398: Educação: corpos, narrativas e experiências | |
Debatedor: Felippe de Oliveira Cezário | |
Data: 30/10/2020 Local: Sala 04 - Rodas de Conversa Horário: 13:30 - 15:30 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
11919 | A EXPERIÊNCIA DE UMA LIGA ACADÊMICA DE PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NA OFERTA DE ESTÁGIOS EXTRACURRICULARES Larissa Helena Marineli Pereira, Matheus Lemos Rodrigues de Souza, Daniely Quintão Fagundes, Oziane Guimarães Braga, Ana Luísa de Oliveira Lima, Carla Graziela Paes Ladeira A EXPERIÊNCIA DE UMA LIGA ACADÊMICA DE PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NA OFERTA DE ESTÁGIOS EXTRACURRICULARESAutores: Larissa Helena Marineli Pereira, Matheus Lemos Rodrigues de Souza, Daniely Quintão Fagundes, Oziane Guimarães Braga, Ana Luísa de Oliveira Lima, Carla Graziela Paes Ladeira
Apresentação: Ligas acadêmicas são associações de alunos que buscam complementar seus conhecimentos sobre determinada área, vinculadas à uma instituição de ensino e sempre orientadas por um profissional. A primeira liga acadêmica foi fundada em 1920 na Faculdade de Medicina da USP e, desde então, as ligas acadêmicas têm sido muito presentes nas universidades brasileiras. A base para atuação de uma Liga Acadêmica é o tripé universitário: formação universitária (educação), produtividade científica (pesquisa) e apoio à comunidade (extensão). Assim, as ligas participam de forma fundamental na formação universitária por meio de diferentes dispositivos. O objetivo do trabalho é descrever, por meio de um relato de experiência, o desenvolvimento de um dos dispositivos utilizados para manejo da compreensão das relações do trabalho em saúde: os estágios extracurriculares, realizados com o propósito de complementar a formação profissional através de experiências práticas, por meio do acompanhamento de profissionais e/ou serviços com que o estudante não tem contato dentro do currículo universitário, sendo grande atrativo para a escolha das ligas pelos alunos. Diante disso, a Liga Acadêmica Multiprofissional de Psiquiatria e Saúde Mental da Universidade Federal Fluminense (LiPsi/UFF), fundada em 2013, vem oferecendo oportunidades de estágio em diferentes cenários desde 2015. Por cerca de quatro anos, uma parceria entre a liga e a rede de saúde mental de Niterói manteve-se ativa com vagas para estagiários em dispositivos como CAPS, hospital psiquiátrico e ambulatórios. Em 2019, iniciou-se uma parceria com profissionais de saúde mental atuantes no Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP/UFF). Apesar das diferenças estruturais e de visão sobre a construção de equipamentos territoriais, as duas modalidades de estágio buscavam a promoção de experiências multidisciplinares em saúde mental. Porém, o atual cenário dos estágios dispõe de maiores restrições quanto à capacitação formal dos estagiários e à sua procedência acadêmica. Assim, estagiários que não sejam estudantes de Medicina de períodos avançados conseguem inserção menor nos campos de estágio em relação às experiências na rede de saúde mental do município. Tal conjuntura destoa da majoritária composição da liga, a qual se constitui principalmente de estudantes de Medicina de períodos iniciais do curso e estudantes de outras áreas de formação. As pactuações para campos de estágio exigem compromissos bilaterais da rede de saúde e da Universidade, de forma que se torna desafiador garantir o acesso a campos diversificados e compatíveis com os diferentes níveis de formação. Ainda assim, a avaliação dos estagiários, solicitada aos participantes no término do período de estágio, frequentemente aponta méritos da vivência no SUS e da experiência prática com usuários, tanto nos estágios praticados nos equipamentos da rede de saúde mental, quanto nos realizados dentro do hospital universitário. Temos assim conservado a conquista do propósito da liga de ofertar experiências práticas complementares ao currículo obrigatório, mas também enfrentado obstáculos frente ao projeto multiprofissional que vem sendo construído ao longo dos anos. Essas limitações dialogam com o confronto de visões da formação em saúde, panorama no qual ocorrem tensões entre a formação biomédica e as proposições de cuidado interdisciplinar preconizadas para assistência na rede. |
11705 | EDUCAÇÃO FÍSICA E EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PET SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE Darley Severino Cardoso, Aline Da Silva Franco, Ezequiel Moura Dos Santos, Helizâneo José de Farias Lima, Maria Heloisa Moura De Oliveira, Simara Lopes Cruz Damázio, Ana Wládia Silva de Lima, Karla Patricia de Sousa Barbosa Teixeira EDUCAÇÃO FÍSICA E EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PET SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADEAutores: Darley Severino Cardoso, Aline Da Silva Franco, Ezequiel Moura Dos Santos, Helizâneo José de Farias Lima, Maria Heloisa Moura De Oliveira, Simara Lopes Cruz Damázio, Ana Wládia Silva de Lima, Karla Patricia de Sousa Barbosa Teixeira
Apresentação: O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET Saúde - Interprofissionalidade) é uma estratégia criada pelos Ministérios da Saúde e da Educação para fortalecer áreas estratégicas do Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo maior aproximação e interação dos grupos de estudantes de graduação de diferentes cursos com a comunidade assistida pela Estratégia de Saúde da Família - ESF. A atividade física é extremamente necessária para obter uma vida saudável, e nesse contexto, o profissional de educação física foi incorporado ao SUS visando melhorar a qualidade de vida dos usuários, atuando na promoção da saúde e prevenção de doenças através do exercício físico. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência do acadêmico de Educação Física com o Programa PET Saúde - Interprofissionalidade, e evidenciar as contribuições da educação interprofissional na formação profissional. Desenvolvimento: O referido Programa é realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Município de Vitória de Santo Antão-PE e Centro Acadêmico de Vitória (CAV) - Universidade Federal de Pernambuco. Possui o intuito de promover a educação interprofissional e uma articulação entre os graduandos dos cursos de Educação Física, Enfermagem, Nutrição, Saúde Coletiva e Ciências Biológicas. Cada equipe do projeto tem uma formação multiprofissional composta por 1 graduando de cada curso, 1 preceptor (profissional da saúde do Município) e 2 tutores (docentes do CAV – UFPE). Resultado: As atividades vivenciadas ocorreram no NASF AB – CAIC, por um período de 6 meses (2019.1), com carga horária de 8 horas semanais. Dentre as atividades desenvolvidas está a disciplina eletiva: Integração do Trabalho em Saúde e Educação, ofertada para todos os acadêmicos do PET – Saúde. A disciplina possui 90h, sendo 30h teóricas e 60h práticas, incluindo conceitos, estrutura e organização do SUS, interdisciplinaridade e interprofissionalidade, visitas domiciliares, acompanhamento, e discussão de casos. A experiência com o PET Saúde abriu oportunidade para aprender sobre o SUS nas vivências e discussões propostas nos encontros pela preceptora, pois na Universidade as disciplinas relacionadas ao SUS são cursadas tardiamente, e com ausência da profundidade adequada. No aspecto da extensão, a vivência na UBS do CAIC, uma das que o NASF CAIC é responsável, possibilitou outro olhar acerca do trabalho em equipe, visto que cada Grupo de Aprendizagem Tutorial (GAT) é formado por integrantes de cada curso, dessa forma, em cada encontro ficou evidente a eficiência da interdisciplinaridade para o serviço de saúde. No aspecto do ensino, a disciplina possibilitou através de dinâmicas e discussões, que os acadêmicos aprendessem para, com e sobre outras profissões, visando melhorar a efetividade na qualidade do serviço e, assim, formando o profissional na perspectiva interprofissional. Considerações finais: O programa possibilitou conhecer o ambiente de trabalho do SUS, adquirir novos conhecimentos, produzir trabalhos científicos, compreender e valorizar o trabalho em equipe e, também, reconhecer a importância do profissional de educação física na atenção básica. Dessa forma, o PET – Saúde Interprofissionalidade torna-se uma ferramenta ainda mais importante, uma vez que promove a formação de um profissional de saúde diferenciado. |
11710 | A EXPERIÊNCIA DA INICIAÇÃO CIENTÍFICA COMO FERRAMENTA DE INTEGRAÇÃO CLÍNICA-LABORATORIAL NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA GRADUAÇÃO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF) Isabella Gomes Souza, Alexsander Moreira Siqueira A EXPERIÊNCIA DA INICIAÇÃO CIENTÍFICA COMO FERRAMENTA DE INTEGRAÇÃO CLÍNICA-LABORATORIAL NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA GRADUAÇÃO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF)Autores: Isabella Gomes Souza, Alexsander Moreira Siqueira
Apresentação: A interação do conteúdo teórico às práticas clínicas e laboratoriais é de indiscutível valor no processo educativo da graduação. Nesse sentido, como estagiária de Iniciação Científica no Projeto de investigação de aspectos clinico-epidemiológicos da Esporotricose em diferentes populações fluminenses, obtive uma experiência de integralidade desde o processo saúde-doença até a confirmação diagnóstica; cercada de desafios na lógica de referência e contra referência do SUS, assim como na negligência Estatal ao subsídio do tratamento prolongado da doença em humanos. Em primeiro plano, a avaliação do paciente na anamnese, a coleta de espécime clínico em biópsia, a investigação laboratorial e o acompanhamento da evolução do quadro com o tratamento específico são imprescindíveis para o diagnóstico integral como aprendizados do ponto de vista técnico. Além disso, os entraves burocráticos para o atendimento de pacientes em livre demanda no Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), o qual deveria priorizar a tríade ensino-pesquisa-extensão em detrimento da referência do Sistema de Regulação Ambulatorial (SISREG) do SUS, diante de sua autonomia universitária, foram também aprendizados sobre o quanto é complexa a interação entre serviço de saúde e ensino – mesmo num hospital escola. Ademais, a clara dificuldade de muitos pacientes em manter o tratamento pelo medicamento ser caro, bem como seu uso prolongado ser essencial para o sucesso no processo de cura, é um aprendizado fundamentalmente humano sobre os limites de cuidado que podemos prover. Dessa forma, durante a iniciação cientifica, pude ocupar este papel muito pouco vivido durante a graduação: o de protagonista do que estudamos, ouvimos e, enfim, vemos acontecer na prática técnica e humana. É evidente, assim, o quanto a pluralidade de conhecimentos que adquiri nesse projeto favorece um aprendizado multissetorial e verossímil para um futuro no mercado de trabalho. |
11757 | TRABALHO, ADOECIMENTO E PERCEPÇÕES DE SERVIDORES APOSENTADOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ/UNIFAP. Selma Gomes da Gomes da Silvs, Renan Mesquita Rodrigues Silva, Miriam da Silveira Perrando, ´Revan Araújo de Souza TRABALHO, ADOECIMENTO E PERCEPÇÕES DE SERVIDORES APOSENTADOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ/UNIFAP.Autores: Selma Gomes da Gomes da Silvs, Renan Mesquita Rodrigues Silva, Miriam da Silveira Perrando, ´Revan Araújo de Souza
