397: Interprofissionalidade: compartilhamento do cuidado e vinculação
Debatedor: Felipe Guimarães Tavares
Data: 30/10/2020    Local: Sala 12 - Rodas de Conversa    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
7019 PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO LOCAL EM SAÚDE: ESTRATÉGIA DE CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA DE INTERVENÇÕES SOBRE OS PROBLEMAS DE SAÚDE NO TERRITÓRIO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE
Gabriela Garcia de Carvalho Laguna, Elise Santos Vieira, Lorena Sousa de Carvalho, Eliana Amorim de Souza

PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO LOCAL EM SAÚDE: ESTRATÉGIA DE CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA DE INTERVENÇÕES SOBRE OS PROBLEMAS DE SAÚDE NO TERRITÓRIO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE

Autores: Gabriela Garcia de Carvalho Laguna, Elise Santos Vieira, Lorena Sousa de Carvalho, Eliana Amorim de Souza

Apresentação: O Planejamento e Programação Local em Saúde (PPLS), no contexto da Atenção Primária a Saúde (APS), é uma estratégia de suma importância, não só para a racionalização de atividades e recursos, mas, principalmente, para proporcionar um espaço de reconhecimento do território e elaboração conjunta e participativa dos direcionamentos sobre as ações de saúde, ampliando suas potencialidades de valorização e efetividade.  Nesse sentido, o Projeto Político Pedagógico do curso de medicina do Instituto Multidisciplinar em Saúde / Universidade Federal da Bahia (UFBA), observando a gestão em saúde como um dos pilares verticais estipulados pelas novas Diretrizes Curriculares Nacionais, propõe para o segundo semestre da graduação em medicina a discussão sobre participação e controle social. A construção de saberes desse conteúdo é associada também ao componente curricular Oficina de Produção em Saúde, que instiga os discentes a promoverem espaços que sirvam para transformar o conhecimento teórico em intervenções na comunidade.  Sendo assim, este trabalho visa relatar a experiência de um dos grupos de discentes na realização de sua Oficina, baseada nos princípios do PPLS, com foco na oficina de priorização de problemas – desenvolvida em outubro de 2019, com o objetivo maior de, a partir do conhecimento das necessidades de saúde da comunidade, priorizar um problema de saúde e construir um plano de intervenção a ser desenvolvido no semestre seguinte. Desenvolvimento: (Método: E Desenvolvimento: ): Em um primeiro momento, os estudantes acompanharam Agentes Comunitários de Saúde (ACS) para a realização da territorialização e levantamento de possíveis problemas enfrentados pelo território adscrito à Unidade de Saúde da Família Lagoa das Flores I. Posteriormente, toda a comunidade – profissionais do serviço de saúde e usuários - foi convidada a participar da oficina planejada antecipadamente pelos discentes. Apesar dos esforços para a divulgação, não houve grande adesão do público à reunião, que contou com a participação de 5 profissionais da equipe, sendo 4 ACS, além de 3 usuários do serviço. A oficina consistiu em 4 etapas: (1) “chuva” de problemas, em que os participantes relataram os problemas de saúde enfrentados, dando foco a problemas de saúde, e não de serviço - conforme conceituação prévia; (2) priorização de problemas: em que foram, primeiramente, dispensados os problemas de serviço e, em seguida, por votação dos locais em duas fases, escolhido o problema mais relevante; e (3) construção da árvore do problema, em que foram estabelecidas possíveis causas e consequências da problemática. Na primeira votação para a priorização inicial de problemas, os participantes receberam cartões vermelhos e amarelos para votarem nos problemas compreendidos como “muito importantes” ou “importantes”, respectivamente. Os 3 problemas destacados inicialmente foram: lixo, sofrimento mental e violência contra mulheres e crianças.  Estes fizeram parte da priorização secundária, na qual pontuamos alguns critérios, a fim de ajudá-los na escolha do problema principal: magnitude (“tamanho” do problema, baseado no número de casos), valorização (o quanto a comunidade reconhece esse problema como grave e impactante), tecnologia disponível e custo para enfrentá-lo. Para cada um desses critérios os participantes votaram com cartões vermelho (alta magnitude, alta valorização e baixo recurso) valendo 3 pontos, amarelo (valores médios) valendo 2 pontos ou verde (baixa magnitude, baixa valorização e alto recurso) valendo 1 ponto. RESULTADO/IMPACTO: Ao final da priorização secundária de problemas, foi definida em conjunto a situação de maior preocupação entre a comunidade, segundo a proposta da oficina. A priori, a definição do problema a receber intervenção deveria ser feita apenas pela soma dos pontos da votação, entretanto, uma vez que as pontuações de sofrimento mental e violência contra mulheres e crianças foram próximas e a comunidade considerou que mais pessoas seriam beneficiadas com a escolha do segundo problema mais votado, sofrimento mental foi priorizado.  Assim, na construção da árvore do problema, a partir da problemática (no tronco), a saber “elevado número de casos de sofrimento mental entre adultos da comunidade”, foram elaboradas, a partir das observações dos participantes, suas raízes e ramos - isto é, possíveis causas e consequências intrínsecas a esse processo, desde fatores socioculturais até elementos associados à dificuldade de diagnóstico, estigma e fragilidades na atenção aos pacientes e seus cuidadores. Tais levantamentos serviram, desse modo, para a elaboração do rascunho de um projeto de extensão, norteado pela proposta de estratégias de percepção e intervenção sobre o paradigma da comunidade concernente ao tema, processo de trabalho, sobretudo, dos ACS da unidade, e, consequentemente, sobre a situação de saúde mental na comunidade. Considerações finais: A execução deste trabalho proporcionou aos estudantes, trabalhadores da saúde e comunidade um espaço rico de compartilhamento de saberes e experiências, além de reforçar o espaço democrático de participação social na elaboração de rumos para as ações de saúde na APS a baixa adesão pública, inclusive dos próprios membros da equipe, o que reflete um perfil, infelizmente, generalizado entre muitos dos espaços “políticos” no Brasil. Investigar e atuar sobre a mobilização popular nesses cenários certamente é uma necessidade latente.  Apesar disso, consideramos que o encontro atingiu objetivos significativos e servirá como ponto de partida importante para a continuidade do projeto e sua futura execução, visando o benefício da comunidade e a ampliação do cuidado sobre parcelas carentes da população. Ademais, a culminância do PPLS foi de grande relevância para o processo da formação médica dos estudantes, tendo em vista que nos estimulou a analisar de forma crítica e reflexiva as demandas de uma localidade, não apenas para identificá-las, mas para atuarmos como agentes de mudança. A inserção no território de uma unidade de saúde torna os conceitos teóricos mais significativos, uma vez que somos desafiados a lidar com a dinamicidade e dificuldades reais, buscando estratégias de enfrentamento aos problemas identificados. Em suma, a construção de vínculos com a comunidade e os profissionais de saúde nos dá a égide para uma perspectiva de concepção ampla de saúde. Certamente, esse evento e a implementação do projeto interventivo no território deixarão contribuição significativa na formação dos discentes, sobretudo, considerando a relevância de se promover uma prática médica que considere a perspectiva social nos processos de saúde-doença, assim como seja capaz de gerir projetos e a comunicação entre os serviços da rede de atenção integral à saúde.

7188 O VÍNCULO INSTITUIÇÃO-COMUNIDADE COMO PRÁTICA DE INSERÇÃO ACADÊMICA EM SANTARÉM (PA)RÁ
Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Márlon Rudson Sampaio Marinho, Manoel Marinho Filho, Marne Rodrigo Sampaio Marinho, Vanessa Kemilly Gomes Lima

O VÍNCULO INSTITUIÇÃO-COMUNIDADE COMO PRÁTICA DE INSERÇÃO ACADÊMICA EM SANTARÉM (PA)RÁ

Autores: Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Márlon Rudson Sampaio Marinho, Manoel Marinho Filho, Marne Rodrigo Sampaio Marinho, Vanessa Kemilly Gomes Lima

Apresentação: A participação dos acadêmicos e docentes nas práticas de saúde comunitária deve ser um vínculo possibilitado pelo meio universitário. Esse tipo de inserção propicia ao estudante uma vivência acadêmica voltada para o SUS enquanto seu papel comunitário, social e estudantil. Assim, este resumo tem como objetivo de demonstrar os benefícios verificados no vínculo instituição-comunidade como prática de inserção acadêmica em Santarém-Pará. Desenvolvimento: Trata-se de um discurso descritivo, do tipo relato de experiência, ocorrido por meio de participações acadêmicas em atividades voltadas para inserção de discentes na comunidade. As práticas aconteceram em Santarém-Pará e estiveram voltadas para: ações em saúde, visitas técnicas, acompanhamento de agentes de endemias e Agentes Comunitários de Saúde, aulas práticas, estágios, educações em saúde e trabalhos em comunidades ribeirinhas localizadas no Tapajós e Baixo Amazonas. Resultado: Verificou-se que ao realizar o vínculo instituição – comunidade há o desenvolvimento de múltiplos benefícios tanto para os discentes quanto para os docentes. Concomitante a isso, há também o fortalecimento dos pilares das instituições de ensino voltados para o ensino, a pesquisa e a extensão. Isso porque, os acadêmicos são colocados frente a realidade da sua região, bem como do SUS, e os docentes por sua vez, passam a conhecer as vertentes desse processo pelo olhar dos seus alunos, tendo assim, a oportunidade de correlacionar-se com outros pontos de vista advindos de suas próprias experiências. Além disso, notou-se que quanto mais cedo os discentes entram em contato com os serviços na comunidade, maiores serão as possibilidades de engajamento social e profissional futuro. Junto a isso, sucedeu-se que é impactante positivamente a adesão das universidades em promover o contato de universitários desde o início do curso, seja por meio de ações, visitas técnicas, aulas práticas, estágios, entre outros. Considerações finais: Portanto, a universidade predispor esse vínculo favorece os acadêmicos e os docentes tanto em âmbito profissional, quanto pessoal. Assim, tona-se imprescindível que as instituições de ensino possibilitem essa inserção acadêmica de conhecimento, fortalecimento e participação comunitária.  

7209 O TRABALHO INTERDISCIPLINAR NA PROMOÇÃO DA SAÚDE À POPULAÇÃO VULNERABILIZADA NO CONTEXTO DA ATENÇÃO BÁSICA - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Anna Caroline Solka, Daniely Casagrande Borges, Greyce de Freitas Ayres, Nubia Ivanira Borba dos Santos, Vanessa Klimkowski Argoud

O TRABALHO INTERDISCIPLINAR NA PROMOÇÃO DA SAÚDE À POPULAÇÃO VULNERABILIZADA NO CONTEXTO DA ATENÇÃO BÁSICA - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Anna Caroline Solka, Daniely Casagrande Borges, Greyce de Freitas Ayres, Nubia Ivanira Borba dos Santos, Vanessa Klimkowski Argoud

Apresentação: O trabalho em equipe multiprofissional na Atenção Básica deve considerar a presença de diferentes formações profissionais trabalhando com ações compartilhadas, por meio de um processo interdisciplinar centrado no usuário, incorporando práticas de vigilância, promoção e assistência à saúde e matriciamento ao processo de trabalho cotidiano. Algumas populações específicas veem, muitas vezes, o acesso à saúde barrado, principalmente quando falamos de usuários vulnerabilizados. A concepção de vulnerabilidade não está estritamente condicionada à ausência ou precariedade no acesso à renda, mas denota uma multideterminação, como a fragilidades de vínculos afetivo-relacionais e desigualdade no acesso a bens e serviços públicos. Desse modo, através de um relato de experiência, o trabalho apresenta a articulação interdisciplinar na construção de ações de promoção da saúde para usuários vulnerabilizados adscritos em um território de abrangência de uma Equipe de Saúde da Família (ESF) em Porto Alegre (RS). O grupo de trabalho foi composto por profissionais residentes dos núcleos da psicologia, nutrição, farmácia, enfermagem e odontologia de um programa de Atenção Básica. Inicialmente, a ação se estruturou com encontros de educação permanente em saúde e de estudos do método do Círculo de Cultura de Paulo Freire na unidade, metodologia que permeou as ações com a população. Posteriormente, as ações foram estruturadas a partir de encontros em ato no território. Durante os encontros, optou-se pela divisão das profissionais residentes em duplas ou trios de núcleos distintos de saberes, bem como, a divisão dos usuários por faixa etária, formando-se assim um grupo de crianças e outro de adultos. Os encontros foram organizados por eixos temáticos da saúde, sendo que os assuntos eram estudados e discutidos a piori, possibilitando que todas as profissionais tivessem domínio dos temas. Percebeu-se que o trabalho interdisciplinar possibilita uma abordagem integral sobre os fenômenos que interferem na saúde de uma determinada população, além da superação da fragmentação do conhecimento e a melhor compreensão da realidade. Ultrapassar os limites de cada área de formação profissional, buscando novas contribuições em outros núcleos de saberes, permite a construção que novos campos e conexões possíveis.

