389: Ferramentas, métodos e técnicas para melhoria da qualidade da atenção à saúde | |
Debatedor: Karen da Silva Santos | |
Data: 30/10/2020 Local: Sala 11 - Rodas de Conversa Horário: 08:00 - 10:00 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
10573 | PERCEPÇÕES DOS USUÁRIOS DO SUS COMO FERRAMENTA DE APOIO AO APRIMORAMENTO DO CUIDADO EM OBESIDADE Karina Leal, Luciene Burlandy, Luciana Castro, Simone Souza, Thamillys Souza, Marcia Teixeira, Claudia Bocca, Luana Aquino PERCEPÇÕES DOS USUÁRIOS DO SUS COMO FERRAMENTA DE APOIO AO APRIMORAMENTO DO CUIDADO EM OBESIDADEAutores: Karina Leal, Luciene Burlandy, Luciana Castro, Simone Souza, Thamillys Souza, Marcia Teixeira, Claudia Bocca, Luana Aquino
Apresentação: No dia a dia de prática, é possível observar o quanto a Atenção Primária a Saúde (APS) é potente como porta de entrada da população ao serviço de saúde, no entanto é necessário aprimorar questões referentes ao fortalecimento das redes, tecnologias em saúde, promoção de vínculos, acolhimento, escuta qualificada, cuidado multiprofissional considerando a dimensão humana dos agravos em saúde. O tratamento da obesidade muitas vezes se reduz ao cumprimento de metas numéricas, antropometria, controle de comorbidades, prescrições, medicações e cirurgias, mas será que é isso que as pessoas necessitam? Considerando esses questionamentos, o objetivo desse projeto é reconhecer as principais necessidades dos usuários, de que maneira percebem a obesidade e os serviços de saúde, a fim de trazer enriquecimento às discussões acadêmicas e apoio ao aprimoramento das estratégias assistenciais. Desenvolvimento: Para análise, foi escolhida a Metodologia Qualitativa de Análise de Conteúdo de 25 entrevistas semiestruturadas realizadas em 2017 no Instituto Estadual de Cardiologia (IECAC) com usuários obesos, por meio do Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS). Inicialmente, as categorias analíticas são: (1) Construção social da obesidade e percepção do processo saúde doença; (2) Dificuldades e desafios da qualidade de vida; (3) Acesso e impressões sobre o cuidado e a rede de atenção à saúde; (4) Expectativas sobre as melhorias no modelo assistencial. Resultado: Em relação à construção social da obesidade e percepção do processo saúde doença temos como resultados preliminares falas que destacam aspectos da cultura alimentar, como a alta ingestão de carboidratos como constituinte principal da alimentação das famílias e a variedade de vegetais e frutas reconhecido como luxo. A dimensão do ganho de peso foi citada como fruto de dificuldades familiares, práticas sociais e religiosas. Os questionamentos sobre desafios da qualidade de vida, identificaram a má qualidade de vida e sofrimento mental, trazendo como consequências a perda de mobilidade, autonomia e interação social. Foram observadas também falas a respeito de preconceitos, culpabilização e pensamentos de morte como grandes desafios vividos diariamente. Sobre o acesso e impressões sobre o cuidado e a rede de atenção à saúde foram citadas as prescrições nutricionais mesmo que “radicais” como motivadoras, trazendo a reflexão do poder simbólico dos profissionais como detentores do saber. Foi falado também sobre as dificuldades de acessar os serviços e dar continuidade ao tratamento da obesidade. Como expectativas sobre as melhorias no modelo assistencial foi destacada a necessidade da abordagem precoce de alimentação saudável, fortalecimento das equipes multiprofissionais, valorização da humanização, construção de vínculos, tecnologia leve e integralidade do cuidado como pontos fortes para o aprimoramento do cuidado. Considerações finais: Vivemos um momento de crise na saúde pública, com o enfraquecimento da APS e outros serviços essenciais à saúde da população. É tempo de resistir, fortalecer as estratégias, ajustar as prioridades e proteger as conquistas até aqui construídas. Para tal, é estratégico considerar a percepção dos usuários, para que o aprimoramento dos serviços seja legítimo e coerente com as necessidades. |
10644 | PERFIL NUTRICIONAL DE USUÁRIOS ATENDIDOS EM UM CONSULTÓRIO DE NUTRIÇÃO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE TEFÉ-AM Lucas Leão Cadeira, Jéssica Bianca Ramires Aparício, Maria Adriana Moreira PERFIL NUTRICIONAL DE USUÁRIOS ATENDIDOS EM UM CONSULTÓRIO DE NUTRIÇÃO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE TEFÉ-AMAutores: Lucas Leão Cadeira, Jéssica Bianca Ramires Aparício, Maria Adriana Moreira
Apresentação: Atualmente, o ganho excessivo de peso em decorrência dos maus hábitos alimentares e a falta da atividade física tem trazido consequências negativas para a população, ocasionando doenças crônicas não transmissíveis como o Diabetes Mellitus e a Hipertensão Arterial Sistêmica, estas doenças estão entre as principais causas de morte no país e no mundo, e há expectativa que os números aumentem ainda mais no decorrer dos anos. Não diferente da realidade de outras regiões, o município de Tefé apesar das suas peculiaridades tem enfrentado o mesmo problema de saúde pública. Objetivo: Neste contexto o presente trabalho teve o objetivo de traçar o perfil nutricional de usuários atendidos em um consultório de Nutrição na Unidade Básica de Saúde (UBS) Josefa Rodrigues das Chagas, no Bairro do Abial no município de Tefé (AM). Desenvolvimento: A pesquisa ocorreu entre novembro a dezembro de 2019, neste período foram atendidos 44 usuários, incluindo homens e mulheres, de todas as idades. Os mesmos eram encaminhados pelo médico ou enfermeiro da equipe Estratégia Saúde da Família (ESF) de referência. O perfil nutricional dos usuários foi traçado a partir de dois momentos, o primeiro onde foi realizado a triagem, obtendo o peso e altura do usuário e o segundo momento em que o usuário passava por uma entrevista com o nutricionista, onde era realizado uma anamnese mais profunda sobre as condições clínicas (doença e sintoma) e sobre hábitos alimentares daquele usuário. Para entender e conseguir captar mais informações sobre os hábitos alimentares, foi utilizado algumas ferramentas que são comumente usadas em consultórios de nutrição para avaliar a dieta dos usuários, como o recordatório de 24 horas e o questionário de frequência alimentar. Resultado: A partir da metodologia aplicadas, foi possível observar que a maioria dos usuários atendidos foram do sexo feminino (n=39), na faixa etária de 18 a 65 anos, eram portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (n=21) ou de Diabetes Mellitus (n=10) ou da associação das duas doenças (n=7). E todos os usuários atendidos estavam com sobrepeso (n=29) ou com algum nível de obesidade (n=15), segundo o Índice de Massa Corporal. Os mesmos (n=44) costumam ingerir diariamente algum tipo de bebida gaseificada ou comer algum alimento a base de açúcar refinado, e apenas uma pequena minoria (n=9) tem o hábito de consumir frutas e verduras diariamente. Considerações finais: Os resultados expostos confirmam muitas literaturas que ligam os maus-hábitos alimentares ao aumento de peso e consequentemente ao surgimento das doenças crônicas não transmissíveis. Apesar do alto número de indivíduos com patologias crônicas na nossa região, o município de Tefé tem buscado através de estratégias e políticas públicas combater estes agravos, beneficiando assim a população. |
10703 | A CONSTRUÇÃO DO CUIDADO NA EFETIVAÇÃO DA REDE DE APOIO A PRÁTICAS CORPORAIS DE PACIENTES EM PÓS OPERÁTORIO DE DOENÇA CARDÍACA MAYARA CASSIMIRA SOUZA, JAQUELINE TERESINHA FERREIRA, CAMILA MIRANDA OLIVEIRA, SEBASTIÃO LOBO SILVA A CONSTRUÇÃO DO CUIDADO NA EFETIVAÇÃO DA REDE DE APOIO A PRÁTICAS CORPORAIS DE PACIENTES EM PÓS OPERÁTORIO DE DOENÇA CARDÍACAAutores: MAYARA CASSIMIRA SOUZA, JAQUELINE TERESINHA FERREIRA, CAMILA MIRANDA OLIVEIRA, SEBASTIÃO LOBO SILVA
Apresentação: O contexto das doenças cardíacas impõe mudanças na rotina do paciente e de sua família, trazendo impactos em seus valores e estruturais sociais. Conforme esses enfrentam a doença, é preciso reformular os papéis sociais e funcionais, tanto do paciente quanto dos membros cuidadores, para que as estratégias de cuidado possam ir ao encontro das recomendações médicas. A rede de apoio social deriva das relações interpessoais desenvolvidas ao longo da vida do indivíduo. Todos precisam de algum apoio, e a família e a comunidade são locais naturais de proteção e inserção social. Com o acometimento da doença, os locais de convívio podem se tornarem ambientes de ajuda mútua, pois o paciente encontra na família, na convivência com os vizinhos e amigos, suporte para o enfrentamento de dificuldades que encontra em seu cotidiano. A área da saúde utiliza esse termo para compreender como determinadas relações e contextos sociais favorecem a construção de um aparato para o paciente e seu tratamento. Assim, esta rede de apoio também depende do momento vivido pelos atores sociais, seus papéis de gênero, o status conjugal, os membros familiares envolvidos ou ausentes (filhos, netos, pais etc.), as questões culturais, educacionais e políticas e a forma como estes cenários se dinamizam e se estabelecem. Os fatores positivos proporcionados por uma rede de apoio social contribuem para o ajustamento e gerenciamento do cotidiano dos pacientes diante das novas recomendações médicas. A convivência dos pacientes a partir destas recomendações visa a melhoria de seu quadro clínico. A adesão à terapêutica, a adoção de novos hábitos diários e a prevenção de novos agravos para uma boa jornada de recuperação, no que tange a estes gerenciamentos e ajustamentos. Desenvolvimento: O procedimento metodológico fundamentou-se na pesquisa qualitativa de método etnográfico, utilizando como técnicas a observação participante e a entrevista etnográfica. A pesquisa foi realizada em um hospital federal de cardiologia, na cidade do Rio de Janeiro, no período de setembro de 2015 a fevereiro de 2016. Os critérios de seleção dos sujeitos da pesquisa foram: pacientes com doenças cardíacas, adultos, de ambos os sexos, que se encontravam internados no período pós-operatório, com exceção dos pacientes em estado grave de recuperação. As entrevistas se deram somente com os pacientes que aceitaram participar do estudo e que concordaram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para além do direcionamento de suas vivências hospitalares e domésticas, as perguntas se direcionaram às trajetórias individuais dos pacientes perante sua recuperação. Desta maneira, foram entrevistados 20 pacientes adultos e idosos (10 mulheres e 10 homens), que se encontravam no período pós-operatório mediato ou em reinternações ocasionadas por complicações após esse período. O projeto seguiu os preceitos éticos da Resolução CNS no 466/2012, sendo submetido e aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa (CEP) do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob parecer número 1.863.965. As observações foram diárias e se direcionaram para a rotina dos pacientes. Os locais para a observação foram: os quartos com os leitos, os corredores onde os pacientes deambulavam, o hall de entrada dos corredores que dão acesso aos quartos, que funcionava como ambiente de convívio e as dinâmicas das salas de jogos. Os critérios observados foram: a construção do cuidado mediante suas práticas corporais nesses espaços, o apoio de seus familiares e amigos e demais relações estabelecidas entre pacientes e a assistência prestada pelos profissionais de saúde em seu dia a dia. Resultado: Os pacientes cardiopatas, antes e após a cirurgia, têm grandes limitações corporais: o cansaço, as dores, o desconforto torácico e a falta de ar são recorrentes e restringem a locomoção e o manuseio do próprio corpo. Os pacientes ficam dependentes de apoio para atividades cotidianas (andar, sentar, se alimentar, pentear, tomar banho). Esse cenário repercute em desafios sobre o cuidado, pois é preciso estabelecer novos hábitos e se adequar a uma nova demanda corporal. Diante disso, notou-se que o apoio da família nesse momento favorece uma proteção, reduz o isolamento social do paciente e auxilia nas decisões e estratégias de cuidado. O núcleo familiar tornasse a base da convivência, cooperação, divisão de responsabilidades. Os vínculos não sanguíneos também são uma fonte de cuidado e proteção, semelhantes aos de parentescos. Portanto, familiares, amigos e profissionais compõem a rede de apoio a esses pacientes. Os pacientes valorizam esta assistência prestada por familiares, parentes e amigos. No entanto, as recomendações dos profissionais de saúde, sejam elas sobre medicamentos, técnicas corporais ou dinâmicas alimentares, sempre demandam novas organizações diárias durante a internação hospitalar e no cotidiano da família. Isso repercute em toda rede de apoio social, pois após a cirurgia aumenta a dependência do paciente, por conseguinte, uma maior demanda por cuidados. Com isso, é preciso novas configurações do apoio social para que se possa proporcionar o atendimento de necessidades essenciais. Há famílias e amigos que conseguem superar as dificuldades da internação e organizam uma estrutura para acompanhar o paciente. Mas, a falta de vínculos e cuidados familiares ou conflitos pode desfavorecer essa rede, fazendo com que o paciente se adeque sozinho as estratégias de cuidado. Devido a falta de suporte social os pacientes podem ter tempo de internação prolongado e reinternações recorrentes. Outro ponto, é que a família pode tanto respaldar as prescrições médicas, legitimando-as totalmente, quanto rejeitar essa prescrição, ao contrapor as orientações médicas. Considerações finais: A rede de apoio direciona a movimentação do paciente e suas possibilidades de vivências corporais no enfrentamento da doença. Ela é fundamental para as novas rotinas, que incluem adaptações corporais e decisões sobre o tratamento das possíveis práticas a serem adotadas ou não. As redes se constituem de forma ampla e singular, portanto, a construção do cuidado é diversa – se adequa a cada contexto social, econômico e cultural. As possibilidades de configurações na rede de apoio contribuem para o ajustamento e gerenciamento do cotidiano dos pacientes diante das novas recomendações médicas. Ademais, após cirurgia, o desenvolvimento do cuidado é crucial para manutenção e recuperação da doença, sendo um meio para efetivação da rede de apoio ao paciente cardíaco. |
