381: Cuidado integral, Promoção da Saúde e Práticas Integrativas e Complementares | |
Debatedor: Juliana Braga Rodrigues de Castro | |
Data: 29/10/2020 Local: Sala 04 - Rodas de Conversa Horário: 13:30 - 15:30 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
7038 | PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE NA FORMAÇÃO MÉDICA: VIVÊNCIAS NO VALE DO CAPÃO, BAHIA Tarcisio Joaquim de Souza, Maria Lidiany Tributino de Sousa PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE NA FORMAÇÃO MÉDICA: VIVÊNCIAS NO VALE DO CAPÃO, BAHIAAutores: Tarcisio Joaquim de Souza, Maria Lidiany Tributino de Sousa
Apresentação: As Práticas Integrativas e Complementares são tratamentos terapêuticos oriundos dos saberes tradicionais, dirigidos para a prevenção e tratamento de algumas enfermidades, tendo a sua eficácia reconhecida pela Organização Mundial da Saúde. Hodiernamente, a demanda por essa forma alternativa de tratamento cresce no Brasil, mas a quantidade de profissionais habilitados para a exercerem ainda é pequena. Sendo assim, é essencial que as Práticas Integrativas e Complementares façam parte da matriz curricular obrigatória dos acadêmicos da área da saúde, a fim de aumentar o escopo de profissionais com essa capacitação e, consequentemente, o avanço das PICS no SUS. Este escrito trata-se do relato acerca do projeto de extensão da Liga Acadêmica de Medicina de Família e Atenção Primária (LAMFAP), numa viagem ao Vale do Capão, mais especificamente ao Povoado de Caeté-Açu, município de Palmeiras/BA, ocorrida em outubro de 2019, durante as atividades da Escola de Estudos Temáticos. A vivência integrou docentes e alunos do curso de medicina da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) e funcionários da Unidade Básica de Saúde de Caeté-Açu. A unidade em questão é referência nacional no cuidado horizontal em saúde e na implementação das PICS no SUS. Imbuídos pelo desejo de conhecer as atividades em saúde lá realizadas, dentre elas o thetahealing, auriculoterapia e reiki, estudantes e professores, com apoio da universidade, deslocaram-se, numa viagem repleta de desafios, até a unidade. No período da manhã, nos reunimos com o médico de saúde da família, Dr. Áureo Augusto, para uma roda de conversa acerca da forma de se trabalhar a medicina biomédica atrelada às práticas integrativas e na forma dialógica que elas devem ser abordadas junto aos usuários. Retornamos a tarde para uma aula ofertada aos internos de medicina da unidade, muito descontraída e repleta de reflexões sobre o ser e o fazer médico, assim como a importância das PICS como método alternativo em saúde. Para findar nossa experiência, participamos da prática de “cantoterapia” destinada a puérperas da comunidade. Nesse momento, sentimos os efeitos das PICS em nosso corpo. A vivência foi importante para o entendimento pleno das Práticas Integrativas e Complementares no contexto da Atenção Primária à Saúde. Por meio da imersão e aprofundamento acerca dos saberes sobre as PICS, pudemos desmistificar preconcepções estabelecidas e perceber o potencial desses dispositivos no cuidado em saúde. Nessa vivência, percebemos que as Práticas Integrativas e Complementares são balizadas pelo fazer interdisciplinar, a partir de linguagens inclusivas e singulares, trazendo uma mudança no modelo de atenção em saúde e contrapondo-se ao modelo biomédico e mercadológico. Destarte, é notório o quão importante é o fomento e a disseminação dessas práticas no âmbito da Atenção Primária, bem como a sua inclusão no currículo acadêmico dos futuros médicos. |
8553 | PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO CURRÍCULO DE UM CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM Francine Rodrigues Trindade, Marcus Cristian Muniz Conde PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO CURRÍCULO DE UM CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEMAutores: Francine Rodrigues Trindade, Marcus Cristian Muniz Conde
Apresentação: Historicamente a formação dos profissionais de saúde tem se pautado por um direcionamento para a técnica inserido num paradigma biomédico, onde o viés da saúde como produto sempre dominou a formação dos profissionais de nível técnico. Neste contexto, as práticas integrativas e complementares (PICs) no SUS buscam a humanização da atenção fortalecendo o acolhimento, vínculo e responsabilização, trabalho em equipe e são ações de cuidados transversais, podendo ser realizadas na atenção básica, na média e alta complexidade. O objetivo deste trabalho é relatar a inserção das Práticas Integrativas Complementares na formação de técnicos em Enfermagem. Desenvolvimento: Durante o segundo semestre do ano de 2019 os estudantes do Curso técnico em enfermagem do Colégio Sinodal Progresso (Montenegro-RS), durante a realização da disciplina de Projetos Interdisciplinares, tinha como objetivo conhecer os serviços disponibilizados na rede de Atenção à Saúde (AS). Num primeiro momento, os estudantes tiveram uma aula expositivo dialogada sobre os diferentes níveis de AS. Num encontro subsequente uma profissional de Yoga foi chamada para proporcionar experimentação sobre a utilização de PICs na AS. Numa roda de conversa os estudantes explicitaram o seu interesse pelo aprofundamento dos estudos e reconhecimento das PICs como política de AS. Então, divididos em grupos foram convidados a aprofundar seus estudos sobre as portarias que regulamenta as PICs no Sistema Único de Saúde e então foram desafiados a expor as diferentes técnicas aos demais colegas. Como encerramento da atividade foi realizada uma roda de conversa com experimentação prática em uma clínica da cidade que trabalha exclusivamente com PICs. Resultado: Os estudantes discutiram e puderam experienciar a aplicação das PICs em diferentes situações de AS e através de seus relatos puderam perceber que as PICs constituem um potente ferramenta que vai ao encontro dos princípios da integralidade da AS pois permitem trabalhar de forma explícita as subjetividades individuais durante o cuidado Considerações finais: O estudo das PICs facilita a busca por um perfil humanista na perspectiva da integralidade da atenção à saúde pois salienta o respeito às subjetividades de cada indivíduo. |
9318 | SAÚDE COLETIVA E PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA Nayla Mony Viana de Macena, Lucas Rodrigo Batista Leite SAÚDE COLETIVA E PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Nayla Mony Viana de Macena, Lucas Rodrigo Batista Leite
Apresentação: A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde – PNPIC, promulgada em 2006, pelo Ministério da Saúde, contempla sistemas médicos complexos (com teorias próprias sobre o processo saúde-doença-cura) e recursos terapêuticos, também denominados Organização Mundial da Saúde (OMS) de Medicina Tradicional e Complementar/Alternativa (MT/MCA). Tais sistemas e recursos envolvem abordagens que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. É uma política transversal em suas ações e está presente em todos os níveis de atenção, prioritariamente na Atenção Básica, e com grande potencial de atuação em rede. Pressupõe a atuação multiprofissional. Em Mato Grosso, até o momento, ainda não existe uma política estadual de PICS, mas desde julho de 2019 foi constituído, sob a coordenação da área técnica de PICS, da Coordenadoria de Gestão da Atenção Primária, um grupo de trabalho para discutir/desenvolver uma proposta de política estadual. Este trabalho tem como objetivo descrever a realização de Estágio Supervisionado Obrigatório (ESO) da Graduação em Saúde Coletiva – Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), na Coordenadoria de Promoção e Humanização da Saúde (COPHS), da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso, junto a Área Técnica de PICS, entre 2019 e 2020. Desenvolvimento: Trata-se de relato de experiência, que tece sobre as principais atividades desenvolvidas junho de 2019 a janeiro de 2020, no ESO, cuja duração era de 240 horas. Aos estagiários cabia executar um plano de trabalho elaborado pela professora e preceptora de estágio, a partir das principais necessidades da área: Resultado: A área técnica de PICS tem como um dos principais objetivos, a implementação da PNPIC em Mato Grosso, bem como a promulgação da Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PEPICS) – já discutida pelo Conselho Estadual de Saúde e em fase de estruturação pela área técnica em parceria com Escola de Saúde Pública e Associação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde (ANEPS). Dessa forma, no primeiro ESO realizado de junho a agosto de 2019, houve a elaboração de um diagnóstico parcial sobre a situação da implantação da PNPIC nos municípios mato-grossenses, visando à construção de um banco de dados para subsidiar as ações da área, bem como a elaboração da referida política no âmbito estadual. Além do diagnóstico, foi desenvolvido um instrumento para avaliar o efeito das PICS entre os participantes de uma feira de economia solidária, desenvolvida pela COPHS, todas as quintas-feiras, na entrada da Secretaria. Ademais, houve a criação, juntamente com a Área de Saúde Mental, de um questionário específico para investigar a qualidade de vida dos servidores da secretaria. Houve também a realização de Sala de Cuidado, no Palácio da Instrução de Cuiabá, durante todo o mês de agosto, em celebração ao agosto dourado, evento esse que contou com a visita de pesquisadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Portugal. E em parceria com a Escola de Saúde Pública de MT, realizou-se o I Seminário de PICS de MT; importa dizer que o estagiário, nesse momento, além das atividades próprias de Saúde Coletiva, também participava das atividades realizando PICS, como reiki e terapia comunitária (as quais possuía formação). No segundo momento do ESO, houve a continuação do referido diagnóstico, visto que até o momento havia sido obtido apenas 94 respostas. Destarte, houve a realização do I Fórum de Promoção e Humanização em Saúde, em novembro de 2019, pela COPHS, e cujo espaço Paulo Freire (sala de cuidados com PIC’S) ficou a cargo/responsabilidade das estagiárias de Saúde Coletiva, sendo colocados em prática, conhecimentos de gestão, planejamento, psicologia e relacionamento interpessoal. No cotidiano do estágio, as principais demandas envolviam a realização de relatórios, abordando conhecimentos epidemiológicos e de políticas, visto que também havia a necessidade de elaboração de instrumentos para avaliação e planejamento. Outra reivindicação constante era a presença da Sala do Cuidado (Sala de PICS) em eventos nas unidades setoriais, como Centro Especializado em Reabilitação, Centro Integrado de Assistência Psicossocial, visando cuidar de quem cuida, ou seja, os profissionais de saúde. Considerações finais: Percebe-se a potência da interação entre a área de Promoção da Saúde e de PICS e o estágio de Saúde Coletiva em Cuiabá, seja nos aspectos gerenciais, seja na execução prática. Tendo o egresso desse curso um caráter multiprofissional e interdisciplinar, apontamos as PICS e a promoção da saúde como campos de prática desse profissional. |
