370: O cuidado às doenças negligenciadas | |
Debatedor: Lavinia Boaventura Silva Martins | |
Data: 30/10/2020 Local: Sala 03 - Rodas de Conversa Horário: 13:30 - 15:30 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
8610 | UMA EXPERIÊNCIA DE APRENDIZAGEM E FORMAÇÃO NO SUS ATRAVÉS DA VIGILÂNCIA À HANSENÍASE Éric Almeida, Catharina Nunes Lopes, Jéssica Santos Alves de Lima, Ramon Souza Moreira UMA EXPERIÊNCIA DE APRENDIZAGEM E FORMAÇÃO NO SUS ATRAVÉS DA VIGILÂNCIA À HANSENÍASEAutores: Éric Almeida, Catharina Nunes Lopes, Jéssica Santos Alves de Lima, Ramon Souza Moreira
Apresentação: Trata-se de um relato das experiências desenvolvidas ao longo do componente Atualizações Eletivas, do curso de medicina da Faculdade Pitágoras de Eunápolis, Bahia, que compreenderam ações de vigilância à hanseníase. Método:O trabalho desenvolvido se iniciou mediante a análise epidemiológica da situação local de saúde, na qual, o cenário de hiperendemia para a hanseníase fora detectado. Posteriormente, fora formulada estratégia de inserção dos discentes no território e serviços de saúde, através da educação em saúde para a comunidade sobre os sinais e sintomas da doença, busca-ativa de casos suspeitos e avaliação de contatos intradomiciliares de pessoas com hanseníase. Por fim, os discentes elaboraram um levantamento junto aos profissionais dos obstáculos postos à atenção e vigilância aos casos de hanseníase. Considerações finais: A proposta possibilitou a aproximação dos discentes ao cotidiano de serviços do SUS, favorecendo a percepção das nuances do trabalho em saúde. Facilitou a apreensão de técnicas, métodos e conhecimentos da atuação do modelo da vigilância em saúde. Ademais, foi possível problematizar com os discentes a questão do estigma ainda associado ao adoecimento pela hanseníase, fomentando a reflexão da prática profissional e o comprometimento no cuidado às pessoas. Destarte, ressalta-se a necessidade de promoção de uma formação em saúde atrelada aos princípios do modelo de atenção e que seja competente para o manejo epidemiológico das demandas do território. |
8920 | AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA PARA O CESSAR DO ESTIGMA SOCIAL DA HANSENÍASE Rayane Franklin Mourão Cardoso, Clícia Marina Damasceno Santana, Willgner Quaresma Santana AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA PARA O CESSAR DO ESTIGMA SOCIAL DA HANSENÍASEAutores: Rayane Franklin Mourão Cardoso, Clícia Marina Damasceno Santana, Willgner Quaresma Santana
Apresentação: A hanseníase trata-se de uma doença milenar nomeada remotamente pelo termo “lepra”, o qual carrega consigo a marca do preconceito, discriminação e consequente exclusão social, que traz consigo a marca do preconceito, discriminação e exclusão social desde as suas primeiras manifestações. Estudos clássicos sobre a hanseníase advindos do campo da saúde pública configuram o social como um dos fatores determinantes e oferecem informações rigorosamente sistematizadas sobre determinados aspectos da realidade social circunscrevendo a ocorrência da mesma. Dessa forma, é notório que ações de educação em saúde para com a comunidade seriam imprescindíveis para o cassar desse estigma. Desenvolvimento: Foi observado que este preconceito encontrasse enraizado na sociedade, dificultando com que seja feita a inclusão deste paciente no meio social causando assim, diversas consequências para este individuo, como a própria auto exclusão social, problemas psicológicos, abandono do tratamento, entre outros. Portanto, ficou claro que há a necessidade de se trabalhar o assunto da Hanseníase com a sociedade em geral para que possa ser transmitido conhecimentos e informações concretas e verídicas, afim de, amenizar e ou sanar o estigma e melhorar assim o bem estar do portador da doença e fazer como que seja muito mais efetiva a sua inclusão social, possibilitando assim, que este paciente se sinta acolhido e possa realizar o tratamento em busca da cura de maneira muito mais eficaz. Para isto, foram desenvolvidas por acadêmicos de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará campanhas de ação em saúde como panfletagem e exposição de conteúdo sobre a Hanseníase, através de banner. Campanhas estas realizadas em uma praça pública de Belém do Pará que tiveram como objetivo disseminar o maior número possível de informações e sanar possíveis dúvidas com a finalidade de conscientizar população sobre o tema e dar ênfase na importância da inclusão social destes pacientes e de como isto ajuda no seu tratamento e recuperação. Resultado: Deste modo, os resultados obtidos no seguinte estudo, a partir desta atividade social, sugerem que o público alvo não dispunha de informações suficientes sobre a patologia e, principalmente, sua forma de transmissão e seu tratamento, reproduzindo assim ideais equivocados transcorridos na sociedade, contribuindo assim para a disseminação da discriminação. Considerações finais: Conclui-se que o estigma com a hanseníase ainda persiste na sociedade de forma enraizada cujo preconceito social acarrete à exclusão e auto exclusão desse portador do seu ciclo social e da sociedade como um todo. Onde é notório que, a falta de informações sobre a doença seja um dos principais motivos para que haja esse estigma. Portanto, ações para a sociedade em geral são de suma relevância e estratégicos para que haja um combate efetivo ao estigma social da Hanseníase. |
9669 | A TUBERCULOSE NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Maria Catarina Salvador da Motta, Rute Lafaiete dos Santos, Angela Mendes Abreu A TUBERCULOSE NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIAAutores: Maria Catarina Salvador da Motta, Rute Lafaiete dos Santos, Angela Mendes Abreu
Apresentação: O Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) tem como metas reduzir o abandono do tratamento da tuberculose (TB) em 5%, detectar 70% dos casos de TB e curar 85% dos casos notificados. Desde 2010 o Brasil mantém altas taxas na detecção dos casos com 82%. Lançado pelo Ministério da Saúde (MS) o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose que traça estratégias para acabar com a TB até 2035. É baseado em pilares como: prevenção e cuidado integrado centrados no paciente; politicas arrojadas e sistema de apoio e intensificação da pesquisa e inovação. Neste contexto também foram definidos uma lista de indicadores epidemiológicos e operacionais para o monitoramento da implantação do Plano Nacional. Apesar do avanço no processo de descentralização, melhoria no acesso ao Programa de Controle da Tuberculose (PCT) e aumento significativo na busca do sintomático respiratório (SR), utilização do tratamento supervisionado, ainda há resultados abaixo do esperado para o município, indicando fragilidades que comprometeram no desenvolvimento de ações do PCT (AMARAL, 2010). O Município do Rio de Janeiro, em dezembro de 2008, possuía uma cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF) de apenas 3,7%. No ano de 2009, o município ainda apresentava a organização do sistema público de saúde pouco embasado na Atenção Primária a Saúde (APS) com cobertura de 7%. Em 2010, houve grande crescimento da cobertura da ESF, com a criação das novas Clínicas da Família (SUBPAV, 2016). Frente a esse cenário ressalta-se a importância da avalição e monitoramento dos indicadores operacionais da TB, principalmente devido à recente expansão da ESF e descentralização das ações e serviços para o controle da TB no município do Rio de Janeiro. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar o Programa de Controle da Tuberculose através dos indicadores operacionais da Estratégia Saúde da Família. Desenvolvimento: Estudo descritivo a partir de dados secundários do PCT da Área Programática (AP) 3.3 do Município do Rio de Janeiro. A cidade é dividida em Áreas de Planejamento Sanitário. Há dez áreas de planejamento sendo elas: do Centro (1.0), da Zona Sul (2.1), do Norte (2.2, 3.1, 3.2 e 3.3) e da Zona Oeste (4.0, 5.1, 5.2 e 5.3). O estudo se concentrou na região da AP 3.3 onde possui o maior quantitativo populacional do município. O instrumento de coleta de dados foi um formulário para o levantamento de 6 (seis) indicadores operacionais, relacionados a cura, abandono, óbito, tratamento diretamente observado (TDO), teste HIV e contatos examinados. Os dados foram disponibilizados no mês de novembro de 2016 pela Coordenação da Área de Planejamento (CAP) 3.3. O projeto foi aprovado pelo Comitês de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem Anna Nery – EEAN/UFRJ – Escola São Francisco de Assis (CEPEEANHESFA), sob parecer (1.472.431/2016), aprovado em 21 de janeiro de 2016, e da Secretaria Municipal de Saúde com o protocolo: 1442624/2016, aprovado em 08 de março de 2016. Resultado: A proporção de cura não teve grandes alterações e nem houve um padrão de crescimento ou decréscimo nos anos analisados, entretanto em 2015 houve diminuição de 10% da proporção comparando-se com os dois primeiros anos. Foi o resultado mais baixo refletindo o pior ano do PCT. A proporção está distante do preconizado: em 2010 e 2011, faltaram 26,8% para se alcançar a meta. Nos anos seguintes, 2012 a 2015 a diferença foi de 27,3%, 28,8%, 25,1% e 36,9% respectivamente. No último ano, 2015, Em relação a proporção de casos de TB com encerramento óbito, em 2010 e 2011, observaram-se as mais baixas proporções 3,6% e 4% respectivamente. A partir de 2012, os valores aumentaram para 6,4% até 2015, exceto pelo ano de 2014 cuja proporção foi de 8%. A proporção de exames anti-HIV realizados em 2010, era de apenas 39,4% demonstrando distância entre o realizado e o preconizado (100% de realização do teste) e também da proporção nacional. Essa distância diminuiu consideravelmente no ano seguinte, em 2011, com 53,8% e em 2012 um aumento ainda mais significativo com 85,6%. Neste último ano, ultrapassando a proporção nacional de 70% de realização do teste HIV. O percentual dos contatos examinados aumentou demonstrando melhora na investigação dos contatos de TB da área estudada. Entretanto, os valores não chegaram ao número preconizado pelo MS que é de 100% ficando próximo da proporção nacional de 51,6% e acima do valor estadual dos últimos anos. A proporção de casos de TB que realizaram TDO também teve um grande crescimento em 2010 e 2011. A despeito do crescimento não se alcançou a meta de 100%, girando em torno de 57,5% em 2013 e caindo até 41,1% em 2015. Considerações finais: Observou-se grandes insuficiências nos indicadores operacionais do PCT, com exceção do teste de HIV, todos os outros indicadores estão aquém dos valores preconizados pelo PNCT. Se tratando da ESF, estes deveriam se mostrar mais próximos do ideal, já que a inserção no território e o vínculo deveriam contribuir para as ações e serviços prestados para a TB. Em destaque, a baixa proporção do TDO, que é uma atividade intimamente relacionada às atribuições das equipes da ESF, demonstrou pouco protagonismo da ESF local para o controle da TB. É importante que se identifiquem as fragilidades em todo o caminho percorrido desde a busca dos sintomáticos respiratórios até ao fim do tratamento da TB. Os indicadores operacionais refletem a qualidade dos serviços prestados aos pacientes com TB e servem como apoio para a tomada de decisão. Existem ainda outros possíveis indicadores que, em conjunto, elucidem mais os problemas encontrados a partir dos indicadores levantados e que complementem a melhoria das ações e serviços de saúde. Nesse contexto seria fundamental uma rotina de monitoramento e avaliação e frequentes discussões com os diversos atores que atuam nas equipes de saúde da família sobre os resultados encontrados. Os resultados refletem a complexidade da avaliação do PCT pois muitas atividades avaliadas através dos indicadores foram envolvidas permitindo uma ampla discussão em cada aspecto. Algumas recomendações podem ser citadas para o fortalecimento das ações de controle da TB nas unidades de saúde da família como: fortalecer as ações do TDO, busca de contatos e de sintomáticos respiratórios; estabelecer rotina de vigilância da TB para melhorar os indicadores de cura, abandono e óbito. |
10127 | A IMPORTÂNCIA DA INTERPROFISSIONALIDADE NO ENFRENTAMENTO A DOENÇAS NEGLIGENCIADAS. Elielson Paiva sousa, Daiane de Souza Fernandes, Fernanda Ruthyelly Santana Pereira, Leonardo de Souza Louzardo, Luana do Carmo Maciel dos Santos, Denise Karulynne de Sousa Silva, Victória Victória Menezes da Costa, Cristian da silva Ferreira A IMPORTÂNCIA DA INTERPROFISSIONALIDADE NO ENFRENTAMENTO A DOENÇAS NEGLIGENCIADAS.Autores: Elielson Paiva sousa, Daiane de Souza Fernandes, Fernanda Ruthyelly Santana Pereira, Leonardo de Souza Louzardo, Luana do Carmo Maciel dos Santos, Denise Karulynne de Sousa Silva, Victória Victória Menezes da Costa, Cristian da silva Ferreira
