336: A interdisciplinaridade na formação em saúde: potencialidades e desafios | |
Debatedor: Sara da Silva Meneses | |
Data: 30/10/2020 Local: Sala 02 - Rodas de Conversa Horário: 13:30 - 15:30 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
6960 | CONSULTA INTERPROFISSIONAL- UMA FERRAMENTA INTERDISCIPLINAR PARA O CUIDADO Eléia de Macedo CONSULTA INTERPROFISSIONAL- UMA FERRAMENTA INTERDISCIPLINAR PARA O CUIDADOAutores: Eléia de Macedo
Apresentação: A consulta é uma ferramenta de cuidado muito comum e importante no processo de trabalho da Atenção Básica, pois é a partir dela que se iniciam os fluxos de regulação ambulatorial, é na consulta onde os profissionais avaliam as necessidades de encaminhamento do usuário a uma avaliação especializada. A solicitação é encaminhada à Central de Regulação Ambulatorial a partir do sistema informatizado, os profissionais reguladores avaliam, autorizam e classificam a solicitação conforme a disponibilidade de agenda, a solicitação autorizada é agendada/ marcada com base na gravidade e no tempo de espera. Objetivo: O objetivo é descrever uma experiência inovadora na assistência à saúde do usuário, a partir da consulta compartilhada entre os estudantes de diferentes profissões, com o intuito de reduzir os encaminhamentos para os serviços especializados, favorecendo a resolutividade do serviço. Desenvolvimento: Os estudantes do curso de fisioterapia e medicina da Universidade de Caxias do Sul (RS) junto aos seus docentes tutores do Programa Educação para o Trabalho vivenciaram consultas compartilhadas na Unidade Básica de Saúde. No período de maio a julho de 2019, cerca de 16 estudantes realizaram, semanalmente, atendimentos de crianças e estabeleceram planos terapêuticos e de acompanhamento aos usuários, diminuindo os encaminhamentos para a regulação, os atendimentos têm se mantidos continuamente. Estes planos terapêuticos também têm sido articulados com as escolas (Atraso Desenvolvimento Motor e Transtorno de Déficit de Atenção) e com os profissionais de enfermagem e odontologia da UBS, tanto na produção do cuidado, quanto no seguimento das situações das crianças. A abordagem dos casos envolveram aspectos clínicos, orientações e encaminhamentos dos usuários aos serviços da rede de atenção à saúde. A construção e a mediação do aprendizado nos atendimentos às crianças foram guiadas pelos docentes/tutores, que após conduziram as discussões dos casos entre os acadêmicos. Considerações finais: Concluiu-se que na atenção Básica e com maior cobertura do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) é possível a realização das consultas compartilhadas, pois percebeu-se que atualmente cada profissional realiza a sua consulta em separado, gerando novas consultas e maior tempo de espera do usuário. Dessa forma, a consulta interprofissional compartilhada é uma estratégia resolutiva e de prática colaborativa que pode integrar saberes técnicos, gerando maior resolutividade no atendimento e assistência ao cuidado, demonstrando a potencialidade transformadora do programa na lógica da educação interprofissional nos cenários de ensino. |
7818 | EDUCAÇÃO INTERDISCIPLINAR E PRÁTICA INTERDISCIPLINAR: QUAL O LOCAL DA GESTÃO DO SERVIÇO DE SAÚDE? Yan Nogueira Freitas, Luciana Oliveira Lopes, Gabriella Bacellar Marques, Bahiyyeh Ahmadpour EDUCAÇÃO INTERDISCIPLINAR E PRÁTICA INTERDISCIPLINAR: QUAL O LOCAL DA GESTÃO DO SERVIÇO DE SAÚDE?Autores: Yan Nogueira Freitas, Luciana Oliveira Lopes, Gabriella Bacellar Marques, Bahiyyeh Ahmadpour
Apresentação: Esse trabalho trata do relato de experiência de um grupo de aprendizagem tutorial do Programa de Educação pelo Trabalho (PET) Saúde Interdisciplinar, na cidade de Manaus (AM), sobre reflexões e práticas de gestão possíveis em um Centro de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas (CAPS ad), com foco na interdisciplinaridade. Tem-se como objetivo apresentar e discutir digressões realizadas sobre prática e educação interprofissional em saúde, ao longo dos primeiros oito meses do programa, bem como a importância da gestão no favorecimento de espaços para práticas colaborativas. Desenvolvimento Nessa experiência de aproximação ensino-serviço-comunidade dialogou-se com dois conceitos: pratica interdisciplinar e educação interdisciplinar. Nesse contexto, compreende-se a prática interdisciplinar como um conjunto de práticas de interação participativa que possuem uma axiomática comum a um grupo de campos de saber conexos. No caso do CAPS ad, tem-se o paradigma da Redução de Danos e Reforma Psiquiátrico como esse axioma de conhecimento, que pode ser operacionalizado nos elementos internos dos campos originais de conhecimento dos discentes e dos profissionais de saúde. Ou seja, as ações terapêuticas dos trabalhadores guiam-se pelo paradigma da Redução de Danos e Reforma Psiquiátrica, o que propicia ações de cuidado, em cada campo de formação, com esse compromisso ético-técnico-político. A atuação colaborativa consiste assim em um espaço comum das práticas dos profissionais de saúde (como a clinica ampliada, acolhimento, grupos terapêuticos...), tendo como ênfase as necessidades de saúde de cada usuário do serviço. A educação interprofissional surge enquanto ferramenta importante nesse processo ao possibilitar que duas ou mais profissões aprendam entre si, com e sobre as outras, para melhorar a colaboração e a qualidade dos cuidados ofertados. Nessa perspectiva, os discentes dos diversos cursos da área de saúde estabeleceram diálogos para a educação interprofissional em um campo propício para o desenvolvimento da mesma. Dentre os diálogos estabelecidos, questionamentos emergiram especificamente sobre o espaço de gestão, considerando que uma das preceptoras atua como gestora do serviço: Qual a importância da gestão para a pratica interdisciplinar? De que forma o gestor deve conduzir o serviço a fim de estimular tal prática? Existem instrumentos que podem auxiliar as práticas colaborativas? Como dialogar e garantir que os conhecimentos específicos das profissões dialoguem com a prática interprofissional na construção do cuidado compartilhado? Tais questões permearam os encontros de tutoria e supervisão que construíram a base de um diário de campo que instrumentaliza esse relato de experiência. Resultado: A presença do PET Saúde dentro de um cenário de pratica, por si só, provoca reflexões e questionamentos sobre os processos de cuidado ofertados. Nesses oito meses iniciais, com o tema interdisciplinaridade, verificou-se que o serviço foi estimulado a repensar sobre práticas interdisciplinares e buscar sistematizar o seu fazer, que estava somente baseado na prática. Dessa forma, a gestora do serviço, parte para uma construção dialógica da prática interdisciplinar com os discentes e tutores, e começa a levantar parte das questões acima enunciadas no que diz respeito à gestão para uma prática interdisciplinar. Desses questionamentos, planejaram-se ações de observação participante por parte de uma das bolsistas do PET, em coorientação com o Tutor e Coordenadora do grupo, a fim de propor à equipe de trabalhadores a formulação do que estamos chamando de “protocolos para orientações de ações colaborativas em um serviço com práticas interdisciplinares”. Essa proposta parte do pressuposto de que só é possível sustentar uma equipe interdisciplinar com uma gestão que compreenda a importância dessa prática para o cuidado em saúde, uma vez que é a gestão que irá promover a relação articulada entre os diferentes profissionais de saúde, contrapondo-se às relações tradicionais que insistem em permanecer no planejamento das ações em saúde. Para tanto, observou-se que a gestão deve possuir uma postura democrática, favorecendo a circularidade da informação e das relações interpessoais, questionando nessas relações interpessoais/interprofissionais posturas hierarquizadas, caracterizadas por relações paternalistas, autoritárias e unilaterais, pois a cooperação é uma estratégia fundamental de trabalho entre os profissionais. Uma vez circular e democrático, o cenário propiciou um espaço protegido para fazer acontecer esse compartilhar de ações e diálogos dos casos. Observou-se a reunião de equipe, que ocorre todas as sextas-feiras, como espaço protegido e privilegiado para essa vivência interdisciplinar. A discente/bolsista pôde verificar que esse espaço é garantido e mantido pela gestão do serviço, tornando-se fonte de reflexões sobre a prática colaborativa, vivência de equipe interdisciplinar e espaço de acompanhamento da discente/bolsista do PET/Interdisciplinaridade. Observou-se, nessas discussões, a ausência de instrumentos que garantissem essas práticas, como documentos institucionais (prontuários, projetos terapêuticos singulares compartilhados, estudo de caso compartilhado, interconsulta...); bem como protocolos de ações que podem ser executadas pelos diversos profissionais (acolhimento, grupos terapêuticos, atendimento individual, atendimento familiar,...) e que são comuns às diversas áreas, mas orientadas pelo paradigma do serviço, no caso a Redução de Danos e a Reforma Psiquiátrica. O diálogo sobre uma proposta de pensar esses protocolos fez emergir no grupo uma necessidade de revisitar as atas das reuniões de equipe, verificar até que ponto essas sistematizações já foram pensadas pelo grupo, e até que ponto a prática finalizava no próprio fazer, não levando a uma reflexão sobre a perspectiva ética-técnica-política no processo de cuidado. O grupo do PET aqui composto, a partir dessa vivência prática de construção dialógica entre equipe de trabalhadores/preceptores/discentes/tutor e coordenador, passa a pensar a gestão como mola importante e propulsora da educação interprofissional no serviço, bem como de uma educação permanente interdisciplinar, propiciando a prática a partir do olhar da gestão, possibilitando, inclusive aos discentes/bolsistas uma formação que pense o lugar da gestão como um local possível, para além da assistência. Com isso, a interdisciplinaridade permeia as discussões do espaço de cuidado em saúde tanto na assistência quanto no modelo de gestão do serviço. Considerações finais: Como experiência e vivência do cenário de práticas consideramos o PET/Interdisciplinaridade um lócus privilegiado pensar/fazer a prática interdisciplinar e se aprender com os demais participantes, nessa tríade ensino-serviço-comunidade. Vivenciar um local em que é possível observar a prática interdisciplinar e ainda aprender com e sobre as demais profissões de saúde, torna-se fundamental para o profissional em formação e, até mesmo, aquele já formado. As reflexões e vivências descritas nesse relato de experiência refletem parte dos diálogos provocados nos encontros de supervisão do PET e já sugerem à necessidade de se refletir, para além da prática e da educação interdisciplinar, a gestão interdisciplinar, qual perfil esse gestor deve e se as matrizes curriculares dos cursos de saúde propiciam a formação para gerenciar um serviço de saúde com foco na interdisciplinaridade, e se essa gestão pensa a interdisciplinaridade como diretriz para o cuidado em saúde pública. |
7913 | INTERDISCIPLINARIDADE NA PROMOÇÃO DA SAÚDE: EXPERIÊNCIA NA FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS A PARTIR DA PESQUISA PARTICIPATIVA Lina Márcia Migueis Berardinelli, Maria Lucia Alves Cavaliere, Luciane Pires da Costa, José Silva de Oliveira Barbosa, Irma da Silva Brito INTERDISCIPLINARIDADE NA PROMOÇÃO DA SAÚDE: EXPERIÊNCIA NA FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS A PARTIR DA PESQUISA PARTICIPATIVAAutores: Lina Márcia Migueis Berardinelli, Maria Lucia Alves Cavaliere, Luciane Pires da Costa, José Silva de Oliveira Barbosa, Irma da Silva Brito