10742 | SEMINÁRIO SOBRE CUIDADO TRANSDISCIPLINAR E AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE: relato de experiência do processo ensino-aprendizagem de imposição das mãos com as Frequências de Brilho Alisson dos Anjos Santos, Vinícius Pereira de Carvalho, Nathália Guilhermina Santana Silva, Diana Brasil Pedral Sampaio, Maria Teresa Brito Mariotti de Santana SEMINÁRIO SOBRE CUIDADO TRANSDISCIPLINAR E AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE: relato de experiência do processo ensino-aprendizagem de imposição das mãos com as Frequências de BrilhoAutores: Alisson dos Anjos Santos, Vinícius Pereira de Carvalho, Nathália Guilhermina Santana Silva, Diana Brasil Pedral Sampaio, Maria Teresa Brito Mariotti de Santana
Apresentação: O cuidado transdisciplinar do corpo como consciência com as práticas integrativas e complementares em saúde constitui o eixo norteador para o desenvolvimento da extensão universitária e da atividade curricular em comunidade registrada na Universidade Federal da Bahia como componente curricular optativo de graduação. Optou-se em utilizar o seminário por ser considerado um gênero oral que exige outras formas de organização para tomá-lo como instrumento do processo de ensino-aprendizagem. Objetiva-se relatar a experiência da organização do seminário temático e como o estudante pode agir por meio da linguagem oral para se tornar um multiplicador, sobre conteúdos e metodologias ativas própria da sala de aula. Este é um relato de experiência com a questão norteadora: como usar o seminário no processo de ensino-aprendizagem da prática integrativa e complementar de imposição de mãos com as Frequências de Brilho? O contexto foi a Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, em parceria com o Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos, que sediou o evento, nos dias 24 e 25 de Julho de 2019, após o fim do semestre letivo. A coordenação e organização foram dos discentes sob a orientação do docente coordenador do componente. Toda a preparação ocorreu em sala de aula concomitante com atividades também realizadas para o processo de ensino-aprendizagem de outras práticas integrativas e complementares, com outras formas do gênero oral. Fundamenta-se no modelo da medicina integrativa definida pelo Ministério da Saúde, no glossário de termos, como o modelo de saúde que adota as diferentes abordagens de cuidado considerando as necessidades do usuário, as possibilidades de oferta, bem como segurança, eficácia e efetividade das práticas terapêuticas. Tem como princípios a relação terapêutica, a abordagem do sujeito como um todo e sua participação no tratamento, com ênfase na prevenção de doenças e na promoção da saúde. Nesse modelo, as diferentes medicinas convencional, tradicional e complementar têm a mesma importância e são utilizadas conforme a necessidade em cada caso. O público alvo foram os estudantes, servidores públicos e comunidade externa. A divulgação foi realizada pelas redes sociais por meio de cartaz eletrônico, com a inscrição gratuita. Os registros dessa experiência constam do planejamento do componente para o primeiro semestre 2019, nos relatórios apresentados à Pró-Reitoria de Extensão para certificação com carga horária de dezesseis horas e para Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil que financiou duas bolsas de monitoria. Também recebeu o apoio da Gerência que hospedou o seminário no domínio da rede de internet desta universidade. Participaram do seminário 141 participantes. Os efeitos percebidos foram organizados de acordo com as temáticas resultante das discussões em sala de aula para definição da temática do seminário e os nomes dos palestrantes convidados para apresentação do conteúdo pretendido. Constituiu a programação principal o primeiro tema: a “Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS”, publicada em diário oficial, em 2006, pelo Ministério da Saúde. Esta política legaliza a atuação de racionalidades médicas e recursos terapêuticos reconhecidos pelo Organização Mundial da Saúde, como Medicina Tradicional e Complementar/Alternativa, nos serviços de saúde. A política sofreu atualizações em 2017 e 2018, e atualmente reconhece vinte e nove práticas integrativas e complementares, no Sistema Único de Saúde. As práticas integrativas possuem ação que traz a eimersão em saberes que podem ser tão resolutivos quanto os saberes biomédicos e ampliam a percepção dos sinais e sintomas do corpo humano, na interação com o ambiente que o rodeia, por meio de uma escuta sensível e atenção plena. A partir desse momento acolhedor, essas racionalidades médicas e recursos terapêuticos envolvem sistemas complexos que representam a busca por cuidados inter/transdisciplinares, para a prevenção de doenças e agravos à saúde, alívio da dor e do sofrimento, como também produção de saúde e energia vital com uma perspectiva integral do indivíduo e uma abordagem ampliada do processo saúde-doença. O segundo tema foi “MANÁ - alimento energético nutricional de Frequências de Brilho”. O maná é um suplemento de energia que nutre e sustenta os corpos multidimensionais do indivíduo humano e é produzido desde o seu nascimento. Ao iniciar uma alimentação de origem animal (exceto o leite materno) e/ou vegetal sua produção pelo organismo é suprimida. Esse recurso energético pode voltar a ser produzido mediante uma prática meditativa que inclui o aprendizado da respiração consciente e os elementos da geometria sagrada. É importante ressaltar que os alimentos próprios para o consumo humano e o maná possuem modalidades nutritivas diferentes, pois enquanto o alimento acessa os elementos do organismo humano estudados na perspectiva biomédica, o maná tem o poder de sustentar o organismo para além do corpo físico. A compreensão de corpo se modifica e adota-se a multidimensionalidade de corpos – físico, emocional, mental, espiritual baseados nos saberes, nas crenças e nas experiências próprias de diferentes culturas, voltados para a promoção de saúde bem como para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de doenças, como propõe o modelo de saúde da medicina tradicional. A introdução do maná no seminário representou a necessidade de apresentar aos participantes a possibilidade de utilizar o maná como recurso relacionado à prática integrativa e complementar das frequências de brilho, para a expansão da energia vital e para a inclusão dos saberes populares. O terceiro tema compreendeu as “Frequências de brilho - um sistema energético de cura com abordagem teórica e vivencial”. As frequências de brilho são uma técnica singular de cura energética que envolve a ativação de determinados locais nas partes anterior e posterior do corpo que atuam como portais energéticos. Esses portais são abertos através de uma série de toques suaves ou aproximação das mãos dessas áreas sem toque. Essa ativação introduz frequências de alto nível nos campos emocional e físico. Ela trabalha em todas as células e com todo o sistema nervoso, ativando áreas e circuitos neuronais específicos, trabalhando memórias e despertando potenciais latentes. Essa prática aumenta o aporte sanguíneo e oxigenação no cérebro e, devido à neuroplasticidade ocorre uma reorganização das sinapses levando à auto regulação da saúde e realinhamento do indivíduo em suas esferas familiar, social e espiritual. Esse processo lida com a cura de problemas de disfunção física, vícios, problemas mentais e emocionais, alinhamento espiritual desvinculado de religião e o despertar para uma vida mais plena. A experiência com o gênero oral na forma de seminário temático mostrou efetividade no uso desse instrumento no processo ensino-aprendizagem da prática de integrativa e complementar de Frequências de Brilho. Para mais, utilizá-lo em uma extensão universitária, para além da sala de aula, é complexo e requer uma sistematização desde a concepção, preparação e execução propriamente dita. É interativo e funciona como ponte entre a universidade, com o serviço de saúde, e a sociedade na divulgação das políticas públicas de saúde propostas pelo Ministério de Saúde, como aquelas que ampliam o acesso da população às práticas integrativas e complementares. Portanto, a Universidade cumpre o seu papel de divulgar para a sociedade terapias seguras e que motivem resultados positivos em seus praticantes. Ademais, a própria ideia de que as frequências de brilho se inserem num paradigma vitalista e numa racionalidade médica, que difere daquela ancorada na ciência, faz com que as ideias que giram em torno de sua “validação” estejam mais em planos (metodo)lógicos energéticos e das experiências de utilização do que dos experimentos científicos. |
11537 | PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA FORMAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM EM UMA UNIVERSIDADE PRIVADA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO CÁSSIA CASTRO BATISTA, Tatiana Cabral Silva Ramos, Joyce Pereira Santos Muniz, Tereza Claudia Andrade Camargo, Claudia Teresa Vieira souza PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA FORMAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM EM UMA UNIVERSIDADE PRIVADA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIROAutores: CÁSSIA CASTRO BATISTA, Tatiana Cabral Silva Ramos, Joyce Pereira Santos Muniz, Tereza Claudia Andrade Camargo, Claudia Teresa Vieira souza
