403: Experiências na formação de profissionais para a Gestão/Gerência em Saúde
Debatedor: Luciana Barreto Araújo
Data: 31/10/2020    Local: Sala 06 - Rodas de Conversa    Horário: 08:00 - 10:00
ID Título do Trabalho/Autores
5817 MEMÓRIAS SOBRE UM BAIRRO VIOLENTO? UM ESTUDO COM COORDENADORES DE UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO BAIRRO PEDRA NOVENTA, CUIABÁ – MT
Lucas Rodrigo Batista Leite, Cassia Maria Carraco Palos, Patricia Aparecida da Silva

MEMÓRIAS SOBRE UM BAIRRO VIOLENTO? UM ESTUDO COM COORDENADORES DE UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO BAIRRO PEDRA NOVENTA, CUIABÁ – MT

Autores: Lucas Rodrigo Batista Leite, Cassia Maria Carraco Palos, Patricia Aparecida da Silva

Apresentação: trata-se de uma incursão que iniciamos em nosso Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Graduação em Saúde Coletiva, na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), intitulado “Saúde e violência: sujeito e Memória nos dizeres de profissionais de saúde do bairro Pedra Noventa, Cuiabá, Mato Grosso”, cujo objetivo era compreender como a violência aparecia no discurso desses profissionais. Desenvolvimento: o TCC faz parte de projeto de pesquisa denominado “Saúde e Violência: discurso de profissionais de saúde do bairro Pedra 90, Cuiabá – MT”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos – Área de Ciências Humanas e Sociais (CEP – Humanidades), da UFMT e conduzido junto ao Instituto de Saúde Coletiva desta universidade. Trata-se de um estudo qualitativo – interpretativista, que realizou entrevista semiestruturada com 5 coordenadores de Unidades Básicas de Saúde, todas com Estratégia de Saúde da Família (ESF), localizadas no bairro Pedra Noventa, na periferia de Cuiabá, que fica distante aproximadamente vinte quilômetros do centro da cidade. Os entrevistados receberam nomes fictícios de pedras: Ônix, Quartzo Rosa, Ametista, Esmeralda e Calcita. As entrevistas foram interpretadas a luz da Análise de Discurso, iniciada por Michel Pêcheux, na França, nos anos 1960, e ampliada, no Brasil, por Eni de Lourdes Puccinelli Orlandi. Resultado: Desde nosso contato inicial com o Pedra Noventa, uma questão se colocou: (um imaginário de) bairro violento. Perguntamos aos entrevistados como eles imaginavam o Pedra Noventa antes de trabalharem lá e como chegaram ao bairro. Dizer do/sobre o Pedra Noventa, necessariamente, impõe acessar tudo aquilo que já foi dito (e esquecido) sobre o bairro. Mesmo que dito de formas distintas, em todas as narrativas, algo se mantêm: o perigo/a violência. Ônix diz de uma “imagem que todo cuiabano tem” sobre Pedra Noventa, como se esta fosse evidente, obvia, estivesse sempre lá; uma imagem que assusta. E reforça: “já foi, como é contada na lenda”. Que lenda (violenta) de/sobre o Pedra Noventa seria essa? Quais seriam os personagens? Ainda no dizer de Ônix chama à atenção a contradição: ao ser indagada sobre a imagem que fazia do bairro, diz que não é “de imagem pré-concebida”, mas antes, ao ser questionada de como chegou ao bairro, antecipa dizeres: “meio assustador”; “também aquela imagem que todo cuiabano tem”. Traz vestígios de uma cristalização (“ouvia falar”). Quartzo Rosa, alude para o bairro como “famoso”, ou seja, conhecido por muitos (ou quase todos). Fama essa estabilizada pela memória, que joga com a realidade (“não encontrado”). Quartzo não nega (o perigo), mas coloca-o (“que era mesmo”), não como algo estanque, definitivo, mas como (algo) passado. Esmeralda marca um tempo, uma memória cronológica (“Há dez anos atrás eu achava perigoso”), de algo que foi e não o é mais, pois, “as pessoas nossa”, como diz ela, não o faz mais no bairro (só fora dele?). O “nossa” parece funcionar de duas formas: incluindo-a a todas as pessoas do bairro; colocando-a na mesma posição das pessoas que roubam (“as pessoas nossa não assaltam aqui”). Sentidos de familiaridade. Efeitos de compreensão. “Gentileza gera gentileza” (“Atendo família de traficante, pessoal do comando vermelho, e me tratam hiper mega bem”). Ametista também faz referência a algo que já foi (perigoso) e que não é mais, o que segundo ela tem a ver com o controle, com o fato do bairro ser “hoje uma cidade”. Faz ainda uma denúncia sobre um passado de trabalho precarizado, “controlado” pela política. Denúncia também compartilhada por Calcita, que diz também “saber de toda violência do bairro” e ter medo ao nele adentrar. Medo de que? De quem? A utilização de perigoso (e não violência/violento), pelos entrevistados, significa. Não se trata de uma palavra por outra, mas de movência, deslocamento de sentidos. Correr risco, estar sob ameaças, poder ocorrer, possuir inclinação. Possibilidades, mas não concretude (violência). Perigo de (violência) e não (violência) perigosa. Considerações finais: Todos os entrevistados se reportaram a distância, medo da distância. Distância essa que está na gênese do bairro. Gênese gestada na/pela Violência que afasta para (o) quase fora da cidade. Exclusão. Todos os entrevistados tentam mobilizar novos sentidos sobre o/para o bairro, mas estão fadados a memória. O sentido-novo será sempre atravessado pelo interdiscurso. Falar de Pedra Noventa agora, faz falar do Pedra de outrora. Pela memória percebemos o embate entre a estabilização (o bairro violento) e a tentativa de mobilizar novos sentidos ao bairro (já não é mais ou é como qualquer outro bairro). Perigo sim, mas não violência. A possibilidade existe, mas nada concreto. Entre o já-dito, o a dizer.

6860 DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇA NOS ALUNOS DA GRADUAÇÃO DE MEDICINA ATRAVÉS DA PARTICIPAÇÃO EM EMPRESA JÚNIOR
Júlia Santos do Cabo, Thamires Guedes Leite Moyses

DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇA NOS ALUNOS DA GRADUAÇÃO DE MEDICINA ATRAVÉS DA PARTICIPAÇÃO EM EMPRESA JÚNIOR

Autores: Júlia Santos do Cabo, Thamires Guedes Leite Moyses

Apresentação: O surgimento de Empresas Juniores ocorreu na França em 1967 e se espalhou ao longo dos anos por todo o mundo, conquistando seu espaço no Brasil e concretizando o Movimento Empresa Júnior do Brasil em 2010. Esse movimento, mais comum entre graduações de ciências exatas, vem ganhando força entre as ciências biológicas, conquistando cerca de 7 escolas médicas no Brasil hoje. Uma empresa júnior nasce com a função de estimular o aprendizado e criar oportunidades de aplicação do conhecimento adquirido durante a graduação, antes mesmo do estudante se tornar um profissional do assunto. Vemos então grande importância em relatar os desafios e impactos dessa atividade extracurricular que acaba se tornando um estilo de vida e um passo para transformar a carreira médica em administrativa, gestora, tecnológica e empreendedora. Fundada em 2016 por estudantes de Medicina da PUC SP, a Santé Jr. é uma empresa júnior de medicina e enfermagem em que já passaram mais de 50 voluntários de ambos os cursos nesses 4 anos, com um tempo médio de participação de 1 ano, ou uma gestão, que é renovada a cada ano, oferecendo novas oportunidades de liderança e responsabilidade que envolvem os cargos. Com os departamentos de Recursos Humanos, Administrativo-Financeiro, Eventos, Marketing e Consultoria, desenvolvemos habilidades relacionadas à gestão, criatividade, liderança e trabalho em equipe, qualidades essas que acreditamos ser fundamentais para o desempenho dos profissionais da saúde. Além disso, criamos redes de networking que objetivam melhores oportunidades no mercado de trabalho após a graduação, mostrando as inúmeras possibilidades que envolvem o trabalhador da saúde na parte de gestão e administrativa de hospitais, clínicas, aplicativos, universidades e em setores da saúde pública. Os voluntários da empresa aplicam o que aprendem e aprendem por demanda dos projetos de consultoria, que já foram realizados com farmácia comunitária, aplicativo para doação de sangue, clínica de saúde da mulher, Unidade Básica de Saúde e em hospital terciário regional. Os assuntos relacionados a gestão e empreendedorismo na área da saúde não são aplicados de forma efetiva em nossa graduação, ou seja, a iniciativa dos estudantes visa complementar a formação de forma prática e para disseminar os conhecimentos adquiridos, a empresa organiza eventos abertos com assuntos relevantes na área, que já alcançaram mais de 400 estudantes de medicina e enfermagem, assim como minicursos de ferramentas de gestão pessoal, de projetos e de equipe, estimulando ainda mais o desenvolvimento dos estudantes de nossa faculdade, promovendo a formação de um profissional da saúde com noções básicas de contabilidade, marketing, comunicação, trabalho em equipe, entre outras. A implantação da cultura empreendedora num curso tão tradicional como a Medicina é um desafio que engrandece muito àqueles que engajam. Vemos que a aquisição das habilidades descritas impulsiona os estudantes a tomarem a frente na resolução de problemas e na mudança de perspectiva em questões muito recorrentes, proporcionando soluções mais inovadoras, precisas e versáteis. Uma equipe bem formada ainda na graduação em conhecimentos administrativos se torna mais produtiva e alinhada, melhorando o fluxo da gestão da saúde no Brasil. 

