359: A Gestão dos Processos de Trabalho da Estratégia de Saúde da Família: entre o idealizado e o instituído | |
Debatedor: Eduardo Augusto de Carvalho Lira | |
Data: 30/10/2020 Local: Sala 02 - Rodas de Conversa Horário: 10:30 - 12:30 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
9447 | A REORGANIZAÇÃO DA PORTA DE ENTRADA EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE MARICÁ (RJ): O ACOLHIMENTO A PARTIR DO OLHAR DA EDUCAÇÃO PERMANENTE DEBORAH RODRIGUES DE SOUZA GONCALVES SARDINHA, LEANDRO MARCIAL AMARAL HOFFMANN A REORGANIZAÇÃO DA PORTA DE ENTRADA EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE MARICÁ (RJ): O ACOLHIMENTO A PARTIR DO OLHAR DA EDUCAÇÃO PERMANENTEAutores: DEBORAH RODRIGUES DE SOUZA GONCALVES SARDINHA, LEANDRO MARCIAL AMARAL HOFFMANN
Apresentação: O presente estudo pretende analisar o processo de implantação do Acolhimento, através da Educação Permanente, numa Unidade de Saúde da Família do município de Maricá. O objetivo deste estudo é discutir como ocorre o acesso do usuário aos serviços ofertados pela unidade, identificando os nós críticos durante a organização da porta de entrada pela ordenação do fluxo do acolhimento ao usuário e reorganização do processo de trabalho, e através da percepção do usuário em relação a melhoria no acesso a saúde. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter observacional, a partir do levantamento bibliográfico, análise documental das oficinas de educação permanente e entrevistas com os usuários cadastrados que tenham utilizado algum dos serviços ofertados pela Unidade de Saúde da Família, a partir da implantação do novo modelo de Acolhimento. O estudo será realizado numa Unidade de Saúde da Família, inserida no 1º Distrito do município de Maricá, localizado na região Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro. Nas Oficinas de Educação Permanente, adotou-se a problematização da porta de entrada da unidade através da construção de um Fluxograma de Acesso, identificação dos “Nós” que dificultam o acesso a unidade; identificação das Atribuições de cada membro das equipes; identificação dos profissionais com resistência a mudanças e a reorganização de processo de trabalho; explicação das atribuições da estratégia de saúde da família; apresentação dos modelos de acolhimento à demanda espontânea do Caderno de Atenção Básica n28; e apresentação da proposta do modelo de acolhimento a ser implantado na Unidade. Após as Oficinas de Educação Permanente e as entrevistas com os usuários cadastrados, a unidade instituiu o acolhimento e a classificação de risco para todos os usuários que a procurassem. Assim, observa-se a adequação do novo modelo de acolhimento frente as necessidades de saúde da população e que a qualificação e reorganização do processo de trabalho através do Acolhimento trouxe uma melhoria no cuidado e vinculo com o usuário. |
11581 | A EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO PEÇA FUNDAMENTAL PARA A MELHORA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Francieli Cecconello, Andreia Cristina Dall'Agnol, Paola Franceschi Zanatta, Denise Antunes de Azambuja Zocche A EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO PEÇA FUNDAMENTAL PARA A MELHORA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Francieli Cecconello, Andreia Cristina Dall'Agnol, Paola Franceschi Zanatta, Denise Antunes de Azambuja Zocche
Apresentação: A Reforma Sanitária Brasileira trouxe muitas mudanças no campo da saúde e deixou muitos frutos que são colhidos até hoje. Sendo corroborada com a Constituição Federal de 1988, a possibilidade de uma formação dos trabalhadores em saúde que permitisse atender melhor as demandas de cada região foi um ponto importante. Dentro de alguns anos a proposta da Educação Permanente em Saúde (EPS) também começou a ser debatida em alguns estados. Em 2004, através da Portaria Nº 198/GM Em 13 de fevereiro de 2004, instituiu-se a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como estratégia do Sistema Único de Saúde, demonstrando o reconhecimento por parte da gestão destes serviços da importância da educação em saúde, levando para reflexão o trabalho para melhoria dos atendimentos prestados, seja para promoção, prevenção ou reparação da saúde. Através desta política compreendeu-se melhor sobre a importância do aprendizado no desenvolvimento do trabalho em cada especificidade necessária em determinada região. É sabido que a educação em saúde trata-se de algo quase que insubstituível, visto que no mundo contemporâneo todos os dias surgem mudanças, novas culturas, modos de viver, crenças, características regionais singulares e que a profissional precisa se adaptar a estas mudanças, descobrindo novas realidades, novas formas de realizar melhores práticas tanto de cunho preventivo como na promoção da saúde, a fim de fornecer um atendimento mais integral e eficaz ao indivíduo assistido. A educação em saúde é definida pelo Ministério da Saúde (MS) como um processo de construção de conhecimento em saúde que visa à apropriação temática pela população e um conjunto de práticas do setor que constitui para aumentar a autonomia das pessoas no seu próprio cuidado, bem como no debate com os profissionais e gestores a fim de alcançar uma atenção de saúde de acordo com a necessidade da população atendida. As práticas educativas de educação em saúde envolvem três importantes segmentos prioritários: os profissionais de saúde que valorizam a prevenção e a promoção tanto quanto as práticas curativas; os gestores que apoiem esses profissionais; e a população que necessita construir seus conhecimentos e aumentar sua autonomia nos cuidados, individual e coletivamente. O objetivo dessa proposta é refletir sobre a educação em saúde na Rede de Atenção a Saúde (RAS) no âmbito Primário e Terciário, seu reflexo na melhora da assistência de enfermagem no atendimento ao indivíduo e a população. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência abordando a educação em saúde como meio de melhorar a assistência de enfermagem na rede de atenção a saúde (RAS), na atenção primária em uma unidade básica de saúde de um município do Rio Grande do Sul onde participaram das atividades os Agentes Comunitários de Saúde (RAS) da Estratégia de Saúde IV sobre assuntos pertinentes e que geram muitas dúvidas nas visitas domiciliares, sendo eles o aleitamento materno e câncer de mama e colo de útero e terciária num hospital geral público no oeste de Santa Catarina. Participaram destas atividades os técnicos de enfermagem do turno vespertino no setor da maternidade relacionado aos cuidados a gestação de alto risco. Resultado: A educação em saúde como processo político pedagógico requer o desenvolvimento de um pensar crítico-reflexivo, permitindo desvelar a realidade e propor ações transformadoras que levem a melhora da qualidade do atendimento à saúde individual e coletiva da população assistida pela rede de atenção à saúde (RAS). Os treinamentos realizados na atenção primária levaram em consideração muitas dúvidas prévias dos ACS, sendo estas orientações para a puérpera sobre a duração de cada mamada, comportamento do bebê nos primeiros dias de vida, tempo de vida para o aleitamento materno exclusivo e complementado, benefícios da amamentação e também os prejuízos advindos da introdução precoce de alimentos ou outros tipos de leite para a criança, instruções sobre a pega adequada para uma amamentação eficaz e satisfatória para a mãe e o bebê, alimentação da nutriz, as possíveis dores nos mamilos ou até mesmo lesões, como rachaduras, devido à pega incorreta do bebê e também situações onde há restrições para o aleitamento materno, sejam elas temporárias ou permanentes. Ainda na atenção primária, o segundo treinamento realizado foi sobre o câncer (CA) de mama e de colo de útero, onde também se levou em consideração as dúvidas e questionamentos prévios dos ACS. No tocante ao CA de colo te útero, as principais dúvidas relatadas eram as manifestações dos sinais e sintomas destas doenças, fatores de risco, a prevenção, a importância da realização da vacina do HPV, bem como a importância da prevenção e detecção precoce através da realização do exame citopatológico e também sobre o tratamento de casos já detectados. Já no CA de mama as dúvidas se concentravam nas idades para a realização da mamografia e de ultrassom de mamas e também nos sinais e sintomas que possam detectar alguma alteração na mama. Também se debateu sobre a importância autoexame que pode ser realizado em casa pela mulher e sobre o tratamento depois de estabelecida a doença. Os dois treinamentos se deram de forma expositiva e dialogada, onde muitos materiais foram levados em forma de slides visualizados em power point, vídeos e outros materiais como uma boneca para visualização da pega correta na amamentação, um modelo de uma mama para explanar sobre o CA de mama e outros materiais demonstrativos como um espéculo, espátula e escova cervical para exemplificar a forma de coleta de exame citopatológico. Durante o treinamento realizado na atenção terciária no setor de maternidade os técnicos de enfermagem se mostraram interessados e participativos no treinamento voltado ao atendimento a gestante internada por apresentar uma gestação de alto risco, sendo realizada atividade teórico-prática com utilização de metodologia ativa (MA) como o Arco de Maguerez e o varal do conhecimento que proporcionaram a construção do conhecimento coletivo das melhores práticas de atendimento a gestante internada por complicações clínicas, ampliando o olhar e a técnica de atendimento destes profissionais, proporcionando um pensar mais crítico e criterioso no atendimento prestado e ao mesmo tempo empoderando estes profissionais para auxiliarem a gestante no autocuidado e por fim qualificando o cuidado prestado na atenção terciaria. Considerações: A educação em saúde é prática privilegiada no campo das ciências da saúde enfatizando a busca pelas lacunas de conhecimento dos profissionais, ações direcionadas a qualificação dos processos de trabalho e considerando as especialidades locais e as necessidades do trabalho real. |
11434 | PROJETO MAIS MÉDICOS PARA O BRASIL: “PRIMEIRAS IMPRESSÕES” SOBRE A SUPERVISÃO ACADÊMICA ERIKA RODRIGUES DE ALMEIDA, HARINEIDE MADEIRA MACEDO, JOSÉ CARLOS DA SILVA, ADRIANO FERREIRA MARTINS, ANDERSON SALES DIAS PROJETO MAIS MÉDICOS PARA O BRASIL: “PRIMEIRAS IMPRESSÕES” SOBRE A SUPERVISÃO ACADÊMICAAutores: ERIKA RODRIGUES DE ALMEIDA, HARINEIDE MADEIRA MACEDO, JOSÉ CARLOS DA SILVA, ADRIANO FERREIRA MARTINS, ANDERSON SALES DIAS
Apresentação: Com vistas a superar um cenário de déficit no provimento de médicos na Atenção Primária e a discutir mudanças na formação médica no Brasil, o governo brasileiro criou o Programa Mais Médicos (PMM) em 2013. Desde então têm sido contratados médicos brasileiros e estrangeiros por meio de editais do Ministério da Saúde. De 2013 a 2018 boa parte desse provimento se deu por meio de cooperação com o governo cubano, de onde foram trazidos médicos para atuarem nas regiões de difícil provimento. O desenho do PMM englobava um conjunto de ações educacionais, orquestradas pelo Ministério da Educação, como o Módulo de Acolhimento e Avaliação (MAAv) e a Supervisão Acadêmica (SA). A SA pode ser entendida como o acompanhamento periódico e sistemático aos médicos participantes por outros colegas médicos, formados no Brasil e com registro no Conselho profissional, por meio do qual é concedido apoio pedagógico, realizado de forma presencial e à distância. Dentre as ações desenvolvidas pelos supervisores, estava a orientação sobre o preenchimento do Relatório de Primeiras Impressões (RPI), documento disponibilizado via plataforma UNASUS para preenchimento nos primeiros meses da chegada dos médicos aos seus locais de atuação, com o objetivo de auxiliar o planejamento de trabalho dos supervisores e, ainda, de coletar as impressões dos médicos sobre seus novos locais de trabalho. No período de 2013 a 2019, dos 18.240 médicos que atuaram no Programa, 6.173 (33,8%) preencheram os RPI. Destes, 87,2% estavam alocados em cidades do interior e os demais em capitais. A maioria dos respondentes estava em Unidades de Saúde da região Nordeste, seguidos da região Sudeste e Sul. O RPI consistia em um formulário com perguntas fechadas, relacionadas aos dados pessoais e informações do local de atuação dos médicos (área urbana/rural; atenção à populações específicas – ribeirinha, indígena, quilombola, privada de liberdade, em situação de rua, assentados; participação no PMAQ; vinculação a equipes NASF; acesso ao Telessaúde), e um campo aberto para registro das primeiras impressões dos profissionais. Por meio de análise de Conteúdo categorial-temática (Bardin, 1977) das respostas qualitativas destes profissionais, no que tange às impressões destes sobre a supervisão, 25 médicos apresentaram alguma impressão. Algumas destas tinham caráter de expectativa (positiva) (n=2) quanto à SA, enquanto outras configuraram impressões positivas (n=12) ou negativas (n=11) sobre a atuação dos supervisores. A análise dos relatos permitiu concluir que se a Supervisão participasse do MAAv ou do acolhimento estadual o vínculo entre supervisores e médicos participantes poderiam ser favorecidos e, em certa medida, minimizar a sensação de ‘abandono’ relatada por alguns profissionais. |
6808 | BOAS PRÁTICAS EM SALA DE VACINA: UMA PROPOSTA DE CONSTRUÇÃO DE SABERES E PRÁTICAS SIGNIFICATIVAS NO SUS Helloise Barbosa Nery, Lia Wladia da Silva Sousa, Luiza Vera de Matos Braga BOAS PRÁTICAS EM SALA DE VACINA: UMA PROPOSTA DE CONSTRUÇÃO DE SABERES E PRÁTICAS SIGNIFICATIVAS NO SUSAutores: Helloise Barbosa Nery, Lia Wladia da Silva Sousa, Luiza Vera de Matos Braga
