334: Saúde da Criança e do Adolescente: Interface com Saúde Mental | |
Debatedor: Emilia Galindo Cursino | |
Data: 30/10/2020 Local: Sala 09 - Rodas de Conversa Horário: 08:00 - 10:00 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
6169 | FATORES ASSOCIADOS À PREVALÊNCIA DE VIOLÊNCIA AUTOPROVOCADA ENTRE ADOLESCENTES Mayara Alves Luis, Nataly Jimenez Monroy, Luciana Graziela de Godoi, Franciéle Marabotti Costa Leite FATORES ASSOCIADOS À PREVALÊNCIA DE VIOLÊNCIA AUTOPROVOCADA ENTRE ADOLESCENTESAutores: Mayara Alves Luis, Nataly Jimenez Monroy, Luciana Graziela de Godoi, Franciéle Marabotti Costa Leite
Apresentação: A adolescência é uma fase complexa e dinâmica fisicamente e emocionalmente na vida do ser humano. Durante esse período ocorrem mudanças significativas no corpo que impactam na evolução da personalidade e na atuação pessoal da sociedade. Por isso é considerada uma fase vulnerável à violência, sendo que as consequências decorrentes da sua exposição são, muitas vezes, irreversíveis. Considerada como uma fase difícil de ser delimitada cronologicamente, a adolescência, segundo, a Organização Mundial de Saúde é um período compreendido entre 10 e 19 anos. No entanto, sabe-se que a adolescência é uma construção social que depende de uma inserção histórica e cultural, que determina, portanto, variadas formas de viver a adolescência, de acordo com o gênero, o grupo social e a geração. A adolescência, também, é um momento de grandes mudanças e incertezas em relação ao futuro. As mudanças na estrutura familiar; o crescimento da violência urbana; o convite às drogas; as exigências escolares, da escolha profissional e do mercado de trabalho podem levar o adolescente a assumir novos papéis que geram uma grande ansiedade, podendo levar ao surgimento de sintomas de depressão, isolamento social e outras consequências. Juntamente nesse contexto, as lesões autoprovocadas entre adolescentes têm despertado a atenção dos setores da saúde e da comunidade acadêmica. A autolesão representa qualquer comportamento intencional envolvendo agressão direta ao corpo, sem intenção consciente de suicídio. A tentativa de suicídio envolve condutas voltadas para se ferir em que há intenção de se matar, podendo resultar em ferimento ou morte e o suicídio é uma autoviolência definido como um ato intencional para acabar com a própria vida. De acordo com Cicogna de 2000 a 2015, no Brasil, ocorreram 11.947 suicídios entre indivíduos de 10 a 19 anos, representando 8,25% do total de óbitos por lesão autoprovocada em todas as faixas etárias no período. Dados do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva), o levantamento do inquérito realizado em 2017, 28,8% dos casos notificados de lesão autoprovocada ocorreram entre adolescentes. Embora os dados de lesão autoprovocada sejam alarmantes, esses ainda são subnotificados no Brasil e no mundo. Um estudo realizado em Recife mostrou que 9% dos casos de morte de adolescentes, entre 2000 a 2014, inicialmente classificados como sendo de intencionalidade indeterminada, foram reclassificados como suicídio. No Brasil o Sistema de Informação de Agravos de Notificação juntamente com outros sistemas, como o Sistema de Informação de Mortalidade, são capazes de subsidiar tomadas de decisões sobre as condições de saúde da população, utilizando a notificação como um instrumento na prevenção de agravos como as lesões autoprovocadas intencionalmente. Diante desse cenário, o objetivo desse estudo foi verificar a associação entre a ocorrência de lesão autoprovocada entre adolescentes e as características da vítima e da agressão. Desenvolvimento: Estudo transversal realizado com os dados notificados de violências contra adolescentes produzidos pela Vigilância Epidemiológica e registrados no Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN), entre anos de 2011 e 2018 em todo o Estado do Espírito Santo. O desfecho em estudo foi a violência autoprovocada, e, as variáveis independentes foram: Idade (10 a 12 anos, 13 a 17 anos e 18 – 19 anos) raça/cor (branca/não branca) escolaridade (até 8 anos/9 anos ou mais), deficiência/transtorno (não/sim), situação conjugal (sem companheiro/casado, união consensual) zona de residência (urbana/rural, periurbana), local de ocorrência (residência/habitação coletiva/escola/outros), ocorreu outras vezes (não/sim), meio de agressão (envenenamento, intoxicação/objeto pérfurocortante/outros), suspeita de agressor alcoolizado (não/sim). Foram realizadas análises bivariadas por meio do teste Qui-Quadrado (χ²), com nível de significância de p 0,05. A associação entre as variáveis foi testada por meio da regressão de Poisson, bruta e ajustada com os valores expressos em Razão de Prevalência (RP) e os respectivos intervalos de confiança de 95%. Para análise ajustada a entrada no modelo aconteceu com o valor de p 0,20 e a permanência com p 0,05. A análise ajustada ocorreu com a entrada no modelo em dois níveis. No primeiro nível, os dados da vítima e no segundo nível os dados da agressão. Os dados foram processados no programa estatístico Stata versão 13.0. Resultado: Nota-se nas análises ajustadas das lesões autoprovocadas no sexo masculino que a prevalência foi 2,65 vezes maior nos adolescentes com idade entre 18 e 19 anos, 31,0% maior nos brancos, 78,0% maior entre os que tinham mais de nove anos de estudo, 2,65 vezes mais prevalente entre os que apresentavam algum tipo de deficiência ou transtorno. Quanto às características da autoagressão, a prevalência do desfecho foi 6,88 vezes maior em habitação coletiva, o meio de agressão envenenamento/intoxicação foi 6,94 vezes maior nesse grupo e 37,0% maior entre adolescentes que não fizeram uso de álcool (p 0,005). No caso das meninas, a prevalência de lesão autoprovocada foi 2,22 vezes maior em adolescentes com idade entre 13 e 17 anos, 15,0% maior no grupo de raça branca, 39,0% maior entre as adolescentes com mais de 9 anos de estudo, 2,24 vezes maior em adolescentes que tinham algum tipo de deficiência ou transtorno e 2,16 vezes mais entre as adolescentes que não tinham companheiro. O desfecho foi 69,0% mais prevalente na residência, 9,0% mais prevalente entre aquelas que já haviam cometido a autoagressão outras vezes, o envenenamento foi 20,89 vezes mais prevalente entre essas adolescentes e 51,0% maior entre as adolescentes que não fizeram uso de álcool (p 0,005). Considerações finais: O presente estudo evidenciou diferenças de prevalência de violência autoprovocada segundo o sexo e sua associação às características da vítima e da agressão. Diante da característica multidimensional desse agravo, respostas eficazes e abrangentes exigem a articulação e a integração entre os vários setores da sociedade como saúde, assistência social e educação. Fazem-se necessárias políticas de acesso ao tratamento dos transtornos mentais, visando a redução do comportamento suicida. Além disso, é importante garantir a integralidade do cuidado nas suas dimensões - acolhimento, atendimento, notificação e seguimento na rede de cuidados e de proteção social - bem como promover a atuação em rede no território, por meio de ações de prevenção e atendimento integral às pessoas em situação de violência e capacitações dos/das profissionais. |
6170 | FATORES ASSOCIADOS À PREVALÊNCIA DE VIOLÊNCIA FÍSICA CONTRA ADOLESCENTES Mayara Alves Luis, Nataly Jimenez Monroy, Luciana Graziela de Godoi, Franciéle Marabotti Costa Leite FATORES ASSOCIADOS À PREVALÊNCIA DE VIOLÊNCIA FÍSICA CONTRA ADOLESCENTESAutores: Mayara Alves Luis, Nataly Jimenez Monroy, Luciana Graziela de Godoi, Franciéle Marabotti Costa Leite
Apresentação: A adolescência é um período de transição entre a infância e a vida adulta, que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), tem início aos 10 anos e finaliza aos 19 anos de idade, sendo um período onde ocorre o desenvolvimento das habilidades sociais e uma fase de discutir normas e valores convencionais, adaptar-se às pressões do ambiente e lidar com novas dúvidas e sentimentos são algumas das experiências deste momento da vida. É também durante essa fase que os dados apontam a ocorrência de violência como um grande problema de saúde pública. Um dos tipos de violência mais praticada contra o adolescente é a violência física, no entanto, por se manifestar de modo socialmente aceitável quando cometida no ambiente familiar, pode ser naturalizada e dificilmente mensurada. Dados evidenciam que a violência física contra meninas está associada a uma forma de punição cometida principalmente pelos pais ou responsáveis, seguida pela violência cometida por parceiro íntimo. Em 2013 no Brasil foram registradas 50.634 notificações de violências contra adolescentes, sendo 17.886 do sexo masculino e 32.748 do sexo feminino, das quais 63,3% dos casos notificados foram de violência física. Do total de violência praticada contra adolescentes do sexo feminino a prevalência foi de 56,5% de violência física, sendo a residência o principal local que as agressões ocorreram. No sexo masculino a prevalência de violência física foi 75,6%, tendo o principal local de ocorrência a via pública. No ano de 2017, no Brasil, 18,4% das causas de óbitos de adolescentes com idade entre 10 e 14 anos foi por homicídio, esse número foi ainda maior entre os adolescentes com idade de 15 e 19 anos, sendo 59,1%. A violência física também foi responsável por 17,4% de óbitos entre adolescentes do sexo feminino com essa mesma idade. O Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva) foi implantado no Brasil em 2006 com o objetivo de coletar dados e gerar informações sobre violências e acidentes, a fim de subsidiar políticas em saúde pública e de outros setores direcionadas a estes eventos, buscando preveni-los. O sistema é estruturado em dois componentes: o Viva Contínuo, formado pela vigilância contínua das violências interpessoais e autoprovocadas, e o Viva Inquérito uma pesquisa que ocorre em serviços sentinelas de urgência e emergência de capitais e municípios selecionados, onde são levantadas informações sobre vítimas de violências e acidentes atendidas nesses serviços. Tal serviço tem sido fundamental para atuação da vigilância epidemiológica na detecção e prevenção de tal agravo. Nesse contexto, o presente estudo tem por objetivo verificar a associação entre a violência física contra adolescentes e as características da vítima, do perpetrador e agressão. Desenvolvimento: Estudo transversal realizado com os dados notificados de violências contra adolescentes produzidos pela Vigilância Epidemiológica e registrados no Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN), entre anos de 2011 e 2018 em todo o Estado do Espírito Santo. O desfecho em estudo foi a violência física, e, como variáveis independentes: Idade, raça/cor, escolaridade, deficiência/transtorno, situação conjugal, zona de residência, local de ocorrência, quantidade de agressores, idade do agressor, sexo do agressor, vínculo com a vítima, e, suspeita de uso de álcool. Para a análise foram realizadas análises bivariadas por meio do teste Qui-Quadrado (χ²), com nível de significância de p 0,05. A associação entre as variáveis foi testada por meio da regressão de Poisson, bruta e ajustada com os valores expressos em Razão de Prevalência (RP) e os respectivos intervalos de confiança de 95%. Para análise ajustada a entrada no modelo aconteceu quando na análise bivariada se obteve um valor de p 0,20 e a permanência com p 0,05. A análise ajustada ocorreu com a entrada no modelo em dois níveis. No primeiro nível, os dados da vítima e no segundo nível os dados da agressão. Os dados foram processados no programa estatístico Stata versão 13.0. Resultado: Após as análises ajustadas, entre as meninas, observa-se que a violência física foi 17,0% mais prevalente nas adolescentes com idade entre 13 e 17 anos, 15% maior entre aquelas que apresentavam algum tipo de deficiência ou transtorno, 16,0% maior frequente entre as que não possuíam companheiro, ter escolaridade entre 5 a 8 anos reduziu a prevalência da agressão em 7,0%. Quanto às características da agressão, a violência física foi 10,0% mais prevalente na residência, 4,0% mais prevalente entre aquelas que já haviam sofrido agressão outras vezes. A agressão foi mais comumente cometida por um agressor (RP: 1,10), do sexo masculino (RP: 1,43) e que era desconhecido pela vítima (RP: 1,37). No sexo masculino, após os ajustes para os fatores de confusão, a violência física foi 11,0% maior entre os adolescentes com idade entre 13 e 17 anos, 10,0% menos prevalente entre aqueles que tinham até quatro anos de estudo, e, 27,0% mais prevalente entre os que tinham algum tipo de deficiência ou transtorno. A agressão foi mais prevalente em 16,0% entre aqueles que já haviam sido agredidos outras vezes e foi mais cometida por outros agressores (RP: 1,32). Considerações finais: O presente estudo evidenciou diferenças de prevalência de violência física segundo o sexo e sua associação às características da vítima, da agressão e do agressor. Diante dos resultados, destaca-se a importância do planejamento de ações de atendimentos de saúde e psicossocial destinadas aos adolescentes em situação de violência, por meio de grupos de pais, educadores, profissionais da área da saúde, que possibilitem a troca de experiências e reflexões sobre as relações familiares. Os achados, ao detalharem as características e circunstâncias do evento, podem contribuir para a elaboração de estratégias de prevenção e controle deste agravo. Ainda, é importante lembrar o papel da rede de proteção existente, a fim de estreitar os mecanismos de comunicação entre seus membros, bem como, reconhecer seu espaço de atuação. Sendo assim, o envolvimento do profissional de saúde é indispensável para acolher, reconhecer e notificar os casos. A notificação dos casos de violência é imprescindível e uma ferramenta importante para a vigilância epidemiológica e no cuidado às vítimas. É também fundamental para o trabalho da vigilância epidemiológica ao atuar para recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle dos agravos. |
