387: Os Cuidados Paliativos
Debatedor: Dayse Vasconcelos
Data: 29/10/2020    Local: Sala 12 - Rodas de Conversa    Horário: 08:00 - 10:00
ID Título do Trabalho/Autores
8691 A RELIGIOSIDADE E O ENFRENTAMENTO DO CÂNCER DE MAMA: A PERCEPÇÃO DE PACIENTE CATÓLICA
Elisabete Correa Vallois, eliane cristina da silva pinto carneiro, rose mary costa rosa andrade silva, Eliane Ramos Pereira, Mônica Moura da Silveira Lima, Maria Paula Jahara Lobosco

A RELIGIOSIDADE E O ENFRENTAMENTO DO CÂNCER DE MAMA: A PERCEPÇÃO DE PACIENTE CATÓLICA

Autores: Elisabete Correa Vallois, eliane cristina da silva pinto carneiro, rose mary costa rosa andrade silva, Eliane Ramos Pereira, Mônica Moura da Silveira Lima, Maria Paula Jahara Lobosco

Apresentação: A literatura vem identificando influências positivas e negativas de crenças religiosas e espirituais no enfrentamento de enfermidades como o câncer. Frente a uma doença grave e suas repercussões psicossociais, a espiritualidade demarca seu papel e importância. Possibilita, assim, que o ser humano transponha o estado biológico e emocional de acordo com a sua vivência, manifestando o sentido profundo daquilo que o indivíduo é, bem como o modo como vive em seu cotidiano. Neste sentido, mostra-se a importância da fé, no caso em tela a católica, no enfrentamento do diagnóstico de câncer de mama, por paciente e profissional atuante no ramo do direito. Objetivo: Fazer relato de caso acerca de percepção de paciente com diagnóstico recente de câncer de mama e a influência da comunidade católica e sua fé como forma de enfrentar o sofrimento, inerente ao tratamento com a quimioterapia de doença localmente avançada. Método: Trata-se de estudo qualitativo de categoria relato de caso com a seguinte questão norteadora, feita à paciente em tratamento em hospital oncológico da rede Sistema Único de Saúde:” Como sua religião lhe auxiliou no enfrentamento do diagnóstico do câncer de mama?”Resultado: A paciente com câncer de mama, advogada criminalista, atuante e sem plano de previdência que lhe permitisse repouso, nem mesmo em vigência de quimioterapia, assim se colocou: “Com certeza a religião me ajudou a superar a doença, pois tenho apoio dos padres e comunidade, além de grupos que se mantêm incessantemente em oração pela minha recuperação e cura”. Resultado: Observa-se que no adoecimento por câncer, a dimensão espiritual propicia aos pacientes o desenvolvimento da esperança, de um significado para a doença e de um propósito e sentido para a vida, o que favorece o amadurecimento pessoal, a integridade e o enfrentamento da situação vivenciada. Assim, a paciente em questão, a partir da fé e de sua rede de apoio da igreja, pôde vivenciar o diagnóstico do câncer de mama localmente avançado, sem haver sintomas depressivos relevantes: manteve a força necessária ao tratamento e continuidade do trabalho, necessário à sua subsistência.

8925 EDUCAÇÃO PERMANENTE EM UMA UNIDADE DE CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS: A EQUIPE DE SAÚDE NA COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS
Endi Evelin Ferraz Kirby, Ivi Evelin Ferraz de Souza Jung, Ana Paula Alves Gregório, Mônica Villela Gouvêa

EDUCAÇÃO PERMANENTE EM UMA UNIDADE DE CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS: A EQUIPE DE SAÚDE NA COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS

Autores: Endi Evelin Ferraz Kirby, Ivi Evelin Ferraz de Souza Jung, Ana Paula Alves Gregório, Mônica Villela Gouvêa

Apresentação: Esse trabalho está vinculado ao projeto de pesquisa desenvolvido no âmbito do “Programa de Mestrado Profissional em Ensino na Saúde: Formação Interdisciplinar para o SUS”, da Universidade Federal Fluminense e tem como tema central a comunicação de más notícias no cotidiano do trabalho da equipe interdisciplinar de saúde em uma unidade de Cuidados Paliativos Oncológicos. Entende-se aqui por comunicação uma relação em que dois ou mais sujeitos trocam e compreendem informações entre si e é importante considerar que a comunicação entre os profissionais da equipe de saúde, paciente e seus familiares/cuidadores, afeta a experiência da doença e o projeto terapêutico, assim como a satisfação dos indivíduos. O estudo foi motivado pela percepção de que, na progressão da doença, quando não mais se encontra respostas nos recursos tecnológicos, muitos profissionais se deparam com a falta de preparo para a comunicação e para o suporte emocional do paciente e seus familiares/cuidadores. Esse contexto por vezes resulta em promessas irreais de cura ou comunicações abruptas de prognósticos adversos com prejuízos à relação terapêutica. Vivenciar cotidianamente essas circunstâncias, tendo que anunciar a morte iminente dentre outras más notícias, caracterizam situações-limites que geram sofrimento e níveis crescentes de adoecimento entre os profissionais. Toda esta problemática se reveste de importância quando se considera o cotidiano de prática em uma unidade especializada em cuidados paliativos oncológicos (CPO).  Pacientes nesta unidade são portadores de doença grave e apresentam inúmeras vezes, quadro sintomático de deformações e mutilações. Apesar dos profissionais terem conhecimento e amparo em protocolos de comunicação de más notícias, vivenciam em seu cotidiano as consequências do agravamento do quadro clínico, que resultam frequentemente em sofrimento e morte. Nesse sentido, este estudo pretendeu problematizar o papel da equipe de saúde na comunicação de más notícias sob a perspectiva da Educação Permanente em Saúde, construindo com os trabalhadores perspectivas de formação, apoio e autoanálise para o enfrentamento de seu cotidiano. O objetivo principal foi compreender e analisar os desafios da equipe interdisciplinar de saúde no âmbito dos Cuidados Paliativos Oncológicos (CPO) quando se trata da comunicação de más notícias a pessoas vivendo com câncer em estágio avançado e seus familiares/cuidadores, acompanhados em uma unidade CPO de um hospital público de referência em oncologia. Desenvolvimento: O estudo foi desenvolvido em uma instituição situada no Estado do Rio de Janeiro que conta com quatro unidades especializadas no tratamento do câncer sendo três na modalidade curativa e uma especializada em Cuidados Paliativos. Pesquisa descritiva e exploratória com abordagem qualitativa cuja coleta de dados compreendeu o período de Junho de 2019 a Janeiro de 2020. Foram realizadas entrevistas com 19 profissionais de nível superior e técnico que atuam há no mínimo 1 ano na unidade CPO e estão envolvidos com a comunicação de más notícias a pacientes e familiares/cuidadores. Participaram da pesquisa, técnicos de enfermagem, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, médicos, fisioterapeutas e assistentes sociais. Os dados foram coletados através de entrevistas individuais e observação participante. As entrevistas tiveram tempo médio de 20 minutos e foram gravadas e transcritas, sendo os dados analisados segundo a hermenêutica dialética de Minayo, na perspectiva da análise temática. Resultado: A maioria das pessoas, inclusive profissionais de saúde, desconhece o papel e a existência de programas e serviços de Cuidados Paliativos (CP) em instituições de saúde em nosso país. Quando se ouve dizer de uma ação ou medida paliativa, o entendimento do senso comum é de que se trata de uma ação ou medida que não resolve um determinado problema ou desafio, mas apenas o atenua. Paliativo é o tipo de cuidado multiprofissional a pacientes cuja doença não responde aos tratamentos curativos convencionais. Os CP são destinados a proporcionar bem-estar, conforto, e suporte aos pacientes e seus familiares/cuidadores nas fases finais de uma enfermidade terminal. O termo implica um enfoque holístico, que considera não somente a dimensão física, mas também as preocupações psicológicas, sociais e espirituais. A paliação afirma a vida e reconhece que o morrer é um processo normal do viver e assim, não busca nem acelerar nem adiar a morte. As dificuldades na comunicação de más notícias não se referem apenas à questão da terminalidade da vida. Por exemplo, é preciso abordar a falha nos tratamentos, a disseminação da doença, os efeitos colaterais irreversíveis de algumas terapêuticas, a necessidade de abordagem paliativa ou a escolha pela não ressuscitação nos casos em que inexistem recursos curativos ou tratamento efetivo. Os resultados mostram que alguns trabalhadores desconhecem qualquer protocolo de comunicação de más notícias mas a maioria dos participantes relata que apesar de conhecer, não os utiliza por completo, mas sim em partes por entender que esta comunicação não pode ser engessada, e sim percebida e desenvolvida caso a caso, conforme a necessidade no momento. Dentre as notícias que estes profissionais comunicam, foi destacada como sendo mais difícil a comunicação da terminalidade e tudo o que envolve este momento. Os trabalhadores relataram que é comum fazerem transferência da situação vivida pelo paciente e familiar para sua vida particular. Para enfrentar os sentimentos gerados nesse contexto relatam se apoiar na religião, em terapia, nos colegas da equipe e em momentos prazerosos da vida extra hospitalar. Os participantes se referiram ao desafio de lidar com pacientes que chegam à unidade CPO em estágio cada vez mais grave e à falta de recursos humanos generalizada em todas as unidades do instituto. Destacaram a importância de fortalecer a relação entre as equipes bem como uma maior interação entre as unidades curativas e a paliativa. Consideraram fundamental  e se ressentem da falta de  discussões sobre toda essa problemática bem como informações e treinamento dos profissionais sobre estratégias a cerca dos modos de lidar com a comunicação de más notícias de forma a  acompanhar o dinamismo das ocorrências e das relações pessoais na área de oncologia onde o paciente costuma estar ou sentir-se em constante ameaça de vida. Considerações finais: A despeito das inovações tecnológicas da biomedicina, a comunicação permanece um grande desafio para os profissionais, além de persistir insuficiência de abordagem sobre a temática durante o período formativo. Além disso, questões que envolvem a temática comunicação e comunicação de más notícias parecem ser pouco problematizadas pelos trabalhadores na perspectiva de Educação Permanente em Saúde. Nesse sentido, a perspectiva da EPS neste estudo tem possibilitado escuta, maior aproximação entre trabalhadores e reflexão coletiva sobre dificuldades e desafios de trabalhadores da unidade.

