360: A Gestação e o Parto Humanizado: Formação e Qualificação de Profissionais de Saúde
Debatedor: Gabrielle Gianizelli Oliveira
Data: 30/10/2020    Local: Sala 08 - Rodas de Conversa    Horário: 16:00 - 18:00
ID Título do Trabalho/Autores
9495 CURSO DE APRIMORAMENTO PARA ENFERMEIRAS OBSTÉTRICAS: QUALIFICANDO O CUIDADO NOS HOSPITAIS DE ENSINO BRASILEIROS
PAOLLA AMORIM MALHEIROS DULFE, VALDECYR HERDY ALVES, AUDREY VIDAL PEREIRA, BIANCA DARGAM GOMES VIEIRA, DIEGO PEREIRA RODRIGUES, GIOVANNA MARCHIORI SOANNO, LUANA ASTURIANO DA SILVA, THALITA ROCHA OLIVEIRA

CURSO DE APRIMORAMENTO PARA ENFERMEIRAS OBSTÉTRICAS: QUALIFICANDO O CUIDADO NOS HOSPITAIS DE ENSINO BRASILEIROS

Autores: PAOLLA AMORIM MALHEIROS DULFE, VALDECYR HERDY ALVES, AUDREY VIDAL PEREIRA, BIANCA DARGAM GOMES VIEIRA, DIEGO PEREIRA RODRIGUES, GIOVANNA MARCHIORI SOANNO, LUANA ASTURIANO DA SILVA, THALITA ROCHA OLIVEIRA

Apresentação: O aprimoramento de enfermeiras obstétricas, com enfoque no componente parto e nascimento (CAEO/MS/UFF) tem sido operacionalizado em território nacional objetivando reorientar, a partir do “Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia (Apice on)”, o modelo assistencial a mulheres e recém nascidos.1,2 Este projeto tem sido implementado com foco nos hospitais de ensino qualificando os processos de atenção, gestão e formação relativos ao parto e nascimento3, através de um modelo baseado em evidências científicas, humanização, segurança e garantia de direitos.1,4 Objetivo: compartilhar a experiência de realização de cinco turmas do Curso de Aprimoramento para Enfermeiras Obstétricas (CAEO/MS (AP)ICEON/UFF). Descrição da Experiência/ métodos: trata-se de um relato de experiência acerca da realização de cinco turmas do CAEO/MS (AP)ICEON/UFF, ocorrido no período de Outubro de 2018 a Agosto de 2019, na Universidade Federal Fluminense (UFF) em Niterói (RJ)/Brasil. Os cursos tiveram duração de 15 dias, entre Oficinas e atividades teórico-práticas. Participaram como aprimorandas 47 enfermeiras obstétricas de 33 Unidades hospitalares de ensino distribuídas em 14 Estados brasileiros e 1 distrito federal. No grupo condutor, haviam 3 professores e 2 apoiadores técnicos da UFF, além de 9 profissionais gestores/preceptores de 3 Unidades hospitalares de ensino parceiras. Resultado: Destacou-se a troca de experiências entre aprimorandas e preceptores, enfatizando-se as especificidades de cada Unidade hospitalar de ensino, promovendo a identificação de potencialidades e fragilidades nos processos de trabalho. Foi possível apontar a importância da descentralização no “evento” do parto em si para focar em toda sua linha de cuidado, reforçando a inseparabilidade da formação-atenção-gestão. Considerações finais: O Curso de Aprimoramento para Enfermeiras Obstétricas mostrou-se uma estratégia valiosa para promoção de reflexões e aquisição de ferramentas para instrumentalizar as aprimorandas na implementação de mudanças na assistência ao parto e nascimento em suas Unidades de origem, embasadas no modelo de cuidado preconizado pelas políticas públicas de saúde vigentes. Tratando-se de Unidades Hospitalares de Ensino, modelos para futuros profissionais, corrobora-se a relevância do Curso na promoção da qualificação do cuidado materno-infantil e redução dos índices de morbimortalidade materna e neonatal, considerando-se uma iniciativa potente de capilarização  consolidação do cuidado qualificado e seguro.

6583 EDUCAÇÃO EM SAÚDE REFERENTE À INCOMPETÊNCIA ISTMO CERVICAL PARA GESTANTES EM UM HOSPITAL DE GRANDE PORTE DE BELÉM (PA): UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Fernanda Cristina Silva da Silva, Ana Júlia Góes Maués, Rebeca Prata Meireles, Rosália Cardoso da Silva, Clara Helena Corrêa Silva, Zayra Elizadra Santos Sena, Fernanda Tainá Oliveira da Cruz, Ingrid Magali de Souza Pimentel

EDUCAÇÃO EM SAÚDE REFERENTE À INCOMPETÊNCIA ISTMO CERVICAL PARA GESTANTES EM UM HOSPITAL DE GRANDE PORTE DE BELÉM (PA): UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Fernanda Cristina Silva da Silva, Ana Júlia Góes Maués, Rebeca Prata Meireles, Rosália Cardoso da Silva, Clara Helena Corrêa Silva, Zayra Elizadra Santos Sena, Fernanda Tainá Oliveira da Cruz, Ingrid Magali de Souza Pimentel

Apresentação: A insuficiência istmo-cervical IIC representa grande desafio para a prática obstétrica, situando-se entre os principais fatores envolvidos na prematuridade, responsável por 16 a 20% das perdas gestacionais ocorridas no segundo trimestre de gestação. Esta se caracteriza por fraqueza congênita ou adquirida na junção do orifício interno cervical e do segmento inferior. Associa-se ao esvaecimento e à cérvico-dilatação indolor durante o segundo trimestre, culminando com protrusão ou rotura das membranas fetais, e parto pré-termo, abortamento ou perda fetal, muitas vezes preveníveis. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicas de enfermagem durante uma ação de educação em saúde referente ao tema incompetência istmo-cervical com gestantes para orientar sobre o tema em questão em um hospital de grande porte de Belém (PA). Desenvolvimento: Trata-se de um estudo de abordagem descritiva do tipo relato de experiência, efetivado a partir da vivência de acadêmicas de enfermagem, durante a prática do componente curricular enfermagem obstétrica da Universidade do Estado do Pará realizada em um hospital localizado no centro de Belém (PA), durante um período de 15 dias. No decorrer das práticas, o grupo teve a oportunidade de dialogar com as gestantes que aguardavam no hall da triagem sobre temáticas  variadas e de fundamental conhecimento durante o período gestacional, entre os temas abordados foi citado a incompetência istmo-cervical, a qual gerou muitas dúvidas entre as pacientes. Com isso, após esse momento de troca de informações entre os discentes e as usuárias o grupo percebeu lacunas em relação ao tema em questão. Desse modo, optaram por realizar uma ação de educação em saúde almejando suprir as necessidades ali presente, por meio de uma roda de conversa. Resultado: Durante a ação as pacientes se mostraram bastante interessadas e atentas acerca do que estava sendo repassado pelos discentes, os quais a priori estavam explanando sobre a temática mencionada anteriormente. Á posteriores, ao término da apresentação oral foi dado seguimento a atividade abrindo aos questionamentos do público-alvo, o qual foi participativo, realizando interrogativas, tornando o momento mais dinâmico. Ademais, como culminância da atividade foi feita uma avaliação sobre como as mesmas se sentiram durante aquele momento e foram questionadas quanto noção de esclarecimento do assunto após a ação, com o intuito de instigá-las a participar ativamente daquele momento e sensibilizar as mesmas quanto ao repasse das informações, tendo em vista que esse feedback é importante para saber se os receptores conseguiram captar a mensagem repassada. Considerações finais: Assim sendo, compreende-se que a educação em saúde é uma ferramenta imprescindível para a promoção da qualidade de vida das pessoas, engajamento e empoderamento delas perante o processo saúde-doença. Ademais, é de extrema relevância essa experiência para os graduandos, pois contribui significativamente para a formação acadêmica e para qualidade de vida das usuárias.

6636 OFICINA PEDAGÓGICA PARA INSTRUMENTALIZAÇÃO DE RESIDENTES EM ENFERMAGEM OBSTÉTRICA ACERCA DO PREPARO PARA O PARTO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Luanny Regina de Oliveira Santos, Helen Campos Ferreira

OFICINA PEDAGÓGICA PARA INSTRUMENTALIZAÇÃO DE RESIDENTES EM ENFERMAGEM OBSTÉTRICA ACERCA DO PREPARO PARA O PARTO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Luanny Regina de Oliveira Santos, Helen Campos Ferreira

