364: Papo de Homem: Porquê precisamos de ter um novembro azul
Debatedor: Rildo dos Santos Loureiro
Data: 30/10/2020    Local: Sala 10 - Rodas de Conversa    Horário: 08:00 - 10:00
ID Título do Trabalho/Autores
5889 DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS HOMENS NA ADESÃO A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Tereza Monique Côrtes Gomes, Marcel Vinícius Cunha de Azevedo, André Luiz de Jesus Morais, Juliana Santana Carregosa, Paula Sueleen Pereira da Silva, Átila Caled Dantas Oliveira

DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS HOMENS NA ADESÃO A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores: Tereza Monique Côrtes Gomes, Marcel Vinícius Cunha de Azevedo, André Luiz de Jesus Morais, Juliana Santana Carregosa, Paula Sueleen Pereira da Silva, Átila Caled Dantas Oliveira

Apresentação: Em decorrência da deficiência dos homens na busca aos serviços de saúde na atenção primária, é perceptível dificuldades na inserção dessa classe aos serviços de atenção básica, esses são fatores que devem ser analisados, pois podem gerar uma menor perspectiva de vida aos homens, aumentando as taxas de morbidade e mortalidade, afetando diretamente na sua qualidade de vida. O objetivo do estudo foi conhecer o perfil social do homem atendido nas unidades básicas de saúde e determinar se a condição social é fator determinante para a adesão a esses serviços. Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva, com abordagem quantitativa, realizada em uma unidade básica de saúde no município de Simão Dias - SE. Participaram 110 homens com faixa etária entre 20 a 59 anos que frequentaram esses serviços de atenção básica em busca de atendimento médico ou de enfermagem durante o período da pesquisa. Os dados foram coletados através de questionário fechado com perguntas como idade, motivo de atendimento, situação conjugal, escolaridade, entre outras. A pesquisa ocorreu no período de dezembro de 2018 a março de 2019. Resultado: Os dados obtidos na pesquisa objetivaram analisar o perfil sociodemográfico, de morbidade e frequência da busca por serviços de saúde de homens adultos, demonstrando que normalmente os homens que mais buscam atendimento na atenção primária, estão na faixa etária a partir dos 40 anos e possuem companheiras. Aos que menos procuraram por atendimento, entende-se que devido uma convenção social que traz o sexo masculino como símbolo de força, de modo que ele não se reconhece como doente culmina num contexto em que o autocuidado com sua própria saúde não é tido como importante entre a classe. Com relação a sua maior dificuldade em procurar atendimento nas Unidades Básicas, a maioria deles (52%) justificou não ser por desconhecimento da importância, distância da unidade ou qualidade da assistência. Eles justificaram o horário de trabalho como empecilho ou simplesmente por não estarem se sentindo doentes. Alguns autores ressaltam que a baixa adesão aos serviços de atenção básica pelos homens está atrelada à falta de preocupação com ações de prevenção e promoção da saúde, além da dificuldade em se reconhecerem doentes e o medo de descobrirem alguma doença. Considerações finais: evidencia-se que o fator sociocultural é um forte motivo que leva os homens a descuidar de sua saúde, principalmente pela população jovem, assim pesquisa evidencia uma maior procura entre os homens com faixa etária acima dos quarenta anos e os que têm companheira, o que sugere um estímulo por parte do cônjuge ao cuidado à saúde, bem como uma preocupação maior com a saúde a partir dos 40 anos.

5967 PROJETO CONVERSANDO SOBRE SAÚDE COM HOMENS
Wagner Valentim de Alão

PROJETO CONVERSANDO SOBRE SAÚDE COM HOMENS

Autores: Wagner Valentim de Alão

Apresentação: A Policlínica Regional de Saúde Dr. Guilherme Taylor March – PRGTM vem por meio deste projeto se aproximar da população em geral, dando ênfase a saúde homem no que tange a promoção e prevenção em saúde. Este projeto será realizado no período de fevereiro de 2020. Como a policlínica já está presente nesta região desde 2005 prestando assistência a toda população estamos sempre construindo vínculos com a nossa comunidade. Esta unidade de saúde realizará a intervenção na Autolotação Ingá, junto aos alunos do Programa de Educação Tutorial - PET Saúde Interprofissionalidade que inclui acadêmicos das áreas de psicologia, odontologia, enfermagem, medicina, educação física e farmácia. Objetivo Geral - Sensibilizar o segmento de homens acerca da importância do cuidado preventivo em Saúde. Objetivo: Específicos - Proporcionar conhecimentos referentes ao CA de próstata; Incentivar a imunização; Trabalhar o tema violência e suas ramificações; Incentivar o autocuidado preventivo; Desmistificar a saúde mental para os homens; Justificativa “A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem visa qualificar a saúde da população masculina na perspectiva de linhas de cuidado que resguardem a integralidade da atenção. O reconhecimento de que os homens adentram o sistema de saúde por meio da atenção especializada tem como consequência o agravo da morbidade pelo retardamento na atenção e maior custo para o SUS. É necessário fortalecer e qualificar a atenção primária garantindo, assim, a promoção da saúde e a prevenção aos agravos evitáveis. Muitos agravos poderiam ser evitados caso os homens realizassem, com regularidade, as medidas de prevenção primária. A resistência masculina à atenção primária aumenta não somente a sobrecarga financeira da sociedade, mas também, e, sobretudo, o sofrimento físico e emocional do paciente e de sua família, na luta pela conservação da saúde e da qualidade de vida dessas pessoas.” Metodologia Atuaremos por meio de oficinas e rodas de conversa com profissionais preceptores e acadêmicos do PET- Interprofissionalidade, ministrando para grupos de no máximo 30 participantes visando proporcionar lugar de fala e esclarecimentos de eventuais dúvidas, as oficinas podem ocorrer de acordo com a disponibilidade da empresa, sendo manhã ou tarde. Resultado: Esperados Realizar a cobertura da atenção e promoção em saúde de 100% dos trabalhadores da empresa Autolotação Ingá proporcionando assim melhoria da qualidade de vida e desempenho profissional. Considerações finais Levando em conta a proposta, esperamos por intermédio das ações em saúde e atividades de prevenção alcançar o objetivo de sensibilizar todos os participantes das rodas de conversas e oficinas.

6444 DESAFIOS À ASSISTÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: relato de experiência
Deborah Santana Pereira, Açucena Leal de Araújo, Lívia Lopes Custódio, Ilvana Lima Verde Gomes, Thereza Maria Magalhães Moreira

DESAFIOS À ASSISTÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: relato de experiência

Autores: Deborah Santana Pereira, Açucena Leal de Araújo, Lívia Lopes Custódio, Ilvana Lima Verde Gomes, Thereza Maria Magalhães Moreira

Apresentação:. Devido à dificuldade na adesão dos trabalhadores homens aos serviços de saúde, em especial na atenção primária à saúde, esse público encontra-se mais suscetível a morbidades, além de resultar em maiores custos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse contexto, foi desenvolvida uma intervenção de saúde junto ao homem trabalhador de indústrias. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência desta intervenção direcionada à saúde do homem trabalhador de indústrias em Picos-Piauí. Método. Trata-se de um relato de experiência sobre uma intervenção realizada de junho a julho de 2017, em uma Estratégia Saúde da Família (ESF) da citada cidade. A referida intervenção constou de levantamento realizado junto à equipe da ESF e da problematização com Arco de Maguerez, de Charles Maguerez. Nesta última foram cinco etapas desenvolvidas a partir da realidade: Observação da Realidade; Pontos-Chave; Teorização; Hipóteses de Solução e Aplicação à Realidade (prática). A intervenção foi realizada em uma indústria de postes de concreto, junto a 13 homens; e em uma fábrica recicladora de plástico, com 14 homens. Como recursos materiais foram utilizados: balança digital, fita métrica para verificar a altura, aparelho para aferição de pressão arterial, implementação de fichas para cadastro dos trabalhadores na ESF, cadernetas de vacinação, vacinas contra Hepatite B e DT (difteria e tétano) e cadernetas do homem. Na observação da realidade identificou-se muitas indústrias no território da ESF e déficit na atenção à saúde dos trabalhadores. Posteriormente, foram elencados os pontos-chaves, que necessitaram ser discutidos para resolução da situação-problema: o público-alvo não comparecia à ESF para consultas de rotina; extensa carga de serviço e medo de diagnóstico de doenças; falta de incentivo da empresa contratante para frequentarem os serviços primários de saúde; ausência de fluxograma e de ficha específica de atendimento específica sobre saúde do trabalhador/homem na ESF; desatualização da caderneta de vacinação (DT e Hepatite B). A teorização (terceira etapa) foi construída com base na Política Nacional Integral à Saúde do Homem (PNISH) e a quarta etapa foi o levantamento de hipóteses para resolução dos principais problemas de saúde, que foram sensibilizar o público-alvo sobre a importância de comparecerem à ESF para consultas de rotina e os empregadores da relevância de cuidarem da saúde de seus funcionários, disponibilizando tempo para que frequentassem os serviços básicos de saúde; discutir entre os profissionais de saúde a necessidade da realização de busca ativa desses trabalhadores; implementar na UBS ficha voltada para saúde do trabalhador e aplicabilidade da caderneta do homem. Já a quinta etapa constitui a aplicação à realidade. Foram elencados alguns pontos que deveriam ser colocados em prática: realização de reunião com equipe de saúde sobre as necessidades de atenção à saúde voltada aos trabalhadores do território; conhecimento da equipe de saúde sobre a realidade dos trabalhadores, para melhor compreender e atender suas necessidades de saúde; roda de conversa sobre a importância do comparecimento dos trabalhadores à unidade de saúde e a importância de frequentarem os serviços de saúde, em especial, a atenção primária; fornecimento de cartões de vacinação, pois o público em questão não possuía, além da realização da vacinação no local de trabalho contra Difteria, Tétano e Hepatite B; conversa com os empregadores para sensibiliza-los da importância de seus empregados irem rotineiramente à unidade para consultas e realização de exames. Resultado:. Houve compreensão da deficiência de intervenções de saúde voltadas à saúde do trabalhador. Evidenciou-se a necessidade de acompanhar a vivência destes homens no seu ambiente de trabalho. A utilização do Arco de Maguerez possibilitou verificar a marcante presença de indústrias no bairro, formadas quase que totalmente por homens. Outra observação foi a inexistência da realização de intervenções de saúde do homem pela ESF do território e, consequentemente, a pouca procura desse público pelo serviço. A etapa de aplicação à realidade se deu após a realização de uma visita prévia às fábricas do referido bairro para informarmos sobre o projeto, disponibilidade de horários das empresas e elaboração de um cronograma de atividades. O número de empresas procuradas foram quatro, das quais três manifestaram interesse, mas por incompatibilidade de horários, apenas duas participaram das intervenções. As atividades desenvolvidas foram recepção do público-alvo; orientações e aferição da PA, IMC, circunferência abdominal; solicitação do cartão SUS (para cadastro junto à ESF); orientações sobre atualização vacinal; administração e início do esquema nos clientes que não tinham mais o cartão vacinal; preenchimento do aplicação do questionário presente na caderneta do homem do Ministério da Saúde “Descubra que tipo de homem você é”; distribuição de preservativos e esclarecimentos sobre os serviços disponíveis na ESF. Na primeira empresa, participaram da intervenção 13 homens, entre idade de 21 a 54 anos, dentre os quais um tem diagnóstico de hipertensão arterial e nenhum deles é diagnosticado com diabetes mellitus. Quanto às medidas antropométricas, apenas dois estava com o IMC muito acima e com a circunferência abdominal acima de 102. A respeito da situação vacinal, nenhum deles tinha cartão de vacinas e relataram não lembrar a última vacina tomada. Logo, deu-se inicio ao esquema vacinal da vacina contra Hepatite B de DT (difteria e tétano) de todos eles, além do aprazamento das próximas doses das vacinas e orientações sobre a importância de ir à unidade para administração das próximas doses. Na segunda empresa, participaram das atividades 14 homens, nenhum deles tinha diagnóstico de hipertensão arterial ou de diabetes mellitus. Suas medidas antropométricas revelaram quatro com IMC elevado e circunferência abdominal gt; 102cm. Quanto à situação vacinal, estavam iguais aos da primeira empresa e as mesmas medidas e procedimentos forma adotados. No questionário disponível na caderneta do homem (Que tipo de Homem você é?), do total de participantes das duas empresas: dois obtiveram de 15 a 21 pontos, considerando possuírem hábitos de vida saudáveis; dezenove obtiveram 8-14 pontos  (estilo vida moderado), quando velhos hábitos devem ser abandonados; e por fim, seis sujeitos obtiveram pontuação de 0 a 7 pontos, quando é necessário rever ações em relação à saúde, devendo se cuidar mais. A principal dificuldade encontrada na realização das atividades foi a disponibilidade de horário, de maneira que as atividades não puderam ser realizadas na ESF, sendo feitas nas próprias empresas, distribuídas em quatro dias, nos horários em que os trabalhadores estariam fora de suas atividades e a equipe de saúde também estivesse disponível para ir às indústrias para realização das intervenções. Considerações finais: Após a intervenção junto dos trabalhadores das fábricas foi possível aproximá-los aos serviços de saúde, viabilizando a prestação de serviços à população masculina, em suas especificidades e abrangendo os princípios da integralidade, equidade e universalidade das ações de saúde, ampliando os serviços prestados na unidade e garantindo um direito dos trabalhadores.

