379: Experiências PET e a Interprofissionalidade nos Currículos da Saúde | |
Debatedor: Magali Inês Pessini | |
Data: 28/10/2020 Local: Sala 04 - Rodas de Conversa Horário: 13:30 - 15:30 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
5992 | PET SAÚDE ESTRATÉGIA POTENTE PARA PENSAR A INTERPROFISSIONALIDADE E AS PRÁTICAS COLABORATIVAS NA REDE DE SAÚDE DE PORTO ALEGRE. Daila Alena Raenck silva, Angela Peña Ghisleni, Cristiane Machado Mengatto, Deise Rocha Reus, Denise Bueno, Fabiana Schneider Pires, Vanessa Panozzo PET SAÚDE ESTRATÉGIA POTENTE PARA PENSAR A INTERPROFISSIONALIDADE E AS PRÁTICAS COLABORATIVAS NA REDE DE SAÚDE DE PORTO ALEGRE.Autores: Daila Alena Raenck silva, Angela Peña Ghisleni, Cristiane Machado Mengatto, Deise Rocha Reus, Denise Bueno, Fabiana Schneider Pires, Vanessa Panozzo
Apresentação: A partir do edital lançado pelo Ministério da Saúde pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Departamento de gestão da Educação na Saúde (SGTES), em julho de 2018. Os parceiros, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (SMS), a partir dos seus dois distritos docentes assistenciais (DDAs), Gerência Distrital da Glória Cruzeiro Cristal (GCC) e Gerência Distrital Centro (GDC), ingressam com um projeto desafiador no que se refere à educação interprofissional (EIP) na rede de saúde do município. Essa iniciativa nasce com o movimento realizado pela Organização Pan Americana da Saúde (OPAS / OMS), iniciado no ano de 2016 e que vem propondo uma série de ações, dentre elas, a implementação da EIP no Brasil. Para isso, iniciando a proposta no país, o PET-Saúde Interprofissionalidade, surge como um veículo de implantação da temática nos territórios. Porto Alegre recebe a aprovação, no ano de 2018, e conta com quatro projetos desenvolvidas por instituições responsáveis por DDAs de outras gerências distritais. Um desses projetos é recebido pela UFRGS, como descrito anteriormente, em um cenário de atuação em que a integração ensino serviço encontra-se em processo de consolidação, mas com relações bastante fortalecidas. A comunicação entre a universidade e os territórios conta com 10 anos de existência e durante este período passaram todas as edições do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde). Em 2016, a UFRGS recebe o desafio de implementar o PET-Saúde GraduaSUS juntos aos seus parceiros, em um primeiro momento complexo, mas produtor de processos que foram instituídos para a qualificação dos diferentes elementos da integração ensino-serviço possibilitaram refletir mais profundamente a formação e o educação para o trabalho. Atualmente, o desafio cresceu e esses cenários revisitam o GraduaSUS com a proposta de falar de EIP em contexto de iniquidades importantes do município. Dessa forma, pretende se apresentar à proposta lançada pela UFRGS e seus distritos docentes assistenciais no PET-Saúde interprofissionalidade no desafio de trabalhar este tema na rede saúde. Desenvolvimento: O projeto PET-Saúde interprofissionalidade conta com a participação de 10 cursos da UFRGS da área da saúde, incluindo: Enfermagem, Farmácia, Fonoaudiologia, Fisioterapia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Saúde Coletiva e Serviço Social. Esses associados aos dois distritos docentes assistenciais da universidade já citados anteriormente. Ao todo são 70 participantes envolvidos no projeto, divididos entre 30 alunos de diferentes cursos da área da saúde, 10 tutores, sendo 5 deles coordenadores dos subgrupos e 20 preceptores que são trabalhadores da saúde SMS e 10 são voluntários (entre alunos, professores e trabalhadores). Para a execução do projeto formaram se cinco grupos com a composição de professores / tutores, preceptores e alunos de diferentes formações e áreas. Nestes, buscou se a maior diversidade possível de núcleos, visando garantir a troca entre os diferentes profissionais. Trabalha-se a temática da interprofissionalidade, a partir de três eixos: Diretrizes Curriculares Nacionais; integração ensino-serviço-comunidade; Desenvolvimento da docência e preceptoria na saúde. Para potencializar a reflexão e o desenvolvimento do PET-Saúde IP na rede foram incluídas quatros iniquidades eleitas como prioritárias no município a saúde do idoso, das pessoas em situação de rua, da população negra e dos povos indígenas. Busca-se identificar na rede e na universidade a existência da interprofissionalidade e as práticas colaborativas tendo como base as políticas citadas acima. Para obter resultados o grupo iniciou a realização de vivência nos serviços de saúde dos preceptores participantes do PET IP, contabilizando 10 locais que variam desde atenção primária à Saúde até serviços especializados. As vivências ocorreram nos primeiros seis meses em uma série de oito semanas com pausas para debates coletivos com apresentação dos produtos para a troca de experiências. O projeto tem um período de exceção de 24 meses, subdividido em ano 1 e ano 2, a participação deve ser de 8 horas semanais e incluem atividades de oficinas, seminários, vivências, reuniões. Nesta fase inicial, os produtos definidos foram à familiarização com o SUS, fluxos e protocolos da secretaria municipal de saúde, sensibilização com as quatro políticas e aproximação da temática da EIP. Resultado: O PET IP encontra-se no Ano 1, com o encerramento dos primeiros seis meses. Foi possível perceber neste curto espaço de tempo, alguns resultados sendo parcialmente atingidos, conforme o planejamento. Foi efetivada a sensibilização dos participantes nas suas áreas de atuação, seja do aluno na universidade e no campo de prática, como dos profissionais que estão nos territórios. Até o momento, foram trabalhados os fluxos da rede no que tange as quatro iniquidades eleitas para articular o tema da EIP. E a identificação durante as vivências da EIP e das práticas colaborativas nos serviços de saúde. Durante as atividades coletivas como os seminários e oficinas foram perceptíveis o novo entendimento dos estudantes em relação ao SUS e o desejo de atuar neste espaço. Para os docentes / tutores o contato durante as vivências nos cenários do projeto fortaleceram as suas ações em sala de aula e na supervisão dos estágios. E para as equipes que receberam os grupos tutoriais ocorreu, mesmo que sutilmente, pelo curto período do projeto, um repensar do processo de trabalho, das iniquidades estudadas e da sensibilização para a integração ensino-serviço-comunidade. Considerações finais: Para a UFRGS e os seus distritos docentes assistenciais a estratégia do PET–Saúde sempre foi potente para induzir e fortalecer a integração ensino-serviço-comunidade. No entanto, a temática desafiadora da EIP, colocou a universidade e os territórios em um processo de reflexão, principalmente de um cenário político complexo do país e dos municípios. O projeto, até o presente momento, possibilita aos atores refletir sobre a educação e à saúde existentes, impulsionando a reflexão. A estratégia da EIP convida os participantes ao processo de transformação que inclui pensar de forma coletiva e colaborativa na busca pela solução dos problemas. As consequências do uso dessa ferramenta são múltiplas, mas a principal delas e qualificação na assistência e no cuidado ao usuário. E ainda, nesta problematização, trabalhar com a interprofissionalidade favorece uma formação mais potente para os estudantes e docentes e a construção de equipes nos espaços de trabalho mais resolutivas, motivadas e em processo constante de renovação das suas práticas cotidianas. |
8317 | CONTRIBUIÇÕES DA PRÁTICA INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE NUMA UNIDADE ESCOLAR: O OLHAR DA PRECEPTORIA PATRICIA DE AZEVEDO HANNA CONTRIBUIÇÕES DA PRÁTICA INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE NUMA UNIDADE ESCOLAR: O OLHAR DA PRECEPTORIAAutores: PATRICIA DE AZEVEDO HANNA
Apresentação: Este trabalho é desenvolvido entre o Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) em parceria com Coordenação da Área Programática 5.1 (CAP) do município do Rio de Janeiro por meio PET-Saúde/Interprofissionalidade. As preceptoras do subprojeto “Multiplicando Saúde: Promoção de Saúde de Adolescentes na Perspectiva da Educação Popular em Saúde” exercem suas atividades no território da CAP. As atividades do subprojeto acontecem tanto na escola, quanto em uma Clínica da Família (CF) e estão em consonância com objetivos da Atenção Básica, do Programa Saúde na Escola e Educação Popular em Saúde, além de serem embasados nos princípios da formação interprofissional e do trabalho colaborativo. Sua premissa é contribuir no fortalecimento dos laços de solidariedade dos estudantes, profissionais da saúde, adolescentes multiplicadores e usuários do território. Essa é a primeira vez que profissionais de saúde dessa CF trabalham conjuntamente em um projeto com estudantes e professores de uma instituição de ensino através do PET. A proposta do trabalho interprofissional possibilita repensar o fazer profissional, favorece a autoanálise e disponibilidade para compartilhar saberes de forma colaborativa e consequentemente, contribui na melhoria da qualidade do serviço para o usuário. Deste modo, faz-se necessário compreender com mais clareza o que é Interprofissionalidade, como se dá a colaboração e compartilhamento das práticas dentro das equipes multiprofissionais que atuam no serviço de saúde. O diálogo entre o SUS e a Educação Interprofissional acontece, no subprojeto, por intermédio das atividades desenvolvidas pelas preceptoras que favorecem a troca de saberes e apresentam aos alunos, as necessidades e potencialidades do trabalho desenvolvido na atenção básica em saúde. Assim sendo, este estudo tem como objetivo descrever a importância da educação interprofissional e da prática colaborativa no contexto do trabalho em saúde, sob o olhar do preceptor do referido subprojeto. Desenvolvimento: Trata-se de um relato sobre as contribuições da prática interprofissional advindas da experiência adquirida no PET-Saúde Interprofissionalidade. Este estudo foi realizado com base na observação das preceptoras que integram a equipe do subprojeto e a coleta dos dados se deu por meio de atas de reuniões e de atividades realizadas entre abril e dezembro de 2019. Resultado: A Interprofissionalidade, cujo proposta é contribuir para a formação em saúde, possibilita que profissionais com formações acadêmicas distintas trabalhem juntos, sendo afetados uns pelos outros e teve como resultantes para as preceptoras: a ampliação do olhar, a interpretação dos fenômenos a partir da integração de saberes, a modificação das práticas, por meio das solução compartilhada e, a construção de um campo comum de intervenção. Atualmente, vive-se um tempo em que não existem respostas fáceis, sendo necessário aguçar o pensar na busca de caminhos, alternativas e possibilidades, e isso não se restringe a uma categoria profissional, mas a todos os atores envolvidos no processo do cuidado. Diante do contexto atual da saúde especificamente no município do Rio de Janeiro, considerar a Interprofissionalidade é pensar em perspectivas dentro de um processo de trabalho atravessado por formações engessadas. Percebeu-se que esse tipo de postura fragmenta o usuário, amplia a possibilidade de erros, reduz a capacidade resolutiva, impede que ele seja atendido de forma integral como indivíduo, indivisível, único. Esse tipo de atuação ainda é visível na CF e refletiu-se que pode ser comparado ao Taylorismo/Fordismo, cuja premissa era a celeridade da produtividade, o que hoje, não atende às demandas do homem da pós-modernidade. Sendo assim, o desafio da atuação em saúde nos dias atuais passa pela formação de um profissional coerente com as complexidades do ser humano da sociedade. Os serviços de saúde devem ser revisados e transformados com a perspectiva do desenvolvimento social e humano, para também contribuir para mudanças positivas na realidade local e regional, considerando as diferenças e desigualdades como algo fundamental. O modelo de atenção à saúde adotado na ESF concebe o processo saúde e doença numa visão ampla, no qual estão envolvidos aspectos biológicos, sociais, ambientais e emocionais. A Interprofissionalidade tem se constituído como norte para as mudanças no trabalho e na formação em saúde, que são necessárias a aplicabilidade dos princípios do SUS de forma integral e universal. Uma equipe multidisciplinar precisa ser constituída para atender as diversas demanda do cuidado em saúde e, a partir do da Interprofissionalidade e da prática colaborativa será possível reorientar o trabalho das equipes multiprofissionais no âmbito da ESF. Porém, a organização do trabalho, hoje constitui-se em um grande desafio e é necessário interromper o padrão e a relação de poder entre os profissionais e destes com os usuários dos serviços, uma vez que, isso compromete o atendimento e inviabiliza o trabalho que o trabalho em equipe seja resolutivo e de qualidade. Nesta lógica, durante as ações desenvolvidas no subprojeto, identificou-se uma dificuldade na comunicação entre diferentes áreas do saber, no qual cada categoria profissional lutava pela manutenção do poder e da ascendência sobre outras. Percebeu-se também que há ainda competições e disputas de espaço entre os profissionais da CF, na tentativa de se afirmarem no mercado de trabalho, ganharem reconhecimento, status e assim, melhor remuneração. Desse modo, compreendeu-se que se faz necessário um debate comprometido sobre o que de fato vem a ser uma equipe interprofissional pois essa não é somente “juntar membros de diferentes profissões da saúde em um mesmo espaço”. É muito mais do que isso e a literatura internacional vem chamando a atenção para que as iniciativas de Educação Interprofissional em Saúde (EIP) em todo o mundo estejam alicerçadas sobre seus pressupostos, de modo que no futuro seja possível identificar seus efeitos sobre a melhoria da qualidade dos serviços de saúde. Ter esse propósito fortalece a compreensão de que, frente à complexidade das necessidades de saúde, não é possível imaginar ações resolutivas orientadas pela lógica da divisão do trabalho. Esses aspectos observados suscitaram às preceptoras a reflexão: “como é possível que profissionais formados segundo a lógica individualista possam desenvolver um projeto e trabalhar interprofissionalmente na ESF? E o que fazer para mudar? No entanto, essas questões puderam ser levantadas como consequência do diálogo e trabalho coletivo realizado no âmbito do subprojeto, das ações e do diálogo entre a equipe. Considerações finais: Compreende-se que um grande desafio permeia a equipe de preceptoras do subprojeto, cuja proposta caminha para o fortalecimento e integração da equipe, bem como, na melhoria da qualidade da atenção à saúde do usuário. É importante manter uma reflexão e pensamento crítico permanentes sobre a relação que existe entre as profissões na saúde, uma vez que, as intervenções são diversas, muitas vezes direcionadas para um mesmo usuário. Por outro lado, pode-se observar uma ampliação no alcance e impacto entre os estudantes e suas famílias, otimizando a utilização dos espaços, equipamentos e recursos disponíveis, através da articulação das ações do Sistema Único de Saúde (SUS) com as ações das redes de educação básica pública. Cada vez mais, há a necessidade de práticas mais articuladas e interdependentes para assegurar uma atenção integral e coerente para que o atendimento aos usuários seja cada vez melhor e embasado nos princípios da interprofissionalidade e prática colaborativa. |
