353: Ações Indutoras PET na Produção do Cuidado Interprofissional na APS | |
Debatedor: Leandro Dominguez Barretto | |
Data: 31/10/2020 Local: Sala 01 - Rodas de Conversa Horário: 10:30 - 12:30 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
7492 | REMODELAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO E EDUCACIONAL EM SAÚDE: AS MUDANÇAS ATUAIS DO CONTEXTO DO TRABALHO EM SAÚDE E A NECESSIDADE DO TRABALHO NO ÂMBITO DA PERSPECTIVA INTERPROFISSIONAL carla fontes leite, marcia cristina graca marinho, jean marcia oliveira mascarenhas REMODELAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO E EDUCACIONAL EM SAÚDE: AS MUDANÇAS ATUAIS DO CONTEXTO DO TRABALHO EM SAÚDE E A NECESSIDADE DO TRABALHO NO ÂMBITO DA PERSPECTIVA INTERPROFISSIONALAutores: carla fontes leite, marcia cristina graca marinho, jean marcia oliveira mascarenhas
Apresentação: Este trabalho pretende estudar as práticas de saúde executadas pelos profissionais de uma unidade de saúde do município de Salvador. Objetivo: Discutir e matriciar sobre conceitos de multidisciplinariedade, transdisciplinaridade e interdisciplinaridade na saúde em reuniões com profissionais de uma unidade de saúde do município de Salvador (BA) Exemplificar e levantar possibilidades terapêuticas de interprofissionalidade Desenvolvimento: Historicamente, o mundo e o Brasil, no processo de reinvenção do capitalismo, passaram pelos modelos de divisão internacional do trabalho proposto pelo taylorismo e fordismo. As marcas deixadas por este modelo indicavam ultraespecialização dos processos de trabalho, velocidade de produção, alienação do processo como um todo e outras características. Por sua vez, esses modelos também impactaram nos processos de trabalho em saúde Passou-se a ter profissionais mais preocupados em lidar com as demandas clínicas, especificas e pontuais, sem interagir ou dialogar com demais profissionais de saúde ou mesmo de permear o conceito ampliado de saúde. A despeito de toda essa modificação, posteriormente, com a globalização evidenciada sobretudo pela internet, pudemos perceber o quanto o mundo esta interconectado e interdependente. Dessa forma, apenas a demanda clínica já não era mais prioridade, já era possível controlar os aspectos biológicos do processo saúde-doença. Portanto, outras questões, inclusive sociais passaram a ser levantadas e por conseguinte, a interferir no processo de saúde. É neste movimento que surge o modelo dos determinantes sociais da saúde vislumbrando que não apenas as condições biológicas ou hereditárias são influenciadoras das condições de saúde, mas condições sociais, culturais, econômicas, locais, nacionais e mundiais também reverberam. Nesta perspectiva, de que as demandas e necessidades de saúde são complexas e fruto de uma sociedade multifacetada que vem se transformando a passos curtos e numa velocidade algoz que a educação interprofissional se justifica. E no ensejo que esta prática seja cotidiana que a equipe PET (Programa de Educação pelo trabalho – Interprofissionalidade) propôs reuniões com demais membros da unidade para entender qual a lógica dos conceitos utilizados nas práticas profissionais e para discutir a interprofissionalidade. Foram realizados 3 encontros com membros da equipes de saúde da família. Onde houve diálogo e matriciamento a respeito da temática. Na ocasião também foram levantadas estratégias terapêuticas para o trabalho do cuidado em saúde e da clínica ampliada. Resultado: Conforme esperado muitos profissionais a despeito de entender o conceito da interprofissionalidade não sabem como trabalhar de forma integrada ou não conseguem atuar sob a ótica do cuidado em saúde e da clínica ampliada e isto de alguma maneira gera conflitos e desgaste intra e interequipes (equipes de atenção básica x equipe nasf x estudantes) Considerações finais: Em posse dessas informações que a equipe PET vem trabalhando no sentido de acolher as problemáticas em saúde, inclusive a dos trabalhadores de saúde para entender essa dinâmica do processo de trabalho interprofissional. Categorias diferentes, com formações distintas e cargas horárias específicas se traduzem num nó crítico para o trabalho em saúde. De forma que trabalhar na perspectiva da formação destes profissionais pode ser uma saída para transformar as relações de trabalho, as relações escolares e consiga trazer à tona as questões prioritárias das problemáticas de saúde da população. Neste sentido, que o trabalho do PET é vanguardista, no momento em que na neblina da 4ª revolução industrial (revolução de dados) e consequentemente mudanças do perfil de saúde populacional, aponta-se um norte, sobretudo na formação dos profissionais e estudantes, para uma maior fluidez e resolutividade dos processos de saúde. |
7902 | PET-SAÚDE/INTERPROFISSIONALIDADE ENQUANTO INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ATENÇÃO BÁSICA Laylla Mirella Galvão Azevedo, Andrey Santos de Jesus, Ândrio Souza, Bárbara Dryelle de Almeida Coelho, Lívia Lima Barreiros, Lorena Laine Souza Costa, Maria Carolina Martins Mussi, Mônica Ribeiro Costa PET-SAÚDE/INTERPROFISSIONALIDADE ENQUANTO INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ATENÇÃO BÁSICAAutores: Laylla Mirella Galvão Azevedo, Andrey Santos de Jesus, Ândrio Souza, Bárbara Dryelle de Almeida Coelho, Lívia Lima Barreiros, Lorena Laine Souza Costa, Maria Carolina Martins Mussi, Mônica Ribeiro Costa
Apresentação: A partir da ação de docentes, discentes e profissionais de saúde, o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) potencializa a inter-relação entre serviço, educação e saúde; viabiliza o desenvolvimento da Educação Permanente em Saúde (EPS) com vistas ao desenvolvimento profissional e auxilia na ampliação da qualidade da assistência prestada. Desenvolvimento: A Educação Permanente em Saúde (EPS) apresenta-se como ferramenta político-pedagógica, tendo como alicerce o ensino problematizador e aprendizagem significativa. Diante disso, a EPS foi utilizada como instrumento de ensino-aprendizagem em Unidades de Saúde da Família dispostas nos bairros Vila Dulce e Flamengo, na cidade de Barreiras- BA. Para a elaboração da atividade, é necessário reconhecer e refletir acerca do espaço e atores envolvidos na intervenção. Para as escolha dos temas abordados durante as atividades de EPS, foram realizadas reuniões com as Equipes de Saúde da Família (EqSF) destas unidades e os membros participantes do PET-Saúde. Nestas reuniões os integrantes das EqSF identificavam as problemáticas na atenção à saúde prestada, sugerindo temas que possibilitassem uma análise dos atos produzidos e uma integração dos resultados gerados. Esta dinâmica possibilitou que as metodologias e temas definidos compreendessem, de forma coesa, a realidade dos locais. Ao final, foram estabelecidos três temas norteadores para as atividades de EPS: amamentação, transtornos mentais e, cuidados e curativos de feridas. A partir disso, foram convidados profissionais de saúde com experiência na área escolhida, para auxílio na elaboração da dinâmica. As atividades ocorreram mensalmente e foram elaboradas em quatro etapas, sendo a primeira executada por meio de encenação pelos discentes, representando diferentes condutas dos profissionais de saúde e formas de acolhimento prestados. Dando continuidade, usufruindo de questionamentos presentes no cotidiano, foram problematizados casos recorrentes nos territórios cobertos e as condutas adotadas perante os mesmos. Posteriormente, os membros das EqSF foram expostos a cenários de conflitos e resolução de problemas, visando estimular o desenvolvimento das competências necessárias. Por fim, a ocorrência de debates elucidaram as demais dúvidas existentes e troca de saberes. Na execução das atividades, estavam presentes discentes do PET, tutor e/ou preceptor e um profissional com experiência na área abordada. Resultado: A EPS trouxe como impacto para a EqSF a orientação e autonomia para identificar e lidar com as demandas da própria equipe, da USF e da comunidade. Essa autonomia possibilita melhor funcionalidade, integração e responsabilização destes protagonistas da atenção primária no processo de desenvolvimento da saúde. Além disso, a EPS permitiu aos discentes do PET a experiência ativa de um processo de ensino e aprendizagem, a qual impacta diretamente na formação profissional. Considerações finais: O PET-Saúde é uma ferramenta para as mudanças no processo de formação profissional, o que se revelou a partir do EPS, na qual houve identificação de necessidades vivenciadas no serviço de saúde e reflexão por parte dos profissionais e discentes, no intuito de propor intervenções contínuas e eficazes. Assim, a vivência permitiu o aprimoramento do cuidado em saúde atendendo aos princípios e diretrizes do SUS. |
5974 | IMPLEMENTAÇÃO DO PET-SAÚDE/ INTERPROFISSIONALIDADE DO IFRJ NA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Mira Wengert, Lilian Dias Bernardo, Juliana Ribeiro Manhães da Silva, Márcia Cristina de Araújo Silva IMPLEMENTAÇÃO DO PET-SAÚDE/ INTERPROFISSIONALIDADE DO IFRJ NA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Mira Wengert, Lilian Dias Bernardo, Juliana Ribeiro Manhães da Silva, Márcia Cristina de Araújo Silva
Apresentação: A cidade do Rio de Janeiro é dividida em cinco áreas programáticas (AP), em que a zona oeste (AP 4 e 5) se destaca como a maior região do município, ocupando mais da metade do território. Esta experiência foi realizada na AP 5.1 constituída pelos bairros: Realengo, Bangu, Campo dos Afonsos, Deodoro, Jardim Sulacap, Magalhães Bastos, Padre Miguel, Senador Camará e Vila Militar. Além de ser a área mais distante do centro da cidade, esses bairros estão entre os mais pobres do município e com menor índice de desenvolvimento humano, o que indica possuir os piores índices de renda per capita, taxa de alfabetização e longevidade. Por apresentar baixos indicadores de condição de vida e de desenvolvimento humano, essa área precisou se estruturar para atender as demandas sociais da população, sobretudo no âmbito da saúde. Tal área programática é composta por 15 Clínicas da Família, 1 policlínica, 2 CAPS, 1 casa de parto, 11 CMS e 1 CEREST. Nesta área programática, especificamente no bairro Realengo, foi inaugurado, em 2010, o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), um estabelecimento público de ensino composto pelos cursos de graduação em Farmácia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Esta instituição tem como missão articular o ensino aos serviços da comunidade para garantir excelência na formação de seus estudantes e, assim contribuir para a melhoria da assistência da população do entorno. Busca-se egressos preparados para atuar principalmente no Sistema Único de Saúde (SUS), articulado ao contexto social, participando e contribuindo para o desenvolvimento da sociedade. Nesse âmbito, o IFRJ – para além das atividades formativas já previstas em seus planos pedagógicos – participou de editais públicos que contribuíram para a integração ensino-serviço, representados pelo Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde - Pró-Saúde (em 2011) e o Programa de Educação para o Trabalho, o PET-Saúde/Redes de Atenção à Saúde (em 2013). Esses programas permitiram aproximar a formação dos profissionais de saúde à real necessidade de uma abordagem integral do processo saúde-doença, com ênfase na atenção primária à saúde do SUS. Em 2019, o IFRJ em parceria com a Coordenação da Área Programática 5.1 (CAP 5.1) foram contemplados com o PET-Saúde/Interprofissionalidade. Assim, esse estudo tem o objetivo de descrever a implementação desse programa nas unidades de saúde do entorno, destacando a percepção dos coordenadores e tutores sobre seu impacto na formação dos estudantes, no desenvolvimento de práticas colaborativas. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência dos docentes que atuam como coordenadores e tutores integrantes do PET-Saúde/Interprofissionalidade do IFRJ - Campus Realengo. Os docentes, em constante atualização profissional, buscam qualificar o processo de formação em saúde. Nesse contexto, a educação interprofissional (EIP) e as práticas colaborativas (PC) em saúde foram identificadas como elementos que precisavam ser incorporados ao processo de formação, para oportunizar aos egressos o efetivo trabalho em equipe, além de atuar com resolutividade, valorizar a autonomia dos sujeitos e alcançar a integralidade do cuidado. Esses elementos, até então, eram contemplados nos cursos de forma tímida e fragmentada, congregando poucos atores. Nesse panorama, o PET-Saúde/Interprofissionalidade surgiu como uma possibilidade de fomentar a discussão e incorporação da EIP e PC como elementos marcantes na formação em saúde. Nesse projeto, são desenvolvidos cinco subprojetos voltados ao ensino, pesquisa e extensão e que atuam com diferentes temáticas, em três Clínicas da Família. São eles: 1) Atenção à saúde na diabetes e hipertensão: uma estratégia de promoção e educação em saúde; 2) O cuidado da pessoa tabagista na atenção básica: uma visão interprofissional; 3) Vigilância do desenvolvimento de lactentes e pré-escolares: ações e intervenções para promoção do desenvolvimento saudável; 4) Dança Sênior como meio de promoção da saúde do idoso; 5) Multiplicando saúde: promoção de saúde de adolescentes na perspectiva da educação popular. Os projetos envolvem os estudantes dos três cursos do IFRJ-Realengo e docentes/preceptores fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, farmacêuticos, assistentes sociais, dentistas, enfermeiros, educadores físicos, médicos, assistentes sociais, psicólogos e nutricionista. Ainda participam das ações, técnicos de saúde bucal, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde e professores do município do Rio de Janeiro. As ações em saúde buscam melhorar a qualidade do atendimento ao usuário do SUS e as tomadas de decisões são feitas de forma a valorizar todos os atores envolvidos em cada subprojeto. Assim, a solução compartilhada perpassa todo processo de elaboração, desenvolvimento e aplicação das atividades ou estratégias em saúde realizadas pelas diversas equipes do PET. Resultado: Na percepção dos coordenadores e tutores de cada subprojeto, a implementação do PET-Saúde/Interprofissionalidade contribuiu, inicialmente, para o aprimoramento de todos os integrantes do projeto: coordenadores, tutores, estudantes e preceptores. Todos os atores participaram de um curso para capacitação inicial em EIP em Saúde, oferecido pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem do SUS. Para os docentes, o curso gerou reflexões sobre a necessidade de adequação da formação em saúde, sobretudo no que se refere às competências para a prática interprofissional colaborativa, representadas pela comunicação interprofissional, clareza dos papéis profissionais, dinâmica de equipe, liderança colaborativa, estratégias para resolução de problemas e cuidado centrado no usuário, na família e na comunidade. Ademais, a experiência tem contribuído para as discussões atuais de reformas nas matrizes curriculares dos cursos de graduação. Os três cursos já apresentavam uma proposta curricular que possibilitava articulações entre si, formando egressos aptos para atuar em equipes interprofissionais de saúde. No entanto, após o início do PET-Saúde/Interprofissionalidade, muitas estratégias vêm sendo propostas nos currículos de forma a intensificar a EIP no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão, de forma a se adequarem às novas diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação em saúde. Ao mesmo tempo, em reuniões colegiadas foram identificadas ações relacionadas à EIP e ao trabalho colaborativo já desenvolvidas nos cursos que, apesar de discretas, representavam um caminho inicial em direção aos pressupostos da EIP e PC. Desta forma, tais ações têm sido valorizadas no processo de reforma curricular para que os cursos sejam alicerçados na EIP e PC em saúde. Em relação às propostas dos cursos em integrar ensino-serviço-comunidade, os docentes relatavam que existia uma distância importante entre o IFRJ e os serviços de saúde, no que tange o alinhamento entre o processo formativo e a prática do cuidado em saúde, fragmentando esta integração. De forma incipiente, mas marcante, a implementação do PET-Saúde/Interprofissionalidade tem proporcionado a inserção dos estudantes, de diferentes períodos, nos cenários de prática da atenção primária em saúde e nas escolas, contribuindo com vivências que possibilitam a compreensão das políticas de saúde, dos fluxos de atenção em rede e da organização no trabalho em equipe interprofissional. Além disso, a vivência no PET- Saúde/Interprofissionalidade tem contribuído positivamente para mudanças na prática docente dos participantes, uma vez que, muitos têm se aproximado de outros docentes de áreas diferentes com os quais não haviam pensado em desenvolver qualquer tipo de ação conjunta. Considerações finais: Pela percepção dos coordenadores e tutores dos subprojetos, as perspectivas para a formação dos profissionais de saúde são positivas, uma vez que o PET-Saúde/Interprofissionalidade vem provocando mudanças no olhar, em relação à necessidade da incorporação da interprofissionalidade na formação em saúde e nas práticas colaborativas em saúde. |
6179 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE NAS SALAS DE ESPERA: ESPAÇO DE CUIDADO E PARTILHA DE SABERES, FAZERES E AFETOS Caline de Almeida Barbosa, Carla Cristina Santos Ribeiro, Carla Gabriela Fernandes da Silva, Lívia Lima Barreiros, Mirla Aniele Ferreira Mergulhão, Nilma Célia Neves Silva, Maria Lidiany Tributino de Sousa EDUCAÇÃO EM SAÚDE NAS SALAS DE ESPERA: ESPAÇO DE CUIDADO E PARTILHA DE SABERES, FAZERES E AFETOSAutores: Caline de Almeida Barbosa, Carla Cristina Santos Ribeiro, Carla Gabriela Fernandes da Silva, Lívia Lima Barreiros, Mirla Aniele Ferreira Mergulhão, Nilma Célia Neves Silva, Maria Lidiany Tributino de Sousa
Apresentação: O presente estudo é um relato de experiência sobre atividades de Educação em Saúde desenvolvidas nas salas de espera de duas Unidades de Saúde da Família (USF) do município de Barreiras (BA), durante o ano de 2019, pelos acadêmicos dos cursos de Farmácia, Medicina e Nutrição da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), integrantes do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde/Interprofissionalidade). A Educação em Saúde tem relevância para a construção do conhecimento através da dialeticidade entre teoria e prática, com foco na melhoria da qualidade de vida e de saúde da população. Além disso, quando posta em prática, contribui para participação do usuário de forma ativa no seu processo de cuidado, levando em consideração o contexto em que está inserido e compreendendo os aspectos históricos, culturais, políticos e sociais. Devido à complexidade dos fatores associados ao processo saúde-doença, a formulação de tais ações demanda a utilização de técnicas que estimulem a participação e a reflexão do público abordado, e a Atenção Primária à Saúde se apresenta como um setor de grande destaque para realizar ações educativas, sobretudo no que tange à realização de salas de espera. Nesse sentido, o objetivo deste escrito é relatar a experiência das salas de espera como espaços de promoção de saúde, desenvolvimento do autocuidado, humanização dos serviços de saúde, integralidade da atenção e formulação de ações em saúde de maneira interprofissional. Desenvolvimento: O desenvolvimento das ações educativas, pautadas em princípios norteadores como humanização da assistência à saúde, integralidade do cuidado e interprofissionalidade, ocorreu com base no funcionamento das USF, respeitando o horário e a demanda programática, como pré-natal, puericultura, hiperdia etc. Além disso, as temáticas eram definidas e elaboradas mediante os processos de trabalho e escuta das sugestões tanto dos profissionais e trabalhadores das USF como dos discentes vinculados ao PET-Saúde/Interprofissionalidade, através do conhecimento do contexto social circundante e das necessidades primordiais da população adscrita. Desse modo, as discussões perpassaram desde a temática da promoção e prevenção em saúde até a importância da terapêutica adequada para as doenças crônicas não transmissíveis, além de abordarem diversos outros temas, como vacinação; alimentação saudável; hipertensão; diabetes mellitus; saúde sexual e reprodutiva; saúde da mulher; da gestante, do feto e recém nascido; da criança; do homem; do idoso; saúde mental. Nesse âmbito, desenvolveram-se estratégias que estimularam a coparticipação do público nas atividades. Primeiramente, os participantes precisavam estar confortáveis com o tema e integrados ao grupo de estudantes. Dessa forma, utilizou-se levantamento do conhecimento prévio, metodologias ativas de aprendizagem e estratégias lúdicas, terapêuticas e problematizadoras, como jogos, brincadeiras, rodas de conversa, dinâmicas com perguntas e respostas, construção de cartazes educativos e encenações teatrais, a exemplo do Teatro do Oprimido. Os momentos foram trabalhados dentro de uma perspectiva interprofissional, trazendo diferentes olhares e fazeres para a construção de uma problematização mais integral do processo saúde-doença-cuidado. Destarte, o PET-Saúde/Interprofissionalidade da UFOB fomentou um ambiente propício para a troca de vivências e, consequentemente, potencializou o vínculo existente entre usuários e profissionais de saúde, construiu conjuntamente conhecimento, trabalhou emoções singulares, através das pluralidades dos seres envolvidos no processo de cuidado, levantou questionamentos e provocou reflexões. Resultado: As atividades de sala de espera proporcionaram, além de promoção da saúde, o desenvolvimento de diálogos acerca de diferentes saberes e fazeres, nos âmbitos social, político, espiritual, cultural e científico. Desse modo, obteve-se êxito no compartilhamento e integralização das informações, visto que foram proporcionados debates ricos em trocas de experiências e vivências pelos usuários e acadêmicos de diferentes cursos da área da saúde. Salienta-se que a escolha do levantamento de conhecimento prévio, de metodologias ativas de aprendizagem e de estratégias lúdicas, terapêuticas e problematizadoras foi primordial para o fortalecimento do vínculo entre USF e comunidade, visto que possibilitou envolvimento e participação nas atividades, bem como maior interação entre estudantes e usuários do serviço de saúde. Ademais, como as ações foram executadas com base na dialogicidade, obteve-se, por parte do público, reflexões e interesse sobre as temáticas. Dessa maneira, as atividades integraram as dimensões da atenção e do cuidado em saúde com o contexto social, imprescindível para a participação do indivíduo na construção de ações em saúde mais próximas da sua realidade. As salas de espera contribuíram não somente para a discussão e melhor compreensão dos temas pela comunidade, mas também se tornaram momentos de aprendizagem para os discentes, profissionais e trabalhadores, com conhecimento indispensável que enriqueceu o planejamento e a execução das atividades. Dessa forma, os estudantes, trabalhadores, profissionais e usuários começaram a ser protagonistas das ações em saúde, o que contribuiu para a aquisição de uma postura ativa e crítica diante dos diversos problemas da sociedade. Ainda, ressalta-se que o PET-Saúde/Interprofissionalidade é um programa que possui, entre os seus princípios, o trabalho interprofissional e o intercâmbio de conhecimentos entre as áreas da Saúde (no caso da UFOB, entre os cursos de Farmácia, Medicina e Nutrição). Nesse sentido, tal fato possibilitou importante interação entre os acadêmicos de diferentes cursos com as equipes das USF, o que agregou, para a sua formação, conhecimento técnico-científico e social. Ressalta-se, pois, que os efeitos percebidos com a execução das ações de Educação em Saúde em salas de espera foram momentos de aprendizado simultâneo com troca de experiências, construção e problematização de conhecimentos essenciais no cuidado humanizado, integralizado e equânime, com estímulo à participação social e ao empoderamento dos usuários. Considerações finais: Em suma, as salas de espera são espaços vivenciais legítimos de compartilhamento de saberes, fazeres e afetos, bem como reflexões que trazem efeitos significativos na vida de todos os envolvidos, o que proporciona mudanças na maneira de pensar-agir-sentir, além de aproximar a comunidade e USF e fomentar a autonomia dos usuários. Desse modo, possibilita transformações no modelo de Atenção em Saúde. Aos discentes, a realização das salas de espera propiciou o contato e interação com as equipes das Unidades, o que induziu profissionais e estudantes à discussão e reflexão sobre as dificuldades locais, reconhecimento epidemiológico do território e a traçar ações de saúde voltadas para a necessidade e demandas daquelas áreas. O trabalho em equipe, com alunos dos cursos de Farmácia, Medicina e Nutrição, mostrou que, para a qualidade dos serviços de saúde, é necessário integração, união, apoio, respeito e, principalmente, interprofissionalidade. Portanto, sugerem-se estudos voltados para a temática, além da participação da comunidade, profissionais e gestores no desenvolvimento de estratégias que vislumbrem o olhar ampliado e integral ao usuário nos demais espaços de atendimento, construção e partilha de saberes. |
6039 | O CORREDOR DO CUIDADO COMO ESTRATÉGIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: REFLEXÕES DA EXPERIÊNCIA Bruna Grasielle Nunes De Sousa, Gabriela Alves Mendes, Letícia Pires Da silva, Carla Fernanda Da Silva O CORREDOR DO CUIDADO COMO ESTRATÉGIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: REFLEXÕES DA EXPERIÊNCIAAutores: Bruna Grasielle Nunes De Sousa, Gabriela Alves Mendes, Letícia Pires Da silva, Carla Fernanda Da Silva