Apresentação: No Brasil, a literatura tem apontado dificuldades no processo de formação, no plano acadêmico, considerando que o campo da saúde é um sistema complexo onde circulam e atuam múltiplos sujeitos para efetivarem práticas e pesquisas que requerem, cotidianamente, ações coletivas. Sobre esse processo, a lógica que tem orientado os movimentos educacionais ainda está significativamente deslocada, tanto da realidade epidemiológica do país, em relação as situações crônicas de saúde, quanto dos propósitos assistenciais do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa situação na realidade significa influência negativa para a reorientação das práticas assistenciais, como também, nas mudanças dos serviços de saúde e gerenciamento futuro, dos profissionais que ao retornarem para seus espaços de atuação, se deparam com as instituições de saúde defasadas em relação ao atendimento oferecido a população. Nesse sentido, a formação de estudantes que atuam em um programa de saúde interdisciplinar baseia-se em ações de cuidado focado na promoção da saúde às pessoas com doenças crônicas não transmissíveis (DANT). Em geral as DCNT estão relacionadas a causas múltiplas, caracterizadas por início gradual, prognóstico incerto, de longa duração e períodos de agudização. Geram incapacidades, dificuldades no cotidiano da vida das pessoas, gastos públicos, aposentadorias precoces, inclusive levando a óbito pessoas jovens. Algumas das doenças crônicas demandam atuação de cuidadores, projetos terapêuticos, acesso aos serviços e ações integradas onerosas. De acordo com essas características, as DCNT são responsáveis por 70% das mortes no mundo e por, aproximadamente, 75% das mortes no Brasil, configurando-se como o problema de saúde de maior expressividade no cenário mundial. As DCNT geram também perdas na qualidade de vida, dos anos vividos, das pessoas, das famílias e das comunidades em geral. À medida que a doença avança, agravam-se as iniquidades e aumenta o nível de pobreza. Sendo assim, as DCNT requerem intervenções com uso de tecnologias leves, leve-duras e duras associadas a mudança de estilo de vida, em um processo de cuidado contínuo, que não leva a cura. Sendo assim, nesse Programa de saúde, associa-se a essas ações, práticas pedagógicas e abordagens participativas, fundamentando-se nas diretrizes e ações de cuidado segundo a OMS. Para tanto a promoção de saúde deve ser considerada a ação estratégica e essencial que se utilize o cuidado terapêutico em grupo de ajuda mútua com pessoas vivenciando o adoecimento crônico, em especial a fibromialgia, para que impactem positivamente nas condições determinantes de saúde do grupo participante (GP). Assim, os alunos ao mesmo tempo em que participam do grupo interdisciplinar (GI), composto por profissionais de diferentes campos do conhecimento, oferecendo e produzindo cuidado às pessoas com fibromialgia, adquirem conhecimentos, habilidades e competência para criar grupos, no futuro, depois de formados, em seus ambientes de trabalhos e sejam reprodutores dessas ações. Objetivo: Identificar o conhecimento dos participantes sobre a abordagem participativa; Descrever como ocorreu o processo de formação na perspectiva dos estudantes; Analisar as experiências centrais destes alunos com a pesquisa participativa, a partir da vivência com as equipes e grupos de ajuda mútua. Desenvolvimento: Trata-se de pesquisa de natureza qualitativa de abordagem participativa, colaborativa, desenvolvida em uma grande instituição universitária do Rio de Janeiro. O trabalho foi desenvolvido com 37 alunos que desenvolveram atividades com os Grupos Participantes de pessoas vivenciando a fibromialgia, no período entre 2015 a 2019. As repercussões das pessoas que vivenciam a fibromialgia são imensuráveis, causando transtornos psíquicos, emocionais, cognitivos e limitações abstendo-se da vida funcional, sendo assim precisam de acompanhamentos e cuidados contínuos. As atividades do GI desenvolvidas com às pessoas que vivenciam a fibromialgia duram nove meses, dentro deste período, os participantes passam por três etapas, cada uma com duração de três meses denominadas: adaptação, transição e convivência. Os alunos conheceram todas as etapas, porém, atuaram com frequência integral na primeira etapa, desde a formação do grupo participante, das entrevistas, das reuniões com as equipes onde se planeja as estratégias pedagógicas de promoção da saúde de acordo com as demandas e necessidades das pessoas, como as oficinas de sensibilidade e de criatividade, como também a organização das atividades físicas, aeróbicas e musculação. O estudo foi desenvolvido dentro dos padrões éticos legais de pesquisa com seres humanos, designado pela Resolução nº 466 de 12/12/2012. A técnica de produção de dados foram, World Cafe e entrevista. Em seguida os dados foram transcritos, organizados, seguido da análise temática. Houve participação e envolvimento efetivo dos alunos demonstrando interesse, desde a fase de planejamento até a finalização. Resultado: Inicialmente avaliamos o conhecimento sobre práticas participativas, sendo que, 80% dos participantes não conheciam esse tipo de abordagem e o conhecimento ocorreu a partir das histórias de vida dos sujeitos envolvidos e de todo o processo vivido, na interação com as equipes e com os participantes do grupo Interdisciplinar, seguida da reconstrução da história individual, relatos em grupos, nas oficinas de educação em saúde e com as famílias do GP. O conhecimento foi construído no dia a dia, com a troca de experiências entre os grupos e conceitos de empoderamento, educação em saúde, estratégias pedagógicas, autocuidado, bem-estar, qualidade de vida, alimentação, práticas pedagógicas mais horizontais, escuta ativa, dando voz e ouvindo as pessoas, em suas demandas e necessidades de saúde, monitorando, ajudando-as a repensar e a modificar seus modos de viver. O Grupo Interdisciplinar ofereceu ambiente acolhedor, respeitoso em que todos os envolvidos se sentiram à vontade para fazer perguntas, esclarecer dúvidas, discutir as suas situações de vida, apresentando revelações e sentimentos positivos. Nesse caso criando subsídios para novas reflexões com os alunos sobre os temas desenvolvidos, favorecendo a cocriação do conhecimento e ajudando-os a recriarem em seus espaços futuros a produção de cuidado interdisciplinar, a se desenvolverem enquanto futuros profissionais de saúde, no atendimento às pessoas desenvolvendo a prevenção, a promoção e a produção de cuidados, no sentido de garantir autonomia e bem estar. Considerações finais: Diante dos principais achados é perceptível que a abordagem participativa é capaz de contribuir para consolidação de conhecimento, para interpretação e compreensão das práticas e dos fenômenos, fomentando participação conjunta, cocriação do conhecimento, estímulo a adoção de práticas mais saudáveis, ao mesmo tempo em favorece as práticas dialógicas, interdisciplinares e um espaço integralizador. Desse modo, esse estudante poderá se diferenciar pela formação crítico-reflexiva desde o período de graduação e aprofundando com as experiências vivenciadas e pela capacidade de aprender a aprender com a realidade em que se inserem, ajudando outras pessoas a ressignificar seus modos de viver, os estilos de vida mais saudáveis e a viverem em plenitude com mais autonomia. A avaliação dos alunos do Programa de Saúde evidencia tais aspectos, sugerindo que essa experiência possa se constituir em uma estratégia positiva para a formação de outros alunos e de Recursos humanos que atenda às necessidades do SUS. |
8255 | REFLEXÕES SOBRE A INTERDISCIPLINARIDADE NA ASSISTÊNCIA AOS TRANSTORNOS ALIMENTARES UTILIZANDO FILMES COMO FERRAMENTA DE PROBLEMATIZAÇÃO Ester Costa de Souza, Carolina de Oliveira Coutinho, Thais Nascimento Conde, Cristiane Marques Seixas REFLEXÕES SOBRE A INTERDISCIPLINARIDADE NA ASSISTÊNCIA AOS TRANSTORNOS ALIMENTARES UTILIZANDO FILMES COMO FERRAMENTA DE PROBLEMATIZAÇÃOAutores: Ester Costa de Souza, Carolina de Oliveira Coutinho, Thais Nascimento Conde, Cristiane Marques Seixas
Apresentação: A Nutrição tem como um de seus princípios promover a saúde dos indivíduos através da alimentação, auxiliando no tratamento de doenças. Os transtornos alimentares (TAs) são doenças psiquiátricas que possuem etiologia multifatorial, alto grau de morbidade e mortalidade e caráter crônico e refratário ao tratamento. Devido a enorme complexidade apresentada, demandam tratamento interdisciplinar com equipe composta minimamente por nutricionista, psicólogo e psiquiatra. Sabe-se que apesar do Sistema Único de Saúde (SUS) possuir como princípios a universalidade, integralidade e equidade no acesso à saúde, ainda são limitados os espaços dedicados ao tratamento dos TAs, o que se soma ao alto custo do tratamento na rede privada, restringindo o acesso a certas parcelas da população. A formação do nutricionista, ainda que se proponha a apresentar caráter generalista, humanista e crítico, muitas vezes carece de consolidação teórica que permita ao profissional desenvolver a capacidade de abordar de maneira ampliada questões relacionadas à alimentação, como as conexões entre aspectos subjetivos e comportamentais dos indivíduos. Assim, o trabalho a ser apresentado busca investigar e discutir aspectos interdisciplinares entre nutrição, psicologia e psicanálise através da análise de filmes que mostram estratégias de tratamento de indivíduos com transtornos alimentares (TAs). Para aprofundamento teórico, foi realizada uma revisão bibliográfica em três bases de dados e a leitura complementar de autobiografias e livros relacionados ao tema. Foi selecionado como abertura prática do projeto, o documentário “Thin” para análise detalhada. As cenas julgadas importantes e coerentes para com o objetivo do trabalho foram agrupadas em categorias e subcategorias, e serviram como base para elaboração de um roteiro de discussão do filme aplicado em oficinas realizadas com alunos graduandos em Nutrição. As discussões roteirizadas pré e pós exibição do documentário, demonstraram conhecimento limitado dos estudantes em relação ao tratamento dos TAs, tanto em relação à sua disponibilidade (ou não) na rede publicidade saúde, quanto no que diz respeito ao seu manejo clínico e nutricional. Além disso, de modo geral houve uma crítica à conduta profissional da equipe multidisciplinar do documentário, sendo esta acusativa e interrogatória, comprometendo a relação paciente-profissional e proporcionando um ambiente instável e deletério. Tais aspectos discutidos foram fundamentais para estimular o pensamento crítico dos alunos no que concerne às complexas conexões entre a subjetividade, o comportamento e o hábito dos sujeitos assim como para trazer reflexões quanto às possibilidades de conduta a serem adotadas pela equipe multidisciplinar para assistência a cada caso. |
9672 | O ACADÊMICO DE ENFERMAGEM COMO PROTAGONISTA NA LIGA INTERDISCIPLINAR DE SAÚDE DA MULHER E DA CRIANÇA: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Alessandra Maria de Melo Cardoso, Caroline Drielle dos Santos Oliveira, Hallessa de Fátima da Silva Pimentel, Joelma Sena dos Santos, Joyce Souza Lima, Kátia Silene Oliveira e Silva, Sônia Mara Oliveira da Silva, Thayná Gabriele Pinto Oliveira O ACADÊMICO DE ENFERMAGEM COMO PROTAGONISTA NA LIGA INTERDISCIPLINAR DE SAÚDE DA MULHER E DA CRIANÇA: RELATO DE EXPERIÊNCIA.Autores: Alessandra Maria de Melo Cardoso, Caroline Drielle dos Santos Oliveira, Hallessa de Fátima da Silva Pimentel, Joelma Sena dos Santos, Joyce Souza Lima, Kátia Silene Oliveira e Silva, Sônia Mara Oliveira da Silva, Thayná Gabriele Pinto Oliveira