8338 | RELATO DE EXPERIÊNCIA PET: TRANSFORMAÇÕES PELO ENSINO INTERDISCIPLINAR EM CUIDADOS PALIATIVOS Ana Beatriz da Silva Moraes, Andreia Augusta Castro, Priscila Cristina da Silva Thiengo de Andrade RELATO DE EXPERIÊNCIA PET: TRANSFORMAÇÕES PELO ENSINO INTERDISCIPLINAR EM CUIDADOS PALIATIVOSAutores: Ana Beatriz da Silva Moraes, Andreia Augusta Castro, Priscila Cristina da Silva Thiengo de Andrade
Apresentação: Cuidado pode ser entendido na perspectiva do ser humano de forma integral, considerando os aspectos físicos, psicológicos, sociais e espirituais. A experiência do ensino interdisciplinar em cuidados paliativos ampliou a compreensão e o olhar dos estudantes da graduação que participam do PET UERJ-grupo de trabalho Cuidados Paliativos (CP). Entende-se como CP sendo um cuidado ampliado, onde existe uma equipe interdisciplinar trabalhando em prol a levar uma melhor qualidade de vida ao paciente, eles tentam minimizar o sofrimento, dor, angústia tanto do paciente quanto dos familiares, visando não a cura e sim o bem-estar do enfermo. Objetivo: Levantar a importância da representação dos estudantes sobre cuidados paliativos visando superar situações onde o sofrimento do estudante afaste-o do paciente quando ele mais precisa. Método: Este é um estudo descritivo, nos quais os dados foram coletados por meio de observação direta durante visitas domiciliares, visitas ao núcleo de cuidados paliativos do Hospital Universitário Pedro Ernesto e experiências pessoais, com registro de diário de campo. Resultado: Identificou-se que o termo CP ainda possui muito preconceito, pois tanto os pacientes quanto os profissionais acham que CP são cuidados para quando não há mais o que fazer, visando somente o lado biológico do paciente estando sempre com o pensamento “no meu plantão ninguém morre” e muita das vezes esquecendo-se do que o paciente realmente quer. Além disso, foi possível notar que existe uma grande falha nas grades curriculares em respeito aos CP e sobre a interdisciplinaridade. Pouco se ouve falar de paliativismo nas aulas tanto teóricas quando práticas por isso que muitos ainda têm uma visão desqualificada do assunto. Isso acaba trazendo um peso muito grande aos estudantes, pois ao se depararem com casos de CP não irão saber como trabalhar e quando perdem um paciente se acham impotentes, só se sentindo realizados com a medicina curativa e com a importância de não perder nenhuma vida, por isso, acabam deixando de lado o ato de cuidar, a humanização e a opinião do paciente. As transformações potencializadas pelo ensino interprofissional foram os seguintes: Foi possível observar uma satisfação nos pacientes com o recebimento dos cuidados paliativos, seja no ambulatório como nas visitas domiciliares. Considerações finais: A oportunidade de aprender pelo trabalho interdisciplinar e o ensino interprofissional possibilitaram transformações na visão do estudante, além do entendimento e da importância da mudança do paradigma da integralidade na saúde em todos os ciclos da vida, inclusive na finitude. |
8475 | INTERPROFISSIONALIDADE E O PROJETO SER ATIVO: INTEGRAÇÃO DO ENSINO-SERVIÇO DO PROGRAMA PET SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE DO MUNICÍPIO DE ITANHAÉM ROSANGELA Soares Chriguer, Danielle Arisa Caranti, GUACIRA NOBREGA BARBI, LUCIANA NAKAI, FERNANDA LUPPINO MICCAS, Márcia Renata de Oliveira Veloso, Rafaela Garbus INTERPROFISSIONALIDADE E O PROJETO SER ATIVO: INTEGRAÇÃO DO ENSINO-SERVIÇO DO PROGRAMA PET SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE DO MUNICÍPIO DE ITANHAÉMAutores: ROSANGELA Soares Chriguer, Danielle Arisa Caranti, GUACIRA NOBREGA BARBI, LUCIANA NAKAI, FERNANDA LUPPINO MICCAS, Márcia Renata de Oliveira Veloso, Rafaela Garbus
Apresentação: A Educação Interprofissional em Saúde (EIP), consiste em ocasiões nas quais membros de duas ou mais profissões aprendam juntos, de forma interativa, com o propósito explicito de avançar na perspectiva da colaboração, como prerrogativa para a melhoria na qualidade da atenção à saúde. A EIP é de extrema relevância científica e de debate em todo o mundo, sua implantação perpassa por ampliar as potencialidades na formação de profissionais mais aptos ao efetivo trabalho em equipe, compreender os desafios da formação uniprofissional e disciplinar, fortemente dominados pelo individualismo disciplinar especializado e pelo biotecnicismo. A colaboração, estabelecida quando dois ou mais profissionais de saúde atuam de forma interativa, reconhecendo o papel e a importância do outro na complementaridade das ações em saúde implica, necessariamente, em redinamizar os usuários e suas necessidades de saúde na centralidade do processo. Para tanto é primordial estabelecer formação igualmente colaborativa, uma educação interprofissional. Essa estratégia busca oferecer oportunidades de aprendizado em conjunto com outras categorias profissionais para desenvolver atributos e habilidades necessárias ao trabalho coletivo em equipe, repercutindo em uma atenção às necessidades de saúde eficaz e integral. O contexto atual clama pela estruturação do trabalho das equipes de Atenção Básica (AB), cujos processos de trabalho devem responder às muito prevalentes e complexas doenças crônicas, que não “curam” como as doenças agudas, mas permanecem ao longo da vida dos indivíduos. As evidências de que a Atenção Primária à Saúde é o melhor modelo de organização dos sistemas e serviços de Saúde são inúmeras e inequívocas. Da mesma forma, não há dúvidas sobre a complexidade do trabalho nas Unidades de AB, onde o trabalho é difícil e exige que equipes multidisciplinares bem preparadas utilizem metodologias e ferramentas de comprovada eficiência para organizar os processos de trabalho. Há ainda o desafio da busca à integralidade da atenção: a integralidade possui várias dimensões e depende de um conceito amplo de saúde. Integralidade compreende a promoção e a recuperação da saúde, bem como a prevenção e o tratamento de doenças. Desenvolvimento: No Brasil mudanças provocadas pela transição demográfica e epidemiológica demonstram um novo panorama para o enfrentamento das doenças crônicas, sobretudo em idosos. Atualmente 17 % da população do município de Itanhaém é idosa, percentual este superior ao da Região Metropolitana da Baixada Santista e do Estado de São Paulo (15 % e 14 %, respectivamente). Considerando esse público alvo, a intervenção foi realizada na Estratégia de Saúde da Família Mosteiro, localizada no centro do município, onde atuam duas equipes de saúde da família. No Projeto Ser Ativo (PSA) foram discutidos justamente estes aspectos e a importância do conhecimento deste território “vivo” para o desenvolvimento de atividades que fizessem sentido para o coletivo. As atividades propostas para o grupo foram práticas corporais supervisionadas, relaxamento, alongamento, dinâmicas, atividades físicas dirigidas, jogos e as rodas de conversas com temas do estilo de vida. As atividades propostas e desenvolvidas para o grupo foram selecionadas com base no levantamento de demandas dos usuários e dados de anamneses clínica. O eixo transversal de todas as atividades desenvolvidas pelo grupo foi a conjuntura da promoção de saúde e com o autocuidado dos usuários objetivando resgatar o protagonismo na condução de seus projetos terapêuticos. Resultado: Discutimos as crenças relacionadas ao processo saúde-doença, os tabus, as atitudes, a confiança e a motivação diante das mudanças, a importância dada à condição e a presença e a força das redes de suporte. Entre os assuntos mais abordados estavam os conceitos abrangentes de saúde e doença, os direitos adquiridos pela população idosa e deficiente, os hábitos alimentares, climatério, auto estima e as atitudes promotoras de saúde. Estas ações de promoção de saúde contribuem na prevenção do sobrepeso, da obesidade, do diabetes mellitus e outras doenças, a prevenção de quedas e de lesões provenientes de hábitos cotidianos, o cuidado com a saúde mental e a prevenção do suicídio, infecções sexualmente transmissíveis e a depressão. Ao orientar mudanças, com vistas à alimentação saudável, ao abandono de vícios e a melhores padrões de pensamento, tivemos o desafio de transcender os nossos valores e preferências pessoais e de respeitar a singularidade e as preferências de cada indivíduo, sem fazer juízo de valor. A prática de atividade física (AF) regular foi o fator de maior influência na adesão dos usuários, onde as danças tiveram papel fundamental, as quais foram propostas e desenvolvidas para o grupo AF escolhidas pelos integrantes e não uma “receita” de um conjunto de exercícios. O olhar limitado apenas à necessidade de ampliar o nível de AF desconsidera o sujeito em sua subjetividade, o que diminui a “adesão” do usuário em promover mudanças de estilo de vida e a adotar hábitos mais saudáveis. No início do PSA, foi discutida a necessidade de levantar histórico de AF/práticas corporais realizadas pelos usuários, identificando suas possíveis motivações e dificuldades, e com isso, proporcionar ao grupo espaços que estimulem estes hábitos. No decorrer dos encontros, identificamos e acionamos “redes” de apoio da própria comunidade, como associações, grupos culturais, grupos de convivência, e, dessa forma, objetivamos promover maior alcance das atividades educativas para difundir em maior escala a adoção de hábitos alimentares saudáveis, a cessação do tabagismo e o combate à depressão e o suicídio, por exemplo. Considerações finais: O objetivo do trabalho foi relatar as experiências do grupo PSA – constituído como principal ponto de articulação interprofissional e colaborativo do Programa PET Saúde (Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde) Interprofissionalidade uma parceria entre do Ministério da Saúde, o Instituto de Saúde e Sociedade da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Centro Universitário Lusíadas (UNILUS) e a Prefeitura Municipal de Itanhaém, sob o olhar dos trabalhadores da saúde e do ensino-serviço. O PSA alcançou êxito ao implantar uma estratégia para o fortalecimento das redes de cuidado intersetoriais, na medida em que se estabeleceram espaços permanentes e periódicos de encontros e discussões de diversos, o que resultou em um trabalho de Equipe Interprofissional. Desta forma, possibilitou-se a compreensão e especificidade de cada profissional a fim de proporcionar trocas de impressões e metodologias que contribuem para o fortalecimento das redes sociais e dos planos de ações integrados entre Equipes de Saúde e Comunidade. “Aprender com e aprender sobre o outro", que são propostos da Interprofissionalidade, propõe entender juntos, criar estratégias e possibilidades de interações. Assim, ao compartilhar diversos olhares e saberes, diante dos sujeitos que se apresentaram com suas demandas e necessidades, pôde-se fortalecer uma rede de suporte social para o aumento de resolutividade, do fomento de Atenção Integral e melhorando a qualidade do cuidado. |
8533 | TRANSFORMAÇÕES DO PROCESSO DE TRABALHO E DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE: MUDANÇAS NO CONTEXTO DO TRABALHO EM SAÚDE E A PERSPECTIVA INTERPROFISSIONAL carla fontes leite, marcia cristina graca marinho TRANSFORMAÇÕES DO PROCESSO DE TRABALHO E DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE: MUDANÇAS NO CONTEXTO DO TRABALHO EM SAÚDE E A PERSPECTIVA INTERPROFISSIONALAutores: carla fontes leite, marcia cristina graca marinho
