400: Experiências de gestão no âmbito hospitalar | |
Debatedor: Daniela Claudina de Macêdo | |
Data: 29/10/2020 Local: Sala 07 - Rodas de Conversa Horário: 13:30 - 15:30 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
9684 | REDUZINDO A SUPERLOTAÇÃO DO HOSPITAL MUNICIPAL CARLOS TORTELLY: SÍNTESE DE EVIDÊNCIA PARA POLÍTICAS DE SAÚDE EM NITERÓI stephanie de Moura Araújo Fernandes, Cristina Maria Rabelais Duarte, Dolores Maria Franco de Abreu, Fabiana Aparecida Corrêa de Oliveira Braga, Job Tolentino Junior, Márcia Claudia Ribeiro Dias, Ramón Lorenzo Farell Sánchez, Waldir Viana das Neves Junior REDUZINDO A SUPERLOTAÇÃO DO HOSPITAL MUNICIPAL CARLOS TORTELLY: SÍNTESE DE EVIDÊNCIA PARA POLÍTICAS DE SAÚDE EM NITERÓIAutores: stephanie de Moura Araújo Fernandes, Cristina Maria Rabelais Duarte, Dolores Maria Franco de Abreu, Fabiana Aparecida Corrêa de Oliveira Braga, Job Tolentino Junior, Márcia Claudia Ribeiro Dias, Ramón Lorenzo Farell Sánchez, Waldir Viana das Neves Junior
Apresentação: Um dos desafios do Sistema Único de Saúde no Brasil tem sido lidar com a superlotação de leitos. De causalidade complexa, algumas vezes envolve deficiências estruturais, como falta de leitos ou recursos humanos, outras vezes aspectos de gestão, que prejudicam a eficiência no processo de atendimento; pode envolver situações externas ao ambiente hospitalar – como, por exemplo, distorções na rede de atendimento, especialmente na atenção básica, ou no sistema de referência e contrarreferência – e situações internas, como relacionadas à gestão. O fato é que, na maioria das vezes, a superlotação hospitalar é causada por um mix de situações diversas, com maior ou menor governabilidade do gestor ou equipe técnica institucional. Trata-se, entretanto, de problema com sérias repercussões na qualidade de assistência e, em última análise, nas condições de saúde da população usuária do SUS. No Hospital Municipal Carlos Tortelly (HMCT) de Niterói (RJ), dados do Departamento de Supervisão Técnico-metodológico da Vice-presidência da Atenção Hospital e de Emergência (DESUT/VIPAHE), mostram que a taxa de lotação dos últimos dois meses (agosto e setembro de 2019) foi de 102,98%. Neste contexto, o presente estudo buscou identificar as melhores opções para o enfrentamento da superlotação de leitos do HMCT, com base em evidências científicas levantadas por meio da utilização das ferramentas SUPPORT, de modo a contribuir para a ampliação da garantia do cuidado e do acesso e para a maior eficiência nos gastos públicos. Desenvolvimento: A identificação das melhores opções para o enfrentamento da superlotação de leitos do HMCT foi realizada através de revisões sistemáticas. A estratégia de busca foi usada nas seguintes bases de dados: Health Evidence, Epistemonikos, Health Systems Evidence, Lilacs, Portal de Periódicos Capes, Scielo e PubMed. Os termos/descritores utilizados foram: “Emergency Medical Services” OR “Admitting Department”, AND “Total Quality Management” OR “"Lean six sigma"; AND “Crowding” OR “Hospitalization” OR “Bed Occupancy” OR “Length of Stay”, em português, e inglês, de acordo com a especificidade de cada base. As pesquisas nos repositórios resultaram no total de 55 artigos, dos quais 40 foram excluídos após leitura dos títulos e/ou resumos. Após a leitura do texto completo das 15 referências identificadas, 8 revisões sistemáticas foram incluídas nesta síntese de evidências e 7 foram excluídas por se afastarem do tema ou não descreverem intervenções efetivas para o problema em questão. A qualidade metodológica das revisões sistemáticas foi avaliada com o instrumento AMSTAR (Assessing the Methodological quality of systematic Reviews). As opções foram identificadas e priorizadas com base na metodologia do pensamento estratégico, árvore explicativa e fundamentadas por revisões sistemáticas. Resultando em duas opções, denominadas de 1 e 2. Após a identificação das opções para o enfrentamento da superlotação no HMCT foi realizado o Diálogo Deliberativo, contando com a participação de convidados selecionados de acordo com a representatividade de diferentes grupos: gestores das três esferas de governo; gestores de instituições de ensino e de serviços de saúde; membros de organismos da sociedade civil; representantes do controle social (usuários e profissionais); pesquisadores; representantes de colegiados gestores e representantes do poder legislativo local. O diálogo deliberativo é uma importante estratégia para envolver os atores interessados (stakeholders) no planejamento de uma política informada por evidências, alinhando conhecimento técnico e empírico, evidências de pesquisa, crença, valores e objetivos dos formuladores de políticas e implementadores. Os diálogos deliberativos não têm o objetivo de alcançar consensos, mas de colher impressões e perspectivas de diferentes atores sobre os aspectos relacionados ao enfrentamento de problemas, de modo a contribuir para o êxito de uma política em saúde. No Diálogo Deliberativo a Síntese de Evidências, originalmente elaborada a partir de evidências globais e locais, foi legitimada e avaliada pelos diferentes atores, o que serviu de subsídio para a redação de sua versão final. Resultado: Foram identificadas 2 opções de intervenção no problema identificado: Opção 1 – Levantar fluxos e protocolos administrativos e assistenciais existentes a fim de qualificá-los e, na ausência, implantá-los ou implementá-los, além de monitorar e avaliar os resultados alcançados através de indicadores de desempenho, para melhor gerenciamento dos leitos. Estudos apontaram que o aprimoramento de fluxos e protocolos parece ser crucial para o enfrentamento da superlotação. A implementação da metodologia “Lean” - que se refere a intervenções de enxugamento de gastos e desperdícios por meio de aprimoramento da gestão - nos serviços de emergência em diversos países com Estados Unidos, Canadá, Suécia e Índia mostrou uma melhora no fluxo de pacientes com aumento no volume de pacientes, diminuição do tempo de permanência e redução no número de pacientes que saíram sem serem atendido; redução de custos, e aumento na satisfação dos pacientes. Com relação aos profissionais de saúde, a melhora do gerenciamento de fluxo provocou uma melhora no engajamento e participação, assim como, no controle do trabalho realizado.Opção 2 – Identificar a necessidade de referência e contrarreferência para implantar ações na rede de saúde da Região Metropolitana II, formada por sete municípios de médio e grande porte: Maricá, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito e Silva Jardim. Uma revisão sistemática de alta qualidade confirmou a relação esperada entre indicadores de acessibilidade da Atenção Primária a Saúde (APS) e hospitalização por pacientes ambulatoriais. Ou seja, Condições Sensíveis ao Cuidado (CSAP), mostraram menores taxas de hospitalização por CSAP em áreas com maior acesso à APS. Os resultados apoiam o uso da hospitalização do CSAP como indicador da qualidade da atenção primária, com a precaução de aplicar fatores de ajuste adequados. Considerações finais: Para cada opção identificada foram enumeradas as barreiras para sua implantação e as respectivas estratégias de enfrentamento identificadas na literatura, sob a ótica de usuários / cidadãos profissionais de saúde e organizações de serviços de saúde. Com base nestes elementos será elaborado o Plano de Ação a ser executado no HMCT de Niterói durante o ano de 2020. Para o sucesso do Plano de Ações, faz-se necessário a participação ativa de todos os profissionais de saúde da unidade, gestores dos diferentes níveis de atenção e políticos, trabalhando de forma articulada, estratégica e integrada para a implementação de ações que atinjam de forma satisfatória tanto as causas quanto as consequências do problema. Espera-se que a implantação simultânea de fluxos e protocolos administrativos e assistenciais e pactos de referência e contrarreferência com a rede de saúde da região metropolitana II reflita em todos os setores do hospital, assim como em outros pontos da rede de saúde. As ações terão seus resultados acompanhados para avaliar o melhor desempenho das opções a serem implementadas para o gerenciamento dos leitos hospitalares. |
9777 | CARACTERIZAÇÃO DE QUEDAS NO ÂMBITO PRÉ-HOSPITALAR: UM INDICADOR PARA O GERENCIAMENTO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE Magda Milleyde de Sousa Lima, Francisco José Magalhães Brandão, Dariane Veríssimo de Araújo, Joselany Áfio Caetano, Lívia Moreira Barros CARACTERIZAÇÃO DE QUEDAS NO ÂMBITO PRÉ-HOSPITALAR: UM INDICADOR PARA O GERENCIAMENTO DOS SERVIÇOS DE SAÚDEAutores: Magda Milleyde de Sousa Lima, Francisco José Magalhães Brandão, Dariane Veríssimo de Araújo, Joselany Áfio Caetano, Lívia Moreira Barros
Apresentação: Nas últimas décadas o Brasil passou por um processo de urbanização acelerado e sem infraestrutura, corroborando para um elevado índice de morbidade e mortalidade por causas externas, sendo a queda um fator de expressiva predominância entre os ferimentos não intencionais. Neste contexto, a análise do perfil das quedas atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) possibilita indicar informações relevantes sobre a realidade local, proporcionando que gestores implementem medidas eficazes para redução dos agravos e promoção da saúde. Com isso, o estudo tem o objetivo de analisar o perfil das quedas na região noroeste do Estado do Ceará. Desenvolvimento: Trata-se de um recorte de um estudo documental, retrospectivo, quantitativo, realizado no SAMU da região noroeste do Estado do Ceará. A amostra total da pesquisa foi de 2251 fichas de atendimento individual por causas externas, destas, 1002 foram relacionadas com quedas, referentes ao período de novembro de 2017 a outubro de 2018. Os dados foram digitados no Excel e analisados pelo software IBM SPSS Statistics versão 24. O estudo respeitou os princípios éticos da resolução 466/12, sendo aprovado pelo comitê de ética sob CAAE nº 93822418.2.0000.505Resultado: A análise do perfil das ocorrências atendidas pelo SAMU evidenciou 12 tipos de causas externas, porém houve o predomínio de quedas em 44,5% da amostra. Desta, 7,1% foi queda de bicicleta, 9,6% queda de altura, 37,1% queda da própria altura e 46,2% queda de moto. Da amostra total, 35,4% era do sexo feminino e 64,6% do sexo masculino. Em relação a faixa etária, 42% tinham entre 20 e 40 anos. 73,7% não tinham ingerido bebida alcóolica. 2,2% foram atendidos pela motolância, 5% pela unidade de suporte avançado e 92,8% pela unidade de suporte básico. Em relação ao desfecho do atendimento, 89,7% foram encaminhas para a unidade hospitalar, 7,3% recusa atendimento, 1,7% é removido por meios próprios e 1% teve óbito no local do acidente. Considerações finais: Pode-se inferir que as quedas representam um tipo de causa externa com expressiva ocorrência, tendo o perfil predominante de queda de moto, entre jovens do sexo masculino. Com isso, conclui-se que esses dados trazem contribuição para gestores, possibilitando a reorganização de políticas públicas, com o intuito de prevenir esse tipo de agravo e promover a saúde. |