6735 PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DO SONO ENTRE HOMENS USUÁRIOS DO SUS DE BANANAL -SP
Giulia Lemos de Almeida, Jorge Luiz Lima da Silva, Felipe dos Santos Costa, Karine Barreto Rodrigues da Silva, Ana Luísa de Oliveira Lima, Hikari Watanabe Ferreira, Bruna Cerqueira Bonan de Lima, Larissa Murta Abreu

PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DO SONO ENTRE HOMENS USUÁRIOS DO SUS DE BANANAL -SP

Autores: Giulia Lemos de Almeida, Jorge Luiz Lima da Silva, Felipe dos Santos Costa, Karine Barreto Rodrigues da Silva, Ana Luísa de Oliveira Lima, Hikari Watanabe Ferreira, Bruna Cerqueira Bonan de Lima, Larissa Murta Abreu

Apresentação: O sono desempenha papel importante em vários processos fisiológicos do organismo, sendo a boa qualidade do mesmo a base para o bem-estar físico, mental e psicológico do indivíduo e sua privação está associada à diminuição de seu rendimento nas atividades diárias. O público masculino possui vulnerabilidades importantes, que muitas vezes passam despercebidas, podendo afetar seu processo saúde-doença. Objetiva-se descrever a percepção da qualidade do sono de homens usuários do SUS de Bananal e sua possível associação com fatores de estilo de vida e aspectos de saúde. Desenvolvimento: pesquisa epidemiológica observacional, seccional. A amostra é composta por 370 homens, residentes no município do interior do Estado de São Paulo. Foi utilizado questionário estruturado com perguntas abertas e fechadas, contendo versão reduzida do Self Reporting Questionnaire (SRQ-20), Escala de Apoio Social (MOS-SSS) desenvolvida para o Medical Outcomes Study (MOS-SSS). Para análise dos dados, foi utilizado o software Statistical Package for the Social Sciences® 21. Resultado: A percepção de sono ruim foi de 30% entre os participantes. Observou-se que os que dormiam mal estavam entre aqueles com escolaridade acima da média (p=0,006); com hobby/lazer (p=0,008); tabagista (p=0,066); consumidores de drogas (p=0,002); realizavam poucas refeições por dia (p=0,020); consumidores de industrializados (p=0,033); com índice cintura quadril ruim (p=0,000); com hipertensão diagnosticada (p=0,006); com diabetes (p=0,007); com dificuldades de acesso aos serviços de saúde (p=0,001). Após aplicação de modelo de regressão logística múltipla binária, apresentaram associação para o desfecho: hobby/lazer (RP= 1,789, IC95%=1,100-2,910); consumir drogas (RP= 2,016, IC95%=1,068-3,806); transtorno mental comum (RP= 2,413, IC95%=1,251-4,654); índice cintura quadril ruim (RP= 3,167, IC95%= 0,136-0,736); diagnóstico prévio de hipertensão arterial (RP= 1,701, IC95%=1,029-2,810); diagnóstico prévio de diabetes mellitus (RP= 1,707, IC95%=1,007-2,893); alimentar-se pouco (RP= 1,558, IC95%=1,130-2,148). Considerações finais: foram observadas vulnerabilidades como a baixa escolaridade, desemprego e renda baixa. Também foi observada pouca busca por hábitos de prevenção em saúde e autocuidado, sedentarismo, hábitos alimentares irregulares e busca pelos serviços de saúde para urgências. O discurso das políticas de saúde voltado ao público masculino deve ser efetivado no campo prático, com ênfase à promoção da saúde e reconhecimento do sono como importante fator para a qualidade de vida.

7608 TRAJETÓRIAS ASSISTENCIAIS DE HOMENS ENTRE O DIAGNÓSTICO E O TRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA
Maria Helena De Oliveira Santana, Daniela Arruda Soares Alves, Glória Luiza Ferreira Cavalcanti

TRAJETÓRIAS ASSISTENCIAIS DE HOMENS ENTRE O DIAGNÓSTICO E O TRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA

Autores: Maria Helena De Oliveira Santana, Daniela Arruda Soares Alves, Glória Luiza Ferreira Cavalcanti

Apresentação: No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais frequente entre os homens, sendo que a instituição do diagnóstico precoce e do tratamento oportuno concorrem para a redução da sua incidência e mortalidade. Contudo, as trajetórias assistenciais destes indivíduos, sobretudo na atenção especializada, ainda têm sido marcadas por dificuldades organizacionais, técnico-assistenciais e culturais. Assim, objetivou-se analisar as trajetórias assistências de homens acometidos pelo câncer de próstata, em uma Unidade de Alta Complexidade em Oncologia, no município de Vitória da Conquista (BA). Método: estudo de abordagem quantitativa, realizado na  Unidade de Alta Complexidade em Oncologia, referência regional para o tratamento do câncer. Realizou-se levantamento de todos os homens com câncer de próstata cadastrados no serviço, no ano de 2018, provenientes do município de Vitória da Conquista, Bahia. Dos prontuários extraíram-se informações referentes à idade, local de moradia, estadiamento da doença, data do diagnóstico, data do início do (s) tratamento (s), tipo (s) de tratamento. A coleta ocorreu entre julho a dezembro do mesmo ano. Calcularam-se frequências absolutas e médias. Resultado: Entre os 75 usuários, a média de idade foi de 75,6 anos, a maioria eram idosos e procedentes de zona urbana, os estágios clínicos III e IV foram encontrados em 84% dos casos. O tempo decorrido entre o resultado do anatomopatológico e o início do tratamento ultrapassou o prazo legal de até 60 dias em 73,3% dos clientes. Dentre os tratamentos para o câncer de próstata, a hormonioterapia foi a primeira escolha para 92% dos pacientes. Em menos de 2 anos, 30 pacientes fizeram o uso de mais de um tratamento, sendo ele hormonioterapia, radioterapia, quimioterapia e cirurgia. Considerações finais: As trajetórias assistências de homens com câncer de próstata demonstraram entraves na busca pelo cuidado e/ou cura em seu processo saúde-doença, evidenciado pelo diagnóstico em estágios avançados e morosidade no tempo entre o resultado do anatomopatológico e o início do tratamento na Alta Complexidade, o que parece estar relacionado ao desempenho de todos os níveis da rede de atenção à saúde e a aspectos culturais que distanciam o homem do serviço de saúde. Faz-se necessário o aprimoramento das ações de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de próstata em toda a rede de atenção à saúde, a fim de favorecer o diagnóstico e tratamento efetivos e o oferecimento de melhor qualidade de vida e sobrevida para os indivíduos acometidos.