Apresentação: Os processos de trabalho do capitalismo marcados pela ultraespecialização impactaram no trabalho em saúde. Profissionais de saúde estiveram mais preocupados em lidar com as demandas clínicas e especificas com pouco dialogo interprofissional e com consequências negativas para o atendimento das necessidades dos usuários. Este trabalho apresenta a experiência do Projeto PET Saúde Interprofissionalidade numa unidade da Estratégia da Saúde da Família do município de Salvador, em parceria com a Universidade do Estado da Bahia e o quanto isto tem possibilitado repensar as práticas de saúde executadas, e matriciar conceitos de multidisciplinariedade, transdisciplinariedade e interprofissionalidade com os profissionais de saúde. Desenvolvimento: Trata-se de uma iniciativa do Ministério da Saúde, em parceria com a Universidade do Estado da Bahia e a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, iniciada em abril/2019 e envolvimento de 06 Unidades de Saúde da Família. Pela Universidade participam docentes e discentes de seis cursos de graduação em saúde. Pela Secretaria Municipal de Saúde participam profissionais vinculados à Coordenação das ações de atenção básica e das unidades de saúde, profissionais de saúde de nível superior como preceptores. Foram realizadas na USF, 03 reuniões de matriciamento e discussão das temáticas acima mencionadas e envolviam todos os participantes do projeto, incluindo os agentes comunitários de saúde, auxiliares de saúde bucal, técnicos de enfermagem, assistentes administrativos e demais profissionais de nível superior. Através de rodas de diálogo e metodologias ativas discutiam-se os conceitos utilizados pelos profissionais em suas práticas, partindo-se de questionamentos sobre multidisciplinariedade, transdisciplinariedade e interprofissionalidade, bem como as ações interprofissionais que podem ser adotadas baseadas nos casos atendidos, para alinhamento entre os conceitos e as práticas. Realizou-se ainda uma avaliação com o grupo de trabalho dos preceptores, coordenadores e bolsistas do projeto e novamente retomado junto ao conjunto mais amplo dos trabalhadores, priorizando a lógica dialética neste processo de trabalho. Resultado: Maior parte dos profissionais compreendem os conceitos de multidisiplinariedade, transdisciplinariedade e interprofissionalidade. Estes espaços de troca de saberes tornaram-se ricos na medida em que promoveram diálogo e encontro dos diversos saberes dos profissionais, bem como de acompanhamento das práticas interprofissionais e mediação destes saberes. Transformaram-se em espaços potentes para levantamento e produção de estratégias de enfrentamento dos problemas e necessidades de saúde da população usuária da Unidade, bem como para melhorar a relação pessoal dos profissionais envolvidos potencializando, em última análise, a capacidade de trabalho e realização pessoal destes. Considerações finais: O PET Saúde Interprofissionalidade vem trabalhando no sentido de acolher as problemáticas em saúde, inclusive a dos trabalhadores de saúde para entender essa dinâmica do processo de trabalho interprofissional. Categorias diferentes, com formações distintas se traduzem num nó crítico para o trabalho em saúde. De forma que trabalhar na perspectiva da interprofissionalidade colabora para transformar as relações de trabalho e a formação em saúde e traz à tona as questões prioritárias das problemáticas de saúde da população. |
8630 | RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE AS PERCEPÇÕES DE UMA EQUIPE DE EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE Ygor Costa Franco, Ana Luiza Guedes Valente, Luciana Mara Negrão Alves, Giovanna Campos Santos, Evellyn Silva Dutra RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE AS PERCEPÇÕES DE UMA EQUIPE DE EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDEAutores: Ygor Costa Franco, Ana Luiza Guedes Valente, Luciana Mara Negrão Alves, Giovanna Campos Santos, Evellyn Silva Dutra
Apresentação: Mesmo com a atual forma do Sistema Único de Saúde (SUS) que apresenta empecilhos para uma prática que alcance melhores resultados, os profissionais devem conviver cada vez mais com problemas complexos para resolver. Dentre as fraquezas do SUS, e em outros sistemas de saúde, estão a falta de mão-de-obra e um sistema fragmentado que não consegue ver o paciente de forma integral e ter um tratamento continuado. Diante disso, uma possível solução é a prática colaborativa, onde o profissional da saúde consegue angariar maior eficiência com desfragmentação do sistema, melhoria no resultado da saúde e otimização do serviço. Para os profissionais realmente colaborarem entre si, diferentes profissões com diferentes experiências prévias devem aprender melhor com o outro, sobre o outro e entre si, para entender bem seu papel na equipe e dos outros funcionários, essa forma de aprendizado é chamada de educação interprofissional (EIP) em saúde. Assim sendo, os formuladores de políticas públicas devem se apoiar nessa metodologia de ensino para conseguir uma força de trabalho efetivamente colaborativa, e uma dessas formas é o Programa Ensino pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), que aproxima o eixo ensino-serviço-comunidade por meio da inserção de alunos de curso da saúde no trabalho e consequente melhoria da formação dessa futura força de trabalho. O objetivo do presente trabalho é relatar a experiência acerca de um grupo de PET-Saúde. Desenvolvimento: O grupo do PET-Saúde, que contêm acadêmicos de enfermagem, fisioterapia, nutrição e farmácia, bem como preceptores de odontologia, fisioterapia e enfermagem, realizou encontros que ocorreram uma Unidade Básica de Saúde da Família, a cada sexta-feira, na parte matutina. O intuito foi atuar na promoção, prevenção e recuperação da saúde por meio de ações com enfoque em condições crônicas de saúde conforme a demanda da unidade e do perfil populacional de abrangência da mesma. O grupo conseguiu fazer várias ações de educação em saúde que abrangeram todas as profissões e os participantes atuaram de forma a dividir papéis. Resultado: Todos da equipe se mostravam receosos no começo em relação de como iria se desenrolar o programa, pois nenhum tinha contato prévio com a EIP. Dentre as fraquezas observadas estão recursos físicos da unidade precários e equipe da rede com pouca interação, já dentre as potencialidades estão a união e vontade de aprender com o outro dos acadêmicos e preceptores. Depois de vários encontros, todos se mostraram satisfeitos com os encontros e com o nível de interação alcançado e com muita expectativa para o futuro. Considerações finais: É visível a necessidade de achar uma solução para a crise na mão-de-obra da saúde e a educação interprofissional para a prática colaborativa se faz como uma ação possível de ser aplicada, porém de forma gradual e em longo prazo, pois é mais viável aproximar a academia da EIP e assim a força de trabalho futura do que capacitar todos os funcionários atuais. |
8747 | EXPERIÊNCIAS DO PET/SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE NO ESTÁGIO CURRICULAR DE ODONTOLOGIA EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA Terezinha Paes Barreto Trindade, Cristiane Costa Braga, Tamyra Maciel Vieira, Edvaldo José Garcia Gonçalves, Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes, Talitha Rodrigues Ribeiro Fernandes Pessoa, Michelly Santos de Andrade, Breno de Oliveira Ferreira EXPERIÊNCIAS DO PET/SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE NO ESTÁGIO CURRICULAR DE ODONTOLOGIA EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIAAutores: Terezinha Paes Barreto Trindade, Cristiane Costa Braga, Tamyra Maciel Vieira, Edvaldo José Garcia Gonçalves, Jocianelle Maria Felix Fernandes Nunes, Talitha Rodrigues Ribeiro Fernandes Pessoa, Michelly Santos de Andrade, Breno de Oliveira Ferreira
Apresentação: Este relato refere-se à produção de experiências interprofissionais vivenciadas por meio do encontro entre alunos bolsistas do Programa PET-Saúde Interprofissionalidade, alunos do curso de odontologia em estágio curricular de saúde coletiva e alunas de enfermagem, em uma Unidade de Saúde da Família (USF). Ele objetiva narrar as trocas de saberes e práticas entre alunos de diferentes cursos da área da saúde e trabalhadores envolvidos no estágio curricular, na perspectiva do trabalho colaborativo no ensino-serviço, para a melhoria da integralidade do cuidado no Sistema Único de Saúde (SUS). O estágio ocorre no 2º período do curso de Odontologia e objetiva proporcionar vivências para a construção de saberes, atitudes e práticas em saúde coletiva na atenção primária, contribuindo para uma formação profissional, generalista, humanista, reflexiva e capaz de transformar a realidade. De acordo com o planejamento do estágio, ocorreram seis vivências semanais durante o período letivo 2019.1 na USF Nova Aliança, em João Pessoa, PB. Participaram: dez alunos de odontologia, dois alunos bolsistas do PET-Saúde Interprofissionalidade do Projeto UFPB/SMS-JP (uma aluna de nutrição e um aluno de educação física), duas alunas estagiárias de enfermagem (UFPB), três Agentes Comunitários de Saúde (ASC), uma preceptora (dentista da ESF) e uma professora da instituição de ensino. No primeiro encontro foi realizada uma dinâmica de apresentação com a “chuva de ideias” (balões pensativos). Cada aluno apresentou-se e simulou, criativamente, uma necessidade pessoal de saúde e suas expectativas de resolutividade na Atenção Primária em Saúde (APS). Após essa atividade, os participantes refletiram sobre alguns conceitos (SUS, APS, e expectativas para o estágio). A preceptora e os ACS também interagiram. Um lanche foi servido, posteriormente, criando um ambiente mais descontraído para a formação de vínculo. No segundo encontro, o tema foi territorialização. Os trabalhadores expressaram suas realidades e vivências sobre as demandas da ESF, atividades realizadas, morbidades mais prevalentes do território e seu contexto histórico-social. Depois, abriu-se espaço para vivências dos alunos do PET. A atividade foi uma dinâmica de marcação territorial da ESF e suas microáreas: um mapa do território em preto e branco foi transformado em mapa falante, colorido e animado pelos alunos com legendas, sinalizando determinantes sociais e situações de morbidade, vulnerabilidade nos domicílios do território. No terceiro encontro, a atividade foi de reconhecimento espacial do território, guiado pelo mapa falante. A dinâmica aplicada foi uma caminhada de orientação coordenada pelo aluno de educação física. O ponto de partida foi a residência de um casal de moradores fundadores do bairro. Nela, os alunos ouviram seus relatos e sua história de vida. Depois, a turma foi subdividida em dois subgrupos que seguiram a caminhada a fim de identificarem equipamentos sociais como: Centro de Referência em Educação Infantil, escolas, igrejas, ginásios, espaços vulneráveis e áreas de riscos. O ponto de reencontro foi a USF. A atividade encerrou-se com uma roda de conversa para troca das vivências, reflexões e avaliação. Um lanche com frutas e sucos foi organizado com a ajuda da aluna de nutrição. No quarto encontro, foram realizadas visitas domiciliares com finalidade diagnóstica-situacional e criação de vínculo com famílias. A turma foi subdividida em três subgrupos: cada um com diferentes profissões envolvidas, para que os alunos pudessem vivenciar a interprofissionalidade nesta atividade. Foram considerados os contextos socioeconômicos e epidemiológicos e o olhar observacional foi objetivo das visitas no contexto familiar e de suas necessidades para melhoria da qualidade de vida. As trocas de saberes e as diferentes visões das diversas profissões envolvidas nesta atividade colaboraram para uma discussão coletiva sobre o cuidado em saúde no retorno à USF. Após a socialização, foi proposta uma devolutiva dos subgrupos nas visitas de retorno às famílias na perspectiva de educação em saúde com abordagens interprofissionais. No quinto encontro, cada subgrupo levou sua devolutiva de educação em saúde para as famílias. Os alunos usaram a criatividade e seus conhecimentos nucleares e comuns para elaborarem materiais e abordagens interdisciplinares e interprofissionais voltados às demandas de cada família. Foram abordados assuntos como: melhoria das atividades motoras cotidianas para os idosos, educação nutricional e saúde bucal, bem como enfoque na saúde mental. Na USF, os subgrupos se uniram para uma roda de conversa e partilharam suas experiências. No último dia de atividade, o tema foi livre e a equipe PET realizou algumas atividades dedicadas aos alunos: roda de conversa sobre suas percepções a respeito da interprofissionalidade e do trabalho colaborativo no cuidado em saúde com foco no usuário; vivência de exercícios de alongamento com finalidade preventiva para atividades laborais em ergonomia; atividade de relaxamento e concentração com música ambiente e auriculoterapia para a redução do estresse, ansiedade e para a estabilização emocional, melhoria da cognição, concentração e memória. Todos os presentes desejaram receber a aplicação desta Prática Integrativa e Complementar em Saúde, realizada pela preceptora capacitada para a mesma. O encontro foi finalizado com homenagens aos ACS participantes das atividades, como gratidão e reconhecimento de seus papéis na APS. A experiência culminou com o encerramento da disciplina de saúde coletiva, no Centro de Ciências da Saúde da UFPB. Os alunos de odontologia apresentaram suas vivências aos demais alunos da disciplina alocados em outras USF da cidade e às professoras. Os alunos foram muito criativos ao apresentarem suas vivências em forma de “telejornal”. Cada grupo de campo de estágio demonstrou sensibilidade com as demandas sociais e partilharam sobre a importância dessas vivências para a construção de um perfil profissional comprometido com o SUS. A equipe PET Nova Aliança teve espaço para divulgar o Programa PET-Saúde Interprofissionalidade e esclarecer sobre sua importância para a o desenvolvimento de competências colaborativas interprofissionais visando a integralidade do cuidado em saúde. O encontro terminou com sorteio de brindes do PET, agradecimentos e despedidas no lanche coletivo. Os resultados obtidos foram: 1- Os alunos PET identificaram neste espaço grande potencial para a troca de saberes (na diversidade profissional) e para difusão do trabalho colaborativo interprofissional no processo de formação; 2- O desenvolvimento do trabalho colaborativo ganhou força, principalmente nas atividades de visitas domiciliares, e os aspectos como: proatividade, empatia, atendimento continuado e humanização também foram compartilhados; 3- As reflexões em grupo e a percepção dos alunos a respeito da interprofissionalidade demonstraram impacto positivo sobre o conceito de cuidado integral em saúde. 4- As atividades partilhadas entre as diferentes profissões possibilitaram o desenvolvimento de competências para o trabalho colaborativo (comunicação interprofissional; cuidado centrado no usuário, família e comunidade; clareza dos papéis profissionais; dinâmica do trabalho em equipe; resolução de conflitos interprofissionais e liderança colaborativa). A participação do PET nas atividades do estágio curricular dos cursos de graduação na saúde contribuiu para as práticas interprofissionais e interdisciplinares na articulação ensino-serviço. Este relato e seus resultados constituem mais subsídios para discussões e contribuem para mudanças no ensino e no serviço da saúde, de modo a desenvolver qualidade e resolubilidade no cuidado, ao tornar os profissionais aptos a atuarem na direção da interprofissionalidade. Essa discussão tem ganhado relevância no âmbito do SUS e se aproximado cada vez mais dos pressupostos da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Faz-se necessário divulgar as experiências exitosas sobre práticas colaborativas no ensino-serviço, vinculadas às instituições de ensino, que levem em consideração as realidades dos territórios para atender as necessidades de saúde atreladas aos princípios do SUS, agregando a interprofissionalidade como conceito operacional de mudança. |
