333: A Educação Permanente na Rede de Cuidados em Saúde Mental | |
Debatedor: Fernanda Cornelius Lange | |
Data: 30/10/2020 Local: Sala 01 - Rodas de Conversa Horário: 13:30 - 15:30 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
10097 | SAÚDE MENTAL É MAIS QUE ATENDIMENTO INDIVIDUAL: UMA ANÁLISE CRÍTICA SOBRE A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA ATENÇÃO BÁSICA. CAMILA TUANE DE MEDEIROS, BIANKA ANDRESSA DE OLIVEIRA MEDEIROS, IALY VIRGÍNIA DE MELO BAÍA, JOÃO MIRANDA DE ARAÚJO COSTA SAÚDE MENTAL É MAIS QUE ATENDIMENTO INDIVIDUAL: UMA ANÁLISE CRÍTICA SOBRE A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA ATENÇÃO BÁSICA.Autores: CAMILA TUANE DE MEDEIROS, BIANKA ANDRESSA DE OLIVEIRA MEDEIROS, IALY VIRGÍNIA DE MELO BAÍA, JOÃO MIRANDA DE ARAÚJO COSTA
Apresentação: O presente trabalho é um relato de experiência produzido por 4 psicólogos que atuam em unidades básicas de saúde do município de Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte, a partir do programa de pós graduação, na modalidade de residência multiprofissional em atenção básica, saúde da família e comunidade. O objetivo deste relato é a construção de uma análise crítica da atuação do psicólogo na atenção primária em saúde, enquanto residentes multiprofissionais. haja vista, que este fazer pode gerar questionamentos, tanto para os próprios psicólogos recém formados que adentram nesse campo, quanto para outros profissionais que não compreendem a função do psicólogo na Atenção Básica de Saúde. Enquanto psicólogos residentes, cabe enfatizar que entramos nas Unidades Básicas de Saúde com foco na promoção e emancipação do sujeito, trazendo para a atuação não somente a escuta e acolhida individual, mas também, através de grupos, ações, e diálogos, sobre as diversas temáticas que dizem respeito a saúde mental e tudo que possa proporcionar uma saúde biopsicossocial. Entretanto, vivenciamos atualmente uma grande dificuldade no que tange a saúde mental dentro do contexto público, palco da nossa atuação prática da residência multiprofissional em atenção básica, saúde da família e comunidade. A grande demanda em saúde mental, principalmente pela psicoterapia individual, acarreta uma sobrecarga exacerbada para o profissional, que, muitas vezes, não consegue suprir toda a necessidade da população de seu território, e é cobrado pelos demais colegas de equipe, gerando frustação e processos de saúde-doença dentro do ambiente de trabalho. A partir disso, levantou-se o questionamento sobre qual deve ser a atuação do psicólogo dentro do contexto da atenção básica, levando em consideração toda sua conduta ética e os preceitos da atenção primária em saúde. O que foi percebido na rotina de 40h semanais dentro das diferentes unidades básicas de saúde foi que o fazer psicológico é visto para muitos, leigos e profissionais, como um saber restrito a atendimentos especializados, correspondentes à atuação secundária. Isso pode estar relacionado a alguns fatores que precisam ser elencados e que correspondem a nossa localidade: a recorrente demanda de saúde mental; a alta necessidade de escuta, por uma população carente de ser ouvida e compreendida, onde muitas vezes, enxerga o psicólogo como a única fonte para tal; e a não cultura de promoção da saúde que pode ser percebida pela falta de aderência pelos usuários aos grupos de cuidados em saúde ofertados pelas UBS. A partir disso, é necessário uma reflexão coletiva, não somente pelos psicólogos, mas também por toda a equipe multiprofissional que atua dentro desse contexto, visando compreender os fatores que levam a tais sobrecargas de trabalho e mudança na oferta de serviço dos psicólogos, tendo em vista, que os preceitos para atuação na atenção primária são voltados para a promoção da saúde e cuidados básicos, e não atendimentos especializados e de atenção secundária. |
7645 | UMA REVISÃO DE LITERATURA: A EDUCAÇÃO PERMANENTE E O MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL COMO METODOLOGIAS PARA POTENCIALIZAR O CUIDADO Jessica do Nascimento Rezende, Geilsa Soraia Cavalcante Valente, Beatriz de lima Bessa Ballesteros, Elida Gabriela Serra Valença Abrantes, Vanessa Teles Luz Stephan Galvão, Gabryella Vencionex Barbosa Rodrigues, Elaine Antunes Cortez UMA REVISÃO DE LITERATURA: A EDUCAÇÃO PERMANENTE E O MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL COMO METODOLOGIAS PARA POTENCIALIZAR O CUIDADOAutores: Jessica do Nascimento Rezende, Geilsa Soraia Cavalcante Valente, Beatriz de lima Bessa Ballesteros, Elida Gabriela Serra Valença Abrantes, Vanessa Teles Luz Stephan Galvão, Gabryella Vencionex Barbosa Rodrigues, Elaine Antunes Cortez
Apresentação: O matriciamento em saúde mental é preconizado pelo ministério da saúde, e sua principal finalidade é potencializar a comunicação entre os serviços que compõe a rede de atenção psicossocial. A educação permanente se apresenta como principal estratégia para que o matriciamento seja colocado em pratica nas unidades de saúde por se constituir de discussões horizontais entre os trabalhadores. Objetivo: Analisar as produções científicas acerca da compreensão dos profissionais sobre o matriciamento e a educação permanente em saúde mental. Método: Abordagem qualitativa, por revisão integrativa, realizado entre julho e agosto de 2019, nas bases de dados Scielo e PubMed com a utilização dos descritores: Saúde Mental, Atenção Primária à Saúde e Rede de Cuidados Continuados de Saúde. Resultado: Após a busca o número de artigos que traziam a interface entre matriciamento e educação permanente foi de quatro. De acordo com os estudos, os profissionais relatam que a educação permanente auxilia na comunicação dos serviços, produzindo uma assistência melhor a saúde e que o matriciamento realizado com a proposta da educação permanente é a forma mais potente de trabalho, entretanto, os trabalhadores referem que a educação permanente não está instituída de forma regular na rotina do trabalho e que ela só acontece a partir do surgimento das demandas. Considerações finais: O matriciamento e a educação permanente são reconhecidas pelos trabalhadores como estratégias que potencializam o cuidado aos usuários em saúde mental, contudo, se apresenta como lacuna o fato de que o espaço de educação permanente não é instituído na rotina dos serviços. |
7617 | CARACTERIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NO BRASIL Mússio Pirajá Mattos, Hudson Manoel Nogueira Campos, Daiene Rosa Gomes, Lorena Ferreira, Raquel Baroni de Carvalho, Carolina Dutra Degli Esposti CARACTERIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NO BRASILAutores: Mússio Pirajá Mattos, Hudson Manoel Nogueira Campos, Daiene Rosa Gomes, Lorena Ferreira, Raquel Baroni de Carvalho, Carolina Dutra Degli Esposti
Apresentação: A terminologia da Educação Permanente em Saúde (EPS) surge na década de 1980, tendo sido disseminada pelo Programa de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS). A discussão da educação como prática transformadora e aprendizagem significativa é a premissa da EPS. No Brasil, ao mesmo tempo em que há o desenvolvimento do campo da EPS influenciada pela OPAS, a formação profissional passou a ser reconhecida como elemento essencial para Reforma Sanitária Brasileira (RPB). Em 2004, foi implantada a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), a qual foi alterada pela portaria GM/MS n°1996/2007, visando fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS). Neste cenário, destaca-se que um dos grandes desafios da Política Nacional de Saúde Mental (PNSM) brasileira é a formação de profissionais adequada ao trabalho intersetorial e interdisciplinar, e que produza superação do paradigma da tutela e estigma do preconceito. Por esse olhar, o movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira (RPB), consiste um campo frutífero, promissor e vigoroso de transformação na saúde mental e da psiquiatria no mundo. O modelo de atenção psicossocial por meio da oferta de serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) encontra-se apoiado em serviços estratégicos, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Assim, o tratamento deixa de ser a exclusão e espaços de violência e busca desenvolver o protagonismo de profissionais, usuários e familiares, que deve se renovar todo dia. Nesse sentido, o objetivo desse estudo é compreender a apropriação da EPS pelos profissionais CAPS no Brasil e as iniciativas desenvolvidas no país por meio de uma revisão integrativa da literatura. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura sobre EPS nos CAPS. O estudo partiu da seguinte questão norteadora: “Como a EPS tem sido apropriada pelos Centros de Atenção Psicossocial?”. Além desta, baseou-se nas questões específicas: “Como está caracterizada conceitualmente a EPS nos CAPS” e “Quais os resultados obtidos a partir das iniciativas de EPS nos CAPS?”. Para a seleção dos trabalhos, foram considerados os seguintes critérios de inclusão: artigos originais de trabalhos que abordassem sobre o conceito de EPS e o seu desenvolvimento nos CAPS no Brasil; trabalhos cujos objetivos se referiam a iniciativas de EPS desenvolvidas na CAPS; e trabalhos sobre percepções quanto à mudança da prática profissional a partir dessas iniciativas. O levantamento compreendeu trabalhos publicados nos idiomas português, inglês e espanhol, no período de 2007 a 2019. Foram excluídos os trabalhos duplicados, portarias, editoriais, artigos de opinião, relatos de experiência, monografias, teses e dissertações, bem como os documentos e resumos de seminários, congressos, cursos e aqueles não encontrados na íntegra. A busca da literatura e a seleção das publicações foi realizada por dois revisores de forma independente, nas seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e Medline (Medical LiteratureAnalysisandRetrievalSistem on-line). Também foi realizada a busca nas seguintes bases de dados: SciELO (ScientificElectronic Library Online); BDENF (Base de dados de Enfermagem); Google Acadêmico; e Scopus (SciVerseScopus). Os descritores utilizados para busca foram selecionados a partir do vocabulário estruturado Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), em português, inglês e espanhol: "educação permanente", "permanent education", "educacion permanente", "educação continuada”, "continuing education", “educación continua”, "educação permanente em saúde", “permanent health education”, "educación permanente em salud", “educação em saúde”, “health education”, “educación em salud”, "saúde mental", “mental health”, “salud mental”, “serviços de saúde mental”, “mental health services”, “servicios de salud mental”. Esses descritores foram utilizados na busca com auxílio dos operadores booleanos (AND/OR), para combinações entre os grupos de palavras. Ao final do processo chegou-se ao número final de 28 publicações selecionadas para a revisão. Para a análise dos estudos incluídos, utilizou-se a análise de conteúdo temática, que consistiu na codificação, classificação e agregação dos dados e elaboração das categorias empíricas responsáveis pela especificação do tema: Concepções de EPS nos CAPS; Produção do cuidado e aproximação com a EPS nos CAPS; Fatores intervenientes e características da EPS nos CAPS e Fatores facilitadores e dispositivos de EPS nos CAPS. Resultado: A concepção de EPS pelos trabalhadores CAPS apresentou um predomínio de concepção que se aproxima da Educação Continuada (EC), com ações técnicas e de atualização do saber. Profissionais e Gestores CAPS referem que a EPS é estar formatando capacitações a partir de uma necessidade ou demanda e que poderiam resolver muito mais coisas. Além disso, os trabalhadores relatam que os cursos e capacitações ajudam muito e contribuem para atualização e conhecimentos. Porém, é a EC que emerge da necessidade de capacitação de grupos de trabalhadores da saúde inseridos nos serviços, com o predomínio de uma concepção de educação instrumental, ênfase em ações técnicas de aquisição sequencial e acumulativa de informações, organizadas de forma vertical através de cursos e treinamentos com foco nas categorias profissionais. Embora os profissionais reconheçam a importância da escuta e vínculo como forma de atenção e suporte, também reconhecem os obstáculos para o cuidado diferenciado. Um efeito que aparece nas tensões do cotidiano de trabalho é a transferência de responsabilidade por parte das equipes nas discussões sobre a produção do cuidado. O discurso pelo “comum” aparece presente nas falas dos trabalhadores de um CAPS AD, em busca por uma equipe mais homogênea. Porém, como os usuários possuem características heterogêneas, a pluralidade em busca da equidade e não da igualdade seria a ferramenta mais eficaz enquanto princípio do SUS para acolher os diferentes. Por outro lado, as dificuldades associadas à carência de iniciativas e consentimento da gestão contribuem para prejudicar a participação dos profissionais em busca de formação específica. Em um dos estudos, a enfermeira de um CAPS AD destacou que é necessário repor a carga horária utilizada nos cursos e, mesmo quando esses são gratuitos, influenciando na baixa procura. Nota-se que ao somar a insatisfação dos vínculos empregatícios com a sobrecarga do dia a dia, conflitos e a precariedade dos recursos físicos, materiais e humanos, diferenças de regime de trabalho e condição salarial entre médicos e demais categorias é possível perceber os obstáculos para que os profissionais não acreditem em mudança do contexto que estão inseridos. Por outro lado, os profissionais identificam na discussão de casos, uma atividade que permite informar, socializar, ensinar e aprender, planejar, avaliar e resolver problemas. Assim, percebe-se o reconhecimento do espaço cotidiano dos serviços como fatores facilitadores da EPS na atenção psicossocial e o desenho de um coletivo de sujeitos críticos, produtores de si e de seus pares na tentativa de lidar com as diversas situações. O matriciamento é a pauta em quase todas as reuniões de equipe do CAPS III. Ele surge como um momento privilegiado de práticas de ensino-aprendizagem seja de diferentes profissionais, entre diferentes equipes, e com usuários e familiares, considerando-a, um movimento sinérgico a proposta de EPS. Considerações finais: O caráter integrativo nos revela deficiências e potencialidades na qualificação dos profissionais e gestores, além da utilização de dispositivos que garantem práticas reflexivas e de cuidado nos serviços. Dessa forma, é possível iluminar o conhecimento a respeito da execução de uma política e repensar a EPS com a valorização das atividades psicossociais nos CAPS, afim de ressignificar as práticas cotidianas a luz da PNSM e RPB. |
7636 | UMA REVISÃO DE LITERATURA SOBRE O CUIDADO EM SAÚDE MENTAL: O MATRICIAMENTO PELA PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL Jessica do Nascimento Rezende, Geilsa Soraia Cavalcante Valente, Beatriz de lima Bessa Ballesteros, Elida Abrantes Gabriela Serra Valença Abrantes, Vanessa Teles Luz Stephan Galvão, Gabryella Vencionex Barbosa Rodrigues, Elaine Antunes Cortez UMA REVISÃO DE LITERATURA SOBRE O CUIDADO EM SAÚDE MENTAL: O MATRICIAMENTO PELA PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIALAutores: Jessica do Nascimento Rezende, Geilsa Soraia Cavalcante Valente, Beatriz de lima Bessa Ballesteros, Elida Abrantes Gabriela Serra Valença Abrantes, Vanessa Teles Luz Stephan Galvão, Gabryella Vencionex Barbosa Rodrigues, Elaine Antunes Cortez
Apresentação: O matriciamento em saúde mental surgi a partir da necessidade de compartilhar o cuidado aos usuários do SUS com todos os profissionais da rede de atenção psicossocial. O Centro de atenção psicossocial se apresenta como o serviço ordenador da rede, contudo, a atenção primaria, por ser o serviço territorial, possui um importante papel no cuidado aos pacientes psiquiátricos. Objetivo: Analisar as produções científicas acerca da compreensão dos profissionais da atenção primaria sobre o papel do matriciamento. Método: Abordagem qualitativa, por revisão integrativa, realizado entre julho e agosto de 2019, nas bases de dados Scielo, Scopus e PubMed com a utilização dos descritores: Saúde Mental, Atenção Primária à Saúde e Rede de Cuidados Continuados de Saúde. Resultado: Após a busca o número final de artigos é de dezessete. Vale destacar, que a maior parte dos artigos encontrados foram publicados no ano de 2017 (29.4%) e que 23.5% do total dos estudos utilizam a revisão bibliográfica como metodologia para busca de dados. 29,4% das pesquisas aconteceram na atenção primaria. 76.4% dos autores trouxeram como resultado que o fortalecimento do matriciamento auxilia no cuidado integral a paciente com transtorno mental, contudo, segundo relatos dos profissionais ainda há algumas lacunas entre o matriciamento preconizado pelo ministério da saúde e o que está sendo realizado na pratica dos serviços. Considerações finais: O matriciamento em saúde mental é reconhecido pelas profissionais da atenção básica como uma metodologia importante para o compartilhamento do cuidado entre os serviços, entretanto, ainda há alguns impasses para sua manutenção nas unidades. |