Apresentação: Trata-se de um relato de experiência, de uma oficina pedagógica realizada com residentes em enfermagem obstétrica que teve como objetivo: instrumentalizar a formação de residentes em enfermagem obstétrica no preparo para o parto e nascimento junto à clientela. Esta oficina é uma das etapas da pesquisa-ação utilizada como metodologia em minha dissertação de mestrado. Na trajetória de preceptoria e atuando diretamente na assistência, foi possível verificar que, muitas das vezes, o profissional enfermeiro valoriza sobremodo o controle da fisiologia das modificações do corpo feminino durante a gestação, sem o merecido enfoque ao preparo da mulher e família para a experiência do parto e nascimento. A restrição do olhar por parte do profissional pode limitar o empoderamento da mulher e o desfecho favorável de compreensão sobre si mesma e sobre o processo de parturição. Desta maneira, a educação em saúde, com ênfase nas orientações para o parto e nascimento são postas em segundo plano, sendo deixadas para os momentos de orientação estabelecidos nos grupos de gestantes ou ainda, por vezes, não são realizadas por motivos diversos, entre eles a não adesão da clientela e/ou, rotina pesada de trabalho. Entretanto, atividades educativas acerca do trabalho de parto, parto e nascimento podem ser oferecidas durante as consultas de pré-natal ou ainda, se utilizando de outras estratégias. Se a mulher participa ativamente das decisões referentes ao seu parto, pressupõe-se uma preparação, ter conhecimento para decidir sobre si mesma e, portanto, implica receber informações, orientações, educação sobre o parto e nascimento e assim empoderar-se para decidir sobre esse momento único. Percebe-se haver potencial de vínculo entre as mulheres gestantes, suas famílias e o profissional enfermeiro, por possuir o papel de educador inerente a sua profissão, ainda que generalista. Isto impulsiona aqueles que estão em formação, na especialização em obstetrícia, no sentido de reforçar o compromisso social com a educação para o parto e nascimento. Para oferecer a mulher e família protagonismo e decisão compartilhada sobre a atenção obstétrica que deseja receber no parto e nascimento, é fundamental instrumentalizar futuros enfermeiros obstétricos no manejo dessa proposta educacional junto a clientela. A oficina pedagógica foi a metodologia de ensino escolhida, por ser um método onde há interação de todos os participantes; articulação de conceitos, pressupostos e noções concretas, vivenciadas pelo participante ou aprendiz; e, vivência e execução de tarefas em equipe, isto é, apropriação ou construção coletiva de saberes. Essa estratégia se relaciona com a concepção de que a função social da Universidade, ainda que enquanto pós graduação, é possibilitar a apropriação do conhecimento para compreensão do mundo e inserção social. A oficina enfatiza a articulação de saberes, ensino-aprendizagem e avaliação. Prevê uma relação dialógica entre discente e docente, privilegiando o debate e o trabalho coletivo. Além de aprender a criar metas para o desenvolvimento de habilidades para adquirir competências para o cuidar e ainda, desenvolver aptidão para a formação de agentes multiplicadores do cuidado em saúde. Desta forma, a oficina pedagógica foi planejada e aplicada com os residentes em enfermagem obstétrica com a finalidade de instrumentalizá-los para o manejo do preparo para o parto e nascimento de mulheres gestantes e seus familiares. A oficina teve a participação das residentes do primeiro ano de uma instituição de ensino superior, com duração de aproximadamente duas horas. A oficina transcorreu obedecendo as seguintes etapas: Primeiro Momento: Organizadas em roda, os residentes se apresentaram dizendo seu nome (tempo exigido: 5min). Segundo Momento: Divididas em duplas, um residente contou para o outro uma experiência vivida por ela ou conhecida por ele, de uma mulher que tenha recebido algum tipo de preparo para o parto e nascimento. Após essa primeira etapa, eles expuseram para a turma os pontos em comum entre os dois relatos e assim, organizamos esses pontos, de todas as duplas, no quadro. Este momento teve como objetivo levantar o conhecimento preliminar das residentes (tempo exigido: 20min). Terceiro Momento: Foi apresentado em Power Point, o material próprio, como forma de sensibilização e apresentação dialogada sobre os princípios do preparo para o parto e nascimento. Durante a apresentação, os residentes deviam elaborar respostas para as seguintes perguntas: O que as mulheres precisam saber sobre o parto e nascimento? Que ações educacionais enfermeiros obstétricos podem realizar/desenvolver para atender as demandas das gestantes e família? Como preparar a mulher para o parto e nascimento? para posterior discussão (tempo exigido: 40min). Durante a apresentação dialogada, foram apresentados aos residentes, exercícios possíveis de oferecer às gestantes com o objetivo de preparação física e mental para o parto e nascimento. Eles tiveram a oportunidade de realizá-los durante a atividade. Quarto Momento: Após a explanação anterior, foi aberto um espaço de discussão baseado nas perguntas disparadas no início da apresentação dialogada (tempo exigido: 30min). Quinto Momento: Através de um instrumento, escala de Likert, os residentes puderam avaliar a oficina e sua posterior aplicabilidade (tempo exigido: 15min). O instrumento foi entregue ao final da oficina pedagógica para o preenchimento pelos residentes. De acordo com o Escore pré-estabelecido para qualificar a metodologia da oficina, a mesma foi classificada como satisfatória. A pontuação total dada por todos os residentes participantes se enquadrou no somatório pré-estabelecido para classificar a oficina pedagógica como satisfatória. Deste modo, a oficina pedagógica planejada como estratégia de ensino- aprendizagem proporcionou articulação entre o pensar, sentir, para a partir de então, criar estratégias de como agir. Pensar sobre o que as mulheres precisam saber sobre o parto e nascimento, que ações educacionais enfermeiros especialistas podem realizar para atender a essas demandas e em como preparar essa mulher para o evento do nascimento. Sentir, ao ouvir a experiência uns dos outros e experimentando práticas possíveis de serem utilizadas na preparação para o parto e nascimento. Agir utilizando de todas essas ferramentas adquiridas para criar estratégias de cuidado, estratégias essas que possam alcançar todas as mulheres assistidas, seja em ambientes coletivos ou individuais, seja atendendo demandas físicas ou psicológicas. A experiência de utilizar a oficina pedagógica como estratégia educacional atingiu o objetivo proposto de instrumentalizar os residentes acerca do preparo para o parto e nascimento, sendo considerada satisfatória pelos próprios participantes; e, demonstrando seu potencial como método de ensino-aprendizagem dinâmico e quando se tem participantes já com um conhecimento prévio.

7058 EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS E MUDANÇAS DE PARADIGMA NA FORMAÇÃO EM OBSTETRÍCIA MÉDICA
Vanessa Curitiba Felix, Amanda Nunes Oliveira, Fernanda Campos da Silva, Cristiane Rodrigues da Rocha, Selma Villas Boas Teixeira, Leila Rangel da Silva, Ana Paula Assunção Moreira, Livia de Souza Câmara

EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS E MUDANÇAS DE PARADIGMA NA FORMAÇÃO EM OBSTETRÍCIA MÉDICA

Autores: Vanessa Curitiba Felix, Amanda Nunes Oliveira, Fernanda Campos da Silva, Cristiane Rodrigues da Rocha, Selma Villas Boas Teixeira, Leila Rangel da Silva, Ana Paula Assunção Moreira, Livia de Souza Câmara

Apresentação: Entre os séculos XVI e início do século XVIII, os partos eram assistidos no domicílio, com o auxílio de parteiras e médicos. As parturientes utilizavam posições verticais ou de cócoras, apoiadas em bancos, cadeiras e tamboretes. Em fins do século XVIII e início do século XIX, o discurso médico começou a mudar em relação ao parto, que começou a ser assistido por médicos obstetras em maternidades. Os partos começaram a ser realizados com a mulher em posição litotômica. Embora décadas tenham se passado a partir da inserção da cama como item fundamental para a realização do parto, um movimento a coloca em pauta sem mencioná-la diretamente, pela influência que esse objeto exerce na posição corporal da parturiente: o movimento pela humanização do parto. Esse movimento começou a ser discutido no Brasil na década de 1970, ganhando maior evidência com o desenvolvimento da Política Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) no ano 2000. O atual modelo da medicina tecnológica, caracteriza-se sobretudo por uma valorização da utilização da tecnologia em detrimento das interações humanas. Esta mudança acabou culminando em uma série de rupturas interativas em diversos planos, tanto entre médico e paciente, resultando em uma despersonalização dos cuidados em saúde, com fragilidade dos vínculos na relação entre os mesmos No cenário das maternidades, onde conflitam diversos interesses - dos gestores, dos profissionais e das pacientes - a qualidade das relações é fragilizada em decorrência dos recursos precários, da demanda abundante por uma agilidade na produção de serviço e de uma segurança, progressivamente, depositada na utilização da tecnologia como intermediária desta relação e como saída para estes problemas. O modelo de uma assistência adequada deixa de ser baseado na qualidade da interação entre profissionais e pacientes e na credibilidade decorrente desta interação para se basear na maior utilização da tecnologia, que simboliza um bem em si. Desenvolvimento do  trabalho: Esse estudo foi desenvolvido a partir da perspectiva da pesquisa qualitativa, estudo descritivo/exploratório, onde buscou explorar os aspectos relacionados ao posicionamento da mulher durante o trabalho de parto a partir da aplicação de uma entrevista com perguntas abertas com médicos obstetras, lotados em uma maternidade de um Hospital Universitário localizado na zona norte do município do Rio de Janeiro entre os anos 2018/2019, o projeto foi apresentado ao Comitê de Ética em Pesquisa do próprio Hospital sendo aprovado sob o número 2.792.151. Os dados coletados foram analisados com emprego da técnica de análise de conteúdo na modalidade de análise temática. Resultado: Foram entrevistados 22 Médicos Obstetras, com relação à idade, variou entre 29 e 68 anos, a maioria (72.7 %) tem entre 30 a 40 anos. Os participantes da pesquisa terminaram a graduação entre os períodos de 1986 e 2010. 45.4 % possuem até 10 anos do término. Em relação ao tempo de formação na especialização, 63.6% possui até 10 anos decorridos desde o término. No que tange ao tempo de experiência dos entrevistados, a maior parte (45.4 %) possui entre 11 a 20 anos.  A obstetrícia tem sofrido mudanças expressivas nas últimas décadas, com um maior enfoque na promoção e resgate das peculiaridades naturais e fisiológicas do processo de parturição. Assim, várias intervenções têm sido discutidas pela insuficiência de evidências científicas que as suportem e a existência de evidências que as contraindiquem. Ademais, há diversas práticas clínicas nos múltiplos ambientes de assistência e, com frequência verifica-se uma ampla variedade de condutas cabíveis a situações parecidas. Esta diversidade de práticas pode ameaçar a segurança das parturientes e seus bebês, em muitos casos, não sendo baseada nas melhores evidências científicas, uma das regras básicas para uma assistência focada na qualidade. Adicionalmente, a imensa expansão das pesquisas científicas publicadas na última década prejudica a aquisição do conhecimento de maneira rápida e eficaz por parte dos profissionais envolvidos na assistência. Baseado nisso, os manuais do Ministério da Saúde foram criados com a proposta de serem instrumentos adequados de consulta para os profissionais na sua prática diária visto que, sintetizam o conhecimento científico e são potentes aliados na tomada de decisões. Com relação ao Conhecimento dos entrevistados sobre os manuais do Ministério da Saúde, 45.4 % dos entrevistados afirmaram que leram parcialmente, enquanto 4.5 % não conhecem o manual “Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher”. A atenção integral à saúde da mulher diz respeito ao conjunto de intervenções que visam a promoção, proteção, assistência e recuperação da saúde, efetivadas nos diversos níveis de atenção à saúde. Metade dos participantes do estudo leu parcialmente o manual “Parto, Aborto, Puerpério”, uma minoria (9%) não conhece e outros 9 % afirmaram que leram mas não o seguem. Este manual objetiva difundir conceitos e práticas da assistência ao parto entre os profissionais de saúde. Metade dos participantes não conhecem o manual “Gravidez, parto e nascimento com saúde, qualidade de vida e bem-estar”, e apenas 4,5% leram todo e o seguem. Este manual aborda a Rede Cegonha, uma estratégia anunciada em 2011 pelo governo federal para sistematizar um novo paradigma de atenção ao parto e ao nascimento, proporcionando às mulheres saúde, qualidade de vida e bem estar durante a gravidez, parto, puerpério e o desenvolvimento da criança até os dois anos de vida. Considerações finais: Face ao exposto, uma prática clínica médica baseada nas diretrizes dos manuais do Ministério da Saúde se torna imprescindível para um cuidado de qualidade aliado a técnica. O tripé entre profissional de saúde, informações fundamentadas cientificamente e necessidades individuais das mulheres, quando conjugados, promovem um cuidado de qualidade, técnico e singularizado promovendo boas práticas às mulheres dentro do cenário parto, puerpério. Sendo de extrema relevância que seja colocado em prática os métodos menos intervencionistas aos processos de trabalho de parto com cuidado mais humanizado, e isso só será possível com a inclusão na grade curricular das Escolas de Ensino Superior de Medicina a leitura de materiais técnicos baseados em evidência científica, visando desde da graduação uma oportunidade de mudança de paradigma de formação acadêmica no contexto da obstetrícia médica.  