9883 | ANÁLISE DO PERFIL DE DEMANDA E RELATO DE LETRAMENTO EM SAÚDE EM UM PRONTO-SOCORRO PÚBLICO DE BELO HORIZONTE Marcelo Thomas Aquino, Luciana Gravito de Azevedo Branco, Alzira de Oliveira Jorge ANÁLISE DO PERFIL DE DEMANDA E RELATO DE LETRAMENTO EM SAÚDE EM UM PRONTO-SOCORRO PÚBLICO DE BELO HORIZONTEAutores: Marcelo Thomas Aquino, Luciana Gravito de Azevedo Branco, Alzira de Oliveira Jorge
Apresentação: A grande procura e demanda por atendimentos de urgência em instituições de saúde de todo o país é uma realidade que gera grandes dificuldades locais e em todo o sistema de saúde. Esse contexto foi observado por acadêmicos do Projeto de Extensão em Coordenação do Cuidado do Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Belo Horizonte/MG, a partir de vivências no Pronto-Socorro (PS) do hospital. O presente trabalho tem como objetivo descrever o perfil da demanda de atendimentos de pouca ou nenhuma urgência (classificados nas cores azul e verde no Protocolo de Manchester) e relatar a experiência dos autores em atividades práticas de letramento em saúde nesse serviço de pronto-socorro. Desenvolvimento: No período entre abril de 2019 e novembro de 2019, durante um turno semanal de quatro horas, os autores observaram o fluxo de atendimento e a classificação de risco com escala de Manchester no PS do hospital. A partir da percepção da grande demanda por atendimentos, especialmente por aqueles de baixa complexidade, e pelo demorado tempo de atendimento e superlotação do serviço relatados pelos usuários, iniciou-se uma análise quantitativa de 38.819 prontuários de abril de 2019 a novembro de 2019 disponibilizados pela instituição. A partir dessa análise, foi planejada e executada uma intervenção de curto prazo com usuários na sala de espera deste serviço. Nessa prática, os acadêmicos orientaram os usuários quanto ao papel e atuação dos seguintes serviços de saúde do SUS: Pronto-Socorro hospitalar, Unidade de Pronto Atendimento-UPA e Unidade Básica de Saúde-UBS. Resultado: A partir da análise quantitativa dos atendimentos foi possível estimar e constatar a grande procura por atendimentos de baixa complexidade já observada pelos autores durante o acompanhamento do setor por meio do projeto de extensão. Em uma média mensal aproximada de 4.852 atendimentos, a classificação de risco azul (1,0%) e a de risco verde (34,6%) totalizaram 35,6% dessa média de atendimentos, enquanto as outras classificações consideradas de complexidade adequada ao perfil de um PS hospitalar corresponderam a 64,4%. Na prática de letramento em saúde realizada pelos autores, foi possível observar que, apesar da notável desinformação quanto ao papel e atuação dos equipamentos PS, UPA e UBS da rede, a crença de resolutividade projetada no presente serviço de saúde ante a experiências frustrantes em outros serviços foi a principal causa de busca por atendimentos dos usuários com queixas pouco ou nada urgentes. Considerações finais: A partir do presente estudo, foi possível constatar a significativa procura por atendimento de menor complexidade nesse serviço de pronto-socorro especializado. Diante disso, tem-se como consequência a superlotação e demora no atendimento, gerando, tanto para usuários quanto para funcionários, ambientes e situações constrangedoras e insalubres. Por fim, os autores concluem que mais estudos que contemplem a análise da demanda dessa instituição, assim como a organização do fluxo entre atenção primária, secundária e terciária e a articulação entre os gestores desses níveis de atenção são necessários. |
10064 | QUALIFICAÇÃO DAS INFORMAÇÕES ASSISTENCIAIS HOSPITALARES: A IMPORTÂNCIA DO FATURAMENTO HOSPITALAR RENATA PASCOAL FREIRE, RENATO DOS SANTOS ABADE PINTO, FERNANDA DOS SANTOS MOREIRA, LILIAN FERREIRA FREITAS PORTELA, GILMA SOARES PINHEIRO DA SILVA, STELLA REGINA CARLETTI, ANTONIO LUIZ GONÇALVES ALBERNAZ, LETICIA BATISTA DA SILVA QUALIFICAÇÃO DAS INFORMAÇÕES ASSISTENCIAIS HOSPITALARES: A IMPORTÂNCIA DO FATURAMENTO HOSPITALARAutores: RENATA PASCOAL FREIRE, RENATO DOS SANTOS ABADE PINTO, FERNANDA DOS SANTOS MOREIRA, LILIAN FERREIRA FREITAS PORTELA, GILMA SOARES PINHEIRO DA SILVA, STELLA REGINA CARLETTI, ANTONIO LUIZ GONÇALVES ALBERNAZ, LETICIA BATISTA DA SILVA
Apresentação: A Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) reafirma a necessidade da qualificação das informações visando maior transparência na produção de serviços e utilização de recursos. A qualificação das informações assistenciais favorece a consolidação de indicadores fidedignos, contribuindo para o monitoramento e avaliação. Esse trabalho apresenta o processo de reestruturação do faturamento hospitalar e a implementação da metodologia DRG no Instituto Fernandes Figueiras IFF/FIOCRUZ. Iniciado em 2017 a reestruturação da lógica de faturamento hospitalar passa por um conjunto de estratégias implementadas: rodas de conversa com profissionais de saúde, revisão de processos assistenciais e fluxos no registro e produção assistencial, capacitação da equipe e revisão do processo de trabalho do setor de faturamento, implementação da codificação de comorbidades, metodologia DRG. As ações implementadas contribuíram não apenas para um melhor registro da produção, mas para o monitoramento de informações essenciais para o cuidado, principalmente para os pacientes crônicos que demandam um acompanhamento especializado e longitudinal, contribuindo também para uma melhor compreensão do perfil dos pacientes atendidos. A reestruturação do setor de faturamento permitiu a demonstração da produção real das internações realizadas, aumentando os valores de internação informados aos sistemas nacionais de informação, demonstrando a complexidade da assistência prestada, contribuindo para a consolidação do IFF/Fiocruz como Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente. Como desafios para manutenção e seguimento desse processo destacam-se a educação permanente dos profissionais, a revisão de outros processos assistenciais, sobretudo a construção de estratégias para qualificação do registro assistencial no prontuário do paciente e a implementação do prontuário eletrônico do paciente, buscando qualificar ainda mais os registros assistenciais. QUALIFICAÇÃO DAS INFORMAÇÕES ASSISTENCIAIS HOSPITALARES: A IMPORTÂNCIA DO FATURAMENTO HOSPITALAR |
10263 | LEAN HEALTHCARE: TRILHANDO UM NOVO CAMINHO PARA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO EM SAÚDE Luana Silva Rezende, Jaime de Oliveira Campos Júnior, Lilian Cristina Rezende, Maria José Menezes Brito LEAN HEALTHCARE: TRILHANDO UM NOVO CAMINHO PARA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO EM SAÚDEAutores: Luana Silva Rezende, Jaime de Oliveira Campos Júnior, Lilian Cristina Rezende, Maria José Menezes Brito
Apresentação: A metodologia Lean Healthcare, denominação do Lean na saúde, é apresentada como uma filosofia e um método de gestão. Consiste em um conjunto de ferramentas provenientes da produção enxuta, introduzidas nos cenários da saúde, como um possível caminho para mudar a forma de organização do trabalho. O pensamento Lean busca a melhoria dos processos ou do conjunto de ações requeridos para concretizar o trabalho, sendo usado para criar e produzir o máximo de valor em prol do paciente, consumindo, ao mesmo tempo, o mínimo de recursos e utilizando plenamente o conhecimento e as habilidades das pessoas que executam o trabalho. Desse modo, a metodologia encontra aceitação no setor saúde, uma vez que busca redesenhar práticas clínicas e recursos em torno de cuidados simplificados, eficientes e de valor agregado. O trabalho na saúde é composto por vários processos que visam a criação de valor como foco na segurança do paciente. Considerando os avanços tecnológicos e a busca por serviços de excelência em um cenário de escassez de recursos, gestores dos serviços de saúde tem envidado esforços com vistas de metodologias que transformem os modos de organização e de produção de modo a propiciar a sustentabilidade do atendimento à população nos diferentes níveis de atenção da rede. Nesse sentido, a metodologia Lean vem sendo utilizada em instituições de natureza pública e privada no cenário nacional e internacional. No Brasil, a título de exemplo, verifica-se a utilização da referida metodologia no sistema público em diferentes setores das instituições. O Lean das Emergências é uma iniciativa do Ministério da Saúde desenvolvido por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (SUS), cujo foco é a redução da superlotação nas urgências e emergências de hospitais públicos e filantrópicos. Para além disso, a aplicação do Lean, nos diversos campos da saúde, beneficia usuários, gestores e profissionais. Os benefícios decorrem da eliminação de atividades desnecessárias, sendo esta a essência do pensamento Lean, que significa deixar de fazer o que é irrelevante, liberando capacidade de trabalho para o que realmente interessa: a assistência centrada no paciente com qualidade e segurança. Ressalta-se a relevância da visão sistêmica da organização na gestão dos processos institucionais com ênfase para os processos da gestão de pessoas, orientada por com ações dirigidas por novos paradigmas. Pretende-se, pois, alcançar a autorrealização e inovação, estímular o desenvolvimento de profissionais criativos, inovadores e que contribuam para a sustentabilidade e crescimento organizacional. Nesse contexto, surge a questão norteadora da presente investigação: Como a metodologia Lean pode favorecer a organização e a gestão do trabalho no contexto hospitalar? Objetivou-se analisar a utilização da metodologia Lean e suas possíveis contribuições na organização e na gestão do trabalho em uma instituição hospitalar. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo de caso único de abordagem qualitativa, realizado no Hospital Israelita Albert Einstein, localizado em São Paulo-SP. Participaram do estudo 23 gestores de departamentos assistenciais e de apoio assistencial que integram o fluxo do paciente na referida instituição. A coleta de dados foi realizada no período de 10 a 15 de dezembro de 2018, por meio de entrevistas individuais, orientadas por roteiro semiestruturado, pesquisa documental e observação. A média de duração das entrevistas foi de 28 minutos e 17 segundos. Sobre a documentação utilizada, além dos documentos formais disponibilizados pela instituição, também foram analisados informes de quadros, murais, sites, jornal, revista, exposição e relatórios gerenciais. A observação foi livre e direta, realizada no período da coleta de dados e foram registradas em diário de campo, recebendo a denominação de Notas de Observação (NO). Os dados obtidos das entrevistas foram submetidos à análise de conteúdo proposta do Bardin. As questões éticas foram respeitadas, com a aprovação da pesquisa pela Universidade Federal de Minas Gerais (CAAE: 95390718.3.3001.0071) e pela instituição hospitalar, a qual autorizou a divulgação do nome da instituição e dos resultados obtidos. Resultado: Por meio dos resultados, evidenciou-se a influência da metodologia Lean na organização e na gestão do trabalho. Essa influência se constata ao utilizar o Lean para identificar e eliminar atividades que não agregam valor, chamadas de desperdícios. Alguns desses desperdícios são comumente vistos em ambientes hospitalares como as longas esperas para atendimento, as etapas realizadas em duplicidade e variabilidade de tratamentos para uma mesma patologia. Outra potencialidade apontada do Lean foi a identificação de desperdício com materiais e suprimentos fora do prazo de validade ou contaminados, utilizados de forma irresponsável ou não controlada, abusiva, irracional e inconsequente. Cabe ressaltar que o desperdício não está ligado somente ao uso da quantidade acima das necessidades, mas também ao modo que se utiliza, às vezes se gasta pouco, mas se gasta mal, e isso também é desperdício. Outro achado que contribui para a melhoria da organização do trabalho foi o engajamento dos gestores no processo de implantação e sustentação da Metodologia Lean. Esses profissionais são imprescindíveis para que se concretize os benefícios do Lean, aumentando a produtividade dos serviços de saúde e estimulando a participação efetiva da equipe nas tomadas de decisões e na organização do trabalho. O Lean proporciona melhorias na qualidade de assistência aos pacientes, especialmente no ambiente hospitalar, eliminando barreiras e permitindo que a equipe de saúde foque seu trabalho na prestação de cuidados centrado no paciente. Os gestores reconheceram algumas dessas barreiras como falhas na comunicação efetiva e falta de sensibilização de algumas equipes e de alguns setores para o desenvolvimento dos projetos de melhoria. Essas barreiras são quebradas ao proporcionar que os profissionais da ponta olhem para o processo, conheçam melhor cada etapa e atuem sobre ele, como uma forma de mapear os fluxos do serviço. Isso leva a identificação de gargalos e produção de estratégias de melhoria para reduzir alguns processos burocráticos que, como consequência, beneficiam a qualidade da assistência prestada ao paciente. Considerações finais: Um dos grandes desafios nas instituições, principalmente para gestores, é a racionalização dos recursos e extrair a maior produção possível dos recursos disponíveis. A metodologia Lean permite a organização dos processos de uma forma mais eficiente, facilita a detecção de erros existentes e possibilita gerenciar a mudança e a resolução de problemas com uma abordagem científica. Ao utilizar a metodologia Lean, o líder da equipe é envolvido no processo e fica atento para oportunidades de melhorias. Nesse sentido, os gestores são incentivados a desenvolverem projetos que assegurem melhor fluxo de atendimento, com redução de custos e melhor aproveitamento dos recursos. A eliminação de desperdícios e atividades que não geram valor impactam positivamente na eficiência das ações e a qualidade do atendimento. Faz-se necessário que essa metodologia permeie cada vez mais os hospitais da rede pública com o enfoque de reduzir as longas filas de espera, possíveis burocracias excessivas em procedimentos, desperdício de materiais e suprimentos. O Lean Healthcare pode proporcionar ferramentas para se trilhar o caminho de melhorias na organização do trabalho, ofertando uma assistência com maior qualidade em consonância com o SUS e ainda mais centrada no paciente. |
10641 | A TOMADA DE DECISÃO NO ÂMBITO HOSPITALAR E O USO DE TECNOLOGIAS NO TRABALHO DO ENFERMEIRO GESTOR Denise Antunes de Azambuja Zocche, Leticia Magrin, Bernarda Cassaro, Rosana Amora Ascari, Fernanda Karla Metelski, Bruna Presoto A TOMADA DE DECISÃO NO ÂMBITO HOSPITALAR E O USO DE TECNOLOGIAS NO TRABALHO DO ENFERMEIRO GESTORAutores: Denise Antunes de Azambuja Zocche, Leticia Magrin, Bernarda Cassaro, Rosana Amora Ascari, Fernanda Karla Metelski, Bruna Presoto
Apresentação: O presente trabalho objetiva identificar quais as tecnologias de gestão utilizadas em um hospital da rede pública de saúde do Oeste Catarinense. Foi desenvolvido através de um projeto de pesquisa intitulado “Inovação em Gestão da Educação na Saúde e Enfermagem: produção de tecnologias e instrumentos para a tomada de decisão no trabalho em Redes de Atenção à Saúde do Município de Chapecó” promovido pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). As atuais demandas dos usuários do sistema de saúde exigem cada vez mais que sejam incorporados avanços tecnológicos, bem como a adesão a novos instrumentos para tomada de decisão, com isto, as tecnologias ganham relevância para o desenvolvimento de novas estratégias organizacionais. Desenvolvimento: estudo misto com uma etapa qualitativa e outra quantitativa Campo da pesquisa: hospital escola que é referência para assistência e formação de recursos humanos (nível técnico, graduação, e pós graduação). A etapa qualitativa envolveu doze enfermeiros que exerciam a função de gerenciamento ou gestão de serviço ou unidade por no mínimo um ano no hospital: UTI Geral; UTI Neonatal; Centro Obstétrico; Centro Cirúrgico; Central De Materiais E Esterilização; Clínica Traumato-Ortopédica; Maternidade/Berçário; Neurologia/Central De Captação e Transporte; Quimioterapia/Oncologia; Ambulatório De Ortopedia; Endoscopia/Rx/Ultrassom/Tomografia/Ressonância Magnética; Controle De Infecção Hospitalar/Núcleo de Segurança do Paciente e Gerência de Enfermagem. Foram excluídos os profissionais afastados ou em férias. As entrevistas foram conduzidas em dois momentos: o primeiro com questões semiestruturadas sobre o uso das tecnologias assistenciais, gerenciais e educativas. Já o segundo, envolveu a aplicação de um questionário com questões objetivas que tratavam de caracterizar as funções de gestão e planejamento de pessoas, processos assistenciais e qualidade do serviço. Para análise das entrevistas, e dos conceitos de tecnologias leves, leves-duras e duras e com o auxílio de um software MAXQDA, para estocagem, gerenciamento e recuperação dos dados. Resultado: Os enfermeiros do serviço materno infantil (UTI Neonatal, Centro Obstétrico, Maternidade, Berçário), revelam significativa fragilidade em reconhecer as diversas tecnologias existentes no processo de tomada de decisão. No que condiz à identificação de tecnologias para tomada de decisão, não há menção ao uso das tecnologias leves e leve-duras, como fatores a serem levados em consideração no processo de trabalho gerencial. Também revelaram dificuldade em conciliar as funções assistenciais com as demandas gerenciais. As tecnologias mais citadas foram as tecnologias duras: máquinas, equipamentos e instrumentais. Considerações finais: Todos os participantes reconhecem a necessidade de capacitações contínuas para a área da gestão em saúde, em especial sobre o uso de tecnologias para a tomada de decisão. No entanto, não reconhecem outros tipos que possam contribuir para este processo. Frente ao exposto, se faz necessário intensificar os processos de educação permanente nos serviços de saúde e faz-se necessário fomentar o conhecimento científico dos profissionais a fim de garantir a equidade na prestação de serviços e a melhoria do trabalho no sistema. |
10790 | GESTÃO DE HOTELARIA HOSPITALAR: UM MAPEAMENTO DA QUALIDADE DE ATENDIMENTO NO INSTITUTO DE NEUROLOGIA DE CURITIBA-PR Roseli Delfino, Paula Suemi Souza Kuabara GESTÃO DE HOTELARIA HOSPITALAR: UM MAPEAMENTO DA QUALIDADE DE ATENDIMENTO NO INSTITUTO DE NEUROLOGIA DE CURITIBA-PRAutores: Roseli Delfino, Paula Suemi Souza Kuabara
Apresentação: O conceito de hotelaria iniciou na década de 2000 mas ainda há um campo de estudos a ser consolidado e difundido nas instituições de saúde sobre a gestão desse setor, o qual se tornou um elemento importante para os setores engajados na qualidade e melhoria contínua das ações humanizada aos pacientes. Com a necessidade de acompanhar o mercado competitivo foi necessário avaliar e adaptar melhorias nos serviços hospitalares. Essa pesquisa tem o objetivo em apresentar o processo de construção do modelo de hotelaria implementado pelo INC, através de uma pesquisa exploratória de dados secundários de pesquisas realizadas nos anos de 2018 e 2019 pelo INC. Os indicadores de atendimento evoluíram seus resultados no ano de 2019, alcançando até 3 pontos percentuais de aumento da melhoria de seus atendimentos mensurados. O resultado é percebido nos esforços em prol da contínua e crescente melhoria com foco voltado à humanização de processos e satisfação dos usuários internos e externos. Considerando os principais indicadores de hotelaria hospitalar, o histórico da pesquisa de percepção sobre os elementos que envolvem os serviços do INC mostrou que a instituição conseguiu evoluir em sua gestão. |
7400 | O PROCESSO DE REESTRUTURAÇÃO DO PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA HUPE Michele Figueiredo Paula, Jéssica Fernandes Martins Costa, Antonia Maria da Silva Jacó, Marianne Josie da Costa Medeiros, Elaine Cristina dos Santos Carneiro, Mayara Mendes de Oliveira, Cristielle Alves da Silva Pereira, Natalia de Assis Nunes Fernandes O PROCESSO DE REESTRUTURAÇÃO DO PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA HUPEAutores: Michele Figueiredo Paula, Jéssica Fernandes Martins Costa, Antonia Maria da Silva Jacó, Marianne Josie da Costa Medeiros, Elaine Cristina dos Santos Carneiro, Mayara Mendes de Oliveira, Cristielle Alves da Silva Pereira, Natalia de Assis Nunes Fernandes
Apresentação: O presente trabalho traz o relato da experiência do processo de reestruturação que ocorreu no ano de 2019 no Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança do HUPE. O Programa vem passando por um processo de reorganização a fim de atualizar os instrumentos institucionais de registros e análises acerca dos dados da população usuária. Tal necessidade de reorganização foi identificada mediante os acolhimentos realizados e as demandas evidenciadas a partir destes. O antigo modelo de organização, no qual os registros sobre essa população se subdividiam de acordo com os diagnósticos, remetiam a realidade a um entendimento biologicista. A proposta foi discutida e acordada em equipe a partir da compreensão de que o Serviço Social tem como objeto as expressões da “Questão Social” e por isso, o trabalho desse profissional na saúde deve ser guiado pelos determinantes sociais que atravessam o processo saúde-doença desses indivíduos. A reestruturação tem como principais objetivos qualificar a assistência prestada à população usuária; contribuir para o processo de formação continuada de estudantes e profissionais de Serviço Social, priorizando a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS); refletir acerca dos determinantes sociais que permeiam o processo de adoecimento das crianças e famílias atendidas na Unidade Docente Assistencial (UDA) de Pediatria Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). Além disso, auxiliar na gestão, no planejamento e na avaliação do trabalho, de forma a qualificar o serviço, o ensino e a assistência. A reformulação proposta se deu pelo arquivamento dos estudos sociais dos/as usuários/as em ordem alfabética e não mais por diagnóstico e na criação de banco de dados dessa população em planilhas do Programa Excel, para melhor manutenção e localização dos dados. Também foram incluídas algumas categorias de análise na entrevista social dentre elas a raça e principal cuidador/a, descentralizando a figura materna dos cuidados com a criança. Em curto espaço temporal, pudemos observar alguns resultados dessa reestruturação, como por exemplo, maior facilidade em acessar os dados da população usuária que são acompanhadas pelo Serviço Social da Saúde da Criança/HUPE. Esta interpretação favorece uma análise mais qualificada e observações que tem contribuído para a confecção de trabalhos acadêmicos, em nível de graduação e pós-graduação, com maior exatidão de dados quantitativos e qualitativos. Consideramos que o processo de reestruturação contribui para o movimento de repensar a prática profissional permitindo, a sistematização e caracterização dos dados sobre as condições de vida das crianças e suas famílias e maior aproximação de suas realidades. Além disso, subsidia reflexões das necessidades apresentadas pela população usuária do serviço, o que favorece o aprimoramento da intervenção dos profissionais, sobretudo no processo de acolhimento. |