6594 | O BRINCAR NO HOSPITAL: INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DIAGNOSTICADOS COM TRANSTORNO NO Desenvolvimento: EM BRINQUEDOTECA HOSPITALAR DO SUS Pedro Romão dos Santos Júnior, Antonio Soares Junior, Tawane Tayla Cavalcante O BRINCAR NO HOSPITAL: INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DIAGNOSTICADOS COM TRANSTORNO NO Desenvolvimento: EM BRINQUEDOTECA HOSPITALAR DO SUSAutores: Pedro Romão dos Santos Júnior, Antonio Soares Junior, Tawane Tayla Cavalcante
Apresentação: O brincar pode assumir diversas facetas no trabalho com crianças, seja como instrumento de avaliação seja como instrumento de intervenção. O brincar promove o desenvolvimento criativo, recurso fundamental para elaboração dos processos vividos em vida, inclusive em contextos que envolvem os tratamentos em saúde. Nesse trabalho, o foco incidirá sobre as múltiplas faces do brincar como mediador de intervenção em uma brinquedoteca da Unidade de Saúde da Criança e Adolescente do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, localizado em Belém do Pará, o qual é responsável pelo atendimento de crianças e adolescentes diagnosticadas com transtornos no desenvolvimento, a partir do trabalho de uma equipe multidisciplinar que é referência em desenvolvimento infantil. Para isso, será realizado um relato de experiência – contemplando a prática exercida nessa brinquedoteca – ancorada em um referencial da psicologia do desenvolvimento e da teoria psicodinâmica. A partir dessa prática, pôde-se concluir que o brincar – em um espaço da brinquedoteca hospitalar – além de ser um instrumento avaliativo do estágio desenvolvimental em que a criança se encontra, pode funcionar como um facilitador no desenvolvimento emocional, cognitivo e social da criança. Nesse sentido, se faz necessário refletir a importância desse equipamento de saúde que é a brinquedoteca hospitalar. A inserção da mesma é um tanto recente, criada a partir da lei Federal nº 11.104, de 21 de março de 2005. Através desse relato de experiência concluímos que a brinquedoteca hospitalar no âmbito do Sistema único de Saúde se apresenta como recurso fundamental para potencializar os processos criativos via ludicidade, componentes importantes no enfrentamento de tensões vivenciadas pelos usuários decorrentes do processo de hospitalização. |
7566 | TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: HUMANIZAÇÃO NO CUIDADO DE CRIANÇAS HOSPITALIZADAS Gabriella Furtado Monteiro, Grayce Daynara Castro de Andrade, Luzilena de Sousa Prudêncio Rohde TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: HUMANIZAÇÃO NO CUIDADO DE CRIANÇAS HOSPITALIZADASAutores: Gabriella Furtado Monteiro, Grayce Daynara Castro de Andrade, Luzilena de Sousa Prudêncio Rohde
Apresentação: A partir da humanização no ambiente hospitalar é possível tornar esses espaços menos frios e impessoais a fim de proporcionar um atendimento integral às necessidades dos pacientes. Os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) consiste num feixe de comportamentos particulares dos indivíduos, dentre eles, destacam-se uma inabilidade em se relacionar socialmente e responder adequadamente aos estímulos externos, além das peculiaridades no estabelecimento de vínculos afetivos e dos padrões de comunicação verbal e não verbal. Mudança na rotina pode resultar em agitação significativa e ansiedade nessa criança. Quando confrontados com novos ou desconhecidas situações, como aquelas experimentadas em ambientes hospitalares muitas vezes se manifestam como comportamento difícil causando desafios para a criança, família e profissionais de saúde. Além disso, há dificuldade em articular preocupações que possuem sobre estar no hospital ou algum procedimento, devido alguns terem comprometimento considerável em suas atividades verbais e não habilidades de comunicação verbal, o objetivo do estudo foi relatar experiência na prestação de assistência à criança com transtorno autista. Desenvolvimento: Estudo descritivo de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, realizado no período de outubro de 2018, em um hospital de referência para crianças e adolescentes na cidade de Macapá/Amapá. Resultado: Nesse contexto, foram percebidas duas importantes áreas que dificultam a hospitalização de crianças e adolescentes com TEA: O ambiente hospitalar tradicional, do qual não se adequava a necessidade do paciente, podendo aumentar o estresse e ansiedade durante o período de hospitalização, tornando essa experiência negativa a este individuo e sua família ou responsável. A comunicação é um elemento de construção de vínculo e, no caso da criança com TEA pode dificultar a compreensão do profissional da saúde, quando este sente dor ou desconforto sensorial. Considerações finais: Crianças e adolescentes com TEA possuem necessidades diferenciadas durante a hospitalização, os principais obstáculos encontrados neste estudo foram o ambiente hospitalar tradicional e a comunicação. Desta forma, foi possível perceber como a estrutura e organização dos hospitais, assim como a falta de capacitação dos profissionais de saúde no cuidado destes pacientes, podem provocar uma experiência negativa à criança, seus familiares ou responsáveis. A preparação anterior aos procedimentos, como explicar à criança sobre o que ocorrerá, além de diminuir a estimulação do ambiente, como reduzir o numero de pessoa, barulho e iluminação, assim como auxilio dos pais nas tarefas de atividade em saúde com a criança podem contribuir positivamente no cuidado humanizado dessas crianças. |
10032 | O SERVIÇO DE ATENÇÃO À INFÂNCIA E JUVENTUDE COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO DA REDE DE SAÚDE MENTAL EM UM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE. Ariane Xavier Ferreira, Bethânia do Carmo Caetano da Silva, Jordana Costa Pinto, Natália de Carvalho Garufe O SERVIÇO DE ATENÇÃO À INFÂNCIA E JUVENTUDE COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO DA REDE DE SAÚDE MENTAL EM UM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE.Autores: Ariane Xavier Ferreira, Bethânia do Carmo Caetano da Silva, Jordana Costa Pinto, Natália de Carvalho Garufe
Apresentação: O Serviço de Atenção a Infância e Juventude - SAIJ constitui-se como um novo dispositivo implantado no município de Carmo-RJ. Trata-se de uma das ações resultantes do processo de desinstituicionalização implementado no Hospital Estadual Teixeira Brandão, prescrita pelo Termo de Ajustamento de Conduta - TAC IC 040 do ano de 2006, entre o Ministério Público e os governos estadual e municipal. Para além das medidas de desinstitucionalização dos ex-internos para o convívio aberto com a sociedade, o TAC também orientou, entre outras prescrições, que fosse realizado um levantamento diagnóstico das demandas da rede de assistência referentes à saúde mental infantil e juvenil do município. De caráter público, pertence à Secretaria Municipal de Saúde, especificamente a Rede de Atenção Psicossocial –RAPS e tem como objetivo o atendimento de crianças e adolescentes através de olhares múltiplos na busca do fortalecimento do cuidado integral. O SAIJ, como dispositivo se constituiu em janeiro de 2011, quando então foi aberto para o atendimento público. A demanda varia de 04 a 18 anos incompletos e atualmente possui 70 crianças de 04 a 12 anos e 26 adolescentes entre 13 e 17 anos inseridos nos grupos terapêuticos conduzidos por equipe multidisciplinar. Como metodologia de intervenção atua com estratégias coletivas de cuidado e possui 18 grupos em funcionamento. São realizados os seguintes processos de trabalho: acolhimentos; grupos de atendimento; triagem para psiquiatria; visitas domiciliares; encaminhamentos para rede de atenção psicossocial; reuniões da RAPS; reuniões de rede; grupo de compromisso familiar; atendimento de Reiki e atendimento Individual psicológico em casos específicos. O principal objetivo é acolher os sofrimentos e promover o aprendizado de novas habilidades, ampliar a capacidade de autoconhecimento e melhorar a capacidade de lidar com emoções, comportamentos e pensamentos. O serviço constitui-se como referência para escolas, Ministério Público, Juizado, Conselho Tutelar dentre outros dispositivos e tem fortalecido o indivíduo, a família e a própria comunidade através da valorização e articulação da rede de cuidado socioassistencial. |
11302 | PANORAMA DA VIOLÊNCIA CONTRA ADOLESCENTES NO MUNICÍPIO DE NITERÓI Mariana Ramos Guimarães, Donizete Vago Daher, Ana Lucia Fontes Eppinghaus, Suely Cotta, Sônia Siqueira da Silva Araujo PANORAMA DA VIOLÊNCIA CONTRA ADOLESCENTES NO MUNICÍPIO DE NITERÓIAutores: Mariana Ramos Guimarães, Donizete Vago Daher, Ana Lucia Fontes Eppinghaus, Suely Cotta, Sônia Siqueira da Silva Araujo
Apresentação: No Brasil foi implantado em 2006 o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes. Ressalta-se que o estudo pretende gerar informações para o direcionamento do planejamento de ações estratégicas e da rede de atenção. Constitui-se como questão norteadora: Qual o perfil epidemiológico, a partir dos dados do SINAN, dos episódios de violência contra o adolescente em Niterói? O estudo tem por objetivo: caracterizar o perfil epidemiológico dos casos de violência contra adolescentes, no período de 2010 a 2016, no município de Niterói. Desenvolvimento: Estudo com abordagem quantitativa, descritivo e epidemiológico. Analisaram-se as notificações presentes no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de violência contra adolescentes (10 a 19 anos), residentes em Niterói, realizadas no período de 2010 a 2016. Apresentam-se números absolutos e relativos das variáveis: sexo das vítimas; vínculo com autores; tipologia da violência e local de ocorrência. Os dados foram analisados com auxílio do TABWIN. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal Fluminense, número 1.972.158, em 20 de março de 2017. Resultado: Foram notificadas 2.693 situações de violência. Dessas, 1.983 vítimas eram contra residentes. Deste total, 1.292 (38,58%) eram adolescentes, sendo a maioria (51,63%) do sexo masculino e raça/cor parda (29,93%) e preta (26,41%), porém 24,18% apresentava raça/cor “ignorada” ou “em branco”. No que tange à escolaridade, 56,60% das notificações apresentaram preenchimento “ignorado” ou “em branco”. A violência física (49,71%) e negligência (31,77%) predominam no sexo masculino e no feminino (violência física 34,65% e negligência 21,28%). Quanto aos autores, destacam-se mães (27,42%) e desconhecidos (17%). Destaca-se que 40% dos casos ocorreram em via pública. Considerações finais: A má qualidade do preenchimento das notificações comprometeu a qualidade de informações. Estratégias para notificação e capacitação precisam ser adotadas. Recomendam-se estudos para identificar entraves para a notificação. Aponta-se a violência urbana e marginalização dos adolescentes. A atenção às vítimas e construção da Cultura de Paz deverá ser no plano micro e, principalmente, no plano macro, intersetorial e transdisciplinar. |
