiginosamente, a partir que a expectativa de vida, desde a década de 20, e de acordo com IBGE há uma projeção e subsequente confirmação deste aumento até os anos de 2050. Sendo necessário que o aumento da expectativa de vida no país seja acompanhado pela melhoria ou manutenção da saúde e qualidade de vida. Neste sentido, as necessidades de atenção à saúde tendem a mudar de foco, o processo de cuidado que esteve por muitos anos voltados à infância agora tende a direcionar-se ao idoso. Os idosos apresentam limitações naturais do processo de envelhecimento, podendo desenvolver doenças devido às alterações fisiológicas, trazendo limitações e o surgimento de condições crônicas. Deste modo, tais condições podem levar o idoso a déficit na capacidade funcional e cognitiva, a senilidade, acarretando na perda da autonomia, dependência física, uso de múltiplas medicações, além de alterações emocionais e sociais. Neste contexto os idosos necessitam de assistência especial e diária de um cuidador. Sendo o cuidador a pessoa que assume a missão de assistir as pessoas que necessitam de auxílio no desempenho de suas atividades diárias, tendo uma importante missão. O processo de trabalho dos Cuidadores de Idosos constitui-se em um importante pilar na atenção à saúde, à complexidade de suas ações e responsabilidade assumida junto aos profissionais de saúde na recuperação e manutenção da integridade física e mental dos indivíduos que buscam um envelhecimento com segurança e qualidade. Contudo, na maioria das vezes, as tarefas do cuidador são executadas sem um suporte apropriado, acarretando em momentos em um conjunto de problemas físicos, psicológicos, emocionais e sociais. Principalmente quando se trata do familiar, encontra-se em contato diário e direto com as fragilidades do ser humano. Tal sobrecarga física e emocional pode gerar grande impacto na vida do cuidador, resultando na redução da qualidade de vida, consequentemente em agravos à saúde. A fim de prevenir esse quadro, torna-se imprescindível promover intervenções de promoção e prevenção à saúde do cuidador, sendo o Seminário uma das alternativas viáveis para essa finalidade. O I Seminário de Atenção à Saúde dos Cuidadores de Idosos, foi realizado no município de Itajaí (SC), no período vespertino (30/10/2019). Participou do Seminário cuidadores de idosos, profissionais da área da saúde do município de Itajaí, residentes e graduandos da área da saúde e integrantes de movimentos sociais. A divulgação ao público foi por meio de folders informativos disponibilizados nas redes sociais e encaminhados via e-mails para a coordenação das unidades de saúde, a fim de divulgar a realização do evento. No Seminário foram ministradas oficinas com o intuito de instigar os participantes do evento um olhar crítico ao processo de envelhecimento e suas características. Promover o aprofundamento dos conhecimentos em relação ao cuidado que deve ser realizado ao idoso, utilizando técnicas para otimizar os cuidados, com o objetivo de reduzir os agravos aos cuidadores, aumentando a qualidade de vida de todos os envolvidos e conscientizar sobre violência do idoso. As oficinas foram ministradas pelos profissionais de educação social, enfermagem, serviço social e fisioterapia da rede municipal de saúde, visando valorizar os servidores do município de Itajaí (SC). Sendo o único custo previsto a alimentação para os convidados. As oficinas foram realizadas em círculos, de forma a integrar e agregar a todos numa mesma posição, possibilitando a construção, o compartilhamento e desenvolvimentos de saberes. Os profissionais utilizaram metodologias ativas, realizando dinâmicas de interação para envolver os participantes no processo de aprendizado. As metodologias ativas visam estimular os processos de ensino-aprendizagem críticos-reflexivos, apoiadas na participação interativa do educando de forma integral no processo de aprendizagem. Constituindo um espaço de educação em saúde, onde os participantes são estimulados a se manifestarem e escutam os outros e a si mesmas, promovendo a construção do conhecimento por meio da problematização, a partir do compartilhamento de vivências e informações, sendo um método de reflexão coletiva. Participaram do evento 65 pessoas e ao final realizou-se a avaliação com finalidade de quantificar a satisfação dos participantes após o evento. Continha no instrumento as seguintes perguntas de múltipla escolha (ótimo, bom, regular e ruim): como você classifica sua satisfação com este evento?; Divulgação do evento; Metodologia utilizada; Assuntos abordados; Aquisição de novos conhecimentos; Infra-instrutura (Auditório, recursos visuais e etc...), e uma pergunta descritiva solicitando sugestões para eventos futuros. Destes, 39 sujeitos responderam a avaliação, sendo que 71,8% responderam “ótimo” como satisfação geral do evento. Para a divulgação do evento 48,7% colocaram “bom”, 30,8% “ótimo”, 20,5% para “regular”, sendo um dos pontos que deve ser reforçado nos próximos seminários. Quanto a metodologia utilizada 64,1% responderam “ótimo”. Sobre os assuntos abordados 81,6% responderam “ótimo”. E quanto a aquisição de novos conhecimentos 71,8% responderam "ótimo”. No quesito infra-instrutura (auditório, recursos visuais...) 76,3% responderam “ótimo”. No questionamento descritivo para sugestão para futuros eventos, obteve-se respostas variadas, principalmente agradecendo a organização do evento, solicitando mais eventos com esta temática e mais tempo de duração os eventos. Considera-se que esta população deve, portanto, receber o apoio adequado e necessário a fim de que possamos evitar e/ou minimizar os desgastes consequentes da posição que ocupam no momento como cuidadores. É fundamental que a educação em saúde fortaleça-se, apoiada na troca de saberes entre os sujeitos envolvidos no processo de cuidar, modificando a imagem do profissional como o único detentor do conhecimento, tornando o cuidador parte do processo de ensino. Sugerindo que as práticas de educação em saúde, contemplem o processo de forma horizontalizada, possibilitando a construção do aprofundamento dos conhecimento, baseado na experiência prévio do cuidador e nas suas vivências contemplando as suas influências históricas, culturais e sociais. Por consequência, qualificando os cuidadores, qualifica-se também o cuidado com o próprio idoso. Com a finalidade de aumentar a qualidade de vida das populações citadas. Portanto, quando utilizamos um instrumento de educação em saúde, estamos realizando a estratégia de promoção e prevenção a saúde de forma mais eficaz e ampliada.

7213 A FORMAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ACS E ACES NO CONTEXTO DA PRÁTICA INTERPROFISSIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA E NA PERSPECTIVA DA SAÚDE COLETIVA: PERSPECTIVAS DE UM SEMINÁRIO TEMÁTICO
Paulo Vianna, Marília Santos Fontoura, Geisa Nogueira Plácido

A FORMAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL DOS ACS E ACES NO CONTEXTO DA PRÁTICA INTERPROFISSIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA E NA PERSPECTIVA DA SAÚDE COLETIVA: PERSPECTIVAS DE UM SEMINÁRIO TEMÁTICO