8773 | FORMAÇÃO INTERPROFISSIONAL NO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO PARA A SAÚDE ELAINE Andrade Leal Silva, Rosana Maria de Oliveira Silva, Ana Lúcia Arcanjo Oliveira Cordeiro, Rafaela Braga Pereira Velôso, Silva Lima Vieira, Josicélia Dumet Fernandes, Ana Carolina Pinto da Silva, Roberta Novaes de Santana FORMAÇÃO INTERPROFISSIONAL NO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO PARA A SAÚDEAutores: ELAINE Andrade Leal Silva, Rosana Maria de Oliveira Silva, Ana Lúcia Arcanjo Oliveira Cordeiro, Rafaela Braga Pereira Velôso, Silva Lima Vieira, Josicélia Dumet Fernandes, Ana Carolina Pinto da Silva, Roberta Novaes de Santana
Apresentação: Este estudo descreve o cenário de participação das universidades federais envolvidas nos últimos editais do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde interprofissionalidade (PET-Saúde) que integra a política indutora do ministério da saúde e educação com objetivo de formar pessoas pelo trabalho, fortalecer a educação interprofissional, a integralidade do cuidado na rede de atenção à saúde. Através de edital temático as instituições de ensino superior são selecionadas para desenvolverem atividades com grupos de aprendizagem tutorial para planejar, executar e avaliar ações nos cenários de práticas de modo a promover trabalho em equipe, colaboração entre o grupo, cuidado centrado no usuário e família. Desenvolvimento: estudo documental de abordagem qualitativa. Foram analisados documentos públicos oficiais publicados no diário oficial da união pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde ministério da saúde: edital Nº 14/2013, Nº13/2015, Nº 10/2018 referentes a seleção de projetos aprovados no PET-Saúde: redes de atenção à saúde, graduaSUS e interprofissionalidade. Os dados foram tratados sob análise de Bardin através de matriz analítica. Resultado: e Implicações: ao analisar separadamente a participação das Universidades Federais (UF), nota-se que 53,6%(n=37) das Universidades Federais participaram do 7º edital, 42,27%9(n=34) participaram 8º edital e 59,4%(n=41) participaram do 9º edital. Entretanto, quando a participação é analisada conjuntamente nos três últimos editais PET-Saúde reduz a participação para 30,4%(n=21). Na participação conjunta constatou-se o seguinte cenário em relação a localização das mesmas: 20% região norte, 33,3% nordeste, 37,5% centro oeste, 27,3% sul, 31,6%sudeste. O envolvimento destas universidades no PET-Saúde também é representado em diferentes estados e municípios pela característica de multicâmpia entre cidades e regiões. Tal distribuição e participação presentes em todas as regiões do país, por um lado oportuniza maior número de universidades a uma formação pelo trabalho alinhada com a educação interprofissional através de ações voltadas ao compartilhamento dos saberes e visão, mudanças de atitudes, centralidade do cuidado ao usuário. Por outro lado, embora haja um percentual menor de participação das UF nos 3 editais, nota-se que 21 universidades veem desenvolvendo por 8 anos, initerruptamente, atividades do PET-Saúde. Tal fato, sinaliza, um movimento contínuo em direção a mudança curricular para diferentes cursos de graduação em saúde, alinhado as diretrizes curriculares nacionais e aos princípios da interprofissionalidade. Considerações finais: A formação interprofissional através do PET-Saúde está presente em todas as regiões do Brasil através das secretarias de saúde e instituições de ensino superior com adoção da EIP nas atividades de ensino, pesquisa e extensão. No entanto, importante avançar a discussão da expansão destes programas e da interprofissionalidade para outros níveis (ou programas) de formação técnica em saúde presente no contexto de integração ensino-serviço do PET-Saúde. |
8856 | RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM DO PET-SAÚDE SOBRE A VIVÊNCIA EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA GRANDE VITÓRIA Amelia Toledo da Silva Bauduina, Maria Alice Toledo da silva Bauduina, Eloiza Toledo Bauduina, Laís Lopes gonçalves, Caroline Nascimento de Souza, Alessandra Aparecida de Saldes, Ana Paula de Araujo Machado, Italla Maria Pinheiro Bezerra RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM DO PET-SAÚDE SOBRE A VIVÊNCIA EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA GRANDE VITÓRIAAutores: Amelia Toledo da Silva Bauduina, Maria Alice Toledo da silva Bauduina, Eloiza Toledo Bauduina, Laís Lopes gonçalves, Caroline Nascimento de Souza, Alessandra Aparecida de Saldes, Ana Paula de Araujo Machado, Italla Maria Pinheiro Bezerra
Apresentação: O envolvimento dos alunos ainda na graduação no campo profissional, torna-se possível por meio de iniciativas como o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), um instrumento que viabiliza a inserção dos estudantes no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS), para a formação de profissionais que conheçam a realidade da saúde pública, visando à iniciação ao trabalho através da vivência no campo, contribuindo para formação de profissionais comprometidos com a produção de saúde da população. Diante disso, é importante promover a integração entre os diversos cursos da área durante o tempo proposto pelo programa, além de demonstrar que é possível existir uma interação entre diferentes formações acadêmicas, com a finalidade de alcançar ideais em comum e traçar objetivos que produzam respostas positivas para todos os envolvidos. Desse modo, o estudo em questão tem como objetivo descrever a experiência dos acadêmicos de enfermagem integrados ao PET-Saúde, em uma Unidade Básica de Saúde da Grande Vitória. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência desenvolvido pelos discentes de enfermagem inseridos no PET- Saúde sobre a vivência em uma unidade de saúde durante entre os meses de agosto a janeiro de 2020. Resultado: As atividades desenvolvidas pelos acadêmicos no período de atuação no serviço, torna-se oportuna para fazer enxergar as diversas situações fora do meio acadêmico enquanto equipe multiprofissional, com percepções mais abrangentes sobre a população, a formação profissional e a necessidade de um olhar holístico para o usuário, bem como compreender um pouco mais da dinâmica de funcionamento de uma unidade de saúde e do atendimento dentro da realidade da saúde pública. Considerações finais: Pode-se afirmar que a experiência dos estudantes no contexto do programa, contribui de forma significante para sua formação acadêmica. O contato direto com o ambiente profissional, com os problemas da população e os desafios com os quais se deparam permitem que as atividades desenvolvidas pelas equipes, produzam efeitos positivos proporcionando resultados satisfatórios relacionados à formação e ao aprimoramento profissional, além de trazer benefícios para os usuários. |
8877 | PET-SAÚDE/INTERPROFISSIONALIDADE RESSIGNIFICANDO O PROCESSO DE TRABALHO EM UMA UNIDADE SAÚDE DA FAMÍLIA POR MEIO DA EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE Cristiane Costa Braga, Terezinha Paes Barreto Trindade, Isaac Holmes Gomes da Costa, Lílian Rodrigues Rocha da Silva, Paulo Vitor de Souza Silva, Talitha Rodrigues Ribeiro Fernandes Pessoa, Michelly Santos de Andrade, Eudes Euler de Souza Lucena PET-SAÚDE/INTERPROFISSIONALIDADE RESSIGNIFICANDO O PROCESSO DE TRABALHO EM UMA UNIDADE SAÚDE DA FAMÍLIA POR MEIO DA EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDEAutores: Cristiane Costa Braga, Terezinha Paes Barreto Trindade, Isaac Holmes Gomes da Costa, Lílian Rodrigues Rocha da Silva, Paulo Vitor de Souza Silva, Talitha Rodrigues Ribeiro Fernandes Pessoa, Michelly Santos de Andrade, Eudes Euler de Souza Lucena
Apresentação: As políticas públicas de saúde no Brasil, norteadas pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), têm um papel importante na formação de profissionais de saúde. Nesse contexto, destaca-se a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), instituída pela portaria GM/MS nº 198, de 13 de fevereiro de 2004, como estratégia de formação dos profissionais de saúde do SUS, cujas diretrizes de implementação foram publicadas na portaria 1.996, de 20 de agosto de 2007, fomentando, assim, a participação interinstitucional e regional das suas ações. Dessa forma, a Educação Permanente em Saúde (EPS), como estratégia político-pedagógica, é o caminho para iniciativas de desenvolvimento profissional e qualificação do processo de trabalho no sistema de saúde, baseadas em aprendizagem significativa e problematização da realidade. Corroborando com esta política, emergiu em 2018, no cenário nacional, o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde/Interprofissionalidade), que se propôs a efetivar mudanças curriculares alinhadas às Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos de graduação na área da saúde, levando-se em consideração os princípios da interprofissionalidade, interdisciplinaridade e intersetorialidade, bem como, buscou a qualificação dos processos de integração ensino-serviço-comunidade no território, promovendo a Educação Interprofissional e as Práticas Colaborativas, contribuindo, assim, para o fortalecimento de mudanças na formação em saúde de acordo com as necessidades do SUS. Este projeto tem a participação dos tutores (professores de graduação), preceptores (trabalhadores de nível superior de formação, atuantes e vinculados à gestão ou à atenção do SUS) e os estudantes da graduação, inseridos em grupos tutoriais de aprendizagem. Como destaque, neste relato de experiência, figura a atividade de fortalecimento da Educação Permanente em Saúde, realizada com a equipe de profissionais de uma Unidade Saúde da Família e desenvolvida por participantes do PET-Saúde/Interprofissionalidade, projeto da UFPB/SMS-João Pessoa, cujo objetivo foi trazer a reflexão entre os profissionais da saúde acerca do Trabalho Interprofissional. Desenvolvimento: A atividade de Educação Permanente em Saúde foi realizada na Unidade Saúde da Família, cuja equipe de trabalho do PET-Saúde/Interprofissionalidade estava composta por dois estudantes da graduação, sendo uma do curso de Terapia Ocupacional e o outro do curso de Odontologia, uma preceptora, que é a profissional Cirurgiã Dentista da Estratégia Saúde da Família sob a supervisão de duas Tutoras, as quais são docentes da UFPB dos curso de Odontologia e Fonoaudiologia. Esta atividade foi realizada no mês de setembro de 2019. Utilizou-se a metodologia ativa de ensino-aprendizagem com destaque na problematização das práticas vivenciadas na realidade dos serviços de saúde. Inicialmente, a preceptora e os estudantes participantes do PET-Saúde/Interprofissionalidade vivenciaram as atividades individuais e coletivas desenvolvidas na Unidade Saúde da Família, buscando estabelecer o vínculo com a equipe, obter um diagnóstico situacional e identificar as necessidades na formação em saúde para um trabalho colaborativo. A partir dessas vivências iniciais, foi feito um planejamento para a educação permanente, elencando as temáticas que seriam abordadas. Ficou definido o espaço da reunião de equipe, que acontece semanalmente na sexta-feira, no turno da tarde, sendo este espaço garantido pela Gestão para tais encontros formativos, procurando trazer para a discussão os conceitos de trabalho uniprofissional, multiprofissional e interprofissional, relacionando-os com o processo de trabalho neste serviço de saúde. Participaram dessa atividade profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) da Odontologia, Enfermagem, Medicina, Agente Comunitário de Saúde, Técnica de Enfermagem, Auxiliar de Saúde Bucal, e profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) da Psicologia, Fisioterapia e da Assistência Social, bem como a gerente administrativa da Unidade. Os participantes do PET-Saúde/Interprofissionalidade construíram os instrumentos educativos e a dinâmica a ser desenvolvida na atividade. No primeiro momento, foi realizada a dinâmica das bexigas, em que cada profissional jogava uma bexiga para o ar tendo o cuidado para que esta não caísse ao chão. À medida que a dinâmica se desenvolvia, o facilitador retirava alguns profissionais de cena, orientando que os demais cuidassem das bexigas uns dos outros, objetivando mantê-las no ar. Em seguida, houve a reflexão acerca desta dinâmica, correlacionando-a com o processo de trabalho em equipe. No segundo momento, foi apresentado aos profissionais de saúde três cartazes com perguntas norteadoras: Que entendemos sobre Trabalho Uniprofissional, Multiprofissional e Interprofissional e em quais momentos podemos desenvolvê-los? Em uma roda de conversa, os profissionais de saúde relataram suas experiências com esta temática e o facilitador foi anotando, em cartazes, as falas e reflexões dos participantes, em uma construção coletiva do conhecimento. Resultado: A contribuição dessa atividade foi o fortalecimento de espaços de discussão e reflexão da prática nos serviços de saúde, incorporando novos conceitos teóricos acerca