Apresentação: A Liga Interdisciplinar de Saúde da Mulher e da Criança (LISMUC) foi instituída e fundada em março de 2018 em Belém (PA). Caracteriza-se como uma entidade de aspecto autônomo, civil, laico, sem partidarismo com viés político ou finalidades com atributos lucrativos, organizada por acadêmicos do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade da Amazônia – UNAMA. A LISMUC funciona sob a coordenação de uma professora orientadora; uma coordenadora; uma presidente titular e uma vice; duas diretoras de extensão; duas diretoras de pesquisa; uma diretora de tesouraria; uma diretora de marketing e comunicação; uma diretora executiva; e uma de eventos e ensino. Objetivo: relatar a experiência do protagonismo na diretoria de extensão na liga interdisciplinar de saúde da mulher e da criança (LISMUC). Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência sobre a vivência de acadêmicos perante a coordenação de extensão desenvolvida em uma liga acadêmica com ótica interdisciplinar. Resultado: Sabe-se da importância do ensino-pesquisa-extensão para uma liga acadêmica, diante disto, o ramo da diretoria de extensão permeia o desenvolvimento de projetos curriculares e extracurriculares sobre o contexto interdisciplinar no campo da saúde e na área específica de atenção à saúde da mulher e da criança. O processo de construção dos projetos de extensão e posterior aplicação no campo, tem como finalidade desenvolver e aprimorar as habilidades dos ligantes para atuar de modo crítico-reflexivo com a equipe multiprofissional no contexto do binômio mulher-criança. As atividades realizadas no campo de extensão da liga são efetivadas em casas de apoio, hospitais, creches e outros; e objetiva como resultados, múltiplas intervenções para uma qualidade em saúde efetiva. O protagonismo dentro da diretoria de extensão da liga está aquém de simples formulações de atividades de nível acadêmico, uma vez que a visão é interdisciplinar. Produzir projetos interdisciplinares é propor o desenvolvimento de valores à formação do ligante como futuro profissional para atuar diante do contexto multiprofissional. Considerações finais: Diante do exposto, percebe-se a importância de desenvolver formas de pesquisa e estudo para a somatória de valores indispensáveis para um futuro profissional. Na diretoria de extensão, observa-se a importância do comprometimento do ensino-aprendizagem, visto que esta forma de atuação na liga permite agregar a funções como: organizar, coordenar e avaliar, ou melhor, liderar. O impacto maior dentro desta forma de protagonismo é liderar projetos, visto que é uma forma de lapidar o ligante, prepará-lo para o mercado de trabalho de modo que ele entenda a importância da teoria e da prática. |
10313 | RODA DE CONVERSA SOBRE A PERCEPÇÃO DE ACADÊMICOS ACERCA DA INTERDISCIPLINARIDADE NA ÁREA DA SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Luan Cardoso e Cardoso, Davi Gabriel Barbosa, Ana Carolina Souza da Silva, Victoria Baia Pinto, Alice Pequeno de Brito, Patricia Sarraf Paes, Bianca Beckman Morais RODA DE CONVERSA SOBRE A PERCEPÇÃO DE ACADÊMICOS ACERCA DA INTERDISCIPLINARIDADE NA ÁREA DA SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Luan Cardoso e Cardoso, Davi Gabriel Barbosa, Ana Carolina Souza da Silva, Victoria Baia Pinto, Alice Pequeno de Brito, Patricia Sarraf Paes, Bianca Beckman Morais
Apresentação: A interdisciplinaridade denota um maior grau de interação e de integração entre as diferentes atuações profissionais, sendo também, um meio de promover interação entre os acadêmicos da área da saúde. Durante a formação acadêmica, nota-se pouco incentivo à correlação entre o conteúdo trabalhado em sala de aula e a realidade multiprofissional das universidades e do ambiente de trabalho, destacando, desse modo os enfrentamentos da inserção da interdisciplinaridade nas universidades. Apesar de considerar-se a saúde como um campo transdisciplinar pela complexidade de seu objeto, ao observar-se os serviços que teoricamente atuam de forma multiprofissional, percebe-se na prática a individualização e fragmentação do serviço. Diante disso, o trabalho em equipe é considerado ideal para as práticas em saúde, tornando-se evidente a importância de se discutir a interdisciplinaridade frente a formação acadêmica, levando em consideração o tripé universitário composto por ensino, pesquisa e extensão. Portanto, tem-se como objetivo relatar a percepção de acadêmicos sobre a importância interdisciplinaridade na área da saúde. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência referente à uma roda de conversa realizada em um encontro multidisciplinar em uma universidade pública entre acadêmicos de enfermagem, medicina, educação física, terapia ocupacional e psicologia, na qual buscou-se debater sobre a interdisciplinaridade no contexto da saúde durante o processo de formação acadêmica objetivando compreender seus limites, obstáculos e requisitos nos aspectos curriculares e extracurriculares, assim como discutir acerca da percepção de acadêmicos sobre a importância da atuação interdisciplinar na formação acadêmica e no futuro profissional. Resultado: A princípio, elencou-se tópicos para a realização do debate sobre o assunto, buscando evidenciar o conceito de interdisciplinaridade, as vivências dos acadêmicos entre os tópicos extra e curriculares, os principais obstáculos e desafios e as possíveis ações de enfrentamento frente à essa temática. Observou-se que os acadêmicos obtinham conhecimento comum acerca do conceito de interdisciplinaridade que, no entanto, obteve-se por intermédio de vivências extracurriculares, haja vista que a grade curricular universitária, por sua vez, não oportuniza o estudo adequado sobre a temática o qual caracteriza-se como superficial ou, por vezes, ausente. Dessa forma, ao decorrer do debate, percebeu-se os principais desafios frente à inserção da interdisciplinaridade como um assunto relevante para as formações acadêmica e profissional, a exemplo da ausência de aulas ou módulos que discorram sobre o assunto e suas especificidades de forma majoritária, uma vez que, dos acadêmicos presentes, apenas um vivenciou uma aula sobre o tema. Considerações finais: O presente estudo evidencia a relevância da fomentação de práticas interdisciplinares entre os acadêmicos, as quais ainda são consideradas um desafio na formação acadêmica. Com isso, urge a necessidade de superar as barreiras existentes para que haja a plena implementação dessas atividades, principalmente no que tange a carência de profissionais com formação interdisciplinar e de práticas interdisciplinares curriculares fixas. Nesse âmbito, a interdisciplinaridade não deve ser vista como uma sobreposição de ideias e, sim, como uma forma de complementação entre as mais diversas áreas profissionais, de forma a horizontalizar as relações desde a formação acadêmica até a atuação profissional. |
7660 | VER, REVER E TRANSVER: PRÁTICAS REFLEXIVAS E METODOLOGIAS INOVADORAS ENTRE EDUCADORES DA SAÚDE COLETIVA Daiene Rosa Gomes, Mússio Pirajá Mattos, Samara Nagla Chaves Trindade, Maiara Macedo Silva, Raquel Baroni de Carvalho, Elizabete Regina Araújo de Oliveira VER, REVER E TRANSVER: PRÁTICAS REFLEXIVAS E METODOLOGIAS INOVADORAS ENTRE EDUCADORES DA SAÚDE COLETIVAAutores: Daiene Rosa Gomes, Mússio Pirajá Mattos, Samara Nagla Chaves Trindade, Maiara Macedo Silva, Raquel Baroni de Carvalho, Elizabete Regina Araújo de Oliveira
Apresentação: Atualmente, o mundo esta passando por importantes transformações que repercutem nas ações do profissional de saúde, sendo indispensável à proposição de novas técnicas de formação, com vistas na perspectiva de desenvolver a autonomia individual do profissional em íntima relação com o coletivo. A fim de cumprir esses propósitos e entendendo a formação como uma ação social intencional, através da qual se promovem as aprendizagens que contribuirão para a realização de um determinado projeto de sociedade, propõe-se aqui o uso de metodologias ativas como estratégia potencializadora a fim de fazer pensar, problematizar e construir novas práticas interdisciplinares. Assim, esse relato de experiência, tem o objetivo compartilhar a vivência do uso de metodologias ativas de ensino-aprendizagem como ferramentas no processo de formação interdisciplinar e construtivista, visando contribuir com um dispositivo formativo-reflexivo. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência da iniciativa que ocorreu a partir do componente curricular “Interdisciplinaridade em Saúde Coletiva” oferecido por um Doutorado Interinstitucional em Saúde Coletiva, entre março a junho de 2019. Dentro de um cenário formativo e refletivo, integraram essa iniciativa, quatro doutorandos, a fim de gerar discussões acerca da problemática, motivações, objetivos e justificações a luz da obra “Interdisciplinaridade e Patologia do Saber” de Hilton Japiassú (1976, p. 39-70) com os colegas e os professores-facilitadores do referido componente. Sendo assim, serão explanadas as iniciativas que compuseram a oficina “Ver, rever e transver: Uma festa de desformatura!”. Para o “Ver” foi gerado o acolhimento, em uma sala escura, onde os participantes estavam com os olhos vendados e permaneceram em formato de círculo. Utilizamos a música “Aquieta Minh’alma” do Ministério Zoe como disparador para harmonizar o encontro. Nesse momento, houve a pactuação para utilização da placa dos sentidos no momento de fala. Posteriormente, os participantes foram convidados a circular pela sala que estava: com tarjetas coloridas com passagens da obra “Interdisciplinaridade e Patologia do Saber” Japiassú (1976 p. 39-70). E posteriormente, os participantes foram convidados a compartilhar os significados percebidos. No “Rever” para gerar constatação no caminho interdisciplinar, os educandos foram sensibilizados, inicialmente, com a viagem educacional (VE), realizada com a exposição do curta-metragem “A ponte – Trabalho em Equipe” (2010). No segundo momento, utilizamos perguntas norteadoras através da: problemática, motivações, objetivos e justificações da interdisciplinaridade em Japiassú (1976) em consonância com a VE e relacionar com sua práxis pedagógica. Posteriormente, foram assegurados espaços de fala da constatação dos significados percebidos. No “Transver” cada participante foi convidado a utilizar uma bexiga onde iriam colocar uma palavra ou frase a partir do seguinte questionamento: Como posso ser interdisciplinar? Posteriormente, os participantes foram convidados a jogar as bexigas para o alto, onde conquistaram outra bexiga, sendo desafiados a associar as suas percepções com o olhar do outro, através da bexiga conquistada e depois foram assegurados espaços de fala através dos significados percebidos. Na busca de um caminho construtivista para o desenvolvimento de reflexões e desformações a respeito da interdisciplinaridade, os participantes foram convidados a realizar o processo de autoavaliação, expressando com palavras as competências adquiridas na oficina. Resultado: É importante esclarecer que a interdisciplinaridade não é uma técnica didática, nem um método de investigação, mas sim, um elemento teórico-metodológico da diversidade e da criatividade. Dentro desse contexto, a oficina “Ver, rever e transver: Uma festa de desformatura!”, abre caminhos para desformar através de uma estrutura rizomática múltipla, complexa e plural, constituída por múltiplas culturas, diversidades, realidades sociais, comunicacionais e linguagens, através dos significados percebidos pelos educandos. O momento do Ver: O acolhimento e a Pactuação, permitiu observar, pensar e julgar a partir de uma iniciativa que permitiu o aparecimento de reflexão, de tomada de consciência e de fatos relacionados à interdisciplinaridade. Trata-se da criação de um ambiente para levar-lhes a conhecer/ver uma escola diferente. Nesse momento, os olhares deixaram de se tornar desconfiados e a curiosidade e aceitação permitiu conhecer as diversas disciplinas ministradas pelos colegas em uma perspectiva de se pensar o ser humano de forma global. Os significados percebidos e compartilhados com os colegas foram: encontro, curiosidade, reconstrução, surpresa, reflexão, realização e disponível. No Rever foram direcionados ao processo de constatar a interdisciplinaridade a partir dos significados percebidos no eixo razão-emoção, a partir da VE com o curta-metragem “A ponte – Trabalho em Equipe”. Os significados percebidos, foram: construção, evolução, avaliação, desafio, reencontro, atenção, interação, compartilhar e regeneração. Assim, dentro de uma matriz de subjetividades multiplicam-se os objetos apresentados na inspeção. Os discursos através de palavras impulsionam pontos de vistas em relação a possibilidades, esperanças e motivações. No Transver, apresentou as seguintes percepções: possibilidades, motivação, respeito, inquietação, persistir, esperança, experimentar, combustível e transformado. A forma de lidar com os desafios nesse processo complexo contribuiu para que a dinâmica apresentasse um caráter racional, afetivo e intelectual dos sujeitos envolvidos. Os envolvidos levantaram suas necessidades, impulsos em relação às situações que enfrentam. Dentro do caminho rizomático construiu-se uma árvore de competências com os participantes da oficina. Esse sistema de conhecimento e desenvolvimento permitiu ao grupo a aquisição da autoavaliação estimulada pela reflexão, onde foram destacados: compartilhamento, reflexivo, união, reflexão, escuta, humildade, abertura, transdisciplinaridade, respeito, gente diversidade, atores do próprio conhecimento, transformação, significados percebidos, ressignificação do conhecimento, ressignificação da sala de aula, ação-reflexão-ação, olhar ampliado, pluripensares, humanização, aprendizagem significativa, desformação, criatividade, autonomia, trabalho em equipe, problemática, motivações, objetivos, justificações, autorreflexão, integração, interprofissionalidade, autoconhecimento, multiculturas, novos conhecimentos, proatividade e interdisciplinaridade. Essa avaliação da aprendizagem de forma dinâmica, livre de tensão e estresse sem os resultados estarem expostos em provas ou números. Considerações finais: Ao tecer redes de formação interdisciplinar e construtivista em um caminho que foi visto, revisto e o transver permitiu alcançar o propósito interdisciplinar. A oficina “Ver, rever e transver: Uma festa de desformatura!” permitiu a construção do conhecimento interdisciplinar através de uma educação transformadora que amplia o mundo de cada sujeito em uma dinâmica através das malhas da rede. Esse desafio rizomático, complexo de articulação de conceitos e práxis permite tecer aprendizagens compartilhadas nos nós das redes, tornando-a relacional e humana. A utilização de metodologias ativas de ensino-aprendizagem foi uma ferramenta assertiva que possibilitou acompanhar a construção dos saberes e as potencialidades de fazeres. |