10755 | A CRIAÇÃO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE, PARA O TRATAMENTO CLÍNICO DE FERIDAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA Camila Leão do Carmo Maia, Adriany da Silva Pereira, Bruna Renata Farias dos Santos, Fernando Kleber Martins Barbosa, Regiane Camarão Farias, Thayane Michelle Cravo do Nascimento, Suelen Trindade Correa, Camilla Cristina Lisboa do Nascimento A CRIAÇÃO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE, PARA O TRATAMENTO CLÍNICO DE FERIDAS: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Camila Leão do Carmo Maia, Adriany da Silva Pereira, Bruna Renata Farias dos Santos, Fernando Kleber Martins Barbosa, Regiane Camarão Farias, Thayane Michelle Cravo do Nascimento, Suelen Trindade Correa, Camilla Cristina Lisboa do Nascimento
Apresentação: A ferida pode ser definida como o rompimento da estrutura e das funções normais do tegumento e cicatrização. Refere-se a uma sequência de eventos que iniciam com o trauma e termina com o fechamento completo e organizado da ferida com o tecido cicatricial, podendo ser classificada quanto sua etiologia, complexidade e tempo de existência. Dentre as etiologias, encontram-se as de origens traumáticas, que são causadas por trauma grave que resultam em lesões com extensa perda cutânea e com prejuízo na viabilidade tecidual; as úlceras venosas que têm como principal causa a insuficiência venosa crônica que podem ser ainda arterial ou neuropáticas; as queimaduras que podem ser provocadas por estímulos térmicos, químicos ou elétricos dentre outros. Dessa forma, as feridas constituem um sério problema de saúde pública, devido ao grande número de pessoas com alterações na integridade da pele, embora sejam escassos os registros desses atendimentos. Os elevados números de pessoas com feridas crônicas contribuem para onerar os gastos públicos, além de interferir na qualidade de vida da população. Sendo assim, observa-se que em boa parte dos casos, fica a critério do enfermeiro desenvolver e adotar rotinas de cuidados e de prevenção no manejo das feridas, procurando conhecer fatores de risco, tratamentos e prevenção. Com isso, o sucesso do tratamento depende, dentre outros fatores, da criteriosa escolha, bem como da adequada utilização dos produtos selecionados. Nesse sentido, a enfermagem, por suas relações com a saúde e como profissão envolvida diretamente no cuidado humano, não pode ficar distante das transformações oriundas do desenvolvimento tecnológico. As Tecnologias Educacionais (TE), por sua vez, devem ser entendidas por processos concretizados, a partir de experiências cotidianas, voltados para o desenvolvimento metódico de conhecimentos e saberes a serem utilizados com finalidade prática específica. Desta forma, pode-se destacar a criação de TE em saúde com um olhar direcionado para a equipe de enfermagem, uma vez que, por meio desta, é possível fomentar a tomada de decisão correta, por estar diretamente ligada ao processo de gestão dos serviços de saúde e desencadear a qualificação da assistência por meio de um controle de suas práticas. Sendo assim, elaborou-se a seguinte questão norteadora: Quais informações acerca de feridas, curativos e coberturas devem ser contidas em uma tecnologia educativa fundamentada na realidade da unidade básica que os profissionais de saúde devem ter acesso? Tendo em vista a necessidade de maximização da assistência adequada e a constância no cuidado, esse trabalho teve como objetivo construir uma TE em saúde, sobre a sistematização de curativos para o tratamento clínico de feridas, em uma Unidade Municipal de Saúde. Desenvolvimento: O trabalho trata-se de um relato de experiência com base em um estudo metodológico. Esse estudo estabelece às etapas da estrutura conceitual; definição dos objetivos e população; construção dos itens; seleção e organização dos itens; e estruturação do instrumento (LEITE SS, 2018). A tecnologia educacional foi implementada na Sala de Curativos, em uma Unidade Municipal de Saúde, localizado na cidade de Belém (PA). A TE foi construída por meio de levantamento bibliográfico, tendo por finalidade agrupar informações sobre a sistematização de curativos para o tratamento clínico de feridas. Foram levados em consideração artigos publicados em português e inglês, entre os anos de 2013 a 2018, completos e gratuitos. Além disso, também foram utilizados livros clássicos da bibliográfica estudada. Foram utilizadas as bases de dados: PubMed e BVS, as fontes de dados foram a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e a Biblioteca Nacional de Medicina Instituto Nacional de Saúde dos EUA (Pub Med). A combinação de descritores foram os descritores: Ferimentos e Lesões AND Atenção Primária à Saúde AND Educação Continuada e Ferimentos e lesões AND Curativo oclusivo. A partir do levantamento de dados, foram identificadas, reunidos e sintetizados as melhores evidências disponíveis sobre o tema, de acordo com os critérios de inclusão, e suas formas de prevenção atreladas à assistência à saúde, para a construção da tecnologia a ser implantada. Toda a coleta foi agrupada e organizada no programa Excel 2007. Por se tratar de construção de TE baseada na literatura, não houve necessidade de aprovação do Comitê de Ética. No entanto, o projeto de construção do material obteve autorização institucional para a sua realização. Resultado: Após a construção dessa TE em saúde, foi organizado um dia de capacitação sobre atualização de feridas e coberturas, juntamente com a apresentação da TE elaborada, realizada na própria Unidade para a equipe de enfermagem, onde foram sanadas dúvidas sobre a temática abordada e esclarecido os concernes da sistematização juntamente com a importância da utilização da TE em saúde durante os procedimentos diários na rotina de atendimento. O convite à participação da equipe, foi realizado no intervalo do expediente de trabalho na Unidade, considerando o momento mais adequado para apresentação. Com isso, houve a exposição da TE em saúde e o objetivo do estudo, apresentando atualizações no cuidado de feridas e boas práticas na assistência à saúde. Por último, a TE em saúde foi implementada em um ponto estratégico da sala de curativos para a equipe de enfermagem, de fácil acesso e visualização no setor. A partir das informações obtidas durante o estudo e com as vivencia obtida no processo de educação continuada, evidenciou-se que a força de trabalho em saúde é reconhecida como pilar para o fortalecimento dos serviços de saúde, capaz de garantir maior acesso à saúde e serviços de boa qualidade. Contudo, apenas o aumento do número de profissionais não é suficiente, é preciso garantir que estes profissionais sejam capazes de atender as demandas e necessidades de cada população. Nesse sentido, a Organização Mundial de Saúde sinaliza a importância da educação e da formação contínua dos profissionais de saúde. Para tanto, tem sido necessária uma formação com conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias como diferencial para a prestação de um cuidado integral, interprofissional, seguro e com qualidade, caracterizando a indispensabilidade de alta performance no contexto de formação e no ambiente de trabalho. Sendo assim, observa-se a importância da efetivação do presente estudo nesse processo de capacitação no que tange os cuidados com feridas, curativos e coberturas, para contribuir na melhor oferta assistencial do paciente na unidade básica. Considerações finais: A equipe de enfermagem é a maior responsável pela assistência no cuidado de feridas, fazendo-se imprescindível o conhecimento e domínio teórico-prático no decorrer dessas ações, para minimizar e prevenir novas incidências desses acometimentos. Espera-se que esta pesquisa possa contribuir para o cuidado de feridas, atuando de forma efetiva no processo de cicatrização, prevenção e controle de infecções e agravos, possibilitando também a realização de mais estudos voltados para essa abordagem. |
10846 | AÇÕES DE PROMOÇÕES A SAÚDE SOBRE DIABETES MELLITUS E HIPERTENSÃO ARTERIAL PARA POPULAÇÃO NO INTERIOR DO AMAZONAS Elisson Gonçalves da Silva, Rodrigo Silva Marcelino, Daniela Gomes de Souza, Jéssica Karoline Alves Portugal AÇÕES DE PROMOÇÕES A SAÚDE SOBRE DIABETES MELLITUS E HIPERTENSÃO ARTERIAL PARA POPULAÇÃO NO INTERIOR DO AMAZONASAutores: Elisson Gonçalves da Silva, Rodrigo Silva Marcelino, Daniela Gomes de Souza, Jéssica Karoline Alves Portugal
Apresentação: Ações educativas estão relacionadas a uma temática de diversos assuntos que envolvem a teoria e a pratica, atrelada por informações de saúde-doença no qual se faz necessário propor e executar atividades com o intuito de prevenir ou retardar o surgimento de doenças. Nesse sentido, as orientações são essenciais para qualidade de vida de uma sociedade, pois a mesmo nem sempre possui informações de doenças silenciosas tais como diabetes mellitus e Hipertensão arterial sistêmica. A incidências dessas doenças agudas e crônicas está aumentando não só no Brasil, mas no mundo todo afetando principiante jovens e adultos. No entanto, as complicações dessas doenças é um reparo de alerta a saúde pública, pois a diabetes é uma das primeiras causas de amputações aumentado também risco de adquirir doenças cardiovasculares e com isso possibilita internações hospitalares e afastamento dos indivíduos ao ambiente de trabalho. Objetivo: Relatar as vivências dos estudantes de enfermagem e fisioterapia sobre pacto positivo de ações educativas sobre Diabetes Mellitus e Hipertensão arterial para população no interior do Amazonas. Desenvolvimento: Trata-se de um relato descritivo. A imersão vivencial dos acadêmicos ocorreu durante ação educativa no dia mundial dos pobres realizada pelo Catitas Brasileira com parceria a igreja católica e a Universidade Federal do Amazonas (UFAM). O período da atividade aconteceu no mês de novembro de 2019 com participação de 200 pessoas do municípios de Coari- AM, tendo como público alvo jovens e adultos. Resultado: Participaram da palestra 20 pessoas, com faixa etária de 20 a 69 anos. Identificou-se 4 pessoas diagnosticadas com hipertensão e diabetes. A ação educacional proporcionou conhecimento teórico e prático a respeito da temática, permitindo que os participantes desenvolvessem conscientização a respeito da preocupante realidade do aumento de mortalidade que acompanha as doenças crônicas como hipertensão e diabetes. Diante disso, o repasse de informações em saúde pode contribuir para o desenvolvimento de boas práticas de saúde como por exemplo alimentação saudável e balanceada, práticas de exercício físicos e acompanhamento periódicos nas unidades básicas de saúde. Desta forma, é possível haver diminuição de pessoas hipertensas e diabéticas, principalmente aquelas de classe baixa que em regra são as mais afetadas por esses tipos de enfermidades. Considerações finais: Diante do exposto evidencia-se a importância da disseminação de informações em saúde para o público leigo ampliando o senso crítico e despertando a prática do autocuidado para o público leigo potencializando, garantindo desta forma, uma melhor qualidade de vida. |
11040 | A ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM AMBULATÓRIO PEDIÁTRICO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Izabella de Souza Rezende A ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM AMBULATÓRIO PEDIÁTRICO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Izabella de Souza Rezende