9772 EXPERIENCIAS E NECESSIDADES DE CUIDADO DO PACIENTE ONCOLÓGICO
Clayver Viktor Moreira de Azevedo, Milleny Tosatti Aleixo, Vanessa de Souza Amaral, Pamela Brustolini Oliveira Rena, Érica Toledo de Mendonça, Deíse Moura de Oliveira

EXPERIENCIAS E NECESSIDADES DE CUIDADO DO PACIENTE ONCOLÓGICO

Autores: Clayver Viktor Moreira de Azevedo, Milleny Tosatti Aleixo, Vanessa de Souza Amaral, Pamela Brustolini Oliveira Rena, Érica Toledo de Mendonça, Deíse Moura de Oliveira

Apresentação: O câncer compreende um conjunto de patologias que caracterizam-se pelo crescimento desordenado de células que adentram tecidos e órgãos e podem alcançar outras regiões do corpo, ocasionando metástases. Para o Brasil, a estimativa no biênio 2018-2019 previa aproximadamente 600 mil novos casos da doença. Além da importância estatística, o câncer também configura-se como sério problema de saúde pública, tendo em vista sua alta prevalência, incidência crescente e o forte impacto que provoca em toda a sociedade. Nas pessoas e famílias acometidas, ele manifesta-se de maneira multidimensional, comprometendo seu bem-estar físico, social, mental e espiritual. Durante a evolução das neoplasias malignas, diferentes cuidados são demandados pelos pacientes e familiares. Seja qual for o cenário de demandas vivenciado pelas pessoas com câncer, cada uma delas, apresentam necessidades singulares de cuidado. Neste contexto, é imprescindível que todos os agentes do cuidado estejam abertos a entender o paciente e a compreender suas expectativas, para que a atenção oferecida esteja de acordo com suas necessidades. Considerando a particularidade na experiência do cuidado evoca-se a necessidade de que ele seja objeto de investigações científicas, ampliando a capacidade dos profissionais de saúde e demais cuidadores atuarem junto a essa clientela. Nesse sentido, a presente investigação teve como objetivo compreender as experiências e necessidades de cuidado vivenciadas por pessoas em tratamento oncológico. Desenvolvimento: trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa intitulada “Experiências e necessidades de cuidado da pessoa com câncer: abordagem compreensiva”. O presente estudo foi realizado com 15 pessoas em tratamento oncológico residentes em um município de Minas Gerais, captadas na Atenção Primária à Saúde e no contexto hospitalar. Os dados foram coletados nos meses de maio e julho de 2018 através de um roteiro de entrevista com questões abertas. Os mesmos foram analisados a partir da técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP) da universidade à qual os investigadores estão vinculados, sob o Parecer nº. 2.638.164/ CAAE 83446418.1.0000.515Resultado: participaram do presente estudo 15 pacientes, com idade entre 34 a 82 anos, sendo nove homens e seis mulheres. O tempo de início do tratamento oncológico variou de 4 meses a 25 anos. Os achados dessa pesquisa foram divididos em três categorias: “O cuidado concebido a partir da experiência”, “Experiências de cuidado vivenciadas pela pessoa com câncer”; e “Necessidades de cuidado da pessoa em tratamento oncológico”. A primeira categoria mostra que os entrevistados significam o cuidado a partir das experiências que vivenciam em seus cotidianos. Tal cuidado abarca as perspectivas biológica, social, psíquica e espiritual. Em relação aos aspectos biológicos, os entrevistados concebem o cuidado ao serem atendidos em suas necessidades de alimentação, eliminações, higiene, administração e controle de medicações, dentre outros. Já na dimensão social, os entrevistados concebem o cuidado a partir da vivência do afeto e da presença física das pessoas mais próximas. Acerca da dimensão psicológica, os entrevistados demonstram que o afeto recebido figura como fonte de apoio fundamental nesse momento de suas vidas. Neste sentido, concebem o cuidado a partir da força recebida pelos familiares e profissionais de saúde, que lhes fortalece nesse momento de tratamento oncológico. Os participantes concebem o cuidado também sob a perspectiva da espiritualidade, que emerge como fonte cuidadora diante do momento vivenciado. As concepções de cuidado vivenciadas pelos entrevistados podem ser compreendidas à luz da teórica da Enfermagem Wanda Horta, que o associa ao atendimento de Necessidades Humanas Básicas (NHB). Em sua teoria das NHB, Horta as classificou como psicossociais, psicobiológicas e psicoespirituais. A segunda categoria expressa as experiências de cuidado vivenciadas pelos pacientes durante o momento de tratamento oncológico. Tais experiências se relacionam aos profissionais de saúde e a familiares e amigos. No tocante aos profissionais de saúde, as experiências relatadas remetem à dimensão objetiva e afetiva do cuidado. No que tange à primeira dimensão os entrevistados valorizam as técnicas e a estrutura dos serviços, enquanto a segunda dimensão expressa os cuidados dos profissionais em relação a transmitir ao paciente uma assistência humanizada, centrada na pessoa. As evidências reforçam que o cuidado objetivo compõe o arsenal de cuidado agenciado pelos profissionais de saúde – em especial o enfermeiro – ao paciente oncológico, os quais empregam técnicas que visam a promoção do bem-estar, enquanto o cuidado subjetivo se expressa através do afeto que intermedia as relações estabelecidas durante o processo terapêutico, em que cuidar implica interagir com o outro e promover ações essencialmente sensíveis. Quando o cuidado se relaciona aos familiares e amigos, as experiências marcadas por afeto são ampliadas, o que remete a dimensão afetiva como importante, frente ao processo que estão vivenciando. A literatura reitera que a família constitui-se muitas vezes como o motivo da existência do paciente, na qual o mesmo se ancora para vivenciar o processo de adoecimento. Os entes queridos figuram como a expressão genuína da dimensão afetiva implicada no cuidado, sendo essencial para que a pessoa com câncer se sinta amada e acredite que os motivos para cuidar e crer em sua vida são maiores que os efeitos causados pela doença em sua saúde física e emocional. Portanto, o apoio e a presença dos amigos e familiares constituem potenciais instrumentos de cuidado, devendo estes atores serem valorizados pelos profissionais de saúde. A terceira categoria temática se refere às necessidades de cuidado do paciente oncológico. Entre as necessidades de cuidado expressas pelos participantes emerge a estruturação dos serviços na rede de atenção à saúde, a qualificação dos profissionais e melhora do atendimento prestado por estes, bem como a humanização da assistência. Evidencia-se que as pessoas com câncer comumente não consideram a Atenção Básica como primeira opção na busca de tratamento e cuidados. Isso acontece devido à falta de agilidade no processo de tratamento, que faz com que os pacientes procurem exames na rede particular. Tal fato reforça a importância de se ter uma Rede de Atenção à saúde bem estruturada e qualificada. Outra necessidade de cuidado apontada pelos participantes refere-se à humanização a assistência prestada pelos profissionais. A literatura evidencia que uma assistência humanizada tem como cerne a valorização do paciente enquanto pessoa humana e de todos os que estão envolvidos em seu processo de adoecimento e recuperação da saúde. É preciso ainda considerar a realidade do paciente, de sua família e estar aberto para que os mesmos participem desse cuidado. Considerações finais: tanto as experiências como as necessidades de cuidado apresentadas pela pessoa com câncer perpassam ações de valorização da subjetividade no processo de cuidar, assim como pela estrutura da Rede de Atenção à Saúde. Ademais, as experiências e necessidades de cuidado desveladas pelos participantes no processo de adoecimento e tratamento oncológico sinalizam a importância da abordagem centrada na pessoa, da humanização no cuidado e de uma estrutura adequada dos serviços, de modo que possam atender às reais necessidades desses pacientes.