6680 | ATIVIDADES LÚDICAS COM CRIANÇAS DA ETNIA WARAO: RELATO DE EXPERIÊNCIA Vanessa Kemilly Gomes Lima, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Fabiana Santarém Duarte, Ana Eliza Ferreira Pinto, Victória Pereira de Almeida, Milena Beatriz de Sousa Santos, Françoíse Gisela Gato Lopes, Irineia de Oliveira Bacelar Simplício ATIVIDADES LÚDICAS COM CRIANÇAS DA ETNIA WARAO: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Vanessa Kemilly Gomes Lima, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Fabiana Santarém Duarte, Ana Eliza Ferreira Pinto, Victória Pereira de Almeida, Milena Beatriz de Sousa Santos, Françoíse Gisela Gato Lopes, Irineia de Oliveira Bacelar Simplício
Apresentação: As crianças refugiadas retratam mais de 50% da população de refugiados espalhados pelo mundo, sendo essas mais da metade e estando em maioria. Contudo, nessa fase da vida – na infância, as crianças ainda estão em idade de crescimento e desenvolvimento, sendo este não somente físico, mas também psicológico. Logo, essas podem desenvolver e apresentar estresse psicológico e transtornos futuros associados a traumas vivenciados durante o processo. Vale ressaltar, que os refugiados venezuelanos chegaram em Santarém em meados do segundo semestre de 2017, fugindo da fome, da repressão do governo e da violência. Frente aos múltiplos desafios nas circunstâncias de refúgios, as crianças passam a estar como se estivessem abandonadas socialmente, assim, as estratégias necessárias a serem realizadas devem fornecer a estas, subsídios para ter capacidade de enfrentamento. Além disso, empoderar a família é de grande relevância, visto que coopera com a prevenção da depressão nessas crianças, por exemplo. Concomitante a isso, têm-se a barreira do idioma como um dos impedimentos dos infantis não conseguirem inicialmente ter contato com outras crianças do país a qual mantém-se no campo de refugiados, isso também, reflete na educação destas, visto que acabam não indo a escola, até que o país se reestruture na forma de englobá-las e a criar tanto uma comunicação, quanto a inclusão com a sociedade. Outros fatores ainda envolvem a adaptação a nova cultura bem como a perda de algum familiar. Isso porque, lidar com todos esses acontecimentos é difícil para criança, principalmente porque nessa fase ainda não há o entendimento de fato com a resiliência. Dentre as formas de melhoria na vida social dessas crianças em vulnerabilidade, entra como uma importante aliada a arteterapia, que utiliza linguagens que expõem as habilidades que elas possuem e possui o artifício de ensiná-las novas, assim como trabalha o corpo e a mente, explora seus campos de conhecimento, valorizando assim a sua criatividade, elevando a autoestima, e propiciando um momento de relaxamento, expressão, inclusão social e interação cultural, onde os problemas do dia a dia podem ser esquecidos. Isso porque, a arte contribui na melhoria do aprendizado, na concentração, no desenvolvimento de coordenação motora, e os incentiva aos estudos e a busca de novos conhecimentos. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência desenvolvido por acadêmicos participantes do Projeto de extensão EDUCA-ART Saúde, ocorrido no dia 06 de dezembro de 2019. A ação teve como público alvo crianças refugiadas venezuelanas da etnia Warao, que atualmente residem na comunidade Cambuquira em Santarém-Pará, o acesso a comunidade foi realizado por via terrestre por meio do micro-ônibus da universidade. O EDUCA-ART Saúde é um projeto institucionalizado pela Universidade do Estado do Pará - Campus Santarém, utiliza a arte como métodos terapêuticos para a comunidade em geral desde 2016. A ação com os refugiados ocorreu em parceria com o projeto de extensão “UEPA na Comunidade”, que visa o desenvolvimento de ações de saúde para a comunidade e as interações de acadêmicos com a realidade da região. Resultado: Vale ressaltar que durante a ação o público infantil foi a primeiro contato de mais difícil acesso, sendo demonstrado esquiva, um certo medo e fuga, sendo as crianças conquistadas aos poucos através dos jogos e demonstrações das atividades realizadas no momento. O total de crianças que participaram das atividades foi de 42, sendo ofertado tais recursos: jogos da memória, pintura, mandalas, jogos cognitivos e dobradura. Isto posto, cada criança escolhia a brincadeira que tinha mais afeição, variando de acordo com a faixa etária, os mais novos optavam por colorir e desenhar, enquanto os mais velhos por jogos cognitivos, e até mesmo em fazer mandalas. Um dos jogos da memória foi produzido pelos acadêmicos participantes do projeto, na confecção foi utilizado imagens que remitia a cultura e aspectos ambientais da Venezuela e do Brasil, com o objetivo de relembra-los do local de origem e adapta-los as características da cidade que residem atualmente, esse tipo de jogo além de ser simples de confeccionar é também simples de aprender a jogar. Os materiais utilizados foram: papel A4, lápis de cor e jogos de variados aparatos. Concomitante a isso, as crianças selecionavam e escutavam músicas infantis em português. Atividades dinâmicas foram escolhidas para serem trabalhadas com as crianças, elas poderiam escolher entre pintura ou brincar com os jogos disponíveis, foi explicado em português como os jogos funcionavam, mesmo inicialmente apresentando um pouco de dificuldade de entendimento por parte das crianças, elas aprenderam a jogar da forma certa observando a demonstração dos acadêmicos, a partir disso as crianças que aprendiam já ajudavam as outras que chegavam para brincar a entender como o jogo funcionava. As ilustrações dos jogos eram constantemente descritas pelos acadêmicos, dessa forma fazia com que as crianças repetissem as palavras e aprendessem um pouco mais da língua Portuguesa, a palavra frequentemente repetida por eles foi o da fruta “abacaxi”. Durante os jogos as crianças eram constantemente incentivadas a continuarem a brincadeira, sendo elogiadas quando acertavam e animadas quando erravam, o que tornou o momento dinâmico e divertido para ambas as partes. Os jogos e materiais de pintura foram deixados com as crianças da comunidade. Considerações finais: Os aspectos culturais, geográficos e linguísticos distintos de cada região influenciam diretamente na forma com os indivíduos se adaptam em determinada região e/ou em outro país, sendo expresso assim pelos adultos e crianças, possuindo mais entraves quando o assunto tange ao universo infantil, tendo em vista que estas ainda não possuem clareza e entendimento real das dificuldades e problemas inerentes a qualquer indivíduo dentro da sociedade, tornando-se assim cada vez mais difícil inserir metodologias e brincadeiras, pois muitas apresentam resistência e medo. A partir disso, tem-se a prerrogativa de que é necessário realizar intervenções e didáticas com esse público, a fim de trabalhar o cognitismo, confiança e aceitação. Ademais, essa ação foi de grande relevância para os acadêmicos, possibilitou que apresentassem novas formas de brincadeiras para as crianças Warao, permitindo maior aproximação e entendimento sobre os imigrantes venezuelanos. Dessa forma é importante enfatizar que assim como os adultos, as crianças também necessitam de cuidados, isso inclui a saúde mental. |
6988 | O DESENHO, DINÂMICA SOCIAL E PROCESSOS EM SAÚDE: ATIVIDADE DE DESENHO COM AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES INDÍGENAS DA ALDEIA AKAYÚ-WASÚ, SÃO MIGUEL DO ARAPIUNS, AMAZÔNIA, BRASIL Pedro Romão dos Santos Júnior, Maria Eunice Figueiredo Guedes, Antonio Soares Junior, Tawane Tayla Rocha Cavalcante O DESENHO, DINÂMICA SOCIAL E PROCESSOS EM SAÚDE: ATIVIDADE DE DESENHO COM AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES INDÍGENAS DA ALDEIA AKAYÚ-WASÚ, SÃO MIGUEL DO ARAPIUNS, AMAZÔNIA, BRASILAutores: Pedro Romão dos Santos Júnior, Maria Eunice Figueiredo Guedes, Antonio Soares Junior, Tawane Tayla Rocha Cavalcante
Apresentação: A literatura aponta que o desenho possibilita expressar características e relações do cotidiano daqueles que o fazem, características estas inerentes a expressão da subjetividade. Nesse sentido, o desenho se apresenta como componente importante nos processos criativos e cognitivos, capazes de expressar dinâmicas afetivas e sociais, sendo estas esferas importantes indicadores de saúde. Este trabalho foi possível através de uma intervenção da equipe de Psicologia do Distrito Sanitário Especial Indígena Guamá - Tocantins, numa ação de saúde de média complexidade realizada na vila de São Miguel do Arapiuns, Amazônia Paraense, Brasil. Tal ação fora coordenada pela entidade Expedicionários da Saúde, com apoio da Secretaria Nacional de Saúde Indígena - Ministério da Saúde. O objetivo deste trabalho foi identificar como um grupo de crianças e adolescentes da comunidade simbolizam e identificam seus lares, de modo a ser expressassem por meio da técnica do desenho. Alguns estudos em psicologia apontam que o componente casa, representa a relação com o cotidiano e como a pessoa que faz o desenho se identifica na dinâmica social a qual está inserida. A metodologia adotada para este trabalho consistiu na aplicação de uma atividade lúdica, por meio da técnica do desenho às crianças assistidas pelo projeto “Semente de deus”. Tal projeto é desenvolvido na comunidade São Miguel do Arapiuns, na região do Baixo Tapajós, no interior de Santarém, Pará, Brasil. As atividades do projeto são direcionadas às crianças e adolescentes indígenas e ribeirinhos. A atividade foi realizada com um grupo de 30 crianças e adolescentes, de 5 à 14 anos, cuja orientação foi que os mesmos desenhassem uma casa a sua imaginação. Para tal, foram disponibilizados papeis A4, lápis preto, borrachas, lápis coloridos e canetas. Posteriormente a isso, foi pedido àqueles que se sentissem a vontade, que socializassem suas produções. Observou-se que os desenhos continham bastantes referenciais da habitação local, bem como referências externas, uma vez que o contato com os modernos meios de comunicação marcam diretamente o imaginário daqueles que recebem essas informações. Ao pedir que falassem sobre seus desenhos, uma adolescente de 12 anos quis falar sobre o seu. Em seu relato, ela comunicou que gostaria de um lar com mais paz, onde ela e os familiares pudessem viver felizes. Em seu desenho foi possível perceber uma casa grande, e na laje uma rede. Ao lado havia um rio, árvores e alguns animais. Nos demais desenhos produzidos, foi possível observar casas grandes e, em alguns, grupos de pessoas afastadas no desenho. Quando perguntado a uma criança o porquê daqueles grupos estarem afastados, a mesma respondeu que seriam as crianças da comunidade, e que elas eram divididas. Os resultados obtidos por esse trabalho apontam características importantes indicadores de saúde na dinâmica social dessa comunidade, uma vez que o pedido de paz e também relatos de divisão social ficam evidentes nas falas e produções de desenho das crianças e adolescentes participantes dessa atividade. Portanto, evidencia-se que a necessidade de mais ações de promoção ao convívio social se fazem necessárias nesse contexto, para melhor promoção nos âmbitos da saúde coletiva e qualidade de vida. |
7173 | MÚSICA E LINGUAGEM: UMA EXPERIÊNCIA DE TRABALHO COLETIVO E INTERDISCIPLINAR DE SENSIBILIZAÇÃO MUSICAL E DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL EM NOVA LIMA (MG) Natália Stéfanni Fideles de Magalhães, Isa Cristina da Silva Gurgel, Fernanda Angélica Oliveira de Paula, Edna Cristina da Silva Lopes, Sônia Regina Rosário Rocha MÚSICA E LINGUAGEM: UMA EXPERIÊNCIA DE TRABALHO COLETIVO E INTERDISCIPLINAR DE SENSIBILIZAÇÃO MUSICAL E DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL EM NOVA LIMA (MG)Autores: Natália Stéfanni Fideles de Magalhães, Isa Cristina da Silva Gurgel, Fernanda Angélica Oliveira de Paula, Edna Cristina da Silva Lopes, Sônia Regina Rosário Rocha
