343: A multiplicidade dos desafios através dos ciclos de vida, na gestão da clínica | |
Debatedor: Eduardo Corsino | |
Data: 28/10/2020 Local: Sala 10 - Rodas de Conversa Horário: 13:30 - 15:30 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
6540 | PRÉ -ESCOLAR COM MASTOIDITE AGUDA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Julianne De Figueiredo da Costa, Monica Karla Vojta Miranda PRÉ -ESCOLAR COM MASTOIDITE AGUDA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Julianne De Figueiredo da Costa, Monica Karla Vojta Miranda
Apresentação: A otomastoidite ou mastoidite aguda é a principal complicação da otite média aguda, advém de uma inflamação grave que se expande da caixa do tímpano para o mastoide com rompimento de seus septos. Sua etiologia está ligada, principalmente, ao Streptococcus Pneumoniae, mas pode estar relacionada a diversos agentes como influenzae, Moraxella catarrhalis, Streptococcus pyogenes, Pseudômonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. As manifestações clínicas mais comuns são sinais como edema, hiperemia, dor e otorréia, sendo mais frequente abaixo dos 2 anos de idade. Na criança, a dor é mais comum próxima ao antro. A incidência da otomastoidite é de 2-4 a cada 100.000 casos de otite e suas complicações podem ser intracranianas como a meningite, empiema epidural e subdural, abscesso temporal ou cerebeloso e trombose de seios venosos e extracranianas incluindo o abscesso subperiósteo, abscesso de Bezold, paralisia facial periférica, labirintite, osteomielite, hipoacúsia e petrosite. O diagnóstico de mastoidite aguda é clínico e o diagnóstico diferencial é realizado por Tomografia Computadorizada (TC). A protusão auricular, celulite e edema retroauricular são sinais importantes para o diagnóstico da mastoidite. O tratamento da otomastoidite depende da configuração e dimensão doença, da presença de complicações associadas e da clínica. Alguns autores preferem um tratamento mais conservador, descartando a miringotomia e optando pelo uso de antibióticos administrados por via endovenosa sendo mais comum o uso de ceftriaxone e vancomicina. O objetivo desse trabalho é relatar experiência vivenciada por uma acadêmica na assistência pediátrica de um pré-escolar. Desenvolvimento: trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência na qual utilizou-se de observação direta e participativa, vivenciada por discentes e docente do curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará, Campus XII, no período de dezembro de 2019, a pesquisa ocorreu no setor da pediatria de um hospital público do município de Santarém – PA. A coleta de informações ocorreu através de diálogo com o pai do paciente, exame físico e investigação do quadro desse por meio do prontuário. No primeiro dia do estágio, o grupo teve a oportunidade de realizar o censo a fim de conhecer as crianças internadas na unidade pediátrica e seus diagnósticos, após a realização do censo cada acadêmico escolheu um paciente para realizar assistência. Após a escolha, os alunos fizeram a coleta de informações sobre a história pregressa do paciente e exame físico, e posteriormente, foram até a literatura em busca de um referencial teórico para realizarem as intervenções de enfermagem. Resultado: O paciente escolhido para este relato é um menino de 3 anos, pardo, natural do município de Santarém- PA. Deu entrada no Hospital Municipal de Santarém no dia 01 de dezembro de 2019 com dor em região auricular, cefaleia, edema retroauricular e diagnóstico médico de mastoidite aguda. O pai relata que menor estava há uma semana com otalgia, hiperemia e edema em região retroauricular. A mastoidite aguda é mais comum no sexo masculino, tendo um pico de incidência em crianças com uma idade inferior a 4 anos. A criança com mastoidite aguda desenvolve otalgia, febre e edema retroauricular, além disso, a membrana timpânica pode estar inflamada ou perfurada com otorréia mucopurulenta. Na triagem, o paciente estava afebril, eupneico em ar ambiente, normocárdio, ativo, acianótico e com presença de cerume impactado em orifício auricular direito. Tórax: simétrico com boa expansibilidade bilateral. Ausculta pulmonar: presença de murmúrios vesiculares, sem ruídos adventícios. Ausculta cardíaca: bulhas cardíacas normofonéticas rítmicas em 2 tempos, sem sopro. Abdome: plano, flácido, ruídos hidroaéreos presentes. Membros superiores e inferiores sem alterações. Foram realizados exames e os resultados encontrados foram: PCR látex: 10mg/L; segmentados: 8.76 µL; hemoglobina: 12g/dL; leucócitos:12.010 /µL e plaquetas: 313.000/mm3. A elevação do PCR e dos leucócitos, mesmo que discretamente, podem ser considerados indicativos de mastoidite aguda. Após diálogo com a criança, foi relatado que a mesma estava sentindo falta de casa, da mãe e de brincar com seus amiguinhos devido o prolongamento da internação. Entretanto, na pediatria do hospital havia uma bicicleta que proporcionou um pouco de distração no menor. Foi solicitado pelo médico uma Tomografia Computadorizada (TC) de mastoide, no entanto, a instituição não autorizou. A tomografia computadorizada é de suma importância no diagnóstico da mastoidite auxiliando na percepção de áreas com erosão óssea. Ela serve para avaliar o mastoide e possíveis complicações intracranianas como a trombose do seio lateral e abscesso cerebral. Posteriormente, foi solicitado uma radiologia do mastoide, o resultado não mostrou nenhuma alteração e a orientação do cirurgião buco-maxilo foi continuar com a antibioticoterapia. A radiografia ajuda a identificar alterações ósseas progressivas em casos de abscesso. Após 4 dias de internação o paciente recebeu alta hospitalar por estar estável e não apresentar intercorrências, sendo encaminhado para uma avaliação do otorrinolaringologista a nível ambulatorial. No dia da alta, a criança acordou mais cedo, se arrumou e disse que estava muito feliz por voltar para casa, brincar com seus amiguinhos e rever sua mãe. É importante ressaltar que durante os quatro dias de internação o pai precisou se ausentar do trabalho para cuidar do menor, pois a mãe tinha que cuidar de outro filho recém nascido. Durante a internação hospitalar de uma criança, a família passa por muitas transformações em seu cotidiano, pois o menor necessita da companhia de um adulto o tempo todo. Além disso, a hospitalização afeta o psicológico da criança ao distanciá-la de sua família e rotina e, também, vivenciar sensações ruins como a dor. As condutas de enfermagem diante desse quadro se basearam em observar possíveis alterações no quadro geral do pré- escolar como choro persistente, dor, desconforto, mobilidade cervical, palidez cutânea, sudorese, presença de secreção serosa no orifício auditivo, edema; verificar sinais vitais e administrar medicação conforme prescrição e quando necessário, observar os níveis de consciência, hiperatividade; avaliar as evacuações vesicointestinais, e orientar quanto a importância da alimentação e ingestão hídrica. Considerações finais: Após conhecer as manifestações e complicações clínicas decorrentes da mastoidite aguda que podem ser intracranianas e extracranianas, ressalta-se a importância do enfermeiro. Compete a este profissional, como principal agente no cuidado, a habilidade e pensamento crítico para planejar o cuidado individualizado, além de orientar os familiares e a equipe de enfermagem na promoção de um cuidado com mais qualidade e segurança, afim de diminuir os riscos de complicações da doença e de infecções secundárias. Ademais, é necessário a realização de mais estudos sobre a otomastoidite, visto que ainda há muitas divergências sobre o seu diagnóstico clínico e poucos estudos atuais que abordem de forma completa esse tema. |
7772 | ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À CRIANÇA PORTADORA DE SÍNDROME DE DOWN NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Daniela Marcondes Gomes, Gustavo Nunes de Mesquita, Ana Lucia Naves alves, Laisa Marcato Souza da silva, Luiz Henrique dos santos Ribeiro, Tatiele Rodrigues da silveira ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À CRIANÇA PORTADORA DE SÍNDROME DE DOWN NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIAAutores: Daniela Marcondes Gomes, Gustavo Nunes de Mesquita, Ana Lucia Naves alves, Laisa Marcato Souza da silva, Luiz Henrique dos santos Ribeiro, Tatiele Rodrigues da silveira
Apresentação: A Síndrome de Down (SD) é caracterizada pela presença de déficits no desenvolvimento intelectual, atrasos no campo da aquisição da linguagem, da cognição, na comunicação, no desenvolvimento motor e na estatura, estando também relacionada ao crescimento e ao ganho de peso. Em 2017 foram registradas aproximadamente 310 mil pessoas acometidas com a SD no Brasil. As pessoas com Down, segundo a pesquisa, apresentam expectativa de vida de 62 á 63 anos de idade, portanto é de suma importância sob o ponto de vista da assistência de saúde compreender as condições e as perspectivas em que o profissional de enfermagem pode se inserir neste contexto, em específico na oferta de serviço dentro das unidades básicas de saúde para o público com a SD. devido a isso este estudo tem como objetivo refletir sobre a integralidade do processo assistencial das crianças portadoras de Síndrome de Down na atenção primária à saúde no Brasil. O presente estudo é uma revisão integrativa de literatura baseada no meio online e livros pertinentes ao tema, foram utilizados 45 artigos encontrados na plataforma SciELO (Scientific Electronic Library Online). Os estudos corroboram com a ideologia da inclusão, acessibilidade e acolhimento que é uma diretriz da política nacional de humanização, além da equidade, princípio doutrinário do sistema único de saúde, para que então a integralidade possa ser comprida na assistência desses indivíduos e suas famílias. A estratégia saúde da família é o local mais adequado para assistir a família que recebe o diagnóstico de Down na infância, o enfermeiro da família tem papel fundamental, sendo repetidamente citado por diversos autores como educador dessa família, pois sendo esta uma síndrome incurável, fortalecer os laços familiares, instruir a família sobre as peculiaridades da síndrome, estimular, monitorar e garantir o desenvolvimento cognitivo, social e moral, através da consulta de puericultura e táticas de promoção à saúde com toda a família: essas são as principais e mais eficazes intervenções de enfermagem, com excelentes resultados, também é responsabilidade do enfermeiro prescrever os cuidados para garantir máximo desenvolvimento e inclusão além de ter sempre a prerrogativa de nunca deixar de atender de forma holística esse indivíduo. Academias, terapias alternativas como arteterapia, musicoterapia, animal-terapia, cromoterapia são possíveis intervenções de enfermagem e devem ser utilizadas sempre que possível, mesmo que como recomendações, já que a literatura comprova positivamente seus resultados. conclui-se que, por risco de desenvolver uma série de morbidades e por possuir suscetibilidades a inúmeros fatores de risco, as pessoas com SD, necessitam de um tratamento diferenciado que os contemple desde o nascimento ao envelhecimento. A implementação deste atendimento diferenciado, pleno e satisfatório permitirá contemplar a assistência à saúde, promover o conhecimento e o aprofundamento vínculos necessários para vencer as barreiras e os preconceitos, quer seja por parte do indivíduo com SD e ou por sua família. |