7841 “NINGUÉM É PREPARADO PARA GERIR! GERÊNCIA É UMA FORMAÇÃO DIÁRIA!”: O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES GERENCIAIS NA ÁREA DA SAÚDE
Fabian Elery Teixeira da Rocha, Beatriz  Viana da Silva, Isabelle Barros Sousa, Ilse Maria Tigre de Arruda Leitão, Suellen  Silva Vaz, Richardson Lopes Bezerra, Roberta Meneses Oliveira, Yane  Carmem Ferreira Brito

“NINGUÉM É PREPARADO PARA GERIR! GERÊNCIA É UMA FORMAÇÃO DIÁRIA!”: O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES GERENCIAIS NA ÁREA DA SAÚDE

Autores: Fabian Elery Teixeira da Rocha, Beatriz  Viana da Silva, Isabelle Barros Sousa, Ilse Maria Tigre de Arruda Leitão, Suellen  Silva Vaz, Richardson Lopes Bezerra, Roberta Meneses Oliveira, Yane  Carmem Ferreira Brito

Apresentação: As diversas realidades dos serviços de saúde brasileiro exigem do gestor a capacidade de desenvolver competências adequadas e integradas, para poder gerar resultados. Assim, a formação contínua é essencial para classificar um profissional como um bom gestor na área da saúde. Objetiva-se analisar o desenvolvimento de competências e de habilidades gerenciais na saúde segundo a perspectiva de profissionais envolvidos na gestão da atenção primária. Trata-se de um recorte do estudo “Formação e desenvolvimento profissional de gestores e gerentes em saúde: pesquisa de métodos mistos” (CAAE: 76969617.9.0000.5534). Estudo  qualitativo, onde se utilizou análise de conteúdo de Bardin. A amostra foi de 95 gestores e gerentes em saúde que atuam como coordenadores das Unidades Primárias à Saúde de Fortaleza, como também alunos do Mestrado Profissional de Gestão em Saúde da Universidade Estadual do Ceará. Os critérios de inclusão foram estar em função de gestão em saúde e trabalhar com gestão há, pelo menos, um ano. Ademais, os que estavam em afastamento legal de trabalho ou em período de férias foram excluídos. O instrumento de coleta de dados foi um roteiro de entrevista semiestruturada. Na classe temática 1, intitulada  "Cursos, treinamentos e capacitações", foi apontada por gestores como potencial de formação, principalmente, para o melhoramento do gerenciamento, reforçando  a importância da educação contínua. Ademais, atualizações baseadas em evidências com problematizações, e estudos de casos, são imprescindíveis para melhorar as resoluções nos serviço de saúde. Todavia, fatores limitantes foram longa carga horária e alto custo financeiro. Uma alternativa citada foi a Educação a Distância. Dessarte, a formação constante deve ser estimulada e desenvolvida, para que os gestores possam lidar com os obstáculos, facilitar processos e contribuir para atingir os objetivos organizacionais. Na segunda classe temática, foram abordadas perspectivas  acerca da formação na graduação e pós-graduação, dado que a atuação no gerenciamento não é constatada em algumas graduações, o que tem consequências negativas na atuação do futuro gestor. Porém, a formação do enfermeiro é diferenciada, pois ao ter que lidar com uma equipe, a graduação busca formar perfis gerenciais. Logo, a liderança é evidenciada profissionalmente. A pós-graduação exerce um papel no desenvolvimento da gestão, como forma de suprir o conhecimento não adquirido na graduação. Portanto, é imprescindível o debate sobre a qualificação desses profissionais, porque o gerenciamento exige discernimento e enfrentamento de situações diversas. Na terceira classe temática “Escolha pela gestão/Perfil gerencial”, debateu aspectos como a essência da liderança em um profissional da saúde. Diante disso, há o questionamento de ser gestor por vocação ou de formação, porém, pelas falas dos participantes percebeu-se que é uma questão de formação, necessitando assim, de uma busca contínua de conhecimento, por meio da teoria e da prática. Tal cenário favorece o desenvolvimento de habilidades e de competências para um bom líder. Desse modo, a evolução de competências é um caminho para melhorar os resultados, pois tornam as práticas em saúde mais eficientes. Portanto, deve-se investir em atualizações, estimulando a sua prática no cotidiano dos profissionais e, consequentemente, melhorando a qualidade e a excelência dos serviços realizados.

7917 O VALOR DA AVALIAÇÃO PARA DECISÃO EM SAÚDE ATRIBUÍDO POR GESTORES EM UM PROXY DE PAINEL DE DIMENSÕES E INDICADORES DE RESULTADOS EM SERVIÇOS DO SUS
Galba Freire Moita, Allan Claudius Queiroz Barbosa

O VALOR DA AVALIAÇÃO PARA DECISÃO EM SAÚDE ATRIBUÍDO POR GESTORES EM UM PROXY DE PAINEL DE DIMENSÕES E INDICADORES DE RESULTADOS EM SERVIÇOS DO SUS

Autores: Galba Freire Moita, Allan Claudius Queiroz Barbosa

Apresentação: A Nova Gestão Pública ou Gerencialismo, uma tendência gerencial recente, tem exigido dos gestores públicos esforços de monitoramento de resultados em diversas áreas para a controladoria e responsabilização (accountability) dos gastos e recursos públicos. No caso da saúde, o elevado volume de recursos aplicados, por si, exige avanços no monitoramento de resultados. Dados relativos a 2016 apontam que 35 países da OCDE gastam em torno de 9,0% do PIB no sistema de saúde, nos Estados Unidos cerca de 17,2%, em Portugal 8,9%, e no Brasil 6,2% , Além disso, os gastos com a saúde têm crescido nos últimos anos (2003-2016) em média de 3,6% nestes países. As origens do campo da avaliação, segundo Alkin, encontram-se no atendimento de duas necessidades: a prestação de contas e o controle dos programas. Uma visão complementar é a de Patton, de 1997, que propôs a avaliação enquanto metodologia focada na utilização dos resultados para a tomada de decisão. Chianca e Youker reforçavam em 2004 o interesse de avaliação da saúde da América Latina e Caribe. Norteia este estudo a tendência emergente na gestão de resultados em saúde. Não há na literatura um consenso sobre escopo e amplitude da avaliação e do monitoramento em saúde, mas existem muitos possíveis quadros teóricos conceituais relevantes apresentados por Arah et al em 2003 com as abordagens do quadro teórico-conceitual (framework) dos sistemas de medição de performance do Reino Unido (NHS), do Canadá, da Austrália e dos EUA. No âmbito do SUS, nota-se que a gestão das redes de serviços prioriza a implantação de novas estruturas de atendimentos e quase nunca em gestão da performance desses serviços de saúde, ou monitoramento de resultados das políticas, programas ou organizações de saúde. No SUS, há iniciativas incipientes de avaliação em programas de saúde. Moita sintetizou em 2019 as características de alguns relevantes sistemas mundiais de avaliação em saúde aplicáveis ao SUS. Assim é importante estudar o valor/relevância para os gestores do SUS de um proxy de um painel de indicadores SUS. Estabeleceu-se como objetivo a estruturação de instrumentos pelo envolvimento de gestores e especialistas na seleção e validação de um proxy de dimensões e indicadores chaves para a mensuração de desempenho em organizações e serviços de saúde do SUS. Desenvolvimento: A pesquisa é observacional, transversal, por método misto de avaliação. Apoiou-se em estudo de casos múltiplos, em uma amostra de informantes selecionados por conveniência, no âmbito do PhD da Universidade de Coimbra (CAAE: 54972816.9.0000.5051). A parte empírica do estudo foi desenvolvida em diversas fases subsequentes (painel de especialistas, Técnicas de Grupos Nominais - TGN e grupos Delphi) para estruturação, aprimoramento e validação incrementais dos instrumentos de coleta de dados (ciclo 1), no período de abril a setembro de 2017, com futura pesquisa de campo (ciclo 2). A partir de um modelo lógico, um painel de 25 especialistas estruturou e depois se aplicou questionários semiestruturados (TGN-53 especialistas), seguidos pela validação (Delphi-55 gestores). Aplicou-se a análise descritiva e de significância estatística para as 108 respostas obtidas de gestores e especialistas de 10 estados (Ceará - CE, Rio Grande do Norte - RN, Piauí - PI, Maranhão - MA, Bahia - BA, Pará - PA, Distrito Federal - DF, Rondônia - RO, Mato Grosso - MT e Paraná - PR). Estabeleceu-se um modelo lógico para orientar a proposta inicial de coleta de dados qualitativos para a estruturação da visão global, a partir do esquema proposto por Hartz e Vieira da Silva e de macrodimensões de avaliação no qual se destacam: eficácia, eficiência, efetividade, impacto, qualidade técnico-científica, percepção do usuário (satisfação e aceitabilidade). Foi realizada consulta às preferências dos decisores-chave em duas rodadas: de validação de face e; de valoração de itens. Os informantes-chave foram instados a classificar o grau de usabilidade (importância/relevância), das macrodimensões e indicadores de performance pelos níveis governamentais/sistêmicos, organizacionais e gerenciais/chefia setoriais, com base na ponderação de itens por uma escala likert de 1 (nada importante) até 5 (extremamente importante). Resultado: A Tabela 1 apresenta uma análise descritiva relativa à valoração média atribuída aos domínios de avaliação, na análise integrada das proxies A e B (108 informantes), no ciclo 1 de validação do instrumento. Desta análise descritiva sintetizou-se que os especialistas e profissionais atribuíram elevados (superior ou cerca de 4) graus de importâncias/relevâncias das subcategorias (20 domínios de avaliação) e das categorias (quatro macrodomínios de avaliação) dos itens de análise, sendo considerados relevantes/importantes. Além disso, em média, as valorações da ampla maioria destes itens de análise foram razoavelmente dentro das mesmas margens de valores, uma vez que a maioria dos intervalos de confiança se sobrepuseram. Esses resultados têm validade interna. Há um nível razoável de importância relativa atribuída (variação de 3,5 a 4,0, ou seja, entre muito importante e extremante importante) em consonância com a literatura. Isto sugere uma fase de expansão da pesquisa através de grupos pilotos a ser publicado em breve. 5. Considerações finais: Os resultados obtidos de 108 especialistas foram objetos de análise descritiva e inferencial, que demonstrou elevados (4) graus de importâncias/relevâncias das subcategorias (20 domínios de avaliação) e das categorias (quatro macrodomínios de avaliação). O processo resultou em uma proposta de um proxy de painel de indicadores e dimensões. Destacam-se os aspectos inéditos na literatura de avaliação de performance, da colaboração com decisores chaves na valoração da relevância/importância e estruturação de um proxy de painel de indicadores e dimensões de performance em saúde. Os resultados consolidados abrem novas perspectivas para a gestão dos serviços de saúde no sentido de se obter informações cientificamente válidas acerca da percepção dos especialistas e gestores da saúde, possivelmente, evitando as dificuldades e desalinhamentos de métodos de aferição sem validação por especialistas e contribuindo para a legitimidade e usabilidade dos instrumentos analíticos para comparação entre diferentes unidades avaliadas enquanto itens de orientação para intervenção de gestores nas unidades de saúde do SUS, que pode subsidiar a construção de um novo instrumento aplicável aos gestores do SUS, inclusive através do desenvolvimento de protótipo de uma plataformas de informática, usado como suporte tecnológico para aplicação do instrumento validado. Este trabalho propôs o aprofundamento de metodologias e instrumentos para a avaliação e tomada de decisão em saúde. Apesar das limitações da pesquisa, minimamente (minimum set of dimensions) validaram-se as mais importantes dimensões de avaliação de desempenho em sistemas de saúde consagradas pela literatura. Neste propósito, essa proposta de validação de dimensões para a estruturação de painéis de indicadores construída de forma participativa pode representar informação relevante e validada pelos diversos atores para análise de desempenho e a tomada de decisão da rede SUS. Propõem-se aprofundar estes resultados para  discriminar a relevância de cada dimensão ou indicador proposto.