7225 VIVENCIAS DE UMA SALA DE RECEBIMENTO DE LHOC NA APS
Paula Viviane Cortes, Valeria Amaral, Jorginete Damião, Patricia Lima, Alessandra Dias, Breno souza do nascimento ramalho, Luísa da cunha Modesto, Isabela Gama dos santos

VIVENCIAS DE UMA SALA DE RECEBIMENTO DE LHOC NA APS

Autores: Paula Viviane Cortes, Valeria Amaral, Jorginete Damião, Patricia Lima, Alessandra Dias, Breno souza do nascimento ramalho, Luísa da cunha Modesto, Isabela Gama dos santos

Apresentação: A atenção primária em saúde (APS) é um espaço privilegiado para ações de promoção ao aleitamento materno (AM). O presente trabalho tem por objetivo relatar as experiências vividas por profissionais da APS, alunos e professores do PET saúde e moradores de uma comunidade do município do Rio de Janeiro na área programática 2.2 na implantação de uma sala de recebimento e coleta de LHOC (Leite Humano Ordenhado Cru) em uma unidade básica de saúde (UBS). Desenvolvimento: Capacitação dos profissionais: Todo processo começou com a capacitação de quatro profissionais da equipe técnica da UBS que realizaram o curso Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação (IUBAAM), em seguida esses profissionais multiplicaram o conteúdo do curso aos funcionários de diversas categorias. Parceria ensino-serviço: A parceria do Ministério da Saúde e da UERJ com o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET saúde) proporcionou a oportunidade de fomentar o planejamento da sala de coleta de LHOC. O Grupo interprofissional (alunos de 5 cursos da saúde, preceptoria local de 2 profissionais) desenvolveu diferentes ações para promoção do aleitamento materno, como por exemplo: realização sala de espera da unidade, busca ativa de puérperas através de visitas domiciliares, acompanhados de preceptora e agente comunitário de saúde; recolhimento de LHOC  nas casas das doadoras, de forma adequada ao processo de coleta e transporte do leite doado que é  levado pela equipe para a UBS, sem que tenham que se deslocar até lá. Pareceria entre a UBS e o Banco de Leite Humano (BLH) do HUPE-UERJ, o BLH realiza a coleta de todo o leite humano ordenhado cru (LHOC) da sala na UBS, e o processo de pasteurização e posteriormente a distribuição do leite aos recém nascidos com necessidade nutricional dentro dos protocolos de prioridades. O banco de leite, também capacitou profissionais envolvidos no tema proposto, ocasionando o conhecimento de toda cadeia produtiva que transforma o LHOC em leite pasteurizado, pronto para distribuição. Sala de recebimento e coleta de LHOC A sala foi inaugurada em agosto de 2019 e está localizada em um dos consultórios da unidade, que conta com poltrona e almofada para amamentação e coleta do LHOC, freezer com termômetro e caixa térmica para transporte, adquiridos via doação Resultado: Como resultados obtidos em 6 messes de funcionamento da sala, temos 7 doadoras semanalmente e algumas doações eventuais. Foi observada a importância contínua da sensibilização e capacitação de toda equipe envolvida e o desafio de promover ações que resultem em educação em saúde sobre o tema proposto para a população. Considerações finais: As salas de coleta e recebimento de leite materno em USB é uma estratégia essencial tanto para ampliação do trabalho realizado pelos BLHs para doação do leite humano, quanto incentivo do AM.

7598 APOIO MATRICIAL EM ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NA SAÚDE INDÍGENA: EXPERIÊNCIA NA ALDEIA KHIKATXI, TERRITÓRIO INDÍGENA DO XINGU
Maria Eunice Waughan Silva, Eduardo Santos Pereira, Kuyayu Suya

APOIO MATRICIAL EM ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NA SAÚDE INDÍGENA: EXPERIÊNCIA NA ALDEIA KHIKATXI, TERRITÓRIO INDÍGENA DO XINGU

Autores: Maria Eunice Waughan Silva, Eduardo Santos Pereira, Kuyayu Suya

Apresentação: O presente trabalho trata da experiência de apoio matricial em alimentação e nutrição realizado junto à equipe de atenção básica indígena que atua na aldeia Khikatxi, pertencente ao polo Wawi do território indígena do Xingu, Mato Grosso. A equipe conta com profissionais de enfermagem, técnico em enfermagem e Agentes Indígenas de Saúde (AIS). O objetivo é descrever a experiência, considerando os desafios e as potencialidades do fazer apoio no contexto indígena. Desenvolvimento: O apoio matricial ou matriciamento consiste no compartilhamento de saberes na atenção à saúde. Na atenção à saúde familiar indígena, o fazer apoio matricial requer que o profissional mergulhe em experiências outras, visto que o modo de vida indígena coloca em questão o nosso próprio modo de estar no mundo. A relação intrínseca entre alimentação, natureza/espiritualidade e saúde se faz presente em diversos atendimentos, como o exemplo abaixo:“Ao atender uma criança com dificuldades de evacuação, o avó havia relatado que aquilo era doença de índio, pois a mãe da criança deixou a fralda suja na mata, num lugar onde tem dono espiritual. O espírito fez com que a criança tivesse esse problema A atuação do nutricionista neste contexto pode deixar o profissional “sem saber” o que fazer com tal informação, inicialmente a conduta pode ser prescrever dieta laxativa, mas não basta somente isto. Articular com a equipe de área (equipe atuante diretamente na aldeia), com a equipe de saneamento (prevenção de acúmulo de resíduos sólidos) e também com os pajés faz-se necessário para maior efetividade das equipes nessas situações. Porém a articulação entre os diversos conhecimentos se faz um  desafio constante, há de testar novos métodos, novas estratégias e descobrir no cotidiano qual destas torna o trabalho eficiente e mais prazeroso para todos. A experiência na aldeia Khikatxi demandou esse manejo do planejamento inicial, inicialmente a ideia era fazer uma abordagem coletiva no centro da aldeia, um convite para uma roda de conversa sobre a alimentação. Depois de quase 2 horas de espera, algumas pessoas começaram a se juntar, todos homens. Dias antes houve festa de passagem de ano na aldeia e o horário marcado para às 10 horas da manhã não foi uma boa estratégia, já que muitos estavam ainda trabalhando na roça. Iniciamos perto das 12h, estavam presentes 16 homens, neste momento não houve participação das mulheres. Os homens se acomodaram em seus lugares, alguns levaram seus materiais para continuar sua atividade enquanto ouvia a conversa. Um deles, estavam produzindo seus instrumentos da pescaria, um bastão comprido de madeira com uma lança na ponta, outro estava separando fios de buriti. A conversa seguiu com a apresentação sobre alimentos in natura, alimentos processados, alimentos ultraprocessados conforme Guia Alimentar para População Brasileira, foram utilizados embalagens de alimentos com sua respectiva quantidade de açúcar e gordura. Também foi abordado em forma de história simplificada o metabolismo de açúcar no sangue e os riscos  do consumo excessivo de açúcar e gordura. Como teve poucas pessoas na apresentação, foi necessário mudar a estratégia e vistar as casas, neste momento a participação dos AIS foi a peça chave. Os AIS possuem conhecimento sobre o histórico de saúde da família e fazem a mediação do atendimento através da tradução do português para a língua nativa. A abordagem baseada no Guia Alimentar se repetiu em todas as casas, em dado momento os AIS fizeram a abordagem e explicação completa na língua nativa. Pela repetição em ouvir a nutricionista, repetição em traduzir de casa em casa e pela repetição em ensinar os seus parentes, os AIS puderam fazer conversas mais esclarecedoras juntas as famílias. Também foi realizado junto à equipe de área (enfermeiro, técnico de enfermagem e AIS) a vigilância nutricional que consiste em coletar dados de peso, estatura, consumo alimentar e informações sobre recebimento de benefício previdenciário. Destaca-se que a vigilância está programada para ser realizada mensalmente pela equipe de área. Resultado:Os efeitos percebidos da experiência foram o maior domínio da equipe de área sobre o Guia Alimentar para População Brasileira, com foco na composição nutricional de alguns alimentos industrializados, o mecanismo de ação no organismo e consequência do consumo excessivo de açúcares e gorduras. Ao compreender o processo e os motivos de evitar determinados alimentos do mundo não indígena e a importância nutricional da alimentação tradicional, o AIS amplia sua caixa de ferramentas podendo orientar e auxiliar as famílias na ampliação de autonomia na escolha alimentar. >Foi identificado também a necessidade de abordar o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional no curso de formação de AIS que ocorrerá durante o ano de 2020 e a tradução para o idioma de termos importantes como ‘comida de verdade’ traduzida para língua do povo Suyá  “Wa ho Kumenda” ou comida tradicional “”. Observou-se durante a vigilância foi identificada uma criança com ganho de peso inadequado a qual necessita de atenção maior da equipe de área, em especial os AIS da aldeia da criança ea necessidade de abordar com mais atenção a curva de crescimento e a utilização da caderneta de saúde. Outra demanda identificada para o matriciamento junto aos AIS foi a abordagem do uso de fórmulas infantis e a promoção do aleitamento materno. Destaca-se também que a necessidade de utilizar  material visual durante as ações. As crianças se aproximaram ao ver os alimentos e talvez pudessem ter se surpreendido ao entender que os alimentos que carregávamos não era para o consumo, porém elas se mantiveram presentes até o final da conversa prestando muita atenção. Interessante também perceber que o trabalho de educação nutricional indígena se dá de forma intergeracional, nas visitas domiciliares a abordagem é sempre familiar, mesmo que as pessoas da casa mantenham suas funções durante a visita como ralar mandioca ou polir colar de tucum com pedra, de tempo em tempo há pausa de poucos minutos na atividade ou um breve olhar atento, indicando que podemos seguir a conversa. Considerações finais: Diante o exposto, pelas vivências e as marcas produzidas no cotidiano do trabalho, a atuação da nutrição em área abre possibilidades de novas formas de se pensar e agir no trabalho multiprofissional. A vivência em área, mesmo que breve, é essencial para que os profissionais que ficam alocados na cidade, possam entender o seu papel na saúde indígena. Considera-se que o matriciamento deve ser realizado em conjunto com os demais profissionais como farmacêutico, assistente social, psicólogo, oportunizando a entrada em área de forma coletiva e construção de estratégias de ação de médio e longo prazo.

7624 CUIDADOS NO CONTEXTO PEDIÁTRICO: UTILIZANDO A ARTE PARA HUMANIZAR O ATENDIMENTO
Viviane de Souza Bezerra, Rafael Nascimento da Silva, Izabele Grazielle da Silva Pojo, Leticia Santos do Monte, Aimê Mareco Pinheiro Brandão, Grayce Daynara Castro de Andrade, Vitor Hugo Oliveira Brito, Nely Dayse Santos da Mata

CUIDADOS NO CONTEXTO PEDIÁTRICO: UTILIZANDO A ARTE PARA HUMANIZAR O ATENDIMENTO

Autores: Viviane de Souza Bezerra, Rafael Nascimento da Silva, Izabele Grazielle da Silva Pojo, Leticia Santos do Monte, Aimê Mareco Pinheiro Brandão, Grayce Daynara Castro de Andrade, Vitor Hugo Oliveira Brito, Nely Dayse Santos da Mata

Apresentação: Humanização pode ser entendida como a forma de assistência que busca valorizar a qualidade do cuidado prestado associado ao conhecimento dos direitos do paciente, respeitando suas particularidades e subjetividades. Nos cuidados pediátricos, a humanização adquire um significado mais relevante, devido, principalmente, a maior imaturidade da criança para compreender a sua situação clínica e a vulnerabilidade associada ao afastamento do seu meio familiar. Diante disso, o objetivo deste trabalho é descrever a atividade de humanização realizada em uma enfermaria pediátrica de um hospital público de Macapá. Desenvolvimento: Este trabalho é fruto da experiência de acadêmicos de enfermagem em uma enfermaria do hospital pediátrico de Macapá durante as aulas práticas da disciplina Enfermagem Pediátrica. Trata-se de um estudo descritivo, de caráter qualitativo do tipo relato de experiência sucedido em outubro de 2019. A atividade teve como objetivo melhorar a qualidade da atmosfera hospitalar, aliando estratégias lúdicas de educação em saúde por meio da apresentação de teatro, cujo tema destinou-se a desmistificar o papel do enfermeiro, colaborando para uma visão mais humanizada do profissional. Os acadêmicos utilizaram de fantasias coloridas, adereços, música e trabalhou-se também atividades recreativas como pintura e desenho. Resultado: Participaram da atividade cinco crianças na faixa etária de um a quatro anos. Observou-se que a visão negativa da criança em relação ao enfermeiro como uma “pessoa má” é reforçada pelos pais em frases como “faz isso ou o enfermeiro vai de te dá injeção”, “não faz isso ou eu vou chamar o enfermeiro” ditas diariamente como forma de mantê-las quietas. A atividade, portanto, buscou contribuir para a desmistificação das representações da criança (e dos seus pais) em relação aos cuidados prestados pela enfermagem, proporcionando uma relação mais próxima e afetiva entre profissional e pacientes. Todavia, percebe-se a dificuldade em criar vínculo e prender atenção da criança. Um dos motivos identificados é a falta de recursos materiais que dificulta o protagonismo da criança e de sua família nos seus cuidados, gerando um desgaste físico e emocional tanto para os pacientes quanto para os profissionais. Alguns estudos evidenciam que o brincar pode ser ferramenta importante em setor pediátrico, pois enquanto a criança brinca, esta é capaz de descentralizar o seu foco de preocupação (na doença e nos procedimentos invasivos), para outras situações/estímulos. Além disso, é também uma maneira de se comunicar com a criança e gerar confiança e envolvimento. Em relação a caracterização dos acadêmicos e a execução do teatro, o feedback com os responsáveis e as crianças demonstrou que a falta de personagens de conhecimento das crianças dificultou a criação de vínculo e o envolvimento das mesmas durante a atividade. Considerações finais: portanto, percebe-se que a enfermagem exerce um papel importante na humanização do atendimento infantil, tornando a experiência da hospitalização menos dolorosa e desagradável. Contudo, para que se obtenha êxito na execução dessas atividades, é necessário desmistificar o papel do enfermeiro, tanto para a criança quanto para a família, propiciando um cuidado físico e mental mais adequado e amenizando os danos dos procedimentos cabíveis a ele.

