339: As experiências formativas no cotidiano dos serviços de saúde da Rede SUS | |
Debatedor: Elaine Antunes Cortez | |
Data: 31/10/2020 Local: Sala 02 - Rodas de Conversa Horário: 08:00 - 10:00 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
6905 | EDUCAÇÃO PERMANENTE SOBRE BIOSSEGURANÇA NO ÂMBITO DA ATENÇÃO BÁSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Jennifer Karen Ferreira Macena, Késsia Ailly Santos Hayase, Marcela Rodrigues Cardoso EDUCAÇÃO PERMANENTE SOBRE BIOSSEGURANÇA NO ÂMBITO DA ATENÇÃO BÁSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA.Autores: Jennifer Karen Ferreira Macena, Késsia Ailly Santos Hayase, Marcela Rodrigues Cardoso
Apresentação: Entende-se por biossegurança um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam interferir ou comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o meio ambiente. Atualmente, a lei de biossegurança brasileira é a Lei 11.105, de 25 de março de 2005, que dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança, a qual estabelece normas ligadas a área da saúde do trabalho, como também aquelas ligadas ao meio ambiente e à biotecnologia. Os profissionais de saúde estão diariamente expostos a riscos e acidentes relacionados a biossegurança, seja em hospitais, ambulatórios, Unidades Básicas ou em domicílio, introduzindo-se assim o Agente Comunitários de saúde (ACS) neste contexto, haja vista que seu papel principal é ser o elo entre o usuário e o serviço, o que consequentemente contribui para sua exposição a riscos como os outros profissionais de saúde. As infecções identificadas na Atenção Primária à Saúde (APS) representam um problema grave no que tange a saúde do trabalhador, evidenciado pelo grande números de pesquisas voltadas para o ambiente hospitalar e escassa abordagem dessa problemática na Atenção Primária, desconsiderando a sua importância, o que é um equívoco tendo em vista que os profissionais que atuam nesse ambiente também estão expostos a elevados riscos decorrentes de suas atividades laborais e cuidados domiciliares que permeia a manipulação de materiais biológicos. No que se refere a saúde do profissional da área saúde, os riscos a materiais biológicos (sangue e outros fluidos orgânicos), principalmente, estende-se às probabilidades de exposição ocupacional a agentes biológicos patogênicos decorrentes do ambiente de trabalho. Sendo essa exposição dividida em duas categorias: a exposição intencional resultante da atividade laboral como o manuseio direto com material biológico, e a não intencional, decorrente da atividade laboral, sem o contato direto com esse agente que é inerente a qualquer estabelecimento de saúde. Nessa perspectiva, a capacitação desses profissionais, configura-se como fundamental e indispensável na realidade em que a atenção primária perpassa, considerando-se que a Estratégia de Saúde da Família (ESF) especificamente, é responsável pela maior expansão da rede de serviços públicos de saúde e um cenário de grande representatividade da saúde atual. Portanto, segue acompanhada por crescentes problemáticas referente a técnicas e percepções ultrapassadas (comuns em todos os níveis de atenção à saúde), na qual necessitam frequentemente serem atualizadas ou aperfeiçoadas, para que os profissionais sejam aptos no exercício de sua profissão sem correr riscos a sua saúde. Diante dessa problemática, houve a necessidade de abordar essa temática, a partir da notável negligência quanto às medidas de biossegurança, justificado pela insipiência na realização de capacitações para esses profissionais no atual cenário da Atenção Básica. Com base nisso, o presente trabalho tem por objetivo relatar a experiência de acadêmicas de enfermagem frente a uma ação educativa sobre Biossegurança para profissionais de uma ESF. Desenvolvimento: A ação educativa foi desenvolvida pelos acadêmicos em uma Estratégia de Saúde da Família, no município de Abaetetuba, nordeste do estado do Pará, durante a participação no projeto de extensão Multicampi da Universidade Federal do Pará (UFPA) no período do mês de dezembro de 2019. A capacitação foi planejada para atender toda a equipe da ESF – enfermeira, técnicos de enfermagem, médicos, agentes comunitários de saúde, recepcionista, agente de serviços gerais, entre outros –. A dinâmica foi constituída, primeiramente, por uma experiência sensorial na qual os participantes de olhos vendados ouviram alguns casos fictícios relatados de forma dramática pelos alunos sobre profissionais da área da saúde que sofreram acidentes ocupacionais com materiais biológicos, ocasionados pela não utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e por não realizarem a higienização correta das mãos. Posteriormente, iniciou-se uma reflexão a respeito das boas práticas de biossegurança e a importância do uso de EPIs, na qual os participantes puderam expressar seus sentimentos e compartilhar experiências vivenciadas durante suas rotinas no dia a dia de trabalho. E finalizou-se com uma explicação sintética a respeito da higiene das mãos, dos EPIs e ordem correta de paramentação. Resultado: Notou-se que ação foi de grande importância e esperada pela equipe, visto que a maioria dos profissionais convidados, cerca de 20 pessoas, compareceram e demonstraram-se participativos durante o decorrer de toda a ação, seja através do entusiasmo ao participar da experiência sensorial, da concentração durante a explicação, como também, da participação ativa durante a discussão e compartilhamento de experiências. Foi possível perceber através dos relatos dos participantes, a necessidade da abordagem da temática, pois alguns demonstraram-se surpresos quando perceberam já terem vivenciado momentos que corriam riscos ocupacionais e não tinham dimensão de sua gravidade, como também, a variedade de situações nas quais podem estar expostos durante sua atuação. Da mesma forma, este trabalho representou um impacto direto para a Unidade de Saúde - gerência e equipe assistencial- e indiretamente para os usuários. Isto porque, proporcionou uma reflexão acerca dos problemas que estavam sendo enfrentados e da responsabilidade de cada profissional para solucioná-los, contribuindo, por fim, para a segurança dos usuários e dos trabalhadores. Considerações finais: Portanto, o trabalho apresentou resultados que além de corresponderem ao objetivo inicial, são capazes de trazer repercussões por um longo prazo, pois através da ação foram reforçadas as boas práticas em biossegurança, sensibilizando os profissionais a perceberem os meios para que isso se concretize de acordo com a realidade do estabelecimento de saúde. Destaca-se também a relevância para as próprias acadêmicas de enfermagem, por incitar a práxis daquilo que se propuseram a abordar, ademais o projeto de extensão proporcionou uma imersão nas atividades de educação permanente em saúde, repercutindo para que na sua futura atuação, as acadêmicas de enfermagem deem ênfase a essa dimensão do processo de trabalho e tornarem-se capacitadas para exercer essa importante função. Entretanto, aponta-se algumas limitações para a realização dessa atividade, como a falta de alguns profissionais que não puderam comparecer devido motivações pessoais e/ou estarem em horário de trabalho. Além disso, encontra-se também a escassez de recursos materiais (EPIs) na unidade, o que leva os profissionais a racionarem o seu uso, e consequentemente, se exporem a riscos. |
8028 | A UTILIZAÇÃO DE UM QUIZ SOBRE PRÁTICAS ASSISTENCIAIS SEGURAS COMO FERRAMENTA PARA A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE Tatiana de Gouvêa Martins, Thamires Nunes Da Silva Lima, Adrielle Santana Marques Bahiano, Valentina Maria Dias de Souza, Mayara Santos Medeiros da Silva Campos, Zaíne Melo de Oliveira, Paloma Lucena Farias da Costa, Aline coutinho sento sé A UTILIZAÇÃO DE UM QUIZ SOBRE PRÁTICAS ASSISTENCIAIS SEGURAS COMO FERRAMENTA PARA A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDEAutores: Tatiana de Gouvêa Martins, Thamires Nunes Da Silva Lima, Adrielle Santana Marques Bahiano, Valentina Maria Dias de Souza, Mayara Santos Medeiros da Silva Campos, Zaíne Melo de Oliveira, Paloma Lucena Farias da Costa, Aline coutinho sento sé
Apresentação: A educação permanente em saúde trata-se de um orientador das práticas de educação, visando à melhoria da qualidade dos serviços de saúde, dos processos formativos, além de incentivar a organização das ações em uma perspectiva intersetorial e multidisciplinar. Nesse contexto, a utilização de metodologias ativas permite a experiência da aprendizagem baseada em problemas vivenciados pelos profissionais de saúde, proporcionando um movimento de reflexão e ressignificação das práticas de trabalho a partir de situações contextualizadas no universo real. Este estudo teve como objetivo descrever o uso de um quiz sobre práticas assistenciais seguras como ferramenta para a educação permanente em saúde. Desenvolvimento: O quiz foi desenvolvido por Residentes de Enfermagem em conjunto com as Enfermeiras do Serviço de Educação Permanente Multidisciplinar de um hospital público do Estado do Rio de Janeiro e continha 20 questões direcionadas às práticas assistenciais seguras como: cirurgia segura, limpeza, desinfecção e esterilização. A atividade foi realizada durante seis dias do mês de abril de 2019, com os profissionais de enfermagem do Centro Cirúrgico e Central de Material e Esterilização. A execução seguiu as seguintes etapas: Briefing, em 5 minutos, com orientações sobre a dinâmica e distribuição de cartões de resposta; Realização do cenário, em 25 minutos, onde as questões eram apresentadas e os participantes respondiam, individualmente, com a utilização do cartão verde em caso de concordância e vermelho em caso de discordância; e Debriefing, em 15 minutos, com discussão e aprofundamento do tema. Resultado: Após a realização da dinâmica com a utilização do quiz, os participantes informaram sentir-se mais preparados para a aplicabilidade das práticas e normas de segurança para os cuidados despendidos aos pacientes de forma direta ou indireta. Considerações finais: O desenvolvimento e utilização de um quiz como metodologia ativa de educação permanente em saúde permitiu a implementação de ações com o intuito de aprimorar o cuidado dispensado aos pacientes em diferentes espaços da instituição, através da utilização de uma dinâmica de fácil aplicação, estimulando a reflexão e o cumprimento de normas que visam à segurança do paciente por meio de diretrizes e protocolos clínico-cirúrgicos. |
10506 | PROGRAMA DE APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL: EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA OS BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA PRIMEIRO EMPREGO Luzia Vilma Delgado, Uedson Luiz Lima da Silva PROGRAMA DE APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL: EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA OS BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA PRIMEIRO EMPREGOAutores: Luzia Vilma Delgado, Uedson Luiz Lima da Silva
Apresentação: O presente trabalho tem por objetivo apresentar a experiência do Programa de Aperfeiçoamento Profissional do Programa Primeiro Emprego - PPE, voltado para egressos, jovens e adultos, dos cursos técnicos de nível médio da Rede Estadual de Educação da Bahia inseridos no PPE, que atuam nos diversos espaços de assistência e gestão pública estadual na área da saúde. O Programa Primeiro Emprego é uma Política Pública Estadual com a finalidade oportunizar a primeira experiência de trabalho formal por até dois anos de contrato, bem como, oportunizar o aperfeiçoamento profissional dos beneficiários por meio de cursos que qualifiquem essa experiência. A Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS), em contrato instituído com o Governo do Estado da Bahia, amparado na Lei Estadual nº 13.459, de 10 de dezembro de 2015, que regulamenta o PPE, é responsável pelo acompanhamento sistemático dos beneficiários no dia a dia do trabalho, oportunizar um programa de formação, e apoiar na qualificação dos processos de trabalho das unidades de saúde onde os trabalhadores estão lotados. Na visão da FESF SUS, é importante que o profissional do Programa Primeiro Emprego desenvolva, além dos conhecimentos técnicos, boa comunicação, responsabilidade, ética, comprometimento e habilidade para o trabalho em equipe, além da visão crítico-reflexiva frente às diversas situações do cotidiano do trabalho. Esse é o perfil do profissional que baliza o Modelo Pedagógico do Programa de Aperfeiçoamento Profissional adotado pela FESF-SUS, tendo como princípios: Trabalho como princípio educativo: a formação parte do Trabalho, categoria ontológica, com o objetivo de ele retornar nas suas múltiplas dimensões social, econômica e tecnológica; Educação Integral: os fundamentos científicos e éticos dão a base da formação profissional, segundo o tripé Ciência, Tecnologia e Sociedade; Concepção de Prática: a prática não se limita ao laboratório, ou seja, a práticas reiterativas e previsíveis. A concepção de prática é ampliada para a vivência de situações reais do mundo do trabalho; Intervenção social como princípio pedagógico: para garantir ao mesmo tempo a aplicação dos conhecimentos científicos e tecnológicos do ponto de vista prático e em situações reais e, além disso, fortalecer a compreensão e o pertencimento aos territórios, são provocados a realização de atividades avaliativas no espaço laboral, com resolução de problemas concretos; Tecnologias sociais: um dos produtos mais relevantes da intervenção social é a inovação, por meio da elaboração, disseminação e implantação de tecnologias sociais, contextualizadas e voltadas para a resolução de problemas específicos. A Educação Permanente e as metodologias ativas foram adotadas pelo Programa de Aperfeiçoamento na elaboração