366: Saúde Indígena e a Rede de Cuidado | |
Debatedor: Ana Paula Massadar Morel | |
Data: 28/10/2020 Local: Sala 03 - Rodas de Conversa Horário: 13:30 - 15:30 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
11668 | A PARTICIPAÇÃO DE VOLUNTÁRIOS DA SAÚDE NO CENÁRIO INDÍGENA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Luane Tássia Paz Dominguez S Alves, Yotkota Ikpeng, Meixula Waura, Mitó Trumai A PARTICIPAÇÃO DE VOLUNTÁRIOS DA SAÚDE NO CENÁRIO INDÍGENA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Luane Tássia Paz Dominguez S Alves, Yotkota Ikpeng, Meixula Waura, Mitó Trumai
Apresentação: Esse relato aborda a participação de voluntários e agentes indígenas de saúde na atuação do cuidado de povos do médio Xingu por meio de estágio realizado em novembro/2019 e fevereiro/2020, com duração de vinte dias cada. O objetivo do presente relato é analisar os atravessamentos e reflexões sobre o processo de trabalho, que surgiram durante o período de vivências junto à equipe de enfermagem do subsistema de saúde indígena do Distrito Xingu-Polo pavuru, responsável por atender esses povos. O estágio se desenvolveu no polo Pavuru que atende treze aldeias, de cinco etnias diferentes, os estagiários puderam aprender e contribuir durante a dinâmica de atividades como o atendimento, a visita domiciliar e alimentação em planilhas de acompanhamento das linhas de cuidados. A presença dos estagiários trouxe às práticas da equipe novos olhares sobre os processos de cuidado e de entendimento de autocuidado dos povos do médio Xingu, levantou discussões sobre a medicalização, o esvaziamento do controle social e a fragilidade das logísticas que façam com que esse trabalho seja sustentável e contínuo. Foram pontuados como fragilidade por quem participou do processo de estágio, a logística que garanta o deslocamento e alimentação para quem está realizando-o, já que durante o processo os mesmos se deslocaram informalmente. Foi destacado enquanto potência o fato de entender as dinâmicas da equipe do polo e poder se sentir parte do processo de trabalho da equipe de saúde. Percebe-se então que o estágio é hoje o caminho para se fortalecer a atuação do trabalho do agente indígena de saúde, já que através dele tentar- se -a instrumentalizá-lo de técnicas de cuidado e de ferramentas que o permitam acompanhar os seus. E possibilitará a aproximação deste da vivência e do entendimento de equipe. Assim como permitirá às equipes das práticas de cuidado a apropinquação no territórios indígenas que atuam. |
7519 | INTERCULTURALIDADE E SAÚDE INDÍGENA: OFICINA DE CAPACITAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE NO HOSPITAL GERAL DE RORAIMA Sarlene Moreira da Silva, Edilaise Santos Vieira, Ana Renata Guirro, Núbia Lucila Ferreira, Maria Auxiliadora Lima de Carvalho, Marilene Santos Alonso, Jaqueline Beatriz Henker, Ivanilsa Santos Nunes INTERCULTURALIDADE E SAÚDE INDÍGENA: OFICINA DE CAPACITAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE NO HOSPITAL GERAL DE RORAIMAAutores: Sarlene Moreira da Silva, Edilaise Santos Vieira, Ana Renata Guirro, Núbia Lucila Ferreira, Maria Auxiliadora Lima de Carvalho, Marilene Santos Alonso, Jaqueline Beatriz Henker, Ivanilsa Santos Nunes
Apresentação: Um dos maiores desafios para consolidação da política de atenção à saúde dos povos indígenas – PNASPI tem sido a falta de preparação da força de trabalho no SUS no âmbito da média complexidade, para atuarem com as especificidades e diversidade socioculturais que as populações indígenas expressam. Dessa forma, este relato de experiência visa expor o I Curso de capacitação “Saúde Indígena e Interculturalidade” dos servidores do Hospital Geral de Roraima (HGR), que nasce de um programa de extensão do curso de Gestão em Saúde Coletiva Indígena do Instituto de Formação Superior Indígena – INSIKIRAN, Universidade Federal de Roraima /UFRR em parceria com a coordenação de saúde indígena, coordenação de educação permanente do Hospital Geral de Roraima HGR, Francisco Elesbão, Distritos Sanitários Especial do Leste de Roraima DSEI-LRR e Distrito Sanitário Especial Yanomami e Escola técnica do SUS, tendo como objetivo fomentar e promover por meio de uma oficina, processos de educação permanente, sensibilização e valorização a respeito da interculturalidade, reflexões antropológicas e de Saúde Indígena na correlação com os princípios que norteiam a Política Nacional de Atenção a Saúde dos povos Indígenas na média complexidade do SUS do Hospital Geral de Roraima, conforme o objetivo X do Incentivo para a atenção especializada aos povos indígenas-IAEPI, portaria 2.663 de 11 de outubro de 2017 do ministério da saúde. Considera-se a iniciativa de grande relevância, uma vez que, o Estado de Roraima é plural de grupos indígenas, sendo: Macuxi, Wapichana, Waiwai, Ingaricó, Yanomami, Sapará, Waimiri-Atroari, Patamona, Yekuana e Taurepang, tendo a abrangência de dois distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), o DSEI –Leste de Roraima que presta assistência a 51.788 indígenas, distribuídos em 32 terras indígenas que se estendem por onze municípios: Boa Vista, Alto Alegre, Amajari, Bonfim, Cantá, Normandia, Pacaraima, Uiramutã, São João da Baliza, São Luís do Anauá e Caroebe (SIASI, DSEI-LRR, 2019); e o DSEI- Yanomami com uma população de 27.7699, distribuídos nos 37 polos- base da terra indígena yanomami que se estende aos estados de Roraima e Amazonas, contemplando os municípios de Barcelos, Santa Isabel e São Gabriel da Cachoeira, no qual os pacientes também são referenciados para o HGR (SIASI, DSEI-Y, 2019). Para a realização do curso, foram realizadas reuniões prévias com os parceiros para sistematização do formato e quais seriam as estratégias para envolver e estimular o interesse dos profissionais da unidade hospitalar, uma vez que, compreendemos que todos os profissionais, desde a porta de entrada aos atendimentos interventivos demandavam uma sensibilização para a abordagem com os indígenas. Nesta perspectiva, foram aplicados inicialmente um questionário com o intuito de mapear a demanda dos profissionais acerca de um curso com a temática de Saúde Indígena, o mesmo foi aplicado a 125 profissionais de diferentes áreas (enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos, maqueiros, atendentes, entre outros). Deste total, 102 manifestaram interesse, 22 deram resposta negativa, e 01 não respondeu ou não finalizou o questionário, sendo que a maior demanda apresentada pelos profissionais foi a dificuldades na comunicação, ou seja, a necessidade de compreender a linguagem e aspectos culturais dos povos indígenas atendidos. Com o levantamento da demanda, a coordenação de educação permanente do HGR lançou documento-convite para os setores. No qual, o curso foi realizado para o quantitativo de 25 profissionais, tendo ainda a participação de 10 alunos indígenas do curso de gestão em saúde Coletiva Indígena do Insikiran e contando com participações esporádicas de gestores e chefias. O referente, teve carga horária de 40 horas com metodologia de recursos pedagógicos como: linguagem lúdica, recursos áudio visuais, mapas, dinâmicas, entre outros). O curso foi estruturado em quatro eixos temáticos trabalhados em formas de oficinas temáticas: 1) Etnografia dos Povos Indígenas de Roraima (localização geográfica, diversidade linguística, os grupos locais, as relações de parentesco, as lideranças tradicionais, o xamanismo, elementos de referência sem os quais não é possível compreender os pilares de sua organização social) e sua Interface com o sistema oficial de saúde indígena; 2) a organização dos serviços de saúde indígena e referência do SUS, interface com a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e o IAE-PI, bases legais que lança diretrizes para a execução de políticas específicas para os povos indígenas; 3) Levantamento dos motivos/diagnósticos e os fluxos dos pacientes indígenas no HGR e a construção de propostas de ações específicas para o atendimento no HGR; 4) etnocentrismo (conceito e preconceitos). Contou com recursos pedagógicos. Os eixos de discussão foram trabalhados de forma a garantir o encadeamento das informações neles contidos, articulados ao contexto de adoção de políticas específicas implícitas no atendimento aos indígenas na alta e média complexidade. O que não pode faltar em uma capacitação antropológica voltada para os profissionais de saúde que atuam na alta e média complexidade? Tendo isso como principal norte para as discussões, os eixos foram organizados a partir de conceitos-chave da antropologia estreitamente vinculados ao contexto em que os profissionais estão inseridos, associando, portanto a prática à teoria. Atrelando ainda aos conceitos-chave da antropologia, a pedagogia histórico-dialética por considerar o conhecimento advindo da realidade concreta, isto é, da situação real vivida e que se concretiza através de análise crítica dessa realidade. Isto vai de encontro às diretrizes da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI) que ressalta que a capacitação dos recursos humanos para a saúde indígena deve priorizar a adequação das ações dos profissionais às especificidades culturais, observando a realidade vivida. Assim, a necessidade de capacitação antropológica para os servidores da saúde no âmbito do HGR, se faz necessário por se tratar da Unidade de saúde que recebe em maior quantidade, os pacientes indígenas referenciados pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas do Leste de Roraima e Distrito Yanomami e Ye’kwama. Neste sentido, o curso proporcionou um debate de forma ampla sobre o atendimento dos indígenas de Roraima no HGR, um problema que deve ser debatido por todos e a importância de reafirmar a necessidade de implementação de uma atenção que realmente seja diferenciada aos indígenas que acessam esta unidade hospitalar. Por isso, o curso almeja a formação de outros profissionais e o acompanhamento, como uma resposta a melhoria do acolhimento e humanização dos serviços de saúde prestados a esta população, visando como impacto: a melhoria do atendimento as especificidades indígenas na unidade de saúde no HGR, a redução do preconceito e violações de direitos no atendimento às populações indígenas; Melhorar a informação dos funcionários sobre os povos indígenas de Roraima e suas especificidades culturais; e Desenvolver melhoras habilidades de comunicações com os pacientes indígenas com a construção e disponibilização das cartilhas. |
6408 | CAPACITAÇÃO TEÓRICA E PRÁTICA SOBRE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA PARA AGENTES INDÍGENAS DE SAÚDE ANDRE LUIS MARQUES DA SILVEIRA, Beatriz Adachi, Leticia Sturmer Pazinato CAPACITAÇÃO TEÓRICA E PRÁTICA SOBRE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA PARA AGENTES INDÍGENAS DE SAÚDEAutores: ANDRE LUIS MARQUES DA SILVEIRA, Beatriz Adachi, Leticia Sturmer Pazinato
Apresentação: Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é causa ou fator de risco para grande parte das doenças cardiovasculares, cerca de, 50% dos casos de cardiopatia isquêmica, e aproximadamente, 60% dos acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Além de ser fator de risco para inúmeras outras doenças, o que caracteriza a HAS como uma das maiores causas de redução de expectativa e qualidade de vida da população humana. Em estudos, realizados na população indígena brasileira nas décadas de 1970 e 1980, a HAS era praticamente inexistente. Porém, uma investigação realizada em 2011, com índios no Mato Grosso do Sul (MS), demonstrou uma prevalência de hipertensão em 29,7% entre todos os sujeitos participantes. Diante deste cenário, a UFRGS e a UNICAMP foram selecionadas pelo Ministério da Defesa na Operação Pantanal 2018, para atuarem no município de Miranda – MS, este que possui 7.357 indígenas, a maior população da Operação. Visitamos a maioria das aldeias durante os 12 dias de permanência. Foram desenvolvidas inúmeras atividades nas áreas de Cultura, Educação, Meio Ambiente e Saúde. Na área da saúde, a capacitação teórica e prática sobre HAS com Agentes Indígenas de Saúde (AIS) foi a mais marcante, contando com a presença de 14 AIS. O objetivo da capacitação foi a instrumentalização do AIS, para o acompanhamento dos hipertensos em domicílio, bem como a identificação precoce de pacientes com doença descontrolada ou sem diagnóstico. A atividade teórica incluiu conceitos importantes à HAS, princípios do manejo, e a parte prática, foi a aferição da pressão arterial com esfigmomanômetro aneroide e estetoscópio, disponibilizados pela prefeitura. Durante a capacitação teórica, foi muito perceptível o interesse dos AIS, em função dos muitos questionamentos realizados, além de relatos como a seguir: “em 17 anos nunca tivemos uma capacitação desse tipo e não imaginávamos que fosse tão fácil manipular um equipamento de doutor”, durante a capacitação prática todos os presentes realizaram pelo menos duas aferições, as quais foram conferidas. Por fim, torna-se óbvio a necessidade de treinamentos como este, devido o seu grande potencial preventivo de complicações graves como infartos do coração, AVCs e mortes. |