Apresentação: Os estudos relacionados a música e neurociência comprovam as influencias e benefícios da música no desenvolvimento cognitivo dos indivíduos. O tema linguagem está diretamente relacionado com a comunicação, interação, pensamento e subjetividade. Tais aspectos são evidenciados tanto na Fonoaudiologia quanto na Educação Musical. Objetivo: Relato de prática clínica, conjugando estratégias em Fonoaudiologia e Educação Musical na clínica de linguagem oral. Método: Considerando as interfaces entre o desenvolvimento musical e de linguagem criamos o Projeto Musica e Linguagem em fevereiro de 2019. O projeto surgiu a partir de uma discussão de caso clínico e diante da necessidade de diversificar o atendimento fonoaudiológico, diminuir o número de encaminhamentos para o setor secundário e otimizar a agenda da profissional fonoaudióloga. O grupo iniciou com 5 participantes que passaram por avaliação fonoaudiológica. Os encontros aconteceram mensalmente, na Associação Comunitária do Bairro Cabeceiras, no turno da manhã e no turno da tarde. Por não se tratar de um grupo fechado, outros pacientes foram encaminhados ao grupo, após avaliação. Após 6 encontros, os pacientes passaram por reavaliação fonoaudiológica para definição de conduta. A escolha do repertório se deu a partir das necessidades fonológicas/fonéticas apresentadas pelos participantes. Assim, a fonoaudióloga trabalhava a instalação de um determinado fonema e a canção/atividades musicais, trabalhadas neste encontro, contemplava a produção e automatização de tal fonema. Além da fonoaudióloga e da educadora musical (técnica em enfermagem da Unidade Básica de Saúde), participaram deste projeto duas enfermeiras e duas Agentes Comunitárias de Saúde. Resultado: Além de potencializar as habilidades musicais das crianças, com base na reavaliação fonoaudiológica, nos relatos e registro observou-se o quanto a vivencia musical contribuiu para o desenvolvimento cognitivo e psicossocial dos pacientes. As atividades musicais e canções possibilitaram o treinamento auditivo e articulatório do aparelho fonador, bem como o desenvolvimento de consciência fonoaudiológica dos participantes e melhora clínica das crianças. Ao final do ano de 2019, o grupo já contava com 10 participantes, porém optamos por utilizar os resultados alcançados pelos 5 participantes que iniciaram as atividades em Fevereiro/19. Destas 5 crianças, 60% apresentava apenas um distúrbio fonológico, 20% apresentava dois distúrbios fonológicos e 20% apresentava um distúrbio fonético. Destas crianças, 80% apresentaram melhora do quadro e 20% regrediram de dois para um distúrbio fonológico. Considerações finais: Fica claro que esse trabalho em parceria proporcionou, às crianças que participaram do projeto, um avanço em suas habilidades linguísticas e de socialização. Além disso, contribuiu com diminuição de encaminhamento para o tratamento ambulatorial, bem como a diminuição da fila de espera para tal tratamento. Quanto aos avanços que este projeto pode alcançar, no contexto da saúde publica e educação musical, novos experimentos e sistematizações poderão trazer qualitativamente e quantitativamente, recursos para a atuação interdisciplinar. |
7977 | BRINQUEDOTERAPIA COMO GARANTIA DO DIREITO DE BRINCAR DO INFANTOJUVENIL HOSPITALIZADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Flávia Savana Ribeiro de Sales, Elane Cristina Santos Malcher, Mayara da Silva Carvalho, Richer Praxedes Maia, Jéssica Maria Lins da Silva, Laura de Fátima Lobato da Silva, Gabriela Rocha Reis BRINQUEDOTERAPIA COMO GARANTIA DO DIREITO DE BRINCAR DO INFANTOJUVENIL HOSPITALIZADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Flávia Savana Ribeiro de Sales, Elane Cristina Santos Malcher, Mayara da Silva Carvalho, Richer Praxedes Maia, Jéssica Maria Lins da Silva, Laura de Fátima Lobato da Silva, Gabriela Rocha Reis
Apresentação: O lazer e o ato de brincar é um direito que deve ser assegurado à criança independente do local que esteja. Os benefícios da adesão a atividades lúdicas no ambiente hospitalar possibilita a diminuição de fatores traumáticos da internação, assim como uma melhor participação da criança em seu tratamento, além de melhorar a relação entre a equipe multiprofissional de saúde. O presente artigo apresenta um estudo sobre a importância do brincar no ambiente hospitalar como asseguração desse direito ao infantojuvenil. O objetivo é relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem na aplicação da técnica de brinquedo terapêutico, em uma unidade de internação pediátrica de um hospital referência em atendimento materno-infantil. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência com metodologia baseada na teoria da problematização conhecida como “Arco de Maguerez” postulada por Berbel. A Experiência foi vivenciada em cinco etapas na unidade de internação infantil de um hospital referência em atendimento materno infantil do Estado do Pará. Os acadêmicos observaram a realidade deste setor, a fim de conhecê-la e elencar as carências a serem debatidas. A primeira etapa foi realizada em 21 de setembro a 3 de outubro de 2018 durante as aulas de pediatria. A segunda etapa foi realizada no último dia de aula, na qual foram levantados os seguintes postos-chave: ausência de formas de lazer disponibilizado as crianças, isolamento por parte de alguns pacientes e confinamento a seus leitos. Na fase de teorização foi feito um levantamento bibliográfico no Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, escolhendo-se artigos dos anos de 2012 a 2018 relacionados ao tema, usando os descritores: criança, criança hospitalizada e direitos da criança. Na fase de elaboração de Hipóteses de solução foi pensado na realização de uma oficina lúdica com pinturas e uso da técnica do brinquedo terapêutico. Na última etapa foi realizado o retorno à realidade. Resultado: No período de vivência na unidade de internação percebeu-se a carência de um espaço adequado para a brinquedoteca assim como para realização de práticas lúdicas. Durante a atividade educativa 10 crianças foram convidadas a participar da oficina lúdica e percebeu-se nos pacientes participantes a mudança da fisionomia conforme as atividades eram realizadas, tornando-se abertos ao diálogo, demonstrando interesse nas atividades além de se proporem a realizar nos brinquedos os procedimentos de enfermagem que eram realizados com os mesmos. Considerações finais: Observou-se que durante a prática lúdica com crianças hospitalizadas houve melhora na interação da criança ao meio em que estava inserida bem como melhora na relação paciente-profissional, por meio de sua participação nas brincadeiras, propiciando, mesmo que momentaneamente, um ambiente alegre e divertido amenizando a dor e tristeza. |
8001 | O BRINCAR COMO ALIADO TERAPÊUTICO À CRIANÇA HOSPITALIZADA: VIVÊNCIA NO PROJETO “ANJOS DA ENFERMAGEM” Talyana Maceió Pimentel, Ana Carolina da Cruz Braga, Maria de Nazaré da Silva Cruz O BRINCAR COMO ALIADO TERAPÊUTICO À CRIANÇA HOSPITALIZADA: VIVÊNCIA NO PROJETO “ANJOS DA ENFERMAGEM”Autores: Talyana Maceió Pimentel, Ana Carolina da Cruz Braga, Maria de Nazaré da Silva Cruz
Apresentação: O “Anjos da Enfermagem” é um projeto de educação e saúde através do lúdico, no qual faz parte do Instituto Anjos da Enfermagem. É considerado o maior programa de extensão universitária e responsabilidade social da enfermagem brasileira. Este seleciona acadêmicos de enfermagem, pertencentes às universidades parceiras ao instituto, como voluntários do projeto a fim de realizar ações educativas e visitas hospitalares através do brincar. Dessa forma, a ludoterapia constitui na ferramenta aplicada para aliviar a ansiedade decorrente do adoecimento utilizando os brinquedos terapêuticos. Logo, este estudo tem como objetivo relatar a experiência de acadêmicas de enfermagem durante as visitas hospitalares por meio do projeto “Anjos da Enfermagem”. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência. Esta se tratou em um hospital de referência no tratamento oncológico infantil no município de Belém (PA). Participaram do estudo duas voluntárias do projeto “Anjos da Enfermagem”, as quais são acadêmicas de enfermagem da Universidade do Estado do Pará. A experiência ocorreu por meio de visitas regulares aos sábados, no período matutino, nos leitos de crianças hospitalizadas com câncer. Durante essas visitas, o brincar foi utilizado como ferramenta para a diminuição do estresse causado pela hospitalização e adoecimento. Resultado: Se tratando do cuidado centrado a criança hospitalizada e a sua família, a ludoterapia é uma estratégia que representa acolhimento, escuta e humanização das relações entre a equipe de saúde e os clientes. Vivenciar esse projeto de voluntariado, enquanto acadêmicas, permitiu estimular a capacidade de sentir e ouvir as histórias de vida, os desejos e as experiências prévias o qual suavizam o processo saúde-doença e qualificam a assistência, além de certificar a importância do cuidado integral frente as necessidades biopsicossociais. As atividades desenvolvidas incluíram a visita ao leito, mímica, pintura, leitura, música e ações educativas como as direcionadas ao ensino da lavagem das mãos e a higiene bucal, elas viabilizaram a criação de vinculo e o estabelecimento de laços de amizade, que promovem autonomia, autoestima, descontração, socialização e aprendizagem. Considerações finais: Inserir a ludicidade no ambiente hospitalar é um meio de transformação assistencial, visto que gera qualidade de vida e compreensão acerca do processo de hospitalização, permitindo com que as crianças interpretem os sentimentos e atribuam um novo significado, o qual favorece o crescimento emocional e social. |
8681 | MASSAGEM MILENAR INDIANA EM BEBÊS NO MUNICÍPIO DE TEFÉ/AMAZONAS: A SHANTALA COMO ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO DE CUIDADO, AMOR E VÍNCULO ROSIELE SILVA COELHO, RAYSSA RAMOS SILVA, FABIANA MÂNICA MARTINS, MARIA ADRIANA MOREIRA MASSAGEM MILENAR INDIANA EM BEBÊS NO MUNICÍPIO DE TEFÉ/AMAZONAS: A SHANTALA COMO ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO DE CUIDADO, AMOR E VÍNCULOAutores: ROSIELE SILVA COELHO, RAYSSA RAMOS SILVA, FABIANA MÂNICA MARTINS, MARIA ADRIANA MOREIRA
Apresentação: Este trabalho busca expor o processo de implantação da Shantala, técnica das práticas integrativas e complementares em saúde (PICS) no Município de Tefé, oferecido pela Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA). A Shantala viabiliza o bem-estar físico e psíquico dos bebês, uma vez que através da massagem a criança é estimulada pelo toque ampliando seu vínculo com os pais. Desenvolvimento: O processo de implantação da Shantala deu-se a partir de novembro de 2019 após a realização de uma oficina envolvendo a participação de 11 (onze) funcionários. A Secretaria Municipal de Saúde - SEMSA disponibilizou o local para que as oficinas ocorressem, e o ambiente cedido foi deveras apropriado. As oficinas com os funcionários sucederam-se na Central de Referência em Saúde do Trabalhador – CEREST e no Hospital Regional de Tefé com as gestantes participantes do Projeto Flor do Dia, que acontece uma vez na semana. Por conseguinte os profissionais puderam ter o primeiro contato com a técnica, absorvendo as informações e tornando-se habilitados a multiplicar os conhecimentos absorvidos juntamente com as mães e gestantes. Para a continuidade da técnica, o monitoramento e acompanhamento decorrem por parte dos profissionais do Centro Especializado em Reabilitação – CER e CEREST, para melhor abrangência e aceitação da Shantala no município de Tefé. Este método foi desenvolvido por meio de oficinas com funcionários das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e gestantes de maneira teórico-prática. No primeiro momento foi trabalhado a parte teórica de forma compreensível e coerente sobre a origem da técnica, benefícios, instrumentos necessários, recomendações, contra-indicações e duração. A primeira capacitação ocorreu dia 21 de novembro de 2019, com o comparecimento de apenas dois funcionários. Sem êxito no alcance dos objetivos propostos, sentiu-se a necessidade da realização de um novo encontro, então efetuado no dia 13 de dezembro, contando na ocasião com a participação de 11 (onze) profissionais interessados em desenvolver a prática. Entre estes enumera-se 08 (oito) representantes de cada UBS, 02 (dois) da policlínica e 01 (um) do Núcleo Ampliado em Saúde da Família - NASF. Dando continuidade à formação, no dia 18 de dezembro foi realizado um encontro com as gestantes do Projeto Flor do dia, no Hospital Regional de Tefé. Se fizeram presentes 12 (doze) gestantes e 01 (um) enfermeiros. As