6655 CUIDADO INTERPROFISSIONAL A PARTURIENTES: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ASSISTÊNCIA HUMANIZADA
Alaercia de Melo Recla, Julia Piassi Cellin, Solange Rodrigues da Costa Nascimento

CUIDADO INTERPROFISSIONAL A PARTURIENTES: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ASSISTÊNCIA HUMANIZADA

Autores: Alaercia de Melo Recla, Julia Piassi Cellin, Solange Rodrigues da Costa Nascimento

Apresentação: O parto é o momento mais importante para uma gestante e a preparação durante a gravidez influencia de forma muito positiva para a boa evolução do trabalho de parto. A busca por um parto humanizado, onde é respeitado o direito da mulher à livre escolha do acompanhante e a decidir os cuidados a serem feitos em si e no seu filho, vem crescendo a cada dia e sofre mudanças com o decorrer do tempo. A presença de uma equipe multidisciplinar no cenário do parto tem possibilitado um olhar diferenciado para a parturiente e um cuidado integral e humanizado. Este relato decorre de um projeto intitulado PROHUMA - Programa de humanização do Parto, realizado em uma maternidade pública de Vitória – ES. Trata-se de estudo descritivo do tipo relato de experiência e tem como objetivo retratar a importância da promoção de uma assistência humanizada ao parto viabilizada por acadêmicos de forma interprofissional. O projeto conta com alunos dos cursos de enfermagem e fisioterapia que atuam junto à equipe multiprofissional da maternidade. Desenvolvimento: Os acadêmicos fazem o contato com as parturientes em trabalho de parto realizando um acolhimento em busca do estabelecimento de vínculo com ela e com o acompanhante. A partir daí, eles estimulam e apoiam a gestante a utilizar os métodos não farmacológicos para o alívio da dor tais como: adoção de posição não supina, utilização da bola suíça e do cavalinho, banho morno demorado, massagens, respiração profunda, dentre outros. Os estudantes oferecem ainda suporte emocional para a mulher e o acompanhante. Resultado: A assistência prestada pelos estudantes em duplas junto a equipe de saúde é bem aceita e tida como benéfica tanto para a paciente quanto para o familiar pois, possibilita uma melhora significativa no estado emocional da gestante, proporcionando mais segurança, tranquilidade e conforto no momento do parto, além de contribuir para a boa evolução do trabalho de parto. É perceptível a importância do acompanhamento humanizado durante o trabalho de parto desenvolvido pelos participantes do PROHUMA junto à equipe da maternidade, entretanto, algumas gestantes não aceitam as atividades propostas, porém, a grande maioria delas, concorda e se beneficiam desse atendimento, tendo como resultado uma melhor evolução, rapidez no procedimento, melhor enfrentamento das dores e compreensão do processo de parturição. Considerações finais: No atual cenário de crescimento da procura pelo parto humanizado, o PROHUMA cumpre o papel de assegurar a melhoria da assistência ao parto normal oferecida pela equipe de saúde de um serviço público do Sistema Único de Saúde. A participação dos estudantes em projetos dessa natureza proporciona não somente melhoria no atendimento ofertado pela equipe multiprofissional, mas também aprendizado técnico, científico e humano para os acadêmicos. Outro aprendizado importante é a prática do cuidado interprofissional, uma vez que os alunos dos cursos de fisioterapia e enfermagem realizam em conjunto os cuidados para a parturiente e família. 

11132 PLANO DE PARTO: UMA FERRAMENTA DE EMPODERAMENTO DA GESTANTE
Erli Marta Reis da Silva, Zuleide Guimarães Gomes, Sheyla Mara Silva de oliveira, Maria Elizete Diniz, Giselle Diniz dos Santos

PLANO DE PARTO: UMA FERRAMENTA DE EMPODERAMENTO DA GESTANTE

Autores: Erli Marta Reis da Silva, Zuleide Guimarães Gomes, Sheyla Mara Silva de oliveira, Maria Elizete Diniz, Giselle Diniz dos Santos

Apresentação: O plano de parto é um documento de caráter legal, onde a mulher, após receber a confirmação sobre sua gravidez pode desenvolvê-lo, levando em consideração seus valores e seu desejo pessoal. A ferramenta poderá minimizar intervenções desnecessárias e indesejadas, e ainda possibilita à mulher atuar com autonomia e protagonismo em seu processo parturitivo, através de boas práticas. Este estudo tem como objetivo fazer um levantamento bibliográfico a respeito do uso do Plano de Parto como recurso de empoderamento da mulher, para uma nova perspectiva da humanização do nascimento. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica com abordagem exploratória e descritiva. Baseia-se, portanto, nas pesquisas já desenvolvidas mesclada à experiências profissionais. O plano de parto enfatiza o respeito as questões bioéticas de liberdade e os arbítrios da mulher como contribuição para seu empoderamento do gerar e parir. Aos resultados finais da pesquisa, foi observado que, entre pacientes e profissionais da área, há ainda uma grande lacuna no que diz respeito ao conhecimento e implementação do Plano de Parto. Além disso, as parturientes, em sua maioria, desconhecem, em parte, o que poderá acontecer durante o processo de parturição e nascimento. Conclui-se, portanto, que o Plano de parto, é uma ferramenta que necessita ser mais discutido e implementado pelas instituições de ensino e de saúde, e assim proporcinar segurança e tranquilidade para a mulher no momento mais sublime de sua vida.

9183 ESTUDO ECOLÓGICO: UM COMPARATIVO DA SÍFILIS EM GESTANTE NO MUNICÍPIO DE MESQUITA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO E BRASIL
Carolina Feitoza da Silva Ramos, Bruna de Lima Ferreira, Debora Duarte Batista, Júlia Batista Afonso, Isabel Danielle De Morais Travaglini, Antonio José Franco Rodrigues, Marcos Paulo De Oliveira Matos

ESTUDO ECOLÓGICO: UM COMPARATIVO DA SÍFILIS EM GESTANTE NO MUNICÍPIO DE MESQUITA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO E BRASIL

Autores: Carolina Feitoza da Silva Ramos, Bruna de Lima Ferreira, Debora Duarte Batista, Júlia Batista Afonso, Isabel Danielle De Morais Travaglini, Antonio José Franco Rodrigues, Marcos Paulo De Oliveira Matos

Apresentação: Este trabalho foi produzido pela equipe de residentes do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Escola Nacional de Saúde Pública/FIOCRUZ como forma de avaliação do modulo de epidemiologia, com o objetivo de avaliar um agravo no território em que a Unidade Básica está inserida. Desenvolvimento: A escolha do agravo sífilis foi feita juntamente com os profissionais de saúde da unidade devido ao aumento do número de casos notificados. Assim, foi realizado um estudo ecológico, descritivo, do tipo exploratório, realizado no período de 2014 a 2018, sobre as três esferas político-administrativas, feito com base em dados secundários e indicadores, publicados pelo Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Resultado: As características apontadas nos resultados deste trabalho montam um perfil da sífilis gestacional, que está em concordância com a pesquisa bibliográfica, onde mulheres negras/pardas, com idades de 20 a 29 anos e com escolaridade abaixo de oito anos de estudo são mais acometidas pelo agravo. Problemas relacionados ao início tardio do pré-natal, baixo número de consultas, dificuldade de acesso aos serviços de saúde nas camadas sociais estigmatizadas, falta de tratamento dos parceiros sexuais para interrupção da cadeia de transmissão e reinfecção, abandono do tratamento e a não realização da busca ativa, falta de orientação sobre a doença e o uso de preservativo sinalizam importantes indícios que justificam o aumento dos números de incidências da doença. Considerações finais: O trabalho desenvolvido entre as redes intersetoriais é fundamental para a construção de vínculos com outros atores, diminuindo os efeitos das dificuldades encontradas para um atendimento longitudinal e integral às gestantes. O modelo Estratégia Saúde da Família (ESF) é porta de entrada para o cuidado longitudinal e integral; uma ferramenta importante à população, atuando nos riscos à saúde presentes no território após diagnóstico situacional. As Unidades Básicas de Saúde e as Clínicas da Família, através do olhar multiprofissional, produz intervenções mais atentas às diversas demandas trazidas pelas gestantes. Os desafios dão pistas sobre a interlocução dos espaços de produção de saúde, a necessidade de fortalecer a educação popular e controle social para potencializar a vigilância em saúde frente à infecção, a necessidade de treinamento dos profissionais da rede sobre oportunidades de prevenção para gestantes (reflexões sobre o período gestacional e sua temporalidade) no objetivo de intervenções eficientes.

9997 A VIOLENCIA OBSTÉTRICA FRENTE A VIVÊNCIA DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Stephany Siqueira Braga, Mattheus Lucas Neves de Carvalho, Thalia Bararuá Machado, Beatriz Duarte de Oliveira, Ruhan da Conceição Sacramento, Leila do Socorro Duarte Alvarez

A VIOLENCIA OBSTÉTRICA FRENTE A VIVÊNCIA DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Stephany Siqueira Braga, Mattheus Lucas Neves de Carvalho, Thalia Bararuá Machado, Beatriz Duarte de Oliveira, Ruhan da Conceição Sacramento, Leila do Socorro Duarte Alvarez

Apresentação: O tema violência obstétrica, têm se tornado foco de amplo debate. Atualmente, o termo é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde e pontuado como uma questão de saúde pública que afeta diretamente as mulheres e seus bebês. Tal prática pode estar presente no uso de intervenções desnecessárias, maus tratos físicos, verbais, bem como psicológicos. Desta forma, pretende-se relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem frente ao tema violência obstétrica em uma Estratégia de Saúde da Família (ESF). Desenvolvimento: Estudo descritivo, qualitativo, relato de experiência, desenvolvido por acadêmicos do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará, durante o estágio supervisionado em Saúde Coletiva, como quesito avaliativo das Atividades Integradas em Saúde, a qual propõe a utilização da Teoria da Problematização, seguindo o arco de Maguerez. A observação da realidade ocorreu durante uma roda de conversa com a equipe da ESF, a fim de conhecer o perfil territorial frente aos tipos de violência. Durante a socialização, a equipe relatou que, provavelmente, as gestantes não detêm conhecimento sobre a violência obstétrica durante o pré-natal. Após reflexão, foi definido a fundamentação teórica do tema na base de dados LILACS. Sendo assim, optou-se por desenvolver uma atividade sobre violência obstétrica, culminando na produção de uma tecnologia educacional e na realização de uma roda de conversa ocorrida em setembro de 2019, com o grupo de pré-natal da unidade. Obteve-se um público de 5 gestantes e 2 companheiros. A atividade foi desenvolvida em 3 momentos: identificação do conhecimento prévio através da seguinte pergunta disparadora: “o que você entende sobre violência obstétrica?”. Em seguida, realizou-se a exposição dialogada com a explanação e esclarecimento do assunto, sendo entregue um folder com informações gerais sobre tema. Ao final, houve um dinâmica com 5 perguntas direcionadas a resposta “sim” ou “não” para avaliar o conhecimento adquirido. Resultado: Constatou-se que 100% do grupo de pré-natal desconheciam sobre o tema. Logo, houve uma boa interação entre o público alvo e os acadêmicos, visto que surgiram várias dúvidas, e foram compartilhadas diversas experiências, demonstrando, assim, o interesse dos mesmos pela temática. Ao final, na dinâmica de avaliação, o grupo obteve 100% de acertos em todas as perguntas realizadas, demonstrando que a ação impactou positivamente o público presente. Considerações finais: Abordar este tema é de grande relevância para construir mudanças frente ao cenário de violência obstétrica atual, visto que há uma carência de informações sobre o tema, e por meio desta atividade integrada com a equipe de saúde, foi possível detectar a problemática e intervir positivamente nesta realidade, construindo saberes e fortalecendo a linha de cuidado na Atenção Básica à saúde, de forma integrada e resolutiva. O enfermeiro é peça fundamental no processo de educação continuada, principalmente durante o pré-natal, sendo este um momento oportuno para prática de promoção à saúde.