6227 | A PRÁTICA DO CUIDADO FARMACÊUTICO NO SUBSISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE INDÍGENA NO MUNICÍPIO DE TEÓFILO OTONI EM MINAS GERAIS (MG): DESAFIOS E POTENCIALIDADES Patrícia Aparecida Baumgratz de Paula, Patrícia Aparecida BAUMGRATZ DE PAULA, Larissa Torres Fernandes, Carina Carvalho SILVESTRE, Karen Louise LANG, Reile Moreira de Amorim FIRMATO, Sabrina Menezes Gonçalves PEREIRA, Tatiane Silva MATOS A PRÁTICA DO CUIDADO FARMACÊUTICO NO SUBSISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE INDÍGENA NO MUNICÍPIO DE TEÓFILO OTONI EM MINAS GERAIS (MG): DESAFIOS E POTENCIALIDADESAutores: Patrícia Aparecida Baumgratz de Paula, Patrícia Aparecida BAUMGRATZ DE PAULA, Larissa Torres Fernandes, Carina Carvalho SILVESTRE, Karen Louise LANG, Reile Moreira de Amorim FIRMATO, Sabrina Menezes Gonçalves PEREIRA, Tatiane Silva MATOS
Apresentação: A saúde indígena é complexa e gera demandas diferentes em relação à prestação da assistência à saúde ao não indígena. Esse relato é fruto da experiência vivenciada por uma aluna de graduação do curso de Farmácia e bolsista de projeto de extensão do campus de Governador Valadares (GV) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena no município de Teófilo Otoni - MG. E, busca conhecer a prática do cuidado farmacêutico desenvolvido pela farmacêutica do polo base da cidade de Teófilo Otoni (MG) do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) MG/Espírito Santo (ES), unidade gestora descentralizada da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse DSEI localizado em GV/MG, é responsável pela assistência à saúde de 16.833 indígenas, de 10 etnias em 93 aldeias, abrangendo 15 municípios, sendo composto por 18 polos base e 2 Casas de Saúde Indígena (CASAI). A Assistência Farmacêutica (AF) do DSEI MG (ES) é constituída por: 28 farmácias nos polos-base do tipo I, II, Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI), 1 farmácia na CASAI e Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF). Os polos bases destinam-se ao atendimento das demandas oriundas da saúde indígena, sendo a primeira referência para as equipes de saúde prestadoras de assistência nas aldeias. O tipo I localiza-se em terras indígenas e possui equipe multidisciplinar na Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI); o tipo II encontra-se no município de referência, prestando apoio técnico-administrativo ao polo base do tipo I. Em Teófilo Otoni, o polo base do Tipo II presta assistência à saúde e acompanhamento dos indígenas durante o atendimento clinico na Atenção Secundária e Terciária, bem como AF e cuidado farmacêutico as aldeias situadas nas cidades de Ladainha, Campanário e Topázio, em Minas Gerais. A Aldeia Verde situa-se em Ladainha, prestando a assistência a 433 indígenas da etnia a Maxakali, e possui um polo base do tipo I, que funciona na UBSI. A aldeia Córrego do Pezinho localizada em Campanário, presta assistência a etnia Mokuriñ, compreendendo 46 indígenas, possui equipe multidisciplinar provisoriamente instalada nessa cidade, que realiza diariamente visitas domiciliares às famílias resididas na aldeia. A aldeia de Cachoeirinha em Topázio, presta assistência a 32 indígenas da etnia Maxakali. Essa aldeia não possui estrutura física de um polo base do tipo I para atendimentos e prestação de serviços. A equipe multidisciplinar realiza atendimentos diários na própria aldeia por intermédio de visitações domiciliares. O cuidado farmacêutico é um modelo de prática profissional farmacêutica, contemplando diferentes serviços ofertados e direcionados ao paciente, família, comunidade, visando à promoção, prevenção e à resolução dos problemas relacionados a farmacoterapia, bem como, à otimização e ao uso racional dos medicamentos, à promoção, proteção e recuperação da saúde, e à prevenção de doenças e outros problemas relacionados a saúde. O Acompanhamento Farmacoterapêutico é um dos serviços inseridos no cuidado farmacêutico. Ele identifica, soluciona e preveni problemas relacionados ao uso de medicamentos, analisando suas possíveis causas e documentando todo o processo, com o intuito de preveni-las, resolvê-las e promover a continuidade no processo de cuidado. É um serviço de caráter longitudinal, possibilitando que outros serviços farmacêuticos sejam prestados durante todo o processo. O Gerenciamento da Terapia Medicamentosa (GTM) é uma prática sistemática que promove o Acompanhamento Farmacoterapêutico através do processo de cuidado. Desenvolvimento: Foi realizado o acompanhamento das atividades desenvolvidas pela farmacêutica em relação ao cuidado farmacêutico, durante uma semana de dezembro de 2019, por intermédio de visitas domiciliares nas aldeias de Ladainha, Campanário e Topázio. Os pacientes foram selecionados de acordo com as doenças crônicas, número de medicamentos utilizados, e necessidade de acompanhamento farmacoterapêutico por intermédio do GTM. Foi possível a realização com um paciente de todo processo de cuidado do GTM: avaliação inicial, plano de cuidado e avaliação de resultados. No tocante aos outros dois pacientes assistidos, foi feita a avaliação inicial, parte da documentação e estudos sobre a situação clínica desses pacientes. Todos instrumentos de documentação foram elaborados segundo as necessidades dos povos indígenas, respeitando a subjetividade e a identidade cultural destes. Esse modelo de documentação foi cedido pela Farmácia Universitária da UFJF-GV. Resultado: Foram observados os serviços farmacêuticos diretamente relacionados aos povos indígenas no polo base de Teófilo Otoni: educação em saúde, rastreamento em saúde, manejo de problemas autolimitados, dispensação, monitorização terapêutica, conciliação medicamentosa e gestão em saúde. Esses serviços são realizados por meio das visitas domiciliares da equipe multidisciplinar; realização de oficinas com temáticas, traduzidas para língua Maxakali, inerentes a esses povos, tais como: saúde do idoso e Uso Racional de Medicamentos (URM); revisão de prontuários; revisão da farmacoterapia em uso; identificação de algum possível problema de saúde não diagnosticado nas revisões de prontuários; orientações sobre estilo de vida, higiene e autocuidado; monitorização terapêutica através de planilhas de medicamentos de uso continuo definidas pela DSEI e de planilhas criadas pela farmacêutica (conciliação medicamentosa; planejamento familiar por meio do uso de anticoncepcionais; suplementação ferro/ácido fólico em crianças, gestantes e puérpera; suporte farmacoterapêutico a equipe multidisciplinar). Pode-se perceber que a farmacêutica do polo base de Teófilo Otoni não realiza o acompanhamento farmacoterapêutico. Esse serviço farmacêutico requer muita dedicação e tempo para estudar, principalmente sobre as evidências científicas em saúde. Todavia, torna-se de sua importância, pois é custo-efetivo, custo-benefício e custo-utilidade, sendo uma prática no cenário atual da profissão farmacêutica com crescente reconhecimento, com impactos na saúde do paciente, família e comunidade. Alguns desafios foram perceptíveis sobre a prestação do cuidado farmacêutico inserido na saúde indígena. A questão cultural constitui um dos maiores desafios na prestação desse serviço, essa constatação se difere de acordo com a etnia e nível de entendimento do indígena. O acesso as aldeias, muitas vezes, tornam-se difícil, aumentando a distância do deslocamento, ocasionando uma perda de tempo de trabalho, e de produção. O contato com os povos não indígenas propicia uma mudança no estilo de vida desses povos, acarretando maior consumo de bebidas alcoólicas, açúcar, e de sal, interferindo na terapia medicamentosa. As potencialidades presenciadas para a realização do cuidado farmacêutico foram: prontuários com informações completas e relevantes, sendo esse fator facilitador da prestação serviço; trabalho interprofissional como instrumento facilitador de monitoramento dos resultados das intervenções e condição clínica do paciente com maior periodicidade; aparente URM em relação aos povos indígenas e o entendimento deste sobre o assunto, propiciando uma menor automedicação; empoderamento da farmacêutica, bem como o interesse e ações desta para a implantação do cuidado. Considerações finais: As potencialidades e desafios encontrados indicam que a prática do cuidado farmacêutico é de suma importância na saúde indígena, reforçando a necessidade de ampliação e capacitação dos farmacêuticos em relação a prestação desse serviço, levando em consideração as características étnicas e culturais dos povos indígenas. Desse modo, ocorrerá, uma troca de saberes, propiciando uma articulação entre ensino-serviço-comunidade, e o direito à saúde dos povos indígenas será efetivamente garantindo, enquanto atributo de cidadania. |
6230 | VIVÊNCIAS DO CUIDADO FARMACÊUTICO E DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA (AF) NA CASA DE SAÚDE INDÍGENA (CASAI) DO DISTRITO SANITÁRIO ESPECIAL INDÍGENA (DSEI) MINAS GERAIS (MG) E ESPÍRITO SANTO (ES) Patrícia Aparecida Baumgratz de Paula, Larissa Torres FERNANDES, Carina Carvalho SILVESTRE, Karen Louise LANG, Reile Moreira de Amorim FIRMATO, Sabrina Menezes Gonçalves PEREIRA VIVÊNCIAS DO CUIDADO FARMACÊUTICO E DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA (AF) NA CASA DE SAÚDE INDÍGENA (CASAI) DO DISTRITO SANITÁRIO ESPECIAL INDÍGENA (DSEI) MINAS GERAIS (MG) E ESPÍRITO SANTO (ES)Autores: Patrícia Aparecida Baumgratz de Paula, Larissa Torres FERNANDES, Carina Carvalho SILVESTRE, Karen Louise LANG, Reile Moreira de Amorim FIRMATO, Sabrina Menezes Gonçalves PEREIRA
Apresentação: Esse relato foi fruto da experiência vivenciada por uma aluna de graduação do curso de Farmácia e bolsista de projeto de extensão do campus de Governador Valadares (GV) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. Teve como objetivo acompanhar as atividades da AF e do cuidado farmacêutico realizadas pela farmacêutica da Casai de Governador Valadares, em MG, durante um mês. Os DSEI são unidades gestoras descentralizadas do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, no Sistema Único de Saúde (SASI/SUS). Esses distritos são responsáveis pela atenção básica aos povos indígenas aldeados, por meio de Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena (EMSI), sendo compostas por médicos, enfermeiros, odontólogos, auxiliares de enfermagem e Agentes Indígenas de Saúde (AIS). Os DSEI possuem estrutura de atendimento composta por posto de saúde denominados Polo Base (tipo I e II) e as Casas de Saúde Indígena (Casai). O DSEI MG (ES) em Governador Valadares - MG, presta assistência à saúde a 16.833 indígenas, pertencentes a 10 etnias em 93 aldeias, em 15 municípios. Ele é composto por 18 polos base e 2 Casai, a AF compreende 28 farmácias nos polos-base do tipo I, II e Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI), 1 farmácia na CASAI e Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF). A Casai promove o acolhimento, atendimento multidisciplinar, referenciamento à rede assistencial do SUS e/ou do setor privado. A assistência prestada ocorre continuamente por 24 horas, contemplando o acompanhamento em consultas, exames complementares e internações hospitalares, bem como o acesso a AF com foco no uso racional de medicamentos. A Casai de Governador Valadares (MG) presta assistência as seguintes etnias: Pataxó, Krenak, Aranã, Tupiniquim, Xukurukariri, Kaxixó, Pankararu, Guarani, Xacriabá, Mocuriñ e Maxakali. Ela possui uma peculiaridade em relação às outras, pois abriga crianças indígenas que não se encontram em vivência com seus familiares nas comunidades indígenas, em decorrência de diversos fatores. A Política Nacional de Assistência Farmacêutica de 2004, definiu a AF enquanto todas as atividades inerentes