Apresentação: O cuidado na Atenção Primária à Saúde (APS) extrapola o popular da palavra, enquanto perspectiva do somente físico, chegando às fronteiras da saúde mental e do ambiente que os sujeitos ocupam, tal como as influências que esse ambiente favorece ou desfavorece o processo do cuidado. A APS ofertada gratuitamente à todas as pessoas, partindo das demandas e necessidades do território, correspondendo um conjunto de ações de saúde, individuais, familiares e coletivas, envolvendo por exemplo promoção, prevenção, proteção, tratamento e reabilitação promovidas por uma equipe multiprofissional/interprofissional voltada a populações de território definidos, sendo a principal porta de entrada e coordenadora do cuidado e ordenadora das ações disponibilizadas na rede de atenção. O objetivo deste estudo é relatar a experiência de discentes e preceptora do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), que tem como eixo a Interprofissionalidade em Saúde, com enfoque a uma ação realizada em uma Unidade Básica de Saúde no Distrito Federal, titulada “O corredor do Cuidado”. Desenvolvimento: Mediante a vivência do projeto citado, os participantes propuseram a inclusão das Práticas Integrativas e Complementares em saúde na unidade em que se alocaram, com o intuito de fortalecer a relação do profissional com o paciente e de melhorar o contato dos mesmos dentro da Unidade de Saúde, o Corredor do Cuidado, deu aos indivíduos o poder de serem protagonistas nesse ambiente e aos profissionais uma flexibilidade mediante a rotina e adequação dos usuários na Unidade. Esta iniciativa por consequência beneficia o atendimento e a relação com o profissional, busca-se então o fortalecimento do vínculo dos usuários com o Sistema, através da Automassagem, das Rodas de Terapia Comunitária e Auriculoterapia, práticas essas que induzem o paciente a se ver além das demandas que os levam até ali, se enxergar além da doença e buscar manter uma boa saúde, uma tranquilidade e a expressão do que há por dentro. Não apenas visando os usuários do Sistema, buscamos oferecer aos profissionais atuantes uma das práticas, a Auriculoterapia, dando ao cuidador a atenção necessária através da medicina chinesa. Resultado: Por parte dos servidores as melhoras relatadas são: mais paciência dos usuários para a espera do atendimento, ânimos acalmados em relação aos problemas enfrentados pela unidade, aderência ao serviço de pacientes com dificuldade de ida até a unidade, melhora na relação servidor-servidor, com diminuição de atritos causados pelo estresse diário do serviço em saúde e diminuição de fatores como ansiedade e dificuldade para dormir. Já para os usuários, os relatos estão entre a melhora do acolhimento no corredor, proporcionando um período maior de escuta, melhora na compreensão dos programas oferecidos pela unidade e diminuição do estresse causado pela longa espera para o atendimento. Considerações finais: Iniciativas como essa acolhem cada vez mais os servidores e os usuários do sistema único de saúde mediante os enfretamentos diários, aliviar estresses e anseios dessa população é um dos objetivos que vem sendo cumprido por projetos como o PET Saúde, transformando os graduandos em saúde em ótimos profissionais, que estarão aptos ao sistema de saúde quando formados. |
6335 | VIVÊNCIAS DO PROGRAMA DA EDUCAÇÃO PELO TRABALHO PARA A SAÚDE (PET-SAÚDE)- INTERPROFISSIONALIDADE: FRAGILIDADES E POTENCIALIDADES Patrícia Aparecida Baumgratz de Paula, Camila Teixeira VAZ, Meirele Rodrigues Gonçalves, Milena Baião dos Santos LUCINO, Marielle Dias MARTINS, Fernanda Marciana Batista BOTTARO, Maria da Penha Valente Moreira VIEIRA VIVÊNCIAS DO PROGRAMA DA EDUCAÇÃO PELO TRABALHO PARA A SAÚDE (PET-SAÚDE)- INTERPROFISSIONALIDADE: FRAGILIDADES E POTENCIALIDADESAutores: Patrícia Aparecida Baumgratz de Paula, Camila Teixeira VAZ, Meirele Rodrigues Gonçalves, Milena Baião dos Santos LUCINO, Marielle Dias MARTINS, Fernanda Marciana Batista BOTTARO, Maria da Penha Valente Moreira VIEIRA
Apresentação: O presente trabalho descreve as vivências da equipe do PET-Saúde da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) campus Governador Valadares (GV) em Minas Gerais, no Programa da Educação pelo Trabalho (PET)-Saúde-Interprofissionalidade, na Atenção Primária à Saúde (APS) desse município. Essa equipe é composta por discentes dos cursos de Nutrição, Farmácia, Fisioterapia, Medicina e Odontologia, por docentes da UFJF/GV e profissionais dos serviços da Secretaria Municipal de Saúde. O PET-Saúde instituído em 2008, pelo Ministério da Saúde, visa à promoção e qualificação da integração ensino-serviço-comunidade envolvendo docentes, estudantes de graduação e profissionais de saúde para o desenvolvimento de atividades na rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), em conformidade com seus princípios e diretrizes. O PET-Saúde tem como objetivo fomentar grupos de aprendizagem tutorial na APS, contemplando a integração com os demais níveis de atenção. Além disso, também são realizados estudos teóricos, reuniões semanais, ciclos integradores e portfólios. A equipe está desenvolvendo o Planejamento Estratégico Situacional (PES), metodologia utilizada para auxiliar o levantamento e enfrentamento das demandas da área da saúde, por meio de um Plano Operativo. No primeiro semestre de 2019, foi realizado o diagnóstico situacional, e concluídos os momentos explicativo, normativo e estratégico. Após o levantamento e priorização dos problemas, foi eleito o seguinte problema: Negligência do cuidado com os profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF), e definida a imagem-objetivo a ser alcançada: Melhorar o cuidado com os profissionais da ESF. No 2º semestre de 2019, foi construído o plano de ação para as intervenções propostas na Estratégia Saúde da Família, que foram executadas dentro do momento táticooperacional. Desenvolvimento: Com o intuito de alcançar essa a imagem-objetivo, a equipe do (PET)-Saúde-Interprofissionalidade definiu uma série de operações e ações. Dessa forma, a primeira iniciativa para a melhoria do cuidado com o profissional da ESF foi buscar alternativas para que o Serviço de Saúde do Trabalhador fosse prestado em seu território. Nesse sentido, a equipe do PET-Saúde propôs ao Centro de Referência Especializado em Saúde do Trabalhador (CEREST) de Governador Valadares uma parceria. Essa parceria consistiu na visita do profissional psicólogo à ESF para identificar, por meio da aplicação de questionários, as principais demandas em saúde dos trabalhadores, e atuar sobre as mesmas. Os questionários aplicados tiveram como objetivo identificar problemas físicos, psicológicos e sociais dos trabalhadores de saúde, que o psicólogo avaliou como causados, essencialmente, pelo trabalho. Nesse sentido, esse profissional e a equipe do PET definiram a realização de uma palestra sobre as vivências; autoestima; saúde física e emocional dos trabalhadores de saúde. Em um segundo momento, ainda trabalhando sobre os dados coletados no questionário aplicado, essa equipe realizou a confecção de uma cartilha interativa, com a função de apresentar ao servidor a rede de saúde do trabalhador, bem como esclarecer as dúvidas sobre o funcionamento dessa rede. Ademais, a fim de reforçar o sentimento de pertencimento à equipe e o empoderamento do servidor, foram realizadas dinâmicas que buscaram fortalecer a relação interpessoal entre os membros da equipe, bem como valorizar as atribuições de cada profissional. Esses recursos são considerados potencialmente capazes de contribuir para o desenvolvimento da educação e para a construção do conhecimento em saúde, além de ser uma atividade divertida, estimulante e interativa para quem participa. No dia, da apresentação e da entrega da cartilha foi realizada uma dinâmica de “Verdadeiro ou Falso”. Essa técnica teve como objetivo conhecer a percepção sobre os direitos em saúde do trabalhador. Ela teve a duração de 30 minutos e, consistia na apresentação de afirmações sobre os direitos em saúde do trabalhador em Governador Valadares, a fim de divulgar a informação acerca da disponibilidade de serviços prestados de forma gratuita. Além disso, outras dinâmicas foram realizadas, tais como a dinâmica denominada “Carruagem”, visando à promoção do trabalho em conjunto, com ênfase na importância da ação em equipe. Também, foi realizada uma discussão de casos clínicos. Nesta, cada profissional deveria identificar o papel do seu trabalho para contribuir com a saúde do paciente da melhor forma possível, realçando a necessidade do trabalho interprofissional para a melhoria do cuidado em saúde, assim como valorizando, em conjunto e individualmente, as atribuições de cada trabalhador. Resultado: As dinâmicas e a discussão de casos clínicos desenvolvidas com a equipe de profissionais da ESF obtiveram uma avaliação positiva pelos profissionais atuantes nesse local. Eles relataram que essas ações foram de grande valia para sanar dúvidas e adquirir informações em relação aos cuidados com sua saúde, principalmente no que diz respeito aos que seus direitos. Ademais, houve um fortalecimento dos vínculos entre as equipes atuantes na Estratégia Saúde da Família, bem como entre os profissionais da mesma equipe. Nessa perspectiva, o cotidiano da ESF torna-se um espaço ideal para o exercício das intervenções educativas, principalmente por meio da utilização de metodologias ativas de ensino-aprendizagem. As dinâmicas constituem recursos que permitem a expressão individual e coletiva, buscando uma troca de saberes entre os trabalhadores de saúde, discentes, tutores e preceptores. No tocante à aplicação dos questionários, ferramenta utilizada para esclarecer sobre as inquietações que afligiam ou afetavam a saúde do trabalhador, pode-se perceber que essas inquietações, foco da intervenção, fazem referência às dores no corpo, nos braços, nas costas; nas pernas e dores de cabeça; Alteração no sono; Dificuldade de relacionamento com amigos. Entretanto, a equipe do PET-Saúde observou como fragilidade dentro das ações realizadas, a colaboração do psicólogo do CEREST na ESF, que foi considerada aquém do que foi proposto. O tema que havia sido previamente acordado, sobre autoestima e saúde física e emocional do servidor de saúde foi pouco abordado, e o psicólogo, além de desviar do assunto, se alongou demasiadamente, o que deixou a equipe de profissionais desinteressada. No geral, a equipe do PET-Saúde avaliou o projeto com os trabalhadores da Estratégia Saúde da Família positivamente, considerando que a imagem-objetivo foi alcançada, no tocante à melhoria do cuidado com os profissionais da ESF. Mas, ainda se há a necessidade de ampliação e ocupação desses espaços de discussão e de convivência proporcionados pelos serviços públicos de saúde. Considerações finais: O PET-Saúde/Interprofissionalidade tem contribuído para a inserção dos discentes nos cenários de prática, possibilitando uma troca de saberes entre estes, os profissionais de saúde e os usuários, com vistas à superação da racionalidade médica. Esse programa propicia uma formação mais humanizada dos estudantes, os tornando mais aptos para atuar no trabalho em equipe com ênfase na interprofissionalidade em saúde. Nesse sentido, o PET-Saúde encontra-se articulado com as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para cursos de graduação na área da saúde. Ele, também colabora nas práticas de Educação Permanente, promovendo a integração ensino-serviço e comunidade. Portanto, o PET-Saúde/Interprofissionalidade possibilita condições para o empoderamento dos profissionais de saúde e para a criação de espaços de afirmação e reconhecimento dos direitos sociais, do direito à saúde enquanto de cidadania. |
6337 | APRENDIZADO INTERPROFISSIONAL NA GRADUAÇÃO EM SAÚDE EM CENÁRIOS DE PRÁTICA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA Ramona Fernanda Ceriotti Toassi, Thaís Ostroski Olsson, Luciane Ines Ely, Renyelle Schwantes Souza, Everson Meireles, Alzira Maria Baptista Lewgoy, Denise Bueno, Marina Peduzzi APRENDIZADO INTERPROFISSIONAL NA GRADUAÇÃO EM SAÚDE EM CENÁRIOS DE PRÁTICA DA ATENÇÃO PRIMÁRIAAutores: Ramona Fernanda Ceriotti Toassi, Thaís Ostroski Olsson, Luciane Ines Ely, Renyelle Schwantes Souza, Everson Meireles, Alzira Maria Baptista Lewgoy, Denise Bueno, Marina Peduzzi
Apresentação: Práticas de Educação Interprofissional (EIP) têm sido estimuladas pela Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) buscando o fortalecimento dos sistemas de saúde pela melhoria da capacidade de a força de trabalho responder às necessidades de saúde. A EIP baseia-se no trabalho colaborativo em equipe e no reconhecimento da interdependência entre as profissões. Caracteriza-se como uma estratégia educacional que busca promover a colaboração entre as equipes de saúde com o propósito de fortalecer práticas colaborativas centradas no paciente-família-comunidade e de influenciar na qualidade da atenção à saúde. Esta pesquisa analisa o significado de experiência de EIP na graduação em serviços da Atenção Primária à Saúde (APS), avaliando a disponibilidade para a aprendizagem interprofissional entre estudantes e egressos que participaram ou não desta experiência de ensino. A experiência de EIP analisada apresenta-se como uma atividade de ensino eletiva/adicional aos currículos de 15 cursos de graduação da saúde e tem como foco de estudo o conhecimento sobre o território-pessoas-famílias-comunidade, a compreensão do trabalho de uma equipe na Saúde da Família e do cuidado em rede no SUS, trazendo o aprender interprofissional-colaborativo. Não envolve atividades assistenciais de cuidado pois trata-se de uma primeira experiência de EIP nesta Universidade, com estudantes de diferentes cursos e momentos da formação. Organiza-se em momentos de concentração, com todo o grupo de professores e estudantes reunidos e de tutoria em Unidades de APS. As tutorias contemplam 80% da carga horária total de disciplina (60 horas/semestral) e são constituídas por grupos com dois professores-tutores e oito estudantes de diferentes profissões. Os professores-tutores são responsáveis por acompanhar processualmente a vivência e aprendizagem dos estudantes, articulando as atividades propostas com os estudantes e profissionais da equipe de APS, de modo especial, com os Agente Comunitários de Saúde. Esta pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-graduação em Ensino na Saúde (PPG EnSau) – modalidade Mestrado Profissional, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É de abordagem quanti-qualitativa, do tipo estudo de caso, tendo sido aprovada por Comitês de Ética em Pesquisa da UFRGS (CAAE 52635616.2.0000.5347, Parecer 1.403.420 e 1.856.686) e da Prefeitura Municipal de Porto Alegre (CAAE 52635616.2.3001.5338, Parecer 1.527.102). Três etapas de desenvolvimento do estudo já foram realizadas: Etapa 1 (Qualitativa): Participaram estudantes e egressos de 15 diferentes profissões da saúde (Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Políticas Públicas, Psicologia, Saúde Coletiva e Serviço Social), que concluíram a atividade de EIP, de 2012 a 2017 (n=27), além do gestor universitário (n=1) e professores (n=11). Etapa 2 (Qualitativa): Participaram Agentes comunitários de saúde (ACS) e gestores de serviços municipais de saúde (n=20). Etapa 3 (Quanti-qualitativa): Participaram estudantes e egressos que concluíram a prática de EIP, de 2012 a 2017 e estudantes da etapa final do curso que não tinham vivenciado a experiência de EIP (n=370). Para as etapas qualitativas, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, observação participante com registros em diário de campo e questões abertas em instrumento online sobre o significado da experiência de EIP na graduação para a formação do profissional da saúde. A amostra foi intencional e o tamanho desta amostra seguiu o critério da saturação teórica associado à densidade do material textual. Na etapa quantitativa foi aplicada a versão validada em português e ampliada da Readiness for Interprofessional Learning Scale com 40 questões (RIPLS-40). A RIPLS é uma escala psicométrica de autorrelato que permite avaliar a disponibilidade de estudantes para o aprendizado interprofissional. Inclui três fatores: Fator 1 - Trabalho em equipe, Fator 2 - Identidade profissional e Fator 3 - Atenção à saúde centrada no paciente. As informações qualitativas geradas foram interpretadas pela análise temática de conteúdo de Bardin, com o apoio do software Visual Qualitative Data Analysis (ATLAS.ti.). A abordagem teórico-metodológica desta análise foi a da fenomenologia da percepção, amparada pelo referencial teórico da inovação pedagógica, educação/trabalho interprofissional e cuidado em saúde. Em relação à RIPLS, foram verificadas inicialmente as evidências de validade baseadas na estrutura interna da escala, avaliando-se o ajuste de um modelo estrutural, testado por meio de uma Análise Fatorial Confirmatória (AFC). Após, análises estatísticas utilizando os testes estatísticos t de Student e ANOVA foram realizadas pelo software IBM SPSS Statistics 23. Os resultados mostraram que a EIP desenvolvida no espaço da Atenção Primária promoveu a ampliação da perspectiva do olhar do futuro profissional da saúde, criando novos espaços de reflexão e de construção de saberes. Aprendizagens relacionadas às competências colaborativas, características da EIP, foram ressaltadas, como o reconhecimento, respeito e valorização dos papeis de cada profissão em uma equipe de saúde, desenvolvimento de habilidades de comunicação interprofissional e conhecimento sobre organização do trabalho em equipe pautado na colaboração. O protagonismo dos ACS nas atividades desenvolvidas nas Unidades de Saúde durante a experiência de EIP destacou-se nos relatos de estudantes e professores. Os ACS relataram o interesse dos estudantes em aprender sobre o seu trabalho. Os desafios que emergiram da experiência foram as dificuldades nas relações de interação entre os estudantes-professores-profissionais da saúde, o caráter pontual (quatro meses – um semestre) e não obrigatório da experiência de EIP nos currículos (atividade de ensino eletiva/opcional), a atuação do professor para o ensino por tutoria em serviços, a demanda de trabalho dos profissionais da equipe, especialmente os ACS, que também recebem estudantes de graduação em estágios curriculares e residentes e a rotatividade dos profissionais da equipe e professores-tutores sem vivência de práticas na APS. Em relação à RIPLS, nesta pesquisa ela foi validada com 32 itens. Os indicadores psicométricos aferidos no presente estudo, no geral, foram satisfatórios (Fator 2 foi o menos estável na validação). Estudantes e egressos que concluíram a experiência de EIP na graduação apresentaram maior disponibilidade para a aprendizagem interprofissional nos três fatores da RIPLS, comparado ao grupo de formandos que não a vivenciou. A experiência de EIP nos serviços de APS apresentou-se, assim, como um espaço potente do currículo para estimular o desenvolvimento de competências colaborativas que poderão refletir em melhorias no trabalho em equipe e no fortalecimento do cuidado integral à saúde, centrado nas pessoas, famílias e comunidades. Pesquisas de avaliação e acompanhamento de experiências de EIP junto aos serviços de saúde como a analisada nesta pesquisa, bem como experiências que possam trazer evidências para apoiar a eficácia da EIP em resultados clínicos com pacientes são recomendadas. Os pesquisadores reforçam a necessidade de novos estudos que utilizem e avaliem os indicadores psicométricos da RIPLS com 40 itens. |
6412 | ACOLHIMENTO INTERPROFISSIONAL PARA PACIENTES DA CLÍNICA ESCOLA DO IFRJ RAQUEL RENNÓ BRAGA, Juliana Veiga Cavalcanti ACOLHIMENTO INTERPROFISSIONAL PARA PACIENTES DA CLÍNICA ESCOLA DO IFRJAutores: RAQUEL RENNÓ BRAGA, Juliana Veiga Cavalcanti
Apresentação: A educação interprofissional (EIP) ocorre quando duas ou mais profissões aprendem sobre os outros, com os outros e entre si para a efetiva colaboração e melhora dos resultados na saúde. A EIP tem sido adotada por encorajar o trabalho colaborativo em saúde, melhorando a qualidade dos serviços oferecidos e promovendo o aprendizado entre os membros de mais de uma profissão da saúde, de forma interativa. Alguns dos principais benefícios educacionais e nas políticas de saúde da EIP estão relacionados com a promoção de experiências do mundo real e insights aos estudantes, aprendizado sobre o trabalho de outros profissionais, melhoria das práticas e produtividade no ambiente de trabalho, melhoria dos resultados dos pacientes, aumento da confiança dos trabalhadores da saúde, melhoria da segurança dos pacientes e no acesso à assistência de saúde. O desenvolvimento desta prática requer mudanças na formação dos estudantes a fim de oferecer-lhes um ambiente real de aprendizado sobre a outra profissão, para que compreendam como a colaboração se aplica à assistência de saúde e para estarem preparados para a prática colaborativa. Desta forma, o presente trabalho tem o intuito de relatar o acolhimento interprofissional oferecido aos usuários da Clínica Escola (CE) do Campus Realengo do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) e avaliar a percepção dos estudantes sobre o aprendizado das práticas colaborativa e interprofissional. A CE está vinculada aos cursos de Fisioterapia, Terapia Ocupacional (TO) e Farmácia do IFRJ e tem como objetivo promover práticas de estágios obrigatórios, bem como outras atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão, prestar assistência qualificada a todo cidadão dentro dos princípios do Sistema Único de Saúde. O acolhimento interprofissional foi sistematizado e organizado em atendimentos individualizados, realizado pelos estudantes extensionistas da Farmácia em conjunto com os estagiários de Fisioterapia, com duração de 30 a 40 minutos e realizados uma vez por semana. Oito pacientes foram acompanhados no período de agosto a dezembro no ano de 2019. Os critérios de inclusão para participar do acolhimento interprofissional foram ter cadastro prévio na CE e estar aguardando vaga para iniciar o acompanhamento, além da ter disponibilidade de vagas para o atendimento. No primeiro momento foi realizada a coleta e organização da história clínica e de medicamentos do usuário utilizando instrumento elaborado de forma conjunta entre o grupo de Fisioterapia e Farmácia. Neste momento procurou-se avaliar a situação em que o paciente se encontrava a partir de um olhar biopsicossocial e prever qual seria a necessidade de intervenção e de orientação interprofissional. Na segunda etapa a equipe interprofissional elaborou um plano de cuidado e manejo para resolução dos problemas de saúde identificados com os usuários. Então, os mesmos foram acompanhados pela equipe de forma a promover as intervenções terapêuticas planejadas para o cuidado em saúde. Ao final do acompanhamento, a equipe interprofissional avaliou os resultados alcançados verificando o impacto clínico do serviço através da identificação do número de problemas relacionados a medicamentos (PRM) identificados e resolvidos, alcance das metas terapêuticas e alcance dos objetivos fisioterapêuticos construídos a partir do acompanhamento baseado no modelo de interação biopsicossocial para funcionalidade humana. Os problemas relacionados aos medicamentos (PRM) foram determinados de acordo com a metodologia PW (Pharmacotherapy Workup), proposto por Strand, Morley e Cipolle, que classifica os PRM em quatro grupos: Necessidade, Efetividade, Segurança e Conveniência. Durante o período de realização deste trabalho foram oportunizados momentos de discussão dos casos em acompanhamento interprofissional no âmbito do espaço de educação permanente do estágio curricular de fisioterapia. Nestas ocasiões foi possível ampliar a experiência para todos os estagiários do semestre letivo, assim como para os supervisores docentes do dia em que a discussão ocorria. As discussões são iniciadas no grupo de estudantes e professores após exposição do caso pelos responsáveis pela avaliação e intervenção. No caso do acolhimento interprofissional, os estudantes preparam conjuntamente a exposição e compartilharam a explanação da mesma, o que enriqueceu de forma importante a discussão do caso por todos. A avaliação do impacto no aprendizado dos estudantes sobre interprofissionalidade foi realizado por meio de questionário a fim de se descobrir os significados que os mesmos conferem as suas experiências vivenciais. O questionário é composto por 10 itens que envolvem perguntas sobre as principais atividades desenvolvidas pela equipe interprofissional nos atendimentos na CE, trabalho em equipe e colaboração, atenção centrada no usuário, identidade profissional e desenvolvimento de habilidades e competências colaborativas. As opções de resposta foram baseadas em uma escala Likert de cinco categorias com a seguinte pontuação: (1) concordo totalmente, (2) concordo parcialmente, (3) não concordo, nem discordo, (4) discordo parcialmente, (5) discordo totalmente. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos do IFRJ, com número CAAE: 67828717.3.0000.5268. Participaram do acolhimento interprofissional, dois estudantes extensionistas da Farmácia e 3 estagiários de Fisioterapia. Todos responderam ao questionário. 80% dos estudantes apontaram estar com o curso online sobre Educação Interprofissional promovido pelo AVASUS em andamento, enquanto 20% já concluiu o curso. Todos os estudantes concordaram totalmente que houve colaboração entre os alunos durante os atendimentos interprofissionais na CE, assim como entre alunos e professores. Quando perguntado se as ações da equipe interprofissional foram centradas nas necessidades do usuário, 100% dos estudantes apontaram que sim. Com relação a comunicação, 60% dos estudantes concordaram totalmente que participar do acolhimento interprofissional aumentou essa habilidade enquanto 40% concordou parcialmente. A percepção de 100% dos estudantes foi que houve aumento no conhecimento sobre o papel das outras profissões no cuidado em saúde. Quando questionados se a participação nos atendimentos interprofissionais tem contribuído para a formação, 100% dos estudantes concordaram totalmente. As percepções sobre quais competências colaborativas foram desenvolvidas a partir da experiência com o acolhimento interprofissional foi a seguinte: 100% apontaram ter maior clareza do papel de outras profissões da área da saúde, 80% acreditam de melhorado a capacidade de resolução de conflitos e de problemas, 80% melhoraram a comunicação, 100% aumentaram a valorização e reconhecimento de outras profissões da saúde, 80% acreditam ter melhorado a capacidade de promover uma atenção centrada no usuário, 80% aumentaram sua capacidade de aprendizagem colaborativa e 20% apontou ter conhecido melhor a própria profissão. Quando perguntado se desenvolver essas competências colaborativas pode contribuir para atuação profissional no futuro, 100% respondeu que concorda totalmente. O presente trabalho possibilitou a geração de conhecimento e experiência de planejamento, construção e exercício da prática interprofissional. Foi possível evidenciar a importância do atendimento interprofissional para população do entorno do Campus Realengo que recebeu um atendimento mais resolutivo ficando menos exposto aos atos duplicados por meio de ações mais integradas. Além disso, foi possível observar o impacto no aprendizado dos estudantes sobre as práticas colaborativas e interprofissionais. |
10536 | INTERPROFISSIONALIDADE E O PROCESSO FORMATIVO: UM OLHAR PARA AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DOS CURSOS DA ÁREA DA SAÚDE Joelma de Rezende Fernandes, Leticia Lima Ferreira da Cunha, Thaís Lara Madeira Moreira, Darciane da Silva Ferreira, Gabriela Dunningham Baptista Teixeira INTERPROFISSIONALIDADE E O PROCESSO FORMATIVO: UM OLHAR PARA AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DOS CURSOS DA ÁREA DA SAÚDEAutores: Joelma de Rezende Fernandes, Leticia Lima Ferreira da Cunha, Thaís Lara Madeira Moreira, Darciane da Silva Ferreira, Gabriela Dunningham Baptista Teixeira