Apresentação: Este estudo encontra-se na perspectiva da promoção, prevenção e integralidade do cuidado à saúde, estabelecida como diretriz na 8ª Conferência Nacional de Saúde e formalizada como princípio doutrinário do Sistema Único de Saúde (SUS), nesse sentido o Ministério da Saúde apresenta a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, cuja implementação envolve justificativas de natureza política, técnica, econômica, social e cultural. Esta política atende, sobretudo, à necessidade de se conhecer, apoiar, incorporar e implementar experiências que já vêm sendo desenvolvidas na rede pública de muitos municípios e estados. As PICs podem ser consideradas como estratégias de revitalização do sistema de saúde e de mudança no padrão biologizante e medicalizante do cuidado e da promoção da saúde. Os enfermeiros têm sido destaques na implementação e utilização das PICs, uma vez que o que os princípios que permeiam a sua formação vão ao encontro dos paradigmas desta ciência milenar, além disso, possuem respaldo legal para atuação em serviços públicos e privados. Os objetivos: Avaliar o interesse dos acadêmicos de enfermagem sobre as PICs; identificar a demanda de inclusão de uma disciplina obrigatória ou eletiva sobre PICs; e conhecer a motivação dos acadêmicos de enfermagem em atuar nas PICs. Método: Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, adotando como estratégia a entrevista individual com os discentes, esta acontecerá após realização de paletras sobre PICs. Pretende-se utilizar para a análise dos dados técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Resultado: Parciais: Foram realizadas um total de quatro palestras nos turnos manhã e tarde, sendo duas em 2019.2 e as outras em 2020.1. Antes dos acadêmicos iniciarem no campo prático, neste caso, Clínica de Saúde da Família, estes revisitam alguns assuntos de Políticas Públicas de Saúde. As palestras alcançaram um total de 45 alunos, o número de acadêmicos do 9º período que irão iniciar o estágio em Saúde Coletiva é variável. No último ano o quantitativo variou de 20 a 25 alunos matriculados. No período da tarde o número de alunos é sempre menor, pois neste horário tem-se um perfil de estudantes que trabalham no período da manhã. Neste primeiro momento do estudo, observou–se que muitos alunos não conheciam grande parte das PICs que são ofertadas pelo SUS e/ou que os enfermeiros podem desempenhá-las. Houve um aluno na palestra realizada em 2020.1 que fora acadêmico de enfermagem pelo Município do Rio de Janeiro em uma Clínica da Família que compartilhou com a turma que havia um enfermeiro na Unidade que desempenhava uma das Práticas. Alguns acadêmicos ficarão surpresos com quantitativo de PICs que hoje estão presentes na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS e alguns demonstraram interesse em conhecê-las melhor. Houve a fala que poderia ser uma boa oportunidade de atuação do enfermeiro tanto no setor público como no setor privado com a realização de consulta de enfermagem. Após as palestras em todos os grupos, a percepção enquanto docente foi que alunos apresentaram um despertar pela temática. |
10634 | RAÍZES DA CURA: RECONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA E DOS SABERES DA FITOTERAPIA POPULAR Airton Guerreiro Vidal Filho, Karina Alves Medeiros, Emille Sampaio Cordeiro, João Nathanael Sales Rodrigues, Ana Bárbara Xavier Luciano Lucena RAÍZES DA CURA: RECONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA E DOS SABERES DA FITOTERAPIA POPULARAutores: Airton Guerreiro Vidal Filho, Karina Alves Medeiros, Emille Sampaio Cordeiro, João Nathanael Sales Rodrigues, Ana Bárbara Xavier Luciano Lucena
Apresentação: Esse relato de experiência tem por finalidade apresentar o projeto de cultura “Raízes da cura – resgate da memória das meizinheiras do Cariri cearense”, vinculado à Pró-Reitoria de Cultura da Universidade Federal do Cariri (UFCA) e realizado na Região Metropolitana do Cariri (RMC), e publicizar suas atividades durante seus dois anos de existência até o momento, considerando as vivências proporcionadas aos discentes do curso de medicina da UFCA. Desenvolvimento: O projeto foi implementado no ano de 2018, com o objetivo de proporcionar o contato com as meizinheiras da região do Cariri cearense - mulheres do campo que possuem conhecimento em plantas medicinais para a produção de remédios caseiros - e a reconstrução da memória e oralidade das mesmas, assim como expandir a relação dos acadêmicos com outros setores da universidade e da sociedade. Adotou-se a técnica freiriana de Círculo de Cultura como forma de estabelecer o contato inicial com as mulheres sujeitas do projeto. Nessa abordagem, as questões geradoras “O que é saúde?” e “Qual a importância das plantas medicinais para o cuidado em saúde?” eram realizadas no intuito de despertar reflexões sobre a relação com a fitoterapia popular, o que proporcionou respostas coletivas, partilhadas e dialógicas a respeito do assunto. Após cada Círculo de Cultura, era aplicado questionário semiestruturado em entrevistas individuais para resgate e registro das vivências únicas de cada mulher, abordando os tópicos “Ela”, “O Trabalho” e “O Território”. Para consolidar as informações coletadas, planejou-se inicialmente adotar a estratégia de georreferenciamento dos locais de atuação das meizinheiras, o que se mostrou inviável no final do primeiro ano de projeto, haja vista a dificuldade de sistematização dessas informações no programa disponibilizado, sendo necessário ajustes de cronograma e planejamento por parte da equipe de trabalho. Em 2019, houve um enfoque nas parcerias articuladas durante o ano anterior com retorno as comunidades inicialmente visitadas, além da implementação dos Círculos de Cultura em novos locais. Com o intuito de proporcionar maior visibilidade das práticas populares de cuidados em saúde no processo de formação acadêmica, foram pensadas e executadas oficinas abertas ao público dentro da própria universidade. O “Raízes da Cura” participou da ação de extensão “UFCA Itinerante”, na cidade de Mauriti-CE, por meio de oficinas de chás e de lambedores, contando com a participação de cerca de 30 (trinta) pessoas, momento importante para compartilhar os conhecimentos obtidos e divulgá-los para a comunidade da cidade em questão. O projeto também esteve atuante como parceiro da Pró-Reitoria de Planejamento da Universidade (PROPLAN) na troca de garrafas PET por mudas de plantas, utilizando de tal ação para difundir saberes da fitoterapia popular através da confecção de cards que continham o nome popular, nome científico e principais usos de cada planta disponibilizada. Durante o I Colóquio de Cultura da UFCA, foram apresentadas à comunidade acadêmica as plantas medicinais de uso mais prevalente na região, através de exposição montada em armação de quadros com exemplares das plantas vivas. Junto às molduras, estrofes de texto em literatura de cordel, produzida por um estudante de medicina da instituição. Além disso, houve a participação do projeto em atividades conjuntas de outras ações de cultura e de extensão na universidade, como saraus e o ciclo de debates “Café com saúde”, este último idealizado pela Liga de Saúde Comunitária do Cariri (LISAC). No Campus de Medicina, localizado em Barbalha-CE, o projeto fez-se presente através de atividades como a criação de um horto com as principais plantas medicinais da região, construído em parceria com discentes da graduação em engenharia agronômica da UFCA, que auxiliaram na seleção das melhores plantas para o solo da faculdade, assim como no processo do plantio, partilhando conhecimento sobre o cultivo nos momentos de integração. Resultado: As vivências proporcionadas pelas atividades do projeto contribuem para uma formação do profissional médico generalista, humanista crítico e reflexivo, conforme orientado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de medicina (DCNs) de 2014, ao estimular uma abordagem que reconhece os indivíduos como agentes ativos no processo do cuidado e, portanto, compreende a necessidade de considerar o contexto cultural, ambiental e socioeconômico da população, entre outros aspectos subjetivos. Através dos círculos de Cultura, foi possível a todos os envolvidos identificarem como o conhecimento das plantas e seus principais usos foram passados de geração em geração por intermédio da oralidade; e como a vulnerabilidade social enfrentada pela população camponesa, em especial as mulheres, as fizeram procurar na natureza o tratamento para as enfermidades não somente para as suas famílias, mas também para a comunidade. As rodas de conversas e os momentos individuais iam além de compartilhar conhecimento, sendo um local de fala para essas mulheres manifestarem suas demandas enquanto grupo social. A ligação de cada meizinheira com o seu território e a relação quase sagrada que elas desenvolvem com a natureza reforçam a necessidade de luta destas mulheres pela valorização do uso das plantas medicinais no processo saúde-doença, assim como pela propagação da memória e dessa herança de conhecimento para as próximas gerações. Além disso, o fato de tal grupo não se reconhecer enquanto detentor exclusivo dos saberes da fitoterapia popular se contrapõe diretamente com a cultura muitas vezes implementada no ambiente acadêmico. Sob essa ótica, os membros do projeto planejam a produção de uma cartilha para compilar as informações partilhadas durante os encontros e entrevistas individuais, objetivando preservar o conhecimento compartilhado e estimular a disseminação desse saber popular. Com relação às atividades no âmbito acadêmico, a ação durante a “UFCA Itinerante” foi importante para conhecer e interagir, por meio da troca de informações, com outros projetos da universidade, o que se mostrou considerável para firmar novas parcerias e campos de atuação em anos vindouros. As atividades realizadas na unidade acadêmica cumpriram a função de estimular a harmonização da relação entre a medicina científica ocidental e o conhecimento popular na universidade, além de buscar promover uma reflexão acerca dos agentes do processo saúde-doença-cuidado e sobre os recursos terapêuticos disponíveis. Considerações finais: Conhecer as meizinheiras da região possibilita a população caririense esmiuçar as raízes culturais da medicina popular, bem como suas histórias e suas lutas e as reconhecerem enquanto agentes importantes no processo de cuidado em saúde de uma região. Ademais, visto que as Práticas integrativas e Complementares (PICs) estão em crescente legitimação pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é essencial que esse conhecimento seja trabalhado no meio acadêmico, a fim de facilitar a incorporação desses serviços na rede de atenção à saúde e a valorização dessas práticas pelos profissionais de saúde. O projeto permanecerá com o compromisso de exercer o papel de preservação e disseminação dessa memória imaterial da promoção da saúde. |
10655 | CONSTRUINDO SABERES POR MEIO DAS PLANTAS MEDICINAIS E TEMPEROS NATURAIS: A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO POPULAR E DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA APS CLEBER DE OLIVEIRA LIMA, CLEBER DE OLIVEIRA LIMA, Vivien Midori Morikawa, Sacha Testoni Lange, Maria Eliza Bernieri, Tissiane Paula Zem Igeski CONSTRUINDO SABERES POR MEIO DAS PLANTAS MEDICINAIS E TEMPEROS NATURAIS: A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO POPULAR E DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA APSAutores: CLEBER DE OLIVEIRA LIMA, CLEBER DE OLIVEIRA LIMA, Vivien Midori Morikawa, Sacha Testoni Lange, Maria Eliza Bernieri, Tissiane Paula Zem Igeski