8081 | A MORBIMORTALIDADE INFANTIL PELO OLHAR DE UMA EQUIPE DA FORÇA ESTADUAL DE SAÚDE DO MARANHÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Natânia Candeira dos Santos, Aretusa Lopes Cavalheiro, Laiane Maria Machado Damasceno A MORBIMORTALIDADE INFANTIL PELO OLHAR DE UMA EQUIPE DA FORÇA ESTADUAL DE SAÚDE DO MARANHÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Natânia Candeira dos Santos, Aretusa Lopes Cavalheiro, Laiane Maria Machado Damasceno
Apresentação: Ao abordar saúde da criança, faz-se necessário pensar na mortalidade infantil como subsídio para persistir por melhores cuidados ofertados para esse público. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2010), a taxa de mortalidade infantil em menores de um ano diminuiu de 47,1 em 1990, para 15,6 em 2010 para cada mil nascidos vivos. Obviamente, por mais regressão que tenha ocorrido devido a diminuição da pobreza, melhor acesso à educação das mães e maior ampliação do serviço de saúde a partir da Estratégia Saúde da Família, por exemplo, ainda há muito o que alcançar devido a imensidão da desigualdade social existente no Brasil. Entende-se ainda que para que o acompanhamento ideal da criança ocorra, faz-se necessário o empenho tanto da rede hospitalar como da Estratégia Saúde da Família. Questiona-se, portanto, que ainda que a criança tenha um bom atendimento durante o trabalho de parto, complicações podem ocorrer na primeira semana de vida, bem como no período neonatal, como já supracitado. Assim, existe a necessidade de uma vigilância em saúde pela equipe de atenção primária na promoção, prevenção e diagnóstico precoce de eventuais agravos que possam ocorrer ao recém nascido, a partir das visitas domiciliares e retornos ao serviço de saúde, tendo em vista que o período neonatal, bem como o primeiro ano de vida demonstram-se como propícios para complicações e elevação do risco de morte neonatal (Ministério da Saúde, 2005). A realidade do município em questão traz como justificativa deste estudo a necessidade de discussão devido a deficiência pelas equipes ao seguimento no acompanhamento no puerpério e cuidado com a criança com visitas domiciliares e atendimento periódico, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, e implementação de ações de promoção e prevenção como aleitamento materno, orientações para desmame, imunização, cuidados em afecções, entre outros. Objetivo: Atuar na redução da morbimortalidade infantil em um município do interior do Maranhão a partir do Trabalho da Força Estadual de Saúde do Maranhão. Método: Este estudo se trata de um relato de experiência. A equipe composta por duas enfermeiras, uma fisioterapeuta e um profissional de educação física chegou ao município do interior do Estado do Maranhão em 2016, realizando mapeamento de riscos, dentre eles, a procura por crianças menores de um ano de idade em situação de risco aumentado para morbimortalidade. Os trabalhos começaram com o auxílio dos Agentes Comunitários de Saúde em regime de visitas domiciliares. Foram visitadas todas as crianças menores de um ano, bem como todas as gestantes, tendo em vista que é necessário um acompanhamento presente durante o período gestacional para que se diminua a chances de mortalidade no primeiro ano de vida do recém nascido. Houve a criação de planilhas estabelecendo os riscos encontrados e o plano de ação para visitas e acompanhamentos. Foi ainda formulado como plano de ação, o estabelecimento de medidas como a qualificação de profissionais de saúde no município; fortalecimento das ações na primeira semana de vida da criança; garantia de acompanhamento ao recém nascido prematuro; estabelecimento de fichas de acompanhamento do parto no município com posterior contrarreferência para atenção básica; notificação e investigação de óbitos infantis em curto espaço de tempo. Resultado: A cidade em questão contava com 170 crianças menores de um ano, em que destas, 101 crianças iniciaram alimentação complementar antes dos 6 meses, além de 18 apresentarem aleitamento materno inexistente. Tais dados evidenciam como as crianças estão suscetíveis a agravos que venham a influenciar diretamente na condição de vida ou mortalidade da população. Dessa forma, destaca-se que 70% das crianças apresentaram IRA e 50% doença diarreica. Observou-se ainda a inexistência de técnicas adequadas de tratamento e devido acompanhamento dos quadros, o que torna a recorrência dos agravos muito presente. Notou-se ainda com a monitorização, que 5 crianças estavam na linha da desnutrição, estas também sem a presença do profissional no manejo das ações de cuidado. Sabe-se ainda que 2 crianças apresentaram diminuição da estatura para idade, apresentando déficit de crescimento (um por desvio hormonal e outra por desnutrição), sendo referida pela equipe da Força Estadual de Saúde para a rede estadual para consulta e tratamento. Com relação ao nascimento, 4 crianças apresentaram prematuridade, e 3 apresentaram agravos como anóxia e infecção. Por fim, 61 crianças apresentavam a caderneta de imunização desatualizada, o que interfere fortemente na condição de adoecimento. Nenhuma criança apresentava consulta odontológica no primeiro ano de vida, deficiência essa devido a oferta ineficiente da saúde bucal. Sabe-se que são disponibilizadas 10 fichas para atendimento odontológico, geralmente sem prioridades, respeitando a ordem de chegada, formando-se filas ainda na madrugada, o que torna inviável o atendimento encaminhado. Resultado: Com o referido quadro foram planejadas metas para implementação no município, a saber: Capacitação de pelo menos 90% dos profissionais atuantes no hospital para prevenção de asfixia neonatal; bem como os profissionais da ESF capacitados na estratégia AIDIPI e método Canguru no mesmo período; 80% das USBF executando a Primeira Semana de Saúde Integral; mínimo de 90% dos RN nascidos de parto prematuro com 13 consultas no primeiro ano de vida (7 médicas e 6 de enfermagem); 100% dos RN nascidos no município de Santana encaminhados para USBF com a ficha de acompanhamento de parto; 100% dos óbitos materno-infantil investigados no primeiros 15 dias. Considerações finais: A construção de intervenções no referido município está baseada na necessidade de oferecer um cuidado integral à saúde da criança, evitando adoecimento ou detectando-o precocemente, e, consequentemente, a morte no primeiro ano de vida. Sabe-se que o fornecimento desses cuidados no município de Santana do Maranhão ainda não está consolidado, haja vista a reflexão que se pode fazer perante os dados apresentados, e neste sentido, espera-se intervir na reorganização da atenção primária de modo a ofertar o auxílio ideal para o crescimento e desenvolvimento das crianças. Dessa maneira, explora-se principalmente deficiências no serviço desenvolvido com município, que há necessidade de reorganização, como a implementação da primeira semana de saúde da criança; atenção à prematuridade; investigação de óbitos; atenção ao parto no município, que são premissas básicas que necessitam ser revisadas como ponto de partida. Espera-se que a intervenção seja continuamente colocada em prática e reavaliada mediante as necessidades que possam surgir no decorrer dos trabalhos. |
8619 | OBTENÇÃO E PREENCHIMENTO DA CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA DE LACTENTES DE COMUNIDADES RURAIS RIBEIRINHAS DO RIO NEGRO, MANAUS, AMAZONAS Alessandra Araújo da Silva, Andréia Coelho Gomes, Fernando José Herkrath OBTENÇÃO E PREENCHIMENTO DA CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA DE LACTENTES DE COMUNIDADES RURAIS RIBEIRINHAS DO RIO NEGRO, MANAUS, AMAZONASAutores: Alessandra Araújo da Silva, Andréia Coelho Gomes, Fernando José Herkrath
Apresentação: A Caderneta de Saúde da Criança (CSC) é considerada um documento importante, porque consiste em um instrumento que unifica informações sobre a criança se firmando como essencial no processo de vigilância em saúde infantil. A CSC foi organizada para ter dados de identificação da criança e dos pais, registro da história obstétrica e neonatal, do crescimento, desenvolvimento, da saúde bucal, visual, auditiva e da vacinação, sendo utilizada ainda como uma ferramenta que orienta na promoção de saúde e prevenção de agravos. O objetivo deste estudo foi avaliar a obtenção e preenchimento da CSC de lactentes de comunidades rurais ribeirinhas do rio Negro, Manaus, Amazonas. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo transversal, de abordagem quantitativa, realizado nas comunidades rurais ribeirinhas do rio Negro, Manaus, Amazonas, por meio de entrevista estruturada com o(a) principal cuidador(a) da criança de até dois anos de idade e a observação direta da sua CSC. A amostra estudada foi composta por 63 crianças menores de dois anos, sorteadas aleatoriamente, localizadas nas áreas de abrangência das equipes de saúde da família. O período da coleta foi de abril a maio de 2019. A análise estatística dos dados foi realizada no programa Stata 14.0. Resultado: Com relação as características gerais das crianças menores de dois anos de idade, elas possuem idade média de 1 ano e 6 meses, com predominância do sexo masculino (52,4%), identificadas em sua maioria como da cor parda (79,3%) e com média de peso ao nascer de 3.234 kg (±0,5) registrado no cartão. Das 63 crianças estudadas, 87,3% possuíam cartão/caderneta visto pelo entrevistador, 11,1% não estavam disponíveis (tinham, mas o cartão não foi visto pelo entrevistador: perdeu/não encontrou/não estava em casa) e 1,6% nunca teve uma caderneta ou cartão. Das crianças que possuíam a caderneta, os registros de testes neonatais demonstraram que 94,5% realizaram o teste do pezinho, 78,2% o teste da orelhinha, 67,3% o teste do olhinho e 72,7% realizaram o teste do coraçãozinho. Em relação aos registros de suplementação vitamínica, 80% das crianças receberam vitamina A e somente 23,6% o sulfato ferroso. Sobre demais informações, todas as crianças que possuíam caderneta apresentaram o preenchimento das vacinas e apenas 25,4% possuíam outro registro de pesagem na caderneta. Foi identificado que, os lactentes têm suas primeiras consultas, bem como realizam o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento predominantemente na unidade básica de saúde fluvial, 59,7 % (n=37) e 69,8% (n= 44) respectivamente. Em linhas gerais, não foi possível avaliar o percentil de satisfatoriedade do preenchimento da CSC, porém foi possível evidenciar uma baixa frequência de registro do acompanhamento de peso. Considerações finais: Faz-se necessária uma investigação mais elucidada, porém os resultados apontam que é preciso reforçar a capacitação dos profissionais e a organização dos serviços para que cumpram as recomendações do Manual para Utilização da Caderneta de Saúde da Criança estabelecido pelo Ministério da Saúde. |