8155 INTENÇÃO DE GESTANTES EM AMAMENTAR SEUS FILHOS DURANTE CONSULTA DE PRÉ-NATAL
Cássia Leoneuza Augusto Julio, Júlia Florentino de Barros, Gabrielle C Costa, Marialda Moreira Christoffel

INTENÇÃO DE GESTANTES EM AMAMENTAR SEUS FILHOS DURANTE CONSULTA DE PRÉ-NATAL

Autores: Cássia Leoneuza Augusto Julio, Júlia Florentino de Barros, Gabrielle C Costa, Marialda Moreira Christoffel

Apresentação: A intenção materna de amamentar é considerada um dos fatores modificáveis mais significativos ligados à prática da amamentação, pois quanto mais forte for a intenção da mãe de amamentar, mais possibilidade que ela amamente o seu filho o maior tempo possível. A utilização de um instrumento válido para medir a intenção materna de amamentar é de suma importância para o profissional de saúde durante a consulta do pré-natal, a fim de fortalecer o aleitamento materno exclusivo. Objetivo: Conhecer a intenção de gestantes em amamentar seu filho ao seio materno no momento da consulta de pré-natal. Método: Estudo descritivo realizado com 11 gestantes durante a consulta de pré-natal em uma Estratégias Saúde da Família no Município de MacaéRJ. Foi utilizado A Infant Feeding Intentions Scale (IFI) que é uma escala construída e validada, para medir de forma simples e quantitativa as intenções maternas de amamentar. A IFI é composta por cinco itens, com escores totais que variam de 0 (intenção muito forte de não amamentar) a 16 (intenção muito forte de amamentar e sustentar amamentação exclusiva). Tem aprovação Comitê de Ética em Pesquisa EEAN/HESFA/UFRJ de número 2.630.264. Resultado: A média de idade das gestantes 24.6 anos; e idade gestacional 33.5 semanas. A maioria das gestantes (6) tiveram escores maiores que 10, ou seja, com intenção forte para amamentar. Considerações finais: A IFI é uma ferramenta que poderá ser utilizada pelos profissionais de saúde nas consultas do pré-natal para medir a intenção materna de amamentar, e consequentemente a identificação das possíveis barreiras para o aleitamento materno exclusivo. Além de ser possível o estabelecimento de um plano de cuidados individualizado para gestantes visando motivá-las para prática amamentação exclusiva os seis meses de vida do recém nascido e até os dois anos de idade, por meio de intervenções educativas adequadas a cada contexto de vida, tornando possível a redução da taxa de desmame precoce.

8189 CONHECIMENTO SOBRE A SÍFILIS E O ACOMPANHAMENTO DE GESTANTES EM UMA CLÍNICA DA FAMÍLIA DA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO.
Michelle Muniz Cruz, Maria Regina Bernardo da Silva, Eliane Pinto de Oliveira, Eliane da Costa Tricarico, Raquel Bernardo da Silva, Isabele Correia Afonso Alves

CONHECIMENTO SOBRE A SÍFILIS E O ACOMPANHAMENTO DE GESTANTES EM UMA CLÍNICA DA FAMÍLIA DA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO.

Autores: Michelle Muniz Cruz, Maria Regina Bernardo da Silva, Eliane Pinto de Oliveira, Eliane da Costa Tricarico, Raquel Bernardo da Silva, Isabele Correia Afonso Alves

Apresentação: A Sífilis congênita é considerada como um importante problema de saúde pública, apesar de se tratar de uma doença de fácil diagnóstico e de ser totalmente evitável. Objetivo: Identificar o conhecimento das gestantes em relação a Sífilis na gestação. Método: Trata-se de um estudo de campo do tipo exploratório descritivo com abordagem qualitativa, aplicado a 15 gestantes em uma clínica da família na zona oeste do município do Rio de Janeiro. Resultado: Devido o baixo índice de escolaridade o entendimento da doença fica mais difícil e na sua maioria as gestantes fazem o tratamento, mas em contrapartida os parceiros não o realizam por diversos motivos,  não são informados da doença pela companheira, não tomam a medicação por medo ou por desconhecimento da necessidade do tratamento. Considerações finais: As gestantes afirmam ter ingressado com facilidade no pré-natal, mas ainda existem lacunas na realização do tratamento adequado e de sensibilização dos parceiros em buscar o  tratamento, além de pouco conhecimento em relação a doença pelas gestantes e seus parceiros.

10059 MATERNIDADE SEGURA: IMPLANTAÇÃO DO PARTO HUMANIZADO NA MATERNIDADE DO HOSPITAL REGIONAL DE TEFÉ/AM
Aurelia Aldeanes Lopes Tomasco, Thayana Oliveira Miranda, Maria Adriana Moreira, Marivone Nunes Barroso, Daniela Cristina da Silva, Ana Karla dos Santos

MATERNIDADE SEGURA: IMPLANTAÇÃO DO PARTO HUMANIZADO NA MATERNIDADE DO HOSPITAL REGIONAL DE TEFÉ/AM

Autores: Aurelia Aldeanes Lopes Tomasco, Thayana Oliveira Miranda, Maria Adriana Moreira, Marivone Nunes Barroso, Daniela Cristina da Silva, Ana Karla dos Santos

Apresentação: O presente trabalho  tem como objetivo apresentar a implantação da sala de parto humanizado com as boas práticas ao parto e nascimento na maternidade do Hospital Regional de Tefé (HRT). A humanização no parto e nascimento traz em suas características distintas práticas a serem adotadas e que evidenciam a necessidade de adaptação ou readaptação dos espaços hospitalares enquanto ambiência, bem como mudança diante de assistência prestada, consultas e posturas profissionais diante dessa mulher em trabalho de parto, evitando assim intervenções desnecessárias. E quando necessárias as intervenções, que estas sejam sempre feitas baseadas em evidências. O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento foram instituídos pelo Ministério da Saúde através da Portaria/GM n° 569, de 01/06/2000, subsidiado nas análises das necessidades de atenção específica à gestante, ao recém nascido e á mãe no período pós-parto. Cujos programas de Humanização nas condições de atendimento perpassam, desde o Pré-natal ao Nascimento, sendo fundamentado diante dos preceitos de que a humanização da Assistência Obstétrica e Neonatal é condição primeira para o adequado acompanhamento do parto e do puerpério, cuja a intenção primordial é evitar algumas das práticas que inibem a segurança e o bem-estar da gestante, sendo praticadas rotineiramente em muitas instituições de saúde, dentre estas podemos destacar: episiotomia, analgesia medicamentosa, fórceps, privação de alimentos, estouro da bolsa do feto antes da hora, administração de ocitocina para acelerar o trabalho de parto, imobilização com utilização de soro com o objetivo de puncionar a veia para facilitar posterior administração de medicamentos, manobra de kristeller, exame do toque vaginal em excesso, indução da posição ginecológica, impedindo o livre movimento durante o parto, separação da mãe e filho logo após que nasce para realização de procedimentos de rotina e exames entre outros. A humanização no atendimento do parto e nascimento privilegia a utilização de toda a tecnologia e técnicas obstétricas disponíveis, tornando os benefícios a serem obtidos maiores que os riscos a serem corridos. Desenvolvimento: No HRT desde 2017 que vem sendo implementadas práticas voltadas ao parto humanizado, tendo como objetivo a satisfação da parturiente com resultados significantes da saúde do recém nascido. Na maternidade do HRT a equipe é composta por médicos obstetras, totalizando 03 que se revezam em regime de plantão, 06 enfermeiras, 12 técnicos de enfermagem, que se dedicam inteiramente as boas práticas no pré-parto e parto, sendo e 02 enfermarias de pré-parto, onde se trabalha as práticas do parto humanizado. Com a chegada da gestante no hospital, a mesma passa pela triagem com classificação de risco na emergência e encaminhada ao setor da maternidade em cadeira de rodas, acompanhada do técnico de enfermagem, que comunica à equipe na admissão a presença da gestante. A mesma é atendida pela equipe da maternidade (técnicos e enfermeiro), onde é realizada a classificação de risco obstétrico (segundo protocolo de manchester) e conforme protocolo, é realizado atendimento médico. Quando classificada na cor azul ou verde, a gestante é medicada, realiza exames necessários e encaminhada através da contra referência, ao ambulatório de alto risco ou Unidade Básica de Saúde. Em caso de trabalho de parto, com dilatação a partir de 4 cm, seguindo orientações do Ministério da Saúde, ela é admitida com abertura do partograma e encaminhada ao pré-parto. Neste setor também é disponibilizado em toda área externa e interna, adesivos com orientações sobre boas práticas do parto e nascimento e políticas e rotinas do setor como também no pré-parto há paredes com fotos de mães amamentando e realização das boas práticas. Uma equipe capacitada e apta em amamentação, estará pronta a oferecer a todas as gestantes/mães orientação e apoio, para oferecer a todos os bebês o melhor começo de vida possível. Sempre que possível, é respeitado a presença de um acompanhante escolhido pela mãe no pré-parto, na sala de parto, durante o nascimento do bebê, no pós parto e alcon. Resultado: Quando a parturiente entra na sala de parto é propiciado pela equipe de saúde presente na sala, um ambiente de apoio, conforto físico e emocional, facilitando que o contato íntimo mãe/bebê ocorra imediatamente após o nascimento, permanecendo por 1 hora. Para que o RN tenha a oportunidade de nascer sendo devidamente acolhido, oferecemos um espaço de humanização para tornar o nascimento do bebê mais emocionante e acolhedor, como: iluminação fraca, semelhante a uma penumbra na hora do nascimento; conversas durante as contrações, dizendo o quanto são bem vindos, amados e esperados, e ao nascer é entregue aos braços da mãe ainda com o cordão umbilical intacto; disponibilização de músicas durante todo o parto; corte do cordão umbilical: o cordão umbilical é a melhor representação física que mãe e filho estão conectados, sendo assim é oferecido ao acompanhante ou a mãe a oportunidade de cortar o cordão umbilical, para esse momento espera-se de dois a cinco minutos para o cordão para de pulsar e após se faz o corte; escolha da melhor posição: a melhor posição para se ter o filho está ligado ao conforto da mulher e pode variar de mulher para mulher. Oferecemos ainda orientações sobre os tipos de posições que facilitam o trabalho de parto e em relação aos métodos de alívio para a dor são oferecidos como: banho morno, exercícios na bola suíça; oferta de dieta líquida; deambulação; estímulo à micção espontânea; massagens com massageadores, onde a equipe e acompanhante realizam massagens durante o trabalho de parto; ambiência, onde durante o trabalho de parto é oferecido um ambiente sossegado, privativo e com a presença do seu acompanhante. Sempre que o binômio mãe/filho estiver bem clinicamente, um membro da equipe oferecerá ajuda para que o recém nascido seja colocado junto de sua mãe imediatamente após o parto, permanecendo até 1 hora. Após esse período são realizados os cuidados do RN pensando no objetivo de que este procedimento propicia entre ambos os contatos, olho a olho e pele a pele. Onde também encoraja as mães a reconhecerem quando seus bebês estiverem prontos para mamar. Se possível, neste momento a mãe será incentivada a iniciar a amamentação com a ajuda da nossa equipe. O ritmo desenvolvido por ambos será respeitado. Após o parto, mãe/filho/acompanhante e membro de equipe seguirão ao alojamento conjunto. No alojamento conjunto mãe/RN/acompanhante são acolhidos juntos, vindos da sala de parto, diretamente ao alojamento conjunto, permanecendo a criança ao lado de sua mãe, durante as 24 horas do dia, supervisionada pela equipe, a mãe é assistida durante as primeiras mamadas com apoio emocional e ajuda. No hospital não é permitida a distribuição de bicos, mamadeiras, propagandas e fórmulas infantis a vigilância é constante. Considerações finais: Os resultados obtidos na implantação das boas práticas para o parto humanizado na maternidade do HRT são subsídios para uma reflexão acerca do parto e nascimento humanizados que vem sendo trabalhado com envolvimento de toda equipe que presta assistência no parto e nascimento, com ênfase do momento de protagonismo da mulher. Temos observado uma maior credibilidade e reconhecimento da equipe médica da instituição quanto ao trabalho desenvolvido pela equipe de enfermagem, satisfação dos profissionais de enfermagem, melhora na comunicação de toda a equipe, crescimento e sensibilização no atendimento às parturiente e recém nascidos, e, por fim, a satisfação  das parturientes assistidas.