aos medicamentos, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população, visando ao acesso aos medicamentos essenciais com uso racional. O cuidado farmacêutico é um modelo de prática profissional farmacêutica, contemplando diferentes serviços ofertados e direcionados ao paciente, família, comunidade, com o intuito de promover a prevenção e resolução de problemas relacionados a farmacoterapia, a otimização e o Uso Racional dos Medicamentos (URM), além da promoção, proteção e recuperação da saúde, e prevenção de doenças e outros problemas relacionados a saúde. A AF e o cuidado farmacêutico contribuem para minimizar a lacuna assistencial existente dentro do SUS. Esta, muitas vezes, se caracteriza pela falta ou baixa adesão à terapia medicamentosa, devido à assimetria de informações entre o prescritor, farmacêutico e paciente, implicando na dificuldade de avaliação dos resultados da terapia medicamentosa. Desenvolvimento: Durante o mês de janeiro de 2019, a discente pode acompanhar, duas vezes por semana, as atividades desenvolvidas pela farmacêutica da Casai de Governador Valadares/MG, por meio da observação de campo. Essas atividades contemplavam a gestão da AF, cuidado farmacêutico e educação em saúde. Resultado: e impactos Observou-se que do ciclo da assistência farmacêutica destacam-se o armazenamento e a distribuição. Os medicamentos armazenados e distribuídos pela Casai são solicitados à CAF conforme a necessidade do serviço. A dispensação ocorre diretamente ao paciente assistido e/ou à equipe de enfermagem com as devidas orientações para realizar a administração. O armazenamento dos medicamentos controlados ocorre com restrição de acesso. Em dois armários menores encontra-se um estoque de emergência com quantidades mínimas de medicamentos controlados ou não, nos quais o enfermeiro possui acesso em situações especiais. O controle de saída desses medicamentos é realizado mediante anotação. A farmacêutica possui todo controle de saída dos medicamentos. O sistema de informação utilizado é o Hórus, que contempla a conferência de estoque, os pedidos dos medicamentos, e entrada e saída destes, checagem do estoque existente na farmácia observando quantidades, data de validade em relação ao estoque físico e virtual, entre outras atividades. Alguns serviços farmacêuticos são ofertados aos povos indígenas pela Casai são: educação em saúde, rastreamento em saúde, dispensação, conciliação medicamentosa e monitorização terapêutica. Estes serviços ocorrem através do acompanhamento dos prontuários e do contato direto com os pacientes, observando quais medicamentos foram prescritos segundo a dose e dias de tratamento. Os medicamentos prescritos que não se encontram relacionados na lista de medicamentos do DSEI, mas que estão disponíveis na rede municipal são adquiridos pela farmacêutica via tramites normais de dispensação das farmácias distritais e aquisição desses medicamentos. Em casos dos medicamentos prescritos que não se encontram na relação de medicamentos padronizados pelo DSEI ou pela rede municipal de saúde, a farmacêutica entra em contato o prescritor da Casai ou prescritor fora da instituição, estabelecendo melhor conduta em relação ao acesso aos medicamentos, bem como melhor opção terapêutica disponível para o tratamento. Em relação à adesão, a farmacêutica busca por informações junto à equipe de enfermagem visando à promoção desta e à melhora da condição em saúde dos pacientes, através de educação em saúde quando possível. Os medicamentos disponibilizados pelo componente especializado são prescritos constantemente, devido às doenças crônicas apresentadas pelos pacientes. É necessária a elaboração de processo para a aquisição de medicamentos especializados via Gerência Regional de Saúde (GRS), sendo que o farmacêutico realiza o acompanhamento das consultas, orientação do prescritor para o preenchimento dos formulários necessários e interlocução com a equipe multidisciplinar. Outra atividade realizada pela farmacêutica da Casai foi a atualização e modificação dos Procedimentos Operacionais Padrões (POP). A atualização foi realizada com olhar crítico, visando aprimorar e facilitar o processo de dispensação. As diferenças étnico-culturais de cada etnia foram observadas durante essa vivência, bem como a rotina das crianças resididas nesse local e os indígenas de passagem pela Casai, através de conversas que possibilitaram conhecer a história e seus costumes. Durante a vivência, foi possível acompanhar algumas dispensações aos povos indígenas que retornavam a suas aldeias. As principais potencialidades para o desempenho das atividades inerentes ao cuidado farmacêutico e à AF nesse local foram: o trabalho interprofissional dos profissionais de saúde; o papel fundamental da farmacêutica na prestação de suas atividades; o menor consumo de medicamentos na CASAI; a qualidade do sistema de informações dos prontuários; a interlocução com os polos base e CAF. O principal desafio se refere às questões étnico-culturais e ao exercício do profissional de saúde. Outros desafios dizem respeito ao acesso aos medicamentos no município, no DSEI e na GRS. Considerações finais: A assistência farmacêutica e o cuidado farmacêutico são enfatizados nas novas diretrizes curriculares dos cursos de farmácia. A vivência da prática pelo discente durante a formação, possibilita um olhar crítico em relação à teoria, com foco na formação de profissionais mais humanizados e conscientes das limitações apresentadas pelo SUS. Todavia, no tocante ao Subsistema de Saúde Indígena, muitas vezes, percebe-se uma lacuna de conhecimento durante a formação acadêmica, gerando uma formação acrítica sobre saúde indígena. |
7528 | ANÁLISE DO ENSINO DE SAÚDE INDÍGENA NOS ESPAÇOS ACADÊMICOS ATRAVÉS DO ARCO DE MAGUEREZ Breno Augusto Silva Duarte, Haroldo Gonçalves de Jesus ANÁLISE DO ENSINO DE SAÚDE INDÍGENA NOS ESPAÇOS ACADÊMICOS ATRAVÉS DO ARCO DE MAGUEREZAutores: Breno Augusto Silva Duarte, Haroldo Gonçalves de Jesus
Apresentação: Este estudo propõe-se a realizar uma reflexão acerca das vivências dos discentes de enfermagem no decorrer da graduação, ao empregar o Arco da Metodologia da Problematização de Charles Maguerez para interação e fortalecimento das ações e atividades no ensino sobre saúde dos povos originários nos currículos e debates acadêmicos, permitindo a articulação dos saberes em saúde com o cotidiano dos atores envolvidos. Essa metodologia possui uma orientação geral, que passa por etapas distintas que surgem a partir de um problema detectado na realidade. Volta-se para a realização do seu objetivo que é preparar o estudante/ser humano para se conscientizar de seu mundo e atuar para transformá. Na dimensão do ensino à saúde observa-se a exigência da nova política de saúde, onde o profissional deve estar adequado à consecução dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) na prática diária. Identifica-se a necessidade de rediscutir os currículos, a fim de alcançar a excelência da formação acadêmica nas Instituições de Ensino Superior (IES), implementando as habilidades no estudante para contemplar o contexto de grupos especiais, em particular o conhecimento sobre as necessidades de saúde da população indígena. No entanto verificou-se que estratégias de saúde para os povos originários, como os indígenas, ainda não possuem uma efetiva discussão. Este tema ainda é muito restrito a disciplinas voltadas às ciências humanas, como a antropologia e a sociologia. Gerando espaço de discussão tênue, dificultando progressiva inserção das ações de saúde do SUS preconizadas pelo Ministério da Saúde (MS) durante a formação do profissional de enfermagem. O objetivo deste trabalho é realizar uma reflexão a respeito das atividades acadêmicas voltadas à saúde dos povos tradicionais indígenas por meio da experiência de estrutura acadêmica vivenciada e relatada pelos autores através da metodologia ativa de ensino-aprendizagem, utilizando do Arco de Maguerez. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo que contém relato de experiência com análise reflexiva. A metodologia empregada na produção deste relato é a teoria da Problematização por meio dos princípios da utilização do Método do Arco de Charles de Maguerez. O método do arco, desenvolvido por Charles Maguerez, é constituído de cinco etapas: observação da realidade, seu ponto de partida é a realidade vivenciada acerca do problema levantado; identificação dos pontos-chave do problema, onde seleciona-se o que é relevante e essencial para a representação da realidade observada; teorização que consiste na fundamentação teórica do problema, momento em que as informações precisam ser fundamentadas, buscando explicações acerca da realidade observada; elaboração da hipótese de solução em que ocorre a busca da resolução do problema de forma crítica e criativa, busca-se o maior número de possibilidades e de alternativas; aplicação de ações para solucionar os problemas identificados, buscando transformá-los. Resultado: A atividade desenvolvida seguiu os princípios do Arco de Maguerez: Primeiro, a observação da realidade, nesta etapa os acadêmicos realizaram leitura e análise da matriz curricular do curso do seu ano de ingresso, observando as disciplinas e suas respectivas carga horárias estimulando a busca por fragilidades no que concerne a saúde indígena, verificou-se que a temática ainda não possui uma efetiva discussão quanto ao desenvolvimento de habilidades para o manejo de ações em saúde, estando restrita a disciplinas voltadas às ciências humanas. Segundo, identificar os pontos-chave, ou seja, observar e analisar os fatores que poderiam levar a ocorrência da fragilidade identificada, logo atribuiu-se que não possuir disciplinas específicas para a área se deve ao fato de que durante a formulação do plano de ensino semestral, há exigência de tópicos que contemplem o conteúdo por meio das habilidades pretendidas pela atividade disciplinar, restringindo à exposições pontuais e com poucas oportunidades de diálogo e discussão, não permitindo um amplo debate a cerca do tema. Terceiro, a teorização do problema observado, neste momento realizou-se busca literária em e bases de dados como SciELO e Bireme, sobre as diretrizes curriculares do curso de enfermagem, além de estudos em IES onde o estreitamento entre a comunidade indígena e o ensino são realidade. Quarto, hipótese de solução, acontecia a avaliação do problema, evidenciando que apesar do curso estar inserido em uma IES localizada na Amazônia brasileira, e neste aspecto região contíguas a instalação de distritos indígenas, a isenção da temática ainda é enfraquecida, podendo contornar esta deficiência realizando diálogos mais efetivos por meio de oficinas, simpósios, e encontros acadêmicos. Quinto, a aplicação à realidade, culminou na elaboração de um projeto de extensão denominado “Eu sou a voz do SUS” como estratégia educativa para o fortalecimento de debates a cerca das populações tradicionais, em especial a indígena. Promovendo espaços de discussão, pois possuía como módulo a Política Nacional de Atenção a Saúde dos Povos Indígenas. Nesta perspectivas os acadêmicos realizaram intervenção educativa sob supervisão de um docente, a turmas de semestre inicias a fim de familiarizar a política e despertar o interesse pela temática, além de fomentar o espaço de discussão durante a graduação destacando a importância de desenvolver competências e habilidades para atuação do profissional enfermeiro na atenção à saúde indígena. Considerações finais: As instituições de ensino superior tem por meio do ensino a ferramenta para emergir novas perspectivas para a pesquisa e extensão na área dos estudos das populações indígenas. Devemos entender que essas mudanças permitem um novo olhar pelos profissionais docentes e pelos discentes de enfermagem frente a necessidade de conduzir novas habilidades na formação acadêmica, não apenas direcionando esta discussão entre disciplinas historicamente construídas a luz de temáticas étnicas e sociais, como também por meio de disciplinas de formação específica nos cursos de graduação. Neste processo, a participação ativa dos envolvidos, no caso, os acadêmicos de enfermagem, era essencial para desencadear o processo de reflexão. Nas ações de cada etapa do arco, a ênfase está em fazer do acadêmico de enfermagem, o protagonista principal de todo o processo, compreenda a sua responsabilidade direta e ativa na construção de sua formação profissional. O docente, nesta conjuntura, assume o papel coadjuvante na condução deste processo. Dessa forma, os acadêmicos foram orientados a desenvolver as suas competências diante do problema identificado e a tentativa de resolvê-lo. Nesse sentido, as atividades desenvolvidas apontaram novas descobertas, tornando-se espaço oportuno para a comunicação, para a contextualização, para o estabelecimento de vínculos, de reflexão, de mudanças, de construção coletiva de um saber na busca da formação de profissionais com habilidades e competências aliada ao senso crítico e transformador. |