7705 | UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A CRIAÇÃO DA LIGA ACADÊMICA DO ESTUDO DA DOR APLICADA À ENFERMAGEM Vitória Letícia Silva, Maria Luiza Sady Prates UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A CRIAÇÃO DA LIGA ACADÊMICA DO ESTUDO DA DOR APLICADA À ENFERMAGEMAutores: Vitória Letícia Silva, Maria Luiza Sady Prates
Apresentação: O Estudo da Dor é uma área que se dedica à compreensão dos aspectos físicos, psíquicos, emocionais, culturais e sociais que fundamentam a dor. Apesar dessa compreensão, ainda existem dificuldades em mensura-lá devido ao seu caráter subjetivo, dificultando assim a assistência humanizada de enfermagem que vá atender a integralidade e complexidade do indivíduo. Diante disso, as ligas acadêmicas surgem como atividades extracurriculares que proporcionam um aprendizado significativo para o estudante, promovendo a interlocução entre o ensino-pesquisa-extensão, que as grades curriculares nem sempre abrangem, ou é abordado de forma superficial. O objetivo desse trabalho é mostrar a importância de focar os estudantes de enfermagem a uma formação que se atente a essa questão por meio da criação de uma Liga Acadêmica para o curso de enfermagem. Desenvolvimento: A Liga Acadêmica de Estudo da Dor Aplicada à Enfermagem foi idealizada durante o ano de 2019 entre os alunos que realizavam as disciplinas de tanatologia, farmacologia e estudo da dor na Universidade Federal de Minas Gerais. Trata-se de um estudo descritivo na modalidade relato de experiência, elaborado a partir da vivência de duas graduandas em Enfermagem. Resultado: A Liga Acadêmica de Estudo da Dor foi cogitada em 2019 por um grupo de estudantes de enfermagem da Universidade Federal de Minas, que explanavam a necessidade de reajustar os seus currículos para as novas perspectivas do cuidado. Com ênfase em, reconhecer o papel do enfermeiro na prestação de cuidados às pessoas com dor, aprimorar a compreensão do estudante acerca dos aspectos físicos, psíquicos, sociais e espirituais que envolvem a dor, desenvolver o hábito de observação, registro e divulgação de informações da área supracitada, proporcionar aos membros efetivos e diretoria a possibilidade de participação em projetos de pesquisa, estimular o acesso às publicações científicas da área de Estudo da Dor com ênfase na análise crítica, a partir de reuniões periódicas, desenvolver grupos de estudo e discussões, palestras e cursos relacionados aos interesses da Liga, desenvolver tarefas em âmbito comunitário, visando a melhor qualidade de vida das pessoas com dor, em acordo com as resoluções da EEUFMG, fornecer a agenda anual de Cursos e Congressos na área de Estudo da Dor. Considerações finais: Com a criação da Liga Acadêmica do Estudo da Dor Aplicada à enfermagem, considera-se, portanto, que os saberes proporcionados são imprescindíveis para a formação plena do futuro profissional de Enfermagem, sendo um processo de ensino-aprendizagem ativo e emancipatório que despertam a autonomia e competência dos sujeitos. Além de aprenderemos a lidar de forma humanizada, integral e segura na identificação e manejo dos cuidados para o paciente com dor. |
7918 | UNIVERSIDADES PROMOTORAS DA SAÚDE: UM PROCESSO TRANSFORMADOR E PARTICIPATIVO Adriana da Silva Santiago, Vera Maria Sabóia UNIVERSIDADES PROMOTORAS DA SAÚDE: UM PROCESSO TRANSFORMADOR E PARTICIPATIVOAutores: Adriana da Silva Santiago, Vera Maria Sabóia
Apresentação: Estudo sobre o fortalecimento das ações de promoção da saúde, com estudantes de graduação da área da saúde de uma universidade pública federal, fundamentada na proposta das Universidades Promotoras da Saúde. As Universidades podem tornar-se espaços significativos de promoção da saúde e bem-estar para diferentes atores sociais. O presente estudo tem como Objetivo: Desenvolver proposta fundamentada nos preceitos das Universidades Promotoras da Saúde, com estudantes de uma Universidade Federal do Rio de Janeiro, com vistas ao impulsionamento de políticas de saúde adequadas às necessidades contextuais. Objetivo: específicos: 1-Caracterizar ações de promoção da saúde realizadas com estudantes de graduação da área da saúde, existentes nesse cenário; 2-Analisar aspectos relacionados ao estilo de vida e saúde desses graduandos; 3-Discutir a proposta das Universidades Promotoras da Saúde como um projeto intersetorial nessa instituição. Método: Estudo de natureza mista, com abordagem participativa, como referencial teórico pretende-se utilizar a Teoria Libertadora de Paulo Freire, com aprofundamentos conceituais vinculados à prática dialógica e reflexiva, que estimula o pensar criativo e inovador. O cenário será uma Universidade Federal localizada no Rio de Janeiro. Os participantes serão estudantes de graduação da área da saúde. Os dados serão produzidos por meio do Questionário Estilo de Vida Fantástico, Pesquisa Documental e Entrevista Semiestruturada. A técnica de análise de dados será a Análise de Discurso e Análise Estatística Descritiva.Tese de partida: Ações de Promoção da Saúde devem ser fomentadas nas Universidades com estudantes de graduação visando impactos positivos na Promoção da Saúde individual e coletiva. Resultado: esperados: Espera-se que as ações de Promoção da Saúde reafirmem o papel das Universidades como centro de inovação e criatividade no desenvolvimento de um ensino transformador e participativo. |
8090 | IMPLANTAÇÃO DAS DISCIPLINAS CUIDADOS PALIATIVOS E PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE NA UERJ: ATENÇÃO INTEGRAL E INTERPROFISSIONAL Aline Rodrigues Martins, Andréa Augusta Castro Castro, Fátima Sueli Neto Ribeiro, Fernanda Afonso IMPLANTAÇÃO DAS DISCIPLINAS CUIDADOS PALIATIVOS E PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE NA UERJ: ATENÇÃO INTEGRAL E INTERPROFISSIONALAutores: Aline Rodrigues Martins, Andréa Augusta Castro Castro, Fátima Sueli Neto Ribeiro, Fernanda Afonso
Apresentação: Os novos paradigmas no cuidado à saúde demandam da universidade conteúdos, abordagens e projetos pedagógicos que ultrapassem a unidisciplinaridade e promovam integração no plano teórico e prático. Os temas: Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) e Cuidados Paliativos (CP) são estratégicos para a atenção integral à saúde e não possuem abordagens definidas nas graduações da área da Saúde. Ambos são recomendados pela OMS e normatizados pelo Sistema de Saúde. No formato de duas disciplinas integradoras de caráter universal são oferecidas desde 2019 na UERJ com participação multidisciplinar. Objetivo. Analisar a construção coletiva das disciplinas universais PICS e CP na UERJ. Desenvolvimento. A disciplina CP iniciou em 2018 e foi rediscutida em oficinas coletiva com os departamentos: Medicina Integral e Familiar, Clínica Médica, Cirurgia, Psicologia Médica, Instituto de Psicologia, Núcleo de Cuidados Paliativos (NCP) e estudantes. Foi ampliada aos cursos da Saúde, Serviço Social e Educação Física. A disciplina PICS foi estruturada a partir das Faculdades de Nutrição, Enfermagem, Medicina e Educação Física. Nucleada pelo Programa de Extensão (PROCRIAR) que oferece terapias de PICS à comunidade da UERJ. Assumiu um caráter universal ilimitado a qualquer curso. Em ambas a equipe constituiu os conceitos estruturantes nos temas e as atividades práticas. Os métodos de aprendizado tiveram por base casos clínicos, dinâmicas de grupo, técnicas lúdicas com material didático e preleção. Com carga horária de 45 h divididas em 1h teórica e 2 h práticas semanal. As práticas foram realizadas no ambulatório NCP e as terapias vivenciadas na sala de aula e no ambulatório do PROCRIAR. Foi realizado um pré e pós-teste e relatórios dos casos vivenciados, visando avaliação da aprendizagem. Resultado:. A disciplina de CP foi constituída: 52% de medicina, 19% de serviço social, 9,5% de psicologia, 8% de enfermagem e 4% de educação física. A maioria acima do sétimo período com inserção em unidade de saúde (52,4%) sem experiência prévia em CP. PIC foi constituída por: 30% Educação Física e Nutrição, Psicologia, Jornalismo, Engenharia e Serviço Social 14% cada um. Apenas um aluno possuía experiência com PICS. Pré-testes questionavam o entendimento sobre os conceitos estruturantes e pós-teste, além de registro da apreensão dos conceitos, debateu as mudanças pessoais. O caráter não obrigatório tornou as disciplinas leves, com assiduidade e interesse. A fixação do conteúdo ficou acima de 85% e mudanças pessoais foram relatadas em 100% dentre os alunos de PICS. Destaca-se como pontos positivos a integração dos departamentos e cursos da saúde, cenários de ensino possibilitando o contato com o paciente e família, metodologias ativas e a vivência de cada teoria, propiciando aprendizado individual. Como dificuldades a inserção de tecnologias leves em uma escola tradicional e o longo processo para reconhecimento do caráter científico dos temas. Conclusão. O êxito do ensino realizado de forma interdisciplinar se sustentou na problematização das vivências, no cuidado ao usuário e propicia a ressignificação das práticas em saúde. Tem como desafio basear-se estar sustentado no paradigma da integralidade e centrado na pessoa, considerando as dimensões biopsicossociais contra hegemônica ao modelo biomédico. |
6407 | CONHECENDO AS AÇÕES E OS SERVIÇOS DO SUS EM PARINTINS: UMA CONTRIBUIÇÃO A FORMAÇÃO CIDADÃ DOS ESTUDANTES DO IFAM Reidevandro machado da silva Pimentel, Raianne de Souza Rodrigues CONHECENDO AS AÇÕES E OS SERVIÇOS DO SUS EM PARINTINS: UMA CONTRIBUIÇÃO A FORMAÇÃO CIDADÃ DOS ESTUDANTES DO IFAMAutores: Reidevandro machado da silva Pimentel, Raianne de Souza Rodrigues
