367: A produção do Cuidado nos Níveis Secundário e Terciário da Rede de Atenção à Saúde SUS: Desafios e Potencialidades | |
Debatedor: Adriana Vasconcelos Gomes | |
Data: 29/10/2020 Local: Sala 03 - Rodas de Conversa Horário: 08:00 - 10:00 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
10709 | SENSIBILIZAR PARA TRANSFORMAR: UMA EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE Cristina Camões Sampaio Neves, Ana Paula de Andrade Silva, Priscila Pfaff Coelho, Antônio Carlos Vasquez SENSIBILIZAR PARA TRANSFORMAR: UMA EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDEAutores: Cristina Camões Sampaio Neves, Ana Paula de Andrade Silva, Priscila Pfaff Coelho, Antônio Carlos Vasquez
Apresentação: O cenário do relato de experiência é uma instituição pública hospitalar de média complexidade, referência regional para o atendimento de urgência e emergência, compondo a Rede de Urgências e Emergências da Região de Saúde do Médio Paraíba. Constituído por aproximadamente 600 funcionários, realiza em média 8000 atendimentos e 530 internações mensais. Salienta-se que o hospital é um espaço de ensino/aprendizagem das diversas profissões de saúde, no entanto, reproduz o modelo biomédico, hegemônico nas práticas de assistência em saúde, caracterizado pela fragmentação do cuidado, o que reflete na relação estabelecida entre profissionais e usuários. Nessa perspectiva, situa-se o enorme desafio de transformação de práticas das equipes de saúde que compõe esse contexto. Atualmente, a gestão desta instituição hospitalar incentiva a participação dos servidores em ações de educação, fomentando a aproximação entre serviços e equipes por meio da construção de espaços coletivos de voz e escuta, pois compreende que o desdobramento deste encontro reverberará em uma assistência humanizada e baseada em evidências científicas. Diante desta provocação, foi desenvolvida a “Semana da sensibilização: trabalhando as relações humanas”, como parte das atividades direcionadas aos trabalhadores do hospital, ancorando-se na sensibilização para transformar e integrar as equipes que compõem a assistência hospitalar, que envolve o atendimento em saúde e o processo de trabalho. Este relato tem como objetivo descrever o desenvolvimento desta ação de Educação Permanente em Saúde (EPS) – “Semana de Sensibilização: trabalhando as relações humanas” - que se propõe a colaborar com o estabelecimento de estratégias para apoiar a implantação da Política de Educação Permanente em Saúde no âmbito da instituição hospitalar. A metodologia utilizada pautou-se na concepção da EPS como prática social e não singular ou individualizante, pois desencadeia uma transformação da realidade, firmada no aspecto pedagógico da construção de profissionais críticos e participantes. As atividades aconteceram em julho, setembro e novembro de 2019, respectivamente, na última semana do mês em período vespertino no auditório do Conselho Municipal de Saúde, anexo ao hospital, facilitando o acesso aos participantes. A experiência foi fortalecida no/pelo processo de aproximação entre profissionais das equipes de saúde, incluindo a gestão local com a participação dos coordenadores dos serviços, considerados agentes corresponsáveis pelo direcionamento dos fluxos de atendimento. A ação foi iniciada pelo setor de Educação Continuada, por meio de abordagem informal com os funcionários das diferentes áreas que compõem o contexto hospitalar quanto ao interesse na atividade e sobre possíveis temas. Diante do diagnóstico situacional elaborado, foi constituída uma comissão para organizar a primeira “Semana de Sensibilização: trabalhando as relações humanas”, composta por um representante de cada um dos seguintes setores: direção, almoxarifado, educação continuada, psicologia e serviço social. Para desenvolvimento de cada um dos eventos, realizou-se três reuniões nas quais foram definidos: local, data, delimitação dos temas, escolha dos profissionais convidados, levantamento de recursos necessários e estratégias de sensibilização para participação. Os recursos utilizados englobaram materiais audiovisuais, brindes e decoração, sendo estes pleiteados por meio de parcerias intersetoriais com a Educação, Saúde e Cultura. Os assuntos eleitos para o primeiro momento foram: ética profissional, saúde do trabalhador, trabalho em equipe, gerenciamento de resíduos sólidos e controle de infecção hospitalar. Mediante a sinalização de alguns trabalhadores sobre dificuldade no comparecimento dos profissionais em seus horários de trabalho, devido à demanda de atendimento no ambiente hospitalar, e entendendo as ações de EPS como parte integrante e essencial do/no trabalho em saúde, foi acordado com os trabalhadores a participação em seus dias de folga, sendo garantida a compensação do horário posteriormente. Ademais, foi realizada abordagem com as coordenações para sensibilização quanto à relevância da atividade e da organização para participação dos trabalhadores. Diante da resposta positiva desta primeira experiência, foi dada continuidade nas ações, sendo realizadas outras duas etapas da referida proposta. Para o segundo momento abordou-se os seguintes assuntos: relacionamento interpessoal e motivação; qualidade do atendimento; prevenção ao suicídio; captação de doadores de sangue; acidente de trabalho; liderança; campanha adorno zero; norma regulamentadora (NR) 32 e gerenciamento de resíduos sólidos. A terceira ação emergiu do coletivo com a temática segurança no trabalho, sendo desenvolvida por meio dos seguintes eixos: vestimenta; relações interpessoais; trabalho em equipe; transporte intra e extra hospitalar; ética profissional; acidentes de trabalho; ergonomia e treinamento de combate ao incêndio. Nesta etapa houve a inclusão de um sarau, exposição de artesanato, apresentação de dança e dinâmica de grupo, sendo estes realizados pelos trabalhadores do hospital. Destaca-se que todos os momentos se encontravam alinhados ao tema central – sensibilizar para transformar. As atividades foram abordadas por diferentes profissionais, que foram convidados de acordo com a especificidade de cada assunto, havendo troca de informações sobre o fluxo laboral hospitalar. Os encontros foram desenvolvidos de forma transversal e ascendente, por meio de exposição dialogada, garantindo assim a construção de espaços de voz ativa e escuta qualificada, trazendo à superfície situações do cotidiano laboral. Ressalta-se como resultado positivo a organização de uma agenda de EPS alinhada às necessidades locais de formação dos trabalhadores, contemplando, assim, as demandas advindas de todos os atores sociais que militam por um Sistema Único de Saúde (SUS) de qualidade. Constatou-se a aproximação entre os profissionais, integração entre as equipes e um contentamento com o trabalho desenvolvido. Além disso, observou-se a contribuição da atividade para a promoção da EPS como Política Educacional prioritária na instituição hospitalar, incluindo a participação dos trabalhadores da atenção, gestão, usuários e docentes locais na formulação e implementação dessa política, no sentido de compartilhar a construção de ações educativas voltadas ao SUS. Outrossim, a continuidade dos encontros fortaleceu a formação no interior do trabalho, possibilitando a detecção das necessidades singulares de acordo com a realidade de cada profissional de saúde e das equipes, contando com o apoio dos gestores na identificação das necessidades de formação dos trabalhadores nas diferentes áreas de atuação do SUS. Destaca-se como desafio, a continuidade do desenvolvimento da “Semana da sensibilização: trabalhando as relações humanas” como estratégia de EPS nesta instituição hospitalar, a qual poderá ainda contribuir com o resgate da universalidade do cuidado ao indivíduo, promoção à articulação do trabalho integral e equânime, o respeito às singularidades e defesa dos Direitos dos usuários. |
10815 | ATIVIDADES EDUCATIVAS AOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL NO INTERIOR DO AMAZONAS TATIANA CAROLINE LIMA LOBATO, Mariana Paula da Silva, Deyvylan Araujo Reis ATIVIDADES EDUCATIVAS AOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL NO INTERIOR DO AMAZONASAutores: TATIANA CAROLINE LIMA LOBATO, Mariana Paula da Silva, Deyvylan Araujo Reis
Apresentação: Na área da saúde, a Educação Continuada pode ser entendida como a aprendizagem que ocorre dentro do ambiente de trabalho, formando um laço de interação entre o aprender e o ensinar dentro do dia a dia das organizações de trabalho. Está ferramenta contribui significativamente na formação e no desenvolvimento dos profissionais da saúde promovendo uma atenção de qualidade, sendo capaz de atender as necessidades da população. Ainda, este método de educação, visa o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) dando suporte e qualificando o processo de trabalho dos profissionais ou ofertando um conhecimento específico na área. A educação continuada dentro do ambiente de trabalho dos profissionais de saúde é considerada como um importante instrumento para o desenvolvimento de modificações construtivas na sociedade, pois através desta é possível despertar novas alternativas e modelos de produção em saúde, com o objetivo de prestar um atendimento eficaz e satisfatório a população. Desse modo, a educação continuada tem participado ativamente da construção e aprimoramento das competências e atributos dos profissionais de saúde. A equipe de enfermagem, por exemplo, que dentro do âmbito hospitalar representa o maior quantitativo de profissionais, vem reconhecendo cada vez mais a necessidade de se atualizar e buscar incessantemente o conhecimento no seu âmbito de trabalho. Todavia, mesmo nos casos em que existe uma obrigatoriedade na participação das atividades de educação formalmente estabelecidas pelas instituições, percebe-se ainda a pouca aderência por parte dos profissionais devido a inúmeras situações e dificuldades. Podemos destacar alguns fatores que atuam negativamente sobre a participação dos profissionais de enfermagem nas atividades educativas como a sobrecarga de trabalho, agenda incompatível, a cultura organizacional e a motivação individual. Assim, a educação continuada vem se mostrando fundamental para a manutenção e desenvolvimento das competências da equipe de enfermagem em prol de uma assistência de qualidade. Está investigação tem como objetivo relatar a experiência de acadêmicos durante a realização de um projeto de extensão através de atividades educativas realizadas aos profissionais de Enfermagem. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência das atividades desenvolvidas através do projeto intitulado “Ações Educativas aos Profissionais de Enfermagem do Hospital Regional de Coari” instituído pelo Programa Atividade Curricular de Extensão (PACE) por docentes e discentes de Enfermagem do Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) no Hospital Regional de Coari (HRC). Foi realizado no período de agosto de 2018 a junho de 2019, por meio de atividades educativas. Os temas foram previamente solicitados pelos profissionais do hospital e divulgados na instituição através de cartazes. Em relação as apresentações foram realizadas três momentos em datas diferentes para cada tema, de modo que se pudesse abranger o maior número de funcionários possíveis. Os temas abordados foram: Violência contra profissionais de enfermagem; Reanimação Cardiopulmonar (RCP) no Recém-nascido (Rn) e lactente; e Autocuidado ao profissional de enfermagem. As apresentações foram realizadas por meio de palestras expositivas e dialogadas, com utilização de recursos audiovisuais, reprodução de vídeo, realização de dinâmicas, para melhor interação e a assimilação do conteúdo pelo público, além de distribuição de brindes (termômetros digitais, canetas, copos e canecas personalizadas). Resultado: Durante as atividades os profissionais de enfermagem de vários setores do Hospital Regional de Coari tiveram a oportunidade de ampliar os seus conhecimentos sobre a atuação da enfermagem em diversos temas abordados, além de se atualizarem de acordo com as prioridades estabelecidas pelas novas diretrizes e as literaturas científicas. O público atuou de forma participativa na maioria das apresentações, o que proporcionou uma troca positiva de informações entre a experiência dos profissionais e os temas abordadas pelos discentes. Nesse sentido, acadêmicos tiveram a oportunidade de ouvir o relato de diversas vivências dos participantes que certamente pode acrescentar a sua formação e crescimento pessoal. Enquanto os profissionais, além de se atualizarem e reforçarem as teorias já estudadas ao longo de sua formação, puderam praticar procedimentos que mesmo sendo de suma importância para a profissão, que muitas vezes não têm oportunidade de realizar durante o período de formação acadêmica, como ocorreu com a temática de RCP no Recém Nascido e Lactente, no qual muitos relataram ter vivenciado somente a teoria durante o seu período de formação profissional. De acordo com a temática apresentada, percebeu-se inicialmente um certo desconforto dos participantes em dialogar sobre o tema abordado, mas à medida que alguns dos profissionais começavam a relatar as suas experiências os outros passavam a se sentir mais confortáveis para se expressar sem receios. A utilização de recurso audiovisual também surtiu efeito positivo como forma de melhorar a comunicação entre o público e os palestrantes, pois em alguns casos esse mecanismo permitiu aos participantes apurar as suas percepções de “certo e errado” de determinados conhecimentos e procedimentos. As dinâmicas que foram desenvolvidas também atuaram de forma excepcional para transmitir e fixar melhor o conhecimento transmitido pelos estudantes, visto que elas estimulavam a memorização e concentração do público. Como ocorreu na dinâmica de “Perguntas e Respostas” sobre Violência contra os profissionais de enfermagem, em que eram sorteadas perguntas que remetiam aos principais direitos e deveres dos profissionais de saúde dentro do ambiente hospitalar. Outra atividade desenvolvida que ajudou a dinamizar o processo de aprendizagem foi à simulação/problematização de uma emergência por meio de uma encenação realizada pelos próprios discentes do projeto. A simulação além de auxiliar na fixação dos procedimentos de RCP no RN também pode estimular o pensamento crítico, criatividade e resolutividade dos participantes. A dinâmica do “Passa balão” realizada durante as apresentações sobre Autocuidados ao profissional de enfermagem pode proporcionar um ambiente de aprendizagem e descontração que atuou promovendo interação entre o grupo, e um momento de escape do estressante cotidiano de trabalho desses profissionais. Ao final de cada apresentação eram sorteados os brindes como uma forma de recompensa e estimulo a participação do público. Considerações finais: Portanto, o presente projeto de extensão cumpriu a sua importante missão de levar conteúdo atualizado sobre as temáticas abordadas de forma distinta e dinâmica dos métodos tradicionais. Utilizando-se da educação permanente como meio de estreitar a relação entre teoria e a pratica e, assim, construir por meio de profissionais de enfermagem qualificados uma assistência em saúde eficiente no ambiente hospitalar. Desse modo, visou-se estimular através da educação uma assistência de qualidade que seja capaz de minimizar os riscos de doença e comorbidades tanto para os pacientes quanto para os próprios profissionais. |
11113 | A COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA Karollayny Macêdo Oliveira, Murillo Umbelino Malheiros, Igor Oliveira da Silva, Laura Raquel Silva da Costa, Pamella Pádua Rodrigues A COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVAAutores: Karollayny Macêdo Oliveira, Murillo Umbelino Malheiros, Igor Oliveira da Silva, Laura Raquel Silva da Costa, Pamella Pádua Rodrigues
Apresentação: A saúde passa por grandes desafios nas questões relativas à qualidade de vida. E nos dias hodiernos há uma interpretação errônea de que a solução para uma melhora da qualidade de vida está nos sofisticados aparelhos e nos diferenciados recursos terapêuticos, afastando cada vez mais a medicina humanizada. Entre os fatores que contribuem para o prejuízo na relação do médico com o paciente/familiar encontram-se os problemas de comunicação enfrentados pelo profissional. É uma ferramenta importante na relação médico paciente/familiar e deve ser aperfeiçoada para diminuir o impacto emocional e proporcionar melhor assimilação da nova realidade. Saber informações sobre diagnóstico e prognóstico permite que pacientes e família vivenciem o momento de forma menos dolorosa. Desenvolvimento: A técnica da observação foi realizada no Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO) e permitiu o entendimento do comportamento global do sujeito entrevistado no decorrer da relação estabelecida. No momento específico da comunicação entre médicos e familiares foram realizados 5 dias de observações; totalizando 50 comunicações observadas entre médicos e familiares. Em cada dia de comunicação ocorriam, aproximadamente, 10 comunicações, considerando os familiares dos dez leitos da UTI. Houve dias em que não havia familiar presente, por isso o número de comunicações é menor que a mera multiplicação dos dias com o número de leitos. O maior desafio, então, é transformar verdades complexas em informações compreensíveis para pessoas angustiadas e com muitas incertezas. Resultado: Observou-se que a questão principal para os profissionais de saúde não é saber informar os pacientes/familiares, mas sim saber o quanto, como e quando informar, principalmente quando a informação se refere a más notícias, como os diagnósticos de doenças graves. Comunicar más notícias é considerada uma tarefa estressante para os médicos, e muitos evitam sua transmissão ou a realizam de maneira inadequada. Assim, a comunicação de más notícias, tanto para o paciente/familiar quanto para o médico, é considerada desagradável e desconfortável. E, ainda, o fato de o médico ter de lidar com suas próprias emoções, receios e o enfrentamento de sua finitude. Considerações finais: Assim, observa-se cada vez mais uma crescente preocupação mundial com a formação dos profissionais da saúde em relação às práticas de comunicação profissional-paciente/familiar. Portanto, tanto a confiança no médico quanto o sucesso da terapêutica dependerão de uma comunicação adequada entre o profissional de saúde e o paciente/familiar. Contudo, nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) podemos considerar que essa comunicação é feita quase que exclusivamente com os familiares dos pacientes internados. Assim sendo, considera-se que para poder melhorar esse processo de comunicação das más notícias seria ideal ingressar disciplinas ou projetos acadêmicos que ensinem estudantes da área da saúde a lidar com a situação de instabilidade emocional de familiares e pacientes em estado grave em UTI, encarregando-os de realizar essa tarefa de maneira menos drástica e mais acolhedora possível. |
11611 | ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL JUNTO À UNIDADE DE AVC EM UM HOSPITAL SECUNDÁRIO DO SUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA. GABRIELA HOLANDA VIEIRA, DAIANA DE MELO BARROS ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL JUNTO À UNIDADE DE AVC EM UM HOSPITAL SECUNDÁRIO DO SUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA.Autores: GABRIELA HOLANDA VIEIRA, DAIANA DE MELO BARROS