Autores: Paulo Vianna, Marília Santos Fontoura, Geisa Nogueira Plácido

Apresentação: Os agentes de saúde são importantes atores da Saúde Pública que contribuem para a mudança de modelo de atenção no contexto da universalização e descentralização do SUS. A integração das ações de Atenção Básica e Vigilância à Saúde são essenciais para impactar positivamente a situação de saúde, necessitando de profissionais que compreendam a sua importância e contribuam para adoção ou incorporação de práticas e ações interprofissionais, interdisciplinares e intersetoriais. Considerando a necessária e fundamental integração entre os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e de Combate as Endemias (ACEs), tendo em vista a confluência de seus processos de trabalho como práticas colaborativas e complementares, este relatório se caracteriza pelo relato de experiência da realização do I Seminário Temático dos ACS e ACEs organizado e proposto pela Escola de Saúde Pública da Bahia - Professor Jorge Novis, órgão integrante da Secretaria de Estado da Saúde da Bahia (SESAB), e que têm historicamente na sua atuação o comprometimento com a Formação-Técnico Profissional destas categorias no SUS. O objetivo geral deste seminário foi promover a discussão sobre a atuação dos agentes de saúde diante do cenário atual de mudanças nas políticas de Atenção e Vigilância, bem como, a necessidade da formação técnico-profissional no contexto da prática Interprofissional na Atenção Básica e na perspectiva da Saúde Coletiva. Desenvolvimento: O seminário consistiu em quatro espaços distribuídos em tempo integral que se caracterizou por três mesas de debate com temas distintos e uma atividade de síntese em grupos de trabalho. A proposta das mesas foi pensada para que em cada mesa tivesse uma representação de cada categoria, além de palestrantes-chaves do campo da Atenção Primária e da Vigilância em Saúde. Resultado: Tendo em vista a relatoria do seminário e uma avaliação posterior, a atividade de síntese se concretizou pelo levantamento de questões mais aprofundadas do processo de trabalho dos agentes e sua complementaridade, considerando os debates promovidos pelas mesas com as seguintes indagações: implicações para o trabalho e a formação técnica dos Agentes proporcionadas pelas mudanças na Política de Atenção Básica e do novo financiamento proposto; o caráter complementar e interprofissional dos processos de trabalho dos ACS e ACEs e sua relação com a Formação Técnica e profissional das duas categorias; e integralidade no território e qualificação da Atenção Básica e Vigilância na formação profissional segundo as diretrizes curriculares e a descentralização. Considerações finais: Especialistas da Educação Interprofissional em Saúde falam da importância da Prática Colaborativa e Complementar nas Equipes de Saúde para redefinição do modelo de atenção e, a colaboração dos Agentes de Saúde mostra-se essencial para isso, ainda que tenham atuações diferentes. A orientação e supervisão de Agentes de Saúde, sob a perspectiva da Saúde Coletiva e da Interprofissionalidade, pode ser uma estratégia para favorecer melhorias no processo de trabalho das equipes, com ampliação do olhar sobre a saúde das populações no território. Aliado a isso, a compreensão sobre as mudanças atuais nas Políticas de Saúde, instrumentaliza esses profissionais da “ponta do sistema” para compreenderem melhor os retrocessos postos na conjuntura vigente. 

7900 COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE: REDUZINDO OS RUÍDOS E MELHORANDO A GESTÃO DA SAÚDE EM PARINTINS (AM)
Daizes Caldeira Pimentel, Eliana Braga

COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE: REDUZINDO OS RUÍDOS E MELHORANDO A GESTÃO DA SAÚDE EM PARINTINS (AM)

Autores: Daizes Caldeira Pimentel, Eliana Braga

Apresentação: Investir em educação permanente em saúde é um dos principais caminhos para assegurar a formação e qualificação de uma boa equipe. Com isso, faz-se necessário capacitar as pessoas, despertando a capacidade crítica, o planejamento, a motivação e desenvolver as habilidades e competências dos indivíduos, a fim de mudar suas atitudes e superar os desafios como profissional no mundo do trabalho e da gestão do SUS. Desenvolvimento: Em 2019, a gestão da Secretaria de saúde de Parintins, identificou por meio de pesquisa de satisfação dos usuários,  alguns nós críticos que precisavam de ações imediatas da gestão como: Denúncias de mal atendimento aos usuários nas recepções nos serviços e  Unidades de saúde; Falta de comunicação interna nas Unidades; Falta de ética profissional; Desconhecimento dos programas e serviços na rede de saúde nas Unidades; Denuncias nas redes sociais e outros fatores ligados a gestão e a comunicação interna e externa da saúde. A partir desse cenário, surgiu a necessidade de planejar e promover oficinas de capacitações para determinado público de profissionais que atuam na área da saúde do município de Parintins, como Gestores de Unidades de Saúde, Recepcionistas e Odontólogos. A programação do evento contou oficinas e palestras, dinâmicas de grupos, exibição de vídeos de acordo com o tema abordado, estudo de casos, rodas de conversas e abraçoterapia. Os assuntos abordados foram: Gestão de Pessoas; Responsabilidades do Gestor com a Lei da Transparência; Política Nacional da Atenção Básica e Legislação Atual; Gerência de UBS: Eixos Estruturantes das Atribuições do Gerente; Sistemas de Informação da Atenção Básica e Prática do Sistema; Funcionamento do E-SUS nas Unidades de Saúde; Papel do Gerente no Monitoramento e avaliação das informações em Saúde; O Papel do Servidor Público no Serviço de Saúde: Direitos e Deveres; Empatia como fator potencializador para o bom atendimento ao usuário e o trabalho em equipe no SUS; Processo de Trabalho em equipe: Relacionamento, Ética e Comunicação organizacional; Formação e Técnicas na Recepção. A programação foi planejada para 3 eventos para cada público-alvo e os temas foram feitos de acordo com a necessidade de cada público. Resultado: O evento alcançou inicialmente um público de 40 gerentes, 30 odontólogos e técnicos de saúde bucal e 50 recepcionistas e assistentes administrativos da rede de saúde, exceto hospitais. As oficinas fortaleceram  os fluxos, os processos de trabalho e de comunicação, esclareceram os serviços ofertados pela rede de saúde, que tinha como principal gargalo a falha na comunicação interna e externa. A prática dos atendimentos e os estudos de casos, fortaleceram a vivência na pratica do cotidiano dos serviços de saúde, melhorou a interação entre todos os envolvidos. Considerações finais: A educação permanente potencializa uma micropolítica da gestão de saúde mais efetiva, porque diminui as práticas viciadas e reproduz um saber profissional baseado em evidências. Com isso, o processo de comunicação organizacional flui melhor e com maior eficácia.

7896 O IMPACTO DA EXPOSIÇÃO SENTIDOS DO NASCER NA PRÁTICA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DO SUS EM BELO HORIZONTE: ESTUDO DE CASO
Luisa da Matta Machado Fernandes, Fabiane Goulart dos Santos Silva, Sônia Lansky, Mariany de Oliveira, Hozana Passos, Bernardo Oliveira

O IMPACTO DA EXPOSIÇÃO SENTIDOS DO NASCER NA PRÁTICA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DO SUS EM BELO HORIZONTE: ESTUDO DE CASO

Autores: Luisa da Matta Machado Fernandes, Fabiane Goulart dos Santos Silva, Sônia Lansky, Mariany de Oliveira, Hozana Passos, Bernardo Oliveira