7760 RELAÇÕES SOCIAIS NO CÁRCERE: EXPERIÊNCIA DE DOCENTES QUE ATUAM NA EDUCAÇÃO PARA PRIVADOS DE LIBERDADE NA PENITENCIÁRIA CENTRAL DO ESTADO EM CUIABÁ/MT EIXO 2 – TRABALHO
Cláudia Maria Bernardes Dauar

RELAÇÕES SOCIAIS NO CÁRCERE: EXPERIÊNCIA DE DOCENTES QUE ATUAM NA EDUCAÇÃO PARA PRIVADOS DE LIBERDADE NA PENITENCIÁRIA CENTRAL DO ESTADO EM CUIABÁ/MT EIXO 2 – TRABALHO

Autores: Cláudia Maria Bernardes Dauar

Apresentação: A finalidade da prisão é a proteção da sociedade contra o crime, no sentido de arrefecer a violência e assegurar que a pessoa penalizada possa voltar à sociedade preparada para ser produtiva e capaz de respeitar à lei, cabendo esse papel ao Sistema Prisional. A educação em ambiente carcerário se coloca como possibilidade entre: “abertura” de uma janela para a escolarização e o “fechamento” de uma porta, que tem a missão de fazer com que o indivíduo deixe no passado, um local onde ninguém deseja estar. A educação, além de ser um indicador de mobilidade socioeconômica ascendente, é um direito, cujo objetivo principal, sobretudo, no sistema penitenciário, é o preparo do indivíduo para o exercício da cidadania. Trata-se de um direito universal, “apesar” das pessoas privadas de liberdade. Nesse sentido essa pesquisa, propõe investigar a temática referente à experiência docente em Educação de Jovens e Adultos no sistema prisional em Mato Grosso. Objetivando conhecer o modo pelo qual se dá o processo educativo na Penitenciária Central do Estado; verificar como ocorre o processo da inserção cotidiana dos professores (as) na PCE/MT e identificar sentidos da educação por professores no ambiente carcerário. A escola no interior do sistema prisional, pode significar uma pausa na coerção, um amortecimento das tensões cotidianas e do perigo em potencial sempre à espreita. Coerção, tensões cotidianas e perigo, conjugados, podem afetar a saúde física e mental dos sujeitos. A atmosfera contraditória e complexa de uma escola em presídio pode imprimir marcas que favoreçam o adoecimento dos profissionais que trabalham cotidianamente nesse espaço, enredados por uma trama de relações, que são parte integrante da dinâmica prisional. Esse trabalho árduo e penoso da educação em ambiente carcerário ainda se encontra invisível e desconhecido para a maioria da sociedade, em geral. Elencou-se a abordagem qualitativa, pois permite captar sentidos, concepções, percepções, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, dos sujeitos que não podem ou não deveriam ser quantificados. Abordagem socioantropológica, com indagações pertinentes ao campo da Saúde Coletiva, em consonância com o objeto de estudo, temos, assim, que fenômeno e sujeito são correlatos e estão unidos no próprio ato de aparecer. Para o levantamento dos dados produzidos relacionados ao trabalho docente no interior do presídio, serão utilizados roteiros de interrogação tais como o questionário e entrevista. O questionário vai significar as respostas de um conjunto de questões a serem respondidas pelos sujeitos da pesquisa, já a entrevista, por sua vez, é uma técnica que envolve pesquisado e pesquisador numa situação “face a face”. Propõe-se procedimentos metodológicos que abranjam entrevistas utilizando-se dois roteiros, um fechado para caracterização profissional e socioeconômica dos entrevistados; e outro semiestruturado com questões temáticas, mais abrangentes que podem ser desdobradas e aprofundadas conforme as respostas. Espera-se que essa pesquisa contribua como alerta para os entes envolvidos no contexto prisional, onde a educação é exercida na totalidade por professores temporários, portanto, trabalho precarizado que adoece e gera sofrimento, preconceitos e estigmas sofridos por parte de colegas que atuam no sistema regular de ensino e, sobretudo, no sistema prisional, de familiares e da sociedade em geral por exercerem seu trabalho nesse ambiente. Que se apresente um novo olhar para a questão da educação no sistema penitenciário, ferramenta que pode contribuir para uma sociedade menos desigual.

7852 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: A IMPORTÂNCIA DA DETECÇÃO DOS FATORES DE RISCO NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO.
Laviny Moraes Barros, Ângelo Antônio Zanetti, Mariana Dallanezi Nunes

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: A IMPORTÂNCIA DA DETECÇÃO DOS FATORES DE RISCO NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO.

Autores: Laviny Moraes Barros, Ângelo Antônio Zanetti, Mariana Dallanezi Nunes

Apresentação: O acidente vascular cerebral (AVC) caracteriza-se pela obstrução ou rompimento de vasos que carregam sangue até o cérebro, acarretando distúrbio na circulação cerebral. Manifesta-se nas formas hemorrágica, isquêmica e transitória e tem como principais fatores de risco: hipertensão, dislipidemia, tabagismo, etilismo, idade e sexo. Método: Trata-se de estudo de caso clinico de um homem, 52 anos, casado, três filhos, procedente de Bofete, hospitalizado no Hospital das Clínicas de Botucatu, com hipótese de AVCi indeterminado, segundo a classificação etiológica da doença TOAST. Utilizou-se de etapas do processo de enfermagem com histórico, adaptado NANDA, NOC e NIC. Resultado: Levantou-se 10 diagnósticos de enfermagem, esses foram analisados por meio de domínios, segundo as necessidades do cliente propostos pela NANDA-I, sendo: promoção de saúde, nutrição, atividade/repouso e segurança/proteção. Dentre os 10 diagnósticos, foram identificados três principais: Controle ineficaz da saúde relacionado à dificuldade de controlar um regime de tratamento complexo caracterizado por dificuldade com regime prescrito; Comportamento de saúde propenso a risco relacionado a atitude negativa em relação aos cuidados de saúde caracterizado por falha em alcançar um ótimo senso de controle; Risco de síndrome do desequilíbrio metabólico relacionado a história familiar de hipertensão caracterizado por comportamento de saúde propenso a risco. Foram elaborados intervenções e resultados para todos os diagnósticos, utilizando-se NIC e NOC respectivamente. Realizaram-se os exames físicos: neurológico, vascular, pulmonar, cardíaco e abdominal, bem como os sinais vitais. Considerações finais: O objetivo foi alcançado por meio da implementação do processo de enfermagem, além disso percebeu-se a extensa relação entre os hábitos dos indivíduos versus doenças cardiovasculares e o quão importante são as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças para mudança do contexto da saúde das novas gerações.

7892 MORTALIDADE POR CÂNCER DE PRÓSTATA EM MATO GROSSO, 2000-2016
Flávio de Macêdo Evangelista, Monalisa Rocha de Campos Chaves, Romero dos Santos Caló, Noemi Dreyer Galvão, Daniel Valentins de Lima, Francine Nesello Melanda, Ana Paula Benetolli Camargo

MORTALIDADE POR CÂNCER DE PRÓSTATA EM MATO GROSSO, 2000-2016

Autores: Flávio de Macêdo Evangelista, Monalisa Rocha de Campos Chaves, Romero dos Santos Caló, Noemi Dreyer Galvão, Daniel Valentins de Lima, Francine Nesello Melanda, Ana Paula Benetolli Camargo

Apresentações: O câncer é uma das principais causas de morte em todo o mundo. Espera-se que o número elevado de incidência e mortalidade cresçam rapidamente à medida que a população cresce, envelhece e adere um estilo de vida que aumenta o risco de câncer. O câncer de próstata se tornou um problema de saúde pública, pois aumenta mundialmente em concomitância com a expectativa de vida masculina. Além disso, é a neoplasia mais frequente no sexo masculino em todas as regiões brasileiras e sua mortalidade vem crescendo no decorrer dos anos, entretanto, o Brasil ainda apresenta uma das menores taxas de mortalidade na América Latina. Fatores que determinam o risco do aparecimento do câncer de próstata não são bem conhecidos, mesmo que alguns tenham sido identificados. Pode-se destacar a idade avançada, origem étnica e origem hereditária. Diante disso, o projeto de extensão “Vigilância de Câncer e Fatores Associados: Atualização dos Registros de Base Populacional e Hospitalar”, em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado de Mato Grosso (SES-MT), está realizando a busca ativa dos casos novos de câncer nos serviços oncológicos da grande Cuiabá para identificar a magnitude desta doença. Estudos sobre câncer de próstata geralmente são focados em práticas terapêuticas, em como os homens se comportam frente a doença ou ainda em medidas preventivas enquanto que estudos sobre a caracterização social do paciente são limitados. Esse estudo tem por objetivo descrever a mortalidade por câncer de próstata em Mato Grosso, no período de 2000 a 2016, usando variáveis sócio-demográficas. Foi realizado um estudo de fonte secundária, observacional e descritivo dos óbitos de câncer próstata no Estado de Mato Grosso, durante os anos de 2000 a 2016. Todos os óbitos que ocorreram na população residente na área de estudo foram coletados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Foram selecionados os óbitos com causa básica codificada como C61 no capítulo II da 10° revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde. As variáveis utilizadas para esse estudo foram: faixa etária (20 a 29; 30 a 39; 40 a 49; 50 a 59; 60 a 69; 70 a 99; 80 a 89; 90 a 99 e 100 anos e mais); estado civil (casado, separado judicialmente/divorciado, solteiro, união consensual, viúvo, em branco, ignorado); anos de estudo (nenhuma escolaridade, 1 a 3 anos, 4 a 7 anos, 8 a 11 anos, 12 anos ou mais, em branco, ignorado); raça/cor (amarela, branca, indígena, parda, preta em branco). Para o cálculo da taxa de mortalidade, foi usado a projeção da população masculina do DATASUS. Foram observados 2733 óbitos por câncer de próstata no período de 2000 a 2016, em Mato Grosso. Nota-se que a mortalidade por câncer de próstata vem aumentando com o passar dos anos, sendo que em 2016 teve a maior porcentagem (13,9%), seguidos por 2014 (13,8%) e 2011 (13,3%). As menores taxas se deram entre os anos 2000 (7,6%) a 2006 (9,5%). A partir da faixa etária de 60 anos, observa-se que o número de óbitos cresce significantemente, com 19,5% dos casos. Destaca-se que o número praticamente dobra na faixa etária de 70-79 anos (38,1%). A idade é um fator de risco não modificável e a procura pelo atendimento, diagnóstico e tratamento precoce pode prolongar a sobrevida dos pacientes, como por exemplo, nesse estudo em que a faixa etária de 90-99 anos apareceu com 6,8% e a faixa etária de 100 anos e mais apareceu com 0,3%. Em contrapartida, a demora em buscar um serviço de saúde compromete a sobrevida do paciente, uma vez que muitos podem ter a neoplasia e serem assintomáticos, sendo que o câncer de próstata se desenvolve de maneira lenta ou permanecer desconhecido antes de entrar em estado grave. No Brasil não há muitos estudos que tragam dados significativos sobre a informação raça/cor, porém, eles mostram que a raça negra é mais suscetível ao surgimento do câncer de próstata tanto no mundo quanto no Brasil, seja por regiões ou por municípios. Entretanto, os resultados de Mato Grosso divergem dos outros estudos, uma vez que pode-se observar um número maior de óbitos de homens considerados pardos (51,9%), seguido dos brancos (36,9%), isso se dá devido ao fato do Brasil ser um país miscigenado, tornando difícil a classificação racial. Além do mais, os indivíduos marcados como amarelo tiveram 0,2% de mortalidade, o que pode ser fruto dos hábitos alimentares e estilo de vida. A variável escolaridade traz uma discrepância entre aqueles que foram marcados com nenhuma escolaridade e aqueles que possuem 12 anos ou mais, enquanto a primeira tem 29,9% de mortalidade, a segunda tem apenas 2,7% de mortalidade. Isso mostra que quanto menor a escolaridade tem-se menos acesso a informações e a serviços de saúde. A respeito do estado civil, no período estudado, o maior número de mortalidade foi dos indivíduos casados (55,7%), seguidos por viúvos (20,9%), solteiros (13%) e aqueles que estavam em união consensual tiveram o menor número de óbitos (2,0%). O padrão de mortalidade por câncer de próstata no período analisado mostra um incremento de 82,9% entre 2000 e 2016, porém somente as taxas demonstram um acréscimo a partir de 2007. Diante disso, é necessário o Estado investir em Educação em Saúde, focando sobre a necessidade de se buscar um serviço de saúde a fim de se prevenir e ter uma melhor qualidade de vida, sobretudo para àqueles cujas variáveis mostraram números exorbitantes. Além do que, faz-se importante realizar uma investigação dos fatores associados na população dessa região, para entender outros aspectos da mortalidade dessa neoplasia. Nota-se que é necessário uma melhora na qualidade dos registros de óbitos, visto que há um número alto nas variáveis ‘em branco’ e ‘ignorado’, assim não tem como saber a melhor maneira de se construir uma política de saúde. Ressalta-se a importância de se ter conhecimento da caracterização social dos que tem a neoplasia para que sirva de auxilio para os profissionais de saúde para planejar suas ações, orientação adequada e melhoria no atendimento.