6553 | PRESENÇA DE SOFRIMENTO MENTAL NOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DE UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO CEARÁ ANA CAROLINA SOUZA TORRES, IDÁRIA SAMIRA DA SILVA COSTA PRESENÇA DE SOFRIMENTO MENTAL NOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DE UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO CEARÁAutores: ANA CAROLINA SOUZA TORRES, IDÁRIA SAMIRA DA SILVA COSTA
Apresentação: O Agente Comunitário de Saúde (ACS) desempenha funções imprescindíveis ao processo de trabalho na Atenção Primária à Saúde. Ele aproxima a comunidade e a equipe de saúde, integrando usuários e profissionais, possibilitando criação de vínculos entre ambos. A práxis dos ACS é demarcada por muitos desafios, pois muitos desses profissionais vivenciam, cotidianamente, na APS: situações de riscos à sua saúde e ao seu bem-estar, insegurança em atuar em algumas áreas de insalubridade e violência, desvalorização do seu trabalho por parte da comunidade, circunstâncias em que falta apoio da gestão e do poder público, sentimento de impotência diante da realidade socioeconômica e de saúde-doença em que atua e que também é vivenciada pelos moradores, relações interpessoais frágeis com demais profissionais da equipe de saúde, dentre outras dificuldades. Esse cenário de adversidades que permeiam o agir em saúde do ACS pode afetar sua saúde mental, trazendo prejuízos em sua qualidade de vida e impactando nos cuidados direcionados para sua população adscrita, que está em seu território de atuação. Tal contexto pode ocasionar frustrações e desesperança na realização de suas atribuições causando sofrimento psíquico nesse profissional. Esse trabalho pretende avaliar a presença de sofrimento mental nos agentes comunitários de saúde de um município cearense, analisando que fatores contribuem para o sofrimento psíquico dos ACS, identificando estratégias de cuidado em saúde mental utilizadas por esses profissionais. O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa exploratória e descritiva, de abordagem qualitativa, que terá como cenário a UBS Dr. Ernani Barreira, localizada na cidade de Iguatu, interior do Ceará. Os participantes da pesquisa serão os ACS que atuam na UBS citada anteriormente, e que são responsáveis por cobrir/abranger as sete microáreas do bairro Flores. Os dados serão coletados por meio de entrevista semiestruturada, no período de abril a agosto de 2020. Após a coleta dos dados será realizada a transcrição das falas dos participantes na íntegra. Sendo, posteriormente, feita a leitura das entrevistas com a finalidade de apreender os sentidos que os participantes deixaram transparecer em suas falas. Para análise do material empírico será utilizado análise temática de Minayo. O estudo seguirá as normatizações éticas instituídas pelas Resoluções Nº 510 de 07 de abril de 2016 e Nº 466 de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde (CNS). A pesquisa pretende relacionar o sofrimento mental dos ACS com a presença de fatores estressores em suas práticas na APS. Dessa forma, esse estudo embasará o planejamento de ações voltadas ao cuidado em saúde mental para esses profissionais, melhorando a qualidade de vida e, consequentemente, a assistência prestada à população. O estudo em questão pretende contribuir no meio acadêmico e social, de forma a agregar conhecimentos científicos no arcabouço de pesquisas relacionadas à saúde mental dos ACS, por conseguinte ampliar a compreensão sobre suas práticas diante do atual contexto que estão inseridos. |
7187 | TRABALHO AFETIVO ANTIMANICOMIAL: UMA EXPERIMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA Ariadna Patricia Estevez Alvarez TRABALHO AFETIVO ANTIMANICOMIAL: UMA EXPERIMENTAÇÃO FOTOGRÁFICAAutores: Ariadna Patricia Estevez Alvarez
Apresentação: O objetivo do trabalho é partilhar uma experimentação fotográfica realizada por um grupo de estudos composto por quatro mulheres a respeito do trabalho afetivo antimanicomial, a partir de uma pesquisa com os Centros de Convivência e Cultura (CECOs). Os CECOs estão ligados a Rede de Atenção Psicossocial com a proposta de sustentar as diferenças na cidade através da cultura. É um dispositivo de base comunitária que não conta com financiamento próprio e funciona com uma articulação muito forte com os territórios que ocupam. Esse trabalho tem sido sustentado por uma luta política dos profissionais que defendem uma sociedade sem manicômios em condições de trabalho extremamente precárias no SUS da cidade do Rio de Janeiro (demissão em massa de mais de 55 mil trabalhadores, atraso nos salários, fechamento de unidades etc.). Nosso grupo de estudos foi formado em agosto de 2019 com o propósito de debater esse trabalho enfocando o conceito de afeto e a luta antimanicomial, com encontros quinzenais. Consideramos necessário articular as leituras com a vivência no tema estudado, e por isso pactuamos de participar do Fórum dos CECOs, espaço de encontro das diversas experiências do Estado, que reúne usuárias/os, trabalhadoras/es, gestoras/es, estudantes, professoras/es, realizado na UFF em novembro de 2019, e realizarmos uma experimentação fotográfica com foco no protagonismo do trabalho feminino. Como referencial teórico-metodológico, nos inspiramos na oficina de fotos da clínica da atividade em que a fotografia é usada como mediadora do debate sobre a atividade de trabalho. Para a filosofia de Spinoza, há dois tipos de afeto dos quais variam todos os outros: a alegria, que aumenta nossa capacidade de agir e pensar; e a tristeza que reduz nossa capacidade de pensar e agir. E o trabalho afetivo é um tipo de trabalho imaterial que é o predominante no contemporâneo. Problematizar como esse trabalho afetivo, no caso antimanicomial, pode ampliar a potência de agir dos trabalhadores foi a tônica de muitas das discussões do grupo. Como obra, foi possível produzir mais de 30 fotos de onde selecionamos 4, as quais sua autoria e/ou atravessamento pertence a cada integrante deste grupo. A escolha das fotos foi feita pelo grupo usando como critério a multiplicidade da expressão do trabalho afetivo antimanicomial. Finalmente, a partir de nosso estudo-experimentação, consideramos que: 1) Há um protagonismo feminino na luta pela implementação de CECOs no Rio de Janeiro; 2) A arte funciona como um elemento ativador da sensibilidade necessária para que este trabalho aconteça; 3)O movimento antimanicomial tem feito composição com outros movimentos minoritários tais como movimento negro, feminista, indígena; 4) a alegria é mais alegre quando é compartilhada no coletivo, as conquistas e desafios de cada CECO geram um afeto político comum que contagia a todas/os. A união ou interseção de distintas forças faz parte da luta por uma política da convivência, uma política antimanicomiail em que as diferenças estão em comunicação na vida da cidade. |
7947 | NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS: CAPACITAÇÃO COM PROFISSIONAIS E USUÁRIOS DE UM CAPS-AD III EM ARACAJU - SE Iara Santos Martins, Frances Mendonça Lima da Silva, Maria de Lourdes Barros Avelino, Conrado Marques de Souza Neto NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS: CAPACITAÇÃO COM PROFISSIONAIS E USUÁRIOS DE UM CAPS-AD III EM ARACAJU - SEAutores: Iara Santos Martins, Frances Mendonça Lima da Silva, Maria de Lourdes Barros Avelino, Conrado Marques de Souza Neto