Apresentação: As boas práticas em sala de vacina são um conjunto de orientações e diretrizes a serem adotadas a fim de garantir qualidade de vacinação. Para tal, os processos de formação dos profissionais no contexto da imunização é um fator determinante para garantir a efetividade da política de imunização. A educação permanente em saúde propõe um processo de aprendizagem no cotidiano de trabalho, possibilitando uma construção de saberes significativa e potente para a transformação das práticas de trabalho. Nesse contexto, a dinamicidade dos processos de trabalho no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) aliada a realidade dos serviços e atores do SUS nos conduzem a caminhos de formação contínua com teor apoiado no ensino problematizador, articulando formação com conhecimento na perspectiva de mudanças no exercício profissional. A partir deste ensejo, a necessidade de fortalecimento e qualificação das ações de imunização passa pela dimensão formativa, uma vez que as atualizações de aspectos científicos e técnico operacionais são constantes e faz-se primordial a capacitação dos trabalhadores de sala de vacina para a execução qualificada da política de imunização. Objetivo: Logo, esta experiência teve como objetivo promover atualização dos processos de trabalho em sala de vacina com os trabalhadores da Estratégia Saúde da Família (ESF) de Tejuçuoca (CE), a partir de uma proposta de metodologia ativa de construção de saberes coletivos. Desenvolvimento: O curso aconteceu em agosto de 2019 no município de Tejuçuoca (CE) com carga horária de 40 horas, dividida em dois momentos: presencial (16 horas iniciais com os enfermeiros e técnicos de enfermagem das salas de vacina do município e os médicos, os odontólogos e a equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família juntaram-se ao grupo para as 4 horas finais) e à distância, no qual as equipes reuniram-se para realizar um diagnóstico situacional e elaboração de soluções para fortalecimento da política de imunização em seus territórios. Este momento teórico-metodológico contou com a participação de 43 profissionais. Os assuntos abordados foram: Organização e estrutura da sala de vacina, Situações de emergência em sala de vacina/Imunobiológicos sob suspeita, Gerenciamento de Resíduos de Sala de Vacina, Coberturas vacinais e indicadores, Calendário de Vacinação, Atendimento Antirrábico e Eventos adversos pós-vacinação. As vivências temáticas foram elaboradas a partir de metodologias ativas de ensino-aprendizagem utilizando-se de trabalhos em grupos, círculo de cultura com disparo de palavras geradoras e construção de painel de percepções quanto a dinâmica de sala de vacinação (estrutura, conceitos de imunologia, processos de trabalho, gestão da estratégia, insumos, sistemas de informação, dentre outros), problematização, estudo de casos, exposições dialogadas e avaliação do encontro. Resultado: Na etapa presencial, devido a metodologia empregada, obtivemos participação e representatividade significativa na construção das atividades propostas, uma vez que se procurou miscigenar os atores na perspectiva de formação heterogênea dos grupos de trabalho. Nas temáticas envolvendo os processos de trabalho em sala de vacina, observou-se um desalinhamento conceitual quanto às normativas do Programa Nacional de Imunização, principalmente na estruturação da sala de vacina e no gerenciamento dos resíduos produtos de vacinação. Vale ressaltar que em relação às situações de emergência em sala de vacina, os profissionais estavam bem orientados quanto ao plano de contingência e ao fluxo operacional. Com relação a coberturas vacinais e indicadores, tivemos um excelente momento de trocas e alinhamento quanto à gestão dos indicadores de sala de vacina. A discussão de calendário de vacinação, atendimento antirrábico e eventos adversos pós-vacinação a partir de estudo de casos teve a adição dos demais profissionais da ESF nas quatro horas finais da capacitação, o que fora de grande relevância ao integrarmos os demais profissionais além da enfermagem com o contexto da imunização. Foi unânime o reconhecimento da incorporação destes atores para o fortalecimento das ações de vacinação, ultrapassando os limites físicos da sala de vacinação e promovendo a perspectiva de universalização da política. Em relação às atividades à distância, foram utilizados 3 instrumentos: um “checklist” dos itens correspondentes à estrutura da sala de vacinas, uma matriz SWOT/FOFA (a qual os profissionais puderam apontar as fortalezas, as oportunidades, as fraquezas e as ameaças ao funcionamento do serviço) e uma matriz de plano de intervenção (a qual as equipes propuseram a partir dos instrumentos anteriores soluções para melhor qualificação e fortalecimento da estratégia de vacinação no município). Em relação ao instrumento que trazia o levantamento da estrutura física e insumos de sala de vacina obtivemos: 9 salas de vacina com apenas 01 climatizada e refrigerador adequado (câmara refrigerada), as demais permanecem em temperatura ambiente e acondicionam os imunobiológicos em refrigeradores domésticos; todas as salas possuem equipe de vacinação, bem como as vacinas do calendário vacinal nacional e os insumos são fornecidos em quantidade de acordo com a necessidade de cada território, exceto pela vacina pentavalente que está em situação de desabastecimento no país há alguns meses; as especificações de estrutura física apresentam alguns desacordos com o preconizado pelo Ministério da Saúde, tais como área física, revestimento de teto, piso e paredes, mobiliário, dentre outros. Quanto à matriz FOFA, relatou-se mais veementemente como fortalezas: os processos formativos oportunos, bem como apoio institucional; as oportunidades a serem aproveitadas seriam os encontros entre os profissionais e gestão para dialogar sobre os processos de trabalho, bem como as necessidades, como também, se vê na busca ativa e envolvimento de todos os profissionais uma oportunidade potente para ofertar vacina aos usuários, a utilização do ESUS como sistema de informação de vacinação; as fraquezas apontadas foram a situação de desabastecimento de algumas vacinas, principalmente a pentavalente, a falta de manuais fornecidos pelo MS, não haver um plano de gerenciamento de resíduos de sala de vacina, o Sistema de Informação do PNI não estar em funcionamento; as ameaças apontadas pelas equipes, em especial as que atuam em zona rural, foi o deslocamento para os territórios com vacinas acondicionadas em caixas térmicas sem termômetro, bem como a rede elétrica ser instável e equipamentos não adequados ao acondicionamento dos imunobiológicos. Considerações finais: Estas vivências de partilha e vivências possibilitam o fortalecimento dos processos de trabalho e o empoderamento do trabalho em equipe. Assim, o caminho da construção dos saberes considerando as experiências e o cotidiano de trabalho dos profissionais possibilita transformações das práticas, uma vez que agrega sentido, tornando os grupos de trabalho organizados e qualificados no fortalecimento das ações de vigilância das doenças imunopreveníveis e da Política Nacional de Imunização. |
7044 | CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NA SALA DE IMUNIZAÇÃO EM UNIDADES DA ZONA OESTE, RJ Rayane Barboza de oliveira, maria regina bernardo da silva, halene cristina dias armada e Silva, CAROLINE DA SILVA RIBEIRO, adriana loureiro da cunha, Suzele Soares da Silva de carvalho CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NA SALA DE IMUNIZAÇÃO EM UNIDADES DA ZONA OESTE, RJAutores: Rayane Barboza de oliveira, maria regina bernardo da silva, halene cristina dias armada e Silva, CAROLINE DA SILVA RIBEIRO, adriana loureiro da cunha, Suzele Soares da Silva de carvalho
Apresentação: A Enfermagem dispõe de muita responsabilidade na sala de imunização, sendo de muita importância o conhecimento e as práticas adequadas realizadas pelos profissionais de enfermagem que atuam diretamente na sala de imunização. Objetivo é identificar o conhecimento e práticas dos profissionais que atuam na sala de imunização na Estratégia de Saúde da Família. Metodologia Trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratória, com três Enfermeiros e doze técnicos de quatro unidades de Estratégia de Saúde da Família, localizadas na zona oeste do RJ, após aprovação comitê SMS RJ parecer nº2.510.894Resultado, Observou-se que as áreas físicas das salas de imunização atendem aos critérios do Manual de Rede de Frios e do Programa Nacional de Imunização, e que as atribuições diárias da sala de imunização são feitas somente pelos técnicos de enfermagem e os Enfermeiros são os Responsáveis Técnicos mas nenhum com disponibilidade integral para a função, desenvolvendo também atividades de supervisão e consultas de Enfermagem, pode-se observar dúvidas dos profissionais a respeito do tempo de funcionamento da câmara se ficar sem eletricidade, e na maioria os entrevistados das quatro unidades relataram que apesar de escalados na sala de imunização, podem assumir outros setores de acordo com a demanda. Conclusão Pode-se observar que os profissionais da sala de imunização possuem conhecimento sobre as atividades realizadas, contudo na prática algumas das atribuições dos profissionais não são realizadas de forma satisfatória e de acordo com que é exigido nos protocolos e manuais do Ministério da Saúde, e observou-se o quanto é fundamental que todos os profissionais realizem treinamento em serviço e tenham uma escala fixa na sala de imunização porque mudanças ocorrem constantemente no calendário vacinal. |
11146 | MAPA DA SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL-RS: CONSTRUÇÃO DE FERRAMENTA NA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO Maíra Boeno da Maia, Suzete Marchetto Claus, Cassio de Oliveira, Clanir Leoncio Verdi, Marcos Aurélio Raimann, Leia Cristiane Loeblein Fernandes Muniz, Sulamita Souza Brandão Silva MAPA DA SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL-RS: CONSTRUÇÃO DE FERRAMENTA NA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇOAutores: Maíra Boeno da Maia, Suzete Marchetto Claus, Cassio de Oliveira, Clanir Leoncio Verdi, Marcos Aurélio Raimann, Leia Cristiane Loeblein Fernandes Muniz, Sulamita Souza Brandão Silva
Apresentação: O desenvolvimento de ferramentas de informação em saúde que permitam por meio de dados qualitativos e quantitativos a realização de uma análise visual e consistente das variáveis relacionadas ao processo saúde/doença/cuidado das regiões de um local é muito importante, já que este conhecimento é capaz de subsidiar intervenções como ações de docentes e discentes direcionadas na comunidade e a tomada de decisão de gestores sobre a alocação de recursos com vistas a ampliação da oferta em saúde. O objetivo deste relato é descrever a elaboração de uma ferramenta de informação em saúde na lógica da integração ensino-serviço entre os docentes e discentes da Universidade de Caxias do Sul-UCS e os profissionais da Secretaria Municipal de Saúde, que permitisse apresentar cartograficamente a situação de saúde do município, visando a qualificação do ensino, ações educativas e de gestão. Desenvolvimento: A partir do Programa PET Saúde UCS foi constituído um grupo de trabalho composto por docentes, discentes e profissionais da SMS que se reuniram periodicamente de 2015 a 2018 para estruturação do mapa da saúde. Nesses encontros foram definidos os dados necessários para a reconstrução cartográfica e as unidades de agregação. Na criação dos mapas foi utilizado o software ArcGis (versão 10.0) e técnicas de georreferenciamento e de geocodificação, utilizando mapas coropléticos, em escala de trabalho de 1:290.000 que totaliza o município. Resultado: Foi estruturado um mapa em versão física e e-book denominado Mapa da Saúde do Município de Caxias do Sul, dividido em dez partes, com representações gráficas de indicadores relativos a duas dimensões relacionadas à dinâmica do processo saúde/doença em âmbito municipal. A primeira dimensão diz respeito às características da população em caso de doença ou outro agravo; e a segunda trata de elementos fundamentais para a caracterização da estrutura e produção dos serviços de saúde do município. Considerações finais: O processo de construção do mapa possibilitou o fortalecimento do diálogo e aproximação da academia e serviço de saúde, evidenciou a potência na produção de resultados a partir de trabalho realizado de forma conjunta e interprofissional e se constituiu em um processo de descobertas e de aprendizagem dos participantes. Cabe o desafio de utilização desta ferramenta que poderá auxiliar na definição das prioridades de atenção em saúde, na qualificação do ensino no campo da saúde e no aprimoramento de intervenções direcionadas a comunidade. |
7145 | HORÁRIO DE ATENDIMENTO ESTENDIDO UBSF NO INTERIOR DO ESTADO DO AMAZONAS E SEUS IMPACTOS NA COLETA DO EXAME PAPANICOLAU: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Vitoria Goncalves Borchartt, Quenia Valentim Barbosa, Thayana Oliveira Miranda, Maria Adriana Moreira, Tais Rangel Cruz Andrade HORÁRIO DE ATENDIMENTO ESTENDIDO UBSF NO INTERIOR DO ESTADO DO AMAZONAS E SEUS IMPACTOS NA COLETA DO EXAME PAPANICOLAU: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Vitoria Goncalves Borchartt, Quenia Valentim Barbosa, Thayana Oliveira Miranda, Maria Adriana Moreira, Tais Rangel Cruz Andrade