8671 | PLANO DE CUIDADO PARA PACIENTE PEDIÁTRICO COM SÍNDROME DE PRUNE BELLY EM DIÁLISE PERITONEAL DOMICILIAR Marieli Thomazini Piske Garcia, Armelinda Pedrini Faria, Candida Caniçali Primo, Franciéle Marabotti Costa Leite, Leila Massaroni, Maria Edla de Oliveira Bringuente, Mirian Fioresi, Vanessa Crysthina Araújo Franco de Sá PLANO DE CUIDADO PARA PACIENTE PEDIÁTRICO COM SÍNDROME DE PRUNE BELLY EM DIÁLISE PERITONEAL DOMICILIARAutores: Marieli Thomazini Piske Garcia, Armelinda Pedrini Faria, Candida Caniçali Primo, Franciéle Marabotti Costa Leite, Leila Massaroni, Maria Edla de Oliveira Bringuente, Mirian Fioresi, Vanessa Crysthina Araújo Franco de Sá
Apresentação: A Síndrome de Prune Belly (SPB), também conhecida como abdome em ameixa seca, é uma rara condição congênita que apresenta três características principais: deficiência ou hipoplasia congênita da musculatura da parede abdominal, má formação do sistema urinário e criptorquidia bilateral. O trabalho teve como objetivo construir um plano de cuidado para um paciente portador de SBP em diálise peritoneal domiciliar. Desenvolvimento: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado em um hospital universitário na região sudeste do Brasil, apresentado a uma disciplina de um Mestrado Profissional em Enfermagem. Os dados foram coletados em novembro de 2019 através da consulta de enfermagem e do acesso ao prontuário de um paciente em atendimento ambulatorial. A análise dos dados teve como referencial teórico a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda de Aguiar Horta. O plano de cuidado foi desenvolvido a partir dos pontos importantes identificados na coleta de dados, do levantamento dos problemas de enfermagem, sendo estabelecidos os diagnósticos de enfermagem, intervenções e resultados de conforme a taxonomia NANDA, NIC e NOC. Resultado: Paciente H.G.L., 3 anos, do sexo masculino, portador da SPB, uretero-hidronefrose acentuada, nefromegalia e criptorquidia bilateral, fístula retovesical, vesicostomia, ânus imperfurado, evacuação por colostomia e doença renal crônica estágio 5, realizando diálise peritoneal automatizada no domicílio utilizando cateter Tenckhoff. História de infecção urinária de repetição e peritonites. Os Diagnósticos de Enfermagem encontrados foram: integridade da pele prejudicada, risco de infecção, risco de volume de líquidos desiquilibrados, risco de desequilíbrio eletrolítico, risco de constipação, eliminação urinária prejudicada, risco de tensão do papel de cuidador e risco de desenvolvimento atrasado. Foram listadas cerca de três intervenções para cada diagnóstico, tais como: supervisão da pele, cuidados com ostomia, controle de imunização/vacinação, controle de infecção, educação em saúde, monitorização hídrica, controle hidroeletrolítico, aconselhamento nutricional, terapia de diálise peritoneal, controle de constipação, ensino de medicamentos prescritos, ensino do processo da doença e apoio ao cuidador. Para cada intervenção foram também elegidas as atividades de enfermagem, como por exemplo, orientar a lavagem de mãos, os cuidados com a terapia de diálise peritoneal e a adequada limpeza do cateter e das ostomias para evitar infecção cruzada. Quanto aos resultados esperados, foram determinados cerca de dois para cada diagnóstico de enfermagem, citamos dentre eles: controle de risco, estado imunológico, equilíbrio hídrico, equilíbrio eletrolítico e ácido-básico, remoção de toxinas sistêmicas (diálise), eliminação intestinal e disposição do cuidador para cuidado domiciliar. Considerações finais: A aplicação do processo de enfermagem e do uso da linguagem padronizada possibilita aos enfermeiros desenvolver uma assistência pautada no conhecimento científico contemplando as mais diversas necessidades do indivíduo e além disso, facilita o processo de comunicação entre a equipe. A implantação do plano de cuidado direcionado para as necessidades singulares do paciente portador desta síndrome possibilita maior conhecimento do cuidador sobre o tratamento da criança e uma melhor tomada de decisão prevenindo complicações e possibilitando uma melhor qualidade de vida para essa família. |
9257 | ASSOCIAÇÃO DA SÍNDROME METABÓLICA COM O ESTÁGIO DE MATURAÇÃO SEXUAL E ESTADO NUTRICIONAL EM ADOLESCENTES DE CAMPO GRANDE – MS Maria Cristina Mendes Bignardi Pessôa, Everton Ferreira Lemos, Giovana Eliza Pegolo, Karine De Cassia Freitas, Dulce Lopes Barboza Ribas, Elenir Rose Jardim Cury ASSOCIAÇÃO DA SÍNDROME METABÓLICA COM O ESTÁGIO DE MATURAÇÃO SEXUAL E ESTADO NUTRICIONAL EM ADOLESCENTES DE CAMPO GRANDE – MSAutores: Maria Cristina Mendes Bignardi Pessôa, Everton Ferreira Lemos, Giovana Eliza Pegolo, Karine De Cassia Freitas, Dulce Lopes Barboza Ribas, Elenir Rose Jardim Cury
Apresentação: Diante do aumento da prevalência de excesso de peso observado em todos os estágios de vida, estima-se que anormalidades metabólicas isoladas e a Síndrome Metabólica também sejam cada vez mais frequentes entre crianças e adolescentes. Neste cenário, sabe-se que cerca de 70% dos adolescentes com excesso de peso tornam-se adultos obesos e, consequentemente, apresentarão risco elevado de desenvolverem doenças cardiovasculares e demais patologias decorrentes do excesso de gordura corporal (FISBERG et al., 2008; ZIMMET et al., 2007). Objetivo: Analisar a associação da Síndrome Metabólica considerando os estágios de maturação sexual e o estado nutricional em adolescentes de 12 a 16 anos de Campo Grande (MS). Método: Trata-se de um estudo transversal, pertencente a um amplo projeto denominado Estudo de Risco Cardiovascular em Adolescentes (ERICA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Para o diagnóstico da Síndrome Metabólica foi considerada a definição proposta pela IDF (2007) para adolescentes com idade entre 10 e 16 anos. Para o estágio de maturação sexual, os adolescentes foram classificados de acordo com os estágios puberais de Tanner. Este instrumento fornece as seguintes opções de resposta: P1, P2, P3, P4 e P5, sendo então os escolares classificados nos estágios pré-púbere (P1), púbere (P2, P3 e P4) ou pós-púbere (P5). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, conforme parecer nº 211.862-0/201Resultado: A avaliação da associação entre a SM e a maturidade sexual/ estado nutricional dos adolescentes avaliados neste estudo, em ambos os sexos, mostrou associação da SM com o estado nutricional de excesso de peso, para o sexo masculino e para feminino (p 0.05), porém não houve associação com nenhum período do estágio de maturação sexual (p=0,519). Considerações finais: Os achados do presente estudo revelam a inexistência da associação entre o período de estadiamento sexual com a síndrome metabólica. Contudo, evidencia associação entre SM com excesso de peso entre os adolescentes. É importante destacar que as intervenções com ações de prevenção e redução de riscos e tratamento devem ser iniciadas na infância, intensificadas na adolescência, nos contextos familiares e escolar, sendo uma forma de evitar os desfechos desfavoráveis na idade adulta. |
9386 | ASSOCIAÇÃO ENTRE AMBIENTE CONSTRUÍDO E OBESIDADE ABDOMINAL EM ADOLESCENTES Veronica Fonseca, Luciane Daniele Cardoso, Heberth De Paula ASSOCIAÇÃO ENTRE AMBIENTE CONSTRUÍDO E OBESIDADE ABDOMINAL EM ADOLESCENTESAutores: Veronica Fonseca, Luciane Daniele Cardoso, Heberth De Paula
Apresentação: A obesidade é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um importante problema de saúde pública, afetando crianças, adolescentes, adultos e idosos. Os fatores genéticos parecem ter um importante papel na determinação da susceptibilidade individual para a obesidade, mas não explicam, por si só, o aumento da prevalência de obesidade observadas nas últimas décadas. A influência do ambiente construído no desenvolvimento da obesidade é suportada principalmente pelo aumento da sua prevalência nos países industrializados, associado às alterações do estilo de vida e dos hábitos alimentares ocorridos nas últimas décadas. As causas da obesidade não são apenas individuais, mas também ambientais e sociais. Muito se tem questionado sobre a ênfase dada aos aspectos individuais em relação à obesidade, em detrimento da complexa influência dos contextos sociais e ambientais nos quais os indivíduos tomam suas decisões comportamentais. Tal crítica indica um novo foco sobre as exposições ambientais que incentivam práticas alimentares inadequadas, caracterizadas pelo elevado consumo energético, de açúcares, aditivos e gordura saturada e baixo consumo de fibras e desencorajam a prática de atividade física bem a relação dessa exposição com o ganho de peso. Considerando que a ingestão de Alimentos Ultra Processados (AUP), pela população brasileira aumentou expressivamente nas últimas décadas, é necessário avaliar o acesso a alimentação e os determinantes das escolhas alimentares o mais precocemente possível. Dessa forma, o espaço urbano no entorno das escolas através da disponibilização de alimentos pode ser determinante das escolhas alimentares dos adolescentes. A distribuição dos locais de comercialização de alimentos, o tipo de alimento comercializado e a proximidade da escola, facilitando ou dificultando a aquisição de alimentos, podem influenciar nos hábitos alimentares dos adolescentes impactando sobre seu estado e saúde. A compreensão do papel do ambiente construído já recebeatenção na promoção da saúde. Embora o ato de comer e a prática de atividade física sejam comportamentos individuais, evidências crescentes sugerem que o problema do sobrepeso e obesidade seja fortemente influenciado pelo ambiente construído que as pessoas habitam. Sabendo-se que as características do ambiente podem afetar a saúde dos indivíduos. Dessa forma, o entendimento e a mudança do ambiente construído são essenciais na promoção de comportamentos saudáveis e na redução da prevalência da obesidade na população. As investigações sobre a associação entre obesidade e o ambiente construído podem contribuir consideravelmente na proposição de políticas públicas voltadas à redução da obesidade. Este trabalho teve por objetivo avaliar a associação entre aspectos do ambiente construído no entorno das escolas e a obesidade abdominal em adolescentes. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo epidemiológico transversal, de caráter descritivo e analítico, cuja unidade amostral são adolescentes de escolas públicas e privadas de ensino fundamental e médio do município de Alegre, Espírito Santo. A amostra foi obtida a partir de um universo constituído por 1.208 adolescentes entre 11 e 15 anos de idade, matriculados nas 5 escolas (03 públicas e 02 particulares) localizadas na zona urbana do município de Alegre (ES) que oferecem o ensino fundamental II e médio. O tamanho amostral foi definido com base na estimativa da proporção populacional, considerando uma estimativa de excesso de peso de 20,4%, precisão de estimativa de 5% e erro alfa de 3%, acrescido de uma estimativa de perda amostral de 20%, resultando numa amostra final constituída por 530 adolescentes, os dados foram coletados através de questionário, e os participantes apresentaram o Termo de Consentimento Livre (TCLE). O processo amostral se deu por amostragem probabilística, com plano de amostragem aleatória simples (AAS), sem reposição, no qual os adolescentes participantes do estudo foram aleatoriamente sorteados a partir de uma lista de referência fornecida pelas escolas, respeitando-se a proporcionalidade de alunos por escola, sexo e idade. Nesse trabalho, no entanto para efeito de associação com asvariáveis ambientais foram utilizadas as medidas da circunferência da cintura obtida no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca ea estatura, as quais foram utilizadas para o cálculo da relação cintura estatura (RCE). A RCE, por sua vez, foi utilizada como critério diagnóstico de obesidade abdominal. Adolescentes que apresentaram valores de RCE ≥ 0,5 foram considerados como portadores de obesidade abdominal. Para avaliar as características do ambiente alimentar no entono das escolas, utilizou-se como unidade contextual para espacialização dos dados buffers de 900m no entorno das escolas e, a partir daí cada estabelecimento de comercialização de alimentos foi identificado/espacializado com base nas coordenadas geográficas obtidas através das ferramentas do Google Maps (GM), Google Earth (GE) e Google Street View. Este estudo teve como desfecho a variável obesidade abdominal, diagnosticada através da relação cintura estatura. A técnica de regressão logistíca bivariada foi utilizada na investigação dos fatores individuais e ambientais associados a obesidade abdominal, utilizando os valores da Odds Ratio e respectivos intervalos de confiança de 95% Todas as análises estatísticas foram feitas o pacote estatístico Stata 14.0. Resultado:SUm total de 511adolescentes com idade entre 11 e 15 anos de idade foram avaliados, maioria da população estudada é do sexo feminino (53%), não branca (72%), proveniente de escola pública (81%) e são filhos de mulheres com escolaridade inferior a 8 anos de estudo (87%). A prevalência de obesidade abdominal encontrada foi de 12%.Quanto as variáveis do ambiente construído, foram localizados geograficamente 28 estabelecimentos de comercialização de alimentos no entorno das 5 escolas de ensino fundamental e médio avaliadas no município de Alegre-ES. O presente estudo sugere que o ambiente alimentar no entorno das escolas avaliadas apresenta características associadas a obesidade abdominal entre adolescentes. A prevalência de obesidade abdominal foi expressiva e observou-se associação entre obesidade abdominal e a disponibilidade de locais de comercialização de AUP no entorno da escola. As escolhas alimentares refletem um comportamento complexo influenciado por diversos fatores, dentre eles os fatores ambientais, os quais vem recebendo cada vez mais destaque nas últimas décadas. O ambiente alimentar no qual o adolescente seinsere influencia, facilitando ou dificultando, a adoção de práticas de vida que podem favorecer a instalação ou a manutenção da obesidade. Considerações finais: A presente pesquisa pode acrescentar informações relevantes para o estudo da relação entre o ambiente construído e obesidade em adolescentes na medida em que evidência que o ambiente alimentar no entorno das escolas pode apresentar características que representam potenciais determinantes da obesidade abdominal entre adolescentes. A influência das características ambientais na determinação da obesidade abdominal demonstrada nesse estudo reforça a necessidade de inclusão das questões do ambiente construído no âmbito das intervenções em saúde coletiva e no estabelecimento de políticas públicas como estratégia de incentivo a escolhas alimentares saudáveis e combate ao excesso de peso e a obesidadeDessa forma, conclui-se que os desafios relacionados à compreensão da obesidade, especificamente em adolescentes que frequentam o ambiente escolar, dependem da incorporação do estudo da vizinhança das escolas, que poderia contribuir para a melhor execução da Promoção e Assistência à Saúde. |
9500 | CONSTRUÇÃO DO PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NO CUIDADO À SAÚDE DA CRIANÇA NO MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA Cássio de Oliveira, Léia Cristiane Loeblein Fernandes Muniz, Suzete Marchetto Claus, Adriana Winter Holz Peglow, Daiane de Oliveira Pereira Vergani, Eliane Lipreri, Quézia Lidiane Steinmetz Oss, Rita de Cássia Rocha Mota CONSTRUÇÃO DO PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NO CUIDADO À SAÚDE DA CRIANÇA NO MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EXITOSAAutores: Cássio de Oliveira, Léia Cristiane Loeblein Fernandes Muniz, Suzete Marchetto Claus, Adriana Winter Holz Peglow, Daiane de Oliveira Pereira Vergani, Eliane Lipreri, Quézia Lidiane Steinmetz Oss, Rita de Cássia Rocha Mota
Apresentação: No Brasil, a Atenção Básica apresenta um crescimento significativo e uma importante trajetória de ampla expansão e desenvolvimento. O trabalho da enfermagem neste âmbito de atenção é histórico e fundamental para consolidação de práticas de cuidado, o que vem a exigir constante qualificação dos profissionais, bem como a utilização de tecnologias e instrumentos que as subsidiem. Neste sentido, a construção e implantação de um protocolo de enfermagem na atenção à saúde da criança no município de Caxias do Sul (RS) é considerada um importante marco histórico no ordenamento e qualificação do processo de trabalho do enfermeiro e da equipe de atenção básica municipal. Objetivo: relatar a experiência de construção e implantação de um protocolo de atenção à saúde da criança no município de Caxias do Sul. Desenvolvimento: Nos anos de 2018 e 2019 foi constituída uma equipe de profissionais enfermeiros e equipes técnicas da Secretaria Municipal de Saúde do município, em conjunto com docentes da Universidade de Caxias do Sul (UCS) que se reunia periodicamente para elaboração e posteriormente para implantação do protocolo. O grupo utilizou como referência o Protocolo de Atenção à Saúde da Criança do município de Caxias do Sul (2018), além de condutas e cuidados privativos do enfermeiro. A construção do protocolo teve como critérios os problemas mais prevalentes identificados na atenção básica do município, levando em consideração as últimas evidências científicas e protocolos de enfermagem validados e institucionalizados. Sua estrutura se constituiu de uma abordagem da situação epidemiológica do município, da sistematização da assistência de enfermagem, com destaque para a consulta de enfermagem á criança, da organização da rede de atenção à saúde da criança, procedimentos e avaliações relacionadas, cuidados básicos, intercorrências mais comuns e programas implantados permitindo operacionalizar e especificar o que e como se faz. Posteriormente, foi avaliado e homologado pelo Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul. Após sua homologação, coube ao Responsável Técnico pelo Serviço de Enfermagem a implantação no município, mediante capacitação dos profissionais de enfermagem. O protocolo foi implantado no município em 2019 por meio de Portaria e será revisado e avaliado a cada 2 anos, de acordo com as necessidades identificadas no cuidado à saúde da criança. Resultado: A utilização do protocolo no município tem permitido identificar algumas evidências como oaumento da autonomia do enfermeiro; fortalecimento de ações interprofissionais, através de uma atuação colaborativa em relação ao atendimento médico e outros profissionais; permitiu ao enfermeiro acompanhar as situações e discutir os casos em equipe, resultando em um atendimento integral, humanizado e mais resolutivo; ampliou o acesso e aumentou a satisfação da população; possibilitou os profissionais atuarem com maior segurança e contribuiu para um melhor reordenamento dos processos de trabalho nas Unidades Básicas de Saúde. Considerações finais: Os protocolos permitem que o enfermeiro seja mais resolutivo no atendimento prestado, aumentando o acesso e oferecendo uma atenção oportuna, eficaz, segura e ética. Ainda desenvolvem maior segurança nos atendimentos, cooperação entre a equipe multiprofissional, incorporação de novas tecnologias, maior transparência e controle de custos. |
9698 | INSTITUCIONALIDAD Y MICROPOLÍTICA EN LA PRODUCCIÓN DE LA ATENCIÓN-CUIDADO DE LA SALUD PÚBLICA EN LA INFANCIA EN SANTIAGO DEL ESTERO Laurencia Lucila Silveti INSTITUCIONALIDAD Y MICROPOLÍTICA EN LA PRODUCCIÓN DE LA ATENCIÓN-CUIDADO DE LA SALUD PÚBLICA EN LA INFANCIA EN SANTIAGO DEL ESTEROAutores: Laurencia Lucila Silveti