7628 A SUPERVISÃO PEDAGÓGICA DO PROJETO MAIS MÉDICOS NAS ÁREAS INDÍGENAS E REMOTAS DO AMAZONAS
JULIANA VIEIRA SARAIVA, VICENTE MENDES DA SILVA JUNIOR, JACQUELINE NUNES DE SOUZA FAGUNDES MENDES, BAHIYYEH AHMADPOUR

A SUPERVISÃO PEDAGÓGICA DO PROJETO MAIS MÉDICOS NAS ÁREAS INDÍGENAS E REMOTAS DO AMAZONAS

Autores: JULIANA VIEIRA SARAIVA, VICENTE MENDES DA SILVA JUNIOR, JACQUELINE NUNES DE SOUZA FAGUNDES MENDES, BAHIYYEH AHMADPOUR

Apresentação: O Programa Mais Médico (PMM), criado em julho de 2013 por meio da Medida Provisória Nº 621, posteriormente transformada na Lei Nº 12.871, em outubro de 2013, veio como uma tentativa de suprir a escassez de médicos no Brasil, principalmente na Atenção Primária à Saúde (APS). O programa foi estruturado através de três eixos norteadores, intimamente associados aos seus objetivos primordiais: a) a melhoria da infraestrutura das unidades; b) educação dos médicos voltada para o SUS e para a APS; e c) provimento emergencial, por meio de editais nacionais e internacionais, chegando a recrutar e alocar mais de 18 mil médicos em 73% dos municípios do país, além dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Cerca de sete anos após a implementação do PMM, notou-se os benefícios advindos: a redução da escassez de profissionais entre 2013 e 2015 em todas as regiões geográficas, sendo a região Norte a maior beneficiada, com índice de escassez de médicos passando de 48% de municípios em março de 2013 para 31% em setembro de 2015, expansão da cobertura de saúde na APS, chegada de médicos a locais distantes e desassistidos, aprimoramento dos serviços de saúde e melhoria da infraestrutura de Unidades Básicas de Saúde (UBS). Diante dessa conjuntura, destaca-se o eixo de educação dos médicos do programa, mais conhecido como supervisão acadêmica ou supervisão pedagógica, responsável pelo acompanhamento periódico desses profissionais através de ações de supervisionamento das atividades práticas e Educação Permanente em Saúde (EPS), realizadas por supervisores médicos periodicamente. Realizar a supervisão não é um processo uniforme, principalmente na região Norte que possui peculiaridades que dificultam o acesso e contato dos supervisores com os profissionais in loco. Assim, surgiu em 2015 o Grupo Especial de Supervisão (GES) que assumiu a prerrogativa de realizar esse trabalho em áreas de difícil acesso, incluindo áreas remotas e indígenas. Desenvolvimento: trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e retrospectiva que analisou a Supervisão Pedagógica realizada em áreas remotas e indígenas pelo Grupo Especial de Supervisão do Projeto Mais Médicos para o Brasil (PMMB) no Estado do Amazonas, utilizando-se de entrevistas com os supervisores e tutores do GES Amazonas e os relatórios de supervisão do período 2013 a 2018. Além disso, a complementação do arcabouço teórico se deu por meio de artigos, portarias e normas complementares a respeito da saúde indígena e do PMMB. Resultado: O GES foi introduzido ao PMMB como uma supervisão mais bem integrada e amparada pelo Estado, contando com a colaboração das Instituições Supervisoras (IS), Conselhos de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS) locais e as Forças Armadas, a partir de parcerias firmadas pela Diretoria de Desenvolvimento da Educação em Saúde (DDES) do MEC com a Presidência da República e Ministério da Defesa. Essa inserção dá-se em um contexto de complexidades logísticas da Região Norte, dificultada pela acessibilidade e estadia dos supervisores exigindo adaptações no modelo de supervisão pedagógica dos médicos alocados no Amazonas. Os supervisores têm um papel fundamental no acompanhamento dos médicos durante suas atividades em campo, ou seja, em verificar como está o desempenho profissional desse médico, constatando as dificuldades desse profissional para poder ajudá-lo e desenvolvendo ações de educação permanente. Com relação ao número de supervisores o Amazonas possui atualmente 32 supervisores do GES, dos quais 12 estão distribuídos entre os 7 DSEIS do estado, segundo os dados de planejamento da supervisão in loco do GES no mês de outubro de 2019. Ao analisar os profissionais médicos que adentraram ao PMM na saúde indígena, constata-se que a maioria eram profissionais intercambistas cooperados, decorrente da cooperação entre os Ministérios da Saúde do Brasil e de Cuba através de um termo estabelecido pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Ao serem questionados sobre as modalidades de supervisão os supervisores e tutores relataram as dificuldades nas supervisões in loco, principalmente em alguns DSEIs e aldeias indígenas mais distantes, que geralmente levam muitos dias de locomoção, tornando difícil já que todo o processo de supervisão (incluindo a locomoção, estadia e visita) deve ser executada em menos de cinco dias. Quando o assunto é supervisão longitudinal, esbarram-se principalmente nas dificuldades de comunicação por internet e meios eletrônicos, pois determinadas regiões possuem cobertura de sinal precária. As locorregionais, outra modalidade de supervisão acadêmica, são difíceis de realizar devido às dificuldades em se conseguir a liberação dos médicos de seus locais de trabalho para irem até o local de reunião (geralmente uma cidade de fácil acesso), demonstrando que ainda existem barreiras na comunicação com os gestores de saúde. Analisando os relatórios das primeiras visitas de supervisão, observa-se uma variedade de temas propostos pelos médicos para a EPS conforme suas necessidades, incluem: assuntos de clínica médica; legislação e estrutura do SUS; problemas dermatológicos; medicina tropical e habilidades de comunicação. Quando questionados sobre as temáticas que consideram relevantes para serem abordadas nas supervisões pedagógicas, 92% dos supervisionados responderam ser importante a realização de capacitações sobre acolhimento e processo de trabalho. Além disso, constatou-se que 88% e 85%, respectivamente, pediram que fosse abordado temas relativos à saúde mental e saúde da mulher; 84% solicitaram a inclusão de rede de atenção à saúde e atenção básica de saúde e métodos de gestão da clínica individual e familiar. Outras demandas bastante expressivas foram doenças infecto parasitárias e saúde da criança para 80% dos médicos; lesões cutâneas em 78% dos casos; saúde do idoso com 74% e promoção de saúde na atenção básica para 72% dos médicos supervisionados em áreas indígenas. Os supervisores utilizam as informações colhidas para realizar o planejamento das ações de EPS através de rodas de conversa com os profissionais, de discussão e revisão de casos, exposição dialogada, realização de interconsulta na unidade de saúde, treinamentos de habilidades e reuniões. Resultado: O PMM aumentou a cobertura nos 34 DSEIs, além de proporcionar o acesso aos serviços de saúde através do provimento emergencial, proporcionando melhoria na saúde de mais de 50 milhões de brasileiros, destacando a atuação de médicos estrangeiros, principalmente os cubanos, que foram responsáveis por preencher a grande maioria das vagas, em especial as áreas de acesso mais difícil. Desde então, o PMM vem contribuindo para a melhoria das condições de saúde dessas populações, e a supervisão acadêmica que se dá através do PMMB, soma-se para a manutenção do programa, sendo essencial para a qualidade da saúde da população assistida. Dessa forma, através de parcerias interministeriais, a supervisão tem conseguido chegar aos profissionais médicos do programa com agilidade para gerenciar formas de otimizar e melhorar as habilidades clínicas dos médicos atuantes através da educação permanente. A EPS é uma importante ferramenta para a contribuição para a ressignificação da prática profissional realizada pela supervisão acadêmica. Tais supervisores têm exercido uma supervisão sensível aos desafios encontrados pelos médicos do programa, de forma integrada e contemplando os princípios da AB e do SIASI-SUS. As temáticas tratadas na EPS, como foram demonstradas, são variadas e abrangem desde assuntos relacionados à formação clínica dos profissionais até os aspectos de gestão em saúde, habilidades de comunicação e relações interpessoais. Portanto, reconhecemos a importância do trabalho do grupo de supervisão no Estado do Amazonas, que além de ter um corpo de profissionais alinhados com as necessidades, têm demonstrado o quanto essas atividades realizadas qualificam o processo de trabalho do médico do PMM.

7661 VISITA DOMICILIAR COMPARTILHADA NO NASF: LAÇOS DE CUIDADO EM SAÚDE
Glaucia Dias dos Santos

VISITA DOMICILIAR COMPARTILHADA NO NASF: LAÇOS DE CUIDADO EM SAÚDE

Autores: Glaucia Dias dos Santos

Apresentação: A visita domiciliar é uma ferramenta, utilizada pelos profissionais da atenção básica em saúde, consiste no atendimento e acompanhamento dos usuários na sua residência. Servem como uma forma de criar fortes vínculos, e conhecer as reais necessidades dos usuários, com foco no sujeito e na família (Rocha, 2017). Os Núcleos Ampliados a Saúde da Família (NASF), são compostos por equipes multiprofissionais e atuam de forma interdisciplinar e integradas com as equipes de Saúde da Família. A visita domiciliar interdisciplinar e compartilhada faz parte das ações realizadas por estes profissionais. Nas visitas domiciliares compartilhadas e interdisciplinares, como estratégia de cuidado, além de prestar os cuidados no domicílio, buscam orientar, prevenir agravos e acompanhar os cuidados aos usuários, realizam o reconhecimento das condições físicas, mentais, culturais, costumes e hábitos dos mesmos, dentro das suas rotinas diárias. Visando um olhar ampliado das condições reais de vida, analisando as interações no ambiente familiar. A atuação interdisciplinar e integrada proporciona às equipes a construção conjunta de projetos terapêuticos, intervenções e ações em saúde (Barbosa, 2016). Este trabalho objetiva relatar a relevância da visita domiciliar compartilhada e interdisciplinar, a partir de vivências realizadas por uma Fisioterapeuta residente do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica/ Saúde da Família da UNIVALI. A partir das experiências vivenciadas nas visitas domiciliares compartilhadas e interdisciplinares, observo que as mesmas favorecem a ampliação do cuidado integral, possibilitando o planejamento de ações e condutas mais adequadas, respeitando as especificidades de cada usuário e família. Facilitando a abordagem e a adesão ao tratamento e orientações realizadas a família, refletindo em uma maior resolutividade dos cuidados em saúde. Este momento contribui também para o diálogo entre os profissionais, troca de conhecimentos e ampliação da clínica. Sendo a visita domiciliar compartilhada e interdisciplinar uma potente ferramenta de integração das profissões de uma maneira complementar, a qual possibilita a formulação de um saber crítico-reflexivo, proporcionando um diálogo construtivo e qualificando o serviço em saúde.

7681 ÓBITO INFANTIL: AS PERCEPÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DURANTE O PROCESSO DE TRABALHO
Isabela Da Costa Monnerat, Tayane Ramos de Araújo, Alice Damasceno Abreu, Stefanny Jennyfer da Silva Pacheco, Jaci José De Souza Júnior

ÓBITO INFANTIL: AS PERCEPÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DURANTE O PROCESSO DE TRABALHO

Autores: Isabela Da Costa Monnerat, Tayane Ramos de Araújo, Alice Damasceno Abreu, Stefanny Jennyfer da Silva Pacheco, Jaci José De Souza Júnior

Apresentação: A morte é um acontecimento inevitável da vida humana. Embora faça parte do ciclo natural do ser humano, o homem tende a ignorá-la e a repeli-la, talvez, por não conseguir desvendá-la ou ainda na tentativa de adiá-la e, até mesmo, para afastar a ideia da possibilidade de separação e perda de seus entes queridos. O óbito infantil reveste-se inevitavelmente de conotação trágica, é interpretada como interrupção do ciclo biológico, e isso provoca na equipe de enfermagem sentimento de impotência, frustração, tristeza, dor, sofrimento e angústia. Os enfermeiros(as), seguem normas e condutas éticas, profissionais e institucionais objetivando salvar vidas e evitar a morte. Ao colocar em prática os seus conhecimentos, habilidades e competências buscam dar suporte para a promoção, prevenção e recuperação da saúde. O objetivo deste estudo foi investigar a experiência da equipe de enfermagem com a morte de crianças e os sentimentos que emergiram dessa vivência. Identificar o significado da morte infantil para a equipe de enfermagem. Analisar como a morte infantil influencia no ambiente de trabalho para a equipe de enfermagem. Desenvolvimento: Trata- se de uma pesquisa qualitativa exploratória, descritiva, desenvolvido com 19 integrantes da equipe de enfermagem da unidade pediátrica e neonatal de um Hospital de Ensino da Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro. Os critérios de inclusão: pertencer a equipe de enfermagem, que trabalhe ou que tenha trabalhado nas unidades de Pediatria e Unidade Intermediaria Neonatal, sendo enfermeiro ou técnico de enfermagem que expresse o aceite por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os critérios de exclusão: profissionais que não aceitaram participar da pesquisa ou que estejam de férias ou de licença. A estratégia de Coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas, mediante de uma abordagem presencial única com cada participante. Resultado: A totalidade da amostra foi composta por profissionais do sexo feminino, sendo 6 enfermeiras e 13 técnicas de enfermagem. Observou-se que, a morte infantil é um evento frequente, a conceituam como perda/fim, associam a dor, despreparo ou descrevem-na como processo fisiológico e científico. O sentimento de fracasso profissional e impotência diante da morte é unânime a equipe, uma vez que a formação profissional é voltada para salvar vidas e não para as questões que envolvem a finitude humana, principalmente na infância. Revelam possuir dificuldades para enfrentá-la, preferindo, evitar o envolvimento com a criança e sua família, a fim de preservar sua saúde psíquica ou recorrerem a concepções religiosas. Os dados foram categorizados de acordo com seus núcleos de conteúdo. No total foram agrupadas três categorias. A primeira categoria foi denominada de A definição de morte; a segunda categoria A prática e os sentimentos frente à morte infantil; A terceira categoria denominada de Morte infantil: vivência e aprendizado. Considerações finais: Foi possível observar que os sentimentos, as atitudes e as próprias práticas presentes no confronto com a morte não são uniformes, variando de um profissional para outro e de uma morte para outra.