8274 DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-CIENTÍFICO E QUALIFICAÇÕES DE TÉCNICOS DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL MACRORREGIONAL DO CEARÁ
Layse Fernandes Queiroz Vasconcelos, Francisco Rosemiro Guimarães Ximenes Neto, Francisco Willian Melo de Sousa, Francisca Nelyana Da Silva Sabino, José Bruno Paiva Paz, Simone Rodrigues Quirino, Tiago Soares Farias, Antonio Anderson Araújo Azevedo

DESENVOLVIMENTO TÉCNICO-CIENTÍFICO E QUALIFICAÇÕES DE TÉCNICOS DE ENFERMAGEM DE UM HOSPITAL MACRORREGIONAL DO CEARÁ

Autores: Layse Fernandes Queiroz Vasconcelos, Francisco Rosemiro Guimarães Ximenes Neto, Francisco Willian Melo de Sousa, Francisca Nelyana Da Silva Sabino, José Bruno Paiva Paz, Simone Rodrigues Quirino, Tiago Soares Farias, Antonio Anderson Araújo Azevedo

Apresentação: A modernização das tecnologias utilizadas pelos serviços de saúde, as novas evidências cientificas para o processo de cuidado e o crescimento do número de profissionais, tem demandado qualificação destes para que deem conta das necessidades de saúde. Tal situação tem impacto no trabalho das diversas categorias de trabalhadores da saúde, dentre eles o técnico de enfermagem, que tem crescido o seu elenco de práticas das a sua importância de está no acolhimento ou na abordagem inicial em muitos serviços, em especial na clínica hospitalar. Este estudo tem o objetivo de descrever as estratégias para o desenvolvimento técnico-científico e qualificações vivenciadas por técnicos de enfermagem de um hospital de referência Macrorregionaldo interior do Ceará. Trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva, sob abordagem quantitativa, desenvolvida com 324 Técnicos de Enfermagem do Hospital Regional Norte do Ceará. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário. O protocolo da pesquisa foi pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), sob parecer Nº 2.989.786. Esta pesquisa trata-se de um recorte do estudo “Perfil, práticas e condições de trabalho do Técnico de Enfermagem em um hospital de referência Macrorregional do Ceará”. Os sujeitos do estudo, 68,5% são mulheres, na faixa etária entre 20 a 29 anos (43,7%), pardos (66,7%) e solteiros (46%). A respeito das modalidades de aprimoramento técnico-científico, 50,2% afirmam participar de eventos científicos na área da Enfermagem; 50,2% utilizam a internet; 7,8% estágios em instituições de saúde e visitas técnicas/observação, respectivamente; 63,3% não participaram de aprimoramento técnico-científico nos últimos 12 meses, tendo como principais motivos a falta desmotivação/tempo/estímulo (55,7%), seguida da falta de condições financeiras (26%), alto custo da participação em eventos científicos (14,1%), distancia (13,5%), falta de apoio institucional (12,5%) e dificuldade de acesso à informação (6,8%). O estudo mostra a necessidade da instituição do estudo promova educação permanente em horários convenientes para os profissionais, além de estimulá-los para com ferramentas ou planos pessoais para o acesso e desenvolvimento técnico científico.

8499 ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO AOS IMPACTOS DA NOVA POLÍTICA DE FINANCIAMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE MUTIRÃO DE CADASTRAMENTO NO E-SUS NA COMUNIDADE QUILOMBOLA ACARAQUI-ABAETETUBA-PARÁ
Nabila Arianne Azevedo Gomes, Elizabeth Pinheiro Araújo, Lorena Gomes De Araújo, Elisângela Da Silva Ferreira, Érica Mota Peres

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO AOS IMPACTOS DA NOVA POLÍTICA DE FINANCIAMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE MUTIRÃO DE CADASTRAMENTO NO E-SUS NA COMUNIDADE QUILOMBOLA ACARAQUI-ABAETETUBA-PARÁ

Autores: Nabila Arianne Azevedo Gomes, Elizabeth Pinheiro Araújo, Lorena Gomes De Araújo, Elisângela Da Silva Ferreira, Érica Mota Peres