Apresentação: O presente trabalho trata de uma experiência de um grupo da horta realizado naUnidade Básica de Saúde (UBS) James Ribas Martins, no município de Piraquara -PR. O grupo é gerido por uma Agente Comunitária de Saúde e conta com o apoio deresidentes do Programa de Residência Multiprofissional de Saúde da Família daUniversidade Federal do Paraná, que estão inseridos em um dos NASF-AB domunicípio. Dentre os profissionais residentes estão médicos veterinários, farmacêuticos e terapeutas ocupacionais. O grupo conta com a participação deaproximadamente 10 usuários da comunidade que, com auxílio da SecretariaMunicipal de Saúde e de alguns profissionais de saúde da UBS, criaram a horta emum espaço da unidade através de doações de materiais e insumos como terra, tijolos, enxadas, mudas, adubos e pás de jardinagem. O objetivo do grupo é proporcionarsaúde, bem-estar e socialização com a comunidade, além de criar um maior vínculocom esses usuários atendidos pela unidade de saúde. A horta possui, além dehortaliças, plantas medicinais e plantas alimentícias não convencionais. Os usuáriosrealizam atividades semanalmente através do manejo das plantas, rodas deconversas, produção de receitas culinárias com os produtos originários do espaço, além de trocas de experiências constantes relacionadas ao uso de hortaliças e plantasmedicinais no dia a dia. A troca de saberes com os usuários é muito rica, visto que setrata de uma comunidade que faz muito uso de chás e o consumo de hortaliças. Ogrupo da horta estimula o trabalho em equipe bem como o aumento do consumo dealimentos nutritivos e saudáveis, além de fornecer conhecimentos para os usuáriossobre o uso racional de plantas medicinais e do uso de hortaliças. Para além disso, ogrupo também proporciona um efeito terapêutico por meio da interação entre o grupo, alívio do estresse do dia a dia por meio da realização de atividades práticas dehorticultura e também através do uso da fitoterapia, uma alternativa de tratamento quefaz parte de um conjunto de procedimentos da Política Nacional de PráticasIntegrativas e Complementares, que foi implementada no Brasil através da Portaria Nº971 de 03 de maio de 2006, cujo objetivo é implementar tratamentos alternativos àmedicina baseada em evidências na rede de saúde pública do Brasil, através doSistema Único de Saúde. Os usuários relatam experiências gratificantes por podereminteragir uns com os outros e por terem maior contato com os profissionais da UBS, gerando assim o aumento do vínculo entre estes. O projeto é uma experiência que temdado certo e se pretende que estenda para outras unidades que contam com o apoiode equipes multiprofissionais de saúde. |
6158 | EDUCAÇÃO POPULAR E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA EM SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL E DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Beatriz Oliveira Blackman Machado, Anelise Rizzolo de Oliveira EDUCAÇÃO POPULAR E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA EM SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL E DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Beatriz Oliveira Blackman Machado, Anelise Rizzolo de Oliveira
Apresentação: A temática da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e do Direito Humano à Alimentação Adequada e Saudável (DHAAS), tornou-se uma questão política no Brasil entre 2003 a 2016, e hoje, encontra-se politicamente ameaçada. A luta pela manutenção de direitos sociais, continua e demanda conscientização/mobilização da sociedade civil para (re)construção de caminhos para a exigibilidade do DHAAS e garantia da SAN. Na Universidade de Brasília, em 2018, instituiu-se um Programa de Extensão e Ação Continuada, o MultiplicaSAN, que realiza um curso de formação de multiplicadores em SAN/DHAAS visando a promoção da cultura de direitos e o desenvolvimento da autonomia da sociedade civil nas temáticas de SAN/DHAAS. Para tal, o curso tomou como referencial pedagógico-metodológico os princípios da Educação Popular (EP) e a pedagogia freireana. Objetivo: Relatar a experiência do curso de Multiplicadores em SAN/DHAAS, evidenciando as expressões pedagógicas dos princípios da EP ao longo do processo de ensino-aprendizagem. Método: Este estudo é uma análise teórica do curso de formação em SAN/DHAAS realizado no município de Colinas do Sul- Goiás de abril a junho de 2018, através dos princípios Amorosidade e dialogicidade; Construção do conhecimento; Conscientização e Partir da realidade concreta; Transformação do mundo e da realidade; Sistematização do conhecimento, definidos no Marco de Referência da Educação Popular para Políticas Públicas. Desenvolvimento: O curso contou com uma equipe de 8 educadoras e 14 educandas, teve um total de 6 encontros de 8 horas cada, seus temas foram: História da SAN e DHAAS; Intersetorialidade e circuitos alimentares; As violações e exigibilidade do DHAAS; Colocando o DHAAS em prática e conceitos básicos sobre Políticas Públicas e o Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN); SISAN no nível local, Democracia e cidadania; Papel da sociedade civil. Este estudo foi apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Nutrição em dezembro de 2019. Efeitos: As atividades realizadas possibilitaram a criação de um ambiente horizontal, de afeto, e o estabelecimento de vínculos e confiança entre educadoras e educandas. Esses elementos viabilizaram diálogos profundos e verdadeiros desde o primeiro encontro, levando a construção de ferramentas e de conhecimento conjunto, educadoras e educandas, resultando na conscientização das educandas acerca da realidade delas e das desigualdades e preconceitos que definem quem tem, ou não, acesso a seus direitos. Como atividade avaliativa, as educandas realizaram diagnóstico local de violação de direitos, e elaboraram plano de ação para enfrentamento político-social participativo da situação-problema, envolvendo a comunidade e visando a garantia de direitos em busca da transformação social. Por fim, o princípio da sistematização do conhecimento, teve como produto este Trabalho de Conclusão de Curso por uma educadora da equipe. Considerações finais: O presente trabalho cumpriu com seu objetivo de propor uma reflexão sobre o processo de ensino-aprendizagem ancorado nos princípios da EP definidos pelo Marco de Referência da Educação Popular para Políticas Públicas; a experiência relatada demonstrou a indissociabilidade dos princípios da EP, confirmando que sua fundamentação teórica pode servir de base do saber-fazer para o como-fazer tendo o curso nas temáticas de SAN e DHAAS como exemplo. |
11740 | MEMÓRIAS E NARRATIVAS: A AUTOBIOGRAFIA ALIMENTAR COMO UMA ABORDAGEM PEDAGÓGICA PARA RESSIGNIFICAR O PAPEL DA ALIMENTAÇÃO EM SOCIEDADE Priscila Olin Silva, Beatriz de Oliveira Blackman Machado, Anelise Rizzolo MEMÓRIAS E NARRATIVAS: A AUTOBIOGRAFIA ALIMENTAR COMO UMA ABORDAGEM PEDAGÓGICA PARA RESSIGNIFICAR O PAPEL DA ALIMENTAÇÃO EM SOCIEDADEAutores: Priscila Olin Silva, Beatriz de Oliveira Blackman Machado, Anelise Rizzolo
Apresentação: A alimentação é um fenômeno social complexo, polissêmico e multidimensional. O ato alimentar está ligado tanto aos processos biológicos, quanto aos culturais da espécie humana, traduzindo a complexidade dos processos adaptativos dos povos e sociedades. A alimentação está presente na esfera do coletivo e do público, do individual e do privado e se constitui a partir de valores, crenças, hábitos, atitudes e representações sociais. Objetivo: Este trabalho tem a proposta de apresentar a autobiografia alimentar como uma abordagem pedagógica para a ressignificação do papel da alimentação em sociedade. Método: A história oral, mais do que sobre eventos, fala sobre significados, imaginação e simbolismo. A memória é processual, desordenada e datada. Ela vai construindo-se e desenhando sentidos na relação entre passado, presente e futuro, dialogando com a subjetividade de quem escuta, dialeticamente, entre a subjetividade do ouvinte e a do narrador. Nessa perspectiva, a autobiografia alimentar proposta foi desenvolvida como prática pedagógica de projetos de extensão popular da Faculdade de Saúde, com estudantes de graduação de áreas e instituições diversas, e da Faculdade de Planaltina da Universidade de Brasília, com professores da rede básica de educação de uma escola pública do Distrito Federal, entre os anos de 2018 e 2019. Um roteiro de perguntas sobre a alimentação nas fases da vida (infância, fase escolar, adolescência e fase adulta) foi enviado previamente aos participantes. Os grupos foram convidados a compartilhar experiências e memórias relacionadas à alimentação. Posteriormente, trabalhou-se em roda de conversa construindo um painel interativo com as ideias chave emergidas da discussão. A dinâmica proposta identificou temas-chave para aprofundamento, como: gênero, prazer, corpo, comensalidade, identidade, regionalismo e escolhas alimentares, orientando “por que comemos como/o que comemos?” ao longo da vida. Resultado: A história de vida possibilitou exercitar a cultura “do lado de dentro”, pois o relato autobiográfico, inscreve o papel da alimentação na vida íntima e pessoal, entrelaçando-a com a vida em sociedade. O sujeito que narra, tem a liberdade de selecionar episódios, cenários, personagens e paisagens afetivas, que são configurados e reconfigurados na troca e diálogo com os ouvintes e espectadores das histórias contadas. Contando a história pessoal e revistando limitações, dores, culpas, assimetrias, humanidades, estigmas, tabus, imposição de padrões e/ou afetos percebe-se a diferença como algo em comum. Na identificação do papel do simbólico e cultural, a partir das relações de interseccionalidade (gênero, raça, classe), na determinação das escolhas alimentares torna-se visível como a comida é um marcador social. Compreender a expressão da cultura nas escolhas alimentares é central para o reconhecimento da alimentação como um processo complexo e estruturante da vida em sociedade. Considerações finais: A autobiografia alimentar apresenta-se como uma vivência oportuna para desvendar as tensões socialmente construídas em torno da alimentação, desconstruir estigmas sociais em relação ao corpo, promover o empoderamento feminino e gerar fortalecimento da autoestima e construção de identidades. Ainda, ressalta-se que essa abordagem pedagógica pode ser desenvolvida com sujeitos de áreas diversas em uma pluralidade de espaços e contextos, não se limitando ao espaço universitário e à formação em Nutrição. |
12092 | PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS: RELATO DE UMA OFICINA REALIZADA EM COMUNIDADE DE CAXIAS DO SUL, RS Renata Magnabosco Verza, Aline Prebianca Fonseca, Suzete Marchetto Claus, Cintia Brustolin Motter, Elizandra Richter PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS: RELATO DE UMA OFICINA REALIZADA EM COMUNIDADE DE CAXIAS DO SUL, RSAutores: Renata Magnabosco Verza, Aline Prebianca Fonseca, Suzete Marchetto Claus, Cintia Brustolin Motter, Elizandra Richter