El presente trabajo corresponde a los resultados obtenidos en la tesis aún inédita, de Maestría en salud familiar y comunitaria. Allí se abordó la genealogía del Centro Pediátrico provincial de Santiago del Estero, Argentina, del cual formo parte como trabajadora. En este trabajo, se analizaron procesos que revelan aspectos acerca de la producción de atención-cuidado de manera situada. Se describe aquí, el proceso de construcción del mapa de relaciones en el campo que dan pistas tanto, de los modos de reproducción, como de las posibilidades de resistencia y superación, profundizando en la condición de investigar siendo parte de la institución. El objetivo fue poner al descubierto tensiones y conflictos articulados a la dimensión micropolítica del trabajo vivo en acto. El análisis de la dinámica discurso-práctica, como espacio privilegiado desde donde mirar las grietas y fisuras de lo instituido, dejó ver las obturaciones, pero también, procesos singulares que permitirían abrir espacios y desencadenar procesos de resistencia y transformación. Se trató de un estudio cualitativo, exploratorio-descriptivo e interpretativo, transitado desde la deconstrucción y genealogía como estrategias metodológicas, con entrevistas en profundidad a una muestra de profesionales protagonistas del proceso institucional analizado, definida por criterios de saturación y bola de nieve. Se focalizó en los sentidos y significados otorgados por los Sujetos y SUS singularidades situadas en la construcción del cuidado: el discurso de estos profesionales acerca de su trabajo cotidiano en la producción de atención-cuidado y cómo eso se pone en acto, desde el análisis de discurso y la observación participante. La incorporación en el campo de prácticas permitió realizar observaciones directas de las formas de producción de subjetividad, y de la conformación semiótica del dispositivo institucional. Al participar de los procesos de trabajo cotidiano, se vivenciaron los límites y alcances de la práctica en articulación con los sentidos y significados que se le otorgan desde el discurso, mapeando la construcción del espacio de relaciones. La dinámica entre discurso y práctica, permitió la identificación de innovaciones conceptuales y de gestión que se cristalizan en el discurso, siendo el eje relación profesional-paciente el que demonstró mayores tensiones. Las mejoras en las condiciones materiales de la producción de la atención, unida al discurso de la creación del Centro como gran acontecimiento, se conjugan con una despersonalización de aquella, propia del modelo biomédico (además ahistórico y descontextualizado), ligado a una reproducción de las condiciones de desigualdad. Los procesos analizados revelan entonces, una dinámica oscilante entre la repetición-reproducción de lo establecido y la transformación-subversión del orden instituido por los mismos actores, dentro del ámbito singular y autónomo de toma de decisiones, más allá del sistema. A modo de síntesis constructiva, se presentan algunas propuestas que parten de los desarrollos teóricos realizados en articulación con los datos recabados: desde la gestión, desde la atención y desde el derecho a la salud. |
10019 | O CUIDADO EM SAÚDE AS FAMÍLIAS COM CRIANÇAS COM SÍNDROME CONGÊNITA DA ZIKA (SCZ) FERNANDA MONTEIRO DIAS, SÔNIA MARIA DANTAS BERGER, Giovanni Marcos Lovisi O CUIDADO EM SAÚDE AS FAMÍLIAS COM CRIANÇAS COM SÍNDROME CONGÊNITA DA ZIKA (SCZ)Autores: FERNANDA MONTEIRO DIAS, SÔNIA MARIA DANTAS BERGER, Giovanni Marcos Lovisi
Apresentação: A epidemia da zika trouxe à tona desafios antigos e problemas estruturais da saúde pública brasileira, colocando em cena desigualdades sociais, raciais e de gênero. O diagnóstico da síndrome congênita da zika (SCZ) impôs uma nova e dura realidade a muitas crianças e suas famílias, especialmente às mulheres que, historicamente encarregadas e cobradas pelo cuidado dos filhos, sofrem dificuldades no acesso a serviços e instituições em busca de atendimento. O objetivo deste trabalho é discutir resultados parciais de uma pesquisa de doutorado que buscou compreender, sob o marco da interseccionalidade, da vulnerabilidade em suas dimensões individuais, sociais e programáticas e, do cuidado como uma das dimensões da integralidade em saúde, a experiência de mães que tiveram seus filhos com a síndrome congênita decorrente da infecção por zika, atendidas pelo SUS em Niterói (RJ). Trata-se de estudo de caso onde foram realizadas 17 entrevistas semiestruturadas com mães de crianças com o diagnóstico de SCZ e 11 profissionais de saúde envolvidos no atendimento a estas famílias. Resultado: da análise de conteúdo ora em curso apontam que pela perspectiva dos profissionais, em sua maioria médicos que integram uma equipe de pesquisa clínica em andamento, o cuidado oferecido a esta população ainda é inadequado e a rede de saúde ineficiente e pouco articulada. Os profissionais percebem suas práticas como acolhedoras e reconhecem a família como unidade de cuidado, levando em consideração suas demandas e o meio em que vivem. Os entrevistados parecem buscar marcar a diferença no atendimento que prestam, enquanto equipe multidisciplinar, frente ao modelo de assistência em saúde hegemônico, orientado pelo paradigma biomédico. Entretanto, sob a perspectiva de uma atenção integral às mães em suas demandas específicas, alguns limites foram observados na pesquisa e que poderão ser melhor discutidos ao final do estudo, por meio de uma análise ampliada, que leve em conta também as entrevistas com as mães e registros em diário de campo. É importante levar em conta que o campo onde foi realizado o estudo é um hospital universitário, instituição pública de referência em ensino e pesquisa, o que não é a realidade de assistência da maioria da população afetada pela SCZ. Como considerações finais ratifica-se que, justamente pela diferenciação positiva que os resultados parecem apontar, é que se espera colocar em cena alguns indicadores de boas práticas, dando voz também às mulheres-mães-usuárias, colaborando para a humanização na produção do cuidado às crianças com a síndrome congênita decorrente da infecção por zika, e suas famílias, tanto nos diferentes níveis de assistência à saúde, como em sua interface com uma rede ampliada e intersetorial de cuidado. |
10423 | REINVENTANDO O CUIDAR: USO DE APLICATIVOS NA VACINAÇÃO. Nathalia Luisa Gregório Franco, Michelle Muniz da Cruz, Sandra Conceição RibeiroChicharo, João Pedro Araújo dos Santos REINVENTANDO O CUIDAR: USO DE APLICATIVOS NA VACINAÇÃO.Autores: Nathalia Luisa Gregório Franco, Michelle Muniz da Cruz, Sandra Conceição RibeiroChicharo, João Pedro Araújo dos Santos
Apresentação: Com a crescente taxa de população no movimento anti-vacina e priorizando minimizar situações traumáticas à crianças no período de vacinação. Mostra-se necessário um tratamento diferenciado a população, com recursos e uso de tecnologia variados para ampliar a rede vacinal, trazendo a divulgação do uso de óculos de realidade virtual na administração dos imunobiológicos. Objetivo: O presente trabalho teve como objetivo inicial, divulgar a experiência de desenvolver um óculos de realidade virtual de baixo custo para administração de vacinas. Método: relato de experiência da disciplina de Projeto Profissional Ciclo Desenvolvimento, onde uma das autoras do estudo, desenvolveu um óculos de realidade virtual de baixo custo para aumentar a aceitação das crianças a vacina e demonstrar que o uso de tecnologias pode facilitar a prática profissional do enfermeiro da sala de vacina. Resultado: Dados atuais do Ministério da saúde revelam a baixa procura pela vacinação. Sendo assim, houve a proposta de confeccionar um óculos de realidade virtual de baixo custo e fazer sua divulgação em propagandas de vacinação. O trabalho se iniciou com a proposta de confecção do óculos, para as áreas que não teriam acesso ao óculos virtual, ou para as áreas que não teriam renda suficiente para ter essa nova tecnologia. mas após algumas pesquisas achou-se viável adquirir um dispositivo já montado e acessível financeiramente, havendo a expansão do projeto e incluindo no mesmo um vídeo em 3D que passará para criança ver durante a aplicação da vacina, fazendo com que a criança fique entretida ao vídeo e não tenha medo, que seja uma experiência boa e sem estresses tanto para aos pais quanto para as crianças. Onde usado na prática supervisionada em cenário de assistência vacinal mostrou grande impacto na aderência a metodologia. Considerações finais: O presente trabalho foi feito para diminuir os traumas na hora da vacinação, o óculos de realidade virtual ajuda a não ter estressores, principalmente o choro, a experiência no momento da vacinação se torna legal para as crianças e tranquilas para aos pais e enfermeiros, a tecnologia hoje em dia está tomando o mundo, e trazer ela para o local de trabalho ajuda aos profissionais em seu dia a dia . |
10649 | SOFTWARE PARA GESTÃO DO CUIDADO A CRIANÇA EM PEDIATRIA João Víctor Lira Dourado, Francisco Antonio Carneiro Araújo, Francisca Alanny Rocha Aguiar, Amélia Romana Almeida Torres, Maria do Socorro de Sousa, Maria Vaudelice Mota SOFTWARE PARA GESTÃO DO CUIDADO A CRIANÇA EM PEDIATRIAAutores: João Víctor Lira Dourado, Francisco Antonio Carneiro Araújo, Francisca Alanny Rocha Aguiar, Amélia Romana Almeida Torres, Maria do Socorro de Sousa, Maria Vaudelice Mota
Apresentação: A atenção à saúde da criança apresenta-se como um campo prioritário do setor público, pois é uma faixa etária susceptível ao adoecimento. Deste modo, considerando a presença de patologia e a internação das crianças, destaca-se a produção do cuidado pelos profissionais para a reabilitação da saúde. Todavia, o gerenciamento do cuidado à criança hospitalizada configura-se como fenômeno complexo, o que tem intensificado o uso de tecnologias na prática para a gestão do cuidado. Objetivo: Descrever software para gestão do cuidado a criança em pediatria. Método: Desenvolveu-se uma pesquisa metodológica durante o período de junho de 2017 a julho de 2018. Para tanto, seguiu-se sete etapas, a saber: I) Levantamento dos requisitos: correspondeu ao planejamento e visualização das funcionalidades; II) Análise dos requisitos: após definir os requisitos, estes foram analisados objetivando avaliar se eram funcionais e alcançavam o objetivo proposto; III) Especificação de requisitos: com a análise dos requisitos finalizada, o documento inicial foi refinado para produzir uma maior especificidade; IV) Projeto do software: especificou-se os dados utilizados, definindo os mecanismos de acesso aos dados e a forma como seriam manipulados; V) Implementação ou Codificação: neste momento o programa ou código, ou seja, conjunto de instruções foi escrito, implementando as funcionalidades que foram levantadas no início do ciclo de vida; VI) Testes do software: testado o programa com o objetivo de achar bugs ou defeitos; e VII) Manutenção: caracterizou-se como a etapa de corrigir os defeitos encontrados durante as atividades de testes. Resultado: O software é composto por quatro plataformas que podem ser usadas para processar o sistema, entre as quais são: Windows®; Linux®; Android® e Google®. Este é composto pela primeira área de acesso, com o login do profissional de saúde com informações do número de registro no conselho de classe e senha pessoal. A segunda viabiliza a inserção dos dados do paciente, que acontece durante a admissão do paciente no setor de internação ou durante a primeira visita ao leito. Esta permite a inserção de dados como, nome, sexo, procedência, diagnóstico médico, tipo de cirurgia, podendo também incluir dados como o número do prontuário, enfermaria/leito em que se encontra e data da avaliação. A terceira diz respeito à implementação das escalas com vistas a proporcionar uma avaliação segura e confortável ao paciente. A quinta trata-se de uma tela inicial que apresenta se os pacientes já foram cadastrados, avaliados ou aguardam avaliação. Na sexta área, verificou-se a necessidade da inclusão de novas ferramentas para confiabilidade e usabilidade do material. Por fim, obteve-se feedback positivo pelos profissionais de saúde acerca do material, contudo, contatou-se imperativo alterações no sistema para a distribuição diária de atendimento a cada paciente. Considerações finais: O software apresenta-se como sistema inteligente que auxilia na tomada de decisões clínicas, facilitando o gerenciamento das informações, servindo de base para o cuidado, colaborando na melhoria dos processos para a busca da excelência do cuidado e favorecendo a acreditação da qualidade da assistência e da instituição hospitalar. |