7743 | (DES)COLONIZAÇÃO DA ATUAÇÃO PARA COM OS POVOS INDÍGENAS: EXPERIÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM Rayssa de Oliveira Duarte, Bruna Tadeusa Genaro Martins de Oliveira (DES)COLONIZAÇÃO DA ATUAÇÃO PARA COM OS POVOS INDÍGENAS: EXPERIÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEMAutores: Rayssa de Oliveira Duarte, Bruna Tadeusa Genaro Martins de Oliveira
Apresentação: Este presente estudo é um relato de experiência e traz algumas reflexões acerca da importância da atenção a saúde dos povos indígenas, as quais emergiram de discussões realizadas na matéria de Psicologia da Saúde II, na Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD. O texto tem como objetivo expor experiências de ensino-aprendizagem concernentes a atuação de psicólogas(os) e a necessidade de (re)definir e repensar as práticas psicológicas junto a população em questão, uma vez que estas são atravessadas por teorias colonizadoras. Desenvolvimento: No decurso da matéria supracitada foram realizadas numerosas trocas de saberes acerca da importância da atenção à saúde dos povos indígenas, dando enfoque aos grupos da região de Dourados, quais sejam eles os Guarani, os Kaiowá e os Terena, mediante a debates entre alunos e profissionais que atuam na área. Além disso, realizou-se uma atividade em grupo significativa e essencial para o aprofundamento no debate sobre o processo de colonização do Brasil e suas consequências para com os povos indígenas, a história de luta e resistência diante das constantes violações de seus direitos. Ademais, nesta experiência em sala ressaltou-se a influência do pensamento colonial no processo de elaboração da política indigenista, sobretudo a que atravessa a prática de psicólogas(os) que atuam diretamente com saúde dos povos indígenas. Resultado: Esta experiência de ensino aprendizagem foi de suma importância para a formação dos(as) graduandos(as) como futuros(as) psicólogos(as) e, da mesma forma, auxiliou para o desenvolvimento acadêmico de todos os(as) presentes no debate oportunizado pelo trabalho em grupo. Sobretudo pela localização da Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD, situada em Dourados - MS, região que engloba uma das maiores populações indígenas do Brasil, o espaço de troca propiciou aos graduandos(as) maior contato com a discussão acerca da colonialidade, suas esferas de atuação e suas consequências na existência dos povos indígenas, principalmente na saúde dos mesmos. Desta forma, a atuação daqueles que trabalham e lutam para assegurar que os direitos desses povos sejam respeitados, também são atravessadas por essas teorias permeadas pela colonialidade, o que, na prática, acarreta em perdas culturais, territoriais e de identidade, além de aniquilamento das diversas tradições, sobretudo os cuidados tradicionais. Considerações finais: Em suma, o espaço de ensino-aprendizagem, oportunizado pelo trabalho em grupo, salientou a urgência em redefinir a atuação dos(as) psicólogos(as) junto aos povos indígenas, buscando constituir uma clínica desviante do modelo hegemônico, violento e colonizador. Para isso, portanto, é primordial construir um modelo de atuação que seja intercultural, havendo a presença das comunidades na produção do cuidado a saúde, a fim de que, através de cada cultura indígena, as práticas da psicologia sejam (des)colonizadas e (re)definidas. |
8614 | INTERAÇÃO ENSINO/SERVIÇO/COMUNIDADE SOB A ÓTICA DA EDUCAÇÃO – RODA DE CONVERSA NA CASA DE SAÚDE INDÍGENA DA CAPITAL BELÉM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Vitória Matos Nascimento, Flavine Evangelista Gonçalves, Hudson Gonçalves Filho INTERAÇÃO ENSINO/SERVIÇO/COMUNIDADE SOB A ÓTICA DA EDUCAÇÃO – RODA DE CONVERSA NA CASA DE SAÚDE INDÍGENA DA CAPITAL BELÉM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Vitória Matos Nascimento, Flavine Evangelista Gonçalves, Hudson Gonçalves Filho
Apresentação: A partir de 2002, a Política Nacional de Saúde dos Povos Indígenas passou a integrar a Política Nacional de Saúde, favorecendo o exercício da cidadania por estes. Mesmo com as diversas conquistas indígenas no sentido legal, ainda hoje não são raros os casos de descaso e mesmo desrespeito com as crenças e costumes desse povo, tão importante para a matriz cultural brasileira. Nesse sentido, o contato de profissionais da saúde, ainda em sua formação, com populações indígenas enriquece seu processo de ensino-aprendizagem no sentido de proporcionar vivências distintas daquelas encontradas em sala de aula. A experiência teve como objetivo um primeiro contato com a saúde de populações indígenas, a partir da escuta de profissionais atuantes na Casa de Saúde Indígena de um bairro da cidade de Belém, Pará. A partir do módulo de Atenção Integral à Saúde do curso de Medicina da UFPA, alunos do primeiro semestre da graduação foram levados à CASAI para uma roda de conversa com a assistente social e a enfermeira atuantes no serviço em questão. A Casai conta com uma equipe multidisciplinar composta por enfermeiro, técnico de enfermagem, nutricionista, assistente social e servidores de terceirizadas (serviços gerais, alimentação, transporte, segurança) e recebe indígenas de 5 DSEIs (Distrito Sanitário Especial Indígena): Kayapó, Altamira, Tapajós, Amapá e Guamá-Tocantins, o distrito local. Eles vêm encaminhados do SUS e o papel da CASAI é prestar serviços como agendamento de consultas, transporte até o hospital, agendamento de exames, para garantir o acesso pleno à saúde pública e a recuperação no período de estadia na capital. Notou-se que o principal ponto tocado durante a conversa foi acerca do choque cultural entre o indígena em tratamento e seu (s) acompanhante (s), sendo a incompatibilidade linguística umas das questões fundamentais. Esse choque pode ser agravado nos hospitais, visto que frequentemente não há o treinamento humano ou a estrutura física necessários para receber esses pacientes de modo respeitoso e condizente com sua cultura. Houve relatos de casos de abandono do tratamento, porque o paciente se recusou a dormir em uma cama, e o apartamento hospitalar não oferecia armador de rede, item imperativo dentre as culturas. A interação com a equipe possibilitou o exercício da alteridade e, por conseguinte, da empatia. Nesse sentido, é imprescindível que profissionais da saúde atuem em prol do bem-estar biopsicossocial, pois a complexidade da saúde humana não se relaciona apenas ao processo saúde-doença, mas sim se liga a aspectos da qualidade de vida, da ambientação, das relações interpessoais. Tal percepção crítica é necessária para saber o quanto o SUS ainda precisa avançar como política pública, e os futuros profissionais devem atuar para auxiliar nos processos de mudança. |
9572 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA FORMAÇÃO ACADÊMICA EM ENFERMAGEM APLICADA A INDÍGENAS DA CASA DE SAÚDE DO ÍNDIO EM MANAUS Antonio Simeone Correia Leitão, Yasmin Maria Pereira Lima, Yasmin Epifânio de Souza, Ana Karoline Cordeiro Maia, Altair Seabra de Farias EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA FORMAÇÃO ACADÊMICA EM ENFERMAGEM APLICADA A INDÍGENAS DA CASA DE SAÚDE DO ÍNDIO EM MANAUSAutores: Antonio Simeone Correia Leitão, Yasmin Maria Pereira Lima, Yasmin Epifânio de Souza, Ana Karoline Cordeiro Maia, Altair Seabra de Farias
Apresentação: As tribos indígenas brasileiras com suas crenças e costumes, representam uma inestimável riqueza cultural brasileira, tendo ajudado a compor o mosaico multiétnico que representa esta nação. A preservação dessa cultura hoje, porém, se faz necessária frente ao avanço do “homem branco” sobre as terras indígenas, criadas justamente para garantir sua subsistência e manter seus costumes originais. A introdução de bebidas alcoólicas e drogas evidencia a participação tanto do índio em meio urbano, quanto do não índios em meio indígena. Ocorre então a necessidade de ações de Educação em Saúde que possam compartilhar conhecimentos sobre os malefícios dessas substâncias, respeitando ainda a cultura original indígena, o que abrange uma abordagem diferenciada do assunto, que vai desde a linguagem menos tecnicista à forma de disposição dos indígenas para a atividade, em busca da preservação se seus hábitos e costumes. Desta forma, nos deslocamos a Casa de Saúde do Índio de Manaus, através da Disciplina de Saúde Indígena do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Amazonas, para a promoção de uma roda de conversa entre parte dos mais de 300 indígenas presentes, dos mais diversos Distritos Sanitários Especiais Indígenas do Estado do Amazonas. MATERIAL E Método: Este estudo se baseia em uma estratégia descritiva da vivência dos acadêmicos de Enfermagem da Universidade do Estado do Amazonas na Casa de Saúde do Índio de Manaus. Discussão: Através dessa vivência, pôde-se aplicar conhecimentos variados de saúde incluindo sobre a prevenção do uso de drogas ilícitas às mais diversas tribos presentes. A CASAI-MAO atende as etnias de todos os Distritos Sanitários Especiais Indígenas do Estado do Amazonas, prestando serviços através de profissionais do serviço social, nutrição, farmácia, enfermagem e colaboradores, dentro de prédios múltiplos compostos em enfermarias, refeitórios, área de convivência e alojamentos separados por DSEI’s. Com a utilização de roda de conversa, a princípio, trocaram-se conhecimentos acerca do tema abordado, em busca do grau de contato dos mesmos sobre o assunto, podendo então, desenvolver uma melhor exposição de conteúdo, que foi realizada posteriormente com o auxílio de material visual. Por fim, os indígenas expuseram situações negativas relacionadas a dependências químicas vividas dentro de suas comunidades, salientando a importância da abordagem do tema. Resultado: Esta vivência permitiu aos acadêmicos uma melhor compreensão do que é a convivência com culturas e costumes diferentes pela interação dinâmica e o desenvolvimento das atividades, visando proporcionar uma formação mais completa para o acadêmico de enfermagem, para que o mesmo possa atender seus pacientes, sejam indígenas ou não, de forma integral, promovendo autocuidado através da educação em saúde. Cabe lembrar da importância que a população indígena representa para o Estado do Amazonas e para o Brasil, sendo no interior dessa região um dos perfis mais comuns de paciente atendido, por isso sabe se a necessidade de melhorar as condições do atendimento para que o mesmo seja eficaz e possa não só tratar, mas também prevenir doenças. |
10856 | VISITA DO PET-SAÚDE À CASA DE SAÚDE DO ÍNDIO: AÇÃO APOIADA NA EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL Alana Corrêa Santos, Viviane De Souza Bezerra, Nely Dayse Santos Da Mata, Viviane Cristina Cardoso Francisco, Alceu Dos Santos Silva, Maira Tiyomi Sacata Tongu Nazima, José Carlos Tavares Carvalho VISITA DO PET-SAÚDE À CASA DE SAÚDE DO ÍNDIO: AÇÃO APOIADA NA EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONALAutores: Alana Corrêa Santos, Viviane De Souza Bezerra, Nely Dayse Santos Da Mata, Viviane Cristina Cardoso Francisco, Alceu Dos Santos Silva, Maira Tiyomi Sacata Tongu Nazima, José Carlos Tavares Carvalho