dos cursos, na perspectiva de provocar a ativação de aprendizagem, reflexão sobre a própria práxis, estimulando a investigação e a propositura de inovações, a partir de referenciais teóricos e dos desafios da prática do trabalho, cujo objeto de análise até o encontro de uma solução, embora plausível, não constitua necessariamente numa conclusão, mas parte de um processo de aprendizagem baseada no aprofundamento e amadurecimento da análise crítica dos atores. Denominam-se, assim, os beneficiários do Programa, como trabalhadores educandos - TEs, considerando que são técnicos recém inseridos no mundo do trabalho formal, com ele, seus desafios, somado a um processo de formação contínua através de um programa de formação, onde são estimulados ao desenvolvimento da proatividade na construção do próprio conhecimento, como também à própria autonomia e criticidade, em interação com as experiências que estão adquirindo. O Programa de Aperfeiçoamento Profissional é desenvolvido na modalidade de Ensino à Distância - EaD, em Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA FESF-SUS, num total de 300 horas-aula, distribuídos em 04 (quatro) cursos: Estratégias de Aprendizagem através das Tecnologias de Comunicação e Informação - EATIC: Neste curso o TE é convidado a refletir e discutir sobre os usos das Tecnologias de Informação e Comunicação - TICs no Sistema Único de Saúde - SUS, através da vivência e da experimentação de TICs no espaço de trabalho. Ampliam-se os conhecimentos, as habilidades e atitudes a partir da compreensão teórico-prática dessas tecnologias e suas consequências na sociedade em rede, na educação contemporânea e no mundo do trabalho.Apresentação: ao Mundo do Trabalho - IMT: Este é o segundo curso onde os TEs serão convidados a pensar sobre o que seria o trabalho, e qual a sua função na vida das pessoas e no mundo do trabalho. Ainda, a refletir sobre a relação que existe entre a sobrevivência humana e a história do trabalho. A temática do “Trabalho” é o conceito central abordado, como uma fonte de sobrevivência, de experiência concreta, que estrutura, organiza e transforma a vida das pessoas, de forma que sejam voltadas para a resolução de problemas específicos, bem como, provocados em ambiente de aprendizagem a serem questionadores e transformadores de sua prática de trabalho. Políticas Públicas de Saúde - PPS: Neste curso o TE terá a oportunidade de compreender o conceito ampliado de saúde e os Determinantes Sociais que influenciam no processo saúde-doença; conhecerá sobre a construção do SUS, desde o Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira (1970), até os dias de hoje, incluindo a discussão da Política Nacional de Humanização e busca efetivar os princípios e diretrizes do SUS no cotidiano das práticas de gestão e de atenção à saúde. Cursos específicos: disponíveis de acordo com a formação e levantamento de necessidades junto aos TEs. São cursos específicos: Excel - do básico ao avançado; Redes de computadores; Urgência e emergência em enfermagem; Administração e planejamento em saúde; Farmacologia - cálculo de medicação em enfermagem; Saúde Coletiva com ênfase em Vigilância em Saúde; Redescobrindo a Língua Portuguesa; Saúde, Segurança e Meio Ambiente em Saúde. Os três primeiros cursos, dada a relevância, transversalizam todas as categorias profissionais, compondo o programa de formação dos TEs, e o quarto curso, específico, é escolhido pelo próprio TE, que é certificado por curso concluído e aprovado. Se logrado êxito nos quatro cursos, bem como, realizado o Projeto de Melhorias para unidade de saúde que está lotado, espécie de projeto de intervenção elaborado como trabalho de conclusão do Programa, o TE recebe a quinta certificação de 300 horas. Desde a implantação do Programa, dezembro de 2016, até janeiro de 2019, foram inseridos no Programa de Aperfeiçoamento Profissional 1861 trabalhadores educandos, divididos em 56 turmas, acompanhadas cada uma por um tutor, das quais concluíram os cursos 27 turmas e estão em cursos em andamento 29 turmas, com o total de 2.164 certificados emitidos e publicados em Diário Oficial do Estado. Finalizaram e foram aprovados no curso EATIC 576 TEs, IMT 503 TEs, PPS 429 TEs, Cursos específicos 362 TEs, e pelo Programa com as 300 horas 294 TEs. Os resultados alcançados apontam para um número significativo de trabalhadores educandos certificados pelo Programa de Aperfeiçoamento Profissional do Programa Primeiro Emprego, o que sugere maior apropriação de conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentais relevantes para a consolidação do SUS, uma vez que são provocados pelos cursos a (re)pensarem os espaços de trabalho a partir de conceitos e atividades avaliativas que estimulam a qualificação e apropriação de assuntos voltados à melhoria do processo de trabalho, uma importante contribuição para a qualificação dos profissionais que fazem os serviços públicos de saúde, cotidianamente, sendo, portanto, relevante ferramenta de educação permanente no enfrentamento dos desafios e fortalecimento das potencialidades do SUS. |
11108 | A EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA OS ENFERMEIROS NA SALA DE VACINA VISANDO AMPLIAR A COBERTURA VACINAL NO MUNICÍPIO DE CANOAS (RS) Jonas Hantt Corrêa Lima, Maria Renita Burg, Liane Einloft, Maria Isabel Morgan Martins, Adriana Caetano, Luciana Oliveira do Amaral, Matteus Teixeira Guerra A EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA OS ENFERMEIROS NA SALA DE VACINA VISANDO AMPLIAR A COBERTURA VACINAL NO MUNICÍPIO DE CANOAS (RS)Autores: Jonas Hantt Corrêa Lima, Maria Renita Burg, Liane Einloft, Maria Isabel Morgan Martins, Adriana Caetano, Luciana Oliveira do Amaral, Matteus Teixeira Guerra
Apresentação: A Secretaria Municipal da Saúde de Canoas (SMSC) e a Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) firmaram parceria em 2019 e aderiram ao Programa de Educação para o Trabalho - PET/Interprofissionalidade com o Projeto: Cobertura vacinal em crianças de 0 a 10 anos: metodologia para detecção e intervenção em situações de risco na atenção básica de Canoas (RS). Na referida proposta a SMSC disponibilizou dois enfermeiros servidores e a ULBRA dois professores e selecionou seis acadêmicos da saúde: enfermagem, medicina e biomedicina. Nos meses de agosto a dezembro desenvolveu educação permanente para 127 Técnicos de Enfermagem e 90 enfermeiros da rede básica de saúde. Os referidos profissionais são integrantes das 27 Unidades Básicas de Saúde do município. Desenvolvimento: Neste relato abordamos a educação permanente realizada com todos os enfermeiros da Estratégia de Saúde de Família (ESF) do município, nos meses de novembro e dezembro de 2019, totalizando oito horas. Esses profissionais foram divididos em grupos que puderam explicitar opiniões sobre a seguinte indagação: No entendimento de vocês, qual o papel do enfermeiro na sala de vacinas? Resultado: Evidenciou-se após a avaliação das respostas que o enfermeiro tem papel importante na sala de vacinas, dentre as atribuições podemos elencar: orientações para a equipe e paciente, responsabilidade de educação permanente, gerenciamento de insumos, repassar atualizações para equipe. Dentro desse contexto, torna-se necessário avaliarmos a possibilidade desses profissionais terem dedicação ao menos dois turnos do dia para que haja integração com o sistema. Além disso, uma função vital que o enfermeiro auxilia é no comando dos técnicos de enfermagem e de modo ainda mais importante possibilita que a equipe esteja integrada e possa repassar informações corretas para a comunidade, de forma que a consequência seja em última instância a ampliação da cobertura vacinal. O fato atual dos índices nacionais estarem abaixo do previsto tem como principais causas as notícias falsas, o medo de agulhas e a baixa escolaridade. Nesse ínterim, os profissionais da ESF precisam orientar de forma eficiente usuários que possam apresentar contraindicações verdadeiras a determinado imunobiológico, desse modo qualquer patologia ou medicação que possa causar imunossupressão, interação ou processo alérgico deve ser prioridade na anamnese das equipes. Devido a isso são importantes as discussões de casos para que os usuários mais vulneráveis compreendidos em determinada área de cobertura da Unidade Básica de Saúde sejam vistos com maior precaução objetivando a melhor terapêutica preventiva no cenário do Sistema Único de Saúde (SUS). Em suma, o papel do enfermeiro encontrado em nossa pesquisa aponta para áreas como: organizacional, gestão, Rede de frio, educação e motivação da equipe. Considerações finais: Assim, sabemos que nenhum profissional consegue resultados trabalhando isoladamente, cada profissional possui uma área de conhecimento mais desenvolvida e quando unidas conseguem resultar em trabalho interprofissional capaz de melhores resultados em coberturas vacinais. A educação permanente realizada pelo PET Interprofissionalidade atingiu seu objetivo ao proporcionar um momento de aprendizado e troca de experiência com os enfermeiros. |
11164 | EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM ANÁLISE: POTENCIAL DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL LGBTQI+ NA EDUCAÇÃO PERMANENTE DAS EQUIPES DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) Maria Eduarda França de Lannes Pereira, Erick da Silva Vieira, Juliana Theberge dos Santos de Oliveira, Carlos José Pessanha Pequeno Junior, Natalye Pinto Ferreira, Ane Martins da Silva Santana, Analaura Ribeiro Pereira, Adriana de Araujo Pinho EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM ANÁLISE: POTENCIAL DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL LGBTQI+ NA EDUCAÇÃO PERMANENTE DAS EQUIPES DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)Autores: Maria Eduarda França de Lannes Pereira, Erick da Silva Vieira, Juliana Theberge dos Santos de Oliveira, Carlos José Pessanha Pequeno Junior, Natalye Pinto Ferreira, Ane Martins da Silva Santana, Analaura Ribeiro Pereira, Adriana de Araujo Pinho
Apresentação: A Política Nacional de Saúde Integral da população LGBTQI+ solidifica a importância da inserção das temáticas referentes à saúde desta população nos processos de educação permanente para gestores e profissionais envolvidos SUS, tendo em vista as diversas vulnerabilidades às quais está submetida dentro e fora dos espaços institucionais. Dentro desta perspectiva, o Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde PET– Saúde/Interprofissionalidade do Ministério da Saúde desenvolvido, no município do Rio de Janeiro, por meio da parceria entre Universidade Federal do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Saúde elegeu como temática para a qualificar a formação e a prática interprofissional na Atenção Primária à Saúde o cuidado integral da população LGBTQI+. O presente trabalho tem por objetivo relatar a experiência deste programa em uma das Clínicas de Família que compõem os cenários de ensino-aprendizagem dos estudantes e profissionais de saúde. São realizadas oficinas de sensibilização sobre a prática assistencial aos usuários LGBTQI+ com foco na educação permanente interprofissional e a participação social como potencializadora deste processo. Desenvolvimento: Para a realização das oficinas de sensibilização, tem-se como referência os resultados de questionário semiestruturado aplicado aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), resgatando os assuntos que eles gostariam de discutir em oficinas de capacitação, como: Abordagem no acolhimento; Terminologias; Saúde sexual e preconceito; Suporte psicológico e bem-estar social; Gênero e identidade sexual; Prevenção e como abordar sexualidade; Sexualidade e família; IST e violência; Cartilha de serviços disponíveis e Direitos previstos. A primeira oficina realizada foi “Abordagem e Acolhimento no Cuidado em Saúde da População LGBTQI+”, onde estiveram presentes, além dos ACS, a gestora da unidade, docentes, discentes e preceptores da equipe PET. Essa Oficina foi realizada em conjunto com o coletivo “Encontro das Cores”, que atua no território da clínica desenvolvendo ações para a população LGBTQI+. Resultado: esperados/impactos: Participaram cerca de 60 profissionais do público-alvo previsto e também acadêmicos de medicina e de enfermagem residentes da unidade. Dos 60 profissionais, 22 (36,7%) responderam um questionário avaliativo online em relação à oficina que contemplava 13 perguntas. Dos respondentes, cerca de 61% avaliaram a experiência como ‘’Ótima’’ e que os métodos e técnicas foram apropriadas para o conteúdo. Além disso, 57% dos profissionais compreenderam os exemplos utilizados como concretos por articular o conteúdo com a prática profissional e 90% alegaram ‘’Bom’’ ou ‘’Ótimo’’ a utilidade do conteúdo da oficina como um potencializador para sua prática profissional. Considerações finais: A oficina conduzida possibilitou reflexões sobre as formas de Acolhimento e do Acesso dos usuários LGBTQI+ na Clínica da Família, esclareceu dúvidas, e estabeleceu a parceria com outros atores sociais que atuam no território, reforçando, inclusive, a atuação de grupos coletivos como planejadores importantes na execução das atividades educativas. Reitera-se a importância da construção de espaços de educação em saúde com foco nas potencialidades do território e do cenário interprofissional das equipes visando a produção de um cuidado integral para a população LGBTQI+. |
12226 | REFLEXÕES SOBRE O INÍCIO DA ATIVIDADE DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM UM PROJETO DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO PARA A SAÚDE Tatiana Bagetti, Luciana Rougemont Squeff, Francelise Pivetta Roque, Thais Barbosa Ferreira Sant'Anna, Bruna de Souza Guimarães Dias, Nathália Winttr Cariello REFLEXÕES SOBRE O INÍCIO DA ATIVIDADE DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM UM PROJETO DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO PARA A SAÚDEAutores: Tatiana Bagetti, Luciana Rougemont Squeff, Francelise Pivetta Roque, Thais Barbosa Ferreira Sant'Anna, Bruna de Souza Guimarães Dias, Nathália Winttr Cariello