11270 | PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇA EM NITERÓI, RJ: INFORMAÇÃO PARA AÇÃO Mariana Ramos Guimarães, Donizete Vago Daher, Ana Lucia Fontes Eppinghaus, Suely Cotta, Sônia Siqueira da Silva Araujo PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇA EM NITERÓI, RJ: INFORMAÇÃO PARA AÇÃOAutores: Mariana Ramos Guimarães, Donizete Vago Daher, Ana Lucia Fontes Eppinghaus, Suely Cotta, Sônia Siqueira da Silva Araujo
Apresentação: A vigilância fornece informações para subsidiar ações e metas para o enfretamento da violência infantil. Esse estudo pretende gerar informações para direcionar o planejamento estratégico. Dessa forma, constituiu-se como questão norteadora: Qual o perfil epidemiológico da violência contra crianças no município de Niterói a partir dos dados do SINAN? O estudo tem por objetivo: delinear o perfil epidemiológico dos casos de violência contra crianças em Niterói de 2010 a 2016. Desenvolvimento: Estudo descritivo, epidemiológico, com abordagem quantitativa. Basearam-se nas notificações de violência contra crianças (0 a 9 anos) residentes de Niterói, presentes no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, entre 2010 a 2016. Apresentam-se números absolutos e relativos das variáveis: unidade notificadora; sexo das vítimas; vínculo com autores; tipologia da violência e local de ocorrência. Analisou-se com auxílio do TABWIN. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal Fluminense. Resultado: Das 2.693 notificações de violência, 98% foram realizadas por unidades locais e 88,42% provenientes de hospitais e emergências. Das 1.983 vítimas residentes em Niterói, 527 (26,58%) foram crianças, sendo 51,99% do sexo feminino e 47,44% masculino. A maioria é parda (27%) e branca (14,99%), mas 44,59% apresentava raça/cor ignorada ou em branco. Sobre escolaridade, 83,11% constam classificação “não se aplica”. Quanto aos autores, predominam mães (50,24%) e pais (24,39%). A negligência (61,75%) e a violência física (18,60%) predominam no sexo masculino, enquanto a negligência (47,56%) e a violência sexual (24,09%) no feminino. A maioria dos episódios (48,96%) ocorreu na residência. Considerações finais: Recomendam-se estudos para identificar entraves para notificação, principalmente na atenção primária, e capacitações. Ressalta-se assistência às famílias, desenvolvimento de estratégias de prevenção da violência doméstica e discussões comunitárias sobre modelos de educação. Indica-se estudo para análise de aspectos econômicos e culturais das famílias, contemplando a realidade social. Reforça-se o fortalecimento de redes de cuidado intra e intersetoriais. |
6399 | PERFIL DO PARCEIRO ÍNTIMO: ESTUDO COM PUÉRPERAS INTERNADAS EM UMA MATERNIDADE DE BAIXO RISCO Ranielle de Paula Silva, Franciéle Marabotti Costa Leite PERFIL DO PARCEIRO ÍNTIMO: ESTUDO COM PUÉRPERAS INTERNADAS EM UMA MATERNIDADE DE BAIXO RISCOAutores: Ranielle de Paula Silva, Franciéle Marabotti Costa Leite
Apresentação: A gravidez, o parto e o pós-parto são acontecimentos sociais que compõem a fase reprodutiva de homens e mulheres, sendo um processo importante na vida da mulher e de seu parceiro, que envolve também suas famílias e a comunidade. Especialmente com o nascimento do bebê, o período pós-parto é vulnerável a modificações e adaptações devido às profundas mudanças não só no contexto biológico, mas também familiar. Vale destacar a importância do parceiro nesse processo como parte integrante da dinâmica familiar, tendo em vista que, quando não cumpre o seu papel, pode servir como um fator de risco para o desenvolvimento de agravos. Fatores de risco podem estar presentes em características ambientais, como nível socioeconômico, e características comportamentais. Estudos demonstram que algumas características do parceiro estão relacionadas a situações como baixo apoio social, violência doméstica e depressão pós-parto. Sendo assim, a presente pesquisa teve por objetivo identificar o perfil do parceiro íntimo, de puérperas internadas em uma maternidade de baixo risco, segundo características socioeconômicas e comportamentais. Desenvolvimento: Estudo descritivo realizado em uma maternidade no município de Cariacica, Espírito Santo, no período de agosto a outubro de 2017. Para identificar o perfil do parceiro íntimo foram entrevistadas puérperas internadas com no mínimo 24h de pós-parto e de feto vivo (500 gramas), que tivessem tido parceiro íntimo durante a gestação. Foram 330 entrevistas realizadas através de questionário próprio estruturado com informações sobre o perfil do parceiro quanto às características socioeconômicas: idade, raça, escolaridade, situação conjugal, trabalho remunerado e renda familiar mensal; características comportamentais: consumo de álcool, fumo, e uso de droga ilícita, parceiro ciumento, controlador e recusa usar preservativo. Através do programa estatístico STATA 13.0 foi realizada a análise descritiva. Resultado: Observa-se que a maioria do parceiro tinha idade inferior a 40 anos (89,3%), não branco (71,0%), com nove anos ou mais de estudo (60,5%), e com trabalho remunerado (76,2%). No que diz respeito ás características comportamentais, cerca de 43,7% consomem bebida alcoólica, 26,9% fumam e 10,4% fazem uso de droga ilícita. Outro achado foi que mais da metade das mulheres (51,4%) consideram seu parceiro ciumento, enquanto, 36,1% controlador. Aproximadamente 27,2% dos parceiros recusam usar preservativo nas relações sexuais. Considerações finais: Na presente pesquisa foi possível identificar características sociodemográficas e comportamentais dos parceiros das puérperas. Vale ressaltar que a presença do parceiro desde o pré-natal é fundamental, incluindo-o na responsabilidade do cuidado. Sendo este momento oportuno para ampliar a busca e o acolhimento a essa população, para que reconheça questões comportamentais e sociais que permeiam a vida do homem, a fim de que seja realizado um atendimento integral e articulado de forma intersetorial e interdisciplinar. Ainda, cabe a reflexão que para mudar as atitudes e comportamentos dos indivíduos, é necessário que o trabalho seja desenvolvido em redes para assegurar direitos e atendimento adequado em todos os aspectos. |
7976 | POSSIBILIDADES E DESAFIOS PARA O ASSISTENTE SOCIAL NA RECEPÇÃO INTEGRADA EM UMA UNIDADE DE GINECOLOGIA ONCOLÓGICA Debora Louzada Carvalho, Monica de Castro Maia Senna POSSIBILIDADES E DESAFIOS PARA O ASSISTENTE SOCIAL NA RECEPÇÃO INTEGRADA EM UMA UNIDADE DE GINECOLOGIA ONCOLÓGICAAutores: Debora Louzada Carvalho, Monica de Castro Maia Senna
Apresentação: Este artigo apresenta a experiência de atuação no processo de recepção integrada em um hospital oncológico situado no município do Rio de Janeiro. Trata-se de uma pesquisa prioritariamente qualitativa, fundamentada em análise documental e na observação participante suportada pelo exercício profissional no hospital em questão, enfocando as atuais diretrizes das legislações, no intuito de analisar as potencialidades e as limitações identificadas no cotidiano da assistência. O adoecimento por câncer traz em si uma série de questões que impactam tanto aspectos físicos, quanto subjetivos e sociais na vida dos sujeitos. A Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS propõe que a recepção na unidade de saúde seja acolhedora e resolutiva, com a implantação de modelo de atenção com responsabilização e vínculo, buscando a garantia dos direitos dos usuários e visando à atenção integral, resolutiva e responsável por meio do acionamento/articulação das redes internas dos serviços e redes externas, compreendendo que o encaminhamento entre os níveis de atenção deve-se constituir em mecanismos de corresponsabilização, não se tratando de mera transferência de responsabilidades. O perfil multifacetário da questão social do câncer, com a íntima relação da inserção desta mulher na sociedade, suas relações familiares e de trabalho, em sua maioria, como chefes de família, em situação de pobreza, com rede social de suporte restrita, além das questões de gênero, dificultam a adesão ao tratamento, em uma patologia marcadamente suportada por marcadores sociais de diferenças, em interface com as determinações sociais do processo saúde-doença. As desigualdades sociais nas condições de saúde e no acesso às redes de saúde são expressão direta da estrutura social em que vivemos, facilitando ou dificultando a obtenção de cuidados em saúde. Desta forma, a simples oferta do serviço não garante o acesso e apontam interditos oriundos de barreiras geográficas, financeiras, organizacionais, informacionais, dentre outras. No primeiro atendimento com a equipe multiprofissional na Recepção Integrada do ambulatório da Clínica de Ginecologia, o assistente social tem um primeiro contato com a usuária, o que possibilita a identificação das principais demandas e do entrecruzamento de questões sociais, as quais são analisadas, aprofundadas e/ou encaminhadas pelo profissional no decorrer do tratamento, buscando respostas às necessidades de saúde trazidas pela usuária, as quais incluam sua cultura e saberes, no intuito de romper a lógica da exclusão, tendo como foco a integralidade do cuidado. Neste sentido, este trabalho identificou a necessidade de qualificação dos profissionais atuantes, através do enriquecendo do debate sobre o papel do Serviço Social no acolhimento em oncologia, considerando a trajetória da usuária até a unidade e o início de um processo de tratamento continuado. Esta ação possibilitou o contínuo estimulo para que as várias categorias profissionais e os gestores da saúde pudessem se voltar para essa reflexão, no sentido de ampliar suas competências acerca das questões apontadas, qualificando o atendimento aos usuários nos serviços de saúde. |