Apresentação: As plantas alimentícias não convencionais (PANCs) são aquelas que podem ser utilizadas na alimentação mas que dificilmente são consumidas, por serem pouco conhecidas ou por tratarem-se de plantas que muitas vezes nascem espontaneamente em locais onde não foram cultivadas, sendo consideradas como “daninhas”. Entretanto, apresentam índices nutricionais iguais ou superiores às hortaliças que estamos habituados a utilizar e podem compor receitas saborosas. O objetivo é relatar a oficina realizada sobre as PANCs em uma comunidade de Caxias do Sul. Através da parceria entre o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) da zona sul do município, o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) da Universidade de Caxias do Sul e o curso de biologia da mesma instituição de ensino foi realizada a segunda edição da oficina “Matos de Comer”. Os usuários foram convidados através de divulgação nas UBSs do território e a participação se deu por livre adesão. Na oficina foram apresentados o conceito de PANCs, como estas podem ser cultivadas e consumidas, quais as partes alimentícias não convencionais e algumas curiosidades. Foram expostos exemplos de PANCs para que os usuários as pudessem tocar e identificar e, também, apresentadas receitas as quais quatro delas foram preparadas juntamente com a comunidade. Participaram da oficina em média 30 usuários que demonstraram adesão efetiva e interesse pelo tema abordado, relatando conhecer e até mesmo possuir em casa PANCs que não eram utilizadas para fins alimentares. Conclui-se que esta oficina contribuiu significativamente na ampliação do conhecimento sobre PANCs para os usuários, apresentando alimentos alternativos nutritivos e acessíveis e também, permitindo um espaço de troca de saberes mais próximo na relação usuário e profissional. |
9066 | PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE COMO FORMA DE CUIDADO, ESCUTA QUALIFICADA E VÍNCULO: A EXPERIÊNCIA DE UM GRUPO DE AURICULOTERAPIA DESENVOLVIDO POR RESIDENTES NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Mariana Espíndola Robin, Larissa Borlin Ladeira Ontiveros, Geisa Moreira de Jesus, Bárbara Cristina Boscher Seixas Pinto, Adriele Campos Moreira PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE COMO FORMA DE CUIDADO, ESCUTA QUALIFICADA E VÍNCULO: A EXPERIÊNCIA DE UM GRUPO DE AURICULOTERAPIA DESENVOLVIDO POR RESIDENTES NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIAAutores: Mariana Espíndola Robin, Larissa Borlin Ladeira Ontiveros, Geisa Moreira de Jesus, Bárbara Cristina Boscher Seixas Pinto, Adriele Campos Moreira
Apresentação: As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais para além do modelo biomédico. No Brasil, através do controle social, pautou-se a incorporação das PICS no cuidado em saúde. Deste modo, instituiu-se a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), em 2006. Dentre os objetivos da PNPIC está a racionalização das ações de saúde, com estimulação de alternativas inovadoras e socialmente contributivas ao desenvolvimento sustentável de comunidades, com abordagens de cuidado integral à população por meio de práticas e recursos terapêuticos diversos. Dentre as PICS ofertadas pelo SUS, principalmente através da Atenção Básica, destaca-se a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), através da Auriculoterapia, uma especialidade da Acupuntura. A MTC possui uma abordagem terapêutica integral, com ferramentas que avaliam o estado energético e orgânico do usuário, visando à harmonia entre estes. A auriculoterapia não se restringe apenas ao tratamento e recuperação de doenças crônicas como hipertensão, diabetes, ansiedade, depressão e dores crônicas e agudas, mas também como ferramenta de promoção de saúde, olhar integral, escuta qualificada e fortalecimento de vínculo. Nessa perspectiva, foi criado o grupo de Auriculoterapia na Clínica da Família Anthídio Dias da Silveira (CFADS), na Zona Norte do município do Rio de Janeiro. Este grupo é facilitado por Residentes Multiprofissionais em Saúde da Família da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca das categorias: educadora física, farmacêuticas, nutricionista e odontólogas. Este tem por objetivo proporcionar um espaço de cuidado e autocuidado em saúde, com abordagens individuais e coletivas que não se restringem apenas à prática de auriculoterapia, mas também ao conhecimento e difusão de outras PICS. O grupo não possui critério de participação nem permanência, sendo livre a todos os usuários e profissionais que tiverem interesse e/ou forem encaminhados por suas equipes de referência e ocorre semanalmente. O encontro é dividido em dois momentos. No primeiro, ocorre uma abordagem coletiva com diversas atividades, tais como: meditação, alongamento, roda de conversa, dança circular, Teatro do Oprimido, entre outros. No segundo momento, ocorre a abordagem individual com anamnese, escuta qualificada e aplicação de sementes nos pontos auriculares. Para além das abordagens individual e coletiva, o grupo se consolida como espaço de autonomia do cuidado, troca de experiências, solidariedade e socialização entre os usuários. A gestão do grupo é compartilhada entre facilitadoras e os próprios usuários. O grupo se fortalece e se afirma a cada encontro realizado, com o expressivo retorno dos usuários e com as metodologias que abordam o coletivo e que se mostram potentes para a continuidade e consolidação da grupalidade. Nestes dois anos de atividades, o grupo se tornou uma referência de cuidado e encaminhamento das equipes de referência dos usuários. Isso é reflexo de que as abordagens com PICS tem se mostrado eficientes no cuidado integral em saúde. |
7483 | PREPARAÇÃO DE EXTRATOS E FORMULAÇÕES À BASE DE PLANTAS MEDICINAIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ENSINO Nathaly Silva Freitas, Andreza Dantas Ribeiro, Antonia Irisley da Silva Blandes, Brenda dos Santos Coutinho, Iasmin Lais Damasceno Paranatinga, Elaine Cristina Pacheco de Oliveira, Kelly Christina Ferreira Castro, Raiane Cristina Mourão do Nascimento PREPARAÇÃO DE EXTRATOS E FORMULAÇÕES À BASE DE PLANTAS MEDICINAIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ENSINOAutores: Nathaly Silva Freitas, Andreza Dantas Ribeiro, Antonia Irisley da Silva Blandes, Brenda dos Santos Coutinho, Iasmin Lais Damasceno Paranatinga, Elaine Cristina Pacheco de Oliveira, Kelly Christina Ferreira Castro, Raiane Cristina Mourão do Nascimento
Apresentação: O uso de plantas medicinais tem sido direcionado não somente para fins terapêuticos, mas alcança outros campos de estudo, como o da estética e cosmetologia. Considerando a importância de aproximar a ciência e a cultura amazônica na capacitação de profissionais da área da saúde e biológicas em cuidados básicos de saúde, este trabalho almejou relatar a experiência durante a realização de um minicurso com enfoque na demonstração do preparo de alguns tipos de extratos e formulações à base de plantas medicinais em um evento cientifico sediado no município de Santarém (PA). Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, realizado a partir da vivência na organização de um minicurso por discentes e docentes do programa de pós-graduação em Biociências, ofertado pela Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), bem como, por discentes de graduação da instituição e responsáveis técnicos pelo laboratório de biotecnologia vegetal, local do minicurso, o qual ocorreu no dia 19 de dezembro de 2019. O minicurso abordou conceitos básicos acerca das plantas medicinais, exemplificando algumas preparações de extratos e formulações a partir de algumas espécies de plantas medicinais, dessa forma, denominado “Curso básico de preparações de extratos e formulações a base de plantas medicinais”, sendo ofertado na programação do IV Seminário de Pós-graduação em Biociências da UFOPA, evento ocorrido no período de 18 a 20 de dezembro de 2019 e incluiu palestras, minicursos e apresentação de trabalhos a partir de exposições orais e em banners. Resultado: O minicurso incluiu uma parte teórica e uma prática. A teoria foi realizada no período matutino e envolveu uma apresentação em slides realizada pelas discentes do programa de pós-graduação, abordando, resumidamente, acerca da histórico do uso das plantas medicinais como terapêutica e na produção de cosméticos; a conceituação dos termos “planta medicinal” e “fitoterapia”; a exposição de dados da biodiversidade brasileira e seu potencial; a breve apresentação do “Memento Fitoterápico” publicado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o qual visou estimular a utilização de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos na atenção à saúde; também foi citado alguns benefícios das plantas medicinais comprovados cientificamente, tais como o sumo da babosa (Aloe vera (L.) Burm. f.) para queimaduras de 1º e 2º grau e algumas afecções de pele, contudo, foi ressaltado os malefícios que as mesmas podem desencadear, alguns dependentes de fatores como o processo de plantio, colheita, manipulação e armazenamento das plantas, os quais se realizados incorretamente podem ocasionar intoxicação por micotoxinas ou ocasionar reações adversas devido à presença de contaminantes e/ou adulterantes, evidenciando a necessidade de preparo das pessoas, produtores e/ou comunidade para a realização dessa prática, além disso, a ocorrência de interações com outras medicações é um evento que pode ocorrer, por isso, também foi destacado no minicurso, ademais, a toxicidade de praticamente qualquer planta medicinal é dependente da dosagem, assim como, há algumas plantas naturalmente tóxicas que apresentam na sua composição química, algum composto que através do contato, ingestão ou inalação podem ocasionar danos de intensidade leve a grave à saúde humana ou animal, onde as crianças acabam sendo o grupo de maior risco. Assim, algumas delas foram destacadas na apresentação, a exemplo da planta conhecida popularmente como “comigo-ninguém-pode” (Dieffenbachia SP., ex: Dieffenbachia seguinte (Jacq.) Schott), “coroa-de-cristo” (Euphorbia millii Des Moulins) e a “mamona” (Ricinus communis L.); ademais, a teoria também abordou os principais aspectos da Política e Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e para finalizar o momento teórico do minicurso foi ilustrado os resultados obtidos com o trabalho de conclusão de curso de uma das discentes que almejou investigar o conhecimento popular sobre o uso de plantas medicinais entre feirantes e usuários de feiras de três feiras livres localizadas no município de Santarém (PA), a fim de demonstrar um breve perfil das plantas mais comercializadas e utilizadas pelos santarenos. À tarde ocorreu à parte prática, a qual envolveu a demonstração dos principais métodos de extração para as plantas medicinais, assim, foram escolhidos a infusão, decocção e maceração, a partir de uma dinâmica participativa, onde