372: Refletindo sobre boas práticas: Parto Humanizado e Aleitamento | |
Debatedor: Valdecyr Herdy Alves | |
Data: 31/10/2020 Local: Sala 10 - Rodas de Conversa Horário: 13:30 - 15:30 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
7635 | RELEVÂNCIA DA ASSISTÊNCIA INDIVIDUALIZADA E HUMANIZADA NA GESTAÇÃO DE MULHERES COM PARAPLEGIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA Amanda Gabrielly Miguel Rocha, Diego Pereira Rodrigues, Bianca Alessandra Gomes do Carmo, Joyce Regina Pereira, Juliana Souza Abreu, Kelem Bianca Costa Barros RELEVÂNCIA DA ASSISTÊNCIA INDIVIDUALIZADA E HUMANIZADA NA GESTAÇÃO DE MULHERES COM PARAPLEGIA: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Amanda Gabrielly Miguel Rocha, Diego Pereira Rodrigues, Bianca Alessandra Gomes do Carmo, Joyce Regina Pereira, Juliana Souza Abreu, Kelem Bianca Costa Barros
Apresentação: O programa Rede Cegonha foi instituído em 2011 pelo Ministério da Saúde (MS) com o intuito de garantir a mulher e a criança a assistência à saúde de acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde(SUS), entretanto, devido a não efetividade nacional das redes de atenção à saúde e a prevalência cultura de um modelo hospitalocêntrico, há persistência da não integralidade do cuidado durante o ciclo gravídico e a grande demanda dos serviços de urgência/emergência. Diante desse quadro, é de extrema importância o desenvolvimento do trabalho resolutivo e humanizado do enfermeiro dentro da rede de atenção à saúde da mulher, pois a efetividade do cuidado ao executar um olhar clínico com a implantação adequada da Sistematização da Assistência de Enfermagem ao identificar precocemente os fatores de risco tornam-se intervenções cruciais para diminuir a morbimortalidade materno e infantil. Dentre as situações de saúde que exigem ações profissionais ágil é a gravidez de mulheres com trauma medular (™) prévio, pois o progresso da gestação pode manifestar sinais e sintomas com padrões diferentes das gestantes de baixo risco, o que vai exigir do profissional o conhecimento sobre condições de saúde da mulher com ™ relacionado às mudanças do ciclo gravídico para garantir qualidade e resolutividade na assistência.Logo, é de extrema importância do desenvolvimento científico para a atualização de conhecimento e modificação do olhar do profissional de saúde ao atender as necessidades dessa parcela da população. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicas de Enfermagem a partir da interação aluno-paciente e docente, no acompanhamento do caso de uma paciente com gravidez de alto risco devido a condições neuromotoras. Descrição da Experiência: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo do tipo relato de experiência, desenvolvido por acadêmicas de Enfermagem da Universidade Federal do Pará, durante as atividades práticas sob a supervisão docente da Atividade Curricular de Enfermagem obstetrícia, ginecologia e neonatal, ocorridas no mês de Dezembro de 2019 em uma enfermaria obstétrica de um Hospital-Escola situado na cidade de Belém (PA). De acordo com os princípios do processo de sistematização da assistência de enfermagem descrito por Wanda Horta as informações colhidas na investigação por meio da entrevista evidenciaram uma paciente de 36 anos, do sexo feminino, cor branca, procedente do município de Vigia-PA, admitida na instituição devido a gestação de alto risco relacionada a sequelas neuromotoras provenientes de lesão raquimedular pregressa da 9ª vértebra torácica. Ao ser questionada sobre os antecedentes pessoais, nega histórico de etilismo e tabagismo, uso de drogas ilícitas, Diabetes Mellitus (DM), Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), câncer de mama e/ou do colo uterino, cardiopatias e doenças infecciosas, refere alergia aos medicamentos Ranitidina e Dipirona. Quanto aos antecedentes familiares, refere casos de DM e HAS na família materna e casos de neoplasias em membros da família paterna. Na abordagem aos antecedentes ginecológicos, declara coitarca por volta dos 15 anos, menarca aos 13 anos, presença de ciclos menstruais regulares, uso de contraceptivo hormonal combinado injetável como método contraceptivo, realização de PCCU anualmente, nega histórico de Infecções Sexualmente Transmissíveis, atualmente na 3ª gestação, 2 (dois) partos anteriormente realizados, sendo um parto cesárea e um a fórceps, 1ª e 2ª gestação gemelar, 2 (dois) filhos vivos, 2 (dois) natimortos, último parto há 5 anos, nega intercorrências na 1º gestação e refere rotura prematura de membrana no 6º mês na 2ª gestação. Na gestação atual, no dia da coleta de dados a paciente apresentava desconhecimento da data da última menstruação, Idade Gestacional de 36 semanas, a data provável do parto via cesárea a ser decidida pela equipe médica. No pré-natal, realizado na Instituição, a gestante realizou consultas médicas com o obstetra e neurologista e nenhuma de enfermagem, apresenta imunização completa, hemograma e exames sorológicos realizados, não foi detectado diabetes gestacional, crescimento intrauterino restrito, polidrâmnio, oligoâmnio, infecção urinária ou placenta prévia até o momento da gestação. Ao exame obstétrico, no exame clínico das mamas apresentou mamas flácidas e simétricas, presença de colostro bilateral à expressão, rede de Haller, aréola secundária, mamilo protuso, abdome flácido à palpação, com presença da línea nigra, ao realizar as manobras de Leopold a estática fetal se apresentava em situação longitudinal e apresentação cefálica, realizada a medição da altura uterina com 36 centímetros, ausculta dos batimentos cardíacos fetais com sonar de Doppler (150bpm), movimentos fetais presente e dinâmica uterina ausente. Quanto aos aspectos das necessidades humanas básicas, a paciente aceita dieta por via oral, ingestão de líquidos adequada, sono e repouso preservado, diurese de aspecto claro, sem odor presente via sondagem vesical de alívio, evacuações presentes a cada 5 dias por enema. Resultado: O período de vivência na clínica obstétrica retratado foi de grande valia para a construção do conhecimento da enfermagem obstétrica para o atendimento à mulher durante o período gravídico, pois possibilitou a aplicação do conhecimento de estudos prévios por meio realização da Anamnese, exame físico e leituras de exames. Com isso, as acadêmicas durante o atendimento à paciente em questão desenvolveram um pensamento clínico, crítico e reflexivo sobre a importância do respeito à especificidade da condição de saúde no desenvolvimento do planejamento do cuidado. Ademais, por meio da escuta sensível a paciente foi possível identificar queixas acerca do atendimento a qual estava sendo submetida no ambiente hospitalar como a não comunicação eficaz da equipe multiprofissional, a falta de conhecimento científicos de profissionais de saúde acerca do atendimento a mulheres com trauma medular, e o pouco interesse do profissional no desenvolvimento da empatia com a paciente o que contribuía com uma percepção negativa da grávida. Dessa forma, foi perceptível o desenvolvimento de um ambiente hospitalar mais humanizado e integrado ao paciente, pois, com a realidade encontrada, a grávida encontrava-se em situação prejudicial, tanto a sua saúde física, por estar acamada, quanto psicológica, com princípios de depressão. Diante a isso, observa-se a necessidade de uma melhor capacitação da equipe e da instituição na prestação do cuidado, que promovam o cuidado e bem-estar não somente do concepto, mas também da gestante em qualquer especificidade. Considerações finais: A rede cegonha foi instituída com a finalidade de promover assistência à mulher e a criança de acordo com os princípios do SUS de integralidade, universalidade e equidade, porém, diante da experiência relatada, percebe-se a falta da capacitação multiprofissional no atendimento à mulher durante o ciclo gravídico. Dessa forma, ratifica-se a importância da educação permanente e continuada aos profissionais da saúde para que eles estejam capacitados para promover o cuidado em diversas condições de saúde, respeitando as particularidades de cada usuário da rede de saúde. Ademais, a vivência no campo de estágio pôde promover a expansão da percepção científica e integral do aluno aos determinantes da saúde, contribuindo para o desenvolvimento e planejamento do cuidado mais eficaz que possa atender as necessidades do paciente. |
6203 | SUPORTE AFETIVO E EMOCIONAL PERCEBIDO POR PUÉRPERAS DE UMA MATERNIDADE DE BAIXO RISCO Gabriela Ferreira Ribeiro, Márcia Regina de Oliveira Pedroso, Gracielle Pampolim, Franciéle Marabotti Costa Leite SUPORTE AFETIVO E EMOCIONAL PERCEBIDO POR PUÉRPERAS DE UMA MATERNIDADE DE BAIXO RISCOAutores: Gabriela Ferreira Ribeiro, Márcia Regina de Oliveira Pedroso, Gracielle Pampolim, Franciéle Marabotti Costa Leite
Apresentação: A gravidez é um período de intensas mudanças biológicas, cognitivas, emocionais, relacionais e sociais na vida da mulher. Importante ponderar que muito antes da concepção, inicia-se a construção de um novo papel na vida da mulher: a complexidade de se exercer a função social de Mãe. Para passar por esse período de maneira adequada, é de extrema importância a rede de suporte afetivo e emocional, que consiste em recursos relacionais dos quais se dispõe para enfrentar diferentes situações na vida. Dessa forma, essa pesquisa teve por objetivo descrever os suportes afetivo e emocional percebido por puérperas durante a gestação. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo descritivo, realizado em uma maternidade do município de Cariacica, no Espírito Santo, com uma amostra de 330 mulheres. Para coleta de dados foi aplicado um formulário de caracterização da amostra contendo itens sobre variáveis socioeconômicas e comportamentais. Para identificação do apoio social, foi utilizada a Escala de apoio social do Medical Outcomes Study, que dentre seus domínios, abrange o apoio afetivo e emocional. As análises dos dados foram realizadas de forma descritiva, por meio do Stata 13.0. Resultado: Observa-se que 49,1% das puérperas tinham entre 21 e 30 anos, 57,0% eram pardas, 85,8% estavam em união consensual, 64,2% estudaram nove anos ou mais e 44,2% apresentavam renda menor que um salário mínimo. No que tange ao suporte afetivo, 19,7% das mulheres disseram que durante a gestação nem sempre tiveram alguém que demonstrasse afeto e amor por elas, 18,5% nem sempre tiveram alguém que lhes dessem um abraço e 12,7% relataram nem sempre se sentirem queridas por quem amam. No âmbito emocional, 38,5% das mulheres relataram nem sempre possuir quem lhes ouça, 42,1% relataram nem sempre possuir alguém em quem confiem para falar de seus problemas, 47,0% relataram que nem sempre possuem alguém com quem compartilhar suas preocupações e medos mais íntimos e 51,2% relataram nem sempre possuir alguém que compreenda seus problemas. Considerações finais: Os resultados do presente estudo demonstram que as puérperas consideraram nem sempre possuir um suporte afetivo satisfatório, no mesmo sentido, mais da metade das mulheres relatam nem sempre possuir com quem compartilhar suas preocupações e medos. Tais resultados devem ser vistos com preocupação, uma vez que o suporte afetivo e emocional é importante para amenizar o impacto de acontecimentos que podem afetar de forma negativa a experiência da mulher com a maternidade. Além disso, vale chamar atenção para a importância de que os profissionais da saúde procurem prestar assistência com foco na integralidade da puérpera, compreendendo suas necessidades que ultrapassam os limites biológicos. |
5953 | CONTRIBUIÇÕES DO PROHUMA PARA A HUMANIZAÇÃO DO PARTO E PARA A APRENDIZAGEM INTERPROFISSIONAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA Isabelle Gadiolli Verzola, Alessandra Miranda Ferres, Bruna Ribeiro dos Santos, Bruna Zanchetta de Queiroz, Maria Carolina Pereira e Silva, Solange Rodrigues da Costa CONTRIBUIÇÕES DO PROHUMA PARA A HUMANIZAÇÃO DO PARTO E PARA A APRENDIZAGEM INTERPROFISSIONAL: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Isabelle Gadiolli Verzola, Alessandra Miranda Ferres, Bruna Ribeiro dos Santos, Bruna Zanchetta de Queiroz, Maria Carolina Pereira e Silva, Solange Rodrigues da Costa
Apresentação: O período gestacional traz consigo mudanças biológicas e psicossociais, e com isso, alguns sentimentos podem ser abalados, como a serenidade e confiança, ocasionando por sua vez ansiedade e insegurança. Por isso, enfatiza-se a importância do atendimento humanizado e o empoderamento feminino para que a gestante tenha voz ativa e seja protagonista durante o seu trabalho de parto e parto, bem como assegurar os seus direitos, permitindo sua autonomia nesse momento único e especial. Com o objetivo de melhorar a assistência ao parto e a garantia desses direitos foi criado o PROHUMA – Projeto de Humanização da Maternidade do Hospital Santa Casa de misericórdia de Vitória – Unidade Promatre. Desenvolvimento: O PROHUMA contempla alunos dos cursos de Enfermagem e Fisioterapia que atuam juntos com a finalidade de promover a humanização do parto por meio do estímulo à realização de métodos não farmacológicos para o alívio da dor e para a adequada evolução do trabalho de parto, além do apoio ao aleitamento materno. Os estudantes ofertam, auxiliam e apoiam à parturiente na realização de exercícios, dança, meditação, respiração controlada, banho de imersão, uso da bola de suíça, apoio emocional, dentre outros. Desse modo é possível perceber que esses cuidados proporcionam além do alívio da dor e da boa evolução do trabalho de parto, uma relação de confiança entre a parturiente e o estudante, o que contribui significativamente para a segurança e o sucesso no parto. Esse cuidado não se restringe somente ao trabalho de parto, mas também, ao alojamento conjunto onde as visitas nos quartos contemplam: atividades educativas, orientações, auxílio no autocuidado e na amamentação. Resultado: Ao longo do período de acompanhamento às mulheres, observa-se a prática do aprendizado e postura ativa das mães e também o entusiasmo dos profissionais ali presentes. Foi possível perceber também, que as práticas ensinadas às parturientes pelos estudantes, eram realizadas pelas pacientes posteriormente, mesmo na ausência dos profissionais de saúde e dos participantes do PROHUMA, o que reforça a importância da educação em saúde. Considerações finais: O PROHUMA é um projeto que perpassa uma via de mão dupla, onde estudantes aprendem e ensinam ao mesmo tempo, além de contribuir para melhorar a assistência à parturiente. Ressalta-se que esse projeto é um dispositivo que busca garantir as parturientes os seus direitos assegurando que suas vozes sejam ouvidas. |