Apresentação: O presente resumo visa apresentar um relato de experiência em Estágio Supervisionado II em Serviço Social no Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara, especificamente na Unidade de Acidente Vascular Cerebral – AVC. O referido hospital de média complexidade integra o Sistema Único de Saúde (SUS) e conforme estabelecido na Linha de Cuidado do AVC, dispõe de 33 leitos para atender pacientes com diagnóstico de AVC. Tem por objetivo refletir a respeito d a atuação do Assistente Social diante das demandas dos pacientes e seus familiares, bem como fomentar a importância da interprofissionalidade no que concerne ao compartilhamento de saberes sociais e de viabilização de direitos. Desenvolvimento: As reflexões partiram da inserção da estudante de Serviço Social, da Universidade Estadual do Ceará, nas disciplinas de Ética Profissional, Desenvolvimento Capitalista e Questão Social, Políticas Sociais Setoriais 1 e do ingresso em estágio obrigatório e não obrigatório na referida unidade hospitalar, sendo de suma importância a análise da teoria e prática para o seguimento do estudo. Tal experiência foi vivenciada no período de dezembro de 2019 a fevereiro de 2020, momento esse de participação no serviço e acompanhamento de casos da referida unidade sobre supervisão. Resultado: /IMPACTOS É sabido que o AVC é uma das maiores causas de incapacidade e morte no mundo. Em suma maioria, os pacientes acometidos pelo AVC sofrem perca temporária ou total de movimentos, da fala, da memória, dentre outros agravos. Desse modo, frisa-se o impacto social desta doença para o paciente e para sua rede de apoio. Foi observado que o perfil dos pacientes que adentraram o Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara - HGWA, são – majoritariamente – homens com faixa etária de 50 a 80 anos, referenciados do Hospital Geral de Fortaleza - HGF, com histórico de dependência química, Hipertensos, imersos em uma realidade social de negação de direitos sociais, como moradia e alimentação. Dito isso, não podemos desconsiderar os Determinantes Sociais de Saúde que perpassam este perfil preponderante. Diante do impacto Social dos agravos do AVC, a atuação do Assistente Social se faz primordial no que concerne às demandas do paciente e de sua família, bem como ofertar a equipe multiprofissional uma visão crítica a despeito das refrações da Questão Social que perpassam a singularidade de cada paciente. As ações socioassistenciais realizadas são fundamentadas no Código de Ética da Profissão, nos Parâmetros para a atuação do Assistente Social na Saúde e nas resoluções do Conselho Federal de Serviço Social - CFESS, não sendo, portanto, mera execução da prática. Dentre estas, cita-se a realização de Fichas de Avaliação Social (FAS) através da Entrevista Social que nos permite identificar os Determinantes Sociais de Saúde, lê-se as condições de moradia, de trabalho, a renda, o acesso a saúde e os vínculos familiares e afetivos. A FAS enquanto instrumental técnicooperativo possibilita uma aproximação entre familiar e paciente com o Assistente Social, e este a partir das informações relatadas, repassará – respeitando os limites éticos e o direito ao sigilo – o que for relevante para os profissionais que compõe a equipe interdisciplinar. Vale salientar que comumente o Assistente Social toma para si a função de explicar para os familiares e pacientes a linha de cuidado e terapêuticas utilizadas, através de uma linguagem adequada, visando acesso as informações acerca do quadro clínico do paciente. As informações colhidas na realização da FAS não se limitam a meras informações e aproximações com os usuários, é a partir desta que podemos, no decorrer da internação, acompanhar suas demandas através dos Acompanhamentos Sociais, estes, por sua vez, possibilitam apreender a realidade social em que o usuário do serviço está inserido e tomar conhecimento das demandas que não foram apresentadas no primeiro contato. Durante o processo de desospitalização, caso seja necessário, realizam-se orientações no processo de alta para o requerimento de insumos (Fraldas, Dietas, Cadeiras de rodas e para banhos, órteses e próteses), orientação para requerimento do Benefício da Prestação Continuada - BPC e de benefícios previdenciários (aposentadoria por Invalidez e auxílio-doença). Em contrapartida, tendo em vista a possibilidade de óbito devido à comorbidades e agravos, o Assistente Social viabiliza o auxílio-funeral, caso a família não possua plano funerário e nem disponha de condições materiais e financeiras para arcar com o sepultamento, bem como orienta os familiares a despeito da concessão de pensão por morte. Além disso, a interlocução com a equipe multidisciplinar também objetiva-se neste momento a fim de sanar dúvidas que possam surgir pelos familiares, relacionadas aos motivos que acarretaram o óbito. Logo, as ações socioassistenciais não se limitam aos usuários, incluem também os seus familiares e a rede de apoio. Por fim, no que tange a articulação com equipe multiprofissional essa também se apresenta como importante para garantir um cuidado integral de forma que cada paciente possa ser visto em sua singularidade e integralidade, para que dessa forma tenha suas demandas atendidas conforme suas necessidades. Considerações finais: A partir deste relato de experiência, friso sobretudo a importância da inserção, enquanto profissional em formação, em uma unidade de grande renome. Os ganhos são notórios tanto no que concerne ao percurso profissional, quanto pessoal. A interlocução com os usuários possibilitou a ampliação do olhar diante dos determinantes macroestruturais – principalmente o pauperismo da classe trabalhadora – que perpassam a vida cotidiana. Dentre os desafios cito a existência do modelo biomédico e hospitalocêntrico, bem como a perspectiva higienista e culpabilização dos sujeitos. A apropriação da linguagem biomédica se faz necessária nesse cenário, já que reuniões e passagens de caso são realizadas primordialmente por tal categoria e o conhecimento de termos médicos possibilita o acompanhamento e identificação dos encaminhamentos pertinentes ao que cada paciente necessita. Nesse sentido, apesar do Serviço Social estar inserido no campo dos profissionais da Saúde, ainda há uma crescente tendência de ser visto pelos demais como uma profissão ligada a filantropia, e romper com essa visão conservadora tem sido um constante desafio da categoria. Assim, a atuação do Assistente Social na Saúde, se norteada pelo Código de Ética Profissional, está alinhada com o projeto da reforma sanitária que preconiza o acesso igualitário (sem discriminação de gênero, condição socioeconômica e afins), as ações e serviços de saúde, visando a promoção, reabilitação e proteção da saúde. Desse modo, direcionar o olhar para além do adoecimento dos usuários deve ser um movimento construído diariamente com os profissionais que compõem a equipe multidisciplinar. |
11523 | EFETIVIDADE DA PAPAÍNA NO TRATAMENTO DE LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTE NEUROCRÍTICO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA PRISCILA SANCHEZ BOSCO, Ana Paula Azevedo, Bruna da Silva Argolo, Vanessa Guimarães Telles EFETIVIDADE DA PAPAÍNA NO TRATAMENTO DE LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTE NEUROCRÍTICO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: PRISCILA SANCHEZ BOSCO, Ana Paula Azevedo, Bruna da Silva Argolo, Vanessa Guimarães Telles
Apresentação: As Lesões por Pressão têm gerado especial interesse dos serviços de saúde, além do impacto direto para os pacientes e familiares, tem repercussão no próprio sistema, com o prolongamento das internações, riscos para infecções graves, sepse e mortalidade. Representam 18% dos eventos adversos notificados entre 2014/2018 pelo Sistema de Notificações para Vigilância Sanitária. Objetivou-se analisar evolução da lesão por pressão em região occipital com uso da papaína em pó. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, com abordagem qualitativa. O cenário da experiência ocorreu em uma enfermaria de neurocirurgia de um hospital universitário situado no município do Rio de Janeiro. Coletou-se dados no período de Julho a Setembro de 2019. A participante do estudo é do sexo feminino, 67 anos, em pós-operatório tardio de clipagem de aneurisma de artéria vertebral esquerda, que evoluiu com lesão por pressão não classificável em região occipital, durante o período pós-operatório em unidade de terapia intensiva. Foram respeitadas todas as normas éticas e legais referentes às pesquisas com seres humanos, conforme Resolução 510/2016. Resultado: A escolha da concentração da papaína foi estabelecida através da inspeção e análise das características da lesão. Inicialmente a lesão apresentava necrose de coagulação em toda sua extensão, com aproximadamente 4,5 cm largura e 6 cm altura. A concentração de 30% foi aplicada a fim de realizar o debridamento enzimático do tecido necrosado por um período de 15 dias. A lesão apresentou satisfatória evolução e a concentração da papaína foi reduzida gradualmente para 15%. Após 25 dias, com a evolução da cicatrização e aumento do tecido de granulação a concentração foi reduzida para 4% e, no intervalo de 9 dias para 2%. Verificado desta forma a retração de bordas e epitelização da lesão. Considerações finais: Os resultados satisfatórios do presente estudo, se deram através do uso racional da papaína em pó diariamente, conforme a evolução da lesão. A abordagem equânime dos enfermeiros treinados e capacitados na referida unidade também corroborou para tal resultado. |
6135 | EDUCAÇÃO EM SERVIÇO: UMA PROPOSTA DE DISCUSSÃO SOBRE O PROTOCOLO DE CONTENÇÃO MECÂNICA EM UM HOSPITAL GERAL DA REGIÃO NORTE Yury Gomes, Lucas Oliveira, Aloma Soares, Malena Almeida, Eduardo Oliveira, Evelym Coelho, Mário Vieira EDUCAÇÃO EM SERVIÇO: UMA PROPOSTA DE DISCUSSÃO SOBRE O PROTOCOLO DE CONTENÇÃO MECÂNICA EM UM HOSPITAL GERAL DA REGIÃO NORTEAutores: Yury Gomes, Lucas Oliveira, Aloma Soares, Malena Almeida, Eduardo Oliveira, Evelym Coelho, Mário Vieira
Apresentação: Nas clínicas psiquiátricas de hospitais gerais, verifica-se o uso da contenção mecânica como terapêutica aos pacientes em surto psicótico como uma forma de garantir a integridade física destes, dos outros pacientes e da equipe, bem como auxiliá-lo no autocontrole sobre os impulsos inadequados. Os objetivos deste estudo são proporcionar uma maior adesão ao protocolo de contenção existente na instituição, analisar o uso do protocolo na instituição e analisar o uso da contenção mecânica na instituição e assim expor e discutir o protocolo de contenção a equipe multiprofissional. Trata-se de um relato de experiência, das vivências de acadêmicos de Enfermagem na realização de uma Educação em Serviço a equipe multiprofissional de uma clínica psiquiátrica dentro de um hospital geral. Para este estudo, utilizou-se como percurso metodológico o Método do Arco de Charles Maguerez, adaptado por Neusi Berbel, baseado na Teoria da Problematização. Este Arco é constituído de cinco etapas: 1ª Observação da realidade; 2ª Levantamento dos pontos-chave; 3ª Teorização; 4ª Hipótese de solução; 5ª Retorno a Realidade. Os profissionais expressaram a necessidade de atualização permanente e de discussão em equipe sobre contenção mecânica e o protocolo de contenção vigente na instituição, para que juntos, possam montar estratégias para melhor assistir os pacientes sob suas responsabilidades. Externalizaram também o princípio basilar da interdisciplinaridade, ou seja, a interseção dos saberes, desta forma se tornariam mais eficiente no trato com o portador de transtorno mental. Deste modo, essa estratégia baseada em educação em serviço, realizada no espaço de trabalho do profissional em saúde, apresenta-se como de grande contribuição para a melhoria da qualidade dos serviços e das condições de trabalho ao incorporar os princípios da problematização, a contextualização da realidade, as pedagogias inovadoras e o pensamento reflexivo. |