Apresentação: A Sentidos do Nascer (SdN) é um projeto de educomunicação itinerante com objetivo de contribuir para a valorização do parto normal e redução das taxas de cesariana (56% no Brasil). Propõe informar e provocar a reflexão com público diverso, incluindo gestantes, homens e mulheres de todas as idades, além de profissionais de saúde. A orientação dos profissionais durante o pré-natal sobre os riscos e benefícios do tipo de parto são importantes para o acesso das mulheres às boas práticas e atenção humanizada no parto e nascimento. A abordagem adequada e informação de qualidade pode contribuir para a busca por uma experiência positiva de parto. O objetivo desse trabalho é avaliar o impacto da SdN sobre o conhecimento dos profissionais e sua prática em serviço. Desenvolvimento:   A política de educação permanente (EP) do SUS-BH propiciou a participação de profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) no curso de Multiplicadores BH pelo Parto Normal na SdN, de janeiro a novembro de 2017; 756 profissionais participaram de oficinas de sensibilização, visita à SdN e rodas de conversa (metodologia de educação ativa). Os profissionais responderam a um questionário online sobre sua percepção da SdN, conhecimentos e sentimentos relacionados ao tema e impacto na prática em saúde, entre junho a dezembro de 2019. Resultado: Responderam ao questionário 46 profissionais, sendo agentes comunitários de saúde, assistentes sociais, auxiliares de saúde bucal, dentistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médicos, nutricionistas, psicólogos, técnicos/auxiliares de enfermagem e enfermeiros/enfermeiros obstetras. 87% eram do sexo feminino, a média de idade foi de 42 anos, 52,2% se declararam brancos. 82,6% atuam na APS, 6,5% na atenção secundária, 13% na atenção hospitalar, 6,5% no Distrito Sanitário. 100% dos profissionais classificaram a exposição como ótima/muito boa, 91,3% relataram que ampliaram seu conhecimento, e 73,9% identificaram mudanças na sua prática em saúde após participar da SdN. Entre os que identificaram mudanças, 18,2% relataram impacto na atenção hospitalar, 36,8% em atividades de educação em saúde, 47,7% na assistência no pré-natal e/ou na atuação junto à equipe. Quando questionados sobre mudanças no processo de trabalho, 41,3% descreveram: aprimoramento de atividades educativas, orientação sobre o  plano de parto, visita à maternidade e ganho de confiança para desconstrução de tabus sobre a humanização do parto. Considerações finais: A participação dos profissionais de saúde na SdN demonstrou efetividade na sensibilização, aquisição de conhecimento, e no aprimoramento das práticas de cuidado. A articulação da SdN com o plano de EP possibilitou grande diversidade dos profissionais participantes, em especial da APS, importantes para a qualificação do pré-natal. Os profissionais reconhecem a qualidade e potencial da SdN como intervenção de EP. No entanto, a mudança de prática limitou-se à atuação do profissional participante, não alcançando toda a unidade. Conclui-se que a sensibilização e atualização do profissional é necessária e deve estar articulada com estratégias institucionais que possam modificar as práticas nos serviços para a mudança do modelo obstétrico, redução da cesariana desnecessária e qualificação do cuidado à gestante e recém nascido.

8246 EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE, ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO DE NOVOS SIGNIFICADOS E DE RESISTÊNCIAS PARA O SUS
Gabriela Cristina Braga Bisco, Edilaine Dias Lima, Aires Julião Mucaelia Caneca, Daiane Cristina dos Santos Brentini, Orlando Clementino Manunga Chaximbe

EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE, ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO DE NOVOS SIGNIFICADOS E DE RESISTÊNCIAS PARA O SUS

Autores: Gabriela Cristina Braga Bisco, Edilaine Dias Lima, Aires Julião Mucaelia Caneca, Daiane Cristina dos Santos Brentini, Orlando Clementino Manunga Chaximbe

Apresentação: O trabalho trata de experiências coletivas sobre a Educação Permanente em Saúde (EPS), política nacional para formação de trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), e estratégia para integração da formação e trabalho. As experiências envolvem a Universidade Estadual Paulista (UNESP) e o Centro de Desenvolvimento e Qualificação para o SUS do Departamento Regional de Saúde de Franca/SP (DRS VIII), no interior do Estado de São Paulo. As ações são desenvolvidas pelo Grupo Quavisss – Estudos e Pesquisas sobre Política de Saúde e Serviço Social, desde 2012, e estão direcionadas na defesa do SUS constitucional integrando ensino, pesquisa e extensão, com participação de estudantes, trabalhadores, pesquisadores, gestores, formadores e usuários. O objetivo é socializar reflexões e análises sobre a EPS que reafirma os princípios e diretrizes do SUS, e compartilhar experiências do Grupo Quavisss nas rodas de conversas para integração e diálogo dos sujeitos. Educação Permanente em Saúde, estratégia de integração O cenário contemporâneo é desafiante e exige a capacidade de construir possibilidades que reafirmem a saúde como um bem público e fundamental à vida humana. Exige pensar a realidade em sua totalidade, relacionada à crise estrutural e absolutamente profunda, que tem repercussão nos diferentes espaços da sociedade. É uma crise que está amparada num profundo conservadorismo, que estimula o individualismo, competitividade, preconceitos, violências, adoecendo as pessoas. Portanto, é preciso aprender como enfrentar estas adversidades e transformá-las em estratégias profissionais para que o conhecimento e experiências construídas na saúde sejam capazes de contribuir com uma contra hegemonia no enfrentamento dos problemas. A criação do SUS representa uma das conquistas mais expressivas da sociedade, entretanto, o desmonte de seus princípios e diretrizes organizacionais, com impactos da orientação neoliberal na privatização, focalização e fragmentação das ações, requer o compromisso coletivo na sua defesa. A perspectiva histórico crítica de tradição marxista enfatiza que a crise contemporânea não é apenas econômica, mas uma crise estrutural e planetária que atinge todas as esferas da vida e revela a barbárie capitalista que tudo destrói na sua busca de manter um padrão de acumulação e da reprodução do capital, com consequências no aprofundando da pobreza e desigualdades (BOSCHETTI, 2017). Em relação à política de saúde, a tendência mundial dessas contrarreformas é a restrição aos sistemas universais e ampliação da mercantilização com a expansão dos planos privados. Assim, a conjuntura impõe limites e possibilidades de ação dos sujeitos, para proposição de alternativas criadoras, inventivas, resultantes da apropriação das contradições presentes na própria dinâmica da vida social. Essa compreensão é fundamental para se evitar uma atitude fatalista do processo histórico e, por extensão, da formação e do trabalho profissional na saúde. Os problemas do cotidiano dos serviços são objeto da EPS, estratégia reconhecida mundialmente para fortalecer os sistemas públicos universais e orientar a formação para a construção de um perfil profissional voltado para as necessidades de saúde pública, e não com as indicações do mercado. O seu exercício propõe a construção de Rodas para articulação interinstitucional local/regional, e a aprendizagem significativa em saúde a partir da problematização da realidade. É, portanto, uma opção político-pedagógica que reconhece a concepção de educação sem neutralidade e reafirma a importância desta articulação. A contribuição neste debate orienta a proposta do Grupo Quavisss, cuja identidade está ligada à produção científica na realização de pesquisas qualitativas para análises da política de saúde e desenvolvimento local e regional do SUS (SARRETA, 2010). Desse modo, vem construindo alternativas de integração formação-trabalho e produzindo conhecimentos, experiências e informações para disseminar a capacidade pedagógica da saúde. Isso faz com que o Grupo se constitua em espaço coletivo para o enfrentamento de problemas e de encontros e diálogos para democratização dos espaços institucionais, e outras lutas para efetivação do SUS. Rodas de Conversas, produzindo significados A roda de conversa é a ferramenta adotada que favorece a integração dos sujeitos e a construção de possibilidades para socialização do saber comum, do conhecimento científico e técnico, e desafia a reflexão coletiva de concepções, valores e princípios sobre a saúde. Na roda a palavra é fundamental, busca romper com a lógica do mercado, própria da configuração capitalista, que estimula práticas fragmentadas e deslocadas do movimento da realidade. A roda demonstra que na saúde é preciso aprender a trabalhar de forma inclusiva, isto só é possível construindo relações que permitam dúvidas, inquietações, perguntas e reflexões. Esta é concepção que orienta o Grupo Quavisss e suas ações, onde a saúde é reconhecida em seu conceito ampliado, resultante de determinações históricas estruturais e conjunturais do país. Esta perspectiva faz com que o Grupo se constitua em um espaço onde os sujeitos exercitam sentimentos e inquietações, conquistas e avanços, e integra ensino-pesquisa-extensão para a saúde. Os resultados são expressivos já que a EPS é uma prática pedagógica transformadora, ao permitir que os sujeitos experimentem uma maneira diferente de ver a saúde e de buscar soluções dos problemas, que são coletivos. Esse processo, em oposição a uma educação de dominação, leva a romper com a postura de transmissão de informações e passividade, e provoca a participação em movimentos sociais, conferências, conselhos de direitos entre outras ações (BISCO; SARRETA, 2019). Os resultados mostram, sobretudo, que é um processo profundamente democrático e só pode se sustentar sobre a base de sujeitos que desejam transformações da sociedade, nas relações sociais e institucionais. E que a parceria com o DRS VIII de Franca/SP é fruto do compromisso com a defesa da saúde e o enfrentamento de problemas regionais, que são transformados em ações da regional de saúde e Universidade, produzindo projetos e pesquisas, financiadas pelas agências de fomento. Considerações A saúde em todos os seus níveis de atenção é um direito e dever do Estado, e no neoliberalismo é a opção predominante do capital como alternativa viável para sua mercantilização. Isto significa que a luta democrática da saúde está demarcada, opondo-se a esta ideia hegemônica. A EPS contribui como estratégia fundamental na ruptura com a lógica capitalista e de produção de novas possibilidades e significados, já que trata de uma opção pedagógica e política que reafirma a articulação formação-trabalho para a efetivação do SUS. A opção de priorizar a roda como espaço de aprendizagem reconhece que o exercício do diálogo é fundamental nesse momento histórico de individualismo, desumanização, para a produção de novos sentidos e resistências. Esse processo, em oposição à educação conservadora, é um caminho para a potencialização ética e política dos sujeitos, e requer a disposição para rever conceitos, ideias, valores, onde todos têm responsabilidades e compromissos. Referências BISCO, G. C. B.; SARRETA, F.O. A construção do direito à saúde e do SUS no cenário neoliberal e a contribuição do Serviço Social. Textos & Contextos (Porto Alegre), 2019. BOSCHETTI, I. Impactos da crise contemporânea na seguridade social: desafios postos aos assistentes sociais na saúde. Seminário Nacional de Serviço Social na Saúde. CFESS: Brasília, 2017. BRASIL. Dispõe sobre as diretrizes para a implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde e dá outras providências. Portaria no 1996/GM/MS, de 20 de agosto de 2007. Brasília: Ministério da Saúde, 2007. SARRETA, F.O. Educação permanente em saúde para os trabalhadores do SUS. São Paulo: Cultura Acadêmica da Fundação UNESP, 2010, v.1. p. 252.  