9805 O CUIDADOR E SUAS RELAÇÕES COM OS SERVIÇOS DE SAÚDE
Ana Lúcia De Grandi, Kátia Santos de Oliveira, Sarah Beatriz Coceiro Meirelles Felix, Josiane Vivian Camargo de Lima, Maira Sayuri Sakay Bortoletto, Rossana Staevie Baduy, Regina Melchior

O CUIDADOR E SUAS RELAÇÕES COM OS SERVIÇOS DE SAÚDE

Autores: Ana Lúcia De Grandi, Kátia Santos de Oliveira, Sarah Beatriz Coceiro Meirelles Felix, Josiane Vivian Camargo de Lima, Maira Sayuri Sakay Bortoletto, Rossana Staevie Baduy, Regina Melchior

Apresentação: O universo do cuidado é amplo e não se pode deixar de lado o próprio cuidador e o contexto do cuidado de si. Para desenvolver o tema do cuidado do cuidador é necessário olhar para o próprio cuidador dentro do universo do cuidado, pois nenhuma vida pode subsistir sem cuidado (ANGELO, 2008). Neste estudo, reconhecendo o papel do cuidador como primordial no cuidado, buscamos acompanhar a rotina de cuidado que o cuidador produz para si e para o outro. Segundo Angelo (2008), um dos elementos essenciais do cuidado é dar sentido à vida, pois outros valores acabam agregados em torno do cuidado. Para Feuerwerker (2013), cuidar é um ato comum a todos os viventes animais e não somente aos humanos, pois cuidar está relacionado à produção de vida. O cuidado em saúde acontece no encontro, na relação com o outro, valorizando seus elementos subjetivos, sendo um encontro de subjetividades. Sendo assim, durante o atendimento em saúde, o profissional e o usuário se constituem e são inseparáveis, estão em relação. O cuidado somente pode ser produzido e consumido no momento do encontro, neste lugar e pelas pessoas nele envolvidos no ato do seu acontecimento (MERHY, 2006). Para o encontro, usuário e trabalhador trazem consigo suas subjetividades, e produzem afetações, que podem ser de dois tipos: uma afetação que causa alegria (paixões alegres) e que compõem os dois corpos, do usuário e do trabalhador, para a produção de vida, de cuidado e para a criação, deixando-os mais potentes para agir; ou pode ser uma afetação que cause tristeza (paixões tristes), que se restringe aos modos protocolares de cuidado em saúde, deixando os corpos menos potentes para agir e com menos produção de vida (DELEUZE, 2002). Quando a pessoa cuidada precisa de outra para apoiá-la, este encontro passa a contar com a subjetividade também deste terceiro, que é fundamental para o cuidado tanto quanto os outros e também é alguém com necessidades de saúde própria. Neste sentido, este estudo buscou olhar este cuidador, para dar visibilidade para o que acontece neste encontro entre equipe-usuário-cuidador. Desenvolvimento: Esta pesquisa faz parte do Observatório de Práticas de Cuidado em Redes Atenção Domiciliar e Atenção Básica. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujo referencial de abordagem do campo é a pesquisa cartográfica. Cartográfica não no sentido usual da geografia, que busca retratar as paisagens na natureza com o maior detalhamento possível. Aqui o cartógrafo se debruça sobre as cenas sociais, não como algo estanque, mas como processos em movimentos que são, traçando linhas e intensidades relacionais de processos de subjetivação e disputas e reflete sobre o que o afetou no vivenciado. Compreende-se que no campo científico, essa abordagem pode instaurar um novo jeito de produzir conhecimento, criativo, artístico e que explicita a implicação do pesquisador/autor/cartógrafo com o campo pesquisado. Nesta pesquisa, para o trabalho de campo, utilizou-se um período de aproximadamente quatro meses de vivências com as equipes SAD de um município do sul do Brasil, seguido da escolha, em conjunto com as equipes, de um cuidador, que foi acompanhado por 14 meses. Para estudá-lo, utilizamos o conceito de usuário-guia, que é como um fio condutor pelo complexo labirinto do cuidado em saúde, ou seja, um dispositivo que permite olhar como o cuidado é realizado, a partir do olhar do usuário, no nosso caso da cuidadora. No trabalho de campo, foram produzidas narrativas dos trabalhadores do SAD, da atenção básica e da cuidadora-guia, no acompanhamento do seu cotidiano. Dessa forma, será relatado o período vivenciado com uma cuidadora-guia, aqui chamada de Maria. Resultado: Maria foi nos apresentada pelo Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), que acompanhava João, seu ex marido. Maria era sua cuidadora, uma mulher que atendia as solicitações da equipe SAD, dos trabalhadores, querida e cuidada por eles, que passava por dificuldades financeiras e também com os filhos, que não auxiliavam no cuidado do pai. Os encontros de Maria com a equipe de trabalhadores do SAD eram potentes, produtores de cuidado e de vida, além de que o SAD era visto pela Maria como uma ajuda e fonte de suporte, tanto emocional, quanto de insumos. Após algum tempo deste acompanhamento no SAD, João recebe alta e passa ser acompanhado pela Atenção Básica (AB). Essa mudança gerou descontentamento por parte de Maria. Suas queixas estavam relacionadas ao tempo de espera por atendimento (tanto nas dependências da Unidade Básica de Saúde quanto na visita domiciliar), à falta de medicação e insumos na UBS. Segundo ela, o médico demorava vários dias para ir e, quando a visita acontecida, era sucinto demais, oferecendo pouca oportunidade de interação com Maria. Dessa forma, os encontros produzidos pela Maria com a equipe de trabalhadores da UBS não foram potentes, produziam paixões tristes, que diminuíam sua potência de agir, deixando o corpo padecer, diminuindo sua produção de vida, se decompondo. Nessa perspectiva se torna a usuária que reclama e que traz problema para a equipe. Maria foi afetada de forma negativa nesses encontros com a AB e, como seu corpo possuía marcas dos encontros potentes e alegres com o SAD, sentia necessidade de voltar a ser atendida por este serviço. Para Deleuze (2002), quando dois corpos se encontram eles tanto podem se compor e formar um corpo mais potente, com vontade de agir, se tornando corpos desejantes, como podem se decompor e não sentir desejo. No encontro, os dois corpos são afetados para o bem e para o mal, para compor ou decompor. Dependendo da forma como a pessoa foi afetada, ela pode se apresentar com potência para agir ou para padecer. Esses afetos estão o tempo todo acontecendo, mesmo que muitas vezes nós não paramos para analisá-los. Dessa forma, podemos ficar anestesiados e nos distanciar dessa potência de vida, inibindo nossos atos, nosso cuidado. A Coordenadora da UBS que Maria frequentava, dizia entender as dificuldades dela e procurou fazer alguns arranjos para que esperasse menos ou que tivesse suas necessidades atendidas, porém admitia não ser possível dar-lhe uma assistência semelhante a do SAD. O movimento que a cuidadora construiu em torno da equipe SAD para também ser cuidada, não estava sendo estabelecido com a equipe da AB. As subjetividades eram outras, a organização do trabalho era diferente, outras estratégias de cuidado. Considerações finais: Ao refletir sobre a narrativa de nossa cuidadora-guia percebemos que o cuidado é um processo singular. Percebe-se que no momento do encontro, nem sempre se produz cuidado, pois dependendo da forma como o trabalhador estabelece as relações com o usuário, o encontro pode produzir variadas afetações, aumentando ou diminuindo a potência de agir do outro. Um ponto da rede de atenção à saúde que tem como premissa o cuidado à saúde da família, precisa estabelecer vínculo com todos os familiares. Por outro lado, sabemos que os serviços atualmente contam com um número reduzido de equipes e profissionais, o que dificulta que a UBS consiga efetivamente cuidar de todo o território que é responsável. Porém, algumas estratégias podem ser utilizadas, como a aproximação entre as equipes do SAD e UBS. A comunicação entre as duas equipes e o cuidador poderia ser uma forma de aproximação e vínculo, deixando mais claro as suas necessidades de atenção e cuidado.

6566 O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ACOLHIMENTO ÀS FAMÍLIAS ENLUTADAS
SABRINA KELY MAGALHAES DE ARAÚJO, ADRIANA LIMA BARROS, LUCIANA MARY DA SILVA CARVALHO, MARILENE FERREIRA SILVA MONTEIRO

O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ACOLHIMENTO ÀS FAMÍLIAS ENLUTADAS

Autores: SABRINA KELY MAGALHAES DE ARAÚJO, ADRIANA LIMA BARROS, LUCIANA MARY DA SILVA CARVALHO, MARILENE FERREIRA SILVA MONTEIRO

Apresentação: O objetivo desse trabalho é apresentar um relato de experiência da atuação do Serviço Social no acolhimento aos familiares durante a comunicação de óbito no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde do município de Parnaíba - PI. A comunicação de óbito de um familiar, apesar de inevitável, é difícil para os familiares. Os profissionais de saúde tem um papel muito importante neste momento e precisam estar preparados (as) para cuidar da família, mostrando-se sensível às necessidades, buscando maneiras efetivas de atendê-las de modo responsável e ter comprometido com os valores éticos e humanos. A Participação do assistente social neste momento faz uma grande diferença em termos de suporte, escuta qualificada e orientação. O Serviço Social identificou alguns aspectos desafiadores no tocante à notícia de óbito a ausência de ambiência, dificuldades dos profissionais da equipe clínica de subsidiar a família de apoio afetivo e informacional, demora no repasse das informações aos familiares dentre outros aspectos. A partir da análise desse contexto, foi criado um protocolo de más notícias. O PRONTOMÁS tem por objetivo estabelecer estratégias de acolhimento, suporte e afetividade para o momento da notícia do óbito, bem como outras más notícias em relação ao paciente, garantindo para os usuários segurança, conforto e minimização de sofrimento, redução de danos. Quando acontece um óbito, a Assistente Social é acionada para proporcionar acolhimento aos familiares, onde a mesma busca as informações necessárias sobre o caso do paciente para preparar a ambiência do local e para que assim, profissional assistente social construa relações mais próximas, empáticas, livre de quaisquer pré-julgamentos para assim realizar um acolhimento às famílias de forma humanizada.  A notícia de óbito é dada na sala do Serviço Social pelo médico com o acompanhamento da Assistente Social e psicologia bem como outros membros da equipe se necessário para dar suporte e garantir maior segurança aos familiares, para orienta-los nas questões documentárias e outras que houver necessidade e favorecer uma escuta qualificada no momento difícil da perda. O trabalho do assistente social nesse momento constrói com base no apoio afetivo e informacional as condições para a melhor elaboração da família sobre a realidade vivida. Importante dizer que a atuação se dá de forma interdisciplinar com o constante diálogo entre toda a equipe. Conclui-se, portanto que há uma grande importância do acompanhamento do assistente social no momento da comunicação do óbito. Todo esse processo está articulado aos direitos da cidadania que as famílias têm e que eles possam conhecer e acessar através da atuação desse profissional mesmo num contexto adverso.  Esse relato pretende levar informações acerca do trabalho realizado pelo assistente social no atendimento as famílias de paciente durante a comunicação de óbito no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde do município de Parnaíba – PI