os inscritos no minicurso realizavam as mesmas no ambiente laboratorial com auxílio dos ministrantes. À medida em que as práticas foram realizadas, a eleição do uso de tal método era explicado, tal como, o modo de preparo e a indicação para a utilização da planta medicinal empregada na prática era elucidada e para facilitar o aprendizado foi disponibilizado aos participantes, um roteiro prático. Desse modo, a infusão foi realizada utilizando o “capim-santo” (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf), na proporção de 1-3 gramas das folhas secas para 150 mL de água, sendo explicado que as principais indicações desta são como antiespasmódico e ansiolítico. Para a decocção foi empregado a “canela” (Cinnamomum verum J. Presl.), na proporção de 1g das cascas secas para 150 mL de água, sendo esta aperiente, antidispéptica, antiflatulenta e antiespasmódica. Já, para a maceração foi escolhida a maçã (Malus SP.), sendo realizado o seu extrato hidroalcoólico na proporção de 1:1 de água e álcool etílico, a qual segundo a literatura, possui evidência de atividade antioxidante e até mesmo antiproliferativa em células tumorais. Quanto as formulações, foram produzidos cinco cosméticos, conjuntamente, com os participantes, sendo estes, o xampu de “babosa” com o extrato de “maçã”; um creme anti-inflamatório e outro para celulite, estes, a base dos óleos de “andiroba” (Carapa guianensis Aubl.) e copaíba (Copaifera reticulata SP. espécie mais abundante no município) ; uma máscara de limpeza facial à base de argila, “chá verde” (Camellia sinensis var assamica) e “cúrcuma” (Curcuma longa L.) e sabonete aromático com essência de” capim-santo”. Todos os produtos naturais utilizados possuem atividades comprovadas, tal como, a óleorresina da copaíba e o óleo da “andiroba”, os quais possuem importante atividade anti-inflamatória e antimicrobiana, devido à presença de terpenóides, sobretudo, os diterpenos e sesquiterpenos, bem como, compostos fenólicos. A argila verde possui compostos minerais como silício, zinco e óxido de ferro que atuam no efeito adstringente com resultados eficazes na diminuição da flacidez tissular e do teor lipídico da pele. O “chá verde” é composto por polifenóis que atuam na captação de radicais livres, retardando o envelhecimento. O “cúrcuma” ou “açafrão da terra” possui atividade antibacteriana e é eficaz no combate da acne. Considerações finais: O minicurso contou com participantes heterogêneos, oriundos de diferentes cursos de graduação, contudo, houve predomínio na área das biológicas e saúde. Durante todo o minicurso, os participantes demonstraram interesse na temática e ao final do mesmo, muitos relataram o intuito de conhecer mais acerca das plantas medicinais e das formulações que podem ser realizadas a partir delas. Portanto, o minicurso foi relevante para suscitar o interesse de graduados, seja para a investigação do potencial da flora brasileira para a produção de novas tecnologias em saúde ou para o compartilhamento de informações com a comunidade sobre como produzir, extrair e utilizar corretamente essa prática terapêutica milenar. |
6896 | UTILIZAÇÃO DA AURICULOTERAPIA COMO RECURSO TERAPÊUTICO EM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL Richardson Lopes Bezerra, Francisca Elaine de Souza França, Liana Mara Rocha Teles, Isabelle Barros Sousa, Fabian Elery Teixeira da Rocha UTILIZAÇÃO DA AURICULOTERAPIA COMO RECURSO TERAPÊUTICO EM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIALAutores: Richardson Lopes Bezerra, Francisca Elaine de Souza França, Liana Mara Rocha Teles, Isabelle Barros Sousa, Fabian Elery Teixeira da Rocha
Apresentação: De acordo com o Ministério da Saúde, os CAPS são serviços de saúde de caráter aberto e comunitário constituído por equipe multiprofissional e realiza prioritariamente atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Nesse contexto, tem-se a importância da adoção de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) como recurso terapêutico para a promoção da saúde mental. Dentre as PICS que podem ser utilizadas, cita-se a auriculoterapia, que é a ativação dos acupontos que estimulam os meridianos, alterando o fluxo energético e desencadeando respostas bioquímicas, que promoverão melhora clínica pela atenuação dos sintomas e diminuição da tomada de medicamentos (SOUSA; MEJIA, 2012). A Portaria nº 971/2016 inclui a auriculoterapia na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, sendo assim, respaldado o seu uso em todos os serviços públicos de saúde. Dessarte, objetiva-se relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem na utilização de auriculoterapia em usuários de um CAPS. Desenvolvimento: Relato de experiência realizada em outubro de 2019 em estágio curricular da disciplina Enfermagem no Processo de Cuidar em Saúde Mental, vinculada ao Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará. A experiência se deu junto a 30 usuários de um CAPS de Fortaleza (CE) participantes de um grupo terapêutico semanal. Após a facilitação do grupo, houve o atendimento individual. A partir das queixas trazidas pelos mesmos, eram aplicadas sementes de mostarda sob adesivo hipoalergênico nos acupontos correspondentes ás demandas. Foi explicado o procedimento, seus benefícios e a ausência de efeitos colaterais associados á auriculoterapia. Também foram orientados quanto às precauções a serem adotadas enquanto estivessem utilizando a terapia auricular. Resultado: Ao apresentar a Auriculoterapia como mais uma alternativa de cuidado, de maneira unânime, as pessoas do grupo aceitaram as aplicações e questionaram onde poderiam encontrar esta prática, para que continuassem a assistência. Entre os transtornos mais encontrados estavam a ansiedade, depressão, transtorno bipolar e esquizofrenia. Em relação às queixas, sobressaíram a insônia, ansiedade, tristeza, angústia, dor de cabeça, fadiga, falta ou aumento de apetite. Portanto, os pontos frequentes foram insônia, fome, ansiedade, antidepressivo, cefaleia, anestesia geral, metabolismo, alegria, fome e vícios. Ao fim, foram questionados sobre como foi a experiência. No geral, apenas uma paciente conhecia a prática, mas, com a explanação e realização do método, evidenciaram que não sentiram dor, era econômico e gostariam de continuar com a intervenção, além de indicar a conhecidos que podiam usufruir da abordagem. Considerações finais: Portanto, é perceptível que, as PICS não são difundidas de modo satisfatório entre os clientes dos serviços de saúde, embora, tenham potencial de contribuir, por serem econômicas, pelo mínimo de adversidades e sua flexibilidade diante das necessidades das pessoas, principalmente, no que se refere à saúde mental. Ademais, ressalta-se a importância de incorporar as PICS no cotidiano do cuidado de pessoas acompanhadas nos CAPS, sobretudo, as que encontram-se em crise ou em situação de vulnerabilidade clínica. Recomenda-se pesquisas futuras de caráter longitudinal para avaliar os efeitos da Auriculoterapia nesse público-alvo a longo prazo. |
10505 | PLANTAS MEDICINAIS: SUSTENTABILIDADE E INOVAÇÃO, RESGATANDO ELEMENTOS DA CULTURA E TRADIÇÃO POPULAR José Roberto da Silva Viana, Nívia Tavares Pessoa, Andressa Maria Martins Matos, Brenna Karoline Carneiro Souza, Jefferson Kesley Melo Damasceno PLANTAS MEDICINAIS: SUSTENTABILIDADE E INOVAÇÃO, RESGATANDO ELEMENTOS DA CULTURA E TRADIÇÃO POPULARAutores: José Roberto da Silva Viana, Nívia Tavares Pessoa, Andressa Maria Martins Matos, Brenna Karoline Carneiro Souza, Jefferson Kesley Melo Damasceno
Apresentação: Quem nunca tomou um chá de boldo para a má digestão, ou de camomila com a finalidade de relaxar? A utilização de plantas medicinais para tratar doenças ou aliviar sintomas ocorre desde os primórdios da humanidade, baseada no conhecimento popular transmitido oralmente, que com o decorrer do tempo gerou conhecimentos científicos, que hoje são aplicados na área da saúde e em outras áreas da ciência. Em 2015 foi implantado o Horto de Plantas medicinais vinculado ao Curso de Farmácia de um Centro Universitário privado de Fortaleza, com o objetivo de proporcionar um espaço de ensino-aprendizagem que articulasse atividades socioambientais sustentáveis e de educação em saúde relacionadas ao uso de plantas medicinais, de forma a agregar o conhecimento popular e o científico. Dessa forma, são realizadas várias atividades educativas com o objetivo de identificar as plantas medicinais da Farmácia Viva, discutir sobre os usos tradicionais e científicos das plantas medicinais e resgatar memórias afetivas relacionadas ao uso de plantas medicinais. Objetivo: Relatar a experiência da realização de uma oficina sobre plantas medicinais com alunos de graduação de cursos da área da saúde de um Centro Universitário localizado em Fortaleza-Ceará. Método: Foi elaborada uma oficina com o objetivo de resgatar os elementos da cultura popular relacionada ao uso de plantas medicinais, aliando-os ao conhecimento científico disseminado por meio das "Farmácias Vivas". A oficina também objetivava incentivar e difundir a produção de produtos sustentáveis e inovadores à partir de plantas medicinais. A oficina foi dividida em dois dias. O primeiro dia foi programado em seis momentos: Acolhimento; Vivência das folhas; O que eu conheço e como eu conheço – do uso popular ao científico; Corredor das sensações (cheiros, toques, sabores); Escalda pés com plantas medicinais; Roda de conversa: compartilhando experiências. Já o segundo dia consistiu na produção de produtos à partir de algumas das plantas medicinais apresentadas durante o primeiro dia da oficina. Resultado: A oficina foi realizada em outubro de 2019 na semana acadêmica do Centro Universitário. No primeiro dia foi realizada uma oficina sensorial e no segundo dia uma oficina de preparações caseiras. Participaram 30 estudantes dos seguintes cursos de graduação: farmácia, enfermagem, nutrição e fisioterapia. Para a oficina sensorial, o ambiente foi decorado com elementos que remetiam a cultura nordestina, como: pilões, peneiras, cordéis, cestos, lamparinas, esculturas de barro, tecidos florais e plantas medicinais. Os participantes foram acolhidos com músicas populares que estimulavam a interação do grupo. Esse momento contou com a participação de integrantes do Núcleo de Educação Popular em Saúde da Secretaria de Saúde do Município de Fortaleza, que também recitaram repentes e poemas sobre as plantas medicinais. Em seguida foram distribuídas folhas de diferentes plantas (ornamentais, medicinais e frutíferas), e solicitou-se para que os participantes tentassem identificar a planta a qual a folha pertencia. Nesse momento, foram estimuladas conversas em duplas e trios onde os participantes se apresentavam e falavam sobre o que sabiam da folha que escolheram. Este momento foi seguido de uma roda de