8083 TECENDO OUTROS ÂNGULOS NA SAÚDE: CONSTRUINDO UM AMBIENTE LÚDICO EM UMA UROLOGIA MASCULINA
Rogerio Thales Santana de Almeida

TECENDO OUTROS ÂNGULOS NA SAÚDE: CONSTRUINDO UM AMBIENTE LÚDICO EM UMA UROLOGIA MASCULINA

Autores: Rogerio Thales Santana de Almeida

Apresentação: O seguinte projeto discute sobre os parâmetros de acesso à saúde pela população masculina cis, e os impactos da falta de um cuidado em saúde do homem, como a não efetivação da Política Nacional de Atenção à Saúde do Homem, as colisões de gêneros construídos socialmente e outras questões que o levaram a ficar internado em um Hospital de alta complexidade no setor de urologia. Pretende se levar a ebulição essas questões, a partir da criação de um grupo socioeducativo que usará jogos para germinar discussões sobre PNAISH e problematizações de expressões da questão social, estabelecendo se como um projeto de intervenção. A grande maioria dos pacientes internados na urologia masculina estão no hospital, principalmente por não cuidado com o próprio corpo, levando a situações críticas como até o amputamento do pênis e o câncer de próstata. Ebulindo para a debate, que se o homem cis tem acesso à saúde, por que não há esse cuidado com o próprio corpo ? Concatenando com inúmeras respostas, como a construção social da masculinidade que afeta os usuários para o cuidado em sua saúde, refletindo na própria recusa de realizar o exame do toque e outros procedimentos; o estereótipo que o homem é sempre forte e não precisa cuidar de seu corpo, entre outras ponderações.

8332 SAÚDE NA PRISÃO: DISCURSO E PRÁTICAS DE HOMENS PRIVADOS DE LIBERDADE SOBRE A PRODUÇÃO DE CUIDADO À SAÚDE OFERTADA EM UMA INSTITUIÇÃO PENAL DO ESTADO DA BAHIA
Igor Carlos Cunha Mota

SAÚDE NA PRISÃO: DISCURSO E PRÁTICAS DE HOMENS PRIVADOS DE LIBERDADE SOBRE A PRODUÇÃO DE CUIDADO À SAÚDE OFERTADA EM UMA INSTITUIÇÃO PENAL DO ESTADO DA BAHIA

Autores: Igor Carlos Cunha Mota

Apresentação: A Saúde Prisional vem progressivamente sendo colocada em pauta no cenário das políticas públicas, tendo como principais aliados as publicações da legislação que organizam e orientam o processo de cuidado à saúde das pessoas privadas de liberdade: a Lei de Execuções Penais (1984), o Plano Nacional de Saúde Prisional (2003) e a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade (2014). Os dados oficiais do Ministério da Justiça informam que a população masculina representa cerca de 95% das pessoas privadas de liberdade, sendo, portanto, a principal clientela da saúde prisional. No ano de 2009 o Ministério da Saúde publicou a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem e destacou a necessidade de ampliar e qualificar o cuidado à saúde ofertado aos homens, inclusive aqueles privados de liberdade. Objetivo: Este estudo busca analisar os discursos e práticas de homens em situação de privação de liberdade sobre a produção de cuidado ofertada em uma instituição penal do Estado Bahia. Os nove participantes eram pessoas custodiadas em uma unidade prisional para presos provisórios do sexo masculino, localizada no município de Salvador (BA). Tratou-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa e contou como técnicas investigativas entrevistas semiestruturadas, análise documental e observação participante, realizadas no período de dezembro de 2016 a maio de 2017. O trabalho analítico foi realizado na abordagem teórico-metodológica das práticas discursivas. Resultado: Foi identificado que os homens em situação de privação de liberdade apresentam de forma arraigada o modelo hegemônico de constituição do masculino, sofrendo com suas implicações negativas para a saúde dos homens. Foi possível notar que os internos convivem com uma diversidade de patologias (crônicas e transmissíveis), em ambiente insalubre (em contato com esgoto, animais vetores de doenças, superpopulação) e violento (ameaça, extorsão, violência física e sexual, humilhação). A oferta de cuidado se mostrou insuficiente e não resolutiva, focada no modelo biomédico e curativista, afastada dos princípios e diretrizes das principais políticas garantidoras de direito à saúde da população estudada. Considerações finais: Conclui-se que a implementação das políticas públicas não está alcançando objetivo de promover Direitos Humanos em saúde e cidadania, o que acarreta como consequência a proliferação de moléstias e violência.

8473 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Ana Lucia Pinheiro Cardoso, Darclei Souza de Queiroz, Elzo Everton de Sousa Vieira, Maira Martins Oliveira, Milena Beatriz de Sousa Santos, Victoria Pereira de Almeida

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Ana Lucia Pinheiro Cardoso, Darclei Souza de Queiroz, Elzo Everton de Sousa Vieira, Maira Martins Oliveira, Milena Beatriz de Sousa Santos, Victoria Pereira de Almeida

Apresentação: A doença renal crônica é uma afecção de caráter progressivo irreversível que causa a perda da função dos rins, que é excretar e filtrar os líquidos do corpo. Essa patologia é evidenciada pela presença de alterações estruturais ou da função dos rins, por um período maior que três meses, com implicações na saúde do indivíduo. Esta doença tem aumentado de forma epidêmica em todo o mundo, sobretudo em função do aumento global na prevalência de suas principais causas, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e obesidade. Ademais, essa doença acarreta uma série de desarranjos bioquímicos, clínicos e metabólicos, responsável direta ou indiretamente por altas taxas de hospitalização, morbidade e mortalidade. Deste modo, o objetivo do presente trabalho é descrever a experiência da aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem prestada a um paciente com diagnóstico de doença renal crônica. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência desenvolvido por discentes do 4° semestre do curso de graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará - Campus XII, com um paciente portador de Doença renal crônica e hemodialítico em tratamento no hospital público no interior do Pará. Para coleta de dados, utilizou-se da observação sistemática e participativa durante a aplicação da SAE, seguindo a taxonomia North American Nursing Diagnosis Association. Resultado: J. A. S, sexo masculino, agricultor, relata que durante o desenvolvimento de suas atividades não ingeria quantidade adequada de água, ressalta que a diurese era normal, mas sentia lombalgia frequente, se automedicava com analgésicos e anti-inflamatório. Em julho de 2018 foi admitido no setor de emergência do hospital municipal de sua cidade, referindo lombalgia, anúria, náuseas e mal-estar geral. Realizou exames evidenciando possível patologia renal crônica. Deste modo, foi encaminhado para o hospital municipal do município vizinho, para realização exames específicos, obtendo como diagnóstico a doença renal crônica. Logo iniciando o tratamento hemodialítico, através da Diálise Peritoneal, e posteriormente paciente foi transferido para um hospital de alta complexidade para continuar o tratamento. Após construção do histórico de enfermagem do paciente, propôs-se os diagnósticos em conformidade a taxonomia de NANDA, traçando o plano de assistência a partir deles: Padrão do sono prejudicado, evidenciado por desconforto lombar; orientado quanto a evitar ambientes conflituosos e estressantes, e fazer uso dos medicamentos prescritos pelo médico; Risco de volume de liquido desequilibrado, relacionado a restrição de ingestão de liquido, orientado quanto a evitar excesso de alimentos que contenham sódio, açúcar, gordura e alto teor hídrico, além de manter suas necessidades fisiológicas normais; Risco de contaminação, relacionado a fistula arterial venosa; orientado quanto a manter a higiene da pele para evitar infecção. Considerações finais: Durante seu acompanhamento observou-se melhora no repouso do paciente, o qual se mostrou colaborativo e receptivo quanto às abordagens realizadas sobre a alimentação, dieta líquida e seu quadro de saúde. Ademais, pôde-se notar uma melhora significativa obtida através da assistência sistematizada por meio do cuidado individualizado para com o paciente.