práticas foram realizadas por meio de avisos prévios onde cada participante teria que levar uma toalha e uma boneca. Os indivíduos eram posicionados sentados em círculos em sua toalha, com a boneca pousada em seus membros inferiores. Após a experiência todos os envolvidos sentiram-se satisfeitos com o conhecimento adquirido, relatando constituir uma técnica de fácil aplicação e entendendo os reais benefícios e a importância para o bebê. Posteriormente foi realizado o acompanhamento por meio de um grupo virtual onde todos os profissionais habilitados puderam enviar suas experiências realizadas através das visitas domiciliares, atendimentos nas UBS, Hospital, policlínicas etc., ou qualquer outra ação que pudesse ser passado adiante a prática da Shantala. Resultado: Dentre os vários benefícios dessa prática, entre elas acalmar o bebê, melhorar o desenvolvimento sensório-motor e um dos principais, aliviar as cólicas. Percebe-se que muitos residentes no município de Tefé possuem o hábito de oferecer chás e medicamentos com o intuito de cessar as cólicas do bebê. No entanto, essa prática do senso comum pode resultar em efeito contrário ao desejado, aumentando a exposição do bebê aos riscos de contaminação, como exemplo a diarréia. Desta maneira, novos hábitos devem ser inseridos e repassados à população. E conforme preconiza o Ministério da Saúde, a amamentação deve ser exclusiva até os seis meses de idade, por isso devem existir formas inovadoras para tratar determinados sintomas sendo de vital relevância o conhecimento e a prática da Shantala. Consequentemente o bebê irá se adaptando ao novo mundo de forma natural e menos invasiva. De acordo com os relatos dos pais, a Shantala trouxe vários benefícios aos seus bebês. Segundo eles, após receberem a terapia os bebês ficaram mais relaxados, calmos e começaram a dormir melhor. Houve também um impacto positivo para os trabalhadores, pois muitos se identificaram com a técnica e tiveram mais ânimo de realizar suas funções, seja qual fosse a área de atuação, pois ao adquirir esses conhecimentos puderam inovar sua forma de abordagem aos pacientes, levando saúde não somente aos bebês como também aos pais que também se beneficiaram com a técnica. Desta forma portas se abrem para o mundo do cuidado diante da equipe multiprofissional, pois há tempos atrás existia uma espécie de distinção em relação à profissão, onde somente determinados profissionais detinham o conhecimento. Porém, hoje se sabe que, independentemente da profissão, desde o ACS até o médico podem ter a visão geral do paciente e tratá-lo como um todo e não somente como ausência de doença compreendendo-o de forma psíquica, física e social. Através da experiência vivenciada e relatada observa-se o quanto a gestão municipal é focada e compromissada em levar saúde à população, não escolhendo sexo, raça ou idade, procurando sempre inovar e levar saúde para todos. A perspectiva futura é que a Shantala seja disseminada no município e que todos, independentes da classe social, tenham acesso a estas informações. Considerações finais: Desta forma, destacamos a relevância da inclusão desta prática nas unidades de saúde, para a saúde dos bebês. Não apenas pelos benefícios físicos e psíquicos que a criança adquire, mas também pelo vínculo entre mãe e filho ou entre o pai e filho que se consolida de forma mais afetuosa, estreitando laços indestrutíveis que repercutirá na vida adulta de quem hoje é um bebê. Além do mais a inserção dessa nova prática causa impactos positivos em relação ao vínculo da família com a equipe de estratégia de Saúde da Família, pois traz às famílias para mais perto dos cuidados da atenção básica, ocasionando, melhor adesão a puericultura. Essas ações podem ser estimuladas não somente nas UBS, como também de forma intersetorial, adquirindo novos aliados para alcançar maior números de indivíduos detentores da técnica Shantala. |
9857 | EXTERNALIZANDO SENTIMENTOS NA INFÂNCIA ATRAVÉS DO DESENHO Elizângela Morais Santos, Bárbara Giudice Rocha, Carlos Silva Amaral, Dayane Ross Porto Lima, Gustavo Xavier Viana, Marilene Oliveira da Silva, Paulo Henrique Martins Oliveira EXTERNALIZANDO SENTIMENTOS NA INFÂNCIA ATRAVÉS DO DESENHOAutores: Elizângela Morais Santos, Bárbara Giudice Rocha, Carlos Silva Amaral, Dayane Ross Porto Lima, Gustavo Xavier Viana, Marilene Oliveira da Silva, Paulo Henrique Martins Oliveira
Apresentação: O presente trabalho descreve um relato de experiência cuja concretização está embasada na compreensão da infância como um período que pode ter consequências na vida adulta, tais como ser acometido por transtornos mentais devido a experiências negativas quando criança. Ademais, acredita-se na importância das atividades lúdicas para expressar livremente aspectos interiorizados, externalizando alegrias e angústias. Dessa forma, as atividades lúdicas no espaço escolar podem amenizar o sofrimento psíquico infantil, assim como contextualizar esse sofrimento, buscando possíveis determinantes sociais que podem estar causando comportamentos escolares “não desejáveis”. Estes, não raras vezes, tem como consequência a medicalização, deslocando para o âmbito biológico problemas advindos do meio em que a criança está inserida. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo proporcionar às crianças um momento lúdico em que tenham a oportunidade de representar sentimentos através de um desenho, no âmbito escolar, acolhendo possíveis demandas de Saúde Mental. A prática é realizada pelos profissionais do NASF desde 2015 até os dias atuais, em instituições da rede municipal de ensino, da zona rural de Vitória da Conquista, que estão nos territórios das Unidades de Saúde da Família que a equipe multiprofissional está vinculada. Está embasada pela abordagem gestáltica, utilizando uma técnica denominada “A Roseira”. O público alvo são crianças na faixa etária de 9 a 12 anos. Durante a atividade coletiva as crianças são incentivadas a fecharem os olhos, se imaginarem uma roseira e suas características, em seguida representarem através do desenho. Após a realização dos desenhos as crianças são indagadas sobre o que produziram. Nos discursos das crianças emergem aspectos relacionados à dinâmica familiar que vivenciam, sendo importante ressaltar que são suscitadas questões sobre as diversas configurações familiares em que estão inseridas. Outro ponto que as crianças externalizam é a necessidade de proteção, utilizando imagens que afirmam ser para dar segurança. Exemplificando, em um grupo, um dos participantes desenhou uma cerca e afirmou que seria para sua proteção. Vínculos de afeto e amizade são suscitados nos desenhos, assim como vínculos fragilizados ou rompidos com as pessoas que convivem com as crianças. A partir dos discursos é possível perceber sentimentos relacionados à realidade familiar e a necessidade de proteção. Emergindo sentimentos negativos e positivos como: amor, proteção, medo, configurações familiares e insegurança, sendo uma forma de acolher possíveis demandas de Saúde Mental das crianças, assim como fazer possíveis intervenções e encaminhamentos. A atividade descrita apresenta resultados positivos, com o acolhimento do sofrimento psíquico na Atenção Primária, considerando o aspecto da subjetividade das crianças. |
10261 | CONSTRUÇÃO DE UMA BRINQUEDOTECA EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Ana Paula Tavares dos Reis, Kamilla Araujo Martins Morais, Ester Campos da Silva, Fabricia de Jesus Silva Ferraz CONSTRUÇÃO DE UMA BRINQUEDOTECA EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Ana Paula Tavares dos Reis, Kamilla Araujo Martins Morais, Ester Campos da Silva, Fabricia de Jesus Silva Ferraz
Apresentação: Ambientes da área da saúde, como Unidades Básicas de Saúde (UBS) e hospitais, trazem intrínsecos uma série de regras e comportamentos que transmitem uma sensação de seriedade e rigidez às pessoas, em especial em crianças. A utilização de espaços lúdicos possibilita o desenvolvimento dos indivíduos de forma harmonizada e equilibrada através da criatividade, descobertas e estimulação. Neste contexto, este trabalho objetivou relatar a experiência da criação de uma brinquedoteca como estratégia de promoção do cuidado e do bem-estar da criança e de sua família, bem como, incentivar a humanização do atendimento na Atenção Primária à Saúde (APS). Desenvolvimento: O projeto foi feito pelos acadêmicos do primeiro período do curso de Medicina da Universidade Federal do Tocantins no segundo semestre de 2019, em que, por meio da aplicação da metodologia do Arco de Maguerez na UBS Lago Azul em Araguaína-TO, fizeram visitas na área de abrangência, assim como, em conversas com profissionais e os usuários, questionando-os em quais aspectos o serviço de saúde poderia melhor atendê-los, percebendo assim a necessidade de implantar uma brinquedoteca. Com doações de brinquedos, livros e materiais lúdicos em geral e após a projeção do espaço, foi possível construir a brinquedoteca. Foram feitas orientações acerca de promoção da saúde e dos cuidados para a preservação do espaço e uma confraternização com café da manhã para a comunidade no dia na inauguração. Resultado: A construção da brinquedoteca proporcionou um ambiente de harmonização, fomentando as relações interpessoais, haja vista que possibilitou maior interação entre crianças-pais, crianças-crianças e pais-pais. Aliado a isso, a implantação deste espaço infantil na UBS Lago Azul teve boa aceitação pela população e pelos profissionais da unidade. Auxiliou no preenchimento do tempo de espera, bem como mitigou a ansiedade dos pacientes pelo atendimento. A intervenção contribuiu, ainda, para que as crianças se sentissem pertencentes deste serviço de saúde, tendo uma visão positiva acerca do ambiente, valorizando os usuários e contribuindo para sua saúde física, emocional e psíquica, assegurando o que preconiza a Política Nacional de Humanização sobre os modos de gerir e cuidar. Considerações finais: Esse projeto permitiu aos estudantes perceber que o trabalho de um médico no cuidado da saúde da população não está restrito à um consultório, mas sim, abrange todos os aspectos da vida de seus pacientes, e que ações muitas vezes consideradas simples - como o ato de brincar - têm um impacto grandioso tanto no desenvolvimento da criança, quanto no adulto que ele virá a se tornar. Além do já observado, esta ação visa transformar a percepção das crianças sobre a unidade de saúde, em detrimento a aversão construída historicamente pela sociedade de que os serviços de saúde são puramente curativos. Fortalecendo os vínculos entre profissionais de saúde e a comunidade, e consequentemente, aumentando a adesão e garantindo a integralidade do cuidado. |
11498 | PROJETO DE EXTENSÃO CHAMA A FPS COMO AGENTE TRANSFORMADOR NA ADOLESCÊNCIA, PREVENINDO O USO/ABUSO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS, BULLYING E O SUICÍDIO Karla Vaninna Araújo Ribeiro, Maria Dolores da Silva, Maria Eduarda Pereira Borges, Camilla Maria Guimarães Augusto, Guilherme Edécio Calado Silva, Arturo de Pádua Walfrido Jórdan PROJETO DE EXTENSÃO CHAMA A FPS COMO AGENTE TRANSFORMADOR NA ADOLESCÊNCIA, PREVENINDO O USO/ABUSO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS, BULLYING E O SUICÍDIOAutores: Karla Vaninna Araújo Ribeiro, Maria Dolores da Silva, Maria Eduarda Pereira Borges, Camilla Maria Guimarães Augusto, Guilherme Edécio Calado Silva, Arturo de Pádua Walfrido Jórdan
