346: Aprendizagens, Culturas e Cuidados | |
Debatedor: Ian Jacques de Souza | |
Data: 29/10/2020 Local: Sala 07 - Rodas de Conversa Horário: 08:00 - 10:00 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
11371 | CÍRCULOS DE CUIDADO COMPARTILHADO: escuta como prática de resolução de traumas e emancipação coletiva Maria Angelica de Melo Rente CÍRCULOS DE CUIDADO COMPARTILHADO: escuta como prática de resolução de traumas e emancipação coletivaAutores: Maria Angelica de Melo Rente
Apresentação: Esta proposta de intervenção visa apresentar, de forma prática e vivencial, a pesquisa de mestrado da autora, que tem por finalidade investigar a ação dos espaços de escuta oferecidos pelos aqui chamados Círculos de Cuidado Compartilhado na produção efetiva de cuidado, em ato. Pretende oferecer às/aos participantes do Congresso a vivência de um Círculo, constituído por três momentos: boas-vindas - recepção das/dos participantes com uma prática de conexão, na forma de uma manifestação artística (dança circular, música circular, jogo teatral etc.); roda de escuta – sem tema definido, decorrerá à partir dos temas emergentes sugeridos pelas/os participantes; e “saideira” – partilha de como a vivência impactou as pessoas presentes; seguidos por uma breve conversa sobre a aplicação dos Círculos nos contextos em que já foram experienciados pela autora. Desenvolvidos e aplicados na cidade de São Paulo entre os anos de 2014 e 2018, os Círculos têm por objetivo atuar na configuração de uma abordagem de cuidado com foco nos traumas individuais e coletivos femininos, de redes de apoio e de promoção do fortalecimento de laços comunitários entre mulheres, além de formas restaurativas de cuidado de conflito. Com base nas metodologias dialógicas, nas ferramentas da micropolítica do cuidado, na prática da Comunicação Não-Violenta e na pedagogia de Paulo Freire, os Círculos buscam, no oferecimento de um espaço onde a expressão autêntica é bem-vinda, no acolhimento das falas e na partilha dos saberes presentes no grupo, configurar espaços cuidadosos e seguros para a expressão e a resolução coletiva dos traumas, especialmente aqueles sofridos por mulheres em situação de violência doméstica. |
12180 | IMPORTÂNCIA DE PROJETOS SOCIAIS NA FORMAÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO-CULTURAL DE CRIANÇAS DA CIDADE DE BELÉM Patrick da Costa Lima, Brena de Nazaré Barros Rodrigues IMPORTÂNCIA DE PROJETOS SOCIAIS NA FORMAÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO-CULTURAL DE CRIANÇAS DA CIDADE DE BELÉMAutores: Patrick da Costa Lima, Brena de Nazaré Barros Rodrigues
Apresentação: O marcos histórico de um povo são relíquias do passado que constroem os costume da sua população, seja a gastronomia ou monumentos, cada lugar tem suas heranças do passado. O projeto social “Adote Um Sorriso”, atuante na cidade de Belém, leva ações recreativas e promotoras da saúde para crianças da região metropolitana de Belém e conta com uma equipe interdisciplinar de acadêmicos. O NAC (Núcleo de Arte e Cultura) foi criado como uma vertente do projeto com o intuito proporciona para as crianças a oportunidade de conhecer lugares que carregam uma diversidade de importâncias para a cidade, assim como podem expandir as perspectivas desses jovens para uma futura profissão. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência de um grupo de acadêmicos durante uma das ações do NAC realizada no mês de novembro de 2019. A equipe, junto dos diretores do NAC levaram, as crianças a um dos cinemas mais antigos em atividade na cidade de Belém, o Libero Luxardo, lá foi explicado para as crianças sobre o período histórico no qual o cinema foi construído e como estava o cenário de Belém naquela época. Resultado: Durante o trajeto do veículo que propiciou o transporte dos acadêmicos e crianças até o cinema, foi possível a observação de que estas se mostravam a todo o momento interessadas em saber mais do local que iriam, assim como dos outros locais avistados no percorrer do percurso. Ao chegarem no local e explicado às crianças a importância do Libero Luxardo para a história cinematográfica de Belém, estas realizaram diversas perguntas a cerca da temática, assim como contaram sobre as próprias experiências e conhecimentos. Considerações finais: Muitas crianças nunca tinham visitado um cinema, apesar de que todos expressaram enorme interesse em conhecer o local e saber sobre a história do mesmo. Ao final, foi relatado por algumas crianças que o dia os proporcionou uma experiência desejada há muito tempo, porém nunca antes realizada e que aquele dia teve grande importância na vida destes. |
10976 | UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR ACERCA DOS ESTIGMAS PERMEADOS AOS PACIENTES HIV POSITIVOS Karollayny Macêdo Oliveira, Igor Oliveira da Silva, Paula Katharine Côrrea Nascimento, Vitória de Souza Ximenes, Laura Raquel Silva da Costa, Murillo Umbelino Malheiros, Pamella Pádua Rodrigues, Hilka Flávia Barra do Espírito Santo Alves Pereira UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR ACERCA DOS ESTIGMAS PERMEADOS AOS PACIENTES HIV POSITIVOSAutores: Karollayny Macêdo Oliveira, Igor Oliveira da Silva, Paula Katharine Côrrea Nascimento, Vitória de Souza Ximenes, Laura Raquel Silva da Costa, Murillo Umbelino Malheiros, Pamella Pádua Rodrigues, Hilka Flávia Barra do Espírito Santo Alves Pereira
Apresentação: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) representa um dos sérios problemas de saúde pública, caracterizando-se como epidemia global, com rápida disseminação e agravamento. Nesse contexto, há necessidade de recursos econômicos, políticos e sociais para resolução. Considerando as profundas desigualdades da sociedade brasileira e a propagação da infecção pelo vírus HIV no país, a AIDS se revela uma epidemia de múltiplas dimensões que vem, ao longo do tempo, sofrendo transformações significativas em seu perfil epidemiológico. Em quase três décadas da epidemia, é evidente o avanço no tratamento dessa doença; pois, com o advento dos antirretrovirais, observou-se melhora significativa na qualidade de vida das pessoas acometidas. Apesar dos avanços na área médica referentes ao aumento da qualidade de vida do paciente soropositivo, nota-se que o tema HIV continua estigmatizado e permeado de tabus no meio social. Por meio da abordagem do filme “Filadélfia”, no qual é evidenciado o processo sofrido pelo indivíduo portador do vírus no ambiente de trabalho, procurou-se instigar os acadêmicos a refletirem a respeito da importância da temática. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo abordar e analisar os aspectos sociais dos pacientes HIV positivos através do filme Filadélfia associado à discussão e roda de conversa com os acadêmicos de medicina acerca do estigma sofrido pelo paciente aidético. A Federação Internacional de Associações de Estudantes de Medicina-Brazil (IFMSA-BR), em parceria com os alunos de medicina da Faculdade Federal do Amazonas promoveram uma atividade chamada “CineScora”, cuja a composição deu-se primeiramente com a exposição do filme Filadélfia trazendo a temática dos pacientes soropositivo em contexto de surgimento e explosão da doença nos Estados Unidos da e a formação do estereótipo pela sociedade que não estava pronta para lidar com a temática. Em momento posterior, seguiu-se o debate sob orientação de acadêmicos do internato do módulo de Infectologia acerca do tema, assim como o interação dos estudantes em experiência sobre o tema. A experiência de proporcionar um momento de relaxamento e reflexão simultâneos foi muito enriquecedora tanto para os participantes quanto para os organizadores. Ao final do filme, houve um debate em que vários acadêmicos relataram o quanto aquela ação havia representado no contexto de combate ao preconceito, humanização e empatia. Além disso, muitos participantes constataram o quanto a temática de homofobia e atendimento médico a essa demanda são negligenciados no meio acadêmico, demonstrando apoio a futuras ações nesse aspecto. Após a exibição do filme, os participantes tiveram espaço para discutir sobre o impacto social no paciente portador do vírus HIV, a discriminação e a exclusão que acaba sofrendo por apenas possuir uma doença. Também puderam expor como o debate contribuiu para a sua formação acadêmica e individualmente, além de se aproximar da proposta da IFMSA BRAZIL. Por fim, a atividade instigou os acadêmicos a refletirem a respeito da importância do conhecimento da temática para que se tornem futuros profissionais éticos, esclarecidos e possam se posicionar contra os mais diversos tipos de abusos e preconceitos sofridos por esse grupo. |
11125 | A IMPORTÂNCIA DA HUMANIZAÇÃO NO ACOLHIMENTO MULTIPROFISSIONAL AO INTERIORANO DO AMAZONAS Andreina Maciel de Sena dos Santos, Priscilla Mendes Cordeiro, Ana Luiza Coelho Procópio, Giovanni de Souza Mota A IMPORTÂNCIA DA HUMANIZAÇÃO NO ACOLHIMENTO MULTIPROFISSIONAL AO INTERIORANO DO AMAZONASAutores: Andreina Maciel de Sena dos Santos, Priscilla Mendes Cordeiro, Ana Luiza Coelho Procópio, Giovanni de Souza Mota