conversa onde ocorreram troca experiências, narrativas de lembranças, além do esclarecimento de dúvidas. Também na roda de conversa foram apresentados caules, flores e raízes de plantas medicinais utilizadas em preparações caseiras e produtos fitoterápicos, sendo debatido o seu uso popular e o científico. O Programa Farmácias Vivas foi apresentado, bem como o horto de plantas medicinais do Centro Universitário e as experiências de ensino e extensão realizadas na comunidade à partir daquele espaço. No quarto momento houve um compartilhamento de alimentos orgânicos, produzidos artesanalmente com plantas medicinais: suco de morango com capim santo, biscoito de capim santo com limão, biscoito de canela, pão de capim santo; bolo de banana; suco de cenoura com maracujá e gengibre, suco de abacaxi com hortelã, gengibre e limão, chá de capim santo. Em seguida foi realizado um corredor sensorial. Os participantes de olhos vendados entravam na sala onde eram aspergidos por algumas plantas aromáticas, depois eram guiados por uma trilha que continha diferentes tipos de solo: grama, pedras, folhas secas e areia. Durante todo o percurso era tocada uma música relaxante. Ao final os participantes eram levados a um escalda pés, acompanhado de uma sessão de massoterapia. Após todos passarem pelo percurso foi realizada uma roda de conversa para compartilhamento das experiências vivenciadas na oficina. Ao final do primeiro dia foram distribuídas mudas de plantas medicinais. No segundo dia de oficina foram ensinadas a produção artesanal de: vela com óleo essencial de capim citronela, suco de capim santo com limão, sabonete de alecrim-pimenta, enxaguante bucal de alfavaca-cravo, sal de banho efervescente com hortelã e shampoo de babosa. Considerações finais: As plantas medicinais estão inseridas num contexto que engloba saúde, educação e cultura. Dessa forma, a utilização de estratégias da educação popular em saúde para a vivência sobre plantas medicinais proporcionou aos participantes a oportunidade de conhecer outros modelos de ensino aprendizagem diferentes do modelo tradicional que impera nas faculdades. Percebeu-se desde o momento inicial a estranheza dos participantes ao chegar no local da oficina e encontrar um ambiente de sala de aula totalmente modificado, sem mesas ou cadeiras. Ao invés disso, todos foram convidados a sentarem no chão em tatames, a praticarem a vivência da roda de conversa, a aprenderem de uma forma diferente, pela música, o cordel, a poesia. O aprendizado sobre as plantas também deu-se por meio de materiais concretos, utilizando folhas, sementes, raízes e caules. Os participantes discutiram sobre a importância da preservação de plantas que estão em extinção e também perceberam a importância do reconhecimento botânico das espécies e a necessidade de respeitar e acolher o conhecimento popular. Durante o compartilhamento dos alimentos foram trazidas questões relacionadas a alimentação saudável e ao uso de plantas medicinais na alimentação. O corredor de sensações e o escalda pé foram momentos marcantes para muitos participantes da oficina. Nesse momento foram trazidas questões relacionadas a necessidade de autocuidado do cuidador. Durante toda a oficina foram feitos relatos de lembranças afetivas relacionadas as plantas medicinais, muitas delas trazidas pelos aromas e sabores experimentados. O compartilhamento de experiências foi um momento muito rico e cheio de emoção para todos os participantes. A produção de produtos de baixo custo com possibilidade de geração de renda também foi um momento que despertou a atenção dos participantes. A oficina foi capaz de sensibilizar os estudantes de graduação para a importância das plantas medicinais no contexto da saúde, além de mostrar-se eficaz para auxiliar na identificação, modos de uso e difusão do Programa Farmácias Vivas. |
11260 | O USO DE PLANTAS MEDICINAIS COMO FERRAMENTA TERAPÊUTICA NO ÂMBITO DO MST NO ASSENTAMENTO SANTA MARIA - MATA DE SÃO JOÃO/BA Angelo Mauricio Amorim, Juliana Carneiro Oliveira, Vitoria Milheiro, Marcio Costa Souza, Tamiris Pereira O USO DE PLANTAS MEDICINAIS COMO FERRAMENTA TERAPÊUTICA NO ÂMBITO DO MST NO ASSENTAMENTO SANTA MARIA - MATA DE SÃO JOÃO/BAAutores: Angelo Mauricio Amorim, Juliana Carneiro Oliveira, Vitoria Milheiro, Marcio Costa Souza, Tamiris Pereira
Apresentação: O uso de plantas medicinais com finalidade terapêutica é uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade. Apesar dos grandes avanços na medicina tradicional, existem dificuldades no que tange o acesso aos serviços assistenciais de saúde, principalmente pelas populações carentes, portanto, esse uso terapêutico promove uma alternativa para o atendimento das necessidades de saúde de indivíduos, grupos e populações. Dessa forma, é possível afirmar que tanto o conhecimento científico quanto os saberes populares devem estar interligados e difundidos pelos profissionais da saúde, podendo, portanto, promover e reconhecer as práticas populares de uso de plantas medicinais e remédios caseiros. Objetivo: identificar o uso das plantas medicinais na população residente do assentamento rural de Santa Maria, no município de Mata de São João, na Bahia. Método: trata-se de um estudo exploratório e descritivo. Como procedimento para coleta de informações foi elaborado um questionário com tópicos sobre o uso das plantas medicinais, frequência, forma de preparo (chás, decocção, cataplasma, pomada, garrafadas, compressas, infusão ou maceração), finalidade, faixa etária que mais faz o uso e quais plantas eram mais manipuladas pela população. O local da pesquisa foi o Assentamento Santa Maria, localizado em Mata de São João, Bahia. A coleta foi realizada no ano de 2018 em 26 domicílios e participaram 31 adultos. Resultado: quanto à finalidade do uso de plantas medicinais cultivadas na comunidade, 84,37% dos assentados relataram utilizar para curar enfermidades e 15,62% apenas por hábito. Observou-se que o uso é de 62,5% no sexo feminino e 37,5% no sexo masculino. Essa prática é feita por todos os assentados entrevistados, não havendo diferença de prevalência entre os grupos etários. A porcentagem das pessoas que mais utilizam as plantas medicinais sob a forma de chás é de 90,62%. Dentre as plantas mais utilizadas pela população a erva cidreira foi a mais citada, com 35,13% dentre as mais citadas, seguida de capim santo (21,62%), capim limão (18,91%), boldo (13,51%) e barbatimão (10,81%). Entre as plantas, que foram citadas com menos frequência temos canela (03), sete-sangrias (03), pitanga (03), erva doce (03), camomila (02), maria preta (02), hortelã grosso (02), canela de velho (02), entre outras, totalizando 42 plantas elencadas pelos moradores durante a entrevista. As plantas medicinais cultivadas em suas propriedades são para o uso terapêutico. No contexto rural em que se encontram, essas pessoas utilizam desses conhecimentos tradicionais para cuidar da sua saúde cotidianamente. Nesse sentido, também foi constatado que apesar de toda a população entrevistada fazer uso dessas plantas, o público usuário é predominantemente feminino. A forma frequente de preparo é por chás, sugerindo maior facilidade em sua elaboração e o saber popular que é passado por gerações. Assim como as plantas mais utilizadas foram a erva-cidreira, capim santo e capim limão, insinuando a maior abrangência de sintomas e facilidade no cultivo. A utilização das plantas medicinais é uma prática comum na população rural investigada como ferramenta terapêutica por meio de chás sendo necessário intervenções educativas para potencializar o uso dessa técnica. |
10547 | CADÊ O AEDES? CONTEXTUALIZAÇÕES E INVESTIGAÇÃO PARTICIPATIVA NA EDUCAÇÃO EM SAÚDE Telma Temoteo dos Santos, Rosane Moreira Silva de Meirelles CADÊ O AEDES? CONTEXTUALIZAÇÕES E INVESTIGAÇÃO PARTICIPATIVA NA EDUCAÇÃO EM SAÚDEAutores: Telma Temoteo dos Santos, Rosane Moreira Silva de Meirelles
Apresentação: O campo da Educação em Saúde apresenta-se como uma área que reúne pontos teóricos e metodológicos auxiliando a ação dos sujeitos que atuam na promoção da saúde. A inserção deste eixo de pesquisa nos espaços de educação justifica-se pois tem ocorrido a transferência hegemônica de ações ditas “para a saúde” oriundas de realidades distais, impedindo a real compreensão por parte dos participantes dos fatores que levam ao adoecimento, ou seja, dos condicionantes da saúde. No contexto do enfrentamento do Aedes, torna-se necessária a instauração de projetos que resultem no empoderamento e na formação crítica dos sujeitos sociais; colocando em segundo plano, ações de cunho prevencionista, voltadas para a mera transferência de informações. É de suma importância que ao se deparar com situações de risco à saúde, os sujeitos questionem os elementos que levam à ocorrência de doenças em seus territórios, como bem orientado por autores como Cecilia Minayo, Eymard MourãoVasconcelos, Paulo Buss e Dina Czeresnia. Todavia, o desafio consiste na escolha de metodologias e recursos que potencializem as orientações dos documentos pertencentes à educação em saúde ao mesmo tempo que integrem as novas tecnologias. Desta forma o objetivo deste trabalho consistiu em elaborar uma sequência didática por meio da investigação participativa. Para alcançá-lo, foi escolhida a metodologia de aprendizagem em projetos (ABP), envolvendo a busca para responder a uma questão por meio de pesquisas, apresentação dos resultados e propostas de intervenção. Esta ação foi realizada em dois momentos diferentes: i) um curso de formação continuada para professores e diretores da educação básica da rede municipal e ii) oficina dialógica com estudantes do ensino fundamental II de uma escola pública (oitavo ano e nono ano). A pesquisa foi estruturada no seguinte caminho metodológico: Na primeira etapa, reunião com os sujeitos sociais para a apresentação da proposta e discussão inicial da pergunta: Cadê o Aedes? E, como questões norteadoras: Em quais espaços podemos encontrar o mosquito? O que favorece a sua sobrevivência e disseminação? O que temos no nosso ambiente que leva a doenças ou a saúde? Como os indivíduos compreendem a ocorrência das arboviroses? Como as campanhas de saúde são recebidas? Que tipos de discursos estão impregnados nas representações sociais dos sujeitos participantes? Podemos relacionar meio ambiente, conservação dos espaços naturais e urbanos e o mosquito Aedes? De que forma? Na segunda etapa, foram registrados as percepções e conhecimentos através da ferramenta Canvas, impresso em papel no tamanho A3, com os seguintes blocos centrais: O quê? Para quem? Quando? Como fazer? Como aplicar? O que esperar? Os participantes foram reunidos em grupos entre quatro e sete componentes para os quais foram disponibilizados post it e canetinhas. Na terceira etapa consistiu na discussão coletiva das