Apresentação: O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência vivenciada sobre a atuação da Terapia Ocupacional e seus impactos nos atendimentos em ambulatório pediátrico. A experiência deu-se através da realização de estágio não obrigatório ofertado pelo Hospital Federal Cardoso Fontes no Rio de Janeiro. O estágio não obrigatório teve início em abril de 2019 e término em janeiro de 2020. No ambulatório de pediatria são atendidas crianças com atraso global no desenvolvimento, Transtorno do Espectro Autista (TEA), Síndrome de Down, Paralisia Cerebral, além de algumas doenças raras, como Síndrome de Cornélia de Lange e Crouzon, entre outras. Desenvolvimento: Os atendimentos de Terapia Ocupacional ocorrem uma vez por semana durante 30 minutos e são atendidas cerca de 30 crianças por semana. São utilizados recursos lúdicos com músicas, brinquedos, jogos de estratégias e tabuleiros, tintas, lápis de cor, papel, entre outras. O brincar é o principal recurso terapêutico utilizado. Para a construção deste relato foi escolhido falar sobre a evolução de crianças que se enquadram no TEA, destacando duas crianças específicas, com idade entre 3 e 5 anos, mencionadas como C1 e C2.Grande parte das crianças ao chegarem no setor de Terapia Ocupacional encontram-se globalmente desorganizadas, esparramadas, algumas apresentam hipotonia de tronco, que pode dificultar a abordagem, extremamente agitadas, e algumas apresentam traços opositores. Resultado: No primeiro relato foi observado C1, que apresentava comportamento extremamente desafiador, não acompanhava as atividades propostas, não seguia a ordem de algumas brincadeiras, jogava os brinquedos para o alto e os atirava no chão rindo do que estava fazendo, chorava para ir embora pois não queria sair da sala. C2 apresentava comportamento parecido, muito opositivo, não conseguia compreender as etapas de tarefas simples, pegava as peças dos brinquedos todos juntos, não conseguia fazer as etapas uma por uma, muito esparramado ao sentar à mesa de trabalho, globalmente desorganizado e ao se irritar jogava os brinquedos no chão e se jogava também. Ao longo do trabalho realizado pelo setor de terapia ocupacional, tanto C1 quanto C2, tiveram o comportamento melhorado, passando a realizar as tarefas com melhor desempenho, com mais atenção, compreendendo as etapas e a ordem dos jogos e/ou brincadeiras, ampliando o vocabulário e melhorando significativamente a interlocução.Importante destacar que, além da melhora significativa no comportamento, também é notória a melhora das habilidades motoras grossa, fina, ao sentar, a consciência corporal e o brincar funcional. Ambas as crianças estão em processo de reabilitação e não estão aptas à alta das terapias até o presente momento, porém apresentam melhor desempenho na realização das atividades e no comportamento. A partir de simples combinados entre terapeuta e criança, trocas e, principalmente, elogios e incentivos, foi possível desenvolver um trabalho muito satisfatório e com grande evolução das mesmas. Considerações finais: A atuação da Terapia Ocupacional trás resultados positivos e é de extrema importância para o desenvolvimento global de crianças com TEA, visa melhor desempenho, aprendizagem, compreensão, autorregulagem e habilidades sociais. |
11074 | CAFÉ COM PROSA – UM PROJETO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA EM SAÚDE PARA PACIENTES DE UM PROGRAMA DE DIÁLISE PERITONEAL Vanessa Crysthina Araujo Franco de Sá, Viviany Abreu de Souza Zerbinato, Maria Valéria de Oliveira Magalhães, Giselle dos Santos Coelho, Natália Carolina Mendes Cesário, Andréia da Silva Machado, Aparecida Ferreira Furriel CAFÉ COM PROSA – UM PROJETO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA EM SAÚDE PARA PACIENTES DE UM PROGRAMA DE DIÁLISE PERITONEALAutores: Vanessa Crysthina Araujo Franco de Sá, Viviany Abreu de Souza Zerbinato, Maria Valéria de Oliveira Magalhães, Giselle dos Santos Coelho, Natália Carolina Mendes Cesário, Andréia da Silva Machado, Aparecida Ferreira Furriel
Apresentação: A diálise peritoneal consiste em um tipo de terapia renal substitutiva disponível para tratamento de pacientes com doença renal crônica em estágio V. O tratamento é realizado no domicílio e é necessário que o paciente e seus cuidadores passem por um processo de capacitação, realizado por profissionais capacitados integrantes de um programa de diálise peritoneal. Além disso, percebeu-se que há uma necessidade que essas informações sejam mantidas de forma continuada para sucesso da terapia. Para tanto, é importante intervenções de educação continuada em saúde a fim de promover ampliação de conhecimento e desenvolvimento de habilidades em diálise peritoneal. Portanto, este trabalho se propõe a descrever o funcionamento do projeto “café com prosa” direcionado aos pacientes de um programa de diálise peritoneal. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência acerca do projeto “café com prosa”, que teve início em 2009, através da iniciativa da equipe multidisciplinar de um programa de diálise peritoneal que atua em um hospital universitário da região sudeste. Esse projeto surgiu da necessidade de promoção de educação continuada em saúde de forma permanente aos pacientes e familiares admitidos neste programa. O projeto “café com prosa”, é composto de três partes, a coleta de exame mensal pelos profissionais habilitados do programa com dia pré agendado, uma palestra ministrada por um integrante da equipe ou um convidado, com definição prévia do assunto, e por fim, um lanche que é oferecido parte pelo hospital e parte por participação dos próprios pacientes em diálise peritoneal. O cronograma das palestras é feito anualmente, onde é levado em consideração as demandas dos pacientes, que são escutadas pela equipe durante o ano, as complicações mais relevantes no período, como também comemoração de datas festivas. Os temas mais abordados são: uso correto das medicações, cuidados com cateter de diálise, prevenção e controle de infecção, transplante renal, atividade física, enfrentamento da doença, alimentação adequada, direitos do paciente renal, entre outros. O “café com prosa” promove encontros mensalmente para pacientes e cuidadores na unidade de nefrologia, permitindo a interação e conhecimento das dificuldades e sucessos entre os pacientes, com direcionamento da equipe. Resultado: As dinâmicas e oficinas utilizadas para abordagem dos temas pré-determinados definidos em reunião da equipe multidisciplinar são levadas aos pacientes por um profissional da equipe ou convidado externo, sempre de forma interativa para auxiliar na ampliação do conhecimento já adquirido durante tratamento. Através das intervenções propostas, pacientes e familiares estabelecem relação de maior aproximação com equipe, permitindo maior vínculo, redução dos medos, ansiedade e complicações na técnica da diálise. Considerações finais: Consideramos que esse projeto melhora o conhecimento dos pacientes em relação ao seu tratamento, ajudando a tirar dúvidas e promovendo empoderamento para suas tomadas de decisões. Ainda, fortalece os laços com equipe, paciente e família, possibilita a interação entre os pacientes do programa e proporciona a troca de experiências e ampliação da rede de apoio. Dessa forma, gera promoção de autocuidado, autonomia, maior controle de complicações e um enfrentamento positivo. |
11123 | A PESQUISA COMO INSTRUMENTO DE QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA Elzimar Peixoto Pinto, Mônica Cola Cariello Brotas Corrêa Corrêa, sheila Cristina de Souza Cruz, Tânia Mara Machado, Sandra Soeiro BOf, Leonardo Araújo Vieira, Ariana Nogueira Nascimento, Geneilcimar Geneilcimar dos Santos Ferreira, Fátima Silva A PESQUISA COMO INSTRUMENTO DE QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA NO MUNICÍPIO DE VITÓRIAAutores: Elzimar Peixoto Pinto, Mônica Cola Cariello Brotas Corrêa Corrêa, sheila Cristina de Souza Cruz, Tânia Mara Machado, Sandra Soeiro BOf, Leonardo Araújo Vieira, Ariana Nogueira Nascimento, Geneilcimar Geneilcimar dos Santos Ferreira, Fátima Silva
Apresentação: A condução de uma prática humanizada e baseada em evidências tem sido o desafio constante para os sistemas de saúde. Fugir do tecnicismo decorrente do modelo flexineriano requer a mudança de práticas que demandam novas competências, habilidades e atitudes. Ao mesmo tempo, faz-se necessário garantir práticas baseada em evidências que permitam eficiência e eficácia para promoção da saúde e qualidade de vida em programas economicamente viáveis. Tradicionalmente, cabe às instituições de ensino a responsabilidade da investigação científica e ao serviço a aplicação técnica. Para mudar esta tradição, o município de Vitória vem adotando estratégias de integrar e fomentar a pesquisa frente as necessidades da rede de atenção à saúde, superando a dicotomia entre o serviço e ensino, a pesquisa e a aplicação técnica. Desenvolvimento: A criação da ETSUS Vitória, em 2011 resultou de um longo processo de aprimoramento da implementação da Política Nacional de Educação Permanente como diretriz para o processo de formação e integração ensino, serviço e comunidade no município de Vitória. Nesta direção, houve avanço no planejamento em saúde-ensino, bem como na construção de diretrizes para linhas de pesquisas prioritárias as quais buscam perpassar um papel regulatório e cartorial no desenvolvimento das pesquisas. Assim, ocorreu um fortalecimento das pesquisas por meio das diretrizes para temáticas prioritárias, iniciando em 2008 um processo de reorientação das linhas de pesquisas com atualização bianual. Este processo de reorientação da pesquisa na rede de saúde ganha força a partir de 2017 com a criação de um grupo de trabalho que objetivou realizar um diagnóstico da pesquisa na rede de saúde municipal, avaliar os fluxos de solicitação de pesquisa por áreas temáticas, descrever como o resultado das pesquisas e seus impactos alcançavam e influenciavam as tomadas de decisão dos gestores, bem como as práticas de saúde dos profissionais dos serviços. Enfim, por meio deste diagnóstico construir novas alternativas e estratégias para fomento à pesquisa na Secretaria de Saúde do município de Vitória (SEMUS), de modo a fortalecer as pesquisas desenvolvidas e aprimorar os processos de trabalho e a formação na Atenção Primária e toda rede de serviços. O grupo de trabalho coordenado pela ETSUS Vitória e com representação das gerências da SEMUS, concluiu que a regulação das pesquisas na SEMUS deveria se dar via edital, instrumento legal em que os temas de interesse de pesquisa nos serviços de saúde de Vitória ficariam claramente expostos. Definiu-se ainda, que os dados primários do município e o acesso aos servidores e/ou munícipes nos espaços do serviço deveriam ser priorizados para pesquisas que respondam aos temas do edital. Desta forma, foi realizada regulamentação do desenvolvimento das pesquisas definindo por meio de Edital as áreas prioritárias de estudos frente as necessidades locais. Para isso, foi utilizado como referência o diagnóstico de saúde de Vitória publicado no final de 2017, o plano de ação 2018-2021 e a consulta as diversas gerências da SEMUS resultando no documento para elaboração do primeiro edital de regulamentação das pesquisa na SEMUS. Como resultado desse processo de reorganização da Política de Pesquisa na SEMUS, em novembro de 2018 foi publicado o Edital Nº 001/2018, Chamada Pública para Projetos de Pesquisa prioritários para o desenvolvimento do Sistema Único de Saúde na SEMUS, que definiu 09 (nove) linhas temáticas prioritárias, a saber: Politica, Planejamento, Gestão e Avaliação em Saúde; Epidemiologia da Mortalidade, Agravos, Doenças Crônicas e Doenças Transmissíveis no município de Vitória; Vulnerabilidade e Saúde; Promoção da Saúde, Determinantes Sociais e Prevenção de Doenças; Vigilância em Saúde; Violência; Educação e Formação em Saúde; Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde; Controle Social e Participação Popular. Além da ampla socialização do projeto para os setores internos e órgão parceiros, em especial instituições de ensino, definiu-se também pela formalização de uma comissão técnica de pesquisa, com representação de várias gerências e dos trabalhadores de saúde dos serviços, com as atribuições de analisar, autorizar, acompanhar e monitorar os projetos de pesquisas, bem como fomentar a Pesquisa na rede municipal de saúde. Esta Comissão de Pesquisa municipal foi institucionalizada por meio da Portaria nº 023/2018 e desenvolve desde 2019 suas atividades na promoção da pesquisa e aprimoramento dos serviços de saúde por meio da inovação, conhecimento e formação. O processo de constituição da Comissão foi acompanhado pela informatização da submissão eletrônica de projetos utilizando o Sistema de Gestão Municipal Rede Bem Estar (SGM-RBE), visando dar mais agilidade e celeridade ao processo de monitoramento das pesquisas. Resultado/impacto: As mudanças no planejamento e no fluxo da pesquisa na Rede de Saúde de Vitória permitiu uma aproximação maior entre as investigações científicas em curso no município e os problemas que demandam solução em Vitória. Das 48 pesquisas analisadas no município em 2019, cinco destas envolvem grandes projetos em áreas de grande necessidade de evidências que indiquem e respaldem uma prática interventiva eficaz. Em 4 dessas pesquisas há participação direta de profissionais como pesquisadores colaboradores do município, viabilizando um desenho metodológico e construção de objetivos que atendam as demandas reais dos territórios em saúde. Houve crescente socialização dos resultados para a rede e até o momento dois Seminários de Pesquisas já foram realizados para divulgação dos estudos para que os gestores, conselhos de saúde, parceiros e profissionais da rede tomasse conhecimento das pesquisas, bem como apresentassem suas experiências. A abertura de espaço de divulgação de resultados fez surgir interesse dos profissionais para divulgar suas experiências exitosas, as investigações desenvolvidas no serviço, em sua maioria resultante da integração ensino e serviço. Esta aproximação, troca e diálogo entre resultados de pesquisas, vinculadas a alguma instituição de ensino de nível superior, e experiências exitosas realizadas pelos profissionais de saúde tem sinalizado para a importância cada vez maior de fortalecer o olhar investigativo no dia a dia dos serviço. Considerações finais: A transformação no processo da pesquisa na rede SEMUS está em suas etapas iniciais, mas já resulta em maior integração entre a academia e serviço, debate, agilidade, transparência e, sobretudo maior relevância dos temas pesquisados para o fortalecimento da assistência à saúde. A próxima etapa será direcionada ao investimento em formação, capacitação e fomento dos profissionais do serviço para que desenvolvam pesquisas a partir das suas demandas diárias do trabalho. Ao pautar a pesquisa como um importante aspecto qualificador da atenção primária de Vitória, seguimos para efetivar de fato as premissas da Educação permanente, tornando indissociável ensino e serviço e conduzindo investigações científicas que tomem o trabalho em saúde e suas demandas como ponto de partida e de chegada. |