7429 ENFERMEIRO EDUCADOR PARA O PARTO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
THAIS BASILIO CARVALHO, HELEN CAMPOS FERREIRA, LUANNY REGINA DE OLIVEIRA SANTOS

ENFERMEIRO EDUCADOR PARA O PARTO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Autores: THAIS BASILIO CARVALHO, HELEN CAMPOS FERREIRA, LUANNY REGINA DE OLIVEIRA SANTOS

Apresentação: O enfermeiro realiza educação para o parto através de atividades individuais e coletivas na atenção primária, respeitando a mulher em sua totalidade, transmitindo informações que contribuirão para o nascimento natural. Objetivo: Conhecer as evidências científicas sobre os elementos constitutivos da educação para o parto e nascimento; levantar na base de dados estudos que discorram sobre a importância da educação para o parto, realizada pelo enfermeiro, na atenção primária. Método: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, em que foram levantados artigos na base de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), entre os anos de 2010 a 2018, utilizando-se dos descritores “Educação em Saúde”, “Parto humanizado”, “Atenção Primária à Saúde” e “Enfermeiras Obstétricas”. Os resultados foram apresentados e discutidos de forma descritiva, gerando condições para o leitor avaliar a aplicabilidade da revisão elaborada. Resultado: No primeiro momento os descritores foram colocados separadamente na base de dados; no segundo utilizou-se o boleando “and” Na junção Educação em Saúde and Parto Humanizado obtivemos um total de 130 artigos; Atenção primária à Saúde and Parto Humanizado, 38 artigos; e Educação em Saúde and Enfermeiras Obstétricas, 19 artigos. Inicialmente os artigos foram selecionados através de títulos e resumos expandidos nos quais o conteúdo se aproximava da temática escolhida e, posteriormente, realizou-se a leitura na íntegra, resultando no total de 4 publicações que demonstram haver elementos constitutivos de aplicação individual e outros de maneira coletiva, porém assistemática. CONSIDERAÇÕES: O enfermeiro é responsável  na execução de atividades durante à assistência ao pré-natal de baixo risco, por sua natureza educadora realiza  educação em saúde a todo o momento, permitindo o fortalecimento da naturalidade do parto fisiológico na atenção primária, envolvendo nas práticas educativas a gestante e sua rede de apoio.  

8826 UM OLHAR MULTIPROFISSIONAL DO ACOLHIMENTO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM GESTANTES EM UMA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM BELÉM (PA)
Sabryna Lais Tavares de Lima, Leticia Estefany Santana Pensador, Suzanne Alves Corrêa, Mikaelly Almeida Amorim Oliveira Texeira

UM OLHAR MULTIPROFISSIONAL DO ACOLHIMENTO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM GESTANTES EM UMA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM BELÉM (PA)

Autores: Sabryna Lais Tavares de Lima, Leticia Estefany Santana Pensador, Suzanne Alves Corrêa, Mikaelly Almeida Amorim Oliveira Texeira

Apresentação: A Universidade Federal do Pará (UFPA) oferece e desenvolve o Programa de Capacitação em Atenção à Saúde da Criança - Estágio Multicampi Saúde com o principal objetivo de qualificar os processos de gestão na formação para o cuidado, integração ensino-serviço-comunidade, de forma articulada entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e a instituição de ensino, de modo a promover a Atenção Integral à Saúde da Criança e inserção de estudantes em uma equipe multiprofissional. O programa é organizado por grupos de estudantes a partir de 10 cursos de graduação da área da saúde da UFPA, sendo composto e orientados por preceptores (profissionais inseridos nos serviços do SUS) e docentes pertencentes à instituição federal. O foco do projeto se dá na Atenção básica e esta, de caráter individual e coletivo está voltada para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, tratamento e a reabilitação. A Rede Cegonha é uma iniciativa do Ministério da Saúde, e por meio dela as gestantes têm acesso ao acompanhamento pré-natal, parto e puerpério, além de acompanhamento à criança até os dois anos de vida. As ações de educação em saúde fazem parte deste processo, como competências da atenção básica, pelo SUS. Além disso, apesar dos subsídios, a gravidez é um período de transformação que as mulheres passam, que além das diversas mudanças, tem uma história que antecede a mesma e este pode ser um período de dúvidas, ansiedades e vivências intensas para as mulheres, requerendo uma atenção a estes aspectos e a necessidade de um acolhimento. Diante disso, o objetivo deste trabalho é relatar a experiência de três estudantes de graduação da Universidade Federal do Pará (UFPA) dos cursos de psicologia, nutrição e farmácia, participantes do projeto Multicampi Saúde da Criança, em uma ação de acolhimento de gestantes e educação em saúde com as mesmas. Desenvolvimento: Foi planejada uma roda de conversa na sala de espera de uma Estratégia Saúde da Família (ESF) em Belém do Pará - um dos locais onde ocorreu o projeto Multicampi Saúde da Criança. A roda de conversa foi pensada a partir do programa de Pré-Natal Psicológico (PNP) como uma forma de educação em saúde que visa o atendimento humanizado às gestantes. O encontro foi planejado com o objetivo de promover o contato entre as gestantes na sala de espera da ESF, discutir temáticas importantes como tipos de parto, violência obstétrica, automedicação na gravidez e aspectos voltados à nutrição durante o período gestacional e perinatal, além de escutar as gestantes acerca de suas dúvidas, medos e expectativas sobre o período. Para início, houve uma dinâmica de integração entre as mesmas, mediada por uma estudante de psicologia, na qual cada gestante falou sobre o histórico de sua gravidez e expectativas acerca, além disso, para as temáticas mais específicas foi possível contar com a participação da enfermeira da instituição, preceptora das estudantes, uma estudante de nutrição e uma de farmácia. Resultado:Participaram 4 gestantes, embora o número de gestantes com consultas marcadas para o dia fosse maior, o restante faltou à consulta, o que não foi um problema, visto que isto tornou o encontro mais próximo entre as mediadoras da roda e as gestantes. Foi possível perceber que, embora todas a gestantes presentes já estivessem escolhido o seu tipo de parto, a maioria com parto normal, estas não sabiam como acontecia o parto, apenas a grosso modo, em ambos os tipos. Isso implica em uma ausência de conhecimento acerca de seus direitos no parto e o que pode se considerar violência obstétrica diante disso. Na perspectiva da psicologia, é relevante dizer sobre a importância do acolhimento a gestantes e uma escuta qualificada das mesmas, em um período de grandes medos e expectativas, como relatado pelas próprias gestantes, principalmente porque a maioria das gestantes estavam esperando seu primeiro filho. É válido dizer que ainda que se planeje uma educação em saúde e se possua um roteiro a seguir e temáticas a serem mediadas na mesma, é importante ouvir o grupo em questão e deixar que estes levem suas demandas. Diante disso, foi possível escutar essas gestantes e informar sobre os procedimentos feitos nos tipo de parto (natural e cesárea), com auxílio da enfermeira preceptora e conscientizar as mulheres, sobre seus direitos como gestantes e dando orientações futuras, conforme a Caderneta da Gestante, de autoria do Ministério da Saúde, visto que, embora essas informações façam parte da caderneta, as usuárias do serviço não haviam parado para ler ou ter contato. Além disso, por meio da roda de conversa, para a nutrição, observou-se que as gestantes primigestas consideravam que praticavam determinados erros alimentares, sendo explanado neste momento a importância de uma alimentação adequada durante e após a gestação e orientação sobre as principais modificações alimentares necessárias para a condição de gestante. Diante disso, o acompanhamento nutricional tem relevância e deve ter incentivo desde o pré-natal, tanto para a contribuição do desenvolvimento saudável do feto, quanto para promoção de saúde da mãe. Na perspectiva da Farmácia foi possível observar que haviam algumas dúvidas quanto ao uso de medicamentos durante a gestação, a automedicação durante o período gestacional atinge dois organismos simultaneamente, expondo os dois a um risco desconhecido haja vista que poucos são os estudos com gestantes envolvendo automedicação. Sob essa óptica e de acordo a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) foi possível exercer uma assistência farmacêutica, que se dá por meio de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, visando o acesso e seu uso racional. Sendo assim, a educação em saúde em um esfera multiprofissional se mostrou eficiente e necessária. Considerações finaisO acolhimento das gestantes se fez necessário, ao considerar o período de mudanças que essas mulheres passam, durante a gestação, além da importância de reunir as gestantes para criar uma rede de apoio entre as mesmas. A educação em saúde é um importante instrumento para prevenção e manutenção da saúde, na atenção básica e fomentar o trabalho multiprofissional da mesma, permite diferentes visões e contribuições para os usuários do SUS. O estágio Multicampi Saúde tem extrema relevância em atividades como a relatada neste trabalho, visto que permite que os discentes envolvidos troquem o conhecimento e voltem seu olhar para as dificuldades dos usuários dos serviço de saúde, como um todo. Além de que, as dúvidas das gestantes e participação das mesmas, nos mostra o quão válidos são estes fatos.