Apresentação: O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) Interprofissionalidade tem como objetivo proporcionar a integração entre ensino-serviço-comunidade por intermédio da Educação Interprofissional (EIP) além de desenvolver discussões sobre outras temáticas, como a Educação Permanente em Saúde (EPS). A EPS é uma questão importante a ser desenvolvida entre os integrantes do PET-Saúde Interprofissionalidade, pois, a partir dela é possível ressignificar e promover as práticas profissionais, colaborativas e cooperativas através da reflexão dos conceitos teóricos entre os integrantes do projeto (Ministério da Saúde, 2014). Este trabalho tem como objetivo relatar as reflexões de integrantes do Projeto PET Saúde-interprofissionalidade desenvolvido no Instituto de Saúde de Nova Friburgo (ISNF), da Universidade Federal Fluminense (UFF), sobre a primeira semana de Educação Permanente. Foi proposto aos integrantes que realizassem uma reflexão sobre material que abordava a integração ensino-baseado na comunidade- EBC (vídeo com experiência bem sucedida em curso de Medicina) e ensino-saúde-comunidade. Para suscitar a reflexão foi fornecida a seguinte estrutura adaptada de Jones & Shelton (2013) em que os espaços pontilhados deveriam ser completados (atividade à distância na plataforma moodle): “1)Surpreendeu-me descobrir que. 2)Eu pensava que...mas depois de........descobri que..3)Causou-me curiosidade sobre...e que levou me a....". As reflexões de 11 integrantes (docentes, profissionais de saúde e estudantes) de um dos grupos do projeto foram analisadas observando-se que a maioria dos integrantes realizou uma comparação entre a realidade interprofissional abordada no material com a vivida nos currículos e cursos de graduação do ISNF/UFF. Em muitos relatos foi observada a necessidade de mudanças curriculares estruturadas na EBC e a maioria deles demonstrou reconhecer a importância do PET como propulsor destas mudanças e o seu papel ativo neste processo. Em virtude do que foi dito, é possível verificar que os membros do PET- saúde interprofissionalidade, a partir das atividades de Educação Permanente em Saúde somadas ao contexto de ações do programa, se mostraram cientes de que a formação em saúde deve ser reformulada e repensada constantemente. A partir da reflexão acerca dos relatos de experiência, pode-se dizer que o PET, e a continuidade das atividades de EPS são importantes facilitadores do desenvolvimento de um pensamento crítico, desde o modo como os profissionais são formados na graduação, até o contato com a comunidade. Contudo, é importante ressaltar que as discussões em grupo foram fundamentais, colaborando para a tomada de consciência da importância da formação continuada para o despertar de uma maior sensibilidade diante da atuação de um profissional de saúde. |
6788 | ANÁLISE DA QUALIDADE DOS DADOS DAS FICHAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DO MUNICÍPIO DE ITABORAÍ Tatiana Feliciano, Benedito Carlos Cordeiro ANÁLISE DA QUALIDADE DOS DADOS DAS FICHAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DO MUNICÍPIO DE ITABORAÍAutores: Tatiana Feliciano, Benedito Carlos Cordeiro
Apresentação: Este artigo tem origem na construção da dissertação de Mestrado como tema a “Análise da qualidade dos dados das Fichas de Notificação Compulsória do município de Itaboraí”. O objeto desta pesquisa são as Fichas de Notificação Compulsória do município de Itaboraí, região Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de analisar a qualidade dos dados das Fichas de Notificação Compulsória do ano de 2019. Na tentativa de encontrar respostas às hipóteses levantadas, esta pesquisa se debruça sobre a completitude, incoerências e duplicidades das Fichas de Notificação Compulsória. Deste modo, compreender como esses dados estão sendo registrados e tratados pelos profissionais de saúde, é uma possibilidade de reduzir a propagação, direcionar as ações de saúde específicas e ainda traçar estratégias de ensino para os profissionais na sua prática. Ferreira (2018) e Souza (2017) destacam que o registro correto das informações propicia o entendimento de como os agravos/casos ocorrem para se intervir o mais precocemente possível. O tratamento inadequado dos dados, as dificuldades na busca ativa dos casos e outros problemas são identificados por meio de instrumentos de coleta de dados da vigilância em saúde, como a Ficha de Notificação. Quando não utilizadas corretamente ou subutilizadas, por ignorar variáveis importantes e registrar informações equivocadas seja por falta de conhecimento técnico ou outros fatores, impedem a atuação efetiva no controle e prevenção de doenças, agravos e eventos de saúde pública. Desenvolvimento: o caminho metodológico desta pesquisa percorre a abordagem quantitativa, exploratória, bibliográfica, documental e descritiva, descrito por Gil (2002) como o percurso necessário para harmonizar e delinear o estudo. Optou-se por estabelecer critérios de análise documental das Fichas de Notificação para fins de se obter uma melhor representatividade dos dados e evitar as interferências da vigilância passiva na pesquisa. A coleta de dados direto na fonte principal permite uma melhor análise do conteúdo e melhor envolvimento do pesquisador com a pesquisa). Para se determinar a qualidade do preenchimento das fichas, esta pesquisa aborda o tema completitude, incoerência e duplicidade dos registros. Para se formar a base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN e outros sistemas de avaliação em saúde são necessários reconhecer os campos classificados como obrigatórios. O grau de preenchimento das Fichas de Notificação norteia e é responsável pela alimentação do Sistema de Informações de Saúde - SIS, ou seja, possibilita avaliar a completitude dos dados. De acordo com as especificações do Manual de Normas e Rotinas do SINAN, a qualidade das informações está ligada a realidade epidemiológica do território, e a incompletude, incoerência e duplicidade destes registros dificultam as ações e planejamentos em saúde. A qualidade dos dados ocorrerá em três etapas de análise: (a) Completitude das Fichas, que segundo Romero (2006, p. 674), é a “proporção de informação ignorada, ou seja, os campos em branco e os códigos atribuídos à informação ignorada especificada no manual de preenchimento das Fichas”; (b) Coerência das variáveis que geram indicadores de saúde, verificando se há harmonia entre o que é solicitado e o que é descrito; (c) Duplicidade das Fichas de Notificação analisando a ocorrência de dois o mais notificações para a mesma doença e mesmo paciente no período selecionado para esta pesquisa. Para se analisar a completitude dos dados, será necessário a utilização de um escore que possibilite mensurar esta categoria. Elegeu-se o escore elaborado por Romero (2006, p. 674), por ser considerado o mais utilizado (36,8%) nas pesquisas que avaliaram o grau de completitude de dados (CORREIA, 2014, p. 4473). O estudo seguirá as instruções e condutas aplicadas à pesquisa com seres humanos conforme a Resolução do CNS nº 580 de 22 de março de 2018, do Ministério da Saúde pela pesquisadora julgar necessário em detrimento da proposta do Produto Educacional de Educação Permanente em Saúde como objetivo específico deste projeto após a fase de coleta e análise dos dados e requisito para a obtenção do título de Mestre do Mestrado Profissional em Ensino na Saúde da UFF. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal Fluminense - UFF, a fim de se obter o consentimento por escrito antes do início da coleta de dados. Resultado: A Portaria n° 204 de 17 de fevereiro de 2016 foi definida com o intuito de padronizar os procedimentos em relação à Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública, serviços públicos e privados, profissionais designados entre outras características. É relevante discutir a análise e a qualidade dos dados por ser uma preocupação mundial. Para tanto, a OMS se uniu a entidades internacionais para o aprimoramento da qualidade da informação através da metodologia definida como Health Metrics Network, traduzida como Redes Métricas de Saúde, que reúne recursos financeiros, metodológicos e tecnológicos, auxilia na tentativa de minimizar a baixa qualidade dos dados de países em desenvolvimento (LIMA, 2009). Duarte, 2006 e Pereira et al, 2015, afirmam que é quase universal nas pesquisas sobre este tema a sugestão de melhoria na qualidade de informação das doenças e agravos de notificação. Quando foram analisados os tratamentos de sífilis não realizados em gestantes no Estado do Rio de Janeiro em 2017, 262 gestantes (3,0%) não realizaram o tratamento e 256 gestantes (2,9%) não tinham informações sobre o tratamento. É nítido que há uma subnotificação dos casos desta doença, e os profissionais que realizaram o atendimento não se encontram capacitados tecnicamente para seguir o protocolo de tratamento conforme recomendado pelo Ministério da Saúde (BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO, nº 1/2018). Figueiredo (2016) destaca a importância da qualidade dos dados nas Fichas de Notificação para se obter informações e analisar as mudanças dos padrões das doenças quase em tempo real, permitindo a adoção ações estratégicas e dinâmicas. Considerações finais: A qualidade insuficiente dos dados implica no cumprimento dos objetivos primários da Vigilância Epidemiológica proposta para os serviços de saúde. Fatores como a baixa qualidade dos dados, subnotificações, erros técnicos, atraso na digitação dos dados e incompletude das informações nas Fichas de Notificação, são evidências descritas por Abath, et al (2014), para a falha na construção da identidade epidemiológica de uma determinada localidade. Sá, et al (2018) evidenciou que na perspectiva de reorganizar o processo de trabalho, a Educação permanente em Saúde - EPS é um importante disparador de provocações que remetem o profissional a refletir sobre a sua prática. Acredita-se que a ruptura com as formas tradicionais de ensino-aprendizagem na área da saúde, proposta da EPS, é capaz de instrumentalizar o profissional de saúde com as competências e habilidades necessárias para a transformação da sua realidade através da problematização e a compreensão dos nós críticos, expondo a raiz do problema e a sua reconstrução de valores e saberes. Palavras-chave: monitoramento epidemiológico; análise de dados; notificação compulsória; educação continuada. |
6570 | ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DOMICILIAR NO PUERPÉRIO: UMA EXPERIÊNCIA À LUZ DAS DIRETRIZES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) Ana Caroline dos Santos Rocha, Maíra Fabiane Silva Ferreira, Cristina Areda Oshai, Tatiana Karen Negrão ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DOMICILIAR NO PUERPÉRIO: UMA EXPERIÊNCIA À LUZ DAS DIRETRIZES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)Autores: Ana Caroline dos Santos Rocha, Maíra Fabiane Silva Ferreira, Cristina Areda Oshai, Tatiana Karen Negrão
Apresentação: O período compreendido por puerpério é a fase final da gestação e inicia após a retirada da placenta no momento do parto e pode ser didaticamente dividido em: imediato (1° ao 10° dia), tardio (11 ° ao 42° dia) e remoto (a partir do 43° dia). O puerpério só termina após o fim da amamentação, uma vez que, durante todo esse tempo, o corpo feminino estará sujeito a inúmeras alterações hormonais e físicas. A gravidez, o parto e o puerpério são fases onde ocorrem inúmeras mudanças tanto na identidade, quanto para a rede social da mulher. Além disso, a chegada de uma criança significa uma mudança de papéis para a mulher, tornando-a responsável pela vida de outro indivíduo e por atender a demandas sociais que são colocadas a partir do momento da descoberta da gestação. A labilidade emocional é muito presente, fazendo com que a ansiedade e a depressão sejam relativamente comuns. De acordo com a PNAISM (Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher), a atenção ao puerpério não está consolidada nos serviços de saúde. Embora a maioria das mulheres retorne ao serviço após o parto, a sua maior preocupação, assim como dos profissionais de saúde é, quase que exclusivamente, com a saúde do recém nascido. Dessa forma a mulher pode não receber informações e cuidados importantes relacionados aos aspectos biopsicossociais. Um dos instrumentos utilizados pela Atenção básica para quebrar esse paradigma e ultrapassar as barreiras das salas de atendimento são as visitas domiciliares, que possuem lógica assistencial e educativa. Nesse sentido, entende-se que esse instrumento é de suma importância por preconizar e propiciar a prevenção e a promoção em saúde, objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como atendem os princípios de universalidade, igualdade e integralidade. Objetivo: Compartilhar algumas das possibilidades de atuação no contexto da saúde da mulher, mais especificamente, no momento do puerpério, sob a ótica dos princípios norteadores e diretrizes do SUS, a partir de uma vivência na Estratégia Saúde da Família (ESF) - Terra firme, no bairro Terra Firme, em Belém do Pará, durante o estágio no Programa de Capacitação em Atenção à Saúde da Criança - Estágio Multicampi Saúde - 2019/2020. A ESF com o apoio do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), realiza ações de atendimento compartilhado na Unidade ou em domicílio, entre elas a elaboração de projetos terapêuticos e, a prevenção e a promoção de saúde considerando as especificidades da população e região