Apresentação: As instituições de saúde são o cenário primário de atenção ao paciente, de forma a ser um espaço de acolhimento, no qual o indivíduo dirige-se em momentos vulneráveis na sua integralidade. Além do conhecimento teórico e técnico, também é importante que os profissionais saibam aplicar a empatia nos seus trabalhos práticos diários, atendendo as peculiaridades do seu cliente em múltiplos vieses. Objetivo: Este relato de experiência visa expor a importância da abordagem humanizada e multiprofissional ao cidadão do interior do Amazonas, de forma a compreender as ações de saúde em sua perspectiva. Desenvolvimento: A humanização tem suma importância na área da saúde. Prova disso que em 2003 foi lançado o Humanizasses, o qual representa a Política Nacional de Humanização (PNH), que tem como objetivo melhorar o Sistema Único de Saúde (SUS). Adentrando a temática no município de Coari, localizado na região central do Estado do Amazonas, e distante 363 km da capital Manaus, tem-se o hospital Dr. Odair Carlos Geraldo como destino principal no que diz respeito a atendimento médico. Sendo assim, a referência da humanização no sistema presente nessa cidade é superficialmente de nível terciário, porém suas raízes ainda provêm da atenção básica (de cunho primário) ao paciente. O corpo profissional do município é composto por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, além dos que não são propriamente ditos da área, mas que cooperam na fluência do SUS, como administradores, recepcionistas e etc. Todos contam com a ajuda de estagiários da Universidade Federal do Amazonas, os quais são pontuais na inserção do olhar holístico na saúde contemporânea, o qual constrói as relações de confiança, compromisso e vínculo com os usuários.Tal processo é o diferencial na elaboração do plano de cuidado eficaz, o qual faz da comunicação entre os profissionais envolvidos e o cliente, a fundamentalidade da humanização do atendimento. Resultado: Problemas na administração da saúde, como cargas horárias longas, excesso de trabalho, falta de material, medicamentos, cooperou na consolidação de atendimentos mecanizados, sem aplicação da holística. Sendo assim, o processo de reeducação dos mesmos é o que será válido para a possível adequação da visão holística ao sistema. Considerações finais: A experiência do projeto feito a partir da análise do comportamento dos profissionais remete à perspectiva da necessidade da humanização do atendimento aos pacientes do SUS. Consoante a isso, faz-se crucial a inserção dos acadêmicos no meio hospitalar e da atenção básica, no intuito de tornar a temática cada vez mais usual e intrínseca ao sistema. Palavras-chave: Humanização. Saúde. Conhecimento. |
11197 | POTENCIALIDADES CRIATIVAS NO COTIDIANO DO ENFERMEIRO HOSPITALAR Marilei de Melo Tavares, Antonio Marcos Tosoli Gomes, Cláudia Cláudia Mara de Melo Tavares, Sérgio Donha Yarid, Marcos Alex Mendes da Silva, Joanir Pereira Passos POTENCIALIDADES CRIATIVAS NO COTIDIANO DO ENFERMEIRO HOSPITALARAutores: Marilei de Melo Tavares, Antonio Marcos Tosoli Gomes, Cláudia Cláudia Mara de Melo Tavares, Sérgio Donha Yarid, Marcos Alex Mendes da Silva, Joanir Pereira Passos
Apresentação: Este estudo busca descrever o processo de trabalho do enfermeiro em um hospital universitário e analisar a potência criativa presente nas atividades cotidianas do trabalho como fonte de novas formas de agir profissional. Método: Trata-se de um estudo de natureza qualitativa. Oficinas constituíram dispositivo para produção e análise de dados no presente estudo. Uma a partir de objetos inusitados, outra a partir da autoconfrontação coletiva dos dados. Foram respeitados os aspectos éticos em pesquisa, aprovação Comitê de Ética em Pesquisa da UFF, CAAE: 52869316.0.3001.5243, Parecer: 1.603.307. Resultado: Os resultados apontam que o cotidiano do trabalho do enfermeiro hospitalar contém riquezas de elementos criativos e imaginativos, que ultrapassam os limites da rotina. Modifica-se e cria-se algo novo cotidianamente, o que favorece a constante transformação do seu agir profissional. Considerações finais: por fim, o trabalho produzido pelos enfermeiros no cotidiano hospitalar dá-se com base em um plano de ação elaborado individualmente pelos enfermeiros e que se desconfigura/reconfigura em função das múltiplas demandas organizacionais e de falhas no processo de trabalho estabelecido em outros setores do hospital. |
11209 | O CUIDADO COM A SAÚDE MENTAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE ESCOLA DA REDE PÚBLICA DE NÍVEL FUNDAMENTAL E QUE SÃO VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA: BREVE REFLEXÃO Erika Dayane moraes de oliveira O CUIDADO COM A SAÚDE MENTAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE ESCOLA DA REDE PÚBLICA DE NÍVEL FUNDAMENTAL E QUE SÃO VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA: BREVE REFLEXÃOAutores: Erika Dayane moraes de oliveira
Apresentação: A atenção em saúde mental do estudante de nível fundamental vem sendo discutida no Brasil há algum tempo, porém não se efetivou plenamente. O presente artigo propões discutir acerca da temática com vistas à proposição de intervenções no cuidado em saúde mental dos estudantes dos anos finais do ensino fundamental na escola municipal Coronel Luiz Ignacio Pessoa de Melo, localizada no município de Aliança na zona da mata norte do Estado de Pernambuco. Como objetivo principal, provoca-se a reflexão junto à comunidade escolar sobre os direitos das crianças e adolescentes, conforme Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, que sofrem qualquer tipo de violência ou violação dos seus direitos, bem como fortalecer a troca de saberes entre adolescentes, professores/as, gestores/as da unidade a respeito do ECA. Fortalecer a articulação da escola com a Rede de Proteção local da Criança e do Adolescente com base nos relatos dos/as profissionais, identificados a partir de Pesquisa Exploratória realizada em duas escolas do município, revelam: 1) A existência de casos de violência doméstica contra crianças e adolescentes e o desconhecimento sobre como a escola pode proceder nesses casos; 2) A frágil relação de gestores/as e professores/as com a Rede de Proteção à Criança e Adolescente, assim como o entendimento dos mecanismos de defesa dos direitos dessa população; 3) Os limites da intervenção da escola para além do âmbito escolar por falta de profissionais da área de Psicologia e Serviço Social. Resultado: e Discussões: Diante das dificuldades apresentadas pelos estudantes no que se refere ao acesso à informação – tendo em vista que a escola e grande parte dos alunos residem lá mesmo na zona rural próxima a escola – mostraram desconhecer o tema tampouco já ouviram falar sobre a rede de apoio, apenas que os profissionais da unidade escolar são os mais próximos na busca por uma informação, ou seja, eles passaram a buscar o professores para tentar resolver situações de agressividade, mau desempenho por situações pessoais, depressão etc. Tal situação apenas deixa transparecer que a escola não possui em sua grade curricular, a prática em promover ações de atenção em saúde mental de seus estudantes, uma vez que até mesmo os representantes de classe estão no mesmo nível dos demais, em termos de dificuldade no acesso à temas relevantes para a comunidade. Considerações finais: Frente às demandas apresentadas pelos estudantes e pelos professores da escola, torna-se necessário a implementação de um espaço de escuta com profissionais do serviço social e da psicologia para que se possa efetivar resultados de melhora no desempenho ao longo do ano letivo e que se possa trabalhar os impactos que a ausência desses profissionais e do suporte que eles podem oferecer, causam no desenvolvimento pessoal e profissional, quando se pensa nas consequências que pode causa a partir do momento que essas questões são deixadas de lado. |
11341 | RECURSOS ARTÍSTICOS E TECNOLOGIA DE BAIXO CUSTO NA PRODUÇÃO DE CENÁRIOS SIMULADOS NO ENSINO DE ENFERMAGEM Eunice Ferreira da Silva, Talita da Conceição de Oliveira Fonseca, Cristiane Fialho de Jesus, Vanessa de Souza Amaral, Tiago Ricardo Moreira, Érica Toledo de Mendonça, Deíse Moura de Oliveira RECURSOS ARTÍSTICOS E TECNOLOGIA DE BAIXO CUSTO NA PRODUÇÃO DE CENÁRIOS SIMULADOS NO ENSINO DE ENFERMAGEMAutores: Eunice Ferreira da Silva, Talita da Conceição de Oliveira Fonseca, Cristiane Fialho de Jesus, Vanessa de Souza Amaral, Tiago Ricardo Moreira, Érica Toledo de Mendonça, Deíse Moura de Oliveira
Apresentação: O cuidar em saúde requer profissionais com habilidades teórico-práticas, pois além do conhecimento relacionado à técnica específica, há a necessidade de desenvolver o raciocínio clínico, o trabalho em equipe, apresentar uma postura adequada e ser proativo. Além disso, o avanço tecnológico e a preocupação com a segurança do paciente e dos profissionais vêm exigindo abordagens interativas de ensino em saúde. Nesse contexto destaca-se o uso da Simulação Clínica, a qual replica cenários da prática real, utilizando atores, manequins, técnicas de maquiagem, figurinos e cenografia, favorecendo ao participante vivenciar a situação proposta. O termo cenário, no ambiente de aprendizagem por simulação, possui dupla conotação: o lugar onde ocorrerá o ato, foco desse trabalho e também a própria situação retratada, isto é, a situação clínica. A cena simulada é a parte mais importante de todo o processo envolvido na Simulação Clínica. Por isso, a montagem do cenário é complexa e requer a utilização de recursos físicos, humanos, materiais e financeiros, os quais podem estar indisponíveis e/ou ser de alto custo. Aliada à escassez de recursos financeiros está a preocupação com a questão ambiental. Assim, torna-se fundamental desenvolver estratégias que oportunizem a busca por soluções criativas e de baixo custo para potencializar o uso da simulação no ensino em saúde, tendo como finalidade uma melhor qualificação e capacitação dos futuros profissionais, garantindo a segurança e a qualidade dos cuidados prestados. Dessa forma, esse trabalho objetivou descrever a experiência da integração de recursos artísticos e da tecnologia de baixo custo para a confecção de materiais cenográficos e montagem dos ambientes simulados para o ensino em Enfermagem na Universidade Federal de Viçosa (UFV). Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência de técnicas em enfermagem, servidoras do Departamento de Medicina e Enfermagem (DEM) da UFV. O uso da Simulação Clínica no ensino de Enfermagem nesta instituição foi iniciado no ano de 2015 após capacitação dos docentes e de servidoras que demonstraram interesse pela temática. A partir deste momento, percebeu-se a necessidade de se criar objetos cenográficos, adquirir figurinos e reorganizar os laboratórios, de modo a tornar viável a execução dos cenários simulados. No entanto, o primeiro desafio era a escassez de recursos financeiros e materiais que permitissem equipar os laboratórios para maior caracterização e fidelidade aos contextos clínicos reais. A partir de então, soluções alternativas foram buscadas. Como a condução de uma experiência clínica simulada envolve a apresentação de um caso real o qual deve ser desenvolvido em um ambiente adequado à situação, o mais próximo possível da realidade, é dedicada uma tenção especial à preparação dos laboratórios. Os cenários práticos com simulação de procedimentos e cuidados de Enfermagem são desenvolvidos nos Laboratórios de Habilidades do DEM. De posse do roteiro do cenário, é elaborado um planejamento sobre os recursos que serão necessários para sua montagem, como os recursos humanos (atores e atrizes), equipamentos, materiais de consumo, exames, itens decorativos, manequins, figurinos, maquiagens entre outros elementos necessários para a fidelidade da simulação. Além do realismo, busca-se neste momento, promover a identificação do sujeito com o ambiente ao qual será inserido, onde as intervenções para personalização do espaço reforcem as relações de apego e promovam a apropriação do espaço pelo indivíduo. As marcas deixadas no espaço refletem um pouco do outro, o que contribuirá com a coleta de dados, trazendo informações relevantes para as etapas posteriores do processo de enfermagem. Os materiais utilizados para a confecção dos objetos cenográficos e para a montagem dos ambientes são coletados no próprio departamento a partir de campanhas de coleta seletiva e doações. Os figurinos são obtidos através de doações e os produtos para maquiagem compõem o kit dos manequins ou são doados por professores. O detalhamento cenográfico para o realismo da cena se dá de acordo com a criatividade. Resultado: São desenvolvidos materiais essenciais para propiciar realismo aos cenários. Para a produção de objetos decorativos utiliza-se de adaptações e improvisos com materiais como garrafas pet, caixas de papelão, garrafas, latas etc. Já foram confeccionados quadros, vasos de flores, mesas cenográficas, réplica de equipamentos médicos e de simuladores, entre outros, através de técnicas como pintura, colagem, decoupage, costura, modelagem etc. A escolha do figurino se dá de acordo com o contexto da Simulação Clínica, podendo ser para uma criança, um adolescente, um adulto, uma gestante, um idoso, um usuário de droga ilícita e outros personagens em distintos contextos cenográficos. A escolha ainda pode variar de acordo com o local de atendimento, desde uma visita domiciliar ou em uma Unidade Básica de Saúde, passando por situações de internação hospitalar em enfermarias ou em Unidades de Terapia Intensiva até a abordagem a pessoas em situação de vulnerabilidade vivendo na rua. Dispomos de roupas e acessórios como camisolas, bermudas, camisas, calças, chinelo, chapéus, bengala entre outros. Com a maquiagem realística são criadas feridas, cortes, queimaduras, arranhões, perfurações por arma de fogo com pankakes coloridos, adesivos, selantes, base, tintas coloridas solúveis em água, sangue líquido cênico, além de produtos do uso diário como gelatina e corantes alimentícios, utilizando a técnica de moulage. Além disso, são utilizadas próteses de maquiagem dos manequins que podem ser aplicadas também nos atores. O grupo atores e atrizes é formado por professores, alunos e servidores do departamento que recebem o caso clínico com antecedência para estudar a personagem. Considerações finais: Tão importante quanto a delimitação dos objetivos do cenário é a sua caracterização para a cena proposta. Como um dos propósitos da Simulação Clínica é proporcionar aos participantes uma percepção dos sentimentos que eles podem vivenciar no ambiente real, admite-se que o lugar onde se passará a cena deve trazer emoções e sentimentos advindos da inter-relação dos participantes com o ambiente, possíveis de serem alcançados com detalhes cenográficos. Apesar da criação de cenários simulados ser um desafio dentro da Simulação Clínica, pois requer tempo, habilidades manuais e recursos materiais e financeiros, a experiência vivenciada no curso de Enfermagem da UFV mostra ser possível sua utilização a partir de soluções criativas, de baixo custo e com apoio da arte, trazendo benefícios para o ensino, para a instituição e para o meio ambiente. Mesmo um relato de experiência não sendo um estudo forte o bastante para modificar a prática, sua divulgação é primordial para dar visibilidade à trabalhos que integrem recursos artísticos e tecnologia de baixo custo a fim de potencializar o uso da simulação no ensino em saúde, estimulando o desenvolvimento desse tipo de trabalho por outras instituições. Além disso, este relato reforça a importância da realização de novos estudos abordando os temas arte, criatividade, inovação e sustentabilidade como forma de auxiliar no enriquecimento de metodologias ativas voltadas para atividades de ensino, pesquisa e extensão na área da saúde. |
11404 | O (RE)SIGNIFICADO DO MODELO DE ATENÇÃO AO PARTO E NASCIMENTO: VALORES DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE Valdecyr Herdy Alves, Diego Pereira Rodrigues, Cristiane Cardoso de Paula, Paolla Malheiros Amorim Dulfe, Vivian Linhares Maciel Almeida, Luana Asturiano da Silva, Giovanna Rosário Soanno Marchiori, Maria Bertilla Lutterbach Riker Branco O (RE)SIGNIFICADO DO MODELO DE ATENÇÃO AO PARTO E NASCIMENTO: VALORES DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDEAutores: Valdecyr Herdy Alves, Diego Pereira Rodrigues, Cristiane Cardoso de Paula, Paolla Malheiros Amorim Dulfe, Vivian Linhares Maciel Almeida, Luana Asturiano da Silva, Giovanna Rosário Soanno Marchiori, Maria Bertilla Lutterbach Riker Branco
Apresentação: O parto vem se modificando ao longo dos anos, especialmente, na transformação tecnológica do seu cenário, como na introdução de rotinas protocolares assistenciais da parturição. Desse modo, com a modificação da vivência do parto, em que passou de um momento social e cultural nos seus primórdios, para a institucionalização do parto, culminando nas altas taxa de cesariana no país, e das relações exercidas para a assistência da parturição. Nesse contexto, a dimensão hegemônica do cuidado obstétrico está alinhado com a supervalorização da tecnologia sobre o corpo e a vontade da mulher. A partir dessas modificações elencadas, como o aumento de intervenções no ciclo gravídico-puerperal e a excessiva medicalização contribuíram para um novo cenário de parturição, no qual a mulher passou a ser submetida a procedimentos desnecessários e sua autonomia deixou de ser respeitada. Os profissionais de saúde, consequentemente, passaram a ganhar destaque ao realizar esses procedimentos e tornaram-se os principais protagonistas deste evento. Dessa forma, há uma necessidade de modificação da atenção obstétrica, com a valorização da mulher quanto as suas escolhas e direitos, respaldados no conhecimento científico, numa relação mais respeitosa, sustentada no modelo humanizado. Com o modelo de humanização retoma uma assistência respeitosa com promoção da fisiologia do parto, em que as intervenções são pautadas em critérios cientificamente comprovados, considerando os aspectos culturais, sociais e a autonomia da mulher. Nessa visão teórica, estudar a concepção dos valores relacionados ao processo do parto e nascimento, e além disso possibilita desvelar valores produzidos nas relações de cuidado ao processo de parturição. Visto que o valor desvela significações do cotidiano, tendo como conjunto uma rede de significados que permitem a conexão em torno de um processo de ordem/desordem no cotidiano da assistência vigente. Nesse prisma, a ação valorativa dos profissionais de saúde permitem que suas atitudes conectem-se com a representação de uma dada realidade, dando-lhe um sentido da natureza simbólica e que as suas interpretações favoreçam a construção de suas ideologias relacionado ao cuidado da mulher no campo do parto e nascimento. Portando, para o desvelamento do processo de valoração do sujeito-profissional de saúde - na relação do cuidado obstétrico, a partir do seu vivido profissional, apresentam forças articuladas com o pensamento, o sentimento e a vontade. Nesta linha teórica, Max Scheler defende a Teoria dos Valores distinguindo a compreensão dos valores a partir da intuição emocional. O estudo teve como objetivo compreender os significados valorativos dos profissionais de saúde no campo do cuidado parturitivo. Estudo fenomenológico, ancorado na Teoria de Valores de Max Scheler, realizado com 48 profissionais de saúde, sendo 24 enfermeiros e 24 médicos de quatro maternidades da Região Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro. Os dados aqui apresentados foram coletados por meio de entrevista fenomenológica, aplicadas no período de abril de 2017 a abril de 2018, e submetidos ao processo de análise a partir da Teoria de Interpretação de Paul Ricoeur. O estudo foi aprovado no comitê de ética e pesquisa da faculdade d medicina da Universidade Federal Fluminense, sob o protocolo nº 1737132/2016. Os resultados apontaram para uma mudança de modelo assistencial tecnocrata para humanizado, ainda pequeno, o valor da compreensão da fisiologia e do conhecimento científico, trazem abertura para um cuidado qualificado e seguro para as mulheres e os seus bebês. Os discursos dos profissionais de saúde avançam na intencionalidade de valorizar as escolhas da mulher durante a atenção obstétrica, por meio de uma assistência individualizada. Tais discursos valorizam a vida da mulher no processo fisiológico e ampliam a atenção qualificada e segura, quando trazem o foco do cuidado para uma assistência individualizada respaldada em valores do conhecimento científico, visto que os profissionais de saúde assumem medidas para a garantia da segurança da mulher respaldadas na ciência, desvelam o processo de humanização do parto e nascimento. Há uma valorização por parte dos profissionais de saúde que garante um acompanhamento eficaz, desde o início da internação da mulher, sucedendo-se em todas as fase do processo do parto e nascimento com uma atenção singular e diferenciada em que os participantes direcionam o cuidado embasado no valor da fisiologia da mulher, propiciando-lhe um acompanhamento contínuo e individualizado. O protagonismo da mulher como um valor em si mesmo, configura