Apresentação: O exame Papanicolau ou Preventivo, é realizado anualmente e prioritariamente em mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos de idade ou mulheres que já tenham vida sexual ativa antes desta faixa etária. A finalidade é diagnosticar e tratar precocemente o câncer do colo do útero. Um importante papel da atenção básica, é a prevenção de agravos, educação em saúde e o tratamento adequado de doenças. A frequência desejada da realização deste exame ainda não é a ideal e os motivos em muitos casos estão relacionados com o horário do trabalho coincidir com o horário de funcionamento da Unidade Básica de Saúde, dificultando a ida a uma consulta de enfermagem, com a necessidade de cuidar da casa, não ter com quem deixar os filhos ou até mesmo por medo e nervosismo. O resumo tem como objetivo orientar e apresentar aos demais profissionais do âmbito da saúde a importância do atendimento com horário estendido e seus desdobramentos positivos na coleta do exame Papanicolau, no alcance dos indicadores de saúde e na qualidade de vida dos usuários. Desenvolvimento: O Câncer do Colo uterino é uma neoplasia que atinge muitas mulheres no mundo todo e está diretamente ligada aos modos de vida e fatores genéticos. O papel da atenção Básica tem como prioridade a promoção e a prevenção de saúde, a atenção primária é a porta de entrada do Sistema Único de Saúde e deve garantir um atendimento visando a necessidade de cada indivíduo. O Programa de Assistência Integral a Saúde da Mulher visa prevenir os agravos e promover saúde para todas as mulheres do território abrangente de cada Estratégia Saúde da Família, a coleta do preventivo está dentro dessas ações de promoção e prevenção de saúde, auxiliando na detecção das lesões causadas pelo HPV que é o maior causador do Câncer do colo Uterino e outros agravos. Um fator que percebemos que ainda faz muitas mulheres não irem até uma Unidade de Saúde para a realização do exame é a vergonha, nervosismo e a sensação desagradável que muitas mulheres relatam durante a coleta. Observou-se também que poderiam existir outros fatores para a não realização do exame através de uma busca ativa por arte das ACS do território buscando o relato das pacientes justificando o motivo da ausência para a coleta, a partir daí a equipe decidiu se mobilizar para se adequar a rotina destas mulheres facilitando seu acesso ao exame. Os dados obtidos para a realização do relato são frutos da experiência profissional adquirida da autora como enfermeira assistencialista em uma Estratégia Saúde da Família no Município de Tefé, no Estado do Amazonas, durante um dia de atendimento com horário estendido até as 20 horas, quando o normal seria pela manhã das 7 às 11 e pela tarde das 13 às 17 horas. Durante o atendimento no erodo noturno, permaneceram na Unidade a enfermeira assistencialista, uma técnica de enfermagem, uma recepcionista e duas agentes comunitárias de saúde para a organizando das mulheres por ordem de chegada A diferença do comportamento das pacientes enquanto aguardavam no corredor foi notória, as mesmas relatavam não se sentir pressionadas, nem envergonhadas por outros pacientes que sabiam que elas estariam aguardando para realizar o exame e o principal, não houve pressa por parte das pacientes durante a coleta pois o horário flexível lhes permitiam permanecer por mais tempo na Unidade sem correr o risco de se atrasar para outro eventual compromisso. Além da realização do preventivo no horário noturno, também houve a oferta de teste rápido para todas as pacientes que iriam realizar o exame, uma estratégia ainda mais eficaz no diagnóstico precoce de ISTs. A finalidade do horário expandido de trabalho foi alcançar as mulheres que não poderiam realizar o exame em horário comercial ou que elas pudessem deixar os filhos em casa com alguém que já tivesse retornado do trabalho e realizar o exame na unidade outras preocupações. Resultado: O resultado da experiência de trabalho fora do horário da carga horária normal foi muito gratificante, alcançando assim o objetivo de captar mulheres que ainda não haviam realizado o exame Papanicolau por motivos de estarem trabalhando ou impossibilitadas de irem até a unidade, o mais importante, além de tudo, é que a experiência mostrou que um atendimento humanizado e de qualidade fortalece o vínculo do profissional com a comunidade, estabelece laços de confiança e promove um ambiente propício para a troca de experiências, é o momento perfeito para quebrar paradigmas e tabus acerca da realização do exame Papanicolau e outros assuntos que norteiam a intimidade feminina. O horário flexível de acesso a uma consulta de enfermagem confirmou que existem diversos fatores para as mulheres não comparecerem para o momento da coleta, e que há também outros fatores que limitam o comparecimento para o exame, visto que a cobertura não foi 100%. Considerações finais: Diferentes estratégias podem ser aderidas para o melhor atendimento da população de cada área adstrita enfatizando a ideia de que a busca ativa das mulheres para a coleta do preventivo é essencial para que haja uma cobertura efetiva em relação ao programa saúde da mulher na Estratégia Saúde da Família de cada município, é necessário que busquemos soluções para as individualidades focando na promoção da saúde. Observamos que com o atendimento de enfermagem em um horário mais flexível, as pacientes se sentiram muito mais confortáveis para realizar o exame, houve troca de experiência entre as mulheres, educação em saúde sobre o tema no corredor da unidade enquanto a coleta estava sendo realizada, houve oferta de teste rápido e um número considerável de mulheres compareceu para o exame, resultado este que certamente motivará outros profissionais a realizarem a mesma estratégia e possivelmente sensibilizará gestores e coordenadores de saúde para ampliar a perspectiva do atendimento ao público visando na realidade suas necessidades, criando assim um atendimento ao ser humano, estabelecendo uma relação onde há respeito de ambas as partes sobre nossas limitações, nossas condições sociais, étnicas e culturais. |
9589 | OS IMPACTOS POSITIVOS COM A ATUAÇÃO DE UMA GERENTE NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE LOURIVAL PIRES NO MUNICÍPIO DE TEFÉ/AM Larissa Marjorie, Maria Adriana Moreira OS IMPACTOS POSITIVOS COM A ATUAÇÃO DE UMA GERENTE NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE LOURIVAL PIRES NO MUNICÍPIO DE TEFÉ/AMAutores: Larissa Marjorie, Maria Adriana Moreira
Apresentação: O presente resumo tem o objetivo de relatar as mudanças ocorridas na Unidade Básica de Saúde (UBS) Lourival Pires em Tefé com o início da administração de uma gerente. A UBS Lourival Pires é composta por duas equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) e se divide em duas áreas, e cada equipe possui uma enfermeira, um médico, um técnico de enfermagem e nove Agentes Comunitários de Saúde (ACS), possui também duas equipes de saúde bucal, e cada uma é composta por um dentista e um técnico de saúde bucal, além desses profissionais a unidade também possui um técnico de enfermagem para procedimentos realizados internamente, um técnico vacinador, uma recepcionista, dois microscopistas, um agente de endemias e uma auxiliar de serviços gerais. Esses profissionais eram os únicos que compunham o quadro de funcionários até a chegada de uma gerente na UBS. Na unidade trabalhamos hoje com o Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) que é uma ferramenta que proporciona conforto, rapidez, e facilidade para todo tipo de atendimento. O trabalho de um gerente dentro de uma instituição é de suma importância, pois é através desse trabalho que se consegue organizar diversos aspectos que são essenciais para melhorar o atendimento ao indivíduo necessitado, seja dentro da área da saúde ou não. Um profissional que executa diversas funções ao mesmo tempo sempre será prejudicial ao bom andamento de uma instituição, e devido a necessidade de se ter uma pessoa para administrar de maneira integral as Unidades e prover melhor atendimento à população é que foram contratados os gerentes para as UBS em Tefé. Desenvolvimento: A partir do final do mês de outubro de 2019 a UBS Lourival Pires passou a ser administrada por uma gerente, antes a Unidade funcionava sob a coordenação de profissionais enfermeiros. A enfermeira que administrava a UBS não conseguia realizar um trabalho com eficiência, pois a mesma não tinha tempo para se dividir entre duas funções, hora estava atendendo ao paciente e outra hora tinha que dar conta de várias outras atribuições, como verificar a falta de material, resolver problemas na recepção, fazer reuniões, planejar ações com sua equipe, entre outras situações. O acúmulo de atribuições sob responsabilidade da enfermeira causava uma falha no processo de trabalho da unidade, além de afetar o bom atendimento aos pacientes. Com a chegada da gerente na Unidade começaram a haver grandes mudanças, inicialmente foi um impacto para todos, pois todos estavam acostumados com o modelo antigo de gerenciamento e isso causou para alguns até mesmo descontentamento, porque a partir de então passaram a ser mais cobrados e supervisionados com maior rigor. A gerente iniciou as mudanças com a cobrança rigorosa do cumprimento na carga horária de trabalho, pois muitos funcionários chegavam atrasados e faltavam e não davam justificativas pelo atraso e pela falta, os médicos não cumpriam o horário, ao terminarem mais cedo o atendimento saiam da unidade antes do horário determinado, outra mudança foi no horário de visita dos ACS que antes realizavam visitas com maior ênfase apenas pela parte da manhã, e a tarde ficavam na unidade muitas vezes realizando algum trabalho e outras vezes ociosos, apenas cumprindo horário, e raramente iam na área verificar alguma situação, ela então determinou que todos deveriam começar a realizar visitas também à tarde e que não deveria ficar nenhum deles na Unidade, com isso a produção dos ACS aumentou e melhorou a demanda deles em área na visita aos pacientes. Outra mudança feita foi com relação a folga dos funcionários que antes acumulavam folgas para tirar tudo de uma vez, e dessa forma se ausentavam da unidade por muito tempo prejudicando assim a produção do seu trabalho, devido isso as folgas passaram a ser tiradas imediatamente para não haver o acumulo delas. Com relação ao atendimento aos pacientes a gerencia reformulou a questão do agendamento, antes os pacientes eram agendados em um dia especifico, mesmo já havendo o uso do PEC, como por exemplo, o agendamento para consulta odontológica, que era realizada uma vez por mês, e para as pessoas conseguirem uma vaga era preciso que muitas vezes fossem em alta madrugada para a frente da UBS, e agora elas são agendadas a qualquer momento que chegam na unidade, pois o sistema possui agenda para agregar a quantidade de pessoas necessárias. Tivemos também uma mudança com relação ao tipo de atendimento diário, antes na Unidade existia dia estipulado de atendimento para todos os programas, exemplo, na segunda era realizado o pré natal, na terça a puericultura, e assim sucessivamente, isso não era bom porque muitas vezes os pacientes não retornavam mais para a consulta, agora os pacientes são atendidos em qualquer dia, seja gravida, hipertenso etc. O horário de triagem e atendimento também sofreram alterações, devido os pacientes chegarem ao mesmo tempo na unidade, hoje quando são agendados é repassado para cada um o horário que devem estar na UBS, e esse horário é coordenado através do sistema que possui tempo determinado para o início do atendimento, com essa mudança os profissionais atendem em tempo integral, e com isso também diminuiu o acumulo de pessoas dentro da UBS. Hoje também a gerente ajuda aos enfermeiros na resolução de grandes demandas que são enviadas pelas coordenações de saúde, planeja conosco as ações e se responsabiliza por conseguir os matérias necessários, responsabiliza também os ACS e demais membros da equipe na realização das atividades, e executa outros trabalhos que eram atribuições apenas do enfermeiro, com isso passamos a ter mais tempo para atender ao paciente. Resultado: A administração da UBS Lourival Pires através de uma gerente tem proporcionado grandes mudanças no âmbito da saúde da população, apesar de no início ter sido um grande impacto para todos os profissionais que compõem a unidade, todos agora entendem que as mudanças foram necessárias para melhoria tanto nossa quanto dos nossos usuários. Essas mudanças transformaram o local de trabalho em um ambiente mais organizado e acolhedor, e hoje somos referência como unidade que tem proporcionado grandes melhorias para a saúde da população de nossa área e muitos usuários de outras áreas tem procurado atendimento em nossa UBS, pois sabem de alguma forma como estamos atendendo e também querem ser atendidos por nós. Para nós profissionais foi um passo muito importante, pois antes não conseguíamos trabalhar de maneira satisfatória o atendimento ao paciente, e nem conseguíamos realizar com eficiência todas as ações, hoje podemos perceber a grande satisfação da equipe e principalmente dos pacientes que adentram os nossos consultórios, onde ouvimos frequentemente relatos de pessoas que dizem: “como está diferente o atendimento nessa UBS, antes demorava dias para ser atendido, vinha várias vezes tentar uma vaga para consulta e agora tudo está mais fácil e rápido”. Considerações finais: É uma grande satisfação ver as mudanças ocorridas na Unidade Básica de Saúde Lourival Pires, que proporcionou um bem estar para os profissionais e para os usuários, e é perceptível a grande importância de um gerente que esteja a frente de tudo para organizar de maneira eficiente esse trabalho. |
7872 | REUNIÕES DE EQUIPE: CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOCLINICA INSTITUCIONAL PARA O PLANEJAMENTO E GESTÃO NA ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA Ronye de Lourdes Pinheiro de Souza Faraco, Ana Clementina Vieira, Lucia Cardoso Mourão, Miller Alvarenga Oliveira, Samara Messias de Amorim REUNIÕES DE EQUIPE: CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOCLINICA INSTITUCIONAL PARA O PLANEJAMENTO E GESTÃO NA ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIAAutores: Ronye de Lourdes Pinheiro de Souza Faraco, Ana Clementina Vieira, Lucia Cardoso Mourão, Miller Alvarenga Oliveira, Samara Messias de Amorim