atendidas. Descrição: A inserção no Estágio ocorreu no mês de setembro totalizando 192 horas e nesse período foram realizadas 04 visitas, quatro delas, a diferentes puérperas, residentes em áreas de vulnerabilidade e baixos indicadores sociais. Geralmente, a equipe de visita é constituída pela enfermeira e a/o Agente Comunitário de Saúde (ACS) responsável pela respectiva área visitada. Entretanto, durante o período do Estágio, a equipe contou com era acompanhada por uma acadêmica de Psicologia e uma acadêmica de Serviço Social. As puérperas se encontravam no período considerado tardio e apenas uma tinha idade acima de 25 anos. Resultado: Diferentes depoimentos e visões foram relatados pelas mães acerca do parto e da vivência no primeiro mês de maternidade. Acerca do parto, maioria registrou o momento como satisfatório, bem como negaram qualquer violação de direitos. No entanto, uma das puérperas, a qual estava em sua 3ª gestação, relatou, além do mal atendimento recebido no estabelecimento, violência verbal sofrida durante o parto, através de xingamentos e palavras de baixo calão proferidas pelo médico. Sobre a experiência no primeiro mês, todas relataram dificuldade com adaptação ao bebê e à nova realidade. Além disso, observou-se que as condições de moradia acarretam riscos tais como, como escadas com muitos degraus, de madeira e sem corrimão, demandando grande esforço físico. Outro fator são os cômodos sem ventilação e conjugados. As redes de apoio foram consideradas pela equipe como insuficientes, sendo que muitas vezes não se podia contar nem com o companheiro. As perguntas e orientações da equipe foram bem recebidas e as puérperas se sentiram à vontade para expor suas questões sobre o parto e as expectativas quanto à maternidade. Discussão: O SUS é regido por princípios doutrinários e organizativos, entre eles a: universalidade, igualdade, integralidade; hierarquização e descentralização (Lei nº 8.080, 1990). A universalidade e a igualdade relacionam-se ao acesso a todos os níveis de assistência, independente da complexidade. A integralidade, por sua vez, está relacionada a promoção, a proteção e a recuperação da saúde. De acordo com Paim (2009) contudo, além de ser integral, os serviços do SUS devem priorizar as atividades preventivas, representadas pelas visitas realizadas pela equipe às puérperas em seu ambiente familiar, afim de que sejam evitados agravos a sua saúde. Além disso, o Ministério da Saúde, por meio da PNAISM preconiza que a mulher tenha suas especificidades biopsicossociais consideradas. Como já citado, a puérpera encontra-se em uma situação de muitas mudanças e adaptações, seu estado psíquico deve ser avaliado de forma a compreender o que a chegada de uma criança significa para ela e para seu ciclo social e se ela encontra neste último o apoio necessário para lidar com tais transformações. Além disso, a visita também facilita o acesso da mãe e do bebê à assistência, visto que muitas demoram a buscar o Serviço de Saúde nesse momento, pois não possuem meios ou condições físicas que facilitem seu deslocamento. Portanto a visita domiciliar pode contribuir para a universalidade e igualdade do acesso. Nessa experiência, a presença das estagiárias de Psicologia e Serviço Social possibilitou que fosse feita uma escuta especializada dos percalços e desafios que estavam sendo enfrentados por aquelas mulheres. Também foi possível avaliar os cuidados dispensados ao bebê e a elas mesmas e dar orientações quanto a direitos sociais de ambos. Considerações finais: Observou-se a importância de uma equipe que compreenda o atendimento biopsicossocial no período puerperal para com essas mulheres e crianças. O atendimento domiciliar possibilita que a equipe obtenha uma compreensão global do ambiente em que mãe e bebê estão inseridos, bem como dar orientações e planejar intervenções pensando naquele contexto específico. A presença das estagiárias de áreas distintas foi proveitoso no sentido da diversificação de olhares quanto ao fenômeno e para o aprendizado dispensado aos dois lados. Por fim, a prática aqui compartilhada atende aos princípios e diretrizes do SUS uma vez que considera a mulher e a criança como sujeitos completos, com demandas biopsicossociais e as olha dentro do próprio contexto em que vive. |
7302 | USO DO BRINQUEDO TERAPÊUTICO INSTRUCIONAL NO CONTEXTO DA INFECÇÃO HOSPITALAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Bianca Alessandra Gomes do Carmo, Amanda Gabrielly Miguel Rocha, Juliana Sousa de Abreu, Joyce Regina Pereira, Kelem Bianca Costa Barros, Andressa Tavares Parente USO DO BRINQUEDO TERAPÊUTICO INSTRUCIONAL NO CONTEXTO DA INFECÇÃO HOSPITALAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Bianca Alessandra Gomes do Carmo, Amanda Gabrielly Miguel Rocha, Juliana Sousa de Abreu, Joyce Regina Pereira, Kelem Bianca Costa Barros, Andressa Tavares Parente
Apresentação: A hospitalização na pediatria é uma experiência que demanda emocionalmente e fisicamente do binômio criança-família. Nesse sentido, o paciente pediátrico possui diversos fatores e necessidades a serem considerados, que requerem além do domínio da técnica e do conhecimento científico, um atendimento holístico e humanizado. Na assistência de Enfermagem, o uso do Brinquedo Terapêutico (BT), o qual se constitui como um instrumento de intervenção e competência do enfermeiro de acordo com as regulamentações do Conselho Federal de Enfermagem por meio da resolução n°546/2017, é uma estratégia que pode diminuir a ansiedade mediante procedimentos terapêuticos, promover um bem-estar psicológico na criança, melhorar a compreensão e aderência do tratamento e auxiliar na comunicação entre o profissional e o paciente e para criação de vínculo e comunicação da criança com a equipe de Enfermagem. Ademais, é importante saber que por conta da hospitalização e pelas características intrínsecas de cada criança e da infância, como a imaturidade do seu sistema imunológico, ocorre maior suscetibilidade ao desenvolvimento de infecções. Sabe-se que as Infecções Hospitalares (IHs) aumentam a morbimortalidade, o tempo de internação, os custos e também o sofrimento para a criança e sua família, além de serem consideradas importantes fatores complicadores do tratamento da criança hospitalizada. Nesse contexto, é necessária a construção do conhecimento por meio da educação em saúde, como uma estratégia para trabalhar a temática infecção hospitalar com os acompanhantes e crianças para auxiliar na prevenção. Dessa forma, a redução dos índices de infecção hospitalar está diretamente relacionada à compreensão das orientações transmitidas e as boas práticas dos acompanhantes, resultando em benefícios para o hospital, principalmente ao paciente pediátrico. O estudo tem como objetivo relatar a experiência de acadêmicas de enfermagem na aplicação do brinquedo terapêutico instrucional para prevenção de infecção hospitalar em uma enfermaria pediátrica. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, tipo relato de experiência, desenvolvido por acadêmicas de Enfermagem da Universidade Federal do Pará, sob a supervisão docente, durante a prática hospitalar da atividade curricular Enfermagem Pediátrica, no mês de outubro de 2019, na clínica cirúrgica Pediátrica de um Hospital de Ensino, situado na cidade de Belém- Pa. Para a ação educativa utilizou-se como estratégia de abordagem em grupo uma tecnologia educativa do tipo Leve-Dura, um jogo interativo (jogo dos sete erros), para facilitar a assimilação do conteúdo pelas crianças e acompanhantes em linguagem clara, objetiva e acessível. A ação foi desenvolvida em 3 (três) momentos: Encenação, Desenvolvimento e Encerramento. No primeiro momento, uma aluna caracterizada de bactéria entrou em cada enfermaria mencionando ambientes adequados para sua proliferação, em seguida as outras alunas caracterizadas de “Super Higiênicas” entraram nas enfermarias, interrompendo a ação da bactéria, capturando-a e convidando as crianças e acompanhantes para participarem da “Liga Higiênica” no combate aos microrganismos, abordando o tema e proposta da atividade. No segundo momento, houve uma abordagem verbal sobre os conceitos de Infecção Hospitalar, Infecção Cruzada, tipos de transmissão ou veiculação e condutas adequadas dos acompanhantes na enfermaria. Após a explanação, utilizou-se o Brinquedo Terapêutico Instrucional “Jogo dos sete erros na organização e higienização do ambiente hospitalar”, o qual consistiu em um painel de 40 centímetros de altura e 70 centímetros de largura com uma imagem representativa de um enfermaria pediátrica, em que o paciente e/ou acompanhante sinaliza os 7 (sete) erros presentes na imagem com um marcador em formato de “x” em material de espuma vinílica acetinada (EVA). Nesse momento, foi estimulado a interação do público com as acadêmicas ao apresentarem dúvidas sobre o tema e descrição de experiências das crianças e acompanhantes. No encerramento, foi proposto aos envolvidos que sinalizem a presença de condutas inadequadas, mencionadas anteriormente, e após reforçar as boas práticas no ambiente foi feita a entrega de brindes educativos. Resultado: No total, foram 56 (cinquenta e seis) binômios contemplados: 28 crianças e 28 acompanhantes. Previamente a aplicação do brinquedo terapêutico houve a abordagem dos pacientes pediátricos e seus respectivos acompanhantes com uma encenação, a qual despertou curiosidade, promoveu descontração e estimulou a reflexão sobre os comportamentos dentro das enfermarias que podem influenciar na multiplicação dos microrganismos. Simultaneamente, nessa etapa, as crianças em sua maioria interagiram perguntando o nome do personagem ou o identificavam rapidamente, porém também foram presenciadas reações emocionais de medo devido a caracterização e de raiva ao associar o personagem com a patologia adquirida. Diante das reações negativas, as docentes buscaram utilizar o humor e a negociação para atender as diferentes demandas. Dessa forma, foi conquistada a confiança e empatia por parte de todos os envolvidos para iniciar uma conversa com o intuito de identificar os conhecimentos prévios sobre a temática, e no decorrer da conversa foi identificado que a maioria dos participantes possuíam um conhecimento empírico sobre as medidas de prevenção, a definição da infecção hospitalar e modos de transmissão, ou devido a rotina hospitalar e o cansaço os acompanhantes acabavam negligenciando algumas condutas. As discentes buscaram utilizar uma linguagem simples e objetiva para explicar a importância da contribuição dos acompanhantes e crianças para o controle de infecção. Nesse momento, muitas crianças questionaram as alunas e interagiam com os pais sobre os hábitos no ambiente hospitalar. A aplicação do brinquedo terapêutico instrucional certificou a assimilação do tema, pois a maioria das crianças conseguiu identificar os erros da figura em um espaço de tempo curto e relacionavam com a discussão ou com a própria enfermaria. Alguns acompanhantes participaram livremente tornando aquele momento uma diversão com a criança, sendo perceptível o vínculo afetivo entre ambos. Considerações finais: Portanto, a redução dos índices de infecção hospitalar pode ser realizada a partir da prática educativa com o uso do BT, ao capacitar crianças e acompanhantes sobre as condutas e cuidados adequados com a higiene e prevenção de infecções durante a internação e tratamento. Para as discentes, a abordagem amparada pelo BT foi uma oportunidade ímpar para o desenvolvimento, fornecendo novos aprendizados e a construção de um novo educar em enfermagem. Compreendeu-se, portanto, a importância e competência do profissional de enfermagem em considerar o ato de brincar do paciente pediátrico durante a assistência, incluindo a utilização do BT como estratégia de ensino, orientação, lazer e diversão, adequando de acordo com as necessidades à realidade infantil. |
7457 | SENSIBILIZAÇÃO EM ALUSÃO AO OUTUBRO ROSA PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UM HOSPITAL PÚBLICO DE BELÉM (PA): RELATO DE EXPERIÊNCIA vitoria yasmin sousa correia, Kamille Giovanna Gomes Henriques, Neiva Maria dos santos Soares, Emilly Canelas de Souza, Gleivison Cunha Teles, Larissa Ribeiro de Souza, Vanessa Lima Pimentel, Regina Loureiro Medeiro SENSIBILIZAÇÃO EM ALUSÃO AO OUTUBRO ROSA PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UM HOSPITAL PÚBLICO DE BELÉM (PA): RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: vitoria yasmin sousa correia, Kamille Giovanna Gomes Henriques, Neiva Maria dos santos Soares, Emilly Canelas de Souza, Gleivison Cunha Teles, Larissa Ribeiro de Souza, Vanessa Lima Pimentel, Regina Loureiro Medeiro