Apresentação: A comunidade quilombola do Acaraqui, se localiza no Baixo Tocantins, às margens do rio de mesmo nome, no município de Abaetetuba, interior do Estado do Pará. Apresenta características rural e ribeirinha e sobrevivem, na sua maioria, da agricultura e pesca de subsistência. O principal acesso à comunidade é pelo rio Acaraqui, via Costa Maratauira e uma estrada que liga a área à PA 407, pouco utilizada pelos moradores, que têm a via fluvial como a principal, pois seus meios de locomoção são barcos e rabetas; logo, para chegar até a comunidade ou sair dela, depende-se da maré, do tempo e recursos financeiros para frequentarem a Unidade Básica de Saúde. No momento está sem cobertura de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), o que torna o acesso e atendimento a essa população mais difícil, aumentando sua vulnerabilidade a diversos agravos. A necessidade de realizar esse mutirão, deu-se pela nova política de financiamento da atenção primária, que visa o repasse de recursos aos municípios levando em consideração o número de usuários cadastrados no e-SUS. Assim, a intenção foi levar além dos procedimentos básicos, como: educação em saúde, testes rápidos e imunização, o cadastro dos usuários no e-SUS, visto que a maioria dos indivíduos e famílias ainda não possuíam cadastro no sistema. Devido a insuficiência desses cadastros, a realização destes torna-se primordial, pois permite um conhecimento maior da região e dos habitantes, servindo para identificar características sociodemográficas, problemas e condições de saúde dos usuários, além de características sociossanitárias dos domicílios, permitindo uma intervenção da equipe de saúde nas reais necessidades dos habitantes locais. O trabalho objetiva relatar a experiência de acadêmicas de enfermagem, frente ao mutirão de cadastramento e o impacto acerca da realidade da comunidade do Acaraqui. Desenvolvimento: Estudo descritivo, observacional, do tipo relato de experiência, desenvolvido por acadêmicas de enfermagem, sob supervisão docente, durante a realização do Programa de Capacitação em Atenção à criança – Estágio Multicampi Saúde 2019/2020, desenvolvido no município de Abaetetuba (PA). Este Programa tem como objetivo qualificar a formação profissional dos estudantes de graduação da Universidade Federal do Pará (UFPA) e profissionais da Atenção Básica de acordo com a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança do Sistema Único de Saúde (SUS) a fim de reduzir a mortalidade infantil através da integração ensino e serviço. O mutirão teve duração de dois dias, no período da manhã e tarde, no baixo, médio e alto Acaraqui e contou com a presença de acadêmicos da área da saúde e duas enfermeiras. Além dos cadastros individuais e familiares, foram realizados testes rápidos do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), vacinas e palestra/roda de conversa sobre o HIV em decorrência do dezembro vermelho. Iniciou-se com a distribuição de informativos sobre a temática para todos os presentes ecom explanação sobre HIV, porém era nítido que os participantes em geral possuíam conhecimento insuficiente sobre o tema, e a palestra rapidamente se transformou em uma roda de conversa, e foram abordados tópicos como: a infecção em si, principais formas de transmissão e prevenção, tratamento, comportamentos de risco, desde o ato sexual sem camisinha até a utilização de fômites, e quais atitudes tomar em relação a esse comportamento, além de focar na importância da realização do pré-natal e a realização de todos os exames necessários e, também, no pré-natal do parceiro. Ademais foram discutidos sobre alguns tabus que ainda circundam na comunidade, como por exemplo: a transmissão através de contato por abraço, tomar água no mesmo copo, ou sentar no mesmo local de quem possui a infecção, que são mitos, mas boa parte dos presentes tinham como verdade. Depois de retiradas as dúvidas da comunidade e dadas as devidas orientações, houve a distribuição de preservativos e, em seguida, a equipe se dividiu em diversos pontos, para facilitar a logística de atendimento: uma enfermeira ficou responsável pela vacinação, com ênfase em crianças e adolescentes com a imunização atrasada e foram realizadas as seguintes vacinas: meningocócica c, vírus do papiloma humano (HPV), hepatite B e tríplice viral; uma enfermeira para realização dos testes rápidos de HIV e os acadêmicos destinados ao cadastramento dos indivíduos e famílias presentes. Resultado: Ao todo, foram feitos 371 cadastros individuais e 133 cadastros domiciliares, ressaltando-se que alguns domicílios possuem mais de uma família domiciliada. A comunidade tem aproximadamente 200 famílias, dessa forma, considera-se que o mutirão foi de suma importância, conseguindo alcançar cerca de 60% das famílias. Dos cadastros coletados, foi possível observar que as idades variavam em sua maioria entre zero a 74 anos, com média de idade de 21,8; sendo a maior parte do sexo masculino. A partir dessa iniciativa que permitiu um contato direto e possibilitou agregar mais conhecimento e promoção à saúde aos moradores, notou-se que a comunidade possui grande deficiência no que diz respeito ao saber básico de uma infecção sexualmente transmissível que é comum e todos os presentes afirmaram já ter ouvido falar. Eram cercados de muitas dúvidas e demonstraram vontade de aprender, o que é um ponto positivo e favorece o retorno da equipe para realizar outras ações e trabalhar a educação em saúde, o que faz refletir sobre a importância do papel do enfermeiro frente às atividades na atenção básica. Vale ressaltar que, o mutirão somou não somente com a comunidade, mas também com a equipe de acadêmicos presentes, que se permitiram vivenciar essa experiência e conhecer de perto a vida de pessoas que sobrevivem do plantio ou pesca e recebem auxílio do bolsa família, o que ocasionou um grande impacto nas suas vidas, no sentido de ser uma realidade tão próxima e tão diferente do seu cotidiano, fazendo com que a equipe viesse a refletir profundamente acerca da vulnerabilidade amplamente discutida e pouco vivenciada na prática. Considerações finais: A partir do desenvolvimento do mutirão, foi possível vivenciar uma experiência única para as acadêmicas que puderam observar a realidade dessa comunidade quilombola, mas que muitas outras comunidades também possuem, que é de vulnerabilidade. Foi de grande satisfação a realizaçãodos cadastros, que permitiu com que tantas famílias pudessem ser inseridas no sistema, garantindo seu direito ao acesso à saúde de forma digna, e conhecer muito além do que é possível observar e vivenciar em uma consulta. Ademais, foi de grande serventia a possibilidade de promoção à saúde através da vacinação para crianças e adolescentes, e das orientações realizadas. Com isso, foi possível expandir o olhar no que diz respeito ao papel do enfermeiro na atenção básica, reconhecendo sua importância, compromisso e autonomia em tomar a frente de ações básicas, que são de importância incontestáveis e que fazem total diferença na vida de cada cidadão.

8516 FORMAÇÃO DE LÍDERES NO PROJETO DE ENSINO DA LAMSA
Alecsandra fernandes da Silva, Natália Flôres Gertrudes, Carlos Eduardo dos Santos Nascimento, Soraya Solon

FORMAÇÃO DE LÍDERES NO PROJETO DE ENSINO DA LAMSA

Autores: Alecsandra fernandes da Silva, Natália Flôres Gertrudes, Carlos Eduardo dos Santos Nascimento, Soraya Solon

Apresentação: A adolescência é objeto de estudo, pesquisa e extensão da Liga Acadêmica Multidisciplinar em Saúde do Adolescente (LAMSA). Os projetos de ensino contribuem para formação acadêmica e desenvolvê-los é uma das atribuições das ligas na UFMS. Anualmente, a LAMSA oferta um projeto de ensino para, principalmente, melhorar o conhecimento dos discentes e conscientizá-los sobre as necessidades e especificidades da adolescência. Esse trabalho relata a experiência do projeto de ensino onde os acadêmicos foram protagonistas de todas as etapas que o constitui (elaboração, execução e conclusão), possibilitando vivenciarem a coordenação (liderança) de um projeto até a conclusão do seu objetivo. Desenvolvimento: A LAMSA é constituída, geralmente, por 25 acadêmicos de diferentes cursos que se encontram para o estudo durante 2 h/aula/semana. Os conteúdos abordados nos encontros são planejados coletivamente, porém, um grupo de “líderes” assume a elaboração, execução e conclusão da proposta. Em 2019, o conteúdo programático foi constituído por 6 temas (adolescência e políticas públicas; puberdade e adolescência; infecções sexualmente transmissíveis; saúde mental; álcool e outras droga; diversidade) discutidos a cada mês. Desta forma, cada tema foi desenvolvido em 4 encontros, sendo 3 encontros com tutoria e 1 encontro com especialista (s) da área (conferência ou mesa-redonda). Cada mês foi conduzido por acadêmicos com afinidade pelos assuntos. O projeto foi avaliado com um questionário de satisfação e com avaliação formativa do desempenho do grupo. Também foi solicitado que os participantes sugerissem melhorias para o projeto de ensino que será desenvolvido no ano posterior. Resultado: A construção do projeto e a modificação de acordo com a necessidade do grupo, fez os coordenadores discentes perceberem que mesmo com planejamento, pode haver as dificuldades e os percalços de uma atividade grupal. Uma dificuldade do grupo era trazer os artigos e materiais que correspondiam a temática trabalhada, em função do excesso de atividades com a graduação ou outros projetos. A participação do especialista proporcionou segurança para os discentes abordarem as temáticas com os adolescentes ao trazer exemplos da prática profissional. A metodologia participativa favoreceu a exposição das ideias e exigiu comprometimento por buscar e construir o conhecimento. A avaliação demonstrou os pontos positivos e os que precisam ser melhorados como a realização de simulação das oficinas em cada temática. Considerações finais: Mesmo que existam dificuldades de execução, ter um projeto de ensino formativo é necessário para o aprimoramento dos integrantes da LAMSA nos assuntos inerentes à adolescência. Para os discentes organizadores, a elaboração-execução-conclusão do projeto de ensino anual da LAMSA foi uma experiência importante para o exercício da liderança. Esses acadêmicos aprenderam o protagonismo positivo ao vivenciarem a elaboração coletiva de um projeto e a sua execução superando as dificuldades com criatividade e respeito.