Apresentação: Este trabalho caracteriza-se como um relato de experiência do Projeto Educacional “Vamos conhecer o SUS, sua organização, ações e serviços em Parintins?”, desenvolvido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas – IFAM Campus Parintins, que possibilitou aos estudantes dos cursos subsequentes informações quanto à organização do Sistema Único de Saúde (SUS), o acesso as ações e aos serviços ofertados em Parintins, bem como o seu processo de planejamento e execução. O projeto disponibilizou ainda orientações a respeito do funcionamento e da funcionalidade do serviço de saúde no Campus, posto que conta com uma equipe multiprofissional composta por enfermeiro, técnico em enfermagem, psicóloga, nutricionista e assistente social. O objetivo geral do projeto foi objetivou conhecer o funcionamento das ações e serviços de saúde do SUS, bem como os serviços ofertados pela equipe multiprofissional do IFAM Campus Parintins aos cursos subsequentes do turno noturno. Os objetivos específicos foram possibilitar aos estudantes informações acerca dos processos de gestão da saúde; promover processos de discussões quanto as ações e serviços disponibilizados pela Equipe Multiprofissional do IFAM e Equipes do SUS; possibilitar aos estudantes o contato com diversas profissões, auxiliando-os na sua escolha profissional. Sua relevância científica e social reside na possibilidade de promover formação cidadã aos estudantes por meio do acesso a informações desse sistema no sentido de desenvolver a reflexão e a criticidade sobre a saúde na rede pública. O Sistema Único de Saúde (SUS) é um sistema amplo e complexo que visa trazer a saúde o mais perto possível da população, mas é importante lembrar que a realidade vivenciada pela sociedade leva a descrença dada à dificuldade de acesso aos serviços ofertados. Todo o processo de construção do SUS tem a participação efetiva da população através dos conselhos e conferências de saúde e seu funcionamento depende não apenas de decisões governamentais, mas também da participação da população. Diante disso, é fundamental conhecer os princípios e diretrizes do SUS e, por conseguinte, seu pleno funcionamento. Nem todos sabem que a saúde, assim como a educação, é um direito social que deve ser reconhecido e que foi assegurado na Constituição Federal de 1988. Outro ato normativo que referenda a saúde é a Lei 8.080/ 90 (Lei Orgânica da Saúde), que regulamenta o SUS, sistema que continua a ser aprimorado para atender a demanda da população, cada vez mais crescente. Além disso, há muitos problemas quanto a compreensão do funcionamento do sistema por parte da população, que certamente causa “confusão”, uma vez que campanhas de orientação sobre oferta de serviços são raras ou inexistentes e essa desinformação gera insatisfação do usuário seja na UBS ou mesmo no próprio IFAM. No âmbito do Campus Parintins, em 2015, houve a nomeação da equipe multiprofissional de saúde para realizar atividades voltadas a promoção da saúde e prevenção de doenças e acidentes. Para se ter ideia da demanda desses profissionais, os serviços de Enfermagem e Psicologia no período de 2015 a 2018 somaram 1.601 atendimentos, sendo 1.061 consultas de enfermagem e 540 consultas psicológicas. Cumpre salientar que este dado se refere exclusivamente a atendimentos ao paciente, seja ele, estudante, familiar, servidor ou público externo, e não a outras atividades relacionadas às atribuições destes profissionais de saúde. Infere-se que com o passar dos anos, as queixas relacionadas à dificuldade de acesso na rede pública se acentuaram e talvez o quantitativo elevado de atendimentos realizados no IFAM Campus Parintins seja um reflexo da falta ou escasso acesso aos serviços de saúde na rede pública municipal. Além disso, há relatos de que quando não conseguem atendimentos em Unidades Básicas de Saúde ou não estão no Campus acabam procurando as emergências hospitalares para tentar sanar seus problemas, o que gera superlotação nos dois prontos socorros da cidade, que poderia ser amenizada se esses sujeitos conhecessem a diferença dos fluxos de atendimento da atenção básica e dos serviços de emergência. Diante dessa constatação, o projeto oportunizou o acesso a informações e discussão sobre o SUS e as peculiaridades de cada categoria profissional, que compõe a equipe multiprofissional em saúde do Campus Parintins. Nesse sentido, ações educativas foram desenvolvidas no âmbito acadêmico, embora sejam raras nos espaços escolares, mesmo com a vigência do Programa Saúde na Escola, representaram o primeiro passo rumo à transformação dessa realidade de desinformação sobre a saúde pública no cenário brasileiro. Para tanto, foram convidados profissionais de diferentes áreas de atuação, que trabalham na rede pública de saúde e militam nas questões que envolvem o SUS, para palestrarem sobre diversas temáticas relacionadas ao escopo do projeto, cujo intuito foi qualificar as informações repassadas aos estudantes acerca do acesso e funcionamento dos serviços e, desse modo, oportunizar reflexões e discussões no meio acadêmico sobre o papel social de cada cidadão na melhoria desse sistema, visando a ampliação da informação e a transformação de discentes em agentes multiplicadores do conhecimento em sua comunidade. O projeto foi realizado com alunos dos cursos de nível técnico subsequente de Administração, Agropecuária, Informática, Meio Ambiente e Recursos Pesqueiros, entre os meses de agosto a novembro de 2019 no auditório do Campus, que participaram efetivamente dos encontros e contribuíram com suas experiências e vivências nas discussões, bem com esclareceram suas dúvidas a respeito do tema em questão. Este público foi selecionado por tratar-se de discentes que no período diurno trabalham e que relatam escasso tempo para cuidar da saúde e que por vezes reclamam da insuficiência de fichas de atendimento nas unidades de saúde. Diante desse panorama, constatou-se que dos diversos papéis da escola, um deles é o de formar cidadãos reflexivos e críticos de seu papel, enquanto agente de transformação social. Ademais, é recomendável, quiçá, imprescindível, iniciativas como esta no ambiente escolar, especificamente no que tange ao acesso a informações sobre o SUS para que ele possa ser fortalecido e consequentemente possibilite a melhoria da saúde e qualidade de vida da população. Entendemos, por fim, que abordar na escola um tema tão relevante, como o aqui abordado, é dar sobrevida para um sistema que diariamente salva milhares de histórias de vida, e que ao mesmo tempo, luta para se manter equânime, integral e resolutivo. Palavras-chave: Sistema Único de Saúde; Cidadania; Educação em Saúde. |
9427 | EQUIPE INTERDISCIPLINAR - A IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO DE UM GRANDE QUEIMADO EM CENTRO ESPECIALIZADO Lívia Machado de Mello Andrade, Luana Schroeder Damico Nascimento Schroeder Damico Nascimento Macedo, Renatta Karoline Bekman Vogas, Bruno Bianco Gall de Carvalho, Fernanda Brandão Coelho, Maria Cristina do Valle Freitas Serra EQUIPE INTERDISCIPLINAR - A IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO DE UM GRANDE QUEIMADO EM CENTRO ESPECIALIZADOAutores: Lívia Machado de Mello Andrade, Luana Schroeder Damico Nascimento Schroeder Damico Nascimento Macedo, Renatta Karoline Bekman Vogas, Bruno Bianco Gall de Carvalho, Fernanda Brandão Coelho, Maria Cristina do Valle Freitas Serra
Apresentação: No Brasil, as agressões configuram as principais causas externas de morte em crianças e adolescentes. Dentre elas, a queimadura é uma das que mais requerem um tratamento interdisciplinar para garantir qualidade na assistência durante a internação e após a alta hospitalar, de modo a praticar um dos princípios do Sistema Único de Saúde. Diante disso, objetiva-se relatar caso de adolescente com queimadura grave, destacando-se a participação da equipe interdisciplinar. Desenvolvimento: Estudo observacional descritivo, com dados coletados do prontuário em agosto de 2019. A partir de tais dados, obteve-se o relato. A.Y, 13 anos, moradora do Complexo do Alemão, feminina, analfabeta funcional, vítima de queimadura por chama causada por violência de sua progenitora, que é portadora de transtorno bipolar. Foi internada em um Centro de Tratamento de Queimados para tratamento de queimadura de 2º grau profundo e 3º grau, em face, pescoço, tórax anterior e abdome, com 20% de superfície corporal queimada. Foi admitida intubada, com síndrome edemigênica, herpes e candidíase genitais. Iniciou-se antibioticoterapia, balneoterapia diária, analgesia, auto-enxertia, terapia nutricional e fisioterápica adequadas para grande queimado, além de acompanhamento por psicóloga e assistente social. Resultado: Destaca-se a abordagem não farmacológica da dor, realizada em conjunto pela equipe interdisciplinar, que é composta também pelos acadêmicos (estudantes de medicina e enfermagem), por meio de atividades recreativas, que atenuaram o aspecto emocional da dor e permitiram um cuidado integral, humanizado e centrado no indivíduo. Após 90 dias de internação, permaneceu no ambiente hospitalar por razões sociais, para planejamento de inserção em família adotante, retorno às atividades escolares e garantia de atendimento médico e psicossocial pelo Sistema Único de Saúde. Considerações finais: A realização de uma assistência interdisciplinar, com a participação dos acadêmicos, além do tratamento medicamentoso e cirúrgico foram fundamentais para a recuperação integral da paciente e para o retorno à sua vida diária. |
9441 | METODOLOGIAS ATIVAS NA EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA ATENÇÃO BÁSICA: REFLEXÃO SOBRE COMPETÊNCIAS INTERPROFISSIONAIS Terezinha Paes Barreto Trindade, Paulo Vitor de Souza Silva, Cristiane Costa Braga, Talitha Rodrigues Ribeiro Fernandes Pessoa, Michelly Santos de Andrade, Davy Alves da Silva METODOLOGIAS ATIVAS NA EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA ATENÇÃO BÁSICA: REFLEXÃO SOBRE COMPETÊNCIAS INTERPROFISSIONAISAutores: Terezinha Paes Barreto Trindade, Paulo Vitor de Souza Silva, Cristiane Costa Braga, Talitha Rodrigues Ribeiro Fernandes Pessoa, Michelly Santos de Andrade, Davy Alves da Silva
Apresentação: A política de Educação Permanente foi incorporada no contexto da saúde do país em 2004 como estratégia de fortalecimento e melhoria do processo de formação dos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), visando mudanças nas relações estabelecidas com usuários, assim como, entre os profissionais. O presente trabalho relata sobre a implementação da temática interprofissional dentro da dinâmica de uma Unidade de Saúde da Família (USF), por meio da educação permanente em saúde, embasada em metodologia ativa. Momento conduzido pelo grupo de campo do projeto PET- Saúde Interprofissionalidade. Objetiva-se, nesse relato, narrar a produção do conhecimento para e com equipe saúde da família, quebrando assim, a verticalidade da concepção do conhecimento e valorizando a troca de saberes individuais para a construção de saberes coletivos. Descrição da Experiência: A experiência constitui num momento de encontro, onde foi trabalhada a temática da interprofissionalidade e seus conceitos no processo de trabalho. A atividade foi realizada no momento de reunião de equipe. Foi aplicada a dinâmica “siga o mestre”, a qual contou com a participação de profissionais que compõem o quadro da unidade, juntamente com profissionais presentes do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF). De forma aleatória, foram escolhidos 3 participantes, que observaram previamente um desenho de uma casa e logo após foram vendados seus olhos. Eles tinham a missão de desenhar uma casa semelhante à previamente visualizada, com a ajuda do restante do grupo. Porém, o auxílio só podia se expressar de forma verbal, com orientações, e nunca de forma direta guiando a mão do voluntário vendado. Ao término desta etapa, foi solicitado que a equipe refletisse sobre a dinâmica (pontos positivos, dificuldades enfrentadas, cumprimento do objetivo) e que buscasse, dentro da vivência, algumas competências que norteiam o trabalho interprofissional: trabalho em equipe, comunicação interprofissional, liderança colaborativa, e resolução de conflitos. Resultado: A experiência em questão, ressaltou a importância de momentos de reflexão sobre temas diretamente ligados ao trabalho colaborativo em saúde dentro da USF. O momento possibilitou que os trabalhadores refletissem sobre o seu conhecimento prévio acerca dos conceitos, e como eles emergiram durante a tarefa. Houve a correlação reflexiva pela equipe entre a dinâmica e a prática desenvolvida em suas rotinas de trabalho diárias. Além da atividade ter disponibilizado ferramentas teóricas para os trabalhadores desenvolverem mudanças em seus modelos de trabalho em saúde, buscando melhorias, pautadas na dinâmica interprofissional. Considerações finais: A escolha de uma abordagem criativa e problematizadora, que busca a construção coletiva, fortaleceu o desenvolvimento de competências de comunicação interprofissional, estimulando para a mudança de perfis profissionais. Esta experiência demonstra que as metodologias ativas podem colaborar dentro do processo de formação permanente em saúde. O desenvolvimento da atividade, pelo grupo PET-Saúde Interprofissionalidade, contribuiu para construção de novas perspectivas para a prática interprofissional, ressaltando a importância da educação permanente como estratégia no processo do desenvolvimento da interprofissionalidade dentro dos serviços de saúde. |