Apresentação: O outubro rosa é um movimento de conscientização para disseminar informações sobre o câncer de mama, foi criado no início da década de 1990, com intuito de promover o debate e compartilhar informações para a população, sobre o autoexame, o diagnóstico, as causas, o tratamento, e ao acesso aos serviços para o acompanhamento, e assim contribuir para a detecção precoce do câncer, atuando na redução da taxa de mortalidade. Objetivo: Descrever a experiência vivenciada por acadêmicos de enfermagem em uma sensibilização alusiva ao outubro rosa com profissionais da saúde. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo de natureza relato de experiência, realizado por acadêmicos do curso de enfermagem, do 6º semestre da Universidade da Amazônia (UNAMA), do 4º semestre da Faculdade Integrada Brasil Amazônia, em parceria com as ligas acadêmicas da instituição de ensino, a sensibilização foi realizada em um Hospital público de Belém – Pá, nos dias 17 e 18 de outubro de 2019, no período de manhã, tarde e noite, em diversos setores do hospital, acompanhados de uma enfermeira preceptora. Resultado: Opor tunou-se a presença em diversos setores restritos deste hospital, como: Centro de Matérias e Esterilização (CME), Unidade Coronariana (UCA), UTI adulto Clínica psiquiátrica e Centro Obstétrico, disseminando informações sobre o câncer de mama, esclarecendo mitos e verdades. inicialmente realizou-se atividades lúdicas de autoria própria associadas a temática ais como perguntas e respostas, jogos de dados com perguntas de verdadeiro e falso, amarelinha sobre o autoexame nas mamas, ressaltando a relevância do mesmo para detecção precoce de tumores, pois cerca de 80% desses tumores mamários são descobertos pelas próprias mulheres no autoexame, efetivou-se rodas de conversas sobre os principais sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento e o acompanhamento, e finalizou-se com musicoterapia, utilizando uma paródia de música popular nacional criada especialmente para a sensibilização ao outubro rosa, fizemos durante o período de sensibilização, e notou-se a predominante participação e compreensão dos profissionais em torno da atividade lúdica, pois embora trabalhem com a saúde alguns revelaram duvidas e esquecimento pra realizar o autoexame. Considerações finais: A experiência desta sensibilização com os profissionais de saúde, foi de relevante valia para os acadêmicos e para os trabalhadores, pois explanou a importância do conhecimento sobre o câncer de mama, e do seu autoexame para o diagnóstico precoce. Além de evidenciar, a importância da troca de informações e a conscientização da doença aos pacientes, profissionais e acadêmicos. |
7460 | GRUPO DE GESTANTES COMO INSTRUMENTO DE PROMOÇÃO DE SAÚDE E APROXIMAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Gabriella Marques Monteiro, Brendha Zancanela Santos, Ana Carolina Drehmer Santos, Rita de Cássia Fossati Silveira Evaldt GRUPO DE GESTANTES COMO INSTRUMENTO DE PROMOÇÃO DE SAÚDE E APROXIMAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Gabriella Marques Monteiro, Brendha Zancanela Santos, Ana Carolina Drehmer Santos, Rita de Cássia Fossati Silveira Evaldt
Apresentação: Os Grupo de Gestantes surgem, no Sistema Único de Saúde (SUS), em consonância com os princípios de integralidade e universalidade. Assim, funcionam como instrumento complementar ao serviço de pré-natal e atendimento materno-infantil. Nesse cenário, a Liga Acadêmica de Saúde Materno-Infantil (LASMI) da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) atua como uma associação disposta a promover orientação e assistência à população acerca de saúde materno-infantil e proporcionar a seus membros aprendizado nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. Logo, trabalha como ferramenta de aproximação da universidade e da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Desse modo, o presente trabalho visa relatar a experiência de acadêmicas de medicina na vivência de grupos de gestantes desenvolvidos em uma ESF. Desenvolvimento: O Grupo de Gestantes da LASMI foi desenvolvido em uma ESF, em um município da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Foram realizados 12 encontros entre maio e novembro de 2019, envolvendo membros da LASMI, profissionais da ESF e convidados. Com a finalidade de iniciar o grupo, foi realizado busca ativa presencial e via telefone. Dentre os temas abordados nos encontros, vale destacar: direitos das gestantes, amamentação, sexualidade na gestação e puerpério, empoderamento e autocuidado na gestação, cuidados com o recém nascido, planejamento familiar. Destarte, todos os encontros foram pensados com o intuito de aproximar teoria e prática, contextualizada nos aspectos biopsicossociais das participantes. Nessa lógica, as gestantes mais experientes compartilhavam informações práticas que complementavam a teoria trazida pelas acadêmicas, assim, respeitava-se o saber popular de cada família. Ressalta-se que muitas mulheres traziam para o grupo seus filhos e mães, porém nenhuma figura masculina compareceu aos encontros, dessa forma visualiza-se o retrato de uma sociedade patriarcal e conservadora. A fim de otimizar a adesão das gestantes ao grupo, foi elaborado um projeto para confecção de enxovais solidários a partir de doações de itens de higiene e vestuário e, também, de realização de ensaio fotográfico de gestantes de forma gratuita, os quais eram entregues às participantes assíduas e que realizassem o pré-natal conforme preconizado. Durante as vivências do grupo era possível observar a prática como ambiente de consolidação dos conhecimentos das acadêmicas. Além disso, o espaço se construía a partir da descoberta das gestantes como mulheres ativas no processo de gestação e puerpério, contribuindo para a vivência de uma gestação e puerpério positivos. Resultado: Foram englobadas no projeto 49 gestantes, dessas, 13 mantiveram seguimento pós-parto, seja com consultas puerperais acompanhadas pelas ligantes da LASMI, seja através da continuidade no grupo. Ainda, foram entregues 14 enxovais e realizados 4 ensaios fotográficos. Ademais, 6 participantes manifestaram interesse em participar dos encontros do próximo ano. Por fim, a construção de grupos na formação acadêmica atua no desenvolvimento de profissionais que tenham a capacidade de transcender o modelo biomédico de saúde. Considerações finais: A educação em saúde é dita a forma mais democrática de construir um conceito ampliado de saúde, visto a possibilidade de promover o autocuidado e uma atenção integral e humanizada. Dessa maneira, é fundamental fortalecer os grupos como instrumentos de promoção de saúde. |
7822 | CUIDADO À GESTANTES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DO GUARUJÁ (SP): EXPERIÊNCIAS DO PET SAÚDE – INTERPROFISSIONALIDADE Carla Cilene Baptista da Silva, Maria Teresa Pace Amaral, Maria Aparecida Silva Diniz Santos, Silvia Helena A. Pinto, Jorge Alexandre S. Gottzent, Isabele Reis Rodrigues, Luana Souza Castro, Rosangela Soares Chriguer CUIDADO À GESTANTES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DO GUARUJÁ (SP): EXPERIÊNCIAS DO PET SAÚDE – INTERPROFISSIONALIDADEAutores: Carla Cilene Baptista da Silva, Maria Teresa Pace Amaral, Maria Aparecida Silva Diniz Santos, Silvia Helena A. Pinto, Jorge Alexandre S. Gottzent, Isabele Reis Rodrigues, Luana Souza Castro, Rosangela Soares Chriguer
Apresentação: O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET Saúde) é uma política indutora instituída pelos Ministérios da Saúde e da Educação que preconiza, entre outras questões, a reorientação na formação em saúde. Visando atender o chamado da Organização Pan Americana da Saúde, conjuntamente com a Organização Mundial da Saúde para implementação e fortalecimento da Educação Interprofissional (EIP) na região das Américas, o Ministério da Saúde lançou o PET-Saúde/Interprofissionalidade. Essa estratégia contribui para a integração universidade-serviço na formação de estudantes comprometidos com o Sistema Único de Saúde (SUS) e para favorecer a educação permanente dos profissionais de saúde tendo como foco a EIP em Saúde e as Práticas Colaborativas. Este trabalho tem por objetivo relatar a vivência de uma Equipe Interprofissional constituída a partir do PET-Saúde, cujas ações foram centradas em gestantes acompanhadas por uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município do Guarujá, litoral de São Paulo. As ações realizadas são respaldadas pela formação interprofissional e práticas colaborativas entre estudantes, preceptores e tutores. Descrição da Experiência As atividades do PET-Saúde Interprofissionalidade aqui descritas, ocorreram no período entre abril e novembro de 2019 na UBS Pae Cará, município do Guarujá (SP). A escolha da unidade se deu a partir de diálogos entre a Secretaria Municipal de Saúde, com apoio do Setor de Educação Permanente e a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) – Campus Baixada Santista. A Equipe PET é constituída por seis estudantes de graduação dos seguintes cursos: educação física, fisioterapia, serviço social e terapia ocupacional da UNIFESP, e medicina do Centro Universitário Lusíada (UNILUS); quatro preceptores, profissionais da rede municipal, sendo um psicólogo, uma fisioterapeuta e duas enfermeiras; e duas tutoras, docentes dos cursos de fisioterapia e terapia ocupacional da UNIFESP. Inicialmente, realizaram-se oficinas e rodas de conversas entre os integrantes da equipe PET com vistas ao alinhamento conceitual sobre interprofissionalidade, práticas colaborativas, integralidade do cuidado, inclusão e participação social. Além disso, realizou-se um mapeamento da região a fim de conhecer o território e discutir as potencialidades e fragilidades encontradas no cuidado às gestantes. Esse mapeamento foi possível a partir de visitas da equipe PET aos equipamentos que compõem a rede municipal de atenção à saúde da gestante e bebê de alto risco. Na sequência, deu-se início às discussões específicas envolvendo o cuidado à gestante, principalmente acerca da adesão ao pré-natal e à importância do vínculo materno-infantil. A busca por estratégias de fortalecimento do pré-natal na UBS também foi amplamente abordada pela equipe. Após esse período de mapeamento do território, discussões e planejamento das ações, iniciaram-se os Grupos semanais de Cuidado Interprofissional à Gestante, centrados em temas como, alterações posturais específicas da gestação; sinais de trabalho de parto e o período expulsivo; plano de parto; aspectos emocionais característicos da gestação; e amamentação. Cada grupo semanal tem início com uma dinâmica de acolhimento visando favorecer o vínculo gestante-equipe, seguida da abordagem de um tema central e finaliza com uma prática corporal. Todas as atividades realizadas nos grupos são discutidas e planejadas pela equipe PET. Entretanto, busca-se favorecer e incentivar o protagonismo dos estudantes no planejamento e condução das atividades desenvolvidas. Em relação às estratégias para o fortalecimento do cuidado pré-natal, algumas ações foram realizadas, a saber: a) reuniões com a equipe da UBS com os objetivos de apresentar o projeto PET, os conceitos básicos da interprofissionalidade em saúde e de envolver todos os profissionais na discussão da necessidade do trabalho em equipe e das práticas colaborativas; b) divulgação do Grupo de Cuidado Interprofissional à Gestante no Facebook da unidade; c) através de cartazes afixados na própria UBS; e d) convite impresso entregue pelo médico às gestantes, durante as consultas. Os registros das atividades conduzidas pela equipe PET foram realizados através de fotos, diários de campo, relatórios e planos de atividades. Impacto do Trabalho Ao longo do trabalho foram observadas barreiras e potencialidades para a realização do Grupo de Cuidado Interprofissional à Gestantes e o exercício da interprofissionalidade. A falta de adesão das gestantes às consultas médicas foi considerada pela equipe PET como a principal barreira. Na tentativa de compreender as ausências nas consultas, foram realizadas visitas domiciliares pelos estudantes e preceptores a fim de promover melhor vínculo. Outra barreira diz respeito a não participação das gestantes no grupo de cuidado, ainda que estivessem presentes na unidade para a consulta médica. As justificativas se basearam em compromissos agendados previamente e necessidade de cuidar de outros filhos. A falta de envolvimento da equipe da UBS também se mostrou como uma barreira frente às atividades propostas pela equipe PET. Entretanto, as reuniões ampliadas – entre as equipes PET e UBS – assim como a participação dos estudantes e preceptores nas consultas realizadas pelos obstetras, pediatras e enfermeiros no acompanhamento pré-natal e materno-infantil, foram estratégias que fortaleceram o envolvimento e o vínculo entre a equipe PET e os profissionais da unidade. Tais estratégias também contribuíram de maneira significativa, tanto para o reconhecimento do Grupo de Cuidado Interprofissional à Gestantes entre os profissionais da unidade, quanto para a melhora na adesão e participação das gestantes nos grupos, tendo em vista que em novembro foram realizadas atividades todas as semanas, com participação inclusive de acompanhantes. Como potencialidades iniciais deste PET ressaltam-se a inserção dos preceptores em funções estratégicas na rede de atenção do município do Guarujá e a formação interprofissional em saúde que configura o Plano Pedagógico do Campus Baixada Santista implantado em 2006. Os impactos observados ao longo de 8 meses da execução do PET na UBS foram: o reconhecimento e o debate da importância de práticas colaborativas e do trabalho em equipe na perspectiva interprofissional e interdisciplinar, tanto na formação quanto no exercício e atuação do profissional de saúde comprometido com a consolidação dos princípios basilares do SUS e demais políticas sociais; a implementação das ações assistenciais junto às gestantes, por meio da prática interprofissional e colaborativa em saúde; a identificação, sob o olhar dos estudantes, preceptores e tutores, das lacunas de formação na graduação para o trabalho interprofissional; a contribuição futura para processos de educação permanente de professores e preceptores no campo da Educação Interprofissional em Saúde e Práticas Colaborativas. Considerações finais Esta experiência demonstra que a inserção rotineira de estudantes no cenário do SUS facilita a integração entre teoria e prática, favorece a vivência do trabalho em equipe, fortalece a formação voltada aos preceitos do SUS e possibilita a prática profissional específica a partir da interprofissionalidade. Para os profissionais de saúde, a reflexão sobre a prática diária se torna constante e pode favorecer cada vez mais, a integração entre as diferentes especialidades com melhores resultados do trabalho em uma perspectiva interprofissional, intersetorial e interdisciplinar na formação e na educação permanente em saúde. Há ainda muitos desafios a serem superados junto às gestantes como ampliação e manutenção do Grupo de Cuidado Interprofissional e junto aos profissionais da unidade para a ruptura de práticas convencionais e implementação de ações de cuidado com enfoque na interprofissionalidade que favorecem o trabalho em equipe e a realização de práticas colaborativas. Palavras-Chave: Atenção Primária à Saúde; Educação Continuada; Gestantes; Educação Interprofissional; PET-Saúde. |