6238 | SUPORTE MATERIAL, DE INFORMAÇÃO E INTERAÇÕES SOCIAIS PERCEBIDO POR PUÉRPERAS DE UMA MATERNIDADE DE BAIXO RISCO Gabriela Ferreira Ribeiro, Márcia Regina de Oliveira Pedroso, Gracielle Pampolim, Franciéle Marabotti Costa Leite SUPORTE MATERIAL, DE INFORMAÇÃO E INTERAÇÕES SOCIAIS PERCEBIDO POR PUÉRPERAS DE UMA MATERNIDADE DE BAIXO RISCOAutores: Gabriela Ferreira Ribeiro, Márcia Regina de Oliveira Pedroso, Gracielle Pampolim, Franciéle Marabotti Costa Leite
Apresentação: O puerpério é o período durante o qual acontecem as modificações involutivas das alterações desencadeadas pela gravidez e pelo parto. Essas mudanças, em um curto espaço de tempo, contribuem para aumentar a insegurança materna em relação aos cuidados necessários para garantir a saúde do recém nascido e da própria puérpera nesta fase inicial da maternidade. Com isso, o suporte social recebido pela mulher é extremamente importante para determinar a forma como ela vivenciará esta marcante fase da vida. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi identificar o suporte material, o suporte de informação e as interações sociais, durante a gestação, percebidas por puérperas em uma maternidade de baixo risco em Cariacica-ES. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, que teve como local de realização a maternidade de Cariacica, Espírito Santo e contou com uma amostra de 330 mulheres. Para identificação do suporte social, foi utilizada a Escala de apoio social do Medical Outcomes Study, que abrange, dentre os seus domínios o suporte material, o suporte de informação e as interações sociais percebidas. Os dados foram analisados de forma descritiva, utilizando-se o Stata 13.0. Resultado: No âmbito de suporte material, 42,4% das mulheres relataram nem sempre possuir alguém que as ajude e 43,3% relataram nem sempre ter companhia para levá-las ao médico. Na avaliação do suporte de informação, 39,7% relataram nem sempre ter alguém para dar bons conselhos em situações de crise e 47,0% relataram nem sempre ter alguém que lhes ajude a compreender determinadas situações dando informações. Já na avaliação das interações sociais positivas, 37,0% informaram nem sempre ter alguém que as façam relaxar e 30% disseram que nem sempre possuem alguém com quem possam se divertir. Considerações finais: Os resultados do presente estudo apontam para a existência de lacunas a serem supridas em relação ao suporte material, ao suporte de informação e também as interações sociais percebidas, considerados importantes para a fase da vida que essas mulheres estão vivenciando. O conhecimento de tais lacunas é essencial, em especial para os profissionais da saúde e principalmente no que tange a carência de informação, pois essa é uma área onde esses profissionais podem atuar de forma mais eficaz, de modo a garantir para a puérpera uma melhor experiência do puerpério. |
6596 | VISITA ORIENTADA DE FAMILIARES EM UMA UTI NEONATAL Sandra Corrêa da Silva, Ana Cristina Del Grande Guaraldo VISITA ORIENTADA DE FAMILIARES EM UMA UTI NEONATALAutores: Sandra Corrêa da Silva, Ana Cristina Del Grande Guaraldo
Apresentação: Tendo em vista a importância dos avós e pessoas de referência na configuração das relações estabelecidas quando do nascimento de um bebê, a equipe da UTI Neonatal proporciona a realização de uma visita assistida ao recém nascido. Esta atividade visa auxiliar os familiares na construção de apoio aos pais, buscando minimizar a ansiedade envolvida no processo de internação. É também uma oportunidade para que equipe de saúde e família se aproximem, fortalecendo os vínculos de confiança, entendendo-se tal prática como uma ação de humanização do cuidado. Objetivo: Aproximar os avós/familiares dos recém nascidos internados, estabelecendo vínculo familiar e suporte aos pais de forma contínua durante a internação do bebê, como preconizado no Programa Canguru e Humanização; Propiciar o acolhimento dos avós/acompanhantes, esclarecendo o funcionamento da UTI NEO e importância dos cuidados com o ambiente para os bebês; Auxiliar os familiares na construção de apoio aos pais pela ansiedade envolvida no processo de afastamento do bebê pela internação, fortalecendo o vínculo e afeto no núcleo familiar. Desenvolvimento: Atividade programada para realização semanal, em dia e horários específicos, onde os pais podem indicar dois (02) familiares para a visita a cada encontro, preferencialmente os avós. A atividade é dividida em três momentos: 1º momento: Recepção e Grupo de apoio aos familiares: Realizada atividade de grupo com profissionais da equipe multiprofissional após a recepção dos familiares indicados pelos pais para a visita. Profissionais efetuam orientações e apoio aos familiares antes da visita, sendo abordadas normas e rotinas de acesso à unidade; a importância do controle de infecções e cuidados da ambiência para o desenvolvimento dos bebês (ruídos, luminosidade etc.). 2º Momento: Visita dos familiares ao leito do bebê: Os familiares são acompanhados pelos profissionais da equipe para a visita, de forma não simultânea ao mesmo leito. 3º Momento: Grupo de Sentimentos: Momento onde os familiares podem expressar os sentimentos despertados pela visita e a equipe orienta pais e familiares para as necessidades e cuidados necessários no momento de alta hospitalar. Resultado: A visita dos avós e familiares de bebês internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal é compreendida como um importante instrumento no fortalecimento da rede de apoio e inclusão do bebê na família. Maior aproximação e compreensão dos familiares em relação as dificuldades e ansiedades expressas pelas puérperas/pais; Interação equipe/pais/família mais qualificada; Diminuição da expressão de ansiedade dos pais/familiares em relação ao período de internação dos bebês. Humanização do cuidado. Considerações finais: A realização desta ação, articulada com o cuidado do bebê, aponta para a importância da Interdisciplinaridade no cuidado, uma das premissas fundamentais para o SUS. |
6850 | INTERCORRÊNCIAS GESTACIONAIS EM PUÉRPERAS ATENDIDAS EM MATERNIDADE DA REDE PÚBLICA DO ESTADO DO PIAUÍ Isabelle Barros Sousa, Adriana da Cunha Menezes Parente, Ana Karen de Sousa Alves, Pedro Vitor Mendes Santos, Samila Gomes Ribeiro, Richardson Lopes Bezerra, Fabian Elery Teixeira da Rocha, Victórya Suéllen Maciel Abreu INTERCORRÊNCIAS GESTACIONAIS EM PUÉRPERAS ATENDIDAS EM MATERNIDADE DA REDE PÚBLICA DO ESTADO DO PIAUÍAutores: Isabelle Barros Sousa, Adriana da Cunha Menezes Parente, Ana Karen de Sousa Alves, Pedro Vitor Mendes Santos, Samila Gomes Ribeiro, Richardson Lopes Bezerra, Fabian Elery Teixeira da Rocha, Victórya Suéllen Maciel Abreu
Apresentação: A gravidez é um estado fisiológico que pode ocasionar inúmeras modificações, o que afeta todo o sistema orgânico feminino. Tais características favorecem o aparecimento de intercorrências gestacionais, como hipertensão, diabetes, corrimento vaginal e infecção urinária. Esses problemas são encontrados com frequência em pacientes, o que reforça a necessidade do Pré-Natal, a fim de identificar causas, conduzir um tratamento adequado e garantir o bem-estar do binômio mãe-filho. Posto isso, objetiva-se analisar as intercorrências gestacionais atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no Estado do Piauí. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo transversal e quantitativo, cuja amostra contém 205 mulheres em pós-parto com recém nascidos entre 37 e 42 semanas, em alojamento conjunto, que realizaram pré-natal pelo SUS com acompanhamento com o cartão do pré-natal e que foram internadas em uma maternidade de referência do Estado do Piauí. Mulheres com idade gestacional inferior a 37 semanas foram excluídas do estudo. Para a coleta de dados utilizou-se um formulário elaborado pelos pesquisadores, com base nos parâmetros do Ministério da Saúde (MS), abordando questões relativas a informações contidas no cartão pré-natal, como as intercorrências gestacionais. A coleta foi aprovada pelo CEP-UFPI nº 2.504.698 CAAE: 1 81905417.3.0000.5214 e os preceitos éticos foram devidamente respeitados. Resultado: Em relação às intercorrências manifestadas durante as consultas de pré-natal, a infecção urinária predominou com 47,3% e a anemia com 28,8%. Ademais, foram coletadas também informações acerca de comorbidades pré-existentes e adquiridas durante a gestação, como hipertensão e diabetes. Antes da gestação, 5,9% possuem HAS; depois da gestação essa porcentagem sobe para 34,6%. Antes do período gestacional, a taxa de mulheres com DM é de 2,9%; após essa fase a taxa de diabetes gestacional sobe para 8,8%. Além disso, 24,4% apresentaram outras intercorrências durante a gestação, como sífilis (10%) e corrimento vaginal (15%). Estudo similar realizado no Estado do Paraná apontou a infecção do trato urinário (31,5%) como o principal achado, porém com índices abaixo dos identificados na presente pesquisa, seguido pelo diagnóstico de anemia, aqui também registrado. Enquanto a DM gestacional apresentou índices similares (8,5%). Considerações finais: Dessa forma, é validado a importância do pré-natal, visto que foram identificados precocemente diversos acometimentos do binômio mãe-filho, o que propiciou a abordagem correta e o desenvolvimento de uma terapêutica eficaz. Referências: CALLAHAN, L. T.; CAUGHEY, B. A. Ginecologia e Obstetrícia - Série Blueprints: 4. ed. Rio de Janeiro: Editora REVINTER Ltda, 2010Varela PLR, Oliveira RR, Melo EC, Mathias TAF. Intercorrências na gravidez em puérperas brasileiras atendidas nos sistemas público e privado de saúde. Rev. Latino-Am. Enfermagem [internet]. 2017 [acesso 2020 jan 11]; 25: E2949. |
6943 | A RELEVÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO ATIVO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO MOMENTO DO PARTO: RELATO DE EXPERIÊNCIA Sarah da Silva e Silva, Manuela Almeida Seidel, Marley Valéria de Andrade Barata, Daniela Ortiz Alvarez, Elizandra Pereira de Miranda, Lucenilda Santos Martins, Elisângela da Silva Ferreira A RELEVÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO ATIVO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO MOMENTO DO PARTO: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Sarah da Silva e Silva, Manuela Almeida Seidel, Marley Valéria de Andrade Barata, Daniela Ortiz Alvarez, Elizandra Pereira de Miranda, Lucenilda Santos Martins, Elisângela da Silva Ferreira