6472 | EDUCAÇÃO PERMANENTE EM CUIDADOS PALIATIVOS: MITOS E VERDADES PARA A EQUIPE MULTIDISCIPLINAR Aline Coutinho Sento sé, Ana Paula Daltro Leal de Paiva, Ana Lúcia Reis, Luana Cardoso Pestana EDUCAÇÃO PERMANENTE EM CUIDADOS PALIATIVOS: MITOS E VERDADES PARA A EQUIPE MULTIDISCIPLINARAutores: Aline Coutinho Sento sé, Ana Paula Daltro Leal de Paiva, Ana Lúcia Reis, Luana Cardoso Pestana
Apresentação: Os cuidados paliativos têm por princípio proporcionar o alivio da dor, a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, além de reconhecer a naturalidade do processo vida e morte. Este estudo teve como objetivo identificar o conhecimento prévio da equipe de saúde sobre a temática e promover uma reflexão crítica do processo de trabalho. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, acerca de um projeto de sensibilização sobre cuidados paliativos, com profissionais de saúde, em um hospital público do Estado do Rio de Janeiro. A Comissão de Cuidados Paliativos, em conjunto com o Serviço de Educação Permanente Multidisciplinar, realizaram um evento de sensibilização sobre cuidados paliativos, com a participação de 97 profissionais de saúde da unidade de pacientes graves, centro de terapia intensiva e unidade de internação clínica, em agosto de 2019. Foi utilizada uma dinâmica intitulada “Mito ou Verdade”, onde cinco afirmativas eram apresentadas em cartazes, uma por vez, e os profissionais deveriam atribuir às mesmas um cartão verde, em caso de concordância ou um cartão vermelho, em caso de discordância. As afirmativas utilizadas estavam relacionadas à oferta de cuidados paliativos a pacientes com câncer e outras doenças, aos cenários onde podem ser ofertados os cuidados paliativos, medicamentos para dor em cuidados paliativos com possibilidade ou não de dependência, doses de morfina para o conforto do paciente em cuidados paliativos e alimentação dos pacientes em cuidados paliativos A execução dos cenários seguiu as etapas: briefing, em 5 minutos, com orientações sobre a dinâmica; realização do cenário, em 15 minutos, onde as afirmativas apresentadas eram classificadas como mito ou verdade pelos profissionais, individualmente; e debriefing, em 20 minutos, para discussão e aprofundamento do tema de forma coletiva. Resultado: Durante a realização do cenário, os profissionais de saúde relataram experiências positivas e negativas ao assistir pacientes em cuidados paliativos e informaram que percebem uma grande dificuldade na comunicação verbal e escrita da equipe de saúde multiprofissional. A afirmativa que obteve destaque com o maior número de respostas corretas foi “Cuidados paliativos podem ser fornecidos em domicílio”, com 80% de acertos. Seguida de “Doses adequadas de morfina mantêm os pacientes confortáveis e não aceleram a morte” onde foram identificados 65,56% de assertivas. Sobre a afirmação “Pessoas em cuidados paliativos que param de comer morrem de fome” 54,44% dos participantes atribuíram o cartão vermelho como resposta, demonstrando conhecimento sobre o assunto. Destaques negativos foram encontrados nas afirmativas “Medicamentos para dor em cuidados paliativos podem levar ao vício” com 66,67% de respostas erradas e “Cuidado paliativo é apenas para pessoas morrendo com câncer” com 58,89% de cartões verdes empregados erroneamente. Considerações finais: Este estudo permitiu identificar que os profissionais de saúde possuem conhecimento deficitário sobre cuidados paliativos, o que pode levar à negligência dos direitos do paciente e sofrimento. Fazem-se necessários investimentos na capacitação desses profissionais, através de ações de educação permanente, assegurando o tratamento de pacientes terminais de forma correta e efetiva com a desconstrução de mitos e aprofundamento da temática. |
8260 | SEGURANÇA DO PACIENTE PEDIÁTRICO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: PRESCRIÇÃO, USO E ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Gisele Adão dos santos, Sabrina Silva Brasil, Maria Célia teixeira barbosa SEGURANÇA DO PACIENTE PEDIÁTRICO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: PRESCRIÇÃO, USO E ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOSAutores: Gisele Adão dos santos, Sabrina Silva Brasil, Maria Célia teixeira barbosa
Apresentação: Considerando-se o alto índice de erros detectados junto a pacientes pediátricos internados dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva hospitalar, esta pesquisa procura contribuir com uma alternativa de conhecimento de atitudes que devem ser tomadas pela equipe de enfermagem no sentido de assegurar uma conduta correta em relação aos internos. Os erros de medicação são acontecimentos complexos que abrangem procedimentos, profissionais e múltiplas etapas relacionados à prescrição, dispensação e administração do medicamento. O processo de medicação perfaz um longo caminho que se inicia com a produção, após a prescrição, dispensação e a administração. A equipe de enfermagem age diretamente com a administração de medicamentos, que envolve a checagem, diluição, preparação e administração da dose nos pacientes. Assim sendo, sua atuação é de vital importância para se evitar erros. A relevância deste tema deve-se ao alto índice de erros que acometem os pacientes internados dentro de um centro hospitalar, aumentando o índice de internação e a insegurança dos familiares ante a equipe, desqualificando a imagem do hospital. Esta pesquisa pretende mostrar a importância de desenvolver programas de educação voltados para a segurança do paciente. O trabalho tem, ainda, a intenção de avaliar se as práticas corretas na administração de medicamentos estão sendo obedecidas pela equipe de enfermagem. A escolha do tema para o presente trabalho tem por base as iatrogenias, isto é, doenças causadas por tratamento errado, que ocorrem diariamente nas instituições de saúde. Esses dados despertam uma atenção mundial, dando início a uma pesquisa para avaliar os danos causados nos pacientes pediátricos. A presente pesquisa foi desenvolvida numa abordagem qualitativa, de cunho bibliográfico, onde foram coletadas informações através de leituras de obras desta área científica necessárias à reposta ao problema proposto com o procedimento de fichamento de cada obra pesquisada. O estudo do acervo bibliográfico serviu de fonte de documentação para a sua elaboração. Após o levantamento bibliográfico, foi realizada a análise dos documentos selecionados em busca de elementos relevantes para a elaboração do presente trabalho. À medida que surgiram elementos importantes, foi realizado o fichamento onde foram anotados todos os elementos utilizados na elaboração do trabalho científico. Resultado: relata que as evidências indicam que crianças e adultos experimentam diferentes tipos de risco para a sua segurança, com isso precisamos de estudos para criarmos novas evidências que validem as nossas práticas. O resultado da pesquisa aponta os mais variados tipos de erros que ocorrem durante a administração de medicamentos. Dentre eles, podemos citar o preparo da medicação, troca de horários, de paciente e de medicação. A capacitação contínua dos profissionais é necessária para a prevenção de erro na medicação, bem como os protocolos assistenciais que possam verificar e evitar riscos possibilitam uma melhora na qualidade do trabalho do enfermeiro e na segurança do paciente. A instituição hospitalar, como empregadora, torna-se responsável por seus profissionais, cabendo-lhe o incentivo de proporcionar uma prática permanente de cursos e estudo envolvendo a ética da equipe de enfermagem ante os erros de medicação. Neste contexto, ocorre uma melhora na qualidade do atendimento destes profissionais e uma maior segurança para um tratamento eficaz ao paciente pediátrico. Considerações finais: Neste estudo foram identificados que os erros de preparo e a administração de medicamentos são fatores comuns em um ambiente hospitalar e os riscos tornam-se ainda maiores quando estão relacionados com pacientes pediátricos. Observa-se que a maior parte destes erros tem relação aos processos de trabalho e não propriamente ao profissional de enfermagem em isolado. Os erros ocorridos quando o enfermeiro ministra um medicamento tornou-se um sério problema de saúde pública e podem ocorrer durante qualquer fase do tratamento medicamentoso. Sendo assim, eles acabam causando sérios problemas para o paciente, sua família e para o enfermeiro. Urge uma tomada de atitudes no sistema de saúde, no sentido de detectar estes erros mostrando sua fragilidade e buscando soluções para amenizar o problema. Acredita-se que as instituições hospitalares são resistentes em reconhecer a existência de erros medicamentosos. Assim, eles continuam ocorrendo, trazendo graves consequências para todos os envolvidos. A equipe de profissionais deixa de relatar os episódios de erros por recear ser alvo de uma ação punitiva. Neste sentido, nenhuma estratégia para se evitar tal fato é providenciada. Geralmente, um erro só é informado quando são presenciados ou denunciados. A trajetória que percorremos ao longo deste trabalho reforçou nossas hipóteses iniciais da necessidade de uma atitude por parte da instituição hospitalar e de profundas renovações no planejamento de protocolos que apontem ou reconheçam um erro medicamentoso em pacientes pediátricos antes que ocasione um mal maior. Na presente pesquisa, identificou-se como principal procedimento preventivo de erros na administração de medicamentos nestes pacientes, a necessidade da introdução de sistemas de protocolos para o acompanhamento do manejo de doses e para notificações de acontecimentos inadequados no tratamento. Constatou-se a relevância do desenvolvimento de determinadas políticas organizacionais na resolução de problemas que põem em risco a vida da criança. Dentre as medidas a serem tomadas, pode-se citar a elaboração de protocolos e o monitoramento do uso de drogas, observando-se as recomendações de preparo, bem como de administração. Neste contexto, percebe-se que o erro é uma característica típica do homem e que não é possível eliminá-la totalmente, porém pode ser evitado usando-se estratégias que resultem numa menor incidência de falhas, proporcionando a melhoria e a segurança do paciente infantil. O estudo da pesquisa fortalece a importância de um comprometimento por parte de toda a equipe da unidade pediátrica no sentido de haver uma conscientização a fim de se evitar erros que podem levar o paciente infantil a uma piora no seu estado de saúde ou até mesmo, ao óbito. |