10820 | LIGA INTEGRADA EM SAÚDE – INTERDISCIPLINARIDADE, INCLUSÃO E INTEGRAÇÃO Mariana Almeida Ferreira Böning, Helena Gomes Correa, Ana Vitória Peclat dos Santos Montanholi, André Angelo Ribeiro de Assis Filho LIGA INTEGRADA EM SAÚDE – INTERDISCIPLINARIDADE, INCLUSÃO E INTEGRAÇÃOAutores: Mariana Almeida Ferreira Böning, Helena Gomes Correa, Ana Vitória Peclat dos Santos Montanholi, André Angelo Ribeiro de Assis Filho
Apresentação: Pensada através das aulas de Fonoaudiologia e Saúde Coletiva, a Liga Integrada em Saúde (LIS) se iniciou em debates que contemplavam as políticas públicas em saúde, visando a integralidade. Dessa forma, o interesse dos estudantes ultrapassou o ambiente de sala de aula, revelando a necessidade dessa experiência para a formação de profissionais. Sabendo que “saúde” é um conceito que abrange todos os âmbitos da vida humana, fez-se indispensável a participação de diversos cursos, dentro e fora dos campi, proporcionando uma troca rica de conhecimentos interdisciplinares. Em dezembro de 2017, foi fundada a LIS, pelos alunos do curso de fonoaudiologia da Universidade Federal do Espírito Santo, com o principal interesse na formação acadêmica visando os princípios do ensino, pesquisa e extensão, que familiarize os futuros profissionais com as diretrizes do SUS. Com a pretensão de iniciar ações de conscientização e atuação em saúde pública, a Liga trouxe os conceitos da interdisciplinaridade e inclusão, por reunir estudantes de universidades pública e privada e integrando outras ligas dos cursos das áreas da saúde e humanas. À frente da organização está a Diretoria, essa é composta por estudantes de diversas áreas, como nutrição, biomedicina, biologia, direito e fonoaudiologia. É organizada por Presidente, Vice-presidente, Diretor de pesquisa e extensão, Diretor de Comunicação, Tesoureiro, Secretário e membros agentes. A eleição desses cargos é realizada pelos membros agentes, podendo se candidatar qualquer um que tenha integrado a liga no ano anterior e terá 1 ano de mandato. O método de ingresso a liga é feito via inscrição online 15 dias após divulgação do edital de novas vagas a cada início de período. A seleção se dá por ordem de inscrição e entrevista com os diretores. Após a inscrição, os alunos interessados, ao estarem cientes das diretrizes e do estatuto da liga, assinaram um termo de compromisso. Por possuir perfil social, a LIS busca estar em sintonia com o calendário da saúde pública, em especial, promovendo campanhas para os meses coloridos do ano. Após sua criação seu primeiro evento foi “Atenção Interdisciplinar à pessoa com Esclerose Lateral Amiotrófica”, tendo como palestrantes fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeuta ocupacional e nutricionista referenciando o Dia Mundial da Conscientização da ELA. Em junho/2018 o de “Direitos Humanos e Cidadania: Implicações para a Assistência em Saúde” com palestras sobre população negra, LGBT+, em situação de rua, pessoas privadas de liberdade, álcool e drogas. No dia 01 de Outubro de 2018, comemorando o Dia Internacional do Idoso, foi realizada uma ação interdisciplinar para a comunidade e adjacências, “Envelhecer é Saudável!”. O evento foi um dia com palestras, atividades práticas e oficinas sobre nutrição, cuidados com a pele, prevenção de acidentes no domicílio, uso consciente de medicamentos, envelhecimento da voz e deglutição e saúde bucal destinadas à população idosa. Iniciando 2019, em parceria com a Liga Acadêmica de Oncologia, foi feito o “Cuidado Integral à Pessoa com Câncer de Cabeça e Pescoço” onde Fonoaudiólogos, Nutricionistas, Médicos e Dentistas especialistas na área oncológica ministraram palestras de caráter científico aos alunos. Em agosto, juntamente com a Liga de Linguagem do Espírito Santo, o evento “Interfaces do TDAH e Dislexia em uma Abordagem Multiprofissional” e o “I Simpósio Capixaba Interprofissional de Dislexia” contando com a presença de Fonoaudióloga, Médica Neurologista, Psicopedagogas e Psicólogas falando da importância do diagnóstico multiprofissional e atuação nas escolas. Já no decorrer de setembro, o trabalho visou os alunos da universidade federal, um público notoriamente deficitário de saúde mental. A tarefa foi criar uma rede de apoio, estabelecer vínculos de confiança entre os alunos e disponibilizar contatos.Também foi levada a abordagem do abraço, para trazer conforto e intimidade para pessoas que sofrem de transtornos como a ansiedade, a depressão e o pânico. Além disso, os integrantes puderam divulgar os projetos de terapia emocional, ofertadas pelo curso de psicologia nos campi. A ação do outubro Rosa, foi com enfoque na promoção de educação em saúde, os integrantes se posicionaram nos terminais de ônibus da cidade de Vitória (ES), entrando em contato com o grande público presente. Lá, os estudantes puderam orientar as mulheres sobre o câncer de mama e, também, sobre quais serviços públicos a Secretaria de Saúde providenciou para o período de fora dele. Internamente temos reuniões mensais para grupos de estudos com temas sugeridos pelos membros, que pode contemplar desde temas específicos, até estudos para a residência multiprofissional e outros concursos; estudam a legislação e diretrizes do SUS, epidemiologia e saúde coletiva com a orientação de professores tutores. E foi dessas discussões que foi percebida a necessidade de abordar mais profundamente a Saúde Coletiva no Campus e foi como surgiu a Liga Acadêmica de Saúde Coletiva (LASC). Como primeiro evento conjunto da LASC e LIS, planejou-se o Novembro Azul “Homem e Família”, com parceiros como Detran, SAMU e Secretaria Municipal de Saúde, que forneceu materiais impressos para serem distribuídos. Seria realizado na praça do Bairro Itararé próximo ao Campus Maruípe com oficinas sobre abandono paternal, ISTs e doenças que mais atingem a população masculina, importância do tempo em família, entre outros; porém devido às fortes chuvas que atingiram a capital na época, foi necessário adiar este evento. Através das ações, eventos, palestras e grupos de estudo, notou-se o crescimento do interesse da comunidade científica por temas como “saúde pública”, “integração”, “SUS” e “multiprofissionalidade” e, consequentemente, o desenvolvimento da liga, tanto em número de participantes, quanto em qualidade de serviço e pesquisa. O desenvolvimento pessoal de cada integrante mostra a importância da experiência para a graduação de profissionais dentro e fora da universidade e fomenta a retribuição do conhecimento para a comunidade. É sensível a demanda por atividades extracurriculares pelos alunos da Universidade Federal do Espirito Santo. Com os avanços dos estudos científicos, muito se debate a necessidade da evolução da noção do papel do profissional de saúde, de sua função social diante um modelo ainda predominante na formação e de uma objetificação do ser humano. Diante deste dilema, a Liga Integrada em Saúde vem tentar sanar essa demanda e se colocar como agente transformador do processo educacional dos estudantes, promovendo valores humanísticos que possam estar introduzindo conceitos mais amplos e críticos de saúde, que entendam politicamente as demandas sociais e, portanto, contribuir para formação que vá além da alienação de um modelo industrial institucional. |
9487 | A IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL NO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO NA ATENÇÃO BÁSICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE RESIDENTES EM SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO Larissa Borlin Ladeira Ontiveros, Mariana Espinola Robin A IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL NO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO NA ATENÇÃO BÁSICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE RESIDENTES EM SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIROAutores: Larissa Borlin Ladeira Ontiveros, Mariana Espinola Robin
Apresentação: Os primeiros modelos assistenciais em saúde bucal no Brasil tiveram enfoque reparador-curativo, no âmbito individual. A saúde bucal, na esfera pública, era restrita aos escolares, geralmente de 6 a 14 anos e, posteriormente, aos trabalhadores com vínculo formal de trabalho. Estas condicionalidades de acesso associadas ao enfoque da prática odontológica, à precariedade das políticas públicas de saúde e ao distanciamento da saúde bucal dos demais serviços de saúde resultaram em um expressivo aumento da incidência e prevalência da doença cárie, de caráter biossocial e multifatorial, e da doença periodontal, ocasionando muitas perdas dentárias. Nesta perspectiva, associada à expansão da Atenção Básica, por meio da Estratégia Saúde da Família, foi criada a Política Nacional de Saúde Bucal – Brasil Sorridente, em 2004, com a reorientação do modelo assistencial, articulação da Rede de Atenção à Saúde (RAS) e ações interdisciplinares e intersetoriais, buscando a integralidade do cuidado. Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência de um atendimento interdisciplinar entre residentes multiprofissionais em saúde da família das categorias de nutrição e odontologia. Usuária do sexo feminino, 69 anos, insulino-dependente se apresentou por demanda espontânea ao serviço de Odontologia da Clínica da Família Anthídio Dias da Silveira, no Rio de Janeiro. À anamnese, foi relatada hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus tipo II, compensados. Ao exame clínico, foi indicada exodontia total em mandíbula, em função de doença periodontal. É amplamente difundida na literatura a relação bidirecional entre doença periodontal e o diabetes e, para além desta relação, há um maior risco de infecção pós-operatória e dificuldade cicatricial em pacientes descompensados. Como protocolo para atendimento cirúrgico, é necessária aferição da pressão arterial sistêmica e da glicemia antes do procedimento. A glicemia estava acima dos valores de referência, impossibilitando a realização do procedimento. Desta forma, a usuária foi orientada a participar do Grupo Bem Viver, voltado para questões ampliadas de nutrição e saúde. Após algumas semanas, ainda com a glicemia fora dos valores de referência, com as orientações do Grupo e impossibilidade de agendamento de consulta com médica de sua equipe, por ausência da mesma, optou-se por realizar interconsulta entre dentista, enfermeiro e nutricionista. Foi realizado, em conjunto com a usuária, um planejamento de mudança de hábitos alimentares e orientações quanto ao uso de seus medicamentos. Após cerca de três meses de atividades coletivas e individuais interdisciplinares, a glicemia se manteve dentro dos valores de referência, o que possibilitou início e conclusão do tratamento odontológico, de forma adequada. Esta experiência ratifica a importância da atuação multiprofissional e interdisciplinar na Atenção Básica. A residência multiprofissional potencializa, enquanto espaço de formação e posterior atuação destes profissionais na ponta do serviço, a transição do modelo biomédico, fragmentado e especializado para o conceito ampliado de saúde, considerando a integralidade do sujeito, os determinantes sociais de saúde e a convergência com os princípios e diretrizes da Atenção Básica. |
9203 | EXTENSÃO: QUANDO A FORMAÇÃO SE TRANSMUTA EM FORMA-AÇÃO Paula Land Curi, Beatriz Malheiros Brito, Beatriz Malheiros Brito, Paloma Lima Ramos Jashar, Luciana da Silva Oliveira EXTENSÃO: QUANDO A FORMAÇÃO SE TRANSMUTA EM FORMA-AÇÃOAutores: Paula Land Curi, Beatriz Malheiros Brito, Beatriz Malheiros Brito, Paloma Lima Ramos Jashar, Luciana da Silva Oliveira