9177 VULNERABILIDADE DE HOMENS JOVENS E SUAS NECESSIDADES DE SAÚDE
Andressa da Silva Medeiros, Elizabeth Rose Costa Martins, Karoline Lacerda Oliveira, Letícia Guimarães Fassarella, Thelma Spindola, Paula Costa Moraes

VULNERABILIDADE DE HOMENS JOVENS E SUAS NECESSIDADES DE SAÚDE

Autores: Andressa da Silva Medeiros, Elizabeth Rose Costa Martins, Karoline Lacerda Oliveira, Letícia Guimarães Fassarella, Thelma Spindola, Paula Costa Moraes

Apresentação: A presença masculina no cenário da saúde se tornou um grande desafio para as políticas públicas e os profissionais de saúde. Estudos mostram que homens representam índices de mortalidade e morbidade mais elevados do que as mulheres, evidenciando que a inclusão deles no serviço de atenção primária é menos expressiva que a feminina. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2016, a mortalidade masculina estava concentrada na faixa etária de 15 e 29 anos, destacando-se que um homem adulto nessa faixa etária apresentava 4,5 vezes menos chances de completar o próximo ano de vida, quando comparado a mulheres na mesma faixa etária. A saúde do homem vem ganhando espaço nas políticas públicas, pois historicamente, no Brasil, suas ações eram voltadas especificamente para mulheres, adolescentes, crianças e idosos. De acordo com o Estatuto da Juventude, pessoas entre 15 e 29 anos de idade são denominadas jovens. A população sexualmente ativa concentra pessoas de diversas idades e, também, os jovens que totalizam 51 milhões de brasileiros. A partir destes dados, fica evidente a necessidade de se abordar o homem jovem de maneira diferenciada, como um grupo singular que possui identidade e conhecimentos próprios cujos comportamentos e atitudes devem ser compreendidos a partir do seu universo e dos sentidos que atribuem aos diferentes fatos e eventos da vida. A juventude é caracterizada, pela vulnerabilidade decorrente das características da própria idade, da falta de habilidades para a tomada de decisões, das dificuldades e, por que não dizer, da inexperiência destes jovens ao lidarem com os seus sentimentos e com os sentimentos dos outros, bem como da responsabilidade nem sempre existente ao se envolverem em relacionamentos afetivos e sexuais. É uma fase onde se desfruta das descobertas onde tudo é novo e esse aspecto do desenvolvimento representa uma condição de vulnerabilidade. O comportamento de risco que os jovens assumem, em pleno século 21, nos remete a vulnerabilidade desses no contexto individual, social, econômico e familiar. Nos tempos atuais discutir essa temática é extremamente relevante, especialmente se considerar que o jovem na universidade, pode estar melhor informado, no entanto, a procura por atendimento em relação a sua saúde, ocorre quando os sintomas começam a causar algum dano a sua saúde, podendo levar a um atendimento de alta complexidade. Objetivo: Analisar a vulnerabilidade dos homens jovens universitários diante suas necessidades de saúde e específicos:  identificar as condutas de saúde dos homens jovens universitários; conhecer a percepção dos homens jovens universitários sobre o cuidar de sua saúde; descrever as práticas adotadas pelos jovens para a prevenção das infecções sexualmente transmissíveis e discutir as vulnerabilidades dos homens jovens universitários voltado a prevenção de doenças. Desenvolvimento: Descritivo com abordagem qualitativa, numa universidade pública no município do Rio de Janeiro. Considerando o cenário de estudo, foi selecionado uma unidade acadêmica da ciência da saúde com 25 homens jovens universitários, sendo que o número de participantes, foi determinado conforme o critério de saturação. Como critérios de inclusão homens jovens entre18-29 anos, sem restrição para o período ou horário do aluno. Requisitos éticos propostos pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde foram respeitados, com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa: 63989416.6.0000.5282. Sendo utilizado a entrevista semiestruturada para a coleta de dados e a técnica de análise de conteúdo. Resultado: Os homens jovens trazem a percepção do cuidar de sua saúde, no que refere a promoção a saúde e prevenção de agravos como um papel feminino, já que o homem culturalmente cresce com uma visão de figura forte, que não pode chorar e nem sentir dor e que muitas vezes tem o papel de alicerce de suas famílias e por isso não devem demonstrar fraquezas. Trazendo o cuidar feminino, a percepção de invulnerabilidade masculina, o desconhecimento sobre suas particularidades e a busca pelo serviço de saúde em situação de emergência. Os discursos que os homens jovens universitários trazem sobre suas necessidades de saúde, refletem a questão gênero em relação ao cuidado, desde os primórdios sempre houve uma divisão de trabalhos onde coube ao homem a caça para trazer o sustento para a sua família o que reforça ainda mais a ideia de que o homem não foi “ criado” para se cuidar, e a mulher, o trabalho era mais restrito ao lar, proteção da família e cuidar dos filhos, onde manteve-se até a atualidade essa forma de pensamento, assumindo uma naturalidade entre a relação. Outra categoria: Práticas adotadas pelos homens jovens para prevenção de IST. Trazendo o uso da camisinha voltada para prevenção da gravidez e a responsabilidade da prevenção como o papel feminino. Existe uma multiplicidade de fatores de vulnerabilidade, individuais e sociais, que podem comprometer o uso constante do preservativo entre os jovens como: como esquecimento, diminuição do prazer, incômodo e até mesmo por conhecerem a fidelidade de sua parceira, uma vez, ser fiel parece ser uma condição feminina, pois muitas vezes para elas, a fidelidade é uma questão de amor e autoestima. É importante, que ocorra a desconstrução desse pensamento, que muitas vezes é construído por falta de conhecimento e por se basear em experiências vividas por outras pessoas e por isso faz-se necessário que se reforce ainda mais, que existe, além da camisinha outros métodos para se prevenir a gravidez e que além da gravidez a camisinha é a única forma de prevenção contra as infecções sexualmente transmissíveis que tem por principal via de contaminação o ato sexual desprotegido, reforçando também os agravos se as mesmas não forem prevenidas da forma correta. Considerações finais: A área da saúde muito tem a refletir sobre a temática e discutir questões para a área de atuação da enfermagem no contexto do homem jovem universitário e de suas vulnerabilidades. Os homens jovens, ainda percebem o cuidar como feminino, desconhecendo suas particularidades, sustentando a percepção de invulnerabilidade, procurando os serviços de saúde em situações emergenciais. É perceptível que há desafios a serem vencidos como: a visão do homem sobre o cuidar da sua saúde como forma preventiva, a busca pelos serviços de saúde, que os serviços de saúde se preparem para atender as necessidades da população jovem masculina e que desenvolvam estratégias que contemplem essa população de forma que os homens se sintam também pertencentes desse espaço. Faz-se necessário pensar nesse homem jovem, em seu contexto social e cultural, fortalecendo sua inclusão ao serviço de saúde no nível de atenção primária afim de esclarecer suas dúvidas, e possíveis vulnerabilidades. É importante que os serviços de saúde adentrem nas universidades, considerando-as como um espaço de articulação intersetorial a fim de promover uma reinserção social de enfrentamento às IST, assim como de outros agravos que acometem a essa população. É possível identificar o desafio e pontuar a importância de se pensar em prevenção como a atual resposta em educação em saúde nesse contexto. Por fim, conclui-se que seja necessário investir na educação em saúde dessa população. A melhor maneira e a mais eficaz de vencer essa luta é através do conhecimento.

9381 A PARTICIPAÇÃO DO HOMEM NO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO: NOTA PRÉVIA
Thalita Rocha Oliveira, Raquel Fernandes Costa de Araújo, Cristiane Vanessa da Silva, Paolla Amorim Malheiros Dulfe, Valdecyr Herdy Alves, Audrey Pereira Vidal, Bianca Dargam Gomes Vieira

A PARTICIPAÇÃO DO HOMEM NO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO: NOTA PRÉVIA

Autores: Thalita Rocha Oliveira, Raquel Fernandes Costa de Araújo, Cristiane Vanessa da Silva, Paolla Amorim Malheiros Dulfe, Valdecyr Herdy Alves, Audrey Pereira Vidal, Bianca Dargam Gomes Vieira

Apresentação: A assistência pré-natal é uma das mais antigas ações desenvolvidas pelos serviços públicos de saúde no Brasil. Através de consultas, atividades educativas e preventivas, visa garantir o desenvolvimento de uma gestação e parto sem impacto desfavorável para a saúde materna e neonatal. Em geral, o processo gestacional evolui de maneira fisiológica, natural, e sem intercorrências. Porém, existe a probabilidade de evolução desfavorável em 20% dos casos, configurando assim o risco gestacional. Nesse contexto de preocupações, medos, tensões, conflitos, culpas, e outros sentimentos naturais a esta vivência da mulher, ressaltamos a importância da presença do homem no pré-natal, para que ele tão cedo fortaleça seu vínculo com sua companheira e o bebê, minimize seus anseios, especialmente, em relação à gestação de alto risco, construa gradativamente sua identidade paterna e desenvolva seu papel de apoiador, conferindo suporte à mulher. Numa sociedade ainda marcada pelo cuidado feminino, este estudo busca trazer a percepção masculina sobre sua participação no acompanhamento de uma gestação de alto risco, trazendo como objetivo geral: Compreender a participação do homem no pré-natal; e especificamente: analisar o papel que o homem assume no pré-natal e refletir de que forma as instituições de saúde podem contribuir para a igualdade dos gêneros nas questões de âmbito sexual e reprodutivo. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, cuja técnica de coleta de dados será a entrevista semiestruturada aplicada aos homens cujas companheiras estejam no alojamento conjunto de uma maternidade de um Instituto de Ensino, Pesquisa e Assistência,  referência para alto risco gestacional no município do Rio de Janeiro. A previsão é que as entrevistas ocorram no período de abril a agosto de 2020 abrangendo 20 homens. Serão respeitados os preceitos éticos. Os dados sofrerão análise temática. Almeja-se que esta pesquisa gere impactos positivos no âmbito da assistência possibilitando: que profissionais envolvidos no atendimento destes usuários ampliem suas compreensões sobre as singularidades e especificidades que perpassam a gestação, mulher, pai e família favorecendo um cuidado específico;  que gere subsídios para produções científicas, publicações em periódicos e apresentações em congressos científicos; e para a sociedade, em especial pais e mães, usuários do Sistema Único de Saúde, que a vivência do processo gestacional de alto risco seja com maior segurança e confiança por meio de escuta ativa e  estabelecimento de vínculos,  promovendo uma atmosfera favorável para a inclusão deste homem nos cenários de saúde, na gestação, ampliando assim, as reflexões que reverberam sobre relações de gênero.