Apresentação: O trabalho ocupa um lugar fundamental na dinâmica subjetiva do indivíduo, podendo ele ser fonte de garantia de subsistência, posição social, prazer e satisfação. Ao contrário, o afastamento do trabalhador de suas atividades laborais, devido a aposentadoria poderá ser seguido de uma provável perda social do ser humano que, consequentemente, acarretará outros prejuízos como psicológicos, domésticos e familiares, além de coincidir com o processo de envelhecimento natural que traz consigo muito problemas de saúde. Alguns dos efeitos negativos imediatos característicos da aposentadoria poderão ser a redução da renda familiar (perdas salariais), a ansiedade pelo desconhecido, o aumento de consultas médicas e principalmente, a perda de sentido de si. Este estudo faz parte de um plano de trabalho de iniciação cientifica, vinculado a um projeto de pesquisa em desenvolvimento, com o objetivo de conhecer o perfil dos servidores em situação pós-aposentadoria que exerceram suas atividades laborais no contexto acadêmico da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), afim de compreender suas vivências, sentimentos, formas de adoecimento, expectativas e percepções, neste momento de suas vidas. Para tanto, formulamos as seguintes questões norteadoras de pesquisa: qual o perfil, as percepções e vivencias dos servidores na condição pós aposentadoria da UNIFAP? Quais os principais tipos de sofrimento psíquico e adoecimento que acometem servidores (docentes e técnicos) aposentados? Quais as correlações significativas entre variáveis demográficas e variáveis subjetivas, tais como: sentimentos, percepções e vivências frente ao estado de aposentadoria? A pesquisa será de abordagem quantitativa e qualitativa, de natureza descritiva, com o uso da escuta de relatos e narrativas acerca de trajetórias de trabalho e experiências na aposentaria; entrevistas semiestruturadas e aplicação questionários. Os participantes da pesquisa são todos os servidores que se encontram em situação de aposentados, cerca de 63 servidores. Os dados produzidos serão tabulados, analisados e confrontados usando técnicas de estatística descritiva como correlação de Pearson. Essas técnicas visam atribuir maior validade, confiabilidade e significância aos dados obtidos. Espera-se como resultados deste estudo, a construção do perfil desses servidores, compreender suas experiências e narrativas nesse momento de transição em suas trajetórias de trabalho, bem como seus sentimentos, qualidade de vida, tipos de adoecimentos e percepções sobre as vivencias na aposentadoria. Entende-se, portanto que, as mudanças decorrentes desse processo de ruptura com as atividades laborais poderão favorecer o adoecimento, tanto físico quanto emocional, impactando sobretudo, na autoestima pessoal e qualidade de vida, em casos que o trabalhador aposentado, não tenha se preparado para este momento da trajetória humana. |
11776 | REFLEXÃO SOBRE A UTILIZAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO DA ENFERMAGEM Luana Larissa Costa França, Raiany Evelyn Batista, Wezila Gonçalves Nascimento, Thaíse Alves Bezerra, Adriana Magna Cardozo, Ana Raquel Sousa, Caroline Santos Cavalcante, Claudia Santos Martiniano REFLEXÃO SOBRE A UTILIZAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO DA ENFERMAGEMAutores: Luana Larissa Costa França, Raiany Evelyn Batista, Wezila Gonçalves Nascimento, Thaíse Alves Bezerra, Adriana Magna Cardozo, Ana Raquel Sousa, Caroline Santos Cavalcante, Claudia Santos Martiniano
Apresentação: O conceito de metodologias ativa deriva da capacidade de estimular habilidades do conhecimento. Dessa maneira, o método ativo de ensino surge para contrapor o método tradicional, em que o estudante assume uma postura passiva em relação ao processo de aprendizagem. Com a implementação dos métodos ativos, o papel principal nesse processo deixa de ser da figura do professor e passa a ser do discente e o que ele traz como bagagem de conhecimento. No tocante a enfermagem, devido às inúmeras mudanças no cenário pedagógico, faz-se necessário que a formação de nível superior acompanhe esse trajeto, tendo em vista a Resolução do Conselho Nacional de Educação nº 3/2001 que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem, definindo a formação de um profissional humanista, generalista, crítico e reflexivo; devendo este, ser capaz de conhecer e intervir sobre os problemas/situações de saúde-doença mais prevalentes no perfil epidemiológico nacional. O estudo possui o objetivo refletir da utilização sobre a utilização de metodologias ativas no ensino da enfermagem. Método: Trata-se de um ensaio teórico, que é um tipo de pesquisa que tem como característica fundamental a natureza reflexiva e interpretativa. O ensaio teórico é ainda é um meio de análise e reflexão sobre um objeto, independentemente de sua natureza ou característica. Por esse metodologia se chega novos conhecimentos, até mesmo científicos ou pré-científicos. Os resultados foram organizados em duas reflexões: Dificuldades enfrentadas pela utilização de Metodologias Ativas sob a ótica de discentes e docentes e Perspectivas da implementação das Metodologias Ativas. Resultado: Quanto às dificuldades enfrentadas pela utilização de Metodologias Ativas sob a ótica de discentes e docentes observou-se que a pedagogia tradicional está enraizada no processo de ensino aprendizagem, o que acarreta em dificuldades na aplicação de métodos ativos de ensino, sendo necessário algum tempo até que os docentes sintam-se confiantes em aplicar as metodologias ativas em suas aulas e para que os discentes assumam finalmente o papel principal do seu processo de construção do saber. Embora professores possuam conhecimento teórico sobre práticas pedagógicas inovadoras e reconheçam sua importância, ainda não se sentem preparados e confiantes para aplicar as Metodologias Ativas (MA), principalmente pelo fato de serem formados no método tradicional de ensino e não experimentarem a utilização dessa metodologia enquanto acadêmicos. No que diz respeito à perspectiva de implementação das Metodologias Ativas, docentes enxergam a inserção de novos métodos no processo pedagógico como algo positivo. Mesmo quando os discentes sentiram as dificuldades iniciais da implementação, após as primeiras experiências aceitaram como algo positivo, pois sentiram principalmente os efeitos da autonomia proporcionada por esse método. Considerações finais: A adoção de metodologias ativas no ensino superior em enfermagem traz consigo inúmeros benefícios. Não existe mais aqui a figura de um discente passivo que apenas absorve aquilo que é depositado pelo professor, ao contrário, o processo acontece de forma mais ampla, onde discentes e docentes aprendem e ensinam de forma partilhada. Palavras-chave: Ensino; Enfermagem; Metodologias Ativas. |
11787 | PRODUÇÃO DE VÍDEOS EDUCATIVOS EM “STOP MOTION” COMO METODOLOGIA ATIVA NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM EM CURSOS DE CIÊNCIAS DA SAÚDE Felix Patric Lima da Silva, Felipe Thiago Dias de Lima, Anna Luisa Oliveira dos Santos, Eva Rita Medeiro Maia, Maysa Rodrigues de Farias, Rômulo Geisel Santos Medeiros, Sara Cavalcante Queiroz, Júlia Fialho Cauduro PRODUÇÃO DE VÍDEOS EDUCATIVOS EM “STOP MOTION” COMO METODOLOGIA ATIVA NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM EM CURSOS DE CIÊNCIAS DA SAÚDEAutores: Felix Patric Lima da Silva, Felipe Thiago Dias de Lima, Anna Luisa Oliveira dos Santos, Eva Rita Medeiro Maia, Maysa Rodrigues de Farias, Rômulo Geisel Santos Medeiros, Sara Cavalcante Queiroz, Júlia Fialho Cauduro
Apresentação: A disciplina de Biologia Celular e Molecular é fundamental para o entendimento do funcionamento do organismo e à formação de profissionais da saúde. Por isso, visando o aprimoramento dessa área do conhecimento, os acadêmicos do primeiro período do curso de Medicina na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) elaboraram, durante a disciplina, um experimento didático através da apresentação de informações por meio de “stop motion e seminários. O stop motion consiste no agrupamento de subsequentes imagens com o objetivo de construir uma animação que facilita o aprendizado enquanto recurso visual. Assim, associado a apresentações projetadas, com ele é possível visualizar e consolidar o conhecimento de diversas rotas bioquímicas essenciais para a compreensão do metabolismo humano, o que proporciona um aprendizado médico diferenciado e eficiente. Desenvolvimento: Diversas rotas biológicas foram escolhidas pelo professor da disciplina de Biologia Celular e Molecular, sendo distribuídas entre grupos formados na turma do 1º período do curso de medicina da UFAM. As rotas biológicas exploradas foram: sinalização JAK STAT, Toll-Like receptors, TGF-beta, PI3K Akt, receptor de insulina, NF-kB-TNF α, Inflamassoma e Apoptose. Os alunos tiveram que obter conhecimento a partir da pesquisa sobre as rotas, seja por artigos, livros didáticos, vídeos ou outras fontes. Em seguida, foram desenvolvidos modelos em massas de modelar coloridas para facilitar a explicação do vídeo, diferenciação das estruturas e demonstração das etapas das rotas de sinalização. Os modelos foram fotografados e unidos para dar uma sensação de continuidade utilizando a técnica de “stop motion”. Por fim, foi feito um seminário, no qual os alunos puderam compartilhar seus vídeos com a turma, narrando cada etapa e explicando os processos patológicos decorrentes do mau funcionamento da rota em questão. Resultado: Observou-se que a aprendizagem dos temas de biologia celular se tornou muito mais assimilável se comparada à forma tradicional de ensino, a qual é alicerçada apenas em exposição oral pelo docente no qual o aluno é um mero expectador. A elaboração do “stop motion” exigiu não apenas que os discentes lessem e compreendessem o conteúdo teórico, mas exigiu trabalho em equipe, organização e criatividade. Notou-se também que durante a apresentação dos colegas a concentração dos demais acadêmicos era significativamente maior quando comparada às aulas meramente expositivas. Houve também um melhor desempenho nas provas teóricas em que foram abordados os assuntos ministrados pelas equipes. Ademais, todos os alunos consideraram uma excelente forma de aprendizado a ser ampliada a outras disciplinas do curso de Medicina, na medida em que modifica a forma tradicional do processo ensino-aprendizagem. Considerações finais: Destacou-se, no contexto de aprendizado dos acadêmicos, a facilidade de compreensão das temáticas científicas, decorrente da necessidade de haver a elaboração de uma forma inovadora de abordagem das mesmas. Assim, permitiu-se que os estudantes incrementassem seus conhecimentos acerca da disciplina dinâmica e descontraidamente. Fica claro, portanto, que as atividades educativas que buscam novos modelos de entendimento e de estudo devem ser valorizadas dentro das universidades, visto que são imprescindíveis à formação de um profissional integralmente qualificado através de uma efetiva base informacional. |
11805 | A RELEVÂNCIA DO VÍNCULO ENTRE OS EQUIPAMENTOS DE UM TERRITÓRIO NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE AGRAVOS SOCIAIS ANA CAROLINA DE OLIVEIRA RODRIGUES, GABRIEL PESSANHA AMORIM, GIOVANNA AVALLONE AVALLONE, GUSTAVO ANDRADE VITOI, JOÃO VICTOR MACHADO KENGEN, DANIELA LACERDA SANTOS A RELEVÂNCIA DO VÍNCULO ENTRE OS EQUIPAMENTOS DE UM TERRITÓRIO NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE AGRAVOS SOCIAISAutores: ANA CAROLINA DE OLIVEIRA RODRIGUES, GABRIEL PESSANHA AMORIM, GIOVANNA AVALLONE AVALLONE, GUSTAVO ANDRADE VITOI, JOÃO VICTOR MACHADO KENGEN, DANIELA LACERDA SANTOS