Apresentação: A hanseníase e uma doença que existe desde os primórdios da humanidade e que traz com ela muitos estigmas sociais, visto que por muito tempo foi uma doença incurável e com sinais e sintomas bem característicos que fazias as pessoas afastarem-se. Porém, atualmente é uma doença curável e com possibilidade de o indivíduo ser isento de sequelas caso haja o diagnóstico precoce. Portanto, pensando em intensificar as ações que abordam o tema da hanseníase o ministério da saúde deu o mês de janeiro como o mês de conscientização sobre a hanseníase o chamado “janeiro roxo”. Nesse mês e realizada a campanha Nacional de Combate e Prevenção para o tratamento precoce e enfrentamento da hanseníase, no qual todos os níveis de atenção devem realizar programações que abordem o tema da hanseníase, buscando conscientizar sobre a doença. o objetivo desse trabalho e relatar a experiencia interprofissional de acadêmicos dos cursos da saúde frente ao enfrentamento da hanseníase. Desenvolvimento: a experiencia ocorreu durante a semana de conscientização sobre a hanseníase que ocorreu entre os dias 20 a 23 de janeiro em uma unidade básica de saúde do município de Belém no Pará. Tal ação teve a colaboração entre o enfermeiro da unidade e os alunos de enfermagem, medicina, odontologia e nutrição que participam do PET- saúde interprofissionalidade. primeiramente foi realizado o plano de ação para a roda de conversa no qual cada aluno fez um levantamento bibliográfico sobre a atuação de sua profissão frente a hanseníase e uma busca sobre a histórica do bairro no qual a unidade estar inserida e sua relação com a doença em questão. Depois de conhecer a história do bairro e a atuação de cada profissão frente a hanseníase foi produzido um cartaz com a história do bairro. Nos dias da atividade a roda de conversa ocorreu no corredor da unidade onde se concentrava a maior quantidade de usuários. Primeiramente foi a abordado o contexto histórico da criação do bairro, depois foi falado sobre a doença em si, utilizando um álbum seriado no qual abordava sobre o que é a doença? como se transmite, sinais e sintomas, como é feito o diagnóstico, tratamento, consequência da doença sem tratamento, avaliação de contatos, direitos e deveres dos usuários, mitos e verdade sobre a doença e etc. logo após cada discente abordou sobre a atuação de sua profissão quanta a doença. Resultado: A roda de conversa foi bem recebida pelos usuários que prestação atenção durante todo o período e foram muito participativos no decorrer da atividade. Ao iniciar a atividade contando a história do bairro no qual uns de seus primeiros moradores foram pessoas com a doenças que moravam no “leprosário” que existia ali chamou bastante atenção das pessoas que desconheciam essa história e se interessaram pelo tema. Ao aborda sobre a doença foi perceptível que muito deles já conheciam, pois quando eram indagados sobre sinais e sintomas eles respondiam corretamente, teve relatos de pessoas que já aviam feito tratamento da doença e pessoas que conheciam alguém que já fez o tratamento. Por outro lado, ainda tinha muitas duvidas sobre a doenças e alguns mitos que foram desmitificados como: a dúvida de que a doença era transmitida pelo contato e por isso se deveria ficar longe do doente ou não saberem que a transmissão da doença e encerrada depois que iniciar o tratamento o que gerava um distanciamento depois do diagnóstico. Isso foi desmitificado para o melhor entendimento sobre a doença e também para quebrar preconceitos. Para finalizar foi relatado sobre a atuação de cada profissional referente a doença, orientando-os sobre quais profissionais procurar em caso de suspeita da doença e quais podem presta-lhe um serviço caso seja diagnosticado a doença. Ao finalizar a roda de conversa teve pessoas que vieram ate nós perguntado sobre as manchas que tinham pelo o corpo para saber se poderia ser a hanseníase. Vale ressaltar que essa atividade foi muito ressignificaste para os discentes envolvidos nela, pois muitos desconheciam sua atuação diante a doença e puderam conhecer, além de poder trabalhar em grupo com alunos de vários cursos da saúde no qual pode observar a atuação de cada um frente a doença e assim perceber a importância de cada profissional na prevenção, diagnostico e tratamento da doença. Considerações finais: Portanto, percebemos que por mais que essa e uma doença milenar ainda existe muitas duvidas e preconceitos frentes a hanseníase. Por isso, se tornar fundamental ações que busquem orientar sobre a doença para que as pessoas possam conhecer a doença e assim diminuir o estigmar histórico que essa doença tem. A realização de uma roda de conversa é uma estratégia para tonar as pessoas empoderadas sobre a doença e poder se prevenir da doença. Além disso, essas pessoas empoderadas sobre podem ser um disseminador de conhecimento e alertar outras pessoas que possuem os sinais e sintomas da doença, facilitando assim, a identificação de casos novos que estão transmitido a doença. Vale ressaltar que a atividade de identificação precoce da doença e o melhor método epidemiológico para a quebra da transmissão da doença, e ainda mais importante referente a hanseníase que é uma doença que atinge nervos e causa muitas incapacidades em casos avançados. Por isso, devesse investir em ações que levem ao diagnóstico precoce. Quanto ao discentes percebemos que essa atividade foi muito rica e encorajadora para nossa atuação profissional futura, pois nela pudemos ver um pouco das ações interprofissionais que não estão presente nas grades curriculares dos cursos envolvidos, nesta atividade pudemos compartilhar a atuação de cada um e a partir disso pensar em como abordar o tema para o usuário de forma que demonstrasse que todos são importante para uma assistência à saúde de qualidade e integral. Logo o PET saúde interprofissionalidade está nos oportunizando ter uma visão interprofissionais na qual cada profissão colabora com a outra para obter melhores resultados. Portanto, atividades como estas devem ser adicionadas nas grades curricular dos cursos da saúde, buscando aumentar o trabalho interprofissional dos indivíduos e quebrar com essa cultura uniprofissional de cada um trabalhando isolados dos outros. Para assim melhorar a qualidade dos serviços de saúde prestado para a população. |
8959 | RODA DE CONVERSA SEM PRESSA COM OS COLABORES DE SAÚDE DA UBS WALDIR VIANA EM PARINTINS-AMAZONAS Vanessa Souza da Silva e Silva RODA DE CONVERSA SEM PRESSA COM OS COLABORES DE SAÚDE DA UBS WALDIR VIANA EM PARINTINS-AMAZONASAutores: Vanessa Souza da Silva e Silva
Apresentação: A Roda de conversa é uma ferramenta que possibilita a construção de diálogo horizontal e compartilhado, a realização da roda de conversa com a equipe entre eles, médicos, enfermeiros, odontólogos, direção, administrativos, técnicos de enfermagem, vacinadores, assistente social e vigias, foi bastante enriquecedora e principalmente positiva. Desenvolvimento: Fizemos uso de uma “lâmpada” como objeto para iniciar as perguntas, visando que a representação da lâmpada seria para clarear as ideias e iluminar para novas abordagens e principalmente aprimorar o melhor a oferecer para nossos usuários. A interação foi descontraída e cheia de dúvidas que muitos desconheciam sobre a rotina de trabalho do outro colega, ou procedimentos dentro da própria Ubs, como a rotina de determinados tratamentos cito raiva humana, leishmaniose, turbeculose e principalmente as notificações devidas. Também de forma bastante positiva todos interagiram para aprimorar o acolhimento na Ubs, médicos orientando quanto a classificação de risco, orientações aos usuários em sala de espera, e principalmente com a participação de todos conseguimos organizar o processo de trabalho a ser desenvolvido mais eficaz. Muito satisfatório foi poder acompanhar o desenvolvimento de novas ideias surgindo de diversos profissionais, que muitas vezes tinham atitudes limitadas e com receios de fazer mais por ser achar incapaz de desenvolver mais habilidades. A lâmpada é um objeto que serve para iluminar, e com toda certeza iluminou muito o que temos de melhor a oferecer e contribuir para o desenvolvimento de um acolhimento humanizado, atendimentos médicos de qualidade, e demais ofertas do que o Sus tem de melhor, e muitas vezes não sabemos como proporcionar utilizando ferramentas simples como uma escuta qualificada. O que posso afirmar enquanto gestora da Ubs é que nossa equipe composta por 50 pessoas, se fortaleceu muito com a prática da roda de conversa sem pressa, porque o que interessa é ouvir cada um, debater para colher os melhores sentimentos, acolher o mais tímido, orientar os que buscam sempre se esquivar de novas mudanças, e juntos aprimorarmos o melhor processo de trabalho a desenvolver na Unidade Básica de Saúde Waldir Viana. |
7367 | A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA PESSOAS COM TUBERCULOSE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Ricardo Luiz Saldanha da Silva, Ana Flávia Teles Lobato, Vitória Cristiane Leandro da Silva, Joici Carvalho Barata, Pamela Farias Santos, Thanaira Aicha Fernandes Maciel, Kawê Guilhermy Andrade Cardoso, Camilla Cristina Lisboa do Nascimento A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA PESSOAS COM TUBERCULOSE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Ricardo Luiz Saldanha da Silva, Ana Flávia Teles Lobato, Vitória Cristiane Leandro da Silva, Joici Carvalho Barata, Pamela Farias Santos, Thanaira Aicha Fernandes Maciel, Kawê Guilhermy Andrade Cardoso, Camilla Cristina Lisboa do Nascimento
Apresentação: A Atenção Primária à Saúde (APS), apresenta-se como um mecanismo de mudanças de práticas de atenção à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), não utilizando o modelo assistencial centrado na clínica e na cura, mas sim na integralidade do cuidado, na intervenção frente aos fatores de risco, na prevenção de doenças e na promoção e proteção da saúde, além de priorizar a qualidade de vida dos usuários. É nessa perspectiva, que se nota a importância da utilização da educação em saúde para pessoas com tuberculose (TB), tendo em vista que a TB é um grave problema de saúde pública mundial e milhares de pessoas, ainda, adoecem e morrem devido à doença e suas complicações, principalmente pelo fato de que o número de pessoas que não concluem e/ou abandonam o tratamento, ainda, é grande. Nesse contexto, o uso da educação em saúde, é uma estratégia para que os usuários visualizem a importância de concluir o tratamento. Desse modo, o objetivo desse trabalho é relatar a vivência de acadêmicos de enfermagem na realização de educação em saúde para usuários com TB. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência com abordagem qualitativa acerca da realização de educação em saúde em um Centro de Saúde Escola (CSE) de Belém - PA. A ação contou a participação de 3 acadêmicos e 12 usuários com TB. A ação foi dividida em conversas individuais com os usuários, onde foi abordada questões referentes a TB, a importância do SUS, principalmente no diagnóstico e tratamento de TB, além de apresentar o tratamento multiprofissional oferecido para esses usuários e, por fim, foi entregue um folder para os participantes da ação. Resultado: Por meio da ação realizada os acadêmicos puderam perceber que os usuários desconheciam o acompanhamento de profissionais de outras áreas além da enfermagem. Dessa forma, foi elucidado sobre a importância do tratamento multiprofissional e os profissionais presentes dentro do CSE que poderiam assisti-los. Além disso, verificou-se que alguns usuários iriam iniciar o tratamento naquele momento, e com a realização da ação foi possível sanar dúvidas referentes ao tratamento e as formas de transmissão da TB. Ademais, notou-se que um dos usuários apresentou problemas psicológicos após ser diagnóstico com TB, mas não procurou ajuda profissional, e ação possibilitou que os acadêmicos orientassem esse usuário a procurar apoio com a psicóloga da unidade. Considerações finais: O trabalho desenvolvido possibilitou uma aproximação da comunidade acadêmica com a população, ampliando a visão dos usuários sobre a TB e a importância de continuidade do tratamento. Outrossim, percebe-se que ações de educação em saúde são de extrema importância para a transformação da realidade em que ela é aplicada. Além disso, possibilita a disseminação de informações, principalmente no ambiente social em que os participantes da ação estão inseridos e para a construção do conhecimento tanto para os acadêmicos como para os usuários. |
10832 | DESAFIOS PARA CONTROLE DA TUBERCULOSE: RELATO DE EXPERIÊNCIA DANIEL LUCAS COSTA MONTEIRO, ADRIELLY CRISTINY FONSECA MENDONÇA, EMILY MANUELLI MEDONÇA SENA, LUCIANA EMANUELLE DE AVIZ, jESSICA DE SOUZA PEREIRA, AMANDA LORENA GOMES BENTES, DILENA MARIA COSTA MONTEIRO, ANA GRACINDA IGNÁCIO DA SILVA DESAFIOS PARA CONTROLE DA TUBERCULOSE: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: DANIEL LUCAS COSTA MONTEIRO, ADRIELLY CRISTINY FONSECA MENDONÇA, EMILY MANUELLI MEDONÇA SENA, LUCIANA EMANUELLE DE AVIZ, jESSICA DE SOUZA PEREIRA, AMANDA LORENA GOMES BENTES, DILENA MARIA COSTA MONTEIRO, ANA GRACINDA IGNÁCIO DA SILVA