Apresentação: Durante a adolescência há uma série de fatores que podem contribuir para o início do uso de substâncias lícitas e ilícitas. Dentre esses fatores, podemos citar a influência do meio de convivência social, que estimula de forma precoce o uso de drogas como o álcool e tabaco como formas de inclusão e grupalidade. Apesar da existência de programas e campanhas voltados a fornecer informações sobre as consequências do uso de substâncias a curto e longo prazo, o alcance real destas ainda é incipiente. Dentre os diversos locais de convívio desses adolescentes, podemos elencar a escola como um local de risco para estes contatos. Neste ambiente são construídos muitos vínculos entre os estudantes sendo possível perceber influências mútuas sejam estas positivas e/ou negativas. Desta forma ir até as escolas e ofertar informação relevante e segura acerca da temática é fundamental para demonstrar os riscos. Das diversas drogas ilícitas que podem surgir nesses espaços, a maconha que muitas vezes é tida como recreativa, vem sendo utilizada por uma porcentagem considerável da população mundial. Porém, seu uso é reconhecidamente danoso para o desenvolvimento neuropsicomotor adequado, principalmente quando é iniciada em idade mais tenra, podendo inclusive aumentar o risco de suicídio. Na concepção da construção do projeto foram tidos como temas norteadores: o uso de drogas (lícitas e ilícitas), suicídio, bullying e suporte básico de vida. Quatro temas com chances de trazer um aprendizado significativo para os jovens estudantes, traduzindo de forma fiel, o propósito da extensão universitária. Envolvendo todos os cursos da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), contemplando estudantes de Medicina, Enfermagem, Nutrição, Farmácia, Fisioterapia e Psicologia, nesse processo de ensino-aprendizagem. Desenvolvimento: O projeto de extensão CHAMA A FPS! tem como objetivo fundamental a preservação da vida, disseminação acerca dos malefícios causados pelo uso indiscriminado de álcool e outras drogas, bem como violência e bullying e o suicídio na adolescência. Os discentes envolvidos no projeto são agentes ativos no processo educacional construindo o conhecimento em conjunto com os alunos do ensino médio das escolas públicas estaduais e traduzindo para o cotidiano desses sujeitos, ao mesmo tempo em que se empoderam da função de facilitadores nesse aprendizado. A primeira fase do projeto é composta por uma oficina teórico-prático para aprofundar o conteúdo deviolência e bullying, uso e abuso de álcool e outras drogas e suicídio na adolescência usando sempre metodologias ativas e baseando-se em estudos referenciais no assunto. Posteriormente, os discentes preparam as dinâmicas com o conteúdo em grupos e validam o plano de intervenção junto com a coordenação docente do projeto. Em seguida dão seguimento ao assunto em escolas da rede pública estadual no Recife através de ações que propõem promover e estimular reflexões a partir da construção do pensamento crítico, contribuindo assim para prevenção de violência, bullying, suicídio e uso e abuso de álcool e outras drogas. Resultado: As estratégias utilizadas pelos discentes do projeto perpassam desde abordagens dialógicas onde ocorre discussão dos assuntos, dinâmicas e perguntas direcionadas ao tema, ambientes com rodas de conversas em que os alunos das escolas começam a relatar suas vivências, gerando assim, um debate de intenso aprendizado, tendo em vista que, muitos deles trazem suas vivências e conhecimentos prévios muitas vezes baseados na vivenciam em suas famílias e nas comunidades em que estão inseridos. São muitos impactos percebidos pelo grupo, como no caso em que, ao tratar de drogas, aconteceu uma situação em que o aluno defendeu veementemente o uso da maconha alegando a não maleficência da substância, colocando que em alguns países a Cannabis pode ser usada no tratamento adjuvante de câncer, de convulsões e prevenção de dores. Houve um debate amigável visando a reflexão e crítica dos conceitos prévios respeitando a individualidade do mesmo e trazendo os dados baseados em evidências científicas, além de ressaltar que a utilização medicinal de extratos específicos da erva citada se dá em situações clínicas adequadas. A temática do suicídio desencadeou bastante fervor nos estudantes. Isso provavelmente aconteceu por se tratar de um assunto pouco debatido, tanto nas escolas como na sociedade como um todo, porém, mostrando-se bastante presente no cotidiano dos alunos, tanto que notou-se certa prevalência de comportamento suicida em nosso grupo-alvo, inclusive, sendo identificado alguns estudantes que referiram ideação suicida em algum momento anterior ao contato com o projeto Chama a FPS. O fato relatado, está, de certa forma, condizente com os dados bibliográficos encontrados em um estudo com 2457 adolescentes dos quais 42,67% declaram já ter tido ideação suicida. Também foram encontrados alguns estudantes que optaram por não se identificarem como usuários de qualquer tipo de droga, possivelmente devido a algum grau de constrangimento ou intimidação. No entanto, durante uma das ações nas escolas, um estudante declarou estar passando por dificuldades familiares e por isso, havia realizado duas tentativas de suicídio. É possível perceber que o projeto proporciona uma visão integral à saúde daqueles adolescentes ainda mais ao incluir a possibilidade de encaminhar aos ambulatórios do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), os casos que necessitem de uma abordagem mais especializada. Considerações finais: As rodas de conversa evidenciaram que muitos adolescentes realmente têm o primeiro contato com as drogas no âmbito educacional, enfatizando que os motivos para o experimento, uso e vício pode se dar por alguns fatores, como: aceitação em um grupo, problemas familiares e curiosidade. A maconha, por sua vez se faz atrativa pelo seu poder psicoativo e relaxante, porém está associada a uma gama de consequências negativas a curto, médio e longo prazo, inclusive, podendo causar nessa faixa etária transtornos mentais comuns, ansiedade, baixo desempenho e abandono escolar, depressão e até ideação suicida. Intervenções como a do projeto “CHAMA A FPS!” tem amplo impacto, uma vez que trazem informações atualizadas e úteis para essa população de alto risco e as traduzem para o cotidiano sendo, assim, mais fácil alcançar um aprendizado significativo podendo diminuir potencialmente situações de risco como início precoce do uso de álcool e outras drogas. Apesar de ser um projeto local, o impacto positivo é sensível ao que se traduz nos relatos tidos pelos jovens que ressaltam a importância desses aprendizados e da oportunidade de serem ouvidos sobre esses temas. Dessa forma, há a necessidade de alcançar um número cada vez maior de adolescentes através de programas que disseminem informações e recrutem os jovens como multiplicadores de conhecimento, a fim de alterar o quadro atual do país. |
6786 | TECNOLOGIA SOCIAL NA PRIMEIRA INFÂNCIA: IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA PRIMEIRA INFÂNCIA RIBEIRINHA NO MUNICÍPIO DE TEFÉ/AM. Thayana Oliveira Miranda, Maria Adriana Moreira, Josiane de Souza Medeiros, Elizete De Souza Azevedo TECNOLOGIA SOCIAL NA PRIMEIRA INFÂNCIA: IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA PRIMEIRA INFÂNCIA RIBEIRINHA NO MUNICÍPIO DE TEFÉ/AM.Autores: Thayana Oliveira Miranda, Maria Adriana Moreira, Josiane de Souza Medeiros, Elizete De Souza Azevedo
Apresentação: O presente trabalho propõe apresentação de uma tecnologia social de cuidado voltada a primeira infância no município de Tefé tanto na área ribeirinha como na área urbana. A proposta se insere num projeto de destaque na capital e no interior do amazonas por meio da Fundação Amazonas Sustentável – FAS desde 2012. O programa é comprometido em investir no desenvolvimento de crianças como base para formação de adultos saudáveis e competentes, cidadãos responsáveis produtivos para fortalecimento de comunidades e uma sociedade mais justa, uma vez que é vez que acredita-se que o futuro depende das crianças que nelas vivem. O projeto penou formas de otimizar a ação dos agentes comunitários de saúde (ACS) e capacitá-los para promoção informação, orientação, estimulo ao desenvolvimento da primeira infância, além do regaste e fortalecimento de vínculo entre pais, cuidadores e crianças. O guia de visitação domiciliar foi proposto como ferramenta de trabalho aos ACS para qualificar o acompanhamento dos vários aspectos do desenvolvimento infantil, desde a gestação até os seis anos de idade. A temática se mostra relevante porque é nesta fase, que compreende 0 a 6 anos de idade que aspectos como cognição e sociabilidade são essenciais para a formação de um indivíduo saudável. Outro aspecto importante é que a iniciativa no município serve como base para criação de uma política pública de Primeira Infância e contribui para que essa política chegue a todas as crianças do município de forma sistematizada independente de onde morem. Objetivo deste relato é apresentar o processo de implantação do programa primeira infância ribeirinha no município de Tefé e como município piloto de implantação na área urbana. Desenvolvimento: A experiência vivenciada mostra as etapas de implantação do programa primeira infância ribeirinha na cidade de Tefé (AM) a nível municipal. No ano de 2018 a Fundação Amazonas Sustentável em parceria com a Prefeitura municipal de Tefe/AM, por meio da das secretarias de saúde, educação e assistência social com apoio financeiro da ROSNEFT, deram início a acessória técnica para implantação do PIR. A iniciativa envolveu vários atores para formação do grupo técnico para alinhamento das ações, com uma consultora técnica em primeira infância da FAS conduzindo as etapas, para este grupo gestor foi indicado através dos secretários um representante de cada seguimento. A iniciativa envolveu a capacitação de 250 profissionais, dentre eles ACS, enfermeiros, pedagogos, gestores equipe multiprofissional do NASF: fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos, farmacêuticos, assistentes sociais, para a qualificação do atendimento de mais de 11.000 crianças de 0 a 6 anos. Em outros municípios a metodologia de implantação baseava-se na capacitação direta para os ACS das áreas ribeirinhas pela consultora do PIR, em Tefé a metodologia aplicou-se diferente, com capacitação pela consultora com os profissionais de nível superior supracitados para serem multiplicadores das oficinas com os agentes comunitários de saúde das áreas urbanas e rurais. A atenção básica no município é formada por 19 equipes de estratégia saúde da família sendo 14 equipes da área urbana, 04 equipes de saúde ribeirinha e 01 equipe de saúde fluvial, 19 equipes de saúde bucal, 03 núcleos ampliados de saúde da família e conta com 203 ACS, o que justifica a formação dos multiplicadores. A metodologia de formação, monitoramento e supervisão se deu da seguinte forma, a saber mensalmente durante o ano de 2018 o grupo técnico que era formado pela coordenadora de AB, Coordenadora de saúde da criança municipal, coordenadora do programa criança feliz, coordenadora de educação infantil, consultora técnica pela FAS e consultora local pela FAS se reunia para planejamento das oficinas, levantamento de materiais necessários e agendamento das datas da implementação das formações. Em abril de 2019 o Programa foi oficialmente implementado no município com o início da oficina de formação com os profissionais das 03 secretarias, saúde, educação e assistência social, onde foi disponibilizado o material completo do PIR, após formação foi elaborado um plano de multiplicação das oficinas para os agentes comunitários de saúde, onde os 203 ACSs passaram pela formação simultaneamente, divididos em grupos de acordo com as unidades básicas de saúde, com exceção dos ACSs da área ribeirinha que oportunizou o fechamento de produção mensal para realização da oficina. Nas oficinas de formação foi disponibilizado todo material incluindo o guia de visita domiciliar. Em seguida ocorreu com os multiplicadores a oficina de brinquedos para serem replicadas com os ACSs. Nessas oficinas com ACS a consultora local e técnica da FAS avaliavam os multiplicadores para analisar a capacidade de aprendizagem da metodologia do PIR e grau de comprometimento. Após as formações foi apresentado a todos os atores envolvidos os indicadores que precisariam ser enviados a base de dados da FAS das gestantes e crianças acompanhadas pelo PIR no município e elaborado um plano de ação para todo o ano. De imediato as visitas domiciliar baseadas na metodologia do PIR através do guia de visitação foram implementadas no dia a dia, esta era a proposta, mas para de fato verificar este trabalho, ocorreu as supervisões na área urbana e rural por meio da equipe técnica da FAS. As supervisões aconteceram em todos os território da área urbana e na área rural por conta da extensão territorial e geográfica foram realizadas supervisão em 02 equipes ribeirinhas in loco com integração de ACS de outras áreas, onde nas supervisões os ACS desenvolviam as visitas domiciliar por meio da metodologia proposta pelo PIR a consultora técnica avaliava a visita e no final fazia a avaliação em conjunto discutindo os pontos positivos e onde precisariam melhorar, com objetivo de aplicar de forma eficaz a visita para faixa etária, com o tema proposto e com as etapas sugeridas pelo guia. Resultado: Com a implantação do projeto no município possibilitando as formações dos multiplicadores multiprofissionais e as capacitações para voltadas para os agentes comunitários de saúde, os resultados são eficaz formando uma rede de cuidado voltado a primeira infância de forma intersetorial, avanço nas visitas domiciliares pelos ACS, uma vez que cada profissional possuem instrumentos fundamentais disponibilizado pela FAS como o Guia de visitação domiciliar, e os materiais que estimulam o brincar das crianças por meio de construção de brinquedos ecologicamente sustentáveis, através da reciclagem, outro ponto relevante e de extrema importância, é que as visitas domiciliares são realizadas de forma sistematizadas, embasadas teoricamente em metodologias inspiradas em políticas do ministério da saúde para primeira infância voltadas para cada fase do desenvolvimento infantil, garantindo uma assistência integral, possibilitando ainda por meio das visitas domiciliar, levantar informações para conhecer os indicadores das crianças e gestantes acompanhadas pelo programa o que subsidia dados para planejar estratégia de intervenções. Considerações finais: A potência do programa primeira infância ribeirinha considerada uma tecnologia social é um fenômeno fundamental para investir na primeira infância e no município de Tefé esta ferramenta é prioridade para potencializar o cuidado com as gestantes e crianças. Apostar nesta tecnologia como forma de gerir o trabalho dos agentes comunitários de saúde forma sistematizada durante suas visitas é apostar em uma modelagem rizomática para transformar os processos de trabalhos dando autonomia, protagonismo aos profissionais envolvidos na assistência do desenvolvimento infantil. |