9227 EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO PRÉ-NATAL COMPARTILHADO: UM RELATO DE EXPERÊNCIA
Hiandra Raila Costa da Silva, Aline Freitas Wanzeler, Gabrielly Maria Valente Wanzeler, Brenda Almeida da Cruz, Dayane Vilhena Figueiró, Amanda Ouriques de Gouveia

EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO PRÉ-NATAL COMPARTILHADO: UM RELATO DE EXPERÊNCIA

Autores: Hiandra Raila Costa da Silva, Aline Freitas Wanzeler, Gabrielly Maria Valente Wanzeler, Brenda Almeida da Cruz, Dayane Vilhena Figueiró, Amanda Ouriques de Gouveia

Apresentação: A manutenção e a melhoria da saúde materno-infantil são alguns dos objetivos definidos pelo Ministério da Saúde (MS) e, para isto, é essencial a atenção ao pré-natal juntamente ao período puerperal, cuja responsabilidade é assumida pelo Governo Federal através do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, é um período caracterizado por muitas dúvidas e mudanças que ocorrem com a mulher. De acordo com o MS a gravidez é definida como o processo fisiológico em que a mulher em seu período fértil pode gerar um filho, esta gestação é carregada de mudanças anatômicas, fisiológicas, emocionais e sociais. É um momento único e especial o que causa à gestante diversas dúvidas, medos e anseios, então, torna-se essencial um acompanhamento profissional. Após a descoberta da gravidez torna-se de extrema importância dar início ao pré-natal, visto que é essencial para a proteção e prevenção de eventos que ameaçam a saúde materno-infantil. Esse acompanhamento possibilita a identificação precoce de perigos para a saúde da mãe e de seu bebê, havendo assim uma intervenção imediata sobre potenciais fatores de risco que acometam os mesmos. A realização inadequada ou não realização deste acompanhamento está relacionada a índices significantes de morbimortalidade materna e infantil. Além dos exames clínicoobstétricos e laboratoriais solicitados e realizados, no decorrer das consultas de pré-natal, segundo o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN), também devem ser preconizados ações que visam informar e responder as dúvidas acerca de temas como amamentação, imunização, cuidados com a gravidez e com o Recém-Nascido (RN), entre outros. O pré-natal é uma competência da equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF), onde deve haver o acolhimento de forma humanizada e com escuta qualificada, uma vez que é notório que a gravidez é um período de grandes modificações e incertezas, desde as alterações fisiológicas até o cuidado com o RN. Ademais, o presente estudo tem por objetivo relatar a experiência vivenciada por acadêmicas de curso de enfermagem da Universidade do Estado do Pará (UEPA)- Tucuruí, na clarificação de dúvidas assim como o repasse de informações acerca da gestação e das mudanças que ocorrem durante esse processo, incluindo os cuidados gravídico-puerperal. Desenvolvimento: Houve a utilização do Arco de Maguerez conhecido como a metodologia da problematização, dividida em cinco etapas. É amplamente utilizado por profissionais da área da saúde, principalmente na prática de educação em saúde. A primeira etapa é a observação da realidade de maneira ampla, visualizando o problema a ser trabalhado, a segunda é o levantamento dos pontos chaves, que serão fundamentados na terceira etapa que é nomeada teorização. Na quarta etapa ocorre a criação de hipóteses de solução, embasadas na etapa anterior. A última etapa é a aplicação à realidade, aonde o investigador executa a ação planejada resultante das etapas anteriores. A intervenção foi realizada no mês de dezembro de 2018, em um Centro de Saúde (CS), no município de Tucuruí-Pa. A ação foi realizada por acadêmicas do 6º semestre do curso de Enfermagem da UEPA junto à enfermeira e professora responsável pelas mesmas, durante o estágio supervisionado. O público alvo foram as gestantes e seus parceiros cadastradas no CS e contou com a participação de 9 gestantes e 2 parceiros. Para tal, foi utilizado uma roda de conversa como ferramenta para tratar sobre os assuntos, uma vez que ela possibilita a troca de informações e relatos, além da construção de um conhecimento horizontal entre a equipe e a comunidade, assim como a interação dos participantes. Ademais, foram utilizadas algumas ferramentas de trabalho para melhor explanação da temática. Resultado: No início da roda de conversa houve a acolhida e apresentação do que seria trabalhado, além do questionamento verbal sobre quais eram suas dúvidas. No começo apresentaram-se mais caladas, porém no decorrer da conversa foram contribuindo com suas opiniões e conhecimentos prévios do assunto. O tópico de abertura foi amamentação e suas vertentes como pega correta, mudanças no leite, importância da amamentação materna exclusiva (AME) até os 6 meses, perigo da amamentação cruzada, além dos cuidados com o seio no pré-natal e puerpério. Para tratar deste assunto foi utilizada uma ferramenta expositiva pertencente ao CS, que consiste em um par de mamas com as características físicas humanas. No decorrer surgiram dúvidas sobre a maternidade e acompanhantes, sobre a importância do banho de sol, o banho no RN e cuidados após o mesmo, como com o coto umbilical e a utilização de produtos como o talco. Foi ressaltado ainda os cuidados com a ferida operatória, em caso de cesárea. Obteve-se uma resposta proveitosa dos participantes, uma vez que os mesmos tiveram a oportunidade de suprir suas dúvidas e contribuir com a ação, haja vista que devido a alta demanda no serviço de saúde, nem sempre esses assuntos são abordados de forma eficaz – o que evidencia a importância de atividades de educação em saúde no pré-natal. Ao final da ação, foram distribuídos aos participantes alguns brindes como roupas de bebê e kits de higiene A utilização da roda de conversa como ferramenta de ação provou ser uma estratégia muito eficaz e resolutiva, comprovando assim, o que defende Paulo Freire, sobre as rodas de conversa e a educação horizontal. Esta ação contou como uma consulta compartilhada de pré-natal que é preconizada pelo MS como ferramenta eficaz no acompanhamento materno-fetal e que precisa ser registrada na caderneta da gestante.  Considerações finais: Diante dos resultados, é perceptível a necessidade da realização destes tipos de ações na atenção básica, além de ser uma forma de aproximação entre profissionais e comunidade, o mesmo também promove esclarecimento evitando assim problemas secundários devido a maus cuidados no pré-natal e puerpério. Por conseguinte, possibilita as grávidas gozarem de uma gravidez e puerpério tranquilos, diminuindo as dúvidas, a ansiedade e o estresse relacionado a esse período. Vivemos em uma região onde observamos e possuímos diversos costumes herdados, principalmente, de ribeirinhos e indígenas. Dessa maneira é de suma importância que os profissionais da área da saúde reconheçam esta carga cultural como parte da individualidade do usuário, contribuindo com esses valores sem impor qualquer conhecimento e atuando cada vez mais na construção do saber durante o pré-natal.

8106 CONHECIMENTO DAS MULHERES SOBRE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO.
Michelle Muniz Cruz, Daniel Ribeiro Soares Souza, Maria Regina Bernardo da Silva, Juliana Gonçalves de Souza, Marcelle Figueira Bernardo Dias Azevedo, Isabele Correia Afonso Alves

CONHECIMENTO DAS MULHERES SOBRE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO.

Autores: Michelle Muniz Cruz, Daniel Ribeiro Soares Souza, Maria Regina Bernardo da Silva, Juliana Gonçalves de Souza, Marcelle Figueira Bernardo Dias Azevedo, Isabele Correia Afonso Alves

Apresentação: Apesar da existência de humanização ainda se observa a violência obstétrica no dia a dia das mulheres enquanto o parto normal é tido como feio, primitivo e sujo, realizado apenas com as que não tem condição de fazer o mesmo tipo de parto, que na visão do médico obstetra é mais fácil a cesariana, pois a mulher não entra em trabalho de parto e menos indolor pois ela não precisa sentir as dores na contração. A Organização Mundial de Saúde (OMS) prefere utilizar o termo tratamento hostil, agressivo ou desrespeitoso ao se referir à violência obstétrica, sendo ainda necessário definir as suas diferentes facetas para elucidar melhor esse conceito. Objetivo: Identificar o conhecimento das mulheres de uma Unidade Básica de Saúde em relação à violência obstétrica. Método: Trata-se de um estudo de campo do tipo exploratório descritivo com abordagem qualitativa, aplicado a 11 mulheres com bebês nascidos até doze meses, em uma Clínica da Família na zona oeste do município do Rio de Janeiro. Resultado: Ficou evidente que as mulheres não compreendem atos violentos e invasivos e que as mesmas não sabem definir de forma clara o que é a violência sofrida por elas durante o trabalho de parto, algumas delas relatam inclusive que a violência sofrida se faz necessária, pois em alguns momentos a vida delas e do bebe são colocadas em risco. Relataram vulnerabilidades durante o trabalho de parto, se sentem omissas e relatam medo pois estão em um momento frágil precisando de apoio. E os procedimentos técnicos mais citados caracterizadores de violência obstétrica, utilizados de forma generalizada, foram Exame de Toque Recorrente, Episiotomia, Manobra de Kristeller, Tricotomia, proibição de deambulação, uso de ocitocina e uso do misoprostol. Considerações finais: Conclui-se, que, muitas destas ações de violências, não são compreendidas pelas usuárias como violência obstétrica, pois a violência institucional é invisível ou aceita socialmente como natural, porque é justificada como sendo "práticas necessárias ao bem estar das próprias mulheres", demonstraram pouco conhecimento em relação a violência obstétrica e fragilidade na autonomia feminina para definir como deseja que seu parto seja realizado. 