Apresentação: A Tuberculose (TB) é uma doença infecto-contagiosa grave, mas curável, causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch. Sua transmissão acontece por via aérea e, a infecção decorre a partir da eliminação de aerossóis contendo o agente etiológico eliminados pela tosse, fala ou espirro do enfermo com TB. Além disso, a transmissibilidade continua enquanto o enfermo permanecer expelindo bacilos e não tiver começado a terapêutica. Os enfermos bacilíferos, isto é, aqueles cuja baciloscopia de escarro é positiva, são quem sustentam a cadeia de transmissão. Estima-se que um bacilífero pode infectar de 10 a 15 indivíduos da sua coletividade em um intervalo de um ano. Dessa maneira, considera-se a TB como uma doença suscetível a tratamento e a cura, na qual encontram-se medidas terapêuticas e recursos preventivos eficazes. Com isso, objetivo da terapêutica é abolir todos os bacilos tuberculosos, incapacitando as causas de infecção, já a prevenção evita a contaminação a partir de medidas de cuidados pessoais, como a higienização das mãos e o uso de máscaras. Assim, para garantir a cura do paciente é necessário a realização do método terapêutico de maneira eficaz e, para isto, é primordial a agregação dos medicamentos em doses certas, o uso por período suficiente, com monitoramento da administração medicamentosa, além de, ser feita em ambulatório com acompanhamento no serviço de saúde, no domicilio ou no trabalho do paciente. Com a utilização do esquema terapêutico proposto há uma diminuição na transmissão, gradualmente, a níveis irrelevantes ao fim de poucos dias ou semanas. Porém, uma das principais preocupações com respeito à tuberculose é a redução dos índices de abandono de tratamento. De forma que, isso conduz há não ruptura da cadeia de transmissão, pois os indivíduos acometidos com a enfermidade que não aderem ao tratamento permanecem doentes e continuam como fonte de contaminação. Além do mais, o abandono leva à resistência dos medicamentos e à reincidência da enfermidade, as quais estabelece atribulações ao processo de cura, prolongamento do tempo e o custo da terapêutica. Satisfatoriamente, frente à atual conjuntura, atividades têm sido recomendadas com o intuito de reverter tal contexto, como a fortificação da estratégia de Tratamento Supervisionado (TS), a qualificação de profissionais dos mais variados níveis de atenção à saúde que assistem aos indivíduos acometidos pela enfermidade e a averiguação diagnóstica de sintomáticos respiratórios, isto é, das pessoas que apresentam tosse há mais de três semanas. Estas iniciativas representam estratégias eficazes para a localização precoce do indivíduo com TB. Diante disto, diagnosticar e tratar corretamente os casos de TB são as principais providências para o controle da enfermidade. Dessa forma, o estudo teve como objetivo descrever um relato de experiência sobre uma ação educativa realizada para compartilhar conhecimentos que auxiliem ao controle da TB a partir de medidas profiláticas e da conscientização populacional. Desenvolvimento: Realizou-se uma pesquisa descritiva, do tipo relato de experiência, desenvolvidas por acadêmicos de medicina e enfermagem de uma Instituição de Ensino Privada. A ação educativa ocorreu em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Belém (PA), no dia 20 de setembro de 2019. O público-alvo foram adultos presentes na unidade a espera de consulta médica e/ou de enfermagem, onde estes usuários se encontravam em número de 34 pessoas, sendo 23 mulheres e 11 homens, na faixa etária de 21 a 55 anos. Dessa maneira, o desenvolvimento da ação educativa se articulou em dois momentos. No primeiro momento, houve uma dinâmica que se utilizou de tecnologias leves de aprendizado como um meio didático de fácil assimilação denominado de gincana de perguntas, em que o grupo foi dividido em duas equipes. Cada equipe escolhia um representante para cada pergunta formulada pelos discentes da área da saúde, o representante que respondesse corretamente e mais rapidamente ganhava a pontuação. As pontuações foram distribuídas de acordo com o grau de dificuldade do assunto, variando de 10 a 50 pontos em 3 níveis de dificuldades, com um total de 20 perguntas, sendo 10 perguntas fáceis, 8 intermediárias e 2 difíceis. Os temas abordavam aspectos clínicos, epidemiológicos e de transmissibilidade da doença e o grupo que obtivesse maior pontuação ganharia a competição. No segundo momento, houve uma breve palestra realizada pelos discentes da atividade com a temática de profilaxia, tratamento e controle dos casos de tuberculose. Resultado: Mediante tais aspectos, o grupo campeão obteve um total de 300 pontos - 50 pontos de questões fáceis (5 questões certas), 150 pontos para intermediárias (5 questões certas) e 100 pontos de difíceis (2 questões certas) - no entanto, o ganho de conhecimento não distinguiu vencedores, já que as perguntas fomentaram debates e questionamentos entre os grupos a todo momento e eram solucionadas a cada resposta mediante a explicação dos aspectos que a englobam. Ademais, a palestra que sucedeu permitiu a consolidação das informações já abordadas e a aquisição de novos conhecimentos sobre a temática para os participantes. Além de que, foi perceptível a atenção constante dos indivíduos durante a realização da palestra, havendo interações com perguntas e relatos de vivências sobre o controle da tuberculose. Após a realização da ação educativa notou-se a carência de conhecimento por parte dos participantes, pois, eles desconheciam sobre medidas preventivas simples para o controle da doença, tais como, propiciar um ambiente ventilado e com luz natural e, indivíduos com tosse há mais de três semanas procurar os serviços de saúde para consulta, sendo considerados sintomáticos respiratórios. Considerações finais: Dessa maneira, conclui-se que é fundamental e indispensável alertar mais a população sobre os cuidados que ela precisa assumir em relação a enfermidade, para que haja a ampliação dos conhecimentos por meio da informação. Com isso, por meio das ações educativas se constrói um eficaz instrumento que contribui na promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos. Além disso, desenvolver atividades de educação em saúde voltadas para os usuários dos serviços de saúde é de extrema importância, visto que essa prática fornece informações concretas sobre a doença e auxilia em melhores hábitos de saúde e em práticas preventivas. Portanto, a ação educativa permitiu desenvolver um processo de reflexão sobre a realidade observada, percebendo a necessidade de conduzir a população a um novo saber sobre a TB e desmistificação de ideias errôneas. Pensar em modos de orientação com ações que sejam fixas e constantes, seja a melhor forma para que o conhecimento se perpetue, contribuindo para prevenção e controle da tuberculose. |
10338 | AÇÃO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE O JANEIRO ROXO COMO FERRAMENTA DE DESMITIFICAÇÃO DA HANSENÍASE Marley Valéria de Andrade Barata, Aline Carolina Castro Mota, Thalia Karoline Santos Gomes, Camila de Cássia da Silva de França AÇÃO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE O JANEIRO ROXO COMO FERRAMENTA DE DESMITIFICAÇÃO DA HANSENÍASEAutores: Marley Valéria de Andrade Barata, Aline Carolina Castro Mota, Thalia Karoline Santos Gomes, Camila de Cássia da Silva de França
Apresentação: A hanseníase, segundo o Ministério da Saúde (2019), é uma doença crônica, transmissível por meio do agente etiológico Mycobacterium leprae, de notificação compulsória e investigação obrigatória em todo território nacional. Possui alta capacidade de infectar grande número de indivíduos ― de ambos os sexos e de qualquer idade ― e um alto poder incapacitante, principal responsável pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas por essa condição de saúde, no entanto, é necessário um longo período de exposição à bactéria, a qual possui um período médio de incubação de 02 a 07 anos, para que esta condição se manifeste, sendo que apenas uma pequena parcela da população infectada realmente adoece. O Brasil tem casos expressivos de hanseníase segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a qual publicou, em agosto de 2018, o Boletim Epidemiológico Mundial que indicou que o Brasil é o segundo país, a nível mundial, com mais casos notificados, ficando atrás, apenas, da Índia que possui uma população cinco vezes maior. Tendo em vista o grande número de notificações, o Ministério da Saúde, desde 2016, oficializou o mês de janeiro como o período de conscientização sobre a hanseníase, sendo o roxo a cor que simboliza a campanha. Essa iniciativa tem o objetivo de chamar a atenção para o tema, tirando dúvidas sobre sintomas, prevenção e tratamento, além de desmistificar determinados estigmas que a acompanham há anos, como sua forma de contágio e expectativa de cura. Dessa forma, são necessárias ações de educação em saúde que visem dialogar sobre o mês temático, bem como discutir com a população sobre uma das doenças mais antigas da humanidade (os primeiros registros sobre datam de 600 a. C.), a fim de quebrar o tabu que a envolve e desmistificar estigmas e preconceitos sobre quem manifesta seus sinais. Objetivo: dialogar com a população em geral sobre a hanseníase e a importância do mês temático. Desenvolvimento: a ação educativa foi idealizada e executada em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada no município de Belém (PA) por uma equipe multidisciplinar, formada pela preceptora do grupo e enfermeira da UBS em questão e três acadêmicas da Universidade Federal do Pará dos cursos de enfermagem, medicina e serviço social. Como tema norteador, teve “Janeiro Roxo: vamos conversar sobre a Hanseníase?” e seu público-alvo era a população em geral. Foi realizada no período de janeiro de 2020 em uma sala de espera da Unidade, tendo duração média de 30min. Participaram, no total, 16 pessoas, sendo estas usuários e funcionários da UBS. Iniciou com uma apresentação do tema e explanação sobre o que representava este mês temático, destacando a importância de se discutir sobre este assunto, seguida de indagações e discussões, por meio da troca de conhecimentos, a respeito do que é esta condição de saúde, quais são as principais formas de contágio, quais os principais sinais e sintomas, se há tratamento e formas de prevenção. No decorrer da atividade, os usuários indagaram sobre mitos existentes na sociedade, como o contágio por manusear objetos manuseados anteriormente por pessoas diagnosticadas com a doença ou por estar no mesmo local que esta, formas de tratamento, distribuição dos medicamentos e possibilidade de cura; fizeram resgate histórico dos antigos leprosários existentes na cidade e região metropolitana e compartilharam experiências de vida pessoais a respeito desta condição de saúde, como conhecidos que já foram diagnosticados com a doença ou relatos que, por ventura, ouviram, contribuindo de forma ativa para o desenrolar da ação. Após o debate, como método avaliativo, iniciou-se um jogo de “mitos e verdades” com 07 afirmativas acerca de pontos discutidos e reforçados anteriormente e foram distribuídas placas para que os participantes indicassem se as afirmativas eram verdadeiras ou falsas. Ao final, como brinde pela participação, foram distribuídos espetinhos de frutas (manga, uva e maçã) para os participantes. Resultado: Observou-se que todos os usuários e funcionários presentes se mostraram bastante atentos e participativos à proposta levada, não havendo desistência de participação no decorrer da atividade e colaboração, a respeito do tema, de diferentes clientes. Notou-se, também, que entre os participantes, nenhum conhecia o mês de janeiro como temático da hanseníase, porém, todos dispunham, superficialmente, informações sobre esta condição de saúde e conseguiram desenvolver sobre alguns sinais e sintomas. No entanto, foi perceptível que poucos, conforme o esperado, sabiam sobre sua principal forma de contágio, tratamento e prevenção, o que permitiu que indagassem a respeito de suas dúvidas e desmistificassem questões sobre, por exemplo, a convivência com indivíduos diagnosticados com a doença. Por meio do método avaliativo aplicado ao final da atividade, percebeu-se que o objetivo em questão foi alcançado, visto grande percentual de acerto em 06 das 07 afirmativas ― quase 100% em todas ―, sendo reforçado o que foi dito durante a discussão e parabenizado o desempenho dos participantes. Percebeu-se, também, que a utilização destes métodos interativos e a distribuição de brindes no final foram fatores que contribuíram para chamar a atenção do público presente e o tornar mais ativo, de forma a colaborarem com a atividade do início ao fim. Ademais, após a realização da ação e esclarecimento individual de dúvidas ao final, três usuários foram encaminhados a consulta com a dermatologista da Unidade, pois foram identificadas manchas características da doença, as quais seriam passíveis de investigação profissional. Considerações finais: é essencial a realização de ações de educação em saúde, conduzidas pelas equipes multidisciplinares dos níveis de atenção em saúde, a fim de promover debates e desmistificar as questões relacionadas a hanseníase, utilizando como ferramenta o mês temático janeiro roxo, visto que, apesar de milenar e bastante debatida na área científica, esta condição de saúde que acomete milhares de brasileiros por ano ainda é bastante desconhecida pela população em geral, deixando-a passível de mitos, estigmas e preconceitos a respeito, sendo um tabu para quem por ela é acometido e dificultando à adesão ao tratamento. São necessárias, também, ações de educação permanente e continuada com os profissionais de atuação em saúde, visando o diálogo desmistificador a respeito, a identificação rápida dos primeiros sinais e sintomas, o suporte necessário durante o tratamento e a inclusão efetiva de pessoas diagnosticadas com essa condição de saúde na sociedade. |