11135 | CONSTRUÇÃO DE TECNOLOGIA EDUCATIVA SOBRE PRIMEIROS SOCORROS PARA POPULAÇÕES RIBEIRINHAS DO AMAZONAS Rodrigo Silva Marcelino, Abel Santiago Muri Gama CONSTRUÇÃO DE TECNOLOGIA EDUCATIVA SOBRE PRIMEIROS SOCORROS PARA POPULAÇÕES RIBEIRINHAS DO AMAZONASAutores: Rodrigo Silva Marcelino, Abel Santiago Muri Gama
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11566 | MEDIDAS PROTETIVAS E PREVENTIVAS NO GRUPO DE HIPERTENSOS E DIABÉTICOS – ESF TANCREDO NEVES Karol dos Santos Moro, Camila da Silva Alves, Mylena Stefany Silva dos Anjos, Nathália Arnoldi Silveira, Themis Goretti Moreira de Leal Carvalho MEDIDAS PROTETIVAS E PREVENTIVAS NO GRUPO DE HIPERTENSOS E DIABÉTICOS – ESF TANCREDO NEVESAutores: Karol dos Santos Moro, Camila da Silva Alves, Mylena Stefany Silva dos Anjos, Nathália Arnoldi Silveira, Themis Goretti Moreira de Leal Carvalho
Apresentação: Sendo a Saúde Coletiva uma área de conhecimento e âmbito próprio de práticas, pode ser considerada como um campo de conhecimento de natureza interdisciplinar cujas disciplinas básicas são a epidemiologia, o planejamento/administração de saúde e as ciências sociais em saúde, a qual por ser muito ampla abrange muitos profissionais que estão inseridos nas Estratégias Saúde da Família. Nas Estratégia Saúde da Família são executados programas que visam a promoção e prevenção, e um que destaca-se é o de controle de hipertensão e diabetes, pois Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus fazem parte das doenças crônicas não transmissíveis mais preocupantes nos dias atuais. O estudo teve como objetivo determinar as condições de saúde e os fatores de riscos do grupo de hipertensos e diabéticos, levando-os a refletir sobre a importância de uma alimentação saudável, com uma rotina de exercícios físicos para que os níveis das suas respectivas patologias, mantenham-se controlados e, assim, diminuindo as taxas de mortalidade relacionadas às mesmas. Método de Estudo A pesquisa caracterizou-se como um estudo descritivo exploratório que foi desenvolvido na Estratégia de Saúde da Família Tancredo Neves, na cidade de Júlio de Castilhos (RS). Os dados foram coletados através da aplicação do questionário Finrisk (Finnish Diabetes Association), o qual foi adaptado para a pesquisa. Oficinas de Educação em Saúde foram realizadas para a reflexão dos resultados com os participantes. Resultado: Participaram da pesquisa 17 pacientes, sendo 71% (n=12) do gênero feminino e 29% (n=5) do gênero masculino. As idades variaram entre 45 e 80 anos. A medida da circunferência abdominal variou de 100 à 120cm, considerada acima do valor ideal definido pela literatura (mulheres abaixo de 88cm, e homens abaixo de 102cm). Em relação à pratica de atividade física regularmente, 41% (n=7) respondeu que não pratica, 35% (n=6) afirmou praticar e 24% (n=4) relatou que realiza atividade física às vezes. Quando questionados sobre o consumo de vegetais, frutas e legumes o resultado foi de 94% (n=16) afirmam comer diariamente e apenas 6% (n=1) relatam consumir só as vezes. A maioria dos pacientes não consomem frituras, salgados ou carnes gordas (47%, n=8), 29% (n=5) afirmam comer com frequência e 24% (n=4) fazem a ingestão dos produtos às vezes. A maior parte 59% (n=10) não fuma, 35% (n=6) já fumou e 6% (n=1) fuma as vezes. Todos os pacientes entrevistados são hipertensos, e fazem o uso de medicamentos para controlar a Hipertensão Arterial, e uma minoria apresenta Diabetes Mellitus. Através da realização de Oficinas de educação em saúde foi possível um debate que permitiu uma tomada de decisões importantes para o grupo. Considerações finais: Com base nos resultados da pesquisa percebemos a necessidade do trabalho interdisciplinar contínuo com os hipertensos e diabéticos, buscando sempre a reflexão de temas que promovam medidas preventivas e de proteção à saúde, que melhorem a qualidade de vida e reduzam os fatores de riscos a que estão expostos. |
11570 | A COORDENAÇÃO DO CUIDADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE: PERCEPÇÃO DAS EQUIPES DE NITERÓI (RJ) NO CUIDADO AOS PACIENTES HIPERTENSOS EM REABILITAÇÃO POR ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) Caio Eduardo teixeira da silva Sousa, Fabiana de Gusmão Cunto Heeren Macedo, Fabiano Tonaco Borges, Patricia Daflon Vilas Boas Augusto, Cadu Duarte Silva A COORDENAÇÃO DO CUIDADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE: PERCEPÇÃO DAS EQUIPES DE NITERÓI (RJ) NO CUIDADO AOS PACIENTES HIPERTENSOS EM REABILITAÇÃO POR ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)Autores: Caio Eduardo teixeira da silva Sousa, Fabiana de Gusmão Cunto Heeren Macedo, Fabiano Tonaco Borges, Patricia Daflon Vilas Boas Augusto, Cadu Duarte Silva
Apresentação: O aumento da carga de doenças crônicas e o envelhecimento populacional, torna necessário que os pacientes percorram outros níveis de atenção com maior frequência. Isso impõe desafios sobre o sistema único de saúde(SUS), bem como para os profissionais que coordenam o cuidado entre diferentes níveis de atenção. O elemento essencial da coordenação do cuidado é a continuidade, que por sua vez é alcançada por meio do acompanhamento e comunicação centralizada na equipe de saúde. Entretanto, um dos grandes desafios do SUS é a fragmentação que interfere nas potencialidades da coordenação do cuidado. Para que se possa atingir uma coordenação eficiente e efetiva com uma resposta integral aos problemas dos usuários é preciso além de uma APS robusta, abrangente e fortalecida. Nesse sentido, devido ao papel central dos profissionais de saúde, os objetivos deste estudo são: analisar a coordenação do cuidado em pacientes hipertensos em reabilitação por AVC, descrever a percepção das equipes de saúde sobre a coordenação do cuidado desses pacientes, identificar as dificuldades percebidas por estes profissionais e discutir as estratégias utilizadas pelos profissionais que facilitam a coordenação do cuidado. Método: Foram realizados três grupos focais com equipes de saúde da família, em três unidades de PMF no município de Niterói (RJ) em maio e junho de 2019. Este grupo focal foi mediado por um roteiro de debates. Todos os participantes assinaram os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido. A análise desses dados foi através da análise temática de conteúdo. Com a elaboração de categorias com destaque às regularidades e aos significados atribuídos à experiência de acesso, longitudinalidade, integralidade e coordenação do cuidado na visão dos profissionais. Resultado: A coordenação do cuidado em usuários em reabilitação por AVC é um grande desafio para os profissionais da APS, isso acontece devido às dificuldades encontradas pelos usuários como o longo tempo de espera de encaminhamentos e exames, rotatividade dos pacientes no território, pacientes referenciados para locais distantes, desvalorização da APS como porta de entrada e as referências e contra referências. Apesar dessas dificuldades, os profissionais ainda criam algumas estratégias para superação do modelo que os foi imposto como valorização do papel dos ACS, a utilização de meios informais para prestação de cuidado, gestão compartilhada entre os níveis de atenção e a rede informal complementar como as clínicas populares e a rede privada. Considerações finais: Coordenar o cuidado no atual contexto da saúde o qual estamos inseridos de desmonte do SUS, com medidas de austeridade fiscal e novas formas de financiamento da ESF se torna um desafio constante. Portanto, para que APS se expanda e consiga prover a assistência de qualidade, integral com uma coordenação do cuidado fortalecida é necessário investimentos em serviços, com implantação de um prontuário único em todo o município incluindo os sistemas públicos e privados da saúde, melhora do fluxo de atendimentos com redução das filas de espera e investimentos em recursos humanos, com incentivos aos profissionais de todos os níveis de saúde, educação em saúde permanente e integração dos profissionais das redes. |
11732 | PERFIL DE INTERNAÇÃO DA POPULAÇÃO RIBEIRINHA DA REGIÃO DO BAIXO AMAZONAS E ÁREAS ADJACENTES, AM. Thalita Renata Oliveira das Neves Guedes, Julio Cesar Schweickardt, Ana Elizabeth Sousa Reis, Izi Caterini Paiva Alves Martinelli dos Santos, Letícia Victoria das Neves Sales, Daniela Estephany Soares da Silva PERFIL DE INTERNAÇÃO DA POPULAÇÃO RIBEIRINHA DA REGIÃO DO BAIXO AMAZONAS E ÁREAS ADJACENTES, AM.Autores: Thalita Renata Oliveira das Neves Guedes, Julio Cesar Schweickardt, Ana Elizabeth Sousa Reis, Izi Caterini Paiva Alves Martinelli dos Santos, Letícia Victoria das Neves Sales, Daniela Estephany Soares da Silva
Apresentação: O território Amazônico possui aspectos políticos, culturais e sociais diversos. Dentre essa diversidade de territórios, está o município de Parintins (AM), localizado à margem direita do rio Amazonas, distante 372 quilômetros em linha reta da capital Manaus, município polo da Região do Baixo Amazonas. Os municípios que compõem a região de saúde são os seguintes: Parintins, Barreirinha, Nhamundá, Maués, Boa Vista do Ramos. A área indígena, de gestão do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Parintins abrande todos os municípios, com exceção de Boa Vista do Ramos. A região é profundamente marcada pelo ciclo das águas. A pesquisa faz parte do projeto “Acesso da População Ribeirinha à Rede de Urgência e Emergência no Estado do Amazonas, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e coordenado pelo Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia (Lahpsa). A Rede Urgência e Emergência do município conta com duas estruturas de média complexidade, com escalas de urgência e emergência e internação. Os dois hospitais ofertam cento e vinte nove (129) leitos, distribuídos da seguinte forma: sessenta e oito (68) no Hospital Regional Dr. Jofre de Matos Cohen e sessenta um (61) no Hospital Padre Colombo. O primeiro hospital é de gestão municipal e oferece os serviços: internação em Clínica Médica, Obstetrícia, Neonatologia, Odontologia, Cirurgias (eletivas e urgências) e Cardiologia, além de 04 leitos de Cuidados Intermediários (UCI), Laboratório de Análises Clínicas e exames de imagem (radiologia, mamografia e USG). O segundo hospital, serviço filantrópico da Igreja Católica, sem fins lucrativos é referência em pediatria e atendimento ambulatorial em ortopedia, cirurgia ortopédica, dispõe ainda dos serviços de internação, Clínica Médica, Obstetrícia, Neonatologia, posto de coleta de banco de leite e um leito para cuidados intensivos. Este estudo objetivou caracterizar o perfil de internação hospitalar da população ribeirinha do Baixo Amazonas e comunidades adjacentes, nos anos de 2017 a 2018, tendo em vista a presente transição epidemiológica vivida pelo Brasil, e dos altos valores gastos pelo setor público em serviços hospitalares. Método: Entende-se por internação a permanência de um usuário por mais de 24h no serviço de urgência e emergência. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Internação Hospitalar (SIH). Para este estudo foram eleitas as variáveis: sexo, faixa etária, procedência do usuário e causa da internação. Os dados extraídos do SIH foram organizados em planilhas do software Microsoft Excel 2010. Além disso, foram acessados os espelhos da Autorização de Internação Hospitalar (AIH) em QRP e convertidos em PDF, a fim de qualificar as variáveis “bairro de residência” e “diagnóstico principal”. Para categorização da variável “procedência do usuário” foram comparados os dados do endereço com a lista de comunidades ribeirinhas disponível no Plano Diretor (2006) e no Plano Ação da Malária (2017), de Parintins (AM). A categorização da “causa de internação”, por sua vez, foi realizada a comparação do diagnóstico principal com os grupos do CID 10. Ao final, os dados foram analisados através da estatística descritiva, considerando o número absoluto e frequência dos dados em cada variável. Resultado: De 3255 internações, a população ribeirinha corresponde a 28% (911), procedentes principalmente da Região da Gleba Vila Amazônia (22%), da Área indígena do Baixo Amazonas (13%) e da área Ribeirinha de Barreirinha (AM) (10%). A primeira causa de internação é a “Gravidez, parto e puerpério”, corresponde a 60,39%. do total de internação. No período de estudo, foram realizados 602 partos, sendo 499 (83%) partos espontâneos sem complicações e 103 (17%) partos por cesareana. Desta forma, verificou-se que as mulheres no ápice da idade reprodutiva, na faixa etária entre 20 e 29 anos, correspondem ao principal gênero de pacientes internados. E ainda que existe o predomínio de internações por causas obstétricas sobre as de causas não obstétricas. Em segundo lugar, com 16,04% das internações estão as “Doenças do Aparelho Digestivo”, sobretudo em idosos, crianças e imunodeprimidos, são as infecções gastrointestinais, sendo a doença diarreica uma das principais nesse âmbito, o que demonstra, mesmo diante da evidente transição epidemiológica que o Brasil vive, características marcantes típicas de países em desenvolvimento. Desta forma, a vigilância da qualidade da água para consumo humano deve ser prioridade da gestão municipal, pois visa garantir que a água consumida pela população atenda ao padrão e normas estabelecidas na legislação vigente – Portaria MS no. 518/2004 e para avaliar os riscos que a água consumida representa à saúde humana. Em terceiro lugar com 8,35% as “Causas Externas de morbidade e mortalidade”, principalmente decorrente de queda de mesmo nível, acidentes de transporte terrestre e acidentes com animais