8371 | CATETER VENOSO CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA EM CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS: DESAFIOS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOB A PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO CONTINUADA fernanda barcellos santiago CATETER VENOSO CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA EM CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS: DESAFIOS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOB A PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO CONTINUADAAutores: fernanda barcellos santiago
Apresentação: O cuidado paliativo caracteriza-se pela busca da qualidade de vida. Dentre vários aspectos a serem abordados nesse tipo de paciente, a administração de medicamentos é importante para o manejo de sintomas tanto quanto a via administração. Os pacientes em cuidados paliativos oncológicos, via de regra, apresentam características muito peculiares e necessitam de um acesso venoso confiável e eficaz para a atuação em momentos críticos. Objetivo: Conhecer a viabilidade do PICC em cuidados paliativos oncológicos tendo como perspectiva a educação continuada na equipe de enfermagem. Método: Estudo em duas fases, a primeira será um estudo de caso que é um método qualitativo e exploratório, e o segundo, a construção de um plano de educação continuada para equipe de enfermagem. O cenário de escolha é o Instituto Nacional de Câncer, unidade IV, que presta cuidados paliativos oncológicos. Os paciente serão puncionados com o PICC, acompanhados através de um diário de campo e de um questionário semi estruturado. Segunda fase, será um plano de educação continuada para a equipe de enfermagem do INCA IV, será abordado, através de dois encontros, a temática com aulas utilizando metodologias ativas e expositivas sobre: a anatomia, inserção do PICC, cuidados de enfermagem específicos para essa técnica. Resultado: esperados: avaliar o impacto na qualidade de vida do paciente em cuidado paliativo oncológicos submetido ao PICC e produzir uma melhor interação da equipe de enfermagem, dos diversos setores do INCA VI, através da educação continuada. |
8461 | AÇÃO EDUCATIVA MEDIADA POR REVISTA EM QUADRINHOS ACERCA DA DOAÇÃO DE ORGÃOS E DE TECIDOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA Natália da Costa Prazeres, Dáfna Souza dos Santos, Beatriz Pereira Malcher, Larissa Pereira Silva, Victoria Sophia Alves Silva, Raphael Rodrigo Duarte Pinheiro, Catarina Ribeiro Furtado, Danielly Guerra de Aguiar AÇÃO EDUCATIVA MEDIADA POR REVISTA EM QUADRINHOS ACERCA DA DOAÇÃO DE ORGÃOS E DE TECIDOS: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Natália da Costa Prazeres, Dáfna Souza dos Santos, Beatriz Pereira Malcher, Larissa Pereira Silva, Victoria Sophia Alves Silva, Raphael Rodrigo Duarte Pinheiro, Catarina Ribeiro Furtado, Danielly Guerra de Aguiar
Apresentação: O transplante consiste na retirada, de forma total ou parcial, de órgãos ou de tecidos de uma pessoa viva ou com diagnóstico de morte encefálica que deve ser reimplantado na mesma ou em outra pessoa compatível. Essa prática é vista como a última alternativa terapêutica para pessoas que apresentam uma grave doença ou que tenha sofrido um grave acidente e nenhum outro método terapêutico seja eficiente. Objetivo: Relatar a experiência de um grupo de acadêmicos de enfermagem, ao promover uma ação educativa mediada por uma revista em quadrinhos sobre os processos básicos da doação de órgãos e de tecidos. Método: trata-se de um relato de experiência acerca de uma ação educativa realizada por acadêmicos de enfermagem em um hospital de referência em urgência e emergência no norte do Brasil. Essa iniciativa envolveu uma tecnologia educacional validada, no formato de história em quadrinhos, para educar a população quanto a importância e os processos da doação de órgãos e de tecidos. Participaram dessa ação 24 familiares de pacientes internado em duas Unidades de Terapia Intensiva do referido hospital, a ação ocorreu em quatro dias consecutivos, no período da manhã, antes da visita de rotina. Optou-se por seguir os cinco passos da problematização a partir do Método do Arco de Charles Maguerez, uma vez que esse método possibilita o desenvolvimento do pensamento crítico-reflexivo, de habilidades e de competências para tomar decisões e solucionar problemas a partir da realidade vivenciada. Resultado: No primeiro momento realizou-se a observação da realidade e elencou-se os pontos-chave como o conhecimento incipiente da família sobre a temática (morte encefálica, quais órgãos podem ser doados, quem autoriza a doação e quem recebe os órgãos doados). No segundo momento realizou-se a teorização e elaboração da hipótese de solução dos problemas evidenciados, nesse momento foram impressas 30 revistas em quadrinhos que explicavam de forma didática as questões da doação. Por fim, aplicou-se a ação educativa. Os resultados demonstraram que houve resistência de alguns familiares em ler a revista, mesmo que colorida, pois o sentimento de não aceitação da morte de um ente querido era evidente. Entretanto, a maioria dos participantes compreenderam e aceitaram de forma positiva a iniciativa e afirmaram compreender que a morte é um processo natural e que a doação é um ato de amor e de humanidade que deve ser incentivado. Os pesquisadores observaram grandes lacunas quanto a percepção dos entrevistados acerca do conceito de morte encefálica, entende-se que compreender a morte de um familiar que esteja com o coração e os pulmões funcionando, é algo complexo e deve ser repassado à população de forma clara, a fim de incentivar a doação. Considerações finais: Diante disso, constatou-se que a ação educativa pautada na realidade dos participantes pode provocar mudanças significativas, por meio da construção do pensamento crítico e reflexivo. Além disso, os familiares apresentaram importantes contribuições para incentivar a doação de órgãos e de tecidos. |
8478 | DESAFIOS DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NO ACOLHIMENTO EM UNIDADE DE CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS: A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM FOCO Luciene Miguel Lima Neves, Mônica Vilella Gouvêa DESAFIOS DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NO ACOLHIMENTO EM UNIDADE DE CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS: A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM FOCOAutores: Luciene Miguel Lima Neves, Mônica Vilella Gouvêa
Apresentação: Esse trabalho deriva de dissertação defendida no “Programa de Mestrado Profissional em Ensino na Saúde: Formação Interdisciplinar para o SUS”, da Universidade Federal Fluminense. O estudo foi motivado pela observação no cotidiano do trabalho em uma unidade de Cuidados Paliativos Oncológicos (CPO), situada em hospital público de referência na cidade do Rio de Janeiro, onde a equipe multiprofissional se deparava com pacientes e cuidadores que desconheciam seu prognóstico e as condutas terapêuticas adotadas na unidade de CPO. Trabalhar com CPO pressupõe lidar com a morte e o morrer. Requer conhecimento técnico e uma percepção do ser humano como agente de sua história de vida. A atenção está dirigida para o controle de sintomas e a promoção do bem-estar é importante para que estes compreendam a evolução da doença e dos acontecimentos que levará ao evento final. Trata-se de uma prática em que é preciso escutar e compreender cada paciente, suas crenças, preferências e dificuldades. Nesse contexto, na área da Saúde, usamos o termo acolhimento para definir a atitude de disponibilidade interna para o encontro com outro que permite e promove diálogo e compreensão mútua. Nesses termos, o acolhimento estaria presente nas interações de profissionais e pacientes desde a chegada até a alta do serviço de saúde, passando necessariamente por todos os processos do cuidar. A Política Nacional de Humanização define acolhimento como um dispositivo de humanização das práticas de saúde. Nesse sentido propõe a criação de ‘práticas de atenção’ que têm como principais objetivos constituir equipes ou profissionais que recebem os pacientes que chegam aos serviços; realizar escuta qualificada das demandas desses pacientes, compreendendo sua importância e estabelecendo uma possibilidade de comunicação efetiva entre pacientes e Instituição; oferecer respostas adequadas a tais demandas e aos recursos institucionais locais e da Rede SUS como um todo. Na unidade envolvida com esse estudo, os pacientes e seus cuidadores demonstravam desconhecimento com relação a sua transferência da unidade em que vinham sendo acompanhados para a unidade de CPO, o que gerava descontentamento com a equipe. Discussões prévias sobre o problema do estudo na unidade CPO sugeriam que, esses pacientes e seus cuidadores não estavam sendo adequadamente orientados no processo de transferência. Objetivo: Nesse sentido, a pesquisa foi realizada na perspectiva da educação permanente em saúde (EPS) e na defesa da qualidade da vida na proximidade com a morte. O objetivo foi