8517 DESCREVENDO A EXPERIENCIA DA GESTÃO DO CONHECIMENTO E PESQUISA DA ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ
Francivania Brito de Matos, Francisco Jadson Franco Moreira, Leidy Dayane Paiva de Abreu, Maria Lourdes dos Santos, Katherine Alves Silva, Juliana Vieira Sampaio, José Osmar Vasconcelos Filho, Alba Maria Pinto Silva

DESCREVENDO A EXPERIENCIA DA GESTÃO DO CONHECIMENTO E PESQUISA DA ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ

Autores: Francivania Brito de Matos, Francisco Jadson Franco Moreira, Leidy Dayane Paiva de Abreu, Maria Lourdes dos Santos, Katherine Alves Silva, Juliana Vieira Sampaio, José Osmar Vasconcelos Filho, Alba Maria Pinto Silva

Apresentação: A Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP-CE), Fortaleza (CE), nasceu da necessidade de promover a formação e educação permanente, pesquisa e extensão na área da saúde, com inovação e produção tecnológica, integrando ensino-serviço-comunidade, construindo parcerias e redes colaborativas para atender as necessidades sociais e do Sistema Único de Saúde (SUS). O aprimoramento de sua governança é garantido por uma estrutura de gestão alicerçada em orientações de caráter legal e normativo para saúde, educação e gestão pública. Em conformidade com seus instrumentos de gestão como o Regimento Escolar, Projeto Politico Pedagógico, Plano de Desenvolvimento Institucional, Planejamentos Estratégicos e Operacionais. A ESP tem suas atividades desenvolvidas por multiprofissionais, de carater interdisciplinar, composta principalmente com as categorias da área da saúde como médicos, enfermeiros, educadores físicos, assistentes sociais, psicólogos, sociólogos, tecnólogos em Radiologia, odontólogos e outros como pedagogos, jornalistas, administradores, engenheiros. As estratégias e planos, a organização administrativa e operacional e ainda, o monitoramento e avaliação de seus indicadores de desempenho, constituem os pilares, que de forma integrada, contribuem para consolidação da efetiva gestão por resultado, voltada para a satisfação do cidadão, compondo um Modelo de Excelência em Gestão Pública. Com essa missão e valor, considera-se a saúde como área de enorme complexidade e grande importância humana, social e política, está sujeita a constantes desafios dos mais diversos matizes, os quais exigem cada vez mais esforços daqueles que constroem a saúde pública brasileira. Trata-se de um exercício árduo que, passo a passo, promove grandes conquistas, todas de extrema relevância, posto que a saúde interfere diretamente em todas as instâncias da vida humana. A partir de um panorama que impõe diariamente novas exigências, e perante um quadro com contornos duramente realistas, é evidente que a aprendizagem na área da saúde tem de acertar o passo com este novo tempo, sempre propondo caminhos que fundamentem, cada vez mais, a tomada de decisão, que convergem para uma inevitável inserção da tecnologia e inovação. Nesse contexto, a Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), por meio do Centro de Investigação Científica Cesár Victora (Cenic/ESP), vem  promovendo  o  desenvolvimento da investigação científica em saúde, instigando publicações e pesquisas desenvolvidas pelos profissionais da área, no intuito de disseminar e gerenciar o conhecimento, apresentando novos olhares sob a ótica da promoção da saúde, na possibilidade de garantir melhores práticas como também no desafio à transformações teóricas. Busca-se contudo, apresentar produções de grande valor científico que correspondam à amplitude dos desafios mencionados, sempre de modo propositivo e com viés transformador do fazer saúde, com a difusão de  um olhar criterioso, na qual seja mais concreto o desenvolvimento da gestão do conhecimento O Cenic/ESP, também vem fortalecendo suas praticas na disseminação do conhecimento para profissionais do sistema de saúde do Estado do Ceará e instituições de ensino superior, coordenando ciclos de palestras, formações e ações de extensão relevantes à luz da educação permanente em saúde. Hoje o Cenic tem em sua estrutura macro a  inovação da Gestão do Conhecimento em Pesquisa, na perspectiva de assegurar os princípio da análise dos fatos cientificamente comprovados e demais evidencias, com o suporte das tecnologias da informação em saúde, tendo como finalidade fomentar pesquisas de inovação tecnológica, além de apoiar a difusão do conhecimento científico na sociedade. Neste sentido, o conceito vem sendo construindo no contexto das multidimensionalidades do saber-fazer da ciência. Dessa forma, a vivência teve como objetivo descrever a experiência da gestão do conhecimento por meio das iniciativas de seus projetos e pesquisas realizada pelo Cenic. Desenvolvimento: relato de experiência desenvolvidos pelos pesquisadores do Centro de Investigação Científica, por meio do Relatório de Gestão de 2019. Desde de instituído em março de 2002, em suas atribuições, o setor é destaque no desenvolvimento de pesquisas científicas nas áreas da saúde, educação e interdisciplinar, além de promover a disseminação do conhecimento de forma palpável, por meio da Revista Científica Cadernos ESP e, participação em comissões e representações científicas. Utilizou-se o diário de campo para coleta dos dados no relatório e uso da literatura científica que dialogue com a gestão científica para análise da experiência. Resultado: dentre as principais evidências nas relações e processos de trabalho, reconheceu-se a relevância do fortalecimento e organização na estrutura do Cenic quando dividido em Gestão Administrativo-financeira; Gestão de Ações Estratégicas e Interinstitucionais; Gestão de Editoração e Publicação; Gestão de Inovação e Extensão Tecnológica e Gestão de Projetos e Pesquisas. Nessa perspectiva, o desenvolvimento da gestão macro do setor possibilitou consideráveis impactos no que se referem as dinâmicas metodologias estimuladas e ressignificadas na rotina de trabalho. Principalmente ao perceber com um filtro mais técnico e gerencial das fragilidades e potencialidades a nível do próprio setor e dos demais que compõe a ESP/CE. Daí o advento de novos desafios no âmbito da Gestão do conhecimento com outras instituições de ensino e pesquisa. Nesse sentido,   parcerias de fortalecimento foram seladas no âmbito das pesquisas voltadas para Tecnologia Digitais de Informação e Comunicação, assim como para o desenvolvimento de pesquisas clínicas. No ano de 2018 foram realizadas grandes pesquisas com extensos bancos de dados que versam sobre o Diagnóstico da Vigilância em Saúde do Municípios do Estado do Ceará; a Avaliação da Construção do Plano Cearense de Educação Permanente em Saúde e uma sobre o Programa Mais Médicos: experiências exitosas no Estado do Ceará. E atualmente, estar em desenvolvimento e respectivamente acompanhando pesquisas interinstitucioaniais tais como Observatório de Educação Permanente em Saúde do Ceará; Inteligência Artificial para qualificar a tomada de decisão do Agente Comunitário de Saúde; Construção de Indicadores de Acesso a Saúde da População do Campo, Rios e Florestas; Produção do Conhecimento Científico e Tecnológico com ênfase nas linhas prioritárias de cuidado do Estado do Ceará; e Indicador de saúde em um contexto multidimensional: uma proposta sistematizada para avaliação da funcionalidade e qualidade de vida de pessoas com doença crônica não transmissível. Em relação aos desafios, observa-se ainda que faz-se necessário a existência, nos Centros e Diretorias da ESP-CE, de dados sistematizados sobre as pesquisas desenvolvidas, projetos como aqueles que foram aprovados em comitê de ética das residências e especializações dessa Escola, assim como outros projetos desenvolvidos em cada setor. Contudo, enfatiza-se críticas em relação a produção do conhecimento científico em saúde, destacando a necessidade de desenvolver um Sistema Integrado das Pesquisas em Saúde da ESP-CE, tanto nas residências, como nas especializações, centros e diretorias, para que possam apresentar a autonomia da gestão dos tipos de pesquisas desenvolvidas, para assim visualizar as evidências científicas produzidas ou não, aos anseios do Sistema Único de Saúde (SUS) e da sociedade, com o desenvolvimento de um sistema que versam sobre os indicadores interligados as Linhas de Pesquisa da ESP com as Linhas Prioritárias de Cuidado em Saúde do Estado (Mortalidade Materno-Infantil, Saúde Mental, Hipertensão, Diabetes e Obesidade) e Agenda de Prioridades de Pesquisa do Ministério da Saúde para melhor tomada de decisão do que se deve empoderar o pensamento crítico por evidencias científicas. Considerações finais: Nessa perspectiva, compreende-se que a responsabilidade do Cenic, versam suas competências sob o conhecimento científico por meio da articulação entre ensino, pesquisa e formação, por entender, também, que é assim que se constitui um modelo e um método de cultura e prática democráticas em saúde.