Apresentação: A educação interprofissional (EIP) consiste em ocasiões nas quais membros de duas ou mais profissões aprendem e trabalham juntos; dada a sua importância para os cursos da área da saúde, seria imprescindível a existência dessa abordagem nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN). As DCN são normas obrigatórias para a educação que orientam o planejamento curricular dos sistemas de ensino a construir o perfil acadêmico e profissional, que deve conter os conteúdos e habilidades considerados obrigatórios para a formação nas determinadas graduações. Portanto, a EIP deveria estar inserida nas DCN dos cursos da área da saúde. O presente trabalho tem como objetivos: Analisar a presença da interprofissionalidade e EIP nas DCN de seis cursos da área da saúde; discutir a importância da interprofissionalidade para a formação dos profissionais da área da saúde. Para tal, foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre DCN, EIP e interprofissionalidade, além de um estudo descritivo-exploratório acerca da análise documental em busca da interprofissionalidade dentro das DCN, no período de 2001 a 2014. A busca bibliográfica ocorreu em sites de busca e no site do MEC/Portal. Como resultado, observamos que as maiorias das DCN são antigas e apresentam um modelo de ensino individual, com pouca qualificação nas orientações a respeito do trabalho interprofissional. A ausência da abordagem da interprofissionalidade nas DCN pode interferir negativamente no processo de formação interprofissional do aluno, de modo que as instituições de ensino não dão suficiente atenção a essa metodologia. Essa limitação repercute diretamente na maneira de trabalhar dos futuros profissionais e na qualidade do atendimento aos pacientes. A educação interprofissional consiste em ocasiões nas quais membros de duas ou mais profissões aprendem e trabalham juntos; dada a sua importância para o melhor atendimento do paciente, seria imprescindível a existência dessa abordagem nas diretrizes curriculares. As DCN são normas obrigatórias para a educação que orientam o planejamento curricular dos sistemas de ensino, com o objetivo de orientar as instituições de ensino a construir o perfil do egresso, que deve conter os conteúdos e habilidades considerados obrigatórios para a sua formação. Os cursos da área de saúde devem ser regidos pelas DCN, que apresentam currículos estruturados com disciplinas, hierarquizados, verticais e centrados no professor. Portanto, o conceito de interprofissionalidade e a EIP deveriam estar presentes nas DCN dos cursos da área da saúde. A metodologia foi realizada uma busca bibliográfica com as seguintes palavras-chave: Diretriz curricular nacional; Interprofissionalidade; Educação em Saúde, nos sites de busca: google, google acadêmico e SciELO. As diretrizes foram consultadas no site do MEC/Portal, no qual se encontram as resoluções das determinadas graduações. Posteriormente, foi realizado um estudo descritivo-exploratório acerca da análise documental em busca da interprofissionalidade dentro das DCN, no período de 2001 a 2014, referentes aos seguintes cursos: Fisioterapia, Medicina, Enfermagem, Nutrição, Farmácia e Odontologia. Resultado Entende-se por Educação Interprofissional em Saúde (EIP), como “ocasiões em que duas ou mais profissões de saúde/assistência social aprendem de e, um sobre o outro, para melhorar a colaboração e a qualidade dos cuidados”, visando aprimorar as atitudes, o conhecimento, as habilidades e os comportamentos para a prática colaborativa, que, por sua vez, pode fazer melhorias na prática clínica. A EIP é cada vez mais oferecida em todos os setores de saúde e assistência social aos alunos de graduação, pós-graduação e educação continuada, em salas de aula, laboratórios de simulação e configurações clínicas ou virtuais. O tema da Educação Interprofissional em Saúde também integra a pauta da Gestão da Educação do Ministério da Saúde, como o PET-Saúde, por exemplo. Embora a temática da EIP incorpore palavras relativamente novas no contexto brasileiro, é importante ressaltar que essa abordagem fortalece os princípios fundamentais do SUS, os quais são: a centralidade do usuário na reordenação dos serviços de saúde, alinhamento dos perfis profissionais à essas complexas necessidades de saúde, a busca pela reorganização das práticas de saúde na lógica do trabalho em equipe, da colaboração interprofissional, e a formação de profissionais mais implicados com as transformações necessárias à sociedade. Entre os eixos que devem ser priorizados para promover os avanços na saúde integrada e em políticas de educação, estariam os mecanismos relacionados aos modelos curriculares das graduações da área da saúde, como as DCN. As DCN constituem orientações para a elaboração dos currículos que devem ser necessariamente adotadas por todas as instituições de ensino superior, com a perspectiva de assegurar a flexibilidade, a diversidade e a qualidade da formação oferecida aos estudantes. As diretrizes devem estimular a superação das concepções antigas e herméticas das grades curriculares e garantir uma sólida formação básica, preparando o futuro graduado para enfrentar os desafios das rápidas transformações da sociedade, do mercado de trabalho e das condições de exercício profissional. Os objetivos das diretrizes curriculares dos cursos de graduação em saúde seriam de levar os alunos a aprender a ser, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a conhecer, garantindo a capacitação de profissionais com autonomia e discernimento para assegurar a integralidade da atenção e a qualidade e humanização do atendimento prestado aos indivíduos, famílias e comunidades. Ademais, elas devem promover a articulação entre a Educação Superior e a Saúde, objetivando a formação geral e específica dos egressos com ênfase na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, indicando as competências comuns gerais para esse perfil de formação contemporânea dentro de referenciais nacionais e internacionais de qualidade. Desta forma, o conceito de saúde e os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) são elementos fundamentais a serem enfatizados nessa articulação. De maneira geral, DCN dos cursos de graduação da área da saúde têm, em seus princípios, competências, habilidades e atitudes, prerrogativas de uma formação para lidar com projetos humanos e de vida em todas as formas de expressão com garantias de direitos, pautadas no trabalho em equipe de caráter interprofissional e à luz de ações multidisciplinares, interdisciplinares e transdisciplinares, ancorados nos princípios do SUS, com ênfase na integralidade da atenção e na universalidade de acesso. Ao avaliar as DCN dos cursos de Fisioterapia, Medicina, Enfermagem, Nutrição, Farmácia e Odontologia, observamos que a maioria é antiga e está pelo menos, parcialmente desatualizada; apresenta um modelo de ensino individual e com pouca qualificação nas orientações a respeito do trabalho interprofissional. Por outro lado, quando as DCN de Medicina foram atualizadas em 2014, diversas mudanças foram implementadas com o desafio de uma formação mais qualificada, voltada para a prática, a fim de abordar os sujeitos, a família e a comunidade dentro de seu contexto socioeconômico e cultural, respeitando os valores, hábitos e costumes. Considerações finais: Diante da pesquisa realizada, podemos concluir que a EIP, apesar de ser uma ferramenta extremamente útil na formação dos profissionais da área da saúde e, sabendo-se que os cursos são norteados pelas DCN, a ausência dessa prerrogativa nas DCN pode prejudicar a formação do profissional da área da saúde e na qualidade do atendimento aos pacientes. |
5933 | PET SAÚDE E O CUIDADO COM USUÁRIOS E SERVIDORES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO DF: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Bruna Grasielle Nunes de Sousa, Pedro Emanuel Do Nascimento Fernandes PET SAÚDE E O CUIDADO COM USUÁRIOS E SERVIDORES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO DF: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Bruna Grasielle Nunes de Sousa, Pedro Emanuel Do Nascimento Fernandes
Apresentação: O Programa de Educação pelo Trabalho (PET), PET-Interprofissionalidade é uma iniciativa do Ministério da Saúde que tem como objetivo a mudança, na lógica da formação dos profissionais e na dinâmica da produção do cuidado em saúde, na qualificação dos processos de integração ensino-serviço-comunidade, de forma articulada entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e as instituições de ensino. No Brasil as filas de espera são uma realidade no SUS, as filas muitas vezes são desconfortáveis pelo tempo no qual os sujeitos se encontram nela ou na falta de infraestrutura da localidade onde elas se encontram. Diante do cenário de desconfortos gerados pela fila de espera, é necessário criar alternativas e estratégias que tornem esse processo mais agradável para os sujeitos, dentre as estratégias, a Auriculoterapia pode ser interessante pois além de possibilitar conforto para os sujeitos, já são um primeiro cuidado para quem espera por atendimento. Desenvolvimento: O PET promove aos estudantes de graduação na área de saúde de diversas universidades no país a possibilidade de antecipação de experiências profissionais através do contato direto com o serviço. O estudante possui uma visão diferenciada dos trabalhadores da ponta, sendo assim ele pode contribuir positivamente para a alteração da realidade dessa instituição de saúde. Ao observar as filas de espera e o estresse gerado tanto para os pacientes quanto para os servidores os graduandos vinculados ao PET, propuseram a aplicação de Auriculoterapia nos sujeitos que aguardavam atendimento, e nos servidores em seu horário de intervalo e essa aplicação foi feita pelos próprios graduandos. Resultado: E assim foi obtido tanto por parte dos usuários como dos servidores, diversas melhoras para ambos os públicos. Por parte dos servidores as melhoras relatadas são: mais paciência dos usuários para a espera do atendimento, ânimos acalmados em relação aos problemas enfrentados pela unidade, aderência ao serviço de pacientes com dificuldade de ida até a unidade, melhora na relação servidor-servidor, com diminuição de atritos causados pelo estresse diário do serviço em saúde e diminuição de fatores como ansiedade e dificuldade para dormir. Já para os usuários, os relatos estão entre a melhora do acolhimento no corredor, proporcionando um período maior de escuta, aderência as outras práticas ofertadas com reconhecimento do benefício das mesmas, melhora na compreensão dos programas oferecidos pela unidade que são explicados antes da realização da prática, e o retorno desses pacientes a unidade para a continuidade do tratamento, bem como a melhora de dores articulares, problemas de ansiedade e estresse. Considerações finais: Com esse relato é possível observar que o PET vem cumprindo seu propósito, trazendo impactos positivos em diversos aspectos, temos uma melhora do ambiente de trabalho dos profissionais já atuantes, além disso obteve-se um incentivo ao autocuidado deles, por fim verificou-se também uma melhora na qualidade do atendimento e no acolhimento dos sujeitos que necessitam de cuidado, sendo assim a utilização de Auriculoterapia nas filas de espera se mostra muito positiva e de fácil implementação para a melhoria do cuidado da população. |
7082 | REALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS PARA INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA VINCULADO AO PET-SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE Glenda Pereira Lima Oliveira, Fabiana dos Santos Paixão, Mariana Porto de Souza, Ramone Costa Lima Gomes, Clissia Fabiana Rosa Bandeira, Gracielle Pampolim REALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS PARA INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA VINCULADO AO PET-SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADEAutores: Glenda Pereira Lima Oliveira, Fabiana dos Santos Paixão, Mariana Porto de Souza, Ramone Costa Lima Gomes, Clissia Fabiana Rosa Bandeira, Gracielle Pampolim
Apresentação: O Programa de Educação do Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) tem como eixo central a educação interprofissional, integrando ensino-serviço-comunidade com o intuito de trazer acadêmicos de graduação na área da saúde para conhecer mais de perto como ocorre a dinâmica dos profissionais do Sistema Único de Saúde, além de estimular o desenvolvimento de habilidades para o trabalho em equipe. O objetivo deste resumo é relatar a experiência das alunas do PET-Saúde Interprofissionalidade em uma ação desenvolvida com o tema “Outubro Rosa” no dia 25/10/2019, contando com a realização de testes rápidos para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e orientações aos pacientes. Desenvolvimento: O PET-Saúde Interprofissionalidade da Emescam é composto por quatro grupos com acadêmicos de enfermagem, fisioterapia, medicina e serviço social que vivenciam, junto com os preceptores, o dia a dia de três Unidades de Saúde da Família (USF) e uma maternidade, a rotina e as ações desenvolvidas nestes ambientes. A atividade, realizada na USF do bairro Alagoano, em Vitória, no Espírito Santo, contou com a presença da enfermeira e preceptora do PET-Saúde, juntamente com as alunas do grupo, para o rastreamento de ISTs, por meio da realização de testes rápidos para sífilis, HIV e hepatites B e C. Na sala de espera, as acadêmicas também atuaram na orientação para os pacientes sobre assuntos como a importância da realização do autoexame da mama e do preventivo, dúvidas sobre câncer de mama e de útero e a necessidade de manutenção de um estilo de vida saudável, com práticas diárias de atividades físicas e dieta equilibrada, de modo a fortalecer a relação saúde-comunidade entre os usuários do serviço. Durante toda a ação, observou-se a grande participação da população e a necessidade de mais informações sobre as ISTs, especialmente sobre as formas de transmissão e tratamento. Resultado: No que concerne aos usuários do SUS, o mutirão de realização de testes rápidos causou um impacto positivo, uma vez que houve grande adesão e procura, bem como o envolvimento no processo saúde-doença. Foi possível observar que a triagem para ISTs pode ser feita rapidamente por um profissional treinado, ajudando a detectar casos e iniciar o tratamento precocemente. Tal fato é de suma importância no que diz respeito ao bem-estar da população, despertando o interesse individual para uma prática sexual segura e maior engajamento com as ações da USF, consultas e realização de exames, potencializando, dessa forma, o processo de prevenção e promoção à saúde. Considerações finais: A partir da ação realizada, acredita-se que o objetivo foi alcançado e a comunidade foi educada sobre as formas de transmissão, tratamento e as complicações que uma IST pode acarretar ao organismo, assim como as demais patologias abordadas neste dia. Percebeu-se também a importância de se manter um cuidado com atenção integral à saúde através de uma equipe interdisciplinar. |