Apresentação: O trabalho consiste em um relato de experiência de um projeto iniciado a partir da proposta pedagógica da unidade curricular Saúde e Sociedade I, da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), por alunos do primeiro período. A proposta baseava-se na elaboração de um projeto de ação dentro do território da Estratégia Saúde da Família (ESF), onde, através da vigilância em saúde, identificou-se a necessidade de trabalhar na escola municipal e fortalecer o vínculo com ela de acordo com o Programa Saúde na Escola (PSE). No decorrer do projeto a diretora levantou demandas relacionadas à saúde mental dos alunos, o que direcionou o planejamento das ações. Objetivo: apresentar o caminho percorrido para na construção de um projeto ação como prática educativa inovadora dentro de uma unidade curricular do curso de medicina, no campo prático em uma unidade de saúde da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Método: pesquisa descritiva, exploratória, com vigilância do território, suas características e demandas de saúde. Resultado: Inicialmente houve a exigência da escola de documentos da secretaria de educação que legalizassem as ações e garantissem os direitos da instituição de ensino. A direção enfatizou a necessidade de trabalhar saúde mental e da autoestima, devido ocorrência de casos de automutilação e ameaças de suicídio entre os alunos. Foram realizadas dinâmicas em sala de aula no intuito ouvir os alunos e conhecer suas necessidades de saúde. Estas foram realizadas em três turmas escolhidas pelas diretoras como prioritárias, (sexto e oitavo ano); consistindo em dinâmicas interativas com apresentação de dois vídeos motivacionais, seguido de ações que permitissem que os alunos pudessem verbalizar suas demandas, queixas frente sua realidade social, através da escrita não identificada. As dinâmicas foram diversificadas, visto o perfil diferenciado dos alunos e garantindo o anonimato dos mesmos. No primeiro período do curso o projeto permitiu identificar padrões de baixa autoestima e demanda em saúde mental dos alunos. No segundo período, ainda no âmbito do componente curricular Saúde e Sociedade II, dando continuidade ao projeto ação foi traçado um novo planejamento de ações dentro dos parâmetros do PSE, escolhendo a Cultura da Paz. Sequencialmente, com a participação dos atores escolares foram realizadas oficinas dos sonhos e práticas integrativas com os alunos. Considerações finais: O trabalho dentro do campo da Saúde Coletiva, e principalmente dentro do PSE não se esgota, pois a escola como um elemento do território que reflete toda a estrutura de uma sociedade, apresenta demandas contínuas. A reflexão deste relato de experiência consiste na importância da disciplina como prática educativa inovadora, que através de um projeto ação permitiu um olhar diferenciado no território com acolhimento e estímulo à autoestima das crianças e dos profissionais inseridos na instituição educacional, além da consolidação da presença da equipe de saúde na rotina da escola, e principalmente o conhecimento adquirido pelos alunos do curso de medicina nos campos da saúde coletiva e educacional. |
11841 | PRÁTICA EXTRACURRICULAR DAS TÉCNICAS DE ACESSO VENOSO PERIFÉRICO NA FORMAÇÃO DO ACADÊMICO DE MEDICINA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Maressa de Souza Santos, Franceline Küffer de Almeida, Isadora dos Reis Martins, Juliana Suave Mayrink, Rodolfo Barcellos Cravelim, Rodrigo Monico Cavedo, Victória Caroline Danielli da Silva, Claudia de Souza Dourado PRÁTICA EXTRACURRICULAR DAS TÉCNICAS DE ACESSO VENOSO PERIFÉRICO NA FORMAÇÃO DO ACADÊMICO DE MEDICINA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Maressa de Souza Santos, Franceline Küffer de Almeida, Isadora dos Reis Martins, Juliana Suave Mayrink, Rodolfo Barcellos Cravelim, Rodrigo Monico Cavedo, Victória Caroline Danielli da Silva, Claudia de Souza Dourado
Apresentação: O acesso venoso periférico (AVP) está presente na prática diária dos cuidados em saúde, pois proporciona uma via satisfatória para administração de drogas e fluidos, assim como para transfusão de hemoderivados. A capacitação dos profissionais aptos a sua realização é fundamental para a rápida e adequada assistência, especialmente no cenário da emergência. A Liga Acadêmica de Urgência e Emergência – LAURGEM – promove atividades extracurriculares, teóricas e práticas, de forma a contribuir na formação dos acadêmicos de Medicina e, dentre elas, a prática de habilidades médicas, como as técnicas de AVP. O objetivo deste trabalho é, portanto, relatar a experiência de uma aula prática de AVP no contexto da Liga Acadêmica e sua importância na formação do profissional médico. Desenvolvimento: Os estudantes foram divididos em duas turmas de 15 alunos, em horários distintos, no laboratório de semiotécnica da faculdade. A atividade prática foi conduzida por duas professoras do curso de Enfermagem, auxiliadas por seus monitores de Semiologia/Semiotécnica. Os discentes foram instruídos sobre as características e técnicas de inserção dos cateteres flexíveis e agulhados. Posteriormente, iniciaram a prática em manequins, e logo após tiveram a oportunidade de realizar a técnica nos colegas, sempre supervisionados e orientados pelas professoras e pelos monitores presentes. Aplicou-se um questionário ao final da prática para averiguar a contribuição da aula na formação dos membros da Liga. Resultado: Dos estudantes que participaram da atividade, 53,3% eram do ciclo básico e os demais do ciclo clínico (46,7%). Somente metade havia tido contato com a teoria sobre AVP no currículo regular do curso de Medicina, sendo que para 62,5% ocorreu apenas uma aula, duas aulas para 25% e 12,5% tiveram quatro aulas sobre AVP durante o curso. Por sua vez, 93% referiram ter tido prática sobre as técnicas de acesso venoso, sendo que, em sua maioria, tiveram apenas uma aula (85,6%). Verificou-se, ainda, que 100% dos participantes não tinham tido experiência com AVP em estabelecimentos de saúde e consideraram a atividade prática em laboratório como uma ferramenta importante no desenvolvimento das habilidades necessárias à realização do procedimento. Mesmo após a aula, 93% afirmaram precisar de mais práticas para aquisição de segurança ao puncionar o paciente. Considerações finais: O desenvolvimento de habilidades médicas é fundamental para o acadêmico de Medicina. Entretanto, nem sempre todas as habilidades podem ser praticadas de maneira satisfatória na formação regular e, com isso, observou-se que há uma demanda importante por parte dos acadêmicos, que buscam estar bem preparados para os desafios reais do cotidiano. Dessa forma, ressalta-se a importância do papel das Ligas Acadêmicas na formação complementar do estudante e ser fortemente apoiadas de forma global pelas instituições de ensino da área de saúde. |
11931 | INVESTIGAÇÃO SOBRE ATUAÇÃO DAS PRÁTICAS DOS ENFERMEIROS NA ASSISTÊNCIA A POPULAÇÃO INDÍGENA EM UM INTERIOR DO AMAZONAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Vanessa de Oliveira Gomes, Deyvylan Araujo Reis, Esmael Marinho da Silva INVESTIGAÇÃO SOBRE ATUAÇÃO DAS PRÁTICAS DOS ENFERMEIROS NA ASSISTÊNCIA A POPULAÇÃO INDÍGENA EM UM INTERIOR DO AMAZONAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Vanessa de Oliveira Gomes, Deyvylan Araujo Reis, Esmael Marinho da Silva
Apresentação: Os enfermeiros que prestam assistência aos povos indígenas exercessem um cuidado diferenciado, respeitando as singularidades e as especificidades de cada indivíduo. Nesta perspectiva, este relato faz parte de um projeto intitulado “Atuação da enfermagem na assistência a população indígena do polo base de Mamori-Eirunepé, Amazonas”. Face ao exposto, o presente estudo é vinculado ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Cientifica (PIBIC) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Este estudo tem como objetivo relatar a experiência de uma bolsista de PIBIC/CNPq em projeto de pesquisa intitulada “Atuação da enfermagem na assistência a população indígena do polo base de Mamori-Eirunepé, Amazonas”. Desenvolvimento: O projeto supracitado foi submetido e aprovado ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Amazonas, com o número do CAAE: 18392319.6.0000.5020. Esta investigação trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência, no qual foi desenvolvida através de um projeto de pesquisa com os enfermeiros que prestavam assistência aos indígenas das etnias a Kanamari e Kulina do município Eirunepé, no período do ano de 2019 a 2020. A experiência foi realizada em três momentos, a primeira etapa aconteceu a partir da proposta de desenvolver um estudo sobre a atuação da equipe de enfermagem na área da saúde indígena. O segundo momento estabeleceu-se Bpor meio das reuniões com o orientador do projeto e o terceiro dá-se através do desenvolvimento da pesquisa. O relato foi baseado conforme a anotação feita pela discente de enfermagem durante a construção do projeto de pesquisa. Resultado: Neste relato a experiência seguirá os seguintes tópicos: 1. A importância de desenvolver uma pesquisa sobre a enfermagem no âmbito da saúde indígena: A enfermagem possui um arcabouço teórico que corrobora para a compreensão do processo saúde, doença e indivíduo, na saúde indígena esses embasamento científico auxilia e, faz com que o profissional passe a pensar em novas metodologias durante as suas assistências. 2. A dificuldade e limitação encontrada durante o desenvolvimento do projeto: foi notório durante a construção do referencial teórico, que ao longo dos séculos, ainda se tem certa dificuldade em se encontrar pesquisas publicadas no formato de artigos indexados no âmbito da saúde indígena, é perceptível a escassez de estudos sobre a temática em questão. 3. A contribuição da iniciação cientifica na formação profissional: ao manter o contato com os métodos e as técnicas nas atividades do projeto foi possível perceber que o acadêmico que atua nessas atividades extracurriculares se sobressai em alguns pontos, desenvolvendo-se por meio do amadurecimento, da responsabilidade em superar os seus desafios e na autonomia em executar cada ação estabelecida pelo orientador do projeto. Considerações finais: A iniciação cientifica na vida do estudante de graduação é uma experiência importante para o seu processo de formação profissional e pessoal, ou seja, a trajetória percorrida neste período como bolsista de um projeto de iniciação científica (PIBIC/CNPq) oportunizou uma experiência impar e rica na vida da acadêmica. |
11785 | O NASCIMENTO DA INTERPROFISSIONALIDADE PARA AS EQUIPES DE ATENÇÃO PRIMÁRIA DE JOÃO PESSOA NO CENÁRIO DE METAMORFOSES DO SUS Regiane Fixina de Lucena, Jamayana Lima de Souza Amaral, Charles Christophe Du Barrière Mendes O NASCIMENTO DA INTERPROFISSIONALIDADE PARA AS EQUIPES DE ATENÇÃO PRIMÁRIA DE JOÃO PESSOA NO CENÁRIO DE METAMORFOSES DO SUSAutores: Regiane Fixina de Lucena, Jamayana Lima de Souza Amaral, Charles Christophe Du Barrière Mendes