9520 | ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO AUTOCUIDADO DURANTE PUERPÉRIO IMEDIATO, À LUZ DE DOROTHEA OREM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Viviane Albuquerque Farias, Paulo Sergio Rabelo Costa Junior, Melissa Barbosa Martins, Elielson Paiva Sousa, Marcia Simão Carneiro ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO AUTOCUIDADO DURANTE PUERPÉRIO IMEDIATO, À LUZ DE DOROTHEA OREM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Viviane Albuquerque Farias, Paulo Sergio Rabelo Costa Junior, Melissa Barbosa Martins, Elielson Paiva Sousa, Marcia Simão Carneiro
Apresentação: O puerpério é momento de vulnerabilidade e maiores intercorrências, e uma fase em que geralmente a equipe de saúde e deixa a desejar na atenção, enquanto a parturiente perece no autocuidado. O puerpério imediato configura a as duas primeiras horas após o parto até o 10º dia e garante contornos preocupantes tanto para a mãe quanto para o concepto quando mal acompanhados. Configura-se pela involução das alterações causadas pela gravidez e o trabalho parto. Nesse contexto, uma atenção rigorosa prestada pela equipe não pode se limitar aos aspectos biomédicos, merecendo ainda uma análise estrutural sobre a parturiente, considerando o meio biopsicossocial o qual está inserida uma vez que essa especificidade irá refletir diretamente na sua postura durante o ciclo gravídico puerperal. Em contrapartida, a teoria do autocuidado de Dorothea Orem se define com a prática de atividades que os indivíduos realizam para manutenção da sua saúde e bem-estar e que podem se encontrar prejudicadas devido à idade, condição física e/ou social. Nessa Teoria, se a demanda de autocuidado terapêutico ultrapassa a capacidade de autocuidado do indivíduo, se define então o déficit de autocuidado, validando, neste contexto o papel da enfermagem no restabelecimento do autocuidado e ainda se reafirmandoenquanto facilitadores na motivação para mudanças comportamentais. Objetivo: relatar uma experiência vivenciada por acadêmicos de enfermagem no que tange o autocuidado durante o puerpério imediato com base na teoria do autocuidado de Dorothea Orem. Método: trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência realizado durante o primeiro semestre de 2019 em um Hospital de Referência a saúde da mulher e da criança. O desenvolvimento do relato se aplicou a teoria do autocuidado de Dorothea Orem e os métodos utilizados para o restabelecimento do autocuidado do paciente os quais incluem: Agir ou fazer para outra pessoa; guiar e orientar; proporcionar apoio físico e psicológico; proporcionar e manter ambiente de apoio ao desenvolvimento pessoal e ensinar. Foi escolhida uma parturiente em puerpério imediato que necessitava dos cuidados de enfermagem. Puérpera, parto normal sem episiotomia, em puerpério imediato, três horas e meia após o trabalho de parto; proveniente da TO com diagnóstico de trabalho de parto prematuro queixando-se de dor em baixo ventre. Não realizou nenhuma consulta durante o pré-natal, desconhece data da última menstruação. Realizado teste treponemico com positividade e negatividade para HIV, sem acompanhante, sem documentos ou roupas para si mesma. Nega uso de anticoncepcionais, afirma o uso de drogas ilícitas, tabagismo e alcoolismo. Concepto prematuro encaminhado para UTI. Encontrava-se consciente, orientada, comunicativa, e ainda com involução uterina na cicatriz umbilical. No entanto, sem uso de absorvente ou provimento do mesmo para loquiação rubrofisiologica. Leito e cobertas com presença considerável de sangue. Resultado: A experiência proporcionou aos acadêmicos a necessidade de estabelecer o conforto e o autocuidado da paciente buscando apoio do serviço social e do docente presente no local e até mesmo das demais parturientes. O agir, proposto por Orem foi representado pelo acionamento imediato da equipe de limpeza, mudança de lençol, direcionamento da parturiente para o banho de aspersão, provimento de camisola limpa, empréstimos de absorventes com as demais parturientes e acionamento do serviço social. O orientar, foi verificado por uma simplificada educação em saúde, com a higiene corporal e principalmente a intima, com a sexualidade, planejamento familiar e uso de métodos contraceptivos e doenças sexualmente transmissíveis. O apoio emocional foi a base de toda assistência prestada, uma vez que todos os discentes estavam sensibilizados com a situação e com o futuro do concepto, oferecendo apoio para reconstrução da dignidade e autoconceito, indicando centro de reabilitação psicossocial e finalmente novas perspectivas de vida. O ensinar foi representado por um diálogo de ações e consequências, de como a falta de higiene intima pode refletir na obtenção de doenças e quais medidas ela deveria adotar para prevenir infecções do trato urinário. Considerações finais: A teoria de Orem abrange inúmeros conceitos de natureza epistemológica podendo ser aplicada em diversas situações e grupos sociais. Nessa perspectiva, o desenvolvimento do estudo resultou no aperfeiçoamento das práticas assistenciais associada a princípios filosóficos no que se refere ao papel da Enfermagem na percepção crítica da realidade de cada indivíduo, promovendo aplicações consistentes de me métodos para restabelecimento do autocuidado e promoção da saúde no puerpério imediato. Nesse sentido, a utilização de estratégias para além da dimensão biomédica permitiu maior contato e comunicação para com a paciente efetivando o acolhimento da enfermagem e corroborando a complexidade do ciclo gravídico puerperal e suas necessidades. Além disso, uma pratica sem fundamentação cientifica e filosófica proporciona lacunas que estarão refletida na assistência. Ademais, compete-se a importância do acompanhamento e orientações primárias e contínuas da gravidez, a qual transversa nos demais níveis de atenção à saúde e reflete no biopsicossocial e, principalmente, em deficiências no autocuidado da puérpera. |
10474 | AS CONDICIONALIDADES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E A PRODUÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE DE GESTANTES Ana Alice Taborda, Rosana Salles Costa, Ruben Araujo de Mattos, Lívia Gomes de Oliveira, Letícia Souza, Roberta Oliveira, Juliana de Bem Lignani, Ana Lúcia Pires Augusto AS CONDICIONALIDADES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E A PRODUÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE DE GESTANTESAutores: Ana Alice Taborda, Rosana Salles Costa, Ruben Araujo de Mattos, Lívia Gomes de Oliveira, Letícia Souza, Roberta Oliveira, Juliana de Bem Lignani, Ana Lúcia Pires Augusto
Apresentação: Este trabalho derivou de tese de doutorado que objetivou compreender a condicionalidade de saúde do Programa Bolsa Família (PBF) e a repercussão nas práticas de cuidado em saúde de gestantes realizados por Agentes Comunitários de Saúde (ACS). O PBF possui no arcabouço condicionalidades que são entendidas como compromissos assumidos tanto pela população participante para o recebimento do benefício, como pelo setor público, com a proposta de desenvolvimento da autonomia da população atendida. O ACS é o profissional de saúde que possui nas suas atribuições o acompanhamento das condicionalidades de saúde do PBF. Contudo, existem lacunas na literatura no que tange a dinâmica de acompanhamento das condicionalidades para as gestantes e a repercussão nas práticas de cuidado à saúde destas mulheres. Desenvolvimento: Estudo exploratório com uso de metodologia qualitativa onde foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas com nove ACS de um CMS localizado na cidade do Rio de Janeiro. As entrevistas combinaram roteiro com questões formuladas previamente com outras que aconteceram durante a conversa. Foi utilizada a análise de conteúdo de Bardin conjugada a abordagem teórico-metodológica das práticas discursivas de Spink, onde atenção foi dada ao reconhecimento dos vocabulários nativos, pois são vistos como integrantes dos discursos dos agentes e indicam suas práticas sociais. Resultado: Os ACS entrevistados foram constituídos principalmente por mulheres (oito). O tempo de serviço no CMS variou de três a nove anos. As ações mais citadas pelos ACS foram: o cadastro das famílias, a busca ativa e as visitas domiciliares, priorizando grupos de risco (crianças até dois anos, gestantes, idosos, tuberculosos, diabéticos e hipertensos). As ações de cuidado à saúde direcionada às participantes gestantes do PBF apareceram de forma discreta e, esse questionamento causou estranheza para alguns profissionais. Os resultados demonstraram que a condicionalidade de saúde de acompanhamento do pré-natal não possibilitou práticas de cuidado à saúde diferenciada às gestantes do PBF, visto que as ações são as mesmas já realizadas pela Estratégia de Saúde da Família (ESF). A averiguação da quantidade de consultas pré-natal, a verificação do peso das crianças e a conferência da caderneta de vacinação também apareceram, mas reforçados pelo entendimento que essas ações ocorrem independentemente da família ser participante do programa. Evidenciamos que as práticas nomeadas como "fazer a condicionalidade" aparecem não como práticas de cuidado, senão como tarefas burocráticas de lançamento de informações em sistema que monitora atendimentos já prestados, independentemente de ser participante do PBF. Tal monitoramento burocrático visa atingir metas relacionadas ao Índice de Gestão Descentralizada (IGD), recurso do PBF recebido pelo município em função da cobertura e do "cumprimento" das condicionalidades. Considerações finais: Percebemos que as condicionalidades exigidas são incorporadas às ações que ocorrem pela ESF e não de forma focalizada às gestantes do PBF, sendo realizada de forma burocrática pelos ACS. Assim, existe a pressuposição de que as condicionalidades realizadas no âmbito do Sistema Único de Saúde não funcionam como mecanismo para o desenvolvimento do autocuidado em saúde para gestantes participantes do PBF, atributo reforçado no arcabouço do programa como justificativa para a existência da condicionalidade |