7105 | PET-INTERPROFISSIONALIDADE: UMA VIVÊNCIA TRANSFORMADORA Fabíola dos Santos Giani, Fabricius Corrêa PET-INTERPROFISSIONALIDADE: UMA VIVÊNCIA TRANSFORMADORAAutores: Fabíola dos Santos Giani, Fabricius Corrêa
Apresentação: A participação no programa PET-Interprofissionalidade, foi uma das experiências mais gratificantes ao longo da graduação na Universidade de Caxias do Sul. Ao decorrer de 4 anos, desde a entrada no projeto, podemos desenvolver atividades, metodologias e vivências no âmbito da Saúde Coletiva, e perceber nosso crescimento tanto profissional, quanto humano. Os encontros semanais com diversos estudantes e profissionais, das mais variadas áreas de atuação em saúde, ocorrem no formato de reuniões, sendo uma rica forma de interação entre os participantes e com intuito de melhorar a qualidade de um atendimento mais humanizado, prevenindo doenças e ser uma porta aberta para o usuário de uma forma organizada e eficiente, na cidade de Caxias do Sul e região. Os resultados são constantemente refletidos nas unidades básicas de saúde (UBS), na qual se desenvolve um trabalho interprofissional, melhorando a qualidade de vida de quem utiliza o SUS, além de um atendimento primário em saúde mais eficiente e resolutivo. Há também a atuação em escolas, em que crianças e jovens recebem palestras sobre diversos assuntos e aprendem mais sobre prevenção de doenças, cuidados com o meio ambiente e oficinas artísticas. Meio a uma linguagem acessível, este público pode compreender os conteúdos passados e absorver seus aprendizados levando os conhecimentos adquiridos para suas famílias. Em todos os lugares que o PET consegue estar presente e desenvolvendo suas atividades, há uma notória mudança na vida e bem-estar das pessoas atingidas. Para os profissionais e estudantes que participam do PET-Interprofissionalidade, ver os frutos do projeto é uma sensação transformadora, pois a mudança não é rápida, porém, cada resposta positiva é motivacional para continuarmos lutando pelo SUS e pelo direito á saúde de todos. |
7300 | RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE UM PROGRAMA MATERNO-INFANTIL DESENVOLVIDO NO PET-SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM VITÓRIA-ES Carolina Izoton Sadovsky, Glenda Pereira de Oliveira, Carolina Pretti Tumang de Andrade, Gracielle Pampolim, Tatiani Almeida Louzado Sant'Anna RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE UM PROGRAMA MATERNO-INFANTIL DESENVOLVIDO NO PET-SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM VITÓRIA-ESAutores: Carolina Izoton Sadovsky, Glenda Pereira de Oliveira, Carolina Pretti Tumang de Andrade, Gracielle Pampolim, Tatiani Almeida Louzado Sant'Anna
Apresentação: A edição atual do Programa de Educação Pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), ofertado pelo Ministério da Saúde e Educação do Brasil, objetiva favorecer a interprofissionalidade, proporcionando um contato inicial com o trabalho durante a formação, englobando estudantes da área da saúde, profissionais e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse âmbito, os acadêmicos são inseridos na dinâmica de Unidades de Saúdes, ou outros setores do sistema, e aprendem como funciona o trabalho interprofissional, juntamente com um preceptor que os acolhe. A atual versão do PET-Saúde na Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescam) tem como foco o binômio mãe-bebê, reforçando a necessidade de um cuidado integral e coordenado durante todas as fases do pré-natal e do puerpério. Esse trabalho objetiva relatar a experiência de alunas de medicina frente a um projeto de intervenção com o intuito de promover uma integração ensino-serviço-comunidade e intervir no bem-estar da mãe, do bebê e de toda a família, visando a promoção e prevenção da saúde na Unidade de Saúde da Família de Jesus de Nazareth de Vitória, no Espírito Santo. Desenvolvimento: Um projeto foi proposto no território a partir da coleta de dados sociodemográficos sobre as gestantes e sobre a autoeficácia na amamentação por meio de um questionário, com o intuito de entender a realidade da região e encontrar possíveis deficiências para planejar intervenções efetivas. A partir disso, percebeu-se a necessidade de envolver gestantes e puérperas para aumentar o tempo de aleitamento materno exclusivo, bem como a adesão nas consultas de pré-natal e de puericultura. Dessa forma, a Unidade de Saúde iniciou um grupo mensal com a participação das gestantes e seus companheiros, onde são realizadas rodas de conversas sobre diversos temas, além do esclarecimento de eventuais dúvidas. Resultado: Os encontros, desenvolvidos por alunos da medicina, fisioterapia, assistência social e enfermagem, foram de grande aprendizado para a prática interprofissional dos envolvidos. A realização do projeto teve grande impacto na formação das alunas, enquanto acadêmicas de medicina, por propiciar um ambiente de convivência com diferentes realidades e a observação de questões não mencionadas na teoria. Vale salientar que os temas abordados, como exercícios físicos na gravidez, tipo de parto, amamentação, sexualidade e direitos da gestante, foram relevantes para a compreensão como um todo do processo gestacional. Ao abordar essas questões junto às gestantes, as alunas tiveram a oportunidade de aprender diretamente com a prática e desenvolver habilidades como empatia, comunicação, aplicação da horizontalidade nas relações profissional-usuário, valorização do saber do outro e trabalho em equipe, essenciais para a boa prática do profissional de saúde. Considerações finais: Dessa forma, as alunas perceberam a importância do trabalho interprofissional e da abordagem integral centrada na pessoa. Houve relato de aprendizado de todas as partes envolvidas no projeto, isto é, acadêmicos, preceptores, tutores e pacientes, estimulando a compartilhamento de saberes. Além disso, notou-se também que é de suma importância estimular esse empoderamento significativo na vida da mulher nessa fase nova, fomentando, assim, o vínculo mãe-bebê-família. |
7428 | NÓS NA REDE – RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE O POTENCIAL DA INTERPROFISSIONALIDADE PARA A QUALIFICAÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE Lídia Brelaz da Silva, Fabrício Gonçalves Ferreira, Jennifer Ester de Sousa Bastos, Juliana Martins de Souza, Leomar Cardoso Arruda, Luípa Michele Silva Cabral, Nunila Ferreira de Oliveira NÓS NA REDE – RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE O POTENCIAL DA INTERPROFISSIONALIDADE PARA A QUALIFICAÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDEAutores: Lídia Brelaz da Silva, Fabrício Gonçalves Ferreira, Jennifer Ester de Sousa Bastos, Juliana Martins de Souza, Leomar Cardoso Arruda, Luípa Michele Silva Cabral, Nunila Ferreira de Oliveira
Apresentação: Ao observarmos uma rede de pesca, é possível notar que sua formação ocorre pelo entrelaçamento dos pequenos nós que permitem que ela cumpra sua função. De maneira metafórica, quando refletimos a respeito da Rede de Atenção à Saúde (RAS) do Sistema Único de Saúde (SUS), entendemos que ela é composta por ações que nós (a sociedade) realizamos, portanto, para essa rede ser forte é necessária a união desses “nós”. Isso posto, o presente trabalho é um relato de experiência sobre a vivência dos participantes do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde Interprofissionalidade (PET-Saúde), realizado no município de Catalão - Goiás, no período entre abril e dezembro de 2019. Desenvolvimento: O PET-Saúde em Catalão (GO) tem sua primeira edição no ano de 2019 e é formado por cerca de 70 participantes, divididos em 5 subgrupos tutoriais: 01 – Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF): uma experiência piloto para intento de consolidação; 02 – Práticas Integrativas e Complementares e Educação Popular em Saúde como ferramentas para estruturação de grupos de promoção de saúde; 03 – HIPERDIA: Interprofissionalidade no fortalecimento da atenção às pessoas com Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus; 04 – Atenção à Saúde da Mulher e da Criança e Adolescente; e 05 – Fortalecimento das Redes em Atenção à Saúde: foco na transição do cuidado. Os participantes são discentes e docentes dos cursos de Educação Física, Enfermagem, Medicina e Psicologia, além de preceptores ligados à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município. Este relato abordará as atividades dos subgrupos 3, 4 e 5, construído em colaboração de discentes e docentes. No Subgrupo 3 (HIPERDIA: Interprofissionalidade no fortalecimento da atenção às pessoas com Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus) a proposta foi a criação de uma equipe que desenvolvesse ações/ferramentas com vistas ao fortalecimento do programa HIPERDIA em Catalão (GO), na busca de ampliar o cuidado integral às pessoas com diagnóstico de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM). O trabalho, em sua maior parte, conta com o apoio da equipe de uma UBS e é destinado aos seus usuários no sentido de buscar qualificar ações de rastreamento e acompanhamento. O Subgrupo 4 (Atenção à Saúde da Mulher, criança e adolescente) iniciou as atividades com grupos de estudo para capacitação profissional e o levantamento de dados sociodemográficos referentes à saúde da criança, mulher e adolescentes do território de atuação de uma UBS por meio de visitas domiciliares e serviços de atendimentos de saúde a essa população. Posteriormente, passou-se a realizar algumas ações no território da UBS, tais como: grupos e rodas de conversa com mulheres; avaliação antropométrica das crianças que frequentam a creche do território e oficinas com práticas integrativas (shantala, musicoterapia e dançaterapia); levantamento de dados dos adolescentes que participam das atividades do centro de convivência do Pequeno Aprendiz e oficinas com os temas: ansiedade, depressão e suicídio; e acompanhamento semanal de um grupo de crianças da Escola de Ensino Fundamental do território no qual foi trabalhado diversos temas relacionados à saúde. O Subgrupo 5 (Fortalecimento das Redes em Atenção à Saúde: foco na transição do cuidado) tinha como proposta inicial a transição do cuidado de pacientes da alta e média complexidade para a Atenção Básica (AB). Entretanto, após conhecer a RAS do município, foi identificada a necessidade de fortalecer o Programa de Atenção Domiciliar (PAD), que encontra fragilidades na sua inserção na rede. Há o desejo, por parte da equipe e da gestão, que o programa progrida para o Serviço de Atenção Domiciliar, sendo que as ações do Pet-Saúde estão voltadas para esse foco. O grupo vem realizando encontros semanais para discutir as atividades e estudar temas pertinentes ao grupo. Resultado: A experiência obtida no decorrer das atividades proporcionou uma série de percepções em relação ao funcionamento da RAS em Catalão. Durante os meses iniciais, fomos impactados por questões diversas, tais como: mudança de gestor na SMS, processo de credenciamento de profissionais ligados à SMS e paralisações na Universidade, motivada pelo contingenciamento de verbas. Os referidos fatores atingiram todos os subgrupos. Contudo, ainda que os impactos tenham interferido no alinhamento de determinadas propostas e ações, houve execução dos objetivos apresentados, principalmente no sentido da proposta de trabalho colaborativo no coletivo plural que constitui o programa. Avaliando as possibilidades do subgrupo 3 e os aspectos gerais, verificamos o encaminhamento de ações que garantiram a efetividade da proposta, possibilitando realizar o fortalecimento de vínculo com a SMS; mapear o perfil epidemiológico de morbimortalidade de pessoas com DM e HAS no município; elaborar uma ficha de cadastro dos usuários ao programa Hiperdia, além de atualizá-los e disponibilizar no e-SUS e consolidar um grupo de caminhada semanal, contribuindo para a promoção de saúde e o fortalecimento do vínculo entre a equipe e os usuários da rede. Sob outra perspectiva, dificuldades são evidentes na execução de atividades e atuação interprofissional, porém, o alinhamento do subgrupo frente às demandas apresentadas vem suscitando fortalecimento e reestruturação de alguns pontos da rede. De modo geral, pode-se afirmar que o subgrupo 4 está conseguindo mobilizar os profissionais e sensibilizar os serviços e a população do território para a importância do fortalecimento das ações de Saúde da Mulher, Criança e Adolescente na Atenção Básica, principal desafio que o grupo encontrou ao iniciar o projeto, em um município que apresenta falta de territorialização e Agentes Comunitários de Saúde (ACS), desestruturação da Estratégia de Saúde da Família - ESF e a falta de ações destinadas à saúde da mulher, criança e adolescente na unidade, sendo esses serviços centralizados (Centro Integrado da Mulher e Centro Integrado de Pediatria). Vale destacar que as capacitações da equipe por meio de encontros e cursos, e o desenvolvimento de todas as ações de forma interprofissional foram de grande valia para a efetividade das intervenções. O levantamento dos dados permitiu o mapeamento do território que está em construção e que será muito importante para ações futuras. De maneira metafórica, podemos dizer que o Subgrupo 5 pôde entrelaçar pequenos nós na rede. O referido subgrupo tem acompanhado as visitas domiciliares e as buscas ativas do PAD, atualizou o registro de todos os usuários cadastrados do programa, tornando-o informatizado e participa do grupo criado pela psicóloga que dá suporte à equipe. Todas essas ações são com vistas à implantação do SAD. No entanto, há dificuldades em relação aos serviços de referência e contra referência, mas, gradativamente, o grupo tem traçado planos para que tal objetivo seja alcançado de modo mais assertivo. Considerações finais: Até aqui pudemos relatar brevemente as experiências e impactos das atividades realizadas pelo Pet-Saúde Interprofissionalidade (2019-2021). Ao observarmos uma rede de pesca aberta, só notamos a efetividade dos nós se olharmos fixamente e de maneira atenta. De modo comparativo, acreditamos que o nosso trabalho corrobora para o fortalecimento da Rede, mesmo diante das dificuldades. Ainda há muito o que ser feito, mas seguiremos atando os nós e trabalhando de modo a ter uma rede mais forte. Destacamos que a perspectiva da interprofissionalidade promove aprendizado vivencial, uma vez que o PET-Saúde, em sua proposta, agrega estudantes, profissionais e docentes de diferentes cursos, áreas de atuação e serviços e, nesse contexto parcial (aproximadamente metade do projeto), apresenta-se como referencial teórico e metodológico para qualificação das práticas/cuidado em saúde. |