Apresentação: O Programa Educação pelo Trabalho (PET-Saúde/ Interprofissionalidade), como projeto multicêntrico a nível nacional vem resgatar a lógica e o entendimento sobre o trabalho de equipe na Estratégia Saúde da Família e fomentar o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à realização de atividades inerentes à produção de um cuidado efetivo. O enfoque deste trabalho é relatar a interface entre os serviços de atenção básica, a gestão local em saúde, a formação acadêmica e a comunidade, no Projeto PET-Saúde/Interprofissionalidade. Desenvolvimento: A interprofissionalidade é um tema que suscita aprofundamentos, reflexão e quebra de paradigmas quanto às práticas em saúde. Com intuito de desenvolver as competências colaborativas e o perfil de trabalhadores, estudantes e professores, na perspectiva da interprofissionalidade, os grupos de aprendizagem tutorial (GT) resguardam momentos semanais de pesquisa e imersão em conteúdos didáticos, orientados por estratégias alinhadas à metodologia ativa de ensino-aprendizagem; e buscam interagir com a prática do cuidado nos cenários dos serviços - Equipe de Saúde da Família, NASF, Gerente e usuários. A gestão em saúde entra como apoiadora de estratégias e de ações para mudanças que agreguem o cuidado efetivo e ampliado. Entretanto, os desafios são múltiplos, ainda mais pelo atual momento político, econômico e estratégico da esfera nacional, o que implica também na mudança de práticas curativas e fragmentadas para práticas contínuas e holísticas. Resultado: As abordagens iniciais sobre competências colaborativas e conceitos da interprofissionalidade propiciaram um primeiro contato entre trabalhadores, estudantes e preceptora com a intenção de despertar os envolvidos para o tema e sua reflexão na equipe. Entretanto, ferramentas como a interconsulta, a visita domiciliar com vários profissionais e o PTS, ainda são pouco praticadas, fragmentadas e clínico centradas; possivelmente pouco debatidas enquanto política de gestão. A Gerência de Educação em Saúde, como mediadora no âmbito secretaria de saúde, ainda se revela tímida quanto à integração entre as áreas técnicas de atenção à saúde, a gestão do trabalho e a direção descentralizada nos Distritos Sanitários, as quais disparam determinações aos serviços com fluxos que não priorizam a essência interprofissional do trabalho de equipe. Ressalta-se que o papel do gerente de saúde poderia ser mais bem desempenhado, caso pudesse assegurar na gestão dos serviços, a promoção de práticas cada vez mais distantes do medicalocentrismo. Considerações finais: A interprofissionalidade provocada pelo PET-Saúde/Interprofissionalidade tem se mostrado como uma iniciativa de educação permanente que envolve toda rede de cuidados e formação em saúde. Por sua vez, requer avanços na articulação de uma política de gestão que contemple os ideais de colaboração e integração entre os setores da saúde a partir da atenção primária. As demandas e as necessidades reais dos territórios dos serviços (comunidade) precisam ser percebidas com maior detalhamento e priorizadas, para, então, buscar-se uma gestão estratégica mais coesa e baseada na complementação dos saberes técnicos e adoção de condutas que respaldem uma prática mais congruente com as competências colaborativas necessárias à Equipe Interprofissional Saúde da Família. |
11952 | REFLEXÕES SOBRE A SAÚDE COLETIVA A PARTIR DAS DEVOLUTIVAS EXISTENTES NO PROJETO VER-SUS: TROCAS DE OLHARES E SABERES Eduardo Carvalho de Souza, Ana Suelen Pedroza Cavalcante, Maria Rocineide Ferreira da Silva REFLEXÕES SOBRE A SAÚDE COLETIVA A PARTIR DAS DEVOLUTIVAS EXISTENTES NO PROJETO VER-SUS: TROCAS DE OLHARES E SABERESAutores: Eduardo Carvalho de Souza, Ana Suelen Pedroza Cavalcante, Maria Rocineide Ferreira da Silva
Apresentação: O Projeto Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde busca aproximar os estudantes das diversas graduações com os dispositivos de saúde e com a saúde coletiva. Durante as andanças deles pelos territórios e serviços de saúde eles são colocados de frente com inúmeras realidades e situações, que acabam promovendo incômodos, alegrias, reflexões, dentre outros sentimentos que são partilhados em momentos de devolutiva. Estes acontecem de duas formas, diariamente e ao término da vivência. Nesta perspectiva, objetivou-se descrever a relevância dos momentos de devolutiva para reflexões acerca da saúde coletiva e para o processo de ensino e aprendizagem durante o VER-SUS. Método do estudo: Trata-se de um estudo exploratório com abordagem qualitativa realizado a partir de entrevistas com 10 enfermeiros que participaram do Projeto enquanto acadêmicos no Estado do Piauí. Este estudo ocorreu no período de 2017 a 2019. Para a coleta de dados foi utilizada a entrevista com os enfermeiros, os diários de afecção e a observação das devolutivas. A análise dos dados foi a partir da técnica de análise de conteúdo. Esta pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará, número do parecer: 2.974.518. Resultado: Em relação aos achados do estudo, pode-se afirmar que a operacionalização destes momentos de devolutivas correspondem a um espaço potente para o processo de ensino e aprendizagem durante o estágio de vivência. Os sujeitos que colaboraram com esta pesquisa indicaram as devolutivas como um mecanismo para compartilhar seus olhares e suas percepções de tudo que foi visto, ouvido e sentido. Segundo estes, trata-se de um espaço para desconstruções e reconstruções de ideias e pensamento acerca da saúde coletiva, que é colocada em evidência de forma a ampliar a compreensão sobre todo seu processo histórico, bem como sua organização, além promover reflexões sobre seus avanços e desafios. As devolutivas são permeadas de liberdade de expressão, nas quais todos tem a oportunidade de falar e de ouvido. Durante as devolutivas estes sujeitos colocaram em discussão as diversas opiniões e olhares, o que acabava desencadeando reflexões a partir de uma multiplicidade de informações e pontos de vista. Considerações finais: Por fim, observou-se que esses momentos de devolutiva durante as vivências do VER-SUS são ferramentas potentes no processo de ensino-aprendizagem, nos quais a força do encontro promove um novo olhar para a saúde coletiva. |
12005 | PET – SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE NO COMBATE A SÍFILIS EM MACAÉ – RJ: RELATO DE EXPERIÊNCIA KARLA SANTA CRUZ COELHO, Raiane de Oliveira Rosa, Heliomar da Silva Pereira Junior, Andressa Ambrosino Pinto, Fernanda Santos Braga PET – SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE NO COMBATE A SÍFILIS EM MACAÉ – RJ: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: KARLA SANTA CRUZ COELHO, Raiane de Oliveira Rosa, Heliomar da Silva Pereira Junior, Andressa Ambrosino Pinto, Fernanda Santos Braga
Apresentação: A partir, da vigilância em saúde, sabe-se que os casos de sífilis, detém um exponencial crescente no município de Macaé- RJ. Então, com a premissa de se conscientizar a população, implementou -se o “Combate a Sífilis”. Para isso, ações de promoção da saúde e prevenção da sífilis, decorreram em locais estratégicos, com maior movimentação: Praça Veríssimo de Melo (Centro), Terminal Parque de Tubos (Parque de Tubos) e Restaurante Popular (Aroeira). Para a realização das atividades, foram convidados profissionais de saúde, alunos do curso técnico de enfermagem e alunos, docentes, tutores e preceptores do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) - Interprofissionalidade. Objetivo: Relatar aprendizados interprofissionais e práticas colaborativas, desenvolvidas pelos alunos do PET-Saúde Interprofissionalidade, no “Combate a Sífilis”, em 15 e 16 de outubro de 2019, em Macaé - RJ. Desenvolvimento: Os alunos do PET-Saúde Interprofissionalidade colaboraram para organização das atividades que iniciaram às 08:30h. Foi montada uma tenda vermelha, com cadeiras e mesas, preservativos, folhetos informativos e com aparelho para aferir pressão arterial (PA). Foram distribuídos preservativos e folhetos pelos alunos do PET- Saúde para a população, a partir de uma abordagem simples e informativa, a cada pessoa que passava na praça, estava nos terminais de ônibus. A abordagem foi feita verificando o conhecimento prévio de cada pessoa sobre a doença, sobre os métodos de prevenção, e sobre os locais de testagem da doença. Ao responder, o aluno explicava sobre cada tipo de Sífilis (primária, secundária e terciária), e como o tratamento pode ser realizado de forma rápida e eficaz, se a doença for descoberta primariamente, mas, ainda assim, por se tratar de uma infecção com diferentes estágios de agravamento, deve ser evitada com uso de preservativos. Assim, a pessoa abordada era convidada a ir até a tenda, para aferir a sua PA. Por seguinte, os preservativos (feminino e masculino) e os folhetins eram distribuídos. Havia dois folhetins: um explicativo (Sobre a doença, formas de contágio e de prevenção), e no outro havia o endereço do Centro de Testagem. Resultado: Para algumas mulheres abordadas, o preservativo feminino novo, distribuído gratuitamente, “incomoda um pouco”, pois o mesmo, não é mais com o anel de silicone e sim, com uma “esponjinha” de contenção que “incomoda na hora do ato sexual”. E, a interação, entre os alunos do curso técnico com os alunos do PET- Saúde, foi repleto de trocas e aprendizados: os alunos do curso técnico tinham dúvida sobre o valor ideal da PA, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2016), a normotensão é de: sistólica até 120 e diastólica até 80 (“12 por 8”, é o limite da normotensão).Todos aprenderam, e apreenderam. Considerações finais: Conclui–se que as experiências elencadas, foi importante tanto, para interagir com a sociedade, quanto com alunos do curso técnico. A participação, a vivência em atividades, como a do “Combate a Sífilis”, que ultrapassa os limites da sala de aula, proporciona o exercício da interprofissionalidade e de práticas colaborativas, a partir de diferentes atores, tarefas comuns e compartilhadas. |
11471 | ANÁLISE DA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE TRABALHADORES DE UMA ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE DO SUS: UMA ABORDAGEM SOCIOCLÍNICA INSTITUCIONAL Isabel Cristina de Moura Leite, Lucia Cardoso Mourão, Ana Clementina Vieira de Almeida, Fabíola Braz Penna, Carlos Henrique Pacheco ANÁLISE DA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE TRABALHADORES DE UMA ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE DO SUS: UMA ABORDAGEM SOCIOCLÍNICA INSTITUCIONALAutores: Isabel Cristina de Moura Leite, Lucia Cardoso Mourão, Ana Clementina Vieira de Almeida, Fabíola Braz Penna, Carlos Henrique Pacheco