8415 PRODUZINDO SABERES COLETIVOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Cristina Camões Sampaio Neves, Mariane de Paula Gomes, Luciane Silva Santos

PRODUZINDO SABERES COLETIVOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Autores: Cristina Camões Sampaio Neves, Mariane de Paula Gomes, Luciane Silva Santos

Apresentação: O Núcleo de Educação Permanente em Saúde (NEPS) do município de Resende (RJ) após reformulação de suas práticas, a partir da adesão ao Programa para o Fortalecimento das Práticas de Educação Permanente em Saúde – PRO EPS – SUS em dezembro de 2017, iniciou, em abril de 2018, o desenvolvimento de ações, por meio de reuniões locais, em nove Unidades de Saúde da Família (USF) destacadas pela Superintendência Municipal de Atenção Primária à Saúde por apresentarem maiores dificuldades no desenvolvimento do processo de trabalho de forma adequada à prestação de serviços de saúde, conforme preconizado na Política Nacional de Atenção Básica. Nesta perspectiva, este relato, de caráter descritivo e exploratório, se propõe a apresentar a experiência da equipe que compõe o NEPS na implantação e implementação de ações de EPS, ocorridos no período de abril de 2018 a junho de 2019. Nesses espaços, os trabalhadores relataram os principais obstáculos relacionados à assistência das necessidades de saúde da população, sendo este o ponto de partida para organização das atividades propostas de acordo com a realidade de cada equipe. Os temas abordados foram: conceito ampliado de saúde; ética; saúde mental; corresponsabilidade do cuidado (população x equipe de saúde); comunicação; trabalho em equipe; e atribuições das práticas profissionais. Participaram do processo 90 trabalhadores, dentre os quais encontravam-se médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, agentes comunitários de saúde, recepcionistas, dentistas, auxiliares de saúde bucal e auxiliares de serviços gerais. As atividades foram desenvolvidas em 64 encontros, sendo um encontro mensal por unidade, ocorridos localmente. Dentre as estratégias utilizadas, destacam-se as rodas de conversa, dinâmicas de grupo, exposição dialogada, além da utilização de situações-problema que serviram como disparadoresde discussões acerca das temáticas propostas, com base na Metodologia da Problematização (Arco de Maguerez), que toma a realidade vivenciada como ponto de partida e de chegada. No último encontro foi aplicado um questionário, além da realização de uma roda de conversa como forma de realizar a avaliação do processo até então instituído. Como resultado foi identificado que, apesar de 94% dos participantes considerarem um processo importante, algumas limitações ainda interferem na participação, como: impossibilidade de participação integral da equipe (35%), dificuldade em manter a unidade sem funcionamento para população (27%), não compreensão do propósito (18%) e dificuldade de organização da equipe (17%). Quanto à representação da atividade, 92% consideram a EPS como espaço de produção de saber e de problematização do processo de trabalho. Sobre as temáticas abordadas, foram consideradas em consonância com necessidades da equipe e úteis para o desenvolvimento da prática profissional por 90% dos participantes. Foram sugeridas as seguintes propostas para melhoria do desenvolvimento das atividades: melhor comunicação sobre o objetivo (25%), horários mais adequados com as atividades das equipes (25%), necessidade de organização entre os membros da equipe (50%). Diante do exposto, conclui-se que a EPS vem se constituindo como importante espaço de diálogo, de construção de saberes e práticas coletivas e de problematização do processo de trabalho. No entanto, observa-se ainda a necessidade de avançar na superação desses obstáculos que interferem no desenvolvimento das atividades.  

9053 EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE COMO EIXO PARA PRODUÇÃO DE RELATOS DE UMA EXPERIÊNCIA
Fernanda Jorge Maciel, Rodrigo Machado, Daniel Fernandes, Maria Beatriz Lisboa

EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE COMO EIXO PARA PRODUÇÃO DE RELATOS DE UMA EXPERIÊNCIA

Autores: Fernanda Jorge Maciel, Rodrigo Machado, Daniel Fernandes, Maria Beatriz Lisboa