9442 O ITINERÁRIO TERAPÊUTICO DE USUÁRIOS COM CÂNCER DE PRÓSTATA NO RIO DE JANEIRO
Lorraine Terra dos Santos Cyrne Alves, Bruno Lira da Silva, Cristiane Maria Amorim Costa, Gabriella Bitancourt Nascimento

O ITINERÁRIO TERAPÊUTICO DE USUÁRIOS COM CÂNCER DE PRÓSTATA NO RIO DE JANEIRO

Autores: Lorraine Terra dos Santos Cyrne Alves, Bruno Lira da Silva, Cristiane Maria Amorim Costa, Gabriella Bitancourt Nascimento

Apresentação: A população masculina apresenta especificidades no que diz respeito ao modo como se insere no sistema de saúde, fato esse tomado como um dos pilares para a formulação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), bem como a qualificação da rede de atenção masculina. Evidencia-se um quadro de morbidade característico da população masculina brasileira, no qual o câncer de próstata aparece com alto índice de mortalidade. Baseado nesse quadro, a política aponta para a atenção básica como principal porta de entrada para essa população masculina no Sistema Único de Saúde (SUS). Este estudo teve como objetivos analisar o caminho percorrido por esses homens dentro do SUS até chegar à enfermaria masculina do setor da urologia de um hospital do município do Rio de Janeiro. A pesquisa contou com 10 participantes e se deu por meio de uma entrevista semiestruturada realizada na enfermaria masculina do setor de urologia de um hospital universitário no município do Rio de Janeiro. A análise de conteúdo foi fundamentada em Bardin onde foram verificadas 18 unidades de significação e, a partir delas, foram definidas 2 categorias, a saber: “Itinerário Terapêutico” e “Construção de novas tramas”. Os resultados apontaram alguns obstáculos no fluxo de atenção à saúde dos homens entrevistados causado por múltiplos fatores, sejam estruturais ou socio-antropológicos. Diante desta realidade, os homens (re)constroem suas próprias redes de atenção à saúde transitando entre as esferas pública e privada objetivando sempre a maior efetividade dessa rede, e agilidade na solução de seu problema urgente de saúde.

9739 A IMPORTÂNCIA DO HORÁRIO ESTENDIDO NO ATENDIMENTO DA SAÚDE DO HOMEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Patricia Ribeiro da Silva Maia Teixeira, Mirian da Silva Cunha, Alba Valéria de Souza Wandermur

A IMPORTÂNCIA DO HORÁRIO ESTENDIDO NO ATENDIMENTO DA SAÚDE DO HOMEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Patricia Ribeiro da Silva Maia Teixeira, Mirian da Silva Cunha, Alba Valéria de Souza Wandermur

Apresentação: Este trabalho trata-se do relato de experiência ocorrida em um módulo do Programa Médico de Família de Niterói, em 30 de novembro de 2019. Tem como objetivo mostrar a relevância dos atendimentos no horário estendido, em especial para a saúde da população masculina cadastrada. Existe uma dificuldade de captação do usuário trabalhador para o seu cuidado, vinculado às ações da Atenção Básica. A possibilidade do comprometimento das suas relações trabalhistas, o medo de não ser bem visto no local de trabalho e o risco de ser advertido são fatores relevantes nessa situação. A oportunização de eventos voltados para a educação em saúde e assistência fora do horário convencional permite a sua chegada à unidade básica de saúde. Neste sábado foi realizado o “Novembro Azul” em nossa unidade, com abertura local às 08:00h e encerramento às 17:00h. Realizamos medidas antropométricas, verificação da pressão arterial, glicemia capilar, avaliação da situação vacinal, testes rápidos e consultas médica e de enfermagem direcionados a essa população. Além disso tivemos atividades de educação em saúde, ferramenta de tecnologia leve, integrante da atenção primária, imprescindível na prevenção de doenças e promoção à saúde, com salas de espera realizadas pelos diversos profissionais envolvidos (agentes comunitários de saúde (ACS), técnico de enfermagem, médico e enfermeiro) abordando a prevenção e detecção precoce do câncer de próstata e de Infecções Sexualmente Transmissíveis, além de hábitos saudáveis de vida, através de diferentes dinâmicas. Método: Inicialmente foram feitos levantamentos na nossa base de cadastro para identificar os usuários masculinos com idade maior ou igual a 40 anos – totalizando 383 homens. Dentre eles separamos aqueles que não tiveram contato com a unidade de saúde nos últimos doze meses (190 homens), apesar das buscas domiciliares feitas pelos ACS e abordagens dos familiares acessíveis feitas pela equipe. Ocorreu ampla divulgação do evento na comunidade e convites específicos para esses usuários de difícil captação foram deixados nos seus domicílios. A equipe ofertou durante todo o período de funcionamento as atividades citadas e a abertura de agendamento para o atendimento na unidade nas semanas subsequentes. Resultado: Compareceram 31 homens (8,09% do total da população masculina desta faixa etária). Destes, 19 indivíduos (61,29% dos que compareceram) não estavam sendo acompanhados nos últimos 12 meses, sendo eles três com o último atendimento em 2016 (15,79%), seis em 2017 (31,58%) e dez em 2018 (52,63%). Todos apontaram como dificuldade comum o horário de atendimento do módulo ocorrer simultâneo ao horário do trabalho. A declaração de comparecimento muitas vezes não é aceita ou é mal vista pelo empregador. Nos trinta e um usuários foi feita a antropometria, aferida a pressão arterial e glicemia capilar, além de atualização vacinal. Vinte e três usuários tiveram consulta médica, 25 realizaram testes rápidos e 16 foram vacinados. Detectamos um usuário portador de HIV sem contato com a unidade de saúde desde 2017. Considerações finais: A utilização do horário diferenciado, não comercial, facilita a captação e acompanhamento do usuário pela unidade de saúde, permitindo sua interação com a equipe, construção de vínculo e sensibilização para seu cuidado

10043 O TRABALHO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NO MANEJO DA CINESIOFOBIA EM ATLETAS EM PÓS OPERATORIO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Letícia Aparecida Marincolo Domenis, Donizete Vago Daher, Bráulio Rodrigues França de Oliveira, Maria Lopes Facó Estermínio Gonçalves, Ricardo do Carmo Bastos, Vitor Almeida Ribeiro de Miranda, Rodrigo Araujo Goes, Ingrid Mara Gonçalves Ribeiro

O TRABALHO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NO MANEJO DA CINESIOFOBIA EM ATLETAS EM PÓS OPERATORIO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Letícia Aparecida Marincolo Domenis, Donizete Vago Daher, Bráulio Rodrigues França de Oliveira, Maria Lopes Facó Estermínio Gonçalves, Ricardo do Carmo Bastos, Vitor Almeida Ribeiro de Miranda, Rodrigo Araujo Goes, Ingrid Mara Gonçalves Ribeiro

Apresentação: Ao longo do tratamento a que se submete em caso de lesões, o atleta passa por várias etapas até atingir uma reabilitação satisfatória e assim retornar à suas atividades esportivas de forma competitiva. Algumas vezes o processo terapêutico pode incluir procedimentos cirúrgicos acompanhados de quadro de cinesiofobia, o medo excessivo, irracional e debilitante do movimento e da atividade física. A esse medo do movimento estão associados sentimentos de vulnerabilidade à dor ou medo de adquirir nova lesão, acarretando a necessidade de ações de educação em saúde e instituição de cuidados específicos. Objetivo: Relatar o trabalho de uma equipe multiprofissional frente ao manejo da cinesiofobia em atletas no pós operatório de cirurgia ortopédica. Método:A experiência é da atuação diária da equipe multidisciplinar, composta por um enfermeiro, dois médicos, dois psicólogos, duas assistentes sociais e um fisioterapeuta no manejo da cinesiofobia no Centro de Atenção Especializado no Trauma do Esporte (CAETE), no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO-RJ), desde o início desse serviço no ano de 2017. Resultado: Os usuários são captados e atendidos individualmente e vinculados à equipe multiprofissional pelas diretrizes da Política de Humanização. Estes profissionais são responsáveis pelo tratamento de atletas e paratletas, atuando durante todo o atendimento, desde o acolhimento com avaliação inicial, até a alta terapêutica e retorno as atividades esportivas.  O desenvolvendo de atividades educativas, assistenciais e administrativas nas fases: pré-internação (primeira consulta, pré-operatório), internação (visitas pré/pós-operatórias) e seguimento ambulatorial (revisão cirúrgica, retorno) buscam minimizar a cinesiofobia e consolidar a integralidade do cuidado, comum nestes usuários no pós operatório de cirurgia ortopédica. As atividades realizadas consistiram em avaliar a analgesia e suas respostas; monitoramento da repercussão à terapêutica medicamentosa, uso de compressa fria, estímulo à mobilidade precoce e deambulação e avaliação da adaptação às órteses, escuta terapêutica com atendimento psicológico quando necessário. Assim, o vínculo estabelecido entre profissional e usuário gerou empoderamento para estes prosseguirem seu autocuidado e manejo da proposta terapêutica. Considerações finais: Com a complexidade dos procedimentos cirúrgicos, a especificidade dos cuidados pós-operatórios, o desempenho característico a cada esporte e retorno às competições, é necessária a assistência multiprofissional especializada no manejo da cinesiofobia. As atividades desenvolvidas pela equipe multiprofissional constrói fortes elos entre atletas, paratletas e familiares, reforçando a anuência ao tratamento e reduzindo quadros de cinesiofobia, propiciando, assim, impacto positivo no retorno às atividades esportivas.