Apresentação: O ensino de enfermagem no Brasil passou por processos de mudanças seguindo as orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do Curso de Graduação em Enfermagem, que reforçam a necessidade de articulação com o Sistema Único de Saúde (SUS). As DCN para a enfermagem definem os princípios, fundamentos, condições e procedimentos da formação de enfermeiros, estabelecidas pela Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação. Apontam como perfil um profissional capacitado para atuar com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano A profissão de Enfermagem vem se transformando desde a sua instituição influenciada pelas mudanças sociais, políticas e econômicas que buscam, entre outros princípios, a humanização e a integralidade no cuidado em saúde. Como resultante das lutas do Movimento da Reforma Sanitária, a promulgação da atual Constituição Federal e a implantação do SUS, o modelo tecno assistencial em saúde incorporou a ampliação do conceito de saúde exigindo das escolas de formação de profissionais de saúde uma reformulação dos seus projetos pedagógicos. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional trouxe mudanças no ensino de enfermagem, flexibilizando os currículos de graduação no modelo de currículo mínimo e da grade curricular. Apontam como perfil um profissional capacitado, sobretudo para atuar com senso de responsabilidade social, compromisso com a consolidação da cidadania e como promotor da saúde integral do ser humano. Ressalta ainda o compromisso das universidades com a utilização de metodologias ativas de ensino-aprendizagem, a formação de um profissional crítico, reflexivo e comprometido com: a sociedade em que vive a relação teoria e prática, a elaboração de competências gerais comuns a todas as profissões da saúde, além das específicas de cada profissão, preconizando o trabalho em equipe. Dessa maneira espera-se que as competências gerais e específicas sejam alcançadas por meio de novas práticas de ensino aprendizado, que concebem o aluno como sujeito de sua aprendizagem, capaz de aprender a aprender, e o professor como facilitador dessa aprendizagem. O objetivo deste estudo é analisar a percepção dos docentes na formação pedagógica em uma Escola Técnica do SUS, a partir de suas implicações e das interferências institucionais. Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa intervenção com abordagem qualitativa, delineado pelo referencial teórico e metodológico da Análise Institucional na modalidade Socioclínica Institucional. A pesquisa na análise institucional acontece a partir das discussões dos sujeitos envolvidos nas organizações, tendo como objeto de investigação os processos de negociação, a análise, a estratégias e os efeitos produzidos na análise. A intervenção Socioclínica Institucional busca entender as dinâmicas sociais, levando as discussões o mais próximo possível das situações vividas pelos participantes, colocando em análise as suas implicações com as instituições que os atravessam. Fizeram parte do estudo 07 profissionais de saúde sendo incluídas apenas aquelas que atuavam como docente na escola, com vínculo empregatício; e que estavam presentes no período de coleta de dados. Os dados na pesquisa realizada foram coletados a partir de um roteiro com 05 questões. Considerando as limitações deste estudo, vamos abordar as repostas a uma das questões, a saber: Em sua opinião, como se desenvolve a formação pedagógica na Escola Técnica? O estudo foi desenvolvido em uma escola de formação técnica do Sistema Único de Saúde, que é uma instituição pública vinculada à rede de escolas técnicas do SUS, localizada no Estado do Rio de Janeiro. A produção de dados ocorreu inicialmente por meio de observações registradas em diário de campo e, posteriormente, nos encontros com os participantes para realizar a intervenção nos moldes da Socioclínica Institucional. O projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética e aprovado com o parecer número 2.172.279. Foram realizados cinco encontros agendados previamente de acordo com a disponibilidade dos participantes, entre os meses de abril de 2017 a março de 2018, no período de trabalho dos participantes. Os dois primeiros encontros foram dedicados ao momento de negociação junto à gestão, quando foi apresentada a metodologia que seria utilizada, os objetivos e a aprovação pelos comitês de Ética. No terceiro encontro realizamos o convite individual para cada participante, e entregamos o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para prévio conhecimento do estudo a ser realizado. No quarto encontro deu-se a intervenção Socioclínica Institucional onde discutiu-se o processo de formação pedagógica. O quinto encontro foi o momento da restituição, que pode ser compreendida como a devolutiva da análise parcial das falas aos participantes, dando oportunidade para aprofundar ou questionar as análises, ou mesmo considerar a orientação do próprio dispositivo de trabalho. A análise dos dados foi elaborada a partir das oito características da Socioclínica Institucional. Os principais temas que apareceram após a análise dos dados coletados foram: as interferências institucionais que influenciam de modo negativo nos processos formativos e contribuem para a fragmentação de saberes e práticas; as implicações e sobreimplicações docentes no processo de formação que provocaram discussões e reflexões coletivas sobre o processo de trabalho. Os analisadores permitiram evidenciar as dificuldades dos docentes em adaptarem-se às mudanças políticas na educação e na saúde, levando a conflitos intra e extra institucionais, interferindo no potencial de criatividade e compromisso dos docentes com o processo de formação pedagógica para o SUS, mas também levaram a mudanças na prática profissional dos docentes da ETIS. O estudo possibilitou conhecer os fatores que dificultam e facilitam o processo de formação pedagógica, identificar como os docentes se percebem no processo formativo e principalmente esclarecer como os comportamentos instituídos abriram brechas para movimentos instituintes presentes naquele cenário, revelando as nuances de uma nova institucionalização. Contribuiu para a construção coletiva de estratégias relacionadas à formação dos instrutores, visando melhorar a qualidade do ensino oferecida aos trabalhadores e à sociedade. A utilização da Análise Institucional e especificamente a metodologia da Socioclínica Institucional produziu reflexões profundas no grupo de docentes da escola, fazendo-os repensar as próprias práticas pedagógicas e o processo de trabalho, ressignificando esses processos e desafiando-os a superação. As reflexões trazidas por essa investigação demonstram a relevância de futuras pesquisas neste campo, uma vez que podem servir como aporte teórico-metodológico em outras áreas, de forma a ratificar as impressões aqui registradas. Recomendam-se, novos estudos a fim de contribuir para formação pedagógica de novos docentes e fortalecimento do SUS. |
11513 | COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO MÉDICA: ESTRATÉGIAS DE APRENDIZADO, DESAFIOS E POSSIBILIDADES Cheila Pires Raquel, Kelen Gomes Ribeiro, Ivana Cristina Holanda Cunha Barreto, Daiana Flávia Oliveira Souza, Caroline Mary Gurgel Dias Florêncio, Walker Henrique Almeida Jorge, Maxmiria Holanda Batista COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO MÉDICA: ESTRATÉGIAS DE APRENDIZADO, DESAFIOS E POSSIBILIDADESAutores: Cheila Pires Raquel, Kelen Gomes Ribeiro, Ivana Cristina Holanda Cunha Barreto, Daiana Flávia Oliveira Souza, Caroline Mary Gurgel Dias Florêncio, Walker Henrique Almeida Jorge, Maxmiria Holanda Batista
Apresentação: A formação médica deve ser permeada de estratégias que possibilitem a construção de um perfil profissional e humano apto para a comunicação de más notícias (CMN). A perspectiva biomédica tem relevância considerável para atender muitas situações no processo de adoecimento, mas é insuficiente para que o atendimento em saúde se dê de forma humanizada e holística. A partir dessa constatação, as atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para a graduação em medicina, publicadas no Brasil em 2014, apontam para a necessidade de formar profissionais numa perspectiva humanista, com capacidade para atuação nos diferentes níveis de atenção à saúde, em compromisso com a defesa da dignidade e da saúde integral do ser humano. Objetivou-se compreender o processo de aprendizagem da comunicação de más notícias a partir da ótica de estudantes internos do curso de graduação em Medicina, da Universidade Federal do Ceará (UFC). Adotaram-se as abordagens metodológicas qualitativa e quantitativa, utilizando o questionário e o grupo focal como instrumentos de coleta de dados. Como amostra, 164 internos responderam ao questionário; e 12 internos participaram do grupo focal. Realizou-se Análise de Conteúdo, com a técnica de análise temática e análise descritiva das variáveis em estudo. A partir da análise temática, foram elaboradas sete categorias temáticas: conhecimento sobre CMN, aulas teóricas e práticas sobre CMN, organização do ambiente; linguagem; escuta do paciente, comportamento e postura; lidar com sentimentos e emoções. Além disso, destacam-se nos resultados que 67,3% dos participantes consideram que o mais difícil no manejo de más notícias é ser honesto, sem tirar a esperança do paciente. Referente ao modelo SPIKES, 33,9% dos participantes afirmam que o elemento mais fácil dessas situações é a preparação para o encontro, enquanto 40,5% referem que o elemento mais difícil é expressar emoções. No aspecto dos sentimentos, o resultado revelou que 37,9% dos entrevistados não tiveram nenhum treinamento sobre como lidar com as emoções do paciente durante esses processos de comunicação e, em contrapartida, revelou que durante a formação em medicina, 45,7% dos integrantes foi incentivado a estimular a manifestação de sentimentos do paciente. No grupo focal, os participantes reforçaram a ideia de que lidar com os sentimentos e as emoções são os principais desafios nos seus processos de aprendizado, mesmo com a formação em medicina permeada por algumas estratégias que possibilitem a discussão do tema, como aulas didáticas, discussão em grupos e práticas de atuação individuais. A pesquisa aponta que a educação médica deve incluir ainda estratégias para que o médico lide com seu próprio desconforto e com as reações do paciente, o que tende a diminuir o estresse do próprio médico. Considera-se que o fortalecimento dessas práticas deve ocorrer em momentos didáticos relacionados diretamente com o atendimento clínico, o que nem sempre é realizado. Conclui-se apontando para a necessidade de medidas que valorizem mais as habilidades e atitudes na educação médica, além do conhecimento técnico, dentro de uma perspectiva de valores, de incentivo ao manejo de emoções e da construção de habilidades de comunicação social, pilares fundamentais para a promoção da saúde e o bem viver. |
11547 | CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO PARA A SAÚDE NA FORMAÇÃO ACADÊMICA DE ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA: RELATO DE EXPERIÊNCIA jamayana lima de souza amaral, Marcia Queiroz De Carvalho Gomes, Emily Dias De souza, Magdielle Idaline Da Silva, Bruno Calaça, Deyse Catão Ramalho CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO PARA A SAÚDE NA FORMAÇÃO ACADÊMICA DE ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: jamayana lima de souza amaral, Marcia Queiroz De Carvalho Gomes, Emily Dias De souza, Magdielle Idaline Da Silva, Bruno Calaça, Deyse Catão Ramalho