conhecer os desafios da equipe multiprofissional no acolhimento a pacientes encaminhados à unidade CPO, investigando com os próprios trabalhadores estratégias de intervenção na perspectiva da EPS Método: A unidade CPO envolvida com o estudo integra com outras quatro unidades de origem/ tratamento, uma grande instituição pública de referência em oncologia. Na unidade CPO foi desenvolvida pesquisa qualitativa, de cunho exploratório e descritivo com a participação de 25 profissionais. Foram realizadas entrevistas entre os meses de julho de 2018 a maio de 2019. Colaboraram com o estudo profissionais de nível superior com mais de dois anos de exercício na unidade paliativa, com formações diversas (enfermeiros, médicos, assistentes sociais, fisioterapeutas e nutricionistas) Os dados referentes as entrevistas foram gravados, transcritos e processados, segundo a hermenêutica dialética de Minayo, sendo trabalhados na perspectiva da análise temática. Resultado: Os resultados revelaram que trabalhar com cuidados paliativos é considerado gratificante e desafiador para os profissionais, pela proximidade com a terminalidade da vida. Os trabalhadores se veem diante de situações complexas, sendo que o maior desafio do trabalho na unidade CPO, relaciona à chegada, por transferência, de pacientes e cuidadores com doença avançada e pouca perspectiva de intervenção paliativa. A pesquisa revelou que esse quadro se deve as questões internas e externas à instituição. As questões externas são as que passam pela reorganização da rede de atenção oncológica no SUS, e as internas as que envolvem o investimento em ações capazes de aprimorar o acolhimento na unidade paliativa. O estudo revelou a necessidade de uma maior integração entre trabalhadores das unidades de origem/tratamento de forma a enfrentar a questão da quebra na cadeia de cuidado, que acontece após a transferência para a unidade CPO. Pôde-se perceber que a comunicação de notícias difíceis nas unidades de origem/tratamento, agravada pelo estigma da transferência para a unidade CPO, assim como a questão da sobrecarga laboral em função de dificuldades no dimensionamento de trabalhadores, vem comprometendo a capacidade de envolvimento com a complexidade do trabalho com CPO. A partir dos resultados da pesquisa foram realizados dois encontros formais para a discussão sobre o acolhimento na unidade paliativa envolvendo trabalhadores da gestão e da assistência. Os encontros propiciaram a construção coletiva de uma estruturação sistemática de acolhimento para novos pacientes e cuidadores/familiares e a definição de uma agenda de encontros para discussão de processos de EPS na unidade de CPO. Os trabalhadores decidiram pela realização de um encontro semanal de acolhimento envolvendo múltiplos profissionais e visões e oferecendo um meio de recepção mais esclarecedor, de forma a diminuir o impacto da transferência. Os encontros provocaram um estado de reflexão sobre os desafios do acolhimento na unidade de CPO e ao mesmo tempo, reacenderam questões ligadas à qualificação dos trabalhadores, até então sob a responsabilidade de um setor específico na unidade. O grupo sugeriu que fosse realizado um levantamento de necessidades dos serviços na unidade paliativa, para que posteriormente pudessem construir um planejamento de ações em ensino e pesquisa que seriam abertas a todos que desejassem compor estas discussões. Como contribuição a essa iniciativa, foi desenvolvida uma proposta de encontros na forma de discussão em roda, para aprofundamento de diálogos sobre o acolhimento na perspectiva da EPS com sugestão de ações e respectivos responsáveis. Essas propostas foram encaminhadas para a gestão e o setor de formação da instituição. Considerações finais: A percepção da potência dos espaços de trocas, autoanálise e reflexão coletiva é incipiente e há incompreensão com relação aos conceitos de educação permanente em saúde e educação continuada respectivamente (EPS e ESSE). A partir de encontros entre trabalhadores provocados pelo processo da pesquisa, temas relevantes para a melhoria do processo de trabalho na instituição e na unidade de CPO foram enfrentados. Os pontos reunidos pela pesquisa possibilitaram sistematizar e aprofundar questões importantes considerando diferentes olhares e gerando reflexões e ações. Os encontros em si, proporcionaram espaço de trocas e a possibilidade de socializar formas de pensar e enxergar o cotidiano, o que pareceu tornar a realidade menos desgastante. Nos encontros apareceu fortemente a questão de que os recursos humanos estão limitados e reduzidos, aumentando a sobrecarga de trabalho para a equipe multiprofissional. Essa questão, no entanto, foi tratada como uma questão nacional. Os gestores se mostraram incrédulos com relação as mudanças para esse cenário devido às dificuldades que o país atravessa em que há impossibilidade de contratação de pessoal no âmbito da saúde, seja por concurso público ou processo seletivo. Por fim é importante ressaltar que os encontros foram positivos no sentido de reunir potencias e dar visibilidade institucional para questões que eram abordadas de forma fragmentada pela equipe multiprofissional da unidade CPO, mas estes apesar de importantes, não representam a totalidade de iniciativas da EPS que brotam no cotidiano do trabalho. Palavras-chave: Acolhimento em Hospital Oncológico. Cuidados Paliativos Oncológicos. Educação Permanente em Saúde. |
8678 | PLANO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE: ATIVIDADES PRELIMINARES DE ELABORAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO EM UMA UNIDADE PÚBLICA DE SAÚDE REFERÊNCIA EM HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Thais de Figueiredo Oliveira PLANO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE: ATIVIDADES PRELIMINARES DE ELABORAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO EM UMA UNIDADE PÚBLICA DE SAÚDE REFERÊNCIA EM HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA NO ESTADO DO RIO DE JANEIROAutores: Thais de Figueiredo Oliveira
Apresentação: A implantação da política de educação permanente (EP) é um grande desafio, mas é um caminho promissor contribuindo, significativamente, para a formação pessoal e profissional. As unidades de saúde realizam, de forma geral, processos de educação continuada a qual contempla em sua maior parte, os pressupostos da metodologia de ensino tradicional, relacionando-se às atividades educacionais que visam promover a aquisição sequencial e acumulativa de informações técnico-científicas pelo trabalhador, por meio de práticas de escolarização de caráter mais formal (Brasil, 2012). Já no que concerne à Educação Permanente em Saúde (EPS), configura-se como aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho (Brasil, 2007). Caracteriza-se, portanto, pela possibilidade de gerar reflexão sobre o processo de trabalho, autogestão, mudança institucional e transformação das práticas em serviço, por meio da proposta do aprender a aprender, de trabalhar em equipe, de construir cotidianos e eles mesmos constituírem-se como objeto de aprendizagem individual, coletiva e institucional. A EPS, no entendimento do SUS refere-se ao processo de ensino-aprendizagem, sendo “[...] a aprendizagem no trabalho, local onde o aprender e o ensinar são incorporados ao cotidiano das organizações e do trabalho” (Brasil, 2005). Difere das propostas de transferência de conhecimentos, que aponta as necessidades cada vez mais exigentes de um perfil de trabalhador polivalente, qualificado ou ainda bem treinado, sendo uma estratégia para promover a reflexão das condições materiais de vida e seus laços fecundos na saúde. Objetivo: Elaborar e implantar o Plano de EPS na unidade pública de saúde do Estado do Rio de Janeiro, oportunizando aos profissionais a participação em programas educativos como forma de aprimorar sua atuação na Instituição; Estimular o planejamento, realização e avaliação dos processos formativos; Planejar e implementar ações educativas para atender as necessidades de aprendizagem no ambiente do trabalho de forma reflexiva visando o alcance da sensibilização deste profissional. Desenvolvimento Para elaboração do plano estão sendo realizadas reuniões com o grupo de trabalho em EP na unidade para que sejam realizadas ações de integração entre ensino-serviço-usuário, demonstrando a importância da articulação das ações de integração para refletir sobre as práticas docente-assistencial. Parcerias para atividades com instituições de ensino serão realizadas na unidade, com experiências de cada lado, onde instituições de ensino conveniadas, serviços de saúde (gestores, profissionais e colaboradores) e comunidade (usuários e representantes das associações), estabeleçam na unidade de saúde um espaço de aprendizagem nas experiências de formação profissional. Estabelecemos, portanto, algumas estratégias: Grupo Focal - Capacitação e troca de experiências com foco no tema “Trabalho em equipe” demonstrando as características do trabalho em equipe de forma efetiva, os pontos positivos e as barreiras nas relações entre equipes na realidade atual do trabalho em saúde e como é trabalhada na formação dos profissionais de saúde a temática; Reflexão entre a educação interprofissional em saúde e as práticas colaborativas através da conceituação e esclarecimentos da educação interprofissional em saúde e colaboração nas suas práticas e seus aspectos-chave; Roda de conversa na temática Educação Interprofissional, com abordagem para o desenvolvimento da educação baseada em competências, específicas ou complementares, comuns e colaborativas. Resultado: A proposta é implementar e fortalecer a EP, sendo esta norteadora de novas práticas que orientam a reflexão sobre o processo de trabalho e a construção de atividades de aprendizagem, favorecendo o trabalho em equipe, a gestão participativa e a corresponsabilização nos processos de ensino-aprendizagem, para o alcance dos objetivos estratégicos do SUS. Forma de avaliação do processo e dos resultados alcançados Indicadores quantitativos: Produto pronto - Plano de EPS; Percentual de profissionais, por categoria, que realizaram atividade de EPS nas unidades; Percentual de equipes que realizaram atividade de EPS nas unidades; Quantidade de atividades de EPS realizadas nas unidades semestralmente.Indicadores qualitativos: Aplicação de pré e pós teste de cada treinamento; Quantidade de ações implementadas no pós treinamento; Questionário de efetividade de ações implementadas um mês após o treinamento. Recursos - Facilitadores; Infraestrutura de salas para realização das discussões; Material de escritório para realização das dinâmicas nos grupos de trabalho; Recursos áudio visuais para apresentação das propostas e dinâmicas; Coffees (se possível) para estimular ainda a interação e discussão nos momentos de intervalo; Programa de estímulo (participação/financiamento em eventos externos etc.). Considerações finais: Entendemos que o programa de EP na unidade de saúde promoverá avanços nesta área, onde esforços e parcerias institucionais entre os serviços, o ensino, e o trabalho levem a uma perspectiva dialógica e compartilhada. Assim, esperamos que após a implantação do plano de EP haja uma atuação crítica, reflexiva e transformadora dos profissionais de saúde dessas unidades, buscando junto à EP um processo compartilhado coletivamente, trazendo um serviço qualificado em que os profissionais possam, durante as propostas acima citadas, vivenciar experiências exitosas marcando suas vidas e as equipes de saúde. Pretende-se, portanto, com a EP transformar as tradicionais práticas pedagógicas, possibilitando espaços para o pensar e o fazer no trabalho levando à superação das situações que limitam a qualidade no cuidado. |