7698 FORTALECIMENTO DO SUS: A SINERGIA ENTRE A PRÁTICA DE ENSINO HORIZONTAL E A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) EM UMA UBS DA AMAZÔNIA
Aimê Mareco Pinheiro Brandão, Alinne Rodrigues Bitencourt, Caroline Lima de Freitas, Criscia Eduarda Amaral Xavier, Izabele Graziele da Silva Pojo, João Lucas Barbosa Magalhães, Leilson da Silva Lima, Viviane de Souza Bezerra

FORTALECIMENTO DO SUS: A SINERGIA ENTRE A PRÁTICA DE ENSINO HORIZONTAL E A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) EM UMA UBS DA AMAZÔNIA

Autores: Aimê Mareco Pinheiro Brandão, Alinne Rodrigues Bitencourt, Caroline Lima de Freitas, Criscia Eduarda Amaral Xavier, Izabele Graziele da Silva Pojo, João Lucas Barbosa Magalhães, Leilson da Silva Lima, Viviane de Souza Bezerra

Apresentação: As Unidades Básicas de Saúde (UBS) tem por objetivo garantir a execução de ações e proteção da saúde da população, além da prevenção de agravos, diagnóstico, redução de danos e reabilitação seguindo os princípios e diretrizes estabelecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com o objetivo de desenvolver uma atenção integral, marcada pela descentralização, intersetorialidade e preocupação com as necessidades biopsicossociais em saúde. Na área de cobertura da UBS, a Estratégia Saúde da Família (ESF) tem um papel de extrema importância ao promover  qualidade de vida à população e intervenção nos fatores de risco a saúde, operando de forma integral e equitativa ao mesmo tempo que atua como porta de entrada e centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde (RAS). Ao desempenhar o princípio da equidade, que consiste na assistência dos indivíduos de acordo com suas necessidades, oferecendo mais a quem mais precisa, a ESF garante à população mais vulnerável a realização de ações de prevenção, tratamento de doenças, reabilitação, cuidados paliativos e promoção da saúde a nível domiciliar, garantindo assim a continuidade do cuidado, pois em muitos casos o usuário não possui condições para se deslocar até a UBS mais próxima de seu domicílio, seja por questões de transporte, deficiência física, entre outros. Nesse sentido, a ESF desenvolve o papel de agente precursor no incentivo de ações que visam a melhora da saúde da população a partir da sinergia horizontal, independente da condição clínica atual do indivíduo a quem o serviço é prestado e garantindo também que os usuários sejam atendidos por uma equipe multiprofissional, proporcionando dessa forma o cuidado em saúde integral e assim, gerando um acesso melhor e mais completo à saúde. Essas são iniciativas importantes na construção da horizontalidade no SUS, que só são possíveis a partir da sinergia entre diferentes agentes, como é o caso da ESF com o auxílio dos estudantes de Enfermagem através da promoção em saúde. Logo, o objetivo do presente resumo é relatar a experiência da sinergia na prática de ensino horizontal que ocorreu entre os profissionais do Estratégia Saúde da Família e os estudantes do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Amapá através de uma prática de ensino em uma UBS em bairro periférico na região amazônica. Desenvolvimento: O trabalho ocorreu na Unidade Básica de Saúde do bairro Perpétuo Socorro na cidade de Macapá, Amapá e se desenvolveu durante a prática de ensino da disciplina de Enfermagem na Saúde do Adulto e do Idoso, presente na grade curricular do curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal do Amapá - UNIFAP. Nesse período de prática, em setembro de 2019, os discentes acompanharam a ESF no atendimento domiciliar dos usuários, em sua maioria idosos. Através desse acompanhamento, os estudantes interagiram com os profissionais da unidade e com os usuários do serviço através da realização de consultas, triagens, orientações e curativos. Ademais, também foram compartilhados diversos relatos de experiência dos profissionais da ESF com os estudantes de Enfermagem, mostrando as dificuldades enfrentadas nas rotinas e as satisfações de receber os resultados esperados de um trabalho bem feito. Os profissionais da ESF incentivaram os estudantes de Enfermagem a realizar procedimentos específicos como: curativos em lesões em pacientes com diabetes mellitus, em úlceras por pressão, triagem e verificação de exames, para melhor compreensão da dinâmica de atendimentos e a rotina dos profissionais. Além disso, os estudantes foram  estimulados a elaborar um plano de cuidado individual junto à ESF utilizando as informações cedidas pelos usuários. Resultado: A partir da troca sinérgica entre a ESF com os componentes dos grupos da prática de ensino  através das ações do cuidado familiar ampliado e da valorização dos diversos saberes de forma horizontalizada com o apoio do trabalho interdisciplinar, promoveu-se diversos fatores como: o acesso à saúde aos usuários, um melhor entendimento de atuação da área em que a disciplina Saúde do Adulto e do Idoso e um maior alcance na compreensão de como a ESF exerce seu papel na sociedade como componente de acesso à saúde. Observou-se ainda, que o atendimento realizado pela equipe da ESF junto aos acadêmicos foi de extrema importância tanto para a comunidade atendida, quanto para os estudantes, já que através da prática, pode-se fortalecer o SUS através do cumprimento dos princípios da integralidade, universalização e equidade, garantindo atendimento a todas as pessoas através da atuação da ESF, por meio de condutas de promoção, prevenção, cura e reabilitação de agravos de saúde dos usuários atendidos em região periférica, diminuindo as desigualdades e procurando atender as diferentes demandas individuais sem deixar de considerar o indivíduo como um todo, bem como contribuiu para o conhecimento dos acadêmicos acerca do programa e das práticas assistenciais de enfermagem. Através da manutenção desse acompanhamento permite-se  que seja feito de maneira mais eficiente e rápida, a visualização fatores de risco para possíveis agravos que interfiram na saúde dos indivíduos atendidos, e dessa maneira, propicia o desenvolvimento de estratégias para minimizá-los. Por fim, por meio da escuta ativa, os profissionais e acadêmicos oportunizaram aos usuários momentos em que esses podiam conversar, expressar suas ideias, angústias e sentimentos, favorecendo a formação do vínculo entre profissional e usuário e proporcionando um atendimento mais humanizado, que a longo prazo é fundamental para o planejamento e implementações com bases nas práticas de saúde coletiva. A ESF e os estudantes sempre foram bem recebidos nas residências dos usuários, os mesmos estavam sempre colaborativos com o atendimento, e em muitas ocasiões gostavam de compartilhar suas experiências em relação a sua enfermidade, independente da condição clínica, contribuindo na eficácia do serviço e colaborando com a atuação da ESF e com a experiência dos acadêmicos que passaram pelo ensino na prática. Considerações finais: No campo de prática os acadêmicos vivenciaram experiências com diversos graus de dificuldade, visando além da aquisição de conhecimento, a realização de forma correta os procedimentos e as orientações sobre o autocuidado do cliente, atendendo as especificidades dos mesmos, utilizando como base a elaboração de um plano de intervenção e cuidado junto à  ESF, de forma humanizada e que estimule o usuário e sua família a cooperar com o tratamento e na melhora das suas atividades diárias, garantindo assim maior autonomia ao usuário e ampliando as chances de obtenção de êxito durante o tratamento. Isso só foi possível devido a prática horizontal pautada na sinergia entre os dois agentes, que se uniram para a promoção em saúde de uma população periférica que necessita de cuidados, fortalecendo e efetivando princípios que compõem o SUS, com o objetivo de alcançar a tríade: Universalização, equidade e integralidade.

7729 REORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA: A AMPLIAÇÃO DO ACESSO ATRAVÉS DA IMPLANTAÇÃO DO ACOLHIMENTO A DEMANDA ESPONTÂNEA NO MUNICÍPIO DE CANAÃ DOS CARAJÁS- PARÁ- BRASIL
Débora Garcia Lima, Katia Maria Braga Edmundo, Ricardo de Mattos Russo Rafael

REORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA: A AMPLIAÇÃO DO ACESSO ATRAVÉS DA IMPLANTAÇÃO DO ACOLHIMENTO A DEMANDA ESPONTÂNEA NO MUNICÍPIO DE CANAÃ DOS CARAJÁS- PARÁ- BRASIL

Autores: Débora Garcia Lima, Katia Maria Braga Edmundo, Ricardo de Mattos Russo Rafael

Apresentação: O acesso ao primeiro contato é um dos atributos principais da Atenção Primária em Saúde (APS), o acolhimento é um dispositivo importante para garantia da equidade, da integralidade e da universalidade de acesso aos usuários que apresentam demandas espontâneas na APS.  Acolher implica em identificar a demanda do usuário como algo individual e singular e encontrar uma resolução a partir da Rede de Atenção à Saúde. Trata-se de um desafio para os municípios, a gestão do município de Canaã dos Carajás identificou em 2017 as dificuldades de acesso do usuário, e tomou a decisão de reorganizar a rede básica visando garantir o acolhimento à demanda espontânea e ampliação do acesso aos moradores. O programa Ciclo Saúde (FV, CEDAPS, UNESA) foi acionado com o intuito cooperar tecnicamente meio de uma metodologia participativa envolvendo profissionais e comunidade, visando fortalecer a atenção básica. Objetivo Geral: Reorganizar a Atenção Primária do município de Canaã dos Carajás visando a melhoria da qualidade da atenção através do acolhimento à demanda espontânea e da ampliação do acesso dos usuários a APS. Desenvolvimento: O município de Canaã dos Carajás pertence a Região Norte do Brasil, sudeste do Estado do Pará. A atenção básica é comporta por onze equipes de Saúde da Família (eSF) e um Núcleo Apoio à Saúde da Família (NASF). As atividades desenvolvidas pelo projeto contemplaram 100% dos profissionais da APS, além de alguns profissionais da rede hospitalar e o conselho municipal de saúde. Foi utilizado a metodologia de Construção Compartilhada de Soluções Locais visando o compartilhamento de ideias, visões e planejamento de atividades. Foram realizadas visitas diagnósticas, intercambio com o Rio de Janeiro, Rodas de conversas com os profissionais e oficinas formativas entre os anos de 2017 a 2019. Todas as etapas do processo foram construídas de forma participativa entre os profissionais e a gestão municipal, de acordo com a realidade de cada território/Unidade Básica. Resultado: Alcançados: Foram mobilizados e capacitados 362 profissionais, totalizando 256 horas de formação entre os anos de 2017 a 2019, a metodologia de Construção compartilhada de Soluções locais possibilitou a ampliação do acesso,  já que antes do projeto o município possuía uma média de 0, 59 consultas por habitante, passando para uma média de 2,87 consultas por habitante 8 meses após a implantação do projeto, passando de 45.696 atendimentos realizados na Atenção Primária a saúde no ano de 2017 para 91.497 atendimentos no ano de 2018, e o aumento da resolutividade evidenciado através da redução de 46% nos encaminhamentos médicos para consultas especializadas 4 meses após a implantação. Atualmente, as demandas agudas graves são atendidas no mesmo dia em 100% das unidades, as demandas agudas não graves são atendidas no mesmo dia em 83% das unidades. Em 50% das unidades, as demandas não agudas conseguem ser atendidas em até 72 horas. Além disso, houve a expansão do horário de funcionamento com unidades abertas durante todo o dia, inclusive no horário e almoço, a construção de novos fluxos nas unidades, onde os usuários tem o primeiro atendimento realizado pelo ACS, são acolhidos, escutado se tem sua demanda legitimada, com a garantia de atendimento durante todo horário de funcionamento com equidade através da classificação de risco e vulnerabilidade realizada pelo enfermeiro e não mais por ordem de chegada, não tendo mais necessidade de dormir na fila para a garantia de atendimento. Houve a Reorganização das agendas dos profissionais, intercalando entre atendimento agendado e atendimento a demanda espontânea. Reorganização do processo de trabalho das equipes. Redução do número de atendimentos hospitalares. Reforço do vínculo, com 100% das equipes estão completas. Maior aproximação da gestão com as equipes através da inclusão da função de gerente de UBS não integrante da eSF. A reorganização da atenção primária possibilitou a ampliação do acesso dos usuários as consultas, o maior controle dos indicadores de saúde, maior aproximação da gestão com as equipes e reforço da educação permanente, os usuários estão mais satisfeitos com a garantia do direito ao acesso a atenção primária. Considerações finais: Todo o processo foi construído com o uso da metodologia participativa através da construção compartilhado de soluções locais entre os profissionais, a gestão e o conselho municipal de saúde, evidenciando que as intervenções participativas são capazes de alterar os modelos de gestão a partir do cotidiano dos serviços contando com a participação dos atores que constroem o SUS. A reorganização da APS possibilitou a ampliação do acesso a Atenção Primária á Saúde para os usuários do município, através do fortalecimento do vínculo por meio do acolhimento, da equidade através da classificação de risco e vulnerabilidade e a longitudinalidade do cuidado através do prontuário eletrônico integrado, melhorando a resolutividade e a qualidade da assistência a saúde. Como avanços, foi possível destacar, a melhoria da qualidade da assistência, a expansão do horário de funcionamento, as unidades abertas durante todo o dia, inclusive no horário e almoço, o acolhimento a demanda espontânea em tempo integral, a redução das filas durante a madrugara, redução do tempo de espera para consultas, a construção de novos fluxos de atendimento, a reorganização da agenda dos profissionais e no processo de trabalho, a aproximação do ACS com a equipe e o melhor conhecimento dos fluxos, maior satisfação dos usuários, encaminhamento com responsabilização, maior controle dos indicadores de saúde, maior aproximação da gestão com as equipes e reforço da educação permanente. E  por mais que ainda exista um longo caminho a ser percorrido, o acolhimento, apesar de não ser o único recurso, é uma importante ferramenta para tornar as relações mais horizontais e humanos, na medida em que é considerado a subjetividade de cada indivíduo através da escuta qualificada e da equidade no acesso. Hoje os usuários tem a certeza de que serão acolhidos, passaram por uma classificação de risco e vulnerabilidade, e terão uma equipe completa, pronta para atender, de forma humanizada, com horário ampliado e flexibilizado para o atendimento das demandas, fortalecendo a atenção primária como porta de entrada do sistema e coordenadora de rede de atenção à saúde, garantindo um atendimento humanizado com equidade e a redução das barreiras de acesso.