Apresentação: estudo que traz como objeto a dinâmica das reuniões de equipe em uma unidade da Saúde da Família, que vem se configurando como um novo processo de trabalho, e sua repercussão na gestão, na assistência e na formação dos futuros profissionais. planejar e gerenciar tem sido importantes instrumentos para a organização na Estratégia Saúde da Família. É neste contexto que surgem as reuniões de equipe que tem como característica os momentos de diálogos, nos quais é possível elaborar planos de atendimento para indivíduos e famílias. Neste estudo representado por uma Unidade Básica da Estratégia da Saúde da Família, campo prático para alunos de medicina, enfermagem, nutrição, odontologia e psicologia, semanalmente os profissionais e alunos se reúnem para definir suas ações de trabalho. Nesse dia, chamado de dia da reunião de equipe, o atendimento é temporariamente suspenso, fato que incomodava a primeira autora, gerente destas unidades, ao ter como pressuposto que as reuniões de equipe se configuravam como aquele dia em que os profissionais embora sejam remunerados para estar atuando não comparecem ao trabalho autorizados por um acordo informal da chefia. Trazia como inquietações como ocorria o desdobramento destas reuniões com relação ao processo de trabalho, a assistência aos usuários e a formação dos futuros profissionais. Objetivo: investigar a análise das implicações dos profissionais de saúde, alunos e gestão com as reuniões de equipe semanais; descrever as mudanças que as reuniões de equipe estão imprimindo no processo de trabalho da unidade de saúde-escola; propor, a partir dos resultados da pesquisa, a elaboração de um projeto com estratégias que indiquem possibilidades para um novo processo de trabalho no planejamento e gestão nas unidades de ESF. Método: Trata-se de uma pesquisa intervenção com abordagem qualitativa, trazendo como referencial teórico metodológico a Análise Institucional com aproximações dos pressupostos da socioclínica institucional. O estudo será realizado nos anos de 2019 a 2021. A socioclínica institucional consiste em intervenções que envolvem atividades de análise de grupo, acompanhamento das práticas profissionais e atividades de pesquisa. Trabalha com oito características, sem que as mesmas tenham uma ordem pré-definida, mas sim entendendo seu movimento de entrelaçamento que podem ser percebidos nos depoimentos dos participantes durante o processo de intervenção. São elas: a análise da encomenda e da demanda; a participação dos sujeitos no processo de intervenção; as transformações que se produzem à medida que o trabalho de intervenção avança; a aplicação da restituição que devolve os resultados provisórios do trabalho aos participantes; a análise das implicações do pesquisador e dos participantes; a intenção de produzir conhecimento; a atenção aos contextos e às interferências institucionais nas quais estão implicados os pesquisadores e os outros participantes; o trabalho dos analisadores. O cenário escolhido foi uma unidade da ESF, localizada em um município serrano do Estado do Rio de Janeiro. Como participantes escolhe o médico, o enfermeiro, o nutricionista que atuam como preceptores e profissionais da ESF e também dois alunos do internato de medicina, dois alunos de enfermagem, dois alunos de nutrição e a gerente/pesquisadora da unidade de saúde. Os dispositivos de produção de dados são o diário para análise das implicações pessoais, afetivas, profissionais e ideológicas do pesquisador com a temática do estudo e seis encontros nos moldes da socioclínica institucional. Os dados serão coletados junto aos participantes após aprovação pelo CEP, respeitando-se as Resoluções nº 466/2012 e nº 510/2016. O diário foi iniciado com a entrada do pesquisador no mestrado e trata-se de uma ferramenta de intervenção que tem o potencial de produzir um movimento de reflexão da própria prática, possibilitando a análise das implicações do pesquisador, pressupondo a não neutralidade do mesmo no processo de pesquisar. A análise e a discussão dos resultados do estudo serão elaboradas a partir do referencial teórico metodológico da análise institucional e literatura que aborda a temática. Resultado: parciais: os resultados aqui apresentados correspondem aos relatos da pesquisadora em seu diário de pesquisa. A análise destes relatos, permitiu identificar que depois de sua entrada no mestrado e do conhecimento dos conceitos da análise institucional, mudanças começaram a ser identificadas em sua prática como gestora com relação a percepção sobre as reuniões de equipe e seus desdobramentos na assistência e na formação dos profissionais. A análise das implicações da pesquisadora, apontaram que ao iniciar o mestrado a mesma tinha uma posição bastante positivista com relação as reuniões de equipe. Como gestora, entendia que fechar a unidade e conferir maior importância as reuniões de equipe que ao atendimento ao usuário vinha se contrapor aos princípios da ESF e da humanização da assistência. Porém, a medida que colocava em análise suas implicações ao escrever seus sentimentos, medos, e posicionamentos no diário, os pré-conceitos com relação as reuniões de equipe foram se modificando. Relata a pesquisadora em seu diário, que quando chegava nas reuniões de equipe se apresentava como gerente, mas a medida que se apropriava de novos conhecimentos, começou a se apresentar como profissional de saúde e aluna de mestrado. A partir desta mudança de postura, os diálogos fluíram com maior facilidade e alguns problemas puderam ser identificados, sendo um deles a falta de conhecimento dos profissionais sobre o conceito da educação permanente em saúde. Os debates levaram a construção de um conceito coletivo a saber: A Educação Permanente na Saúde consiste na utilização de estratégias para construir de forma contínua soluções que auxiliem no bom funcionamento do serviço e gerar novos conhecimentos a partir dos problemas do dia a dia. Outra questão abordada foi a perda de identidade da comunidade devido as mudanças frequentes de seus moradores, o que levou os participantes a pensarem em estratégias sobre o problema da individualização na comunidade. Com relação ao processo de trabalho refere a pesquisadora que as reuniões de equipe, tem ampliado o conhecimento dos profissionais sobre os problemas da comunidade, favorecendo a organização de suas agendas de maneira a melhor atender aos usuários. Enfatiza em seu diário, que a reunião de equipe torna-se um espaço de grande aprendizado para os futuros e atuais profissionais do serviço. Considerações parciais: Podemos afirmar que os resultados apresentados a partir do diário da pesquisadora, sinalizam para uma aproximação com os objetivos do estudo e apontam para mudanças no processo de trabalho dos profissionais de saúde, ao favorecer que práticas instituintes sejam incorporadas no cotidiano da ESF. Os resultados revelam também que o referencial teórico metodológico da análise institucional, favoreceu a aceitação das novas práticas pela gerência, ao trazer um novo olhar para o planejamento em saúde. Finalizamos deixando para reflexões que o modelo vertical de gerenciamento e gestão não cabe mais na realidade atual e concordamos com os idealizadores da política de Educação Permanente e da Estratégia de Saúde da Família ao apontar que o diálogo, o compromisso, a participação e vontade da equipe e comunidade são os principais favorecedores de uma formação e assistência humanizadas. Pretende-se como produto elaborar um projeto com estratégias que indiquem diretrizes para a formação na tomada de decisões, liderança, administração, comunicação e gerenciamento na ESF, para alunos e profissionais de saúde a partir das inovações no processo de trabalho, desenvolvido nas reuniões de equipe. Descritores: Ensino em Saúde; Reunião; Gestão em Saúde; Estratégia Saúde da família |
9740 | OFICINA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA ELABORAÇÃO DE BOLETINS DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE Marcela Bella Lopes, Benedito Carlos Cordeiro OFICINA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA ELABORAÇÃO DE BOLETINS DE VIGILÂNCIA EM SAÚDEAutores: Marcela Bella Lopes, Benedito Carlos Cordeiro
Apresentação: Trata-se de uma atividade desenvolvida utilizando a estratégia de educação permanente cujo objetivo foi aplicar uma proposta educacional como prática capaz de melhorar a qualidade no desenvolvimento de boletins informativos de vigilância em saúde (VS) com os quinze municípios sob a jurisdição da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Leopoldina, Minas Gerais (MG) no ano de 2019. Pelo fato de coordenar a VS estadual desenvolvo práticas capazes de fortalecer o processo de descentralização das ações de vigilância. A iniciativa teve a orientação do segundo autor para que juntos fôssemos capaz de qualificar a elaboração dos boletins informativos que faziam parte do rol de indicadores estaduais do Programa de Monitoramento das Ações de Vigilância em Saúde (Promavs). Os participantes dessa oficina foram os coordenadores municipais de VS, coordenador de VS e as referências técnicas de programas pertencentes vigilância epidemiológica e sanitária estadual, num total de 23 pessoas. Desde 2018, já estavam sendo elaborados quadrimestralmente boletins com apoio de manual teórico, sendo que a confecção dos mesmos, em alguns municípios, não permitia atingir uma avaliação satisfatória e em outros municípios não se compreendia a proposta do indicador. No terceiro trimestre de 2018, tivemos o seguinte resultado quanto a elaboração do material: sete municípios foram avaliados com nota acima de 9, quatro com desempenho entre 7 e 9 e quatro com avaliação abaixo de 7, sendo o último insatisfatório. A oficina definida contou com a participação dos 15 municípios. Forma divididos em três grupos de 5 municípios, cada qual com dois mediadores estaduais. Cada um dos coordenadores envolvidos trazia em mãos o último informativo avaliado 6 meses antes. Organizamos três momentos distintos, sendo que no primeiro foi realizado um rodízio dos boletins para compartilhar ideias e trocar experiências. No segundo tempo, os apoiadores foram fazendo intervenções orientando como selecionar o melhor tema, focando na realidade territorial com um olhar diferenciado do profissional de saúde. Na terceira e última fase, cada grupo teve um tempo para expor os pontos positivos da troca de experiência e a aprendizagem que estavam levando para aplicar in locu. Ao final do semestre, foram avaliados os boletins, sendo que obtivemos os seguintes Resultado: treze municípios com avalição acima de 9 pontos, um com desempenho entre 7 a 9 pontos e somente um com avaliação abaixo de 7 pontos. Diante da estratégia desenvolvida foi possível constatar que a técnica adotada de educação permanente teve impacto maior do que orientações tradicionais utilizadas em períodos anteriores. A educação permanente pode ser utilizada como ferramenta de melhoria na dinâmica de trabalho no que se refere à divulgação de análise de problemas territoriais junto aos profissionais de saúde. |
9761 | APOIO MATRICIAL E EDUCAÇÃO PERMANENTE: ENCONTROS ENTRE SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO BÁSICA Davi Cruz Miranda, Christiane Alves Abdala, Letícia da Mota Neri APOIO MATRICIAL E EDUCAÇÃO PERMANENTE: ENCONTROS ENTRE SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO BÁSICAAutores: Davi Cruz Miranda, Christiane Alves Abdala, Letícia da Mota Neri
Apresentação: O NASF, proposto pelo Ministério da Saúde em 2008, a princípio como Núcleo de Apoio à Saúde da Família e alterado em 2017 para Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica, traz sem sua concepção uma oferta de cuidado integral com a ampliação do escopo de ações das equipes de saúde, melhoria na qualidade e capacidade resolutiva, contribuindo para o fortalecimento da Atenção Básica enquanto ordenadora do cuidado. Recentemente esse dispositivo estratégico foi totalmente desarticulado, deixando inclusive de ser financiado pelo Ministério da Saúde que não mais cadastrará equipes NASF, ficando a critério da gestão municipal a organização, manutenção e forma de atuação das equipes multidisciplinares na Atenção Básica. Nosso objetivo neste trabalho não é discutir os arranjos políticos, mas compartilhar experiências exitosas que foram e continuam sendo desenvolvidas a partir do referencial teórico-metodológico do Apoio Matricial, considerando as duas importantes dimensões de atuação do NASF, clínico-assistencial e técnico-pedagógica. Destacamos assim uma ação em Educação Permanente envolvendo NASF, CAPS, Residência Multiprofissinal em Atenção Primária à Saúde, estágio do curso de Psicologia e equipes de Saúde da Família com o tema Saúde Mental. A partir de observações das rotinas de trabalho, leituras, discussões e solicitações das eSF, consideramos a importância da sistematização e aprofundamento sobre a questão da Saúde Mental na Atenção Básica. A proposta, com o objetivo de desconstruir alguns mitos e valorizar o cuidado a partir das tecnologias leves, foi desenvolvida em duas Unidades de Saúde da Família de diferentes territórios do município litorâneo do Estado de São Paulo. O primeiro território situa-se em área de morro, com difícil acesso, alta vulnerabilidade e poucos equipamentos públicos, e contou com encontros articulados pelo NASF e estágio de psicologia; o segundo território situa-se em área periférica distante da orla, caracterizado também pela alta vulnerabilidade, mas com um número considerável de equipamentos públicos, e teve seus encontros articulados pela Residência Multiprofissional, NASF e CAPS. Foram utilizadas metodologias ativas visando a participação de todos os profissionais das eSF. Os encontros foram planejados e avaliados. Algumas dificuldades se apresentaram de forma congruente nas equipes, assim também como algumas potencialidades. Importante ressaltar que as principais ferramentas para o cuidado utilizadas pelos profissionais na Atenção Básica encontram-se no campo das tecnologias leves, mas esses profissionais não as legitimam como instrumentos de trabalho, sendo necessária uma forma de compreensão e valorização dessas tecnologias. Nos remetemos a Merhy para pensarmos como os lugares “agir-trabalhador” e “agir-usuário” podem ser experienciados pelas equipes. Trabalhador e usuário disputam o cuidado, tecem o cuidado nos encontros produzidos em ato, nesta perspectiva, as experiências buscaram revelar os processos destes encontros tocando no lugar de usuário dos trabalhadores. Debatemos a capacidade criativa destes encontros, produzidos tanto nos encontros com usuário como na própria educação permanente, pensando um cuidado que nos libertasse da escravidão da técnica. É o domínio da razão da técnica que buscamos discutir nestes espaços, considerando o cuidado em saúde mental a partir da produção de autonomia do usuário, valorizando a escuta, seus desejos, suas dificuldades e potencialidades. |
10202 | UM RELATO DE EXPERIÊNCIA: SUPERVISÃO LOCORREGIONAL NO MUNICÍPIO DE CASTANHAL- PARÁ. Mauricia Melo Monteiro, Leidiana de Jesus Silva Lopes, Fernanda Andreza de Pinho Lott Figueiredo UM RELATO DE EXPERIÊNCIA: SUPERVISÃO LOCORREGIONAL NO MUNICÍPIO DE CASTANHAL- PARÁ.Autores: Mauricia Melo Monteiro, Leidiana de Jesus Silva Lopes, Fernanda Andreza de Pinho Lott Figueiredo