Apresentação: A gravidez de uma mulher é influenciada por aspectos sociais que geram expectativas positivas diferentes antes do momento de parir, no entanto, pesquisas mostram relatos nos quais profissionais de saúde se utilizam da violência, durante à assistência, que geram sentimentos como: perda de autonomia, solidão, mal-entendidos e percepção de perigo durante o trabalho de parto, ameaçando seus direitos à vida, saúde, integridade física e dignidade, tendo, como consequência, uma experiência desagradável que estas carregam em sua memória o resto de sua vida. Por esse motivo, o cuidado humanizado da equipe de enfermagem se torna essencial, pois permite aplicar conhecimentos técnico-científicos e, ao mesmo tempo, desenvolver a compreensão, respeitando crenças, costumes, sentimentos, pensamentos e percepções de cada mulher e sua família, alcançando assim uma experiência positiva e inesquecível, além de promover um ambiente acolhedor e seguro neste momento. Neste cenário, destaca-se o enfermeiro obstétrico, encarregado de harmonizar e sistematizar os padrões de atendimento por meio da aplicação de práticas orientadas pelas Diretrizes Técnicas da Assistência de Enfermagem Obstétrica. Estas discorrem sobre a realização de procedimentos, suas justificativas e o material necessário à sua execução, utilizando, para isto, base em evidências científicas e bases legais, previstas em Lei e resoluções profissionais do Conselho Federal de Enfermagem, além de políticas orientadas pelo Ministério da Saúde. Contudo, vale destacar a importância da base conceitual na humanização, traduzida pela desmedicalização de práticas, na perspectiva da construção do cuidado com as mulheres nos procedimentos aqui descritos. Dessa forma, o profissional de enfermagem possui autonomia em suas ações para atuar frente ao processo fisiológico do nascimento, utilizando, concomitantemente, do conhecimento técnico-científico e de práticas humanizadas, a fim de promover, para a parturiente e acompanhante, a melhor experiência possível por meio do vínculo profissional-paciente. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicas de enfermagem quanto à importância da assistência de enfermagem ao trabalho de parto normal. Desenvolvimento: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado por acadêmicas de enfermagem da Universidade Federal do Pará. Essa atividade faz parte das atividades práticas realizadas no sexto semestre do curso de enfermagem na atividade curricular enfermagem obstétrica, ginecológica e neonatal. As atividades desenvolvidas na sala de parto ocorreram nos dias 13 e 20 de setembro de 2019, em um Hospital de Ensino referência materno-infantil na cidade de Belém (PA). Foram acompanhadas três gestantes no período de dilatação ativa e, dentre estas, apenas uma também nos períodos expulsivo, de dequitação e Greemberg. Ao contato inicial, notou-se que as parturientes se encontravam ansiosas, amedrontadas e expressavam sentir dor. Outro ponto em comum nas experiências foi a ausência da contribuição efetiva dos acompanhantes, a fim de promover o relaxamento das mulheres em trabalho de parto, por conhecimento insuficiente sobre a fisiologia e como cooperar neste momento, além do nervosismo como fator estressante. Como forma de aliviar a tensão existente e colaborar para experiências mais prazerosas, realizaram-se métodos não farmacológicos para o alívio da dor, como o banho terapêutico, massagem, aromaterapia, incentivo e auxílio à deambulação, estímulo da respiração, uso da bola suíça e outros. Outra atividade realizada, de suma importância, foi a explicação de cada momento e procedimento realizado, com o intuito de tranquilizar e gerar confiança às usuárias e acompanhantes, utilizando do encorajamento como ferramenta. Adendo a isto, foi possível realizar a verificação dos sinais vitais da mãe, os batimentos cardíacos fetais e a dinâmica uterina, registrando em partograma, de acordo com a evolução do trabalho de parto. Resultado: Durante o acompanhamento do trabalho de parto, desde o processo de acolhimento, interação e aplicação dos métodos não farmacológicos, foi crescente o estabelecimento de vínculo entre profissional-paciente e profissional-acompanhante. Apesar da existência de dores e dos desconfortos do processo fisiológico do parto, conforme a aplicação dos métodos não farmacológicos e da presença do profissional auxiliando tanto a mulher quanto seu acompanhante, foi relatado que houve melhora tanto no desconforto físico quanto nas angústias emocionais de ambos. Diante disso, a importância da inserção do profissional no processo de parturição foi notória, além do aumento dos níveis de confiança e satisfação da mulher e seu acompanhante no trabalho da enfermagem. O profissional de enfermagem obstétrica possui competência e conhecimento técnico para acompanhar todo o processo fisiológico do parto e contribuir para sua evolução natural, colocando-se à disposição da manutenção do equilíbrio biopsicossocial da gestante e do acompanhante. Além disso, o profissional tem o papel de facilitar a participação da mulher no processo do nascimento, utilizando o modelo fundamentado nos princípios da humanização, que se baseia no respeito ao ser humano, na empatia, na intersubjetividade, no envolvimento, no vínculo, oferecendo à mulher e à família a possibilidade de escolha de acordo com suas crenças e valores culturais. O foco da assistência é voltado à mulher e às suas necessidades no momento do trabalho de parto. Portanto, o profissional que acompanha a mulher deve ter em mente as melhores práticas para o conforto desta e de seu acompanhante, desprendendo-se de tabus e preconceitos, respeitando as escolhas e colocando-as como as protagonistas desse momento. Nesta visão, o contato com a forma humanizada dos profissionais no trabalho de parto deve ser adotada desde a graduação, em que acadêmicos devem vivenciar essas práticas dentro de seu processo de ensino-aprendizagem. Considerações finais: O profissional de enfermagem obstétrica possui conhecimento técnico e autonomia para conduzir o processo de trabalho de parto, atuando de forma humanizada. Diante disso, o profissional é responsável pelo estabelecimento e promoção do vínculo profissional-paciente, promovendo o conforto tanto da mulher quanto de seu acompanhante. Este profissional pode usar a sua preparação profissional para trabalhar interpessoalmente, diretamente com a mulher, prestando todos os esclarecimentos necessários, falando, indicando as opções, incentivando a parturiente a enfrentar o parto com tranquilidade, conforto e menos dor. A vivência enquanto acadêmicas pôde evidenciar a importância da atuação do profissional de enfermagem ao lado das mulheres no trabalho de parto e a diferença quando as mesmas não são acompanhadas ou são acompanhadas de maneira indevida, gerando violências. Dessa forma, reitera-se a importância da inserção de vivências e práticas desde a academia no âmbito da enfermagem obstétrica, uma vez que quando estamos em campo, podemos aliar os conteúdos teóricos com a prática, ver a dimensão das atribuições que cabem a enfermagem e o quanto nosso conhecimento podem mudar a realidade vivenciada no serviço. Como resultado disso, há o impacto direto na qualidade da assistência prestada à parturiente e consequentemente também ao recém nascido, de forma a prestar uma assistência humanizada. |
8016 | OS ANSEIOS E RECEIOS SOBRE A OFERTA DAS TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA PELO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Victhória Haira Barbosa, Flávia Gioia Bragança Ribeiro, Mikaela Louise Sabará Gonçalves, Joyce Fernandes Costa, Victoria Dias de Souza Guedes, Vera Lúcia Mota da Fonseca OS ANSEIOS E RECEIOS SOBRE A OFERTA DAS TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA PELO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDEAutores: Victhória Haira Barbosa, Flávia Gioia Bragança Ribeiro, Mikaela Louise Sabará Gonçalves, Joyce Fernandes Costa, Victoria Dias de Souza Guedes, Vera Lúcia Mota da Fonseca
Apresentação: A Reprodução Humana Assistida consiste em procedimentos que dão origem a um ser humano, sem que haja relação sexual. É um processo longo e custoso, financeiramente e psicologicamente. Desta forma, o trabalho em questão visa compilar diversas informações, para dar luz ao tema central, explorando diversos âmbitos com a intenção de trazer conhecimentos gerais ao leitor. Trata-se de um tema plural, que envolve convicções morais, éticas, científicas, religiosas, financeiras e jurídicas.Apresentação: O presente estudo trata-se de um revisão de literatura, com o objetivo de discutir sobre os assuntos que permeiam a oferta das Técnicas de Reprodução Humana Assistida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, e demonstrar dados já descritos na literatura e que são relevantes sobre o assunto. Desenvolvimento: Foi realizado levantamento de artigos e portarias para revisão bibliográfica, por meio de plataformas digitais, com recorte temporal de dez anos. Resultado: O reconhecimento da infertilidade como uma doença, juntamente com o aparecimento das técnicas de reprodução assistida para tratamento, já são uma realidade em muitos países, inclusive no Brasil. Por ser um tema polêmico, que envolve o direito à vida e o conceito sobre ela dado por diferentes organizações religiosas ou não, está intimamente ligado com as questões jurídicas. Dessa forma, leis e resoluções foram criadas ao longo dos últimos anos. Juntamente com as questões teóricas e jurídicas, faz-se necessário falar sobre a interdisciplinaridade do assunto, unindo a estas as questões psicológicas e sociais. Ademais, devemos destacar a importância da humanização do sistema de saúde e da universalidade do acesso ao tratamento, que pelo alto valor monetário pode tornar-se uma realidade distante para as classes sociais desfavorecidas. No Brasil, as Técnicas de Reprodução Humana Assistida (TRA) não possuem cobertura por nenhum plano de saúde, mas a sua presença no SUS, mesmo que pequena, já existe. Alguns centros são capazes de oferecer todo o tratamento de forma gratuita ou parcialmente gratuita. As etapas principais consistem no encaminhamento pela atenção básica, realização de exames para a confirmação da infertilidade, decisão da melhor técnica a ser feita e início do tratamento. Apesar disso, ainda há muitas falhas na oferta do SUS, além de algumas discussões que questionam a real necessidade deste tratamento, já que, por ser um tratamento de alto custo, poderia ter seus recursos destinados para uma população mais abrangente ou para doenças mais graves. Considerações finais: Grandes avanços já foram registrados, como a legitimação dos procedimentos e protocolos, criação de portarias e leis e a interdisciplinaridade compreendendo a necessidade de um apoio psicológico. A caminhada ainda é longa até atingirmos, realmente, os princípios básicos do SUS, como a universalidade. É importante ressaltar que para além do desenvolvimento de novas técnicas, devemos nos atentar para o fato de que, partindo do princípio da equidade, o tratamento para a fertilidade através do SUS deveria ser uma realidade para todos aqueles que desejam concretizar o sonho de ter filhos. |
8137 | USO DE MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS PARA ALÍVIO DA DOR DURANTE O TRABALHO DE PARTO: PERSPECTIVA DE DISCENTES Tatiane Roseli Alves Castro, Vanice do Vale Coutinho, Raiane Carla Teixeira, Mara Rúbia Maciel Cardoso do Prado USO DE MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS PARA ALÍVIO DA DOR DURANTE O TRABALHO DE PARTO: PERSPECTIVA DE DISCENTESAutores: Tatiane Roseli Alves Castro, Vanice do Vale Coutinho, Raiane Carla Teixeira, Mara Rúbia Maciel Cardoso do Prado
Apresentação: Os métodos não farmacológicos de alívio da dor durante o trabalho de parto (MNFAD), são técnicas que auxiliam na diminuição do limiar de dor durante trabalho de parto (TB). Exemplos dessas medidas são evidenciadas na: hidroterapia, massagem lombar, técnicas de concentração e relaxamento, deambulação, bola suíça e outros. Os MNFAD devem ser abordados de maneira satisfatória durante o pré-natal. O apoio empático da equipe de enfermagem, favorece uma familiarização com as técnicas, tornando o parto um processo mais fisiológico possível, podendo também, diminuir necessidade de analgesia farmacológica. A maioria dos métodos são amparadas na teoria Comportas da dor. Essa teoria propõe que as estimulações localizadas podem intervir nos estímulos álgicos, que tem princípio de cessar ou bloquear os sinais de dor, impedindo assim, as vias aferentes e eferentes da medula espinal e encéfalo. Um dos papéis da enfermagem durante o TB, é favorecer o apoio a parturiente e estimular a utilização dos MNFAD antes mesmo, da utilização de medidas com intervenções farmacológicas. O trabalho tem como objetivo, apresentar experiência de discentes do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa – UFV, sobre o MNFAD durante a vivência em uma maternidade da Zona da Mata Mineira. Desenvolvimento: Foram ofertados as parturiente que estavam em processo de TB os MNFAD, estes oferecidos de modo gradativo, respeitando a autonomia da mulher e os estágios do TB. As primeiras técnicas utilizadas foram o toque terapêutico e a massagem lombar, estas, ajudam na aceleração do TP e diminuem a distorcia emocional. Oferta do banho de imersão também foi empregada, potencializando a diminuição do medo e ansiedade e principalmente sensação dolorosa. Encorajamento ao uso da bola suíça, ajudando no fortalecimento da musculatura perineal, alivio da tensão e aumento da circulação sanguínea. Técnicas de relaxamento e respiração, para favorecer maior de oxigenação corporal e diminuição da ansiedade. Apoio humanizado durante o TB e escuta qualificada quanto as emoções da parturiente e acompanhante. Resultado: As aplicações das MNFAD, resultaram no alívio momentâneo das dores durante o processo de TB. Durante as técnicas de relaxamento e respiração, foi perceptível a diminuição da ansiedade e evolução do TB. O apoio da equipe de enfermagem, favorece a parturiente um maior protagonismo durante o parto, consequentemente proporciona maior autonomia nas suas fazes de TB. Direito ao acompanhante e deambulação também foram aplicados. Conclusões finais: Depreende-se que a equipe de enfermagem detém de uma grande importância durante a assistência. Possibilitando assim, a oferta de medidas simples como os MNFAD, que visam auxiliar as parturientes de forma satisfatória e humanizada durante o TB. O papel de uma assistência qualificada, torna o trabalho de parto mais humanizado, com respeito a autonomia da parturiente. Favorecendo assim, redução de intervenções desnecessárias durante o TP. |
7593 | ESQUIZOFRENIA: UM OLHAR DA ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO Rosângela Carvalho de Sousa, Alice Né Pedrosa, Mirlane da Costa Fróis, Rafaela Victoria Camara Soares, Sara Cristina Pimentel Baia, Simone Aguiar da Silva Figueira ESQUIZOFRENIA: UM OLHAR DA ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCOAutores: Rosângela Carvalho de Sousa, Alice Né Pedrosa, Mirlane da Costa Fróis, Rafaela Victoria Camara Soares, Sara Cristina Pimentel Baia, Simone Aguiar da Silva Figueira