Apresentação: Sabe-se que grande porcentagem dos acidentes possui chances de serem evitados, entretanto, quando os mesmos ocorrem, algumas noções acerca de primeiros socorros são essenciais para atenuar o sofrimento, evitar sequelas e até mesmo salvar vidas. O ser humano estar suscetível a enfrentar situações de emergência corriqueiramente. Usuários da rede de atenção psicossocial estão prioritariamente expostos a uso de drogas em locais de risco, a overdose, acidentes, IST etc., devido suas condições de vulnerabilidade social e dentre outros determinantes de saúde que possam necessitar de cuidados imediatos de primeiros socorros, evitando consequências irreversíveis e até mesmo o óbito. No que tange à integralidade e à humanização do cuidado, o trabalho corresponde ao relato de experiência acerca de uma articulação entre a turma de saúde mental do curso de enfermagem da Universidade Tiradentes (UNIT), CAPS AD III Primavera e a Residência Multiprofissional em Saúde Mental da Universidade Federal de Sergipe (UFS) para realização de atividades voltadas a noções de primeiros socorros no referido equipamento de saúde. O trabalho apresenta como objetivo, abordar e orientar temáticas de saúde, assim como, promover a capacitação de profissionais e usuários do serviço, a fim de saber como lidar frente a situações de emergência. Para o alcance foi disponibilizado ambiências, recursos humanos e materiais adequados. Para tanto, a atividade foi dividida em dois momentos: inicialmente, um circuito onde ocorria, simultaneamente, simulações realísticas de reanimação cardiopulmonar, manobra de heimlich e cuidados com convulsões. Posteriormente, foi possível contatar o SAMU, simulando uma chamada, solicitando prestação dos serviços, a fim de orientar aos presentes quais informações são necessárias e adequadas a este momento. As atividades foram executadas pelos estagiários de enfermagem, sob a orientação do docente e enfermeira residente, além de contar com o suporte das demais residentes. Assim, havia a demonstração da prática e em seguida o público presente desenvolvia. A capacitação abarcou cerca de 6 profissionais e 35 usuários, com duração de aproximadamente 3 horas. Percebeu-se grande adesão a intervenção, no qual os envolvidos puderam desenvolver o empoderamento, a interação social, autonomia, tomada de decisão, respeito as singularidades, a ressignificação dos sentimentos etc. Ademais, nota-se que as temáticas abordadas não é algo exclusivo a profissionais de saúde, e sim inerente a todos os cidadãos, e possui o propósito de diminuir a incidência de morbimortalidade em situações de acidente e doença súbita em diversos cenários, e que diante deste âmbito de vulnerabilidade em que estes usuários estão expostos, faz-se necessário fortalecer a promoção de saúde por meio de intervenções realísticas e educação em saúde em todos os cenários da rede de atenção à saúde. |
9416 | A PRIMEIRA VEZ COM A LOUCURA POR DUAS VEZES Camila Maggi Noguez A PRIMEIRA VEZ COM A LOUCURA POR DUAS VEZESAutores: Camila Maggi Noguez
Apresentação: O presente trabalho se utiliza de duas cenas separadas por dez anos com o objetivo de abordar a sensação de desconforto e de insuficiência do profissional de saúde mental diante da loucura, sendo a primeira cena vivida no Forró de 1 Real, nas ruas de Recife, e a outra em uma oficina de escrita em Buenos Aires. Desenvolvimento: as referidas cenas permitem a revelação de uma racionalidade tutelar em nome da proteção e da não exposição de quem padece psiquicamente, acontecimentos que acionam desterritorializações conceituais pela sabotagem cultural que o lugar estrangeiro (Recife e Buenos Aires) pode promover. Situamos a questão da duplicidade saúde-doença mental como condição humana de inadequação com o mundo e com o outro; uma condição que nos concerne a todos, independentemente da estrutura ou arranjo subjetivo. Resultado: Tomando a sensação de desconforto e de insuficiência do profissional como legítima, temos condições de acolher os moralismos, paranoias, receios e outros afetos - em princípio indesejados - como constituintes do processo de formação do profissional que oferece escuta em saúde mental. Considera-se aqui que falar ou escrever é uma maneira de percorrer esta invenção ao redor do próprio impossível, para que, de fato, essa questão seja transmitida e insista interrogando os conceitos e instituições que vivem no corpo de um analista. É por isso que, no melhor dos casos, o que é transmitido é algo que o texto não encontra - nas representações possíveis - uma representação digna da complexidade da busca. O que se transmite é um entusiasmo para seguir investigando. Não se trata de dominar um conceito, mas de nos relacionamos com ele: estudando, levando para o divã, atendendo, levando à supervisão, realizando análise de implicação junto aos coletivos de trabalho em saúde mental. Assim, a passagem do conhecimento para o saber (inconsciente) é operado pela experiência. E a experiência não é o vivido. A experiência requer um trabalho de corpo enquanto suporte (escutar, falar, escrever) e o testemunho do outro. Efeitos das entrelinhas no escritor e no leitor; conhecimento como elemento necessariamente corporal. Considerações finais: Conclui-se que aceitar o que em parte queremos expurgar é sobre estarmos advertidos quanto ao nosso lugar de escuta diante do sofrimento do outro. Assim, sendo mais ou menos avisado, o analista se produz na experiência de se encontrar – tão frequentemente quanto o entusiasmo permitir - com a loucura de seus pacientes, com sua loucura e sua insuficiência que se dá a ver no embaraço, no desagradável e no que frequentemente queremos omitir de nossos percursos profissionais. |
10136 | PROMOÇÃO A SAÚDE MENTAL DE TRABALHADORES DE UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE FAMÍLIA LOCALIZADO EM BELÉM DO PARÁ: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. Raiane Bacelar dos Anjos, Giselle de Oliveira Sousa, Patrick da Costa Lima, Nayara Nunes de Alcâtara, Janaina Crislene da Conceição Meireles PROMOÇÃO A SAÚDE MENTAL DE TRABALHADORES DE UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE FAMÍLIA LOCALIZADO EM BELÉM DO PARÁ: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.Autores: Raiane Bacelar dos Anjos, Giselle de Oliveira Sousa, Patrick da Costa Lima, Nayara Nunes de Alcâtara, Janaina Crislene da Conceição Meireles
Apresentação: Atualmente ações de prevenção ao adoecimento mental de trabalhadores da área da saúde vêm apresentando grande destaque entre as empresas. Entende-se que o adoecer psíquico está diretamente relacionado ao excesso de trabalho, jornadas inflexíveis, ameaça de desemprego, baixa remuneração, entre outros fatores inseridos no contexto diário. Sob esse viés, o mês de janeiro coloca em evidência a importância de repensar estratégias em prol da valorização da saúde mental e a prevenção do adoecimento emocional de indivíduos em seu meio laboral. O objetivo do trabalho é relatar a experiência acadêmica acerca de uma ação de educação em saúde voltada a promoção da saúde mental de profissionais de uma Estratégia de Saúde da Família localizado em Belém do Pará. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência. A atividade ocorreu em uma Estratégia de Saúde da Família (ESF), localizada na região metropolitana de Belém, idealizada por acadêmicos do Programa Estudantil Pelo Trabalho e Saúde (PET – Saúde) vinculado a Universidade do Estado do Pará, no mês de janeiro de 2020. O Pet- saúde desenvolve atividades de cunho interdisciplinar com a comunidade através da intercessão de saberes dos diversos cursos de graduação da área da saúde. Nesse sentido, houve a elaboração de uma roda de conversa com a presença de agentes comunitárias de saúde, enfermeira, técnica em enfermagem, médico, assistente administrativa, três acadêmicas sendo duas de enfermagem e uma de fisioterapia. Em um primeiro momento, transcorreu a exposição acerca do adoecimento psíquico desencadeado pelo trabalho laboral, a importância da prevenção, dificuldades e os desafios encontrados pelo trabalhador durante a execução de suas atividades. Posteriormente, houve a abertura de um espaço para que o compartilhamento de relatos, contribuições e questionamentos. Resultado: No decorrer dos diálogos, o público alvo apresentou um certo domínio sobre o tema abordado. Os relatos apontaram que maioria dos trabalhadores já enfrentaram, ao menos uma vez na vida, situações delicadas no meio laboral que interferiram diretamente na execução de suas atividades, causando um desequilíbrio no seu bem-estar físico e mental. Ao serem indagados sobre a importância de momentos como esses no âmbito de trabalho, os diálogos apontaram que ações como essa apresentam impactos positivos, justamente por proporcionar um espaço importante para expor sentimentos de angustias, frustrações, felicidade, entre outros. A ação possibilitou a troca de informações entre a comunidade acadêmica e os profissionais de saúde, que se demonstraram receptivos, abertos para receber novos conhecimentos durante todo o processo. Considerações finais: O trabalhador enfrenta diariamente diversos estressores que podem desencadear o adoecimento psíquico. Cabe ressaltar que a adoção de estratégias como a de ações que promovam uma escuta qualificada, valorização do indivíduo e, principalmente tornar o ambiente de trabalho o mais acolhedor possível é uma das formas de promover a saúde mental. Nesse sentido, destaca-se a necessidade de criar um espaço dentro do ambiente de trabalho que favoreça o compartilhamento de sentimentos, justamente para fortalecer o vínculo profissional e pessoal. |