9808 VISITA DE ACOLHIMENTO DAS GESTANTES EM UMA MATERNIDADE DE REFERÊNCIA EM BELÉM (PA)RÁ: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Leonardo Rodrigues Taveira, Ana Gabrielle Pinheiro Cavalcante, Renata Lafaiete Cardoso Paes, Sabrina Vieira Ricardo da Silva, Tatianni De Nazare Oliveira Jacob, Fabiola Santana de Oliveira Costa, Maria Clara Costa Figueiredo

VISITA DE ACOLHIMENTO DAS GESTANTES EM UMA MATERNIDADE DE REFERÊNCIA EM BELÉM (PA)RÁ: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Leonardo Rodrigues Taveira, Ana Gabrielle Pinheiro Cavalcante, Renata Lafaiete Cardoso Paes, Sabrina Vieira Ricardo da Silva, Tatianni De Nazare Oliveira Jacob, Fabiola Santana de Oliveira Costa, Maria Clara Costa Figueiredo

Apresentação: A atenção ao acompanhamento pré-natal é indispensável para melhorar a assistência às gestantes, reduzindo os índices de morbimortalidade materna e perinatal. Nesse acompanhamento as gestantes adquirem a confiança de que terão uma gestação de qualidade e bem observada. Cabe destacar, que durante o pré-natal as gestantes devem ser orientadas pelos profissionais a realizarem a vinculação à maternidade de acordo com o grau de risco. Essa vinculação é regulamentada pela Lei no 11.634 de 27 de dezembro de 2007, sendo de responsabilidade da equipe de saúde encaminhar a gestante para visita à maternidade. É de fundamental relevância a realização da visita programada para conhecer a maternidade, haja vista que nesse momento pode-se desenvolver roda de conversa com as gestantes abordando temas como: o trabalho de parto e sinais de alerta; a importância do parto normal; os horários de visitas; e os direitos das gestantes. Nesse contexto, é de fundamental relevância que durante o atendimento à gestante ocorra o acolhimento, a escuta atenta às dúvidas e aos anseios da mulher, a inserção da família e/ou do acompanhante nas diferentes etapas, sobretudo na valorização de cada evento da mulher. Nessa perspectiva, o Ministério da Saúde instituiu o Projeto Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia (Apice On), e propõe a qualificação nos campos de atenção ao parto e nascimento entre outros aspectos que permeiam a saúde da mulher. O projeto visa produzir efeitos significativos na qualidade do cuidado ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a partir das mudanças nas práticas de formação, atenção e gestão, delineada por uma ética do cuidado baseada nas relações, que são a fonte primária que sustenta as profissões da saúde. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem na realização da visita de acolhimento das gestantes em uma maternidade de referência em Belém (PA)rá. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa do tipo relato de experiência, que foi realizado por acadêmicos do sétimo semestre de enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA), a partir do projeto de extensão “Inserção do enfermeiro na visita de acolhimento das gestantes à maternidade de um hospital de média e alta complexidade, referência em cardiologia, nefrologia e psiquiatria, como parte integrante do projeto Apice On”. As ações foram realizadas em um hospital de ensino, em Belém (PA)rá, no período de outubro a novembro de 2019, com as gestantes na sala de palestras ou na sala de espera do hospital. As rodas de conversas foram realizadas pelos acadêmicos de enfermagem sob a supervisão das enfermeiras da UFPA e do hospital, as quais também prestavam apoio sanando algumas dúvidas das gestantes sobre o serviço do hospital, e sobre as questões envolvendo o processo gestacional e o trabalho de parto. Como recurso didático foi utilizado uma cartilha elaborada pelos integrantes do projeto, a qual foi intitulada “Visita de Acolhimento Informativos para Gestante”. Com esse material orientávamos sobre os informativos do hospital e como ter acesso aos serviços obstétricos, a equipe que estava disponível para atendê-las, os documentos que elas deveriam sempre ter em mãos, os sinais de trabalho de parto e quando elas deveriam procurar a maternidade, os métodos não farmacológicos para o alívio da dor e as melhores posições que podem ser adotadas durante o trabalho de parto e parto, quais os objetos que elas deveriam levar para o bebê e para elas durante a estadia no hospital, sobre os direitos que elas tem durante todo o pré-natal e no trabalho de parto e algumas informações sobres as normas do hospital. No início de cada ação as gestantes e seus acompanhantes receberam as cartilhas e com o apoio desse recurso didático foi possível realizarmos rodas de conversa com os mesmos e no decorrer da explicação da cartilha dávamos espaço para os participantes opinarem sobre o assunto, contarem experiências dos partos anteriores e manifestarem suas dúvidas, bem como se estavam compreendendo o que estava sendo discutido ou se precisávamos mudar algo da cartilha e na metodologia. Após a apresentação e explicação da cartilha os participantes eram convidados a visitar a Clínica Obstétrica e o Centro Obstétrico do hospital e desse modo também puderam conhecer alguns profissionais e como funciona o serviço na prática. Ademais reforçávamos também sobre a importância dos acompanhantes na participação das ações para que eles ficassem cientes dos direitos das gestantes e de como funcionava o serviço do hospital, bem como a importância da sua presença durante o trabalho de parto. Resultado: O projeto beneficiou 11 gestantes, todas com gestação de alto risco, além de cinco acompanhantes. As rodas de conversas demonstraram resultados positivos no que se refere a participação das gestantes e seus acompanhantes, haja vista que todos que participaram sentiram-se estimulados a conversar e expressar suas opiniões, dúvidas e medos. No final de cada ação as gestantes e seus acompanhantes agradeceram pelo trabalho desenvolvido e revelaram estar muito satisfeitos com os conhecimentos adquiridos acerca dos sinais dos trabalhos de parto, como saber o momento certo de ir para o hospital, métodos não farmacológicos para o alivio da dor e principalmente sobre os direitos das gestantes. Cabe ressaltar que as gestantes que já tiveram gestações anteriores nos relataram que foi a primeira vez que participaram desse momento de visita de acolhimento no hospital onde tiveram seus partos e devido as informações recebidas estavam mais seguras e tranquilas, pois “estar em um ambiente familiar e conhecer os profissionais antecipadamente é muito importante para cessar ou diminuir a tensão do momento do trabalho de parto e parto”. Considerações finais: As ações desenvolvidas juntamente com a utilização de material ilustrativo informativo possibilitaram as gestantes solidificarem os conhecimentos sobre os seus direitos, sobre os fatores que regem a autonomia e independência, no pré-natal, no trabalho de parto e pós-parto. Neste sentido, os benefícios que esses conhecimentos agregam na vida das gestantes são fundamentais, pois diminuem o estresse, a ansiedade e o nervosismo, pelo fato das mesmas terem uma apresentação previa do local em que irão ter os seus bebês, e não menos importante, conheceram a equipe multiprofissional que estará disponível para recepciona-las. Por tais motivos o projeto mostra-se essencial na implementação de um serviço básico do SUS, pois o acolhimento dos usuários é fundamental para a viabilização dos seus serviços.

12013 APLICAÇÃO DE MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS NO TRABALHO DE PARTO EM GESTAÇÃO DE ALTO RISCO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Camila Dias, Camila Araújo de Albuquerque, Aniely Tavares da Silva, Alessandra Aparecida de Saldes, Ana Carla Oliveira Santos, Joanna Francyne Silva de Barros

APLICAÇÃO DE MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS NO TRABALHO DE PARTO EM GESTAÇÃO DE ALTO RISCO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Camila Dias, Camila Araújo de Albuquerque, Aniely Tavares da Silva, Alessandra Aparecida de Saldes, Ana Carla Oliveira Santos, Joanna Francyne Silva de Barros

Apresentação: A gestação é um fenômeno fisiológico e deve ser vista pelas gestantes e equipes de saúde como parte de uma experiência de vida saudável. Esse ciclo de normalidade pode ser alterado por diversos fatores que colocam em risco a saúde da mãe, da criança ou de ambos, o que caracteriza uma gestação de alto risco. As terapias não farmacológicas possuem comprovação cientifica e ajudam a proporcionar um maior conforto e autonomia para a parturiente. O objetivo desse trabalho é relatar os efeitos positivos das terapias não farmacológicas no controle da dor durante o processo do trabalho de parto em uma gestante de alto risco. Desenvolvimento: O presente estudo é um relato de experiência sobre o uso de métodos não farmacológicos para o alivio da dor em uma gestante de alto risco, presenciado na vivência da prática profissional em um hospital escola referência de Recife ofertado pela Faculdade Pernambucana de Saúde. O olhar humanizado faz uma leitura dos medos e inseguranças vivenciadas pela gestante durante o trabalho de parto, que identifica fatores que podem prejudicar o processo. Após a identificação de ansiedade, medo e inseguranças verbalizadas e esbouçadas pela gestante foram ofertadas a musicoterapia, penumbra, massagens corporais, cavalinho e mudanças de posição. Resultado: A abordagem humanizada oferecida à gestante proporcionou aos acadêmicos motivação para a implementação das técnicas em trabalhos de parto posteriores, além de presenciar o protagonismo da gestante na tomada de decisões e empoderamento sobre seu corpo. Considerações finais: O parto é um processo singular para cada mulher e o uso dos métodos não farmacológicos proporciona uma visão diferenciada do parto e de seu próprio corpo. Essas terapias geram efeitos positivos sobre a gestante ao estabelecer ambiente tranquilo, seguro e confortável, para possibilitar uma experiência única que traz ciência aliada a uma prática natural e simples não rotineira nesse ambiente estressor.

11205 CONSTRUÇÃO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA O AUTOCUIDADO DE GESTANTES COM O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA
Ruhan da Conceição Sacramento, Jeane Rodrigues Miranda Serrão, Ivonete Vieira Pereira Peixoto, Beatriz Duarte de Oliveira, Stephany Siqueira Braga

CONSTRUÇÃO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA O AUTOCUIDADO DE GESTANTES COM O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA

Autores: Ruhan da Conceição Sacramento, Jeane Rodrigues Miranda Serrão, Ivonete Vieira Pereira Peixoto, Beatriz Duarte de Oliveira, Stephany Siqueira Braga

Apresentação: O autocuidado pode ser entendido como a prática de atividades exercidas pelo indivíduo visando o seu benefício em busca da manutenção da vida, da saúde e do bem-estar. No cuidado à gestante com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), podem surgir diversos conflitos por conta do risco de contaminação mãe/bebê; pelo despreparo em lidar com esse público; como se dará o estabelecimento do respeito ao direito reprodutivo dessas mulheres, bem como a convivência com as demais, referente à condição sorológica da gestante com HIV. Neste contexto, observa-se a importância da elaboração de Tecnologias Educacionais que são entendidas como dispositivos para a intermediação de processos de ensinar e aprender que são usadas entre educadores e educandos, nos mais variados processos de educação. Estas tecnologias podem ser apresentadas em diversas modalidades, tais como: táteis e auditivas, expositivas e dialogais, impressas e audiovisuais. É notório como essas ferramentas educacionais são capazes de promover resultados expressivos para os participantes das atividades educativas. A contribuição desses materiais para a promoção da saúde depende dos princípios e das formas de comunicação envolvidos nos processos de elaboração. Assim, o objetivo do estudo foi construir uma tecnologia educacional para gestantes soropositivas para HIV. Desenvolvimento: Estudo descritivo, de natureza qualitativa, do tipo pesquisa participante. Participaram do grupo focal 10 gestantes com HIV. Após a dinâmica do grupo focal, foram analisados os depoimentos das mesmas e construído uma tecnologia educacional contendo os principais questionamentos das participantes e respostas com referências de estudos realizados pelo ministério da saúde. A pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Pará, sob nº do parecer: 3.401.472. Todas as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e o sigilo de suas identidades foi assegurado. Resultado: Com a metodologia realizada, foi possível construir como produto final um vídeo educativo. Intitulou-se o vídeo de “A gravidez em mulheres com HIV: vamos falar sobre?”, sendo expresso em 4  minutos e 42 segundos, em forma de perguntas e respostas por meio de frases objetivas e imagens coloridas para ser mais atrativo para as leitoras. Sobre os questionamentos, foi possível destacar que as gestantes não sabiam como realizar o autocuidado de forma correta e que apresentam medo perante o estigma contido na doença. Considerações finais: A elaboração de ferramentas educacionais se apresenta como forma de sanear dúvidas e apresenta-se como forma de aumento de vínculo entre o profissional e a usuária.