um cuidado central que se apresenta nos discursos dos profissionais de saúde, mostrando uma crescente mudança de comportamentos e atitudes para uma valorização de um cuidado efetivo inerente do modelo de humanização do parto e nascimento. Os profissionais de saúde mostram a importância do diálogo como processo de relação para o cuidado qualificado. O diálogo possibilita a criação de vínculo entre a mulher e o profissional de saúde, sendo o vínculo um valor na relação de compartilhamento, de estar com o outro, pois o profissional de saúde somente pode cuidar com o outro quando está vinculado ao outro. Os discursos dos profissionais de saúde reforçam o valor do conhecimento para a utilização para um cuidado respeitoso, quando há um movimento para a garantia do respeito à sua liberdade quanto à forma de parir, processo inerente a humanização do parto e nascimento. Conclui-se que há um movimento dos profissionais de saúde para uma nova hierarquia de valores, potencializado para mudança do modelo obstétrico. Assim, se começa um processo de valorização ao respeito à mulher, sobre as suas expectativas, medos, vontades e carências; o valor a um parto respaldado no valor da justiça e cidadania, que vai ao encontro do valor do conhecimento. Portanto, pela Teoria dos Valores de Max Scheler, os profissionais começam um processo de reorganização da hierarquia de valores, embasando essa mudança no próprio movimento de Políticas Públicas de Saúde no campo reprodutivo, que tem estabelecido um importante conector para as demandas das mulheres no país, valorizando o respeito e a dignidade da mulher. Em síntese, faz-se necessário fomentar o saber científico no que tange na mudança de modelo da assistência obstétrica, promovido pela nova hierarquia de valores, e fomentando assim, um novo olhar para a atenção à mulher, um visão para um cuidado valorativo com o foco para a humanização e a centralidade da mulher, como do seu retorno do protagonismo. |
11803 | NARRATIVAS E A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NO AMBULATÓRIO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE: UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINO Ricardo Mannato Bolelli, Caroline Brito Novaes, Maria Fernanda Di Guimarães Gonçalves Melo, Raquel Almeida Crespo, Gabriela Levy, Gilmar Hemenergildo da Silva Junior, Jorge Esteves NARRATIVAS E A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NO AMBULATÓRIO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE: UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINOAutores: Ricardo Mannato Bolelli, Caroline Brito Novaes, Maria Fernanda Di Guimarães Gonçalves Melo, Raquel Almeida Crespo, Gabriela Levy, Gilmar Hemenergildo da Silva Junior, Jorge Esteves
Apresentação: O Ambulatório de Promoção da Saúde (APS) é um projeto de extensão da Faculdade de Medicina (FM), que atua na Vila Residencial da UFRJ desde 2008. Estrutura-se a partir de uma relação pedagógica horizontal entre os estudantes e destes com os professores, com a realização de atividades teórico-práticas como aulas; atendimentos ambulatoriais; visitas domiciliares; e atividades de promoção à saúde. Focando na harmonização e integração dos aspectos psicossociais com o biológico, a Medicina Narrativa utiliza uma visão centrada no paciente para reconhecer, absorver, interpretar e narrar as histórias de adoecimento. Dessa maneira, a construção de narrativas por alunos da FM apresenta-se como um instrumento de construção de empatia, fortalecimento do vínculo e formação de memória do projeto. Objetivo: Desenvolver a escrita e a narrativa como possibilidade de recurso pedagógico no ensino médico; compreender a Medicina Narrativa no âmbito das habilidades de comunicação clínica; exercitar e fortalecer a empatia; extrapolar a visão biomédica restrita do processo de adoecimento. Método: As narrativas foram construídas a partir da relação travada entre alunos, pacientes e, eventualmente, médicos orientadores. Em seguida realizou-se oficinas de Medicina Narrativa pelo corpo docente do projeto, facilitando e estimulando a escrita dos alunos. A produção de textos deu enfoque às histórias das pessoas atendidas e buscou a valorização das experiências de adoecimento. Respeitou-se o sigilo a partir da alteração de características que identificassem as pessoas atendidas. Resultado: Acreditando que a arte da medicina está fortemente enraizada no encontro clínico entre médico e paciente, a produção de textos pelos alunos apresentou-se como ferramenta especial para entendimento de como o processo saúde-doença afeta cada personagem em si. O projeto está em andamento e a crescente adesão voluntária dos alunos para elaboração de narrativas é digna de nota. Considerações finais: A incorporação da Medicina Narrativa ao projeto tem se mostrado relevante para a compreensão das histórias de adoecimento das pessoas atendidas, produzindo novas possibilidades pedagógicas e o enriquecimento do campo teórico-prático do projeto no processo formativo dos discentes e na promoção de melhor qualidade de atendimento dos pacientes da Vila Residencial. |
12289 | CONSTRUÇÃO DE MÍDIAS COMO MEIO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: A TUBERCULOSE ENQUANTO DOENÇA NEGLIGENCIADA Vitória; Rosana; Mercedes; Axt; Azevedo; Neto; CONSTRUÇÃO DE MÍDIAS COMO MEIO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: A TUBERCULOSE ENQUANTO DOENÇA NEGLIGENCIADAAutores: Vitória; Rosana; Mercedes; Axt; Azevedo; Neto;
Apresentação: A tuberculose é uma doença negligenciada que tem alta prevalência na sociedade. Caracterizada como uma doença infecciosa e transmissível, que afeta os pulmões e outros órgãos. Está classificada com alto índice de mortalidade, superando as mortes causadas pelo HIV e pela malária. Segundo a OMS, as principais causas de tuberculose hoje são: desigualdade social, surgimento da AIDS, envelhecimento da população e grandes movimentos migratórios. A associação entre pobreza e tuberculose é evidente de tal modo que os 30 países com a maior incidência são também aqueles com os maiores índices de desigualdade social. O objetivo desse trabalho é divulgar por mídias impressas e digitais sobre a Tuberculose como meio de difusão informação em saúde. Foram elaborados vídeos na temática da tuberculose, sua incidência na população brasileira e a importância da BCG e de outras medidas de prevenção, como: manter ambientes bem ventilados e com acesso a luz solar. Cartazes foram distribuídos como forma de exposição em uma universidade pública do Rio de Janeiro para conscientização dos alunos de enfermagem e profissionais atuantes no local. Ao desenvolver ações de educação em saúde por meio de representações culturais com exposições imagéticas sobre a história da tuberculose no Brasil, promove interação com os discentes, docentes e funcionários. Ainda, a atividade extensionista permitiu que, além dos discentes, docentes e funcionários, todos os transeuntes tivessem rápido acesso a história da tuberculose, informando e alertando sobre essa doença que foi olvidada, mas que ainda causa excessivo dano a sociedade. A utilização deste método foi relevante e trouxe benefícios, mas é necessário utilizar outros métodos em conjunto para que as pessoas saibam das informações relevantes que se encontram na universidade, e em como essas informações podem ajudar a diminuir a negligência da tuberculose, e consequentemente diminuir sua incidência. |
11994 | KIYAARI WAKÎ ESEERU: “A IMPORTÂNCIA DE ALIMENTO SAUDÁVEL: CASAI/LESTE –RR” Rosilda simeão gobamete, Josué barbosa andrade, hosana carolina santos KIYAARI WAKÎ ESEERU: “A IMPORTÂNCIA DE ALIMENTO SAUDÁVEL: CASAI/LESTE –RR”Autores: Rosilda simeão gobamete, Josué barbosa andrade, hosana carolina santos
Apresentação: Este é um relato de experiência da atividade de ação educativa sobre “A importância do alimento saudável: Casai/Leste – RR” realizada na Casa de saúde indígena- CASAI do Distrito Sanitário Especial Indígena – DSEI LESTE de Roraima, localizada na BR-174 na capital Boa Vista. A ação contou com o auxílio da nutricionista Michelane e a psicóloga Airla Regina que mobilizou os pacientes das Casai-Leste para participarem na discussão da alimentação, juntamente com as acadêmicas do curso bacharelado gestão em saúde coletiva indígena. Para o público presente que são pacientes internados CASAI de diversas etnias como Macuxi, Ingaricó, Wapixana, Wai Wai, Patamona, Taurepang e Sapará, foi realizado uma palestra da temática, abordando os benefícios e malefícios de certos alimentos que consumimos no dia a dia da família indígena e nas comunidades Indígenas. Houve uma interação com as acadêmicas e o público alvo, relacionando as características e benefícios das frutas naturais para a saúde do ser humano. A intervenção mobilizou por volta de 30 participantes no local, trazendo a importância das escolhas alimentares nos dias atuais, para não desencadear possíveis agravos na saúde. No 1° momento, a palestra contou com as apresentações dos envolvidos da atividade, falando um pouco da sua etnia para os participantes, e em seguida com o auxílio do slide, retomando a temática com as amostras de alimentos naturais encontrados na roça da família indígena e dos alimentos industrializados que vem causando alto número de doenças não transmissíveis (DCNT) como o diabetes mellitus e a hipertensão arterial e entre outros malefícios. Em seguida, no 2° momento foi realizado uma discussão pôs apresentação, abordando os hábitos alimentares da sociedade, que vem influenciando na opção alimentar indígena. Finalizando, as palestrantes interagiram com os participantes, trazendo os privilégios da alimentação correta disputando com a alimentação que pode causar mal-estar, ou seja, os alimentos industrializados. Portanto, estimular nas escolhas alimentares é essencial tanto para o aspecto físico como mental. Há diversas doenças que podem ser evitadas através de uma boa alimentação, e na saúde indígena, é de grande importância a promoção da alimentação saudável. |