peçonhentos, este último apresenta alta incidência de acidentes ofídicos (39 acidentes/100 mil habitantes), no Amazonas, concentrados na porção leste do estado e no município de São Gabriel da Cachoeira. Indivíduos do sexo masculino, adultos jovens e idosos compõe esse grupo. Além disso, o afogamento no grupo etário de crianças e adolescentes aparece dentre as principais ocorrências de causas externas. Os achados são semelhantes a resultados de outros estudos sobre morbidade hospitalar por causas externas na Região Norte do Brasil, inclusive a crescente internação dos por acidentes de transportes terrestres. Em quarto lugar, com 4,42%, destacam-se as “Doenças do aparelho respiratório”, e quanto às principais causas de óbitos durantes as internações, destacam-se, respectivamente: as doenças do aparelho respiratório e as doenças infectocontagiosas como a tuberculose pulmonar e a leishmaniose. É importante ressaltar, que o Amazonas apresentou em 2018, o maior coeficiente de incidência de tuberculose do país, perfazendo 72,9 casos por 100 mil habitantes. Neste estudo, observou-se a predominância das internações em caráter de urgência sobre as de caráter eletivo. Por definição, as internações eletivas são aquelas nas quais é possível o agendamento da hospitalização, diferentemente das internações consideradas de urgência e emergência, cuja situação pode levar à morte por não atendimento. Considerações finais: Por meio desta pesquisa, conclui-se que a maioria das internações hospitalares foi de pacientes do sexo feminino, no qual a faixa etária predominante nas internações foi de 20 a 29 anos, com a maior parcela dos pacientes internados de cor parda e indígenas. O caráter de atendimento predominante foi por urgência. Os maiores motivos das internações relacionam-se à gravidez, parto e puerpério, o que condiz com a faixa etária e gênero sexual predominante, inclusive com o próprio caráter de urgência/emergência majoritário. Nesse sentido, espera-se que este estudo embase a organização dos leitos do município, propicie a sensibilização das equipes de saúde no que tange à prevenção de agravos de saúde e respectivas consequências e uso dos serviços hospitalares e ainda reforce a necessidade de reordenação dos serviços de atenção primária nas regiões ribeirinhas, incluindo os serviços de urgência básica. A inclusão da parteira nas equipes de saúde básica também é essencial para diminuição de internações por parto vaginal sem complicações. |
11738 | AUTOETNOGRAFIAS, MEMÓRIAS E NARRATIVAS ENTRE CLÍNICAS (IN)COMUNS – ITINERÁRIOS DE TRABALHO E CUIDADO EM SAÚDE Rui Teixeira Lima Jr, Túlio Batista Franco AUTOETNOGRAFIAS, MEMÓRIAS E NARRATIVAS ENTRE CLÍNICAS (IN)COMUNS – ITINERÁRIOS DE TRABALHO E CUIDADO EM SAÚDEAutores: Rui Teixeira Lima Jr, Túlio Batista Franco
Apresentação: Trata-se de uma pesquisa autoetnográfica que objetivou apresentar reflexões entre os processos de produção de uma clínica (in)comum a partir de experiências clínicas como profissional de psicologia no âmbito da estratégia Saúde da Família (ESF) lotado no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), em contextos de trabalho e cuidado em saúde por meio da elaboração de memórias-narrativas com objetivo de compreender os processos bio e necropolíticos que atravessam os processos de trabalho e cuidado em saúde. Desde o final dos anos 80 e início dos 90, a partir da elaboração e aprovação da Constituição de 1988, acompanhamos algumas experiências de inserção de profissionais de psicologia nas políticas públicas, bem como os desdobramentos relativos à atuação nas instituições pertencentes a garantia de direitos sociais. Em especial no setor saúde, destacam-se desafios no deslocamento da atuação ambulatorial centrada no indivíduo, para uma prática integrada que comporte os aspectos biopsicossociais que compõem processos de singularizações entre os distintos territórios assistidos – pautada numa aposta em uma clínica (in)comum e a prática do trabalho em saúde que supere as hierarquizações entre as práticas e técnicas e saberes ditos específicos versus os ditos populares – bem como os processos sociais e históricos que permeiam as emergências territoriais. A importância desta pesquisa se dá no escopo do campo de discussão acerca das práticas em psicologia nas políticas públicas, tanto no nível setorial quanto intersetorial, especialmente no setor saúde quando nos ocupamos com a construção e ampliação da Atenção Básica (AB) via ESF. A estratégia da formação de redes de cuidado, rearranjos para a implementação de intervenções clínicas através do trabalho compartilhado, emerge como aposta para o manejo das intervenções. Ao passo que possibilita bifurcações alternativas para coexperimentação clínica, possibilitando deslocamentos na atuação clínica condicionada aos moldes clássicos. No contemporâneo, faz-se necessária a compreensão dos modos pelos quais essas articulações operam, bem como as possibilidades de agenciamentos entre os distintos órgãos públicos e suas respectivas políticas e alianças comunitárias, entre os diversos vetores de poder e saber que imprimem forças de controle sobre os corpos (coletivos e individuais) no contexto de governamentalidade bio e necropolítica nas sociedades de controle, possam possibilitar alternativas aos padrões biomedicalizantes de trabalho e cuidado em saúde. A partir destes traços e movimentações das práticas de cuidado acompanhamos uma espécie de artificialidade nas ações de cuidado contemporaneamente. Construindo um situacionismo no mundo do cuidado tendo em vista as tensões entre um agir-usuário e um agir-trabalhador no processo do trabalho em saúde e produção do cuidado. O itinerário metodológico deu-se por meio de revisão bibliográfica acerca das pesquisas de memórias; narratividade; e inserção de profissionais em psicologia no âmbito da AB; revisão da noção de “clínica” no contexto das sociedades de controle bio/necropolíticas; revisão documental relativas à ESF, Núcleo de Apoio de Saúde da Família; além da sistematização de memórias-narrativas a partir da adoção da autoetnografia. Foi possível identificar as contribuições teórico-conceituais acerca das associações entre nas noções de Biopolítica e Necropolíticas aos processos de trabalho e cuidado em saúde no âmbito da Estratégia Saúde da Família. Ainda, a presente pesquisa apresentou as contribuições e limites teóricos-metodológicos dos estudos autoetnográficos no âmbito da Saúde Coletiva. A atuação em psicologia está associada há uma noção de um fazer clínico, que também é político. No campo da produção de clínicas (in)comuns no escopo do trabalho e cuidado em saúde, no contexto das sociedades de controle e dominação bio-necropolíticas, a disputa entre potencialidades e vetores de dominação se dá a partir da imanência das composições moleculares entre os corpos e afetos. Assim, o trabalho e cuidado em saúde nas políticas públicas atravessa territórios existenciais constituídos por instituições, enunciados coletivos, corpos, desejos, arranjos habitacionais e produção de coletividades. O território, ao mesmo tempo que possui características já dadas, pré-estabelecidas, possuiu também possibilidades para novos processos inventivos entre virtualidades e realidades. Isso posto, cabe afirmar que o plano da clínica se constitui pela relação entre a clínica e o não clínico: entre a clínica e a política, entre a clínica e a filosofia, entre a clínica e a arte, entre a clínica e os diferentes domínios da ciência é afirmar que o fazer em psicologia está aliado com o não fazer da psicologia, da clínica com o não clínico, e etc. Com isso, na travessia de experimentações clínicas – e investigativa – através dos cenários de atuação em psicologia na ESF/NASF, se deu por meio de um agir que é ao mesmo tempo estético e político, no qual cartografamos processos, movimentos e enunciados. Muitas vezes não sabemos a que estamos sendo levados a servir, se nos atendimentos sustentamos os chamados ideários sociais dominantes - com os conceitos fiscalistas e normativos de saúde - ou se estamos estabelecendo vias de resistência e criação. Em ato, na maioria das ocasiões, operamos entre o “e”, possibilitando ziguezagueios entre as estruturas duras - do que chamei de redes de contenção da vida - e as ilhotas de resistências e criação de devires – as redes de produção de vida nas entranhas de conceitos pré-estabelecidos e naturalizados, existem vetores que perpassam a história coletiva, atravessando e interferindo em incontáveis vidas. A breve genealogia da clínica aqui exposta, a partir das ideias de Michell Foucault, buscou novas perspectivas e problematizações acerca da produção de territórios existenciais no contexto das políticas de saúde e subjetivação. Por meio desta reflexão, tentei contribuir para uma problematização em relação as concepções consagradas e hegemônicas que capturam as práticas e ações da produção da clínica, para pensar sobre as composições comunitárias e transversais aos processos de saúde-doença que constituiriam clínicas (in)comuns. Para isso, tentei estabelecer um encontro entre um mosaico de fragmentos que trouxessem à tona experiências do trabalho em saúde em ato, com suas complexidades e tensionamentos. Atentei aos processos de construção histórica pelos quais tais noções foram submetidas para instituírem-se com os significados que possuem contemporaneamente. Agenciamentos e atravessamentos que se passam entre aqueles que se envolvem em uma situação clínica (profissional-paciente); pois quando afirmamos (na qualidade de profissional de saúde, no caso psicólgo) que acompanhamos clinicamente alguém, não podemos supor que somente um deles seja o definidor pelo processo de cuidado – ou ato de acompanhar. Quando estamos acompanhados é porque algo que se passa entre nós: eu acompanho você se, e somente se, você me acompanha, pois do contrário seríamos obrigados a supor essa situação insólita de um acompanhante sem acompanhamento. Neste interstício da relação, nesse ponto ilocalizável ou nesse não lugar (um u-topos) que a experiência clínica (in)comum se situa. Tratou-se de assumir os lugares de afirmação de movimentos atentos as percepções singularizantes em ato, numa espécie de tessitura de receptividades das e nas experimentações da clínica por meio de minha inserção na ESF enquanto psicólogo clínico. |
11741 | PSICOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO EM UM NÚCLEO AMPLIADO DE SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF- AB) Flávia Alves da Silva, Esequiel Pagnussat PSICOLOGIA NA ATENÇÃO BÁSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO EM UM NÚCLEO AMPLIADO DE SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF- AB)Autores: Flávia Alves da Silva, Esequiel Pagnussat
Apresentação: A atenção à saúde é estruturada em níveis de complexidade, sendo eles: atenção básica, de média e de alta complexidade. A AB é o primeiro ponto de atenção à saúde, tendo como objetivo a resolução de problemas, prevenindo a evolução de agravos, que demandem as ações de maior complexidade. Tendo em vista a resolução dos problemas de saúde na AB, foram criados os Núcleos de Apoio à Saúde da Família, posteriormente denominados de Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica – NASF-AB. São compostos por equipes multiprofissionais e interdisciplinares, com profissionais de diferentes especialidades, e tendo como objetivo complementar a atuação dos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica (eAB). O psicólogo pode compor a equipe do NASF-AB contribuindo para cuidar da saúde de forma integral, colaborando na compreensão contextualizada e integral do indivíduo, das famílias e da comunidade. Assim, este trabalho tem como objetivo relatar a experiência de um estágio do último período de uma graduação em Psicologia, no contexto da equipe de um NASF-AB de uma cidade do interior do Rio Grande do Norte. Tal experiência ocorreu no segundo semestre de 2019. Esse relato de experiência utilizou-se de diário de campo como método para coleta de dados, a fim de descrever as vivências do início ao fim da experiência. O NASF-AB de referência trata-se de uma das cinco equipes de NASF-AB do município de Mossoró – RN, com uma área de concentração composta por quatro bairros e duas comunidades rurais. A equipe é composta por profissionais das áreas de psicologia, educação física, fonoaudiologia, fisioterapia e serviço social. Todos os meses, é elaborada a agenda mensal pelos profissionais da equipe, de forma a distribuir as tarefas. As atividades podem ocorrer nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), nas escolas e UEIs (Unidades de Ensino Infantil), além das capacitações voltadas para os profissionais ligados à Secretaria de Saúde do município. Em certo encontro ocorreu uma reunião do grupo Hiperdia, que se utiliza de reuniões mensais com ações educativas, estímulo à realização de atividades físicas, consultas médicas, controle do peso e da pressão e entrega de medicamentos, voltado para hipertensos e diabéticos. No momento inicial, as estagiárias explicaram a dinâmica que consistia nas seguintes instruções: cada pessoa receberia um balão amarelo, que seria cheio, todos deveriam ficar em pé sem deixar nenhum balão cair, em equipe. Aos poucos, as estagiárias foram pedindo que as pessoas se sentassem, uma a uma, mas deixando seus balões com as restantes, para que estas não os deixassem cair. Ao término da dinâmica, restaram duas pessoas para todos os balões. Após este momento, foi perguntado eles se sentiram durante a atividade. Os que ficaram até o final relataram que foi difícil manter os balões longe do chão. A lição extraída da dinâmica foi a de que os balões seriam como a nossa carga de problemas, e a dificuldade de carregá-los sozinhos, sem apoio da família e de profissionais. O apoio social é determinante na saúde das pessoas, devendo ser promovido pelos serviços de saúde e pela comunidade, incluindo familiares, vizinhos e amigos. Em outro encontro do Hiperdia, as estagiárias propuseram uma dinâmica que consistia em uma cadeira no centro do círculo, onde os participantes, um por vez, se sentariam nela e receberiam uma caixa. Foram feitas duas perguntas “você gosta do que vê?” e “o que você vê de bom dentro da caixa?”