Apresentação: O pré-natal é um programa de acompanhamento que visa acompanhar o desenvolvimento da gestante e concepto, para garantir seu bem-estar e prevenir possíveis intercorrências. A identificação de fatores de risco gestacionais pode gerar uma remodelação da assistência prestada, podendo assim atender as necessidades através das observações específicas de cada gestação. Com isso além das transformações fisiológicas, a mulher torna-se suscetível ao desenvolvimento de problemas psicológicos, havendo a necessidade de uma observação dos fatores emocionais, entre eles, um histórico anterior de transtorno mental. Entre os transtornos mentais mais prevalentes estão a depressão, transtorno afetivo bipolar, esquizofrenia e o autismo. A esquizofrenia é caracterizada por um dos transtornos mentais mais graves, tendo um quadro clínico que altera o comportamento do indivíduo, além de deixá-lo suscetível ao aparecimento de outras comorbidades como a crise de ansiedade, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e a depressão. O tratamento é medicamentoso, associado a um modelo de terapias alternativas. Destaca-se que as mulheres são mais suscetíveis em relação aos homens pois apresentam vulnerabilidade em sentimentos de ansiedade e depressão, ocorrendo principalmente na faixa etária de 15 a 24 anos. Em uma meta-análise realizada através de publicações de 63 países, verificou-se que a prevalência de transtornos mentais nas mulheres foi de 19,7%, principalmente nos transtornos relacionados as alterações de humor. O objetivo desse estudo é descrever a experiência vivenciada por discente de Enfermagem no estágio curricular de saúde da mulher durante a assistência a uma gestante com diagnóstico de Esquizofrenia, tendo em vista o potencial risco que esta patologia oferece. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, vivenciado por discentes e docentes do sexto período do curso de bacharelado em Enfermagem da UEPA – Campus XII, no segundo semestre de 2019, utilizando observação sistemática e dirigida. Desenvolvimento: S. S. M., 33 anos, primigesta, com diagnóstico de esquizofrenia, G:01, P:0, A:0. Realizou o pré-natal com total de 15 consultas, sendo 10 de enfermagem, 04 médicas e 01 puerperal, neste período apresentou ganho de peso excessivo e apresentou crise psicótica com ideia suicida, sendo encaminhada para um hospital público, onde fez uso de HALDOL via intramuscular no momento da internação. Fazia uso de Haldol 1mg/1cp/dia, prometazina 25mg 1cp/dia e estava em uso de amitriptilina 25mg/ 1cp/dia, tendo sido suspendida. Na primeira consulta para inscrição, apresentou um peso de 73,200 e estatura:1m60cm. As principais queixas informadas foram dor pélvica, dor lombar, enjoos, tontura, edema, alteração de humor. Possui antecedentes familiares de câncer de mama e hipertensão. DUM: 30/11/2014, DPP:08/09/2015. Na segunda consulta entregou os exames laboratoriais que apresentaram: Anti-HIV não reagente, VDRL não reagente, Citomegalovírus IgG reagente e IgM não reagente, HBsAg não reagente, Rubéola IgG reagente e IgM não reagente, Anti-HCV não reagente, toxoplasmose IgG reagente e IgM não reagente, Hemoglobina 12,1, Hematócrito 36, Leucócitos 96, EAS e fezes normais. Na terceira consulta relatou estar em uso de sulfato ferroso, ácido fólico e materna. Na quarta consulta apresentou um ganho de peso de 2,100kg em um intervalo de 15 dias, com queixa de alteração no padrão de sono. Na quinta consulta a gestante relatou forte crise, na qual teve ideias suicidas, foi prescrito Haldol IM com uso de 25 em 25 dias. As próximas consultas ocorreram dentro dos parâmetros de normalidade. Resultado: O acompanhamento da gestante com esquizofrenia ocorre de forma mais criteriosa para que ocorra a observação da evolução da gestação aliada aos cuidados com o diagnóstico. Sendo confirmada pela demanda de consultas presentes no prontuário da paciente, pois a mesma realizou 15 consultas no pré-natal, sendo 10 de enfermagem, além do acompanhamento psicológico no CAPES. Durante uma consulta médica foi relatado que a paciente se apresentava depressiva, esta observação deve ser realizada com cautela para que as condutas pertinentes sejam adequadamente tomadas. Tendo em vista que a depressão aumenta os riscos para nascimento prematuro, recém nascido baixo peso e crescimento tardio. Além disso, a depressão pode influenciar diretamente no período puerperal, pois nesta fase ocorrem grandes adaptações sociais e biológicas, principalmente no que se refere a questões hormonais para a mulher em consonância com um estado altamente protetivo com o bebê, transformando-se em uma fase de grande instabilidade, potencializando pensamentos depressivos. Para que haja o tratamento adequado, com o intuito de favorecer o bem-estar da gestante e diminuir os riscos tanto para ela quanto pro bebê a utilização de psicofármacos se faz necessária. A utilização de medicamentos psicotrópicos por gestantes envolve diversos fatores, como o risco de transtorno grave não tratável em caso de exclusão do uso do medicamento, complicações para a gestante, comprometimento para o recém nascido e os efeitos teratogênicos/embrionários no feto. Neste estudo foi observada a utilização de Haldol e Prometazina durante a gestação e a Amitriptilina foi suspendida. A suspensão de Amitriptilina é justificada pois a utilização deste medicamento na prenhez potencializa riscos como feto natimortos e morte neonatal, assemelhando-se aos riscos da hipertensão. A continuidade na utilização de Haldol e Prometazina oferecem riscos mínimos para o concepto, pois não há aumento significante nas anormalidades fetais associadas ao uso desta medicação, entretanto, deve ser analisado cautelosamente se os benefícios dos fármacos se sobrepõem ao seu efeito teratogênico. O transtorno mental associado a utilização de psicofármacos é uma característica preocupante, tendo em vista que pacientes com este diagnóstico apresentam um risco maior para o desenvolvimento de obesidade, em virtude das características clinicas da doença que propiciam um estilo de vida sedentário, escolhas dietéticas inadequadas e efeitos colaterais das medicações psicoativas. Esse fator foi pode justificar outra problemática encontrada neste relato, pois a gestante apresentou um ganho de peso excessivo no período gestacional. Essa característica pode resultar em inúmeras complicações entre elas o desenvolvimento de diabetes e hipertensão, além de um feto macrossômico ocasionando risco ao período gestacional. A equipe de enfermagem analisou criteriosamente esse ganho de peso, descrevendo de forma precisa com verificação a cada consulta sendo destacado em seu prontuário, além disso foram realizadas as intervenções necessárias, dentre elas, destaca-se a utilização de educação em saúde. A qual foi a metodologia mais utilizada para favorecer com que a gestante realizasse dieta, exercícios em seu domicílio, dentro das suas possibilidades. Apesar das intercorrências a gestação progrediu dentro dos parâmetros de normalidade, as consultas de enfermagem foram produtivas e eficazes para a gestante de forma simultânea com as consultas médicas. Isso é comprovado pois a gestante voltou para a consulta puerperal na qual avaliou-se a puérpera e se não havia comprometimento da saúde do bebê em decorrência da utilização das medicamentos psicotrópicos. Considerações finais: O pré-natal é um mecanismo de acompanhamento da gestação, com o objetivo de cuidar da saúde dos envolvidos no processo. Por este motivo a realização da observação para gestantes de alto risco, é fundamental pois intensifica aos cuidados para um desenvolvimento saudável da gestação. Gestantes de alto risco, necessitam de um acompanhamento multiprofissional adequado em decorrência das especificidades da gestação. Em portadoras de transtorno mental este método propicia um ambiente saudável para a preparação a maternidade em um contexto multifatorial. Além de fornecer acompanhar e desenvolver as intervenções necessárias o profissional de enfermagem terá um papel educador. Pois irá orientar a gestante quanto aos hábitos de vida, enfretamento da maternidade, cuidados com o bebe, pressupondo a relação de respeito entre profissional e paciente. |
7783 | RELAÇÃO DOS ACADÊMICOS DA ÁREA DA SAÚDE E A ÉTICA NA REALIZAÇÃO DO TOQUE VAGINAL EM UMA MATERNIDADE DE REFERÊNCIA DO SERVIÇO PÚBLICO Caroline Nascimento de Souza, Laís Lopes Gonçalves, João Vitor Nascimento Palaoro, Ana Paula de Araújo Machado, Jaçamar Aldenora dos Santos, Cristina Ribeiro Macedo, Italla Maria Pinheiro Bezerra RELAÇÃO DOS ACADÊMICOS DA ÁREA DA SAÚDE E A ÉTICA NA REALIZAÇÃO DO TOQUE VAGINAL EM UMA MATERNIDADE DE REFERÊNCIA DO SERVIÇO PÚBLICOAutores: Caroline Nascimento de Souza, Laís Lopes Gonçalves, João Vitor Nascimento Palaoro, Ana Paula de Araújo Machado, Jaçamar Aldenora dos Santos, Cristina Ribeiro Macedo, Italla Maria Pinheiro Bezerra
Apresentação: A violência obstétrica é um tipo de violência específica no período de pré e pós-parto dentro das maternidades e instituições de saúde. Esse fenômeno manifesta-se através de relações desumanizadas por parte de alguns profissionais da área da saúde que prestam a assistência à mulher, por meio de atos como: abuso de medicações desnecessárias, discriminação social, negligência, violência verbal, violência física e excesso de procedimentos invasivos desnecessários, incluindo o toque vaginal excessivo. O Ministério da Saúde ainda reforça através do protocolo da atenção básica a saúde da mulher de 2016, a importância da gestante de ser informada sobre qualquer procedimento, a fim de evitar situações que possam ferir o direito a sua privacidade e assim, a tornar mais participativa neste processo tão íntimo que é a maternidade, dando o direito de ouvi e de falar sobre o que mais incômoda. Este trabalho tem como objetivo descrever a relação dos acadêmicos de medicina na realização do toque vaginal na sala de pré e pós-parto. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por um acadêmico de enfermagem durante a coleta de dados de uma pesquisa intitulada “violência obstétrica em uma maternidade da rede pública do estado de vitória”, durante o mês de outubro de 2019. Resultado: Observou-se no período do transcorrido que as parturientes e puérperas, sentiam-se incomodadas pela quantidade excessiva de toques realizados pelos estudantes na sala de pré-parto e parto, sendo nítido nas suas expressões faciais e físicas no momento. Notou-se ainda, que os profissionais e estudantes não respeitavam o espaço dessas mulheres, causando uma intervenção invasiva repetitiva e desnecessária, sem mencionar pela falta de humanização do serviço. Considerações finais: Tratar bem, é antes de tudo prestar um cuidado livre de danos, de maus-tratos, é saber dos procedimentos que serão realizados e garantir o direito participativo no cuidado. Porém, observou-se, o excesso de toques vaginais, o que vai na contramão aos princípios doutrinário do Sistema Único de Saúde (SUS), logo, constituindo um desrespeito e abuso no período mais vulnerável e especial que é a maternidade. Para que a assistência seja prestada de forma mais eficiente e humanizada cabe aos profissionais da saúde implementar a organização da assistência direcionada para as necessidades individuais destas mulheres, o que tem como consequência a diminuição das intervenções desnecessárias, menores riscos de lesões e melhora na qualidade do serviço, garantindo maior satisfação das puérperas em relação aos profissionais do serviço. |
7239 | A IMPLEMENTAÇÃO DE DIÁRIOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA Luciane Stochero, Deylaine Lourenço Pacheco, Fernanda Lima Setta, Claudia Leite de Moraes, Gabrielle Diogo Melo, Daiane Santos de Oliveira, Gabriela Leal de Barros, Thaísa Goulart Lambranho de Azevedo A IMPLEMENTAÇÃO DE DIÁRIOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Luciane Stochero, Deylaine Lourenço Pacheco, Fernanda Lima Setta, Claudia Leite de Moraes, Gabrielle Diogo Melo, Daiane Santos de Oliveira, Gabriela Leal de Barros, Thaísa Goulart Lambranho de Azevedo
Apresentação: A internação em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) é um período muito conturbado, não só para o paciente, mas também para seus familiares. Cada vez mais evidências científicas relatam o impacto na saúde mental dos familiares, decorrentes do estresse e das situações vividas durante a internação. Após a alta, os pacientes podem apresentar sintomas como fraqueza muscular, alterações cognitivas e sintomas psicológicos, além de perturbações do sono, que podem persistir por longos períodos, alterando sua qualidade de vida. Com o intuito de diminuir essas complicações e auxiliar no suporte aos pacientes e seus familiares, foram criados os Diários de UTIP. Esta ferramenta tem por objetivo permitir que os familiares, a equipe de saúde ou mesmo o paciente registre os acontecimentos cotidianos na UTIP ou fora dela, de modo a construir um relato cronológico sobre aquele momento crítico de internação. Desta forma, auxilia pacientes que ficaram sedados ou comatosos a reconstruir a narrativa de sua doença e do tempo em que esteve internado, reduzindo lacunas de memória e pensamentos distorcidos em relação à estadia na UTIP. Estimulam, ainda, sentimentos de compaixão e acolhimento, incluindo a família no cuidado com o paciente, ajudando a manter uma relação de confiança e comunicação aberta entre a equipe e os familiares. Assim, o uso dos Diários pode reduzir possíveis repercussões à saúde de pacientes e familiares após a alta hospitalar, contribuindo com a melhoria na sua qualidade de vida. Desenvolvimento: A implementação dos Diários ocorreu em duas UTIP do Rio de Janeiro (rede pública e privada), de novembro de 2019 a janeiro de 2020, totalizando 64 Diários. As unidades receberam previamente um treinamento teórico-prático. No momento da internação o familiar recebia um kit contendo o Diário, caneta, folder explicativo e autorização de uso de imagem. Durante o processo, a equipe de pesquisa estimulava o preenchimento dos Diários pelos familiares e pela equipe de saúde. A orientação para os profissionais é que a escrita fosse clara e acessível. Além disso, poderiam ser inseridas fotos autoadesivas no diário, feitas em um tablet e reveladas numa impressora portátil, bem como desenhos do próprio paciente. No momento da alta era realizada uma cópia do Diário e este entregue para a família. Resultado: Uma das grandes contribuições da utilização do Diário de UTIP são os retornos positivos apresentados por pacientes e familiares com relação à estada na UTIP. Além disso, profissionais relatam que escrever os Diários também é uma ferramenta a mais de cuidado e que estreita os laços com a família. Os pacientes e familiares sentem-se acolhidos, percebem o cuidado mais individualizado e descobrem que não estão sozinhos nessa experiência. Considerações finais: Sabemos que existem obstáculos à redação no Diário, como evolução incerta, falta de tempo, sobrecarga de trabalho na equipe e ausência de ligação com o paciente. Porém a escrita mostra-se benéfica para o paciente e seus familiares e os ajudará em sua recuperação. Além disso, escrever nos Diários aumenta a empatia pelos pacientes e suas famílias, tornando o ambiente e relações na UTIP mais humanizados. |