Apresentação: O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET- Saúde Interprofissionalidade) constitui uma estratégia para aprimorar o elo entre ensino-serviço-comunidade, integrando estudantes, professores, profissionais de saúde e usuários com intuito de obter um Sistema de Saúde de qualidade e excelência. Sendo assim, esse relato tem por objetivo retratar a experiência de estudantes que participam do PET- Saúde Interprofissionalidade em relação às contribuições para formação profissional. Desenvolvimento: A Interprofissionalidade constitui a forma de relacionamento entre distintas profissões, utilizando interseções de saberes e o compartilhamento dos mesmos de maneira comum a cada profissão, de forma a executar os trabalhos com maior efetividade e resolutividade, com objetivos de enfrentamento e resolução de problemas de modo que o serviço seja prestado em suas diversas complexidades. O Programa PET- Saúde Interprofissionalidade na UFPB iniciou suas atividades em março de 2019, com a participação de dez cursos, englobando alunos bolsistas e voluntários. Em relação aos objetivos do Programa, destaca-se a inserção dos alunos na Rede Atenção Básica, o compartilhamento de experiências entre os participantes, a efetividade na troca de saberes para uma formação mais sólida de profissionais qualificados e capazes de desenvolver um trabalho baseado nos princípios da interprofissionalidade, através das atividades desenvolvidas, tanto entre os membros, quanto da academia, profissionais e comunidade. Resultado: A participação dos discentes no PET-Saúde Interprofissionalidade possibilitou uma maior interação e integração entre eles e os diversos profissionais, além de proporcionar direcionamentos de como contribuir para o Sistema de Saúde de maneira resolutiva com foco no usuário, bem como promover ambientes de conversar entre si, aprender com e junto com outros estudantes com intuito de alcançar um objetivo comum, a promoção, proteção e recuperação da saúde de acordo com os princípios da interprofissionalidade e práticas colaborativas. Considerações finais: As vivências e atividades desenvolvidas no Programa foram bastantes enriquecedoras no sentido de promover uma integração entre alunos, professores e profissionais da saúde, a aproximação com a realidade do sistema de saúde, proporcionando uma visão crítica das fragilidades existentes no sistema em seus diversos níveis, de modo a induzir uma reflexão quanto à busca de melhorias para a saúde desde a formação acadêmica, assim como o desenvolvimento conceitual acerca da Interprofissionalidade junto aos profissionais que atuam no serviço. |
11548 | REENQUADRANDO O ENCONTRO CLÍNICO ATRAVÉS DA NARRATIVA: UM RELATO DE CASO WINNIE DE CAMARGO VIEIRA, MARCELA GIANNINI COSTA, ISABELA LABARBA CARVALHO DE ALMEIDA, ANA CAROLINA BARBOSA CAUDET, CAMILA OLIVEIRA DE SOUZA, ALFREDO DE OLIVEIRA NETO, JORGE ESTEVES TEIXEIRA JUNIOR REENQUADRANDO O ENCONTRO CLÍNICO ATRAVÉS DA NARRATIVA: UM RELATO DE CASOAutores: WINNIE DE CAMARGO VIEIRA, MARCELA GIANNINI COSTA, ISABELA LABARBA CARVALHO DE ALMEIDA, ANA CAROLINA BARBOSA CAUDET, CAMILA OLIVEIRA DE SOUZA, ALFREDO DE OLIVEIRA NETO, JORGE ESTEVES TEIXEIRA JUNIOR
Apresentação: A jornada do aluno em formação para atuar como médico envolve o uso de três valises: a primeira, relacionada aos instrumentos os quais ele irá utilizar - como o estetoscópio e outras ferramentas diagnósticas; a segunda, reunida em sua cabeça, abrange todo o tipo de conhecimento anatômico, fisiopatológico e epidemiológico; e a terceira, aquela que está presente no ato da produção relacional entre dois sujeitos. As duas primeiras valises são amplamente discutidas e valorizadas durante o período de graduação em detrimento da última, a qual possibilita a ressignificação do encontro clínico como um recorte do mundo e das necessidades particulares do paciente. Percebe-se que existe uma carência no ambiente acadêmico para o treinamento dessas habilidades contidas nessa terceira valise. Dessa maneira, as atividades teórico-práticas que ocorrem no Ambulatório de Promoção da Saúde (APS), um projeto de extensão da Faculdade de Medicina (FM) atuante na Vila Residencial da UFRJ desde 2008 - como as aulas, os atendimentos ambulatoriais, visitas domiciliares e atividades de promoção à saúde -, são fundamentais na retomada da dimensão cuidadora dos atos de saúde para os extensionistas que atuam no projeto. Esse espaço permite o desenvolvimento do aluno pautado no método clínico centrado na pessoa por meio da preceptoria de professores do departamento de Medicina de Família e Comunidade da UFRJ. À medida que ele se torna consciente da experiência de adoecimento de um indivíduo - e não somente da doença em si, como corre no ensino tradicional -, surge a vontade de escrever o que foi vivenciado nesses encontros. Seja para compreender tudo aquilo que abarca os pensamentos, sentimentos e comportamentos de alguém que está doente, como assimilar o próprio sentimento perante aquele encontro clínico. O objetivo do trabalho foi construir uma narrativa a partir da história de vida de uma moradora da Vila Residencial, e paciente do projeto APS, cujo acompanhamento longitudinal propiciou uma série de reflexões não só sobre o processo de adoecimento psíquico, como também acerca da importância da equipe como coordenadora de cuidados. Como metodologia, foram analisados artigos e livros relacionados a Narrativas Médicas indicados pelos professores apoiadores. O resultado alcançado consiste na elaboração da narrativa conjunta pelos alunos que assistiram a paciente. Após essa experiência, abre-se um caminho para organizar essa aquisição de competência comunicativa e narrativa a fim de estender esse conhecimento para todos os extensionistas que atuarem no projeto. |
11564 | RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS DE MEDICINA SOBRE ATUAÇÃO DA SAÚDE DA FAMÍLIA PARA A INTEGRALIDADE DO CUIDADO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Ariane Silva, Iandy Mateus, Natália Villar, Rayane Marques da Costa, Tereza Camargo, Adriana Macedo, Maria Luiza De Barba RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ACADÊMICOS DE MEDICINA SOBRE ATUAÇÃO DA SAÚDE DA FAMÍLIA PARA A INTEGRALIDADE DO CUIDADO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDEAutores: Ariane Silva, Iandy Mateus, Natália Villar, Rayane Marques da Costa, Tereza Camargo, Adriana Macedo, Maria Luiza De Barba
Apresentação: Este trabalho é um relato de experiência da vivência de acadêmicos do terceiro período do curso de medicina da Universidade Estácio de Sá, durante sua atuação na atividade prática da disciplina Saúde da Família. Ao inserir precocemente o estudante no cenário do mundo do trabalho, busca-se garantir em sua formação o desenvolvimento de competências sociais e humanizadas, além da capacidade analítica sobre ações do dia a dia, articulando e contextualizando o conteúdo teórico discutido em sala de aula. Propicia-se, assim, a aprendizagem por meio do levantamento de hipóteses e da busca por alternativas e soluções possíveis para as questões profissionais, aparentemente ainda desconhecidas. A vivência foi realizada durante o segundo semestre de 2019, na Clínica da Família Salles Netto, localizada na Praça Condessa Paulo de Frontin, zona central da cidade do Rio de Janeiro, próximo à comunidade do Fogueteiro. A região é marcada por constantes conflitos armados e apresenta altos índices de vulnerabilidade social, ligados, principalmente, à violência e às precárias condições de saneamento básico e moradia. Os estudantes de medicina acompanharam profissionais médicos e de enfermagem no atendimento aos usuários, realizando consultas individuais, atividades de grupo, e visitas domiciliares. Todos os atendimentos ofertados pela unidade seguem as premissas da Política Nacional de Atenção Básica, sendo baseados na territorialização, de modo a fortalecer o vínculo e assegurar a saúde com qualidade, na coordenação do cuidado e na longitudinalidade. Vale destacar que a Saúde da Família é considerada a estratégia fundamental para expansão, organização e consolidação da Atenção Primária, a partir do acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada, em que são desenvolvidas ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação e reabilitação de doenças e agravos mais frequentes. Ademais, salienta-se que as unidades de Atenção Primária compõe a Rede de Atenção à Saúde, e desempenham o papel formador de recursos humanos, pesquisa e ensino na área da saúde atribuído ao Sistema Único de Saúde. Dentre as experiências vivenciadas, destacou-se o atendimento a uma mulher, acompanha pelo filho de 4 meses, que havia realizado o pré-natal na unidade e retornava para realização de exames de rotina e vacinação. A mesma relatava sua preocupação quanto à fimose da criança, bem como com uma possível nova gravidez, solicitando à equipe o uso de anticoncepcional. Após a avaliação, foi solicitado para criança consulta com especialista, por meio do sistema de regulação (SISREG), e a mãe foi orientada quanto aos cuidados necessários com a criança. Além disso, a usuária foi encaminhada para participar de uma palestra sobre métodos contraceptivos, que deveria ser agendada na própria unidade. A atividade é realizada pela enfermeira da equipe, que explica cada um dos métodos disponíveis, seus efeitos adversos e os pontos positivos e negativos. Após a participação na atividade, a usuária, juntamente com o médico, poderá escolher o método mais eficaz, considerando o custo-benefício dentro de sua realidade de vida, estilo de vida e idade, garantindo, assim, maior adesão. As equipes de Saúde da Família devem estabelecer vínculo com a população, possibilitando o compromisso e a corresponsabilização dos profissionais com os usuários e a comunidade, com o desafio de ampliar as fronteiras de atuação e resolubilidade da atenção. Além disso, tem como estratégia de trabalho conhecer a realidade das famílias pelas quais é responsável, por meio do cadastramento e diagnóstico de suas características sociais, demográficas e epidemiológicas, identificando os principais problemas de saúde e situações de risco às quais a população adscrita está exposta, devendo prestar assistência integral e organizar o fluxo de encaminhamento para os demais níveis de atenção, quando necessário. Na Carteira de Serviços da Atenção Primária à Saúde estão descritas as responsabilidades das equipes, dentre elas, a assistência ao pré-natal e puerpério, à primeira infância e o planejamento familiar. Pôde-se perceber que a equipe realizou as ações descritas nas linhas de cuidado em saúde da mulher e da criança, sendo realizado o cuidado integral e humanizado. O encaminhamento realizado pelo SISREG para consulta com especialista evidencia a atuação da Atenção Primária na coordenação do cuidado nas Redes de Atenção à Saúde, garantindo as premissas da integralidade e equidade. O SISREG objetiva a organização e o controle do fluxo de acesso aos serviços de atenção especializada, otimizando a utilização dos recursos assistenciais disponíveis. No entanto, ao considerar os cuidados relacionados ao planejamento familiar, evidenciou-se um falha na atuação da equipe de saúde, visto que a orientação quanto ao uso do método contraceptivo não foi realizado no momento do atendimento, e que a usuária saiu da unidade sem uma orientação adequada, o que impacta em sua proteção de imediato, podendo ficar desprotegida durante o período que aguarda a realização da palestra e isto resultar em uma gravidez indesejada. Salienta-se que a Atenção Primária à Saúde deve atuar sobre as determinações sociais para garantir a redução das iniquidades e, principalmente, produzir autonomia dos sujeitos. Nesse caso, em específico, é necessário observar as relações familiares e o contexto social em que a usuária está inserida, ofertando-lhe, além da assistência à saúde da criança, o planejamento familiar, assistência à saúde do adulto e o cuidado aos demais membros da família. Além disso, considerando o diagnóstico situacional do território, é necessário observar as condições socioambientais, de moradia, alimentação e acesso à educação e trabalho. Ademais, seguindo os preceitos da Política Nacional de Humanização, devem ser consideradas as angústias e preocupações dos sujeitos, garantindo a atenção integral, resolutiva e responsável, por meio do acionamento e articulação das redes internas e intersetoriais, reconhecendo a saúde com dimensões biopsicossociais. Muitos são os desafios existentes para atuação da Atenção Primária e o alcance do cuidado integral, todavia, as inúmeras experiência exitosas e os resultados positivos apresentados pela Saúde da Família quanto a melhoria da qualidade de vida da população, demonstram que o investimento na consolidação e expansão dessa estratégia é a melhor maneira para garantir o acesso universal e equânime ao Sistema Única de Saúde, e principalmente à integralidade da atenção à saúde. |