Apresentação: Este trabalho apresenta uma experiência extensionista em Psicologia, que objetiva refletir e intervir nas violências de gênero, na cidade de Niterói. Apesar de atualmente o tema estar bastante em voga, faz-se importante marcar que, no âmbito da formação em psicologia, gênero e violências não costumam ser temas abordados, tendo em vista que não compõem o rol das teorias, fenômenos e/ou processos que circunscrevem o chamado campo psi. Percebe-se que a formação curricular em psicologia apresenta muitas fragilidades, especialmente quando se pauta por teorias e constructos, por vezes, bastante distantes e desconectados da realidade social brasileira. Infelizmente, ainda mantemos uma formação colonizada, centrada em autores europeus, que descreveram, por seus olhos de “homens brancos da ciência”, uma determinada psicologia – hegemônica, branca, masculina e elitizada. Por apostarmos em uma psicologia plural e diversa, comprometida ético e politicamente com a sociedade brasileira e com a democracia, introduzimos, através de da extensão universitária, a possibilidade de se propor a construção de uma psicologia feminista decolonial brasileira, integrando à psicologia, as contribuições dos estudos de gênero e dos feminismos. Nesta perspectiva, surgiu o projeto Por que também temos que falar de violência?, atualmente com três grandes objetivos: a) orientar mulheres no território sobre as violências de gênero e garantias de direitos, dando também relevo ao tripé da seguridade social; b) oferecer prestação de serviço à comunidade, sob forma de atendimento psicológico às mulheres em situação de exposição às violências, em especial daquelas que, por algum motivo, ficaram alijadas do sistema de saúde; e, c) a formação de profissionais capacitados ao trabalho nas políticas públicas e nos programas especialmente dirigidos às mulheres. Esses três objetivos se integram em uma proposta mais ampla de formação, onde discentes participantes se “encorpam” das temáticas no território, com mulheres, junto delas, para elas, e junto de instituições do poder público voltadas à formulação, implementação e efetivação de políticas públicas. O projeto tem como mote a promoção de cuidados em saúde e garantia de direitos para mulheres em situação de violência de gênero. O projeto surgiu, em 2015, e foi paulatinamente ganhando capilaridade. Ele efetivamente surgiu quando a coordenadora do projeto foi convidada a falar em um evento em comemoração ao dia Internacional da Mulher. Mas comemorar o quê? Este não seria o melhor verbo para fazer alusão a situação da mulher brasileira. Por que também temos que falar de violência? traz em sua indagação uma afirmação exclamada como exigência: temos que falar de violência! E, para falar de violência, por que não começarmos a falar da violência no município de Niterói, em nosso território, onde ela se traduz tanto em números quanto na ausência deles. Ponto dois de partida: Hospital Universitário Antônio Pedro/ Programa Ministerial SOS Mulher: a porta de entrada do municípios de Niterói para o acolhimento de mulheres em situação de violência doméstica e sexual. Número médio anual de mulheres atendidas: 10. Eis que começamos a perceber que: ou a cidade de Niterói é livre de violência, ou o programa não ganha visibilidade na sociedade. Afinal, programa com emergência 24h acontece em hospital terciário de emergência referenciada, cujas portas se fecham às 19h. Diante das evidências, priorizamos criar espaços de diálogos com a população, com os profissionais de saúde, assim como com o poder público, visando compreender que leitura esses segmentos faziam do problema que nos acenava. Posteriormente, parcerias interinstitucionais foram estabelecidas visando se delinear uma visão mais sistematizada do problema, partindo da rede de saúde, em diferentes níveis de atenção. Redes frágeis, profissionais despreparados para lidar com as violências de gênero, problemas diversos relatados, especialmente, pelas mulheres. No que tange ao acolhimento às violências, nem os gestores pareciam estar satisfeitos com o cenário. Era evidente o que todos nós já sabíamos, mas, nem por isso, deixávamos de (re)produzir: itinerários em rotas críticas. Efetivamente sobre atendimento psicológico, um caos ainda maior se instaurava, não somente pelo número pequeno de profissionais psis, com trabalhos precarizados, na rede de saúde pública. A cisão que existe entre as políticas de saúde mental e a de saúde criavam/criam cenários desconcertantes. Às questões de saúde mental, as doenças, transtornos e tratamentos calam as violências de gênero e suas urgências – tudo passa a fazer parte do quadro, sem critério algum. Mulheres em espaços que, supostamente, lhes dariam vozes, muitas vezes caladas pelo que há de mais trivial do machismo: adjetivadas loucas suas vozes não fazem ecos, são sempre duvidosas. O fato é que, em nossas andanças, percebemos que psicólogos sabem pouco de saúde pública, de saúde coletiva, sabem pouco de rede de cuidados, menos ainda sobre agravos de violência. Nem mesmo conhecem o sistema de informação de agravos de violência– SINAN. Eles dão fortes sinais de como a formação está à parte, como não funciona visando integralidade e intersetorialidade de ações, como não visa outros e novos modos de fazer psicológicos. Na fala das mulheres, violências diversas, reproduzidas pelo Estado, pelas instituições, pela Psicologia, que de algum modo “goza” com o fato de ter a maioria dos inscritos no seu conselho como sendo do sexo feminino, mas, nem por isso, se (pre)ocupa em refletir o que isso quer dizer em país misógino, onde a divisão sexual do trabalho é evidente. Mas, como as profissionais psis, treinadas a atender o indivíduo, em sua singularidade, lá em seu campo fantasístico, vai trabalhar com aquilo que nunca sequer escutaram falar? A formação (formatação) nunca lhes havia ensinado, reclamam. Passamos ao um terceiro momento-objetivo, quando entendemos que precisávamos, de fato, submergir nos estudos de gênero e nas contribuições feministas para poder fazer uma nova psicologia. Pensar como as estruturas sociais incidem nas formações, em especial em psicologia, nos dispositivos de saúde, produzindo e reproduzindo as formas estruturais de negação ao acesso à cuidados em saúde às minorias sociais, neste contexto, as mulheres- que são diversas e plurais. Propor uma formação em psicologia, com o SUS, junto ao SUS, através do SUS, para o SUS. Concluímos, com esse trabalho extensionista, que experiências como esta são fundamentais e colocam em xeque à formação acadêmica. Através dela pudemos deixar os bancos universitários, transpor os muros que blindavam o conhecimento no interior da universidade e da instituição Psicologia e propor forma-ação e formas-de-ação. Entendemos que estar com mulheres no território, partilhando com elas de forma dialógica as vivências que se dão em suas vidas e em seus corpos de mulher, promove uma transmutação sem igual na formação de psicologia que conhecemos, que mais se traduz por uma forma(ta)ção. Ao retiramos da formação a sua fôrma, aquilo que lhe dá um formato rijo e intransponível, que nos faz (re)produzir formas hegemônicas de produzir conhecimento, possibilitamos uma forma-ação. Propiciamos meios de produzir movimentos e deslocamentos que corroboram para a construção de uma psicologia engajada com questões nossas, para a construção de políticas públicas e sociais que tenham a mulher não apenas como objeto, mas sujeito ativo e participante. |
10446 | A INTERPROFISSIONALIDADE DA ABORDAGEM COMUNITÁRIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UMA EXPERIÊNCIA TRANSFORMADORA DE REALIDADES Michele Abreu Franco, Lohany Gomes Ferreira Teixeira, Silvia Mello dos Santos A INTERPROFISSIONALIDADE DA ABORDAGEM COMUNITÁRIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UMA EXPERIÊNCIA TRANSFORMADORA DE REALIDADESAutores: Michele Abreu Franco, Lohany Gomes Ferreira Teixeira, Silvia Mello dos Santos
Apresentação: Este trabalho consiste em descrever abordagens comunitárias realizadas pelos alunos dos cursos de medicina; enfermagem; nutrição e educação física, integrantes do Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde (PET-SAÚDE) Interprofissional, em uma Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) do interior do Estado do Rio de Janeiro. A UBSF está localizada em um território de alta vulnerabilidade social e violência urbana, onde se agrega a prevalência de doenças crônicas e problemas de saúde mental. Prevalecem de acordo ao diagnóstico da situação de saúde, muitos trabalhos informais que provocam instabilidade financeira e emocional, e são causas de dores musculares de ritmo mecânico. Em 2019 a equipe do PET-INTERPROFISSINAL organizou grupos terapêuticos para atuar nesta necessidade. São eles o grupo “No Ritmo da Vida” e o grupo “Juntos contra a Dor”. O grupo “No Ritmo da Vida”, tem como princípio ministrar aulas de dança de salão para os pacientes. A dança surge como atividade prazerosa em um ambiente de violência, promove saúde além de maior interação entre os indivíduos e atuando sobre o sedentarismo. Fator de risco para diversas doenças. O aluno da educação física ministra as aulas, de periodicidade quinzenal com a ajuda das demais profissões que juntas desenvolvem a colaboração, uma das bases da educação interprofissional (EIP). A traves da interdependência os alunos trabalham concomitantemente a alimentação saudável, qualidade, modo e estilo de vida. A participação da equipe nas aulas constrói uma relação de confiança mais próxima entre os profissionais e deles com os usuários em consequência disso os retornos às consultas são mais resolutivos não apenas pelos resultados do grupo, mas pela formação de vínculos entre os envolvidos. Toda dor traz sofrimento, principalmente porque interfere na qualidade de vida. Como proposta de intervenção foi criado o grupo de dores de ritmo mecânico, denominado “Juntos contra a Dor”. Os pacientes encaminhados do consultório com o diagnóstico, frequentam o grupo de periodicidade quinzenal, com alta após resolubilidade. Trata-se de um espaço terapêutico que utiliza as diferentes profissões para promover melhor eficácia da técnica aplicada, gerando um ambiente de aprendizado mútuo e interativo. A preceptora, médica de família e comunidade da UBSF, realiza o agulhamento a seco ou massagem nos “pontos gatilho” do músculo afetado. Os alunos de medicina conseguem realizar a técnica sob supervisão, a aluna de enfermagem ajuda na avaliação dos sinais vitais após o procedimento e no momento do agulhamento com técnicas de respiração para relaxamento muscular. O aluno da educação física coopera no alongamento do musculo afetado, e se houver sobrepeso os usuários também passam pela avaliação nutricional com a estudante deste curso. Nesse contexto, toda a equipe participa, utilizando juntos suas especificidades e entendendo que sozinhos não teriam a mesma eficácia. Nesse sentido, a interprofissionalidade dentro da Atenção Primária a Saúde (APS) cria movimentos capazes de fornecer saúde, empoderando seus atores, agindo e transformando as realidades de um território para atingir as necessidades em saúde das pessoas. Além disso, rompe com o modelo de educação uniprofissional, biomédico, vertical e centralizador, promovendo uma formação ampliada, horizontal e humana. |
6885 | A PRÁTICA DE HUMANIZAÇÃO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA RODA DE CONVERSA Camila Leite Medeiros Muniz, Ana Caroline dos Santos Rocha, Adriele Rodrigues de Oliveira, Ellen Cristiane Corrêa Pinho, Maíra Fabiane Silva Ferreira, Cristina Areda Oshai, Tatiana Karen Negrão dos Santos A PRÁTICA DE HUMANIZAÇÃO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA RODA DE CONVERSAAutores: Camila Leite Medeiros Muniz, Ana Caroline dos Santos Rocha, Adriele Rodrigues de Oliveira, Ellen Cristiane Corrêa Pinho, Maíra Fabiane Silva Ferreira, Cristina Areda Oshai, Tatiana Karen Negrão dos Santos