10311 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AO CASAL INFÉRTIL NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
HERMÌNIA MARIA SOUSA PONTE, Rosalice Araujo de Sousa Albuquerque, Juliana Araujo Mesquita, Amelia Romana Almeida Torres, LIDIANE FERNANDES TEIXEIRA

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AO CASAL INFÉRTIL NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: HERMÌNIA MARIA SOUSA PONTE, Rosalice Araujo de Sousa Albuquerque, Juliana Araujo Mesquita, Amelia Romana Almeida Torres, LIDIANE FERNANDES TEIXEIRA

Apresentação: A infertilidade conjugal é definida como a incapacidade de procriar no período de um ano, mantendo relações sexuais regularmente, sem uso de qualquer método contraceptivo e suas causas são atribuídas a fatores femininos, masculinos, ou do casal. O impacto da infertilidade gera transtornos emocionais individuais ou conjugais e também contribui para o surgimento e/ou agravamento dos problemas conjugais. E o tratamento para reprodução assistida ainda é muito concentrada na rede privada com envolvimento de tecnologia e medicamentos de alto custo, todavia estamos vivenciando outro padrão familiar, até um passado recente a Estratégia de Saúde da Família estava centrada em ações de controle de natalidade, com dispensação de método contraceptivos (“camisinhas”, anticoncepcionais, DIU, organização para laqueadura e vasectomia, entre outros), contudo como está a atenção a saúde e assistência da equipe de saúde para atender a casais infértil? O estudo teve como objetivos: Investigar a assistência de enfermagem frente ao casal infértil na estratégia de saúde da família, relatar as ações educativas e o suporte emocional realizada pelos enfermeiros frente a casais inférteis na ESF e Identificar os maiores desafios na assistência de enfermagem aos casais inférteis. Trata-se de um estudo exploratório descritivo, com abordagem qualitativa com abordagem qualitativa, realizado na cidade de Ubajara (CE), situado Mesorregião do Noroeste Cearense, no  Estado do  Ceará, no  Brasil, localizado a 304 km de Fortaleza.  Aceitaram participar nove dos 15 enfermeiros atuantes nas UBS, após aprovação do comitê de ética onde a coleta de dados foi feita através de um questionário semiestruturado.  Na análise dos resultados inferiu-se que a busca por esse tratamento na ESF é pouco procurado pela população. E quando questionado sobre a atuação do profissional frente a essa situação no seu território, responderam que encaminhariam a  rede municipal dispõe  que dispõem de exames laboratoriais e USG obstétrica, nenhum profissional conhecia os exames corretos a solicitar na rede de atenção, como espermograma, acompanhamento ovulatorio pelo ciclo menstrual, histeroscopia etc. conforme é  preconizado pelo Ministério da saúde. A conduta frente a casos suspeitos se basearam em encaminhar o casal ao serviço de ginecologia, e nenhum dos entrevistados relataram encaminhar o homem a um serviço de urologia, mostrando a ideia de infertilidade ser exclusiva de causa feminina. Sobre o suporte emocional, frete ao insucesso de gerar um filho, a conduta predominante foi encaminhar para o psicólogo, os enfermeiros não mencionaram que poderia ser realizada também durante a consulta de enfermagem. E quando indagados sobre os principais desafios na assistência de enfermagem na ESF citaram ausência de preparos profissional, a maioria nunca vivenciou o tema durante a formação acadêmica e tão pouco atualizações na vida  profissional. Conclui-se O estudo revelou ainda uma deficiência da atenção primaria frente a estes casais com suspeita de infertilidade, já que foi possível descrever que as ações de planejamento familiar se baseiam na contracepção. Observou também a escassez de artigos científicos relacionados a assistência de enfermagem. Recomenda-se que a formação acadêmica e o serviço de saúde pública comecem abordar o tema da infertilidade, para que possamos atender de forma holística.

10657 INCENTIVOS E BARREIRAS PARA ADESÃO AO TRATAMENTO POR HOMENS COM DIABETES MELLITUS
Magna Geane Pereira de Sousa, Hipácia Fayame Clares Alves, Julliete dos Santos Holanda da Silva, Jussara Verônica de Albuquerque Passos, Danielle Teixeira Queiroz, Jéssica Pinheiro Carnaúba, Lucenir Mendes Furtado Medeiros

INCENTIVOS E BARREIRAS PARA ADESÃO AO TRATAMENTO POR HOMENS COM DIABETES MELLITUS

Autores: Magna Geane Pereira de Sousa, Hipácia Fayame Clares Alves, Julliete dos Santos Holanda da Silva, Jussara Verônica de Albuquerque Passos, Danielle Teixeira Queiroz, Jéssica Pinheiro Carnaúba, Lucenir Mendes Furtado Medeiros

Apresentação: As doenças crônicas não transmissíveis, entre as quais o diabetes mellitus, são a causa principal de mortalidade e de incapacidade prematura na maioria dos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil. Isso afeta questões socioeconômicas, aumentando iniquidades e comprometendo a qualidade de vida de milhões de pessoas. Dados de morbidade apontam que a doença contribui para o desenvolvimento de outras afecções macro e microvasculares e neurológicas, que causam limitações e mortes precoces. A problemática da adesão ao tratamento é complexa, pois vários fatores estão associados: usuário (indicadores sociodemográficos); doenças (cronicidade, assintomatologia); crenças, hábitos culturais e de vida (percepção e experiência da seriedade do problema, desconhecimento no contexto familiar, conceito saúde-doença, autoestima); tratamento (custo, efeitos indesejáveis, esquemas complexos, qualidade de vida); instituição (política de saúde, acesso, distância, tempo de espera e de atendimento); e equipe de saúde (envolvimento e relacionamento inadequados). O objetivo da pesquisa é compreender os incentivos e as barreiras para adesão ao tratamento por homens com diabetes mellitus. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa. A amostra constituiu-se de 22 usuários em seguimento ambulatorial. Foi realizada no Núcleo de Atenção Médica Integrada, na cidade de Fortaleza, Ceará, nos meses de junho a setembro de 2018. Para a coleta dos dados, foi utilizado roteiro de entrevista contendo aspectos sociodemográficos, clínicos e estilo de vida. Obteve-se baixa adesão ao autocuidado em relação à alimentação e uso de hipoglicemiantes, o que influencia diretamente no controle glicêmico. Nessa perspectiva, demonstrou-se que é necessário que haja planejamento e elaboração de medidas pertinentes e passíveis de execução, com foco na educação em saúde, considerando as facilidades e barreiras individuais no intuito de corrigir as falhas no tratamento. Portanto, o acompanhamento do tratamento e a avaliação de falência terapêutica devem ser monitorados pelos profissionais de saúde de forma cuidadosa, a fim de minimizar a ocorrência de complicações consequentes do diabetes mellitus.

11461 NEM TODO OUTUBRO É ROSA: HOMEM TAMBÉM PODE TER CÂNCER DE MAMA. UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Gabriela Oliveira Parentes da Costa, Socorro de Maria Rodrigues Sousa, Joana Célia Ferreira Moura, Antonia Almeida Araujo, Catiane Raquel Sousa Fernandes

NEM TODO OUTUBRO É ROSA: HOMEM TAMBÉM PODE TER CÂNCER DE MAMA. UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Gabriela Oliveira Parentes da Costa, Socorro de Maria Rodrigues Sousa, Joana Célia Ferreira Moura, Antonia Almeida Araujo, Catiane Raquel Sousa Fernandes