8174 | REFLETIR E CONSCIENTIZAR: AÇÃO DE PROMOÇÃO À SAÚDE SOBRE TUBERCULOSE PULMONAR EM UM ABRIGO DE IDOSOS NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO Roberta Pires Corrêa, Priscila Leite Loiola Ribeiro, Lucianne Fragel Madeira, Paula Alvarez Abreu, Helena Carla Castro REFLETIR E CONSCIENTIZAR: AÇÃO DE PROMOÇÃO À SAÚDE SOBRE TUBERCULOSE PULMONAR EM UM ABRIGO DE IDOSOS NA CIDADE DO RIO DE JANEIROAutores: Roberta Pires Corrêa, Priscila Leite Loiola Ribeiro, Lucianne Fragel Madeira, Paula Alvarez Abreu, Helena Carla Castro
Apresentação: A tuberculose é uma doença endêmica infecto-contagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, transmitida por bacilos eliminados na respiração. Apesar do tratamento oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde no Brasil com possibilidade de cura, ainda são registrados altos índices de óbitos. No município do Rio de Janeiro, a taxa de incidência foi 77,6 casos/100 mil, a 6ª maior taxa desse Estado. Em locais como Manguinhos e Rocinha apresentam maior índices de casos notificados dessa doença. Embora a tuberculose possa atingir qualquer parte do corpo humano, como ossos e sistema nervoso, a tuberculose pulmonar é a mais frequente e por isso abordamos na ação de promoção à saúde. Ademais, pessoas em situações de risco (diabéticos, idosos, indivíduos com HIV/AIDS, indivíduos em situações de rua, nos presídios, alcoólatras e fumantes) são grupos vulneráveis a doença. O objetivo foi divulgar ações de promoção à saúde em um abrigo de idosos na cidade do Rio de Janeiro, em Manguinhos. Tratou-se de um relato de experiência resultante de um trabalho de extensão realizado pelos alunos do curso “Saúde comunitária: uma construção de todos” e orientado por uma monitora, aluna de doutorado. O curso “Saúde comunitária: uma construção de todos”, foi produzido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/ Fiocruz) em parceria com a Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) tendo como alunos os moradores de comunidades do entorno que desejavam melhorar e expandir os conhecimentos em saúde com utilidade prática em suas vidas. A participação no curso ocorreu por meio de uma seleção, tendo como critérios idade superior a 16 anos e ter concluído o 6º ano do Ensino Fundamental. As aulas aconteceram no campus da Fiocruz, de segunda a sexta-feira, das 17h30 às 19h30 abordando temas de cuidado e saúde com abordagens teóricas e práticas pertinentes as demandas das comunidades locais. Participaram 20 pessoas: 12 técnicos em enfermagem, 7 funcionários entre cozinheiras, porteiro, cuidadores de idosos e a monitora do grupo. Resultado: A ação iniciou com um café acolhedor para os participantes, técnicos e funcionários do abrigo. Foram confeccionadas e apresentados pelos alunos do curso em uma roda de conversa, maquetes que apresentavam lugares mais propensos para o contágio da doença infecto-parasitária, possibilitando um debate sobre contágio e prevenção, construindo coletivamente. Funcionários e técnicos do abrigo relataram que seus familiares e adultos e idosos do abrigo já tiveram tuberculose pulmonar e houve isolamento familiar pelo estigma e preconceito que a doença traz consigo. A ação de promoção a saúde foi muito importante para todos os envolvidos. Para aqueles que realizaram a ação, moradores de Manguinhos, lugar com alto índice de casos de tuberculose. Para a aluna do curso de doutorado que partilhou saberes com a comunidade local agregando conhecimento. Aos técnicos e funcionários do abrigo de adultos e idosos que possam ter mais informações para cuidarem de si e dos seus amigos e familiares, bem como das pessoas abrigadas, com os quais trabalham diariamente. Espera-se que todos os envolvidos na ação sejam multiplicadores por quaisquer lugares que perpassem. |
8574 | VIGILÂNCIA À TUBERCULOSE E FORMAÇÃO MÉDICA: A EXPERIÊNCIA DE APRENDIZAGEM NO SUS Éric Almeida, Catharina Nunes Lopes, Jéssica Santos Alves de Lima, Ramon Souza Moreira VIGILÂNCIA À TUBERCULOSE E FORMAÇÃO MÉDICA: A EXPERIÊNCIA DE APRENDIZAGEM NO SUSAutores: Éric Almeida, Catharina Nunes Lopes, Jéssica Santos Alves de Lima, Ramon Souza Moreira
Apresentação: Trata-se de um relato das experiências desenvolvidas ao longo do componente Atualizações Eletivas, do curso de medicina da Faculdade Pitágoras de Eunápolis, Bahia, que compreenderam ações de vigilância à tuberculose. Método: As experiências relatadas são foram propostas mediante a análise epidemiológica da situação de saúde local, a qual apontava para um cenário endêmico para a tuberculose. Face a esse diagnóstico, fora elaborada uma estratégia pedagógica que possibilitou a inserção dos discentes no contexto da comunidade e cotidiano dos serviços de saúde da rede local do SUS. Previamente a essa imersão, fora promovida a capacitação teórico-prática dos discentes para o desenvolvimento de ações de vigilância à tuberculose. Os discentes foram distribuídos em três grupos, alocados em respectivamente, três unidades de saúde, que foram escolhidas a partir da incidência dos casos de tuberculose. A estratégia desenvolvida pelos discente incluiu ações de educação em saúde para a população quanto os fatores de riscos, sinais e sintomas da tuberculose, atividade de busca-ativa de sintomáticos respiratórios na comunidade e serviço, além do levantamento de dificuldades junto aos profissionais dos serviços para cuidado e vigilância à tuberculose. Considerações finais: A experiência proporcionou uma qualificação na formação dos discentes, aproximando-os do contexto e desafios reais do cotidiano do trabalho em saúde no SUS. Além de ter possibilitado a apreensão de tecnologias de trabalho da vigilância como a análise da situação de saúde, a educação em saúde e a busca-ativa, fundamentais para a prática profissional. |
8633 | PRÁTICAS ACADÊMICAS E ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM TUBERCULOSE PULMONAR E ESQUIZOFRENIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. Nathália Oliveira de Souza, Pedro Vitor Rocha Vila Nova, Julielen Larissa Alexandrino, Valéria Gabriele Caldas Nascimento, Wanderson Santiago de Azevedo Junior PRÁTICAS ACADÊMICAS E ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM TUBERCULOSE PULMONAR E ESQUIZOFRENIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.Autores: Nathália Oliveira de Souza, Pedro Vitor Rocha Vila Nova, Julielen Larissa Alexandrino, Valéria Gabriele Caldas Nascimento, Wanderson Santiago de Azevedo Junior
Apresentação: A tuberculose (TB) é apontada como um indicador de iniquidade social que associa as condições socioeconômicas e condições insalubres de vivência como fator de reprodução. É uma doença infectocontagiosa de transmissão aérea causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Kock (BK) que mesmo podendo afetar outros órgãos, normalmente acomete os pulmões. Segundo Brasil,2017 a transmissão ocorre por inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas de doentes com tuberculose pulmonar ou laríngea, expelidos pela tosse, espirro ou fala. Baseados em evidencias arqueológicas e histórica tem-se que os primeiros casos de TB ocorreram em múmias egípcias há mais de 5000 anos a. C, com um olhar na América do Sul dados apontam presença de TB pulmonar em múmia peruana de 1.100 anos a. C e no Brasil com a colonização, indica-se que o Padre Manoel da Nóbrega tenha sido o primeiro portador da doença. O descobridor dessa doença foi o alemão Robert Kock, um dos fundadores da microbiologia. Bacilo leva seu sobrenome para homenageá-lo. No mundo existe cerca de 9,27 milhões de novos casos, a maioria estaria na Ásia (55%) e na África (31%) a Europa manteve a taxa estável e a América segue com (3%) apesar do número de casos a taxa de incidência global vem diminuindo lentamente (menos de 1% ao ano) com uma taxa estimada de 139 casos para 100 mil habitantes. No Brasil concentram 80% da carga mundial de TB. Esquizofrenia, termo usado para definir a fragmentação ou dissolução dos processos psíquicos própria de uma forma de psicose, o nome demência precoce também se usava para indicar o surgimento de sintomas de deterioração mental em jovens recém entrados na vida adulta. Tal conceito foi elaborado por Eugen Bleuler que marcou a ruptura de sua concepção com a até aceita de Émil Kraepelin. Sob visão mundial tem uma carga de de 1,1 dos AVAIs (anos de vida ajustados para incapacidade) e 2,8% dos AVIs (anos de vida com incapacidade), no Brasil foram encontradas prevalências de 0,3%- 2,4% da população segundo a PORTARIA SAS/MS nº364 de 9 de abril de 2013. Objetivo: Relatar, sobretudo, a experiência vivenciada por acadêmicos de enfermagem, da Universidade Federal do Pará, a partir da utilização da SAE a um paciente com TUBERCULOSE PULMONAR E EQUIZOFRENIA, referindo, a interrelação da sistematização da assistência com a humanização do cuidado no que diz respeito a esta patologia. Descrição da Experiência: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, com apoio do projeto de ensino intitulado: “Monitoria: uma possibilidade de transformação no ensino-aprendizagem de Enfermagem em Doenças Transmissíveis” O local do estudo foi um hospital universitário, referência em doenças infectocontagiosas e parasitárias em Belém do Pará, realizada no mês de maio de 2019. Para desenvolver o relato de experiência, aplicou-se o processo de enfermagem. Os dados coletados foram analisados e posteriormente foram identificados os diagnósticos de enfermagem, implementadas as intervenções de enfermagem necessárias e verificado os resultados esperados, utilizando a taxonomia da NANDA, NIC e NOC. O paciente foi selecionado de forma aleatória para o estudo. Ao primeiro contato com o paciente, foram coletadas as informações sobre o seu estado atual, este apresentava-se consciente, orientado em tempo e espaço, colaborativo, deambulante, sem acompanhante e eupnieca respirando em ar ambiente, discurso por vezes sem ligação com o assunto tratado e divergente com os dados colhidos durante a admissão, relata cansaço respiratório e histórico de auscultas com sons estertores, incômodo nos membros inferiores e cansaço. Posteriormente consultamos o prontuário, para identificar o histórico do paciente, condições de chegada, motivo da internação, tratamento realizado e evolução do quadro clinico. O paciente aceitou participar espontaneamente do estudo e assinou o termo de consentimento livre e esclarecido. Resultado: Após análise dos problemas identificados, o paciente teve os seguintes diagnósticos de enfermagem: Disposição para comunicação melhorada, caracterizado por troca de informações e ideias com outros que pode ser melhorado, evidenciado por desejo de melhora; Confusão Crônica, caracterizado por alterações na memória de curto prazo relacionado a demência (esquizofrenia); Ventilação espontânea ineficaz caracterizado por dificuldade de manter um diálogo sem cansaço evidenciado por falta de ar e Força Motora ineficaz caracterizado por diminuição da força empregada nos membros evidenciada por continuo incômodo. Em seguida, foram implementadas as respectivas intervenções de enfermagem: Escutar ativamente e Proteção dos direitos do paciente encaminhado; Controle de medicamentos e Monitoração respiratória; Terapia de com Exercício: Controle Muscular e Mobilidade Articular. Após a execução da SAE, espera-se atingir os seguintes Resultado: Melhora da comunicação e interação social, estabilizar o quadro psíquico da paciente e encaminha-la para acompanhamento psicológico estabilizar a ventilação e curar a doença que a paciente é portadora e fortalecer a musculatura na qual ela refere cansaço para a sua melhora da mobilidade. Considerações finais: Diante todo o processo que foi vivenciado podemos ter um olhar mais minucioso sobre os pacientes com evoluções em doenças que comumente são banalizados pela comunidade e observar as alterações e agravos que a eles acometem, a organização do profissional enfermeiro é fundamental para a melhora do paciente já que o contato é frequente e por isso capaz de perceber qualquer alteração futura, influenciando assim, as avaliações e resultados positivos mediante o acompanhamento da equipe. Nessa atividade tivemos a oportunidade de ser um ator mais ativo no acompanhamento e desenvolvimento do tratamento que o sistema único de saúde (SUS) oferta a população infectada, ter a responsabilidade de fazer a profissão enfermeiro e contribuir, mesmo que uma forma rápida para o ganho do paciente. De modo conjunto com a equipe hospitalar que acolheu o grupo de uma forma humana e calorosa e com o grupo de pratica desenvolver os dias no hospital de maneira companheira e solidaria uns com outros em prol do conhecimento com suporte que a instituição corroborou para seu êxito. O uso da SAE efetivamente implantou uma sequência de raciocínio logico e ponderado sobre o que fazer e como fazer para agir de forma profissional consciente e de maneira produtiva para o paciente colaborando para sua melhora, isso fomenta a ideia que o SUS tem condições de proporcionar tratamento de qualidade para a comunidade. |