6812 “OS PROFISSIONAIS DA MORTE”: A POLÍTICA DE CUIDADOS PALIATIVOS E A INSERÇÃO DO/A PROFISSIONAL ASSISTENTE SOCIAL NA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE UM SERVIÇO DE ATENÇÃO DOMICILIAR
Juliana Carvalho Guedes, Sheila Kocourek

“OS PROFISSIONAIS DA MORTE”: A POLÍTICA DE CUIDADOS PALIATIVOS E A INSERÇÃO DO/A PROFISSIONAL ASSISTENTE SOCIAL NA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE UM SERVIÇO DE ATENÇÃO DOMICILIAR

Autores: Juliana Carvalho Guedes, Sheila Kocourek

Apresentação: Este trabalho é fruto da experiência profissional adquirida durante o processo de Estágio em Serviço Social, realizado em um Serviço de Atenção Domiciliar de um hospital de média/alta densidade tecnológica, localizado na região centro-oeste do Rio Grande do Sul. Através deste trabalho, objetiva-se discutir a atuação do/a assistente social frente às questões relativas à terminalidade da vida e aos cuidados paliativos, buscando estratégias de fortalecimento da efetividade da ação profissional e a perspectiva de garantia de direitos por parte da população usuária. O conceito de cuidados paliativos é definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, objetivando a melhoria da qualidade de vida do usuário e seus familiares diante de uma doença ameaçadora à vida. A resolução nº 41, de 31 de outubro de 2018, dispõe sobre as diretrizes para a organização dos cuidados paliativos e traz a Atenção Básica enquanto ordenadora da rede e coordenadora do cuidado, nos casos de situação de restrição ao leito ou ao domicílio é considerada e indicada a Atenção Domiciliar (AD). Os processos de trabalho na AD envolvem uma série de particularidades e exigem uma atuação direcionada a um trabalho transdisciplinar, mantendo-se, ao mesmo tempo, as especificidades de cada profissão. Nesse sentido, a atuação do/a assistente social está direcionada ao enfrentamento das diferentes expressões da questão social, definida como o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, observadas no processo saúde/doença. Objetiva-se manter o usuário em cuidados paliativos, dentro de suas possibilidades, enquanto sujeito ativo no processo de tomada de decisões relativas à sua vida e à sua própria morte, prestando auxílio quanto às providências legais e integrando a rede de suporte social e organização do cuidado. Diante disso, a partir de uma análise do processo de estágio e a vivência vivenciada durante este período, observou-se que o trabalho em um serviço predominantemente relacionado à terminalidade da vida, sofrimento e a perda conduz intrinsecamente a emoções e sentimentos, um ambiente marcado pela onipresença da morte faz parte de uma rotina de trabalho desafiadora e por vezes dolorosa. Por fim, destaca-se enquanto problemática a falta de materiais de apoio, sendo a prática do/a assistente social nesta área pouco explorada cientificamente. O trabalho do Serviço Social em Cuidados Paliativos perpassa a compreensão de que esta modalidade também se constitui enquanto forma de acesso do usuário à política de saúde, não esquecendo da relevância da prática profissional do/a assistente social nesse sentido para o fortalecimento e consolidação do acesso a estas políticas. Além disso, enquanto membro de uma equipe multidisciplinar, reforça-se a necessidade da construção de maiores subsídios que orientem o/a profissional e contribuam para uma prática alinhada e produzida coletivamente.

11682 ATIVIDADE ASSISTIDA POR ANIMAIS EM UM HOSPITAL ONCOLÓGICO PARA PACIENTES EM CUIDADOS PALIATIVOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Karina Diniz Pinto, Maria Isabel Fragoso da Silveira Gouvea, Maria de Lourdes Benamor Teixeira, Claudia Teresa Vieira de Souza

ATIVIDADE ASSISTIDA POR ANIMAIS EM UM HOSPITAL ONCOLÓGICO PARA PACIENTES EM CUIDADOS PALIATIVOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Karina Diniz Pinto, Maria Isabel Fragoso da Silveira Gouvea, Maria de Lourdes Benamor Teixeira, Claudia Teresa Vieira de Souza

Apresentação:  Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) regulamenta as Práticas Integrativas e Complementares, que buscam favorecer a promoção de saúde através de conhecimentos tradicionais. Tem se observado uma tendência em buscar práticas complementares na promoção da saúde e no tratamento dos pacientes. As atividades que utilizam a interação humano-animal para proporcionar bem-estar já vêm sendo utilizadas em diversos contextos e vários estudos tem buscado evidências sobre seus benefícios. As Intervenções Assistidas por Animais (IAA) são intervenções estruturadas e orientadas por objetivos com a finalidade de obter benefícios terapêuticos para os humanos incorporando os animais no âmbito da saúde, da educação ou social e são subdivididas em 2 categorias: Terapia Assistida por Animais: uma intervenção dirigida/conduzida por profissionais da saúde ou educação e as Atividades Assistidas por Animais (AAA), atividade informal na qual a equipe realiza uma visita ao paciente com propósitos motivacionais, educacionais ou recreativos. O diagnóstico e o tratamento de câncer trazem um grande sofrimento físico e emocional para os pacientes, especialmente em estágios avançados do câncer e quando há longos períodos de internação. Diante deste cenário, a atividade assistida por animais pode ser uma aliada na promoção de bem-estar para pacientes e equipes. Desenvolvimento:  Relato de experiência de AAA em um hospital oncológico para pacientes em cuidados paliativos, com o objetivo de descrever os aprendizados como participante e contribuições das AAA para os cuidados do paciente oncológico. O Projeto Pêlo Próximo (PPP) realiza atividades de IAA com voluntários com animais e sem animais em diversas instituições. São realizadas visitas quinzenais com duração média de 2h, percorrendo 4 andares da instituição e visitando os pacientes que desejem a visita e não possuam qualquer contraindicação para a atividade. A duração da visita varia de acordo com a interação do paciente/disponibilidade de voluntários para visitaçãoResultado: Vivenciar as atividades do PPP trouxeram grandes aprendizados no entendimento de cuidados paliativos e como os animais podem proporcionar bem-estar para os pacientes e equipe. A visita é aguardada com grande expectativa pelos pacientes e equipe, que já conhecem os animais pelo nome e fazem questão de tirar fotos e acariciá-los quando chegam. A reação dos pacientes a presença dos animais varia de acordo com o paciente e também com o animal visitante. A equipe de voluntários com animais em sua maioria conta com cães, mas também visitam o hospital uma coruja e um coelho, que geram uma reação de surpresa e satisfação na maioria dos pacientes. Os benefícios são evidentes na expressão facial dos pacientes e familiares, que se modifica imediatamente logo ao início da interação com os animais. Considerações finais: Esta experiência possibilitou vivenciar na prática os potenciais benefícios de uma atividade complementar no contexto da assistência ao paciente oncológico/paliativo. Visto que as atividades podem proporcionar diversos benefícios a qualidade de vida e a crescente quantidade de estudos na área, o projeto inspirou a produção de uma revisão sistemática, que está em andamento.