Apresentação: O Programa Mais Médicos-PMM, foi instituído em 2013 por meio da Lei nº 12.871, com a finalidade de suprir a carência de médicos em todas as regiões do país, em especial regiões remotas e de difícil acesso e no âmbito do programa foi criado o Projeto Mais Médicos para o Brasil (PMMB). Nesse contexto a supervisão acadêmica compõem o eixo educacional do projeto fortalecendo o ensino-serviço e apoiando a qualificação dos profissionais participantes. A supervisão prevê momentos presenciais e longitudinais. Os momentos presenciais podem ser individuais (supervisão in loco) ou coletivos (supervisão locorregional) e, em casos especiais, ocorre a supervisão longitudinal por interação virtual que deve ser intercalada com as visitas presenciais. A supervisão locorregional caracteriza-se pelo encontro dos diversos atores que compõem o programa, destacam-se o tutor acadêmico, o supervisor, o médico participante e o gestor municipal além do apoio institucional do Ministério da Educação (AIMEC) a nível local. O objetivo deste trabalho é descrever a experiência vivenciada na realização da supervisão locorregional no município de Castanhal/Pará. Desenvolvimento: A Supervisão Locorregional reveste-se de particularidades por ser um fórum que oportuniza congregar os diferentes atores de determinados territórios que guardam semelhanças e diferenças em seu perfil epidemiológico. Este evento da supervisão pedagógica do PMMB, em Castanhal, município do estado do Pará, distante 80 Km da capital, Belém, afora ser coletivo e ensejar a troca de experiências exitosas e das dificuldades entre as diferentes Equipes e locais, propicia também momentos intimistas entre os diversos protagonistas: médicos, gestores, tutores, apoiadores e supervisores do PMMB. A Educação Permanente está presente e é sempre bem recepcionada. Os saberes, sempre direcionados pelas necessidades elencadas pelos médicos são acrescentados, tanto no manejo como na abordagem dos diversos programas da Atenção Primária a Saúde. Há concomitante, um aperfeiçoar, um enriquecimento no relacionamento dos diversos componentes por meio das Oficinas e Rodas de Conversa, pois mesclados em um time pela diversidade há potencialmente a facilidade de arguir-se, com sucesso, a quem de direto e de conhecimento. Resultado: Na avaliação, efetuada no período de 04 (quatro) anos, no pós Locorregional imediato, observou-se que elos foram solidificados, dúvidas sanadas, acordos foram estabelecidos, apoiamentos foram acolhidos e resultaram em mudança de postura. A aproximação com os gestores, tutores e apoiadores gera no médico do PMMB, o efeito de pertencimento e de valoração de seu ofício, como integrante, inserido e participe de uma equipe da Estratégia Saúde da Família – ESF. Probante desta assertiva são as palavras mais referidas nas avaliações no período supracitado sobre a Supervisão Locorregional: Aprendizagem, Transparência, Valorização, Motivadora. Considerações finais: Os encontros de supervisão locorregional tem demonstrado ser um momento enriquecedor não somente na promoção e articulação entre os atores, mas também na troca de experiências e percepções das vivencias de saúde-doença em suas regiões de saúde. |
8433 | APOIO PAIDEIA NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DE NATAL Bianca Caroline Noronha Sousa Barbosa, Natália Nogueira Medeiros, João Batista Cardoso Amaral Filho, Ana Carolina Rios Simoni APOIO PAIDEIA NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE DE NATALAutores: Bianca Caroline Noronha Sousa Barbosa, Natália Nogueira Medeiros, João Batista Cardoso Amaral Filho, Ana Carolina Rios Simoni
Apresentação: A experiência aqui relatada vincula-se a um projeto de extensão desenvolvido por estudantes de psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Natal (RN) em 2019. Propõe-se contribuir com o fortalecimento da Atenção Básica (AB) do município via oferta de um espaço de apoio institucional às equipes dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), à medida que abre-se um importante espaço de formação para os estudantes envolvidos. A AB é considerada estratégica para a melhoria da atenção em saúde e o desenvolvimento social do país. Tem a promoção de saúde e prevenção de agravos como funções prioritárias e caracteriza-se pela oferta de cuidado no território, que levam em consideração os determinantes sociais da saúde, tecendo um cuidado que se opera no cotidiano e, portanto, dialoga com as necessidades de saúde da população. O NASF foi criado por meio da Portaria nº 154/2008, com o propósito de ampliar a abrangência e resolutividade da AB, mediante o apoio matricial a equipes de saúde da família. O compartilhamento e transferência de tecnologias de cuidado, a integração das equipes (de referência e de apoio matricial) no acompanhamento das demandas dos usuários e a corresponsabilização são fundamentais para desempenhar a função apoio. Para tanto, a equipe apoiadora tem seu trabalho organizado nas dimensões técnico-pedagógica e clínico-assistencial, a fim de transformar o processo de trabalho da AB, efetivando a integralidade, universalidade e equidade em saúde. A cidade do Natal, capital potiguar, conta desde 2010 com três NASF distribuídos nos distritos sanitários Norte I, Norte II e Oeste, regiões com vazios assistenciais e maior vulnerabilidade social. Desde sua implantação, o curso de Psicologia da UFRN realiza apoio institucional às equipes e supervisiona a inserção de estagiários do sétimo ao décimo período da graduação nos contextos de atuação das mesmas. Por dois anos, essa dinâmica foi interrompida e no primeiro semestre de 2019 foi retomada pela entrada de estagiários e, concomitantemente, houve o reinício do espaço de apoio aos NASF, agora intitulado Espaço Paideia, inspirado no método descrito por Campos. Aqui objetivamos compartilhar os efeitos percebidos na experiência do Espaço Paideia, durante o ano de 2019, em relação ao fortalecimento da função apoio nas equipes de NASF participantes. Nesse percurso, foram colocadas em discussão fragilidades, potencialidades e desafios do processo de trabalho, além dos impasses para a efetivação da função apoio junto à ESF. Para tanto, articulam-se nesta experiência três ferramentas teórico-metodológicas e ético-políticas amplamente utilizadas no campo das políticas públicas de saúde e nos estudos em saúde coletiva: o método Paideia, a EPS e a função apoio. O método Paideia envolve a cogestão, contrariando a perspectiva hierarquizada e burocratizada das relações de saber e poder que marcam o trabalhar em saúde. Proporciona uma nova forma de operar dos coletivos ao articular os afetos, saberes e poderes na construção de um comum. Propõe a democratização da fala, a interdependência dos sujeitos e a abertura às diferenças para transformar o trabalho. A EPS é entendida como um processo educativo que analisa a instituição Saúde, na busca por aprender com as relações construídas no cotidiano do SUS. Demanda a construção de espaços coletivos entre os trabalhadores, mobilizando diferentes realidades à reflexão e avaliação, para produzir saberes significativos capazes de viabilizar transformações no trabalho em saúde. O apoio, como função, parte da perspectiva de gestão participativa e pretende transformar o modelo de gestão, as práticas assistenciais e os afetos que atravessam o fazer profissional. Apoiar significa estar ao lado, compartilhar problemas e forjar coletivamente tecnologias para abordá-los, lógica que se sustenta mediante vínculos e a corresponsabilização. Parte-se da perspectiva de que não há quem domine todo o conhecimento, são as experiências e as vozes dos diversos atores envolvidos no processo de trabalho que geram soluções para operar as transformações almejadas. Mais do que transferir conhecimentos, o apoiador facilita a construção coletiva. Nessa perspectiva, ofertamos um espaço de apoio institucional para as equipes de NASF, estruturou-se com uma agenda de encontros mensais entre alunos do projeto de extensão, estagiários de psicologia, residentes multiprofissionais em atuação nos NASF, a coordenação e os trabalhadores dos três NASF. Por meio de instrumentos técnico-pedagógicos, os profissionais foram convidados a narrar experiências de seu cotidiano de práticas e problematizá-las junto aos indicadores da qualidade do processo de trabalho do NASF. Para sustentar a função apoio, nos parece importante experimentar espaços em que se é apoiado, pois o apoio não se restringe a uma habilidade técnica, mas implica em uma posição na relação ao outro, a partir do compartilhamento e da construção coletiva dos saberes e fazeres. Os primeiros encontros de apoio foram marcados por discursos desesperançosos, analisadores das tensões presentes nas relações entre os trabalhadores. Na relação com as equipes de ESF, as tensões residem na dificuldade de serem reconhecidos na função apoio, o que se mostra na crescente demanda por atendimentos individuais por área profissional endereçada aos NASF. Operar a partir da visão integral do sujeito, da interdisciplinaridade na construção das ofertas em saúde e da priorização da função de apoio matricial tem sido cada vez mais difícil, segundo relatam os participantes. Na relação com a gestão, as tensões decorrem do empuxo à reprodução da lógica ambulatorial e da valorização quantitativa de atendimentos por área profissional, reforçados pelo imaginário social acerca do trabalho em saúde. Estes pontos surgiram a partir de um analisador emergente no espaço de apoio: a reiterada menção dos participantes à dificuldade de quantificar e mostrar o impacto do trabalho do NASF na saúde da população e à falta de reconhecimento de seu trabalho por parte da gestão. Ao longo do processo de apoio aos NASF foi possível experimentar a circulação de afetos, vínculos potentes entre os participantes e a pactuação de objetivos compartilhados. Notou-se que o discurso desesperançoso, aos poucos, foi dando lugar à construção de alternativas para a reorganização do cotidiano. Os participantes passaram a olhar as dificuldades como problema compartilhado, fortalecendo os intercâmbios entre as equipes e abrindo novas possibilidades do agir coletivo, a resistência e a criação. Neste ponto, reside a potência do Espaço Paideia: possibilitar a discussão sobre o contexto de trabalho no SUS por trabalhadores, e trazer à tona questões subjetivas produzidas nesse entremeio. Ao se gestar um dispositivo de apoio em que se cuida da subjetividade, se instituem novas práticas produtoras de saúde e se resiste à lógica verticalizada de gestão em saúde. A partir da experiência supracitada, conclui-se que o espaço de apoio institucional construído tornou-se um lugar em que os trabalhadores puderam se fortalecer enquanto sujeitos e enquanto coletivo, por meio do reconhecimento dos desafios e das possibilidades do contexto vivenciado, e também repensar e reconfigurar suas práticas, enquanto apoiadores das equipes de ESF. A função apoio tem se presentificado nesta experiência como aprendizagem constante de estudantes e trabalhadores. Assim, destacamos a relevância desse espaço na formação em Psicologia, ao experimentarmos a potência da EPS junto aos trabalhadores, acessando suas experiências e problematizando as práticas de saúde. Através disso, podemos reconhecer e potencializar as nossas vozes frente à correlação de forças estabelecida, para criar novas formas de pensar e agir garantindo o direito à saúde. |
11017 | ATENÇÃO INTEGRAL À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE VÍTIMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE: CONSTRUINDO LINHAS DE CUIDADO JESSICA PINHEIRO CARNAÚBA, ANA KAREN PEREIRA DE SOUZA, HIPÁCIA FAYAME CLARES ALVES, LUCENIR MENDES FURTADO MEDEIROS, MAGNA GEANE PEREIRA DE SOUSA, JORDANNA CORREIA DE ARAÚJO, ANTÔNIA NORMA TECLANE MARQUES LIMA, MIRLLA UCHÔA LEAL, KÁTIA RANGELLY ALVES DE OLIVEIRA ATENÇÃO INTEGRAL À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE VÍTIMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE: CONSTRUINDO LINHAS DE CUIDADOAutores: JESSICA PINHEIRO CARNAÚBA, ANA KAREN PEREIRA DE SOUZA, HIPÁCIA FAYAME CLARES ALVES, LUCENIR MENDES FURTADO MEDEIROS, MAGNA GEANE PEREIRA DE SOUSA, JORDANNA CORREIA DE ARAÚJO, ANTÔNIA NORMA TECLANE MARQUES LIMA, MIRLLA UCHÔA LEAL, KÁTIA RANGELLY ALVES DE OLIVEIRA
Apresentação: Entender e mensurar as consequências da exploração sexual a crianças e adolescentes constitui-se em uma tarefa complexa, tendo em vista que conhecimento desse tipo de violência se baseia, em grande parte, em relatos de usuários de forma isolada que procura assistência profissional. Além disso, os programas de graduação e educação permanente exibem lacunas diante das demandas e necessidades relacionadas ao enfrentamento da exploração sexual e seu manejo. Apesar de ser reconhecida a necessidade de capacitação de profissionais e gestores em relação à condução dos casos de violências sexuais contra crianças e adolescentes, esse processo não exibe continuidade, havendo a necessidade dda construção de planos de capacitação profissional. A gestão do cuidado integral objetiva assegurar o princípio da integralidade através da gestão de Redes de Atenção à Saúde. Dessa forma, a coordenação pela APS requer definição do itinerário do usuário ao longo da RAS com base na avaliação da equipe de saúde da família, fluxos instituídos e a interrelação entre os níveis de atenção, possibilitando a construção de planos de cuidado pelas equipes. No contexto da Atenção Primária a Saúde e da diversidade de famílias e pessoas vivendo as mais diversas situações, surgem casos de difícil manejo por parte da equipe, que muitas vezes, requer conhecimento ampliado e trabalho cooperativo por vários pontos da Rede de Atenção a Saúde. Nesse sentido, o presente estudo busca relatar a construção de uma linha de cuidado/ itinerário terapêutico construído a partir da necessidade de capacitar a equipe para o manejo de casos de exploração sexual a criança e ao adolescente em uma Unidade Básica de Saúde da Zona Rural de Mombaça no Ceará, a partir das dificuldades percebidas pela equipe em relação as condutas intersetoriais a serem estabelecidas. Desenvolvimento: O estudo realizado durante os meses de maio e junho de 2018. A linha de cuidado para o problema sugerido consiste na atenção integral à criança e adolescente vítima de exploração sexual, a partir da rede de assistência à saúde dialogando com a rede intersetorial. Nesse sentido, a linha de cuidado construída pautou-se nas principais literaturas do Ministério da Saúde relacionadas a temática, bem como, a partir de um diagnostico situacional local, em que foram identificados os principais equipamentos que constroem as redes de assistência do município de Mombaça. Para a construção dessa linha de cuidado, houve