10208 | QUALIFICAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA FRENTE A PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA - TEA ROSALICE ARAÚJO DE SOUSA ALBUQUERQUE, Thais Lira da Silva, Amélia Romana Almeida Torres, Lidyane Parente Arruda, Ilvana Lima Verde Gomes, Maria Eunice Nogueira Galeno Rodrigues, Édina Maria Araújo, Juliana Araújo Mesquita QUALIFICAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA FRENTE A PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA - TEAAutores: ROSALICE ARAÚJO DE SOUSA ALBUQUERQUE, Thais Lira da Silva, Amélia Romana Almeida Torres, Lidyane Parente Arruda, Ilvana Lima Verde Gomes, Maria Eunice Nogueira Galeno Rodrigues, Édina Maria Araújo, Juliana Araújo Mesquita
Apresentação: De acordo com a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM V), o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é definido pela presença de “déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, atualmente ou por história prévia” (APA, 2014, p.31). O papel da Estratégia de Saúde da Família frente ao autismo infantil é estar atento aos sinais e sintomas apresentados pela criança com suspeita desse transtorno, prestando assistência o mais precoce possível, apoiando a família, transmitindo segurança e tranquilidade, garantindo o bem-estar da criança, esclarecendo dúvidas e incentivando o tratamento e acompanhamento do autista (SANTOS, 2008). Objetivou-se com esta pesquisa averiguar a qualificação dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família frente a pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva com abordagem qualitativa. A pesquisa foi realizada no município interiorano cearense e desenvolvida nas Unidades Básicas de Saúde com profissionais que atuam na assistência na Estratégia de Saúde da Família, onde a realização da coleta de dados ocorreu no mês de novembro de 2018, sendo realizada uma entrevista semiestruturada. A pesquisa respeitou as diretrizes da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde sendo aprovada pelo comitê de ética sob o nº 3.009.440. A pesquisa nos oportunizou indagar aos profissionais a opinião sobre se ESF encontrar-se capacitada para o manejo de pessoas com diagnóstico de TEA e todos os participantes relataram não se sentirem preparados, devido à falta de capacitações, aprofundamento teórico e deficiência no processo formativo dos mesmos com relação a esta problemática. Ressalta-se que todos os participantes abordados em questão da auto- capacitação do manejo de pacientes com TEA as respostas foram todas negativas. Com estas falas, fica proposta a busca e investigação acerca da problemática que envolve toda essa carência de conhecimento sobre o assunto. Isto leva a pensar a respeito das possíveis causas que induzem a esses discursos, e ao mesmo tempo fazer entender e compreender tal deficiência. Acrescentamos a essa discussão que a Rede SUS é concomitantemente a ESF utilizam como um desses recursos as Estratégias de Educação Permanente em Saúde (EPS) aos profissionais vinculados à rede, sob a afirmação que é imprescindível o uso de tal mecanismo para potencializar o cuidado rumo à suposta integralidade. Nessa questão inserimos que a EPS é voltada à aprendizagem no trabalho, ou seja, incorpora no cotidiano das relações entre profissionais e usuários a dimensão subjetiva de ambos os sujeitos, contexto no qual se podem emergir inúmeras questões voltadas à atenção e ao cuidado (CECCIM, 2005). Observa-se que esta problemática é pouco estudada no Brasil, como também são poucas as produções acerca do assunto, não chegando assim até os profissionais. Percebe-se que a concepção de educação em saúde está atrelada aos conceitos de educação e de saúde. Tradicionalmente é compreendida como transmissão de informações em saúde, com o uso de tecnologias mais avançadas ou não, cujas críticas têm evidenciado sua limitação para dar conta da complexidade envolvida no processo educativo. |
10256 | RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTAGIÁRIOS DE PSICOLOGIA EM UM CAPS-AD III NA REGIÃO NORTE Filipe Natanael Conceição dos Santos, Daniela Baldez Diniz, Isabelle Laís Araújo da Costa, Maria Thaynara Barros de Souza, Renata Christine da Silva Melo RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTAGIÁRIOS DE PSICOLOGIA EM UM CAPS-AD III NA REGIÃO NORTEAutores: Filipe Natanael Conceição dos Santos, Daniela Baldez Diniz, Isabelle Laís Araújo da Costa, Maria Thaynara Barros de Souza, Renata Christine da Silva Melo
Apresentação: O seguinte trabalho apresenta um relato de experiência de acadêmicos de psicologia da Universidade Federal do Pará em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD III) da Região Metropolitana de Belém. Esse serviço é composto por uma equipe multidisciplinar, que é responsável pelo atendimento e acolhimento de pessoas que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas, e tem como um dos objetivos a prevenção e a promoção de saúde em aspectos físicos, psicológicos e sociais dos usuários sob a perspectiva de políticas públicas antimanicomiais. A participação dos estudantes se deu por meio de visitas técnicas e de intervenção orientadas pelo professor responsável pela disciplina de Estágio Básico em Saúde e mediadas pela psicóloga responsável do referido CAPS AD. O resultado das visitas foi a criação de uma atividade por parte dos acadêmicos com o objetivo conhecer a importância do local para os usuários, portanto optou-se por intervir com uma dinâmica de grupo que consistia em desenhar ou escrever em uma folha de papel algo que representasse “como você (usuário) se vê no CAPS AD” e/ou “O que é o CAPS AD para você (usuário)”. Para tal, foram disponibilizados papéis, lápis de cores, caneta, lápis e borracha. Essa técnica foi escolhida pelo seu potencial de produções subjetivas a partir da expressão verbal e não verbal. Participaram da intervenção 10 usuários do serviço do acolhimento noturno de 20 a 53 anos de idade, sendo 8 homens e 2 mulheres. A atividade proposta resultou no compartilhamento de relatos e concepções individuais sobre o CAPS AD para os usuários desse serviço, os quais expressaram desde sentimentos positivos, como gratidão, aprendizado e cultivo de amizades, até pensamentos negativos, como a sensação de aprisionamento, o medo e o estranhamento diante da mudança de rotina. Da mesma forma, observou-se uma reflexão sobre a importância de melhoria e preservação dos serviços realizados pelo CAPS AD para a população, dentro do contexto de políticas públicas de saúde mental. A experiência proporcionou compreender a visão dos usuários sobre o serviço do CAPS-AD, ressaltando a sua importância na garantia do direito à saúde. |
11243 | CONSIDERAÇÕES DO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL EM CENTROS DE APOIO PSICOSSOCIAL Suzana Pinto Dal' Berto CONSIDERAÇÕES DO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL EM CENTROS DE APOIO PSICOSSOCIALAutores: Suzana Pinto Dal' Berto
Apresentação: Os Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) integram as Redes de Assistência Psicossocial (RAPS) e, constituem-se por equipes interdisciplinares. O trabalho das equipes, encontra-se permeados por uma pluralidade de demandas dos sujeitos e da rede. Os sujeitos que acessam o CAPS, apresentam singularidades, sendo, portanto, necessário que os profissionais disponibilizem, em suas práticas, uma ampla e diversificada forma de conduzir o cuidado, buscando-se, uma abordagem comum a todo o processo de assistência. Assim, a integração da equipe de saúde torna-se imprescindível, para que o atendimento e, o cuidado alcancem a amplitude do ser humano, transcendendo a noção de conceito de saúde. Logo, compreende-se o cuidado do sujeito e suas singularidades. O presente trabalho consiste em um relato de experiência, na ótica de um profissional da psicologia, que atuou em um CAPS em uma cidade, no interior do Estado do Rio Grande do Sul. Objetivo: Apresentar a importância do sujeito e suas singularidades no cuidado em saúde mental em CAPS. Desenvolvimento: Os sujeitos, em sofrimento psíquico, acessam os serviços do CAPS, por diferentes portas de entrada. Nesse momento, a equipe, inicia o cuidado, por meio da prática do acolhimento e escuta ativa, considerando-se as singularidades que emanam do sujeito. Posteriormente, ocorre o compartilhamento do processo com equipe interdisciplinar. Nesse momento, busca-se definir a melhor forma terapêutica, respeitando-se, necessariamente, o conhecimento não somente sobre o usuário, mas também do usuário como sujeito singular, responsável pelo seu cuidado. Resultado: Ao reconhecer as singularidades no ambito geral de vida do usuário do CAPS para além dos sinais e sintomas do sofrimento, torna-se possível encontrarmos um novo sujeito, um sujeito com novas singularidades, construído acerca do auto- cuidado e do cuidado, o que resulta num novo sujeito, um sujeito único. Considerações finais: Por fim, a identificação, e o reconhecimento das singularidades dos sujeitos contituem-se de fundamental importância para a realização do cuidado em saúde mental. O compartilhamento e a construção da prática do cuidado interdisciplinar possibilita, a partir de valiosas trocas de experiências e saberes, compreender que o cuidado, vai muito além da doença e sintomatologia, pois, visa a (re)ssignificação do sujeito e de suas singularidades. |