12207 | LIGA DE HUMANIDADES E A IMPORTÂNCIA DE SUA CRIAÇÃO PARA A FORMAÇÃO ACADÊMICA DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE Mariana Ribeiro Maisonnette, Giovanna Ribeiro do Valle, Pedro Paulo Lebéis Monjardim, Alice Goudouris do Lago LIGA DE HUMANIDADES E A IMPORTÂNCIA DE SUA CRIAÇÃO PARA A FORMAÇÃO ACADÊMICA DE PROFISSIONAIS DA SAÚDEAutores: Mariana Ribeiro Maisonnette, Giovanna Ribeiro do Valle, Pedro Paulo Lebéis Monjardim, Alice Goudouris do Lago
Apresentação: O presente trabalho reflete a respeito da Humanização no processo de criação da saúde, desde a graduação, bem como a política de humanização do SUS. Nesse sentido, levantou-se a possibilidade da criação de uma Liga a fim de buscar maior aproximação dos alunos com as artes, tido como instrumento gerador de empatia e autoconhecimento. Teve-se como objetivo final apresentar as sugestões de alunos e professores do curso de medicina e enfermagem para a Liga de Humanidades, assim como suas expectativas na abordagem da humanização. Para tanto, foram ouvidas as ideias, propostas e conselhos de todo os presentes em uma reunião realizada no campus de Cascadura, utilizando a metodologia “Café com ideias” ou World Cafe. A partir dos resultados foi possível ressaltar a importância dada ao uso das artes como ferramenta de ensino, aprendizado e conduta no meio da saúde. O tratamento integral e humanizado por meio da compreensão da individualidade do paciente, assim como o emprego da empatia para conectar com o indivíduo de forma plena, foram enfatizados em diversas sugestões. A partir desse trabalho, foi construída uma oficina temporária durante a Mostra Científica e Cultural da Escola de Medicina Souza Marques, denominada ‘De Estudante para Estudante’. Nela, foi criado um espaço onde estudantes de medicina, do primeiro ao sexto ano, pudessem trocar entre si suas angústias e dificuldades em relação ao curso. Outra atividade articulada na mesma Mostra, a partir dos princípios da Liga, foi a ‘Oficina de Desenho Anatômico’ a qual consiste em desenho artístico a partir de peças do anatômico. Com o objetivo de expressar por meio da arte aquilo que transcende a peça estática. E assim, provocar uma reflexão sobre a necessidade do médico em enxergar além de imagens e patologias para entender o que aflige o paciente. A Liga de Humanidades da Faculdade Técnico Educacional Souza Marques (LAHUM-SM), com o apoio tanto do corpo docente quanto do corpo discente, foi inaugurada em fevereiro de 2020, e pretende seguir com projetos em prol de uma prática na saúde mais humanizada. "The present work reflects on Humanization in the process of creation of health since graduation, as well as the Brazilian public Unificated Health System (SUS) humanization policy. In this sense, the possibility of creating a student association was raised in order to seek greater approximation of students with the arts, seen as an instrument that generates empathy and self knowledge. The final objective was to present the suggestions of students and medical and nursing professors for the League of Humanities, as well as their expectations in the approach of humanization. To this end, the following ideas, proposals and advice from everyone present at a meeting held on campus Cascadura, using the “Café com ideias” or World Cafe methodology. From the results, it was possible to emphasize the importance given to the use of the arts as a teaching, learning and conduct in the health sector. Comprehensive and humanized treatment through the understanding of the patient's individuality, as well as the use of empathy to connect with the individual fully, were emphasized in several suggestions. Based on this work, a temporary workshop was built during the Scientific and Cultural Exhibition of the Souza Marques School of Medicine, called ‘De Estudante para Estudante’ that translates to ‘From Student to Student’. In it, a space was created where medical students, from the first to the sixth year, could exchange their anguish and difficulties in relation to the course. Another activity articulated in the same Exhibition, based on the principles of the League, was the ‘Anatomical Drawing Workshop’ which consists of artistic drawing based on anatomical pieces. With the aim of expressing through art what transcends the static piece. And so, provoke a reflection on the doctor's need to look beyond images and pathologies to understand what ails the patient. The League of Humanities of the Technical School Educational Souza Marques (LAHUM-SM), with the support of both the faculty and the student body, was inaugurated in February 2020, and intends to continue with projects in favor of a more humanized health practice." "El presente trabajo reflexiona sobre la humanización en el proceso de creación desde su graduación, así como la política de humanización del sistema de salud unificado brasileño SUS. En ese sentido, se planteó la posibilidad de crear una Liga para buscar una mayor aproximación estudiantes con las artes, vistos como un instrumento que genera empatía y conocimiento de sí mismo. El objetivo final fue presentar las sugerencias de los estudiantes y profesores de medicina y enfermería para la Liga de Humanidades, así como como SUS expectativas en el enfoque de la humanización. Para este fin, lo siguiente ideas, propuestas y consejos de todos los presentes en una reunión celebrada en el campus Cascadura, utilizando la metodología "Café com ideias" o World Cafe. En los resultados fue posible enfatizar la importancia dada al uso de las artes como enseñanza, aprendizaje y conducta en el sector salud. Lo tratamiento integral y humanizado a través de la comprensión de la individualidad del paciente, así como el uso de la empatía para conectarse completamente con el individuo, se enfatizó en varios sugerencias. En base a este trabajo, se construyó un taller temporal durante el Exposición Científica y Cultural de la Facultad de Medicina Souza Marques, llamada ‘De estudiante a estudiante ". En él, se creó un espacio donde los estudiantes de medicina, desde el primer hasta el sexto año, podían intercambiar su angustia y dificultades en relación con el curso. Otra actividad articulada en la misma Exposición, basada en los principios de la Liga, fue el "Taller de Dibujo Anatómico", que consiste en un dibujo artístico basado en piezas anatómicas. Con el objetivo de expresar a través del arte lo que trasciende la pieza estática. Y así provocar una reflexión sobre la necesidad del médico de mirar más allá de las imágenes y las patologías para comprender lo que afecta al paciente. La Liga de Humanidades de la Escuela Técnica Educativa Souza Marques (LAHUM-SM), con el apoyo tanto del profesorado como del alumnado, se inauguró en febrero de 2020 y tiene la intención de continuar con proyectos a favor de una práctica de salud más humanizada." |
10432 | ANÁLISES INICIAIS SOBRE O CORPO NO PENSAMENTO DE AUGUSTO BOAL Emanuella Cajado Joca, Maria Teresa Nobre ANÁLISES INICIAIS SOBRE O CORPO NO PENSAMENTO DE AUGUSTO BOALAutores: Emanuella Cajado Joca, Maria Teresa Nobre
Apresentação: Essa escrita faz parte do projeto de pesquisa de doutoramento em psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte em que se estuda o pensamento do teatrólogo Augusto Boal e o cuidado em saúde mental. Com isso essa apresentação traz o início de uma reflexão que busca analisar a questão do corpo no pensamento de Boal. Para tanto, será apresentado a perspectiva do teatrólogo em uma interlocução com o sociólogo Robert Sennett na sua escrita Carne e Pedra: o corpo e a cidade na civilização ocidental, na qual apresenta um estudo que analisa em determinadas cidades as relações entres as experiências corporais e os espaços em que as pessoas viviam, debruçando-se em momentos específicos. Tendo trabalhado com Foucault, Sennett aborda a questão do corpo a partir de suas relações com as cidades e as suas configurações/organizações em determinados tempos históricos. Desenvolvimento: Augusto Boal (1931-2009) se denominava sistematizador da metodologia do Teatro do Oprimido, propondo a construção de espaços dialógicos através da potencialização das relações sociais e de enfrentamentos das opressões, a partir da experiência de construção artística teatral. De naturalidade carioca foi nos anos de 1960 que junto a outros artistas brasileiros na experimentação de um teatro político problematizador da realidade social que iniciou o desenvolvendo das proposições que constituem o Teatro do Oprimido, são elas: Teatro Imagem, Teatro Fórum, Teatro Invisível, Teatro Jornal, Arco-Íris do desejo e Ações diretas e continuadas. Aqui focamos a questão específica do corpo em Boal, dialogando com o sociólogo Sennett. Observações e costuras. Em seus estudos antropológicos Sennett nos lembra das proposições de Boal quando ao observar seu tempo histórico as práticas sociais contemporâneas [década de 1980] ressaltou os meios de comunicação e o lugar de telespectador, pontuando que esse modo de ação (telespectador) seria “entorpecedor dos sentidos”. Boal já nas suas primeiras obras na década de 1960/70 sobre o teatro popular registra sua reflexão/proposição de enfrentamento dessa conformação da realidade social aos corpos humanos que Sennett identificou. Boal propõe liberar o espetador passivo no fenômeno artístico-teatral para que na ação dramática pudesse ser ativo e que nesse movimento pudesse se fortalecer para atuar na vida social como protagonista. Abordando as relações entre os corpos humanos no espaço social Sennett observou que é no encontro onde são determinadas suas reações mútuas, como se veem ou se ouvem, até mesmo como se tocam ou se distanciam. Também ressalta a velocidade dos meios de transporte e como isso modificou a experiência física e perceptiva do humano contemporâneo. Considera que o corpo vai se desconectando do espaço físico com a urbanização acentuado pelo movimento veloz dos transportes rápidos. O autor encontra uma similaridade entre o viajante e o telespectador em que ambos estariam anestesiados, o corpo se movendo passivamente. Também articula com a falta de contato que a arquitetura urbana favorece e o movimento acelerado dos corpos nas vias urbanas. Considera