7430 | OS DESAFIOS DA INTERPROFISSIONALIDADE: CARTOGRAFIA E A SUBJETIVIDADE DO TRABALHO Mariana Braga Salgueiro, Rafane Lorrane Gomes Carneiro, Mariana Beatriz Arcuri, Claudine Paula Silva Rego, Leandro Vairo, Ana Maria Pereira Brasilio de Araújo OS DESAFIOS DA INTERPROFISSIONALIDADE: CARTOGRAFIA E A SUBJETIVIDADE DO TRABALHOAutores: Mariana Braga Salgueiro, Rafane Lorrane Gomes Carneiro, Mariana Beatriz Arcuri, Claudine Paula Silva Rego, Leandro Vairo, Ana Maria Pereira Brasilio de Araújo
Apresentação: O presente trabalho trata-se de uma cartografia do processo de implantação e acolhimento do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) em uma Instituição de ensino da região serrana do Rio de Janeiro. Nele, retrata-se os desafios e impactos no percurso dos primeiros meses do projeto, tentando detectar os elementos de processualidade do PET-Saúde nos âmbitos do ensino, do trabalho e da cidadania. A partir do pressuposto que a interprofissionalidade contempla a integração com os demais níveis de atenção para a qualificação dos profissionais para a obtenção de respostas mais efetivas na melhoria da atenção à saúde, este relato possui como objetivo identificar os desafios e impactos iniciais do programa em seus aspectos objetivos e subjetivos. Desenvolvimento: O método cartográfico foi o escolhido na tarefa de acompanhar os movimentos psicossociais do PET- Saúde em um território existente, o Condomínio Social Fazenda Ermitage (CSFE) onde estão abrigadas as vítimas do desastre natural ocorrido em 2011 na região serrana do Rio de Janeiro. Este tem, já na sua origem, o peso de uma tragédia. As chuvas daquele ano lavaram além de vidas, histórias, hábitos, afetos e conexões dos moradores e os seus antigos territórios. Esta vulnerabilidade afeta o ensino, dado a sua implicação com a responsabilidade social na formação em saúde. Utilizam-se como instrumentos do estudo o diário de campo, a análise da implicação e análise documental. O diário de campo refere-se a análise da implicação dos participantes (conexão entre os territórios do ensino-trabalho-cidadania), isto é, a análise dos lugares que ocupamos no mundo, além de trazer para a narrativa o encontro com o campo de prática. A análise documental possibilitou entrar em contato com as políticas de formação em saúde pelo trabalho, a partir de suas diretrizes e editais. Resultado: A partir das experiências vivenciadas infere-se que onde observador e observado se afetam, rompem-se as divisões entre sujeito e objeto, ou seja, quando a pessoa reconhece a importância da interprofissionalidade em seu processo de trabalho, esta provoca o desejo de mudanças em cenários profissionais e curriculares, ainda que as contradições estejam fortemente presentes, como processos educacionais que contribuem para a produção de um padrão de subjetividade pouco cooperativo e colaborativo, a fragmentação na atenção à saúde decorrente de sistemas hierarquizado e, em especial, a falta de articulação entre cursos da área da saúde para um aprendizado em conjunto, como observado pelos cartógrafos. Considerações finais: Partindo do princípio que cartografar é acompanhar processos, a obtenção de resultados que de fato possam possibilitar o rompimento da segmentação entre as áreas de saúde, de modo a estabelecer um cuidado interprofissional que afete a atenção à saúde, dependerá da criação de estratégias que possibilitem a integração profissional, com ênfase na Educação Interprofissional (EIP), trabalho colaborativo, autocuidado e autogestão por meio da educação permanente através das movimentações, desafios e inquietações. Como futuro objetivo do programa, destaca-se a entrada no campo para o desenvolvimento de ações de cuidado no território. |
7431 | IMPLEMENTAÇÃO DO PET-SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE NA MATERNIDADE PRO-MATRE EM VITÓRIA (ES): RELATO DE EXPERIÊNCIA Carolina Pretti Tumang de Andrade, Jennifer Soanno Marchiori, Solange Rodrigues da Costa Nascimento IMPLEMENTAÇÃO DO PET-SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE NA MATERNIDADE PRO-MATRE EM VITÓRIA (ES): RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Carolina Pretti Tumang de Andrade, Jennifer Soanno Marchiori, Solange Rodrigues da Costa Nascimento
Apresentação: O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET Saúde) Interprofissionalidade é um programa dos Ministérios da Saúde e Educação destinado a viabilizar a integração ensino-serviço e a diversificação dos cenários de práticas como prerrogativas para mudanças na formação. Objetiva efetivar ações de Educação Interprofissional (EIP) entre professores, estudantes, profissionais de saúde, gestores e usuários para atender as necessidades do Sistema Único de Saúde. O PET-Saúde Interprofissionalidade na Escola Superior de Ciências da Saúde da Santa Casa de Misericórdia, Imiscuam, é desenvolvido em Unidades de Saúde e na maternidade Promatre e tem como foco o binômio mãe-bebê, reforçando a necessidade de um cuidado integral e coordenado durante todo o processo gestacional. Objetivo: Relatar a experiência da vivência dos estudantes inseridos na Maternidade Promatre com o cotidiano de trabalho dessa instituição. Método: Trata-se de um relato de experiência que, mediante análise qualitativa das ações desenvolvidas no cenário de intervenção, permite a reflexão sobre os impactos do programa PET para os acadêmicos dos cursos envolvidos, bem como fortalece a política pública de humanização do parto. Desenvolvimento: Os estudantes dos cursos do serviço social, medicina, fisioterapia e enfermagem se inserem na rotina do serviço e desenvolvem junto à equipe, ações de educação em saúde à gestantes e puérperas em nível ambulatorial e hospitalar tais como: preparação para o parto normal, estímulo à amamentação, autocuidado materno e cuidados com o bebê. Realizam ainda auditoria em prontuários, acompanhamento da parturiente em trabalho de parto, ofertando apoio emocional e oferta de métodos não farmacológicos para o alívio da dor e melhora no processo de trabalho de parto. Resultado: A interdisciplinaridade oferecida pelo PET proporcionou uma forma de intercâmbio de conhecimento multiprofissional, de modo que todos os estudantes pudessem ver de forma breve a área de atuação de cada profissão ali representada. A compreensão do conceito de interprofissionalidade e o entendimento de sua importância como instrumento na busca de um serviço de saúde que integre todas as dimensões da complexidade da pessoa são essenciais no processo de atender as demandas da comunidade, abrangendo toda a amplitude do conceito de saúde ao cuidar dos usuários da Maternidade. A realidade do SUS é terreno fértil para aprendizado sobre colaboração, devido à complexidade das necessidades de saúde da comunidade e da pessoa. Considerações finais: Por meio da participação no PET, os estudantes têm vivenciado práticas de trabalho colaborativo em saúde que têm contribuído para a promoção de mudança na formação, têm também atuado como facilitadores da humanização dos serviços de saúde. |
7504 | PET-SAÚDE; A IMPORTÂNCIA DA INTERPROFISSIONALIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR Carine Ferreira Santos PET-SAÚDE; A IMPORTÂNCIA DA INTERPROFISSIONALIDADE NO AMBIENTE ESCOLARAutores: Carine Ferreira Santos
Apresentação: O seguinte resumo descreve a experiência do estágio interprofissional realizado pela Universidade de Brasília (UnB) na região do Paranoá-DF, assim como a importância da interprofissionalidade no ambiente escolar e seus benefícios na prevenção a violências e promoção da saúde. A interprofissionalidade pode ser entendida como a atuação em conjunto com outros profissionais da saúde de forma articulada, onde a união de diversos saberes dialoga para a construção de medidas a fim de solucionar problemas e tomar decisões mais conscientes. Com isso, o projeto busca inserir estudantes das mais diversas graduações da área da saúde, assim como profissionais dos serviços de saúde, o que viabiliza o desenvolvimento de práticas colaborativas para o efetivo trabalho em equipe no ambiente escolar. Objetivo: Desenvolver oficinas visando a promoção de saúde e prevenção a violências; Fortalecer os serviços de proteção a crianças e adolescentes e o vínculo entre PAV, UBS, UnB e Escola; Oferecer aos escolares uma rede com maior articulação dos serviços. Descrição Através de oficinas o projeto visa compreender a realidade dos escolares, assim como as metas e objetivos a serem traçados ao decorrer do semestre para se obter um fortalecimento das redes. O estágio tem como meta o desenvolvimento de habilidades interprofissionais nas ações de educação, buscando contribuir com a promoção da saúde e prevenção a violências no ambiente escolar, intervindo com enfoque na realidade dos alunos. A intervenção no ambiente escolar se dá por meio da Pesquisa-ação, o estagiário busca reconhecer o problema, e junto com a equipe problematizar a situação e contribuir com medidas cabíveis. Assim a metodologia utilizada se baseia no Arco de Maguerez que possibilita a atuação de acordo com a realidade social, o mesmo possui cinco etapas: a observação da realidade, pontos chaves, teorização, hipóteses de solução e aplicação à realidade. Ao longo do semestre foram realizadas oficinas como uma de prevenção ao suicídio, foi possível notar que com a possibilidade de reflexões críticas surgem oportunidades dos mesmos levarem suas vivências particulares de encontro ao falado em sala. Resultado: Dentre os principais resultados no trabalho interprofissional no ambiente escolar se destaca a construção de um extenso espaço de fala, o projeto e fundamental para construção e formação de pensamentos críticos. Foi possível observar uma maior movimentação da escola em relação à conexão com redes de apoio a adolescentes e jovens. Vale ressaltar ainda a percepção do desenvolvimento de vínculo entre escolares. Considerações O projeto teve como resultado o início de uma integração entre escolares e serviços de saúde. Evidenciou ainda uma caminhada na articulação entre PAV, UBS, UNB e Escola, o que pode gerar um fortalecimento a rede de proteção aos escolares. É importante ainda destacar as trocas de saberes envolvidas nesse processo, entre todos os participantes, assim como o conhecimento acerca de violências entre jovens e adolescentes. A equipe interprofissional é fundamental para o desenvolvimento do projeto, foi possível observar que a articulação da equipe possibilita um diálogo e intervenções de qualidade. |
11092 | PROMOÇÃO DE SAÚDE NA ILHA DO MURUTUCU, NO PARÁ, ATRAVÉS DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO (PET-SAÚDE INTERPROFISSIONAL) Jamila Gatinho, Flavia Martins Moreira Alves, Bruna Gerrits Mattos, Leonardo de Souza Louzardo, Jessica Aline Alves Oliveira, Thayná Cibele Vasconcelos de Sousa, Vanessa Silva Garcia PROMOÇÃO DE SAÚDE NA ILHA DO MURUTUCU, NO PARÁ, ATRAVÉS DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO (PET-SAÚDE INTERPROFISSIONAL)Autores: Jamila Gatinho, Flavia Martins Moreira Alves, Bruna Gerrits Mattos, Leonardo de Souza Louzardo, Jessica Aline Alves Oliveira, Thayná Cibele Vasconcelos de Sousa, Vanessa Silva Garcia