. Ao final, foi revelado que havia um espelho dentro da caixa. Explicamos que a nossa intenção era enfatizar que o autocuidado coloca o indivíduo no status de informado, interessado e envolvido, atuando no processo de cuidado juntamente com os profissionais de saúde. Em um dos dias de estágio, ocorreu a demanda de atendimentos individuais em uma das UBSs de referência, onde a tutora indicou estarem marcados três pacientes. Tal prática segue as diretrizes do NASF, que constitui-se por uma espécie de retaguarda para as equipes de Atenção Básica/Saúde da Família, que pode ser dar também de forma clínico-assistencial, atuando diretamente com os usuários. O grande volume de pacientes, que não estavam previamente agendados pela própria psicóloga e sim encaixados pela coordenação da UBS, se mostrou ser um problema, pois não haveria qualidade no atendimento. Isso mostra como a psicologia ainda é percebida pelos demais profissionais da saúde, que a enxergam de forma a trabalhar com o sujeito individualmente, sem considerar o contexto no qual este se insere e suas vulnerabilidades. Outra atividade desenvolvida se trata do Programa Saúde na Escola (PSE), que visa fortalecer ações para a comunidade escolar através de atividades que articulem saúde e educação para o enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o desenvolvimento de crianças e adolescentes. A linha trabalhada nas ações foi a promoção da cultura de paz e prevenção das violências. Para se chegar a essa demanda, houve articulação entre a unidade de saúde e a escola. Dentre as demandas encontradas foram destacadas o bullying e demais conflitos. A atividade ocorreu baseada nas práticas restaurativas, aplicadas nas escolas na tentativa de reduzir os conflitos, os casos de violência e os sentimentos de ameaça e de injustiça. O momento consistiu em um círculo restaurativo, a fim de criar um ambiente que propenso para a resolução de conflitos. No círculo, os estudantes deveriam escrever em uma folha uma palavra que definiria uma escola melhor. Logo após, lhes foi solicitado que explicassem o motivo da escolha da palavra e contassem o que eles poderiam fazer para que isso se concretizasse. O bastão da palavra era um lápis e no centro do círculo se encontravam livros inspiradores. Durante as falas notaram-se conflitos presentes em sala, onde muitos alunos relataram a mesma queixa sobre um de seus colegas que praticava bullying e atrapalhava as aulas, este não estava presente. Através desse encontro foi possível pensar em alternativas em conjunto, deixando como ensinamento para os alunos que estes não devem apoiar o bullying, e sim promover o respeito coletivo. Após o momento, as estagiárias e a assistente social se reuniram com a diretora da escola a fim de providenciarem os encaminhamentos necessários. Foi possível a coleta de informações do aluno para que acontecesse uma visita domiciliar, a fim de conhecer seu contexto familiar e econômico. Ao término das práticas de estágio, se fez necessário o repasse das atividades para a equipe do NASF-AB e também para a eSF, para que houvesse a continuidade nas ações. Diante das vivências, pôde-se observar a infinidade de possibilidades de atuação para o psicólogo no NASF-AB. Apesar da profissão ter um histórico elitista, pode-se encontrar um progresso na visão dos profissionais com relação às políticas públicas e aos fenômenos sociais. Ademais, os profissionais da saúde ainda possuem uma visão clínica-individualista da psicologia, ao não inclui-la em atividades grupais, destinando-a a atividades individuais sobre o sujeito. Cabe às psicólogas e aos psicólogos mudar a visão da sociedade sobre nossa atuação, considerando as coletividades e com compromisso social. Tanto psicólogos como demais profissionais da saúde devem unir forças em defesa do SUS e das demais políticas sociais, que vêm sofrendo ataques do atual governo. |
7875 | ANÁLISE DO IMPACTO ORÇAMENTÁRIO DO BRENTUXIMABE VEDOTINA NO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA: DA JUDICIALIZAÇÃO À INCORPORAÇÃO Marcia Silva da Cruz, Benedito Carlos Cordeiro, Rodrigo Saar da Costa ANÁLISE DO IMPACTO ORÇAMENTÁRIO DO BRENTUXIMABE VEDOTINA NO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA: DA JUDICIALIZAÇÃO À INCORPORAÇÃOAutores: Marcia Silva da Cruz, Benedito Carlos Cordeiro, Rodrigo Saar da Costa
Apresentações: As demandas por novas tecnologias em saúde tem sido crescente no mundo. Devido aos recursos limitados, a busca pelo direito à saúde pelas vias judiciais para a efetivação do acesso tem se tornado realidade que afeta os sistemas de saúde, principalmente os públicos, gerando consequências à Assistência Farmacêutica. Com a mudança do perfil epidemiológico das populações e o avanço acelerado das tecnologias o campo da Oncologia tem sido alvo frequente da judicialização. O linfoma é um câncer que afeta os linfócitos, células de defesa do organismo. Pelos tipos de células, pelo comportamento biológico e por diferentes respostas terapêutica são classificados em linfoma de Hodgkin (LH) e não Hodgkin. O LH é raro, com maior ocorrência no sexo masculino, adolescentes, adultos e idosos. O brentuximabe vedotina é um conjugado anticorpo-fármaco, indicado para o tratamento de pacientes adultos com LH refratário ou recidivado após transplante autólogo de células tronco. O anticorpo liga-se ao receptor CD30 expresso pelas células tumorais e o conjugado é internalizado levando à morte celular. Os estudos têm mostrado benefícios a esse grupo de pacientes, mas, devido ao custo elevado, sua aplicação tem sido discutida e estudos econômicos têm sido conduzidos para nortear sua incorporação. No entanto, a falta de grupos comparadores e baixa qualidade metodológica têm comprometido sua avaliação. No Brasil, o medicamento teve aprovação pela Comissão Nacional de incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC). No Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva o medicamento tem sido utilizado desde 2015 em resposta às demandas judiciais. No presente estudo foram realizadas análises dos perfis das demandas judiciais recebidas no Instituto para o medicamento através dos sítios das justiças federal e estadual e posteriormente foi realizada a análise de impacto orçamentário nos moldes das Diretrizes Metodológicas – Análise de Impacto Orçamentário – Manual para o Sistema de Saúde do Brasil. Foram comparadas as terapias disponíveis no SUS com o brentuximabe vedotina usando como parâmetros os aspectos clínicos, assim como os custos envolvidos nas linhas de tratamentos. Os resultados sugeriram perfil de pacientes condizente com dados estatísticos da doença, de prescritores não sugestivos com conflitos de interesse com a empresa fabricante, de tratamentos de acordo com o registro sanitário e jurídico com respaldos técnicos e racionalidade. A progressão da doença foi o desfecho mais observado e o gasto com o medicamento foi elevado. |
7994 | MICROPARTÍCULAS COMO POTENCIAL BIOMARCADOR NA PREDIÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DE NEFROPATIA EM PACIENTES CONTAMINADOS POR MERCÚRIO Izabele Grazielle da Silva Pojo, Caroline Lima de Freitas, Victor Hugo Oliveira Brito, Josimar Dornelas Moreira, Tânia Mara Pinto Dabés Guimarães, Lise Maria Carvalho Mendes, Heluza Monteiro Oliveira;, Rafael Pires Moreira MICROPARTÍCULAS COMO POTENCIAL BIOMARCADOR NA PREDIÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DE NEFROPATIA EM PACIENTES CONTAMINADOS POR MERCÚRIOAutores: Izabele Grazielle da Silva Pojo, Caroline Lima de Freitas, Victor Hugo Oliveira Brito, Josimar Dornelas Moreira, Tânia Mara Pinto Dabés Guimarães, Lise Maria Carvalho Mendes, Heluza Monteiro Oliveira;, Rafael Pires Moreira
Apresentação: A Amazônia vem tendo sua bacia hidrográfica contaminada pela deposição de mercúrio (Hg) advindo de garimpos há anos. Já é demonstrado que no Amapá, existem rios e peixes contaminados por mercúrio, dentre os quais está o rio Araguari, que apresentou concentrações de mercúrio acima do que é preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sugerindo a exposição direta da população, que além de fazer consumo da água, possui perfil de grande consumo de peixe. O mercúrio como contaminante de pescado determina uma forma de exposição não ocupacional, cuja concentração se dá na forma orgânica de metilmercúrio (MeHg), acumulado por meio da cadeia trófica. Há evidências que as comunidades ribeirinhas que consomem regularmente peixes na dieta apresentam concentrações de exposição ao Hg que oferecem impactos negativos à saúde. Já é bem demonstrado o aumento do estresse oxidativo no organismo e a instalação da disfunção endotelial causado pelo mercúrio e seus derivados, contribui para o desenvolvimento de Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT). O desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio, aterosclerose, hipertensão e doença arterial coronariana, são associadas à exposição aguda e crônica ao mercúrio. Além das doenças cardiovasculares, estudos demonstram que jovens e adultos altamente expostos ao mercúrio podem ter risco elevado de desenvolvimento de diabetes mellitus (DM) em uma idade mais avançada. Perante estudos, também se é bem observado a detecção de Micropartículas que funcionam como biomarcadores, pois são encontradas no plasma de indivíduos saudáveis, porém têm sua quantidade aumentada sob condições patológicas. Níveis elevados são encontrados em síndromes coronárias agudas, na hipertensão grave com lesão nos órgãos, diabetes, trombose imunomediada, doenças renais, doença inflamatória sistêmica, condições associadas a lesão endotelial, entre outras. Atualmente, são utilizados biomarcadores para reconhecer o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, geralmente biomarcadores de exposição como dosagem de mercúrio de cabelo, sangue e urina, entretanto, não existem trabalhos que relacionem os níveis de mercúrio ao aumento dos níveis de micropartículas circundantes. Dessa forma, torna-se de suma importância a identificação de biomarcadores potenciais relacionados com o desenvolvimento de DCNT frente à exposição ao mercúrio e seus derivados, já que, através disso, seria possível adotar medidas de prevenção das DCNT, e assim garantir uma melhor assistência de saúde para a população exposta à esse risco. Objetivo: Avaliar o potencial das micropartículas como biomarcador na predição do desenvolvimento de doença crônica renal em pacientes contaminados por mercúrio. Método: Foi realizada coleta de material biológico (sangue e cabelo) de indivíduos, moradores de uma região de garimpo localizada no distrito do Lourenço - AP e de um grupo controle. A partir da obtenção das amostras biológicas, foi realizado análises bioquímicas, quantificação de mercúrio, quantificação de micropartículas pela técnica de citometria de fluxo, cultura de células embrionárias e expressão gênica, utilizando a técnica de Reverse transcription polymerase chain reaction quantitative real time (PCR-RT), além disso foi aplicado questionário sociodemográfico. A referida pesquisa foi desenvolvida de acordo com as normas da Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), sendo aprovada pelo comitê de ética em pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Amapá - UNIFAP, mediante parecer nº 2.248.512. Resultado: No presente estudo, foi observado que cerca de 99% dos entrevistados fazem consumo de peixes, sendo que entre os espécimes citados em termos de nível trófico, 52,3% se enquadram em carnívoros e 33,33% em onívoros. Quanto a quantificação de mercúrio total, observou-se que as concentrações de Hg total entre os pacientes contaminados corresponde a 10,23 µg.g-1 ± 5,32µg.g-1 em cabelo e 14,23± 7,54µg.L-1 em amostra de sangue, enquanto as concentrações de Hg total presentes no grupo controle é semelhante a 3,94µg.g-1± 1,84µg.g-1 nas amostras de cabelo e 5,10± 2,07µg.L-1 nas de sangue. Nota-se que houve uma diferença altamente significativa (p 0,01) entre os grupos avaliados. As altas concentrações de Hg presente nas amostras biológicas dos entrevistados expostos ao mercúrio, podem ser explicadas pelo cardápio alimentar dos ribeirinhos, levando em consideração que uma das principais vias de exposição ao mercúrio na Amazônia é através da ingestão de alimentos contaminados, mais precisamente do pescado. Além disso, o acúmulo do MeHg se faz por meio da cadeia trófica, apresentando-se aumentado em peixes no alto da cadeia alimentar, o que condiz com o perfil alimentar dos ribeirinhos estudados. Os pacientes contaminados com mercúrio apresentaram um aumento significativo (p 0,01) na produção das micropartículas endoteliais em relação ao grupo controle, correspondendo a (615,00 ± 38,67 Mps/μL), e 1.050±122 Mps/μL respectivamente. As micropartículas dos pacientes contaminados com mercúrio induziram um aumento da transcrição de COX2 e NOX4 em células do rim humano (Células embrionárias do Rim Humano- HEK-293), quando comparado com pacientes controles. As micropartículas podem induzir aumento da transcrição de proteínas pró-inflamatórias e contribuir para um possível aumento do estresse oxidativo. De fato, o aumento das micropartículas podem contribuir para o desenvolvimento de nefropatia. É relatado também que as micropartículas podem levar a resistência à insulina, promover a IR, possivelmente influenciando a sinalização de Akt / PI3K relacionada à insulina e bloqueando a captação de glicose impedindo o transportador de glicose (GLUT). Pode também aumentar a produção de ROS citosólicas, que ativa o estresse oxidativo de organelas de mitocôndrias e desencadeia respostas inflamatórias. Considerações finais: As micropartículas podem, portanto, ser usadas como biomarcadores para avaliar a exposição ao Mercúrio e para identificar o risco de desenvolvimento de complicações renais, principalmente de Nefropatia Diabética, uma das complicações mais graves, bem como detectar de forma precoce o possível desenvolvimento de diabetes do tipo II em pacientes contaminados pelo mercúrio. Dessa forma, observa-se que é de extrema importância que se façam exames para identificar a concentração desses biomarcadores, pois dessa forma, é possível detectar de maneira mais eficiente e rápida os indivíduos vulneráveis ao desenvolvimento de DCNT e, assim, garantir a eles uma melhor assistência à saúde, e o cumprimento do princípio da equidade e da universalidade, preconizados pelo SUS. Outrossim a patenteação desse modelo de diagnóstico lançaria mão de uma estratégia inovadora no meio de promoção da saúde, principalmente para essa parcela da população que está exposta a condições de vulnerabilidade, em um cenário tão marginalizado que é uma região ribeirinha. |