11892 SERVIÇO DE ATENÇÃO DOMICILIAR E CUIDADOS PALIATIVOS: ATENÇÃO AOS CUIDADORES FAMILIARES
Marcia Queiroz de Carvalho Gomes, Gabriella Carolayne Bertoldo Maciel, Valéria Leite Soares

SERVIÇO DE ATENÇÃO DOMICILIAR E CUIDADOS PALIATIVOS: ATENÇÃO AOS CUIDADORES FAMILIARES

Autores: Marcia Queiroz de Carvalho Gomes, Gabriella Carolayne Bertoldo Maciel, Valéria Leite Soares

Apresentação: A inclusão dos cuidados continuados, especialmente os Cuidados Paliativos (CP), no sistema de saúde pública, vem se mostrando cada vez mais necessários frente ao aumento da longevidade e das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), pois de acordo com o Ministério da Saúde o número de óbitos causados por DCNT é atualmente ultrapassa 70%. A definição de consenso sobre o conceito de CP, trabalho realizado pela International Association of Hospice and Palliative Care (IAHPC) em 2018, descreve CP como um cuidado holístico direcionado a indivíduos de todas as idades, que possua sofrimentos relacionados à sua saúde, devido a doenças graves, especialmente aqueles perto do fim da vida. O objetivo do CP é de prevenir e aliviar o sofrimento por meio da avaliação, tratamento e identificação prévia de um sofrimento que pode causar dores e outros problemas físicos, psicossociais ou espirituais. A Associação Nacional de cuidados Paliativos (ANCP) enfatiza que os CP deve melhorar a qualidade de vida dos pacientes, familiares e seus cuidadores. A Resolução do Ministério da Saúde nº 41, de 31 de Outubro de 2018 que trata das diretrizes para a organização dos Cuidados Paliativos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), deixa claro, especialmente em seu artigo 4º, a necessidade de inclusão dos familiares e cuidadores na atenção prestada pela equipe interprofissional responsável pelos CP. Diante disso, o estudo objetivou identificar as necessidades de cuidado e suporte demandados por familiares de pacientes em Cuidados Paliativos. Método do estudo: Trata-se de estudo exploratório, de abordagem qualitativa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba através do Certificado deApresentação: para Apreciação Ética (CAAE) n° 12982719.5.0000.5188. Participaram quatro familiares cuidadores de pessoas que recebem CP pelo Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) do SUS, no município de João Pessoa (PB). Para a coleta de dados foram utilizados formulário de identificação sociodemográfico e entrevista semiestruturada com familiares dos pacientes. O grupo de participantes foi composto por mulheres, com grau de parentesco próximo aos pacientes, escolarizadas, e com idade variando entre 18 a 44 anos. Tais mulheres, exerciam ou ainda exercem profissões/ocupações variadas e residem no mesmo domicílio que os enfermos que cuidam. A análise de dados foi feita através da Análise de Conteúdo e categorizados em três eixos temáticos: Eixo I – “O cotidiano de cuidado e o papel do cuidador” que descreve quais cuidados diários que o familiar cuidador proporciona a seu parente, assim como, as mudanças de papéis após assumir a função de cuidador. Eixo II “O autocuidado” que descreve sobre práticas do autocuidado, se o familiar cuidador realiza o autocuidado e se ele possui alguma necessidade quanto a si mesmo. O último, Eixo III – “Necessidades de cuidado e o cuidado ofertado pela Equipe do SAD” aborda como os familiares percebem os cuidados ofertados pela equipe e quais cuidados os familiares necessitam. Resultado: Promover a qualidade de vida, oferecer apoio físico, psicológico e espiritual, na última etapa da vida é uma tarefa delicada e demanda múltiplas estratégias, envolvendo vários personagens (paciente, familiares e profissionais da equipe de saúde). A assistência de Cuidados Paliativos prestada pelo serviço público de saúde, através da equipe multiprofissional do SAD, cumpre um importante papel neste processo. O cuidado prestado por esta equipe, vai além da assistência ao paciente, estendendo-se aos familiares, especialmente àqueles que assumem os cuidados ao paciente diariamente. Ao buscar identificar as necessidades de cuidado dos familiares cuidadores, este estudo observou que a mudança repentina nos papeis ocupacionais desses cuidadores repercute em suas ocupações, interferindo no sono; no trabalho, pela impossibilidade de realização de trabalho remunerado fora de casa; na educação; na participação social; no lazer e no autocuidado. Além disso, o sentimento de isolamento, de estar sozinho nessa empreitada, se traduz na percepção de sobrecarga relatada de forma explicita ou implícita pelas entrevistadas. As necessidades demandadas pelos cuidadores remetem à questões referentes à prática de cuidado diário do paciente, tais como, orientações para manejo do paciente no leito ou para o banho, transferência da cama para cadeira e vice-versa, organização das tarefas no tempo diário, entre outras. Essas orientações devem acompanhar todas as etapas de evolução do quadro clínico do paciente, visto que é um processo dinâmico e novas necessidades de cuidado surgem com o decorrer do tempo. As orientações devem visar, não só o bem estar do paciente, mas também, preservar as condições físicas do familiar cuidador, minimizando o desgaste físico, a ansiedade e sentimento de insegurança gerado pelo desconhecimento acerca das tarefas a serem desempenhadas. As necessidades de cuidados reveladas pelas cuidadoras vão além das questões práticas relacionadas ao paciente. Observa-se a importância de uma escuta qualificada, que permita ao familiar cuidador expressar suas angústias e preocupações com o presente e futuro, na qual possa compartilhar o seu sofrimento ao vivenciar o fim da vida de uma pessoa querida. Ampliar a rede de apoio para dar suporte ao cuidador é outra necessidade identificada na pesquisa. Manter os antigos ou criar novos espaços de sociabilidade, de participação social e de lazer é imprescindível para saúde mental do familiar cuidador e só é possível através de uma rede de apoio confiável. Os familiares cuidadores reconhecem a necessidade de cuidar deles mesmos, seja buscando ajuda médica para suas dores físicas ou outros problemas de saúde que surgiram, seja apontando o desejo de acompanhamento psicológico ou até mesmo de voltar a realizar atividades ou a frequentar espaços sociais que foram abandonadas em função do cuidado. Entretanto, não contam com o suporte, familiar ou não, que permita a realização de tais atividades. Nesse sentido, as entrevistadas deixam como sugestão a possibilidade da equipe de saúde intermediar a relação entre os familiares, visando o compartilhamento do cuidado, amenizando a sobrecarga sofrida por eles. Os depoimentos dos entrevistados evidenciam o vínculo que mantem com os profissionais da equipe do SAD que os assistem. Os sentimentos que demonstram ter por tais profissionais se assemelham ao de um familiar querido. Nas suas falas fica evidente a satisfação na atenção que, tanto o paciente quanto eles, recebem desses profissionais, a afeição e confiança que depositam neles. Sentem-se apoiados e gostariam de tê-los com maior frequência em suas residências, porém dizem compreender as dificuldades enfrentadas por eles, pois precisam dar suporte a um grande número de pacientes na área que são responsáveis. Considerações finais: Na atenção em Cuidados Paliativos é imprescindível o cuidado ao cuidador, estar atento às necessidades e apoia-lo, pois, ele é a pessoa que irá suportar ao longo do processo de adoecimento de seu familiar a carga física, emocional, social e mesmo econômica depositada em si. Algumas de suas ocupações ficam fragilizadas ou muitas vezes nulas como o lazer, o trabalho, o autocuidado, outras. Ter profissionais acompanhando e ofertando cuidado ao familiar cuidador previne e/ou minimiza o seu adoecimento, tanto no aspecto físico quanto mental, o pensar e agir interprofissionalmente enquanto equipe, é o diferencial no cuidado.

11963 ASSISTÊNCIA DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL AO PACIENTE EM CUIDADOS PALIATIVOS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DO RECIFE
Ana Carla Oliveira Santos, Alessandra Saldes, Camila Dias, Camila Araújo, Milena da Silva, Matheus Lauriano, Mirela Romão, Tatiana Montenegro

ASSISTÊNCIA DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL AO PACIENTE EM CUIDADOS PALIATIVOS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DO RECIFE

Autores: Ana Carla Oliveira Santos, Alessandra Saldes, Camila Dias, Camila Araújo, Milena da Silva, Matheus Lauriano, Mirela Romão, Tatiana Montenegro

Apresentação:   O presente estudo é um relato de experiência vivido por alguns discentes do curso de Enfermagem da Faculdade Pernambucana de Saúde em seu ambiente da Vivência Prática Profissional em um Hospital Escola de Referência de Recife vinculado ao SUS e tem por objetivo relatar os efeitos positivos da assistência multiprofissional nos cuidados paliativos. Desenvolvimento: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) cuidados paliativos consistem na atenção multiprofissional, que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio de prevenção e alívio do sofrimento, tanto físico, como também, emocional, psicológico e espiritual, e sendo também realizado o manejo adequado da dor. A assistência foi realizada no segundo semestre de 2018 no setor de Cuidados Paliativos do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) que tem por nome “Casa dos Cuidados Paliativos Professor Saulo Suassuna”. O paciente estava em estágio terminal de Câncer de Próstata com metástase no Intestino e Ânus, e estavam presentes alguns familiares, onde foi realizado, pelo psicólogo, uma conversa com a família de forma franca expondo a realidade do paciente e orientado que ficasse próximo do mesmo nesse momento. Após a conversa com os familiares foi pedido a equipe de enfermagem que deixassem o paciente da forma mais confortável possível, sendo realizado medicamento para dor conforme prescrito pela equipe médica e fechando as cortinas para ter mais privacidade entre os familiares e o paciente. Após algumas horas o paciente veio a óbito sendo respeitado o seu desejo de estar próximo dos seus familiares. Depois da família se despedir da forma que achou mais conveniente, os mesmos foram levados para uma antessala para esperar que fosse realizado pela equipe de enfermagem os cuidados do corpo pós morte e ser encaminhado para o necrotério. Resultado: A assistência multiprofissional no setor de Cuidados Paliativos foi imprescindível para que o processo de vida-morte do paciente fosse realizado de uma maneira tranquila e menos traumática para os familiares. Após o acompanhamento realizado no momento do óbito, os mesmos externaram o agradecimento pelo apoio e orientação dada em todo o período desde o internamento até o óbito. Considerações finais: O processo de vida-morte pode ser considerado por vezes assustador e traumatizante, é a função da equipe multiprofissional do setor dos Cuidados Paliativos tranquilizar e sempre deixar os pacientes e familiares cientes de todo o processo de adoecimento. Também é sua função tornar esse processo confortável para o paciente que está em paliação para que seja amenizado os efeitos colaterais do afastamento do seio familiar, da sua perca de autonomia e da dependência da unidade hospitalar.