do trabalho em equipe interprofissional os quais norteiam o cuidado em saúde, entre os diversos profissionais que compõem a equipe de saúde da Unidade Saúde da Família neste território, em uma atividade permeada por diálogo, no compartilhar de saberes. Foi despertado também o interesse dos profissionais que participaram da atividade em dar continuidade a tais encontros formativos e foram sugeridas temáticas a serem trabalhadas, como o cuidado centrado no usuário. Considerações finais: Ao se utilizar a metodologia ativa de ensino-aprendizagem, baseada na problematização, favoreceu-se a participação dos profissionais no debate, permitindo relacionar os conceitos teóricos com a prática interprofissional, na construção coletiva do saber, em uma relação intencional de “aprender com os outros, sobre os outros e entre si” ressignificando seus conhecimentos e seu processo de trabalho, a partir das experiências nos serviços. A Educação Permanente em Saúde mostra-se como uma estratégia fundamental para a formação e transformação no trabalho em saúde, constituindo um espaço de reflexão crítica na construção de novas práticas de saúde, tendo em vista os desafios impostos pela complexidade do processo saúde-doença, que requer um trabalho em equipe baseado na integralidade e interprofissionalidade do cuidado e centrado na necessidade do usuário. Este trabalho também ressalta o interesse dos envolvidos em realizar novas atividades de educação permanente, numa construção coletiva entre os participantes do PET-Saúde/Interprofissionalidade e os profissionais da Unidade Saúde da Família com o propósito de aprendizagem compartilhada e significativa no serviço de saúde, demonstrando assim, o potencial deste programa em instigar atividades contínuas, participativas e não apenas uma ação pontual, promovendo com estes encontros, transformações no processo de trabalho e motivando a execução de novas estratégias para efetivação desta política. Dessa forma, a atividade de Educação Permanente em Saúde desenvolvida pelos participantes do PET-Saúde/Interprofissionalidade, nesta Unidade Saúde da Família, contribuiu para a formação em saúde, qualificando a integração ensino-serviço, na busca de um cuidado em saúde centrado na comunidade. |
8989 | MULTI OU INTERPROFISSIONALIDADE? REFLEXÕES SOBRE AS SALAS DE ESPERA NO ÂMBITO DO PET-SAÚDE EM NOVA FRIBURGO Priscila Starosky, Penha Faria Cunha, Francelise Pivetta Roque, Larissa Gomes Castro, Giseli Berbert Santos da Silva, Léa de Freitas Amaral MULTI OU INTERPROFISSIONALIDADE? REFLEXÕES SOBRE AS SALAS DE ESPERA NO ÂMBITO DO PET-SAÚDE EM NOVA FRIBURGOAutores: Priscila Starosky, Penha Faria Cunha, Francelise Pivetta Roque, Larissa Gomes Castro, Giseli Berbert Santos da Silva, Léa de Freitas Amaral
Apresentação: O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PET-Saúde é uma política indutora do Ministério da Saúde (MS) de iniciação ao trabalho em vivências direcionadas aos estudantes dos cursos de graduação na área da saúde, bem como de qualificação do(a)s profissionais da saúde e dos serviços, de acordo com as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivo: O presente relato de experiência tem por objetivo descrever e analisar três atividades realizadas no âmbito de um grupo tutorial de um projeto PET-Saúde no segundo semestre de 2019, demonstrando a intencionalidade destas ações para uma Educação Interprofissional (EIP), tema atual do programa. Este projeto, por sua vez, tem como realizadores o Instituto de Saúde de Nova Friburgo da Universidade Federal Fluminense (ISNF-UFF) e a Secretaria Municipal de Saúde de Nova Friburgo (SMS-NF), situada na região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Desenvolvimento: O grupo tutorial Colabora!, constituído por estudantes de três áreas da saúde (Biomedicina, Fonoaudiologia e Odontologia), docentes (coordenadora) e profissionais de rede SUS (preceptoras), planejou e realizou, como parte de suas ações, atividades de sala de espera para a sensibilização e orientação de usuários de duas Policlínicas e uma Estratégia de Saúde da Família (ESF), seguindo o calendário de campanhas do Ministério da Saúde. Duas ações foram realizadas na semana de combate à Diabetes e uma na semana de combate às Infecções Sexualmente Transmissíveis e AIDS. Da primeira ação, realizada em uma policlínica, participaram estudantes do programa de educação tutorial do curso de Odontologia, assim como estudantes do curso de Enfermagem de outra instituição privada acompanhados de docente e, ainda, uma pesquisadora da área de Biomedicina. A sala de espera foi dividida em estações pelas quais o/as usuário/as passavam: uma de orientação sobre saúde bucal e sintomas específicos, outra sobre autocuidado envolvendo alimentação e atividades físicas com auxílio de panfleto informativo e, por fim, a terceira de verificação de pressão arterial e glicemia com orientações ao final e, quando necessário, encaminhamentos. Cada estação foi conduzida pelos participantes de uma área profissional, respectivamente. Os profissionais do serviço não participaram diretamente da ação, mas foram informados de usuários que em alguma estação foi identificado algum risco ou queixa. A segunda ação, também abordando o tema da Diabetes, foi realizada em uma unidade de ESF. Além dos participantes já mencionados, também agregou à ação a própria equipe de profissionais do serviço, das quais três são preceptoras de grupos tutoriais do projeto. A equipe de profissionais (dentista, enfermeira, médica e três agentes comunitárias) conduziu a ação, convidando os usuários do programa de diabetes da unidade com antecedência e realizando uma sala de espera mais participativa, em forma de roda de conversa sobre estratégias de autocuidado e degustação de receitas ensinadas como alternativas de alimentação saudável. Os estudantes de Odontologia e Enfermagem participaram fazendo avaliações (do pé e da saúde bucal) mais específicas aos usuários, mas a partir da indicação e acompanhados pelos profissionais da unidade. A terceira ação foi realizada na semana de combate às IST/AIDS e contou com a participação de mais dois grupos tutoriais do mesmo projeto. O preparo desta atividade foi aprimorado a partir das duas experiências anteriores e partiu da demanda do município em relação ao crescimento dos casos de sífilis, apresentada pelas preceptoras que atuam não só na atenção básica, mas também como gestoras. Para a realização da atividade foi selecionado um serviço (policlínica) da região central do município, no qual é realizado o teste rápido, com o apoio da coordenação do programa IST/AIDS da rede. A preparação para a atividade também partiu da discussão de um caso real ocorrido na rede local de uma gestante infectada e somente identificada após o parto. Esse caso foi utilizado como contexto para a elaboração de uma dramatização que despertasse a atenção e sensibilizasse os usuários, em espera do atendimento, para posterior conversa sobre as IST e AIDS com os petiano(a)s com apoio de panfletos informativos. Durante a realização da sala de espera, pode-se perceber o envolvimento e identificação do(a)s usuário(a)s com a narrativa e personagens da dramatização o que foi um disparador para o contato mais aberto e atento às orientações. O(a)s profissionais do serviço, assim como na policlínica da ação anterior, participaram indiretamente. Durante a realização das três salas de espera, o(a)s profissionais foram convidado(a)s para uma oficina de EIP realizada após a atividade no próprio serviço. Resultado: Considerando que a EIP ocorre quando estudantes e/ou profissionais de duas ou mais profissões aprendem sobre os outros, com os outros e entre si para possibilitar uma prática mais colaborativa e melhorar os resultados na saúde, acreditamos que as ações descritas possibilitaram a consciência inicial aos participantes em relação a práticas uni e multiprofissionais. Na primeira ação, a sala de espera realizada em estações não garantiu que os estudantes das diferentes profissões identificassem e negociassem seus papéis em relação aos outros de maneira colaborativa. O caráter multiprofissional da ação foi discutido em comparação ao conceito de interprofissionalidade, durante a oficina que sucedeu a ação e na avaliação posterior do grupo tutorial. Ou seja, não é somente a presença de diferentes profissões em um mesmo espaço e no mesmo momento que garante a colaboração na resolução de problemas complexos de saúde. Durante a própria sala de espera em estações, as dificuldades de comunicação e a replicação de orientações/ações a(o)s mesmo(a)s usuário(a)s, causada pela separação das ações entre as profissões, foi identificada pelo(a)s participantes. A organização dos serviços nas estruturas de policlínicas também foi identificada pelo(a)s profissionais e estudantes do grupo como uma forma desintegrada de cuidado em saúde e distante dos preceitos da EIP. Nas segunda e terceira ações, entretanto, pode-se perceber uma prática mais colaborativa e integrada, pois mesmo que as competências específicas tenham sido acionadas (teste rápido, orientações sobre saúde bucal, avaliação do pé), competências comuns e complementares (roda de conversa sobre autocuidado, receitas e degustação de alimentação saudável, dramatização, conversa a partir da sensibilização e demandas dos usuários) foram decisivas no acolhimento e orientação. Estas ações, também, foram referenciadas no conhecimento do território e na construção coletiva de estratégias de cuidado. Acreditamos que os diferentes olhares para a realidade, como prevê a prática interprofissional, propiciam cuidados mais próximos das demandas reais da comunidade e, consequentemente, mais éticos e de qualidade. Mesmo tendo alcançado uma compreensão maior do conceito de EIP, assim como da vivência de experiências colaborativas nestas ações, identificamos a necessidade de aprimoramento do processo pedagógico de preparo do(a)s participantes no que diz respeito às competências colaborativas, como por exemplo de comunicação entre si e com os usuários, e usando dispositivos de avaliação para tal que fossem indicadores mais estruturados dos impactos das atividades. Considerações finais: A intencionalidade do PET-Saúde, no sentido de construir uma formação e práticas mais colaborativas no âmbito do SUS, é constituída pelos seus objetivos, estratégias e avaliação nas mais diversas atividades realizadas. Nas três salas de espera apresentadas neste relato, inicialmente como estratégias de aproximação dos serviços, do(a)s profissionais, do(a)s usuário(a)s e de estudantes e docentes de outras áreas da saúde do município, foi delineando-se como um feixe de luz sobre a consolidação do conceito de interprofissionalidade, por meio do binômio ação-reflexão, e diferenciando-se de práticas uni e multiprofissionais. |
8999 | PET-SAÚDE: INTERPROFISSIONALIDADE - NOVEMBRO AZUL, AÇÃO EM SAÚDE NA REDE PRIMÁRIA DE JURUJUBA/NITERÓI. Richely Ritta Menaguali, Rayane Fernandes da Silva Machado, Bruna Rezende de Oliveira, Bianca dos Santos Martins, Miller Alvarenga Oliveira, Erilis Evelyn Ingrid Fernandes Veiga PET-SAÚDE: INTERPROFISSIONALIDADE - NOVEMBRO AZUL, AÇÃO EM SAÚDE NA REDE PRIMÁRIA DE JURUJUBA/NITERÓI.Autores: Richely Ritta Menaguali, Rayane Fernandes da Silva Machado, Bruna Rezende de Oliveira, Bianca dos Santos Martins, Miller Alvarenga Oliveira, Erilis Evelyn Ingrid Fernandes Veiga
Apresentação: O Novembro Azul é uma campanha internacional com enfoque na saúde e cuidado do homem. A sensibilização do cuidado nesse mês pretende trabalhar a prevenção e o diagnóstico de doenças predominantemente masculinas, entre elas o câncer de próstata, que representa a segunda maior causa de morte no sexo masculino. Envolvidas, alunas da UFF – Enfermagem, Odontologia, Nutrição e Serviço Social - e participantes do PET-Saúde: Interprofissionalidade realizaram uma ação em conjunto com uma unidade da atenção primária de Niterói. A atividade foi realizada em conjunto com profissionais da assistência e gerência do serviço em novembro de 2019 em pontos públicos e estratégicos da comunidade onde o público-alvo eram homens, de qualquer faixa etária para uma ação de educação em saúde em área externa, em um fim de semana, com o intuito de abordar temas como prevenção do câncer de próstata, câncer de mama, prevenção de ISTs e gravidez, informações sobre teste rápido, álcool e drogas e hipertensão arterial sistêmica e diabetes. Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo relatar a experiência vivenciada nas atividades realizadas durante a campanha e os impactos que tiveram para a formação dos integrantes, alunos e profissionais, e contribuições para a unidade e comunidade Trata-se de um relato de experiência de uma ação em saúde realizada no dia 30 de novembro de 2019, em Jurujuba, Niterói. As alunas elaboraram um folder, com informações sobre ISTs, adesivos e kits contendo preservativos masculino e feminino e lubrificantes. A ação consistiu na abordagem individual de homens e conversa sobre os temas supracitados e distribuição do material elaborado. Dois pontos merecem atenção após a experiência: a construção da masculinidade parece afetar negativamente a adesão a assuntos que são relacionados a saúde e que, em algum momento da construção do estereótipo masculino, se tornaram tabu por serem diretamente relacionados ao órgão reprodutor propriamente dito. As alunas e os profissionais encontraram resistência oriunda do público durante toda a programação e alguns se recusavam a dialogar sobre qualquer assunto, exceto Hipertensão e Diabetes Mellitus. O fato revela a necessidade da discussão sobre a masculinidade tóxica, seus efeitos negativos quando associado à saúde e a implantação de políticas públicas que alcancem o homem, de fato, abordando tanto a saúde física quanto a mental – prejudicada por padrões inflexíveis de comportamento que reproduz a vulnerabilidade no qual os homens têm negligenciado sua saúde. Para além dessa discussão, grupo destaca a importância da elaboração e realização de uma ação entre si, salientando a essência da interprofissionalidade, em conjunto com a unidade destacando necessidade de criação de espaços similares em todo o curso da graduação. A vivência no projeto se mostra cada vez mais valorosa haja vista a oportunidade de aprender entre si, com o outro e sobre o outro possibilitando a cada passo a visualização de um novo viés prezando sempre pela qualidade da assistência/serviço prestado além de gerar compreensão dos desafios que podem ser compartilhados após o término da graduação levando a resolutividade para o ambiente de trabalho. |