11966 | O DESPERTAR DAS POTENCIALIDADES NO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL VERA NICI HOSHIBA, LORENA ALESSANDRA AIRES DE OLIVEIRA, KARLA FERREIRA DE LIMA O DESPERTAR DAS POTENCIALIDADES NO CUIDADO EM SAÚDE MENTALAutores: VERA NICI HOSHIBA, LORENA ALESSANDRA AIRES DE OLIVEIRA, KARLA FERREIRA DE LIMA
Apresentação: Este resumo relata a experiência da equipe em saúde mental da Policlínica João dos Santos Braga, que buscou um novo olhar para os profissionais de saúde inseridos em seu cotidiano de trabalho. Observou-se que os profissionais estavam envoltos em seus processos de trabalho e dentro deste contexto desenvolviam suas habilidades e competências técnicas. Porém sabe-se que são dotados de outras habilidades não exploradas e quando “descobertas” colaboram para o novo significado do cuidar, junto à equipe, família e usuários. Foi proposto, assim, inserir novos atores na prática do cuidado, em especial nas oficinas terapêuticas realizadas com os usuários, buscando alternativas para uma prática mais integral e interdisciplinar, e um novo significado para os profissionais. Apesar de ser um ambulatório de saúde mental, as oficinas terapêuticas eram um diferencial oferecido a população e compreendida como aposta para a ampliação do modelo de cuidado em saúde mental. A iniciativa justificou-se como uma nova estratégia de intervenção no campo da saúde mental pelos trabalhadores da Policlínica João dos Santos Braga junto aos usuários, através da descoberta de talentos que estão contribuindo para a promoção da saúde mental por meio das intervenções de protagonismo onde os profissionais tiveram a oportunidade de se perceberem enquanto corresponsável e agente de mudança neste processo. Iniciamos os trabalhos com rodas de conversa para sensibilização junto aos trabalhadores com o objetivo de despertar a importância de seu papel enquanto agente de mudança e do quanto seus talentos podem contribuir para a sociedade. Considerando que a equipe de saúde mental deste ambulatório já atuava há 8 anos e buscava alinhar sua atuação pela clinica ampliada, pelo acesso e acolhimento aos usuários através da interlocução da enfermagem, psicologia e um membro técnico de enfermagem se fazia necessário a contribuição de novos atores na condução das oficinas e rodas de conversa realizada junto aos usuários de Saúde Mental. A partir dessa primeira etapa foi possível captar dois trabalhadores, sendo uma técnica de enfermagem formada em nutrição que frequentemente vem colaborando com palestras em nutrição nas oficinas e uma enfermeira que vem realizando aulas de alongamento. A partir desta movimentação também surgiu o interesse entre os usuários em contribuir com seus pares. Uma usuária que participa da psicoterapia em grupo se colocou a disposição para ensinar “tricô”. Sendo assim, este projeto vem demonstrando sua importância na melhora da saúde mental tanto dos trabalhadores como dos usuários do serviço por incentivar o protagonismo e contribuir para o despertar das potencialidades. |
12078 | A MUSICOTERAPIA COMO AUXILIO NO TRATAMENTO NO CAPS AD Nayara Lourenço Rocha, Maria Caroline Silva Barreira, Lidia Jamille da Costa Silva, Lucas da Silva Alves, Antonia Sabrina de Matos Pereira, Mirna Alburquerque Frota, Mayenne Myrcea Quintino Pereira Valente A MUSICOTERAPIA COMO AUXILIO NO TRATAMENTO NO CAPS ADAutores: Nayara Lourenço Rocha, Maria Caroline Silva Barreira, Lidia Jamille da Costa Silva, Lucas da Silva Alves, Antonia Sabrina de Matos Pereira, Mirna Alburquerque Frota, Mayenne Myrcea Quintino Pereira Valente
Apresentação: De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) saúde é o equilíbrio entre o bem-estar físico, mental e social de um indivíduo. A utilização da musicoterapia é utilizada desde os tempos antigos para benefício na saúde dos pacientes. A musicoterapia é uma forma de tratamento que utiliza a música para ajudar no tratamento de problemas, tanto de ordem física quanto de ordem emocional ou mental. Através de atividades específicas individuais ou em grupo, buscando minimizar as dificuldades na socialização, promovendo a expressão, a interação, a criatividade e a formação da individualidade. Na musicoterapia podemos utilizar apenas um som, recorrer à apenas um ritmo, escolher uma música conhecida e até mesmo fazer com que o paciente crie sua própria música. Tudo depende da disponibilidade e da vontade do paciente e dos objetivos da musicoterapia. A música ajuda porque é um elemento com que todo mundo tem contato. Através dos tempos, cada um de nós já teve, e ainda tem, a música em sua vida. Este estudo teve como objetivo relatar a experiência do uso da musicoterapia na recuperação de usuários de álcool e drogas acompanhados em um Centro de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD). Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência, realizado em um CAPS-AD em Fortaleza-Ceará, no período de outubro de 2019. Resultado: Semanalmente ocorria o encontro entre os acadêmicos de enfermagem e os usuários acompanhados no CAPS-AD. Este acontecia em um local privativo da unidade. Inicialmente, havia uma conversa sobre temáticas diversas vivenciadas pelos usuários. Em um segundo momento, era entregue a letra da música que seria trabalhada e esta poderia ser tocada duas vezes se necessário. No terceiro momento, a música era cantada por todos os membros do grupo. Logo após, quem quisesse expressar sua opinião sobre a letra da música tinha a oportunidade de falar, e por várias vezes alguns usuários relatavam que a letra, falava sobre sua vida no passado e outras sobre o que eles estavam vivenciando no momento. Considerações finais: A musicoterapia é um projeto terapêutico bastante aceito pelos os usuários, tendo em vista que as letras das músicas retratam o seu cotidiano passado, ou recente, o que os torna mais humano. Observou-se o quanto essa experiência do uso da musicoterapia no grupo terapêutico foi enriquecedora para os acadêmicos de enfermagem que tiveram o primeiro contato com os usuários de drogas. Sugere-se, portanto, a realização da musicoterapia como recurso terapêutico, com usuários acompanhados em Centros de Apoio Psicossocial, pois melhora os distúrbios do comportamento, humor, concentração, sensação de bem-estar, melhorando a qualidade de vida destes pacientes. |
12188 | EDUCAÇÃO EM SERVIÇO SOBRE A UTILIZAÇÃO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES COMO Método: PARA PREVENIR A DEPRESSÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Paulo Victor Gomes Pantoja, Nillana da Conceição de Castro Rodrigues, Maíza Silva de Sousa, Armando Sequeira Penela EDUCAÇÃO EM SERVIÇO SOBRE A UTILIZAÇÃO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES COMO Método: PARA PREVENIR A DEPRESSÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Paulo Victor Gomes Pantoja, Nillana da Conceição de Castro Rodrigues, Maíza Silva de Sousa, Armando Sequeira Penela