9640 INSTRUMENTO EDMONTON SYMPTOM ASSESSMENT SYSTEM (ESAS) NO CUIDADO PALIATIVO: UMA ANÁLISE DE SUA APLICAÇÃO NO AMBIENTE DOMICILIAR E HOSPITALAR
Bruna Dias França, Kênia Lara Silva, Alexandre Ernesto Silva, Patrícia Pinto Braga

INSTRUMENTO EDMONTON SYMPTOM ASSESSMENT SYSTEM (ESAS) NO CUIDADO PALIATIVO: UMA ANÁLISE DE SUA APLICAÇÃO NO AMBIENTE DOMICILIAR E HOSPITALAR

Autores: Bruna Dias França, Kênia Lara Silva, Alexandre Ernesto Silva, Patrícia Pinto Braga

Apresentação: O cuidado paliativo é prestado a pacientes que se encontram fora de possibilidades terapêuticas de cura. A aplicação de escalas contribui para uma assistência diferenciada ao paciente a partir dos escores apresentados que indicam as necessidades de cuidado. A escala Edmonton Symptom Assessment System (ESAS) representa um instrumento importante para avaliação dos cuidados prestados aos pacientes em cuidados paliativos. A ESAS foi desenvolvida no Canadá em 1991 e que avalia sintomas físicos e psicológicos em uma graduação de zero a 10, onde zero representa a ausência do sintoma e 10 representa sua manifestação mais intensa. Contudo, seu uso ainda é pouco frequente no Brasil e os estudos ainda não apontaram o real efeito de sua implementação no cenário nacional. Deste modo, traçamos como objetivo para este estudo analisar a aplicação do instrumento Edmonton Symptom Assessment System (ESAS) no ambiente hospitalar e domiciliar. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa. Os cenários do estudo foram o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) do município de Contagem e um hospital de grande porte do município de Belo Horizonte, ambos em Minas Gerais. A coleta de dados foi realizada por meio dos prontuários dos serviços. Foram coletados dados de 522 ESAS aplicadas no mês de Dezembro de 2019, na unidade de cuidados paliativos hospitalar e no cenário domiciliar foram analisados 179 ESAS aplicadas de março a dezembro de 2019 por uma Equipe Multidisciplinar de Atenção Domiciliar de Cuidados Paliativos. Os dados coletados foram submetidos a análise descritiva. Resultado: Para o ambiente hospitalar foi observado que a ESAS foi adaptada de acordo com os principais sintomas que acometiam os pacientes desta unidade. A escala aplicada avaliava 12 sintomas, sendo estes: dor, náusea, depressão, sonolência, falta de apetite, falta de ar, bem-estar/conforto, hipersecreção, sono, constipação, odor, confusão mental/agitação. Os profissionais responsáveis pela aplicação da escala nesta unidade eram os enfermeiros e o instrumento era preenchido duas vezes por dia. Os sintomas que alcançavam maior pontuação foram: dor com pontuação 5 em 29 respostas; hipersecreção com pontuação 3 em 33 respostas; sonolência com pontuação 10 em 49 respostas; depressão com pontuação 5 em 50 respostas e constipação com pontuação 2 em 57 respostas. Contudo, observou-se que após aplicação do instrumento e identificação dos sintomas, houve uma melhora gradativa até a sua total eliminação. Foi identificado também que o sintoma bem-estar alcançou em 294 respostas a pontuação mínima, indicando uma necessidade de se acompanhar mais atentamente o entendimento dos pacientes sobre o significado do sintoma bem-estar para compreender e fazer a gestão deste importante sintoma vivenciado pelos pacientes. Quanto aos sintomas falta de ar, náusea, sono, odor, falta de apetite, e confusão mental, estes obtiveram a pontuação 0 como maior número de respostas; indicando um controle efetivo no ambiente hospitalar. O sintoma falta de apetite foi apontado como não se aplica em 169 respostas, indicando um número alto de pacientes em uso de dispositivos invasivos para alimentação ou sem condições de respostas. A partir desses resultados, foi possível identificar que a ESAS contribuiu diretamente na identificação dos sintomas e gestão dos mesmos no ambiente hospitalar, reforçando a necessidade de sua aplicação para o gerenciamento dos sintomas. Contudo, ainda é necessário compreender o entendimento dos pacientes sobre o que está sendo questionado. No cenário domiciliar a escala contava com 10 sintomas: dor, fadiga, náusea, depressão, ansiedade, sonolência, falta de apetite, falta de ar, mal-estar e outros (sendo que, outros pode ser um sintoma específico vivenciado pelo paciente). Os profissionais responsáveis pela aplicação da escala neste serviço são médicos, enfermeiros, psicólogos e técnicos de enfermagem e a escala era preenchida durante as visitas semanais ou de urgência aos pacientes. Os sintomas que alcançavam maior pontuação foram: dor com pontuação 7 em 18 respostas; fadiga com pontuação 7 em 15 respostas; depressão com pontuação 9 em 11 respostas; mal-estar com pontuação 7 em 12 respostas e outros com pontuação 10 para 8 respostas, sendo os sintomas indicados como outros: constipação com 4 respostas, diarreia com 1 resposta, medo de morrer com 2 respostas e vontade de melhorar com 1 resposta. Já os sintomas náusea, ansiedade, sonolência, falta de apetite e falta de ar obtiveram pontuação 5 em 83 respostas. Foi observada a redução gradativa até alcançar o escore 0 em 1.037 de um total de 1.705 respostas. Este resultado aponta a eficácia do atendimento deste serviço em promover o conforto e alívio dos sintomas. Com base nos dados apresentados, ficou evidente que tanto no ambiente hospitalar como no domiciliar os sintomas dor, depressão e constipação alcançaram maior pontuação e a utilização da ESAS contribuiu diretamente para a avaliação e gestão destes sintomas. Contudo, algumas especificidades dos cenários devem ser observadas, como, a frequência de aplicação da escala, sendo realizada no ambiente hospitalar todos os dias e no ambiente domiciliar apenas uma vez por semana ou quando é solicitado a visita da equipe. Esse aspecto pode interferir diretamente no bem estar do paciente, que pode apresentar os sintomas durante esse intervalo e só referi-los na próxima visita. Outro ponto importante, que difere nos cenários, é o profissional que aplica o instrumento, com grande variabilidade no ambiente domiciliar o que pode contribuir para gestão mais eficaz dos sintomas devido ao envolvimento da equipe multidisciplinar. No ambiente hospitalar, o preenchimento é realizado apenas pelos enfermeiros, o que não assegura que outros profissionais tenham a ciência e participação no processo de gestão e controle dos sintomas identificados. Considerações finais: A partir do exposto, pode-se considerar que a ESAS possibilita que profissionais da saúde conheçam os sintomas apresentados pelos pacientes e possam planejar intervenções específicas e individualizadas. no controle desses sintomas, reduzindo possíveis sofrimentos. Contudo, ainda é necessário compreender o entendimento dos pacientes sobre o que está sendo questionado, para garantir que os dados informados pela escala realmente atendam ao controle dos sintomas experienciados pelo paciente. Além disso, deve-se pensar em estratégias no ambiente domiciliar para ampliar o número de aplicação da ESAS na semana; e no ambiente hospitalar envolver a equipe multiprofissional na aplicação do instrumento.

9853 TECNOLOGIAS NA ATENÇÃO DOMICILIAR EM SAÚDE
Ana Carolina de Oliveira Paiva, Bruna Dias França, Lucas Frederico Luiz Lopes, Kênia Lara Silva

TECNOLOGIAS NA ATENÇÃO DOMICILIAR EM SAÚDE

Autores: Ana Carolina de Oliveira Paiva, Bruna Dias França, Lucas Frederico Luiz Lopes, Kênia Lara Silva