8915 FABRICANDO UMA “CAIXA DE FERRAMENTA PARA SENTINTES”: AGIRES CARTOGRÁFICOS DE UMA INVESTIGAÇÃO
kathleen tereza da cruz, Maria Paula Gomes Cerqueira, Margarida Pla, Emerson Elias Merhy

FABRICANDO UMA “CAIXA DE FERRAMENTA PARA SENTINTES”: AGIRES CARTOGRÁFICOS DE UMA INVESTIGAÇÃO

Autores: kathleen tereza da cruz, Maria Paula Gomes Cerqueira, Margarida Pla, Emerson Elias Merhy

Apresentação: Este trabalho é fruto de uma investigação sobre experiências do “Estado” vivido por “trabalhadores” da gestão em saúde, interrogando a problemática dos agires de militantes e seus modos de produzirem a si e de governarem o outro, ou seja, a micropolítica dos encontros nas organizações de saúde. Apresentaremos a “Caixa de Ferramentas para Sentintes” inventada como dispositivo central para realização desta cartografia. A cartografia discutida neste texto foi desenvolvida na tese de doutorado com o título “Agires Militantes, produção de territórios e modos de governar: conversações sobre o governo de si e dos outros. Objetivo: Discutir a fabricação artesanal desse tipo de dispositivo que toma a experimentação de si como tecnologias de agires na investigação e como estética para a produção do conhecimento. Desenvolvimento: Intervimos com outra perspectiva estética na qual a experiência vivida de pintora, ao deslocar a produção da forma esquemática para a sensível, funcionou como um dispositivo no qual as práticas de arte foram “maneiras-de-fazer” que intervieram na distribuição geral das maneiras-de-fazer e nas suas relações com maneiras de ser e formas de visibilidade. Fabricamos, para recuperar a potência formal de existir e objetiva de pensar do corpo, alguns conceitos-ferramentas: 1) bússolas viscerais que são captadoras de sinais ofertados pelo corpo sensível, o que tensiona as representações que dispomos para olhar e explicar o que vemos, deslocando o “conhecer-epistêmico” para emergir um campo de conhecer-corpo; 2) “avaria” que mapeia desconformidades de funcionamento do corpo no território instituído, permitindo explorar intensidades antes não percebidos, criando porosidades para a mudança de regime de enunciação e para passagem de um plano a outro de subjetivação, tomando o desconforto como potência para produzir outros modos de funcionar do corpo e outros mundos possíveis para si. Ambos compõem a Caixa de Ferramentas para Sentintes. Considerações finais: Esta cartografia permitiu dar visibilidade e dizibilidade ao lugar negativo que se produzia para o outro e às repercussões negativas desse tipo de política na fabricação dos coletivos gestores em organizações de saúde. Evidenciou a necessária centralidade da dimensão sensível quando se deseja operar outras política das existências.

9383 CARACTERIZAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO DE FUTUROS NUTRICIONISTAS DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO NORDESTE DO BRASIL
Danila Soares de Oliveira, Daiene Rosa Gomes, Gervana Rabêlo Alves, Hudson Manoel Nogueira Campos, Mússio Pirajá Mattos, Danielle Cristina Guimarães da Silva, Marcos Pereira-Santos

CARACTERIZAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO DE FUTUROS NUTRICIONISTAS DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO NORDESTE DO BRASIL

Autores: Danila Soares de Oliveira, Daiene Rosa Gomes, Gervana Rabêlo Alves, Hudson Manoel Nogueira Campos, Mússio Pirajá Mattos, Danielle Cristina Guimarães da Silva, Marcos Pereira-Santos

Apresentação: A vida universitária faz parte do ciclo vital de muitos brasileiros, geralmente entre as fases da adolescência e/ou juventude. Momento de grandes mudanças, pois para muitos, o ingresso em uma Instituição de Ensino Superior (IES) está associada ao distanciamento do núcleo familiar, bem como com a ampliação das responsabilidades com despesas relacionadas à alimentação e moradia e, simultaneamente, a conquista de uma autonomia até então nunca explorada. Nesse meio termo, deve-se considerar ainda as incessantes preocupações no que se refere à obtenção de um bom desempenho acadêmico e na participação e manutenção das relações socioculturais. Por esses motivos, as demandas nessa fase são tão grandes que muitos estudantes acabam deixando de lado a preocupação com algum aspecto da sua vida, não raramente esse aspecto é a alimentação. No Brasil, o que se tem notado é uma mudança no padrão alimentar, em que se tem a substituição de alimentos in natura por produtos industrializados pronto para o consumo. Não diferentemente, apesar de se esperar que pessoas mais bem instruídas façam escolhas melhores, estudos têm evidenciado que esse aumento do consumo de alimentos processados e ultraprocessados tem ocorrido também entre o público universitário e que tal mudança está relacionada a ocorrência de grande parte das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Portanto, a manutenção desse cenário alimentar se torna preocupante, uma vez que em longo prazo pode impactar de forma negativa na saúde dos estudantes. Diante disso, sob um olhar preocupado com a alimentação desses estudantes universitários, especialmente quando se trata de estudantes do curso de nutrição, que serão profissionais aos quais tem como uma das principais atribuições sociais a promoção de uma alimentação saudável, suscita-se questões importantes: Como aspectos significativos deste período da vida são capazes de afetar o consumo alimentar destes indivíduos? O padrão alimentar da população brasileira, caracterizado pelo aumento do consumo de alimentos com alta densidade calórica e baixo valor nutricional, também tem se mostrado presente neste público? Como a Universidade promove o desenvolvimento pleno, ou ajuda estes estudantes na construção de hábitos alimentares saudáveis? A partir destes questionamentos, o presente trabalho tem como objetivo caracterizar o consumo alimentar de estudantes universitários do curso de nutrição de uma universidade pública do nordeste do Brasil. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo do tipo corte transversal realizado com 166 estudantes de nutrição. A ingestão dietética foi estimada através da aplicação de dois Recordatórios de 24 horas, sendo calculado a média, desvio-padrão e por meio do Teste "t" Student verificadas as diferenças entre as médias do consumo de energia e nutrientes (carboidratos, proteínas, lipídeos, fibras, cálcio, ferro, colesterol, açúcar total e de adição), segundo sexo, estado nutricional e tempo de estudo, com auxílio do software Stata 13.1. Já para avaliar o estado nutricional dos participantes foram aferidos o peso e a altura e calculado o Índice de Massa Corporal, para que posteriormente fosse feita a classificação do estado nutricional de cada indivíduo de acordo com os pontos de corte da Organização Mundial de Saúde (OMS) tanto para adolescentes quanto para adultos. Resultado: O consumo médio diário de energia dos estudantes universitários foi de 2010,97 ± 575,65 kcal, sendo 52,8% desse total proveniente dos carboidratos; 17,3% de proteínas e 30,8% de lipídeos. A média de refeições diária de refeições realizadas pelos participantes foi 5 ± 0,93 refeições diárias. No tocante à distribuição energética entre os macronutrientes, constatou-se que para os homens a contribuição média calórica provinda de carboidratos foi de 51,9%, das proteínas 18,6% e dos lipídeos 30,1%, enquanto para as mulheres a contribuição foi de 53% para carboidratos, 17,1% para proteínas e 30,9% para lipídeos. Comparando tais dados com as recomendações preconizadas pelas Dietary Reference Intakes (DRIS) é possível identificar que o consumo de carboidratos, proteínas e lipídeos se encontram adequados para ambos os sexos.  Por outro lado, a ingestão de colesterol foi maior do que o preconizado pela OMS, já que seu consumo diário deve ser inferior a 300 mg e os homens tiveram um consumo igual a 549,94 ± 331,14mg e as mulheres a 373,33 ± 230,96 mg. A OMS recomenda também que o consumo de açúcares de adição seja menor que 10 % do VET. No entanto, para o público de estudo em questão, o percentual de açúcares de adição mostrou-se superior a 13,1% VET da dieta. Contudo, os valores referentes ao consumo de fibras para os sexos masculino (21,86 ± 10,37 mg) e feminino (18,25 ± 8,14 mg)se apresentaram abaixo dos valores de referência para ambos os sexos. Ainda com base no sexo, evidenciou-se diferenças entre os grupos, uma vez que o consumo de energia (p=0,0006), carboidratos (p=0,0036), proteínas (p=0,0006), lipídeos (p=0,0190), colesterol (p=0,0009), fibras (p=0,0297), cálcio (p=0,0236), ferro (p=0,0261), sódio de adição (p=0,0092) foi maior para os homens quando comparado com as mulheres. No que diz respeito aos micronutrientes, o consumo de sódio revelou-se compatível com o que se tem estabelecido nas DRIS ao se considerar a faixa de adequação de 90 a 110%, pois a ingestão para homens foi de 1.644,50 ± 758,25 mg e 1.591,14 ± 746,30 mg para mulheres. O cálcio foi um nutriente consumido aquém do que se tem recomendado para ambos os sexos, sendo que as mulheres tiveram um consumo de 551,37 ± 274,11 mg e os homens de 690,70 ± 481,77 mg. Por outro lado, a ingestão de ferro se mostrou acima dos parâmetros preconizados para indivíduos do sexo masculino (12,47 ± 4,0 mg) e do sexo feminino (10,73 ± 3,96 mg). Já com relação ao consumo de energia e nutrientes entre os diferentes estados nutricionais, observou-se que estudantes que possuíam sobrepeso apresentavam maior ingestão de energia (p=0,0112), lipídeos (p=0,0051), colesterol (p=0,0284) e fibras (p=0,0410). A análise comparativa e estatística entre os acadêmicos que se encontram nos diferentes períodos da graduação relevou diferenças significativas quanto à ingestão de açúcar total (p=0,0053) e de adição (p=0,0002) e lipídeos (p=0,0475) sendo o consumo destes maiores nos indivíduos que cursavam os períodos intermediários (4º ao 7º semestre) do curso. Apesar de ter sido observado um bom fracionamento da dieta dos estudantes, pode-se constatar simultaneamente a inadequação do consumo alimentar de vários nutrientes. Isso demonstra que embora haja uma facilidade de acesso aos alimentos, quando se analisa a qualidade nutricional dos mesmos percebe-se que estes possuem baixo valor nutricional e, isso permite sugerir, portanto, que a facilidade de acesso estaria relacionada a alimentos processados e ultraprocessados, que são em sua maioria produtos com alta densidade calórica e baixo valor nutricional. Considerações finais: Os resultados apresentados neste estudo demonstram que aspectos significativos da vida como gênero, estado nutricional e tempo de estudo podem causar alterações desfavoráveis no consumo alimentar dos estudantes de nutrição, principalmente quando se trata de indivíduos do sexo masculino, com sobrepeso e que se encontravam nos semestres intermediários da graduação. Tais repercussões levam ainda à reflexão sobre a complexidade que atualmente os cursos da saúde possuem no que diz respeito a proposta de formar profissionais promotores de saúde em um ambiente que muitas vezes pode ser agente causador de doenças tanto psicossociais quanto aquelas associadas a alimentação.