11586 | ARTE E ENSINO: PRODUÇÃO DE SABERES COM-PARTILHA DE OLHARES E SENTIDOS NA SAÚDE COLETIVA Maria Rocineide Ferreira da Silva, Alexandra da Silva Lima, Claudia Maria de Oliveira Baquit, Saiwori de Jesus Silva Bezerra dos Anjos, Francisca Rocicleide Ferreira da Silva, Ronildo Mastroianni Ferreira da Silva, Ana Suelen Pedroza Cavalcante, Thaynnara Gomes Ferreira ARTE E ENSINO: PRODUÇÃO DE SABERES COM-PARTILHA DE OLHARES E SENTIDOS NA SAÚDE COLETIVAAutores: Maria Rocineide Ferreira da Silva, Alexandra da Silva Lima, Claudia Maria de Oliveira Baquit, Saiwori de Jesus Silva Bezerra dos Anjos, Francisca Rocicleide Ferreira da Silva, Ronildo Mastroianni Ferreira da Silva, Ana Suelen Pedroza Cavalcante, Thaynnara Gomes Ferreira
Apresentação: A produção da formação profissional do profissional de saúde precisa está cada vez mais transversalizada por movimentos, saberes e práticas vivenciados cotidianamente. A arte é um construto que precisa ser considerado e ampliado pela capacidade de transcendência e materialidade que carrega em si. Objetivo: Relatar experiência vivenciada no processo de formação de acadêmicos de enfermagem de uma universidade pública do Estado do Ceará na disciplina de Enfermagem em saúde coletiva. Desenvolvimento: Acadêmicas e acadêmicos tiveram um momento inicial de diálogo sobre a política de nacional de humanização (PNH) nesse momento apontaram questões que consideravam importantes. Em continuidade a conversa foram convidados a selecionar, de uma exposição fotográfica, uma foto e dialogar em pequenos grupos sobre os motivos da escolha. As imagens foram extraídas da exposição Mulheres do Semiárido: semeando direitos em primeiro lugar, vinculada ao Projeto Paulo Freire. Após esse debate tinham a tarefa de levar para outros lugares essa mesma exposição e propor o debate com trabalhadoras e trabalhadores da universidade. Após esse momento elaborariam um pequeno relatório e em grupos voltariam na aula seguinte para apresentar suas percepções e descobertas a partir dos atos realizados. Resultado: A experiência tornou-se interessante pois trouxe para alguns a importância de se sensibilizarem para pensar no cuidado as mulheres que vivem no campo, independente inclusive do seu status social. Reafirmaram que muitas imagens num grupo e noutro foram percebidas de formas semelhantes mas que em outros a percepção foi bem diversa. “Imagens que trazem marcas diferentes e nos ativam memórias familiares”; “imagens muito distantes das que convivemos”, “imagens de mulheres que cuidam e precisam ser cuidadas”. Considerações finais: A experimentação trouxe na prática proposições expressas na PNH e reflexões sobre o humano e humanidade dos sujeitos, corpos de usuárias e de trabalhadores e trabalhadoras que muitas vezes se (des)encontram. Também trouxe a discussão dos princípios do SUS reafirmando a dimensão da implantação de políticas públicas que reafirmam o conceito de saúde como justiça social. |
11639 | REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES PARA OS CURSOS DE ENFERMAGEM DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO Maria Rocineide Ferreira da Silva, Ana Karoline Barros Bezerra, Mirna Neyara Alexandre de Sá Barreto Marinho, Ana Suelen Pedroza Cavalcante, Sara Catarina Bastos Calixto, Cláudia Maria Oliveira Baquit, Antonio Rodrigues Ferreira Júnior, Thayza Miranda Pereira REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES PARA OS CURSOS DE ENFERMAGEM DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃOAutores: Maria Rocineide Ferreira da Silva, Ana Karoline Barros Bezerra, Mirna Neyara Alexandre de Sá Barreto Marinho, Ana Suelen Pedroza Cavalcante, Sara Catarina Bastos Calixto, Cláudia Maria Oliveira Baquit, Antonio Rodrigues Ferreira Júnior, Thayza Miranda Pereira
Apresentação: As Práticas Integrativas e Complementares (PIC) são caracterizadas como um conjunto de práticas e ações terapêuticas que contrapõem o modelo biomédico de assistência em saúde, no qual buscam novas perspectivas de mudança do paradigma mecanicista utilizado no cuidado à saúde. Tais práticas defendem a atenção integral e o cuidado ampliado ao usuário, atentando para a tríade corpo-mente-alma. Nos últimos anos, houve um interesse crescente pelas PIC em vários seguimentos da sociedade, incluindo os profissionais de saúde, que voltaram sua atenção para a utilização dessas práticas. As discussões sobre estas práticas vêm avançando e ganhando espaço nos serviços de saúde, mesmo que a passos curtos, com a obtenção da regulamentação do exercício profissional por meio da Resolução COFEN 581.2018, que reconhece esses métodos terapêuticos como especialidade da enfermagem. Com isso, o enfermeiro assume o papel de orientar e esclarecer quanto ao uso dessas práticas integrativas para fortalecer a constituição de autonomia de sujeitos para escolha do tratamento recomendado ao usuário, visando o cuidado ampliado em saúde, por estar em contato direto com a população. Portanto, nas discussões atuais assume-se como fundamental que os enfermeiros sejam formados tendo acesso ao conhecimento das PIC, contudo, ainda não é o que se observa na prática acadêmica e profissional. Assim, este estudo tem como objetivo identificar com base na literatura o que tem sido produzido em relação ao ensino das PIC para os cursos de enfermagem de graduação e pós-graduação. Desenvolvimento: Estudo do tipo revisão integrativa, realizado em fevereiro de 2020 através da busca na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), nas bases SciELO , MEDLINE, LILACS, BDENF e MOSAICO, a partir da seguinte pergunta norteadora: ‘O que tem sido produzido com relação ao ensino das PIC para os cursos de enfermagem de graduação e pós-graduação’? Foram utilizados os descritores ‘terapias complementares’ e ‘educação em enfermagem’, com o operador booleano AND para as permutações entre os descritores. Foram inclusos no estudo os artigos em inglês, português, espanhol e que tivessem disponíveis na íntegra, que trataram do objeto de estudo e considerando-se as publicações a partir do ano de 2006, ano que a Política Nacional das Práticas Integrativas e Complementares foi implementada no Brasil, encontrando-se inicialmente 378 publicações e após leitura e aplicação de critérios de inclusão, 10 resultaram a amostra dessa investigação. Aplicou-se o instrumento sistematizado por URSI e que foi adaptado, sendo que a organização se deu através na análise de conteúdo de Bardin com foco na literatura concernente à temática. Resultado: Dos dez artigos selecionados, dois estavam disponíveis na BDENF, três na MEDLINE, quatro na LILACS e um na MOSAICO. No que tange ao período de publicação, apenas um era do ano de 2007, um de 2009, dois do ano de 2013, um de 2014, quatro do ano de 2018 e um de 2019. Considerando a tipologia destes, um se tratavam de revisão integrativa, quatro de estudo descritivo, um de editorial e quatro de relato de experiência. No que se refere aos níveis de evidência, um se configurava como nível 6, quatro nível 4, quatro nível 3 e um nível 7. A partir de leitura e análise optou-se por elencar duas categorias: Potencialidades e desafios da inserção das PIC na formação do enfermeiro e a fragilidade da formação e sua repercussão na prática do enfermeiro. Potencialidades e desafios da inserção das PIC na formação do enfermeiro Estudos apontam que a maioria dos cursos de graduação da área da saúde não discute sobre as práticas complementares de cuidado à saúde, refletindo na atuação do profissional, que dificilmente irá valorizar e integrar estas práticas de cuidado. Diante disso, mudanças são necessárias na educação provida pelas universidades, pois sem a inclusão de certos tópicos na matriz curricular, torna-se difícil obter e manter profissionais qualificados nesta área. Nesse sentido, evidencia-se a partir dos estudos analisados, a importância da oferta de disciplinas ao longo da formação acadêmica, mas também cursos, especializações e outros meios que capacitem os profissionais interessados em utilizar as práticas complementares no cuidado integral e ampliado da população e consequente para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, apresentam-se muitas razões para a inclusão do ensino das PIC no planejamento das práticas do estudante enfermeiro. É na academia que há o desenvolvimento de sua sensibilidade cultural e humana, não apenas com os conhecimentos básicos e necessários para identificar e tratar do processo de saúde-doença, mas que modela suas atitudes, comportamentos e práticas enquanto futuro profissional da saúde, que lidará não apenas com pacientes, mas com vidas a serem cuidadas. Concluindo que, ainda existe ausência de discussões e escassez de estudos que forneçam informações sobre a metodologia de ensino das PIC durante a graduação em enfermagem, com isso, nota-se a necessidade do desenvolvimento de pesquisas que abordem a temática. A fragilidade da formação e sua repercussão na prática do enfermeiro O Brasil adotou a Atenção Primária à Saúde, ou Atenção Básica em Saúde, como política pública, estruturada pela Estratégia Saúde da Família (ESF). De acordo com as diretrizes da PNPIC, esse espaço deve ser utilizado para a inserção dessas práticas. As PIC são importantes para os serviços de saúde, pois, além do cuidado integral, proporcionam benefícios, como atenção ampliada com o processo saúde-doença, o respeito pelas práticas de cuidado desenvolvidas por grupos e populações, e a promoção da qualidade de vida dos usuários. Ao inserir as práticas integrativas e complementares na Atenção Primária em Saúde, entende-se que a PNPIC contribui para a implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), na medida em que favorece princípios fundamentais, tais como: “universalidade, acessibilidade, vínculo, continuidade do cuidado, integralidade da atenção, responsabilização, humanização, equidade e participação social”. Com isso, é notória a necessidade de participação do enfermeiro nesse processo, que visa à integração entre o conhecimento teórico e a prático e possibilita a autonomia do indivíduo e sua família no cuidado em saúde. Apesar da ampla utilização das terapias complementares no cuidado individual e familiar, não se observa essas práticas no cuidado cotidiano desses enfermeiros. Autores afirmam que o desconhecimento ou pouco conhecimento dos profissionais sobre as PIC é um dos fatores que limite ou que não se incentive seu uso na prática assistencial. Isso também pode ser considerado responsável por, apesar de apoiarem as PIC e mostrarem interesse por elas, os profissionais ainda acreditam haver déficits no ensino dessa área na academia. Considerações finais: Embora as PIC sejam reconhecidas no sistema de saúde público brasileiro e pelo Conselho Federal de Enfermagem, ainda são poucas as instituições que oferecem disciplinas relacionadas. As poucas que oferecem, o fazem de maneira optativa, ou seja, boa parte dos profissionais de saúde está se formando sem nenhuma aproximação acadêmica com seu estado de arte. Faz-se necessário rever a matriz curricular do ensino em saúde, para que as PIC não sejam apenas uma experiência pontual de poucos acadêmicos de enfermagem, mas uma disciplina fixa na matriz curricular que proporcione a formação do acadêmico com pensamento crítico, habilitado para identificar situações, formular contradições e conseguir solucioná-los dentro de suas complexidade. |