a dispersão dos corpos que se aglomeravam nos centros urbanos, e que nesta configuração reúnem-se apenas nos polos comerciais, como consumidores. Augusto Boal quando pensa um modo diferente de teatro em que o espectador é ativo, produzindo e sendo produzido no diálogo cênico, tenta subverter ou incidir nessa leitura da sociedade atual feita pelo sociólogo Sennett. Boal questionava o lugar de consumidor da arte para o de cidadão que produz arte e cidadania. Sennett indaga-se acerca do corpo em movimento sem perceber a presença dos demais, portanto seria a liberdade individual e, movimento característico das metrópoles do século XIX que levaram a um distanciamento característico desse tempo histórico. As metrópoles são favorecedoras do princípio de comércio em detrimento do de comunidade, este é o foco do autor quando pensa os corpos humanos em diferentes épocas e cidades. Ainda trazendo as contribuições de Boal aos estudos do sociólogo norte-americano observa-se que a partir da leitura do teatro ele pensa a realidade social individualista de corpos distanciados e a partir do fazer artístico teatral o brasileiro desenvolve modos de produzir diálogos artísticos acerca dos modos de viver. Seja em espaços de teatro ou nas ruas como fez com o chamado Teatro Invisível quando criava cenas teatrais em que juntava transeuntes para discutir, interagir sobre um tema da opressão na vida social. Sennett verifica que as vivências corporais são produtoras e produzidas nos/pelos espaços sociais. Boal a partir das experiências com diversos grupos sociais e movimentos sociais fez reflexões e proposições que partem desse contexto globalizado, a partir dos anos de 1970 em grandes metrópoles brasileiras inicialmente, mas esteve em outras cidades da América latina e Europa. Pensando o ser humano Boal aprofundou suas reflexões e identificou cinco propriedades principais: 1. Sensível; 2. Emotivo; 3. Racional; 4. Sexuado; 5. Semovente. A sensibilidade é uma propriedade que pode ser aperfeiçoada e estimulada através dos registros (memória) realizados a partir dos estímulos captados pelos sentidos. O autor aponta a diferença entre o Tocar e o Sentir, o Escutar e o Ouvir, o Ver e o Olhar; porque nos primeiros configuram-se em atos biológicos e nos segundos atos conscientes, esses podendo ser estimulados. Tudo que é sentido passa pelas cinco propriedades e pelo cérebro. As sensações provocam as emoções que são compreendidas e nomeadas pela racionalidade, o que evidencia o trânsito entre as propriedades do corpo humano. Essa compreensão será aprofundada da última escrita teórica do autor quando nomeará esta ideia de pensamento sensível e pensamento simbólico. O corpo ativo na produção e na transformação da cidade se constituindo mutuamente. Portanto, o corpo é potente e sensível no pensamento de Boal. Considerações finais: Essa aproximação inicial acerca da temática do corpo e suas relações com a cidade buscou articular o pensamento de Augusto Boal no estudo da relação entre corpo e cidade na contemporaneidade, pensando modos de ocupação das cidades e de exclusão social, os oprimidos em uma sociedade que impõe modos de estar, ser e viver. A proposta de Boal é estimular a potência de criação de outros possíveis para diferentes grupos sociais em um caminho diferente do centrado na construção de consumidores, mas sim de cidadãos em comunidade, como citado por Sennett em seu estudo que a sociedade contemporânea tem se distanciado. |
10519 | PANORAMAS GLOBAIS DE REFÚGIO E NUTRIÇÃO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA NA PERSPECTIVA DA SAÚDE COLETIVA Thainá do Nascimento de Barcelos, João Roberto Cavalcante PANORAMAS GLOBAIS DE REFÚGIO E NUTRIÇÃO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA NA PERSPECTIVA DA SAÚDE COLETIVAAutores: Thainá do Nascimento de Barcelos, João Roberto Cavalcante
Apresentação: Os últimos dados das Nações Unidas para Refugiados informam que há atualmente 70,8 milhões de migrantes forçados no mundo, sendo 25,9 milhões de refugiados, 3,5 milhões de solicitantes de refúgio e 41,4 milhões de deslocados internos. Os motivos das migrações forçadas variam entre conflitos, guerras, perseguições, fome, questões climáticas, ambientais e de saúde. Atualmente no Brasil existem cerca de 48 mil refugiados reconhecidos e 100 mil solicitantes aguardando decisão do governo. Considerando a magnitude da crise migratória, é necessária uma atenção especial às condições de vida e desafios enfrentados por essa população, pois mesmo após o reconhecimento da condição de refugiado ainda existem barreiras para o acesso a direitos básicos, como saúde e educação. Dentre os fatores que influenciam a saúde dos refugiados esta a alimentação. Objetivo: Identificar na literatura existente as discussões sobre alimentação e nutrição de refugiados. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. A busca foi realizada nas bases Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), MEDLINE e SciELO, utilizando os descritores “refugiados”, “nutrição” e “epidemiologia”, em três idiomas, português, inglês e espanhol. Após a leitura dos 410 resumos encontrados, foram selecionados 14 artigos para leitura integral dos textos. Resultado: A partir da análise dos artigos, surgiram as seguintes categorias: a) insegurança alimentar e nutricional e fatores socioeconômicos (3); b) educação nutricional e nutrição materna infantil (4); c) adaptação cultural e relação cíclica entre desnutrição e doenças crônicas não transmissíveis (5); d) artigos que se encaixavam em todas as categorias (2). Os estudos mostraram que as limitações econômicas e barreiras socioculturais, incluindo, barreiras linguísticas, falta de emprego, salários mais baixos, falta de acesso à educação e aceitação na comunidade, influenciam o status de insegurança alimentar e nutricional dos refugiados afegãos, palestinos, iraquianos, iranianos e myanmarenses. A insegurança alimentar, também está presente em bebês refugiados Saarauis, com 0 a 6 meses de idade, que estão abrigados em campos de refugiados na Argélia. Cerca de 23% dos bebês Saarauis receberam água ou fórmula antes de iniciar amamentação. Altas taxas de desnutrição crônica no primeiro ano de vida foram encontradas em crianças em todos os campos de refugiados ao longo da fronteira Tailândia-Mianmar. Os imigrantes e refugiados adolescentes têm um risco elevado de desenvolver obesidade quando expostos a cultura do país de acolhida. Um estudo com adolescentes refugiados em uma escola nos Estados Unidos identificou 31,5% com sobrepeso e/ou obesidade. Não foram encontrados estudos com refugiados residentes no Brasil. Considerações finais: Torna-se evidente a necessidade de integração dessa população nos serviços e políticas públicas de saúde, alimentação e nutrição já existentes, como no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil. Estabelecer redes de atenção e cuidado nutricional eficiente e iniciativas de educação nutricional são indispensáveis para melhorias na redução da insegurança alimentar e nutricional, bem como redução nas tendências em desenvolver doenças crônicas não transmissíveis. |
11149 | FANZINES E A CONSTRUÇÃO DE SABERES PROPRIOS DOS ADOLESCENTES: NÓS TEMOS VOZ! Paula Martins Sirelli, Nilda Martins Sirelli, Hayda Josiane Alves, Daniel Francisco de Sousa Santos, Victoria de Palma Neno Rosa, Catarina de Barros Kohl de Oliveira, Ana Carolina Acorsa de Andrade, Kamylle Ribeiro Crespo dos Santos FANZINES E A CONSTRUÇÃO DE SABERES PROPRIOS DOS ADOLESCENTES: NÓS TEMOS VOZ!Autores: Paula Martins Sirelli, Nilda Martins Sirelli, Hayda Josiane Alves, Daniel Francisco de Sousa Santos, Victoria de Palma Neno Rosa, Catarina de Barros Kohl de Oliveira, Ana Carolina Acorsa de Andrade, Kamylle Ribeiro Crespo dos Santos
Apresentação: O Projeto de Extensão “(Des)Embarazo – Extensão Popular em Saúde e Prevenção da Gravidez na Adolescência” tem trabalhado com adolescentes desde 2017, em uma instituição pública de ensino, o Colégio Municipal Profesora América Abdalla, localizado no município de Rio das Ostras - Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Através de oficinas com temáticas que pautam os elementos que atravessam a adolescência, como transformações no corpo, sexualidade, gênero, violências, auto mutilação e etc., a equipe da Universidade Federal Fluminense - UFF dos cursos de Serviço Social, Psicologia e Enfermagem busca dialogar e trocar conhecimentos com os adolescentes sobre determinada fase da vida, marcada especificamente pelas transformações biopsicossociais vivenciadas pelos sujeitos, com o intuito de prevenir riscos e agravos em sua saúde, fomentar o protagonismo dos adolescentes e contribuir através de experiências e pesquisas que envolvem a temática com novas abordagens e perspectivas para o trabalho com adolescentes. Verificamos, portanto, que uma das formas de potencializar determinados objetivos se dá pelo fortalecimento da autonomia dos alunos, ao criarmos formas de alimentar reflexões e produções próprias, partindo de suas vivências e percepções sobre o mundo a sua volta. Os fanzines – “revista para fãs”, como instrumento de educação popular em saúde, é um veículo relevante para fomentar o trabalho e diálogo com jovens, por ser um instrumento de livre expressão artística e de fácil compartilhamento de ideias. Desenvolvimento: É de extrema importância que os adolescentes possam se expressar de forma livre, que externalizem suas vivências, sentimentos, pensamentos e potencialidades. Quando pensamos na juventude, enfatizamos um segmento populacional inteiramente diversificado, caracterizado por diferentes marcadores sociais, como gênero, raça/etnia, orientação sexual, classe social e etc. Portanto, diversas vozes, que diante das relações de opressão e exploração seguem silenciadas, negadas ou excluídas diante das perspectivas adultocêntricas e conservadoras que imperam na sociedade brasileira. Ao mesmo tempo, diante desse processo de “abafamento”, violento e desigual - gerado por uma tendência antidemocrática, a juventude produz suas próprias formas de se expressar, de representar