9552 O FOMENTO DOS ÓRGÃOS DE CONTROLE JUNTO A SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO NA CONCRETIZAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE: ATRIBUIÇÕES, COMPETÊNCIAS E APOIO INTERINSTITUCIONAL
Flavia Dantas Soares, Fernanda Polo Louredo, Lucila Catanante Medeiros

O FOMENTO DOS ÓRGÃOS DE CONTROLE JUNTO A SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO NA CONCRETIZAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE: ATRIBUIÇÕES, COMPETÊNCIAS E APOIO INTERINSTITUCIONAL

Autores: Flavia Dantas Soares, Fernanda Polo Louredo, Lucila Catanante Medeiros

Apresentação: A fiscalização da atividade administrativo-governamental referente à efetivação e à concretização das políticas públicas deve ser efetivada não apenas pelo próprio Poder Executivo, mas também pelo Poder Judiciário e, sobretudo, pelas Funções Essenciais à Justiça, como o Ministério Público e a Defensoria Pública, especialmente nas suas atuações na área da tutela coletiva. Esses órgãos devem atuar quando da omissão, retardamento ou insuficiência na proteção dos direitos fundamentais e se utilizam de meios extrajudiciais, quais sejam, a instauração de procedimentos administrativos preparatórios e inquéritos civis, que culminam na expedição de recomendação, celebração de termo de ajustamento de conduta e promoção de reuniões interinstitucionais. O controle e fiscalização, preventivos e extrajudiciais, e realizados em consenso com as escolhas da Administração Pública e em comunhão com o preconizado nas políticas ministeriais resulta num auxílio aos órgãos técnicos, além de evitar a judicialização dessas demandas coletivas. É cediço que provimentos jurisdicionais muitas vezes são inefetivos, tendo em vista a impossibilidade de seu cumprimento, seja por questões técnicas e/ou orçamentárias ou por violarem a discricionariedade exercida pelo gestor que elege as políticas governamentais prioritárias. O objetivo do presente trabalho é ilustrar a atribuição da Assessoria Executiva do Gabinete do Secretário de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, acompanhando os procedimentos preparatórios instaurados, intermediando as requisições encaminhadas por esses órgãos de controle, apresentando esclarecimentos e formas de solução às respectivas representações e apoiando na construção e implementação das políticas públicas de saúde. Ressaltamos que o fomento exercido por tais órgãos é de fundamental importância na adequada efetivação dos direitos previstos na Carta Constitucional, porém não podemos olvidar do poder discricionário, conferido ao administrador público, bem como da competência técnica de seus setores para que, nos limites discricionários previstos em lei , adote, no caso concreto, a solução mais adequada para satisfazer o interesse público.

10223 COMPETÊNCIA GERENCIAL DO ENFERMEIRO-GESTOR: VALIDAÇÃO DOS BENEFÍCIOS AO USUÁRIO E A INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
laura cristina de oliveira

COMPETÊNCIA GERENCIAL DO ENFERMEIRO-GESTOR: VALIDAÇÃO DOS BENEFÍCIOS AO USUÁRIO E A INSTITUIÇÃO DE SAÚDE

Autores: laura cristina de oliveira

Apresentação: A Enfermagem é uma profissão dentro da área de Saúde, que possui o maior número de profissionais dentro de uma instituição. Visto que isso ocorre, pelo fato de ser a categoria que permanece mais tempo ao lado do paciente, seja para o cuidado ou para a observação. O sistema de saúde e os pacientes estão sendo prejudicados, em muitas instituições, pela falta de gestores qualificados na administração, gerando falta de pessoal, desorganização, falta de material e até mesmo de médicos para a unidade. O presente estudo tem como objetivo avaliar os benefícios que um enfermeiro, na atividade de gerência, pode produzir positivamente á instituição em que está inserido e ao cliente que utiliza os serviços . Um gestor tem como atribuição a organização, planejamento das atividades e sua execução junto aos colaboradores que por sua vez, formam sua equipe, o mesmo também é incentivador e modificador dentro da instituição. Contudo características como a liderança não podem estar distantes deste profissional que deve agregar seguidores pensantes e motivados nas suas atividades. Um enfermeiro com os atributos citados acima, associados ao seu conhecimento técnico científico, formam um gestor completo com visão holística, que conhece em detalhes as necessidades, preferências e questionamentos dos clientes, podendo planejar ações que favoreçam, positivamente, o foco da unidade que é o usuário. O objetivo deste trabalho foi discutir a importância da competência gerencial do enfermeiro tendo como consequência benefícios ao cliente e instituição.  A metodologia empregada é a pesquisa bibliográfica, logo com material já elaborado, como livros e artigos, do mesmo modo a pesquisa para os descritores foi realizada na plataforma DECS e para o desenvolvimento da pesquisa, livros, artigos científicos, e revistas eletrônicas, com o intuito de responder as questões abordadas no presente trabalho. Assim por conseguinte, o trabalho conclui que grande parte dos profissionais graduados em enfermagem estão procurando especializações nas áreas de gestão, seja na saúde pública, na qualidade, auditoria, mas o que se vê são esses enfermeiros deixando a assistência para se tornarem gestores de hospitais, clínicas da família, coordenadores, chefes nas unidades. Essa mudança no quadro não deixa de ser uma necessidade do mercado, como também uma exigência do recurso humano qualificado.  

10517 CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA AÇÃO PARA O FORTALECIMENTO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE
Denise Antunes de Azambuja Zocche, Elisangela Zanatta, Edlamar Katia Adamy, Carine Vendruscolo

CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA AÇÃO PARA O FORTALECIMENTO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE

Autores: Denise Antunes de Azambuja Zocche, Elisangela Zanatta, Edlamar Katia Adamy, Carine Vendruscolo