Apresentação: Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência de oficinas de produção de textos voltada a apoiadores regionais do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (COSEMS/MG), tendo como eixo condutor o referencial da Educação Permanente em Saúde. Este processo ocorreu no âmbito da cooperação técnica firmada entre a Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG) e o COSEMS/MG, buscando a produção de uma publicação que relatasse os dez anos de experiência do Projeto de Apoio Regional desenvolvido pelo COSEMS em Minas Gerais. Desenvolvimento: A equipe da ESP-MG, formada por quatro facilitadores, realizou quatro encontros presenciais com apoiadores regionais e assessoria técnica do COSEMS (MG) que tinha como objetivo refletir, discutir e ressignificar, naquele coletivo de trabalhadores, o que entendíamos como experiência e como nos víamos enquanto sujeitos desta experiência, ressaltando as marcas produzidas ao longo do caminho. Outro objetivo era o de pactuar quais aspectos desta experiência deveriam ser explorados e como cada aspecto se relacionava entre si, para produzir um sentido maior a ser concretizado na forma da publicação de um livro. Para além de um processo de apoio à produção de textos, havia claro o objetivo de problematizar o vivido, para que, em diálogo e em um espaço protegido, pudéssemos produzir um reencontro com a experiência do Apoio Regional em Minas Gerais ao longo dos dez anos. Para valorizar esse processo, baseado no referencial da Educação Permanente em Saúde, optamos por inverter a ordem da escrita sendo trabalhada primeiramente a experiência, em seguida o contexto prático e teórico da experiência e, por fim, o diálogo com a literatura. No primeiro encontro, utilizamos como disparador das discussões o texto de Jorge Larrosa Bondía “Notas sobre a experiência e o saber da experiência”, que nos provoca a entender a experiência como algo que “nos passa, que nos acontece, que nos toca”. Tendo como ponto de partida a reflexão e a ressignificação sobre cada um também como sujeito daquela experiência, passamos para a primeira etapa de escrita, que foi a descrição de qual experiência seria relatada. Neste momento, os participantes deveriam não apenas se ater a descrever os fatos ocorridos, mas reconhecer os sentidos da experiência para si, seus afetos e seus efeitos para seu trabalho. Todas as atividades foram realizadas em pequenos grupos, criados a partir da afinidade com o objeto a ser relatado. Entre cada encontro, havia um período de dispersão para a produção do texto, postado em ambiente virtual já existente como canal de comunicação do grupo. A equipe da ESP-MG realizava a leitura e, a partir também do que era produzido, (re)planejava o próximo momento presencial. No segundo encontro, os grupos leram a produção de outros colegas por meio de uma análise entre pares, apontando pontos fortes e aspectos para discussão, feita com participação de toda a turma.  Surgiram sugestões como: a necessidade de melhor delimitar e apresentar a experiência, expor suas marcas e os sujeitos da experiência, bem como sua relação com outros relatos produzidos. Nas discussões, verificamos que aqueles trabalhadores tinham a possibilidade de parar para pensar, parar para olhar o vivido, assim como aponta Larrosa Bondía.  Ainda neste encontro, pactuamos o desenvolvimento do segundo produto da escrita que seria o de identificar qual era o cenário onde a experiência se passou – características do território, dos aspectos políticos, dos atores participantes da experiência. Além disso, questões teóricas necessárias para compreensão da experiência deveriam ser apresentadas na escrita para compor o relato. A esse produto denominamos “contexto teórico e prático”.  No terceiro encontro, a equipe da ESP-MG passou a acompanhar grupos específicos, tendo o papel de apoiar na produção do texto. Também foi reservado um momento para os pequenos grupos trabalharem concretamente na escrita conjunta, já que até então a produção havia se dado à distância. Ao final deste encontro, foram apresentadas orientações relativas à forma dos textos, abordando normas para escrita e uso de referências, além de orientações para o terceiro produto que era a discussão com a literatura. O último encontro, inicialmente não previsto, foi realizado por necessidade apresentada pelos próprios participantes para mantermos um momento protegido para a produção dos textos de forma presencial. Os grupos foram apoiados pelos facilitadores da ESP-MG e este apoio permaneceu à distância até as etapas finais de fechamento dos textos. Resultado: Como resultado final da experiência, os textos produzidos compuseram o livro “Apoio Regional: olhares sobre a experiência do COSEMS/MG” que reúne relatos e descrições a respeito das múltiplas dimensões do processo de descentralização do apoio institucional no COSEMS (MG) implementada ao longo da última década. Os seus treze capítulos expõem os modos de organização do trabalho dos apoiadores regionais, os efeitos provocados nas relações institucionais na gestão regional do SUS a partir da experiência, bem como os diferentes processos avaliativos que buscaram captar as mudanças geradas a partir de sua implementação. Para além da publicação institucional gerada a partir de oficinas de produção de textos, notamos que a experiência ganhou novos contornos, passando a se constituir como um espaço de problematização do trabalho, reflexão sobre as práticas dos Apoiadores Regionais, compartilhamento de angústias e de caminhos de solução, já produzidos no território. Neste sentido, nossa proposta, ancorada no referencial da Educação Permanente em Saúde, foi capaz de produzir novos sentidos para o vivido pelo grupo ao longo dos dez anos e para o processo de escrita. Além disso, notamos que permitiu aos participantes um resgate da importância de falar e refletir sobre o trabalho, rompendo com a lógica muitas vezes mecanizada de responder a demandas urgentes surgidas no território e da realização de tarefas. Considerações finais: A ESP-MG, que tem como referencial do seu trabalho a Educação Permanente em Saúde nas ações educativas, apostou também neste referencial como eixo para a produção da escrita para a construção dos relatos dos apoiadores regionais do COSEMS/MG, considerando que o aprender ocorre durante e após a experiência. Essa aposta valoriza o saber constituído no trabalho, antagonizando, de alguma forma, com o modelo academicista hegemônico que caracteriza o cenário de publicações técnica-científicas. Entretanto, este processo não se deu de maneira pacífica. Cada ator envolvido também se sentiu em constante questionamento sobre a forma e o conteúdo da escrita, dada a tendência de buscar uma aparente neutralidade dos relatos, isolando os próprios sujeitos do vivido. Dessa maneira, a proposta de produção de textos sobre a experiência se tornou potente dispositivo de educação permanente para os apoiadores regionais e para os facilitadores das oficinas.

9068 SEMEANDO A EDUCAÇÃO PERMANENTE NUMA ESCOLA TÉCNICA DO SUS: POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES
Isabel Cristina de Moura Leite, Rafael Rodolfo Tomaz de Lima