8447 | ATUAÇÃO DA LIGA ACADÊMICA DE SAÚDE COLETIVA DE RONDÔNIA (LASCRO): JORNADA DE SAÚDE COLETIVA DE RONDÔNIA COMO MÉTODO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE Marcos André Lima Melo, Ana Gabriela Barbosa Chaves de Queiroz, Johanna Gleyce Carvalho Miranda, Karen Alves de Souza, Bruna Soares Gonçalo, Alynne Santana Leônida, Rosa Maria Ferreira de Almeida ATUAÇÃO DA LIGA ACADÊMICA DE SAÚDE COLETIVA DE RONDÔNIA (LASCRO): JORNADA DE SAÚDE COLETIVA DE RONDÔNIA COMO MÉTODO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDEAutores: Marcos André Lima Melo, Ana Gabriela Barbosa Chaves de Queiroz, Johanna Gleyce Carvalho Miranda, Karen Alves de Souza, Bruna Soares Gonçalo, Alynne Santana Leônida, Rosa Maria Ferreira de Almeida
Apresentação: As Ligas Acadêmicas de Saúde, ganharam, ao longo do aperfeiçoamento do ensino teórico-prático, poder de auxiliar na educação, tornando-se estratégia fundamentada no aprofundamento de conhecimentos obtidos em sala de aula para uma formação complementar. Nesse cenário, essas entidades possuem capacidade de desenvolver uma formação direcionada à determinadas temáticas, sendo sua atuação baseada nos eixos de pesquisas, ensino e extensão. Nessa perspectiva, a LASCRO foi fundada em 2016, como uma organização sem fins lucrativos, de duração ilimitada, caracterizada como sociedade civil, não religiosa, apartidária e vinculada ao Centro Universitário São Lucas (UNISL). Esta, de forma prevista em estatuto, busca atuar no estudo, pesquisa e extensão, tendo como finalidade o desenvolvimento, a promoção e a difusão de conhecimentos acerca da área de saúde coletiva, contribuindo para a formação acadêmica e profissional de alunos e profissionais de saúde, além disso, visa promover, facilitar e estimular a integração, através da realização de projetos multidisciplinares e multicêntricos, com o intuito de gerar uma melhor relação profissional-usuário e profissional-profissional. Objetivo: Integrar a atuação acadêmica com a educação extraclasse, tendo assim intenção de atuar na prioritariamente na educação tanto para os usuários quanto para os profissionais dentro do Sistema Único de Saúde - SUS, com o propósito de fortalecer a saúde coletiva com ênfase em saúde pública. Como objetivos secundários destacam-se: Humanizar a saúde através da utilização dos conceitos empregados dentro da saúde coletiva, utilizando-se de atividades teóricas e de campo, buscando fortalecer o ideal de compreensão do ser humano holístico, ultrapassando os limites do tratamento físico e técnico, através da quebra do modelo biomédico ainda empregado, apesar do paradigma emergente; e desenvolver nos acadêmicos ligantes, ações práticas que envolvam o conhecimento aplicado, principalmente a respeito do SUS, buscando discutir criticamente, os pontos positivos e negativos e, a partir disso, desenvolver estratégias para atuar na modificação e melhoria do sistema. Método: Relato de experiência com abordagem descritiva, o presente estudo foi idealizado durante a participação, organização e atuação da LASCRO durante as atividades de 2018 e 2019, voltadas às Jornadas de Saúde Coletiva, sendo assim a pesquisa descritiva prioriza a descrição dos fatos como os mesmos ocorreram, e o relato de experiência foi baseado na vivência dos ligantes durante o processo de atuação da citada liga. Resultado: Em 2018, a LASCRO deu início a organização de jornadas de saúde, com o intuito de propor uma estratégia inovadora de um saber coletivo que retrata no sujeito sua autonomia e educação, colocando a integralidade do cuidado como fator que vê o indivíduo/usuário do sistema como ser histórico, social e político, ligado ao meio ambiente, à sociedade e ao ambiente familiar; além de trazer a educação em saúde como processo pedagógico social e político, com o objetivo de desenvolver pensamentos críticos, buscando desvelar a realidade e propor ações transformadoras. Nesse sentido, uma delas, denominada “I Jornada de Saúde Coletiva de Rondônia”, ocorreu em 15 e 16 de outubro de 2018, a qual foi abordada a temática relacionada à atenção à saúde das populações negligenciadas; neste primeiro evento, notou-se como público majoritário do evento acadêmicos da enfermagem. Por isto, com o intuito de alcançar uma esfera multidisciplinar com a maior participação de discentes dos cursos da área da saúde, foi planejada e executada uma nova jornada de saúde. Desta forma, nos dias 4 e 5 de outubro de 2019, realizou-se a II Jornada de Saúde Coletiva de Rondônia com a temática “Novas Lutas Pelo SUS”, organizada pelos discentes de medicina e enfermagem da Universidade Federal de Rondônia – (UNIR), UNISL e Faculdades Integradas Aparício Carvalho (FIMCA). O evento contou com a participação de médicos, fisioterapeutas, enfermeiros e especialistas em saúde coletiva como convidados para comporem as atividades programadas, sendo eles responsáveis pela realização de mesas redondas e palestras voltadas à temática do SUS e de seu funcionamento. Quanto a participação acadêmica, além dos diversos ouvintes, houve também a apresentações de trabalhos que abordaram temáticas voltadas às populações negligenciadas, aos princípios do sus, a educação interprofissional, a gravidez na adolescência e as doenças infectocontagiosas - sendo essas submissões fator importante para agregar e variar os participantes, trazendo discentes dos mais diversos cursos da área da saúde. Além disso, foram ofertados ao público presente testes rápidos para HIV e Hepatites e orientações de cuidados em saúde sexual, bem como a distribuição de preservativos e lubrificantes. Durante a primeira jornada, houve a participação de 70 ouvintes, na segunda edição do evento, foram 80 participantes, contando também com a realização de, aproximadamente, 300 testes rápidos ao público externo, bem como a distribuição de 600 preservativos e lubrificantes. Durante o planejamento e organização do evento no que tange aos ligantes, destacam-se duas visões distintas da educação em saúde: (1) de como realizá-la de forma a chamar a atenção do público e prendê-lo ao conhecimento exposto e (2) o que é e qual é a importância da prática da educação em saúde. Em relação aos participantes, estes se mostraram em sua maioria envolvidos em trabalhos científicos ou relatos de experiência que seriam apresentados, destes, podemos citar o conhecimento adquirido, o engajamento e o envolvimento durantes as mesas redondas, questionamentos sobre a apresentação de cada temática. Os profissionais (convidados palestrantes) envolvidos na realização das palestras e mesas redondas, acredita-se que para estes o principal retorno foi o engajamento do público tão distinto e amplo em uma temática muitas vezes negligenciada e margeada. Como resultado geral, cita-se a importância da educação dinâmica, simples e crua, buscando reduzir ao mínimo os dificultadores durante o processo, com o intuito de expor o sistema e seu funcionamento de forma clara, simples e necessária. Considerações finais: Por certo, nota-se a importância da educação em saúde e do engajamento dos discentes da área da saúde na realização de eventos relacionados à temática SUS, usando os conceitos que regem o sistema para aplicar atividades de educação, tendo em vista que esta tem que acontecer de maneira ativa e envolvente, buscando trazer para dentro das discussões e atividades os discentes, de forma que o interesse e o entendimento a respeito do sistema cresçam. Logo, é importante destacar o papel participativo das ligas acadêmicas na contribuição de uma visão de conhecimentos multidisciplinar, tendo em vista a oferta de eventos de educação em saúde que mobilizem as universidades, a classe profissional e a comunidade externa para que assim se fortaleça os laços de aprendizado coletivo voltados à uma sociedade integrada, como o preconizado pelo SUS. |
8908 | O DIRECIONAMENTO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL NA PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU BRASILEIRA: MEDICINAS E ENFERMAGEM HAYSLLA BOAVENTURA PIOTTO, Luciana Calabró O DIRECIONAMENTO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL NA PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU BRASILEIRA: MEDICINAS E ENFERMAGEMAutores: HAYSLLA BOAVENTURA PIOTTO, Luciana Calabró
Apresentação: Com a crescente demanda social de formar para além dos laboratórios e universidades, emergiu a necessidade de aproveitar o potencial da pós-graduação para buscar inovação e reconstrução do modelo tradicional de ensino para formar profissionais qualificados em cursos profissionalizantes, ...é natural que as instituições educacionais procurem constituir uma alternativa de formação pós-graduada diferenciada, de mais alto nível, para satisfazer um segmento do mercado mais diferenciado. (Vasconcelos e Vasconcelos, 2010, p. 363) Em 1990 surgiram as primeiras ideias sobre o mestrado profissional. Desde então a regulamentação e a implementação desses cursos foram crescentes, conforme a demanda de um “mercado ávido por conhecimento e qualificação”. (1) Atualmente as modalidades profissionais da pós-graduação stricto sensu brasileira são regulamentadas por duas portarias, ambas reconhecem a relevância social, científica e tecnológica dos processos de formação profissional avançada, bem como o necessário estreitamento das relações entre as universidades e o setor produtivo. A Portaria Nº 131, de 28 de junho de 2017, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, define como competência da CAPES regulamentar, avaliar e acompanhar a modalidade profissional no Brasil. Objetivo: Esta pesquisa busca trazer contribuições a cerca da modalidade profissional na perspectiva atual da pós-graduação brasileira stricto sensu, para tanto será realizada uma revisão bibliográfica sobre a definição e normatização do Mestrado e do Doutorado Profissional, e uma análise documental dos registros da Capes e dos dados da Plataforma Sucupira sobre os programas de pós-graduação na modalidade profissional e sua contextualização no SNPG. No que tange a metodologia essa é uma pesquisa aplicada, fenomenológica, descritiva e com abordagem quali-quantitativa. E como resultado, além de uma breve revisão bibliográfica do tema, são apresentados dados sobre a realidade da pós-graduação stricto sensu “profissional” brasileira em 2019. Como por exemplo, nesse marco temporal, dos 4.590 Programas de Pós-graduação – PPG’s em funcionamento no Brasil, 853 deles foram cadastrados como profissionais, com incidências nos cursos das Ciências da saúde, áreas avaliativas das medicinas e da enfermagem. Por fim, o manuscrito conclui o artigo enfatizando a importância da modalidade profissional a nível stricto sensu, sem deixar de relatar alguns desafios e algumas perspectivas do tema considerando os documentos de área das Medicina I, II e III e da Enfermagem. 1 Fischer, 2003, p. 120 |