Apresentação: A Casa de Saúde do Índio (CASAI) é uma especificidade do subsistema de saúde do índio, e que tem por principal atribuição, dar apoio aos pacientes e acompanhantes indígenas durante o tratamento de saúde nas unidades de referência do Sistema Único de Saúde (SUS). Quanto aos profissionais, faz-se necessário formá-los para que atendam de forma holística todas as comunidades com suas especificações culturais, políticas e sociais. O Pet-Saúde, abraçou o desafio de contribuir para formação do trabalho em equipe, atendendo aos novos conceitos e métodos da Educação Interprofissional (EIP), que surgiu devido à forte fragmentação no atendimento à saúde. A integração das práticas faz com que aconteça agilidade e resolutividades aos pacientes e familiares. Objetivo: Relatar a experiência de uma visita à CASAI, vivenciada por grupo de acadêmicos e participantes do grupo PET-SAÚDE com enfoque a saúde indígena. Método: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, que teve como cenário a CASAI, na capital do Amapá. A visita ocorreu em agosto de 2019 e teve duração de 4 horas, com participação de acadêmicos dos cursos multiprofissionais da saúde. Iniciou-se uma roda de conversa onde foi discutido os conhecimentos que os presentes tinham sobre as populações indígenas e quais expectativas tinham sobre trabalhar em equipe. Durante a visita, observou-se a estrutura da casa, em forma de ocas, a qual foi projetada para que os indígenas se sentissem mais acolhidos, cada etnia fica abrigada em um espaço em formato de oca, pois assim o lugar tem mais semelhanças ao habitat natural. Por fim, ocorreu a visita às enfermarias. Resultado: Foi perceptível alguns problemas, como lotação das ocas dificultando o trânsito de pessoas, a falta de mais ventilação, pois as moradias não tinham janelas e, portanto, dificultava a circulação de ar, propiciando a disseminação de doenças infectocontagiosas e a higienização precária. O aspecto importante levantado durante as visitas foram, o estado de saúde das pessoas, a ambientação fragilizada e a nossa percepção da grande dimensão para atender esses povos de forma multiprofissional. Resultado: A visita à Casai foi benéfica aos acadêmicos pois possibilitou agregar o conhecimento teórico à prática, relacionando o que é aprendido nos encontros do PET com as situações presenciadas no local, assim tornando-os futuros profissionais capacitados para trabalhar em equipe e respeitando a interculturalidade dos povos. |
11023 | A IMPORTÂNCIA DO CONTATO COM A SAÚDE INDÍGENA NA GRADUAÇÃO PARA A FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO – RELATO DE EXPERIÊNCIA Danielle Freire de Andrade Carvalho, Gabriela Almeida Kaippert, Pamela de Oliveira França A IMPORTÂNCIA DO CONTATO COM A SAÚDE INDÍGENA NA GRADUAÇÃO PARA A FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO – RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Danielle Freire de Andrade Carvalho, Gabriela Almeida Kaippert, Pamela de Oliveira França
Apresentação: Este trabalho tem a pretensão de relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem durante o contato com a temática de saúde indígena na graduação e, a partir disto, destacar a importância da inclusão de mais disciplinas voltadas para os diferentes grupos étnico-culturais brasileiros na graduação do curso de Enfermagem. Objetivo: Demonstrar a importância da aproximação do graduando em Enfermagem com diferentes especificidades em saúde ainda na graduação. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência acerca das vivências de graduandos do curso de Enfermagem (licenciatura e bacharelado) da Universidade Federal Fluminense (UFF), durante a disciplina optativa intitulada Educação Indígena. Resultado: Sabe-se que a população indígena, assim como diversas outras populações brasileiras, tem suas especificidades no que diz respeito a questões culturais, educacionais e de saúde e, para tentar tornar o atendimento em saúde igualitário para estas populações, o Ministério da Saúde criou a Política Nacional da Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. O contato com a saúde indígena na graduação se deu a partir da disciplina Educação Indígena, que trata das peculiaridades da construção a educação para índios no Brasil. Muito além disto, a disciplina incentiva os alunos a busca pelo conhecimento da cultura e saberes indígenas, como uma forma de aproximação com estes povos. Através desta aproximação, os alunos puderam conhecer mais a fundo quais os principais problemas de saúde das comunidades indígenas, suas causas e consequências, além das políticas públicas de saúde que estão em vigor para amparar população indígena. Considerações finais: Apesar de ser uma temática de extrema importância e relevância para a formação do Enfermeiro, esta é uma disciplina é apenas optativa, não oportunizando que todos os acadêmicos de enfermagem tenham as mesmas experiências. Deve-se considerar que a disciplina é ofertada pelo curso de Letras, não existindo na grade curricular de Enfermagem da UFF nenhuma disciplina que trate da temática indígena. Além disto, a disciplina é ofertada para os alunos de licenciatura, ou seja, com a atual mudança do currículo e retirada da licenciatura o quadro se torna ainda pior. O Brasil é um país de múltiplas etnias e extremamente multicultural e, no que tange o aspecto saúde, cada povo tem suas prioridades; portanto, os enfermeiros devem ser preparados ainda na Academia para atender as mais diversas demandas vindas da sociedade. |
11103 | EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE DE CRIANÇAS INDÍGENAS NO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL ATRAVÉS DA INTERAÇÃO COM ESTUDANTES DE MEDICINA Thiago Emanuel Rodrigues Novaes, Ana Selia Rodrigues Novaes, Vanderléia Laodete Pulga EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE DE CRIANÇAS INDÍGENAS NO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL ATRAVÉS DA INTERAÇÃO COM ESTUDANTES DE MEDICINAAutores: Thiago Emanuel Rodrigues Novaes, Ana Selia Rodrigues Novaes, Vanderléia Laodete Pulga
Apresentação: Trata-se de um relato de experiência de atividades de educação popular e promoção da saúde realizados por estudantes de medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Passo Fundo (RS), vinculadas ao Componente Curricular de Saúde Coletiva e integrado à extensão popular, através de ações de interação entre a universidade, a comunidade indígena do Carreteiro em Água Santa (RS), a escola pública indígena, a Secretaria Municipal de Saúde do município e a equipe da Estratégia de Saúde Indígena da Comunidade a fim de desenvolver ações de promoção e educação em saúde junto com as crianças indígenas. Desenvolvimento: Historicamente, muitos indígenas brasileiros têm que conviver com a deficiência de políticas públicas e a discriminação por parte da sociedade, até mesmo na saúde. Dessa maneira, a atuação da saúde coletiva é de valorosa importância para uma promoção de saúde de qualidade, livre de preconceitos de qualquer natureza. Assim, no curso de medicina, pôde-se realizar atividades com crianças, na faixa etária de 4 a 10 anos, em uma escola indígena, no interior do Rio Grande do Sul, sobre os cuidados corporais, de maneira lúdica, exercitando ações para cuidados da higiene das mãos, dos dentes, da alimentação, das atividades físicas e dos cuidados com o corpo inteiro, para promover a saúde, prevenir doenças e evitar os abusos e violências. Com base na necessidade de reflexão e de superação do preconceito histórico velado em relação aos povos indígenas, tal como uma visão macunaímica do índio onde é visto como “preguiçoso, interesseiro e alcoólatra”, inclusive, pode ser visto no processo de promoção de saúde desse grupo social brasileiro, a realização de vivências e ações coletivas são fundamentais para mudar mentalidades e (pré)conceitos, além de combater a discriminação para com essas populações. Nesse sentido, no curso de medicina, através do Componente Curricular (CCR) Saúde Coletiva da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Passo Fundo, é possível conhecer o Sistema de Saúde vigente no Brasil por meio de imersões, vivenciando na prática, desde o primeiro período, o funcionamento da saúde no país em diversos pontos das redes de atenção à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), em diferentes contextos, territórios, comunidades e grupos. No que tange ao cuidado integral à saúde dos povos indígenas, o SUS garante o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, através da Secretaria Especial de Saúde Indígena – SESAI, atendendo em diferentes Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) no país. Dessa maneira, alguns acadêmicos da primeira fase do curso, sob orientação da docente de Saúde Coletiva, realizaram atividades educativas dinâmicas sobre saúde, numa escola indígena do interior do Rio Grande do Sul. A construção destas ações ocorre em parceria entre a UFFS, a SMS do município, a ESF, a escola e as lideranças indígenas, onde tudo é construído coletivamente. Após, em data combinada, os estudantes de medicina junto com docentes de Saúde Coletiva e vinculados à Extensão Popular chegam à Comunidade Indígena, são acolhidos pelas lideranças locais através da apresentação de todos (as) e da história da Comunidade com depoimentos, vídeos e roda de conversa. Em seguida, os estudantes da escola são organizados em grupos por faixa etária e cada um desses grupos vai para espaços específicos, onde um grupo de acadêmicos de medicina e representante da escola e da equipe de saúde que atuaram como facilitadores das atividades de educação e promoção da saúde sob orientação geral de docentes da Saúde Coletiva. Assim, foram realizadas atividades lúdicas, dinâmicas, reflexões e vivências de cuidado com o corpo num contexto da integralidade e ações específicas de vivência da lavagem de mãos; de higiene geral, de alimentação, de prevenção de violências, de sexualidade e prevenção da gravidez na adolescência, de prevenção ao suicídio, dentre outras pactuadas com a equipe de saúde. Após as ações realizadas, cada grupo apresentou o resultado das vivências e os indígenas fazem a dança celebrativa onde há interação intercultural intensa. Em seguida, são feitas visitas ao território e aos serviços de saúde da ESF indígena, ao horto e laboratório de plantas medicinais, além do diálogo e vivência junto à SMS do município. Por fim, tem a roda de conversa na viagem de retorno refletindo todo o processo vivenciado, as ações realizadas e os aprendizados e desafios aos futuros médicos. Resultado: ou impactos: A imersão de estudantes de medicina junto às comunidades indígenas interagindo, a partir de necessidades conjuntas e em cenários e com públicos diversos possibilitou a problematização da realidade, das comunidades, de grupos, dos serviços de saúde, equipes, gestão e controle social com olhares ampliados sobre os processos de saúde e adoecimento e sobre os modos de cuidar, de promover a saúde e proteger de riscos e agravos. As atividades de cuidado com o corpo ampliou o olhar e possibilitou a construção de sentidos à cuidados básicos como higiene corporal. A construção ética dos estudantes de medicina foi outro avanço que acarretou em mais conhecimentos populares e culturais. Durante a realização, notou-se o envolvimento e interação destes com as crianças. A curiosidade esteve presente em ambos e contribuiu para superar preconceitos impostos historicamente. Favoreceu no fortalecimento do SUS para a população indígena, interagindo com os saberes populares indígenas etnográficos na promoção e cuidado em saúde com base na educação popular em saúdeConsiderações finais: As vivências/imersões junto às comunidades, grupos, territórios, serviços e equipes se constitui numa estratégia pedagógica para aperfeiçoamento do atendimento à saúde indígena, para a qualificação da formação médica inserida e comprometida com o avanço do SUS e para a integração ensino-serviço-comunidade e ensino-extensão e pesquisa. As relações interpessoais no Sistema Único de Saúde, através das vivências de acadêmicos, possibilitam uma formação profissional mais ética, já que os alunos entram em contato com pessoas de diversas culturas, cores, etnias e outras variáveis sociais. Nessa perspectiva, ao terem contato com comunidades indígenas, a noção dos acadêmicos acerca da promoção de saúde muda positivamente, pois há adesão de novos conhecimentos, valores éticos, comportamentos e estratégias para as relações médico-paciente. Inclusive, é possível conhecer estruturas como as UBSIs – Unidades Básicas de Saúde Indígena e pólos-base, além do funcionamento desse subsistema do SUS. A saúde coletiva tem papel importante em promover a vivência em espaços diferenciados de saúde, pois, além de proporcionar os primeiros contatos, desde o início do curso, consegue desenvolver o apoio social, mostrando a importância de cada profissional de saúde, seja ele médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e tantos outros. Assim, percebe-se que a saúde depende diretamente da união de tais profissionais para a promoção dessa. Além disso, possibilita que os estudantes desenvolvam metodologias educativas ativas e participativas em saúde para a abordagem com diferentes grupos. Notou-se, através dessa atividade, interesse das crianças que participaram das atividades, além da curiosidade no contato com estudantes de medicina. Intrínseco a isso, a visão macunaímica de alguns acadêmicos pôde ser desconstruída, dando espaço para a tolerância e mais amor ao próximo, passos fundamentais para uma medicina mais humanizada no Brasil. Ações como essa são de fundamental importância para combater a discriminação, seja ela étnica, racial, de gênero ou orientação sexual na saúde. |