7560 | CONSTRUÇÃO DE FLUXOGRAMA PARA TRATAMENTO DE PESSOAS COM DISTONIA E ESPASMO HEMIFACIAL Emily Karolyne Aleixo da Silva, Lourena Silva Bahia dos Anjos, Sammy Adrielly Guimarães, Sammy Adrielly Guimarães, Flavine Evangelista Gonçalves, Flavine Evangelista Gonçalves, Glenda Roberta Oliveira Naiff Ferreira, Glenda Roberta Oliveira Naiff Ferreira CONSTRUÇÃO DE FLUXOGRAMA PARA TRATAMENTO DE PESSOAS COM DISTONIA E ESPASMO HEMIFACIALAutores: Emily Karolyne Aleixo da Silva, Lourena Silva Bahia dos Anjos, Sammy Adrielly Guimarães, Sammy Adrielly Guimarães, Flavine Evangelista Gonçalves, Flavine Evangelista Gonçalves, Glenda Roberta Oliveira Naiff Ferreira, Glenda Roberta Oliveira Naiff Ferreira
Apresentação: A gestão em saúde abrange três dimensões complexas: espaços dos cuidados singulares e multiprofissionais; instituições de saúde; formação e operação de redes de serviços de saúde para uma assistência universal e eficiente. Todavia, construir novas formas de gestão nesta área, comedidas pela participação, práticas cooperativas, interdisciplinares e atuação de sujeitos ativos (sobretudo usuários destes serviços), possui contrariedades significativas. Neste sentido, se faz necessário conhecer e analisar o desenvolvimento do processo organizacional em saúde, bem como suas etapas, isto é, compreender a extensão de cada, sua relevância para construção do processo e de que modo acontece, a exemplo de protocolos e fluxogramas, que consistem em ferramentas medulares para se conhecer a totalidade deste sistema. Logo, permitem a equipe de saúde identificar incongruências que transpõem esta estrutura, nos mais diferentes serviços de saúde, a fim de sana-las e assegurar o acesso universal à saúde. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada por acadêmica de enfermagem durante a elaboração de um fluxograma referente a aplicação de toxina botulínica do tipo A (TBA) para um hospital universitário no Pará. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, sobre a construção de um instrumento de auxílio organizacional – o fluxograma – para a operacionalização do fluxo interno para manejo do usuário classificado ao tratamento referente à aplicação da TBA, relacionada ao diagnóstico de distonias e espasmo hemifacial. Tal prática foi desenvolvida a partir da leitura do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Distonias e Espasmo Hemifacial, instituído pelo Ministério de Saúde (MS) e sua adequação prática, visual e acessível no fluxograma, mediante a atividade curricular de Gestão em serviços de saúde e a identificação da ausência de instrumento prático que facilitasse o acesso dos profissionais de saúde ao que dispõe o MS quanto ao tratamento em questão³. Resultado: Desenvolveu-se um fluxograma prático a fim de definir e facilitar o manejo do usuário para o tratamento com TBA-1 e TBA-2 e anexo dispondo em tabelas com checklist: os critérios de avaliação para as Distonias e Espasmo hemifacial, baseadas na Classificação Estatística Internacional de doenças, de 2010 (CID-10) e condições de saúde, os diagnósticos para escolha terapêutica pela CID-10 e suas respectivas vias de aplicação medicamentosa, os critérios de inclusão dos pacientes no tratamento, os critérios para interrupção do tratamento, a monitorização do paciente quanto aos efeitos adversos e desenvolvimento de anticorpos, e apresentação do fármaco e respectivas doses recomendadas para cada CID-10. Considerações finais: Fomenta-se a relevância da construção desta ferramenta para as acadêmicas de enfermagem, pela compreensão e aplicação das dimensões que compõe as práticas de gestão em saúde, assim contribuindo para o aprimoramento da assistência à saúde universal, equitativa e integral, se valendo da enfermagem como ciência capaz de transformar a realidade social. No que concerne ao serviço de saúde e aos usuários, ratifica a articulação entre os atores envolvidos, em prol do êxito do SUS, a fim de que as políticas públicas constituam trâmites para propiciar e assegurar qualidade aos cidadãos. |
9778 | FLUXO ASSISTENCIAL POR MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA DOS USUÁRIOS DE UM SERVIÇO DE ATENÇÃO TERCIÁRIA Gabriela Éleres Casseb, Ingrid Cristina Siraides dos Anjos, Ivanei Cardoso Lira, Jainara de Souza Araújo, Jessica Fernanda Carvalho de Carvalho, Monique Teresa Amoras Nascimento, Raimundo Abreu dos Santos, Glenda Roberta Oliveira Naiff Ferreira FLUXO ASSISTENCIAL POR MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA DOS USUÁRIOS DE UM SERVIÇO DE ATENÇÃO TERCIÁRIAAutores: Gabriela Éleres Casseb, Ingrid Cristina Siraides dos Anjos, Ivanei Cardoso Lira, Jainara de Souza Araújo, Jessica Fernanda Carvalho de Carvalho, Monique Teresa Amoras Nascimento, Raimundo Abreu dos Santos, Glenda Roberta Oliveira Naiff Ferreira
Apresentação: A necessidade de atendimento tende para uma concentração de serviços e especialidades para os centros econômicos e urbanos, tais características têm influenciando na atuação de um cuidado integral e digno a sociedade. Além disso, é relevante ressaltar que os pontos de atenção secundária e terciária, mostram uma diversidade bem característica de serviços especializados presentes nos centros urbanos brasileiros. Para o gestor, identificar o fluxo assistencial, considerando o local de residência e as distâncias percorridas pelo usuário, possibilita o planejamento de instalação de serviços em regiões que possuem alta demanda, sendo os sistema de informação em saúde do sistema único de saúde funciona um recurso importante para o monitoramento, buscando-se melhorias na assistência e o planejamento das redes de atenção, promovendo a atuação dos princípios e as diretrizes preconizados no SUS. Desse modo, o trabalho objetiva conhecer os municípios de maior procedência dos usuários que internaram em um hospital universitário referência em oftalmologia, otorrinolaringologia, doenças raras e genéticas. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa, cujos dados foram coletados da plataforma TABNET, sendo considerada uma fonte de dados secundários de domínio público, sendo dispensado de apreciação por Comitê de Ética em Pesquisa, conforme recomenda o parágrafo único do artigo 1º da Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016, do Conselho Nacional de Saúde. A pesquisa ocorreu primeiramente, acessando o domínio da assistência à saúde e posteriormente no grupo de produção hospitalar no Sistema de Informação Hospitalar (SIH), focalizando a coleta para o estado do Pará e a quantidade de internações aprovadas segundo procedência do município para o referido hospital no período de junho de 2018 a junho de 2019. Resultado: O total de internações no estado do Pará neste hospital foi de 5.395, sendo encontrada uma maior prevalência de usuários procedentes dos municípios de Belém, Ananindeua, Castanhal, Abaetetuba, Marituba e Paragominas, tendo respectivamente 2.455, 497, 253, 169, 151, 108 internações. Com base na análise dos dados observa-se que há uma predominância de internações advindas do município no qual o hospital encontra-se instalado, assim como dos demais que compõem a região de saúde Metropolitana I, no entanto, foi possível observar município da região de saúde metropolitana III e Tocantins. Contudo, com exceção de Marituba o número de internações tende a diminuir conforme aumenta a distância entre o hospital onde ocorrerá a internação e o município de procedência. Considerações finais: Compreendeu-se, a partir da análise dos dados, que há a possibilidade de estar ocorrendo uma barreira de acesso geográfica entre os municípios mais distantes e o município onde se localiza o hospital. Levanta-se, também, a necessidade de haver mais estudos que visem a análise desses dados, elencando-os com outros fatores, para que, dessa maneira, possa se realizar uma melhor avaliação da rede de atenção. |
6817 | RELATO DE EXPERIÊNCIA: SAÚDE DO TRABALHADOR E A PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Hemilly Rayanne Correa da Silva, Bruna Tadeusa Genaro Martins de Oliveira RELATO DE EXPERIÊNCIA: SAÚDE DO TRABALHADOR E A PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIOAutores: Hemilly Rayanne Correa da Silva, Bruna Tadeusa Genaro Martins de Oliveira
Apresentação: O presente trabalho consiste em um relato de experiências de ensino-aprendizagem sobre o campo de atuação da Psicologia Organizacional e do Trabalho, com foco para a saúde dos(as) trabalhador(as), bem como apresenta reflexões a respeito da relação entre bem-estar e mal-estar no ambiente de trabalho e suas implicações para os processos de adoecimento. Desenvolvimento: As vivências aqui narradas ocorreram no âmbito do Estágio de Núcleo Comum, do Curso de Psicologia, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), que teve como finalidade desenvolver atividades teórico-práticas que permitissem, em um primeiro momento, mapear as condições organizativas e infraestruturais do trabalho, em alguns setores do Hospital Universitário (HU) da UFGD, para buscar compreender a relação entre o mal-estar gerado neste ambiente e o adoecimento dos(a) trabalhadores(as) e como eles(as) próprios(as) percebem este nexo causal. Para tal, foram feitas entrevistas individuais e coletivas, a partir de questionários semiestruturados e, após a sistematização dos achados, foram elaboradas propostas de intervenção, através de dinâmicas de grupo nos setores participantes, bem como foi elaborado um material impresso informativo apresentado ao HU-UFGD, no geral. Resultado: A partir das respostas obtidas nas atividades descritas, pode-se observar que o trabalho era percebido pelos(as) próprios(as) trabalhadores(as) como uma maneira de formar vínculos e que está relacionada com sua realização profissional e pessoal. A falta de comunicação, a sobrecarga física e a desvalorização do trabalho apareceram como pontos geradores de mal-estar. Pode-se inferir que há a percepção do nexo causal entre trabalho e as condições de saúde, uma vez que relatam o prejuízo das preocupações que são “levadas para casa”, bem como os riscos inerentes ao fazer específico de certas profissões e as pressões do local de serviço como algo negativo. A finalização das atividades do estágio se deu com a realização de encontros grupais, realizados por setor e período de trabalho no HU-UFGD, cuja finalidade era fomentar discussões e reflexões a partir da devolutiva dos dados obtidos com as entrevistas. Pode-se observar que tal ação foi muito bem recebida pelos(as) trabalhadores(as), valorizando assim a atividade proposta e a sua participação na reflexão sobre os processos de trabalho e suas implicações sobre a saúde. Considerações finais: Portanto, com as atividades realizadas foi possível perceber a importância de atentar para as percepções dos(as) trabalhadores(as) acerca de sua atividade laboral e sobre como essa se associa à produção de mal-estar e bem-estar no ambiente de serviço, para que, a partir de seus apontamentos e demandas, se promovam intervenções para a proteção e promoção da saúde dos(as) trabalhadores(as), tendo em vista que eles são parte essencial do processo. |