8050 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO MEDIDA PREVENTIVA NA IDENTIFICAÇÃO DE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA Marcio Yrochy Saldanha dos Santos, Willame Oliveira Ribeiro Junior, Ricardo Luiz Saldanha da Silva, Vitória Cristiane Leandro da Silva, Eliza Paixão da Silva, Camilla Cristina Lisboa do Nascimento, Adrianne de Cássia Monteiro da rocha, Ruan Rodrigues Felicidade EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO MEDIDA PREVENTIVA NA IDENTIFICAÇÃO DE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Marcio Yrochy Saldanha dos Santos, Willame Oliveira Ribeiro Junior, Ricardo Luiz Saldanha da Silva, Vitória Cristiane Leandro da Silva, Eliza Paixão da Silva, Camilla Cristina Lisboa do Nascimento, Adrianne de Cássia Monteiro da rocha, Ruan Rodrigues Felicidade
Apresentação: Entende-se como Educação em Saúde a construção de conhecimentos entre os profissionais de saúde e a população, a qual proporciona um aumento na autonomia dos indivíduos frente às diversas nuances das suas demandas de saúde, buscando a efetivação da equidade no que se refere as suas necessidades de saúde. Sendo assim, a troca de saberes durante uma aula prática do Componente Curricular de Urgência e Emergência em uma escola pública de ensino fundamental e médio acerca do reconhecimento e assistência prestada ao indivíduo acometido de Parada Cardiorrespiratória (PCR), já que de acordo com os achados na literatura vigente, as realizações das compressões torácicas nos casos de PCR aumentam drasticamente possibilidades de um prognóstico positivo e até mesmo a possibilidade de reversão de possíveis sequelas e/ou óbito por isquemia parcial ou total do coração. Portanto, sabe-se que o reconhecimento dos sinais e sintomas para o PCR segundo o Suporte Básico de Vida (SBV), o qual corresponde a um conjunto de medidas e procedimentos que possibilitam o suporte necessário até a normalização dos parâmetros normais do indivíduo. Não obstante, propõe-se a descrever a experiência de acadêmicos diante de medidas de prevenção de PCR para adolescentes de uma escola pública sob orientação de um enfermeiro presente na ação. Desenvolvimento: Trata-se de um trabalho descritivo, qualitativo do tipo relato de experiência. Este estudo se baseia na vivência dos discentes da Universidade do Estado do Pará durante uma ação educativa em uma escola de ensino fundamental e médio no Estado Pará, no município de Belém. O momento em questão da ação consistiu na explanação sobre o conceito de PCR, como reconhecer e quais as medidas primordiais que devem ser realizadas para trinta alunos do ensino médio do colégio em questão, além da presença de uma docente, um enfermeiro e sete discentes para a realização da mesma. Resultado: No primeiro momento, a docente responsável organizou de maneira clara, objetiva e no domínio de uma linguagem acessível os tópicos mais relevantes sobre PCR, em consonância com as explicações, realizava-se perguntas sobre os conhecimentos sobre a patologia em questão, possibilitando uma troca de conhecimentos de maneira horizontal, permitindo uma dialética que instigou os alunos a participarem. No segundo momento, a docente dividiu os alunos de maneira igual aos discentes presentes na ação, para que os mesmos realizassem o SBV nos bonecos durante a simulação de um caso de PCR. Sendo assim, finalizando o a ação, reuniram-se todos e houve o compartilhamento pelos alunos da escola sobre os conhecimentos obtidos e a sua aplicação no dia a dia. Considerações finais: Ações de Educação em Saúde permitem de maneira direta a atuação do profissional de enfermagem na prevenção, permitindo o empoderamento da população diante das diversas situações presentes na sua rotina, assim, contribuindo significativamente para a diminuição de óbitos por PCR que não puderam ser evitados e/ou identificados primariamente, ou seja, diminuindo de maneira drástica as chances de reversão do quadro clínico. |
8319 | ATIVIDADES DE ENSINO A DISTÂNCIA COMPLEMENTARES ÀS PRÁTICAS DE SAÚDE COLETIVA EM UBS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Marcus Vinícius Souza e Silva, Eva Rita Ribeiro Medeiro Maia, Izaias Gomes da Silva Júnior, Thiago Bentes de Souza, Andreza Aguiar Ximenes, Bruna Guido do Nascimento Barros, Geisy de Andrade Lima ATIVIDADES DE ENSINO A DISTÂNCIA COMPLEMENTARES ÀS PRÁTICAS DE SAÚDE COLETIVA EM UBS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Marcus Vinícius Souza e Silva, Eva Rita Ribeiro Medeiro Maia, Izaias Gomes da Silva Júnior, Thiago Bentes de Souza, Andreza Aguiar Ximenes, Bruna Guido do Nascimento Barros, Geisy de Andrade Lima
Apresentação: A fim de amplificar o desenvolvimento de conhecimentos quanto à responsabilidade social, à importância da criação de vínculos com a comunidade, ao trabalho em equipe multidisciplinar e à organização do processo de atuação a partir da territorialização e do diagnóstico de saúde da população, implementaram-se atividades de Ensino a Distância (EAD) na disciplina Saúde Coletiva III do curso de graduação de medicina da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Essas, tema desse relato de experiência, complementaram as aulas práticas em Unidades Básicas de Saúde (UBS) dessa ciência. Desenvolvimento: Para adaptar o ensino às facilidades de acesso à informação disponíveis atualmente, durante a disciplina foram propostas discussões em um fórum virtual supletivas às visitas à UBS. Essas foram feitas com um direcionamento ora por artigos relacionados aos possíveis problemas sociais em que os profissionais atuantes desse local podem deparar-se, ora por relatos de caso que conduziam os acadêmicos a se colocarem como indivíduos ligados ao usuário em questão ou como um médico de família e comunidade. Tal exercício, além de visar o aumento da capacidade de fluidez da dinâmica em grupo dos estudantes e do domínio dos conteúdos da disciplina, propôs o desenvolvimento de empatia desses tanto aos integrantes da comunidade local, quanto à equipe multidisciplinar atuante. Com isso, objetivou-se a extensão, para além das aulas teóricas e práticas, do conhecimento quanto à Atenção Primária em Saúde, foco de atuação das UBS, pautada: nos princípios da cidadania, no reconhecimento da individualidade dos usuários, na dinâmica com a população e com o grupo de trabalho de saúde e também à resolução de problemas identificados e ao envolvimento com os resultados da assistência. Ao final de todo o conteúdo programático da disciplina, obteve-se um total de cinco visitas à UBS designada para cada grupo de alunos do curso, além de uma visita a uma UBS fluvial. Para cada visita, com exceção dessa, foi disponibilizado, por seis dias, o citado direcionamento na plataforma virtual, que podia ser acessada em qualquer local por qualquer dispositivo com acesso à internet, desde que cumprisse o prazo proposto. Resultado: Com isso, obteve-se um ambiente de conversa quanto aos temas entre os alunos, o qual disponibilizou a oportunidade de compartilhamento de ideias quanto aos assuntos propostos. Tais feitos, além de ampliar os pontos de vista e a empatia por cada temática, contribuíram grandemente à humanização da formação dos profissionais médicos; que passaram a visualizar as diferentes situações possíveis com maior cuidado e atenção, lembrando da sujeição dos usuários aos determinantes sociais da comunidade. Considerações finais: O uso da plataforma EAD a favor da educação mostrou-se grandemente pertinente ao entendimento de doença como processo social, munido de aspectos culturais e econômicos. Com isso, pôde-se desenvolver conhecimentos quanto à diversidade da dinâmica populacional, de modo a formar não só profissionais médicos humanizados, mas também cidadãos com a compreensão das enfermidades como resultado da interação do indivíduo, enquanto ser biopsicossocial, com o ambiente. |
8351 | O LÚDICO COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O PÚBLICO INFANTIL ACERCA DO BULLYING: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Darclei Souza de Queiroz, Alice Né Pedrosa, Ana Lúcia Pinheiro Cardoso, Maíra Martins Oliveira, Mirlane da Costa Frois, Victória Pereira de Almeida, Monica Karla Vojta Miranda O LÚDICO COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O PÚBLICO INFANTIL ACERCA DO BULLYING: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Darclei Souza de Queiroz, Alice Né Pedrosa, Ana Lúcia Pinheiro Cardoso, Maíra Martins Oliveira, Mirlane da Costa Frois, Victória Pereira de Almeida, Monica Karla Vojta Miranda
Apresentação: O bullying é um fenômeno recorrente nas mais diferentes culturas e provoca sérias consequências aos implicados, configurando-se como um problema de saúde pública no mundo. Este é uma violência interpessoal que ocorre entre pares, representado por comportamentos intimidatórios e repetitivos, físicos ou psicológicos, executados em um contexto relacional de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Em recente pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), com mais de 100.000 crianças e adolescentes em todo o mundo, nove em cada dez entrevistados consideraram o bullying um grande problema e dois terços relataram já ter sido vítimas. Nos países da América Latina e do Caribe, aproximadamente um terço e meio das crianças denunciam casos, sendo no Brasil esse percentual em torno de 43%. A criança é um ser em pleno desenvolvimento, cujas experiências vivenciadas nos anos iniciais da vida tornam-se fundamentais para uma boa formação, quando adulta. Por isso, é relevante o crescimento em um ambiente saudável, afetuoso e livre de violência. O bullying afeta a comunidade por completo, acarretando impactos negativos no processo ensino-aprendizagem, saúde e desenvolvimento das crianças e adolescentes. Nesse sentido, as atividades lúdicas, como jogos e brincadeiras, são um eficaz instrumento de integração e socialização, atuando na diminuição dos casos de bullying, possibilitando a formação de indivíduos com maior consciência social, crítica, democrática e solidária. Este trabalho objetiva relatar a experiência vivenciada com um público infantil utilizando atividades lúdicas como facilitador para abordagem acerca do bullying. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido por discentes e docente do 6º semestre do curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará – Campus XII em Santarém, resultante das atividades complementares da Metodologia da Problematização implementada no curso. A atividade foi realizada em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de um bairro do município, em parceria com uma escola da mesma localidade. Primeiramente, foi realizado identificação da problemática entre escolares e a partir da demanda das coordenadoras da UBS, foi elencado o grupo de maior vulnerabilidade. Desta forma, participaram da atividade grupal, no dia 18 de outubro de 2019, 20 crianças de faixa etária entre 4 a 11 anos. Foi elaborado previamente um roteiro de atividades, contendo orientações para realização de quatro dinâmicas: “Quebra-gelo”, “Maçã”, “Conversa sobre bullying” e “Feitiço virou contra o feiticeiro”. Na ocasião, cada integrante do grupo ficou responsável por coordenar uma atividade, enquanto os demais auxiliavam. Resultado: A ação iniciou-se com a recepção das crianças por uma acadêmica fantasiada de borboleta, o que contribuiu para o início do processo de aproximação entre o grupo e o público. Após o acolhimento, deu-se início a dinâmica “Quebra-gelo”, que consistiu em anotar o nome de todos em papéis, colocando-os em uma pequena caixa. Então, a coordenadora solicitava que cada um retirasse um nome da caixa tentasse adivinhar a quem ele pertencia. Com essa dinâmica foi possível promover a integração entre os presentes, de forma que cada um pôde se apresentar de uma maneira descontraída. Após isso, foi introduzida a segunda atividade, a dinâmica da “Maçã”, que objetivou despertar nas crianças pensamentos críticos e reflexivos acerca do sofrimento psíquico das vítimas de palavras e comportamentos ofensivos. Para isso, foram apresentadas duas maçãs aparentemente semelhantes, no entanto, dentro da maçã nº 1 foi injetado corante sem que as crianças vissem, alterando somente a parte interna da fruta. Com as maçãs preparadas, foi solicitado que proferissem para a maçã nº 1 (a que foi modificada) palavras ofensivas e para a maçã nº 2 (sem alterações) palavras de afeto e carinho. As maçãs foram então cortadas ao meio e expostas às crianças, sendo possível perceber que na maçã ofendida haviam manchas escuras, enquanto que a maçã elogiada encontrava-se íntegra. O intuito era estabelecer uma analogia ao tormento causado a uma vítima de bullying, de forma que mesmo que o indivíduo não deixe transparecer, ele pode estar sofrendo verdadeiramente. Ao refletirem sobre os ensinamentos, notou-se que a maioria dos participantes concordaram que as palavras podem causar grande sofrimento, enquanto uma pequena parcela demonstrou timidez e não quis opinar. Na terceira dinâmica intitulada “Conversa sobre bullying”, foram utilizadas imagens retratando esse tipo de violência e explanou-se oralmente sobre sua prática, que ocorre por meio de agressões físicas e/ou psicológicas à vítima. Como tapas, empurrões, pontapés, insultos, apelidos e outras atitudes de isolamento social, dificultando a relação