8373 | ASSISTÊNCIA HUMANIZADA AO PARTO NORMAL E O NASCER DISSOCIADO DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA Gabriela Rocha Reis, Laura de Fátima Lobato Silva, Raíssa Costa Reis, Ruth Carolina Leão Costa, Gabriela Éleres Casseb, Emanuelle da Silva Tavares, Larissa Ribeiro de Souza, Nathalia Cantuária Rodrigues ASSISTÊNCIA HUMANIZADA AO PARTO NORMAL E O NASCER DISSOCIADO DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICAAutores: Gabriela Rocha Reis, Laura de Fátima Lobato Silva, Raíssa Costa Reis, Ruth Carolina Leão Costa, Gabriela Éleres Casseb, Emanuelle da Silva Tavares, Larissa Ribeiro de Souza, Nathalia Cantuária Rodrigues
Apresentação: Houve um tempo em que as escolhas diante dos procedimentos relacionados ao processo de gestação e parto eram exclusivamente da mulher, realidade que se alterou com o avanço da concepção biomédica da assistência pois o processo de gravidez e parto se tornaram atividades do âmbito hospitalar. O modelo biomédico estabeleceu como práticas rotineiras do trabalho de parto e parto procedimentos de tricotomia, administração de ocitocina sintética, proibição da ingestão de alimentos e água pela gestante e obrigatoriedade da posição litotômica, sendo que tais práticas são deslegitimadas pelo Ministério da Saúde, pois retiram da mulher o protagonismo do seu parto e aumentam as chances de ocorrência de parto cirúrgico. Ademais, as cesarianas apresentam risco de complicações à saúde materno-infantil, além de ocasionar o isolamento do contato da gestante com seus familiares, e a dificuldade da conduta de humanização, visto que a mulher é submetida a normas pré-estabelecidas sem a avaliação específica do seu caso. A cultura do parto cirúrgico favorece a disseminação de concepções errôneas quanto ao parto normal, tais como a ideia de que ele está diretamente ligado a momentos de dor e sofrimento intensos, na qual se banaliza os relatos de violência obstétrica vivenciados por mulheres brasileiras. Agressão verbal, injúria racial e de classe, violação da privacidade, violência física, realização de procedimentos médicos sem o conhecimento da gestante e devido consentimento desta, pressão psicológica para que a gestante opte por um parto cirúrgico, separação precoce da mãe e do recém nascido, são algumas das diversas formas de violação da mulher durante o seu trabalho de parto e parto. Diante disso, debatem-se políticas públicas e estratégias que objetivam dar maior visibilidade aos partos normais e que, sobretudo, possibilitem às mulheres o direito de parir e serem respeitadas neste momento; uma dessas estratégias é a implementação dos programas voltados para a humanização do parto normal e assistência à puérpera, como os Centros de Parto Normal (CPN), componente do programa Rede Cegonha do Ministério da Saúde. Institucionalizado considerando, também, a necessidade de realizar práticas de proteção contra abuso, violência e negligências no parto, o CPN prevê a realização de atendimentos voltados à gravidez de risco habitual; características relevantes para a melhoria da assistência em saúde no Brasil, tendo em vista as localidades que não possuem maternidade direcionada ao parto de baixo risco, a exemplo da rede municipal de Belém do Pará, o que contribui para o aumento de partos cirúrgicos no município. Objetivo: Destacar a importância dos Centros de Parto Normal diante do cenário atual de violação à gestante. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, elaborado a partir de uma visita a um Centro de Parto Normal peri-hospitalar no município de Castanhal, situado no Nordeste do Estado do Pará, vivenciada por graduandos de enfermagem da Universidade do Estado do Pará. Durante a visita pôde-se conhecer o espaço físico da instituição, que consiste em uma casa com recursos técnicos adequados para a assistência humanizada ao parto normal, localizada nas proximidades de um hospital de referência. O Centro possui uma recepção, com um mural de registros das gestantes e bebês assistidos no local; uma sala de triagem, destinada às consultas de enfermagem e acompanhamento da gestante. Em seguida, observou-se o posto de enfermagem, corredor principal e os cinco quartos privativos de Pré-Parto, Parto e Pós-Parto (PPP), intitulados como “Conforto”, “Amor”, “Bem-Estar”, “Felicidade” e “Segurança”, cada um possui banheiro próprio, maca adaptável e espaço ao ar livre reservado para a deambulação, além de algumas tecnologias não farmacológicas para o alívio da dor, como a bola suíça, barra de Ling, chuveiro de água quente, aromatizantes para uso de óleos essenciais, banquetas e bancos do tipo “cavalinho, um dos quartos possui banheira e berço aquecido. A casa também possui dependências como refeitório, copa e sala de descanso da equipe. A equipe é composta por duas técnicas de enfermagem, duas enfermeiras obstétricas e um auxiliar de serviços gerais, no entanto, com o objetivo de fortalecer o ambiente acolhedor e familiar, também é garantido à gestante o direito da livre escolha de acompanhante e outros profissionais especializados, como doulas e parteiras, potencializando o bem estar físico e psíquico dessa mulher. Paralelo à observação, houve o debate entre os discentes e a enfermeira obstétrica do Centro, acerca da importância em realizar os partos normais e o impacto da prática na esfera fisiológica e social, bem como as dificuldades para implantar essa perspectiva à realidade brasileira, tendo em vista os estigmas construídos socialmente. Nesse contexto, destacam-se os ideais que valorizam a cultura de um parto rápido e, hipoteticamente, sem dor, o qual desrespeita as capacidades fisiológicas do corpo feminino de conceber o bebê naturalmente e corroboram o discurso desencorajador sobre o parto humanizado, sendo propagados, muitas vezes, por mulheres com histórico de violência obstétrica durante o parto normal, que, em sua maioria, não possuem conhecimento da gravidade dessa agressão, como também por médicos que preconizam as facilidades em realizar uma cesariana. Resultado: Diante do observado e discutido percebe-se que a assistência ofertada no CPN prepara a gestante para protagonizar o seu parto com confiança, liberdade e segurança, assim como a aproxima do seu bebê, proporcionando o contato com a criança logo após o parto, pois reconhece a importância em manter o vínculo biológico nas primeiras horas do nascimento, no qual o recém nascido reconhece o colo, voz e é amamentado pela progenitora. Considerando os recursos técnicos e a assistência realizada no Centro, baseada em evidências atuais, destaca-se a atuação dos enfermeiros obstétricos, profissionais responsáveis também pela assistência à gestante, parturiente e puérpera, e pela execução do parto sem distocia, os quais fortalecem as políticas voltadas para a humanização, visto que é necessária a sensibilização do profissional diante do modelo hospitalocêntrico de assistência ao parto, para promover mudanças na prática clínica e estimular o cuidado respeitoso e centrado na usuária, com enfoque em suas capacidades fisiológicas e autonomia sobre as escolhas referentes ao seu parto. Destaca-se também que no município de Belém, capital do Pará, existem apenas maternidades destinadas à assistência ao parto de alto risco, contribuindo para o desamparo ao parto de risco habitual, os quais, em sua maioria, evoluem para um parto cirúrgico na rede pública ou privada de saúde. Considerações finais: Diante do exposto, percebe-se a necessidade em ampliar ações de sensibilização social diante dos inúmeros relatos de violência na região, a fim de informar a comunidade acerca dos seus direitos de acesso à saúde, formas de reconhecer a violência obstétrica desde a assistência pré-natal até o momento do parto, e os caminhos de denúncia desta má- conduta, além de incentivar a busca profissional pela qualificação humanizada, para reduzir os impactos desse tipo de violência. Em contrapartida ao modelo biomédico, a assistência prestada nas casas de parto busca atenuar esses entraves e modificar o cenário de violação da mulher, oportunizando o acesso à informação, amparo biopsicossocial e atendimento de qualidade. Evidencia-se também a relevância social do serviço realizado nos Centros de Parto Normal peri-hospitalares, o qual demarca os avanços das medidas de prevenção contra a violência obstétrica de forma eficaz e responsável |
8479 | A HUMANIZAÇÃO NO PROCESSO DE CUIDAR DO ENFERMEIRO NO PERÍODO DO PARTO Ana lúcia Naves Alves, Julia Gonçalves Oliveira, Gustavo Nunes de Mesquita, Luiz Henrique dos Santos Ribeiro, Bianca Fajado da Silva, Laís de Aquino Tostes A HUMANIZAÇÃO NO PROCESSO DE CUIDAR DO ENFERMEIRO NO PERÍODO DO PARTOAutores: Ana lúcia Naves Alves, Julia Gonçalves Oliveira, Gustavo Nunes de Mesquita, Luiz Henrique dos Santos Ribeiro, Bianca Fajado da Silva, Laís de Aquino Tostes
Apresentação: Humanizar o processo do nascimento é utilizar conhecimentos, práticas e atitudes para a promoção de um parto saudável à gestante e ao bebê. Envolve ações como a transmissão de informação, a individualização da paciente, considerando que é um momento único e diferente para cada mulher, o estabelecimento de relacionamento interpessoal, a garantia da presença do acompanhante são pontos importantes durante esse processo. Sendo assim, a mulher necessita se sentir segura e o profissional deve ser menos invasivo possível, respeitando sempre sua privacidade e vontade. Deve-se sempre estar avaliando os fatores de riscos da gravidez, monitorando o bem-estar físico e emocional em todo o trabalho de parto até o fim do puerpério, ou seja, a assistência deve ser humanizada. O objetivo geral desta pesquisa foi identificar às ações do enfermeiro no cuidado a mulher parturiente no ambiente hospitalar e se sua assistência quanto à humanização no trabalho de parto normal. Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva de abordagem qualitativa, onde se aplicou uma entrevista a 07 enfermeiros do Alojamento Conjunto e Centro Obstétrico de uma Maternidade de Médio Porte situado na região Sul Fluminense do Rio de Janeiro. O estudo realizado possibilitou compreender as dificuldades que os enfermeiros vivenciam na assistência na maternidade por diversos fatores influenciadores, dando seguimento a atos, comportamentos e atitudes que contribuem para desvalorização do atendimento humanizado. O papel do enfermeiro passa a ser de complementaridade e de colaboração com a equipe de saúde. O enfermeiro exerce hoje um conjunto de competências técnicas que garantem a sua responsabilidade, e são o apoio dos cuidados específicos prestados aos usuários, à família e à sociedade. Nas falas das enfermeiras observamos que todas citam o banho morno como uns dos métodos não farmacológicos para o alívio da dor oferecem o uso da bola, banco de cócoras, orientam quanto a posição para que elas se sintam mais confortável e tenham menos desconforto, orientam a deambulação como um método para acelerar o processo do parto. este estudo nos permitiu compreender a importância dos enfermeiros na assistência à maternidade e seus conhecimentos que facilitam para uma assistência mais humanizada superando obstáculos realizando a prática do cuidar com compaixão, competência, confiança, consciência e compromisso, podendo minimizar as intercorrências e agravos de gestantes que necessitam de maiores cuidados, consequentemente, assim, gerar uma redução de mortalidade materna e infantil por complicações na gestação. A questão da humanização é uma temática que merece muita atenção por parte dos profissionais de saúde e do governo, principalmente no âmbito da assistência durante o trabalho de parto e parto. A palavra humanização hoje é bastante debatida no âmbito da saúde, no sentido de tentar tornar os cuidados cada vez mais humanos, tratar a pessoa com dignidade humana ou vê-la do ponto de vista holístico. |