10077 | PERFIL SOROLÓGICO E COMPORTAMENTO SEXUAL DE RISCO DE CANDIDATOS À DOAÇÃO DE SANGUE Marina Maria Bernardes da Conceição, Rachel de Almeida Menezes, Larissa Said Lima Costa, Tatiana Rodrigues de Araujo Lima, Flavia Miranda Gomes de Constantino Bandeira PERFIL SOROLÓGICO E COMPORTAMENTO SEXUAL DE RISCO DE CANDIDATOS À DOAÇÃO DE SANGUEAutores: Marina Maria Bernardes da Conceição, Rachel de Almeida Menezes, Larissa Said Lima Costa, Tatiana Rodrigues de Araujo Lima, Flavia Miranda Gomes de Constantino Bandeira
Apresentação: No ano de 2017, foram notificados 119.800 casos de sífilis adquirida no Brasil, sendo a Região Sudeste a mais acometida, com 51,5% do total de casos. Considerando a epidemia de sífilis que o país enfrenta na atualidade, tem-se observado, com maior frequência, resultados positivos para sífilis na triagem sorológica de candidatos à doação de sangue. O objetivo desse estudo foi estimar a frequência de resultados positivos na triagem sorológica de hepatites B e C, HIV e sífilis entre os doadores que compareceram ao Banco de Sangue do Hospital Universitário Pedro Ernesto. Trata-se de um estudo seccional de campo, do tipo exploratório descritivo, com abordagem quantitativa e análise estatística de dados. A coleta de dados deu-se a partir de questionário autoaplicável, preenchido por doadores voluntários que compareceram ao banco de sangue e aceitaram participar da pesquisa, no período de novembro/2016 a fevereiro/2019. Dentre os 304 entrevistados, 51,6% eram mulheres e 75,7% adultos jovens, com até 39 anos. Dentre os doadores com vida sexual ativa, 81,9% referiram relações sexuais somente com pessoas do sexo oposto; 7,2% tiveram três ou mais parceiros sexuais nos últimos 12 meses; 29,9% admitiram utilizar preservativos com pouca frequência e 11,2% referiram nunca utilizá-los. Destaca-se ainda que 41,4% admitiram estarem comparecendo ao banco de sangue com interesse no resultado de sorologias; 85,9% relataram confiar plenamente em seus resultados e 68,1% referiram não saber onde poderiam realizá-los. Na triagem sorológica, foram confirmados cinco casos de sífilis (1,6%), três casos de hepatite B (1,0%), um caso de hepatite C (0,3%) e um caso de Doença de Chagas (0,3%). Tais frequências de sorologias positivas apontam a necessidade de desenvolver novas práticas de educação em saúde direcionadas ao doador e voltadas à prevenção de comportamentos e situações de risco. |
11812 | A IMPORTÂNCIA DA NOTIFICAÇÃO PARA SEGURANÇA DO PACIENTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. Rodrigo Torres, Juliane Corga, Joice Ribeiro, Danielle Silva, Anna Carolina Castro, Veronica Souza A IMPORTÂNCIA DA NOTIFICAÇÃO PARA SEGURANÇA DO PACIENTE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.Autores: Rodrigo Torres, Juliane Corga, Joice Ribeiro, Danielle Silva, Anna Carolina Castro, Veronica Souza
Apresentação: A Organização Mundial da Saúde (OMS) define segurança do paciente como a redução do risco de danos desnecessários a um mínimo aceitável, considerado componente constante e intimamente relacionado com o atendimento ao paciente. A segurança do paciente é influenciada, apesar dos avanços na área de saúde, pelas iatrogenias cometidas pelos profissionais, as quais refletem diretamente na qualidade de vida dos clientes, provocando consequências desagradáveis tanto para os pacientes como para os profissionais e para a organização hospitalar. Objetivo: Apresentar um instrumento chamado “Ficha de notificação” como prática na segurança do paciente Método: Trata-se de um relato de experiência, narrado por um enfermeiro da rede privada de um hospital de médio porta da zona norte do Rio de janeiro ao qual utiliza a ficha de notificação ao núcleo de segurança do paciente a fim de minimizar eventos adversos causadores de danos ao paciente. Discussão: A ferramenta utilizada no hospital em questão é a denominada “Ficha de notificação e ocorrência”, endereçada ao núcleo de segurança do paciente, ao qual envolve toda a equipe multiprofissional, com o intuito de notificar quando acorrerem eventos adversos, causando prejuízos ou danos ao paciente no momento da assistência. Esta ficha está disponível em vários setores do hospital, e todo componente da equipe pode manuseá-la. É de fácil entendimento, separada por categorias em múltipla escolha, com opções de marcações de acordo com evento ocorrido. Eventos como troca de medicamento, erro na administração do medicamento, remoção acidental de dispositivos e até mesmo quebra de precaução estão presentes neste instrumento. Após preencher a ficha de acordo com os dados do paciente e descrição do evento ocorrido, esta ficha é direcionada a uma caixa, ao qual é aberta mensalmente na reunião do núcleo de segurança do paciente, ao qual estarão presente os coordenadores dos setores, representando cada qual sua categoria. Considerações finais: Concluímos que, a utilização da ficha de notificação é de suma importância e funcionalidade do sistema, uma vez que, ao receber a notificação, o notificado tem a oportunidade de rever os meios para evitar danos e riscos ao paciente, conseguindo assim, gerencia-los, e evita-los sempre que possível. Ressaltamos que o intuito da notificação não é de caráter expositivo nem punitivo para o membro da equipe, uma vez que este relato pode ser anônimo, descrevendo somente a categoria profissional do componente da equipe, entretanto, é de caráter corretivo, pois envolve o que chamamos de educação permanente, que tem a capacidade de modificar processo em serviço. |
12043 | RELATO DE EXPERIÊNCIA DA ENFERMAGEM SOBRE AS IMPLEMENTAÇÕES DAS ROTINAS DIÁRIAS DE UMA ENFERMARIA CIRÚRGICA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO MÓNICA MONTUANO MATTOS, MONIK NOWOTNY JUNIOR, MARTA SOUZA FERREIRA, JULIANA VANNUCCI SILVA, RENATA SILVA SANTOS, SANDRA BEZERRA NASCIMENTO, RACHEL OLIVEIRA SILVA, DANIELA BARBOSA SIQUEIRA RELATO DE EXPERIÊNCIA DA ENFERMAGEM SOBRE AS IMPLEMENTAÇÕES DAS ROTINAS DIÁRIAS DE UMA ENFERMARIA CIRÚRGICA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIOAutores: MÓNICA MONTUANO MATTOS, MONIK NOWOTNY JUNIOR, MARTA SOUZA FERREIRA, JULIANA VANNUCCI SILVA, RENATA SILVA SANTOS, SANDRA BEZERRA NASCIMENTO, RACHEL OLIVEIRA SILVA, DANIELA BARBOSA SIQUEIRA
Apresentação: Nosso trabalho deu inicio há três anos quando após várias discussões nos encontros mensais do primeiro semestre nas reuniões de chefia de enfermagem, CREPE, CAEETS, divisão de enfermagem, e enfermarias, e após entrada de novos funcionários no corpo de trabalho do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle da UNIRIO, vimos necessidade de implantar novos formulários de qualidade e saúde, para impactar e descobrir melhorias nas propostas de atendimento ao cliente internado nas enfermarias do referido hospital. O objetivo do trabalho é encontrar e diagnosticar formas de estabelecer padrões mínimos mesmo ainda com quantitativo reduzido para se trabalhar adequadamente, mas de assistência com qualidade com diagnóstico de enfermagem e discussão com equipe multiprofissional sobre os cuidados integrais ao cliente internado, discutindo esta assistência nos indicadores relacionados como entrevista de enfermagem na admissão do paciente, com cuidadosa ausculta deste sujeito que por muitas vezes chega temeroso frente o inesperado, a cirurgia ginecológica e escrever tudo frente ao questionário da admissão; durante passagem de plantão detalhar todas atividades oferecidas ao indivíduo internado com praticidade na escrita na folha, durante aquele dia de trabalho; escala de Braden e Morse realizada a cada internação quando sujeito chega principalmente acamado e de outro serviço de saúde internado de longa data; descrição detalhada na folha de impacto para coleta de dados para indicadores de saúde como: CVC, PVP, Braden etc.; e folha de evolução de enfermagem ampliada e detalhada, favorecendo menos erros e praticidade na descrição dos detalhes realizados com o paciente. Pesquisa qualitativa e quantitativa em andamento ainda desde a implantação e implementação desde 2017, na quarta enfermaria ginecologia cirúrgica do HUGGUINLE. Espera-se que os futuros resultados encontrados melhorem na atenção aos cuidados dedicados a estes pacientes numa enfermaria cirúrgica ginecológica viabilizando a integração ensino-saúde-educação-gestão elevando qualidade do sujeito hospitalizado e promovendo seu bem estar físico mental psicológico e de saúde e autonomia da equipe de enfermagem. |