interpessoal da vítima. Quando questionados acerca de já terem presenciado cenas como as que foram demonstradas, as crianças responderam que eram comuns em ambientes que frequentam, como a escola. Prosseguindo com a programação, foi realizada a dinâmica do “Feitiço virou contra o feiticeiro”, na qual as crianças tinham de escolher qualquer ação para o colega ao lado realizar, porém, no momento da brincadeira a tarefa deveria ser performada por quem designou a ação inicialmente. Apenas metade do público concordou em realizar as ações, enquanto a outra parte se recusou a participar. Assim, foi possível propor uma reflexão quanto a importância de não desejar ao próximo aquilo que não gostaríamos para nós mesmos. Em seguida, para o encerramento da ação, as acadêmicas distribuíram presentes acompanhados de elogios a cada uma das crianças, com a intenção de demonstrar-lhes a importância do respeito e gentileza com o próximo. Ao longo de toda a ação de educação em saúde, observou-se o alto nível interacional do público infantil, o qual foi atribuído a utilização do lúdico como instrumento no processo ensino-aprendizagem. Por meio das dinâmicas e brincadeiras foi possível repassar para as crianças ensinamentos preciosos, de forma que cada um pôde interagir e participar da construção do próprio conhecimento. Considerações finais: Os resultados deste estudo indicam a necessidade de adoção de políticas anti-bullying, que envolvam a sociedade como um todo e isso é possível através da sensibilização, conscientização e mobilização coletiva. Possibilitando que as crianças estejam informadas e atentas a qualquer sinal de ação intimidatória e agressiva, visto que, no presente estudo, demonstraram não ter conhecimento acerca do tema, embora vivenciassem situações características desse tipo de violência. Não há métodos diagnósticos prontos para se determinar o praticante, mas pode-se levar para os centros de educação informações pertinentes ao tema, de forma em que o público compreenda o bullying como um problema. Além disso, como principais agentes de atenção a população, profissionais da educação e da saúde possuem a autonomia para intervir diretamente na prevenção, atuando através da educação em saúde. A proposta empregada neste trabalho atendeu as expectativas esperadas, visto que, as atividades lúdicas apresentadas às crianças possibilitaram a compreensão das características do bullying e suas consequências. Favorecendo assim, a reflexão acerca de suas ações e habilitando-as a conversão de ambientes agressivos a espaços de convivência sadia e segura. |
8376 | O CONTATO QUE CONSTRÓI: RELAÇÕES DE SAÚDE DENTRO DE UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE E FAMÍLIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Eva Rita Ribeiro Medeiro Maia, Ana Francisca Ferreira da Silva, Marcus Vinícius Souza e Silva, Júlia Fialho Cauduro, Rômulo Geisel Santos Medeiros, Thiago Bentes de Souza, Andreza Aguiar Ximenes O CONTATO QUE CONSTRÓI: RELAÇÕES DE SAÚDE DENTRO DE UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE E FAMÍLIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Eva Rita Ribeiro Medeiro Maia, Ana Francisca Ferreira da Silva, Marcus Vinícius Souza e Silva, Júlia Fialho Cauduro, Rômulo Geisel Santos Medeiros, Thiago Bentes de Souza, Andreza Aguiar Ximenes
Apresentação: Para garantir o acesso universal à saúde qualificada, é essencial a presença de profissionais médicos capazes de reconhecer os determinantes e as desigualdades sociais atuantes no processo saúde-doença. A fim de proporcionar tal percepção, universitários contaram com aulas práticas na Unidade Básica de Saúde (UBS) Morro da Liberdade, a qual realiza a cobertura de três unidades de Estratégia de Saúde e Família (ESF) em Manaus: S16, S22 e S23. A experiência teve como objetivo a construção da consciência humanizada a partir dos princípios da ESF, observados através da interação direta com o funcionamento da Atenção Básica. Desenvolvimento: As vivências priorizaram o entendimento do processo de entrada no Sistema Único de Saúde (SUS) e do real contato entre o usuário e a equipe da ESF local. Foi possível acompanhar a interdisciplinaridade, que integrou áreas técnicas e diferentes especialistas na prestação de serviços, incluindo agentes comunitários de saúde (ACS), dentistas, médicos, enfermeiros e técnicos. Cada um exerce seu papel gozando da prestação de auxílio mútuo em prol da resolutividade de cada caso, conferindo fluidez ao sistema. Ademais, destacou-se o vínculo existente entre profissionais e usuários, fato relacionado ao tempo significativo de ligação de cada trabalhador à UBS. Pôde-se acompanhar consultas da médica de Família e Comunidade, que conhecia todos os moradores da comunidade que foram atendidos, visto que atua no local há duas décadas. Tal familiaridade é imprescindível ao reconhecimento do indivíduo como um ser sujeito à influência de fatores socioambientais, fato que reflete na avaliação clínica. Além disso, houve contato com as áreas do SISREG, da enfermagem e da imunização. Ainda, foram realizadas visitas domiciliares, as quais mostraram-se essenciais ao entendimento da equidade presente no SUS, posto que permitem a continuidade do tratamento àqueles com dificuldade de deslocamento. Resultado: Ao acompanhar o fluxo de trabalho dentro dos setores da UBS, visualizou-se a forma que os sistemas se comunicam para proporcionar o atendimento completo e eficiente ao usuário. Existiram desafios como a superlotação de busca por consultas médicas e por visitas domiciliares, devido à demanda elevada dos três territórios abrangidos, beneficiados pelo Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (PROSAMIM), fornecedor de residências à população. Como pontos positivos, notou-se a presença de todas as vacinas, além da capacidade de realizar testes rápidos para a detecção de doenças de forma prática. Considerações finais: A disciplina Saúde Coletiva proporcionou, através do contato com o usuário e o funcionamento dos níveis de atenção, a compreensão da epidemiologia social, bem como da gestão democrática e dos serviços oferecidos pelo SUS. Assim, consolidou-se, durante a formação acadêmica, a visão humanizada direcionada aos usuários. Ao acompanhar as atividades desenvolvidas em uma UBS, os acadêmicos puderam perceber a realidade local da saúde pública, bem como participar de um processo transformador no contexto da Atenção Básica e, dessa forma, diagnosticar problemas e propor melhorias no atendimento aos usuários do SUS. |
8425 | EMBRIOLOGIA DA PLACENTA: JORNAL ILUSTRATIVO QUE PROPORCIONA DE FORMA LÚDICA O APRENDIZADO POR MEIO DE NOVAS METODOLOGIAS, RELATO DE EXPERIÊNCIA. Júlia Fialho Cauduro, Eva Rita Ribeiro Medeiro Maia, Alexanda Pereira Lucena, Estevan Criales Lopez EMBRIOLOGIA DA PLACENTA: JORNAL ILUSTRATIVO QUE PROPORCIONA DE FORMA LÚDICA O APRENDIZADO POR MEIO DE NOVAS METODOLOGIAS, RELATO DE EXPERIÊNCIA.Autores: Júlia Fialho Cauduro, Eva Rita Ribeiro Medeiro Maia, Alexanda Pereira Lucena, Estevan Criales Lopez
Apresentação: A embriologia humana é área fundamental ao entendimento do funcionamento do organismo durante a gestação e à formação de profissionais da saúde capazes de realizar o acompanhamento e promoção de uma gestação saudável. Com isso em mente, os acadêmicos do terceiro período do curso de medicina na Universidade Federal do Amazonas elaboraram, durante a disciplina Embriologia, um experimento de didática através da apresentação de informações em formato padrão de Telejornal e jornal impresso aos discentes. Durante a realização do trabalho, priorizaram-se a descontração e a interação. O conteúdo abordado contou com uma linguagem coloquial e relações do tema em questão com acontecimentos atuais. Apresentou, como objetivos, o entendimento efetivo proporcionado pela linguagem simples utilizada, memorização das informações pelo público-alvo (acadêmicos dos cursos da área de saúde), contribuição informacional à formação acadêmica e profissional, além do exercício do trabalho em grupo conferido pela experiência. Desenvolvimento: Foi utilizado o método de aprendizagem ativa com a finalidade de ofertar conhecimento de forma lúdica, cômica e acessível acerca da Imunologia da placenta, as informações foram colhidas por meio de revisão bibliográfica. A proposta é ofertar uma nova opção de ensino ao abordar esse tema. Para isso, a pesquisa foi baseada em artigos do Google Acadêmico e Scielo e na obra de Abul K. Abbas: Imunologia celular e molecular. Partindo das informações colhidas nos artigos, foram elaboradas matérias jornalísticas fictícias que mesclam informações referentes a área de Embriologia e Imunologia com contextos reais de notícias cotidianas divididas nas categorias: ensino, relacionamentos, segurança, astrologia, propaganda, internacional, ciência e feminismo. O material escrito foi organizado e editado de forma a corresponder a um design de jornal, impresso em papel, mas podendo ter sua versão digital também. A dinâmica de interação com os alunos foi baseada na simulação de apresentação de um jornal e forma descontraída tendo inclusive a interação do público. Resultado: Com base no realizado tivemos a impressão que é um método efetivo, prático e possibilita que todos tenham acesso após a apresentação por ser também um arquivo virtual. A apresentação se tornou fácil por ser dinâmica e disponível para que todos possam acompanhar. O maior desafio para sua construção foi adaptar os conteúdos acadêmicos para uma linguagem mais simples e que seja didática e descontraída visto que se tem o objetivo de atingir todos os tipos de públicos que desejaram ter um pouco mais de conhecimento sobre o assunto. Quanto ao Telejornal, pode-se afirmar com certeza que cumpriram seu objetivo de transmitir conhecimento através da didática. Foi possível, com extrema competência e maestria, ensinar assuntos complexos e extensos de tal forma que fará parte do acervo pessoal de conhecimento de todos os acadêmicos envolvidos. Considerações finais: Para a evolução e qualidade da disciplina, é importante aprimorar suas técnicas de didática. Acreditamos que o assunto do qual trata este artigo seja uma boa iniciativa e que a partir dele, novas formas de ensino poderão ser criadas e aplicadas. |
7996 | CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES MUNICIPAIS PARA EXECUÇÃO DO TESTE DE TRIAGEM DA ACUIDADE VISUAL ANDRE LUIS MARQUES DA SILVEIRA, Beatriz Adachi, Leticia Sturmer Pazinato CAPACITAÇÃO DE PROFESSORES MUNICIPAIS PARA EXECUÇÃO DO TESTE DE TRIAGEM DA ACUIDADE VISUALAutores: ANDRE LUIS MARQUES DA SILVEIRA, Beatriz Adachi, Leticia Sturmer Pazinato
Apresentação: A visão ajuda as pessoas em todo o contexto social, por proporcionar a percepção e o conhecimento do ambiente e de si mesmos, desde o nascimento e por toda a vida. No entanto, existe um momento que a acuidade visual – grau de aptidão do olho para identificar detalhes espaciais, ou seja, a capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos – torna-se notoriamente marcante para o desenvolvimento do indivíduo na comunidade que é o ingresso na escola. Além disso, os problemas visuais respondem por grande parcela de evasão e repetência escolar na idade adulta, pelo desajuste individual no trabalho e por limitações na qualidade de vida, mesmo quando não se trata de cegueira. Por isso, decidimos incentivar e capacitar professores do município de Miranda – MS a executarem um teste de triagem de acuidade visual que há muitos anos já vem sendo executado em diversos municípios brasileiros, devido a possibilidade de execução por não especialistas. Além de ser breve, simples, econômico e eficaz em verificar as crianças que necessitam uma consulta médica com oftalmologista no menor tempo possível, a fim de garantir seu pleno desenvolvimento como indivíduo. Com objetivo de contribuir para a melhoria do processo ensino/aprendizado, a partir da prevenção, identificação e correção de problemas visuais de forma precoce realizamos essas capacitações durante a Operação Pantanal 2018, projeto sob coordenação do Ministério da Defesa, executado por rondonistas de duas universidades públicas, UFRGS e UNICAMP selecionadas para atuarem nesse município. No primeiro momento da capacitação os professores mostraram certa resistência, visto que receberiam mais uma função no inicio do ano letivo que seria executar a triagem de todos os alunos que ainda não tiveram acesso ao oftalmologista, a fim de identificar os alunos que necessitavam de consulta oftalmológica de forma imediata ou mais rápida possível conforme disponibilidade da prefeitura. Porém, ao decorrer da capacitação perceberam a simplicidade da execução do teste de Snellen e da sua importância como método de triagem para distúrbios visuais e o pleno desenvolvimento das crianças. |
8406 | JOGO EDUCATIVO COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE, COM TÉCNICOS DE ENFERMAGEM E AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE, EM UMA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA, NO MUNICÍPIO DE BELÉM (PA) SUZANNE ALVES CORREA, Taize Catarina Monteiro Silva, Thasmyr Gonçalves Correa JOGO EDUCATIVO COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE, COM TÉCNICOS DE ENFERMAGEM E AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE, EM UMA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA, NO MUNICÍPIO DE BELÉM (PA)Autores: SUZANNE ALVES CORREA, Taize Catarina Monteiro Silva, Thasmyr Gonçalves Correa