Apresentação: A tecnologia em saúde é entendida como o conjunto de conhecimentos e de habilidades que podem ser aplicados com a finalidade de motivar intervenções sobre determinadas situações práticas, bem como promover a saúde e prevenir e tratar as doenças. Permite conciliar o conhecimento obtido na prática cotidiana e na pesquisa para produção de ações em saúde que intervenham no modo de viver das pessoas assistidas. Ao analisá-la, a partir das suas finalidades nos serviços de saúde, as tecnologias podem ser classificadas em três tipos: tecnologia educacional, tecnologia gerencial e tecnologia assistencial. A identificação de tais tecnologias nas instituições de saúde pode revelar novas estratégias e maneiras de cuidar potencial para a inovação em saúde. A Tecnologia Educacional está inserida num processo em que a interação entre os envolvidos, profissional da saúde e usuário, é muito intensa, sendo o profissional de saúde um facilitador para que o usuário participe ativamente do processo criativo para ambos otimizar o crescimento pessoal e profissional. A Tecnologia Gerencial possibilita o gerenciamento da assistência através de ações teóricas e práticas que supervisionam, avaliam e modificam a prática profissional, buscando a melhoria da qualidade assistencial. A Tecnologia Assistencial surge a partir da observação da assistência, da prática profissional e tenta oferecer uma assistência de qualidade ao paciente em todas as suas dimensões, seja física, intelectual, espiritual ou social. Esses grupos tecnológicos possibilitam a construção de um saber interativo entre profissionais e a sua clientela, favorecendo o desenvolvimento dos sujeitos e a melhoria da qualidade de vida. No contexto da atenção domiciliar, os profissionais apresentam dificuldades em organizar os seus processos de trabalho. Em parte, essas dificuldades se devem às poucas tecnologias adequadas para auxiliar na sistematização das ações no contexto do domicílio, associado ao desconhecimento das tecnologias em saúde, por parte das equipes. O desconhecimento sobre a produção de tecnologias na Atenção Domiciliar também promove a sua baixa incorporação pelos serviços, resultando em perda de resolutividade e efetividade do cuidado. Frente ao exposto, este trabalho teve como objetivo analisar tecnologias desenvolvidas na atenção domiciliar em saúde. Os achados podem se tornar importante instrumento analítico para provocar profissionais de saúde a buscar ferramentas tecnológicas na prática profissional que permitem a difusão do conhecimento entre profissionais da saúde e sua clientela. Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa descritivo-exploratória de abordagem qualitativa desenvolvida no Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) dos municípios de Contagem e de Belo Horizonte. Foram realizadas 41 entrevistas, no período 21 de janeiro a 11 de julho de 2020, com os profissionais das Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD). No município de Belo Horizonte, aconteceram 24 entrevistas envolvendo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. Já em Contagem, foram realizadas 17 entrevistas abrangendo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e odontologistas. Para desenvolver as entrevistas, utilizou-se o seguinte roteiro de entrevista: O que você entende por tecnologias? Descreva as tecnologias que você utiliza diariamente no seu trabalho na Atenção Domiciliar; Dentre as Tecnologias que você citou, qual (is) você destaca como sendo uma Tecnologia Inovadora e por quê? Os dados coletados foram transcritos e submetidos à Análise Crítica do Discurso (ACD) conforme proposto pelo Filósofo Norman Fairclough. Resultado: Os profissionais, quando foram questionados sobre o seu entendimento por tecnologias, indicaram uma indecisão sobre o discurso representativo do termo. As expressões mais recorrentes para enunciar o seu entendimento foram “Difícil essa!”, “Não entendi”, “Eu acho”, “Tecnologias?”. Essas expressões remetem uma dificuldade de reconhecimento sobre o termo questionado. Por outro lado, quando os entrevistados discorreram sobre o uso das tecnologias, as associações discursivas sobre a palavra tecnologia apontaram presunções valorativas, remetendo tecnologia a aparelhos eletrônicos (celulares, tablet e computadores). Os celulares foram reconhecidos nos discursos como um meio de comunicação essencial entre a equipe do SAD e os cuidadores e/ou familiares, uma vez que podem contribuir para resolução imediata de situações enfrentadas com o paciente no domicílio. Contudo, quando esse meio de comunicação falha, as consequências para o paciente podem ser inúmeras, tal como pode ser evidenciado pela fala de TE 1 “[...] os celulares funcionam muito mal de modo geral, e a operadora é terrível, às vezes, tentam falar com a gente e não conseguem. Isso já trouxe problemas inúmeros para a gente com paciente”. Este relato indica uma potencialidade e uma fragilidade eminente para o cuidado em caso de falhas dessa tecnologia. A improvisação tecnológica foi citada como parte da realidade dos profissionais do SAD. A afirmativa foi justificada por meio de exemplos sobre adaptações da assistência com materiais disponíveis no domicílio, de modo a não ferir as recomendações científicas. Exemplos relatados pelos profissionais foram a adaptação do equipo de soro para a infusão da dieta enteral; o uso do suporte de ovo de páscoa para suporte de bolsa de dieta ou esquemas de soros; e confecção de desenhos nas caixas de medicamentos para os pacientes que não sabiam ler. Esses processos de criação e trabalho em equipe explicitam o uso das tecnologias educacionais, gerenciais e assistenciais presentes na rotina de trabalho dos profissionais de saúde do SAD. Ao questionar os entrevistados sobre as inovações, verificaram-se o uso da criatividade e do trabalho em equipe para solucionar situações e suprir as necessidades do paciente. Os discursos apontaram, também, como necessidade do serviço para facilitar o processo de trabalho, o uso das tecnologias para informatização do SAD, sendo a principal queixa a falta acesso aos dados dos pacientes acompanhados pelo serviço por toda rede SUS e o tempo gasto no preenchimento manual das documentações e formulários. Assim, pode-se evidenciar o uso das tecnologias assistenciais no processo de trabalho do SAD. As tecnologias foram identificadas como um recurso que pode tornar o trabalho mais funcional, ágil e seguro. Este resultado aponta que as tecnologias gerenciais, educacionais e assistenciais legitimam o trabalho do SAD e aponta suas inúmeras possibilidades para melhoria no processo de trabalho. Considerações finais: A assistência em saúde no domicílio associada ao uso de tecnologias em saúde se faz necessária no sentido de aspirar melhoria da prática do cuidado. As diferentes realidades vivenciadas nesse cenário de cuidado proporcionam ao profissional de saúde expandir o uso das tecnologias disponíveis. Esse processo pode potencializar a formalização de rotinas mais ágeis e seguras na assistência domiciliar, além de contribuir para uma análise sobre as necessidades da equipe para melhoria do processo de trabalho.

10501 CONHECIMENTO SOBRE COMUNICAÇÃO DE NOTÍCIAS DIFÍCEIS EM UMA UNIDADE PÚBLICA DE TERAPIA INTENSIVA CARDIOLÓGICA
Rayssa Raquel Araújo Barbosa, Tamara Catarino Fernandes, Abel da Silva Araújo, Thayná Catarino Leite, Sara Fiterman Lima, João Batista Santos Garcia, Vanise Barros Rodrigues da Motta, Nicolle Ribeiro Martins Carvalho

CONHECIMENTO SOBRE COMUNICAÇÃO DE NOTÍCIAS DIFÍCEIS EM UMA UNIDADE PÚBLICA DE TERAPIA INTENSIVA CARDIOLÓGICA

Autores: Rayssa Raquel Araújo Barbosa, Tamara Catarino Fernandes, Abel da Silva Araújo, Thayná Catarino Leite, Sara Fiterman Lima, João Batista Santos Garcia, Vanise Barros Rodrigues da Motta, Nicolle Ribeiro Martins Carvalho

Apresentação: Ter habilidade em comunicar é fundamental em todo processo interativo, assim é imprescindível o desenvolvimento de habilidades em comunicação entre os profissionais de saúde, mais do que uma ferramenta na terapêutica, é uma atitude profissional promotora da autonomia, consentimento informado e da confiança mútua. Logo, mesmo com os avanços tecnológicos, a comunicação continua sendo a ferramenta primária e indispensável com a qual médico, paciente e familiares trocam informações. Em particular, a comunicação de notícias difíceis é um assunto temido por boa parte dos profissionais, visto que o termo “má notícia” refere-se a qualquer informação transmitida ao paciente ou a seus familiares que implique, direta ou indiretamente, em alguma alteração negativa na vida destes. Logo, embora esse termo esteja atrelado mais comumente ao ato de comunicar a morte, ele engloba a transmissão de informações menos dramáticas, contudo que afetam negativamente o paciente e seus familiares, como a transmissão de diagnósticos, uma resposta inadequada a determinada terapêutica e a necessidade da realização de um determinado procedimento. Dessa forma, é importante estar atento aos diversos fatores que influenciam a forma e a qualidade do ato de se comunicar eficientemente, entre eles, as condutas e abordagens adotadas no serviço em que o profissional está inserido, a idade, o contexto cultural, a crença religiosa e o treinamento ou não sobre comunicação recebido por esses profissionais. Há uma grande probabilidade de despreparo, pois o aprendizado sobre comunicação de notícias difíceis nas instituições de ensino médico se faz de forma inconstante e reduzida. Além disso, poucas universidades valorizam o ensino da comunicação em seus currículos. Objetivo: Avaliar o nível de conhecimento antes e depois de uma intervenção educativa sobre Comunicação de Notícias Difíceis entre os profissionais de ensino superior de uma Unidade de Terapia Intensiva Cardiológica do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão. Desenvolvimento: Foi realizado um estudo do tipo quase experimental com uma amostra de vinte e dois profissionais de ensino superior da Unidade de Terapia Intensiva Cardiológica do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão, no período de março a julho de 2017. O estudo foi realizado em três fases: 1. Aplicação de questionários. 2 Treinamento em um protocolo de comunicação de notícias difíceis. 3. Reaplicação do questionário. Resultado: A comparação das informações sobre comunicação de notícias difíceis antes e após o treinamento dos profissionais de saúde entrevistados indicou diferenças estatisticamente significantes para um conjunto relevante de atividades e rotinas de comunicação estudadas. O grau de entendimento aumentou entre todos os grupos profissionais, assumindo valores sempre maiores após o treinamento realizado. Considerações finais: A intervenção mostrou resultados benéficos, melhorando o grau de conhecimento sobre o assunto, a capacidade de comunicar, fornecendo uma visão crítica em relação ao processo de comunicação.