7730 GRUPOS DE TRABALHOS REGIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE PROBLEMATIZAÇÃO E REFLEXÃO DO SABER E DA PRÁTICA
jose carlos benfica dos santos junior, Crislene Faustino Alambert, Ísis Zeferino Botelho, Janaína Nogueira Guimarães, Juliana Sobral de Oliveira, Samara Milene da Silva, Thais Severino da Silva

GRUPOS DE TRABALHOS REGIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE PROBLEMATIZAÇÃO E REFLEXÃO DO SABER E DA PRÁTICA

Autores: jose carlos benfica dos santos junior, Crislene Faustino Alambert, Ísis Zeferino Botelho, Janaína Nogueira Guimarães, Juliana Sobral de Oliveira, Samara Milene da Silva, Thais Severino da Silva

Apresentação: Trata-se de um relato de experiência que tem por objetivo apresentar os Grupos e Trabalho desenvolvido pelos Apoiadores Institucionais da Superintendência de Atenção Primária a Saúde da SES RJ juntos as Coordenações municipais de Atenção Básica na qualificação dos processos de trabalho e gestão. Descrição: A Educação Permanente em Saúde (EPS) é uma ferramenta teórica e metodológica que pode ser utilizada nos ambientes de trabalho, inclusive nos espaços de gestão, visando o planejamento, organização dos processos cotidianos, bem como para subsidiar a tomada de decisões. A EPS fomenta que haja uma interface entre os processos protocolares, as especificidades e as necessidades de uma determinada equipe/território, possibilitando assim, que os trabalhadores desenvolvam sua criatividade, senso crítico e se tornem protagonistas nos processo organizacionais, articulando-se também com outras práticas interinstitucionais e/ou intersetoriais. A EPS foi instituída pela Portaria Ministerial nº 198/2004, sendo um marco para o processo de trabalho, pois visa práticas de formação, de atenção, de gestão, de formulação de políticas, de participação popular e de controle social no setor da Saúde. Deve ser entendida, de acordo com a Política Nacional de Educação Permanente (2007), como um processo que envolve aprendizagem-trabalho e que acontece no cotidiano das pessoas e das organizações, onde o ponto de partida para as ações deve ser os problemas enfrentados pelos profissionais, considerando os conhecimentos e experiências dos envolvidos. A referida Política propõe que os processos de educação dos trabalhadores da saúde sejam realizados a partir da problematização do processo de trabalho, e valoriza o saber prático, teórico e o desenvolvimento destes atores. Neste sentido, os processos de educação permanente em saúde têm como objetivo transformar as práticas profissionais e a organização do processo de trabalho, identificando e construindo estratégias que possibilitem o aperfeiçoamento das práticas em gestão da saúde. Os Grupos de Trabalho da Atenção Primária à Saúde (GTs APS) são espaços que a Superintendência da Atenção Primária à Saúde (SAPS) da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) utiliza para problematizar os desafios e os avanços da gestão da atenção primária à saúde com os coordenadores municipais, organizados regionalmente, podendo ser considerados como uma das ferramentas de educação permanente utilizadas pela gestão estadual da APS. Os GTs APS foram pactuados e instituídos em 2013. São objetivos dessa metodologia de trabalho: Fomentar a problematização da gestão da APS nos 92 municípios do Estado do Rio Janeiro; Levantar as potencialidades e fragilidades da gestão da APS, considerando as diferenças e realidades regionais; Discutir os processos de trabalho com base na prática operacional de cada município, contrapondo os protocolos da APS vigentes; Possibilitar o intercâmbio de experiências entre os municípios da região de saúde, fortalecendo a regionalização; Orientar e acompanhar as estratégias de melhoria das APS desenvolvida por cada município. Os Grupos de Trabalho ocorrem mensalmente nas nove (9) regiões de saúde com os coordenadores da Atenção Primária e Coordenadores de Saúde Bucal. O assessor e o apoiador da Superintendência da Atenção Primária à Saúde apoiam e acompanham a agenda como mediadores do processo, estimulando que a fala circule por todos os presentes. Esses encontros possuem sempre uma temática pautada pelo grupo, que emerge do momento de problematização e são sempre pactuados previamente para que a discussão seja de interesse dos presentes e que possa ser objeto de desdobramento com as equipes nos municípios. O encontro entre os pares propicia que o espaço seja considerado de confiança pelos presentes, sensibilizando o grupo a pensar em ações conjuntas e trocas de experiências. Para a execução do GT APS são utilizadas diversas ferramentas metodológicas, tais como: roda de conversa, o encontro dos pares, discussão de casos e a problematização da prática. A problematização é o que tem o maior destaque, pois os coordenadores, mesmo que estejam inseridos em municípios distintos, compartilham e realizam trabalhos similares. Entendemos que essa metodologia é a que melhor se aplica, contrapondo métodos de transferência de diretrizes e protocolos, que, por vezes, não são efetivos a ponto de transformarem as práticas nos serviços e melhorarem os indicadores da atenção primária a saúde. O encontro é estruturado para contextualizar, identificar e entender os nós críticos, verificar o que se tem nos protocolos e na política da atenção básica, refletir sobre o tema e pensar em possíveis ações estratégicas para serem discutidas com as equipes. O planejamento e a organização do grupo de trabalho seguem os seguintes passos: Observação da realidade concreta; Determinação de pontos-chave; Teorização; Hipóteses de solução; Aplicação prática à realidade. A avaliação do espaço dos GTs é realizada em um processo continuo, utilizando-se de indicadores que abordam número de municípios participantes, frequência da participação e grau de envolvimento dos participantes, que é medida pelas colocações ativas dos mesmos, sugestões e críticas a cada encontro realizado. O monitoramento de Indicadores de Saúde pactuados e a observação das estratégias discutidas nos GTs sendo implementadas pelos Coordenadores em seus municípios propiciam aos facilitadores avaliarem a metodologia utilizada e os resultados alcançados. Resultado: Com o desenvolvimento desses espaços, é possível promover uma relação horizontal, circular a fala entre os pares, a escuta, a identificação de potencialidades e fragilidades de modo a mobilizar para mudança no “fazer gestão” nos municípios, considerando sempre a necessidade do desdobramento e discussão das temáticas trabalhadas nesses encontros com as equipes em seus municípios. Espera-se que os coordenadores da Atenção Primária planejem melhor suas ações de expansão de cobertura, substituindo os espaços de vazios sanitários por serviços da atenção primária com equipes presentes e atuantes, bem como qualificar seus processos de trabalho. Também são resultados esperados a discussão in loco de estratégias com as equipes para melhorar o acompanhamento das famílias e as condições de saúde agudas e crônicas, como também qualificar o registro das informações no sistema de informação atual e consequentemente os indicadores de pactuação federativo e os dispostos no Programa Estadual de Financiamento da Atenção Primária à Saúde (PREFAPS), além da identificação das reais necessidades de capacitações para os profissionais. Considerações finais: Os grupos de Trabalho tem sido utilizados como metodologia de trabalho desde 2014 e sido fundamentais na construção constante de um espaço e momentos de encontro de discussão com as coordenações de atenção básica municipais que são sempre valorizadas pelas mesmas e onde cenários, problemáticas e processos de trabalho e gestão são objetos permanentes de discussão e elaboração de ações para qualificação da atenção à saúde.

7754 A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA INTERPROFISSIONAL FRENTE AO PACIENTE COM DIABETES MELLITUS
LARESSA BARBOSA DA SILVA PEREIRA, DAIANE da Silva Rocha, AGNES BUENOS

A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA INTERPROFISSIONAL FRENTE AO PACIENTE COM DIABETES MELLITUS

Autores: LARESSA BARBOSA DA SILVA PEREIRA, DAIANE da Silva Rocha, AGNES BUENOS

Apresentação: A discussão do cuidado em saúde, contemporaneamente, aponta para a interprofissionalidade pautada na melhoria da qualidade no cuidado ao paciente. A priorização da integração entre as diferentes áreas deve ser alcançada com respeito às especificidades de cada profissão e incorporada na prática diária. O perfil epidemiológico da população brasileira atual aponta o incremento nas taxas de incidência do diabetes mellitus (DM), sendo uma das prioridades no crescimento de doenças crônicas. Em 2015, havia 14,3 milhões de pessoas com diabetes no Brasil, tal quadro justifica a reflexão sobre as intervenções de forma interdisciplinar na promoção da aderência ao tratamento não farmacológico. O DM é um distúrbio metabólico causado pelo excesso de concentração de glicose no sangue resultante da pouca produção de insulina, podendo ter várias classificações clínicas. O presente estudo aborda a do tipo dois, em função do seu crescimento expressivo na população. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, 83,8% dos casos ainda sem diagnóstico estão localizados em países em desenvolvimento, sendo a terceira maior causa de morte prematura.  A finalidade de manter níveis equilibrados de glicose é essencial e a integralidade no cuidado, visa à reeducação de hábitos saudáveis através da modificação do estilo de vida resultando em um bom controle metabólico. A assistência nutricional propõe ao paciente planejar suas refeições, cumprir os horários e o plano alimentar. O enfermeiro precisa estar consciente de que o processo que se estabelece no cuidado está pautado ao de educar. No entanto, diante das necessidades dos usuários do Sistema Único de Saúde- SUS, que na maioria das vezes são de difícil enfrentamento, exige a permanente articulação dos diferentes saberes e das práticas profissionais. É essa interação que nos aproxima de um modelo de atenção à saúde mais integral. Objetivo: O estudo propõe uma reflexão sobre a importância da integralidade do atendimento do nutricionista e enfermeiro frente ao paciente com diabetes para eficácia no tratamento. A metodologia utilizada foi à abordagem qualitativa do tipo exploratória, utilizando a base de dados PubMed. Resultado: Os artigos científicos já consultados apontam para um número expressivo de pacientes que relatam terem grande dificuldade em manter a glicemia controlada, em função da não adesão ou mesmo entendimento da orientação nutricional que visa à mudança de estilo de vida e principalmente dos hábitos alimentares em sua rotina. Considerações finais: Uma assistência integral proporciona melhor adesão ao tratamento, sendo um dos instrumentos para que possamos avançar na luta por um SUS cada vez mais forte e coerente com seus princípios. 

7802 BASTIDORES E PERSONAGENS DO "NÃO-CURSO" DE FORMAÇÃO DE CARTÓGRAFOS NA FUNAD - CER IV, EM JOÃO PESSOA (PB)
Hariel Hegel Lins Zózimo, Maria Fernanda Batista De Britto Lyra, Daniella de Souza Barbosa, Daniele Alves Peixoto, Juliana Sampaio, Luciano Bezerra Gomes, Tarcísio Almeida Menezes, Anna Lygia Tavares

BASTIDORES E PERSONAGENS DO "NÃO-CURSO" DE FORMAÇÃO DE CARTÓGRAFOS NA FUNAD - CER IV, EM JOÃO PESSOA (PB)

Autores: Hariel Hegel Lins Zózimo, Maria Fernanda Batista De Britto Lyra, Daniella de Souza Barbosa, Daniele Alves Peixoto, Juliana Sampaio, Luciano Bezerra Gomes, Tarcísio Almeida Menezes, Anna Lygia Tavares