8944 | EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NO PROCESSO DE TRABALHO DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Ana Maria Baia Cardoso, Andréa Cristina Marassi Lucas, Pettra Blanco Lira Matos, Pedro Paulo Freire Piani, Christine Elizabeth Lobato Bemerguy, Liliane Silva do Nascimento EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NO PROCESSO DE TRABALHO DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIOAutores: Ana Maria Baia Cardoso, Andréa Cristina Marassi Lucas, Pettra Blanco Lira Matos, Pedro Paulo Freire Piani, Christine Elizabeth Lobato Bemerguy, Liliane Silva do Nascimento
Apresentação: Compreendida como uma prática pedagógica que relaciona ensino, trabalho e docência, a Educação Permanente em Saúde (EPS) baseia-se em ações de desenvolvimento profissional e estratégias de mudanças nas práticas de saúde. No campo das políticas nacionais de saúde, a educação permanente em saúde tem como proposta colaborar com as transformações das técnicas de formação, dos processos pedagógicos e assistenciais e para a organização dos serviços. O Objetivo do estudo foi avaliar os efeitos da EPS no processo de trabalho do Complexo Hospitalar da UFPA. Realizou-se pesquisa documental referente ao período de 2014 a 2016 em relação aos cursos de capacitação realizados pelos trabalhadores de saúde, considerando os relatórios das capacitações ofertadas pelo Centro de Capacitação da UFPA (CAPACIT). Os resultados mostram que nos cursos de capacitação houve predomínio de participação de trabalhadores do sexo feminino e de indivíduos do setor assistencial em todos os anos observados. Em 2014, a participação nos cursos de formação foi mais expressiva (4,1%; 88/2138) em relação aos anos de 2015 (2,5%; 53/2138) e 2016 (1,2%; 20/2138), quando houve uma importante diminuição na taxa de participação por parte dos trabalhadores. A taxa de participação total foi de 8% (161/2138). A taxa de sucesso nos cursos de capacitação revela que, no total 52,4% (150/286) dos trabalhadores finalizaram a capacitação. As ações de EPS são importantes para os profissionais de saúde, uma vez que os motiva diante dos desafios do cotidiano, evidenciando a importância de ações na educação em saúde com um olhar voltado para as necessidades da população, configurando como uma metodologia de gestão participativa. Percebe-se que existe adesão a qualificação e busca pela educação permanente de modos variáveis, os quais necessitam aprimoramento e política de maior adesão e impacto aos serviços como base e prerrogativa do Sistema Único de Saúde. |
11696 | PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DO NÚCLEO DE SEGURANÇA DO PACIENTE EM UMA UNIDADE HOSPITALAR DE ALTA COMPLEXIDADE DA REGIÃO NORTE Amanda Tavares Silva, Thiago Gomes de Oliveira PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DO NÚCLEO DE SEGURANÇA DO PACIENTE EM UMA UNIDADE HOSPITALAR DE ALTA COMPLEXIDADE DA REGIÃO NORTEAutores: Amanda Tavares Silva, Thiago Gomes de Oliveira
Apresentação: A segurança do paciente constitui os atributos de qualidade do cuidado, sendo definida pela Classificação Internacional de Segurança do Paciente, como a redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado à atenção à saúde. Considerando que o Núcleo de Segurança do Paciente (NPS) é a instância responsável pelo diagnóstico, priorização, gestão dos riscos e notificação dos incidentes, contribuindo para o fortalecimento do sistema e tornando mais seguro o cuidado em saúde, este estudo tem por objetivo descrever a experiência vivenciada, frente ao processo de implantação do NSP em um hospitalar de urgência e emergência do Estado do Amazonas. Desenvolvimento: Estudo de natureza descritiva, retrospectivo do tipo relato de experiência vivenciada no cenário de práticas no âmbito da gestão que visa o gerenciamento e interpretação de questões administrativas, pertinentes ao processo de assistência em enfermagem da disciplina estágio curricular II do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Amazonas, ministrada no segundo semestre de 2018. O cenário do estudo foi uma unidade hospitalar de alta complexidade no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) do município Manaus. A unidade integra a rede estadual de urgência e emergência, sendo referência no atendimento de neurocirurgia e poli trauma no Estado do Amazonas. Por trata-se de um hospital de grande porte, possui o quantitativo de 212 leitos e conta com uma ampla rede de funcionários. O período de desenvolvimento ocorreu entre 31 outubro a 29 de novembro de 2018. Inicialmente estabeleceu-se um planejamento para o desenvolvimento de ações voltadas a promoção da segurança, minimização de riscos e prevenção de danos aos pacientes por meio da elaboração, adequação e apoio à implementação de protocolos, guias e manuais de segurança do paciente, organização de campanha de comunicação social voltada aos profissionais, gestores e usuários de saúde e o desenvolvimento de instrumentos estratégicos e organizacionais para unidade. Todas essas medidas foram baseadas nas metas internacionais de segurança do paciente estabelecida pela OMS: identificar corretamente o paciente, melhorar a efetividade da comunicação, melhorar a segurança das medicações de alta vigilância, garantir cirurgias seguras, reduzir o risco de infecções associadas ao cuidado em saúde e reduzir o risco de lesões decorrente de quedas. Resultado: ENCONTRADOS NA PESQUISA; Em processo de implantação, o NSP na unidade hospitalar referida é constituído por uma equipe multiprofissional, e tem o apoio direto do setor de Educação Permanente (NEPE) para o desempenho das atribuições definidas. De modo a executar as ações planejadas, iniciou-se um projeto piloto em um setor/enfermaria, cujo foi realizada a padronização e estabelecida todas as medidas necessárias, estrutural e organizacional, para o desempenho dos atributos relacionados à segurança do paciente e posteriormente expandir para outros setores até o alcance de todo o hospital. Os protocolos de procedimentos operacionais padrão (POP), foram desenvolvidos, atualizados e adequados à realidade do serviço, abordando a Higienização das Mãos, a Prevenção de Lesão por Pressão e Prevenção de Quedas. Para coleta, processamento, análise e interpretação de dados referente aos eventos adversos elaborou-se e implementou-se a Ficha de Notificação de Eventos Adversos, que permite a investigação do evento e identificação dos fatores contribuintes, onde quaisquer profissionais da saúde, pacientes ou acompanhantes, que tomarem conhecimento, presenciarem ou estiverem envolvidos com um evento, podem notificar. Para analisar e avaliar o risco de desenvolvimento de lesões por pressão foi introduzida à escala de Braden como instrumento obrigatório na admissão do paciente. Posteriormente, construiu-se um instrumento de avaliação da evolução da LLP após estabelecimento da mesma. Segundo o diagnóstico situacional demonstrado pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), evidenciou-se uma alta prevalência de infecções relacionadas à assistência à saúde. Considerando que a higienização das mãos (HM) é reconhecida, mundialmente, como uma medida primária, mas muito importante no controle de infecções, a CCIH, juntamente com o setor de vigilância em saúde desenvolvem a estratégia multimodal da OMS para a melhoria da HM, sendo uma forma verificação de tal prática, realizada através da observação direta dos profissionais. Nesta perspectiva, observou- se um déficit significativo na realização desta medida preventiva, além de fatores dificultadores para a concretização desta ação, como a falta de recursos necessários e dificuldades estruturais. Diante desse cenário, nos dias 26, 27, 28 de novembro, foi realizada a primeira “Campanha de Higienização das Mãos: Mãos limpas, Paciente Seguro”, alcançando profissionais, pacientes e acompanhantes através de rodas de conversas, interação com materiais didáticos e instrucionais, com multimídias e palestras em todos os setores da unidade. Dos resultados encontrados neste estudo, destaca-se a proatividade da gestão de enfermagem em ambiente hospitalar no quesito de implementação de ferramentas para melhoria da qualidade de trabalho, equipe qualificada, e implementação dos protocolos operacionais padrões, planejamento institucional para a sistematização, promovendo a adesão de gestores, profissionais que atuam na área da saúde e de vigilância sanitária às boas práticas de segurança do paciente nos serviços de saúde. As atividades desenvolvidas decorreram da seguinte forma: Equipe do Núcleo de Segurança do Paciente, Núcleo de Educação permanente e Acadêmicos da Universidade Federal do Amazonas; Planejamento das ações e medidas voltadas à redução de danos desnecessários e promoção de uma assistência segura; Equipe do Núcleo de Segurança do Paciente; Elaboração de instrumentos e ferramentas; Construção de Procedimentos Operacionais Padrão; Campanha de Higienização das Mãos. Núcleo de Segurança do Paciente; Comissão de Controle de Infecção Hospitalar: Acadêmicos da Universidade Federal do Amazonas; Campanha de Higienização das Mãos; Enfermaria piloto – Organização e estrutura; Enfermaria piloto – Organização e estrutura. Considerações finais: A assistência à saúde em hospitais de caráter de urgência e emergência apresentam fragilidades e obstáculos reais que dificultam a concretização de medidas e estratégias no âmbito da qualidade do cuidado. Entretendo, em meio aos esforços à promoção da cultura de segurança, que consiste em um trabalho continuo, o NSP tem alcançado êxito no que diz respeito à redução de incidentes e promoção de uma assistência segura. |
10350 | OS GESTORES DAS MATERNIDADE PÚBLICAS COM A PALAVRA: MEDIDAS DE ENFRENTAMENTO ACERCA DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA Rayanne Coco Cunha, Enimar de Paula, Valdecyr Herdy Alves, Diego Pereira Rodrigues, Felipe de Castro Felicio, Vivian Linhares Maciel Almeida, Renata Corrêa Bezerra de Araújo, Rosilda Alves da Silva Isla Chamilco OS GESTORES DAS MATERNIDADE PÚBLICAS COM A PALAVRA: MEDIDAS DE ENFRENTAMENTO ACERCA DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICAAutores: Rayanne Coco Cunha, Enimar de Paula, Valdecyr Herdy Alves, Diego Pereira Rodrigues, Felipe de Castro Felicio, Vivian Linhares Maciel Almeida, Renata Corrêa Bezerra de Araújo, Rosilda Alves da Silva Isla Chamilco