9077 | 1ª FORMATURA: BEBÊS E MAMÃES DO PROAME RECEBEM CERTIFICADO POR EMPENHO NA AMAMAENTAAÇÃO EXCLUSIVA NOS PRIMEIROS 6 MESES DE CONVIVÊNCIA Kelly Lene Lopes Calderaro Euclides, Francilene Sodré da Silva, Amanda Meneses Medeiros, Romenia Vidal de Freitas Estrela, Samela Stefane Correa Galvão 1ª FORMATURA: BEBÊS E MAMÃES DO PROAME RECEBEM CERTIFICADO POR EMPENHO NA AMAMAENTAAÇÃO EXCLUSIVA NOS PRIMEIROS 6 MESES DE CONVIVÊNCIAAutores: Kelly Lene Lopes Calderaro Euclides, Francilene Sodré da Silva, Amanda Meneses Medeiros, Romenia Vidal de Freitas Estrela, Samela Stefane Correa Galvão
Apresentação: A "Estratégia Nacional para Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável no SUS - Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil", lançada em 2012, tem como objetivo qualificar o processo de trabalho dos profissionais da atenção básica com o intuito de reforçar e incentivar a promoção do aleitamento materno e da alimentação saudável para crianças menores de dois anos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa iniciativa é o resultado da integração de duas ações importantes do Ministério da Saúde: a Rede Amamenta Brasil e a Estratégia Nacional para a Alimentação Complementar Saudável (ENPACS), que se uniram para formar essa nova estratégia, que tem como compromisso a formação de recursos humanos na atenção básica. O Ministério da Saúde recomenda a amamentação até os dois anos de idade ou mais, e que nos primeiros 6 meses, o bebê receba somente leite materno, sem necessidade de sucos, chás, água e outros alimentos. Quanto mais tempo o bebê mamar no peito, melhor para ele e para a mãe. Depois dos 6 meses, a amamentação deve ser complementada com outros alimentos saudáveis e de hábitos da família. Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional. No que tange à saúde da criança, a amamentação é fundamental devido aos seus benefícios nutricionais, emocionais, imunológicos, econômico-sociais e de aporte para o desenvolvimento, além dos benefícios à saúde materna. A amamentação é de fundamental importância durante a maternidade. Contudo, as taxas de aleitamento materno exclusivo encontram-se bem inferiores ao considerado ideal pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo apenas 35% da população mundial infantil alimentada, exclusivamente, pelo leite materno dos 0 a 4 meses de idade. No Brasil, se tem buscado a intervenção nas taxas de aleitamento materno através, entre outras, do desenvolvimento de programas ambulatoriais que incentivem a amamentação exclusiva até os seis meses de idade. Infelizmente, é evidente o desmame precoce pelas nutrizes brasileiras, mas, com o intuito de promover a saúde materno-infantil nos últimos anos, aumentou-se o estimulo ao aleitamento materno por parte de profissionais, serviços de saúde e órgãos governamentais. Verifica-se que embora a maioria das mulheres inicie o aleitamento materno, mais da metade das crianças já não se encontra em amamentação exclusiva no primeiro mês de vida. Apesar da tendência ascendente da prática da amamentação no país, estamos longe de cumprir a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a amamentação exclusiva até o sexto mês de vida e a continuidade do aleitamento materno até o segundo ano de vida ou mais. Objetivo: incentivar o aleitamento materno das mães que fazem parte da comunidade em torno a Unidade Básica de Saúde Sara Martins, no bairro Apeú, Castanhal, Pará. Desenvolvimento: A atividade foi realizada em maio de 2018, na cidade de Castanhal, Pará, especificamente na Unidade Básica de Saúde Sara Martins. A equipe da unidade se empenha em acompanhar as mães durante o seu pré-natal para que a saúde da mãe e bebê estejam garantidas. Após o nascimento é comum que as mães se afastem da unidade por todos os motivos já conhecidos que advém da maternidade. Diante deste cenário, a equipe elaborou uma estratégia de acompanhar essas mães e seus bebês nesta fase inicial, tão delicada para ambos. Assim, foi proposto às mães e seus bebês que comunicassem as dificuldades de amamentação, para que a enfermeira, médica e ACS pudessem auxiliar lado a lado neste processo. Trata-se de um projeto contínuo, no qual se têm grávidas em pré-natal, mães com bebês de idade até dois anos. Neste grupo havia oito mães que tiveram filhos no mesmo período. Iniciou-se um trabalho com este grupo específico a fim de incentivar o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida dos bebês. E assim aconteceu. Tratou-se de um trabalho coletivo, com apoio da equipe de saúde da unidade, do acompanhamento familiar e diálogo com as mães. Ao final dos seis meses, foi preparado na unidade uma festa de formatura para mamães e bebês, por essa conquista. Foi preparado capelo, toga e “canudo” com diploma. Foram convidadas todas as mamães do programa, no total de 22 mamães e 26 bebês e crianças, com idade de 6 meses a 4 anos de idade. A médica fez uma breve conscientização da importância do aleitamento materno, do relacionamento com os bebês e as consequências positivas deste ato. Entre as mamães contaram como foram às suas experiências. Após este momento, foi chamado o nome de cada mãe e bebê, que fizeram a amamentação exclusiva durante os seis primeiros meses de vida. Foi colocada, em cada bebê uma toga, um capelo e entregue aos dois um certificado de formatura. Tudo com um protocolo elaborado com muita dedicação por toda a equipe de saúde da unidade. Resultado: uma experiência muito importante de incentivo às grávidas que estavam presentes no evento, pois puderam perceber a alegria das mamães e suas conquistas com seus bebês. O resultado de 100% de adesão das mamães ao aleitamento exclusivo. O estreitamento de relacionamento da equipe de saúde com a comunidade, no empenho e fazer promoção de saúde além do que preconiza o Ministério da Saúde. A satisfação da equipe com o prazer de dever cumprido. A comunidade no bairro Apeú é de aproximadamente 10 mil habitantes, e estes são assistidos pela ESF Sara Martins. Todos os servidores da ESF se envolvem nas atividades. As grávidas foram acompanhadas desde o pré-natal. E após o parto também foi efetuado o acompanhamento pelos ACS, para acompanhamento do aleitamento dos bebês. A atividade continua e agora em junho faremos a 2 formatura dos bebês. Ganharam certificados mães e bebês que conseguiram o aleitamento exclusivo durante os seis primeiros meses. Fizemos entrega de diploma dos bebês e certificados para as mães. Foram vestidos de beca, capelo e um grande café da manhã na unidade. Após a formatura, continua o acompanhamento para o processo de introdução de alimentos, através dos ACS e das enfermeiras. Assim como, toda a equipe está à disposição para que as mães tirem suas dúvidas na unidade, que funciona de 7 às 17 h, de segunda a sexta. Considerações finais: O incentivo ao aleitamento materno deve acontecer por meio de melhorias e mudanças por parte de todas as equipes profissionais. São necessárias modificações principalmente nas rotinas das unidades e deve-se estabelecer a implantação de ações que facilitem esse período tão importante na vida de mães e seus bebês. |
9600 | “NOSSA GESTAÇÃO, NOSSO PARTO”: EXPERIÊNCIA DE UM CASAL COM O PARTO DOMICILIAR NO VALE DO CAPÃO Margarete Costa Santos, Amanda Andrade de Brito Pedrosa “NOSSA GESTAÇÃO, NOSSO PARTO”: EXPERIÊNCIA DE UM CASAL COM O PARTO DOMICILIAR NO VALE DO CAPÃOAutores: Margarete Costa Santos, Amanda Andrade de Brito Pedrosa
Apresentação: Ao longo da história muitas modificações foram feitas no cenário de parturição. O parto, até então um evento natural, fisiológico e, predominantemente, domiciliar, é declarado como ato médico, institucionalizado e torna-se alvo de inúmeras tecnologias duras e frias. No Brasil, a maioria dos partos ainda acontecem em contextos hospitalares e são caracterizados por excessivas intervenções. Nesse cenário o parto domiciliar planejado apresenta-se como uma alternativa possível de assistência coerente, efetiva e, principalmente, humanizada. Entender as experiências dos casais que buscam por esse evento domiciliar é fundamental para compreender a singularidade dessas vivências e os significados a elas atribuídos; assim como subsidiar uma nova perspectiva de atenção e cuidado na assistência obstétrica. Objetivo: Descrever experiência de um casal com o parto domiciliar planejado no Vale do Capão, no município de Palmeiras-BA. Método: O estudo de caso aqui apresentado é um recorte de uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória, intitulada “PARTO DOMICILIAR PLANEJADO: uma experiência no Vale do Capão” desenvolvida de março de 2019 a janeiro de 2020, no distrito de Caeté-Açu, popularmente conhecido como Vale do Capão, no município de Palmeiras-Bahia; Essa contou com a participação de casais, maiores de 18 anos que experienciaram o parto domiciliar planejado entre 2017 e 2019 no povoado estudado. As entrevista foram realizadas em domicílio com técnica de pergunta norteadora. O material foi submetido a análise de conteúdo. Resultado: O casal aqui apresentado era formado por uma mulher de 26 anos, com ensino médio completo, dona de casa; e por um homem de 30 anos, com ensino superior incompleto, artesão; que mantinham uma união estável, residiam na vila de Caeté-Açu e mantinham-se mensalmente com um salário mínimo. Tiveram uma gravidez não planejada em 2018, ocorrendo o parto no início de 2019. De modo geral, ambos relatam o acontecimento de um parto respeitoso e sensível às suas crenças e expectativas. Apresentam seus posicionamentos contrários ao modelo tecnocrático e intervencionista predominante no país, que contrapõe a compreensão cultural do parto domiciliar na região onde residem. Destacaram o sentimento de segurança em todo o processo do ciclo gravídico-puerperal, reforçando o quanto o conforto do lar, assim como as redes de apoio familiar e profissional, foram aspectos essenciais para a consolidação desse sentimento. A assistência profissional prestada, descrita como afetiva, silenciosa e vigilante, demonstrou ser importante em todas as etapas do ciclo, bem como na adaptação da nova configuração familiar. Também caracterizam o parto domiciliar como uma possibilidade de vivenciar o protagonismo da família no nascimento, acolhendo sua bebê de maneira tranquila e graciosa, além de fortalecer vínculos e marcar nitidamente a atribuição de novos papéis. Considerações finais: Na experiência desse casal, o parto domiciliar planejado foi envolto pela assistência humanizada e desejada, distanciando-os de um modelo assistencial caracterizado por práticas violentas, burocráticas e frias. Além disso, favoreceu a construção e fortalecimento do vínculo familiar, através da participação ativa, confortável e segura de todos os sujeitos pertencentes àquele cenário enquanto protagonistas. |
10167 | CONTRIBUIÇÃO DO ENFERMEIRO NA ATENÇÃO BÁSICA PARA PREPARAÇÃO DO PARTO E NASCIMENTO: REVISÃO INTEGRATIVA Fernanda Goncalves Grangeiro Nascimento de Paulo, Inês Maria Meneses dos Santos CONTRIBUIÇÃO DO ENFERMEIRO NA ATENÇÃO BÁSICA PARA PREPARAÇÃO DO PARTO E NASCIMENTO: REVISÃO INTEGRATIVAAutores: Fernanda Goncalves Grangeiro Nascimento de Paulo, Inês Maria Meneses dos Santos
Apresentação: O pré-natal é o momento oportuno para ajudar na busca e aquisição de conhecimento de todo processo gravídico puerperal e também, de criação de vínculo entre a equipe e a mulher/familiares. A educação em saúde é um compromisso dos profissionais de saúde para com a gestante e seus familiares. Objetivo: Analisar, em produção científica, ações de enfermagem que contribuem para a preparação da mulher gestante ao parto e nascimento. Desenvolvimento: Revisão integrativa, com questão: como a literatura aborda as ações do enfermeiro para a preparação da mulher gestante ao parto e nascimento? A investigação ocorreu nas bases LILACS, BDENF E MEDLINE. Como critério de inclusão: Artigos Científicos, idiomas português, inglês e espanhol, online e com acesso gratuito; e, nos anos 2008 a 2018. A organização das informações oportunizou a categorização e interpretação dos dados, visando o alcance do objetivo estabelecido. Do cruzamento dos descritores aplicando os critérios de inclusão evidenciou-se o quantitativo de 339 artigos; foram excluídas 49 produções por apresentarem duplicação. Ao realizar a leitura de títulos e resumos de 290 restantes, 7 artigos foram selecionados para apreciação na íntegra. Após a leitura e análise das produções científicas quanto à temática proposta, selecionaram-se três artigos. Para subsidiar a análise dos elementos: caracterização das produções, categorização do estudo e ações do enfermeiro estruturou-se um quadro como estratégia de sistematização. A análise das ações dos enfermeiros ocorreu mediante técnica de análise de conteúdo. Resultado: Foram identificados três artigos publicados nos anos de 2013, 2017 e 2018, por profissionais de saúde com vínculo em instituição de pesquisa. Foi construída uma categoria analítica: atividades educativas em saúde para o preparo do parto. O processo de cuidar em enfermagem encontra-se focalizados em: orientações quanto sinais de trabalho de parto, tecnologia do cuidado e da escolha do parto pela gestante e oficinas educativas com dramatizações relacionadas à gestação e ao trabalho de parto. Considerações finais: As produções científicas delimitam que as ações de enfermagem são pontuais e específicas à fisiologia do parto, não levando em considerações outros aspectos como a participação do acompanhante, aspectos emocionais e de mudanças corporais do período gravídico puerperal, que podem influenciar na satisfação e no empoderamento, durante o trabalho de parto e parto. |