8034 | VALORES PRESSÓRICOS E FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM SERVIDORES DO CAMPUS BINACIONAL DE OIAPOQUE (AP) PAULO ROSSI PIMENTA VALORES PRESSÓRICOS E FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM SERVIDORES DO CAMPUS BINACIONAL DE OIAPOQUE (AP)Autores: PAULO ROSSI PIMENTA
A hipertensão arterial sistêmica é definida como uma condição clínica de origem multifatorial caracterizada por elevada sustentação dos níveis pressórico maior ou igual a 140 e /ou 90 mmHg. Frequentemente, associa-se às alterações funcionais e estruturais de órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e às alterações metabólicas, com o aumento do risco de eventos cardiovasculares, caracterizando-se, desta maneira, como um grave problema de saúde pública. Nesse contexto, esta pesquisa buscou caracterizar os níveis pressóricos e identificar a presença de fatores de risco cardiovascular em servidores do Campus Binacional do Oiapoque (AP). Tratou-se de uma pesquisa exploratória, com corte transversal e abordagem quantitativa. O levantamento dos dados foi realizado com o preenchimento de formulários contendo perguntas fechadas com possíveis respostas abertas. Os informantes da pesquisa foram os servidores públicos do sexo masculino e feminino com idade entre 18 e 60 anos. Dentro deste cenário em que os servidores públicos estão inseridos, os referenciais para verificação e classificação foram alimentação, tabagismo, uso de álcool, sedentarismo, IMC, circunferência abdominal e níveis pressórico. Após a catalogação dos dados, os resultados mostraram que os valores pressóricos referentes ao grupo pesquisado em sua maioria mostraram- se dentro dos padrões de normalidade reconhecido pelo Ministério da Saúde. Quanto aos fatores de risco para doenças cardiovasculares futuras, o sobrepeso, a obesidade, o etilismo e a alimentação não saudável foram os que mostraram maior prevalência. A possibilidade de verificar os valores pressóricos e a presença de fatores de risco cardiovascular, teve como benefício a busca ativa de hipertensos e instigou a investigação científica voltada para as doenças crônica não transmissíveis, uma vez que é reduzido o número de estudos voltados a essa temática neste Município. Além disso, este estudo poderá servir de base para que o curso de enfermagem elabore projetos de extensão voltados para os servidores, que visem desenvolver atividades de educação e conscientização em saúde, objetivando alertar tal população sobre a importância do autocuidado na prevenção da HAS e dos fatores de risco cardiovascular. Palavras-Chave: pressão arterial, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial sistêmica. |
8372 | O TRATO COM OS CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA ATUAÇÃO PROFISSIONAL NO MUNÍCIPIO DE SALINAS DA MARGARIDA (BA). Victor Rocha O TRATO COM OS CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA ATUAÇÃO PROFISSIONAL NO MUNÍCIPIO DE SALINAS DA MARGARIDA (BA).Autores: Victor Rocha
Apresentação: Desde meados do século XX podemos observar que mudanças significativas ocorreram na sociedade, sendo estas de ordem cultural, tecnológica, política ou socioeconômica. Todas essas mudanças trouxeram consigo um novo estilo de vida para as pessoas. Estudos apontam que a falta de atividades físicas, ou sedentarismo, é um dos principais fatores para a aquisição de doenças crônico-degenerativas. Ao mesmo tempo, percebemos que cresce o entusiasmo e a conscientização acerca da participação do indivíduo em ações benéficas ao seu organismo tais como as práticas corporais e atividades físicas, que são fundamentais para uma vida saudável. O presente trabalho tem como objetivo relatar as experiências desenvolvidas, a partir, do processo de trabalho do Professor de Educação Física (PEF) no Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF), no município de Salinas da Margarida (Bahia) no período de seis meses, agosto de 2019 a janeiro de 2020. Os NASF foram criados pelo Ministério da Saúde, em 2008, com o objetivo de apoiar a consolidação da Atenção Básica no Brasil, ampliando as ofertas de saúde na rede de serviços, assim como a resolutividade, a abrangência e o alvo das ações. Com o NASF, surgiu a possibilidade de novas profissões atuarem no contexto da atenção básica à saúde, entre elas a de Educação Física. Nosso recorte para este trabalho é o trato com os conhecimentos pedagógicos da educação física. O PEF é o profissional que trata, pedagogicamente, do conhecimento de uma área denominada de cultura corporal e esta será configurada com temas ou formas de atividades, particularmente corporais, como: jogo, esporte, ginástica, dança ou outras, que constituirão seu conteúdo. Na ocasião aplicamos os conteúdos a cinco grupos de atividades coletivas, denominados “grupos da melhor idade”, que reunia de jovens-adultos a pessoas da terceira idade, chegando a uma média de vinte e cinco alunos por grupo. O Estado da Bahia, e mais especificamente o recôncavo baiano é uma região brasileira com enorme influência africana. Para ali foram trazidos milhares de escravos, sobretudo para trabalharem nas produções rurais. E, desta forma, é reconhecido por ser berço de uma rica cultura popular. A cidade que vinculamos este estudo, Salinas da Margarida, faz parte dessa região geográfica. O local, que conta com pouco mais de quinze mil habitantes e com uma área de 65 km², se destaca por estar próximo de polos do surgimento do Samba de Roda - expressão musical, coreográfica, poética e festiva das mais importantes e significativas da cultura brasileira; da Capoeira – que é reconhecida como parte do Patrimônio Cultural Afro-brasileiro e Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade e por, atualmente, manter dentre as principais atividades econômicas a mariscagem, pesca e criação de camarão. É da interação com a cultura que advém a importância de se construir conceitos e compreensões em saúde, promoção da saúde e práticas corporais/atividade física (PCAF) a partir de experiências apresentadas e/ou construídas pela população referenciada a um território. Por práticas corporais compreendemos como um conjunto de práticas sociais com envolvimento essencialmente motor, realizadas fora das obrigações laborais, domésticas, higiênicas, religiosas, realizadas com propósitos específicos, não instrumentais. Podemos considerar práticas corporais aquelas atividades físicas que têm fim em si mesmas e, portanto, não podem ser substituídas por mecanismos automatizados ou pela realização de um terceiro. Existem alguns papeis que PEF, no âmbito da saúde, deve cumprir no seu processo de trabalho, entre eles: Fortalecer e promover o direito constitucional ao lazer; valorizar a produção cultural local como expressão da identidade comunitária; desenvolver ações que promovam a inclusão social e primar por intervenções que favoreçam a coletividade. Tornando-se fundamental a participação desse profissional na construção de grupos para desenvolvimento de atividades coletivas que envolvam elementos da cultura corporal contextualizando num processo de formação crítica do sujeito, da família ou pessoas de referência dele e da comunidade como um todo. Para elaboração do planejamento das aulas nos ancoramos na Metodologia de Ensino Crítico Superadora, do Coletivo de Autores que “[...] defende uma perspectiva dialética, ou seja, uma visão de transformação qualitativa, de mudanças, aquela que considera o constante movimento que presenciamos na realidade, uma visão de totalidade para a construção do conhecimento, auxiliando assim na formação de um indivíduo inserido na sociedade” (Coletivo de Autores, 2012, p. 42). Os critérios para seleção dos conteúdos da Cultura Corporal na abordagem Crítico Superadora devem ser a relevância social do conteúdo (conteúdos da cultura corporal brasileira que tenham relevância social); a contemporaneidade do conteúdo (temas atuais) e as características sócio cognitivas dos alunos (conteúdos que se adaptam ao nível de crescimento e desenvolvimento do aluno). Neste sentido, nos encontros com os grupos de atividades coletivas buscávamos sempre relacionar os conteúdos das aulas a cultura popular local – utilizando o samba de roda como referência principal. Consideramos que a inserção de um programa de práticas corporais/atividade física direcionada à população deve fundamentar-se em uma concepção da Promoção da Saúde apoiada em processos educativos que vão além da transmissão de conhecimentos, focando, entre outros aspectos, o enfrentamento das dificuldades e o fortalecimento da identidade (Moretti et. al., 2009). Estudos recentes evidenciam que a atividade física regular e a adoção de um estilo de vida ativo são necessárias para a promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida, uma vez que a atividade física regular contribui na prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis especialmente relacionadas às doenças cardiovasculares e o câncer. Está ligada também a um avanço da mobilidade e da capacidade funcional durante o envelhecimento, sendo fundamental incentivar mudanças para a adoção de um estilo de vida ativo. Por fim, ao concluirmos o período de seis meses do contrato de trabalho podemos perceber que a população e os setores de saúde na atenção básica conseguiram vislumbrar a prática regular de atividade física sistematizada como uma intervenção não farmacológica benéfica para esta população e que, embora, a maioria dos integrantes do projeto tenham iniciado a prática de atividade física já com patologias associadas, estes percebam a importância da prática para o controle e prevenção de complicações e a melhoria de sua qualidade de vida, uma vez que associam a mudanças do estilo de vida, socialização e melhoras de autoestima. |
8449 | PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO VISANDO À PREVENÇÃO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA Rosane Da Silva Alves Cunha PLANO DE AÇÃO ESTRATÉGICO VISANDO À PREVENÇÃO DA DOENÇA RENAL CRÔNICAAutores: Rosane Da Silva Alves Cunha
Apresentação: A Doença Renal Crônica é atualmente, considerada um problema de Saúde pública mundial. No Brasil, a incidência e a prevalência de falência funcional renal estão aumentando, o prognóstico ainda é ruim e oscustosdo tratamento são altíssimos. O número projetado atualmente para pacientes em tratamento dialítico e com transplante renal no Brasil está próximo dos 120.000, a um custo de 1,4 bilhão de reais (BASTOS; KIRSTAJN, 2011). Como objetivo principal de propor estratégias de prevenção aos pacientes clientes sob o risco de desenvolver lesão renal e com isso reduzir os danos causados a população, e por que não dizer aos cofres públicos, já que os gastos são cada vez maiores. Observa- se que no dia a dia poucos profissionais realizam esse papel, de alertar sobre os fatores de risco e as formas de prevenção. Sendo assim, a abordagem aos pacientes pelo profissional da Saúde, independente da profissão nas Unidades de Saúde (UBS, ESF, NASF), qual seja o equipamento terá uma cobertura maior dessa assistência tendo como foco detectar esses possíveis usuários/as que tenham risco em desenvolver lesão renal. E assim, prevenindo ou detectando no início podendo inclusive evitar que cheguem ao estágio mais avançado da doença, quando se faz necessário o tratamento de hemodiálise. |
8970 | A IMPORTÂNCIA DA UBS FLUVIAL NO ATENDIMENTO À POPULAÇÃO RIBEIRINHA NO MUNICÍPIO DE ABAETETUBA-PARÁ: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. SIMONE GOMES DA SILVA, Daiane Rodrigues Gomes, Elisângela da Silva Ferreira, Neuza Gabriella Valle Medeiros, Jessica Valente Barbosa, Isabela Pantoja da Cruz, Paula Regina Barbosa Almeida, Kelem Bianca Costa Barros A IMPORTÂNCIA DA UBS FLUVIAL NO ATENDIMENTO À POPULAÇÃO RIBEIRINHA NO MUNICÍPIO DE ABAETETUBA-PARÁ: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.Autores: SIMONE GOMES DA SILVA, Daiane Rodrigues Gomes, Elisângela da Silva Ferreira, Neuza Gabriella Valle Medeiros, Jessica Valente Barbosa, Isabela Pantoja da Cruz, Paula Regina Barbosa Almeida, Kelem Bianca Costa Barros