a participação da equipe para sua construção e aperfeiçoamento. Resultado: A linha de cuidado construída apresenta o fluxo assistencial para os casos de exploração sexual a criança e adolescente. Partindo do acolhimento como primeiro passo com escuta ativa, sem julgamentos, censuras ou acusações, visando estabelecer uma relação de confiança entre os profissionais e toda a família. Faz-se necessário uma postura empática, na tentativa de desenvolver uma compreensão do contexto da situação de violência que atinge a família, bem como as possíveis consequências físicas e emocionais para seus integrantes. É relevante valorizar o relato da família e das adolescentes. Vale ressaltar a importância da equipe multidisciplinar para auxílio do caso. Outro fator importante consiste na capacitação da equipe para atender esse tipo de caso, mostrando uma postura acolhedora e fortalecedora de vínculos, com porta de entrada aberta e facilitação dos atendimentos em caso de qualquer necessidade. São consensos fundamentais a serem estabelecidos: “ética, privacidade, confidencialidade e sigilo, especialmente quando da confirmação da violência sexual”. O segundo passo consiste no atendimento, onde é importante a detecção precoce e tratamento de qualquer doença instalada, além da prevenção e profilaxia de Infecções Sexualmente Transmissíveis e outras alterações, inclusive as psicológicas e relacionadas ao sofrimento mental. O profissional nunca deve agir sozinho, devendo ocorrer o acionamento da rede de cuidado e de proteção social no território. É necessário também, estabelecer um plano de atenção, com o correto preenchimento de um prontuário único pelos diferentes profissionais envolvidos no atendimento. Desde o início é importante a participação de um suporte psicológico para entender a gravidade da situação. Entre os principais fatores para avaliar a gravidade da suspeita ou confirmação de um caso de violência sexual estão: características da agressão, estado geral, perfil dos autores da violência e perfil familiar. No atendimento clínico é importante realizar anamnese e exame físico, em uma conduta singularizada, respeitando a autonomia dos indivíduos, solicitar exames laboratoriais, além de realizar testes-rápidos, bem como, checar a situação vacinal, realizando em caso de necessidade e profilaxias. Agir também com condutas de promoção da saúde e prevenção de agravos. Oferecer a realização do exame ginecológico para detecção de IST, sinais de violência e outras alterações, além do envolvimento da rede de atenção social. O terceiro passo da linha de cuidado consiste na notificação, com o preenchimento da ficha de notificação e encaminhamento ao Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes. O caso deve também ser comunicado ao Conselho Tutelar, de forma mais ágil possível, ficando uma cópia da ficha de notificação anexada ao prontuário da usuária, além do acesso a outros canais de comunicação sobre violência como o Disque 100 Disque Denúncia Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, através do e-mail disquedenuncia@sedh.gov.br e o Disque 180 (Centro de Atendimento à Mulher). Cabe salientar que a notificação aos órgãos competentes é dever profissional, em caso de suspeita de violência sexual, amparado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Quando a suspeita ou o caso de violência contra a criança ou adolescente é confirmado, a notificação é obrigatória, devendo ser realizada em três vias, sem prejuízo de outras providências legais, segundo. Como último passo descrito na linha de cuidados, dá-se seguimento na rede de cuidados e proteção social. Nesse momento são estabelecidos fluxos internos de atendimento, os encaminhamentos necessários, agendamentos e realização de interconsultas, estabelecendo uma frequência para retornos. Ainda são importantes, o agendamento de visitas domiciliares, realização e avaliação dos resultados de exames complementares, reuniões intersetoriais e da equipe de saúde com a finalidade de avaliar a evolução e o prognóstico clínico e social do caso, seguimento às consultas psicológicas com acompanhamento constante, para que se possa garantir eficácia nas ações de proteção, de cuidados e de prevenção. Nesse sentido, é importante o seguimento das usuárias em ações de proteção social básica que devem ser desenvolvidas nos CRAS. Os CREAS devem prestar serviços continuados às famílias onde há violação de direitos, devendo promover a integração, recursos e outros meios necessários. O Conselho Tutelar deve zelar para que os serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e emprego, cumpram suas funções para cumprimento efetivo dos direitos de crianças e adolescentes. E a comunidade escolar também deve participar desse processo, almejando a proteção das adolescentes. Considerações finais: Pode-se concluir que para a APS exercer seu papel de organizadora da Rede de Atenção a saúde é necessário o conhecimento por parte dos profissionais sobre os cuidados, fluxos e rotinas a serem realizados junto as famílias de cada território e, então intervir de maneira a contemplar as vulnerabilidades existentes. Nesse sentido, a construção da linha de cuidado possibilitou a compreensão da equipe sobre as condutas e fluxos a serem realizados nos casos de exploração sexual a criança e adolescente. |
8251 | CONHECIMENTO DAS GESTANTES SOBRE ALEITAMENTO MATERNO POR MEIO DA ESCALA KNOWL NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA Julia Florentino de Barros, Cássia Leoneuza Augusto Julio, Gabrielle C Costa, Marialda Moreira Christoffel CONHECIMENTO DAS GESTANTES SOBRE ALEITAMENTO MATERNO POR MEIO DA ESCALA KNOWL NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIAAutores: Julia Florentino de Barros, Cássia Leoneuza Augusto Julio, Gabrielle C Costa, Marialda Moreira Christoffel
Apresentação: A interrupção precoce da amamentação tem sido relacionada à falta de informação e conhecimento materno sobre as vantagens do aleitamento materno, suporte inadequado diante das complicações, além da atuação da mulher no mercado de trabalho e às fragilidades das políticas públicas para o aleitamento materno. É fundamental que a gestante precise ser assistida e amparada para que possa exercer o papel social de mulher-mãe-nutriz, para o sucesso da amamentação, desde o início do pré-natal. Objetivo: Descrever o conhecimento das gestantes acerca do aleitamento materno, por meio da escala Knowl durante a consulta de pré-natal em uma unidade Estratégia de Saúde da Família. Método: Estudo descritivo realizado com 20 gestantes durante a consulta de pré-natal em uma Estratégias Saúde da Família no Município de MacaéRJ. Foi utilizado a escala Knowl que é um instrumento que objetiva medir o nível de conhecimento da mulher sobre aleitamento materno, é composto por 26 itens com respostas dicotômicas, do tipo verdadeiro ou falso, de forma que se pode obter um escore total de zero até 26 pontos, sendo que quanto mais próximo de 26, maior o conhecimento da mulher acerca da amamentação. Considerou-se conhecimento adequado quando as respostas foram mais próximas da totalidade de acertos. Assim, aquelas mulheres que acertaram mais de 80% das respostas foram consideradas com conhecimento adequado, aquelas com conhecimento entre 60 e 80%, com conhecimento intermediário sobre o aleitamento materno, abaixo disso, com conhecimento inadequado. A escala inclui aleitamento materno, abaixo disso, com conhecimento inadequado. A escala inclui questões sobre os componentes do leite materno, diferenciação entre leite materno e fórmula, colostro, práticas, benefícios e mitos da amamentação, entre outros. Contém 16 questões verdadeiras, e dez falsas. Resultado: A média de idade das gestantes 23.3 anos; idade gestacional 33.5 semanas. A maioria (20) das gestantes acertaram entre 60 e 80%, com conhecimento intermediário sobre o aleitamento materno. Considerações finais: A escala Knowl possibilita aos profissionais da saúde mensurar o conhecimento das mulheres acerca do aleitamento materno podendo oferecer subsídios para viabilizar a prática e o direcionamento de ações de educação em saúde no pré-natal e nas consultas de seguimento após o parto. [1] Graduanda do 5° período do Curso de Enfermagem e Obstetrícia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Professor Aloísio Teixeira. Email: juflorbarros(@gmail.com). Bolsista. PIBICCNPQ. Projeto Multicêntrico: Aleitamento materno exclusivo: determinantes sócio culturais. 2. Graduanda do 8° período do Curso de Enfermagem e Obstetrícia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Professor Aloísio Teixeira. E-mail: (cassialaj@gmail.com). Bolsista. PIBICCNPQ. Projeto Multicêntrico: Aleitamento materno exclusivo: determinantes sócio culturais. 3. Graduanda do 3° período do Curso de Nutrição. Universidade Estácio de Sá. Cabo Frio. E-mail: gabriellenit@gmail.com. Voluntaria do Projeto Multicêntrico: Aleitamento materno exclusivo: determinantes sócio culturais no Rio de Janeiro. 4. Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Associada do Curso de Graduação em Enfermagem e Obstetrícia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Professor Aloísio Teixeira. Orientadora e Coordenadora do Projeto Multicêntrico: Aleitamento materno exclusivo: determinantes sócio culturais. . Email: (marialda.ufrj@gmail.com) |
8364 | A IMPORTÂNCIA DO CUIDADO INTEGRAL REALIZADO POR ACADÊMICOS DE MEDICINA JUNTO À ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA Luisa Sousa Machado, Natã Silva dos Santos, Laís Débora Roque Silva, Marcelo Henrique Sousa Nunes, Lucas Alves Freires, Fernando Holanda Vasconcelos A IMPORTÂNCIA DO CUIDADO INTEGRAL REALIZADO POR ACADÊMICOS DE MEDICINA JUNTO À ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Luisa Sousa Machado, Natã Silva dos Santos, Laís Débora Roque Silva, Marcelo Henrique Sousa Nunes, Lucas Alves Freires, Fernando Holanda Vasconcelos
Apresentação: Constitucionalmente cabe ao Estado elaborar ações voltadas à proteção a vida, promoção da saúde, prevenção e organização da prestação de cuidados às pessoas. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) vem se fortalecendo como um dos principais instrumentos governamentais de proteção à vida dos cidadãos, desempenhando duas funções básicas: saúde pública e assistência aos doentes. Nessa perspectiva, a Política Nacional da Atenção Básica (PNAB), conforme a portaria do Ministério da Saúde deliberada no ano de 2017 estabeleceu diretrizes que contemplem os princípios da Lei orgânica 8080/90 e que dinamizem o cuidado com os pacientes na atenção primária, dentre eles a integralidade do cuidado e a resolutividade, princípios relacionados aos serviços prestados pela equipe de saúde a fim de suprir as necessidades da população adscrita por meio da articulação de diversos meios - de cunho individual ou coletivo - objetivando a resolução dos problemas de saúde dessa população. Outrossim, vinculado ao SUS, vigora o Programa Nacional de Imunizações (PNI) instituído em 1973 e regulamentado pelo Decreto N° 78.231 de 1976 que preconiza uma concepção de caráter preventivo pautada no controle e na erradicação de doenças através da vacinação. Sua relevância se dá, por exemplo, em risco de meningite a qual pode gerar transtornos significativos à saúde do acometido, como déficit cognitivo ou motor e atrofia muscular severa; prevenindo o assistido de tais sequelas ao impedir a infecção. Logo, o intuito deste estudo figura no relato de experiências associadas às intervenções realizadas no caso de uma família contendo dois pacientes com sequelas decorrentes de uma meningite bacteriana visando contribuir com uma melhoria na qualidade de vida desses. Ademais promover o cumprimento dos princípios dispostos na PNAB de 2017 quanto à integralidade e à resolutividades das complicações enfrentadas por esses usuários. Método: Trata-se de um relato de experiência fundamentado em atividades de educação em saúde sobre a importância do cuidado integral, englobando ainda atividades assistenciais que atendem aos princípios da resolutividade e da integralidade, com uma família atendida por ações da Estratégia Saúde da Família na Unidade Básica de Saúde Manoel Maria Dias de Brito, município de Araguaína, Tocantins no contexto da disciplina Práticas em Saúde I ministrada aos acadêmicos do primeiro período do curso de Medicina da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Para o desenvolvimento do presente trabalho adotou-se como recurso metodológico o Arco de Maguerez, uma estratégia de ensino/aprendizagem para o desenvolvimento da problematização, que consta de cinco etapas decorridas a partir da realidade social: observação da realidade, definição dos pontos-chave, teorização, hipóteses de solução e aplicação à realidade. Iniciando pela observação da realidade durante um estágio dia 28 de outubro de 2019 no território da UBS em questão, onde se observou as condições da família, bem como dos dois pacientes com sequelas de meningite. Os pontos-chave foram definidos logo após a observação da realidade. Em uma segunda visita domiciliar solicitou-se verbalmente a autorização para relatar o caso destes pacientes no dia 11 de novembro de 2019. A partir da teorização chegou-se a algumas hipóteses de solução para a aplicação à realidade no dia 27 de novembro de 2019; com prévia apresentação de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para os familiares explicando seus direitos, o modo de uso das informações, os objetivos dessa pesquisa, a garantia de sigilo e a autorização da família para desenvolver a pesquisa com os pacientes. Resultado: Após observação ativa da realidade vivida pela família, através de visitas domiciliares acompanhadas pela Agente Comunitária de Saúde (ACS) da região, os estudantes constataram dois pacientes com sequelas de meningite bacteriana ocorridas na infância, o Caso 1 e o Caso 2. Notou-se em ambos um déficit referente à resolução das adversidades concernentes às sequelas de meningite, onde o Caso 1 tem total dependência da família apresentando incapacidade de verbalização, com episódios de epilepsia e espasmos musculares que resultam em colisões com as paredes e com a proteção da cama, gerando lesões; apresenta também atrofia nos membros inferiores e superiores, enquanto o Caso 2 possui apenas o membro superior direito atrofiado, sem alterações