10780 | A VISITA A MATERNIDADE REFERÊNCIA PELA REDE CEGONHA: UMA VISÃO DE ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM. Gabrielle Souza Santos, Alciléia Barbosa de Andrade Sora, Daniel Silva Granadeiro, Helena Portes Sava de Farias de Farias, Marcelly Martins Alves, Natália Loureiro Rocha, Thayana de Oliveira Vieira, Fabiana Ferreira Koopmans A VISITA A MATERNIDADE REFERÊNCIA PELA REDE CEGONHA: UMA VISÃO DE ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM.Autores: Gabrielle Souza Santos, Alciléia Barbosa de Andrade Sora, Daniel Silva Granadeiro, Helena Portes Sava de Farias de Farias, Marcelly Martins Alves, Natália Loureiro Rocha, Thayana de Oliveira Vieira, Fabiana Ferreira Koopmans
Apresentação: De acordo com o Ministério da Saúde (2011) a Rede Cegonha consiste em uma rede de cuidados que tem por finalidade assegurar a mulher o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada a gravidez, ao parto e ao puerpério. Respeitando seus princípios que consistem na garantia de vinculação desta gestante a unidade de referência e das boas práticas ao parto e ao nascimento. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada por acadêmicas de Enfermagem na primeira visita da gestante a maternidade referência pela Rede Cegonha no RJ. Método: No desenvolver da visita pequenos grupos acompanhavam os enfermeiros por todo o hospital, conhecendo as instalações e entendendo a organização do local. Por fim, sentavam em uma das suítes de parto onde era abordado o trabalho de parto de modo lúdico e explicativo, incitando a gestante e ao acompanhante a participação na dinâmica proposta. Era abordado temas relevantes como o momento indicado para a mulher se dirigir a maternidade referência, explicação sobre a configuração da sala de parto, situações onde a gestante deve se direcionar imediatamente a maternidade, equipe composta no momento do parto, primeiros cuidados com o bebê, carimbo de placenta, tecnologias não farmacológicas disponíveis para o alívio da dor como: massagens, água quente, liberdade de posição, uso da banqueta, uso do cavalinho e afins. O encontro permitiu a participação das acadêmicas no esclarecimento de dúvidas da clientela e discussão sobre mitos e verdades do período gravídico-puerperal. Resultado: Observou-se que muitas gestantes e acompanhantes possuíam dúvidas relacionadas ao benefício do parto normal para o bebê, relativas ao aleitamento materno, ideias errôneas sobre a arquitetura da sala de parto, falta de privacidade, presença do acompanhante e presunção de um parto restrito ao leito e acompanhado apenas pela equipe médica. Alguns, ao retratar a ideia de um parto adequado traziam experiências anteriores ricas em discursos e procedimentos que configuram atualmente como violência obstétrica. Portanto, a visita oportunizou um esclarecimento pontual e necessário sobre a fisiologia do parto e desconstrução a respeito do nascimento, trazendo a visão do parto como uma experiência familiar, humanizada, assistida holisticamente, respeitando as singularidades do sujeito da forma mais natural possível. A vivência por parte das graduandas trás enfaticamente a importância de uma rede que informatize a população assistida e a imprescindibilidade do trabalho de reeducação em saúde acerca do modelo de parto normal vigente. Considerações finais: Visivelmente, gestantes e acompanhantes deixam a unidade referência seguros com as informações prestadas, confortáveis em relação a equipe e parto e bem preparados para a chegada do novo membro no seio familiar. As dúvidas corriqueiras sanadas levam a mulher, - em um período de extrema vulnerabilidade - o sentimento de acolhimento pela rede. Com um olhar para a formação acadêmica é vital mencionar a necessidade da participação dos graduandos utilizando do artifício da educação em saúde para a mudança do cenário brasileiro acerca do parto, desempenhando um papel importante na mudança da visão da sociedade nesse contexto. |
11408 | O MODELO HUMANIZADO: A INDUÇÃO PARA MUDANÇA DA ATENÇÃO AO PARTO E NASCIMENTO Valdecyr Herdy Alves, Diego Pereira Rodrigues, Cristiane Cardoso de Paula, Paolla Malheiros Amorim Dulfe, Vivian Linhares Maciel Almeida, Luana Asturiano da Silva, Giovanna Rosário Soanno Marchiori, Maria Bertilla Lutterbach Riker Branco O MODELO HUMANIZADO: A INDUÇÃO PARA MUDANÇA DA ATENÇÃO AO PARTO E NASCIMENTOAutores: Valdecyr Herdy Alves, Diego Pereira Rodrigues, Cristiane Cardoso de Paula, Paolla Malheiros Amorim Dulfe, Vivian Linhares Maciel Almeida, Luana Asturiano da Silva, Giovanna Rosário Soanno Marchiori, Maria Bertilla Lutterbach Riker Branco
Apresentação: O estudo apresenta um problema recorrente no cuidado à mulher no campo do parto e nascimento, a violência obstétrica, que são perpetuadas pela atuação dos profissionais de saúde, e inerente ao exercício do poder e autoridade resultante do processo de institucionalização, culminando em distintas formas de desrespeito, discriminação e violência. Desse modo, a Organização Mundial de Saúde afirmou que a violência obstétrica constitui uma violação dos direitos sexuais, reprodutivos e humanos em dimensão global. Desse modo, a assistência ao parto no Brasil constitui relação com modelo hegemônico, culminando com a epidemia de cesariana, a medicalização do parto, o excesso de intervenções desnecessárias, com o desrespeito, discriminação e violência. Assim, o enfrentamento do modelo obstétrico brasileiro, questionado desde a década de 80, pelo movimento de humanização, que ancorados em evidências científicas e no dialogo com agencia e instituições de saúde governamentais, tem problematizado o modos operandi do modelo tecnocrático. Assim, se faz necessário a mudança de ideologias na parturição, e resgatando o protagonismo da mulher, e seus direitos conquistados. Nessa perspectiva, o modelo tecnocrático baseia-se no conceito de separação da mente e corpo, bem como na dominação das máquinas sobre as crenças individuais e coletivas. Contrapondo-se a esta concepção, tem-se o modelo humanizado, trazendo a ideia de interligação entre a condição física, os componentes psicológicos e a sociedade. Assim, a humanização tem possibilitado um novo desenho da assistência no país, com o resgate do protagonismo, autonomia feminina, favorecendo um parto respeitoso, e trazendo a centralidade do cuidado para a mulher. Nessa visão teórica, estudar a concepção dos valores relacionados ao processo do parto e nascimento, e além disso possibilita desvelar valores produzidos nas relações de cuidado ao processo de parturição. Visto que o valor desvela significações do cotidiano, tendo como conjunto uma rede de significados que permitem a conexão em torno de um processo de ordem/desordem no cotidiano da assistência vigente. Nesse prisma, a ação valorativa dos profissionais de saúde permitem que suas atitudes conectem-se com a representação de uma dada realidade, dando-lhe um sentido da natureza simbólica e que as suas interpretações favoreçam a construção de suas ideologias relacionado ao cuidado da mulher no campo do parto e nascimento. Portando, para o desvelamento do processo de valoração do sujeito-profissional de saúde - na relação do cuidado obstétrico, a partir do seu vivido profissional, apresentam forças articuladas com o pensamento, o sentimento e a vontade. Nesta linha teórica, Max Scheler defende a Teoria dos Valores distinguindo a compreensão dos valores a partir da intuição emocional. O estudo teve como objetivo compreender o significado dos valores dos profissionais de saúde das maternidades públicas da Região Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro. Estudo fenomenológico, ancorado na Teoria de Valores de Max Scheler, realizado com 48 profissionais de saúde, sendo 24 enfermeiros e 24 médicos de quatro maternidades da Região Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro. Os dados aqui apresentados foram coletados por meio de entrevista fenomenológica, aplicadas no período de abril de 2017 a abril de 2018, e submetidos ao processo de análise a partir da Teoria de Interpretação de Paul Ricoeur. O estudo foi aprovado no comitê de ética e pesquisa da faculdade de medicina da Universidade Federal Fluminense, sob o protocolo nº 1737132/2016. Os resultados apontaram Nos discursos dos profissionais de saúde a necessidade de repensar a utilização de muitas intervenções utilizadas na atenção obstétrica. Mostram também o valor verdade como sustentação para o valor vital, para o valor da sacralidade da mulher. A ilustração do discurso do profissional de saúde remete à significação quanto ao fato de ‘amparar o períneo’ como forma de cuidado, com o propósito de garantir a integridade da mucosa vaginal, evitando as lacerações decorrente do período expulsivo. Nesse sentido, o cuidado obstétrico ofertado pelo profissional de saúde é centrado no outro, gerando a mudança hierárquica de valores embasada pela valor científico, que modifica toda uma lógica de cuidado à mulher e possibilita reconfigurar o próprio cuidado dentro do modelo de humanização. A ilustração do discurso do profissional de saúde reflete o toque vaginal ao qual a mulher é submetida nas instituições de saúde, todavia, mostra também que não há necessidade de realizar essa intervenção de forma protocolar e sucessiva no cuidado obstétrico, segundo as evidências científicas e as recomendações da OMS. Podemos perceber, que há uma reorganização da hierarquia de valores dos profissionais de saúde, conforme os discursos dos participantes, onde mostram um processo de transição de um modelo tecnocrático, que valoriza a tecnologia e a centralidade no profissional de saúde, para um modelo humanístico que valoriza a centralidade da mulher com o seu direito de escolha, possibilitando a inibição de intervenções. Há um valor no campo da fisiologia do processo do parto e nascimento, com base na transformação pelo conhecimento científico, pois, mesmo nos discursos que acontecem acerca da normativa indutiva da posição de parir, os profissionais de saúde fazem essa crítica no próprio serviço, tendo em vista a necessidade de mudança em prol das evidências científicas na parturição, inibindo a própria violência obstétrica em seu cotidiano. Os profissionais de saúde expressam o valor do cuidado ao alívio da dor utilizando tecnologias não farmacológicas, como a oferta à mulher da penumbra, da deambulação, do banho morno/quente, das massagens, da banqueta, da bola suíça e da musicoterapia, durante o primeiro e segundo estágios do parto, todas relacionadas ao modelo humanizado da parturição. Valorizam a utilização dessas tecnologias por (re)conhecerem os benefícios científicos de sua utilização para a saúde no campo do parto e nascimento, sendo uma prática útil que deve ser estimulada, conforme as recomendações da OMS. Os discursos dos profissionais de saúde afirmam que o acompanhante é uma figura essencial para auxiliar no apoio e conforto à mulher para o alívio da dor, constituindo uma importante estratégia no processo do parto e nascimento. A participação do acompanhante no processo da parturição, está assegurada pela Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005, possibilitando a sua presença pela transição para o modelo humanizado, constituindo um apoio e uma prática considerada útil e que deve ser incentivada, conforme a OMS. Conclui-se queo estudo teve como proposição de contribuir para uma modificação da realidade local sobre o cuidado obstétrico, nessa realidade cotidiana das mulheres, beneficiando um cuidado sustentado no respeito e no conhecimento científico, bem como ser um processo facilitador de transformação, provocando o saber científico produzido no meio acadêmico. Assim, pelo movimento que a fenomenologia faz entender e vivenciar, um processo para uma transformação, a apreensão de provocações práticas tornam-se necessárias para uma análise que busque um cuidado centrado na mulher. |
12020 | A IMPLANTAÇÃO DA 1° E 2° ETAPA DO Método: CANGURU NO HOSPITAL REGIONAL DE TEFÉ AM Aurelia Aldeanes Lopes Tomasco, Maria Adriana Moreira, Marivone Nunes Barroso, Daniela Cristina da Silva, Ana Karla dos Santos, Fabiana Maria Ferreira A IMPLANTAÇÃO DA 1° E 2° ETAPA DO Método: CANGURU NO HOSPITAL REGIONAL DE TEFÉ AMAutores: Aurelia Aldeanes Lopes Tomasco, Maria Adriana Moreira, Marivone Nunes Barroso, Daniela Cristina da Silva, Ana Karla dos Santos, Fabiana Maria Ferreira