10271 | ESTIGMA, MEDO E PERIGO - UMA PERCEPÇÃO SOBRE TUBERCULOSE: RELATO DE EXPERIÊNCIA ADRIELLY CRISTINY FONSECA MENDONÇA, DANIEL LUCAS COSTA MONTEIRO, LUCIANA EMANUELLE DE AVIZ, JESSICA DE SOUZA PEREIRA, DANDARA DE FÁTIMA RIBEIRO BENDELAQUE, DORIVALDO PANTOJA BORGES JUNIOR, MARIA RUTE DE SOUZA ARAÚJO, ANA GRACINDA IGNÁCIO DA SILVA ESTIGMA, MEDO E PERIGO - UMA PERCEPÇÃO SOBRE TUBERCULOSE: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: ADRIELLY CRISTINY FONSECA MENDONÇA, DANIEL LUCAS COSTA MONTEIRO, LUCIANA EMANUELLE DE AVIZ, JESSICA DE SOUZA PEREIRA, DANDARA DE FÁTIMA RIBEIRO BENDELAQUE, DORIVALDO PANTOJA BORGES JUNIOR, MARIA RUTE DE SOUZA ARAÚJO, ANA GRACINDA IGNÁCIO DA SILVA
Apresentação: A Tuberculose (TB) trata-se de uma das doenças infecciosas mais antigas e que, apesar de prevenível e curável continua sendo um dos grandes problemas de saúde pública, em especial nos países em desenvolvimento. No Brasil, a enfermidade é um sério problema, com profundas raízes sociais. Ainda nos dias de hoje é uma doença envolta de tabus, preconceito, medo, crenças de essência simbólica e acompanhada por um intenso estigma, demonstrado desde tempos remotos e entre as mais distintas nações. Apesar dos progressos científicos que tornaram disponíveis recursos terapêuticos eficazes, até esse momento as crenças populares sobre a TB parecem perdurar em muitos dos conceitos e imagens que conceberam há ela uma das enfermidades mais temidas, em todos os tempos. O estigma da enfermidade leva os pacientes que adquirem TB a sofrerem tanto pelas manifestações clínicas, quanto pela possibilidade de experimentar preconceitos, sendo desprezadas em suas relações sociais. Sob esse aspecto, o principal efeito do estigma associado a TB, nos países em desenvolvimento, é o isolamento social do doente na coletividade. Agindo assim, a comunidade distancia-se das ações e razões dos doentes, julgando-os e rotulando-os, em vez de conhecê-las e entendê-las. Entretanto, a TB é uma doença curável, portanto, não haveria, motivos para levar o indivíduo à exclusão de suas relações sociais até os dias de hoje. Mesmo quando se reconhece ser uma doença passível de cura perdura a crença de que "sempre permanece alguma coisa no interior". O enfermo com "mancha no pulmão" carrega um sinal que modifica extremamente sua inserção social na comunidade. Dessa forma, entendimentos ultrapassados parecem como que cristalizados no imaginário popular e encarar o problema como evento real, tanto para o enfermo quanto para aqueles que o circundam, não é atribuição simples como poderia aparentar. Em consequências de descriminações, surgem habitualmente entraves, tanto para o doente em aceitar e seguir à terapêutica, quanto para os serviços de saúde nas condutas para controle da doença. Diante disso, a Atenção Primaria em Saúde (APS), em seu modelo de Estratégia de Saúde da Família (ESF), deve se caracterizar como porta de entrada para o cuidado integral e linha de cuidado para criação de vínculo a todos os usuários, nesse sentido é que este estudo emerge com o objetivo descrever um relato de experiência sobre uma ação educativa realizada com os usuários de uma Estratégia Saúde da Família (ESF) em Belém (PA) sobre os fatores sociais da tuberculose, com vistas a estimular discussões sobre a temática apresentada. Desenvolvimento: Realizou-se um estudo descritivo, do tipo relato de experiencia, sobre uma ação educativa realizada por acadêmicos da área da saúde incluindo enfermagem, medicina e psicologia de Universidades Privadas de Belém – Pará. A ação educativa foi realizada em um ESF localizada no município de Belém, no dia 25 de abril de 2019. O público- alvo da ação foram usuários presentes na unidade à espera de consultas, onde estavam em um número de 18 pessoas, sendo 12 mulheres e 6 homens, com faixa etária entre 17 a 50 anos. Desse modo, a atividade foi organizada como um encontro que permitisse a formulação de uma visão crítica da população em relação aos pacientes acometidos por tuberculose possibilitando que fossem desmistificados preconceitos durante o processo. Esse processo foi dividido em três momentos. No primeiro momento houve a teorização, na qual foi realizada a apresentação do tema por meio de folders que abordavam sobre aspectos clínicos e a influencia desses na vida do paciente acometido pela doença, tendo ênfase principalmente o isolamento social, representados com várias imagens e utilização de linguagem técnica facilitada para que permitissem um conhecimento adequado a respeito do tema sem o prejuízo do não entendimento devido à complexidade; o segundo momento consistiu em uma busca de possíveis preconceitos e dúvidas que os participantes teriam a partir de uma roda de conversa, o qual os indivíduos apresentariam conhecimentos pessoais e experiências próprias, por exemplo, para enriquecer o debate; já no terceiro momento houve a apresentação de um pequeno ato teatral para exemplificar um caso de paciente com tuberculose sendo exposto a diversas situações, dentre elas o isolamento e o preconceito, e durante esse momento foi notado a comoção os participantes com a situação apresentada, pois a maioria dos usuários apresentaram expressões faciais de tristeza e angustia, demonstrando não apenas o grau de assimilação das informações apresentadas na etapa anterior mas também a reciprocidade com a situação abordada. Resultado: Ficou nítido que os participantes estavam em constante atenção em tudo que lhes era proposto durante a ação, havendo repetidas interações com perguntas sobre a temática. Notou-se pouco conhecimento por parte dos indivíduos sobre a enfermidade. Além de que, durante as interações ocorridas, a análise das falas dos participantes levou a entender que a tuberculose é uma doença estigmatizada pela falta de informação que é fundamental para a compreensão dessa patologia e seus aspectos gerais. Dessa maneira, se falta conhecimento a concepção sobre a temática se torna errônea. As dúvidas mais frequentes estavam relacionadas ao contágio da doença onde a maioria dos indivíduos, se não todos, acreditavam que a TB é uma enfermidade que passa de uma pessoa para outra e, portanto, o espaço de interação física torna-se um local de risco. Com isso, a preocupação com a contaminação faz com que as pessoas com tuberculose sejam isoladas e excluídas. Percebeu-se também que as manifestações físicas como tosse, emagrecimento, presença de escarro com sangue e falta de vitalidade do doente contribuem para o preconceito e o medo. Considerações finais: Em virtude dos fatos mencionados, concluímos que a TB não é apenas uma enfermidade do corpo, mas que tem implicações em diferentes âmbitos do viver, especialmente nos relacionamentos sociais. Estes relacionamentos se modificam, promovendo o isolamento, em decorrência do preconceito que o doente percebe por parte de outras pessoas. A doença é debilitante e nos leva a refletir que as representações sobre a tuberculose estão expressas como desprezo, tristeza, preconceito, medo e rejeição. Diante disso, é indispensável a realização de atividades de educação em saúde para que a população possa compreender esta realidade e os malefícios que o estigma trás as pessoas acometidas pela doença, tanto fisicamente, quanto socialmente. Por fim, é importante que os profissionais da saúde abram espaços de discussão sobre a TB para uma maior divulgação da enfermidade colaborando para uma concepção mais consolidada acerca desta doença. |
11057 | ABORDAGEM DA TUBERCULOSE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE - ERROS E ACERTOS: EXPERIÊNCIA DE ESTUDANTES DE MEDICINA ATRAVÉS DA PRODUÇÃO DE CURTA METRAGEM Josiane de Lima Balbino dos Santos, Julia Mendes Marques de Oliveira, Bruna Galper, João Victor Fernandes, Gabriela Cardoso Ferreira, Diulya Chris Matos de Lima, Ângela Gonçalves Batista Carlos, Heryda Pessôa Nogueira ABORDAGEM DA TUBERCULOSE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE - ERROS E ACERTOS: EXPERIÊNCIA DE ESTUDANTES DE MEDICINA ATRAVÉS DA PRODUÇÃO DE CURTA METRAGEMAutores: Josiane de Lima Balbino dos Santos, Julia Mendes Marques de Oliveira, Bruna Galper, João Victor Fernandes, Gabriela Cardoso Ferreira, Diulya Chris Matos de Lima, Ângela Gonçalves Batista Carlos, Heryda Pessôa Nogueira
Apresentação: O presente trabalho é um relato da experiência de estudantes de medicina, atualmente do sétimo período, acerca da produção de um curta metragem (com 13:09 minutos de duração) como metodologia ativa para aprendizado da abordagem à Tuberculose na Atenção Primária à Saúde (APS), e compreensão de erros e acertos no atendimento do paciente também na APS. O objetivo deste trabalho é apresentar uma prática de metodologia ativa a partir da experiência de estudantes, propondo uma avaliação crítica dialógica do filme e expressando o impacto dessa experiência em nossa formação. No segundo semestre de 2017 a disciplina de Saúde da Família II da Universidade Estácio de Sá (UNESA) propôs aos alunos uma atividade diferente para aprendizado do atendimento e da abordagem à Tuberculose na APS. Foi-nos proposto construir um vídeo cujo conteúdo englobasse o atendimento a um paciente com suspeita de tuberculose, utilizando de nossa criatividade para gerar situações de transgressões (erros) no atendimento. Nós, então, elaboramos um roteiro com uma consulta de puericultura na qual o pai, que vinha com a mãe e a filha à consulta, mostrava-se sintomático respiratório e a médica de família decide olhar melhor para ele, mudando o rumo primordial do atendimento. No decorrer da encenação, que simula o atendimento numa Unidade Básica de Saúde (UBS), incluindo cada uma de suas etapas, incorporando no vídeo os atributos de ser porta de entrada, englobando integralidade, coordenação do cuidado e longitudinalidade, foram inseridos desvios de conduta que somente o nosso grupo sabia previamente. O filme, entitulado “TB or not TB”, foi apresentado a toda turma e os demais grupos foram estimulados a identificar as condutas inadequadas e os pontos positivos no nosso atendimento. Além de discorrer sobre a abordagem à tuberculose. Esse trabalho nos levou a buscar incorporar etapas necessárias para o atendimento na UBS, compreendendo, na prática, conceitos conhecidos na teoria, como: população adscrita, atendimentos de demanda e agendado, assim como ajudou-nos a melhor analisar como vinha sendo o atendimento no Centro de Saúde Escola Lapa (CSE Lapa - utilizado para práticas em APS na UNESA). A produção do texto também possibilitou a reflexão sobre desvios de conduta que comumente acontecem, muitas vezes sem que os profissionais de saúde, ou nós mesmos enquanto alunos que atuam no CSE, percebamos. Ao final, fomos surpreendidos ao identificar um número maior de condutas equivocadas do que havíamos planejado no “script”. A troca com os outros grupos e as professoras possibilitou visualizarmos pontos que havíamos pensado diferente. É interessante analisar esse vídeo (elaborado em nosso segundo período do curso) hoje que estamos no sétimo período, visto que embora saibamos que cometemos muitas falhas, recordamos a importância daquela tentativa de atendimento para o esclarecimento de algumas dúvidas e geração de outras que foram sendo esclarecidas ao longo de nossa formação acadêmica e ainda vêm sendo. |
8019 | A ESTRATÉGIA DA BUSCA ATIVA DE CASOS DE HANSENÍASE COMO ESPAÇO DE APRENDIZAGEM DE PRÁTICAS COLABORATIVAS INTERPROFISSIONAIS Karen da Silva Santos, Marcela Gonçalves, Letícia Ferreira Caetano, Ana Paula Ribeiro Dorea, Thalita Caroline Cardoso Marcussi, Cinira Magali Fortuna A ESTRATÉGIA DA BUSCA ATIVA DE CASOS DE HANSENÍASE COMO ESPAÇO DE APRENDIZAGEM DE PRÁTICAS COLABORATIVAS INTERPROFISSIONAISAutores: Karen da Silva Santos, Marcela Gonçalves, Letícia Ferreira Caetano, Ana Paula Ribeiro Dorea, Thalita Caroline Cardoso Marcussi, Cinira Magali Fortuna