9046 | EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COMO ESPAÇO PARA A EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE: UMA PARCERIA COM A ATENÇÃO BÁSICA MICHELLY SANTOSExtensão universitária como espaço DE ANDRADE, JOANA CRISTINA SILVA DE QUEIROGA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COMO ESPAÇO PARA A EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE: UMA PARCERIA COM A ATENÇÃO BÁSICAAutores: MICHELLY SANTOSExtensão universitária como espaço DE ANDRADE, JOANA CRISTINA SILVA DE QUEIROGA
Apresentação: Este resumo buscar trazer alguns aspectos relacionados à formação de estudantes de saúde participantes de um projeto de extensão universitária na perspectiva da interprofissionalidade. A extensão universitária, caracterizada como um processo educativo e científico, possibilita a articulação do conhecimento advindo do ensino e da pesquisa com as necessidades da comunidade, pois “ao fazer extensão se produz um conhecimento que viabiliza a relação transformadora entre a Universidade e a Sociedade e vice-versa”. Considerando isso, o projeto de extensão Cirandar: roda de cuidados nos primeiros anos de vida visa construir práticas cuidadoras junto à comunidade, para proporcionar às crianças um desenvolvimento saudável e apoiar as famílias e trabalhadores das equipes de saúde da família nesse processo. Para tanto, o projeto é composto por discentes e docentes de diferentes áreas da saúde, a fim de promover integração, identidade de equipe, valores e responsabilidade. Desenvolvimento: o desenvolvimento humano é um fenômeno que desperta interesse e possui vários ângulos de análise. Contudo, no que se refere ao desenvolvimento infantil, há concordância entre seus estudiosos de que se trata de um processo complexo e multideterminado. Para sustentar as práticas dessa proposta de extensão, faz-se uso da teoria ecológica de desenvolvimento humano e sobre fatores de risco e de proteção para o desenvolvimento infantil, e dos conceitos da educação interprofissional (EIP), voltada ao trabalho colaborativo. A EIP acontece quando dois ou mais estudantes de diferentes cursos da saúde aprendem sobre/com os outros e entre si. É nessa situação de aprendizagem que seria possível se aproximar e desenvolver estratégias para efetivar as competências colaborativas para uma prática interprofissional (PIP) nos serviços. Em outras palavras, a EIP prepararia esses futuros profissionais a exercerem as PIP. Vale ressaltar que os problemas relacionados à saúde da criança não estão confinados aos consultórios dos especialistas, mas aparecem de forma bastante prevalente quando se trata de atenção básica, no que diz respeito ao monitoramento do desenvolvimento infantil, realizado nas consultas de puericultura e naquelas de rotina. Nesse cenário, essa questão parece ser ainda mais palpável, pois a organização do trabalho nas equipes multiprofissionais da estratégia saúde da família (ESF) é pautado em um atendimento integral que requer a presença de diferentes formações profissionais trabalhando com ações compartilhadas, com troca de saberes e responsabilidades mútuas, para se produzir um cuidado centrado no usuário. A equipe foi composta por docentes internos e externos à Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e discentes dos cursos de farmácia, fonoaudiologia, fisioterapia, nutrição, odontologia e terapia ocupacional. Antes de iniciar as intervenções, o projeto conta com etapas de formação que preparam os discentes para a atuação junto ao público e entre si, de forma a aprender com/entre/sobre o outro. A formação contemplou rodas de conversas, ministradas por profissionais fonoaudiólogos, psicólogo e terapeuta ocupacional, proporcionando uma visão ampliada sobre a saúde da criança, em uma perspectiva integral já nos seus primeiros anos de vida. Os encontros formativos versaram sobre conceitos da EIP, desenvolvimento no seu sentido maior (genérico), desenvolvimento sensorial-motor e desenvolvimento da linguagem. Tendo aporte teórico de como ocorre esse processo e como cada um dos aspectos envolvidos permitem à criança conhecer a si mesma e o mundo que a cerca. Ainda fora abordado o desenvolvimento da criança com necessidade especial, abordando a inclusão social. Após esse momento, a equipe buscou identificar unidades de saúde da família (USF) com serviço de puericultura e/ou pré-natal em horários compatíveis com aqueles disponíveis pelos estudantes. Resultado: A compatibilidade foi apenas com o atendimento do pré-natal, e em apenas uma USF, e por essa razão, optou-se realizar as atividades com as crianças do centro de referência de educação infantil (CREI) existente no território e que faz parte do programa de saúde na escola (PSE), acompanhado pela equipe de saúde da família (Esf), favorecendo uma articulação intersetorial (saúde e educação), a qual foi mediada por uma agente comunitária de saúde. Acertado dia e horário, a equipe do projeto mais a ACS se dirigiu ao CREI para apresentar a proposta do Cirandar, a qual foi imediatamente acolhida pela direção. Naquele momento fora combinado dias e horários para a equipe do projeto realizar o diagnóstico institucional para reconhecimento do espaço, observação das turmas, conhecer o processo de trabalho e iniciar criação de vínculo entre as crianças e professores. A partir desse levantamento, os estudantes passaram a identificar atividades que contemplassem os aspectos motores, sensoriais e de linguagem do desenvolvimento infantil, e posteriormente, a confeccionar, conjuntamente, os materiais. Todo o processo criativo foi mediado por comunicação interprofissional, atenção centrada na criança, clareza de papéis, liderança colaborativa e até resolução de conflitos. Finalizados os materiais, a equipe retornou ao CREI para explicar as atividades que seriam realizadas, com seus respectivos objetivos. Momento em que também se definiu dias e horários para a realização das atividades. Ao total foram 12 ações realizadas no CREI (berçário, maternal I e II, e Pré I, envolvendo cerca de 50 pessoas por dia, e uma ação junto à EsF, realizada na USF para sensibilizar a todos sobre os aspectos do desenvolvimento infantil. Os trabalhadores presentes foram convidados a participarem de um circuito sensorial-motor e após expressarem os efeitos da vivência com o desenvolvimento infantil. Por fim, para que refletissem a atuação da equipe voltada ao desenvolvimento infantil, foi solicitado que respondesse, de forma colaborativa, as seguintes questões: "O que eu faço e o que eu posso fazer" sobre o desenvolvimento infantil? Um dos itens citados foi a proposta de redefinir as práticas realizadas pelos profissionais da unidade no Programa Saúde da Escola (PSE), visto que eles notam uma barreira na adesão dos profissionais da escola, o que acaba deixando-os mais aquém para realização das ações nesse ambiente. Houve uma problematização sobre esse ponto, no sentido de avaliar o por que dessa não adesão e sobre o caráter das ações do PSE, se focais ou contínuas. E a partir daí, pensarem em medidas que poderiam auxiliar nas práticas realizadas na USF para a promoção do desenvolvimento infantil. Considerações finais: A experiência proporcionou o entendimento de que a colaboração interprofissional é fundamental para oferecer o melhor em assistência à saúde da criança, possibilitando a cooperação para o exercício de práticas transformadoras. O relato evidencia a união dos extensionistas na busca de uma competência comum. Além disso, indicou a importância da formação para a prática interprofissional também na extensão universitária, demonstrando que a EIP contribui para a reflexão sobre as práticas colaborativas em saúde, desde a graduação, de forma a entender que o trabalho em equipe potencializa a possibilidade de melhorar o acesso e a qualidade da atenção, com respostas inovadoras às necessidades em saúde, tendo o cuidado centrado na criança, família e comunidade. |
9058 | DIÁLOGO SOBRE EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL E PRÁTICA COLABORATIVA EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA ELAINE Andrade Leal LEAL, Rosana Maria de Oliveira Silva, Ana Lúcia Arcanjo Oliveira Cordeiro, Roberta Novaes de Santana, Rafaela Braga Pereira Velôso, Patrícia Maria Fonseca Escalda, Danuza Jesus Mello de Carvalho, Ana Carolina Pinto da Silva DIÁLOGO SOBRE EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL E PRÁTICA COLABORATIVA EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: ELAINE Andrade Leal LEAL, Rosana Maria de Oliveira Silva, Ana Lúcia Arcanjo Oliveira Cordeiro, Roberta Novaes de Santana, Rafaela Braga Pereira Velôso, Patrícia Maria Fonseca Escalda, Danuza Jesus Mello de Carvalho, Ana Carolina Pinto da Silva
Apresentação: A Educação Interprofissional (EIP) em saúde tem como proposta atuar na formação do profissional da área de saúde através da capacidade de desenvolvimento de práticas colaborativas centradas no paciente, trabalho em equipe, compartilhamento de saberes, interdependência e parceria. Esta formação acadêmica oportuniza aos estudantes de diferentes graduações que aprendam com, de e sobre outras profissões de saúde, de forma a garantir qualidade a prestação de cuidado em saúde. O estudo tem como objetivo relatar a experiência de uma oficina com estudantes e docentes de graduação em saúde sobre os aspectos conceituais da Educação Interprofissional e prática colaborativa na saúde. Desenvolvimento: A oficina foi realizada no dia 31 de outubro de 2019 no Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Federal da Bahia, seguida de 3 ações: aproximação-discussão-conclusão. Na aproximação houve uma apresentação do grupo (nome e graduação), pergunta disparadora sobre qual a outra profissão foi importante para seu processo formativo e o porquê, seguido da explanação oral sobre aspectos conceituais da educação interprofissional e prática colaborativa em saúde. No segundo momento, foi a discussão, com a organização dos participantes em dois grupos com intuito de apreenderem o conceito da educação interprofissional e prática colaborativa de modo a correlacionar com o processo formativo da instituição de origem. O momento de conclusão foi direcionado com a formação de um único grupo com explanação coletiva da discussão realizada apontando um ponto de convergência entre os grupos no que se referente a aproximação dos conceitos de educação interprofissional e prática colaborativa ao cotidiano dos seus processos formativos. Resultado: A oficina contou com a presença de aproximadamente 12 estudantes, de 02 docentes, 01 mediadora dos cursos de graduação em odontologia, enfermagem e bacharelado interdisciplinar. A partir do envolvimento e compartilhamento das experiências entre os participantes, notou-se que aproximação com os conceitos da EIP e prática colaborativa foi favorável, entretanto, pelo relato dos participantes houve convergência acerca da formação interprofissional. Esta precisa estar presente na estrutura curricular de algumas universidades públicas e privadas no Estado da Bahia. Conclui-se que a reflexão, o compartilhamento e a interatividade entre os participantes possibilitaram análise crítica da formação linear, compartimentalizada e biomédica ainda presente nos currículos em saúde. Apontaram para a necessidade de continuidade e multiplicação de espaços formativos acerca da EIP e práticas colaborativas e a necessidade de parcerias interinstitucionais no compartilhamento das inovações curriculares. Considerações finais: A oficina se mostrou importante para reflexão de conceitos sobre a EIP e prática colaborativa; compartilhar expectativas e visão da formação e da prática em saúde centrada, no trabalho em equipe, no compartilhamento de saberes, na interdependência e no usuário. O diálogo sobre a EIP e a prática colaborativa devem ser propagados em espaços coletivos onde usuários, trabalhadores, gestores, docentes e discentes de saúde possam juntos expandir e apropriar-se desta formação e prática. |
9013 | CURSO DE APRIMORAMENTO INTERPROFISSIONAL COM ENFOQUE NO PARTO E NASCIMENTO: FORTALECENDO A EQUIPE DE SAÚDE MATERNO-INFANTIL COMO ESTRATÉGIA PARA A MUDANÇA DE MODELO ASSISTENCIAL NO BRASIL PAOLLA AMORIM MALHEIROS DULFE, VALDECYR HERDY ALVES, AUDREY VIDAL PEREIRA, BIANCA DARGAM GOMES VIEIRA, DIEGO PEREIRA RODRIGUES, GIOVANNA MARCHIORI SOANNO, LUANA ASTURIANO DA SILVA CURSO DE APRIMORAMENTO INTERPROFISSIONAL COM ENFOQUE NO PARTO E NASCIMENTO: FORTALECENDO A EQUIPE DE SAÚDE MATERNO-INFANTIL COMO ESTRATÉGIA PARA A MUDANÇA DE MODELO ASSISTENCIAL NO BRASILAutores: PAOLLA AMORIM MALHEIROS DULFE, VALDECYR HERDY ALVES, AUDREY VIDAL PEREIRA, BIANCA DARGAM GOMES VIEIRA, DIEGO PEREIRA RODRIGUES, GIOVANNA MARCHIORI SOANNO, LUANA ASTURIANO DA SILVA