Apresentação: No Hospital Regional de Tefé no ano de 2019 foi realizado o número total de 971 nascidos vivos, destes 264 foram recém nascidos abaixo de 2.500 kg, pensando nessa problemática percebeu-se a necessidade da implantação do método canguru, sendo que uma grande maioria das mães são menores de 18 anos, informações limitadas sobre o assunto e pré natal deficiente. Nesse cenário, se insere o presente estudo cujo objetivo é apresentar como se deu a primeira e a segunda etapa do método Canguru no hospital Regional de Tefé (AM). Desenvolvimento: Para a implantação do método Canguru no hospital Regional de Tefé (AM), primeiramente foi realizado um treinamento do profissional enfermeiro pelo equipe do Ministério da Saúde na Cidade de Manaus AM e partir daí iniciou-se a sensibilização e a capacitação da equipe multiprofissional para implantação do método. Vale esclarecer que o Método Canguru é uma política de baixo custo que tem como benefícios, o aumento do vínculo mãe-filho, envolve o cuidado humanizado, contato pele a pele entre recém nascido e seus pais, controle ambiental, redução da dor, o estímulo ao aleitamento materno, maior confiança dos pais, diminuição do tempo de separação, melhor relacionamento da família com a equipe de saúde, diminuição da infecção hospitalar, ganho de peso. O contato pele a pele, no método canguru começa com a aproximação dos pais em seus bebês desde o primeiro momento da internação ainda nos cuidados intensivos com o toque, evoluindo até a posição canguru. Quanto a idade gestacional, com a finalidade de identificar as condições físicas e de maturação a Organização Mundial de Saúde (OMS), os classifica da seguinte forma: pré-termo, nascidos com menos de trinta e sete semana de idade gestacional; à termo, nascidos entre trinta e sete e quarenta e uma semanas e seis dias de idade gestacional e pós-termo, bebês nascidos com quarenta e duas semanas ou mais de idade gestacional. (VIANA et al., 2018). Já com relação ao peso, nascidos com menos de 2.500kg são chamados de recém nascido de baixo peso (RNBP), e nascidos com menos de 1.500kg recém nascido de muito baixo peso (RNMBP). (FARIAS et al., 2017). Resultado: E IMPACTOS No hospital Regional de Tefé (AM), a primeira etapa para implantação do método canguru se deu com profissionais treinados e capacitados para orientarem os pais ainda na UCIN sobre a posição e os benefícios do método canguru, o mais precocemente possível sempre que o quadro clínico do RN permitir nessa primeira etapa é realizado o método sobre supervisão do médico ou enfermeiro plantonista treinado. A equipe tenta minimizar a separação entre o recém nascido e seus pais, Os pais são acolhidos e acompanhados de acordo com suas necessidades, explicando sobre a rotina de livre acesso e a importância do toque, buscando sempre favorecer a formação e fortalecimento do laço afetivo, foi confeccionado também o ninho para as incubadoras feito conforme a orientação do Ministério da Saúde para que esse RN se sinta aconchegado em seu leito imitando o útero materno. A equipe oferece ainda orientações diversas sobre a alimentação do RN a importância do aleitamento exclusivo (não oferecemos outro substituto, somente com prescrição médica ou da nutricionista quando necessário)e ordenha pela nossa equipe do posto de coleta, a administração da dieta oferecida no copinho ou sonda quando necessário deixando os pais sempre bem informados, visita também é permitida já nessa etapa, com o objetivo de inserir o RN ao seio familiar. Na segunda etapa, a mãe é convidada a ficar com seu bebê na unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCA) em tempo integral. Esse período funciona como um estágio pré -alta hospital, porque sobre a orientação e supervisão da equipe a mãe realiza os cuidados com seu filho como alimentação no copinho ou sonda, sucção e pega correta, banho, troca de roupa e temperatura ideal para seu bebê. A posição canguru é realizado nos horários determinado sempre com orientação e aceitação do método, o hospital disponibiliza para as mães kit contendo batas, faixas e o ninho para os pais realizarem o método com segurança. O aleitamento materno exclusivo é estimulado como parte essencial do Método sendo de fundamental importância, tendo em vista que, dentre os inúmeros benefícios do MC, o estímulo ao aleitamento materno se destaca, pois contribui para o desenvolvimento imunológico e nutricional, reduz a incidência de infecções, promove a proteção necessária para o crescimento e desenvolvimento. Diante deste cenário, a equipe dispõe de atitude proativa dos buscando informar as mães sobre a importância do MC, promovendo o aleitamento materno, diminuindo os índices de desmame e, consequentemente, as taxas de mortalidade infantil. Está etapa prepara a família para os cuidados com o bebê no domicílio após a alta hospitalar na terceira etapa. O pai tem livre acesso e sua presença é estimulada (Ressaltamos que a terceira etapa está em fase de implantação). Quando recebem alta do método canguru, passando então aos cuidados da Atenção Básica e, quando necessário, também no ambulatório especializado é encaminhado um relatório de alta contendo todas as informações relacionadas ao RN, e os pais são orientados quanto a importância do acompanhamento na UBS e quando necessário retornam ao hospital pois continuam vinculados. A importância do Método Canguru é reforçada por maior tempo possível juntamente com a importância do aleitamento materno exclusivo. Considerações finais: No decorrer deste estudo, observamos que os benefícios trazidos pelo MC são diversos, vão desde benefícios para o RN, passando pelos pais, principalmente a mãe, até o entrosamento da família com a equipe. Quanto aos benefícios para o RN estão inclusos: diminuição do tempo de separação entre a criança e sua família, favorece o vínculo pai-mãe-bebê- família, possibilita maior confiança e competência dos pais, proporciona estímulos sensoriais positivos, diminui a ocorrência de choro, favorece o ganho de peso, contribuição para um melhor controle térmico, pois há troca de calor pelo contato pele a pele, melhora o desenvolvimento do bebê, estimulação do aleitamento materno, favorecendo maior frequência, precocidade e duração da amamentação, propicia a diminuição da infecção hospitalar; aumenta o vínculo mãe-filho, promovendo a qualidade do desenvolvimento neurocomportamental e psicoafetivo; diminui o estresse e a dor e melhora a qualidade do desenvolvimento neuropsicomotor, benefícios para os pais, destacam-se a promoção de uma maior competência, ampliando a confiança dos pais no manuseio do seu filho de baixo peso, mesmo após a alta hospitalar, tornando-os mais conscientes das necessidades do filho e proporciona um melhor relacionamento da família com a equipe de saúde. Neste entendimento, notamos que o Hospital Regional de Tefé (AM), tem se esforçado para implantar de maneira adequada o método Canguru, visando benefícios para as mães e os RN. |
8695 | O QUE PODE A REDE PARTEIRAS EM SEU PEDIDO DE PASSAGEM À POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE José Guilherme Wady Santos O QUE PODE A REDE PARTEIRAS EM SEU PEDIDO DE PASSAGEM À POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDEAutores: José Guilherme Wady Santos
Apresentação: Partimos de uma pesquisa nacional (Rede de Avaliação compartilhada: Avalia quem pede, quem faz e quem usa – RAC - 2013 a 2016), que avaliou a produção do cuidado nas “Redes Temáticas de Atenção à Saúde”. Na cidade de Bujarú (PA) – um dos campos na Região Norte -, nos voltamos para a “Rede Cegonha” (RC). Implementada a partir da publicação da Portaria Nº 1.459 (2011), trata-se de uma estratégia do Ministério da Saúde (MS) que consiste numa rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como, à criança, o direito ao nascimento seguro, ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis. Traz o combate às práticas obstétricas que violentam o corpo materno e infantil, e visa a diminuição dos altos índices de partos cesáreos ocorridos no Brasil. Práticas que têm como base o modelo tecnocrático, que se caracterizam por foco da atenção no corpo, institucionalização do parto hospitalar, utilização acrítica de novas tecnologias, incorporação de grande número de intervenções, e como consequência temos as altas taxas de episiotomias, de uso de ocitocina sintética etc. No campo por nós investigado, logo nos encontramos com as parteiras tradicionais e, mais precisamente, com o que denominamos de “Rede Parteiras” (RP). Com seus saberes, elas envolvem toda a comunidade local e vão para além do cuidado às mulheres grávidas na arte de partejar, pois são lideranças comunitárias ou camponesas, ou ainda, de movimentos de mulheres do campo. Na arte de partejar, e na produção do cuidado em geral, é marcante a presença de rituais com forte conexão com a medicina natural, com uso de insumos provenientes da floresta e que estão devidamente registrados de próprio punho em cadernos mantidos sob suas guardas, usados para consultas. Se constituem, portanto, em saberes primordiais na produção do cuidado por dentro da RP e por fora da RC, desvalorizados enquanto práticas tradicionais não científicas. Quando nos referirmos ao sistema institucional, temos que a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) - Portaria Nº 971 (2006) -, produziu uma série de invisibilidades ao deixar de fora, por exemplo, o tipo de conhecimento de propriedade das parteiras tradicionais e, em grande medida, da medicina indígena. Desse modo, o objetivo do presente trabalho é, partindo do que foi produzido na RAC e, agora, por meio do Observatório do parto criado a partir dessa experiência, pautar a arte de partejar como uma PICS, trazendo para a cena a discussão sobre saberes “válidos” como aposta na produção do cuidado em saúde. Por meio de uma pesquisa interferência, que se funda nos movimentos cartográficos e nos encontros dele decorridos, em constante exercício de alteridade e suas implicações para a produção do cuidado, olhamos para as redes de conexões existenciais que vão se conectando na produção do cuidado (RC e RP), e provocando ondas de interferências em nós, no serviço, nas usuárias e, por que não, nas próprias leis aqui de interesse. Essa experiência na RP trouxe as parteiras tradicionais e uma usuária (grávida ou puérpera), como “pesquisadora-guia” e/ou “usuária-guia”, respectivamente. Desse modo, trançamos o campo a partir de nossas incursões na cidade de Bujarú (PA), mais precisamente nas comunidades onde habitam aquelas com as quais temos nos encontrado, nos afetado e que afetamos. Na perspectiva de pesquisador “inmundo”, que emaranha-se, mistura-se, afeta-se com o processo de pesquisa, diluindo o próprio objeto, apostamos na possibilidade de a pesquisa ir se fazendo no próprio processo de acontecimentos, modificando e atuando, abrindo espaço para a experiência, para o exercício de produzir um conhecimento implicado na transformação de práticas e saberes. Como aspectos de natureza fortemente qualitativos adotamos como instrumentos de coleta de dados as fontes documentais, narrativas, caderno de campo, além da própria noção de “parteira-guia” e/ou “usuária-guia”, que constroem conosco o campo em avaliação. As parteiras tradicionais se colocam como “guias” a nos conduzir por sua “caixa-corpo”, produtora de sabedoria, muito mais do que uma caixa de ferramenta conceitual, pois são saberes insurgentes que vazam qualquer prescrição racional, regulamentada, padronizada e normatizada. São saberes, por assim dizer, desobedientes àqueles que pautam na ordem do dia o saber técnico científico como único saber válido e absoluto na produção do cuidado-vida. Em nossas andarilhagens e conversações, temos vivenciado as conexões com as redes vivas presentes nos territórios existenciais tecidos pela RP e feito o constante exercício de perceber os sinais que vêm desses territórios, os sinais das matas, dos ramais, dos quintais e dos igarapés. Considerando a arte de partejar e todo o conhecimento nela envolvido, bem como o seu intercruzamento com as políticas oficiais de saúde da mulher, produzida pela RP no território da pesquisa, ainda é notória a ausência de uma abordagem que desloque o olhar marcadamente biomedicalizante e tecnicista para uma produção do cuidado que se faça a partir de uma abordagem perspectivista (abole qualquer pretensão de verdade absoluta), antropofágica (cuidado que dedica, interessa e transmuta-se pela alteridade no outro) e simétrica (reconhecimento de todos os modos de produzir vida e saúde, com intercambialidade entre os que desse processo fazem parte). Os profissionais do campo da saúde, ao se envolverem com a RP, não têm considerado a possibilidade de vivenciarem uma produção de cuidado que coloque em jogo a etnomedicina e a biomedicina, um encontro no qual outros saberes e racionalidades, que não os científicos, operam com grande potência a produção de vida, com sentido, autonomia, saúde e cuidado. Como podemos pensar a partir da condução de um parto por uma das parteiras-guia de nosso campo que, desde o pré-natal, trabalho de parto e pós-parto, lança mão de uma série de saberes (manipulação de ervas, raízes, cantos e ritos) na produção do cuidado à mulher e ao bebê. Quando nos referirmos ao sistema, temos que a PNPIC produziu algumas invisibilidades, pois na discussão e institucionalização das práticas “complementares” em saúde, deixou de considerar a perspectiva da saúde simétrica, que tenciona, inclusive, a dicotomia “principal-complementar” presente em seu bojo. A partir disso, cabe-nos perguntar qual prática de saúde é complementar nesse caso? Qual é a principal? Nesse caso, a biomedicina não estaria como uma prática complementar e a medicina tradicional como prática principal? Trata-se de uma “intermedialidade”, a exemplo da zona de contato criada por povos indígenas e profissionais de saúde, em seus encontros relacionados à saúde, doença e morte. A PNPIC precisa rediscutir o que considera saberes válidos e trazer à luz uma série de saberes como o das parteiras tradicionais, que têm sido vistos a partir de uma perspectiva assimétrica. Defendemos, portanto, a perspectiva do cuidado simétrico, como o reconhecimento de todos como produtores de cuidado, que também têm suas próprias formulações de modos de vida e saúde. As parteiras tradicionais de Bujarú (PA) e de tantos outros territórios existenciais espalhados pelo país, têm um conhecimento acumulado, culturalmente bem estabelecido, e registrado em cadernos de anotações e em livros de fabricação artesanal, que fazem parte das estratégias de luta na produção de vida no interior do estado, por isso, merecedor de um olhar de alteridade e digno do devido reconhecimento de sua validade e eficiência, pois têm sofrido frequentes investidas ao longo dos anos, como tentativa de colocar fim a esse saber insurgente e desobediente. |