8306 | AÇÃO EDUCATIVA SOBRE PULSEIRAS DE IDENTIFICAÇÃO: UMA ESTRATÉGIA EM PROL DA SEGURANÇA DO PACIENTE Tatiana de Gouvêa Martins, Mayara Santos Medeiros da Silva Campos, Valentina Maria Dias de Souza, Luiz Henrique Da Silva Inácio, Paloma Lucena Farias da Costa, Zaíne Melo de Oliveira, Luana Pestana, Ana Lúcia Reis AÇÃO EDUCATIVA SOBRE PULSEIRAS DE IDENTIFICAÇÃO: UMA ESTRATÉGIA EM PROL DA SEGURANÇA DO PACIENTEAutores: Tatiana de Gouvêa Martins, Mayara Santos Medeiros da Silva Campos, Valentina Maria Dias de Souza, Luiz Henrique Da Silva Inácio, Paloma Lucena Farias da Costa, Zaíne Melo de Oliveira, Luana Pestana, Ana Lúcia Reis
Apresentação: A fim de reduzir possíveis eventos adversos foi criado no Brasil, o Programa Nacional de Segurança do Paciente, por meio da Portaria MS/GM nº 529, de 1° de abril de 2013, que tem como um de seus propósitos envolver os pacientes e os familiares nesse processo. Objetivo: Conscientizar acompanhantes e pacientes sobre a importância da adesão das pulseiras de segurança. Desenvolvimento: Durante a Semana da Segurança do Paciente de um hospital federal do Estado do Rio de Janeiro, em abril de 2019, Residentes de Enfermagem em conjunto com as Enfermeiras do Serviço de Educação Permanente Multidisciplinar realizaram ações educativas na pediatria e nas unidades de internação de clínica médica e cirúrgica, com os pacientes e seus acompanhantes, abordando as pulseiras de identificação e as pulseiras de alerta. A atividade se deu por meio da utilização de um cartaz explicativo com ilustrações de cada tipo de pulseira e seus respectivos significados: A) Branca: direcionada à identificação segura com nome, data de nascimento e prontuário; B) Amarela: usada para pacientes que possuam algum risco de queda segundo Escala de Morse; C) Azul: para precaução de contato e; D) Vermelha: caso possuam alguma alergia. Após exposição do tema, foi aberto o momento para perguntas, discussão e aprofundamento da temática de forma coletiva onde foi possível discorrer também sobre a necessidade de lavagem das mãos e os riscos de contaminação cruzada. Resultado: Foram abordadas 120 pessoas entre acompanhantes e pacientes, sendo 46 da unidade de internação clínica, 40 da unidade de internação cirúrgica e 34 da pediatria. Percebeu-se que o conhecimento sobre os mecanismos de segurança era limitado entre os acompanhantes e pacientes, principalmente relacionado às pulseiras de cor azul, branca e amarela. Pacientes informaram o hábito de retirada da pulseira de identificação para o banho pelo receio de danificarem com a água, evidenciando uma prática de risco à assistência de saúde. Considerações finais: A ação propiciou a compreensão dos participantes a respeito da importância da utilização das pulseiras de segurança, seus significados e a forma como contribui para a melhoria do cuidado e diminuição da ocorrência de eventos adversos. Aos enfermeiros residentes, proporcionou a oportunidade de trabalhar em coletividade e compreender o perfil da clientela quanto ao nível de instrução. A iniciativa gerou entusiasmo e elogios por parte dos participantes que demonstraram interesse pelo assunto abordado. |
8693 | RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL: EXPERIÊNCIA DO HEMOCENTRO REFERÊNCIA EM HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA Thais Figueiredo Oliveira, Andrea Rabello, Ingrid Cabral, Debora Nascimento, Sheila Mateos, Adriana Camargo RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL: EXPERIÊNCIA DO HEMOCENTRO REFERÊNCIA EM HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIAAutores: Thais Figueiredo Oliveira, Andrea Rabello, Ingrid Cabral, Debora Nascimento, Sheila Mateos, Adriana Camargo
Apresentação: A implantação de qualquer atividade educacional em uma instituição de saúde é sempre árdua, desafiadora e, finalmente, prazerosa. Tendo em vista que desde junho de 2005 foram instituídas pela Lei Federal n° 11.129 as residências em área profissional da saúde, modalidade de ensino de pós-graduação lato sensu, voltada para a educação em serviço, com a proposição de formação de profissionais que integram a área da saúde, com exceção da residência médica que já era regulamentada desde 1977 - Decreto nº 80.281 e, além da missão de um instituto de saúde primar pela Educação e Pesquisa na área, o Instituto de Hematologia e Hemoterapia referência no Estado do Rio de Janeiro decidiu implementar o processo de Residência Multiprofissional na unidade. Tais residências da área profissional da saúde apontam para um movimento importante dos Ministérios da Saúde, da Educação e do Conselho Nacional de Saúde na consolidação do ordenamento e na formação de recursos humanos na área da saúde pelo SUS. O Instituto, além de coordenar a hemorrede do Estado, também abastece com sangue inúmeras unidades de saúde do Estado do Rio de Janeiro, recebe uma média de 350 doadores de sangue voluntários por dia e possui um serviço de Hematologia, com quase 10 mil pacientes ativos, que realizam tratamentos de doenças hematológicas. Investe e fomenta com foco clínico linhas de pesquisa em hemoglobinopatias hereditárias, coagulopatias, doenças onco-hematológicas, síndromes mielodisplásicas e medicina transfusional visando a disseminação de práticas de relevância científica. Desta forma, a Instituição preocupa-se em oferecer uma formação diferenciada que qualifique profissionais para um olhar especializado que estimule a produção de novos conhecimentos de forma ampla quanto ao processo saúde-doença, o cuidado, a orientação terapêutica, a incorporação de tecnologias e incentivo ao desenvolvimento de pesquisa com atenção integral à saúde, nas respectivas áreas de atuação. A proposta, portanto, de implantação da Residência Multiprofissional em Hematologia e Hemoterapia (RMHH), nas diferentes áreas da saúde foi elaborada a partir da promulgação da Lei n° 11.129 de 2005, orientada pelos princípios e diretrizes do SUS, a partir das necessidades e realidades locais e regionais. O objetivo deste trabalho é demonstrar a importância da especialização – moldes de Residência - de profissionais das diferentes áreas da saúde em hematologia e hemoterapia, através da formação em serviço, atuantes em equipe de forma interprofissional nos diferentes níveis de atenção e gestão do SUS, além de fornecer subsídios para o desenvolvimento de pesquisas, aprimorando e qualificando a capacidade de análise, de enfrentamento e de proposição de ações que visem a concretizar os princípios e as diretrizes do SUS. Desenvolvimento A proposta da Residência visa além da formação de um profissional qualificado às exigências do SUS, à formação de um cidadão crítico com atuação profissional, social e política, um visionário que possibilite a construção coletiva de soluções aos problemas que acometem tanto os usuários, quanto os próprios trabalhadores da saúde. Considerando as necessidades de saúde das pessoas e da população onde o hemocentro está inserido, englobando aspectos relacionados aos indicadores epidemiológicos e ao perfil sócio-demográfico-cultural das comunidades necessitamos da formação de equipes de saúde, que trabalhem com programas e atividades organizadas e flexíveis, no sentido de acolher e conviver com outros campos de saber dentro de um processo de formação profissional em serviço. A busca pelo cuidado integral em hematologia e hemoterapia justifica a necessidade na formação de profissionais com competências específicas para atenderem as demandas e intervirem na rede do cuidado mobilizando estratégias, ações à saúde e à qualidade de vida, mediante articulação intersetorial, interinstitucional, com maior efetividade e eficiência. Resultado: No decorrer do processo de desenvolvimento da RMHH, constatou-se a necessidade de articular os planos de trabalho desenvolvidos pela Residência, a fim de constituir-se uma linha condutora do processo de formação comum a todas as áreas de ênfases existentes, estabelecendo e respeitando as especificidades de cada uma. Percebemos uma necessidade de modificação na formação profissional posto uma proposta frente à diversidade e à complexidade da atividade que implica no enfrentamento de desafios, como: a superação do modelo disciplinar fragmentado pela construção de um currículo interdisciplinar, no qual o eixo da formação articula processos de ensino, pesquisa, gestão e assistência em equipe multiprofissional, tendo a integralidade do cuidado como tema transversal; e a mudança da concepção de saúde como ausência de doença para a de saúde como qualidade de vida. A proposta foi qualificar essa formação profissional com a aproximação do percurso pedagógico com os processos de trabalho existentes nos campos práticos de cada núcleo profissional. Em complemento, as atividades de pesquisa fazem parte da formação na Residência Multiprofissional em Saúde, completando a qualificação do residente como um profissional envolvido com a assistência tanto quanto com a produção científica. Considerações finais: A proposta de implantação da Residência Multiprofissional transcende a prática convencional e fragmentada de uma comunicação restrita e parcial, com equipes que não se comunicam e não priorizam saberes e ações educativas de âmbitos de produção de cuidado, a qual acentua o formalismo entre as profissões que apesar de dividirem o mesmo espaço e processo de trabalho, não trocam percepções, sentimentos e ideias sobre os usuários do sistema de saúde. Acreditamos que a melhor forma de aperfeiçoar profissionais de saúde é incluí-los num programa de residência multiprofissional, por se tratar de uma experiência que propicia ao residente uma visão prática da profissão, e ao mesmo tempo dos desafios impostos ao setor de saúde, apresentando como vantagem o trabalho em equipe formada por profissionais de diferentes áreas da saúde. No trabalho em saúde, a visão multiprofissional pode ser compreendida como uma forma de se abordar determinadas situações ou problemas através da integração e da articulação de diferentes saberes que se impõe pela troca sistemática e contínua de práticas gerando uma intervenção, uma ação comum, horizontalizando saberes e relações de poder, valorizando o conhecimento e as atribuições de cada categoria profissional. Assim, verificamos que a formação dos especialistas em Hematologia e Hemoterapia em diferentes áreas da saúde, amplia o leque e as possibilidades de atendimento integral e de qualidade à população, corroborando com as diretrizes do Sistema Único de Saúde. |