Apresentação: O presente trabalho relata a experiência de pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) no desenvolvimento de uma estratégia de Educação Permanente orientada pelo método cartográfico e direcionada aos trabalhadores da FUNAD, um Centro Especializado de Reabilitação IV, em João Pessoa. O que foi chamado de "não-curso" teve como objetivo a formação de pesquisadores cartógrafos, tanto daqueles oriundos da UFPB quanto da FUNAD, capazes de observar a subjetividade dos movimentos criados pelos usuários dentro e fora da instituição. Ele parte de uma estratégia nacional, promovida pelo CNPq e pelo Ministério da Saúde, que objetiva avaliar a implantação da rede de cuidado da pessoa com deficiência no Sistema Único de Saúde (SUS). A cartografia é um método de pesquisa que oferece linhas de orientação para o trabalho em substituição das regras metodológicas, cujo preceito máximo é o interesse e a abertura do pesquisador para o conhecimento. Difere dos modelos tradicionais por não buscar neutralidade do observador, reconhecendo que fazer pesquisa é uma interferência, e que os objetos dela e seus executores estão unidos na experiência, influenciando e sendo influenciados. Esse é o processo de implicação e sobreimplicação, que cria a necessidade do pesquisador entender e lidar com os efeitos causados pela pesquisa em si e nos outros. A integração com o objeto de estudo produz impressões distintas em cada indivíduo, devido à singularidade de percepções. Assim, os fenômenos são entendidos de formas diferentes e, portanto, os dados coletados são particulares a cada um, assegurando o cumprimento do objetivo da pesquisa cartográfica, qual seja, a captação da subjetividade do objeto observado. Apesar de esse tipo de estudo não buscar ativamente soluções e intervenções, ele conduz a um processo de questionamento da realidade vigente, com a problematização de fenômenos, que podem resultar em benefícios para a transformação do cotidiano. Desenvolvimento: Inicialmente, foram realizados encontros internos na UFPB para mobilizar os membros docentes e discentes do Grupo de Pesquisa Política, Educação e Cuidado em Saúde (GEPCS) que iriam trabalhar com a pesquisa promovida pelo CNPq e pelo Ministério da Saúde, na subdivisão paraibana. O grupo é composto por professores e alunos de graduação e mestrado da UFPB, além de pesquisadores externos. Foram realizadas conversas preliminares sobre o projeto de pesquisa, seus referenciais teóricos e metodológicos, sendo definidas estratégias de aproximação com um CER IV situado em João Pessoa (PB), conhecido como FUNAD, onde efetivamente ela seria desenrolada e os usuários-guias seriam identificados. Em seguida, o grupo promoveu uma reunião com a gestão da FUNAD, quando foi apresentada a proposta inicial. O desenvolvimento do projeto foi explicado e questionamentos foram esclarecidos, o que resultou em uma boa recepção e posterior aceitação por parte dos gestores da FUNAD. Para facilitar os trabalhos, foi criado um grupo na rede social WhatsApp, para compartilhar informações e integrar docentes, discentes e trabalhadores do serviço. Um segundo encontro foi realizado para apresentar a proposta da pesquisa às demais pessoas atuantes no centro, além dos gestores, e convidar os interessados para participar dela como pesquisadores cartógrafos. Após a apresentação da proposta e da metodologia de pesquisa, foi aberto um debate sobre as expectativas e demandas da equipe da FUNAD sobre os movimentos nesse ponto de atenção da Rede. Os trabalhadores mostraram surpresa e apreensão perante o processo cartográfico, contrastante com o modelo de coleta e análise de dados conhecido, no qual eles atuavam como fornecedores de estatísticas e não como membros ativos de produção do conhecimento. A demanda dos trabalhadores, suscitada pela apreensão em participar do processo cartográfico, desconhecido por eles, foi uma oportunidade para criar um dispositivo de encontro do grupo, agora formado pelos pesquisadores do GEPCS e da FUNAD. Surgiu a ideia de promover o não curso, que abordou questões inerentes à pesquisa cartográfica e ao cotidiano da instituição. O grupo de WhatsApp passou a ser uma ferramenta de comunicação acerca dos encontros quinzenais, havendo a pactuação deles, o fornecimento de referências bibliográficas e trocas de ideias e opiniões sobre as temáticas levantadas. Por lá, também foi possível adequar os encontros à disponibilidade da agenda do serviço. Para o desenvolvimento da pesquisa e aprofundamento dos estudos, os discentes, docentes e demais pesquisadores se reuniam semanalmente, nas quartas-feiras, no horário de 10h a 12h, para debater os assuntos que seriam apresentados e discutidos nos encontros quinzenais. Nesses momentos, eram escolhidos os textos a serem passados para os membros do não curso e desenvolvidas estratégias de provocação e reflexão sobre a bibliografia e o cotidiano, suas formas de atuação e trabalho. Ainda, também era discutido entre os pesquisadores o andamento dos encontros; aconteciam debates acerca das discussões suscitadas e a interferência delas sobre os envolvidos, sejam os pesquisadores da UFPB ou os trabalhadores da FUNAD. Em determinado momento, decorrido algumas semanas do não curso e das visitas à FUNAD, foi necessário pensar a influência do ambiente da pesquisa sobre os pesquisadores. Então, no encontro da quarta-feira de uma das semanas, discutiu-se acerca da sobreimplicação que esse contato estava tendo sobre os corpos dos membros do grupo, abrindo espaço para a observação dos resultados até agora alcançados. RESULTADO O tempo reservado para pensar as atividades dos encontros quinzenais do não curso mostrou-se proveitoso, visto que os participantes indicaram interesse e aprovaram as estratégias pedagógicas promovidas. Segundo eles, um dos aspectos positivos foi o modelo inovador e dinâmico das atividades, distante do modelo de aulas expositivas. Além disso, o engajamento dos profissionais foi ampliado pela adequação da agenda às suas possibilidades, de forma a maximizar o quórum em cada reunião. O não curso foi finalizado quando os pesquisadores da UFPB concluíram que os eventos de fim de ano de 2019 no serviço estavam impedindo a adesão do grupo de trabalhadores, sobrecarregados com as atividades internas. É possível reconhecer que o objetivo inicial do projeto foi atendido, no sentido de formar pesquisadores cartógrafos no ambiente da FUNAD, aptos a atuarem  como guias na pesquisa acerca da Rede de Pessoa com Deficiência em João Pessoa (PB). Esses indivíduos, além de receberem um certificado de carga horária, adquiriram mais conhecimento acerca do meio acadêmico, útil em programas de pós-graduação. No mais, o serviço também foi beneficiado, visto que foram suscitadas diversas otimizações do processo de trabalho, voltadas a enxergar o indivíduo como um todo e não somente representado pela deficiência, a partir das reflexões e dos textos motivadores. Considerações finais: Mais que o ensinamento de conceitos do método cartográfico, os encontros do não curso foram momentos de dialogar acerca do serviço, da atuação dos trabalhadores, seu contato com o usuário, dificuldades e queixas. Houve o feedback importante de muitos deles relatando que haviam repensado aspectos de sua conduta com base das discussões desenvolvidas. O não curso foi, além de uma estratégia de ensino da cartografia, uma materialização do processo cartográfico, que fez pensar e ajudou a gerar mudanças na realidade pela reflexão e provocação, também nos sujeitos oriundos da UFPB e não apenas nos trabalhadores da FUNAD. Ainda, todos os pesquisadores foram ajudados no processo de entendimento de que não somos capazes de observar nada passivamente e que sempre estaremos in-mundizados dentro do universo que observamos. PALAVRAS-CHAVE: Relato de experiência. Educação Permanente. Método cartográfico.

7804 O USO DA ESCALA DE BRADEN NA PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTES INTERNADOS: UMA VIVÊNCIA ACADÊMICA
Rodrigo Silva Marcelino, Elisson Gonçalves da SILVA, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Alessandra da Silva Carvalho, Gezebel Vasconcelos da Costa, Raimundo Neto Enéias da Silva, Fernanda Freitas dos Santos, Maxwell Arouca da Silva

O USO DA ESCALA DE BRADEN NA PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTES INTERNADOS: UMA VIVÊNCIA ACADÊMICA

Autores: Rodrigo Silva Marcelino, Elisson Gonçalves da SILVA, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Alessandra da Silva Carvalho, Gezebel Vasconcelos da Costa, Raimundo Neto Enéias da Silva, Fernanda Freitas dos Santos, Maxwell Arouca da Silva

Apresentação: A Escala de Braden foi produzida no ano de 1987 por Braden e Bergstron, com intuito de avaliar o risco do desenvolvimento de Lesão Por Pressão (LPP). Utilizada pelo enfermeiro como instrumento de avaliação através da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), no qual é criado um plano de cuidados voltado para as necessidades do cliente, em busca da resolução dos problemas com o objetivo de eliminar ou reduzir a ocorrência de LPP. A LPP decorre de um dano tecidual, que geralmente acomete áreas de proeminência óssea ou ligada à utilização de dispositivos médicos e outros artigos. Embora tenha avançado os cuidados em saúde, as LPP persistem como um problema de saúde no ambiente hospitalar, sendo uma importante causa de morbidade interferindo na autoestima, qualidade de vida do paciente e de seus familiares. Diante disso esse trabalho tem por objetivo relatar as vivências de acadêmicos de enfermagem sobre a utilização da escala de Braden para prevenir o risco de LPP em pacientes internados na enfermaria de clínica médica no Hospital Regional de Coari no interior do Amazonas. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência. Que aborda imersão vivencial dos acadêmicos do curso de enfermagem do 5º período, que ocorreu durante o estágio da disciplina de Enfermagem em Saúde do Adulto II do Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), no Hospital Regional de Coari (HRC), no Estado do Amazonas, no mês de novembro de 2019. A vivência acadêmica foi realizada em pacientes internados na enfermaria. Participaram 5 acadêmicos do curso de enfermagem e um docente preceptor. Resultado: Os resultados se deram através da observação dos prontuários e análise do risco de desenvolvimento de LPP, por meio da escala de Braden, e percepção das ações para a prevenção de lesões. Durante a vivência dos acadêmicos constatou-se que os riscos relacionados com o aparecimento de LPP incluem a idade, imobilidade ou atrito de fricção e as alterações metabólicas. Nesta perspectiva, a escala de Braden desempenha um papel importante para melhorar a atenção prestada a pacientes e facilitar o desenvolvimento de ações para a sua prevenção e, portanto, diminuir a incidência de LPP em pacientes internados. Considerações finais: Assim, a escala de Braden exerce uma função essencial na assistência de enfermagem, pois permite planejar, durante a SAE, condutas específicas e eficientes para cada paciente individualmente, favorecendo a segurança do paciente e qualidade da assistência.

7808 GRUPO BEM VIVER: A COGESTÃO COMO ELEMENTO FORTALECEDOR DA AUTONOMIA E DE PRÁTICAS ALIMENTARES SAUDÁVEIS
Sophia Rosa Benedito, Mariana Espíndola Robin, Rhanna da Silva Henrique, Geisa Moreira de Jesus

GRUPO BEM VIVER: A COGESTÃO COMO ELEMENTO FORTALECEDOR DA AUTONOMIA E DE PRÁTICAS ALIMENTARES SAUDÁVEIS

Autores: Sophia Rosa Benedito, Mariana Espíndola Robin, Rhanna da Silva Henrique, Geisa Moreira de Jesus

Apresentação: O “Bem Viver” é um grupo sobre alimentação e nutrição realizado em uma Unidade de Saúde da Família no Jacarezinho, favela da zona norte do município do Rio de Janeiro. Em um primeiro momento, foi planejado por residentes multiprofissionais, do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família (ENSP/Fiocruz) e pela nutricionista do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Desde março de 2019, se reúne semanalmente, sendo facilitado por nutricionistas, assistente social e farmacêutica, além de contar com a participação de usuárias/usuários e agentes comunitárias de saúde (ACS). Busca agregar usuárias/usuários que tenham interesse em compartilhar experiências e aprender coletivamente sobre alimentação saudável. O grupo tem como objetivo fomentar a construção autônoma e reflexiva de práticas alimentares saudáveis a partir da realidade vivenciada no território. Além disso, procura desconstruir a visão de uma alimentação relacionada à culpa e voltada apenas para atender aos padrões estéticos social e moralmente aceitos, afirmando uma ideia de alimentação como hábito social, cultural, que seja prazeroso, impulsionando também um processo de autonomia de escolhas e democratização de saberes. Desenvolvimento: Seu planejamento foi formulado a partir da confluência de duas abordagens: A de sistemas alimentares, ou seja, calcado na concepção de que os hábitos alimentares são influenciados pela apropriação que as pessoas desenvolvem em todas as etapas que o alimento atravessa, desde a sua produção, aquisição até o manejo de resíduos. Além disso, baseia-se também na abordagem de grupalidade a partir da Estratégia de Gestão Autônoma da Medicação (GAM), oriunda da experiência de usuários com sofrimento mental e em uso de medicamentos psicotrópicos no Canadá, sendo adaptada por um estudo multicêntrico realizado por pesquisadores do campo da Saúde Mental no Brasil. A partir da vivência do processo de trabalho das profissionais envolvidas no grupo, pode-se identificar que, assim como na prática do cuidado psiquiátrico, o medicamento ganha status de principal, e/ou única forma de tratamento de usuários com sofrimento mental, a racionalidade do cuidado nutricional tem assumido os mesmos caminhos. Guardadas as devidas proporções de diferenças entre medicamentos psicotrópicos e os alimentos, e do próprio contexto de ainda destituição de cidadania/ estigmatização sofrida pelos usuários da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), a prática da Nutrição tem apresentado cada vez mais, uma direção prescritora, de relação hierarquizada entre usuários e profissionais (VIANA, et al, 2017). Nesse sentido, a estratégia GAM, foi inspiradora para a construção do Bem Viver, principalmente por se propor a atuar num mesmo plano de fundo: Reorientar a prática profissional e de cuidado em saúde reafirmando a cidadania, a clínica compartilhada e cogestiva como mecanismos de combate à medicalização da vida. Sendo assim, tal qual a GAM, o Bem Viver tem como princípios: 1) Manejo de grupo cogestivo, ou seja, um manejo de grupo como estratégia de autonomização e protagonismo dos diferentes sujeitos (trabalhadores, gestores, usuários e familiares) implicados no processo de produção de saúde, com efeito, quando colocada em ação, ela cria condições para diferentes expressões da autonomia; 2) Autonomia coletiva, ou seja, uma autonomia diferente da relacionada à independência, mas necessariamente vinculada com a interação com os outros pontos de apoio. É a autonomia produzida pelo conjunto, e compartilhada por ele; 3) Participação a partir da experiência, onde cada um traz como contribuição o que vive e o que sente (PASSOS et al, 2013). Nessa perspectiva, a partir da metodologia de aprendizagem dialógica de construção coletiva do conhecimento, os encontros se baseiam na necessidade de trazer, a partir da centralidade da experiência que cada pessoa tem com a comida e com o ato de comer, o conhecimento sobre o que ingerimos, o desdobramento desta alimentação para a saúde e o contato com preparações culinárias saudáveis que possam ser aplicadas na realidade concreta de cada um. No processo de consolidação do grupo, elaboramos coletivamente um contrato de convivência, como instrumento de democratização e circulação da fala, partindo das experiências positivas e negativas que os usuários tinham com espaços coletivos. No decorrer dos encontros, abordamos temáticas que envolveram o conhecimento sobre os alimentos plantados na Horta Comunitária do serviço; oficina de leitura de rótulo de produtos processados e ultraprocessados; planejamento financeiro para economia doméstica com vista a garantia de direitos; direito à alimentação; e o mapeamento dos estabelecimentos que comercializam alimentos no território, visando a construção de um mapa itinerário da comida. Com o intuito de materializar as discussões e pensar em alternativas frente a elas, realizamos oficinas culinárias com regularidade, planejadas pelas usuárias ou pelas profissionais que manejam o grupo. Além disso, como produto para novas participantes e para o próprio serviço, houve o início de construção coletiva de um livro de receita a partir das experiências dessas oficinas culinárias realizadas nos encontros. Como exemplo de repercussão extramuros, podemos citar também, a participação coletiva do grupo em um concurso de receitas realizado pelo CONSEA RJ, na 5° Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável, que ocorreu na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). O grupo apresentou três receitas diferentes, relacionadas a momentos importantes para as usuárias durante os grupos: Um brigadeiro de casca de banana, feito por uma ACS, como possibilidade de aproveitamento integral dos alimentos e alternativa aos doces de base ultraprocessada; um suco relaxante realizado em um dia onde discutimos saúde mental após um episódio de confronto armado no território; e a receita denominada “Memórias compartilhadas: Frango com Quiabo”, que surgiu do diálogo sobre memórias afetivas que as usuárias tinham. Ao final do concurso, o Bem Viver foi homenageado com uma Menção Honrosa pela representatividade, pelo número de receitas e participação. Resultado: Desta forma, podemos concluir que o grupo vem se consolidando como espaço de troca, aprendizado, confiança e construção de conhecimentos. É perceptível que as discussões trazidas aos encontros ultrapassam, de fato, as paredes da unidade de saúde, seja no cotidiano e nas mudanças de hábitos que são compartilhados no grupo, seja na participação em outros espaços, como no caso do concurso de receitas. Neste caso, a experiência do grupo proporcionou que mulheres negras, moradoras de uma favela estivessem ocupando e sendo homenageadas em uma universidade pública.Tanto o planejamento quanto a vivência de todas essas atividades demonstram a potência do espaço coletivo, da aposta em uma abordagem baseada na experiência e na cogestão, onde a abordagem relacionada a alimentação seja além do tradicional, proporcionando experiências significativas através da comida. Considerações finais: Por fim, vale ressaltar que a experiência de construção do grupo traz para as profissionais envolvidas, a possibilidade de exercitar um cuidado em saúde situado, que promova uma alimentação crítica e consciente.