SEMEANDO A EDUCAÇÃO PERMANENTE NUMA ESCOLA TÉCNICA DO SUS: POTENCIALIDADES E FRAGILIDADES

Autores: Isabel Cristina de Moura Leite, Rafael Rodolfo Tomaz de Lima

Apresentação: As Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde (SUS) foram criadas em meados dos anos 1980, impulsionadas pelo Projeto de Formação de Trabalhadores para a Área de Saúde em Larga Escala, com o intuito de capacitar os trabalhadores de nível elementar e médio dos estabelecimentos públicos de saúde que não estavam devidamente qualificados para as suas funções. Essas instituições de ensino são diferenciadas por apresentarem, desde as suas primeiras unidades, características peculiares, tais como: eixo metodológico baseado na integração ensino-serviço; adequação do currículo ao contexto regional; utilização dos espaços de trabalho para ações pedagógicas; avaliação do desempenho dos alunos nos serviços de saúde com supervisão e acompanhamento pedagógico; e docência exercida por profissionais de nível superior atuantes nos serviços, qualificados pedagogicamente em consonância com os princípios e diretrizes do SUS. Atualmente, existem 41 Escolas Técnicas do SUS em todo o Brasil e juntas elas compõem a Rede de Escolas Técnicas do SUS - RET-SUS. Apesar da contribuição histórica dessas Escolas, estudos identificam a situação de fragilidade das mesmas, com destaque para dificuldades administrativas decorrentes de um modelo de gestão antiquado; alta dependência financeira do Governo Federal; falta de estrutura física adequada e de equipamentos tecnológicos. Além disso, a formação de trabalhadores de nível médio/técnico da saúde à luz da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) enfrenta outros desafios constantes e atuais. Entre eles, está o desconhecimento e desvalorização da Educação Permanente em Saúde (EPS) por uma parcela significativa de gestores municipais e estaduais de saúde, a falta de compreensão dos princípios pedagógicos da EPS por parte dos trabalhadores da saúde que atuam como docentes nas Escolas Técnicas do SUS; bem como a alta rotatividade, ocasionada pelos vínculos precários de emprego para trabalhadores/estudantes e trabalhadores/docentes, impulsionando uma formação descontinuada e fragmentada. Esses obstáculos impedem o avanço da EPS, que objetiva, em linhas gerais, orientar o desenvolvimento profissional para transformar as práticas de saúde e o modo de organização do trabalho, através do reconhecimento das necessidades locais e da educação no trabalho e para o trabalho, envolvendo instituições de ensino, gestores, trabalhadores e usuários do SUS. Diante desse cenário, é preciso desenvolver ações para impulsionar mudanças no âmbito das Escolas Técnicas do SUS. Considerando o exposto, este resumo tem o objetivo de descrever as potencialidades e fragilidades de um plano de intervenção pautado na EPS e realizado na Escola de Formação Técnica Enfermeira Izabel dos Santos (ETIS). Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado entre junho e novembro de 2019 na ETIS, localizada no município do Rio de Janeiro (RJ). Outrossim, o estudo que originou o presente relato de experiência foi desenvolvido como um dos requisitos parciais para a conclusão da Especialização em Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, ofertada na modalidade à distância pelo Observatório de Recursos Humanos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em parceria com o Departamento da Gestão do Trabalho em Saúde (DEGTS) do Ministério da Saúde. O quadro funcional da ETIS é composto por 19 trabalhadores, incluindo a direção, sendo 18 trabalhadores com nível superior completo e 01 com nível fundamental. Desses, apenas 10 trabalhadores que atuam na docência aceitaram participar do projeto. O percurso metodológico foi composto por três fases: a primeira fase, denominada de exploração, consistiu na identificação do problema, que foi a necessidade de atualização e ampliação do conhecimento de docentes e direção da Escola sobre os processos de EPS; a segunda fase foi o planejamento da intervenção para tentar solucionar o problema identificado, bem como a apresentação da proposta junto à direção da ETIS e equipe docente, a fim de viabilizar a Roda de Conversa sobre a EPS, sendo realizada de maneira dialógica e participativa. A terceira e última fase consistiu na execução da intervenção, ou seja, na realização do encontro para a Roda de Conversa, pautado pelo Método da Roda. Nas etapas de planejamento e execução, foi utilizado o Método da Roda de Conversa, uma vez que propicia um ambiente informal, promove o diálogo entre os participantes e entre os grupos, permite o contato de todos com todos e a emergência da inteligência coletiva para construção de planos de ação. As perguntas que nortearam a Roda de Conversa foram: O que compreendo sobre EPS? Enquanto docente de uma ETSUS, qual o meu papel no processo de EPS? Qual a importância da EPS no meu processo de trabalho e na gestão da ETIS? Resultado: Entre as fragilidades da ação, podemos destacar o não comparecimento de alguns docentes e da direção no encontro, devido à carga horária diferenciada e trabalhos externos. A potencialidade da proposta reside na possibilidade de ampliação da discussão sobre EPS, bem como na institucionalização da Roda de Conversa como estratégia de cogestão para avaliar, qualificar e democratizar as relações de trabalho, provocando reflexões críticas por parte dos docentes e da direção da Escola sobre os conceitos e sobre o processo de trabalho como um ato político pedagógico para o planejamento e gestão das ações. A avaliação da aprendizagem foi verificada e analisada a partir das falas dos participantes durante a Roda de Conversa, bem como pelo envolvimento do grupo nas discussões e no processo de trabalho. Por meio da proposta educativa, foi possível promover o compartilhamento de saberes e a construção coletiva, a partir da análise crítica sobre a EPS como instrumento facilitador do processo de trabalho e de gestão, reconhecendo potencialidades, provocando transformações na prática e integrando a equipe. E, acima de tudo, valorizando os trabalhadores e o processo de trabalho em saúde. Considerações finais: Esta proposta contribuiu para promover o aperfeiçoamento e a construção de um conhecimento mais profundo sobre a EPS para a equipe de docentes e direção da ETIS. Almeja-se que o espaço constituído para a discussão contribua e promova mudanças nas ações e no processo de trabalho e tenha caráter transformador para o cotidiano do trabalho, da gestão e dos trabalhadores, melhorando a qualidade da formação oferecida pela Escola. O intuito é de que este seja também um instrumento facilitador para a gestão. A intervenção apresentada não dará conta de resolver todos os problemas enfrentados na Escola, entretanto, acredita-se que novos estudos e novas propostas podem ser desenvolvidas, para avaliar o impacto real desta ação educativa no cotidiano da referida Escola, bem como nos demais cenários do SUS.

9116 PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE NO ESPÍRITO SANTO
MARIELA PITANGA RAMOS, Quelen Alves Tanize da Silva, Luiz Claudio Oliveira da Silva, Ana Laurita Nunes Maia

PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE NO ESPÍRITO SANTO

Autores: MARIELA PITANGA RAMOS, Quelen Alves Tanize da Silva, Luiz Claudio Oliveira da Silva, Ana Laurita Nunes Maia

Apresentação: O Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde, vinculado à Secretaria de Estado de Saúde do Espírito Santo, lançou o Programa de Qualificação da Atenção Primária em Saúde (QUALIFICA-APS) para proporcionar experiência aos profissionais da saúde no campo de prática do Espírito Santo, pois muitas das internações realizadas atualmente acontecem por causas sensíveis a atenção primária, demonstrando a necessidade de qualificação desse lugar de produção de saúde. Está sendo ofertado um Curso de Aperfeiçoamento, no âmbito da APS, no qual os profissionais terão parte da carga horária em atividades assistenciais (80%) e parte teórica (20%). Foram ofertadas 253 vagas para médicos, 129 para enfermeiros e 100 para cirurgiões dentistas, distribuídas entre 76 dos 78 municípios do Estado. Método: Trata-se de um estudo descritivo do perfil dos profissionais inscritos no processo seletivo para o QUALIFICA-APS. Resultado: Foram inscritos 1221 profissionais sendo 348 médicos, 608 enfermeiros e 265 cirurgiões-dentistas; em relação ao grau de escolaridade 587 possuem apenas graduação, 613 especialização e 21 mestrado; dos inscritos 1158 são do ES; como local de atuação 179 escolheram os municípios da região norte, 255 da região central, 461 da região metropolitana e 326 da região sul. Dentre os médicos 218 (63%) optaram pela região metropolitana e apenas 25 (7%) pela norte; os cirurgiões-dentistas se distribuíram de forma consistente por 03 regiões e a norte recebeu apenas 36 inscritos (14%); dos enfermeiros inscritos 188 optaram pela região sul (31%), 140 central (23%), 161 metropolitana (27%) e 118 norte (19%). Resultado: A região norte apresentou um número inferior de inscritos em relação às demais em todas as categorias. A classe médica optou em sua maioria pela região metropolitana, característica já presenciada em outros programas de Governo. Logo, diante dos fatos fica evidenciando que deve se pensar em estratégias para ocupar as regiões de forma equitativa e garantir uma cobertura de saúde universal em todo Estado.

9185 DA ELABORAÇÃO A EXECUÇÃO DE UM CURSO DE QUALIFICAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE UMA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
VIVIANNE KAROL GOMES PALHA, JOCILANE LIMA DE ALMEIDA VASCONCELOS

DA ELABORAÇÃO A EXECUÇÃO DE UM CURSO DE QUALIFICAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE UMA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: VIVIANNE KAROL GOMES PALHA, JOCILANE LIMA DE ALMEIDA VASCONCELOS