seu cotidiano, suas necessidades sociais, sentimentos e desejos. Destaca-se, portanto, a importância da construção de conhecimentos junto aos jovens que sejam pautados na emancipação humana. Uma forma de comunicação de livre expressão artística que possibilita determinados objetivos é a produção de fanzines, sob o princípio: “faça você mesmo”, a “revista para fãs” é um veículo independente de compartilhamento de ideias, de caráter popular e acessível. Sua origem vem do gênero dos quadrinhos, tratando-se de uma produção de baixíssimo custo e com maior flexibilidade para realizar tiragens. Atualmente são produzidos por diversos grupos com finalidades e gêneros também diversificados, podendo ser construídos individual ou coletivamente sob variadas formas e temáticas. Ou seja, um instrumento relevante no que se refere ao processo de externalização e compartilhamento de ideias a públicos específicos. Para tanto, buscamos saber mais sobre determinado veículo de comunicação e expressão artística, dando ênfase a sua potência em meio a construção de conhecimentos e junto ao público juvenil. Através de uma parceria com a Fanzinoteca do Instituto Federal Fluminense – IFF, campus Macaé e com Beralto (Alberto de Souza) cartunista, designer gráfico, e programador Visual do IFF, aprendemos a trabalhar com os fanzines sob a finalidade de articulá-los a temática da adolescência. Deste modo, incorporamos os fanzines em nossas atividades no ano de 2019, mais precisamente como forma de avaliação coletiva dos assuntos que discutimos durante o ano. Realizando, assim, uma oficina de fechamento que dividia os alunos em pequenos grupos – para melhor organização, sob o intuito de construirmos um único fanzine que representaria a percepção dos alunos e também da equipe sobre a abordagem do projeto e as temáticas trabalhadas nas oficinas. Receberam, então, perguntas norteadoras e cada grupo recebeu folhas em branco, canetinhas, revistas, tesouras, colas e etc. podendo utilizá-los de forma livre, sem restrições, e elaborar os fanzines sobre a temática e conteúdo que considerar interessante ou pertinente. Resultado: Os fanzines possibilitaram que os alunos pudessem expressar, através de desenhos, colagens, frases ou palavras, seus sentimentos, ideias e opiniões acerca da temática da adolescência e das transformações que ocorrem em determinada fase da vida. A partir das oficinas sobre sexualidade, papéis sociais de gênero, transformações no corpo, violências e etc. realizadas pela equipe com uma perspectiva não punitiva e livre de moralismos, os adolescentes puderam expressar de forma lúdica os conhecimentos sobre a fase da vida que vivenciam, destacando os desafios e as respostas encontradas por eles durante as oficinas. Assim como mencionaram os desafios e as características da adolescência para eles, através frases como “tensão” “não paro quieta” “dificuldades em me expressar”, reafirmaram através do fanzine, que dentre as formas de lidar com a fase da adolescência, seria importante “adotar novas perspectivas” com base na autenticidade e na identidade própria, mais precisamente, de acordo com um grupo “entender a uma nova realidade sobre os desafios (...)”. Verifica-se a afirmação de novos valores relacionados as maneiras de enxergar o mundo a sua volta. Destaca-se também o fortalecimento do protagonismo dos adolescentes através da mobilização política e democrática. O fanzine produzido pelos alunos reafirma a importância de determinados movimentos sociais, como os de mulheres e o LGBT, assim como explícita uma posição contra as violências. Após a construção dos fanzines, fizemos algumas cópias e retornamos com o material para a turma, destacando os elementos que os adolescentes destacaram abordando também o processo de elaboração dos fanzines. Considerações finais: Pensar abordagens que potencializam a autonomia e a participação de adolescentes e jovens sob uma perspectiva crítica e ético-política, tem sido um dos grandes desafios postos ao trabalho com adolescentes, principalmente quando diversos moralismos e abordagens biologizantes imperam diante das ações voltadas para determinado segmento populacional. Deste modo, seguindo os princípios da Pesquisa Ação Participativa em Saúde – PAPS, uma abordagem coletiva que parte da horizontalidade dos saberes, o projeto de extensão (Des)Embarazo busca construir meios de intervir e aprender com os alunos, reafirmando a defesa por uma perspectiva livre de tabus e conservadorismos ao fomentar novas formas de interação, diálogo e percepções acerca da adolescência. Conclui-se, deste modo, que para produzir saúde, é preciso que esta esteja articulada com outras áreas como a educação, a cultura e a arte, que a juventude possa ser, produzir e compartilhar suas próprias informações e conhecimentos. Destaca-se que em uma sociedade baseada nas relações de opressão e exploração, as vozes dos jovens precisam ser fortalecidas através de uma perspectiva democrática e livre de moralismos – e a arte tem papel central neste fortalecimento. Observamos que durante os encontros, os adolescentes reproduzem falas dos familiares e outros adultos, e se encontram confusos quando questionados sobre sua própria percepção. Através dos fanzines, como metodologia de educação popular em saúde, pudemos construir uma expressão artística que possibilitou a construção de saberes próprios dos adolescentes. Avaliamos que tal estratégia possibilitou a criação de estratégias autônomas, de formas de lidar com o mal estar próprio da adolescência – mas de forma inventiva, capaz de superar o sofrimento e a construção de conhecimentos emancipadores em coletividade. Destacamos uma página do fanzine em que um grupo disparou: “o Abdalla tem voz!” e “não nos calarão!”. Para nós, estas falas reafirmam a arte como possibilidade rica e complexa de pensar políticas públicas como estratégia de saúde coletiva. |
11237 | A CENA É NOSSA - COMO IDOSOS CONSTROEM TEATRALMENTE A RELAÇÃO COM OS DESAFIOS PRESENTES NO ENVELHECIMENTO: MEMÓRIAS, MUDANÇAS E SUBJETIVIDADE Paula Kropf, Maria Carmen Vilas - Bôas Hacker Alvarenga, Cristiane Lourenço Teixeira Meirelles A CENA É NOSSA - COMO IDOSOS CONSTROEM TEATRALMENTE A RELAÇÃO COM OS DESAFIOS PRESENTES NO ENVELHECIMENTO: MEMÓRIAS, MUDANÇAS E SUBJETIVIDADEAutores: Paula Kropf, Maria Carmen Vilas - Bôas Hacker Alvarenga, Cristiane Lourenço Teixeira Meirelles
Apresentação: Esta comunicação tentará, ao se apresentar como um relato de experiência, propiciar o compartilhamento de vivências realizadas nos encontros da oficina de teatro de uma ação de extensão universitária voltada para pessoas idosas. Por meio desta narrativa, buscamos sintetizar algumas reflexões sobre a importância da extensão enquanto um dos ângulos que devem sustentar a universidade; o teatro como possibilidade de estímulo ao exercício da criatividade, da expressão e da convivência em grupo; e os desafios que entrelaçam o envelhecimento na atualidade, historicamente contextualizado em um modo de vida cuja sociabilidade se organiza a partir do trabalho. O Espaço Avançado é um programa de extensão da Universidade Federal Fluminense (UFF) que existe há quase 26 anos, tendo sua implementação datada em março de 1994. Desde o seu início, é uma ação voltada para proporcionar um espaço de convivência e atividades às pessoas idosas no município de Niterói (RJ). Pode ser caracterizado como uma proposta extensionista cunhada em práticas interdisciplinares, envolvendo ensino, pesquisa e extensão. É aberto aos trabalhadores aposentados ou idosos moradores de Niterói e seu entorno, e é constituído por diversas atividades – oficinas, palestras, cursos, nos campos educacional, artístico, cultural e de lazer. Tem como premissa a viabilização de processos participativos, construídos dialogicamente, de reflexão e ação nas temáticas sociais e do cotidiano relacionadas ao processo de envelhecimento humano. Nesta perspectiva, colabora-se na organização social e política dos idosos, promovendo o conhecimento dos direitos sociais. Além disso, está orientando também pela tentativa de facilitar aprendizados, capacitação e trocas de experiências entre os participantes e a equipe multiprofissional, envolvendo professores, técnicos, alunos de graduação e pós-graduação. Alguns poucos anos adiante, como parte das atividades promovidas pelo Espaço, também é que começa a se desenvolver a oficina de teatro. De lá para cá, se passaram pouco mais 20 anos e o grupo de teatro se mantém ativo e motivado. Abordaremos aqui a experiência mais recente, demonstrando como o trabalho se realiza. A oficina tem uma periodicidade semanal, onde cada encontro possui a duração de duas horas. As atividades propostas e desenhadas pelo grupo se desdobram em produção – desde a escrita da peça até à definição dos figurinos - e ensaio de peças teatrais; jogos teatrais; dinâmicas e discussões. O que se observa é que a experiência com o teatro tem proporcionado ao grupo a possibilidade de refletir e estranhar o que já se naturalizou em diversos aspectos da vida social. Oportuniza pensar sobre a coletivização de um processo criativo em sua totalidade, evitando a centralização de decisões, descontruindo elementos outrora tomados como limitadores. Também se observa o fortalecimento de laços, o empenho comum em integrar novos participantes, se solidarizar e amparar situações difíceis. E, sobretudo, potencializar, ao se expressarem teatralmente, quem são, as suas memórias e as trajetórias que os levam até o presente. |
11375 | DIFERENTES TÉCNICAS ARTÍSTICAS DE PRODUÇÃO DE DADOS UTILIZADAS EM PESQUISA NA ENFERMAGEM: ESTUDO SOCIOPOÉTICO LETYCIA SARDINHA PEIXOTO MANHÃES, CLÁUDIA MARA DE MELO TAVARES DIFERENTES TÉCNICAS ARTÍSTICAS DE PRODUÇÃO DE DADOS UTILIZADAS EM PESQUISA NA ENFERMAGEM: ESTUDO SOCIOPOÉTICOAutores: LETYCIA SARDINHA PEIXOTO MANHÃES, CLÁUDIA MARA DE MELO TAVARES