Apresentação: Garantir o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva segura e de qualidade, tendo como foco os direitos das mulheres, em especial aos direitos humanos no parto e nascimento, o que pode contribuir para a redução de taxa de mortalidade materna e perinatal, visto que o incremento da tecnologia nesse cenário, ao deixar de lado a fisiologia do parto, trouxe o aspecto patológico da gestação/parto que culmino una despersonalização da mulher perante o parto e sua autonomia para o direito de escolha. Assim, a mulher deixa de ser a figura principal do parto, sendo esse papel assumido pelo profissional de saúde, inclusive no que tange às decisões que, em princípio, caberiam somente a ela. É consenso entre estudiosos da questão que o cuidado obstétrico deve ter como foco a qualidade da assistência, envolvida em uma estrutura da prestação de cuidados oferecidos à mulher, assim como a sua própria experiência vivencial do atendimento. Esses cuidados devem estar relacionados ao respeito e à preservação da dignidade humana, o que significa dizer que todas as formas de abuso, discriminação, negligência, detenção e negação de serviços devem ser anuladas. Esse modelo apresenta um viés ideológico que, pelas demandas atuais de políticas públicas e do conhecimento científico, deve propor na sua ruptura a possibilidade de incrementar a violência obstétrica no cotidiano de inúmeras maternidades. Nesse sentido, a violência obstétrica é uma questão urgente que afeta inúmeras mulheres em todo o mundo e deve ser compreendida como um dos principais impulsionadores dos resultados desiguais na saúde materno infantil por ser um termo que rotula a desumanização, desrespeito, abuso ou maus-tratos nos campos da saúde sexual e reprodutiva e dos direitos humanos. O estudo objetivou compreender a percepção dos gestores das maternidades públicas da Região Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro acerca da violência obstétrica e as medidas para o seu enfrentamento visando à garantia da qualidade da assistência. Estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa, realizado com 16 gestores de saúde de cinco maternidades da Região Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados por meio de entrevistas, aplicadas no período de maio de 2017 a maio de 2018, e submetidos à análise de conteúdo na modalidade temática. Dessa forma, após a identificação das Unidades de Registro, adotou-se a técnica de colorimetria para identificar e agrupar as UR afins, o que permitiu uma visão geral da temática. As entrevistas originaram as seguintes: assistência tecnocrática ao parto e nascimento; não vinculação do cuidado centrado na mulher; ambiência institucional como dificultador do cuidado; não incorporação das políticas públicas no processo de assistência; capacitação/reciclagem profissional ao parto e nascimento; nexos entre prática e modelos de assistência ao parto; gestão e suas estratégias de enfrentamento à violência obstétrica. Essas UR, por sua vez, fundamentaram a construção da unidade temática - Conceito sobre a violência obstétrica: o significado dos gestores, que sustentou a construção das seguintes categorias temáticas: 1) As interfaces do conceito sobre violência obstétrica: os saberes instituídos nos modelos de assistência ao parto e nascimento; 2) A formação em serviço: uma estratégia urgente para o enfrentamento da violência obstétrica. Os resultados apontaram para os participantes apontaram a falta de acolhimento como um sinal de desrespeito à parturiente dentro das maternidades, o que é considerado um tipo de violência obstétrica. Essa percepção dos gestores é um agravante no campo do parto e nascimento, uma vez que o acolhimento é uma das diretrizes das políticas públicas que estabelece a garantia de assistência integral à mulher. Ainda na perspectiva do acolhimento, identifica-se nos depoimentos dos gestores que muitos profissionais de saúde atuam favorecendo a humanização do parto, buscando favorecer uma boa relação com a gestante, impedindo, assim, qualquer tipo de violência obstétrica nas maternidades por não atender as mulheres em suas necessidades. É importante ressaltar que o acolhimento é uma relação de empatia em que prevalecem os princípios básicos do respeito, da centralidade da mulher e do modelo de humanização da atenção obstétrica. Os dados evidenciados pelos gestores princípios e atitudes adotados durante a assistência obstétrica, considerando o modelo tecnocrático vigente. Percebe-se nessas falas a comprovação da incipiente formação profissional para atuar na área obstétrica, levando ao desrespeito à mulher, à sua condição socioeconômica e de gênero e à sua desqualificação e culpabilização, fazendo prevalecer a violência obstétrica em razão das relações de desigualdade e/ou de nível estrutural/Institucional. Conforme os depoimentos, alguns direitos da parturiente não foram assegurados, a exemplo do recebimento das orientações sobre o parto; dos procedimentos que seriam adotados pelos profissionais de saúde; da liberdade de movimentos durante o trabalho de parto; da escolha da posição para o período expulsivo; das técnicas de relaxamento para aliviar a dor; do contato imediato mãe-bebê logo após o nascimento. Vale dizer que esses direitos também fazem parte de políticas públicas de instituições internacionais e nacionais e o seu descumprimento representa uma violência obstétrica no campo estrutural/institucional que impede a mulher de receber uma assistência melhor e mais qualificada. Apenas um gestor fez referência à humanização do cuidado dispensado à mulher no caso de abortamento, uma situação que tem potencial para resultar em violência obstétrica. Em seus depoimentos, os gestores evidenciaram a importância da capacitação dos profissionais de saúde na assistência à parturiente como um marco político e institucional para a garantia da qualidade assistencial. Foram também apontadas dificuldades em promover a capacitação dos profissionais de saúde com mais tempo de serviço e de formação, uma vez que os mesmos reagem negativamente às modificações implementadas. Promover a capacitação dos profissionais de saúde é um dos eixos norteadores da política de humanização e constitui uma das funções do gestor das maternidades públicas, focando na qualidade da assistência como missão institucional. Corroborando tal afirmação, os participantes evidenciaram que há muitos profissionais graduados em saúde atuando na área da saúde sexual e reprodutiva que se encontram nitidamente despreparados para atuar na área obstétrica. Os participantes também referiram que alguns profissionais de saúde demonstraram desconhecimento em relação às boas práticas intervencionistas utilizadas durante o parto, o que poderia estabelecer uma relação dessas práticas com a violência obstétrica no campo estrutural/institucional, sustentado pela autonomia desses profissionais. Entretanto, por meio dos depoimentos dos gestores, fica evidente que a área obstétrica, mesmo com todos os avanços das políticas públicas, ainda necessita de diversas rupturas, principalmente quanto à implementação do modelo de humanização e à inserção da enfermagem obstétrica no campo prático do cuidado à mulher no processo de parto e nascimento. Conclui-se que o enfrentamento da violência obstétrica torna-se necessário, segundo o nível gerencial das instituições de saúde, para garantir um cuidado que esteja focado no respeito à mulher e à sua autonomia, como também para a fisiologia do parto e nascimento. Desse modo, o entendimento dos gestores sobre a problemática e a reafirmação com o modelo de humanização favorecem para que a mulher seja respeitada. Ressalta-se que os gestores apresentaram um conceito amplo sobre a violência obstétrica, de acordo com a sua vivência profissional e também como seu entendimento sobre a temática. Entretanto, mesmo com a visão global sobre o conceito de violência obstétrica, verificaram-se “traços" de uma assistência voltada para a tecnocracia em sua gestão, mas já em processo de transformação, impulsionada pelas políticas públicas de saúde no campo da saúde sexual e reprodutiva. |
10514 | STRUCTURAL ANALYSIS OF RELIGIOSITY FOR PEOPLE WITH HIV FROM DIFFERENT RELIGIOUS GROUPS IN A UNIVERSITY HOSPITAL Karen Paula Damasceno dos Santos Souza Souza, Antonio Marcos Tosoli Gomes STRUCTURAL ANALYSIS OF RELIGIOSITY FOR PEOPLE WITH HIV FROM DIFFERENT RELIGIOUS GROUPS IN A UNIVERSITY HOSPITALAutores: Karen Paula Damasceno dos Santos Souza Souza, Antonio Marcos Tosoli Gomes
Introduction: HIV/AIDS is a public health problem that, in addition to affecting physical, biological, psychological and social well-being, has issues that go beyond these human dimensions and that were influenced by its historicity. In this perspective, the question of religiosity for people affected by this virus can acquire a multiplicity of meanings for the health of these patients, whether beneficial or not. So, religiosity has been linked to this problem since the discovery of the virus, considering that how the syndrome became known has had an unprecedented impact on the biomedical and social history that reverberates to the present day. Thus, it is important to recognize the value of this topic as a component for the well-being of the HIV-positive person, even though there are some difficulties concerning the individual's spiritual care. Since Brazil contemplates several religions and a peculiar plurireligiousness. So, this study aims to analyze the structure of religiosity for people living with HIV/AIDS (PLWHA) who belong to different religious groups, in the light of social representations. DEVELOPMENT: This is a descriptive, qualitative study, with a structural approach based on the Theory of Social Representations. The study scenario was the Specialized AIDS Care Service, located in the city of Rio de Janeiro. 