cognitivas. A infecção bacteriana primária, gerou maiores esforços em relação à assiduidade de neurologistas e de fisioterapeutas e da atualização do receituário – dificuldade relatada pela família devido à realização do acompanhamento com médicos especialistas tendo custos arcados de modo particular, além da falta de acompanhamento fisioterápico há anos. Seguindo a metodologia proposta pelo Arco, alguns pontos cruciais foram traçados para que as intervenções fossem incisivas para a conveniência tanto da família quanto dos acadêmicos. Dentre eles a atrofia dos membros, a falta de acompanhamento especializado e a atualização do receituário foram pontos notados pelos discentes como essenciais para integralização e resolutividade do cuidado. Como o Arco de Maguerez consiste em cinco etapas, também foi elaborado uma teorização em relação às patologias apresentadas pelos pacientes, uma vez que esse aprendizado gera intervenções mais específicas. Para isso as intervenções envolveram orientações quanto ao leito do paciente (acerca da altitude da cama e da estrutura de proteção no entorno), aos procedimentos requeridos para acesso às medicações prescritas, ao encaminhamento a um fisioterapeuta e a um neurologista, a doação de um colchão pneumático, a visita de um fisioterapeuta ao pacientes na residência da família em questão e a um terapeuta ocupacional. Dessa forma, a realização do Arco gerou impactos circunstanciais tanto na família, que teve atendimento domiciliar com uma equipe multiprofissional e instruções quanto a melhoria e o conforto de vida do paciente, quanto para os discentes, uma vez que essas ações teórica/práticas aproximam a comunidade acadêmica da civil, além disso essa ferramenta, corrobora no cumprimento dos princípios da integralidade e resolutividade propostos na PNAB. Considerações finais: Ao se comparar os pontos-chave definidos e as hipóteses de solução propostas valida-se um resultado satisfatório quanto à melhoria na qualidade de vida de ambos os alvos desta pesquisa, uma vez que as orientações consoantes ao leito foram atendidas, bem como as receitas foram atualizadas e os encaminhamentos feitos. Apesar da espera pelas sessões de fisioterapia, o impacto provocado pela perspectiva de melhora no quadro do Caso 2 foi notório nas lágrimas da mãe. Não obstante, os empecilhos encarados no processo de aquisição do colchão e na procura por redução do atrito do jovem acamado com as estruturas de proteção do leito durante suas convulsões cooperaram com o aperfeiçoamento da capacidade de contornar situações desfavoráveis e de trabalhar em equipe ao permitir resoluções mais viáveis em virtude do alto custo requerido para executar o acolchoamento destas estruturas (hipótese inicialmente pensada), somado ao recurso financeiro demandado pelo colchão; fato resolvido com a sugestão de reforma da cama como um todo aceita pelos familiares e com a doação do último. Tais intervenções contribuíram, ainda, na formação acadêmica, profissional e pessoal dos discentes envolvidos tendo em vista a concretização do disposto na legislação regulamentadora das ações em saúde e a repercussão positiva desse feito no cotidiano dos usuários assistidos, além da evidente articulação entre a comunidade acadêmica e os profissionais atuantes nesta unidade básica de saúde com a finalidade de amparar estes jovens. |
9603 | ENSINO DA APLICAÇÃO DO TESTE RÁPIDO DE HIV PARA ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE SOCIOCLÍNICA INSTITUCIONAL Carlos Henrique Pacheco, Lucia Cardoso Mourão, Ana Clementina Vieira de Almeida, Isabel Cristina de Moura Leite ENSINO DA APLICAÇÃO DO TESTE RÁPIDO DE HIV PARA ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE SOCIOCLÍNICA INSTITUCIONALAutores: Carlos Henrique Pacheco, Lucia Cardoso Mourão, Ana Clementina Vieira de Almeida, Isabel Cristina de Moura Leite
Apresentação: Pela Constituição Federal de 1988, todo e qualquer cidadão brasileiro, têm garantidos seus direitos e, entre eles, estão a dignidade humana e o acesso à saúde pública devidamente regulamentados. O Brasil possui legislação específica que ampara os grupos mais vulneráveis como os homossexuais, as mulheres, os negros, as crianças, os idosos e os portadores de doenças crônicas infecciosas e de deficiências, quanto ao preconceito e à discriminação de qualquer natureza. No setor saúde, o cuidado as pessoas suscetíveis as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como um direito à saúde, deve ser realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) à toda a população. Entre as ações para a efetivação desse direito, está a aplicação do teste rápido como uma estratégia de captação de pessoas expostas ao risco de adoecer por estas morbidades e seu devido encaminhamento as instâncias de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde. As ISTs são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, transmitidas principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma ISTs pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. O tratamento adequado para as pessoas com ISTs melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão dessas infecções. Este relato aborda a práticas de ensino aprendizado referentes ao teste rápido do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), envolvendo preceptor, docente e alunos de graduação em enfermagem. A realização deste teste ainda é um desafio a ser vencido nos serviços de saúde em consequência do número reduzido de profissionais habilitados técnica e emocionalmente para o desenvolvimento desta atividade e, principalmente, de uma incipiente organização de uma linha de cuidado que possibilite o acolhimento dos pacientes antes, durante e após a realização do teste. Refere o primeiro autor, que em sua prática como profissional de saúde e preceptor, desenvolvia junto à população, grupos educativos sobre a prevenção das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Nestes grupos, participavam alunos do 8º período de enfermagem de uma universidade pública, que cursavam a disciplina de estágio supervisionado. Com a inserção do Teste rápido do HIV na atenção básica, houve mudanças no processo de trabalho e o primeiro autor, as estendeu aos referidos estudantes de graduação de enfermagem, no 2º semestre de 2019, em uma unidade da Estratégia da Saúde da Família, no município de Niterói. O objetivo é descrever a experiência de um processo coletivo de ensino aprendizagem envolvendo acadêmicos de enfermagem, profissionais de saúde, docente e preceptor na realização do teste rápido do HIV. Desenvolvimento: Durante a implementação do teste rápido na unidade, o primeiro autor, procurou introduzir os alunos de enfermagem nas abordagens teóricas e práticas necessárias para o controle dos casos de ISTs, como: seus principais conceitos, sua epidemiologia e as estratégias de controle na atenção básica. O trabalho educativo junto aos graduandos, foi desenvolvido juntamente com a docente da universidade e alguns profissionais da unidade. Com relação a técnica de realização do teste rápido, esta foi amplamente debatida nos encontros, para ser desenvolvida nas consultas de enfermagem. Durante os encontros pode-se perceber as dificuldades dos alunos de enfermagem quanto aos conhecimentos necessários para a abordagem dos usuários que tiveram seus resultados positivos em HIV. Percebia-se que os alunos tinham como expectativas, o desenvolvimento de habilidades técnicas com relação ao teste rápido, em detrimento de um olhar ampliado para as necessidades de saúde do indivíduo, visando a utilização de abordagens que permitissem acolher o paciente em um momento de grande fragilidade. Resultado: Após a realização de quatro encontros, abordando diferentes aspectos das ISTs, com a professora, os alunos e a equipe de profissionais de saúde, conseguiu-se identificar alguns aspectos que necessitavam ser melhor trabalhados durante a formação e também na prática dos profissionais dos serviços a saber: a necessidade do conhecimento prévio dos determinantes sócio-econômico-político-cultural do adoecimento dos pacientes que procuram a unidade para o teste rápido; o aprimoramento de práticas de escuta qualificada a todos que procuram o serviço; a segurança no manejo da aplicação dos testes, no acolhimento durante e pós teste, e o necessário entrosamento da equipe multiprofissional para o suporte imediato nos casos positivos. As reflexões durante os encontros permitiram uma maior aproximação entre a academia e serviços, o que se constituiu em um grande aprendizado para os envolvidos. Além disso, a realização dos encontros, evidenciando as necessidades de aprendizado dos alunos nas ações que envolvem desde a recepção, a aplicação do teste rápido e entrega dos resultados aos pacientes, permitiu pensar que muitas situações podem ser transformadas coletivamente. Este pensar, vem da possibilidade da aplicação naquele espaço de uma metodologia participativa que utilizando-se dos conceitos da Análise Institucional em sua abordagem Socioclínica Institucional, poderá abrir espaço, para a continuidade dos debates em busca da qualificação da formação e das práticas profissionais. O desafio desta experiencia será a implantação de um espaço permanente de discussão entre preceptores, docentes, alunos da graduação em Enfermagem e profissionais de saúde da unidade, para promover reflexões sobre o seu papel e a forma como exercem sua função técnica e educacional e identificarem quais estratégias e recursos são necessários para que o processo de trabalho seja satisfatório, eficaz e com qualidade para prestar o melhor serviço ao usuários do SUS. Considerações finais: Destacamos que esta experiência permitiu revelar algumas fragilidades no processo formativo, evidenciadas pelo comportamento dos alunos de graduação em enfermagem nas ações relacionadas ao teste rápido do HIV. Como potencialidades pode-se pensar que se estas fragilidades foram colocadas em análise coletiva contando com a participação de docentes, preceptores e alunos, pode-se abrir espaço para a análise das implicações com as instituições que atravessam o ensino e os serviços, possibilitando um repensar sobre o cuidado integral à saúde. Recomenda-se a continuidade dos encontros neste cenário, com a utilização da proposta teórico metodológica da Análise Institucional nos moldes da Socioclínica Institucional, para ampliar o conhecimento de como lidar com situações de crise nos casos positivos para HIV, identificados no pós-teste rápido. |
9833 | A OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE COMO TÉCNICA MEDIADORA PARA A QUALIFICAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA. Vanessa de Souza Amaral, Tiago Ricardo Moreira, Rennan Lanna Martins Mafra, Clayver Viktor Moreira de Azevedo, Alvino de Souza Amaral, Deíse Moura de Oliveira A OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE COMO TÉCNICA MEDIADORA PARA A QUALIFICAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA.Autores: Vanessa de Souza Amaral, Tiago Ricardo Moreira, Rennan Lanna Martins Mafra, Clayver Viktor Moreira de Azevedo, Alvino de Souza Amaral, Deíse Moura de Oliveira
Apresentação: O Sistema Único de Saúde (SUS) tem como ideário a reestruturação do modelo de atenção à saúde no Brasil, ancorado em seus princípios doutrinários – universalidade, integralidade e equidade. Neste contexto, inseri-se a importância da Atenção Primária à Saúde (APS) como a coordenadora do cuidado, tendo a Estratégia de Saúde da Família (ESF) como reorientadora do modelo assistencial em saúde. Assim, coordenar o cuidado pressupõe a necessidade de propor desenhos inovadores na organização do processo de trabalho, bem como as relações entre profissionais e usuários, tornando assim a organização do trabalho em saúde um pilar capaz de fortalecer a qualidade da assistência e o acesso aos serviços. Definir a melhor forma de atuar sobre essa organização do processo de trabalho torna-se um desafio para a consolidação das práxis no SUS. Neste contexto a observação participante apresenta- se uma técnica de investigação que possibilita elucidar a realidade do trabalho em saúde sob diversas perspectivas. A eficácia desta técnica vem sendo reconhecida, sobretudo em situações em que são estudadas para compreender o cotidiano dos individuos na realidade social em que vivem, como é o caso da presente pesquisa. Portanto, objetiva-se descrever a experiência com a utilização da observação participante como técnica de coleta de dados para a construção de competências para a qualificação do processo de trabalho em saúde junto aos profissionais que atuam na Estratégia Saúde da Família de um município da Zona da Mata de Minas Gerais. Desenvolvimento: Pesquisa de natureza qualitativa com fundamentação teórico-metodológica da pesquisa-ação, inscrita no Programa de Mestrado Profissional em Ciências da Saúde de uma universidade pública de Minas Gerais e intitulada “A construção de competências para a prática do Acolhimento com profissionais da Estratégia Saúde da Família: uma pesquisa-ação”. A primeira etapa da investigação se pautou na observação participante como técnica de coleta de dados e ocorreu de março a novembro de 2019 na APS de um município localizado na Zona da Mata de Minas Gerais, que possui 4.047 habitantes (IBGE, 2010) e uma área territorial de 83.038 km². O mesmo possui gestão plena da Atenção Básica, com 100% de cobertura da ESF, perfazendo duas equipes de saúde que atuam na zona urbana e rural do município. No âmbito da APS inscrevem-se duas equipes da ESF, duas de saúde bucal, um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), um laboratório de análises clínicas e uma famárcia, totalizando 56 profissionais da saúde. Os dados coletados por meio da observação participante foram analisados por meio da técnica de Análise de Conteúdo temática. A presente investigação obteve a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos da instituição pública à qual os pesquisadores estão vinvulados, inscrita sob o parecer N° 2.879.646/ CAAE: 96401018.3.0000.5153. Resultado: foram realizadas 108 horas de observação participante, de segunda a sexta-feira, em horários e períodos alternados, com 45 profissionais da APS, de diferentes categorias. Tal observação se deu no contexto do processo de trabalho de cada categoria profissional e do trabalho em saúde como um