7898 TERRITORIALIZAÇÃO EM SAÚDE: FERRAMENTA DE PROMOÇÃO E EQUIDADE DAS AÇÕES EM SAÚDE
Nilma Célia Neves Silva, Vitória Regina Nunes Maia, Mila Silva Cunha, Márcia Regina de Oliveira Pedroso

TERRITORIALIZAÇÃO EM SAÚDE: FERRAMENTA DE PROMOÇÃO E EQUIDADE DAS AÇÕES EM SAÚDE

Autores: Nilma Célia Neves Silva, Vitória Regina Nunes Maia, Mila Silva Cunha, Márcia Regina de Oliveira Pedroso

Apresentação: O presente estudo é um relato de experiência sobre atividades de Territorialização desenvolvidas em duas Unidades de Saúde da Família (USF) do município de Barreiras (BA), durante o ano de 2019, pelos acadêmicos  dos cursos de Farmácia, Nutrição e Medicina da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), integrantes do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde/Interprofissionalidade). O território constitui-se de um espaço singularizado, com limites definidos de forma político-administrativa ou até mesmo por ação de determinado grupo de atores sociais. Internamente o território é relativamente homogêneo, caracterizando a identidade daquela área, o que vai depender da história de sua construção e dos atores que se exercitam nele e constroem as relações de poder. Assim, o território tem importância significativa para as estratégias de políticas públicas sociais e da saúde e para ações de enfrentamento dos problemas da população que o habita e o constrói. Para conhecer o território é necessária uma coleta de dados sistemática que informa situações, problemas e necessidades em saúde, o que possibilita identificar vulnerabilidades, populações expostas e a seleção de problemas prioritários para as intervenções. Nesse sentido o objetivo deste escrito é relatar a experiência da Territorialização como ferramenta de promoção de saúde, de reconhecimento do perfil epidemiológico e das fragilidades sócio econômicas e culturais locais, favorecendo a humanização, a integralidade e a equidade das ações em saúde. Objetiva também mostrar o papel do PET-Saúde/Interprofissionalidade na formulação das ações e na melhoria da saúde da população. Desenvolvimento: Para a realização da territorialização são aplicados instrumentos que facilitam a coleta e organização das informações, levando em consideração os aspectos que configuram a qualidade de vida proporcionada pelas relações presentes no território, bem como a dinâmica e articulação entre setores da vigilância sanitária, ambiental, epidemiológica e vigilância da saúde do trabalhador. Tais instrumentos são elaborados para propiciar o máximo aproveitamento na coleta de dados e favorecer o mapeamento dos equipamentos sociais da comunidade e suas características de funcionamento. Nesse sentido, é importante o reconhecimento dos contextos e a singularidade do território em questão, respeitando o ponto de vista e as concepções da população. A abordagem inicia-se através da demarcação das áreas, ou seja, do planejamento das ações em cada área geográfica, onde ocorreu o reconhecimento do ambiente, da população e da dinâmica social existentes, cujo panorama foi fornecido previamente por membros da Equipe de Saúde da Família (ESF), que conhecem boa parte das características e do ritmo cotidiano do território. Através da ESF e principalmente dos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) foram selecionados alguns moradores antigos e lideranças comunitárias que colaboraram para a elaboração de um resgate histórico do bairro, observando a construção dos laços sociais, familiares e de vizinhança. Além disso, a ESF participou da elaboração de um relato histórico da criação da Unidade de Saúde da Família na comunidade, que abrange desde sua criação até a dinâmica do serviço atual. Para facilitar o mapeamento geográfico e a análise de determinantes sociais é proposta a elaboração de mapas afetivos, que vão além das delimitações espaciais, apresentando os aspectos culturais e de lazer, econômicos e educacionais, como fontes de emprego e renda, escolas e creches, e aspectos ambientais como delimitação geográfica, saneamento básico e riscos ambientais. Para registro de todos esses dados são utilizados recursos de mídia como fotografias, vídeos, gravações de áudio, além de material escrito, proporcionando maior aproveitamento das informações e a construção de um material mais completo que viabiliza ampla discussão e elaboração de propostas efetivas de intervenção, otimizando e fortalecendo as ações de saúde já existentes e possibilitando a construção e execução de projetos que melhorem significativamente a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas que constituem e vivenciam o território. Resultado: Considerando o que foi realizado, a territorialização trouxe resultados significantes, principalmente no que concerne à melhoria da saúde da população. Por meio da territorialização, pode-se identificar as fragilidades do território, necessidades e doenças que estão mais presentes em termos epidemiológicos. Nesse sentido, com base nas informações coletadas, os agentes de saúde e demais profissionais de saúde das unidades básicas de saúde puderam direcionar, de forma mais efetiva, o foco das suas atividades em saúde, estabelecendo prioridades do que é mais necessário para a população. Adicionalmente, tendo em vista que o território é dinâmico e passível de mudanças, por meio da territorialização foi viável acompanhar as mudanças ocorridas no território ao longo do tempo, de modo que foi possível analisar as melhorias no campo da saúde, bem como identificar as novas características inerentes ao território. Ademais, o processo de territorialização propiciou uma melhor compreensão dos alunos participantes do projeto sobre as singularidades do território e a necessidade de entender como funciona a dinâmica da comunidade e como ela mantém influência sobre o processo saúde-doença. Unido a isso, os alunos puderam ampliar sua visão colocando em prática conceitos teóricos aprendidos na universidade, vivência que certamente contribuiu, para o crescimento acadêmico dos estudantes. Atrelado a isso, por meio de tal atividade pode-se analisar que a humanização é um fator importante tanto na abordagem dos usuários como nas relações entre os profissionais de saúde, tendo em vista que essa proporciona uma melhor comunicação e compreensão no ambiente das unidades de saúde. Considerações finais: A territorialização representa importante instrumento organizacional dos processos de trabalho e práticas de saúde. O processo de territorialização tornou-se o tripé operacional das vigilâncias em saúde nas  USF's da cidade de Barreiras (BA) onde os alunos integrantes do PET-Saúde exercem suas atividades. Durante o processo foi possível identificar as fragilidades sociais do território, bem como traçar ações em saúde direcionadas para as resoluções dos problemas locais. Compreender o território é assumir a atitude de percorrer diversas acepções elaboradas a cerca dele ao longo dos anos, é compreender que o território é mutável e depende das ações dos diversos atores que nele se exercitam. A análise social no território foi construída contribuindo na identificação de informações, auxiliando nas tomadas de decisão e na definição de estratégias de ação em diferentes dimensões do processo saúde-doença. As ações de territorialização ampliaram o olhar dos profissionais da atenção primária à saúde, da equipe multiprofissional e dos estudantes, promovendo melhor compreensão do perfil epidemiológico local bem como melhorando o vínculo entre unidade de saúde e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Por essa ferramenta, foi possível planejar ações de promoção e de atenção integral à saúde com projetos que nasceram das necessidades de saúde da comunidade, permitindo também a participação social e a equidade das ações. Diante disso, a territorialização foi uma atividade de imensa importância para demonstrar a integração entre os médicos, enfermeiros, agentes de saúde e a comunidade. Nesse sentido, observou-se que a interprofissionalidade é fundamental para o pleno funcionamento do sistema único de saúde, além de ser um recurso que facilita a troca de informações e perspectivas nas unidades de saúde. Somada a isso, a atividade de territorialização é um momento em que é possível colocar em prática os princípios de longitudinalidade, integralidade e universalidade do SUS, que devem reger e nortear as ações em saúde.

8112 OFICINAS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE COM OS TRABALHADORES DE SAÚDE DO HOSPITAL REGIONAL DE TEFÉ/AM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Renata Kamile de Sousa Figueiró, Maria Adriana Moreira, Fabiana Mânica Martins, Terezinha Oliveira Araújo, Joelma Gama Silva

OFICINAS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE COM OS TRABALHADORES DE SAÚDE DO HOSPITAL REGIONAL DE TEFÉ/AM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Autores: Renata Kamile de Sousa Figueiró, Maria Adriana Moreira, Fabiana Mânica Martins, Terezinha Oliveira Araújo, Joelma Gama Silva

Apresentação: O objetivo do presente trabalho é relatar acerca das oficinas de Educação Permanente em Saúde – EPS realizadas com os trabalhadores de saúde do Hospital Regional de Tefé – HRT pelo grupo de facilitadores de EPS denominado Águia. Desde que as oficinas de EPS começaram a acontecer na Secretaria Municipal de Saúde de Tefé no ano de 2018, com cada setor da Secretaria Municipal de Saúde - SEMSA Tefé, sendo realizadas até os dias de hoje, muitos foram os desafios dos facilitadores. Facilitadores esses que são os trabalhadores de saúde e próprios protagonistas desta estratégia que vêm causando grandes feitos na vida de outros trabalhadores. Vale lembrar que esses facilitadores organizadamente se dividiram em subgrupos para desenvolverem essas oficinas que passaram a ser muito esperadas por cada setor onde era realizada. A Educação Permanente em Saúde assim como objetiva a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde - PNEPS possibilita momentos de escuta e de problematização, assim como potencializa melhorias no processo de trabalho e a valorização do trabalhador. Falar da experiência com os trabalhadores do hospital é sempre um desafio, principalmente no que diz respeito ao agendamento dos encontros, pois, devido ao grande número de profissionais e suas escalas de trabalho e até mesmo resistência de alguns trabalhadores, frequentemente é desafiador encontrar um consenso em que todos possam participar desses encontros. Mas nesse relato em especial, queremos destacar que apesar desses dos entraves citados acima, foi possível realizar um momento de grande valia e troca de saberes. Desenvolvimento: Desde o momento do convite realizado pela própria diretora do hospital através de mensagens no grupo de trabalho do aplicativo WhatsApp e até a chegada desses profissionais de saúde no local do encontro, era perceptível a insatisfação de algumas pessoas as quais relataram participar do encontro no período de descanso das atividades laborais, esses e outros comentários corriqueiros para a equipe de facilitadores de EPS. É importante destacar que a turma participante eram trabalhadores em horário de folga, além dos gestores. Na acolhida, uns trabalhadores sisudos e outros sorridentes eram acolhidos pelo facilitador que alegremente esperava-lhes na porta da sala, com boa ambiência, capacidade para receber muitas pessoas, onde ao fundo podia se ouvir uma música agradável e uma boa recepção feita pelas facilitadoras, que alegremente esperavam-lhe sorrindo. Ao iniciar o encontro, com as boas vindas e apresentação da equipe que conduziria o encontro, o momento foi marcado por um momento reflexivo a partir do Circuito Sensorial o qual e despertou em todos de forma notória um momento emocionante e de encontro com si. Ao término do momento houve a partilha de sentimentos em que cada um expressou o que sentiu e já era possível sentir a mudança daqueles que haviam chegado insatisfeitos, o quanto estavam mais leves e relaxados. Durante o encontro foi realizado dramatização para problematizar a realidade vivida por eles de forma muito participativa. Com isso, o que a princípio parecia ser entediante dado o descontentamento mencionado dos trabalhadores, tornou-se um momento de prazer e aprendizado. Foi apresentada a parte técnica e teórica sobre a política de EPS, bem como os nós críticos que interferem no trabalho. As dinâmicas possibilitaram maior interação e diversão aos participantes do encontro, serviram para que todos pudessem interagir e se divertir também com a proposta apresentada, através da metodologia ativa, que possibilita a troca de conhecimento, onde todos são atores principais dentro do seu trabalho. Considerações finais: Sendo assim, o objetivo que era de levar esses trabalhadores a uma reflexão acerca das problemáticas vivenciadas, foi alcançado a partir do momento em que os trabalhadores entenderam que pra mudar seu local de trabalho é preciso mudar dentro de si, é necessário viver o espírito de equipe, de coletividade, de união para a partir daí o processo de melhoria começar. Por meio da participação de cada profissional no encontro percebeu-se o quanto eles se sentem exaustos, fazendo-os muitas vezes apenas cumprirem sua carga horária, não olhando o outro da forma que deveria ser olhado, com empatia inclusive o seu colega de trabalho. No encontro foram compartilhados sentimentos e dores, mágoas, problemas de alguns profissionais que talvez esses fossem os problemas que pudessem interferir no andamento do seu trabalho. De forma geral, ouvir relatos de pessoas que chegaram mal naquele lugar e após o encontro se sentiram melhores e mais aliviados, segundo palavras deles, é gratificante, é emocionante, é de fato poder colocar em prática um pouco da vivência que a EPS trouxe e tem deixado na vida de cada trabalhador com o apoio dado pela gestão para a realização desse trabalho que possui expressiva relevância para a vida do trabalhador e consequentemente do usuário assistido.