Apresentação: Este resumo relata a experiência da equipe da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus - SEMSA em elaborar e realizar um curso de qualificação de 30h, tendo com público alvo Agentes Comunitários de Saúde – ACS - e que se deu a partir, da necessidade de intervenção da gestão, frente ao baixo quantitativo de cadastros válidos no sistema de informação em saúde, alto número de inconsistências nos cadastros individual e familiar e a baixa cobertura vacinal das crianças de 0 a 5 anos da cidade de Manaus. Nesse contexto, foram realizadas articulações interinstitucionais por meio do Departamento de Atenção Primária à Saúde e Escola de Saúde Pública para que ocorresse a capacitação de 1200 ACS ativos, em um prazo de seis meses. Aconteceram reuniões de alinhamento semanais, considerando a brevidade para início do curso e a necessidade de medidas interventivas. A coordenação do curso designada em portaria foi composta por servidores da sede da SEMSA, Escola de Saúde Pública e profissionais dos 04 Distritos de Saúde. O curso teve como objetivo qualificar os ACS para melhoria do processo de trabalho, das inconsistências nos cadastros e aumento da cobertura vacinal, potencializar suas atribuições enquanto agente transformador na atenção primaria à saúde e garantir a certificação dos profissionais envolvidos. Para isso, servidores da própria secretaria, que atuam em atenção básica, vigilância e monitoramento, foram treinados em metodologias ativas, para serem os facilitadores do curso, participando de uma construção coletiva do material didático a ser trabalhado, com alinhamento do conteúdo programático, em um processo de fortalecimento do ensino-aprendizagem, através das experiências vivenciadas pelos profissionais envolvidos, reflexões acerca de suas atribuições, dinâmicas em grupo, apresentação de imagens com situações reais, aulas práticas com utilização do sistema de informação e discussão dos atributos da Atenção Primária a Saúde (APS). Foram formadas cerca de 40 turmas com a participação de até 30 alunos que desenvolveram suas atividades em turnos de seis horas com participação obrigatória. Como resultados obtidos, houve aumento no número de cadastros válidos no sistema de informação, 400 mil à época do início do projeto para 500 mil. Com isso, acredita-se que se conseguiu a qualificação dos atores envolvidos, o fortalecimento profissional da categoria e conseguintemente, a melhoria dos processos de trabalhos e alcance das metas prioritárias para o momento.

9330 PERFIL DE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO INSCRITOS EM CURSO DE FORMAÇÃO PARA ENFRENTAMENTO DA OBESIDADE
Camilla Ezequiel da Cunha Belo, Livia Cardoso Gomes Rosa, Jorginete de Jesus Damião Trevisani, Amanda da Silva Franco, Caroline Maria da Costa Morgado, Luciana Azevedo Maldonado, Evelyne Florido Lobato Cavalcante, Luciana Maria Cerqueira Castro

PERFIL DE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO INSCRITOS EM CURSO DE FORMAÇÃO PARA ENFRENTAMENTO DA OBESIDADE

Autores: Camilla Ezequiel da Cunha Belo, Livia Cardoso Gomes Rosa, Jorginete de Jesus Damião Trevisani, Amanda da Silva Franco, Caroline Maria da Costa Morgado, Luciana Azevedo Maldonado, Evelyne Florido Lobato Cavalcante, Luciana Maria Cerqueira Castro

Apresentação: A obesidade é uma doença crônica não transmissível (DCNT) que envolve aspectos biológicos, históricos, ecológicos, políticos, socioeconômicos, psicossociais e culturais e tem sido responsável, junto com outras DCNT, por 68% de um total de 38 milhões de mortes ocorridas no mundo. Para enfrentar esta epidemia o Brasil tem investido em diferentes estratégias, dentre elas ações de formação dos trabalhadores da saúde para a qualificação do cuidado aos indivíduos. Este estudo tem como objetivo descrever o perfil de profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde (APS) que foram indicados pelos respectivos gestores para realizar o curso de formação semipresencial denominado “Cuidado da obesidade no território: reflexão e ação". Este curso integra o projeto “Ações de controle e enfrentamento da obesidade no Estado do Rio de Janeiro – pesquisa, formação, monitoramento e difusão”, coordenado pela UERJ. O curso iniciou em outubro de 2019 e tem conclusão prevista para agosto de 2020. O conteúdo geral proposto é constituído pelos seguintes temas: definição, conceito e caracterização da epidemia de obesidade; determinantes sociais, culturais e ambientais da obesidade no território; políticas de saúde, alimentação e nutrição e ações de cuidado ao sobrepeso e obesidade no território; prevenção da obesidade e promoção de práticas alimentares e corporais saudáveis; e cuidado individual: abordagem clínica. Além disso, são sugeridas atividades de dispersão a serem desenvolvidas no território de origem do participante. Foram selecionados 27 municípios do Estado do Rio de Janeiro, contemplando as 9 regiões administrativas. Os profissionais indicados receberam por e-mail um formulário de inscrição via google form, que possuía, dentre outras, informações relativas ao perfil pessoal e profissional dos participantes, vínculo na atenção primária, expectativas  e indicações de conteúdo em relação ao curso. O questionário foi preenchido por 419 profissionais de 27 municípios, porém apenas 249 profissionais, de 26 municípios, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. A maioria dos profissionais são nutricionistas (46,6%) e enfermeiros (25,3%), sendo 44% da Equipes de Saúde da Família; 51,4% tem  vínculo com a Secretaria Municipal de Saúde há 4 anos ou menos e 23,7% há  mais de 8 anos;  83% têm mais de 2 anos de atuação na APS;  60,2% possui curso de especialização; 39,6 % são servidores públicos; 23,3% são contratados por Organização Social e 33,7% possuem outros tipos de contratos com a prefeitura. Destacamos ainda, que 73% dos profissionais não realizaram cursos com a temática da obesidade nos últimos 5 anos. Quando questionados sobre sugestões de subtemas para o curso, 36,5% consideraram o conteúdo completo e outros sugeriram principalmente questões relacionadas à saúde mental, abordagem multiprofissional do cuidado da obesidade, atividade física, fitoterapia e alimentos funcionais e PICS. Em relação às expectativas dos profissionais a maioria (55%) informou que desejaria se atualizar, construir a linha de cuidado e se aperfeiçoar no manejo da obesidade. O perfil dos profissionais de saúde aponta que há necessidade de formação para a qualificação das ações de cuidado individual e coletivo ao sobrepeso e obesidade.

9353 ATENÇÃO DOMICILIAR (AD) E SUA APROXIMAÇÃO COM A POTÊNCIA DA EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE EM MANAUS (AM)
Davi Araújo da Cunha

ATENÇÃO DOMICILIAR (AD) E SUA APROXIMAÇÃO COM A POTÊNCIA DA EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE EM MANAUS (AM)