Apresentação: No campo da saúde, a Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) tem o cuidado de denominar de Saúde Ribeirinha aquelas ações voltadas especificamente para o contexto amazônico e pantaneiro, entendendo que a “ruralidade” nesse espaço é peculiar. A revisão da PNAB feita em 2012 configurou a prática cotidiana dos serviços, tais como: Equipes de Consultórios na Rua e das Equipes de Saúde Ribeirinha e Fluvial. O atendimento das Unidades Básicas Fluviais é direcionado à população ribeirinha de lugares como a Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão) e Pantanal Sul Mato-Grossense. Elas buscam responder às especificidades dessas regiões, garantindo o cuidado às suas populações como previsto PNAB. No Pará, existem poucos municípios que contam com a unidade básica fluvial para atender as populações que vivem às margens dos rios. A Unidade Básica Fluvial (UBSF) de Abaetetuba, Dr. Augusto Nery, atente 12 localidades ribeirinhas, localizadas nos principais rios do município, permanecendo por três dias em cada uma delas, sendo um total de vinte dias, passado esses dias retornam ao meio urbano para manutenção e descanso dos profissionais. São ofertados serviços como: consulta médica e de enfermagem, odontologia, pré-natal, vacinas, exame preventivo do câncer de colo uterino (PCCU), aferição de pressão arterial, teste de glicemia, testes rápidos (HIV, Hepatite B e C, Sífilis), entrega de medicamentos, curativos, suturas em lesões e educação em saúde. A equipe é composta por médico, enfermeiros, técnicos de enfermagem, dentista, auxiliar de saúde bucal, agente administrativo, equipe de apoio e náutica. O presente estudo tem como objetivo relatar a experiência de acadêmicos de graduação da Universidade Federal do Pará (UFPA) em visita realizada à UBS fluvial Dr. Jair Nery. Descrição da Experiência: Estudo descritivo, observacional do tipo relato de experiência elaborado no contexto do Programa de capacitação e Saúde à Criança – Estágio Multicampi Saúde 2019/2020. Este programa tem como objetivo qualificar a formação profissional dos estudantes de graduação da UFPA e profissionais da Atenção Básica de acordo com a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança do Sistema único de Saúde (SUS), a fim de reduzir a mortalidade infantil através da integração ensino e serviço. Foi realizado durante uma visita à UBS fluvial por um grupo multiprofissional de acadêmicos (Enfermagem, Medicina, Fisioterapia e Terapia Ocupacional). No qual foi possível conhecer a dinâmica de funcionamento da unidade e os profissionais que realizam atendimento. Compõe também o quadro outros profissionais que dão suporte para o funcionamento adequado da unidade como: comandante, copeira, auxiliar de serviços geral e agente administrativo. Os vinte e três Agentes Comunitários de Saúde (ACS) que também integram a equipe são fundamentais no acompanhamento das famílias. Vale ressaltar que os ACS são moradores das comunidades que assistem, logo mais facilidade de acompanhar as famílias. A unidade é dividida em dois andares, no primeiro andar encontram-se 3 consultórios (odontológico, enfermagem e médico), farmácia básica, expurgo, sala de vacina, sala de acolhimento/procedimentos, sala de espera e recepção. Já no segundo andar ficam cabine de comando, banheiros, copa, camarotes da equipe. A preparação e planejamento da viagem acontecem com a chegada da unidade no município, é nesse momento que cada profissional identifica os materiais que devem ser repostos para a próxima viagem. No intervalo de uma viagem e outra a unidade fica atracada em um porto do Corpo de Bombeiros da cidade realizando atendimentos de pacientes que moram em localidades mais próximas do centro urbano. Esses pacientes utilizam embarcações de pequeno porte para fazer o transporte. Observamos a chegada de uma família inteira para atendimento, que foram recepcionadas pela enfermeira responsável. Resultado: A partir da visita foi possível observar que das setenta e duas ilhas existentes no município apenas doze estão dentro do território de cobertura da UBS fluvial, essa restrição na cobertura pode está diretamente ligada a características do território, o tempo de viagem entre as ilhas, necessidade de manutenção periódica e abastecimento de medicamentos e insumos. Observaram-se inúmeros entraves que podem está influenciando diretamente o processo de trabalho da equipe, entre os quais temos a jornada de trabalho, na qual o número de atendimentos ultrapassa o limite previsto uma vez que não é viável reagendar o paciente ou deixar de atender as urgências que surgem, ou seja, a equipe permanece em sobreaviso constante; ausência cobertura de internet o que dificulta a atualização dos dados no Sistema de Informação da Atenção Básica; períodos longos longe da família e amigos; falta de revezamento dos profissionais, e isso está diretamente ligada a falta de profissionais com perfil, nesse sentido, a Secretaria de Saúde encontra dificuldade em contratar novos profissionais. Outro ponto que talvez influencie no atendimento é às falhas nos equipamento de navegação, o que deixa a unidade à deriva por dias a espera de manutenção. Apesar de todas as dificuldades percebidas, a unidade consegue na maioria das vezes realizar a visita às ilhas que estão dentro do cronograma mensal. Vale ressaltar nesse contexto, a importância do papel do ACS que são responsáveis por captar os pacientes e identificar as principais demandas. Considerações finais: Não há dúvida que a Unidade Básica de Saúde Fluvial representa um avanço na assistência aos povos ribeirinhos, pois amplia o acesso ao SUS, uma vez que promove a universalidade às populações ribeirinhas. O município é um exemplo a ser seguido, apesar de ainda não alcançar as suas setenta e duas ilhas, vem desenvolvendo estratégias que garantem atendimento a pelo menos doze dessas ilhas. Apesar dos avanços mais investimentos e estudos precisam ser feitos, somado a isso há necessidade de investir mais na educação permanente em saúde, o que irá possibilitar o recrutamento de profissionais dispostos a assumir os desafios de saúde da região, haja vista que hoje encontrar esse profissional é o grande desafio dos gestores do município. Ademais, embora inúmeros fatores prejudiquem o processo de trabalho, a equipe consegue se adaptar às situações adversas e mantém uma excelente interação que objetiva assegurar a atenção à saúde de maneira integral e universal à população ribeirinha que tem na dificuldade de transporte o principal entrave ao acesso à saúde. |
9042 | CONHECIMENTO DE PESSOAS DIABÉTICAS COMO FATOR PREDITIVO PARA A ADESÃO DO AUTOCUIDADO E CONTROLE GLICÊMICO Samir Felipe Amoras, Alessandra Carla Ferreira, Ellen Caroline Silva, Victoria Caroliny Leal, Walesson Inácio Silva, Vera Lucia Oliveira, Maicon de Araujo Nogueira, Antonia Margareth Sá CONHECIMENTO DE PESSOAS DIABÉTICAS COMO FATOR PREDITIVO PARA A ADESÃO DO AUTOCUIDADO E CONTROLE GLICÊMICOAutores: Samir Felipe Amoras, Alessandra Carla Ferreira, Ellen Caroline Silva, Victoria Caroliny Leal, Walesson Inácio Silva, Vera Lucia Oliveira, Maicon de Araujo Nogueira, Antonia Margareth Sá
Apresentação: O diabetes é uma doença crônica do sistema endócrino de aspecto degenerativo, insidiosa, progressiva, prevalece e com alta morbimortalidade, podendo ser de múltiplas causas, mas principalmente ocorre devido a disfunção insulínica que ocasiona distúrbios metabólicos, fator desencadeante de complicações em longo prazo. Devido à alta taxa de morbimortalidade o diabetes é uma das primordiais patologias de interesse mundial, está entre os quatro principais grupos de doenças de maior impacto no mundo e dentre elas: doenças do aparelho circulatório, câncer, doenças respiratórias e o diabetes. O MS (Ministério da Saúde) aponta que os gastos as pessoas com diabetes chegam ser cerca de duas a três vezes maior se comparado aos gastos em saúde dispensados as pessoas não diabéticas, ressalta ainda que as despesas podem aumentar simultaneamente ao agravamento e a instalação de complicações agudas e crônicas; elevando, desta forma, os gastos públicos em hospitalizações e tratamento que podem chegar a aproximadamente 3,9 bilhões de dólares no Brasil, ou seja, de 2,5% a 15% do orçamento anual da saúde. As complicações agudas do diabetes são hiperglicemia e hipoglicemia; as complicações crônicas caracterizam-se por comprometimento vascular e neuropáticas. A complicação aguda de hiperglicemia pode ocorrer por diversos fatores, e dentre eles a falta adesão ao tratamento, neste caso, os sintomas de poliúria, polidipsia e perda de peso tornam-se visíveis. A complicação aguda de hipoglicemia manifesta-se quando o nível glicêmico vai a 70 mg/dL e pode ser assintomática, leve, moderada ou grave. Os sinais e sintomas hipoglicemia leve são: fome, tremor, nervosismo, ansiedade, sudorese, palidez, taquicardia, déficit de atenção e comprometimento cognitivo leve; já os sinais e sintomas de hipoglicemia moderada e grave são: cefaleia, dor abdominal, agressividade, visão turva, confusão, tontura, dificuldade para falar ou midríase. Quanto às complicações crônicas, a hiperglicemia em longo prazo é o principal fator fisiopatológico, pois ela compromete a funcionalidade de órgãos como rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos, manifestando-se em complicações de retinopatia, nefropatia, neuropatia e em angiopatias de modo geral. Essas complicações podem comprometer a qualidade de vida das pessoas, deixando-as na iminência de desenvolver incapacidades como cegueira, insuficiência renal, amputações de membros e doenças cardiovasculares. Neste contexto, torna-se essencial a realização do tratamento de forma adequada, pois o objetivo do mesmo é manter o nível glicêmico mais próximo do padrão de normalidade recomendado e assim prevenir o agravamento pela doença. Em vista disso, o autocuidado está relacionado com o “conhecimento da capacidade de compreensão das informações médicas para a manutenção do estado de saúde”, sendo influenciado pelo nível de alfabetização funcional em saúde dos pacientes, ou seja, quanto mais instruído o indivíduo estiver de sua patologia e tratamento, mais condições ele terá de efetuar cuidados para o controle da doença e prevenir agravos; mantendo, desta forma, a qualidade de vida. Frente a isso, o controle glicêmico tem relação direta com os cuidados desempenhados pelos diabéticos, principalmente no que se refere às condutas alimentares e atividade física, visto que, a condição patológica exige mudanças comportamentais que são necessárias. Apesar da importância das práticas de autocuidado para manutenção da glicemia os diabéticos apresentam baixa adesão ao regime terapêutico principalmente em atividades de autocuidado com alimentação e atividade física, em virtude da natureza crônica da doença que gera necessidade para o autocuidado. Objetivo: Analisar o conhecimento de pessoas diabéticas e sua associação com a adesão ao autocuidado e controle glicêmico. Método: Adotou-se o método descritivo com abordagem quantitativa. Realizou-se entrevistas com aplicação de instrumentos para coleta de dados. Participaram desta pesquisa 52 pacientes diabéticos tipo 2. A coleta de dados ocorreu no período de janeiro a abril de 2018 em uma ONG da região metropolitana de Belém, Estado do Pará. Resultado: As variáveis sociodemográficas, clínicas e de autocuidado apresentaram-se, majoritariamente, coerente aos achados da literatura científica publicada. A maior frequência do gênero feminino nesta pesquisa e faixa etária entre 60 a 69 anos coincidem aos achados da literatura científica. Em estudos deste caráter o gênero feminino apresenta-se mais frequentes, pois geralmente este público procura mais os serviços de saúde. A maior ocorrência de pessoas diabéticas a partir dos 60 anos de idade está relacionada com a incidência de pessoas obesas, aumento da expectativa de vida, urbanização, mudanças nos hábitos nutricionais e redução da prática de atividade física. Este estudo identificou que apenas 29,82% dos diabéticos são aderentes ao tratamento medicamentoso, um percentual bem abaixo. Destaca-se três fatores que contribuíram para baixa adesão, a saber: falta de conhecimento da doença; falta de compreensão do tratamento; e não participação em atividades de educação em saúde. A análise destas informações evidencia que a adesão aos medicamentos está relacionada aos fatores mencionados, neste caso o conhecimento em diabetes relaciona-se preditivamente a adesão a este tipo de tratamento. Mais de 80% dos pacientes diabéticos apresentam bom conhecimento, porém se compararmos isso aos perfis sociodemográficos e clínicos, observaremos que o conhecimento destes pacientes, isoladamente, não é determinante para realizar mudanças comportamentais necessárias de adesão ao autocuidado. Contudo a literatura científica e os resultados desta pesquisa, mostram que a educação contribui positivamente para a adesão do tratamento. Considerações finais: O estudo apresenta como limitação seu aspecto regional, tornando limitada a possibilidade de generalizações logo, esta pesquisa suscita estudos futuros para que se quantifiquem fatores determinantes para o desenvolvimento de habilidades de autocuidado e controle glicêmico. Espera-se que este estudo contribua para a reflexão de profissionais e estudantes da área da saúde, equipe multiprofissional da ONG e comunidade científica, a respeito do tratamento do diabetes. Sirva também, de incentivo a futuras pesquisas nesta área, na tentativa de conhecer a preditividade de fatores que conduzam o controle do diabetes. |