Apresentação: A Ilha do Murutucu situa-se às margens do Rio Guamá, próximo à região metropolitana de Belém, no estado do Pará. Embora faça parte de um complexo de ilhas circundantes na região, junto com a Ilha do Combu, a comunidade ribeirinha do Murutucu enfrenta maiores dificuldades no quesito do acesso aos serviços de saúde básica. Nesse cenário, acadêmicos e profissionais do Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET-Saúde) da Universidade Federal do Pará realizaram uma ação de promoção de saúde direcionada aos moradores desta comunidade, com enfoque em suas necessidades. Desenvolvimento: A atividade foi realizada pelo período da manhã, em que uma equipe interprofissional abrangendo profissionais de odontologia, medicina, enfermagem, fisioterapia e nutrição foi conduzida à ilha em um barco de assistência hospitalar. Os espaços cedidos para a realização da ação foram a casa de uma família ribeirinha e a escola de ensino infantil frequentada pelas crianças da ilha. No primeiro momento, acadêmicos do PET promoveram uma palestra sobre higienização da água e alimentos, considerando o difícil acesso da população local à água potável; a temática de higiene básica pessoal e bucal também foi abordada, além de orientações sobre práticas de alimentação saudável distribuídas em folhetos para os ouvintes. Ao fim da palestra, foram distribuídas pequenas doses de hipoclorito de sódio para serem utilizadas na higienização da água e alimentos. Em um segundo momento, as crianças da ilha assistiram a um teatro de fantoches no espaço da escola sobre os temas de higiene básica e bucal, doenças transmitidas por mosquitos e lixo e, posteriormente, participaram da escovação bucal supervisionada com os dentistas da equipe. Ao final da ação, foram realizadas consultas odontológicas, médicas e de enfermagem no barco para os membros da comunidade. Resultado: Através da ação, foi possível realizar orientações de promoção de saúde com enfoque nas reais necessidades da comunidade ribeirinha da Ilha do Murutucu, que envolviam a dificuldade no acesso de água potável, higienização precária dos alimentos e alto consumo de alimentos industrializados, trazidos da região metropolitana de Belém. Além disso, foi de extrema importância a instrução das crianças da ilha referentes a questões como lixo, doenças como a dengue, higiene pessoal e bucal através do teatro de fantoches, que gerou engajamento e interação do público infantil. Considerações finais: Ações de promoção e educação em saúde são estratégias fundamentais para introduzir as orientações adequadas no cotidiano das populações ribeirinhas, considerando que são comunidades que enfrentam maiores dificuldades no acesso à saúde. Nesse contexto, é papel da equipe interprofissional de saúde o desenvolvimento de tais ações e o maior contato com a comunidade, levando não só as informações necessárias, mas os subsídios para que a população possa mudar de hábitos e consequentemente adquirir melhor qualidade de vida. |
11122 | PET-SAÚDE/ INTERPROFISSIONALIDADE: ESTRATÉGIA PARA PROMOÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE Brenda Fernanda Guedes, Helizânio José de Farias Lima, Hemelly Raially de Lira Silva, Maria Heloisa Moura de Oliveira, Claudia de Lima Rodrigues Souza, Ronald Pereira Cavalcanti, Kátia Carola Santos Silva PET-SAÚDE/ INTERPROFISSIONALIDADE: ESTRATÉGIA PARA PROMOÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDEAutores: Brenda Fernanda Guedes, Helizânio José de Farias Lima, Hemelly Raially de Lira Silva, Maria Heloisa Moura de Oliveira, Claudia de Lima Rodrigues Souza, Ronald Pereira Cavalcanti, Kátia Carola Santos Silva
Apresentação: Na atenção à saúde exige-se uma intervenção que englobe os diversos saberes do cuidado, considerando contexto biopsicossocial do indivíduo o enxergando de forma holística. O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET- Saúde) Interprofissionalidade é essencial para a formação dos acadêmicos, possuindo o eixo central da Educação Interprofissional em Saúde, estruturado por ações e troca de conhecimentos entre professores, estudantes, profissionais de saúde e usuários, desenvolvidas na atenção básica. Os estudantes vivenciaram desafios como a aplicação da teoria apresentada no ambiente acadêmico, trabalho em equipe interdisciplinar; visitas domiciliares e o desenvolvimento de estratégias para enfrentamento das necessidades de saúde, de acordo com a realidade familiar. O presente trabalho visa relatar a experiência no PET- Saúde, vivenciada por um grupo de discentes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) inserido na Unidade Básica de Saúde, localizada no município de Vitória de Santo Antão-PE, durante o segundo semestre de 2019. Desenvolvimento As ações ocorreram semanalmente, no período de agosto a dezembro de 2019. Alunos e profissionais uniram seus conhecimentos em prol do desenvolvimento de intervenções para os usuários, baseadas na perspectiva do Projeto Terapêutico Singular (PTS) que compreende um conjunto de propostas e condutas terapêuticas articuladas para um indivíduo, uma família ou um grupo que resulta em uma discussão coletiva interdisciplinar, potencializando o planejamento das ações em saúde, especialmente na lógica do apoio matricial e equipe de referência. O PTS se desenvolve em quatro momentos: Diagnóstico; Definição de Metas; Divisão de Responsabilidades e Reavaliação. Dessa forma, três famílias foram acompanhadas. A metodologia utilizada foi centrada na visita domiciliar, com a sondagem das necessidades e planejamento da intervenção. Em seguida, eram realizadas discussões dos casos e traçadas estratégias para o enfrentamento dos problemas. Foram construídas as ferramentas de apoio genograma e ecomapa, fundamentais na tomada de decisão para a realização das intervenções em cada família. Resultado: Foram realizadas ações de orientação, encaminhamentos para especialidades, informações sobre cuidados pós-cirúrgicos, promoção do autocuidado, tratamento da hipertensão, orientações e estímulo ao aleitamento materno, introdução alimentar, cuidados com a higiene alimentar e a importância da busca e formação de vínculo com os serviços de saúde. Os impactos decorrentes das vivências e intervenções, foram importantes e satisfatórios, pois propiciaram uma mudança na realidade de saúde, tanto para as famílias como para a equipe. A atuação de forma interprofissional, pontuando as prioridades, compartilhando diferentes observações, visões e sugestões, ampliou a resolutividade de dificuldades vivenciadas na comunidade. Considerações finais Ao envolver diferentes atores do cuidado em saúde com diversos conhecimentos e experiência, o programa colaborou para o crescimento profissional, estimulando a proatividade, criatividade, cidadania, trabalho em equipe, pensamento crítico e reflexivo, ampliando o conhecimento social e de saúde pública, através da integração da comunidade, o ensino e serviço; sendo enriquecedor e promotor da integralidade. É essencial ao acadêmico e futuro profissional, saber lidar e interagir com distintos saberes, visões e formações. Como resultado há mudança de postura na atuação profissional e transformação na realidade de saúde na comunidade |
6820 | PET UFF SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE: ATUAÇÃO PRÁTICA NO PROJETO SABER VIVER E A VIVÊNCIA DA INTERPROFISSIONALIDADE Matheus Lyra Romero, Fernanda do Monte Pinto, Gladston José de Paula Santos, Camila Alves de Azevedo Monteiro Jardim PET UFF SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE: ATUAÇÃO PRÁTICA NO PROJETO SABER VIVER E A VIVÊNCIA DA INTERPROFISSIONALIDADEAutores: Matheus Lyra Romero, Fernanda do Monte Pinto, Gladston José de Paula Santos, Camila Alves de Azevedo Monteiro Jardim
Apresentação: do que trata o trabalho e seu objetivo: O Projeto Saber Viver, promovido há mais de dois anos, é uma atividade desenvolvida com os idosos, da macrorregião de abrangência da policlínica regional Carlos Antônio da Silva (PCRCAS), divididos em dois grupos: estimulação e convivência. O projeto acontece periodicamente na PCRCAS e em espaços culturais da cidade de Niterói, com a participação de diversos profissionais como médico geriatra, assistente social, psicólogo, terapeuta ocupacional, técnico de enfermagem, residentes de enfermagem, estagiários do serviço social da Universidade Federal Fluminense (UFF) e bolsistas do PET Saúde Interprofissionalidade UFF. A composição de uma equipe com tamanha diversidade contribui para os cuidados com os usuários e para a formação dos residentes e alunos de graduação, pois cada profissional obteve uma formação específica e traz consigo seus conhecimentos técnicos, saberes teóricos e juntos podem mutuamente compartilhar essa sapiência. Os profissionais ao ocuparem o mesmo espaço, participarem de um mesmo grupo podem de forma conjunta, abordando as diversas situações e contribuir para o cuidado dos participantes de forma diversa, beneficiando o usuário que recebe um olhar e cuidado mais integral. Acrescenta-se à essa possibilidade de cuidado integrado a oportunidade de cada um dos profissionais aprender mutuamente, pois o processo de formação é contínuo e independe de instituições, destacando que o ambiente de trabalho também pode ser o de aprendizado, quando se estabelece um fluxo de compartilhamento. Nesta vertente de pensamento podemos encontrar a grade importância de um Programa de Educação pelo Trabalho (PET), papel fundamental para a boa formação de profissionais. Participar de uma equipe, assumir responsabilidades, compartilhar decisões e vivenciar conflitos contribuem para a formação mais ampla e sólida, transgredindo os saberes técnicos específicos de cada área. -Desenvolvimento: O Saber viver é estruturado em dois grupos: um de convivência e outro de estimulação. Geralmente com o grupo de convivência busca-se abordar temas reflexivos pertinentes ao cotidiano, aos processos de vida, relações familiares. Acontece em caráter de roda de conversa na qual um profissional expõe algumas informações sobre um tema e todos podem trazer sua contribuição ou sua dúvida, questionamento, de forma a participar ativamente do seu processo de saúde, estimulando e dividindo experiências. Importante poder participar deste diálogo coletivo onde cada um coloca seus valores, seus conhecimentos sobre o mundo, compartilha um pouco de si, são elementos que contribuem para uma formação mais humanizada. No grupo de estimulação o objetivo é promover a estimulação para que eles continuem ativos, pensantes, participativos, habilidades que contribuem para o tratamento das doenças neurodegenerativas, portanto busca-se trabalhar a memória, a coordenação fina, o raciocínio. Em diversos momentos unem-se os grupos para fazer atividades conjuntas como atividades culturais, movimentação corporal ou de caráter informativo sobre temas de saúde, como câncer de mama, câncer de próstata, saúde da audição ou saúde bucal. Dessa forma o projeto Saber viver além de ser um instrumento de socialização, democratização da cultura e reflexão, também pode cumprir um papel importante na difusão de informações, pois os participantes levam suas novas experiências para seu meio, compartilham com seus familiares, filhos, netos e assim as informações de cuidado, a promoção de saúde tem seu ciclo de ação ampliado, consolidando-se como uma ferramenta de dispersão rica. Também é um dos objetivos do grupo trabalhar com os acompanhantes, mostrando novas possibilidades e a necessidade de existir um tempo para si almejando estar bem para poder cuidar. Portanto há reuniões em que os acompanhantes fazem atividades separadas aspirando trabalhar essas funções. Trabalhar com a equipe e com essa população possibilita aproximação e construção de uma relação de confiança mútua. Os idosos são muito afetuosos o que possibilita a construção de um vínculo muito positivo, permite conversas e trocas de experiências. O grupo Saber Viver realmente promove vida aos seus participantes, consegue trabalhar a saúde em seus aspectos amplos rompendo os paradigmas e desafiando os limites impostos. Evidentemente torna-se virtualmente impossível trabalhar todas as demandas de uma população heterogênea e muitas vezes carente de muitos aspectos, mas expandir a visão e compreender o cuidado ampliado em saúde é fundamental para um real cuidado. Além desses elementos, relacionados à manutenção, prevenção da saúde, ressalto a importância que o trabalho realizado em equipe interprofissional tem para os usuários e para a equipe de saúde. O trabalho na sua interprofissionalidade apresenta muitos desafios, pois o processo decisório feito conjuntamente representa a união dos pareceres de todos os participantes, o produto final é síntese do que a equipe deliberou, independe das vontades individuais, um processo menos hierarquizado, mais coletivo e colaborativo no qual quem mais se beneficia são usuários pois é regido pela diversidade e os profissionais que compartilham conhecimentos e se desenvolvem mutuamente. Aprender em campo esses elementos torna-se imperativo para uma boa atuação e assim poder exercer a função específica de cada área da saúde. -Resultado: Os efeitos percebidos decorrentes da experiência ou resultados encontrados na pesquisa; A vivência no PET e no grupo Saber Viver é enriquecedora e proveitosa, permitindo ampliar as visões de cuidado, os conceitos de equipe e de trabalho em equipe interprofissional. Um dos pontos fundamentais desse aprendizado de trabalho em equipe é o aprendizado de saber se colocar de maneira firme sem conflito e agressão, com seu saber teórico, suas limitações profissionais e indivíduas, suas inseguranças e seus limites, promovendo uma discussão, um embate saudável para o crescimento e um impulso para encontrar-se soluções criativas para problemas reais. Da ótica dos usuários observa-se que há a criação de um núcleo social, no qual o grupo participa como elemento central. Dessa maneira constrói-se uma rede de amizade e de apoio, o grupo Saber Viver proporciona, não apenas cuidados com a saúde em seu conceito estrito, mas no seu conceito amplo, levando em conta o convívio social, vivências culturais, diversão, movimento corporal e reflexões sobre a vida e a existência. Ao observar o trabalho desenvolvido pelo grupo ao longo desse período percebe-se que há animação, felicidade, desafios vencidos e novos a serem conquistados tanto ao avaliar o grupo de idosos como na abordagem da educação pelo trabalho. -Considerações finais: Fazer parte do projeto PET tem sido a cada dia mais importante e mais relevante para minha formação como médico, ampliando a visão e mostrando a diversidade de maneiras que existem para tratarmos da saúde dos indivíduos, retirando o foco da doença e empenhando-se em cuidar da saúde, promover bem-estar, convívio social e estimulação para todos. É preciso saber viver e o saber viver também me ensina a saber viver e trabalhar. |