166 PLWHA over 18 years old participated in the research. In the data collection, a sociodemographic questionnaire and a free recall collection instrument were used for the inducer term “Religiosity”, which allows to apprehend the semantic content quickly. In order to carry out this study, the research project was submitted to the Research Ethics Committee of the State University of Rio de Janeiro and approved under protocol No. 699.220, being carried out in accordance with resolution 466/2012 which ensures ethical aspects research practice in human beings. Sociodemographic data were organized in the Excel software and analyzed using descriptive statistics. The data obtained from the evocations were organized in 4 corpus in the Openoffice software, each one related to some study religion, namely, Catholic, Evangelical, Spiritist / Spiritualist and without religion. In the case of the spiritist / spiritualist group, spiritist and religious people from Candomblé and Umbanda (spiritualists) were considered from this group, due to the number of participants being too low to carry out a satisfactory prototypical analysis. These corpora were submitted to prototypical and similarity analysis using the software IRAMUTEQ. The first analysis allows the construction of a frame, called a frame of four houses, which has four quadrants. The upper left quadrant, called the central nucleus, contains the elements that give meaning to that representation. The upper right and lower right quadrants have elements that will confirm the nucleus. Finally, the lower left quadrant, also called the contrast zone, contains elements that may or may not diverge from the core of the representation. The second analysis indicates the probable word that is central to the representation. RESULTS: Most of the research participants, 101 individuals, are male (60.8%), 51 individuals are between 41 and 50 years old (30.7%), 155 participants in this study use antiretroviral drugs (93.4%), 62 individuals consider themselves to be Catholic (37.3%), 42 individuals are Spiritist/Spiritualist (25,3%), 32 individuals are Evangelical (19,3%) and 30 individuals say they have no religion (18,1%). Regarding the representational structure for different religious groups, it is clear that the term have-faith is present in the central core of all religious groups, and it can be inferred that religiosity in this healthy context underlies hope, which is revealed then a beneficial religiosity. It has been seen that the loss of hope, in a complex health scenario, such as that of HIV, can trigger harmful consequences. The word Deus is present in the Catholic, Evangelical and Spiritist / Spiritualist groups, which demonstrates an important image dimension for the construction of the religiosity of these groups. The word believe is present in Catholic and spiritist / spiritualist groups, which has a functional dimension. And the word Catholicism appears in Catholic and non-religious groups, which denotes a more institutional dimension of the religiosity observed by these groups. Differently, for the spiritist / spiritualist group the words respect, need, and strength also make up the central nucleus. And for those without religion, the word choice-individual also highlights the functional character of the nucleus. According to the maximum similitude tree, for all groups the cophantasm having faith is central and representative of religiosity, except for the spiritist / spiritualist group whose phantasm of love demonstrates to be the most central to this group, considering that it has the largest and stronger number of connections. And also, for this group, it seems that there are two dimensions, an organizational one that is linked to the religious obligations of the faithful perceived in the words commitment, dedication, communion. On the other hand, there is a non-organizational dimension that expresses the religious's desires and can be perceived by the words respect, trust, believe and reconnect. For the group of people without religion, in addition to the central word, there are two binomials that stand out in the maximum tree, namely, Catholicism and evangelical, love and compassion. This shows that for this group, religiosity has an institutional bias but, on the other hand, it can or should provide comfort for people in this health condition. For Catholics, the cognemas God, love, and belief are very strong for the representation of religiosity and provide for this representation the complementarity of 3 blocks, according to each word respectively. The first non-organizational block, with a view to experiencing religiosity outside the institutional scope, the second evaluative block expresses concepts that religiosity can promote in human beings. The third block, on the other hand, addresses an intrinsic dimension of religiosity, which harmonizes the needs and feelings of individuals with respect to their own religiosity and their daily experiences. FINAL CONSIDERATIONS: Although the study had a relatively small number of participants, it is clear that religiosity in its various facets offers the person living with HIV/AIDS beneficial meanings of support for this health context. Thus, the social representation of religiosity for the different religious groups in this study presents an organization that is more functional and valuable than imagery, which also demonstrates the proximity of the study participants with respect to the theme addressed. It is also considered the need for further studies on this theme, which corroborates for the benefit of the health of patients who are in chronic health conditions, such as HIV/AIDS. |
10666 | ANÁLISE DE DEMANDA EM UM PRONTO ATENDIMENTO HOSPITALAR DE FRONTEIRA BRASIL-ARGENTINA Rosana Amora Ascari, Aline Marques Paimell, Edi Golo ANÁLISE DE DEMANDA EM UM PRONTO ATENDIMENTO HOSPITALAR DE FRONTEIRA BRASIL-ARGENTINAAutores: Rosana Amora Ascari, Aline Marques Paimell, Edi Golo
Apresentação: Atualmente os atendimentos não pertinentes aos serviços de urgência e emergência (U/E), tais como as doenças crônicas e infectocontagiosas são bastante expressivas e tornou-se uma grande preocupação nos prontos socorros pela crescente demanda nos últimos anos. A facilidade de acesso a esses serviços de saúde e a falta resolutividade na Atenção Primaria à Saúde (APS), são as principais causas que levam a superlotação dos serviços de U/E que convivem diariamente com altas demandas. E, nesse cenário que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem um importante desafio de organização e integração das Redes de Atenção à Saúde (RAS) para que os atendimentos nos diferentes níveis de atenção ocorra, destacando-se a Rede de Urgências da qual referenciam-se por atendimentos imediatos, com foco nas urgências e emergências, para resguardar a vida do indivíduo, em casos que não se possa esperar por agendamentos de consultas. Nesse sentido, por atender pessoas com queixas não urgentes, os serviços de U/E hospitalar podem comprometer a qualidade assistencial de quem realmente precisa de um atendimento emergencial. Observa-se diariamente a grande demanda de usuários que procuram os serviços de urgência e emergência no pronto socorro do único hospital em Dionísio Cerqueira – SC, Brasil, município de fronteira do Brasil com a Argentina. Objetivo: Caracterizar a demanda de serviços em um pronto socorro hospitalar público num município de fronteira catarinense, segundo a classificação de risco de Manchester e busca prévia de atendimento em serviços de saúde. Método: Trata-se de um estudo descritivo de abordagem quantitativa desenvolvido de setembro de 2018 à agosto de 2019 após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado de Santa Catarina, sob número 2.915.951/2018. A classificação de risco é realizada por enfermeiros, que utilizam aparelhos para mensurar dados vitais como a pressão arterial, temperatura corporal, frequência cardíaca, entre outras informações, além do sistema de informação chamado H2005 para o registro dos dados coletados. Este serviço atende ininterruptamente a população adstrita, aproximadamente 35 mil habitantes. A coleta de dados deu-se por meio de relatórios gerados mensalmente pelo hospital e análise dos dados ocorreu por meio do Programa Estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) no segundo semestre de 2019. Resultado: Os resultados indicaram que o serviço em questão atendeu no pronto socorro, 29.157 indivíduos/ano, sendo predominantemente do sexo feminino - 15.905 (54,5%). Somente 16.112 (55,3%) dos atendimentos são de moradores do próprio município e 28.602 (98,1%) brasileiros. Em relação a classificação de risco constatou-se prevalência nos atendimentos de cor verde (58,5%), amarelo (20,1%) e azul (1,5%) representando uma demanda não pertinente ao serviço de urgência e emergência, a qual poderia ter resolutividade na atenção primária à saúde, já que esta é considerada a porta de entrada para atendimentos não complexos. Os atendimentos classificados como urgência e emergência, representadas pelas cores vermelho (0,4 %) e laranja (0,2%) foram mínimos no período em estudo, com menos de 1% da demanda. A busca pelo serviço de U/E hospitalar deu-se sobretudo por doenças como influenza, pneumonia, alergias e otites (13,7%), Dor aguda, incluindo cefaleia, enxaqueca e dores musculares (3,7%), Infecções de vias aéreas (2,8%), Lesões mecânicas (2,1%), para solicitação de Exames médicos (2,0 %), Transtornos mentais (1,3%), Diarreia viral (1,2%), Infecção do Trato Urinário (1,0%), entre outros motivos. Quanto à busca prévia de atendimento na atenção primária à saúde os resultados revelam que somente (10,2%) buscou atendimento prévio. Percebe-se que a atenção terciaria está funcionando como porta de entrada para atendimentos de saúde como dor, infecções respiratórias, transtornos mentais e outros, com grande demanda por atendimentos de baixa complexidade, contrapondo a finalidade da atenção primária à saúde, na qual envolve ações individuais e coletivas para resolver os problemas de saúde prevalentes da população adstrita, além de ser preferencialmente a principal entrada para atendimento no sistema de saúde vigente no país. Ainda, identificou-se fragilidade nos registros do serviço quanto a busca prévia por serviços de saúde por parte do usuário, porque em 18.577 casos (63,7%), o enfermeiro que realizou a triagem não fez esse registro no sistema. A literatura científica aponta que a população procura os serviços de U/E em situações não urgentes pela dificuldade de acesso aos outros pontos da rede, pelo horário reduzido de funcionamento das unidades e centros de saúde, o que dificulta o acesso da população trabalhadora. Ainda nessa perspectiva, a população considera que as Unidades de Pronto Atendimentos dispõem de recursos de maior densidade tecnológica, sem ter que se deslocar a outros pontos da rede. De modo geral é fundamental que ocorra a melhoria na resolutividade na APS, atendendo os pacientes de acordo com as necessidades da área adstrita em situações agudas, no acompanhamento aos doentes crônicos e na realização de consultas não agendadas. Ao precisar de atendimento e ter que aguardar muito tempo para ser atendido na APS, o indivíduo pode ter seu caso agravado e necessitar de encaminhamento a um serviço de maior complexidade. Assim, ao se apropriar deste fluxo, conhecer a densidade tecnológica maior disponível no serviço hospitalar, sempre que precisar este indivíduo irá buscar um serviço de maior complexidade, como constatado que ocorre no pronto socorro. O Brasil vem implementando em diferentes município a estratégia Qualifica APS como reordenadora da rede de saúde, que pode minimizar as fragilidades encontradas na rede de saúde no cenário investigado, mas é preciso desenvolver estratégias internacionais para vislumbrar mudanças em municípios de fronteira. Considerações finais: A demanda de serviços no pronto socorro hospitalar público de fronteira teve como desfecho demandas caracterizadas não urgentes e não pertinentes. Esse estudo permitiu evidenciar que há conflitos nos fluxos das redes de atenção à saúde sendo que a Atenção primária à Saúde dispõem de subsídios para atendimentos qualificados e resolutivos, através de consultas médicas, de enfermagem e de outros profissionais, mediadas pela expertise clínica de cada área do conhecimento, criando no cliente o reconhecimento da humanização do atendimento, o envolvimento profissional, a formação de vínculo e a resolutividade na demanda em saúde de acordo com a complexidade que cada caso exige. Nesse sentido, recomenda-se fortemente ao município ter pelo menos uma unidade de saúde com atendimento em horários diferenciados para atender a necessidade da população. É preciso fortalecer as redes de atenção básica, para que a demanda da atenção terciaria fique destinado a agravos de emergências. |