Apresentação: O câncer de mama masculino é pouco conhecido entre os homens, representando 1% dos casos deste gênero. A proporção era de 1 caso de câncer de mama masculino para 100 casos da doença entre as mulheres. Entretanto, este número vem tomando proporção maior anualmente. Em 2016 ocorreram 185 mortes pela doença, já em 2017 evoluiu para 203 o número de óbitos. Em 2019 eram esperados 600 novos casos da doença. A falta de informação sobre a doença, contribui para uma mortalidade de quase 100% entre os casos de câncer masculino, o que é decorrente da descoberta e diagnóstico tardios, uma vez que os homens dificilmente procuram atendimento médico no início de algum sintoma anormal. Contudo, quando o diagnóstico é precoce, as chances de sobrevida se equiparam com as do câncer em mulheres. Além disso, as campanhas colocam maior foco no público feminino, como o próprio nome da campanha já insinua, havendo uma falha quando se trata da prevenção do câncer mamário no gênero masculino, o que contribui para o aumento dos casos de óbitos pela doença. Pelo exposto, atividades de saúde que foquem na prevenção do homem devem ser realizadas em qualquer ambiente, seja ele hospitalar, escolar ou de trabalho. O projeto que foi desenvolvido a partir de uma ação rotineira que ocorre nos meses de outubro de cada ano, conhecida como Outubro Rosa, culminou neste artigo. Tal projeto, é voltado para servidoras de uma escola técnica, no intuito de disseminar o conhecimento sobre o câncer de mama feminino. Entretanto, a equipe de enfermagem resolveu mudar o foco da campanha e levantar a tag “Nem todo outubro é rosa” para trabalhar o câncer de mama masculino, com o objetivo de levar informações e esclarecer dúvidas sobre a doença. Método: Trata-se da descrição de um relato de experiência vivenciada a partir de uma atividade inusitada realizada em um Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão –IFMA. O cenário pesquisado possui em seu quadro funcional docentes especialistas, mestres e doutores e técnicos administrativos das mais variadas áreas, dentre elas, uma equipe multiprofissional que atua prestando assistência de qualidade a alunos e servidores. A atividade ocorreu no mês de outubro de 2019 e teve duração de dois dias, durante os intervalos das aulas, para o caso dos docentes, contando com a participação de todos os servidores que estavam presentes no momento. De todos os participantes das rodas de conversa, 35 homens responderam a um instrumento elaborado pelas facilitadoras, estruturado, com perguntas fechadas, sendo essa a amostra final. As variáveis questionadas foram raça/cor, idade, saberes sobre o câncer de mama masculino e casos da doença na família. A intenção de coletar dados após as orientações prestadas, foi para a realização de um feedback aos participantes. Todos os homens que preencheram o questionário, o fizeram a convite, após explicação previa e de livre e espontânea vontade. Vale ressaltar, que não foi realizado nenhum tipo de identificação nominal nos questionários, visto que todos os participantes eram do mesmo gênero. Os dados colhidos foram organizados e tabulados no Excel 2013 e calculados a frequência absoluta e relativa. Critérios de exclusão foram os servidores que estavam de férias e afastados para capacitações ou por licença médica. Já os critérios de inclusão foram todos os servidores que estiveram presentes no Campus durante a atividade e que aceitaram participar da pesquisa. Resultado: A escola pesquisada, possui um quadro de 71 servidores efetivos e 10 servidores terceirizados, destes, 52 do sexo masculino e 29 do sexo feminino. Tendo e vista o aumento do número de casos de câncer de mama masculino e, aproveitando que os servidores deste gênero são a maioria dos cargos ocupados, a equipe de enfermagem, realizou uma atividade em alusão ao outubro rosa, com todos os servidores, com foco prioritário nos homens. A equipe confeccionou e distribuiu panfletos informativos sobre o câncer de mama. Confeccionou ainda, um par de seios, com materiais recicláveis, para uma melhor didática e repasse do conhecimento. A equipe se apoiou em relatos de homens que já tiveram câncer de mama, para ilustrar a necessidade do cuidado pelo grupo. A equipe entrou em todos os setores e repassou as informações sobre a temática, mostrando, através dos seios de apoio, como os homens poderiam visualizar suas mamas para detecção de alguma alteração e esclareceu as dúvidas sobre o assunto. A maioria dos participantes(57,14%) estavam na faixa entre 30-40 anos de idade e houve uma predominância da cor/raça foi entre os pardos com 54,28%, seguida dos que se autodeclararam brancos(34,28%). Quando questionados se já tinham ouvido falar sobre o câncer de mama masculino, 51,42% dos participantes relataram não ter conhecimento. Já, quando questionados se conheciam algum homem que já teve nódulos nas mamas ou câncer de mama, 94,28% tiveram afirmação negativa. Com relação a hereditariedade, 17,14% afirmaram que possuem parentes de 1º grau com casos de câncer na família. Indagados sobre o cuidado e observações com as mamas, 80% afirmaram que não se preocupam em observá-las. Considerações finais: Tendo em vista que o câncer de mama é mais comum entre as mulheres, muitos homens não se atentam para a possibilidade de ter a doença. Este trabalho teve a finalidade de alertar a população masculina sobre os riscos do câncer de mama e alertar aos profissionais da saúde a não esquecer de colocar o homem como público de uma doença que ele também é capaz desenvolver. Infelizmente, a literatura atual ainda está empobrecida quando se trata da temática. São necessários aprofundamentos para criação de protocolos e embasamentos de abordagens clínicas sobre a doença, objetivando um diagnóstico precoce, para que os números de casos não tome grandes proporções.

7327 A IMPORTÂNCIA DOS INDICADORES SOCIAIS PARA ELABORAÇÃO, MONITORAMENTO DE AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS: UM OLHAR SOBRE A QUESTÃO DA EFETIVAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM
kamila Santibanez de Sousa Torres, Ruth Léa da Gama Cristo

A IMPORTÂNCIA DOS INDICADORES SOCIAIS PARA ELABORAÇÃO, MONITORAMENTO DE AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS: UM OLHAR SOBRE A QUESTÃO DA EFETIVAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM

Autores: kamila Santibanez de Sousa Torres, Ruth Léa da Gama Cristo

Apresentação: O presente trabalho discorre a respeito da relevância dos Indicadores Sociais na elaboração, monitoramento e avaliação das políticas de saúde, especificamente da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem – PNAISH (MS, 2009).Indicador Social refere-se a uma medida, em geral, qualitativa, que possui significado social e operacionaliza conceitos abstratos, podendo ser utilizado para subsidiar atividades de planejamento público, possibilitando o monitoramento das condições de vida e bem estar da população. Desde a sua origem os indicadores sociais estão inseridos em contextos socioeconômicos complexos e contraditórios, e esta dinamicidade deve ser levada em conta, pois os indicadores devem ir além de uma mera mensuração quantitativa, e aproximar-se dos conflitos da realidade próprios do sistema econômico vigente, visando qualificar análises para otimização de lutas em prol da garantia de direitos da população, os indicadores sociais vêm se tornando cada vez mais importantes à medida que são acessíveis aos governos e população em geral servindo para sinalizar diversos aspectos da sociedade. No que concerne às políticas de saúde os indicadores sociais são essenciais para a operacionalização e vigilância dos serviços, pois colaboram para a instrumentalização dos elaboradores e operacionalizadores da referida política. Portanto, a questão da qualificação dos dados é primordial à consolidação do conceito ampliado de saúde, que compreende a mesma enquanto produto social, que deriva das relações presentes no contexto societário envolvendo aspectos econômicos, culturais e políticos, em suma não é possível compreender e atuar de forma propositiva se analisar a saúde da população por uma perspectiva unilateral. Os indicadores sociais, conforme mencionado, permitem a elaboração, monitoramento e avaliação de políticas, mediante o levantamento de dados capazes de expressar as necessidades da população. Um exemplo de constituição de política a partir da leitura da realidade, é a constituição de políticas de saúde que levam em conta as vulnerabilidades de grupos específicos, tais como a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) e a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), sendo esta última a que será analisada neste trabalho. A PNAISH foi instituída pelo Ministério da Saúde em 2009 pela Portaria Nº 1.944, pois, foi observado através dos indicadores a realidade de suscetibilidade dos homens com relação às doenças graves e crônicas. Esta política trouxe à tona discussões acerca de assuntos como a masculinidade e a perspectiva relacional de gênero, a fim de se buscar compreensões dos motivos que levam a população masculina a não cuidar de sua própria saúde. Para tanto os homens precisam ser vistos além da biomedicina e da assistência, passando a ser considerados como atores principais no que diz respeito a sua própria saúde. Segundo o Sistema de Informações de Mortalidade – SIM, do Departamento de Informática do SUS – DATASUS/MS - nos cinco anos anteriores à promulgação da política, tomando como exemplo uma doença crônica, especificamente as neoplasias, o índice de mortalidade de homens era bem mais alto se comparado ao de mortes femininas, no entanto  5 anos posteriores à promulgação da política, o mesmo sistema mostra que permanece a realidade de aumento da mortalidade por neoplasias tanto para homens quanto para as mulheres, e no que concerne especificamente a realidade masculina, percebe-se que permanece a considerável elevação da quantidade de mortes masculinas, mesmo após a promulgação da política. A última atualização do SIM ocorreu no ano de 2017, que demonstrou que no referido ano, 105.193 mulheres foram a óbito por alguma neoplasia, enquanto que entre os homens este número sobe para 116.619. Os dados permitem a discussão em torno da efetivação da política, de maneira ampla pode-se perceber que é expoente a diferença de mortes entre homens e mulheres. No entanto, ratificando o que foi exposto a respeito da importância de qualificar os indicadores sociais, é necessário considerar outros fatores que impactam nesses resultados, como o desenvolvimento de cada região brasileira. Os dados demonstram uma realidade que só é possível de conhecer porque foram resultados de estudos, não só dos números, mas também dos princípios e diretrizes que permeiam a PNAISH, que ao serem trabalhados juntos podem dar um diagnóstico mais próximo da realidade a respeito da ação e da efetividade da Política em prol da população masculina no Brasil, contribuindo assim para a conquista da redução da morbimortalidade destes sujeitos. Embora os dados coletado apresentem limitações como por exemplo os de mortalidade, que mostram somente os número de óbitos notificados, deixando de fora as estimativas de subnotificações, eles são válidos, uma vez que demonstram que apesar de todo aparato de Legislação e Normas instituídos para que os homens brasileiros tenham uma vida mais saudável e, consequentemente, uma maior longevidade, o cenário de antes de depois da PNAISH são praticamente os mesmos, ou seja, a população masculina continua padecendo de uma morbimortalidade numericamente alta. E, se fizer a comparação entre os dois momentos, o quinquênio anterior e o posterior da Política Nacional da Saúde do Homem, verifica-se que os homens ainda estão em desvantagens em relação às mulheres no quesito saúde, portando, é imprescindível a leitura crítica destes dados, para que, de forma qualificada, se tornem ferramentas gerenciais na efetivação da PNAISH, para não correrem o risco de se tornarem simplesmente números entre tantos outros, como parece que vem acontecendo até hoje, uma vez que o panorama  da saúde do homem no Brasil vem perdurando, onde, conforme os dados, a mortalidade masculina vem aumentando ano após ano. É importante que haja questionamentos sobre o que de fato tem sido feito para mudar este panorama, como: porque a mortalidade masculina é maior que a feminina? e, principalmente, porque estes números não sofreram decréscimo nos anos posteriores à implantação da PNAISH?. Ressaltando que, o aumento da mortalidade não é exclusivo dos homens, pois a mortalidade das mulheres também tem sofrido acréscimo nas mesmas séries históricas apresentadas, mostrando o quanto a saúde no Brasil encontra-se fragilizada. Assim considera-se a relevância da utilização propositiva de indicadores sociais, que foram criados para subsidiar, dar incremento à avaliação e monitoramento das Políticas Sociais por parte dos gestores das esferas Federal, Estaduais e Municipais, alterando-as e redirecionando-as se for o caso, com o intuito de minimizar os resultados negativos de uma oferta de saúde precária à população, e que estas Políticas sejam efetivadas de forma a não haver distinção de sexo, raça, classe ou posicionamento político, e sim, de forma integral.