Autores: Davi Araújo da Cunha

Apresentação: Seguindo tendência mundial, ainda que tardiamente, o Brasil organiza o cuidado domiciliar a partir de 1990. Pressionado por crises econômicas externas e internas, o uso dos domícilios brasileiros passam a ser vistos como espaços de atenção. Duas mudanças principais agravam o modelo econômico e consequentemente o modelo de atenção hospitalar: a) a mudança no perfil demográfico (envelhicimento da população) e, b) a mudança no perfil epidemiológico (as doenças são menos frequentemente infecto-contagiosas e mais frequentemente crônico-degenerativas). Nessa lógica, a AD pode atuar na redução de custos com a assistência de doenças,  na racionalização da utilização de leitos hospitalares, e, ainda, privilegiar o trabalho humanizado permitindo maior autonomia do usuário e participação da família no processo saúde-doença. Amparada pela Portaria MS/GM no 825, de 25 de abril de 2016, que prever a existência de processos de educação permanente em saúde para os profissionais de saúde, cuidadores e usuários da AD, o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) do município de Manaus sob gestão estadual, iniciou no final do ano de 2018 o processo de criação de um núcleo de educação permanente em saúde da atenção domiciliar que ficou conhecido como NepSAD. O objetivo principal dessa iniciativa foi criar um espaço capilar de diálogo e de trocas de conhecimentos e aprendizagens realizadas no local de trabalho e para os coletivos desse mesmo espaço. Um espaço de reflexão e problematização das práticas e da própria organização do trabalho com potência para gerar mudanças nas pessoas e nas rotinas; rotinas essas que frequentemente anulam as oportunidades do surgimento da criatividade e inventividade das pessoas que trabalham na saúde, reagindo apenas aos processos sem neles sentirem-se representados. Desenvolvimento Para viabilizar a implantação e desenvolvimento do NepSAD, foi realizada uma oficina de dois dias com todos os 135 profissionais da atenção domiciliar (administrativos e assistenciais). Nessa oportunidade, todos tiveram um momento em que a roda de conversa criada foi para obter de cada pessoa sua impressão sobre os aspectos positivos e negativos do seu local de trabalho. Um farto material foi levantado, com nítida vantagem numérica para os problemas identificados em comparação com os aspectos positivos. O passo a seguir foi a priorização dos problemas listados. O critério estabelecido pelo grupo para essa tarefa foi por ordem de facilidade de resolução. O envolvimento do grupo é algo para ser destacado, bem como sua interação, um estar junto, que por si só já é pedagógico e muitas das vezes estranho em serviços de saúde. Identificados e hierarquizados os problemas a partir dos próprios trabalhadores, o momento a seguir foi ao mesmo tempo desafiante e produtivo: propor atividades educativas para cada problema identificado. Nesse estágio de envolvimento, os aspectos positivos identificados foram recuperados no sentido de oferecer um ponto de partida para a proposta educativa que seria planejada. Essa etapa levou mais tempo porque tinha como objetivo fazer com que sem saber ou sem perceber cada trabalhador estava de fato  agindo como microgestor, coresponsável e com possibilidade bem real de interferir nos processos de trabalhos dos quais ele mesmo estava inserido mas não implicado; apenas um reprodutor de tarefas. Concluída essa parte, as rodas de conversas foram desfeitas e um grande grupo se formou para a socialização das impressões e dos achados. Nesta fase, os organizadores do evento lançaram a proposta de criação de um núcleo de educação permanente em saúde formado por indicação própria ou de outros mas em qualquer caso de forma voluntária para compor esse núcleo. Vinte e cinco participantes foram listados como integrantes desse núcleo que foram apresentados aos demais no final da oficina que ocorreu em 17 de outubro de 2018. Resultado: decorrentes da experiência Como primeiro produto dessa iniciativa, o núcleo recém criado já surge com uma grande responsabilidade: sistematizar todas as propostas de atividades educativas em saúde listadas e hierquizadas. Para isso, foi decidido pela elaboração de um plano de ação de educação permanente em saúde para a atenção domiciliar em Manaus que contemplasse as propostas elaboradas pelo coletivo e outras que pudessem surgir após esse movimento de escuta e participação ativa. Outras responsabilidades do núcleo: promover, divulgar, coordenar, apoiar, monitorar e avaliar ações de EPS na Atenção Domiciliar em Manaus (AM). Como as pessoas que trabalham com AD em Manaus exercem suas atividades em todas as zonas da cidade, portanto geograficamete distantes uma das outras, o NepSAD aproxima esses atores uma vez que possui representatividade de todos esses espaços. O estímulo para a criação de tempo protegido para conversas com propósito sobre a gestão e as práticas em AD tem surgido como outro diferencial. Nesse caso específico, foi decidido que o tempo destinado para a higienização dos veículos que transportam as equipes para os domicílios seria utilizado como tempo protegido para as conversas em EPS. A relevância dessa iniciativa trouxe o reconhecimento da gestão maior da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas através da publicação de portaria específica que instituiu o NepSAD como fazendo parte de um movimento que pretende disseminar os conceitos e métodos em EPS na saúde do Amazonas, bem como utilizar essa política como indutora de atividades pedagógicas que sejam transformadoras do saber e do fazer em saúde pública. Outros resultados decorrentes dessa iniciativa estão em franco desenvolvimento. O plano de ação em EPS na atenção domiciliar, sua execuação e avaliação bem como a necessária revisão anual são empreendimentos necessários e de responsabildiade do NepSAD. Considerações finais: O Núcleo de Educação Permanente em Saúde da Atenção Domiciliar - NepSAD está implantado e ativo. Desse encontro foram produzidas contribuições para a elaboração do Plano Estadual de Educação Permanente em Saúde (2019-2020), e, espera-se as primeiras audiências e tratativas para também compor o Plano Estadual de Saúde 2020-2023. Prospectivamente, a implantação das rodas de EPS em todas as bases hospitalares de funcionamento da atenção domiciliar, a partir da mobilização gerado pelo NepSAD, são ações que se destinam a trazer significativos benefícios à gestão do tabalho em saúde na AD. Os desafios claros que se divisam podem ser identificados como o necessário salto qualitativo do planejamento para a execução e avaliação efetivas, a dificuldade de se trabalhar coletivamente e a abertura para um trabalho e um trabalhador reflexivos. Por fim, uma pessoa que trabalha na saúde mas que se sinta primeiramente um educador em saúde.

11440 AURICULOTERAPIA: RELATO DE EXPERIÊNCIAS NUMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Zelia Pimentel Andrade

AURICULOTERAPIA: RELATO DE EXPERIÊNCIAS NUMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

Autores: Zelia Pimentel Andrade

Apresentação: A Auriculoterapia consiste na estimulação mecânica de pontos específicos do pavilhão auricular para aliviar dores e/ou tratar problemas psíquicos  e/ou físicos. O pavilhão auricular é considerado uma parte muito importante do corpo humano por constituir um microssistema, podendo refletir todas as mudanças fisiopatológicas dos órgãos e vísceras, dos membros, tronco, dos tecidos e dos órgãos dos sentidos. Esse relato abrange a experiência do uso da Auriculoterapia no período de Novembro de 2019 até Janeiro de 2020 em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). O objetivo foi oferecer a Auriculoterapia como uma prática complementar aos usuários, estudantes e trabalhadores desta UBS. Destaca-se que há usuários que já recebiam este atendimento por profissional da Estratégia da Saúde da Família. Desenvolvimento: A demanda de estudantes e trabalhadores para Auriculoterapia foi gerada a partir da divulgação por cartaz na Sala de Convívio da USB. A de usuários foi através de divulgação, via aplicativo de celular, para um grupo de um programa de educação e saúde dessa mesma USB. No primeiro atendimento foi preenchido um formulário para a anamnese, contendo dados gerais e específicos sobre  sintomas emocionais e físicos, dentre outros, assim como de  doenças pré-existentes e medicações de rotina. Em cada atendimento posterior, de 30 minutos, foram anotados os relatos sobre os sentimentos e desconfortos físicos. Os sintomas predominantes foram: ansiedade, angústia, insônia, depressão, medos, dores no estômago, dores na coluna cervical e lombar, joelhos e pés. Foram atendidas  47 pessoas entre 30 e 74 anos de idade. Sendo 2% estudantes, 34% usuários e 64% trabalhadores. 89% dos usuários atendidos foi do  gênero feminino. Foram realizadas 129 auriculoterapias, uma média de 03 por pessoa, sendo o mínimo de 01 e o máximo de 8. Resultado: Os resultados foram obtidos da análise dos relatos que foram registrados em cada atendimento. E, confirmaram que a Auriculoterapia reduz a intensidade de sintomas relacionados ao campo psíquico e ao corpo físico  após  3  a  4 atendimentos consecutivos. A redução ou cessação de dores físicas, em especial na coluna vertebral, foi evidenciada, mas requer um monitoramento num tempo a ser estudado e determinado. Cerca de 15% relataram que cessaram as dores de coluna e dos pés, após a primeira consulta. Não foi possível avaliar o efeito sobre a insônia em cerca de 40% dos atendidos, porque usavam medicamentos para dormir. Houve relatos de melhoria do sono e ansiedade Considerações finais: A Auriculoterapia poderá contribuir para a redução do uso de medicamentos e melhorária da qualidade de vida. Foi regulamentada pelo Ministério da Saúde como uma das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), desde 2006. É de fácil aplicação e baixo custo. Vem sendo exercida de modo integrado e complementar,  no âmbito da Assistência Básica em Unidades Básicas de Saúde do SUS, em vários lugares do Brasil. Estamos trabalhando na implementação dessa prática, com planejamento para o aumento de profissionais capacitados em Auriculoterapia, para atender a demanda crescente com regularidade para usuários, estudantes e trabalhadores da saúde.