12095 DIVERSIDADE CULTURAL E FIM DE VIDA: REFLEXÕES SOBRE OS MODOS DE MORRER NA FORMAÇÃO MÉDICA
Alison Douglas da Silva

DIVERSIDADE CULTURAL E FIM DE VIDA: REFLEXÕES SOBRE OS MODOS DE MORRER NA FORMAÇÃO MÉDICA

Autores: Alison Douglas da Silva

Apresentação: Com a abertura de fronteiras possibilitadas pelo advento da globalização e a massificação das tecnologias da informação, a contemporaneidade traz como marca uma explosão de diversidade cultural (DC). Diante dessa realidade o campo da saúde enfrenta uma série de desafios para situar o seu fazer as demandas desse tempo, sendo o cuidado em fim de vida um dos nós a se desatar. Esse trabalho tem como objetivo realizar uma revisão integrativa de literatura afim de levantar a produção bibliográfica em torno da temática da diversidade cultural e o cuidado em situação de fim de vida, a luz de autores das ciências sociais. Desenvolvimento Realizou-se uma revisão integrativa de literatura, cruzando a produção indexada na base de dados PubMed e textos de autores das Ciências Sociais. No PubMed a busca se deu a partir dos descritores “cultural diversity” AND “end of life care”. Foram utilizados artigos publicados nos últimos 30 anos (1987–2017) em português e inglês. Realizou-se um primeiro filtro com a leitura dos títulos e resumos, dos quais foram excluídos artigos que, 1) tratavam sobre aborto ou eutanásia como assunto central; 2) que não fizessem uso de autores das ciências sociais em seu escopo teórico. Após, procedeu-se a leitura na íntegra dos artigos que atendiam aos critérios, seguido da análise e escrita do artigo. Resultado: A partir dos descritores utilizados, retornaram 342 artigos, todos em língua inglesa e publicados em periódicos diversos. Após a leitura dos títulos e resumos, restaram 34 artigos, que foram lidos na integra, restando 13 artigos que utilizaram autores e conceitos das ciências sociais para analisar os dados. Os artigos apontam que questões relacionados a raça, gênero e etnia como marcadores importantes a se considerar dentro do processo saúde-doença, sobretudo em processos de fim de vida. Autores das ciências sociais, bem como os artigos utilizados apontam ainda para o papel decisivo da participação da família no processo de cuidado como uma medida que produz conforto. Considerações finais A DV, apesar de ser uma temática em evidência tanto nas ciências sociais quanto no debate público, ainda carece de investigações aprofundadas e diversificadas no campo da saúde coletiva. É necessário um número maior de investigações que reflitam de forma abrangente sobre os modos de morrer dos sujeitos e a interface com as práticas de cuidado. É fundamental ainda estudos que reflitam sobre o papel e a percepção da família no processo de cuidado.

8027 CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTES ADULTOS EM TERAPIA INTENSIVA
Izaildo Tavares Luna, Maria Adriana da Silva, Maria do Socorro Silva do Vale, Elizamar Regina da Rocha Mendes, Reagan Nzundu Boigny

CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTES ADULTOS EM TERAPIA INTENSIVA

Autores: Izaildo Tavares Luna, Maria Adriana da Silva, Maria do Socorro Silva do Vale, Elizamar Regina da Rocha Mendes, Reagan Nzundu Boigny

Apresentação: A Unidade de Terapia Intensiva recebe pacientes críticos, necessitando de cuidados contínuos para prevenir risco elevado de desenvolver lesão por pressão que se caracterizam um problema de saúde pública e, por conseguinte, devem ser aplicadas medidas preventivas, pois o surgimento dessas lesões é indicador negativo de qualidade da assistência prestada. Diante disso, este trabalho visou identificar as ações de enfermagem implementadas aos pacientes da Unidade de Terapia Intensiva para prevenção de lesões por pressão. Método: Trata-se de Revisão Integrativa composta de seis etapas: identificação do tema e seleção das hipóteses ou questão de pesquisa para elaboração da revisão integrativa; estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão/amostragem ou busca na literatura; definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados/categorização dos estudos; avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa; interpretação dos resultados; apresentação da revisão/síntese do conhecimento. Foi estabelecido como tema de estudo “prevenção de lesão por pressão em pacientes adultos em cuidados críticos”, considerando como questão norteadora a seguinte pergunta: Quais as principais ações desenvolvidas pelos enfermeiros para prevenção das lesões por pressão em pacientes adultos em cuidados críticos? A pergunta norteadora foi elaborada a partir da estratégia PICO, onde P = população, I = intervenção, C = controle e O = resultados. Neste estudo não foi utilizado o controle. O estudo foi realizado no período de janeiro a novembro de 2019. O material de interesse foi constituído por produções científicas publicadas online nas bases de dados SciELO (Scientific Electronic Library Online), LILACS (Latin American and Caribbean Health Sciences Literature), BDENF (Base de Dados em Enfermagem). Durante a busca utilizou-se os seguintes descritores: lesão por pressão, unidade de terapia intensiva, enfermagem, cuidados críticos, prevenção de lesão por pressão. Todos indexados nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Utilizaram-se os operadores boleanos AND e OR. Como critérios de inclusão: artigos publicados nas bases de dados no período do ano de 2007 a 2018, disponibilizados na íntegra, redigidos nos idiomas português, inglês ou espanhol. Ainda foram incluídas revisões de literatura, estudos de caso e artigos originais. Já os critérios de exclusão a não disponibilidade da publicação na íntegra, artigos que de acordo com a leitura não se relacionavam com o tema em estudo, artigos repetidos, anais de congressos, resenhas, editoriais, teses, dissertações e estudos de difícil acesso. Através das buscas nas bases de dados utilizando os descritores “lesão por pressão”, “enfermagem”, “cuidados críticos” e realizando cruzamento com os operadores boleanos AND e OR, foram encontrados um total de 59 artigos. Realizando o cruzamento dos descritores “lesão por pressão”, “cuidados de enfermagem”, “unidade de terapia intensiva”, foram encontrados 205 artigos após filtrar ficaram em 101 artigos. Já utilizando os descritores “lesão por pressão”, “prevenção”, “unidade de terapia intensiva”, “cuidados de enfermagem”, deu um total de 137 artigos. Inicialmente, procedeu-se à leitura do material selecionado, lendo apenas o título e o resumo; depois realizou a leitura na íntegra dos estudos, os quais foram organizados de forma a facilitar a análise dos dados. Após isso, houve uma redução para 43 artigos, pois alguns foram excluídos utilizando-se critérios anteriormente citados ou pelo fato de terem no título “lesão por pressão” e “úlcera por pressão”, mas se direcionarem para outros vieses. Entre estas 43 publicações, somente 20 foram consideradas relevantes para o estudo por apresentarem alguma relação ou se referirem ao tema proposto. Resultado: todos os estudos amostrais citaram a importância da avaliação e identificação dos pacientes em risco de desenvolverem lesões, bem como a utilização de estratégias preventivas através da implantação de protocolos e de medidas que eliminem os fatores de risco do paciente que se encontra em estado crítico na Unidade de Terapia Intensiva e necessita de cuidados mais acurados. Dentre as intervenções de enfermagem para a prevenção de lesões por pressão nos pacientes críticos mencionadas nas publicações analisadas pontuam-se: Avaliar áreas vulneráveis da pele de todos os pacientes que apresentem risco; Registro de alterações da pele do paciente de acordo com os estágios de classificação das lesões por pressão; Uso de colchão caixa de ovo; colchão de ar; Avaliar incidência, ocorrência de lesões por pressão; Mobilização ou mudança de decúbito a cada duas e duas horas; Atuação dos enfermeiros na prevenção de lesões por pressão; Massagem de conforto; Avaliação do grau de risco para desenvolvimento de lesões por pressão; Proteger saliências ósseas, principalmente calcâneos; Uso das escalas preditivas para prevenção das lesões por pressão, fatores de risco; Tratamento precoce da pele com relação à tolerância tecidual e pressão; Quadro demonstrativo de áreas suscetíveis a lesões por pressão; Hidratação da pele com cremes à base de ácidos graxos essenciais; Construção de protocolo para prevenção de lesões por pressão; Utilização de placas de hidrocoloide; Identificar os fatores de risco e realizar tratamento preventivo; Tratar incontinência, troca de fraldas; Monitorar e registrar intervenções e resultados; Suporte nutricional do paciente; Elaboração de programas de reabilitação de pacientes com lesão medular; Manejo da dor; Conhecimento sobre prevalência e incidência das lesões por pressão; Elevação da cabeceira da cama até 30º; Uso de novas tecnologias para prevenção e tratamento de lesões por pressão; Avaliar incidência, ocorrência de lesões por pressão. Considerações finais: É importante reconhecer que a ocorrência de lesões por pressão se altera conforme a condição clínica e características apresentadas pelo paciente, ou seja, aqueles pacientes que dispensam cuidados mais intensos e a longo prazo, estão mais susceptíveis ao desenvolvimento das lesões por pressão. O papel do enfermeiro é muito importante no processo da avaliação, classificação, tratamento e prevenção das lesões por pressão, principalmente nos pacientes em Unidade de Terapia Intensiva, onde a avaliação precisa acontecer na admissão do paciente e a reavaliação diária, no caso de alterações no estado do mesmo. Confirma-se a importância da atuação do enfermeiro na avaliação, classificação, tratamento e prevenção das lesões por pressão dos pacientes, bem como a necessidade de que este profissional seja capacitado e possua formação e conhecimentos suficientes para avaliar os fatores de risco para desenvolver lesões por pressão, elaborar e planejar estratégias preventivas, uma vez que quando as lesões se instalam exigem maiores cuidados tanto da equipe quanto altos custos da instituição.