10812 | METODOLOGIA CENTRADA NO USUÁRIO UTILIZADA NA SALA DE AMAMENTAÇÃO PARA MAPEAMENTO DA JORNADA DO USUÁRIO. Isabela Freitas Vaz, Thatiana Verônica Rodrigues de Barcellos Fernandes, Laís Araújo Da Silva METODOLOGIA CENTRADA NO USUÁRIO UTILIZADA NA SALA DE AMAMENTAÇÃO PARA MAPEAMENTO DA JORNADA DO USUÁRIO.Autores: Isabela Freitas Vaz, Thatiana Verônica Rodrigues de Barcellos Fernandes, Laís Araújo Da Silva
Apresentação: O Projeto de Extensão Embarcando na Maternidade tem como objetivo criar atividades educativas e inovadoras com gestantes, mães e responsáveis. A proposta é conhecer a experiência das usuárias na sala de amamentação da Maternidade Escola(ME) da UFRJ. Utilizamos a metodologia de Design Thinking, que consiste em uma abordagem que busca solucionar problemas de forma coletiva e dinâmica, e tentar mapear a experiência cultural, a percepção de mundo e os processos internos na vida dos indivíduos, objetivando certa direção para a solução de problemas e, dessa forma, identificar os empecilhos e gerar alternativas para ultrapassá-los. Neste trabalho objetivamos descrever a utilização da técnica Jornada do Usuário na sala de amamentação da ME. A jornada do usuário é uma representação gráfica das etapas de relacionamento do usuário com a Maternidade Escola - pontos de contato -, que descreve o processo (antes, durante e depois) de utilização. Em conjunto com observação e estudo do funcionamento da sala de amamentação da Maternidade Escola (ME), assim como apresentar pontos positivos e pontos a serem melhorados na experiência das usuárias da maternidade através do trabalho com as gestantes, que aqui chamaremos de “usuárias guia”. Os resultados preliminares obtidos foram baseados na observação e imersão no campo. Para entender a experiência das usuárias guias realizamos a construção de duas personas para a análise da experiência na utilização dos serviços, e através destas e pela planilha de jornada do usuário foram obtidos dados acerca dos pontos positivos e pontos negativos de cada serviço/etapa em que elas passaram. As personas construídas foram: Daniella, estudante de nutrição da UFRJ, 23 anos, mãe de primeira viagem e que já conhecia a Maternidade Escola, pois havia cursado um semestre de enfermagem anteriormente. Ela aprecia e deseja ter um parto (normal) humanizado. Daniella não possui plano de saúde, portanto seu parto será realizado na rede pública de saúde. Com o auxílio de uma professora da UFRJ, ela descobriu que a maternidade escola atendia a todos os seus requisitos, e então cresceu sua vontade de ter um parto realizado pela UFRJ; e Mirian, desempregada, 32 anos, tem uma filha de 9 anos e um bebê recém nascido. Seu bebê nasceu prematuro de 8 meses, fora da Maternidade Escola, logo, foi recomendado à Mirian que vacinasse seu bebê após o aumento de peso do mesmo. Seu ponto de contato com a Maternidade Escola foi através desta recomendação dada em um posto de vacinação, orientando que Mirian fosse à sala de amamentação para verificar o peso e as medidas do bebê. Por fim, analisando as experiências juntamente com as opiniões das personas e conversas com as enfermeiras, detectamos os pontos positivos e barreiras na sala de amamentação, apontando como principal ponto de melhoria a demora no tempo de espera para atendimento e como ponto positivo o atendimento em si, que foi qualificado como muito satisfatório. A partir deste resultado, propõe-se a introdução de atividades didáticas para a otimização do tempo de espera e incentivo para o retorno das mães à sala de amamentação. |
11571 | O MATRICIAMENTO COMO ESTRATÉGIA POLÍTICA NA INTERLOCUÇÃO ENTRE A SAÚDE DAS MULHERES E A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE CAMILLA SANTOS BAPTISTA O MATRICIAMENTO COMO ESTRATÉGIA POLÍTICA NA INTERLOCUÇÃO ENTRE A SAÚDE DAS MULHERES E A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDEAutores: CAMILLA SANTOS BAPTISTA
Apresentação: A incorporação do ideário feminista ao campo da Saúde das Mulheres é de grande importância para a consolidação de nossos direitos. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher traz o compromisso com a implementação de ações de saúde que contribuam para a garantia dos direitos humanos das mulheres, estabelecendo a atenção em Saúde Sexual e em Saúde Reprodutiva como área de atuação prioritária para a Atenção Primária à Saúde (APS). Entende-se que este trabalho não é tarefa fácil, pois requer uma reorientação na atuação dos profissionais e a ruptura de um modelo de atenção às mulheres direcionado ao ciclo gravídico puerperal e à prevenção do câncer de mama e colo do útero. Nesse sentido, o presente trabalho apresenta um relato de experiência de uma iniciativa que vem sendo desenvolvida por profissionais de saúde, em unidades básicas de saúde do município do Rio de Janeiro com foco na saúde das mulheres, através de estratégias de matriciamento. O matriciamento se constitui como uma prática de cooperação entre equipes de APS e suas referências de apoio, de modo a potencializar o trabalho em toda sua complexidade. As estratégias que vêm sendo desenvolvidas por esse grupo de trabalhadoras visam contribuir e criar condições para a conquista da autonomia e desenvolvimento da força política e social de mulheres, entendendo que o pessoal também é político, e ambos os processos estão interligados na libertação das amarras da opressão de gênero. As ações foram divididas em três grupos:a) Garantia de direitos das mulheres - busca por nomear as principais formas de preconceito e mazelas sociais vividas pelas mulheres, como o racismo, a misoginia, a gordofobia, a LGBTI+fobia, os diferentes tipos de assédio e de violência, incluindo a violência de Estado, frequente nos territórios periféricos; disseminação de informações sobre os direitos ao aborto legal e orientações nos casos de aborto não previsto em lei; abordagem do Plano de Parto durante o pré natal, buscando uma melhor experiência da mulher na assistência ao parto. b) Mudanças na abordagem dos profissionais em relação às pacientes – oferta do auto-exame especular e uso de espelhos nos exames ginecológicos; incentivo e oferta de cuidados em Práticas Integrativas e Complementares e fitoterápicos; elaboração de materiais pedagógicos para práticas de educação em saúde, grupos e oficinas. c) Incentivo ao autoconhecimento – oferta de instrumentos de autoconhecimento, como a mandala lunar e a confecção de diários, considerando os modos de ser cíclicos das mulheres e propondo diferentes meios de expressão e reflexão. Essas práticas vêm sendo foco das ações de matriciamento junto os demais profissionais e estudantes das unidades referidas e pautas das consultas individuais, compartilhadas e práticas coletivas em saúde. A partir delas, vem sendo debatida a abordagem dos profissionais de saúde em relação às mulheres e estimulada a adoção de uma postura cada vez menos hierárquica e perpetuadora de desigualdades. |
11619 | RESIGNAÇÃO E (DES) CUIDADO A PARTIR DAS NARRATIVAS DE UMA GESTANTE-GUIA DURANTE SUA TRAJETÓRIA OBSTÉTRICA Célia Maria da Rocha Marandola, Thalita da Rocha Marandola, Josiane Vivian de Oliveira, Rossana Staevie Baduy, Regina Melchior RESIGNAÇÃO E (DES) CUIDADO A PARTIR DAS NARRATIVAS DE UMA GESTANTE-GUIA DURANTE SUA TRAJETÓRIA OBSTÉTRICAAutores: Célia Maria da Rocha Marandola, Thalita da Rocha Marandola, Josiane Vivian de Oliveira, Rossana Staevie Baduy, Regina Melchior
Apresentação: A produção do cuidado em saúde se faz nos encontros entre trabalhadores de saúde/usuários e trabalhadores/trabalhadores produzindo coletivos e possibilitando aos sujeitos suportar diferentes dores e sofrimentos. Nesses encontros, as relações e afetações vão se estabelecendo no momento em que há reconhecimento mútuo de saberes, expectativas e desejos. O encontro permite ainda o compartilhamento do cuidado de forma conjunta com os demais equipamentos de saúde do território. Objetivo: Interessou-nos e refletir sobre o cuidado a partir das lentes de uma gestante de alto risco e em acompanhamento pré-natal na rede de atenção materno-infantil. Método: Pesquisa qualitativa com abordagem cartográfica (ainda em andamento) utiliza como dispositivo o Usuário-Guia - ferramenta de pesquisa social que possibilita ao pesquisador maior imersão na realidade estudada a partir do momento em que o pesquisador é levado a conhecer os vários contextos, por meio dos diversos atores que os vivenciam. Inserido no Programa de Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Londrina (UEL) o estudo faz parte do Observatório de Políticas Públicas e Educação em Saúde de Londrina ligando-se assim, a uma rede de observatórios vinculados a linha de pesquisa da Micropolítica do Trabalho e Cuidado em Saúde. Resultado: A gestante-guia que nos conduziu em sua trajetória na busca pelo cuidado encontrava-se em sua terceira gestação (e sem filhos vivos), diagnosticada com trombofilia na segunda gestação, atualmente fazendo uso de medicações anticoagulantes para prevenir complicações trombóticas. De acordo com nossa afetação e a partir das narrativas da gestante, a mesma abriu mão de ser o “centro do cuidado” durante sua gravidez para direcionar os olhares dos profissionais à saúde do seu concepto. A falta de seringas “adequadas” para realizar o tratamento preventivo de tromboses (fornecida pela UBS) ou a invisibilidade relatada pela gestante frente à equipe que a acompanhava no pré-natal de risco (ambulatório de alta complexidade) não foram suficientes para que a mesma reconhecesse o (des) cuidado nestes encontros com os profissionais envolvidos no seu atendimento. Ao contrário, a gestante demonstrava certa resignação com os fatos. Pois, seu foco principal estava alicerçado na esperança de um parto seguro, sem complicações ao binômio mãe-filho – no que, a equipe do alto risco, por exemplo, estaria preparada e poderia lhe oferecer. Ou seja, o sonho de concretizar a maternidade fez com que a gestante-guia se tornasse uma mulher obstinada que, por vezes, precisou resignar-se diante as situações de (des) cuidado no intuito de não abandonar o intento de realizar seu desejo maior, ser mãe. Em nosso entendimento, ela nada mais fez do que seguir a vida a seu próprio modo. Considerações finais: Faz-se necessário, no entanto, que as equipes reflitam sobre o seu processo de trabalho sempre se colocando em análise no intuito de evitar prejuízos para o cuidado em saúde produzido nos encontros entre usuários e trabalhadores de saúde, buscando respeitar a necessidade e singularidade de cada indivíduo. |