Apresentação: Na enfermagem, a Sociopoética se destaca pois possibilita uma abordagem do sujeito de forma a estimular a imaginação, sensibilidade e criatividade possibilitando emergir a subjetividade, vindo à tona dados oprimidos e trabalha o tempo todo com o corpo, despertando potências e promovendo a construção de territórios habitáveis. A produção de dados se faz em grupos, considerando o individual e coletivo e os saberes do grupo pesquisador. Exige dedicação dos pesquisadores que optam pelo método, e traz importância para profissão, pois pode viabilizar a superação da dicotomia entre arte e ciência. A pesquisa sociopoética tem como principais meios artísticos aplicáveis à produção de dados: desenho, pintura, colagem, escultura, teatro performativo e dança. Este recorte é de uma pesquisa de doutorado em andamento, que tem por tema central estudar a formação docente na enfermagem e os desafios do campo da educação. E o presente estudo tem por objetivo Elucidar diferentes tipos de técnicas artísticas de produção de dados utilizadas no estudo sociopoético, com ênfase no sentido estético e ético da potência dos dados produzidos. O estudo foi de abordagem qualitativa, descritivo-exploratório, no referencial metodológico da Sociopoética. O campo de pesquisa foi uma Universidade Federal que apresenta programas de Pós-Graduação Stricto Sensu em Enfermagem e Multiprofissional e os participantes são professores e egressos dos respectivos Programas. A pesquisa respeitou os aspectos éticos contidos na Resolução 466 de 2012 no Conselho Nacional de Saúde. Na fase de produção de dados foram realizadas quatro oficinas de experimentações estéticas, baseados nos objetivos específicos da pesquisa. Sendo duas oficinas com o grupo pesquisador de egressos e duas oficinas com o grupo pesquisador docente. Na primeira fase foi realizada a produção de um memorial acadêmico de forma artística através das técnicas de desenho, pintura e bricolagem. E na segunda fase a produção de dados foi através da produção de texto poético, ambas respondendo ao tema gerador da oficina. A técnica do Desenho é o processo pelo qual uma superfície é marcada aplicando-se sobre ela a pressão de uma ferramenta, usa materiais como lápis, carvão, nanquim, grafite, pastel, caneta, pincel, papel canson, papel sulfite e papel opaline e tem por função produzir imagens bidimensionais para expressar conteúdos inconscientes, representacionais, imaginários e simbólicos. A Pintura é uma técnica de aplicar pigmento em forma líquida a uma superfície bidimensional, a fim de colori-la, atribuindo-lhe matizes, tons e texturas. Usa materiais como tinta a óleo, tinta acrílica, guache, aquarela, tecido, madeira, papel canson, tela, pincéis e trapos. E tem por função favorecer um envolvimento mais profundo do sujeito com o meio de manifestação, para expressão de conteúdos inconscientes e imaginários. Já a Colagem é a técnica de utilizar vários materiais aplicados em diferentes suportes para criar um efeito diferente e interessante. Pode-se usar pedaços de jornal e revista, papéis de todo tipo, tecidos, madeiras e objetos variados, papel celofane, cartolina, cola e tesoura, cuja função é a construção de sentido, conceito, representações a partir de elementos retirados da realidade. E por fim a Poesia é a composição em versos, providos de rima ou não, com associações harmoniosas de palavras, ritmos e imagens, utiliza papel em branco e caneta/lápis e tem por função a emissão de uma mensagem elaborada de maneira inovadora. As oficinas foram sempre precedidas por um relaxamento, condição fundamental para que os membros do grupo-pesquisador consigam reduzir seu nível de consciência. A análise de dados foi mediante o estudo Viril/Classificatório. A sala foi ambientada para a realização da pesquisa com reportagens sobre a temática central espalhadas nas paredes, além de frases dos autores utilizados como referencial teórico. Na primeira fase da produção, a partir da utilização das técnicas artísticas do tipo desenho, pintura e bricolagem, evidenciou-se que esse tipo de produção exige espaço em sala de aula para que o copesquisador tenha liberdade de expressão, sendo que com 08 pessoas numa oficina a duração foi de quase 4 horas, portanto inviabiliza acrescentar mais técnicas a mesma oficina assim como mais participantes, devido tempo extenuante. O grupo pesquisador quando formado por pessoas conhecidas pode predispor a maiores distrações durante a produção, então é preferível investir no relaxamento e na fidedignidade do passo a passo do método. Houve resistência no primeiro grupo de utilizar materiais que eram mais difíceis de limpar após a oficina, o grupo 1 se prendeu quase que exclusivamente a colagem, já o grupo 2 explorou mais as diferentes técnicas propostas. Isso pode ter ocorrido devido o pesquisador ter melhorado a disposição e oferta dos materiais para os participantes se limparem após uso de tinta. É importante que seja ofertado revistas e jornais de diferentes assuntos, pois muitas vezes os copesquisadores pediram determinadas figuras que não encontraram nas revistas disponíveis, o que pode mudar o curso da criação, apesar de favorecer a imaginação. Devido o tempo de duração das oficinas o lanche teve que estar disponível em todo período em vez de ter uma pausa para alimentação, pois poderia atrapalhar o impulso na produção de cada um. Importante frisar que todos os tipos de materiais tem que ser suficientes para cada copesquisador, não é indicado ter quantidade menor pois todos podem querer usar ao mesmo tempo determinado insumo. No geral os grupos foram participantes, houve compreensão do tema gerador, e como em todo processo de grupo, uns se apresentaram mais concentrados que outros, mesmo assim nada que interferisse negativamente no desenvolvimento da experimentação e durante as oficinas pareciam bem engajados. Em todo período da produção foi disponibilizado um diário de campo, para que fossem registradas as impressões, percepções, sugestões ou críticas ao longo da pesquisa. Já a segunda fase da pesquisa, utilizou-se a técnica da produção de textos poéticos, para responder ao tema gerador proposto. Nesses encontros a sala estava com a exposição da produção de dados deles da última oficina, além das cadeiras estarem em círculo, porém cada copesquisador teve uma mesa-carteira onde estava de frente para cada um ao sentar um espelho e um porta retrato. O espelho simbolizava o momento deles se olharem, se reconhecerem e enxergarem o que são em sala de aula, como enfrentam desafios e como se identificam no dia a dia docente. A foto foi solicitada dias antes da oficina pela pesquisadora principal com o pedido que enviassem uma foto significante da carreira deles, sem eles saberem a finalidade. Houve construção de texto poético individual e posteriormente de um texto único coletivo. Eles logo se colocaram juntos, em círculo nas cadeiras, e na justificativa que todos citaram elementos importantes e complementares, preferiram destacar o que acharam mais importante na poesia individual de cada um em rascunho, e depois juntarem correlacionando os trechos. As poesias foram grandes desfechos da pesquisa, revelaram dados recalcados com grande teor artístico e qualidade nos textos, e com sínteses culturais do grupo centradas no foco do estudo central. Todas as técnicas utilizadas na pesquisa são de fácil execução, facilmente compreensíveis, e demandam mais organização do que custo. E conciliaram com os objetivos propostos e com a pesquisa sociopoética, demonstraram capacidade para enfatizar o papel da criatividade do tipo artística no aprender, no conhecer e no pesquisar com ênfase no sentido ético no processo de construção dos saberes, e assim tornam-se grande potências de técnicas de pesquisa qualitativa, por considerarem a relevância da singularidade dos dados na produção coletiva. |
11473 | EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE E DISPONIBILIDADE PARA APRENDIZAGEM INTERPROFISSIONAL DE GESTORES E PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Juliana Nunes Fernandes, Rosana Aparecida Salvador Rossit EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE E DISPONIBILIDADE PARA APRENDIZAGEM INTERPROFISSIONAL DE GESTORES E PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIAAutores: Juliana Nunes Fernandes, Rosana Aparecida Salvador Rossit
Apresentação: A Educação Permanente em Saúde em conjunto com a Educação Inteprofissional e Prática colaborativa são visualizadas como práticas que podem qualificar a atenção à saúde, a organização das ações e dos serviços, os processos de formação, as práticas de saúde e transformar as práticas profissionais. Com o objetivo de analisar a percepção de profissionais e gestores das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) sobre a Educação Permanente em Saúde (EPS), e a disponibilidade para aprendizagem interprofissional na perspectiva do trabalho em equipe e da prática colaborativa, um estudo descritivo, exploratório com análise de dados quantitativa e qualitativa foi realizado nas ESF do Município de Umuarama – PR. A amostra foi constituída por 118 participantes de oito diferentes profissões, sendo 114 profissionais atuantes nas ESF e 04 Gestores da Atenção Primária que completaram a versão validada para língua português da Readiness for Interprofissional Learning Scale (RIPLS), acrescida de quatro questões abertas. Após a análise estatística, os resultados foram aprofundados por meio de entrevistas com gestores. Os resultados mostram a disponibilidade dos profissionais e gestores para o trabalho em equipe, colaboração e fortalecimento da identidade profissional, além do desenvolvimento do olhar profissional à atenção centrada no paciente. Com base nos três fatores que compõem a RIPLS, a maioria das respostas dos participantes sinaliza para uma compreensão positiva quando considerado as médias gerais Destaca-se que as assertivas A10,A20,A21,A22 merecem atenção, pois necessitam de um olhar atento com o objetivo final de promover mudanças. Os resultados fornecem subsídios para a elaboração de uma proposta de EPS que atenda às expectativas e demandas dos profissionais como possibilidade de transformação das práticas, melhoria na qualidade da assistência, obtenção de profissionais críticos, reflexivos e proativos para a efetividade dos serviços no âmbito da saúde. |