Apresentação: O relato de experiência é originário de uma atividade de Educação na Saúde realizada com trabalhadores da Estratégia Saúde da Família (ESF) - Terra Firme, em Belém do Pará, fundamentada a partir de reflexões e discussões sobre a concretização da Política Nacional de Humanização (PNH) na Atenção Básica. A PNH reafirma os princípios éticos e organizacionais do Sistema Único de Saúde (SUS), visando à implementação plena desse Sistema. Os estudos relativos à humanização no atendimento em saúde refletem na construção de práticas que visem a melhoria dos serviços e acolhimento em todos os espaços da unidade, fundamentadas nos princípios da universalidade, integralidade da assistência, a participação social, dentre outros. Para isso, requer a revisão e reavaliação das práticas cotidianas, de modo a materializar a valorização do profissional e dos usuários, bem como a participação de todos os envolvidos no processo. Ao afirmar o protagonismo dos sujeitos, com base no seu princípio do protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos, a PNH estimula a transformação das práticas profissionais através da reflexão crítica sobre os processos de trabalho, sendo que as ações de educação em Saúde e na Saúde podem ser propícias para isso, além disso contribui com a qualidade do cuidado/ autocuidado e a promoção da humanização, tanto nas condições de trabalho, quanto na assistência à população, com a participação de trabalhadores, gestores e usuários. Objetivo: Descrever a experiência vivenciada a partir das atividades organizadas e desenvolvidas por acadêmicas de Enfermagem, Serviço Social, Psicologia e as profissionais Enfermeiras, durante uma roda de conversa realizada com trabalhadores da Estratégia Saúde da Família (ESF) - Terra Firme. Descrição: A experiência foi realizada a partir da inserção das discentes no Programa de Capacitação em Atenção à Saúde da Criança - Estágio Multicampi Saúde - 2019/2020 executado na Estratégia de Saúde da Família (ESF) Terra Firme, situada em Belém (PA), durante o mês de setembro de 2019. O bairro da Terra Firme compreende, segundo dados do Censo 2010- do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de 61. 439 habitantes. É uma região periférica da capital do estado do Pará que apresenta determinantes sociais conhecidos como a violência, baixa escolaridade, falta de saneamento básico, entre outros. A roda de conversa foi planejada a partir de reuniões que ocorreram na Unidade entre as discentes e as profissionais enfermeiras, nas quais foram definidos os temas e a dinâmica utilizada na abordagem. A partir disso foram confeccionados dois cartazes, concebidos para dar ludicidade e dinamicidade à roda e que continham várias frases explicitando “O que fazer” e “O que não fazer” na hora do atendimento e acolhimento dos usuários. Observou-se que os cartazes estimularam o debate e na medida que os trabalhadores iam dando suas contribuições eram feitas as reflexões sobre como melhorar o relacionamento interpessoal com os usuários e colegas de trabalho e as práticas a serem evitadas no dia a dia. Resultado: Apesar de todos os funcionários da ESF terem sido convidados para a roda de conversa, apenas 15 Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) de um total de mais de 40 funcionários, entre eles médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes administrativos. Foram discutidas as diretrizes e os princípios da PNH do HumanizaSUS. A atividade trouxe resultados focados principalmente para a discussão sobre o acolhimento, que é uma das diretrizes da PNH e é essencial para a percepção do usuário quanto ao serviço prestado. Os ACS verbalizaram a importância da discussão, bem como deram exemplos de situações adequadas e inadequadas à PNH, além de discutir o que modificar positivamente em suas abordagens. Outra questão bastante abordada foi a intersecção entre o fazer do ACS e o de outros profissionais. O ACS, como principal elo de acesso entre o sistema de saúde e a comunidade, é o responsável por fazer uma busca ativa, entrar nos domicílios e trazer a população para a unidade de saúde e vice versa. Tal ponte é prejudicada quando o usuário, ao chegar na unidade, se depara com profissionais não receptivos, com um ambiente inóspito e com um atendimento rápido no qual ele não se sinta acolhido. Além disso, foram discutidas maneiras de tornar o ambiente de trabalho mais humanizado para os próprios trabalhadores. As condições estruturais da unidade, ambiente entre os funcionários e a hierarquização das profissões foram os principais problemas pontuados pelos ACSs que destacaram tais aspectos como dificultadores da implementação de um ambiente seguro e acolhedor de trabalho. O encontro foi finalizado com uma avaliação positiva dos participantes, trabalhadores e estagiárias, que consideraram o momento muito importante para a sua atuação no Sistema Único de Saúde (SUS). Considerações finais: O principal objetivo da PNH é melhorar a qualidade da assistência prestada aos usuários, transformar as relações entre os funcionários e potencializar o ambiente de promoção e prevenção de saúde. Ela efetiva tais objetivos por meio de suas políticas e diretrizes. A roda de conversa realizada trouxe resultados positivos, sendo possível observar entre os participantes a troca de experiências em um ambiente acolhedor que estimulou a gestão participativa, e consequentemente garantiu um melhor ingresso dos usuários aos diversos serviços ofertados. Por outro lado, dada a ausência de outros profissionais da equipe, a roda centrou-se no fazer diário e nas práticas de cuidado do ACS, fato que prejudicou o diálogo e a articulação que eram pretendidos entre todos os trabalhadores da equipe. No entanto, o processo de construção da roda de conversa agregou significativos conhecimentos às autoras, uma vez que se deu pela construção de diversas perspectivas do campo da saúde envolvendo profissionais e discentes do campo da enfermagem, psicologia e serviço social. Dessa forma, observa-se que a implementação de um fazer humanizado esbarra em vários entraves, tais quais a hierarquização de saberes e fazeres dentro de um ambiente de trabalho. Posto isso, torna-se relevante consolidar atividades conjuntas e multiprofissionais, principalmente na Atenção Primária a Saúde, onde a área é dirigida para abranger objetivos múltiplos de cuidados e prevenção com a saúde do ser humano de forma holística, que só a atuação formação de uma equipe multiprofissional poderá ofertar – uma ação diferenciada e humanizada. |
9694 | INTEGRAÇÃO ENSINO, TRABALHO E CIDADANIA NO PRIMEIRO PERÍODO DO CURSO DE PSICOLOGIA DO UNIFESO Bruna Cardoso Rocha Saragô, Maria Cristina Lenz, Priscila Esteves Santos, Stephany Emile Rocha Knupp, Geórgia Rosa Lobato, Laura Corrêa de Magalhães Landi, Ana Maria Pereira Brasilio de Araújo INTEGRAÇÃO ENSINO, TRABALHO E CIDADANIA NO PRIMEIRO PERÍODO DO CURSO DE PSICOLOGIA DO UNIFESOAutores: Bruna Cardoso Rocha Saragô, Maria Cristina Lenz, Priscila Esteves Santos, Stephany Emile Rocha Knupp, Geórgia Rosa Lobato, Laura Corrêa de Magalhães Landi, Ana Maria Pereira Brasilio de Araújo
Apresentação: O curso de graduação de Psicologia do Unifeso tem a inserção de seus estudantes e professores em cenários reais de prática desde o primeiro período, no eixo curricular de Integração Ensino, Trabalho e Cidadania (IETC). O presente trabalho tem como objetivo descrever e refletir acerca de uma estratégia de intervenção realizada pelo primeiro período do curso de psicologia, em um conjunto habitacional de vítimas das fortes chuvas que atingiram Teresópolis – RJ, em janeiro de 2011. A estratégia de intervenção realizada pelos acadêmicos sob acompanhamento da equipe de docentes da instituição foi iniciada com encontros de territorialização, para moradores e estudantes construírem vínculos e possibilitar o trabalho a partir de demandas trazidas pelos moradores. A intervenção descrita neste trabalho foi voltada aos adolescentes moradores deste condomínio. Foi realizada uma dinâmica de grupo para abrir um espaço de fala e de escuta, no qual os adolescentes se expressaram coletivamente levando em conta os sentimentos e emoções que permeiam seus cotidianos. Durante a ação, os adolescentes foram participativos, formularam questões que foram inseridas em uma caixa de perguntas, posteriormente as questões foram debatidas entre eles com a mediação dos acadêmicos e docentes. Tais questões versavam sobre dúvidas, traumas, experiências vivenciadas pelos adolescentes acerca da vida, sexualidade, bullying e mal-estar. Houve grande envolvimento emocional na atividade proposta e um espaço de reflexão foi construído. Nesta ação de saúde mental houve grande adesão e entrosamento entre os adolescentes e o grupo de estudantes de psicologia. A atividade proporcionou a construção de vínculos, acolhimentos e novos modos de cuidado em saúde, realizados no território. Os acadêmicos relataram surpresa diante dos temas trazidas pelos adolescentes, que rapidamente ocuparam seus espaços de fala, trazendo questões íntimas, transformando o encontro em um espaço de cuidado, inaugurando novas formas de fazer saúde. Desta forma, essa experiência de Integração Ensino, Trabalho e Cidadania proporcionou grande troca e aprendizado para adolescentes e acadêmicos. Ao priorizar o currículo integrado, foi possível a inserção dos estudantes na prática profissional, acompanhada de reflexão e discussão orientada pelos docentes, que visa a significação de conceitos teóricos, possibilitando o aprendizado de novos conhecimentos, habilidades e atitudes, e, portanto, a construção de novas competências por parte dos acadêmicos de psicologia do Unifeso. |
11783 | INTERPROFISSIONALIDADE NA FORMAÇÃO DE ENFERMEIROS: MAPEAMENTO DE INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS Cinira Magali Fortuna, Bruna Moreno Dias, Thalita Caroline Cardoso Marcussi, Mayra Gonçalves Menegueti, José Renato Gatto Junior, Lucieli Dias Pedreschi Chaves, Andrea Bernardes, Silvana Martins Mishima INTERPROFISSIONALIDADE NA FORMAÇÃO DE ENFERMEIROS: MAPEAMENTO DE INFORMAÇÕES DISPONÍVEISAutores: Cinira Magali Fortuna, Bruna Moreno Dias, Thalita Caroline Cardoso Marcussi, Mayra Gonçalves Menegueti, José Renato Gatto Junior, Lucieli Dias Pedreschi Chaves, Andrea Bernardes, Silvana Martins Mishima
Apresentação: Há uma deficiência de estudos que apontam os avanços e desafios da formação profissional de enfermeiros na perspectiva da Educação Interprofissional. Pensando nisso, este trabalho pretende apresentar parte de uma pesquisa em andamento intitulada “Interprofissionalidade na formação de enfermeiros no Brasil”, cujo objetivo é analisar a formação de enfermeiros no Brasil com relação à interprofissionalidade. Desenvolvimento: Trata-se de estudo estruturado em três etapas, sendo elas: Etapa I, com - delineamento quantitativo descritivo, transversal, com a finalidade de identificar, em documentos de acesso público, a ocorrência dos termos “Interdisciplinar/Interdisciplinaridade”, “Interprofissional/Interprofissionalidade”, “Multiprofissional”, “Prática colaborativa/Trabalho colaborativo”, “Trabalho de equipe/Trabalho em equipe” Na etapa II, será realizada análise documental de informações sobre o currículo do curso, tendo como referência o roteiro de análise dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPPs) proposto por Barr (2003). Na Etapa III, serão realizadas entrevistas semiestruturadas com os responsáveis das Escolas de Enfermagem e/ou coordenadores de cursos de enfermagem em nível superior, que se aproximem da perspectiva da formação interprofissional são apresentadas, neste trabalho, as informações pertinentes à Etapa 1, que foi estruturada a partir de consulta nos sítios eletrônicos do INEP e e-MEC, com a identificação de 1.304 cursos de enfermagem, dos quais 1.220 foram sinalizados como ativos, compondo a amostra deste estudo. A coleta de dados foi realizada no período de outubro de 2019 a fevereiro de 2020. Os registros obtidos foram editados em planilha eletrônica no software Microsoft Excel e exportados para software estatístico IBMS SPSS Statistics, versão 19.0. Resultado: Foram analisados 1220 cursos, sendo 1.211 cadastrados na modalidade presencial e 9 na modalidade a distância. A Região Sudeste concentra maior proporção de cursos de enfermagem (39,7%), seguida pelas regiões Nordeste (28,4%), Sul (13,4%), Centro-Oeste (10,9%) e Norte (7,6%). Não foram identificados documentos para análise em 26% dos cursos; o site da instituição foi a principal fonte de informações (23,3%); o Projeto Pedagógico do Curso (PPC) estava disponível para 16,4% dos cursos, enquanto que o Projeto Político Pedagógico foi localizado para apenas 3,3% dos cursos. Nos documentos analisados, o termo mais frequente foi “Interdisciplinar/Interdisciplinaridade”, presente em 34,8% dos cursos, seguido por “Multiprofissional”, em 29,3%, e “Trabalho de equipe/Trabalho em equipe”, em 21,9%. Os termos “Interprofissional/Interprofissionalidade” e “Prática colaborativa/Trabalho colaborativo” tiveram menor frequência, com 5,2 e 4,5%, respectivamente. Na contagem de termos, observa-se que em 54,6% dos cursos não há a ocorrência; e em 18% dos cursos há a menção de três ou mais termos. Cabe destaque para a modalidade a distância, em que, dos 9 cursos, 4 não mencionam qualquer um dos termos e apenas 2 cursos mencionam 3 termos, não havendo menção de 4 ou 5 termos para nenhum curso. Considerações finais: Nesse contexto, os dados mostram que os documentos públicos dos cursos não citam a perspectiva interprofissional. Há ainda importante ausência de informações públicas sobre os cursos. |