8212 | DESMAME PRECOCE DO FILHO DE MÃE ADOLESCENTE luiz ribeiro, jaira fernandes lima, elaine fernandes morais, reynaldo de jesus oliveira júnior, ana lúcia naves alves, laisa marcato sousa da silva, julia oliveira gonçalves, gustavo nunes mesquita DESMAME PRECOCE DO FILHO DE MÃE ADOLESCENTEAutores: luiz ribeiro, jaira fernandes lima, elaine fernandes morais, reynaldo de jesus oliveira júnior, ana lúcia naves alves, laisa marcato sousa da silva, julia oliveira gonçalves, gustavo nunes mesquita
Apresentação: A associação entre idade materna jovem e desmame precoce pode estar relacionada a vários fatores, tais como níveis de instrução e poder aquisitivo inferior ao das mães adultas, tendo em vista que mulheres com poder aquisitivo superior possuem mais acesso à informação e ao conhecimento sobre os benefícios do aleitamento, retorno ao mercado de trabalho após o parto, primariedade, ausência do apoio do parceiro e dificuldades em amamentar nos primeiros dias podem levar ao desmame precoce. Além dos fatores já citados, vivenciar a amamentação na adolescência é momento singular na vida, principalmente por ser um período de grande carga emocional, caracterizado por profundas alterações tanto fisiológicas quanto psicológicas. Adaptar-se a essa nova situação resulta, muitas vezes, em isolamento, o qual, por sua vez, está relacionado ao medo, imaturidade, ansiedade e inexperiência para lidar com a nova condição de mãe. Diante dessa problemática, o estudo teve como objetivo compreender a ocorrência do desmame precoce no contexto de nutrizes adolescentes. Consistiu em uma pesquisa de campo de caráter descritivo, com abordagem qualitativa O critério de inclusão foi a seleção das mães adolescentes na faixa etária de 10 a 19 anos, com filhos menores de 2 anos, que não tenham amamentado seus filhos exclusivamente com leite materno até os seis meses de vida. Pela fala das mães pode-se observar que todas as mães receberam orientações sobre aleitamento materno, sendo a maioria após o nascimento do seu filho quanto às vantagens do aleitamento materno apesar de todas demonstrarem preocupações com a saúde de seu filho, as informações não são consistentes. A aceitação e a valorização das mudanças corporais por parte das mulheres adolescentes auxiliam a superar inseguranças e percepções negativas em relação ao seu corpo neste período observamos que as adolescentes tiveram apoio familiar, mas não incentivo e persistência em relação ao aleitamento materno e também o suporte para dar continuidade a amamentação exclusiva até 6º mês do bebê. A pesquisa mostra que a maioria das mães eram solteiras vivendo com a família de origem, pois informaram não possuir renda. Quanto à escolaridade, a maioria não tinha concluído o ensino médio. Por tratar-se de um período de intensa transformação e inúmeros enfrentamentos, a mulher adolescente precisa de apoio de sua família, da sociedade e dos serviços de saúde. Torna-se enriquecedora a troca de experiências entre mulheres sobre a prática da amamentação, visto que este espaço pode ser oportunizado pela equipe de saúde por meio do grupo de gestantes. Cabe mencionar que, as participantes deste estudo foram impulsionadas a iniciar a amamentação pela compreensão dos benefícios para a saúde do bebê. No entanto, acredita-se ser de grande importância também que elas estejam cientes dos benefícios do aleitamento materno para a sua saúde, pois isso pode auxiliá-las a tomar consciência de seu corpo e suas possibilidades, atuando como um estímulo a persistir com a amamentação. A diversidade de pesquisas encontradas quanto ao tema mostra a gravidade e a baixa incidência do AM. |
10210 | MÃES ÓRFÃS: MAPA DAS FORÇAS QUE VIABILIZARAM A CRIAÇÃO E A RESISTÊNCIA ÀS NORMATIVAS DO ABRIGAMENTO COMPULSÓRIO DE BEBÊS EM BELO HORIZONTE. Gabriela Maciel dos Reis, Laura Carvalho Parreiras, Adriana Fernandes Carajá, Bruna Mara Morais Assis, Mariangela Leal Cherchiglia, Alzira Oliveira Jorge MÃES ÓRFÃS: MAPA DAS FORÇAS QUE VIABILIZARAM A CRIAÇÃO E A RESISTÊNCIA ÀS NORMATIVAS DO ABRIGAMENTO COMPULSÓRIO DE BEBÊS EM BELO HORIZONTE.Autores: Gabriela Maciel dos Reis, Laura Carvalho Parreiras, Adriana Fernandes Carajá, Bruna Mara Morais Assis, Mariangela Leal Cherchiglia, Alzira Oliveira Jorge
Apresentação: A partir de 2014 o abrigamento compulsório dos recém nascidos de mulheres, na sua maioria negras, usuárias de drogas ou em situação de rua teve aumento expressivo nas maternidades públicas de Belo Horizonte. Essa ação foi coordenada inicialmente por promotores do Ministério Público que usaram como justificativa a afirmação de que determinadas mulheres não são capazes de prestar o cuidado e proteção aos seus filhos, além de colocá-los em situação de risco. Como estratégia elaboraram as recomendações Nº 05 e 06 de 2014 do Ministério Público de Belo Horizonte - MPMG e, posteriormente, foi publicada a Portaria Nº 3 de 2016 pela 23ª Vara Cível da Infância e da Juventude da Comarca de Belo Horizonte - VCIJCBH. Essas ações geraram resistência na cidade em especial na rede de atenção à saúde de Belo Horizonte, nesse contexto, Rosimeire Silva - trabalhadora e ativista pelos direitos à saúde - denominou “Mães Órfãs” às mulheres que, por essas circunstâncias, tinham o poder familiar destituído ainda dentro da maternidade. Objetivo: Descrever as tensões na construção e implementação das normativas do abrigamento compulsório de bebês em Belo Horizonte. Desenvolvimento: Esse trabalho é parte da dissertação de mestrado intitulado “Mães Orfãs: cartografia das tensões e resistências ao abrigamento compulsório de bebês em Belo Horizonte” apresentado ao programa de Saúde Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A dissertação foi construída junto ao Observatório de Políticas e Cuidado em Saúde da UFMG que acompanhava as reuniões e audiências públicas sobre o assunto e realizou entre 2016 a 2019 o total de dezenove entrevistas com gestores e trabalhadores da Rede de Saúde de Belo Horizonte, autoridades da rede de proteção à criança e adolescente e representantes de movimentos sociais envolvidos com a pauta do direito à maternidade. Além disso foram incluídos documentos como registros de agendas públicas que diziam do tema e as normativas do abrigamento compulsório. Trata-se de uma abordagem qualitativa do tipo interferência, com referencial metodológico da cartografia e que ainda utilizou o conceito do pesquisador in-mundo. Resultado: Encontramos pistas que mostram uma retomada de tendências conservadoras na saúde e na assistência social, o que pode ter facilitado a atuação do judiciário; além disso, a presença de concepções higienistas nos serviços de saúde, o contexto de guerra às drogas pautado numa estrutura racista de sociedade e o modelo de maternidade sustentado pelo patriarcado foram determinantes no plano macro político. As narrativas construídas para a implantação das normativas do abrigamento compulsório passavam pela insuficiência da rede pública para assistir integralmente essas mulheres e seus filhos e pelo argumento da proteção à criança. Além disso, a disputa de modelos de atenção e a articulação de atores com tendências higienistas presentes na rede de saúde e de proteção social atuaram no plano micropolítico para sustentar a proposta das normativas de abrigamento compulsório. A partir das narrativas é possível também detectar a naturalidade com que as instâncias que detém o poder hegemônico tratam a possibilidade de legislar sobre o corpo da mulher sem estabelecer qualquer diálogo, isolando-a do papel de sujeito da própria existência e retirando qualquer autonomia sobre o próprio processo de saúde. Instituições estatais detentoras de poder, por muito tempo ocupadas por homens, reproduzem a dinâmica de entendimento da mulher enquanto propriedade privada do homem e do estado, com função social da personificação do modelo eurocentrado de maternidade e manutenção da cadeia produtiva capitalista, havendo um abandono dessas mulheres vulnerabilizadas, que não se adequam, além da criminalização da pobreza. É importante destacar que o pensamento que respaldou a elaboração das normativas pelo poder judiciário não se restringe ao mesmo, tendo sido também o que permitiu a implementação dessa política nos serviços de saúde e assistência social. Os profissionais da saúde e do serviço social, formados com uma perspectiva de cuidado higienista e de controle e retirada da autonomia dos usuários do serviço, tiveram, em grande parte, uma aceitação à política elaborada pelo Ministério Público, e os que não tiveram, foram coagidos pelo medo, tendo em vista as sanções civis impostas como punição para os que descumprissem as recomendações. Desta forma, a assistência foi também muito importante para o período de sucesso da implementação da política em questão. Por outro lado, se conformou na cidade uma rede de resistência a essas normativas, que conseguiu que, em 2017, a Portaria 03/2016 da VCIJCBH fosse suspensa. Considerações finais: No decorrer do desenvolvimento da pesquisa, a partir principalmente das narrativas que tivemos acesso, fica nítida a importância tanto das correlações de forças políticas quanto da dinâmica de poderes e de opressões sobre a qual se alicerça nossa sociedade na elaboração, implementação e avaliação de políticas públicas. O caso analisado trata-se de um bom exemplo, pois tem como alvo uma população marginalizada por diversos aspectos e abandonada pelo estado, que, no entanto, ao sinal de necessidade de cuidado e de acessar o serviço é vista como propriedade e objeto que pode ser controlado e ter seu destino definido, estando apenas como observador das decisões acerca do próprio futuro. As mulheres, no contexto da população de rua ou do uso de substâncias psicoativas, estão desvinculadas dos serviços de saúde e de assistência social, e este tipo de política higienista provoca medo nessas mulheres, bloqueando qualquer possibilidade de aproximação que pudesse acontecer, uma vez que, ao acessar o serviço, elas passam a estar sujeitas a perder os filhos. A abordagem feita pelo poder judiciário sobre o problema entendendo que as crianças estavam em risco devido à situação de vulnerabilidade das mães, por si só já é questionável, pois a definição deste risco torna-se subjetiva ao entender que o modelo de maternidade ao qual esperamos que as mulheres correspondam é um modelo eurocentrado e distanciado da realidade latinoamericana e brasileira. No que concerne à macropolítica, a dinâmica de exploração capitalista das forças produtivas estende-se a todos os grupos da população, se apropriando das demais estruturas de opressão da sociedade - de gênero, raça/etnia e sexualidade - para afastar as camadas marginalizadas dos espaços de poder e organização, onde poderia haver algum tipo de avanço de consciência e retomada de autonomia. Neste contexto, faz-se de extrema importância a atuação organizada dos movimentos sociais na micropolítica, para que o horizonte de mobilização não se perca, e políticas ineficientes na resolução dos problemas sociais sejam combatidas, como observou-se em relação à política analisada. |