Apresentação: O Aprimoramento dos profissionais de saúde com enfoque no componente parto e nascimento tem sido operacionalizado em território nacional objetivando reorientar, a partir do “Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia (Apice on)”, o modelo assistencial a mulheres e recém nascidos. Este projeto, fomentado pelo Ministério da Saúde, tem sido implementado com foco nos hospitais de ensino qualificando os processos de atenção, gestão e formação relativos ao parto e nascimento, através de um modelo baseado em evidências científicas, humanização e atuação interprofissional garantindo efetividade e segurança. Objetivo: compartilhar a experiência de realização do Curso de Aprimoramento Interprofissional com enfoque no parto e nascimento. Descrição da Experiência/ métodos: trata-se de um relato de experiência acerca do Curso de Aprimoramento Interprofissional com enfoque no parto e nascimento realizado nos dias 20 a 23 de agosto de 2019, na Universidade Federal Fluminense (UFF) em Niterói (RJ). Participaram como aprimorandas três profissionais de saúde de Unidade de Ensino no Estado de Rondônia, sendo uma enfermeira obstétrica, uma médica obstetra e uma médica neonatologista. No grupo condutor, integraram três professores e duas apoiadoras técnicas da UFF, além de quatro profissionais gestores/preceptores de Instituição Hospitalar de Ensino parceira. Resultado: Destacaram-se especificidades da Unidade Hospitalar de Ensino de origem das aprimorandas, promovendo a possibilidade de reflexão sobre os processos de trabalhos. A partir das Oficinas e demais atividades teórico-práticas realizadas, conseguiu-se pontuar a importância do alinhamento da relação interprofissional e da busca de pares para se ancorar, no sentido de compartilhamento de objetivos/tarefas promovendo o diálogo, fortalecendo a equipe interprofissional e reforçando a indissociabilidade formação-atenção-gestão. Considerações finais: O Curso de Aprimoramento Interprofissional forneceu subsídios para fomentar o fortalecimento da equipe interinstitucional e interprofissional para atuação altamente eficaz e segura na assistência ao parto e nascimento, com base na humanização e nas evidências científicas atuais. Tratando-se de profissionais de Unidade Hospitalar de Ensino, corrobora-se a relevância do projeto na promoção da mudança paradigmática do modelo assistencial vigente, considerando-se uma iniciativa potente de transformação de tal Unidade de saúde enquanto modelo para futuros profissionais. |
9088 | O SERVIÇO SOCIAL NO PROGRAMA PET-SAÚDE E O DESAFIO DA INTERPROFISSIONALIDADE. KALIANA FERREIRA MARTINS O SERVIÇO SOCIAL NO PROGRAMA PET-SAÚDE E O DESAFIO DA INTERPROFISSIONALIDADE.Autores: KALIANA FERREIRA MARTINS
Apresentação: O PET-Saúde é um programa interministerial, que tem como pressuposto a educação pelo trabalho buscando a integração ensino-serviço-comunidade e, para tanto, atua em parceria com as secretarias municipais de saúde. Com a aprovação do seu projeto o Centro Universitário Metropolitano da Amazônia (UNIFAMAZ) passou a desenvolver suas atividades no distrito administrativo em saúde do Benguí (DABEN). A instituição conta com sete cursos na área da saúde e para cada curso foram ofertadas oito vagas, porém no curso de serviço social houve apenas quatro discentes. O objetivo deste resumo é relatar a percepção de uma discente de Serviço Social sobre a busca da interprofissionalidade no programa PET-Saúde. Levando em consideração a proposta da interprofissionalidade do programa, os discentes foram organizados em grupos contendo um aluno de cada curso. Destarte, o primeiro desafio, tanto para os discentes quanto para os tutores e preceptores, foi compreender, de fato, o que significa trabalhar de forma interprofissional e de que forma iriam agregar cursos como biomedicina, educação física, psicologia e serviço social nas ESF’s levando em consideração que nessas unidades trabalham, basicamente, médicos, enfermeiros e ACS’s. A dificuldade mais latente vivenciada pelos discentes e preceptores foi superar a fragmentação do trabalho em saúde e ampliar o campo de visão para a resolutividade das demandas trazidas pelos usuários. No que tange as discentes de serviço social, estas sentiram-se perdidas, num primeiro momento, pois não conseguiam visualizar o fazer profissional naquele espaço. Diante disso viram a necessidade de aprofundar seus conhecimentos nas leituras referentes ao serviço social e a saúde para se encontrarem, firmar seu espaço na correlação de forças que se formou e terem clareza do que era ou não sua atribuição, pois ficou notório que os discentes e os próprios profissionais de saúde têm conhecimento insuficiente sobre o papel das outras profissões o que fez com que a relação inicial entre as partes, fosse marcada por estereótipos. Durante o planejamento de uma ação social em saúde, programada para o final do primeiro semestre de 2019 foi possível aprender “com”, “sobre” e “entre si” diante da temática pensada por todos para o público alvo da ação (idosos). No ensejo, coube ao serviço social falar sobre o BPC e a rede de serviços. No segundo semestre de 2019 foi feita uma reorganização dos grupos, de forma que todos os discentes tivessem a experiência e o conhecimento do processo de trabalho dos NASF até o fim do programa. Tal estratégia foi essencial para encontrar o serviço social na atenção básica entender seus limites, possibilidades e potencialidades dentro do espaço que lhe compete e aprender mais sobre e com as outras profissões. Em suma, programas como o PET-Saúde são de suma importância para o processo de aprendizagem que poderá refletir no rompimento da cultura uniprofissional na formação em saúde e quiçá, na histórica fragmentação do trabalho, que, por vezes tira o usuário da centralidade do processo e não garante o atendimento universal, integral e equânime destes. |
9189 | A EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE E A INTERPROFISSIONALIDADE NO PROGRAMA PET- SAÚDE NO MUNICÍPIO DE NOVA FLORESTA - PB: RELATO DE EXPERIÊNCIA Maria Letícia Cardoso da Silva Barbosa, Deborah Dornellas Ramo, Patrícia Lima Araujo, Acácia Barros Fernandes Dutra, Evandro Rogério da Silva, Cândida Mirna de Souza Alves Alencar, Lauanna Giselly dos Santos Oliveira A EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE E A INTERPROFISSIONALIDADE NO PROGRAMA PET- SAÚDE NO MUNICÍPIO DE NOVA FLORESTA - PB: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Maria Letícia Cardoso da Silva Barbosa, Deborah Dornellas Ramo, Patrícia Lima Araujo, Acácia Barros Fernandes Dutra, Evandro Rogério da Silva, Cândida Mirna de Souza Alves Alencar, Lauanna Giselly dos Santos Oliveira
Apresentação: A educação popular em saúde é uma prática coletiva e planejada, com objetivo de atender ás demandas da comunidade e promover saúde mediante estratégias de caráter resolutivo, cujo planejamento parte da realidade concreta da comunidade, de acordo com suas fragilidades e potencialidades, articulando os saberes populares e científicos. Para tanto, pressupõe a necessidade dos sujeitos terem voz e liberdade para serem protagonistas no seu processo saúde/doença. Nesse contexto, destaca-se a atuação do PET-Saúde Interprofissionalidade, cuja prática colaborativa em saúde se estrutura mediante a contribuição de acadêmicos, docentes e diferentes profissionais de saúde para a prática colaborativa em saúde. Objetivo: Descrever experiências de educação popular em saúde dos participantes do programa PET-Saúde Interprofissionalidade, considerando a educação popular em saúde, no âmbito da atenção primária, no município de Nova Floresta, Paraíba, compreendendo o período de Abril a Dezembro de 2019. Desenvolvimento: Ações consistiram em rodas de conversas, sarau, musicoterapia, arteterapia, diálogos e escuta ativa. Uma vez que objetivaram promover a educação em saúde, as ações foram baseadas nas contribuições teóricas de Paulo Freire, partindo, portando, da problematização da realidade junto aos sujeitos para a identificação de prioridades e temas geradores. Resultado: Verificou-se o impacto das ações na atenção básica, na UBS, no Município de Nova Floresta-PB, para a formação e o desenvolvimento acadêmico dos estudantes, sobretudo pela sensibilização para os diferentes aspectos que constituem o processo saúde/doença, proporcionada pelo contato, na prática, com os problemas e desafios da saúde pública na atenção básica. NO que tange ás contribuições que resultam da interação entre a comunidade e a universidade, ressalta-se que as rodas de conversa realizadas nas salas de espera, durante as ações para promovera saúde do homem e da mulher, por exemplo, evidenciaram a importância do diálogo, enquanto, principal método para promover a educação em saúde, quando consideradas as estratégias de abordagem mais tradicionais, geralmente verticalizadas e pouco sensíveis ás realidades dos envolvidos. Destaca-se ainda que os momentos de lazer, bem como o sarau, consistiram em contextos fundamentais para estabelecer o vínculo com a comunidade e desconstruir a concepção de saúde apenas enquanto a ausência de doenças. Considerações finais: O programa PET-Saúde, tem possibilitado encontros transformadores entre os docentes, discentes e profissionais de saúde, tendo sido de grande relevância para construção de saber entre os envolvidos no programa, visto que contribuiu para a superação das dificuldades e o fortalecimento das relações entre universidade/serviço/comunidade, bem como para o conhecimento dos desafios da atenção primária e para busca de estratégias de adesão da população ás ações em educação popular e interprofissionalidade. |
9208 | EXPERIÊNCIA INTERPROFISSIONAL ATRAVÉS DO VER-SUS PARA ESTUDANTES DO CURSO DE ODONTOLOGIA Fabricius Luis Corrêa, Fabíola dos Santos Giani EXPERIÊNCIA INTERPROFISSIONAL ATRAVÉS DO VER-SUS PARA ESTUDANTES DO CURSO DE ODONTOLOGIAAutores: Fabricius Luis Corrêa, Fabíola dos Santos Giani
De maneira geral, o currículo dos cursos de Odontologia no Brasil desenvolve-se educacionalmente independente de outras áreas relacionadas à saúde, o que acarreta na formação de cirurgiões-dentistas que colaboram inadequadamente com os demais profissionais da área da saúde. O VERS-SUS propicia a vivência interprofissional de estudantes de diferentes cursos da área da saúde através da imersão que permite aos graduandos interação entre si e também com os gestores, trabalhadores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O caráter interprofissional que compõe os estudantes participantes tem como objetivo promover a reflexão dos mesmos em relação aos temas e situações importantes à formação profissional, assim como o fortalecimento e consolidação do SUS. Os estágios e vivências através da imersão dos estudantes na realidade local permitem melhor entendimento das complexidades que envolvem o SUS e auxiliam na melhor compreensão do estudante como agente importante e transformador da saúde pública do país. A imersão do VER-SUS ocorreu na cidade de Caxias do Sul (RS), em fevereiro de 2018 com duração de 7 dias. A vivência contou com a participação de 14 estudantes de diferentes partes do país, graduandos de diferentes cursos da área da saúde como: Biomedicina, Farmácia, Fisioterapia, Psicologia, Medicina e Odontologia. Durante os sete dias de imersão, foi possível promover a reflexão, discussão, trocas de conhecimento, estudos e rodas de conversa acerca do SUS. Os acadêmicos também visitaram e conheceram a realidade de alguns serviços de saúde da cidade de Caxias do Sul, como a Rede de Atenção Psicossocial, o serviço de urgência e emergência, serviços hospitalares, algumas Unidades Básicas de Saúde, assim como os fluxos de gestão da saúde do município. A experiência do VER-SUS possibilitou melhor compreensão e reflexão acerca das diferentes atuações do SUS na cidade de Caxias do Sul, assim como suas complexidades e importância do fortalecimento da interprofissionalidade entre os estudantes e futuros profissionais da saúde. As experiências vivenciadas no VER-SUS colaboram na formação de futuros profissionais da saúde, assim como o desenvolvimento e fortalecimento do SUS para o usuário. Graduandos do curso de Odontologia que participaram da vivência sentiram-se mais aptos e informados acerca da importância da interprofissionalidade durante a graduação e futura atuação profissional devido as experiências proporcionadas pelo VER-SUS. |
9470 | INTERSEÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE E PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO NA FORMAÇÃO DE SANITARISTAS Thais Lacerda e Silva, Amanda Nathale Soares, Luis Paulo Souza e Souza, Marconi Moura Fernandes INTERSEÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE E PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO NA FORMAÇÃO DE SANITARISTASAutores: Thais Lacerda e Silva, Amanda Nathale Soares, Luis Paulo Souza e Souza, Marconi Moura Fernandes