11873 | ESTRESSE OCUPACIONAL EM ENFERMEIROS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA Zayra Elizandra Santos Sena, Ana Júlia Góes Maués, Sabrina de Lucas Ramos Necy, George Pinheiro Carvalho, Nayara Nunes de Alcântara, Janaína Crislene da Conceição Meireles, Clara Helena Corrêa Silva, Rebeca Prata Meireles ESTRESSE OCUPACIONAL EM ENFERMEIROS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVAAutores: Zayra Elizandra Santos Sena, Ana Júlia Góes Maués, Sabrina de Lucas Ramos Necy, George Pinheiro Carvalho, Nayara Nunes de Alcântara, Janaína Crislene da Conceição Meireles, Clara Helena Corrêa Silva, Rebeca Prata Meireles
Apresentação: A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um local onde são atendidos pacientes gravemente acometidos, descrito muitas vezes como um ambiente tenso, traumatizante e agressivo. Assim, este setor exige profissionais capacitados para exercer o cuidado ao usuário conforme as suas necessidades de saúde. Nesse cenário, o enfermeiro é fundamental na assistência e na criação de condições adequadas para a prática do cuidar. Portanto, o trabalho na UTI apresenta capacidade de gerar estresse nos referidos profissionais, isto associado à subjetividade de cada indivíduo, pode interferir na qualidade de vida, refletindo no desempenho das atividades laborais e na qualidade da atenção prestada pelo enfermeiro. Deste modo, tem-se por objetivo descrever e analisar os resultados das pesquisas na literatura acerca dos fatores que causam o estresse no enfermeiro que atua na UTI. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, desenvolvido por meio de uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL), compreendendo as seguintes etapas: definição do tema, formulação da questão de pesquisa, elaboração dos critérios de inclusão e exclusão de artigos, utilização de instrumento validado para coleta de dados, avaliação e análise dos artigos selecionados, interpretação e discussão dos resultados obtidos e a apresentação desta revisão. O estudo transcorreu de junho a setembro de 2017. Foram pesquisados e examinados 11 artigos, no período de 2013 a 2017. Os descritores utilizados na busca foram “Estresse”, “Enfermagem” e “Unidade de Terapia Intensiva”. Resultado: As produções científicas levantadas apontaram que os fatores com capacidade de ocasionar estresse no enfermeiro atuante na UTI podem ser organizados em duas dimensões de relação, intrínsecos e extrínsecos. Sendo os fatores intrínsecos ao meio de trabalho considerados os mais agravantes, dentre os quais se destacaram os seguintes: baixos salários, condições inadequadas de trabalho, contratado como estatuário, falta de controle dos procedimentos, falta de reconhecimento pela instituição, rotatividade de leitos e sobrecarga de trabalho. Considerações finais: Nestes estudos, observou-se que os estresses vivenciados pelos enfermeiros de UTI refletem as debilidades estruturais do próprio sistema de atuação. Diante disso, aponta-se para a necessidade de estratégias para revertê-las, afim de melhorar as condições de trabalho, visando assegurar a promoção e a proteção da saúde desses profissionais. |
10293 | OS SABERES DOS ENFERMEIROS DA UNIDADE DE INTERNAÇÃO NO MANEJO DA ALTA HOSPITALAR Rayanne Coco Cunha, Luziane de Almeida Anacleto, Valdecyr Herdy Alves, Diego Pereira Rodrigues, Bianca Dargam Gomes Vieira, Audrey Vidal Pereira, Vivian Linhares Maciel Almeida OS SABERES DOS ENFERMEIROS DA UNIDADE DE INTERNAÇÃO NO MANEJO DA ALTA HOSPITALARAutores: Rayanne Coco Cunha, Luziane de Almeida Anacleto, Valdecyr Herdy Alves, Diego Pereira Rodrigues, Bianca Dargam Gomes Vieira, Audrey Vidal Pereira, Vivian Linhares Maciel Almeida
Apresentação: Na área hospitalar relacionada ao recém nascido prematuro, há consenso de que desde a concepção até o nascimento de um filho, inúmeras são as expectativas dos pais. Mas, sabe-se também que no transcurso desse período, muitas situações inesperadas ocorrem, como o nascimento prematuro e/ou alterações fisiológicas, que levam à necessidade de que o recém nascido seja encaminhado ao unidade de terapia intensiva neonatal, ficando principalmente sob os cuidados da equipe de enfermagem durante as 24 horas do dia, ao contrário daquilo que os pais planejaram durante o período gestacional, sempre considerando o nascimento do filho a termo e saudável. Quando esse evento ocorre prematuramente, costuma ser inesperado, exigindo estratégias para o cuidado do recém nascido e para orientações junto aos pais e responsáveis. A unidade de terapia intensiva neonatal é um ambiente hospitalar que pode tornar-se impróprio para o desenvolvimento neuropsicomotor e comportamental do prematuro, por ser iluminado e com ruídos contínuos de monitores, incubadoras, bombas de infusão venosa, dentre outros, que não favorecem o desenvolvimento cerebral, ocular e auditivo, além de prejudicar o biorrítmo e o ciclo de variações do estado de sono e alerta do recém nascido. Desse modo, o cuidado realizado com o intuito de estabilizar o quadro do prematuro, como as orientações aos pais, repercutem diretamente na sobrevida do recém nascido, impossibilitando promover estratégias para a alta hospitalar. Dessa forma, ao aprofundar a temática da construção dos saberes dos enfermeiros no manejo da alta hospitalar do recém nascido prematuro internado em unidade de terapia intensiva neonatal, busca-se ressaltar como os espaços de reflexão são constituídos na concepção do neonato, um pré-termo tido como um ser frágil, dotado de peculiaridades, merecedor de um cuidado e vigilância maiores do que aqueles dispensados aos demais recém nascidos. Assim, o estudo tem como objetivo analisar os saberes dos enfermeiros durante o processo de alta hospitalar do recém nascido prematuro. Estudo descritivo, exploratório, qualitativo, realizado entre janeiro e maio de 2019 em uma unidade neonatal do Hospital Municipal Dra. Naelma Monteiro da Silva, vinculado ao Município de Rio das Ostras, Estado do Rio de Janeiro. Participaram do estudo onze enfermeiros atuantes na unidade, sendo os dados coletados por meio de entrevista semiestruturada submetidos à análise de conteúdo na modalidade temática. Após as transcrições das entrevistas e a identificação das Unidades de Registro (UR), adotou-se a técnica de colorimetria para identificar e agrupar as UR afins, o que permitiu uma visão geral da temática. As entrevistas originaram as seguintes UR: O acompanhamento pelo profissional enfermeiro no prepara a alta do recém nascido; olhar atentivo ao recém nascido para a construção da alta; cuidado com os familiares para o preparo para a alta; estar ao lado da família; presença da rede de apoio para a alta. Essas UR, por sua vez, fundamentaram a construção da seguinte categoria temática: Saberes do cotidiano dos enfermeiros para o plano de alta do recém nascido prematuro. Em relação aos resultados apontaram que os participantes apontaram como relevantes orientações para a amamentação, uma vez que o leite materno constitui essencial para a promoção do crescimento e desenvolvimento do recém nascido. Sabe-se que as ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno preconizadas pelo MS, têm se mostrado importantes para a melhoria da saúde da criança, da mulher e da família, e para a manutenção desse aleitamento, torna-se necessária a continuidade do cuidado no domicílio. Para tanto, as orientações sobre o AM e o manejo clínico da amamentação são essenciais. Outra questão foi em relação a higiene do recém nascido que constitui outro cuidado importante que deve ser ensinado à mãe durante o plano de alta hospitalar, cabendo ao enfermeiro orientá-la em suas dúvidas, em especial no que concerne à higiene do coto umbilical. Outra importante atividade do plano de alta diz respeito à continuidade do cuidado do recém nascido, apontada pelos enfermeiros como essencial, acrescido das consultas de puericultura na atenção básica, tendo em vista procedimentos de saúde tais como a aplicação de vacinas, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. As orientações aos pais e/ou responsáveis tornam-se importantes estratégias que objetivam fornecer um plano de cuidado de alta para o recém nascido, pois, quando há esse envolvimento entre todos que visam o cuidado ao recém nascido, é possível sanar quaisquer dúvidas e medos decorrentes desse processo. Em relação aos cuidados de plano de alta, o enfermeiro deve atentar para os recém nascidos que precisarão de um cuidado contínuo em domicílio, esclarecendo aos pais/responsáveis que, por meio do Programa de Internação Domiciliar do Sistema Único de Saúde (SUS), o recém nascido poderá ser acompanhando por uma equipe especializada, sendo as orientações quanto a esses cuidados de extrema relevância para eles. O enfermeiro integra uma rede de apoio no cuidado do recém nascido, tendo como propósito garantir a qualidade da assistência e um pleno crescimento e desenvolvimento sem qualquer intercorrência, sendo o teste do pezinho, uma importante estratégia de apoio para informações para sua realização. Esse estudo mostrou que o plano de alta hospitalar deve ser estruturado frente às demandas e necessidades do cuidado do recém nascido para orientações dos familiares, repercutindo diretamente para evitar a ocorrência de reinternações. Desse modo, a verificação de uma linguagem adequada e de ações conjuntas com toda a equipe multiprofissional, permitirão que o cuidado seja sustentado para o pleno exercício do crescimento e desenvolvimento da criança. Pois, a atual Política Nacional de Atenção Integral da Saúde da Criança fomenta um cuidado norteador a partir dos princípios do Sistema Único de Saúde, como a Universalidade, Integralidade e Equidade, que devem embasar os cuidados oferecidos ao recém nascido, tendo em vista a garantia da humanização e de um cuidado sustentado na qualidade da assistência. Conclui que, a identificação dos saberes dos enfermeiros mediante informações adequadas e sustentadas com base científica para pais e familiares, deve significar que o cuidado que lhes é oferecido seja uma garantia de entendimento para o cuidado domiciliar visando, sobretudo, a diminuição de reinternações hospitalares. Desse modo, haverá a possibilidade da centralidade das ações em prol do neonato e familiares, almejando a garantia da Universalidade, Integralidade e Equidade do cuidado embasado na linha de cuidado neonatal. |