12217 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM UM CURSO DE SAÚDE INDÍGENA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Rodrigo Alex de Souza Galdino, ANA CLARA MATOS COSTA, VINICIUS DE PAULA UEOKA DOS ANJOS BARROS, NILO CESAR LIMA RAIOL, Rainara Ferreira Carvalho, GERALDO MENDES DE ARAUJO JUNIOR, Davi Gabriel Barbosa, BRENDA MELO COSTA EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM UM CURSO DE SAÚDE INDÍGENA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Rodrigo Alex de Souza Galdino, ANA CLARA MATOS COSTA, VINICIUS DE PAULA UEOKA DOS ANJOS BARROS, NILO CESAR LIMA RAIOL, Rainara Ferreira Carvalho, GERALDO MENDES DE ARAUJO JUNIOR, Davi Gabriel Barbosa, BRENDA MELO COSTA
Apresentação: O Pará está localizado em na região amazônica a qual é formada por diversos povos, como os indígenas, embora o estado estava imerso pela cultura, saberes e práticas desses indivíduos, a grade curricular do curso de medicina não foca nessa população, a qual precisa de um olhar diferenciado quando se trata da prática clínica, não de forma a excluir, mas sim perceber suas particularidades, diferenças e necessidades. Pensando nisso, os acadêmicos de medicina da Universidade do Estado do Pará, com diversas parcerias, desenvolvam o curso de saúde indígena, no qual visou ampliar a formação acadêmica dos participantes, além disso, contou com a participação de todos os palestrantes indígenas. Desenvolvimento: O curso ocorreu dia 19 e 23 de outubro de 2019, tanto pela manhã quanto pela tarde e contou com seis aulas no primeiro dia, sendo elas: Ciclo da Vida, Epidemiologia e povos Indígenas, Saúde das Indígenas crianças, Saúde Indígena como subsistema, Atenção básica na aldeia e Distribuição no Território nacional. Além disso, houve a parceria de uma liga acadêmica de saúde indígena do Pará, assim como a participação da associação dos povos indígenas estudantes da Universidade Federal do Pará. O segundo dia de curso abordou Anamnese e Exame Físico, Bem viver dos povos Indígenas, Parteiras e as epistemologias na saúde Indígena, Controle social e Saúde Indígena e as cosmogenias. Em especial, nessa última, houve a participação da indígena estudante de medicina Ana Paula Reis, que realizou importante contribuição apresentando seu Trabalho de Conclusão Anual, o qual abordava sobre Pré natal das indígenas mulheres. Resultado: Dessa forma, o Curso promovido trouxe à tona a necessidade desse complemento no currículo médico de uma Universidade da região Norte do país. Ademais, mostrou as demandas específicas que essa comunidade possui, além das legislações que a regem. Além disso, trouxe à tona a voz de profissionais indígenas foi de extrema importância, que não só contribuíram academicamente para o momento como também culturalmente, mostrando a real pluralidade cultural existente em nosso país. E, claro, o curso também apresentou para muitos dos participantes a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, um grande marco da luta dessa parcela da população por direitos, o que gerou muitos ganhos e um tremendo avanço social. Considerações finais: Assim, decerto, percebe-se a importância do curso de saúde indígena, tanto para a formação médico quando pra comunidade Indígena que reside no local. Ademais, foi de grande benefício o curso, seja por valorizar o protagonismo dos palestrantes, como também chamar atenção para algo que, muitas vezes, é esquecido. |
11549 | EDUCAÇÃO INDÍGENA E EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA: INTERFACE DA SAÚDE DOS INDÍGENAS NA CIDADE. Glademir Sales Dos santos, Kátia Helena Serafina Cruz SCHWEICKARDT EDUCAÇÃO INDÍGENA E EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA: INTERFACE DA SAÚDE DOS INDÍGENAS NA CIDADE.Autores: Glademir Sales Dos santos, Kátia Helena Serafina Cruz SCHWEICKARDT
Apresentação: A pesquisa trata a configuração étnica dos indígenas em Manaus, nos espaços sociais de suas organizações denominadas “comunidades”, “aldeias” e “associações”, resulta em sucessiva construção de uma existência coletiva que consolida o reconhecimento específico de vinte e três espaços de educação escolar indígena (EEI), na estrutura da Secretaria Municipal de Educação-SEMED/Manaus, como modalidade de ensino. A SEMED-Manaus atende aproximadamente setecentos alunos indígenas, incluindo no processo ensino e aprendizagem de sete línguas indígenas, que norteiam critérios objetivos de cultura envolvendo trinta e quatro povos do Amazonas, representados pelos indígenas que moram em Manaus, nas áreas metropolitanas. Destes espaços de EEI, apresentaremos aspectos do processo ensino e aprendizagem dos alunos do ensino fundamental, séries iniciais da Escola Indígena Kanata T-kuia (povo Cambeba), situada na Aldeia Três Unido, no rio Cuieiras, Baixo Rio Negro, em Manaus, como interface da saúde indígena. Nesta escola, a SEMED-Manaus atende vinte e quatro alunos, com dois professores e um gestor indígenas, com assessoramento técnico-pedagógico, a partir de ações fundamentada nas diretrizes pedagógicas da educação indígena do município de Manaus. A pesquisa objetiva apresentar a EEI, produto de trajetória de famílias indígenas, como espaço privilegiado que ressignifica o sentido da vida na cidade, a partir de acordos sociais desenvolvidos pelos indígenas com as agências de relacionamento, ao mesmo tempo em que professores indígenas, pais e alunos definem critérios culturais no âmbito do processo ensino e aprendizagem das crianças indígenas, envolvidos no mesmo processo. Diante do estado de sofrimento provocado pela falta de políticas públicas e pelos deslocamentos dos territórios de origem para a vida urbana, em que indígenas e não indígenas estão submetidos, a perspectiva de reordenamento das formas coletivas dos indígenas, a vida na cidade passa a ser uma criação de sentido. Valendo-se da educação indígena, os espaços de educação indígena promovem formas de vida coletiva que contribuem para olhar o sofrimento como contexto de reação, que ativa a identidade, a autodefinição, o pertencimento étnico, com seus valores coletivos. O resultado da pesquisa mostra que a educação indígena, como princípio de desenvolvimento da EEI, propõe caminhos de autorreconhecimento em função de determinadas condições de sofrimento (que a cidade produz), nas quais indígenas com suas trajetórias são capazes de fazer experiências de alteridade, que passam pela autoestima e revelam formas de lidar com os recursos naturais. Nestas relações, sobressaem percepções que tratam a dor de viver a todo o momento, contrabalançada pelo próprio prazer de viver, fundamentada na própria forma de educação indígena, trazida por cada povo ou organização coletiva de caráter étnico. Este processo de ensino e aprendizagem, reconhecido e praticado na estrutura da SEMED-Manaus desde 2005, tem demonstrado que a EEI sistematiza os critérios de identidade, trazidos pela memória de cada povo, e, como uma interface, contribui para a prevenção da saúde indígena, abre um diálogo para melhorar a qualidade de vida na cidade, propondo-lhe mais acolhedora das diferentes formas de vida e da pluralidade sociocultural. |
8060 | CONSTRUINDO ESTRATÉGIAS DE CUIDADO E PROMOÇÃO DE SAÚDE NA AMAZÔNIA COM ESTUDANTES INDÍGENAS E QUILOMBOLAS Maria Eunice Figueiredo Guedes CONSTRUINDO ESTRATÉGIAS DE CUIDADO E PROMOÇÃO DE SAÚDE NA AMAZÔNIA COM ESTUDANTES INDÍGENAS E QUILOMBOLASAutores: Maria Eunice Figueiredo Guedes
Apresentação: É necessário fazer a reflexão sobre a intervenção relacionadas à saúde com comunidades. Em roda de conversa lideranças indígenas e comunidades quilombolas paraenses reafirmam a perda nas aldeias das práticas e cuidados tradicionais como a extinção da parteira e pajé e diversas situações que ocorrem como o crescimento de número de indígenas usando álcool e drogas; de situações envolvendo Suicídios e assassinatos; da medicalização com uso de alto índice de psicotrópicos. Burin afirma que “los factores sociales influyen de modo determinante em el equilíbrio psíquico, em el bienestar personal y em la participación del individuo em los objetivos comunitários”, que são segundo esta autora os fatores que “constituyen la esencia de la salud mental” (1). Devemos então pensar em intervenções éticas que garantam a diversidade, os conhecimentos tradicionais não hegemônicos para pensar na construção de diálogo (s) que respeitem também os saberes. A política de inclusão abriu as portas da universidade para estas populações que ao longo da história veem recebendo os impactos negativos de uma sociedade extremamente racista, porém, somente abrir as portas das universidades ainda não é o suficiente, mas é o primeiro passo em busca de igualdade, ainda assim há um longo caminho a ser percorrido. Ao sair de sua comunidade o indígena e o quilombola trazem sua cultura e deixa a vivencia diária com sua comunidade e é inserido em um novo ambiente, o da universidade, onde se depara com exigências acadêmicas que estão muitas vezes aquém do seu conhecimento. Adaptar-se a essa nova realidade estando distante de sua família, dos rituais culturais do seu povo e diante das dificuldades financeiras, é um desafio, que compromete sua permanência na instituição, e que acabam acarretando problemas psicológicos, emocionais e de baixa autoestima, que muitas vezes encaminham para a desistência do curso de graduação por parte desse estudante. Diante dos desafios e dificuldades enfrentados por discentes indígenas e quilombolas na universidade federal do Pará, surgiu a necessidade de criar uma rede de apoio psicossocial que dê suporte para esses estudantes. Agregamos ao nosso trabalho já realizado com povos tradicionais e indígenas também um espaço de escuta que vem possibilitando aos discentes da UFPA (indígenas e quilombolas) trocas de experiência com os demais, ressignificação de vivencias e apropriação desse espaço institucional (UFPA). Assim vem se criando estratégias que estimulam a auto estima e autonomia dos discentes. psicológicos, emocionais e de baixa autoestima, que muitas vezes encaminham para a desistência do curso de graduação por parte desse estudante. Diante dos desafios e dificuldades enfrentados por discentes indígenas e quilombolas na universidade federal do Pará, surgiu a necessidade de criar uma rede de apoio psicossocial que dê suporte para esses estudantes. É diante de tal demanda que vamos agregar ao nosso trabalho já realizado com povos tradicionais e indígenas também proporcionar um espaço de escuta que possibilite os discentes da UFPA (indígenas e quilombolas) trocas de experiência com os demais, para a ressignificação de sua vivencia e apropriação desse espaço, como também criando estratégias que estimule a autonomia dos discentes. (1) Burin, 1987:33 |
11742 | IMPLANTAÇÃO DO 1º PELOTÃO DE SAÚDE AMBIENTAL INDÍGENA NA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA ROSA CABRAL Terezinha de Souza Pereira, José Augusto dos Santos Souza, Maridene Lenade Brelaz Bruce, Alair Nunes Reis, Pedro Paulo Silva da Cruz IMPLANTAÇÃO DO 1º PELOTÃO DE SAÚDE AMBIENTAL INDÍGENA NA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA ROSA CABRALAutores: Terezinha de Souza Pereira, José Augusto dos Santos Souza, Maridene Lenade Brelaz Bruce, Alair Nunes Reis, Pedro Paulo Silva da Cruz