Apresentação: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae (M. leprae) que acomete peles e nervos periféricos. É considerada uma doença negligenciada e de grande importância para a saúde pública. Quando não tratada adequadamente, traz importantes consequências às pessoas acometidas pelo bacilo, podendo produzir dificuldades de integração social pelas incapacidades dela resultantes e, sobretudo, pelo estigma que ainda hoje carrega. Atualmente, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial com maior número de casos de hanseníase. Pensando nisso, um dos desafios para que a hanseníase deixe de ser uma doença negligenciada e para que o país alcance os pactos de redução e controle é o diagnóstico precoce que pode ser realizado por meio da busca ativa organizada como estratégia de aprendizagem de prática colaborativa interprofissional. O presente relato é parte de um projeto do Programa Aprender na Comunidade, financiada pela Pró-Reitoria de Graduação (PRG) da Universidade de São Paulo, intitulada “Aprendendo conjuntamente sobre o trabalho interprofissional e o cuidar conjunto através da hanseníase” e tem como objetivo desenvolver na e com a comunidade de Ribeirão Preto ações interdisciplinares e interprofissionais para aprendizagem conjunta sobre o cuidado integral a pessoas com hanseníase e seus familiares. Desenvolvimento: Trata-se da reflexão sobre a organização e desenvolvimento de uma das ações do projeto que é a busca ativa de casos na comunidade. Por busca ativa compreende-se a ida a um território específico e em conversa conversa-se sobre a doença, suas manifestações, medidas preventivas. Essa ação é realizada de casa em casa e requer habilidades comunicacionais além dos conhecimentos técnicos. Estiveram envolvidos as organizações: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP (EERP/USP), a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), o MORHAN (Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase) e a Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto. A experiência vem sendo coordenada exercitando-se a construção conjunta e as tomadas de decisão em diálogo. O processo envolveu, diretamente, estudantes de graduação dos diversos cursos, estudantes da pós-graduação, profissionais da Secretaria Municipal da Saúde e participantes do Morhan. A busca ativa contou com uma sensibilização inicial dos participantes e com a construção de um material educativo por alguns integrantes do projeto. Ocorreram diversas reuniões preparatórias pensando-se que essa ação de busca ativa não poderia ser apenas vivenciada para divulgação da hanseníase e seus cuidados. Previu-se a aplicação de um breve questionário preparado pela equipe de vigilância epidemiológica do município e com base nesses questionários, os usuários que haviam suspeitas eram agendados para uma consulta com equipe da Unidade de referência. Resultado: Os impactos do projeto junto à comunidade são a possibilidade de divulgação de informações sobre a hanseníase que é considerada uma doença negligenciada, desconhecida e invisível. Muitos moradores abordados desconheciam a hanseníase, sua forma de contágio e manifestação. É comum a associação com “ doença do rato” que precisa ser esclarecida. Também notou-se preconceito vinculando seus significados a lepra e a necessidade de isolamento. Outro impacto é a possibilidade de diagnóstico precoce e com isso evita-se o aparecimento de sequelas e incapacidades. A hanseníase é uma doença que acomete nervos e a pele (dermatoneurológica) se não tratada adequadamente leva ao aparecimento de lesões neurais muitas vezes irreversíveis mesmo após o tratamento. Outro impacto é a realização da sensibilização das equipes de atenção básica para a incorporação de um olhar atento aos usuários para detectar casos novos o mais breve possível. Houve diversos relatos de médicos, dentistas e agentes comunitários sobre sentir-se atualizado com a ação. Sabemos que muitos serviços desenvolvem a busca ativa em seu território. Esse não era o caso da equipe onde ocorreu a busca. Destacamos como novidade da experiência o aprendizado através da hanseníase, o trabalho interprofissional, tanto envolvendo a formação inicial dos novos profissionais, quanto para a Educação Permanente em Saúde dos profissionais em atuação no cuidado em saúde. Houve interação e troca de saberes entre os participantes visando a tarefa da busca ativa. Sendo assim, um impacto importante é a produção de um grupo de trabalho interprofissional que engloba pessoas dos serviços de saúde, pessoas da comunidade e pessoas da Universidade de diversos cursos. A partir da concretização da busca ativa, houve a abordagem de 3924 pessoas sobre um dado território e foram detectados 57 casos suspeitos. Essas pessoas seguem em acompanhamento. Destaca-se como importante os recursos materiais para essa atividade como carro de som anunciando, materiais explicativos impressos, camisetas e coletes nas cores amarela e roxo para destaque nas ruas e reconhecimento dos participantes pela comunidade, lanches e disponibilidade de água para hidratação. Esses insumos foram adquiridos pelos recursos do projeto e também mobilizou os participantes na construção coletiva de toda a infraestrutura da atividade. Esse também é uma ação formativa em práticas colaborativas e interprofissionais. Toda essa aproximação se faz em torno de um objeto comum: o cuidado às pessoas com hanseníase e seus familiares nos aspectos preventivos e de acompanhamento quando já há o adoecimento. Pode-se afirmar que nessa tarefa, os diversos profissionais de saúde: enfermeiros, agentes comunitários, médicos, e os graduandos de medicina, enfermagem, terapia ocupacional, letras, odontologia, os diversos docentes e ativistas do Morhan, se reuniram em colaboração exercitando horizontalização dos saberes e poderes com aprendizagem recíproca. Considerações finais: O modo como o projeto vem sendo desenvolvido permite compartilhar a produção de conhecimentos de todos os envolvidos, proporcionando a aproximação de diversos atores, o reconhecimento gradual da importância dos diferentes saberes e fazeres no cuidado às pessoas com hanseníase, e ainda favorece a construção de um cuidado mais integral, resolutivo e que entende o ser humano como um ser biopsicossocial. A parceria estabelecida entre diversos profissionais e estudantes e pessoas da comunidade, especialmente do movimento social, nesse caso o Morhan, permite que se aprenda com a experiência. Pode-se dizer que há uma interferência na formação inicial dos estudantes envolvidos e há também uma interferência na educação continuada e permanente dos profissionais de saúde. Neste sentido, a Universidade cumpre seu papel de protagonista em articular formação e comunidade e se fortalece nas relações ensino-serviço. |
8074 | RELATO DE EXPERIÊNCIA: A HANSENÍASE E O AUTOCUIDADO NA PERSPECTIVA DO PÓS-GRADUANDO Marcela Gonçalves, Marta Maria Francisco, Karen da Silva Santos, Cinira Magali Fortuna RELATO DE EXPERIÊNCIA: A HANSENÍASE E O AUTOCUIDADO NA PERSPECTIVA DO PÓS-GRADUANDOAutores: Marcela Gonçalves, Marta Maria Francisco, Karen da Silva Santos, Cinira Magali Fortuna
Apresentação: A hanseníase é uma doença considerada endêmica em todo Brasil, demonstrando a necessidade da educação continuada para profissionais. Este é um relato de experiência, referente a uma visita à um hospital localizado no interior do Estado de São Paulo, que é referência em hanseníase e foi um dos primeiros hospitais colônias. Desenvolvimento: O hospital presta assistência e acolhimento para pessoas acometidas de doenças dermatológicas, entre elas a hanseníase. Devido o diagnóstico tardio, abandono do tratamento ou tratamento inadequado, uma parcela dos acometidos desenvolvem sequelas e/ou lesões. A instituição, além do tratamento, realiza o acompanhamento e ações de promoção do autocuidado, para prevenção de novas lesões, e também atividades de formação em hanseníase para profissionais. A vivência deu-se através da realização de um curso de Educação em Hanseníase, pelo pós-graduando, seguido de um estágio de 40 horas no ambulatório de hanseníase, com ênfase em deformidades e lesões decorrentes da hanseníase. Resultado: A realização do curso, que apresenta atividades e estratégias, para educação em hanseníase, permite ao profissional, se instrumentalizar para se empoderar das atividades que envolvem a hanseníase, em seu campo de atuação. O estágio foi realizado no ambulatório de hanseníase, visando o atendimento integral às pessoas com lesões e deformidades decorrentes das incapacidades causadas pela hanseníase, assim despertando reflexões no profissional. Considerações finais: A realização do curso e do estágio, oferecidos pela instituição de referência, nos auxilia a potencializar ações em áreas de maior endemicidade, assim como, divulgar a oportunidade que a referida instituição oferece aos profissionais de saúde, seja na graduação, pós-graduação e, demais modalidades de cursos e estágios sobre a hanseníase, contribuindo para que haja interação e trocas de experiências entre profissionais, de outras instituições e regiões, numa perspectiva de fortalecer a eliminação da doença, o diagnóstico precoce, o tratamento imediato, e o cuidado integral. |
8418 | DIFICULDADES E DESAFIOS NA INTEGRAÇÃO DE AÇÕES DE VIGILÂNCIA, PREVENÇÃO, E CONTROLE PARA HANSENÍASE E DOENÇA DE CHAGAS NO SUS EM MUNICÍPIOS DO SUDOESTE BAIANO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA FORMAÇÃO MÉDICA. Thanilly Silveira Macedo, Nívea Maria Silveira de Almeida, Eliana Amorim de Souza DIFICULDADES E DESAFIOS NA INTEGRAÇÃO DE AÇÕES DE VIGILÂNCIA, PREVENÇÃO, E CONTROLE PARA HANSENÍASE E DOENÇA DE CHAGAS NO SUS EM MUNICÍPIOS DO SUDOESTE BAIANO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA FORMAÇÃO MÉDICA.Autores: Thanilly Silveira Macedo, Nívea Maria Silveira de Almeida, Eliana Amorim de Souza
Apresentação: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência desenvolvido por acadêmicas do curso de medicina da Universidade Federal da Bahia, Campus Anísio Teixeira em Vitória da Conquista, integrantes do projeto de Pesquisa, Integração de ações de vigilância, prevenção e controle de doenças tropicais negligenciadas: perspectivas epidemiológicas e operacionais para hanseníase e doença de chagas no SUS no sudoeste do Estado da Bahia (INTEGRADTNs). Oportunizado através das diversas experiências, capacitações, visitas a campo, e vivências realizadas na Universidade e principalmente nos territórios urbano e rural cobertos pela Atenção Primária em Saúde dos municípios contemplados pelo projeto. Tem por objetivo: Descrever a experiência na execução de ações e serviços de saúde relacionados à prevenção e controle da hanseníase e doença de Chagas em municípios do sudoeste baiano. A inserção no projeto desde o primeiro período do curso de medicina nos possibilitou voltar o olhar para as doenças tropicais negligenciadas, tais como a Hanseníase e a Doença de Chagas, que tanto se relacionam com a fragilidade econômica e social da população, atingindo principalmente áreas e indivíduos em situações de grande vulnerabilidade. Estas doenças impõem sérias limitações aos sujeitos atingidos e subsidiam um cenário de enfermidade, incapacidade, sofrimento e morte, o que gera severas consequências econômicas, sociais, culturais e psicológicas para milhões de pessoas nas diferentes faixas etárias. A imersão precoce no campo de prática favoreceu o contato direto com a realidade da comunidade, da rede de atenção a saúde e do SUS, além de fortalecer a importância do trabalho da equipe multiprofissional, desde a composição do grupo de pesquisa, que conta com diferentes profissionais da área de saúde, humanas, entre outras, até das equipes de saúde que compõem as instituições envolvidas, propiciando a vivência e troca de experiências e conhecimentos entre estudantes, profissionais da saúde e comunidade e, sobretudo, o aprendizado com as vivências a partir da realidade nas quais os alunos estão inseridos. Para dar início as atividades em campo, passamos por um processo de capacitação referente aos fatores relativos às formas de transmissão, combate, erradicação, prevenção, tratamentos e estigmas relacionados a doença de Chagas e a hanseníase, sendo este último fator tão fortemente atrelado à hanseníase. Além da apresentação e familiarização com os instrumentos de pesquisa a serem utilizados em campo, houve capacitação para o exame dermatoneurológico, reconhecimento de espécies de triatomíneos, formas de abordagem, de vigilância de unidades domiciliares com foco nos vetores, além do aconselhamento de pessoas e famílias, com hanseníase e/ou doença de Chagas respeitando seus preceitos étnicos e culturais. Em campo, as atividades foram desenvolvidas nas Unidades de Saúde da Família e nas unidades domiciliares na zona urbana e rural dos municípios onde, com o auxílio da equipes multiprofissionais e o envolvimento de diferentes pontos de atenção a saúde, foram realizadas coleta de dados e materiais essenciais para análise e implementação das ações futuras, busca ativa de casos novos e contatos intra e extradomiciliares de pessoas portadoras de hanseníase, pessoas infectadas pelo Trypanosoma cruzi, identificação de focos de vetores, além de subsidiar o fortalecimento da vigilância entomológica passiva, envolvendo a comunidade na notificação de triatomíneos