6634 | RODAS DE CONVERSAS: APOIO AOS CUIDADORES DE CRIANÇAS COM DESENVOLVIMENTO ATÍPICO, UMA PERSPECTIVA PSICANALÍTICA SOBRE AS SUAS VIVÊNCIAS. Helena Carollyne da Silva Souza RODAS DE CONVERSAS: APOIO AOS CUIDADORES DE CRIANÇAS COM DESENVOLVIMENTO ATÍPICO, UMA PERSPECTIVA PSICANALÍTICA SOBRE AS SUAS VIVÊNCIAS.Autores: Helena Carollyne da Silva Souza
Apresentação: Na maioria dos casos, a chegada de filhos representa um processo de muita felicidade para os parentes. Atribui-se às crianças expectativas desde o nascimento; já se espera o cumprimento de determinada posição dessa criança perante a sociedade. No entanto, a partir do momento em que os pais percebem que seus projetos e sonhos em relação ao que os filhos deveriam ser não são seguidos, ocorre uma quebra de ideais que podem resultar em conflitos, dependendo dos recursos emocionais que esta família possua ou não. Quando as famílias recebem o diagnóstico de uma deficiência em um filho(a), angustias e conflitos podem fazer parte da estrutura familiar, visto que suas expectativas do ideal construído para a criança, não pode ser visto no real. O Objetivo deste trabalho é relatar a experiência em participar do projeto Roda de conversa apoio aos cuidadores em um centro de atenção à saúde (CASMUC) em Belém (PA), a partir de uma perspectiva psicanalítica sobre o modo como os cuidadores de crianças com desenvolvimento atípico vivenciam essa questão. A partir dos relatos tragos pelas mães, pais e/ou cuidadores, observa-se que muitos se encontram numa fase inicial de luto em frente aos possíveis diagnósticos que sua criança possa vim a apresentar, e é comum identificar, nos casos em que as crianças apresentam algum diagnóstico, angústias nos seus relatos seguidos de aspectos referentes ao luto, advindos da ausência de perspectiva sobre o futuro da criança e quebra de sonhos que teriam sido presentes na vida psíquica do sujeito, antes mesmo da criança nascer. O grupo realiza as rodas, tendo como participantes os cuidadores das crianças com desenvolvimento atípico em uma sala multiprofissional, no Centro de Atenção à saúde da mulher e da criança, disponível para o projeto, são anotados os relatos dos cuidadores por um dos integrantes da equipe enquanto outro integrante se torna mediador da roda explicando inicialmente de forma breve os objetivos do projeto, de forma a realizar um acolhimento inicial e posteriormente é passada a fala para os cuidadores, dessa forma para a realização deste trabalho também foram utilizados os registros acerca do que os participantes relatam, onde pode-se observar processos de luto devido aos significados que o diagnostico traz ao ideal que os pais tinham em relação aos filhos, mas também é observado nas falas e registros, processos de elaborações e ressignificações acerca deste diagnóstico. Com isso, observa-se que as rodas de conversa são importantes tanto para um acolhimento inicial como também para contribuir ao processo de elaboração desses cuidadores, visto que a partir do acolhimento e transmissão de conhecimentos sobre o diagnóstico das crianças, os cuidadores passam a ter uma nova perspectiva sobre a criança vendo que existem diversas possibilidades para que tenham um desenvolvimento saudável, mesmo que não como inicialmente previam em seus ideais anteriormente construídos. |
9006 | RODAS DE CONVERSAS PARA COLETIVIZAR: PRODUÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL NA ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL, A EXPERIÊNCIA DO COORDENAÇÕES ALERTAS Josiane de Souza Medeiros, Vinicius Padilla, Maíra Chinelatto Alves RODAS DE CONVERSAS PARA COLETIVIZAR: PRODUÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL NA ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL, A EXPERIÊNCIA DO COORDENAÇÕES ALERTASAutores: Josiane de Souza Medeiros, Vinicius Padilla, Maíra Chinelatto Alves
Apresentação: Este trabalho surge da experiência de atuação dos psicólogos do Departamento de Assistência Estudantil – DAEST na Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Ao longo desses três anos atuando como psicólogos, percebe-se devido às exigências e cobranças advindas da vida acadêmica que os estudantes tendem a organizar suas vidas em torno da Universidade com trabalhos, provas, monitorias, estágios, seminários, laboratórios, projetos de pesquisa, dentre outros, e muitos acabam deixando em segundo plano outros aspectos da vida como família, amigos, namorados, religião, atividades esportivas e de autocuidado. A entrada na Universidade diz respeito a um momento muito específico na vida do estudante, pois, geralmente coincide com a transição da adolescência para a vida adulta, exigindo destes em curto espaço de tempo que se “ajustem” a um contexto universitário na maioria das vezes desconhecido. Essas mudanças repentinas costumam implicar em dificuldades de diversas ordens podendo acarretar barreiras frequentes em seu processo de “adaptação” na Universidade. Dentre essas dificuldades, destacamos aquelas relacionadas ao sofrimento psíquico significativo por parte dos estudantes. A partir dos atendimentos e requerimentos dos alunos junto ao DAEST, identificou-se dificuldades relacionadas à saúde mental que podemos agrupar apenas para fins didáticos em três categorias: dificuldades psicológicas circunstanciais (tais como problemas de convívio com companheiros de moradia, ansiedade e estresse em virtude das provas e atividades acadêmicas); dificuldades psicológicas moderadas (como dificuldades de adaptação à cidade e de distanciar-se da família e de amigos da cidade de origem); e dificuldades psicológicas severas (como depressão, alcoolismo, abuso de drogas, automutilação, transtornos alimentares, tentativas de suicídio e suicídio). Atualmente as ações, serviços e atividades de Psicologia oferecidos pelo DAEST têm como parâmetros norteadores as diretrizes preconizadas pelo Programa Nacional de Assistência Estudantil - PNAES, estabelecido pelo Decreto nº 7.234/2010, integrando o eixo Saúde do referido Programa. Dessa forma, os psicólogos do DAEST têm buscado no fazer cotidiano do trabalho em saúde dentro contexto universitário novas modelagens de cuidados em saúde para além do modelo curativo, individualizante, na maioria das vezes pautado num modelo clínico. Tem-se buscado uma atuação norteada pelos princípios da Psicologia Social Comunitária, como a autonomia do sujeito, liberdade, sujeito coletivo, conscientização, subjetividade, pensamento crítico, relações sociais, singularidade, potencialidades, transformação social, existência ética em comunidade. Pensando na produção do cuidado em saúde mental que leve em consideração o coletivo, o serviço de Psicologia do DAEST desenvolve o projeto denominado “Coordenações Alertas: Conversando sobre saúde mental na Universidade” que tem como objetivo proporcionar espaço de promoção em saúde mental dos estudantes universitários por meio de rodas de conversas com as coordenações de cursos de graduação, a fim de construir uma rede de apoio, desenvolvimento individual e comunitário para permanência estudantil. Desenvolvimento: O Coordenações Alertas iniciou em maio de 2019 e teve as Rodas de Conversa como metodologia de participação coletiva, onde as falas circulam, criando e possibilitando o diálogo, a circulação dos afetos, fortalecimento dos vínculos, a acolhida do outro e com o outro facilitando a rede de cuidado e apoio entre os participantes. De maio a dezembro de 2019 foram realizadas 6 (seis) Rodas de Conversas no Departamento de História e participaram os coordenadores, professores, representantes de turma e membros do Centro Acadêmico do curso citado. Nas Rodas foram abordados temas relacionados a saúde mental no contexto universitário, como “Saúde mental na Universidade o que temos para falar? ”, “Suicídio precisamos falar sobre ele na Universidade”, “Promovendo a saúde mental na Universidade”, “Primeiros Socorros Psicológicos na Universidade”, “Pensando fluxos para a saúde mental no contexto universitário”. Para realização das rodas se utilizava de metodologia ativa como músicas, expressões corporais, dinâmicas, jogos cooperativos, corredor do cuidado dentre outras. Cada Roda tinha aproximadamente a duração de 1h:30min e acontecia às terças-feiras em salas do Departamento de História. Nesse sentido, as Rodas foram desenvolvidas a partir de três momentos, a saber: acolhida que tratava de proporcionar um ambiente acolhedor, acomodando as pessoas em roda para que pudessem se olhar e escutar, nesse momento era importante utilizar recursos audiovisuais como músicas, desenhos, expressões corporais, ou seja, iniciar as rodas fazendo com que as pessoas se sentissem bem e quisessem estar ali. Além disso, eram apresentados o tema e os objetivos a serem discutidos. O segundo momento se refere ao desenvolvimento propriamente dito, onde acontecia o aprofundamento das discussões acerca do tema. E por último, o encerramento sempre levando em consideração as percepções dos participantes em relação ao que foi trabalhado e discutido na Roda. O Coordenações Alertas aconteceu apenas no Curso de História. O início do projeto por essa coordenação se deu principalmente por três motivos: primeiro, pelo fato do Curso de História desde 2016 ter se mostrado um dos cursos em que os estudantes mais têm procurado atendimento psicológico no DAEST. Segundo, pelo contexto político em que o país se encontra atualmente com ataques frequentes ao ensino de História na Educação Pública. Por último, devido à própria Coordenação de História ter procurado o DAEST após a ocorrência de suicídio por uma pessoa ligada ao curso. Resultado: A partir das discussões das seis Rodas realizadas, dentre os diversos pontos positivos que vão desde uma compreensão da saúde mental numa perspectiva ampliada até ao fortalecimento das relações dos profissionais do DAEST com os do curso de História, podemos destacar o protagonismo dos participantes ao elaborarem propostas de atividades voltadas para a promoção da saúde mental a serem desenvolvidas no referido curso. As propostas discutidas e elaboradas foram as seguintes: Rodas de conversas com os estudantes; espaço voltado para cinema; a paz como Pedagogia: aplicação dos Direitos Humanos; divulgação de serviços voltados para saúde mental; rede de atenção e manifestação de sofrimento; atividades artísticas; redário nos espaços do Departamento; negociação de espaço para o Plantão Psicológico; sala ou outro espaço para sociabilidade presencial (jogos, atividades artísticas, expressões corporais, rodas de conversas, esportes etc.) seria um espaço de referência para o cuidado do estudante; incorporar as práticas de promoção em saúde mental ao Núcleo do Docente Estruturante; espaço físico destinado ao descanso da comunidade universitária; espaço protegido para os servidores falarem sobre saúde mental; ficha de informações sobre os estudantes a ser preenchido no google formes; construção do mapa de fluxos de possíveis encaminhamentos dos estudantes e deixar o mapa num lugar visível. Essas propostas foram desenhadas e escritas em cartolinas para que na elaboração do Plano Pedagógico do curso em 2020 elas possam ser retomadas e discutidas com intuito de já serem implantadas em 2020. Considerações finais: Diante das experiências positivas proporcionadas com o projeto Coordenações Alertas, percebe-se que os serviços psicológicos executados de maneira planejada, articulados com outras áreas do conhecimento, respeitando e levando em consideração o saber do outro podem produzir práticas de cuidados em saúde extremamente potentes, onde as pessoas que vivem o território da Universidade possam utilizar as tecnologias leves do cuidado com a vida, como por exemplo, dispor de redário, de espaço de descanso, de poder falar de seu sofrimento e ser acolhidas. A partir dessa experiência exitosa, o DAEST por meio de serviço de Psicologia pretende em 2020 ampliar o Coordenações Alertas para outros cursos. |