Apresentação: Tendo em vista a importância de preservação e de conservação do meio ambiente para as comunidades indígenas, através de ações capazes de eliminar e diminuir ou prevenir riscos à saúde, bem como de intervir nos problemas sanitários decorrentes da má conservação do meio ambiente, foi o que motivou a equipe de Serviço de Edificação de Saneamento Ambiental Indígena – SESANI do Distrito Sanitário Especial Indígena de Parintins – DSEI/PIN em parceria com a Escola Municipal Professora Rosa Cabral a desenvolver essa ação com a temática “Implantação do 1º Pelotão de Saúde Ambiental Indígena na Escola Municipal Professora Rosa Cabral” sobre a importância dos cuidados com a saúde ambiental implementados aos povos indígenas das etnia Sateré Mawé. Tendo como sujeitos da ação a população aldeada do Polo Base Ponta Alegre de abrangência do DSEI PARINTINS em consonância com o Plano de Implantação e Manutenção do Programa de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos nas aldeias de abrangência do DSEI/PARINTINS o Guia/SESAI/2016 e a LEI Nº 8.080 DE 19 de setembro de 1990. O Distrito Sanitário Especial indígena de Parintins – DSEI/PIN está localizado na Rua Silva Campos 1433 Centro na cidade de Parintins (AM), possui uma extensão territorial de 1.838.048 hectares situados na abrangência dos municípios de Parintins, Barreirinha, Maués, Nhamundá e Boa Vista do Ramos, localizados na região leste do Estado do Amazonas com uma População de 17.200 indígenas, sendo referenciado por 12 Polos Base, 127 aldeias, 4.241famílias acompanhados pela equipe do SESANI composta por Engenheiro, Auxiliar de Saneamento e Visitadora Sanitária. Consideramos a necessidade de ações estratégicas que desperte interesse, auxilie na construção do conhecimento e que trabalhem com o desenvolvimento de ações de atenção integral à saúde ambiental dos povos indígenas abordando temas principais sobre a preservação do meio ambiente. Sua importância está voltada para a realização de ações regulares que apresente alternativas e métodos para minimizar e reverter o potencial contaminante e riscos à saúde individual e coletiva. Objetivo: Mobilizar a comunidade em geral, docentes, discentes da Escola Professora Rosa Cabral e as famílias do entrono da escola, sobre a importância dos cuidados com a saúde ambiental e da implantação do 1º Pelotão de Saúde Ambiental Indígena. Método: Para alcançar o objetivo, primeiramente foi realizada uma capacitação na modalidade treinamento e implantação do 1º Pelotão de Saúde Ambiental Indígena – PSAI. Deu-se de forma participativa e construtiva, com as seguintes técnicas metodológicas: aulas expositivas, dinâmicas de grupo, relatos de experiências, banner e práticas de campo. As tecnologias utilizadas foram data show, notebook e máquina fotográfica e, a carga horária para a realização de todas as atividades foi de 16 horas. Participaram da implantação e da capacitação sobre saúde ambiental, 25 alunos previamente selecionados pela direção da escola para participarem do projeto como multiplicadores nas salas de aula e comunidades, 08 professores que irão acompanhar no processo de ensino e aprendizagem, 01 laboratoristas, 01 visitadoras Sanitária/Assistente Social, 01 Auxiliar de Saneamento e 01 Técnico Ambiental, que trabalharam com a seguinte programação: Acolhida – Vídeo sobre a Causa e consequência da destruição Ambiental;Apresentação: da equipe técnica do DSEI/Parintins;Apresentação: dos participantes (alunos e professores)Conceitos próprios de Saúde/Doença através de dinâmicas; Conceitos básicos sobre meio ambiente através de músicas; A relação histórica entre os seres humanos X Meio Ambiente; Poluentes e contaminantes ambientais (vídeo); Medidas de proteção contra risco ambiental: Controle de artrópodes e roedores saneamento básico; Resíduo sólidos domésticos e resíduos de serviço de saúde (vídeo); Saúde na escola: higiene na escola, doenças causadas por verminoses, medidas de prevenção e controle; Relatos de experiências; Filme “Sustentabilidade Ambiental”; Prática de campo;Visita domiciliar e supervisão de saneamento. Resultados e discussões: De acordo com o programado, a ação foi concluída com resultados satisfatórios, acima do esperado, pois o trabalho com as especificidades culturais é uma troca de experiências onde todos os participantes saem ganhando. O corpo docente se mostrou interessado e comprometido no decorrer das atividades, e apoio nas interpretações linguísticas. Os alunos demonstraram reciprocidade através das aulas expositivas e práticas de campo nas dependências da escola, porém com um pouco de timidez no início. As atividades foram trabalhadas respeitando as especificidades culturais. Houve demonstração como é feito o descarte dos resíduos sólidos na hora certa e lugar certo, visto que, na escola foram edificadas duas latrinas para depósitos dos resíduos sólidos não contaminantes com o apoio da equipe técnica do SESANI, sendo uma para latas e vidros e outra para papel, sacolas e outros. Os professores de forma organizada e comprometida com a causa em defesa do meio ambiente ficaram responsáveis de dar seguimento a todas as atividades proposta pela equipe do DSEI Parintins. No final foram distribuídos coletes identificando os alunos que representarão suas turmas. No dia 7 de setembro, dia da independência do Brasil, os alunos apresentaram através do Pelotões de Saúde Ambiental Indígena, faixas, cartazes e poesia sobre o meio ambiente, resultado das atividades compartilhadas entre escola e DSEI/PIN. A equipe realizou cinco visitas domiciliares nos lugares onde foram implantadas as latrinas para descarte dos resíduos sólidos. Na ocasião das visitas notaram-se melhorias nas condições ambientais no que refere a destinação correta dos resíduos domiciliares. Enfim, o DSEI Parintins através da gestão e seus técnicos do SESANI, vem aprimorando e intensificando as ações de saúde ambiental nas áreas indígenas em prol da melhoria da qualidade de vida dos povos indígenas em área de abrangência. Considerações finais: Esta ação desenvolvida no Polo Base Ponta Alegre município de Barreirinha de abrangência do DSEI/Parintins pretende possibilitar uma maior reflexão sobre os impactos negativos que o ambiente degradado e insalubre pode causar sobre a saúde do ser humano, bem como levar ao conhecimento de toda população informações essenciais sobre higiene, consumo sustentável, saneamento ambiental e doenças infectocontagiosas. Acreditamos que nossos objetivos foram atingidos e estamos satisfeitos com os resultados alcançados através das atividades coletivas, das rodas de conversas, das oficinas, das visitas domiciliares e das palestras, pois os resultados desse trabalho já são observados com as mudanças de comportamento, e das ações desenvolvidas pelos alunos multiplicadores dessa ação. |
6743 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM RIBEIRINHOS DA ILHA GRANDE EM BELÉM DO PARÁ Camila Andresa Monte Bezerra, Nataly Yuri Costa, João Gabriel Oliveira Delgado, Marcos Vinícius Lima Chaves, Armando Sequeira Penela, Gabriela Xavier Pantoja, Laíze Rúbia Silva Corrêa, Samantha Stephany Prado Brazão EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM RIBEIRINHOS DA ILHA GRANDE EM BELÉM DO PARÁAutores: Camila Andresa Monte Bezerra, Nataly Yuri Costa, João Gabriel Oliveira Delgado, Marcos Vinícius Lima Chaves, Armando Sequeira Penela, Gabriela Xavier Pantoja, Laíze Rúbia Silva Corrêa, Samantha Stephany Prado Brazão
Apresentação: Dentre a diversidade de ocupações existentes na Amazônia, a população ribeirinha se apresenta como povos que residem nas proximidades dos rios e têm suas vidas condicionadas ao ciclo da natureza. A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) implementa e operacionaliza os cuidados em saúde que devem ser oferecidos a esses povos, no entanto, ainda se visualiza diversas vulnerabilidades, como doenças e agravos, sendo fundamental que haja assistência em diversos níveis, como a educação em saúde, melhorando suas condições de vida. Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência de indivíduos do projeto social Adote um Sorriso em ações de educação em saúde com ribeirinhos da Ilha Grande, em Belém do Pará. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado a partir da vivência de membros do projeto social Adote Um Sorriso, durante o período de agosto a dezembro de 2019, na Ilha Grande, em Belém do Pará. A princípio foram organizados diversos espaços educativos com as crianças e adolescentes, como teatro, jogos, pintura de rosto e práticas esportivas. Foram realizados aferição da pressão arterial e medição da glicemia capilar, além das rodas de conversas com os adultos e idosos, abordando a importância da alimentação saudável na prevenção de doenças, como hipertensão e diabetes; higiene corporal e bucal. Após esse período, foram ofertados lanches e, por fim, brinquedos e cestas básicas. Resultado: A partir de tais experiências, foi visualizado a importância de levar ações de promoção a saúde a essa população, visto as dificuldades de acesso e as precariedades nos serviços de saúde. Foi evidenciado grande satisfação pelos ribeirinhos, sobretudo, pela oportunidade das crianças e adolescentes em vivenciar as ações educativas, oferecendo conhecimento e momentos lúdicos, percebendo, assim, a importância de prestar assistência aos grupos vulneráveis, proporcionando melhores condições de vida. Considerações finais: Populações ribeirinhas necessitam de prevenção em saúde, tratamento e cura, com isso, é essencial que cuidados em saúde sejam ofertados e, principalmente, continuados. Proporcionar vivências que ofereçam qualidade de vida constam nas diretrizes do Sistema Único de Saúde, o quais devem permear as práticas de saúde, amenizando as dificuldades de acesso e agravos. |
8236 | AÇÃO DE SAÚDE E LAZER NA COMUNIDADE RIBEIRINHA TININGÚ LOCALIZADA NO BAIXO AMAZONAS Jaciara Pereira de Siqueira, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho AÇÃO DE SAÚDE E LAZER NA COMUNIDADE RIBEIRINHA TININGÚ LOCALIZADA NO BAIXO AMAZONASAutores: Jaciara Pereira de Siqueira, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho
Apresentação: Na região Amazônica existem múltiplas comunidades ribeirinhas. A maioria destas, não possuem atendimentos de saúde que possam tratar as pessoas de forma integral, havendo estes apenas na cidade. De acordo com estudos realizados nessas regiões, a dificuldade e/ou falta de acesso do ribeirinho aos serviços de saúde em sua própria região é um dos maiores empecilhos no que tange a promoção da saúde como um todo para estes. Assim, quando realizada as ações de saúde nestas localidades, a população adere e participa. Logo, este resumo tem como objetivo de relatar uma ação em saúde ocorrida na comunidade ribeirinha Tiningú localizada no baixo Amazonas. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, ocorrido em outubro de 2019, na Unidade Básica de Saúde da comunidade ribeirinha Tiningú, localizada no baixo Amazonas. Essa ação de saúde e lazer foi promovida pela Associação Acadêmica da Operação Sorriso (OSCA). Participaram desta, profissionais como: enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e acadêmicos de enfermagem, odontologia, fisioterapia, psicologia, medicina e música. Concomitante a isso, esteve presente também Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), realizando testes rápidos e aconselhamento. Vale ressaltar que a ação tinha o intuito de levar atendimentos de saúde associado ao lazer para as crianças. O público-alvo foram crianças, adultos e idosos. Resultado: Verificou-se que os comunitários aderiram a proposta da ação em saúde, participando ativamente dos atendimentos. Além disso, a ação de saúde juntamente com o lazer para as crianças possibilitou que houvesse uma maior interação entre os acadêmicos e os comunitários. Vale ressaltar também que em muitas comunidades ribeirinhas não há atendimentos médicos constantes, por exemplo. Isso, também relaciona-se aos testes rápidos de HIV, Sífilis e Hepatites, que na maioria das vezes não estão disponíveis nessas localidades. Considerações finais: Portanto, há a necessidade de haver esse tipo de ação nessas localidades, principalmente no que tange os atendimentos que são fornecidos somente na cidade. Ademais, realizar esse tipo de serviço em comunidades afastadas da cidade é uma estratégia de promoção em saúde, bem como de qualidade de vida por meio do lazer. |
9876 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE AS POPULAÇÕES RIBEIRINHAS, UMA FORMA DE PROMOVER IGUALDADE SOCIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA GLEIVISON CUNHA TELES, Kamille Giovanna Gomes Henriques, Cássia Freitas de Sousa, Núbia Rafaela da Costa Gomes, Amanda Carolina Silva de Aviz, Márcia Soraya Quaresama Vera Cruz, Maria Suzane Souza Castro, Helisa Campos Cruz EDUCAÇÃO EM SAÚDE AS POPULAÇÕES RIBEIRINHAS, UMA FORMA DE PROMOVER IGUALDADE SOCIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: GLEIVISON CUNHA TELES, Kamille Giovanna Gomes Henriques, Cássia Freitas de Sousa, Núbia Rafaela da Costa Gomes, Amanda Carolina Silva de Aviz, Márcia Soraya Quaresama Vera Cruz, Maria Suzane Souza Castro, Helisa Campos Cruz