10473 RODA DE RELATO DE PARTO E A PERSPECTIVA MASCULINA: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Lorena Lopes Carvalho Bellas, Beatriz Garcia De Souza, Miriam Estefany dos Santos Andrade, Milena Batista Carneiro, Larissa Escarce Bento Wollz, Taís Fontoura De Almeida, Helene Nara Henriques Blanc, Jane Baptista Quitete

RODA DE RELATO DE PARTO E A PERSPECTIVA MASCULINA: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Autores: Lorena Lopes Carvalho Bellas, Beatriz Garcia De Souza, Miriam Estefany dos Santos Andrade, Milena Batista Carneiro, Larissa Escarce Bento Wollz, Taís Fontoura De Almeida, Helene Nara Henriques Blanc, Jane Baptista Quitete

Apresentação: Experiências inovadoras nos projetos pedagógicos dos cursos de graduação em saúde. A equipe de saúde que cuida do casal durante a gravidez, parto e da amamentação tem função primordial na formação de pais e mães a partir de homens e mulheres que começam a exercer a sua parentalidade. Tradicionalmente os cuidados com o período de gestação e com a criança sempre foram atribuídos a mulheres e muitos homens não participavam de atividades consideradas femininas. Estes estereótipos estão no cerne das relações familiares e ainda constituem como traços arraigados da nossa cultura. Até as Políticas de Saúde reproduzem essa lógica na medida em que o número de políticas e pesquisas voltadas à Saúde da Mulher são maiores e mais amplas do que as voltadas para os homens. Além disso, muitas políticas públicas são voltadas para a maternidade e não enfocam a paternidade, tornando invisíveis as iniciativas nessa área. Há poucos anos, o conceito do núcleo familiar está sendo questionado e este núcleo vem sendo lentamente remodelado e a participação masculina, lentamente, tem crescido, tanto quantitativamente como qualitativamente. Um dos motivos para essas transformações é o impacto negativo do modo como a masculinidade hegemônica é vista por alguns setores da sociedade para a qualidade de vida e saúde dos homens, promovendo a valorização da importância da participação do homem em aspectos que sejam capazes de alterar esta condição, promovendo o autocuidado, o cuidado com outro e o livre exercício da paternidade. Com relação aos filhos, é exigido um outro posicionamento do homem em relação ao exercício da paternidade, mesmo que ainda haja resistência cultural acerca desta questão. A aproximação dos pais ao binômio mãe-bebê é fundamental para o crescimento saudável da criança e para uma parentalidade mais equânime por parte do casal. Partindo deste cenário, entendemos que a Universidade assume um papel central nessa proposta de mudança cultural, pois a partir da formação de futuros profissionais de saúde humanizados e capacitados, bem como da educação permanente para os profissionais que já se encontram no mercado de trabalho na compreensão deste fenômeno e na mudança de hábitos cotidianos, até mesmo dos próprios profissionais que muitas vezes são pais. Deste modo, o projeto “Roda de Relato de Parto sob Olhar Acadêmico” avalia o impacto do processo de nascimento de seus filhos na vida de homens da comunidade acadêmica da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O nosso objetivo principal é analisar se a inserção no meio acadêmico contribui para sua capacidade de escolhas, de preparação e seu protagonismo no processo de nascimento dos seus filhos. Além disso, o projeto visa analisar as expectativas dos participantes sobre a escolha da via de parto; analisar sua inserção e tratamento no ambiente de parto pelos profissionais de saúde envolvidos; bem como, identificar ocorrência de violência obstétrica. Na metodologia optamos por realizar um projeto de pesquisa de natureza qualitativa, descritiva, com delineamento transversal e de campo, tendo como unidade de análise o indivíduo e não o coletivo, desenvolvido por meio de grupo focal denominado “roda de relato de parto’. O estudo está sendo realizado com homens da comunidade acadêmica (discentes e servidores) da UFF/Rio das Ostras e UFRJ/Macaé (parecer nº. 2.821.571 – Plataforma Brasil). São critérios de inclusão: homens que tenham pelo menos um filho vivo, nascido a termo, sem patologias e/ou malformações nos últimos cinco anos; ser aluno (a) regularmente matriculado em qualquer curso ou servidor (docente ou técnico-administrativo) das universidades participantes; aceitar participar da roda de relato de parto. Para a análise do material coletado todos os depoimentos foram gravados em áudio e vídeo e transcritos. A primeira roda de relato de parto com homens foi realizada no hall do Campus Universitário da UFF/Rio das Ostras (CURO), no dia 13 de novembro de 2019 durante o evento aberto ao público “Novembro Azul em foco: promovendo a saúde do homem no contexto familiar”. Ela ocorreu com a participação de três depoentes, sendo um discente do Curso de Ciência da Computação e dois docentes (Departamento de Enfermagem e Departamento de Ciências da Natureza), todos casados e que se declararam brancos. Obtivemos quatro relatos de partos (um parto vaginal e três partos cirúrgicos). Dentre os resultados preliminares já obtidos foi possível perceber que todos os nascimentos ocorreram em ambiente hospitalar, sendo as três cesáreas em hospital da rede particular de assistência à saúde e apenas o parto por via vaginal ocorreu em serviço do Sistema Único de Saúde (SUS). Todos afirmaram participar do acompanhamento pré-natal, durante o trabalho de parto e no momento do parto. Entretanto, foi relatado que a via de parto somente foi escolhida pela gestante em um dos partos, e, neste, houve a participação ativa do depoente. No que diz respeito aos cuidados com o filho recém nascido, apenas em dois relatos houve participação classificada como efetiva dos homens, inclusive durante o período de amamentação. Este sentimento de inclusão ficou evidente nos depoimentos de todos os três participantes da roda. Foi possível perceber que para dois dos três depoentes, o vínculo de docente no meio acadêmico não afetou, positivamente ou negativamente, a experiência do parto, apesar da expectativa naturalmente criada de que o meio forneça mais informações sobre a vivência a fim de instruir e orientar. Porém, o depoente discente relatou um impacto positivo da universidade em sua experiência de paternidade, ao referir-se à oportunidade de ter sido atendido no consultório de Enfermagem do CURO. Este atendimento permitiu ao depoente e sua companheira fazer uma escolha consciente sobre o tipo de parto que gostariam de vivenciar. Além dos depoentes e da pesquisadora que mediou a roda, a mesma contou com a participação de 15 discentes dos cursos de Enfermagem, Psicologia e Serviço Social. A avaliação realizada ao final feita pelos discentes revelou interesse pela inovação trazida pelo assunto, o qual não é abordado, ressaltando que a ênfase da parentalidade é somente dada ao exercício da maternagem. Os discentes participantes consideraram importante valorizar o protagonismo também dos homens para que se sintam tão parte do processo quanto as mães e que a parentalidade se torne uma parceria entre os pais. Foi notado o déficit que existe na área da saúde em relação ao início da paternidade, a qual precisa ser evidenciada e incentivada para que o processo do parto seja percebido também pelos homens como um processo cada vez mais familiar e humanizado. O projeto é relevante, pois abordam questões relacionadas à construção social de gênero, rompimento de barreiras e a tentativa de trazer ao homem um melhor entendimento do seu papel, seus direitos e sua participação como pai. Aos discentes de diferentes cursos, o projeto propicia a extrapolação da perspectiva biológica da paternidade, permitindo assim, compreender a complexidade do exercício dos direitos sexuais e reprodutivos e fomentar a formação cada vez mais completa dos profissionais de saúde.

11038 OS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA HORA DOURADA APÓS NASCIMENTO.
Karla Vaninna Araújo Ribeiro, Ingrid Felix de Andrade, Joanna Francyne Silva de Barros

OS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA HORA DOURADA APÓS NASCIMENTO.

Autores: Karla Vaninna Araújo Ribeiro, Ingrid Felix de Andrade, Joanna Francyne Silva de Barros

Apresentação: Os cuidados prestados ao recém nascido, imediatamente após o parto, são essenciais para a adaptação do bebê, diminuindo a morbimortalidade neonatal na transição do meio intra para extrauterino. Golden hour (hora de ouro ou hora dourada) é a expressão dada à primeira hora da mãe com o recém nascido logo após o nascimento. Esses primeiros sessenta minutos, podendo exceder, tem uma grande importância para crescimento e desenvolvimento da criança, bem como a formação do vínculo materno infantil. Por isso, é importante que os profissionais coloquem em prática esse momento. Apesar da vivência da hora dourada ser claramente positiva, estudos mostram que no Brasil ainda é muito negligenciada. O objetivo desse trabalho foi contribuir para o declínio da prática da separação do bebê e mãe na hora dourada, facilitando o comportamento maternal e as trocas fisiológicas do estado gravídico para o puerperal. Método: trata-se de uma revisão de literatura com abordagem descritiva. Foram utilizadas bases de dados eletrônicas (MEDLINE via PubMed,Lilacs, CINAHL, Scopus, ScienceDirect e internet of science) e as palavras chaves: childbirth assistance, humanization, golden hour. Selecionados estudos observacionais, transversais que avaliassem a prática da hora dourada, os benefícios, e a atenção dos profissionais da saúde. Resultado: dois estudos foram incluídos na revisão, apresentando alto nível de confiabilidade Um estudo demonstrou que aqueles submetidos ao contato pele a pele (CPP) com a mãe na primeira hora de vida, apresentaram melhor transição para vida extrauterina. 76% dos RN que realizaram CPP puderam iniciar a amamentação neste período. Corroborando com esses resultados, outro estudo verificou que neonatos em CPP apresentam melhor estabilização do sistema cardiorrespiratório em comparação com neonatos que não realizaram esse procedimento, além de ser um relevante ferramenta da promoção do aleitamento materno. Com relação ao estudo nacional, os autores apontaram maior frequência de CPP na região sul do Brasil, com 32,5%, bem como a oferta do seio materno na sala de parto, com 22,5%. Considerações finais: esse estudo evidenciou que a assistência tecnocrática e a rotina institucional preconizam o atendimento médico imediato, mesmo em situações em que na verdade, o RN não necessita, chamando a atenção da equipe multiprofissional responsável por sensibilizar e encorajar, que práticas de humanização, como a hora dourada, seja respeitada e implementada na assistência, com benefícios cientificamente comprovados. Por fim, ressalta-se que os benefícios da hora dourada são indicadores de qualidade assistencial e, portanto, devem ser passíveis de monitorização. Conhecer estes indicadores agrega subsídios para que haja uma reflexão sobre o trabalho realizado e para que se encontrem oportunidades de melhoria.