propostas. Como resultados, foram produzidos, com os dois grupos de sujeitos doze projetos de intervenção com os seguintes enfoques estruturais: prevencionista, sanitário e vigilância em saúde ambiental. Nos projetos que apresentaram o enfoque prevencionista, os participantes apontaram ações para prevenção como o esqueleto estruturante do projeto, sendo as doenças vinculadas ao Aedes os objetos centrais da discussão. Outro ponto é que neste tipo de enfoque o mosquito é vilanizado e estereotipado, com imagens semelhantes às vinculadas nas mídias sociais (sem conexão com o meio ambiente, com características humanas e distorcidas). Já no modelo sanitário, o ponto estruturante apresentado foi a mudança de comportamento, hábitos e costumes dos indivíduos considerados como “público-alvo” e a fiscalização de residências e outros espaços. E no modelo de vigilância em saúde ambiental, os grupos apresentaram propostas como a formação de coletivos de discussão (tanto os estudantes quanto os professores), a aplicação da educação em saúde pautada no diálogo, no fortalecimento das relações sociais, no reconhecimento do espaço como lugar de convívio e de produção de saúde e doenças. Durante a apresentação das propostas e debates entres os participantes, os grupos reorganizaram-se e passaram a incluir os condicionantes da saúde, assim como os conceitos de território e formação cidadã, incluindo a cultura e histórias dos seus locais como elementos estruturantes. Cabe, porém ressaltar, que mesmo no modelo de vigilância em saúde ambiental, os participantes ainda incorporaram nuances pertencentes às demais categorias, tais como: transmissão de conhecimentos por meio de panfletos, fiscalização das casas, políticas de vistorias, distribuição de prêmios para os participantes que alcançassem metas de limpeza, escolha de um dia D para combate ao Aedes, dentre outras estratégias. Como produtos, os grupos propuseram projetos de elaboração de vlogs, podcasts (para as plataformas Android e IOS), aplicativos e jogos digitais. Foi expressiva a apropriação das novas tecnologias na produção de recursos para as propostas de intervenção. Todas as propostas apresentaram a escola como local propulsor, tendo professores, estudantes e agentes da saúde como orientadores. Apesar disto, os participantes entenderam que sem a inclusão da sociedade civil e organizações sociais, políticas e culturais, além dos campos da educação e saúde, as ações almejadas serão apenas pontuais e não consistentes tampouco irão gerar desdobramentos significativos no enfrentamento das doenças e acima de tudo, no bem-estar coletivo. Desta forma, esperando que os projetos saíssem de fato do papel foi indicado, aos grupos (para o ano de 2020) a finalização das propostas e a implementação em espaços coletivos de educação formal e informal, de suas escolhas. Em síntese, podemos concluir que a apropriação da aprendizagem baseada em projetos promoveu um rico espaço de discussão e sendo considerado ser estendida para o ensino superior, em cursos de extensão universitária ou ainda na formação continuada de recursos humanos. Os resultados apontaram que a aprendizagem por meio de projetos pode ser uma alternativa na educação em saúde já que estimula o pensamento crítico, a investigação, a problematização e o trabalho em equipe. Favorece o protagonismo dos participantes e desloca para os participantes a responsabilidade de pensarem em seus contextos de atuação. A inserção do recurso Canvas foi importante para a organização das ideias e estruturação inicial dos projetos, permitindo idas e vindas à medida que novas colocações surgiram diante das discussões coletivas. Também foi importante porque ao mesmo tempo que delegou independência metodológica aos grupos cunhou uma estrutura semelhante, pautada nos referenciais da educação em saúde tal qual preconizada pelos documentos da Promoção da Saúde e Saúde Coletiva. |
11051 | A INSTRUMENTALIZAÇÃO DE USUÁRIOS ACOMETIDOS POR DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE Flavine Evangelista Gonçalves, João Enivaldo Soares de Melo Junior, Vitória Gabrielle Matos Nascimento, Joanny Emanoelly Campos do Nascimento, Ana Carla Cavalcante Ferreira A INSTRUMENTALIZAÇÃO DE USUÁRIOS ACOMETIDOS POR DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDEAutores: Flavine Evangelista Gonçalves, João Enivaldo Soares de Melo Junior, Vitória Gabrielle Matos Nascimento, Joanny Emanoelly Campos do Nascimento, Ana Carla Cavalcante Ferreira
Apresentação: Educação em saúde - A instrumentalização de usuários acometidos por Doenças Crônicas Não Transmissíveis na Atenção Primária de SaúdeAs doenças crônicas são as principais causas de morte no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a tendência para 2020 responderá por 73% dos óbitos e 60% da carga de doenças. Tais condições contribuem para o aumento na prevalência de doenças crônicos vasculares (DCVs), especificamente a doença isquêmica do coração e o acidente vascular encefálico (AVE). O crescimento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) se tornou um grande desafio para os profissionais da saúde. Na tentativa de contribuir para a mudança dos comportamentos de risco, projetos de intervenções comunitárias tomam forma, através da redução concomitante dos fatores de risco comuns. O referido projeto buscou instrumentalizar usuários acometidos pelas DCNT’s, mediante ações educativas, palestras, grupos de apoio e rodas de conversas. Neste sentido foram desenvolvidas diferentes estratégias para assimilação de conhecimento e estímulo ao autocuidado: a) Estratégias para alcançar os objetivos do projeto tais como ações educativas sobre as doenças crônicas, entrevistas aplicando o “Mapa da Rede de Apoio Social”, interação com profissionais de saúde da UBS-GUAMÁ e encontros dos integrantes do projeto com os usuários e sua rede. b) Tecnologias educativas: duas para explicar de forma dinâmica e ilustrativa a fisiopatologia do Diabetes Mellitus (uma célula de isopor com a insulina e seus receptores) e Hipertensão Arterial Sistêmica (vaso sanguíneo de isopor saudável e outro acometido por aterosclerose). c) Distribuição de folders informativos sobre as temáticas para reforçar o aprendizado. d) Uma tecnologia avaliativa do desempenho e aprendizado dos usuários e sua rede: cartas enumeradas e distribuídas aos usuários, com perguntas referentes à temática. É relevante ressaltar as reuniões realizadas entre os integrantes do projeto a cada ação educativa. Mantivemos parceria com os profissionais de saúde, colaboradores da UBS do Guamá, na cidade de Belém (PA) para reforçarem os encontros e ações do projeto. Identificou-se um bom desempenho e resultados satisfatórios nas atividades relacionadas a avaliação do conhecimento e informações referentes as DCNTs que foi apreendido pelos usuários por elas acometidos, ainda que antes e/ou durante a realização das ações educativas houvessem significativas lacunas de informação sobre as doenças. Foi observado o engajamento dos usuários em compartilhar dúvidas, vivências e dificuldades relativas as suas DCNTs. Pela dimensão da falta de informação apresentada, entende-se que a educação em saúde desses usuários é deficitária. Afim de transformar essa realidade, o projeto conversa tanto com profissionais de saúde quanto com usuários do sistema público. Portanto, entende-se que a orientação satisfatória e efetiva dos usuários pelos profissionais de saúde será construída em um cenário de transformação profissional moldado por competências que traduzam a escuta sensível para uma tendência acessível ao público, seja este dotado de quaisquer variações linguísticas ou diastráticas, embasado em paciência e atenção para com o sujeito. Dessa forma, a educação em saúde será eficaz pois os sujeitos de saúde e consequentemente, a sociedade, poderá manejar melhor suas condições. |
10719 | USO DE RECURSO MULTIPLATAFORMA SEMIPRESENCIAL COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO DE EPIDEMIOLOGIA Gabriela Almeida Kaippert, Pamela de Oliveira França, Danielle Freire de A. Carvalho, Luisa Neves Soares de F. Oliveira, Eduarda Felippe Cunha Bernard Lista USO DE RECURSO MULTIPLATAFORMA SEMIPRESENCIAL COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO DE EPIDEMIOLOGIAAutores: Gabriela Almeida Kaippert, Pamela de Oliveira França, Danielle Freire de A. Carvalho, Luisa Neves Soares de F. Oliveira, Eduarda Felippe Cunha Bernard Lista
Apresentação: No decorrer da história se observa que o processo de ensino e aprendizagem modifica seus formatos na medida em que precisa atender às necessidades de cada época. A assimilação dos modelos teóricos que baseiam as práticas em saúde é fundamental quanto ao pensar as relações do processo cura-adoecimento. Por este motivo, o projeto objetivou a construção de uma abordagem alternativa ao ensino da epidemiologia. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de uma experiência vivenciada durante o período como monitora deApresentação: à Saúde Coletiva, uma disciplina ofertada no curso de Enfermagem, na Universidade Federal Fluminense. A partir da grande demanda dos alunos e dificuldade em conciliar os horários de monitoria com os de aula, decidiu-se construir um curso multi-plataforma (com acesso em computador, tablet e celular, via navegador ou aplicativo móvel) ministrado à distância, com atuação semipresencial, sendo abordada a epidemiologia. A implementação foi realizada utilizando fóruns de discussão, mapas mentais, links de artigos, disponibilização de exercícios e retirada de dúvidas em ambiente centralizado. Buscando alternativas de ferramentas que atendessem a proposta, a alternativa de utilizar o Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment (MOODLE) foi adotada. A proposta foi implementada no segundo semestre letivo de 2017. Resultado: Após realização do projeto, foi disponibilizado na plataforma um questionário com 3 perguntas, para avaliação dos discentes. Ao questionamento: “Você acha que a plataforma soluciona o problema dos alunos que possuem dificuldade em comparecer a monitorias presenciais em horários extraclasse? ”, 100% dos alunos respondeu que Sim. Nas perguntas “Você acha que a plataforma é um meio de incentivar o estudo? ” e “Você considera a plataforma útil em seu aprendizado? ”, em ambas, 100% respondeu que sim. Considerações finais: A atenção à saúde exige cada vez mais profissionais com habilidades de pensamento crítico-reflexivo e tomada de decisões, constituindo um desafio aos educadores a implementação de metodologias ativas de aprendizagem condizentes com o avanço tecnológico atual, sendo assim, estratégia semipresencial de apoio, explicação e realização de exercícios de Epidemiologia se mostrou essencial para a compreensão dos cálculos e conceitos, mediando o processo ensino-aprendizagem na graduação. |