Apresentação: É cada vez mais necessário “oferecer oportunidades para que as pessoas conquistem autonomia necessária para a tomada de decisão sobre aspectos que afetam suas vidas” e “capacitar as pessoas a conquistarem o controle sobre sua saúde e condições de vida” é uma importante medida na prevenção de doenças e agravos1. A educação em saúde constitui uma importante forma de capacitar as pessoas e de dar-lhes autonomia2. Pensando no cotidiano das comunidades ribeirinhas, nos desafios enfrentados pelos profissionais em oferecer saúde e na ausência de políticas públicas que contemplem as demandas por saúde, desenvolveu-se um uma tecnologia leve, que visa integrar educação, saúde, ensino-aprendizagem e promoção a saúde. Uma vez, que a saúde é omitida ou deliberada de forma desorganizada a um grupo de pessoas, coloca-se em cheque, um dos principais e talvez mais importante princípios do SUS, a integralidade, dessa forma é visível a necessidade de medidas que possibilitem a igualdade de acesso a saúde a todas as pessoas sejam ela moradoras de uma metrópole, até o ribeirinho, por mais distante que seja sua residência, apenas dessa forma pode-se garantir integralidade de acesso a saúde. Além disso, existe um grande problema de fixação de profissionais nas comunidades ribeirinhas, uma vez que os estes não dispõem de infraestrutura necessária para desenvolver suas atividades em saúde, além da, possível distancia de sua cidade, amigos e família. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem, na criação do projeto apresentado na Semana de Enfermagem, da Universidade da Amazônia-UNAMA. Onde culminou na criação de um jogo adaptado à realidade dos povos ribeirinhos. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, onde acadêmicos da UNAMA, tiveram a oportunidade de construir uma ferramenta de educação em saúde. Projeto apresentado no dia 31 maio do ano de 2019, no hall de entrada da Universidade da Amazônia, na cidade de Belém. O projeto culminou na criação de um jogo chamado “Pescaria Junina” em referência ao mês de junho (mês de apresentação do jogo), que consiste em uma pescaria, relembrando a cultura ribeirinha. Todos os “peixes” ficam dispostos dentro de um aquário, onde seriam pescados pelos participantes da dinâmica, cada peixe tem um número de um a dez, que corresponde a uma pergunta ao participante, caso acertasse era premiado, caso erra-se era abordado sobre o tema da pergunta com todos os participantes. Dessa forma, é possível abordar sobre os mais diversos temas, de uma forma totalmente dinâmica e inclusiva, atendendo o princípio da equidade. Resultado: Por meio do princípio da equidade, objetiva-se diminuir as desigualdades, independentemente de cor, raça ou religião e sem nenhum tipo de privilégio, as pessoas não são iguais e por isso, têm necessidades distintas. É difícil falar de saúde as populações ribeirinhas sem antes pensar em todas as dificuldades de acesso a saúde a essas pessoas, além disso, é notório uma falta de políticas públicas que atendam suas necessidades mais básicas. Pensando nesta e outras problemáticas, acadêmicos desenvolveram uma ferramenta de baixíssimo custo e alto impacto, associando educação em saúde e jogos lúdicos, dinamizando ainda mais a forma de ensino-aprendizagem sob os mais diversos problemas de saúde, prevalentes nas mais diversas comunidades. Espera-se com essa tecnologia possibilitar o acesso a saúde a todas as pessoas, independente da infraestrutura disponível, visto que este é um dos principais entraves de promover saúde nas comunidades ribeirinhas, além de, oferecer a essas pessoas a rica oportunidade de serem coparticipantes do processo de construção da educação em saúde, dessa forma reduzindo os abismos históricos de a acesso a saúde. Considerações finais: Durante a construção do projeto, percebemos a importância da educação em saúde como forma de inclusão social dos povos ribeirinhos, uma vez, que sofrem com a ausência de políticas públicas voltadas a assistência em saúde, além de, ressaltar a relevância de tecnologias leves que abordem a cultura e o cotidiano das populações como forma para promover ações em saúde. Espera-se com esse trabalho provocar reflexões sobre o acesso a saúde aos povos ribeirinhas e apresentar tecnologias leves que contribuam para o processo de educar em saúde. |
9904 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA AMAZÔNIA: EXPERIÊNCIA DA PREVENÇÃO A PARASITOSE INTESTINAL EM COMUNIDADES RIBEIRINHAS Elane da Silva Barbosa, Tarcia Alfaia de Almeida, Rodrigo da Silva Pereira, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Ricardo dos Santos Faria, Patrícia Dos Santos Guimarães, Ozian da Silva Carvalho EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA AMAZÔNIA: EXPERIÊNCIA DA PREVENÇÃO A PARASITOSE INTESTINAL EM COMUNIDADES RIBEIRINHASAutores: Elane da Silva Barbosa, Tarcia Alfaia de Almeida, Rodrigo da Silva Pereira, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Ricardo dos Santos Faria, Patrícia Dos Santos Guimarães, Ozian da Silva Carvalho
Apresentação: A denominação “Prevenção de Parasitoses Intestinais em Comunidades Ribeirinhas” foi dada a um projeto social vinculado à Pro-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Amazonas (Proext/UFAM) e realizado pelo Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB/UFAM), localizado no campus do município de Coari-AM, há cerca de 367km da capital Manaus, em que os acadêmicos voluntários dos cursos de Medicina e Enfermagem realizaram ações de Educação em Saúde nas Comunidades Ribeirinhas do Divino Espírito Santo e do Izidório, ao longo do ano de 2017, além de acompanhar os atendimentos médicos, sob supervisão, à população local. O projeto visou a educação em saúde nas comunidades ribeirinhas do Município de Coari, no Médio Rio Solimões, sobre as principais parasitoses intestinais endêmicas, como Ascaridíase, Ancilostomíase e Amebíase. Desenvolvimento: Para uma melhor interação e, especialmente, promoção à saúde foi abordada uma temática lúdico-educativa, tendo público-alvo não somente crianças e adolescentes com faixa etária entre 2 e 14 anos, mas também os adultos - pais e responsáveis, tendo em vista serem os principais componentes populacionais das comunidades - através de peça de teatro onde os acadêmicos abordaram as principais parasitoses intestinais locais supracitadas, popularmente conhecidas como Lombriga, Amarelão e Ameba respectivamente, com explicações sobre seus meios de transmissão que, devido aos hábitos de higiene e de alimentação nas comunidades, são ainda mais comuns nessas regiões e, focando principalmente, na prevenção delas. Bem como esse, houve ação conjunta com outro Projeto de Extensão da Universidade buscando sempre passar orientação e informações básicas de cuidados, promoção e prevenção da saúde às populações com pouco acesso. Além disso, posteriormente foi oferecido atendimento médico às comunidades em associação com a Unidade Básica de Saúde Fluvial do município e até mesmo a realização rápida de exames, como eletrocardiograma. Resultado: Embora no Estado do Amazonas seja de conhecimento prévio o difícil acesso a essas regiões interioranas e o baixo grau de escolaridade, pode-se observar que o objetivo de mostrar medidas preventivas, desde não andar descalço ou cozinhar bem os alimentos, foram alcançados com a interação lúdica ao público-alvo. Considerações finais: Vale salientar que a realidade da população ribeirinha dificulta a ausência, mesmo parcial, e/ou redução das parasitoses devido às condições socioeconômicas e culturais, pois o que teria um pouco mais de facilidade no acesso ou resolutividade em quaisquer regiões do Brasil, se comparadas ao interior do Amazonas - ainda que sejam comparadas ao sertão nordestino, por exemplo - apresenta diversos embargos, como logística. Todavia, pode-se afirmar, sim, que o projeto contribuiu para o reconhecimento da prevenção das parasitoses mais prevalentes na Região Amazônica. |
11799 | I FEIRA DE SAÚDE DO VALE DO RIO DE ONDAS: CUIDADO E AFETO A VIDAS RIBEIRINHAS Inara Russoni de Lima Lago, Lina Rodrigues Faria, Verônica Carla Gonçalves Lima, Danielly Gonçalves da Silva Rego, Brenda Santos de Lima, Flávia Dorneles Clemente Gontijo, Juliana de Oliveira Santos, Laila Natália Pilar Silva, Laleska Gabriella Regis Pereira, Italo Ricardo santos Aleluia I FEIRA DE SAÚDE DO VALE DO RIO DE ONDAS: CUIDADO E AFETO A VIDAS RIBEIRINHASAutores: Inara Russoni de Lima Lago, Lina Rodrigues Faria, Verônica Carla Gonçalves Lima, Danielly Gonçalves da Silva Rego, Brenda Santos de Lima, Flávia Dorneles Clemente Gontijo, Juliana de Oliveira Santos, Laila Natália Pilar Silva, Laleska Gabriella Regis Pereira, Italo Ricardo santos Aleluia
Apresentação: O vale do Rio de Ondas abrange 29 comunidades ribeirinhas, sendo 27 delas atendidas pela rede de saúde da cidade de Barreiras. A rede de atenção à saúde é bastante fragilizada no local, pois a população encontra-se sem cobertura pela Estratégia de Saúde de Família e nenhum serviço de saúde é desenvolvido no local além do trabalho de 3 Agentes de Saúde Comunitária no modelo do PACS. Além disso, os povoados são relativamente distantes e com difícil acesso ao município de referência, o que dificulta ainda mais o acesso aos serviços de saúde. Existem poucas informações sobre os aspectos demográficos, socioeconômicos, culturais e sanitários da região, o que inviabiliza o planejamento de ações em saúde voltadas para as especificidades dessa população, como é pautado pelos princípios de equidade e regionalização que regem o SUS. Sendo assim, o presente projeto torna-se relevante por voltar o olhar, de forma inédita, para as condições de saúde de comunidades ribeirinhas no interior da Bahia. Desde a criação do curso de Medicina no município de Barreiras foi implantado um projeto de extensão para fortalecer o quadrilátero da formação para a área da saúde: Ensino, gestão, atenção e controle social a Liga de Medicina da Família e Atenção primaria. Através da Liga acadêmica um dos projetos e o mais relevante até o momento é realizar a territorialização em saúde da região do Val da Boa Esperança, de forma a caracterizar o território e a população adscrita quanto aos aspectos geográficos, demográficos, socioeconômicos, culturais e sanitários. Devido a distância entre as comunidades realizamos a primeira feira de saúde nesse território com intuito de nos aproximar e criar vínculo com a comunidade. Objetivo: Desenvolver uma Feira de Educação em Saúde em Povoado do Vale do Rio de Ondas, município de Barreiras-BA, de maneira lúdica e integrativa. Método: A metodologia da feiras será executada conforme a seguinte organização dos serviços prestados: (1) Stand – Acolhimento e Triagem com atividades d boas vindas, preenchimento de ficha de atendimento, encaminhamento dos participantes de acordo com as necessidades; (2) Stand – Imunização com atividade educativa (Tabuleiro “MITO ou VERDADE?” da vacinação); (4) Stand – Saúde Bucal com atividade educativa de dança da Cadeira - verdades e mitos em saúde bucal e aprendizagem de escovação (público alvo: infantojuvenil); (5) Stand – Saúde Mental e Psicologia atividades de escuta individualizada e em grupo (Psicólogas) com atividades lúdicas educativas, através da Liga Acadêmica de Psiquiatria e Saúde Mental – LAPSAM / UFOB e Liga Acadêmica de Psicologia Social e Saúde – FASB; (6.)Medicina de Família com atividades lúdicas educativas Liga Acadêmica de Medicina de Família e Atenção Primária – LAMFAP / UFOB- Enfermagem: Consulta em enfermagem; (8) Stand – Ervas Medicinais e esclarecimentos farmacêuticos sobre a utilização de ervas medicinais na recuperação da saúde com atividades lúdicas educativas: Jogo “Chá de que?”; (9) Stand – Educação Física com Oficina de dança e práticas corporais; (10) Oficina de Yoga; (13) Stand – Planejamento Familiar e Reprodutivo com atendimento em enfermagem; (11) Stand – Combate à Violência Infantil e atividades do Grupo de Pesquisa ao Combate a Violência Infantil dos discentes de Medicina /UFOB. Resultado: Diante das atividades propostas foi possível conhecer melhor essa comunidade e dar visibilidade para essa população tão vulnerável e cada vez mais reduzida devido a expansão do modelo de agronegócio muito forte nessa região. |