8272 CARTOGRAFIA DO COTIDIANO: MOVIMENTOS DO DESEJO NO TRABALHO EM SAÚDE
Eliana Sandri Lira, Izabella Barison Matos

CARTOGRAFIA DO COTIDIANO: MOVIMENTOS DO DESEJO NO TRABALHO EM SAÚDE

Autores: Eliana Sandri Lira, Izabella Barison Matos

Apresentação: Este trabalho é resultado de reflexões da vivência do processo cartográfico de produção da dissertação “Cartografias do Cotidiano: movimentos do desejo no trabalho em saúde”, compartilhadas com minha orientadora, no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGcol), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - Brasil. Esse processo implicou o pouso da atenção e o reconhecimento atento na exploração da trajetória de um serviço de saúde regional, no Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado do Rio Grande do Sul, descrevendo-o. A partir de elementos e componentes do território, com motivos e contrapontos profissionais, coletei pistas que refletiram os processos de trabalho e de vida e as possibilidades de aprender considerando elementos da própria trajetória. Um processo singular, em dobra, de onde emerge a vida que aponta as possibilidades de conhecimentos e constituição de si no cotidiano do trabalho, experiências vitais que fazem falar, apreender e produzir, mas que não se fecham ou se reduzem. Nesse movimento a experiência funcionou como referência para a criação de modos de organização do cotidiano. Essa experiência aconteceu a partir da chegada em um novo serviço, o serviço de saúde regional, para mim, pedagoga, um “terreno estrangeiro” que provocou estranhamentos. Esse processo de pesquisa, vivido no entremeio da produção, entre lembrar, narrar e escrever, pensar, pesquisar e formular/reformular. um infinito de entremeios e tramas - provocou continuamente a produção cartográfica. Fui constituindo um devir profissional na saúde, em construções e agenciamentos; desenhando um mapa a partir dos movimentos do desejo no cotidiano do trabalho. Esse estudo fala da produção que acontece nos encontros, a partir das mudanças nas atividades, propostas de organização e processos de trabalho, linhas da vida e tempos vividos, perguntas e problematizações. Encontros que provocaram travessias entre o conhecido, os novos experimentos e vivências, e a produção de novas possibilidades de aprender e trabalhar. O objetivo foi explorar a possibilidade de produzir conhecimentos e aprendizagens em ato, a partir do mapeamento da trajetória de um serviço regional do Sistema Único de Saúde (SUS), no Estado do Rio Grande do Sul. Para a produção desta pesquisa foi realizado um estudo qualitativo que utilizou a cartografia, como conceito-guia para a produção de conhecimento ao longo do processo de pesquisa, um recorte de 8 anos de trabalho: de 2011 a 2019. Foi constituída de produções e escritas como expressão para tornar visíveis conhecimentos produzidos, tendo como guia para análises: estranhamentos, lembranças, cenas, fatos e vozes da própria trajetória. A produção aqui apresentada é singular, se fez com agenciamentos e multiplicidades onde a pesquisadora cartógrafa compôs com a vida; fez rizoma com o mundo do trabalho, produziu linhas inseparáveis da experiência e da realidade. Este estudo seguiu os quatro gestos da atenção cartográfica: o rastreio, o toque, o pouso e o reconhecimento atento. Por meio dos movimentos de observação, reconhecimento e atenção fui percebendo mudanças nos processos de trabalho, nas práticas profissionais (incluindo na própria prática) e na micropolítica da instituição e procurando responder às inquietações que surgiam no caminho. Esse processo traduziu-se em uma experiência singular, que trouxe o reconhecimento do cotidiano, dos movimentos do desejo e das relações com a contemporaneidade. Cartografar os movimentos do desejo como pesquisadora, na trajetória de um serviço regional, do Sistema Único de Saúde (SUS), me tornou nômade em minha própria terra; mapeando e construindo linhas diversas e tramas a partir das andanças pela vida e trabalho. Esse processo implicou a atenção à produção de materiais e conhecimento implicado; análise da sensação de incômodo diante do saber/fazer diários; mobilização da atenção para o espaço geográfico do serviço; apreensão de elementos e conexões nos percursos dos processos de trabalho, tanto coletivos como individual; a “travessia” entre o conhecido, os novos experimentos e vivências; a produção de novas possibilidades de aprender e trabalhar e o estabelecimento de relações entre a literatura e a vida. Nessa alquimia de saberes e fazeres, de expressões e práticas, de formações e implicações, transitei entre a relação com a produção de conhecimento, a construção de si e os dilemas dos saberes em processo. Essa construção passou por muitos aprendizados: aprender a respeitar os próprios processos; aprender a respeitar o processo dos outros; aprender a compartilhar os conhecimentos e a acolher os dos demais; aprender a frustrar-se diante do coletivo; a construir e facilitar grupos; a deixar o outro liderar; a aceitar a própria ignorância e a do outro; a estudar; a apresentar e falar em público; a escutar e registrar; a aventurar-se em diferentes funções; a andar e conhecer a realidade; a compor com os colegas de forma a produzir momentos que possibilitem o fortalecimento do grupo. Os processos construídos, as diferentes relações no trabalho, as diversas manifestações sobre os processos de trabalho, as práticas no seu interior, desvelaram contextos de complexidade. Também, revelaram tensionamentos nos modos como o trabalho se organiza e nas relações que as pessoas estabelecem entre si e com o trabalho. Aprender a pesquisar nesta ordem foi um exercício cuidadoso, lidar com rotas não lineares, com mudanças no trabalho e na vida, variações e linhas de fuga que transbordaram o tempo delimitado a outros acontecimentos. Encontrei um espaço de produção, de invenções de práticas e de ocupação criativa, a potência pedagógica da saúde. Pesquisar com interesse e em ato evidenciou que é possível aprender com a própria trajetória e compartilhar as produções, dispondo a própria experiência como material ativador de outros movimentos. Esse processo de conhecer, ligado a temas e indagações do vivido, é perceber-se multiplicidade no cenário de pesquisa, produzindo e coproduzindo relações sendo matéria de análise e analisando a realidade em ação. Este estudo traduziu a multiplicidade destes movimentos, as possibilidades de aprender com a experiência, de construir as próprias cartografias, de invenção cotidiana como forma de enfrentamento a lógicas duras de convivência e construção espaços que nos façam sentir bem. Produzir a partir do chão e das diversas manifestações que se atravessaram no campo de pesquisa permitiu deixar as certezas em relação aos discursos e práticas preestabelecidos e optar por seguir uma produção de linhas diversas, criativas, saindo de uma lógica hegemônica, permitindo uma linguagem que se desenrole e se mova a partir da experiência e da micropolítica na trajetória analisada, produzindo territórios de existência a partir da vida e do encontro com o outro, conectando formação e trabalho. Essa é a potência da Educação Permanente em Saúde (EPS), um movimento contínuo de forças, de exercício de pensamento, de questionamentos que ativam em nós a necessidade de produzir um modo de conectar-se com o serviço e com as pessoas. O que fortalece esse processo de aprendizagem e descobertas é a própria a Educação Permanente em Saúde vibrando no corpo, movimentando e tensionando os saberes e os fazeres cotidianos. A produção de entendimentos sobre os processos de trabalho apresentados neste estudo parece ser um legado para quem considera a potência da Educação Permanente em Saúde como um campo de ação estratégica para a formação e educação na Saúde no Sistema Único de Saúde e um dispositivo de enfrentamento à construção de saberes descentrados.

8297 EXPERIÊNCIAS INTERPROFISSIONAIS NA ZONA RURAL DURANTE A FORMAÇÃO EM SAÚDE
Maria Letícia Cardoso da Silva Barbosa, Ana Alice Domingos Pontes, Kádla Jorceli Gomes Rafael, Maria Gabryelle da Silva Soares, Cínthia Caroline Alves Marques, Gracielle Malheiro dos Santos, Monnalina dos Santos Costa, Cayla Carolieva Fernandes Ferreira

EXPERIÊNCIAS INTERPROFISSIONAIS NA ZONA RURAL DURANTE A FORMAÇÃO EM SAÚDE

Autores: Maria Letícia Cardoso da Silva Barbosa, Ana Alice Domingos Pontes, Kádla Jorceli Gomes Rafael, Maria Gabryelle da Silva Soares, Cínthia Caroline Alves Marques, Gracielle Malheiro dos Santos, Monnalina dos Santos Costa, Cayla Carolieva Fernandes Ferreira

Apresentação: A interprofissionalidade ainda é um desafio no Sistema Único de Saúde (SUS) apesar do esforço para atender as demandas de saúde da comunidade as relações e as práticas profissionais desde a formação têm dificuldades em práticas pedagógicas e experiências curriculares que sejam baseadas em competências colaborativas, especificas como em comum nos cursos de saúde. Essa interprofissionalidade no campo da saúde é compreendida como a real interação de diferentes áreas organizadas a partir do desenvolvimento de competências colaborativas, comuns a todos os profissionais de saúde e específicas de cada área. Essas habilidades e conhecimentos facilitariam o desenvolvimento de objetivos para uma assistência e o cuidado mais contextualizados e adequados aos usuários dos serviços públicos de saúde e as demandas do país. A concretização da interprofissionalidade depende da valorização não hierarquizada dos diferentes saberes e áreas profissionais. Bem como, da criação de espaços e momentos de diálogo entre os trabalhadores da saúde para uma adequada identificação dos problemas, planejamento das ações e estratégias visando a promoção de uma melhor atenção em saúde. Contudo, algumas das dificuldades existentes a essa concretização ocorrem devido as estruturas curriculares de graduação, as práticas pedagógicas e o distanciamento das experiências nos serviços públicos durante a formação em saúde nas instituições de ensino públicas e privadas. Esses entraves geram falta de alinhamento com as diretrizes do SUS na gestão pública em saúde dos municípios e estão apoiadas na hierarquia entre as profissões e pelo não reconhecimento do serviço público de saúde como espaço de formação além de assistência. Projetos e apoio financeiro para fortalecer os espaços, entidades e setores que produzem e/ou mantém ações e políticas de interlocução entre Educação e Saúde nos diversos níveis hierárquicos do Estado é um caminho que demonstrou bons resultados na mudança da formação e das práticas. Estratégias do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (PRÓ-Saúde) como residências multiprofissionais, Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) entre outros são exemplos positivos dessa relação. Na estrutura curricular do curso de Nutrição da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Cuité, na Paraíba, os estágios ocorrem entre o sétimo e décimo período, os alunos são supervisionados por profissionais de nível superior e separados em área temáticas. Em alguns cenários dos estágios existe a inserção de diferentes projetos e estratégias. Esse trabalho versa sobre as ações e as experiências em um desses cenários e tenta chamar a atenção para potência da interprofissionalidade na atenção primária em saúde. Mas também é importante resgatar os principais desafios à interprofissionalidade como forma de divulgar e criar as condições ao diálogo que possam promover mudanças na formação e na prática profissional. Objetivo: Sistematizar a experiência vivida a partir de um estágio no curso de Nutrição em uma Unidade da Estratégia Saúde da Família (ESF), na zona rural da cidade de Cuité na Paraíba. E discorrer sobre o trabalho interprofissional das atividades de educação em saúde e a importância da mesma para a formação em saúde. Método: Trata-se de um relato de experiência sistematizado a partir de um diário de campo, durante os meses de outubro e novembro de 2019. OS EFEITOS PERCEBIDOS DECORRENTES DA EXPERIÊNCIA: Durante a vivência foram realizadas diversas atividades de educação em saúde na comunidade, como palestras, oficinas, atendimentos individuais e compartilhados, visitas domiciliares, atividades de educação alimentar e nutricional, avaliações antropométricas, gincanas e rodas de conversa, em conjunto com diferentes profissionais e com diferentes programas inseridos no cenário de estágio. Atuando o estagiário, estudantes do PET-Saúde Interprofissionalidade, profissionais do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) como proposta de exercer o trabalho colaborativo, interinstitucional e interprofissional. O cenário tem como característica possuir práticas profissionais conjuntas e inclusivas dos usuários, mas com uma rotina que impedia diversificar e aumentar as ações e atividades nos diversos temas e necessidades. Mesmo com a distância da área urbana (mais de uma hora de transporte) existia grande empenho e colaboração da equipe e associados, além da boa participação da comunidade nas atividades. Durante o estágio foram diversificados os temas, horários, planejamentos e organização. Foi possível produzir um saber e práticas que identificavam formas ampliadas de perceber os problemas de saúde, competências em comuns, especificas e colaborativas. Resolver os conflitos fez perceber como uma formação mais hierarquizada dificulta o diálogo e o “saber fazer junto”. A participação e colaboração dos profissionais que compõem a equipe da unidade foi importante, principalmente, porque auxiliava na corresponsabilização, desenvolvimento de liderança, criatividade e facilitava ao diálogo. Algumas dificuldades foram a distância por não existir transportes adequados e as estradas serem precárias tornando o transporte até a unidade difícil, conciliar horários e aprofundar os conceitos teóricos-práticos do trabalho interprofissional. Deve-se levar em consideração que um dos maiores desafios quanto as competências especificas ao nutricionista que não está inserido na equipe básica da unidade é a lacuna que se percebe de ações e estratégias para problemas nutricionais e em ciclos da vida específicos. O que poderia ser modificado com a inserção de mais profissionais nas unidades. Isso poderia modificar a superação dos problemas de saúde da população, diálogo com a equipe, além do acolhimento. Avalia-se que essa experiência fortaleceu as práticas profissionais da unidade de saúde, ampliou as formas de cuidados junto aos usuários e potencializou a formação em saúde dos demais envolvidos. Resultado: A partir disso, acredita-se que é necessário ampliar e fortalecer estratégias ligadas ao PRÓ-SAÚDE ou ligadas a mudança da formação superior principalmente, com as últimas mudanças curriculares em saúde proposta em 2018. A formação e a prática colaborativa e interprofissional modifica os diversos segmentos e instituições e beneficia principalmente a população, em acréscimo, a busca pela atenção básica e participação em atividades de educação em saúde, diminui o índice de agravos a saúde, tendo em vista a ampliação do acesso à informação. Com isso a participação e colaboração dos profissionais que compõem a equipe da unidade é de suma importância para a realização das atividades propostas pelos demais envolvidos, além de sua inclusão nas atividades próprias da unidade, proporcionando confiança e conhecimento de diferentes realidades, fortalecendo a prática interprofissional, levando a resultados positivos.