e da vigilância ativa realizada pelas equipes de entomologia dos municípios. A busca de novos casos de hanseníase e de pessoas infectadas pelo T. cruzi é essencial para o diagnóstico precoce e a quebra da cadeia de transmissão das doenças, haja vista que medidas de busca ativa em grupos de maior risco e vulnerabilidade são de fundamental importância na rotina dos serviços de saúde, além da promoção de espaços efetivos para construção de linhas de cuidado em sistemas integrados de atenção. O envolvimento dos profissionais, pessoas e famílias afetadas, bem como da comunidade em geral residente na área de abrangência, atrelados a integração das ações das vigilâncias epidemiológica, ambiental e sanitária, se configuram como peças de fundamental importância no fortalecimento das ações de promoção, proteção e recuperação e cuidados essenciais relativos a tais doenças. Desse modo, foram percebidas durante as vivências, diversas dificuldades e desafios relacionados à prevenção e controle da hanseníase e doença de Chagas. De uma forma geral, há uma fragilidade no conhecimento e no processo de formação continuada dos profissionais que compõem as equipes multiprofissionais das Estratégias de Saúde da Família, referente às condutas e procedimentos relativos a estratégias de prevenção, controle e enfrentamento das doenças, fornecimento de subsídios para o autocuidado dos indivíduos acometidos pelas doenças, principalmente relacionados a Hanseníase. Acrescido a tais fatos, há uma carência de informação sobre as doenças por parte da comunidade que se apoia em crenças e hipóteses que passam de geração para geração, ainda cercadas de dúvidas quanto a forma de transmissão, agravos e consequências referentes às doenças, além da dificuldade de acesso aos serviços de saúde no que tange algumas comunidades da zona rural, devido a entraves relacionados a dificuldades de deslocamento até a Unidade Básica de Saúde. Diante do exposto, é valido ressaltar a importância da Atenção Primária como porta de entrada dos serviços de saúde e ordenadora do cuidado, contudo, esta não dá conta de atender as necessidades implicadas nesses processos de adoecimento, visto que se trata de doenças crônicas negligenciadas com elevada carga de morbimortalidade, prevalentes entre populações de maior vulnerabilidade, havendo a necessidade da estruturação de uma linha de cuidados nos diferentes níveis de atenção e de complexidade. Ao que se refere a hanseníase, embora seja uma das doenças mais antigas da humanidade, esta ainda é cercada de grande estigma e alto poder incapacitante e por ter um diagnóstico essencialmente clínico, um longo período de incubação e formas diversas de apresentação, requer a realização rigorosa do exame dermatoneurológico. Há, também, o longo tempo de tratamento e a necessidade da ampliação do exame de contatos, essenciais para sua eliminação e controle. No tocante a doença de Chagas, é importante ressaltar a relação direta com as questões socioeconômicas, sanitárias, ambientais, identificação e controle de vetores e reservatórios, tendo como agravante, na maioria dos casos, o diagnóstico tardio decorrente da manifestação dos sintomas. Contudo, evidencia-se a necessidade e importância de incentivar a instituição de mecanismos apropriados para qualificação e investimentos em infraestrutura e de pessoal contemplando a continuidade do cuidado e possibilitando adequadas estratégias de comunicação e educação em saúde de acordo as necessidades locais, fortalecendo as ações da Atenção Básica. O projeto INTEGRADTNs contribui de forma expressiva nesse fortalecimento por meio da mobilização de diferentes atores sociais, atuando como elo entre a Universidade, as instituições e diferentes pontos da rede de atenção à saúde e a comunidade. Possibilitando aos estudantes, enquanto futuros profissionais de saúde, uma visão ampliada do processo de pesquisa, pautada em um rico processo de ensino-aprendizagem a partir das vivências e de uma formação crítica e comprometida com o futuro profissional, o fortalecimento do SUS e, principalmente, na melhoria da qualidade de vida dos indivíduos acometidos pela hanseníase e doença de Chagas. |
7078 | EXPERIENCES OF POPULAR EDUCATION USING ARTSCIENCE APPROACH: THE SCHOOL OF MANGUINHOS CREATING A SCHOOL FOR PATIENTS AND A SCHOOL OF CITIZENSHIP IN FIOCRUZ RIO (BRAZIL) TANIA CREMONINI DE ARAUJO-JORGE, Marcus Vinicius Campos Matraca, Cristina X A Borges, Fernanda S´Antanna Pereira-Silva, Rita C M Rocha, Clarice S Santana, Claudia Teresa Vieira Souza, Roberto Rodrigues Ferreira, Luciana Ribeiro Garzoni, Marcelo Oliveira Mendes EXPERIENCES OF POPULAR EDUCATION USING ARTSCIENCE APPROACH: THE SCHOOL OF MANGUINHOS CREATING A SCHOOL FOR PATIENTS AND A SCHOOL OF CITIZENSHIP IN FIOCRUZ RIO (BRAZIL)Autores: TANIA CREMONINI DE ARAUJO-JORGE, Marcus Vinicius Campos Matraca, Cristina X A Borges, Fernanda S´Antanna Pereira-Silva, Rita C M Rocha, Clarice S Santana, Claudia Teresa Vieira Souza, Roberto Rodrigues Ferreira, Luciana Ribeiro Garzoni, Marcelo Oliveira Mendes
Apresentação: Oswaldo Cruz Foundation (Fiocruz) is a Brazilian health center that does research and education in all fields of public health since 1900, known as the “School of Manguinhos”: huge scientific literature production and health professional education (special focus on graduate programs/MSc/PhD). In the XXI century, patients, citizens and the general public become target audiences for education. We report here six experiences leading to a “school for citizenship”, and a “school for patients”. Methods: Documentary/ visual records analysis in public platforms were organized as a portfolio of experiences, sorting lessons learned and social legacy. Results: The founding landmark in 2004: creation of the post-graduation course on Education in Biosciences and Health (EBS), where all the following experiences are anchored, mostly as students´ research. (1) Works of EBS alumni started education activities directed to patients, such as the setup of “Health Studio” (2006), with art therapy activities for patients affected by infectious disease, followed (2017) by the “Powerful reflections on breast cancer”, implementing dialogic workshops for mastectomized women. (2) The second landmark: the extension course “Community health: a collective construction” (2010-2019) engaging 930 residents, community health agents and teachers from communities close to Fiocruz and areas of socio-environmental vulnerability in Rio de Janeiro. (3) A third landmark: the course directed to Chagas disease patients/ families (2015-2019), “Talking about Chagas disease with ArtScience”, that contributed to empower them and to create the Rio Chagas Association, linked to FindeChagas. (4) The fourth landmark: a course certifying popular agents of health vigilance and health promotion in Manguinhos, “Talking about dengue, zika and chikungunya with ArtScience” (2016-2018), including also junior agents among children in basic schools. (5) A fifth landmark started in 2018: international courses “Science involvement with society: contributions to the production of knowledge and empowerment strategies in health promotion initiatives”, dealing with various subjects depending on professors invited for each edition. As students they mix different types of attendees: patients, social organization leaders, health professionals training in permanent education and Fiocruz students. (6) Finally, the sixth landmark, a spin-off of experience #3: “Chagas Express 21”, an itinerant education strategy for Chagas disease affected/interested people of endemic areas, dealing with the challenges of Chagas disease in the XXI century. Conclusions: These experiences confirmed the power of education transdisciplinary activities mixing Science and Art strategies/methods/languages to address patients´ needs concerning health promotion, diagnosis and treatment follow-up of Chagas disease and other neglected tropical infections. • Keywords (3): Chagas disease, ArtScience workshops, health education |
8817 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESCOLA: ESTRATÉGIA EM ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DA LEPTOSPIROSE Nayara Souza, Maria Clara Bulcão, Gabrielle Coelho, Leticia Balieiro, Rita Soares, Raisa Oksana Garcia, Paulo Elias Delage, Graça Carvalho EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESCOLA: ESTRATÉGIA EM ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DA LEPTOSPIROSEAutores: Nayara Souza, Maria Clara Bulcão, Gabrielle Coelho, Leticia Balieiro, Rita Soares, Raisa Oksana Garcia, Paulo Elias Delage, Graça Carvalho
Apresentação: Este relato de experiência refere-se às Atividades Integradas em Saúde (AIS) baseado na Metodologia da Problematização, ocorrido em uma escola pública da periferia de Belém. O tema foi a prevenção e cuidado relativos à leptospirose, a qual é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Leptospira interrogans, transmitida pela urina de animais infectados, em particular o rato. É contraída pelo consumo de alimentos contaminados ou contato com água de enchentes ou esgoto infectados com a urina do animal. A doença pode causar sintomas como cefaleia, febre, dores musculares, icterícia, vômitos e náuseas. Objetivo: Apresentar as experiências vivenciadas durante uma ação de educação em saúde a respeito da leptospirose em escolares. Desenvolvimento: A atividade iniciou-se através do contato com o ambiente escolar visando a definição dos problemas, seguida da fase de teorização, planejamento e intervenção, culminando em uma ação de educação em saúde com uma turma do 7º ano. A ação consistiu em uma gincana educativa sobre a leptospirose dividida em 3 partes: a dinâmica do quebra cabeça, a ser construído a partir de peças recebidas pelos alunos por responderem corretamente a questões de verdadeiro ou falso sobre a doença; a roda de conversa sobre a transmissão, sintomas e prevenção da doença; e a construção de mapas mentais em forma de cartazes. Todas as etapas da gincana totalizavam 100 pontos. O grupo com a maior pontuação seria o vencedor. Resultado: Identificou-se a presença de lixo e de relatos sobre ratos na escola pelos alunos e funcionários. Assim, a ação visou estimular a compreensão dos alunos acerca da prevenção da leptospirose, relacionando conhecimentos científicos com a própria vivência dos estudantes. Observou-se que os alunos conseguiram compreender os principais pontos referentes a doença, como a forma de transmissão, os sintomas e a prevenção. Além disso, pautadas nas metodologias ativas, as pesquisadoras focaram nos conhecimentos prévios dos alunos sobre a enfermidade, trazendo para a discussão experiências vividas e a realidade na qual estão inseridos, estimulando o senso crítico dos participantes sobre os cuidados com a doença. Os alunos foram participativos, mostrando interesse pelo tema, além de demonstrarem que os assuntos foram assimilados e/ou compreendidos diante da construção autônoma dos mapas mentais. Considerações finais: A ação tinha como objetivo compartilhar o conhecimento sobre a doença de uma maneira não unilateral, trazendo também a possibilidade de aprendizado mútuo, para as pesquisadoras e para os estudantes. Em suma, como contribuição para a formação como enfermeiras, pode-se experimentar a atuação do profissional como agente educador, fora do ambiente hospitalar, permitindo o contato direto entre a comunidade e o profissional da área. Por fim, se possibilitou aos participantes, por meio dos conhecimentos trabalhados, formas de promover a prevenção e a profilaxia da doença, seja para a própria saúde, seja para o bem-estar daqueles que fazem parte do seu convívio social. |
8968 | A EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO INSTRUMENTO DE PREVENÇÃO DE ESQUISTOSSOMOSE NA COMUNIDADE DO GUAMÁ- BELÉM. SIMONE GOMES DA SILVA, kelem bianca costa barros, Ana rosa Botelho Pontes A EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO INSTRUMENTO DE PREVENÇÃO DE ESQUISTOSSOMOSE NA COMUNIDADE DO GUAMÁ- BELÉM.Autores: SIMONE GOMES DA SILVA, kelem bianca costa barros, Ana rosa Botelho Pontes