Apresentação: Depressão e suicídio são fenômenos complexos que causam intenso sofrimento na vida das pessoas afetadas, suas famílias, amigos e comunidade. Esses dois fenômenos coexistem e se influenciam, e ambos são considerados problemas significativos de saúde pública. A depressão é caracterizada por um prolongamento dos sintomas de depressão e mudanças de humor, portanto a pessoa afetada por esse distúrbio tem a capacidade de ver o mundo com uma realidade alterada. O Brasil tem uma das maiores taxas de depressão; 18,4% da população teve pelo menos um episódio de depressão durante a vida, atrás apenas da França (21,0%) e dos EUA (19,2%). Compreender a depressão e o risco de suicídio, bem como os fatores envolvidos, é extremamente importante para estudos relacionados à saúde dos trabalhadores. Vale ressaltar que a prevalência de sintomas de depressão e suicídio, que corresponde ao processo em que as causas de morte são causadas pelas próprias vítimas, é alta entre os profissionais de saúde. Cabe ressaltar, ainda, que a prevalência é influenciada pelo estresse ambiental e pelo processo de trabalho, interferindo significativamente na vida profissional desses profissionais e impactando na sua qualidade de vida. A lentidão nas atividades, desinteresse, energia reduzida, apatia, dificuldade de concentração, pensamentos negativos recorrentes, perda de capacidade de planejar e alterar a percepção da verdade são evidências de sofrimento humano que sinalizam depressão e possível risco de suicídio. Entre os profissionais de saúde, o enfermeiro é o grupo mais propenso a problemas de saúde mental, com risco de depressão e suicídio, pois trata de sofrimento humano, dor, alegria, tristeza e precisa oferecer ajuda a quem precisa de cuidados. Outros fatores comumente encontrados, como as difíceis condições de trabalho e a falta de reconhecimento profissional, também podem ser destacados. Nesse contexto as Práticas Integrativas e Complementares (PIC’s) contribuem no processo de incentivo à participação popular e à capacitação dos profissionais da Atenção Básica para desempenho dessas atividades que vem sendo difundidas desde 2006 e reconhecidas como parte integrante do Sistema Único de Saúde atualmente. Neste estudo busca-se relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem na realização de uma educação em serviço sobre a depressão, suas implicações na saúde e qualidade de vida do profissional e como as PIC’s auxiliam na prevenção desta patologia. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência sobre a realização de uma ação em serviço acerca da Depressão, que aconteceu em uma Unidade Estratégia de Saúde da Família, o estudo está ancorado na metodologia da problematização, utilizando-se do esquema do Arco de Maguerez, onde foi observada a realidade dos profissionais e identificado o problema em relação ao índice de adoecimento mental dos mesmos. Tendo isso em vista, a ação educativa teve como publico alvo 5 profissionais da área da saúde e foi dividida em 3 etapas; primeiramente foi realizada uma explanação sobre o tema Depressão (o que é a depressão; quais as consequências para a saúde do profissional e qual reflexo na assistência prestada por ele e, como as Práticas Integrativas e Complementares auxiliam na diminuição de estresse e, consequentemente, no relaxamento) em seguida, houve uma atividade com os participantes, na qual foi pedido para que eles escrevessem em uma cartolina fatores que consideravam estressantes no seu ambiente de trabalho. Posteriormente, em outra cartolina, os participantes registraram sugestões de quais medidas poderiam ser feitas para ajudar a tornar o lugar de trabalho melhor e mais acolhedor. Ao final ocorreu uma sessão de terapias alternativas (cromoterapia, musicoterapia e aromaterapia), com a finalidade de mostrar que podem ser usadas como possíveis métodos para auxiliar na diminuição do estresse. Resultado: Nos relatos dos profissionais observou-se que a maioria conhecia Depressão, visto que relataram que alguns funcionários da equipe de saúde pediram afastamento do trabalho devido a presença dos sintomas referentes a Depressão, como: exaustão emocional, reduzida realização profissional e despersonalização. Na etapa seguinte os participantes elegeram como fatores estressantes no ambiente de trabalho os “pacientes mal-humorados”, a “falta de medicamento na ESF”, o “excesso de atividades”, “lidar com o público”, “salário baixo” e a “cobrança de superiores”. Portanto, ressalta-se que os profissionais da Atenção Básica estão propensos ao desenvolvimento da Depressão devido a responsabilidade de estabelecer o vínculo e uma relação próxima com o usuário, a família e a comunidade, visando o cuidar integral. Na cartolina com as sugestões de quais medidas poderiam melhorar o ambiente, os profissionais registraram: “o diálogo entre a equipe e os usuários”, “tratar os colegas de trabalho com mais empatia”, “funções de trabalho mais definidas” e “mais reconhecimento profissional”, já que aplicar estratégias bem definidas, assim como estar buscando sempre motivar a equipe, representam influencias diretas nos resultados das organizações. Como resultado da sessão de terapias, os profissionais demonstraram grande interação e relataram que não conheciam sobre os métodos apresentados, mas que iriam aplicar nas suas rotinas profissionais e pessoais para diminuir o estresse e melhorar a saúde mental dos mesmos. Considerações finais: Portanto, identificou-se que os profissionais de área da saúde realizam atividades em ambientes não saudáveis para sua saúde mental, já que lidam com relações interpessoais e/ou familiares conflitantes e no ambiente de trabalho, com altos níveis de estresse, falta de autonomia profissional, entre outros, o que contribui para o adoecimento mental e físico desses trabalhadores. Vale ressaltar que todos os fatores diretamente relacionados à depressão também podem estar indiretamente relacionados ao risco de suicídio, pois a depressão é considerada um preditor dela; todos esses fatores sozinhos ou combinados podem influenciar os serviços de saúde prestados. O trabalho teve como proposta o uso das Práticas Integrativas e Complementares como auxílio na prevenção da depressão, através da adesão das PIC’s compreenderem a necessidade de mudanças de hábitos insalubres de vida para atividades que permitam o relaxamento e uma maior conexão entre os elementos biológico, mental e espiritual na promoção e prevenção da saúde no contexto da atenção primária. Buscou-se, contemplar e trazer esse novo olhar para a inserção das PICs como ferramenta indispensável da Atenção Básica no auxílio da prevenção da depressão; contribuindo para o aumento da resolubilidade do serviço, diminuição dos gastos públicos com medicalização e ampliando o acesso às PICs, garantindo qualidade, eficácia, eficiência e segurança no uso. |
9929 | O INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO EM COMUNIDADE RIBEIRINHA DA REGIÃO AMAZÔNICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR Jamila Johana Martins Gatinho, Leonardo de Souza Louzardo, Flavia Martins Moreira Alves, Bruna Gerrits Mattos, Vanessa Silva Garcia O INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO EM COMUNIDADE RIBEIRINHA DA REGIÃO AMAZÔNICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE PERSPECTIVA INTERDISCIPLINARAutores: Jamila Johana Martins Gatinho, Leonardo de Souza Louzardo, Flavia Martins Moreira Alves, Bruna Gerrits Mattos, Vanessa Silva Garcia
Apresentação: O aleitamento materno é considerado atualmente uma das maiores estratégias para a diminuição do número de mortalidade neonatal. A amamentação exclusiva até os seis meses de vida e a continuidade dessa prática até os dois anos de idade são de extrema importância para o desenvolvimento sadio e melhor qualidade de vida tanto para a criança quanto para a mãe. Contudo, apesar das inúmeras vantagens, os índices de aleitamento materno no Brasil permanecem aquém do recomendado, principalmente em regiões onde acesso aos serviços de saúde é reduzido. Nesse contexto, foi realizada uma ação de incentivo ao aleitamento materno com gestantes, puérperas e mães residentes da Ilha do Combu e ilhas vizinhas, na Região Amazônica do estado do Pará. Desenvolvimento: A atividade teve início pela manhã na unidade de saúde local, em que as mães da comunidade foram convidadas a participarem de uma roda de conversa com os profissionais da unidade e acadêmicos do Programa de Educação pelo Trabalho (PET-Saúde). Nesta roda, foram realizadas dinâmicas de mitos e verdades sobre a amamentação, em que vários estigmas puderam ser rompidos, além da distribuição de material educativo referente à alimentação da nutriz e aos benefícios do aleitamento. Após este momento, as gestantes e mães, acompanhadas das crianças, foram conduzidas a um barco de assistência hospitalar, para que fosse realizado um passeio no rio Combu, em que ocorreram mais palestras educativas sobre a saúde da nutriz e do bebê, com o