Apresentação: Trata-se do relato de experiência de um processo amplo de análise e debate sobre as interseções entre a Educação Permanente em Saúde (EPS) e a produção de conhecimento na elaboração de trabalhos de conclusão de curso (TCC) na Especialização em Saúde Pública da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG). A Educação Permanente em Saúde tem acampado o desenvolvimento do curso, em suas últimas ofertas, seja transversalmente, como disparadora de discussões sobre os processos de trabalho das/os alunas/os, seja como um conteúdo próprio que compõe a matriz curricular e alimenta as análises do curso. No entanto, fizemos pouco movimento de aproximar os pressupostos da EPS com a produção de conhecimento no desenvolvimento dos TCC. A necessidade de romper com modos de produção de conhecimento instituídos no meio acadêmico torna-se premente no contexto de uma escola que tem em sua constituição ético-política o compromisso com a valorização dos saberes e das práticas dos trabalhadores que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS). Para introduzirmos os pressupostos da educação permanente em saúde na elaboração dos TCC, conduzimos dois processos articulados e simultâneos: um com os alunos e outro com os orientadores de TCC. Com os alunos, propusemos um novo modo de trabalhar a disciplina de Metodologia Científica, nos amparando no conceito de EPS, a partir do qual se propõe um exercício permanente de problematização, análise e compreensão das questões e das experiências vividas no cotidiano do trabalho em saúde, e do conceito de experiência, conforme Jorge Larrosa Bondía. A ideia foi construir com as/os alunas/os as interseções entre a EPS e a produção do conhecimento, a partir das seguintes questões: O que é pesquisar? Quem produz conhecimento no SUS? Qual o lugar do trabalhador e de seus saberes na produção de conhecimento? Que tipo de conhecimento é produzido no trabalho? Como incorporar esse conhecimento na produção dos TCC? Essas questões nos orientaram durante a discussão de cada etapa da produção do TCC: na definição, na contextualização e na compreensão do problema; na definição dos caminhos de realização do estudo e no processo de escrita, em um movimento constante análise e diálogo entre os saberes implicados na prática e os saberes científicos. Para além de uma reconfiguração na disciplina, fizemos também um processo de discussão com orientadoras/es internas/os e externas/os à ESP-MG, o que nos possibilitou construir coletivamente caminhos possíveis de interseções entre a Educação Permanente em Saúde e a produção de conhecimento no Curso de Especialização em Saúde Pública da ESP-MG. As diretrizes construídas nesse processo de diálogo entre docentes, orientadores de TCC e alunos expressam nossas intencionalidades de colocar os saberes advindos das experiências do trabalho na centralidade do processo de produção de TCC; ativar processos de análise e compreensão sobre os processos de trabalho em que estão envolvidas/os as/os alunas/os-trabalhadoras/es; e ampliar estratégias e possibilidades de mudanças de práticas de cuidado, gestão e autogestão, educação em saúde e participação social, no âmbito do SUS. As diretrizes construídas têm como ideias centrais: I) Identificação do problema no cotidiano do trabalho. Entendemos que os problemas possíveis de serem estudados durante a elaboração do TCC referem-se às dificuldades e/ou aos desconfortos presentes no dia a dia de trabalho e que afetam a/o aluna/o e/ou a equipe de saúde. Assim, na perspectiva da EPS, o problema que emerge do contexto de trabalho da/o aluna/o constitui seu problema de pesquisa e deve ser problematizado, caracterizado e analisado a partir do seu lugar como trabalhadora/r, dos pontos de vista da equipe, se possível, e da literatura técnico-científica. II) Contextualização da/o aluna/o como trabalhadora/r do SUS e sua relação/implicação com o objeto de estudo. Ao longo da elaboração do TCC, é importante que ao/ aluna/o-trabalhadora/r explicite sua relação com o objeto de estudo, descrevendo e analisando seu modo de perceber e compreender o objeto e as condições que o envolvem no seu contexto de trabalho. A proposta é que a implicação da/o aluna/o com o objeto de estudo atravesse toda a elaboração do TCC, não se limitando apenas a uma apresentação da sua trajetória no início do texto. III) Descrevendo a importância do TCC para o trabalho do aluno, o trabalho da equipe, o serviço e os usuários. Considerando que a EPS pressupõe a produção de conhecimento para a transformação das práticas de cuidado, gestão, educação e participação social desenvolvidas no cotidiano de trabalho dos serviços, é essencial que a/o aluna/o-trabalhadora/r descreva em seu TCC qual a importância de seu estudo para os diferentes atores/instituições/processos envolvidos e de que forma ele poderá contribuir para a possível transformação das práticas e das concepções vigentes. Além disso, é importante que a/o aluna/o aponte os potenciais benefícios que o estudo trará ao seu contexto de trabalho, incluindo aí as situações-problema que o estudo a ser desenvolvido busca enfrentar. IV) Definindo a Educação Permanente em Saúde como um dos referenciais teórico-metodológico para o desenvolvimento do TCC. O referencial teórico-metodológico da Educação Permanente em Saúde deve orientar a escrita dos TCC, independente do formato. Compreendemos que a EPS pode inspirar a realização de estudos descritivos, projetos de intervenção, revisão de literatura e relatos de experiência, na medida em que em todos esses formatos a experiência vivida no trabalho é a base de construção do TCC. A incorporação da Educação Permanente em Saúde nos processos de elaboração de TCC tem revelado o quanto as clássicas formas de produção de conhecimento estão imbricadas nos modos de pensar-fazer dos alunos-trabalhadores e dos docentes, ficando evidente o estranhamento em relação à possibilidade de expressar os saberes e as experiências advindos do trabalho em uma produção científica. Outra questão evidenciada é a percepção de que há uma hierarquia entre o saber científico e o saber produzido no cotidiano de trabalho, a qual reforça a marginalidade e a deslegitimação do que o conjunto de trabalhadores coproduz e singulariza em seus locais de trabalho. Isso exige um exercício contínuo de tensionamentos e problematização sobre o lugar dos trabalhadores na produção de conhecimento e sobre a necessidade de que eles se re-conheçam como pesquisadores e produtores de conhecimento. |
10991 | CONSTRUÇÃO DO MODELO LÓGICO DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO LATO SENSU EM SAÚDE PÚBLICA DA ESCOLA DE GOVERNO EM SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO: ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO PARA FORTALECIMENTO DA POLÍTICA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE Dara Andrade Felipe, Célia Maria Borges da Silva Santana, Emmanuelly Correia de Lemos, Neuza Buarque de Macêdo, Leila Monteiro Navarro Marques de Olivei, Taís de Jesus Queiroz, Maria Beatriz Alcântara Teixeira Leite, Domitila Almeida Andrade, Bruno Costa Costa de Macedo CONSTRUÇÃO DO MODELO LÓGICO DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO LATO SENSU EM SAÚDE PÚBLICA DA ESCOLA DE GOVERNO EM SAÚDE PÚBLICA DE PERNAMBUCO: ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO PARA FORTALECIMENTO DA POLÍTICA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDEAutores: Dara Andrade Felipe, Célia Maria Borges da Silva Santana, Emmanuelly Correia de Lemos, Neuza Buarque de Macêdo, Leila Monteiro Navarro Marques de Olivei, Taís de Jesus Queiroz, Maria Beatriz Alcântara Teixeira Leite, Domitila Almeida Andrade, Bruno Costa Costa de Macedo
Apresentação: O presente resumo compreende relato da experiência d a construção do Modelo Lógico do Curso de Especialização Lato Sensu em Saúde Pública, ofertado pela Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco (ESPPE) em parceria com a Rede Brasileira de Escolas e Centro Formadores em Saúde Pública (RedEscola). O Curso de Especialização Lato Sensu em Saúde Pública é uma das ações previstas no Plano Estadual de Educação Permanente em Saúde (2019-2022), t em como objetivo a formação de sanitaristas comprometidos(as) ética e politicamente com a transformação das condições de saúde a partir da formação em serviço no SUS, de forma regionalizada e interdisciplinar. Traz dentre suas diretrizes político -pedagógicas a Educação Permanente em Saúde e a Interprofissionalidade. Ao “formar com o trabalho”, desenvolve estratégias pedagógicas que visa articular e responder às necessidades sociais locais, orientadas pela lógica do Sistema Único de Saúde, articulada às redes de atenção à saúde, aos processos de trabalho e à participação popular. A interprofissionalidade referencia o desenvolvimento do curso, fomentando o trabalho integrado, realizado em equipe e que considera os diferentes saberes envolvidos, reforçando a necessidade de uma ação colaborativa entre os profissionais envolvidos. A oferta atual do Curso de Especialização ocorre de maneira regionalizada e descentralizada, por meio de três turmas no Estado de Pernambuco, contemplando 135 discentes (profissionais que atuam na gestão estadual ou municipal do SUS PE) das 12 Regiões de Saúde. Teve início em agosto de 2019 e conclusão prevista para agosto de 2020. O Plano Estadual de Educação Permanente em Saúde prevê o desenvolvimento de avaliação das ações, sendo reconhecidas como essencial para a tomada de decisão no sentido de manutenção ou alteração das estratégias adotadas. Diante dessas compreensões, foi formado um Grupo de Estudos na ESPPE com o objetivo de propor e desenvolver avaliação dos processos formativos desenvolvidos pela instituição, tendo início com a Avaliação do Curso de Especialização Lato Sensu em Saúde Pública. Avaliar pode ser compreendido como a emissão de um juízo de valor sobre uma intervenção, capaz de fornecer informações cientificamente válidas e socialmente legítimas. Nas últimas décadas, emerge no campo da avaliação em saúde formulações que destacam o caráter inclusivo e participativo dos processos avaliativos. A experiência construção do Modelo Lógico do Curso de Especialização pode ser organizada em três momentos: a) Criação de Grupo de Estudos, leituras iniciais para introdução ao campo da avaliação em saúde e, particularmente, da avaliação de processos formativos no SUS; b) Momento Exploratório: sistematização do Modelo Lógico; c)Apresentação: e Validação do Modelo Lógico junto aos sujeitos envolvidos no curso de especialização. No primeiro momento foram debatidas produções científicas que tratam do campo da avaliação em saúde, bem como produções que visam sistematizar experiências de avaliação de processos formativos no S US. Dentre esses últimos destacam-se as experiências do AvaliaCaminhos e da Acreditação Pedagógica de cursos lato sensu em Saúde Pública. Na sequência, foi realizado o planejamento do momento exploratório da pesquisa avaliativa, etapa que antecede a avaliação propriamente dita. A opção foi a construção do Modelo Lógico do Curso de Especialização. O Modelo Lógico compreende uma representação gráfica que expõe o funcionamento d a intervenção e fornece uma base objetiva a respeito da relação causal entre os seus elementos, ou seja, como eles se articulam para responder ao problema que deu origem à intervenção. A construção partiu das respostas coletivas às seguintes perguntas disparadoras: Qual problema ou situação problemática gerou a necessidade da criação/implantação dessa formação? Qual o objetivo geral do curso? Qual o público alvo? Quais os objetivos específicos? Que metas o curso pretende alcançar? Quais os componentes do curso? Que atividades são realizadas no curso? De que estrutura o curso precisa para funcionar? Que produtos espera-se obter com a realização das atividades? Que resultados o curso pretende alcançar? Que fatores podem influenciar no alcance destes resultados, que não apenas os relacionados ao curso? Para responder a essas perguntas o grupo recorreu aos documentos normativos do Curso de Especialização (Plano Estadual de Educação Permanente em Saúde e Plano do Curso de Especialização) e instrumentos de registro de atividades além do acúmulo dos sujeitos envolvidos, já que a maioria atua diretamente no desenvolvimento do Curso. A partir desse exercício, o Grupo de Estudos pode construir o Modelo Lógico do Curso de Especialização, sendo esse posteriormente apresentado em Conselho de Classe com participação dos discentes e docentes que puderam indicar possíveis focos para construção da matriz avaliativa e validar o modelo lógico constituído. Primeiramente, na constituição do Grupo de Estudos e proposição de Pesquisa Avaliativa destaca-se o ganho institucional para a Escola de Governo em Saúde Pública. Apresenta-se como um dos objetivos do Plano Estadual de Educação Permanente em Saúde Qualificar as ações de ensino e pesquisa na rede de saúde sendo prevista a estruturação de um Núcleo de ensino e pesquisa na ESPPE. Nos debates que emergiram das leituras realizadas fortaleceu-se uma compreensão de avaliação em saúde de caráter formativo, comprometida com o fortalecimento do Projeto da Reforma Sanitária, que em seu desenvolvimento articula atores, produz análises e fornece elementos para a disputa da política pública. E que, na medida em que possibilita a construção de novos saberes, integrando diferentes atores e sujeitos, qualifica a intervenção ao longo de seu desenvolvimento ampliando a capitalização da ação. Foram definidas algumas diretrizes iniciais para o desenvolvimento da Pesquisa Avaliativa, a saber: desenvolvimento ao longo da oferta do curso como forma de possibilitar ajustes nas estratégias utilizadas; integrar os sujeitos diretamente envolvidos no curso de especializa (discentes e docentes), mas também aqueles indiretamente envolvidos, nos quais se espera que o curso possa ressoar, por exemplo, os gestores regionais e instâncias de Educação Permanente como Comissões de Integração Ensino Serviço; desenvolver estratégias de comunicação e divulgação da avaliação. O momento exploratório permitiu a sistematização dos diferentes elementos que integram o Curso de Especialização em Saúde Pública, favorecendo o compartilhamento dos olhares entre sujeitos envolvidos no curso, auxiliando, inclusive, no balizamento das compreensões que sustentam o curso. No Modelo Lógico foram sistematizados a situação problemática que gerou a necessidade da criação/implantação do curso; objetivo geral; o público alvo; a estrutura necessária para realização do curso e os fatores podem influenciar o alcance dos resultados. Também compreendeu a definição dos componentes, objetivos específicos, atividades, metas, produtos, resultados intermediários, resultado final/impacto. Foram sistematizados sete componentes que agrupam os objetivos e específicos e atividades do Curso de Especialização Lato Sensu em Saúde Pública, a saber: Governança; Gestão político-pedagógica; Gestão Escolar; Administrativo- financeira; Projetos de Intervenção; Comunicação e Disseminação do Conhecimento; Ainda são escassos os estudos voltados para a avaliação de processos formativos desenvolvidos no Sistema Único de Saúde, sendo a experiência aqui relatada uma contribuição para esse campo. Assim, a criação do Grupo de Estudos e a proposição de uma Pesquisa Avaliativa apresenta-se como uma estratégia para o fortalecimento de um órgão do SUS Pernambuco como produtor de conhecimento científico socialmente relevante, particularmente, na área de Educação na Saúde. A partir da avaliação do Curso de Especialização em Saúde Pública pretende-se fomentar uma prática de avaliação de outras modalidades de formação da ESPPE, desde cursos de curta duração até das outras pós-graduações, bem como da própria Política Estadual de Educação Permanente de Pernambuco. |