Apresentação: A esquistossomose, conhecida também, como xistose, barriga d’água ou doença do caramujo típicas dos continentes das Américas, Ásia e África, chega ao Brasil, no período da escravidão, o qual é designado o país com maior número de predominância, estimando-se cerca de 1,5 milhão de infecções exclusivamente por Schistosoma mansoni, com os maiores índices na região nordeste. Tal patologia é definida como um problema de saúde pública, pois fatores sociais, políticos, culturais e estruturais são aspectos que influenciam diretamente na expansão do quadro endêmico da doença, os quais foram criados e intensificados por eventos históricos, como as formas de ocupação rural ineptas e os programas de contenção de esquistossomose focados somente nos sinais e sintomas, desconsiderando os conhecimentos empíricos e as atividades de vida diária dos portadores. Somado a isso, a esquistossomose é uma doença parasitária de caráter agudo e crônico, tem como agente etiológico o helminto Schistosoma mansoni, tendo o homem como hospedeiro definitivo e o molusco do gênero Biomphalaria como hospedeiro intermediário, definindo-se como doença de veiculação hídrica e de componentes socioeconômico e comportamentais, dado que é considerada uma endemia de caráter rural pelo seu modo de transmissão voltado às questões de higiene e culturais, como o uso de fossa séptica ou o descarte de material orgânico humano em rios ou perto deles e também o banho nesses espaços. Além do tratamento medicamentoso, a educação é um importante fator de prevenção constituído por um conjunto de saberes e práticas orientadas a promoção de saúde, uma vez que tem como princípios regulamentar, controlar os gestos, atitudes, comportamentos, hábitos e discursos da população. Trata-se de um artifício em que o conhecimento científico atinge a sociedade, oferecendo subsídios para a adoção de novas condutas em saúde, essencial no trabalho do cuidado em enfermagem, estabelecendo-se a partir da participação da população com o compartilhamento de suas vivências, cultura, crenças e necessidades, resultando em um processo de ensino-aprendizagem, em que o educador tem o papel de estimular reflexões dos sujeitos sobre a sua realidade vivencial, realizando medidas corretivas e/ou educativas. Por conseguinte, ações educativas são os meios utilizados para a construção do saber, com troca de conhecimento entre a comunidade e os profissionais, produzindo intervenções de acordo com a realidade da comunidade e sua rotina, melhorando a eficácia das ações de controle. Em virtude disso, para uma melhor implementação, deve-se realizar um levantamento preliminar da doença na região a ser trabalhada, por meio de buscas com líderes comunitários e visitas domiciliares com coleta de amostras para análise laboratorial, a partir dos resultados e necessidades, inicia-se a definição dos planos a ser executados. Vale ressaltar a importância do feedback da população, a fim de avaliar o nível de aprendizado absorvido por aquela população, podendo ser empregado jogos interativos ou questionários. O presente estudo tem como objetivo ressaltar a educação em saúde como ferramenta de prevenção das parasitoses, em suma a Esquistossomose, mediante a construção e a troca de conhecimento entre um grupo de usuários e acadêmicos de enfermagem de uma Unidade Básica de Saúde. Desenvolvimento: Trata-se de um trabalho descritivo, tipo relato de experiência, realizado por acadêmicas do curso de Enfermagem na Unidade Municipal de Saúde do Guamá, durante a realização das oficinas decorrentes do projeto de extensão “Promoção de saberes sobre as parasitoses intestinais em idosos com vulnerabilidade socioeconômica”. A ação ocorreu na sala de espera da unidade, com a participação de dezessete (17) usuários no mês de julho de 2019, utilizando uma tecnologia educativa do tipo leve. A realização da oficina foi dividida em dois momentos, os quais o primeiro momento foi de apresentação e discussão do tema pelas acadêmicas, abordando o conceito, modo de transmissão, sintomas, tratamento, prevenção e sanar as dúvidas que ali foram exteriorizadas; bem como o segundo momento sucedeu a implementação da tecnologia chamada Bingo da Saúde, a qual ocorreu da seguinte forma: foi distribuída individualmente aos usuários uma caneta e uma folha a qual continha nove (9) quadrados com uma palavra ou desenho referente as etapas do assunto apresentado; posteriormente, foram realizadas perguntas as quais eram sorteadas e assim que os usuários identificavam a resposta, como em um bingo tradicional, marcava-se as respostas até completar a cartela. Resultado: Durante a realização da oficina, teve a participação de 17 usuários, da faixa etária entre 25 e 55 anos, em que na apresentação inicial 100% (cem) dos usuários não tinham conhecimento sobre a definição usual da Esquistossomose, porém após mencionar a nomenclatura social denominada de “barriga d’água”, cerca de 80% (Oitenta) dos usuários conseguiram identificar a patologia. Potencialmente, eram pessoas de nível fundamental ou médio incompleto, verificado pelas características da oratória, e de nível socioeconômico baixo em virtude dos discursos de situação de habitação e as atividades de vida diárias. Obtendo a necessidade de explicar de forma clara e objetiva, utilizando palavras simples e usuais as etapas de introdução, ciclo de transmissão, sinais e sintomas, tratamento e formas de prevenção. Ao final da ação educativa, foi analisado o nível de aprendizado dos usuários, por meio da aplicação de um bingo, o qual apresentava imagens e palavras referentes os pontos abordados e a cada pergunta realizada os usuários deveriam marcar a figura ou palavra correspondente. Diante a realização da atividade, apenas um usuário obteve o erro correspondente a duas perguntas. Em geral, a atividade teve um rendimento de cerca 98,69% de margem de acertos, presumindo que houve assimilação do conteúdo por parte dos usuários com suas duvidas sanadas. Considerações finais: A partir do exposto acima, pode-se observar que a sala de espera vai muito além da sua função principal de aguardo para atendimento, ela proporciona momentos de compartilhamento de conhecimentos e experiências as quais geram mudanças positivas de comportamento. Este espaço merece ser mais explorados pelos demais profissionais da área da saúde, haja vista que é um campo mais discutido pelos profissionais de enfermagem, potencializando assim a prevenção e agravos das comorbidades. Dessa forma, a eficácia da atividade é evidente, pois gerou maior esclarecimento e possibilitou a disseminação das informações adquiridas naquele momento pelos usuários a todos do seu convívio social. |
10393 | ATIVIDADE INTEGRADA EM SAÚDE ACERCA DOS FATORES PREVENTIVOS DA HEPATITE A EM UMA ESCOLA PÚBLICA DE BELÉM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Vitória Cristiane Leandro da Silva, Nicoly Acassy de Nazaré Alves Miranda, Larissa Jhenifer Costa Tavares, Lucas Moraes Andrade, Lúvia Santos da Silva, Paulo Elias Gotardelo Audebert Delage, Aluísio Ferreira Celestino Júnior ATIVIDADE INTEGRADA EM SAÚDE ACERCA DOS FATORES PREVENTIVOS DA HEPATITE A EM UMA ESCOLA PÚBLICA DE BELÉM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Vitória Cristiane Leandro da Silva, Nicoly Acassy de Nazaré Alves Miranda, Larissa Jhenifer Costa Tavares, Lucas Moraes Andrade, Lúvia Santos da Silva, Paulo Elias Gotardelo Audebert Delage, Aluísio Ferreira Celestino Júnior
Apresentação: As Atividades Integradas em Saúde (AIS) são atividades semestrais realizadas pela Universidade do Estado do Pará no curso de Enfermagem, embasadas na Metodologia da Problematização do Arco de Maguerez, o qual tem como objetivo a intervenção de um problema em determinada realidade, e a partir da problemática, apresentar melhorias das condições necessárias para saúde e bem-estar da população e expandir o conhecimento acadêmico para além dos limites universitários. As etapas do arco são: observação da realidade; levantamento dos pontos-chave; teorização; hipótese de solução; retorno à realidade. A hepatite A é causada por um vírus de RNA com tropismo para as células hepáticas, no qual o ser humano é o reservatório de maior relevância epidemiológica, sendo sua forma de transmissão associada com as condições de higiene pessoal, saneamento básico e qualidade da água e dos alimentos consumidos. A ausência de higiene favorece a disseminação do vírus da hepatite A (HVA), uma vez que seu principal meio de transmissão é a via fecal-oral. Além do mais, segundo dados epidemiológicos, no município de Belém do Pará, mais de 50% das pessoas com anticorpos VHA+ encontram-se na faixa etária equivalente de crianças e de adolescentes. Nessa perspectiva, a utilização de uma metodologia ativa como a de Charles Maguerez na ação preventiva à hepatite A em uma escola pública de Belém é uma ferramenta que contribui para a educação em saúde da população. Portanto, essa relação de aprendizado mútuo consolida uma formação de qualidade aos estudantes universitários. O objetivo deste relato é descrever as vivências obtidas durante a ação de prevenção contra a hepatite A pelos acadêmicos de Enfermagem em uma escola estadual de Belém. Desenvolvimento: A Atividade Integrada em Saúde ocorreu durante o segundo semestre do curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará (UEPA), no período de agosto a dezembro de 2019. Ela foi realizada por cinco estudantes juntamente com os orientadores, os quais por meio de observações e pesquisas elaboraram uma ação de intervenção à realidade focada em atenuar um problema presente no cotidiano observado. Nesse contexto, as etapas do Arco de Maguerez foram realizadas em uma escola estadual de Belém de ensino fundamental, médio e turmas noturnas do Educação para Jovens e Adultos (EJA). Após a realização de visitas à escola e da observação dos aspectos estruturais, funcionais e sociais do local, houve o levantamento dos pontos-chave e decidido pelo grupo de acadêmicos e orientadores que o tema seria Fatores Preventivos da Hepatite A. A temática em questão foi escolhida devido às condições precárias de higiene observadas na escola, uma vez que os banheiros não apresentavam material básico para a lavagem adequada das mãos como água, sabão e papel toalha. Além disso, foi verificado que o consumo de água no bebedouro era realizado sem o uso de copos individuais, tendo somente um copo compartilhado pelos estudantes. Esses fatores caracterizam-se como de vulnerabilidade e predisponentes para a contaminação direta e indireta do vírus da hepatite A, por via de contaminação fecal-oral. Sendo assim, após a teorização construída através de pesquisas em plataformas como LILACS, Scielo, BVS e MEDLINE, a hipótese de solução e o retorno à realidade ocorreram por intermédio de dinâmicas lúdicas de educação em saúde realizada com alunos do sexto ano do ensino fundamental referente ao turno da manhã, a qual ocorreram divididas em três etapas, sendo todas priorizando a metodologia ativa defendida pelo Arco de Maguerez. Resultado: Na primeira etapa do retorno à realidade foi utilizada uma tinta fluorescente em luz ultravioleta nas mãos de dois alunos voluntários, para simbolizar de maneira didática os possíveis microrganismos presentes nessa região do corpo. Foram feitas três tipos de lavagens para remover a fluorescência: somente com água; sabão líquido; álcool em gel. Em seguida foi ensinada a assepsia utilizada por profissionais de saúde no ambiente hospitalar, ou seja, as instruções técnicas de higienização das mãos. Com o intuito de realizar uma dinâmica em que todos os alunos participassem, os dois voluntários demonstraram ao restante da turma as técnicas aprendidas. Na segunda etapa os acadêmicos de enfermagem utilizaram um projetor a laser, que ampliou a gotícula na parede, para mostrar os microrganismos presentes em uma seringa com água aparentemente limpa. Por fim, foi aplicada um Quiz de perguntas e respostas, sendo que para cada pergunta havia cinco alternativas sobre fatores preventivos da hepatite A, mas somente uma estava correta. De acordo com a observação de participação do público-alvo em questão, os objetivos foram alcançados uma vez que as atividades lúdicas e de orientação sobre a prevenção da hepatite A foram assimiladas de maneira satisfatória pelos discentes da escola, já que houve bastante comunicação e participação. Ademais, foi perceptível o interesse dos alunos pela orientações aplicadas, devido às mesmas envolverem demonstrações científicas e atividades competitivas de trabalho em grupo. Nesse contexto, foi também possível observar que a ação em questão conseguiu de forma positiva a sensibilização dos estudantes sobre os riscos do vírus da hepatite A. Com isso, espera-se que esses indivíduos possam praticar e utilizar esses conhecimentos fora da instituição escolar. Considerações finais: Dessa forma, foi notória a importância da ação educativa para os estudantes da escola estadual, visto que foi evidente a interação desses com os fatores de prevenção da hepatite A. Além disso, a experiência vivenciada no ambiente escolar contribuiu não só para agregar conhecimento de mundo aos futuros profissionais de saúde, mas também para promover o contato dos acadêmicos com a comunidade, considerando sua diversidade social e cultural. Esses fatores serão fundamentais para a promoção do atendimento humanizado no ambiente de trabalho, levando em consideração a necessidade de comunicação entre o enfermeiro e seus pacientes. Da mesma maneira, é papel da enfermagem a prescrição de cuidados para a profilaxia de doenças e para a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, o que justifica a necessidade desses profissionais sempre terem contato com o cotidiano da comunidade em que eles atendem. Portanto, a ação de educação em saúde proporcionou a sensibilização dos alunos sobre a importância dos fatores preventivos da hepatite A e agregou conhecimento sobre a realidade aos universitários. |