auxílio de médicos, enfermeiros e dentistas. Houve um momento específico para o mamaço coletivo, em que todas as mães realizaram a amamentação simultaneamente, de forma a simbolizar a importância do aleitamento materno. De volta à unidade, as mães foram organizadas para a prestação de serviços de consulta médica, de enfermagem e odontológicas. Resultado: A ação recebeu grande engajamento por parte das mães da comunidade, principalmente devido à desestigmatização de mitos comuns envolvendo a gravidez, o parto e o processo de amamentação. Esses resultados foram possíveis devido à multidisciplinaridade da equipe de saúde, em que os nutricionistas puderam explanar a diferença entre a qualidade do leite materno e de alimentos secundários e questões referentes à obesidade infantil; a equipe médica e de enfermagem evidenciou como o aleitamento reduz o risco de alergias, hipertensão, colesterol alto e diabetes no bebê; a equipe odontológica ressaltou a importância da amamentação para o desenvolvimento dos ossos da face da criança, como a maxila e a mandíbula, e a articulação dos futuros dentes, dentre outras contribuições possíveis devido à perspectiva interprofissional da ação. Considerações finais: As informações acerca importância da amamentação ainda não são amplamente difundidas em comunidades de baixo acesso aos serviços de saúde, contudo, os profissionais da área têm papel fundamental na reversão desse quadro. Uma abordagem interdisciplinar permite o maior engajamento por parte da comunidade e da equipe de saúde, visando a promoção de qualidade de vida da população e menores índices de mortalidade infantil. |
10708 | [DES-RE]TERRITORIALIZAR: PERTENCIMENTO TERRITORIAL EM SERVIÇOS RESIDENCIAIS TERAPÊUTICOS Clarissa Terenzi Seixas, Tiago Braga do Espírito Santo, Eduardo Saatkamp, Edna Gurgel Cassanova [DES-RE]TERRITORIALIZAR: PERTENCIMENTO TERRITORIAL EM SERVIÇOS RESIDENCIAIS TERAPÊUTICOSAutores: Clarissa Terenzi Seixas, Tiago Braga do Espírito Santo, Eduardo Saatkamp, Edna Gurgel Cassanova
Apresentação: O cuidado aos usuários de serviços de Saúde Mental (SM), sobretudo aqueles que experienciaram internações de longa duração em instituições manicomiais, demanda o ajuste das práticas clínicas em SM às especificidades dos territórios em que essas pessoas passam a residir. Nesse contexto, os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT) se desvinculam das instituições tradicionais e garantem moradia àqueles que estiveram sequestrados no aparato manicomial. Contudo, não se pode negligenciar o risco de que esta transição (manicômio - SRT) seja apenas uma alternância de uma prática disciplinar para uma prática de controle, uma vez que paira a ameaça de que as novas liberdades estejam marcadas por mecanismos de controle. Desenvolvimento: O presente trabalho é um relato de experiência a partir dos resultados obtidos por meio das ações de estudantes de enfermagem em um projeto de extensão da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em SRTs durante os anos de 2017 a 2019. Tal projeto buscou contribuir com a formação de cuidadores dos SRT no sentido de auxiliar no processo de desterritorialização e reterritorialização dos moradores das SRT vinculadas à universidade, no município do Rio de Janeiro. foram executadas atividades em duas fases. Resultado: O projeto conseguiu atingir um público de 54 pessoas, sendo 28 o número de pessoas da comunidade interna e 26 o número de pessoas da comunidade externa. Tal dado comprova que há um interesse da comunidade dos SRT na aproximação com a universidade e com os temas territorialização e desterritorialização, pois foram produzidos debates acerca dos temas relacionados à Reabilitação Psicossocial em Saúde Mental, sobretudo no que tange à questão de circulação e da apropriação territorial, por meio da composição docente-assistencial nas supervisões realizadas juntos aos cuidados dos quatro SRT sob responsabilidade do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS-UERJ). Entretanto, um dos resultados esperado, a instrumentalização técnica e conceitual dos cuidadores e da equipe técnica, foi parcialmente afetado pelo processo de sucateamento do bem público, pois tal acontecimento culminou na precarização do trabalho das cuidadoras que mantiveram-se por alguns períodos com o seu salário parcelado e outras sem qualquer rendimento. Considerações finais: O interesse dos SRT sobre o tema abordado nos move enquanto projeto sobre a importância do aprendizado adquirido com esta experiência no campo da saúde mental, bem como a preocupação em se construir uma cultura de formação profissional na área, em especial dos cuidadores, com mais enfoque aos processos de territorialização, desterritorialização e reterritorialização. Isso porque não se pode negligenciar a transição existente do manicômio para o SRT e que não basta apenas uma mudança de ambiente para que seja resgatado o sentimento de pertencimento e independência dos atuais moradores das SRT. |
8889 | A RELAÇÃO INTERPESSOAL EM UM SERVIÇO DE SAÚDE MENTAL DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS: UMA ABORDAGEM EDUCATIVA Thallison Santos, Janaina Soares A RELAÇÃO INTERPESSOAL EM UM SERVIÇO DE SAÚDE MENTAL DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS: UMA ABORDAGEM EDUCATIVAAutores: Thallison Santos, Janaina Soares
Apresentação: O trabalho para a assistência à saúde mental segue a lógica de desospitalização e busca fundamentar e promover um atendimento humanizado, de qualidade e em liberdade, prezando pela autonomia do usuário. Especificamente no município de Belo Horizonte, o Centro de Atenção Psicossocial recebe o nome de CERSAM – Centro de Referência em Saúde Mental. Assim, têm-se o CERSAM AD como unidade de referência para o atendimento em saúde mental, com especificidade para o acolhimento de indivíduos que fazem uso abusivo e prejudicial de álcool e outras drogas. Nesse serviço o tratamento fornecido ao usuário busca a estabilização do quadro clínico, a reconstrução da vida pessoal, o suporte necessário aos familiares, o convívio e a reinserção social. A relação interpessoal no cuidado de enfermagem pode ser definida como a interação entre duas ou mais pessoas que se comunicam, transferem valores e energia a partir de seus papéis na sociedade. Diante disso, o objetivo é relatar as contribuições de uma atividade com abordagem educativa de um discente de enfermagem em um serviços de saúde mental sobre relação interpessoal. Descrição: Trata-se de um estudo descritivo na modalidade relato de experiência, elaborado a partir da vivência de um graduando em enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais em uma abordagem educativa sobre relação interpessoal no CERSAM AD, na cidade de Belo Horizonte em Minas Gerais, realizada na disciplina de Capacitação Pedagógica, com o intuito de estimular a relação interpessoal entre os usuários e profissionais do serviço de saúde mental. A proposta de intervenção foi a “1ª Gincana do CERSAM AD - A união faz a força”, desenvolvida com base no contexto de estudos de Lev Semyonovich Vygotsky, a qual foi aplicada de forma dinâmica ao público alvo. A atividade era composta pelas seguintes provas: corrida de saco, limão na colher, monte o texto, revezamento de bola e momento elogios; As quais tinham usuários e profissionais trabalhando juntos. No final foi realizado a avaliação da intervenção, por meio de roda de conversa, onde os participantes apresentaram suas colocações da atividade. Resultado: A abordagem educativa demonstrou a importância de se trabalhar a questão de relação interpessoal no âmbito de saúde mental de álcool e outras drogas, visto que a temática contribui para o cuidado em saúde pelos profissionais e assim a promoção da saúde dos usuários do serviço. Demonstrou-se que no decorrer da atividade houve aprendizado significativo entre os sujeitos, bem como o desenvolvimento da capacidade crítica-reflexiva sobre o bom convívio entre os profissionais e usuários. Considerações finais: Acredita-se, por isso, que este projeto atingiu seus objetivos e contribuiu para o estreitamento das relações academia-sociedade e para a formação de indivíduos críticos, cidadãos, autônomos e políticos. Sugere-se a ampliação das ações extensionistas, pois para além de impulsionar o desenvolvimento do público alvo, essa estabelece uma interlocução plena entre público-alvo e equipe, colocando os futuros profissionais de saúde em contato com o usuário que é o seu principal instrumento laboral. |