Apresentação: É comum entre a população a prática de automedicação em busca de um alívio rápido de sintomas. O problema desta prática está relacionado a um maior risco de erros de administração e uso indevido de medicamentos, o que acarreta sérios problemas de saúde, como por exemplo, o risco de sofrer reações adversas e interações medicamentosas, intoxicações e agravamento do quadro clínico. A Política Nacional de Promoção da Saúde tem como objetivo geral promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde, e além disso, os estados e municípios tem como atribuição, a responsabilidade da promoção de saúde, estimulando a capacitação do sistema único de saúde (SUS). Em todos os seus níveis de atenção, reforçando tais objetivos, a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) define a assistência farmacêutica como um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e seu uso racional. A Estratégia de Saúde da Família (ESF) tem como prioridades ações como promoção, a proteção e a recuperação da saúde dos indivíduos e da família, de forma integral e contínua, suas equipes multidisciplinar e interdisciplinar tem contribuição por estarem sempre em contato com as famílias e a comunidade. Inserido neste meio os agentes comunitários de saúde (ACS) são facilitadores do acesso da população aos cuidados de saúde, aumentando o alcance da educação em saúde como modificadores de posturas e hábitos. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo estudar o conhecimento, atitude e prática sobre medicamentos entre Técnicos e ACS em uma ESF em um bairro de Belém — PA. Tendo um jogo de tabuleiro como metodologia educativa onde, por meio deste, seria esclarecido e levado conhecimento acerca do uso racional de medicamentos. Este trabalho faz parte do Programa de Capacitação em Atenção à Saúde da Criança — Estágio Multicampi Saúde da Universidade Federal de Pará — UFPA. O trabalho corresponde a um dos objetivos do programa que é qualificar os processos de gestão na formação para o cuidado, integração ensino-serviço-comunidade, de forma articulada entre o SUS e a instituição de ensino, de modo a promover a Atenção Integral à Saúde da criança. Desenvolvimento: No contexto de educação em saúde, jogos são um recurso interativo e motivante, capaz de despertar curiosidade, aprendizagem, viabilizar dialogo, simplificar a abordagem de temas e o debate de situações cotidianas. O presente trabalho discorre acerca de um relato de experiência baseado na aplicação de uma metodologia alternativa para educação em saúde, para tal foi articulado com as enfermeiras responsáveis pela ESF uma ação com o objetivo principal o uso racional de medicamentos. O público alvo seriam os técnicos de enfermagem e ACS, nesse sentido com a intenção de envolver o público alvo e fixar as informações que seriam repassadas, foi criado o medicaquiz. Um jogo de tabuleiro desenvolvido por três estudantes de farmácia, este foi projetado para competição entre equipes, assim uma equipe seria adversária da outra. A aplicação do medicaquiz se deu a partir da divisão dos participantes em dois grupos distintos, sendo uma composta por dois ACS e um técnico de enfermagem. As equipes tinham também uma miniatura (peão) que representava cada time no tabuleiro, para que todos pudessem observar a evolução dos competidores, além dos jogadores haviam a equipe de apoio formada por três enfermeiras que trabalham na ESF. A dinâmica do medicaquiz funciona da seguinte maneira: existe o tabuleiro, as cartas do jogo, os peões e o dado. Os peões começam juntos e assim que for decidido qual equipe inicia, um dos jogadores da equipe escolhe uma carta e estas possuem perguntas com alternativas, afirmações para escolher entre verdadeiro ou falso e situação problema e em algumas cartas havia um trevo de quatro folhas elas davam direito a ter a ajuda da equipe de apoio, no total eram vinte cartas. Depois de escolher a alternativa ou responder a pergunta a equipe jogava o dado, se a equipe tivesse acertado avançava o número de casas correspondentes ao dado, então além de acertar teria que contar com a sorte para avançar as casas do tabuleiro, o objetivo de cada equipe era chegar ao final do tabuleiro. Resultado: Durante a aplicação do medicaquiz foi possível observar que haviam muitos mitos ligados ao uso de medicamentos, e mesmo nas cartas em que a equipe sabia qual alternativa estava correta, em algumas questões os participantes não conseguiam dizer porque aquela era a questão correta. Um dos maiores perigos da automedicação é justamente a ausência de informações sobre suas consequências, sempre que uma pergunta era respondida além dos participantes saberem qual era a questão correta, também recebia o esclarecimento sobre este tema e quais possíveis consequências, abriu-se espaço para inúmeros relatos próprios e perguntas que inclusive não constavam nas cartas, assim, a percepção geral foi de que o jogo criou uma atmosfera leve e divertida, oportunidade de discussão sobre os temas, além de que era nítido o espirito de equipe. Ao final do jogo fizemos uma roda de conversa, no intuito de ouvir o ponto de vista dos participantes sobre o medicaquiz, para os competidores o jogo educativo medicaquiz é considerado divertido, estimulante, esclarecedor de dúvidas, facilitador da aprendizagem, interativo, inovador e ilustrativo. Considerações finais: O uso do medicaquiz deixou as informações mais interativas e muito mais atrativas, visto que, ao decorrer do jogo surgiam diversas dúvidas e relatos de hábitos rotineiros. A literatura destaca o uso de jogos educativos a partir desses aspectos indicando a pertinência destes como um instrumento de educação em saúde, gerando inclusive significativa aproximação entre os participantes e aplicadores, bem como melhor fixação do conteúdo, produzindo indagações e debates pertinentes, com capacidade de contribuir para a edificação da aprendizagem em saúde, assim observa-se a importância de ações mais dinâmicas como instrumento de aprendizagem. |
8476 | A UTILIZAÇÃO DA LITERATURA DE CORDEL COMO MATERIAL EDUCATIVO EM OFICINAS DE SENSIBILIZAÇÃO COM OS TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Daniela Sousa de Oliveira, Silvana Pereira Dantas Evangelista de Souza A UTILIZAÇÃO DA LITERATURA DE CORDEL COMO MATERIAL EDUCATIVO EM OFICINAS DE SENSIBILIZAÇÃO COM OS TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDEAutores: Daniela Sousa de Oliveira, Silvana Pereira Dantas Evangelista de Souza
Apresentação: Trata-se de trabalho de conclusão da residência multiprofissional em saúde coletiva do Distrito Federal entre os anos de 2016 e 2018. A Atenção Primária à Saúde (APS) no Distrito Federal (DF) apresentava uma abordagem assistencial de baixa resolutividade, com condições precárias de trabalho, sem retaguarda de especialidades da área da saúde e desconectada da atenção hospitalar, além da baixa cobertura de ESF, de apenas 30,7%, o que impacta negativamente na qualidade da atenção e no acesso aos serviços. Para melhorar esse quadro, foi lançado pelo governo do DF o programa Brasília Saudável: um conjunto de ações para o fortalecimento da APS como estratégia de reorganização do sistema de atenção à saúde e porta principal de acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse mesmo sentido, foi publicada a Portaria nº 77, de 14 de fevereiro de 2017, que visa estabelecer a Política de Atenção Primária à Saúde do Distrito Federal. A Portaria nº 78, para disciplinar o processo de conversão da APS do DF ao modelo da ESF. Segundo a portaria, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) serão convertidas progressivamente para o modelo de ESF, priorizando-se as áreas de maior vulnerabilidade social. Essas UBS em processo de conversão serão compostas por equipes de transição (Etesf), que serão capacitadas e posteriormente divididas em equipes de saúde da família. Diante desse contexto as equipes em transição foram submetidas a capacitações e treinamentos no serviço com finalidade de efetivar a conversão do modelo de atenção à saúde. Com a capacitação foram montadas estratégias educativas para ampliar o escopo de atuação e criação de meios para o enfrentamento de problemas de saúde de forma a melhorar o acesso, a qualidade do atendimento prestado e a resolutividade. Em sua grande maioria, os profissionais não estavam satisfeitos com os métodos utilizados para capacitação e uma equipe de residente resolver utilizar o método da roda onde as temáticas serão apresentadas no formato de literatura de cordel. Trata-se de uma pesquisa-ação de caráter descritivo, com perspectiva de análise qualitativa, cujo cenário foram duas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que estavam no processo de conversão de modelo de atenção à saúde, em uma Região Administrativa do DF, onde por sua vez a pesquisa-ação permite a transformação da realidade investigada e a produção do conhecimento. A amostra inicial foi composta por 48 profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e administrativos). Ao logo das oficinas houve algumas desistências, permanecendo 37 profissionais até o final da pesquisa. Esta pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde – FEPCS, CAAE: 73150017.6.0000.5553. As oficinas foram gravadas com um gravador de voz, o qual na oportunidade foi apresentado o TCLE (termo de consentimento livre esclarecido), como também o termo de autorização para utilização de imagem e som de voz para fins de pesquisa aos participantes como critérios de participação. O estudo foi organizado em três etapas. Na primeira, selecionados, por conveniência, dois profissionais de cada categoria profissional que compõem a Etesf. Com o propósito de realizar um mapeamento das informações para planejamento das oficinas de sensibilização tendo como base as necessidades locais dos profissionais. A partir dessa coleta, as temáticas que mais apareceram foram: modelo ESF, humanização, acolhimento, fluxos e rede de atenção à saúde, organização e processo de trabalho das equipes. O que inspirou a construção do material educativo. Na segunda etapa, realizado o planejamento das oficinas nas UBS. Foram confeccionadas dez histórias de autoria própria, elaboradas em poesia popular, xilogravura e cordel, que trouxeram uma nova roupagem ao processo de educação continuada. A organização do ciclo de oficinas de sensibilização se dividiu em 4 grupos, dois grupos no período da manhã na UBS X e de dois no período da tarde na UBS Z, totalizando 5 encontros em cada grupo de no mínimo 12 profissionais. Foi um formato discutido com os gerentes e profissionais para aproveitar o profissional no ambiente de trabalho sem paralisar os atendimentos no equipamento. Cada grupo tive o tempo médio de 2h00. Os profissionais facilitadores foram os residentes do programa de saúde coletiva: Terapeuta Ocupacional, Fisioterapeuta e Serviço social. A terceira etapa contou com execução das oficinas. Cada oficina de sensibilização foi dividida em dois momentos: primeiro momento com a leitura (cantado) da literatura do cordel acrescido de reflexão sobre a texto abordada; e o segundo momento, também introduzido por leitura da literatura de cordel, seguido atividade dirigida, uma prática. Como consequência de uma abordagem qualitativas, durante a realização das oficinas forma surgindo temas aos quais não apareceram no diagnóstico situação feito na primeira etapa. Como forma de implicar os profissionais forma confeccionado mais seis históricos de cordel com intuito de tratar a realidade dos profissionais e não apenas a visão do pesquisador sobre a realidade. Levou-se em consideração os temas discutidos, conhecimentos sobre a política nacional e distrital de atenção básica, bem como a prática e vivência no modelo ESF. O objetivo dessa etapa foi captar percepções finais para entender como os profissionais compreenderam os temas abordados durante as oficinas. A cada roda realizada outras temáticas iam aparecendo e novas histórias eram criadas. A questão do distanciamento da gestão foi um ponto recorrente por todos os quatro grupos das oficinas de sensibilização, com a participação dos trabalhadores, quanto dos usuários na tomada de decisões. A automatização do processo de trabalho é vista pelos trabalhadores como ponto positivo, o que contraia a literatura, que aponta para ações reflexivas de caráter crítico. Há centralidade na doença e não na pessoa; os trabalhadores identificaram como um problema, no entanto, seu discurso prático volta-se apenas para a queixa-conduta, desarticulando a proposta do acolhimento e vínculo, nos primeiros encontros. A partir de construção espaço de diálogo entre os profissionais, essas ideias formam se modificando e assumindo um grau de criticidade e reflexão do efeito do seu trabalho com usuários, colegas e gestão. Relatos trouxeram dificuldades enfrentadas no processo de consolidação das equipes ESF já instaladas, com justificativa para o “projeto de fracasso”. No entanto havia pessoas que identificavam a ESF como única alternativa efetiva de melhorias para usuários e trabalhadores. Assim, a mudança de modelo de atenção à saúde deve vir de forma que acompanhe melhorias na estrutura física, abastecimento de insumo e a segurança de prover materiais essenciais para funcionamento com dignidade e qualidade. Sugere-se ainda que o problema não está na falta de educação permanente ou contínua, e sim no envolvimento gestão-trabalhador-usuário. Os gestores devem se apropriar de outros métodos práticos como, por exemplo, a metodologia da problematização e de tutoria, para alcançar a partir de ações do cotidiano as mudanças necessárias, objetivando a participação coletiva, democrática e horizontal quando se pensar em capacitação dos trabalhadores. A utilização da literatura do cordel trouxe simplicidade, sensibilidade e muitos aprendizados aos trabalhadores da atenção primária de saúde do DF que apenas tinham experimentado o trabalho morto, focado em procedimento rígidos distantes da realidade dos territórios. O ciclo de oficina não se propôs “mudar” e sim tornar menos doloroso para equipes e mostrar que a ESF é um modelo seguro, colaborativo e atende os princípios e diretrizes do SUS. |