todo. A observação participante exigeu um olhar intencional e cuidadoso, uma vez que se fez sobre uma rotina diária, dinâmica, composta por muitos atores, relações e diálogos. A fim de direcionar o foco da observação foi construido um roteiro pela equipe da pesquisa, com base nas diretrizes do Acolhimento, inscritas no âmbito da Política Nacional de Humanização do SUS, a saber: descrição de tempo e espaço (descrição); perpectiva histórica (a história do local reflete os sentidos e significados construídos no ambiente observado); ambiente físico (permite compreender a organização, utilização e otimização de espaços e materiais, a infraestrutura e condições de trabalho); gestão e formação (o desenho conformacional da organização esboça o perfil de suas ações); atividades propostas e desenvolvidas (compreende se o perfil das atividades corresponde à demanda observada e emergida); envolvimento Humano (o modo como os participantes interagem molda a maneira como se comportam em um ambiente, se estabelecem e desenvolvem suas ações). O diário de campo foi utilizado como ferramenta para registrar as observações e percepções do pesquisador detalhadamente, assim como os diálogos estabelecidos com os atores sociais envolvidos na observação. Os registros realizados continham descrições, falas, reflexões e impressões do pesquisador. A observação participante constituiu-se como técnica fundamental para o estabelecimento de vínculo e confiabilidade entre a pesquisadora principal e os participantes da pesquisa. Viabilizou saber ver, exercitar a escuta qualificada, falar no momento adequado e usar todos os sentidos para compreender as subjetividades e intersubjetividades emergidas. Após vivência e análise dessa etapa da pesquisa foi construído um diagnótico dos nós relacionados ao processo de trabalho observado, com destaque para alguns pontos mais críticos: o viés identitário da APS no municípios; os fluxos de serviços e a fragmentação do cuidado; a ambiência fragilizada; a comunicação ineficaz; deficiências na formação profissional; a densidade tecnológica desfavorecida e a falta de planejamento das ações. Estes desafios foram definidos como “nós”, que na prática diária diminuem a qualidade do serviço prestado e afeta eixos importantes na consolidação do processo de trabalho em saúde. Após esse reconhecimento e análise alcançada pelos pesquisadores realizou-se uma oficina com todos os profissionais, a fim de apresentar, refletir, problematizar e validar cada nó inscrito no processo de trabalho e identificado por meio da observação participante, momento importante para o encaminhamento das demais etapas da pesquisa-ação. Considerações finais: evidenciou-se que a observação participante constitui uma técnica de coleta de dados de potência para a apropriação do pesquisador do contexto social investigado, mediatizando a emergência de uma relação dialógica e participativa entre os pesquisadores e participantes da pesquisa. A possibilidade de inserir nos processos relacionais e organizacionais dos serviços de saúde foi imprescindível para a ocorrência de mudanças no processo de trabalho evidenciados na etapa subsequente a esta ora relatada, cumprindo o objetivo maior previsto pela abordagem da pesquisa-ação, que é transformar a realidade implicando os participantes como investigadores e promotores da ação. Diante do exposto, defende-se a técnica da observação participante como importante estratégia metodológica das pesquisas que prevém uma intervenção na realidade social estudada por/com os participantes da investigação. |
11609 | SAÚDE DA FAMÍLIA: ESTRATÉGIA LÚDICA NA APRENDIZAGEM SOBRE O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Amanda Curiel Trentin Corral, Bruno Medeiros Pinheiro de Araujo, Eduarda Borges Caldas, Grazielle Cristine Alves Bittencourt, Yan Gama Gil, Vanessa de Almeida Ferreira SAÚDE DA FAMÍLIA: ESTRATÉGIA LÚDICA NA APRENDIZAGEM SOBRE O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDEAutores: Amanda Curiel Trentin Corral, Bruno Medeiros Pinheiro de Araujo, Eduarda Borges Caldas, Grazielle Cristine Alves Bittencourt, Yan Gama Gil, Vanessa de Almeida Ferreira
Apresentação: Diante dos desafios atuais do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Educação brasileira os alunos de Enfermagem precisam investir na capacidade humana de reinvenção e nos processos criativos. Investigar diferentes maneiras de facilitar o processo de aprendizagem e divulgação do conhecimento para formação de uma sociedade mais igualitária. Nessa criação de uma nova tecnologia que mistura de jogo e educação a atividade lúdica facilita a descontração, espontaneidade e reflexão. Sendo assim, o jogo de tabuleiro está centrado no diálogo do funcionamento de uma das portas de entrada do SUS, as Clínicas da Família. Dessa maneira, o relato de experiência dos autores na produção do jogo: “Você conhece sua clínica?” para estimular o conhecimento acerca do funcionamento de uma clínica da família e destacando seus principais pontos. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, a respeito da participação dos discentes da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP), sob orientação de uma professora da área de conhecimento. O jogo foi realizado com 35 discentes e 5 docentes durante o encerramento da disciplina de Atenção Primária a Saúde (APS) do 4º período do curso de Enfermagem da Universidade Federal Do Estado Do Rio De Janeiro (UNIRIO). Os estudantes elaboraram material relacionado a temática buscando dar ênfase nas práticas humanizadas e desafios enfrentados pela equipe de saúde no funcionamento da clínica da família. Após visitas e acompanhamento junto à equipe de enfermagem foi elaborado um jogo de tabuleiro que simulasse parte da planta baixa e principais áreas de atuação da Enfermagem na clínica da família localizada aos pés do morro Santa Marta em Botafogo no Rio de Janeiro. Em cada uma dessas áreas indicou-se uma caixa fechada com etiqueta relacionada à sala ou área de acordo. Foram distribuídas em um tabuleiro com dimensões em que um adulto pudesse se locomover e assim, simular uma imerssão na própria clínica em questão. Uma pessoa era então convidada a abrir cada caixa nas quais havia algum destaque vivenciado pelos próprios alunos nas visitas: a) Recepção: destacou-se a possibilidade de uso do nome social no atendimento humanizado. Imprimiu-se a foto de uma pessoa trangênero e escolhia-se um de dois nomes possíveis, além de ter o material da campanha do próprio Ministério da Saúde sobre o tema dentro da caixa; b) Sala de reunião: destacou-se o princípio da territorialidade do SUS e a divisão dos território de ação das equipes da clínica. Fora impresso um mapa com a divisão territorial de cada uma dessas equipes; c) Farmácia: destacou-se a presença do funcionário específico de controle para a farmácia. Elaborou-se um jogo de pesca em que cada peixe era uma profissão que não farmacêutico e a pessoa tinha de pescar o peixe certo dentro da caixa; d) Administração: destacou-se a situação de greve de parte dos funcionários diante a falta de pagamento. Fora impresso dentro da caixa imagens de cédulas de dinheiro com asas; e) Imunização: destacou-se a manutenção do material dentro do prazo de validade. Dentro da caixa havia um kit de materiais de atendimento em Choque com a Epinefrina vencida; f) Consultório: destacou-se a educação continuada do profissional de Enfermagem. Dentro da caixa havia cerca de 50 lancentas com pelo menos 3 tipos diferentes de manejamento e utilização; g) Sala de curativos: destacou-se a necessidade de manutenção dos equipamentos para funcionamento da clínica. E que uma sala de curativos podia encontrar-se inutilizada pela falta de ar condicionado. Dentro da caixa havia um pacote de gaze vazio e imagens que expressavam calor; h) Sala de procedimento: destacou-se a higienização do ambiente. Simulou-se dentro da caixa um Teste de pezinho colado na parede, com marcas de uso; l) Sala de esterilização: destacou-se a importância da sala para a clínica, pois não se perde tempo para realizar o serviço em outro lugar. Caixa em menor escala de material para pequenas cirurgias; j) Saída: destacou-se saúde mental do próprio profissional ao enfrentar toda essa realidade. Dentro da caixa havia um estetoscópio com fitinha amarela amarrada em alusão à campanha do Setembro amarelo e prevenção do suicídio. Entendeu-se que não haveria necessidade da submissão desta prática ao Comitê de Ética e Pesquisa. Sendo relevante registrar que a Instituição consentiu com a realização da atividade descrita. Resultado: Em dezembro de 2019, os acadêmicos apresentaram o jogo "Você conhece sua clínica?". Houve manifesta interação e integração tanto com os outros acadêmicos de enfermagem quanto com as discentes presentes na atividade. O planejamento dos passos e etapas do jogo foram entendidas e cumpridas conforme esperado. Ocorreram ainda, avaliações positivas das professoras presentes na atividade. Fomentaram-se discussões de cunho científico resgatando as temáticas das aulas anteriormente ministradas, motivando a agregação dos saberes e incentivando o trabalho em equipe, comunicação e tomada de decisão para uma resposta coletiva. Essa experiência foi muito benéfica aos acadêmicos aproximando os conteúdos teóricos à prática, no contexto da atenção básica. Integrando diversos níveis da academia. Espera-se assim, contribuir com ações de formações acadêmica concomitante a promoção de intervenção de enfermagem que estimulem o conhecimento sobre o sistema de saúde. E futuramente utilizar essa nova tecnologia leve para disseminar estes conhecimentos para comunidade além de encorajar a participação popular no SUS. Considerações finais: A iniciativa auxiliou a difundir o conhecimento de forma dinâmica, alertar para a sua importância e desmistificar certas crenças acerca do serviço único de saúde. O trabalho em equipe possibilitou a elaboração do jogo sobre um dos pontos da rede do SUS e sua importância. Além disso, ficou claro para os acadêmicos a possibilidade de enriquecimento do conhecimento na área através da atividade realizada. A limitação encontrada neste estudo foi o fato deste trabalho ter sido desenvolvido apenas em uma turma, não sendo ideal generalizar os achados, portanto, faz-se necessário o desenvolvimento de propostas para novos estudos. Conclui-se assim, que os graduandos de enfermagem devem promover mais encontros como esse para esclarecer dúvidas individuais ou coletivas e contribuir para a disseminação do conhecimento e, possivelmente, fazer a diferença na vida da população. |
9790 | O PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO COMO PONTO DE PARTIDA PARA A MELHORIA DAS PRÁTICAS EM SAÚDE - RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA MÉDICO DE FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE NITERÓI - REGIONAL NORTE 1 JULIANA PAULO SILVA, RAPHAELLA TAVARES O PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO COMO PONTO DE PARTIDA PARA A MELHORIA DAS PRÁTICAS EM SAÚDE - RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA MÉDICO DE FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE NITERÓI - REGIONAL NORTE 1Autores: JULIANA PAULO SILVA, RAPHAELLA TAVARES
Apresentação: A Atenção Básica caracteriza-se pelo trabalho em equipes multiprofissionais responsáveis por populações de territórios definidos, sendo a coordenadora do cuidado e ordenadora da Rede de Atenção à Saúde e porta preferencial de entrada dos usuários no SUS. O trabalho de territorialização em saúde se apresenta como um pressuposto básico estratégico capaz de promover um diferencial na organização da Atenção Básica, a fim de operar mudanças no modelo assistencial e nas práticas vigentes. O território não é apenas um espaço geográfico, mas sim espaços e lugares construídos socialmente, em permanente construção. A organização da sociedade, a partir das regras e normas, e as interrelações entre pessoas, a partir das suas crenças, valores e cultura fazem com que o território não seja apenas um espaço geográfico, mas sim um espaço “vivo”, onde a vida acontece. O objetivo deste trabalho foi sensibilizar as equipes do Programa Médico de Família (PMF) para o processo de territorialização, de forma a estimular o vínculo, a responsabilização, o conhecimento da realidade dos usuários, bem como possibilitar espaços coletivos para a troca de saberes, para a reflexão dos referenciais que orientam as práticas, para a análise e avaliação do sentido das ações produzidas. Desenvolvimento: Este trabalho foi realizado com todas as equipes do Médico de Família da Regional Norte 1. Foram realizadas 07 oficinas, 01 por unidade de saúde, totalizando 15 equipes: 108 profissionais. Utilizou-se metodologia ativa, onde os profissionais apresentaram a sua percepção sobre o território, o diagnóstico situacional em saúde e o planejamento das ações. Resultado: No período que antecedeu as oficinas, os profissionais revisitaram o território em busca por um outro olhar além do habitual realizado durante o cotidiano do trabalho; realizaram o diagnóstico situacional; construíram novos mapas com o reconhecimento do ambiente, população e dinâmica social existente nas áreas; discutiram sobre os principais indicadores em saúde e construíram coletivamente o planejamento das ações. Esta mobilização repercutiu positivamente durante as oficinas, onde as equipes junto aos supervisores e coordenação técnica do PMF, puderam refletir sobre as fragilidades e potencialidades do processo de trabalho, trocar experiências e buscar soluções compartilhadas que contribuam para o trabalho em equipe, e a melhoria do acesso e cuidado em saúde. Considerações finais: A discussão sobre territorialização se constitui como um ponto de partida para as mudanças necessárias dos atuais saberes hegemônicos e práticas vigentes em saúde. O contato com as especificidades dos territórios e as diferentes necessidades dos usuários: dor, sofrimento, violência, pobreza, entre outras, se apresentam como barreiras ao acesso e ao cuidado em saúde. A gestão dos serviços de saúde tem um papel importante na organização do processo de trabalho e no desenvolvimento de dispositivos institucionais que contribuam para o trabalho em equipe, para a construção cotidiana de novas formas de produção de práticas e de subjetividades mais cuidadoras e solidárias. |