Apresentação: Os mestrados profissionais em enfermagem apresentam-se como importantes espaços de produção de conhecimento e tecnologias para a resolução de problemas vividos no cotidiano dos serviços de saúde tanto na atenção primária a saúde quanto no contexto hospitalar. Neste contexto, vem crescendo o uso de abordagens de pesquisa participativa em saúde, em especial a pesquisa ação, pois este método tem sido reconhecido como um meio para alcançar a transformação dos processos de trabalho em saúde e enfermagem para a melhoria da saúde da população em geral. Neste tipo de pesquisa o planejamento é muito flexível, ou seja, as fases não precisam seguir obrigatoriamente uma ordem rígida. Contudo, ela deve ser focada na ação de transformar a realidade vivida ou esclarecer os problemas da situação observada, levando em consideração a participação dos sujeitos investigados. Como uma metodologia que possibilita a interação entre o saber formal e saber  informal, entre a teoria e a prática, tem o potencial de conduzir mudanças reais na forma como as pessoas interagem entre si e com os outros. Neste sentido, com o objetivo de contribuir com esse debate sobre a potencialidade da pesquisa ação como estratégia para qualificar a atenção a saúde, apresentamos a experiência do uso deste método por um grupo de docentes do mestrado profissional em enfermagem na atenção primária a saúde (MPEAPS) do programa de pós graduação em enfermagem da Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC). Este método embasou o desenvolvimento da pesquisa, intitulada"Estratégias para a implementação da sistematização da assistência de enfermagem (SAE) no cuidado à mulher e à criança na perspectiva da teorial transcultural de Madeleine Leininger", que foi financiada pela coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil Edital CAPES/COFEN 27/2016 pela CAPES COFEN. A SAE é reconhecida legalmente como o instrumento fundamental de trabalho da enfermagem, que possibilita o fomento crítico-reflexivo no cuidado de enfermagem, fundamentada pelo raciocínio clínico e pela individualidade das ações de enfermagem. Em síntese, pode-se dizer que a SAE organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização do PE, que é compreendido como um instrumento de efetivação dos ideais da SAE, sendo didaticamente referido na literatura por meio de etapas componentes, dinâmicas e interdependentes, as quais aparecem na literatura especializada de maneiras diversas, quanto ao número e à sua organização. Método: pesquisa participativa, envolvendo quatro mestrandas, com 39 enfermeiros assistenciais e gerenciais e gestores da Atenção Primária a Saúde da região oeste e meio oeste de SC. A pesquisa ação conforme os princípios indicados por Michel Thiollent, prevê doze etapas, contudo para este estudo foram adaptadas em: fase exploratória; diagnóstico de situação; coleta de dados; seminários integradores; planejamento da qualificação dos profissionais enfermeiros e publicização. Na fase exploratória foram realizadas revisões integrativas, acerca da consulta de enfermagem, e saúde da mulher e da criança, o diagnóstico da situação foi realizado a partir da consulta em bases de dados epidemiológicos e entrevistas individuais com enfermeiros assistenciais. Esta etapas contribuíram para identificar e colocar os problemas em debate, além de traçar o perfil epidemiológico das demandas de saúde materno infantil. A seguir foi realizada a coleta de dados por meio de 17 grupos focais ocorridos em cinco etapas distintas, considerando as atuações do enfermeiro na atenção a mulher, a criança e à suas funções assistenciais e gerenciais. Os seminários ocorreram com temas focados nas necessidades levantadas na primeira etapa de realização dos GF: processo de enfermagem, consulta de enfermagem, comunicação em saúde, acolhimento, gestão em saúde, gestão do cuidado, registros e prontuário eletrônico, planejamento estratégico, o uso das redes sociais para educação e saúde, prevenção de acidentes na infância, exame físico, subconjunto terminológico da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE), e necessidades de saúde das mulheres e crianças prevalentes na região. Durante os seminários e grupos focais foram levantadas estratégias  para resolver o problema em questão: como fortalecer o uso do processo de enfermagem e em especial a consulta de enfermagem na região oeste e meio oeste de Santa Catarina? Resultado: foram construídos e validados instrumentos de consulta em enfermagem à mulher e à criança de zero a dois anos com base na Classificação Internacional para as práticas de Enfermagem (CIPE) e nas Teorias Necessidades Humanas Básicas e Transcultural do Cuidado. Os instrumentos contemplam as seguintes etapas: Histórico de enfermagem, Diagnósticos de enfermagem, Resultado: e Intervenções orientadas por um subconjunto terminológico da CIPE®. Além dos instrumentos de consulta, foram realizados seminários articulados com a Gerência de Educação e Saúde do município de Chapecó, e secretarias de saúde de municípios do oeste e meio oeste catarinense. Os seminários envolveram os enfermeiros assistenciais e gerenciais envolvidos na pesquisa e outros convidados pela gestão da APS. No seminários também foram construídos planos de qualificação dos profissionais enfermeiros para o uso do processo de enfermagem, consulta de enfermagem e planejamento estratégico para APS. Também, durantes os seminários foram suscitadas a possibilidade dos instrumentos de consulta serem incorporados aos protocolos de saúde da mulher e da criança existentes na região. Tal ideia foi incorporada pela gerência de saúde e atualmente estão sob revisão, ou seja, a elaboração dos instrumentos instigou as equipes a revisarem seus protocolos assistênciais. Outros produtos relacionados ao estudo foi a produção de materiais instrucionais via Telessaude, com foco em Educação Permanente em Gestão da APS, capítulos de livros, participação em eventos locais, regionais e internacionais. Considerações finais: A pesquisa ação constitui-se num método adequado e potente para a construção de tecnologias assistenciais e gerenciais que auxiliaram na construção de estratégias e instrumentos para fortalecer a SAE. Os meios participativos de coleta de dados (grupos focais e seminários) permitiram a interação dos profissionais envolvidos, engajando-os na busca em desenvolver estratégias para aprimorar a prática da consulta de enfermagem dirigida a mulher e a criança. Os encontros vividos por meio do desenvolvimento dos grupos focais representaram um espaço dinâmico propício ao debate, socialização, problematização, aproximação e interação entre os profissionais. As discussões realizadas durante os seminários possibilitaram a todos os envolvidos repensar sua práxis profissional em saúde de forma a ressignificar o trabalho realizado. A construção de materiais educativos, via Telessaude e guias, contribuiu para a qualificação dos profissionais envolvidos quanto á prática clínica e registros de enfermagem na APS, fortalecendo assim  a SAE na atenção a saúde da mulher e da criança,  contribuindo ainda para a assistência de forma segura, integral e assertiva, proporcionando ainda visibilidade às ações do enfermeiro. O uso do método da pesquisa-ação para a Enfermagem mostra-se como uma estratégia importante de transformação da realidade pois oportuniza a interação entre pesquisador e sujeitos de modo a estimular o diálogo, a participação e o pensamento crítico-reflexivo sobre o exercício profissional do enfermeiro, contemplando assim todas as suas dimensões: assistencial, gerencial, educativa e investigativa. Nesta pesquisa em especial, a pesquisa ação proporcionou a integração entre os profissionais contribuiu para a transformação da realidade existente, oportunizou o envolvimento de todos os profissionais envolvidos tanto os assistenciais quanto os gerenciais e ainda os gestores, fortalecendo assim a gestão em saúde e por parte dos enfermeiros a gestão do cuidado.

11192 COMISSÃO ORGANIZADORA DO VER-SUS CAXIAS DO SUL: INTERPROFISSIONALIDADE E APRENDIZAGENS EM GESTÃO
Maíra Boeno da Maia, Suzete Marchetto Claus, Cássio de Oliveira, Renata Magnabosco Verza, Vinícius Casaroto, Guilherme Thomazi

COMISSÃO ORGANIZADORA DO VER-SUS CAXIAS DO SUL: INTERPROFISSIONALIDADE E APRENDIZAGENS EM GESTÃO

Autores: Maíra Boeno da Maia, Suzete Marchetto Claus, Cássio de Oliveira, Renata Magnabosco Verza, Vinícius Casaroto, Guilherme Thomazi

Apresentação: As vivências de estágio na realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) tem o objetivo de contribuir para a formação de profissionais para o SUS, comprometidos com as necessidades de saúde da população. Nesse sentido, o protagonismo do estudante é fundamental no planejamento, organização e execução das atividades para garantir que todas as vivências sejam adequadas para a realidade do SUS. O objetivo desse trabalho é relatar a experiência da comissão organizadora do VER-SUS Caxias do Sul (RS) 2018 como forma de incentivar o interesse e a participação de estudantes em atividades relacionadas à gestão. Desenvolvimento: O VERSUS ocorreu de 19 a 25 de fevereiro de 2018 e teve a participação de 12 viventes, 02 facilitadores e 10 integrantes da comissão organizadora. A composição multidisciplinar da Comissão Organizadora, a articulação com a Rede Unida, com o PET-GraduaSUS e com as Instituições de Ensino Superior, bem como o apoio da Secretaria Municipal da Saúde, foram essenciais na realização do projeto. A comissão organizadora realizou encontros frequentes para definir pontos importantes a serem abordados na vivência. O grupo também realizou o processo seletivo dos viventes e facilitadores e toda a interlocução com a Rede Unida para atendimento das demandas necessárias. Resultado: Esta experiência possibilitou aos estudantes envolvidos nos processos de planejamento, organização e execução, vivências de gestão não contempladas no âmbito acadêmico e que são exigidas na prática profissional. Contribuiu também para a consolidação da prática multiprofissional e interdisciplinar. Considerações finais: Esta experiência possibilitou aos estudantes envolvidos nos processos de planejamento, organização e execução, vivências de gestão não contempladas no âmbito acadêmico e que são exigidas na prática profissional. Contribuiu também para a consolidação da prática multiprofissional e interdisciplinar.

11381 OS PERFIS DE LIDERANÇA PREVALENTES NA GESTÃO DE SAÚDE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Fillipe Rangel Lima, Harlon França Menezes, Raphaela Silva Tavares Lacerda, Ane Caroline Alves Silva, Ana Paula Alves Gregório, Francine Ramos Oliveira Moura Autonomo, Oziane Guimaraes Braga, Joao Victor Manço Resende

OS PERFIS DE LIDERANÇA PREVALENTES NA GESTÃO DE SAÚDE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Autores: Fillipe Rangel Lima, Harlon França Menezes, Raphaela Silva Tavares Lacerda, Ane Caroline Alves Silva, Ana Paula Alves Gregório, Francine Ramos Oliveira Moura Autonomo, Oziane Guimaraes Braga, Joao Victor Manço Resende

Apresentação: A capacidade de influenciar nas ideias e ações de outras pessoas está articulada a principal competência de um líder dentro das organizações, onde atualmente o grande desafio seja formar profissionais com espírito de liderança e motivação, a fim de subsidiar ações estratégicas inovadoras dentro de qualquer campo de relações e alavancar produtividade. Deste modo, o estilo de liderança seja ele autocrático, democrático ou liberal reflete diretamente no impacto no serviço de saúde. Objetivo: Analisar e refletir sobre as produções cientificas os perfis de gestão e liderança prevalentes na gestão de saúde. Método: A metodologia de síntese de conhecimento empregado foi de revisão integrativa. Para o direcionamento desta pesquisa, adotou-se cinco fases: elaboração da questão de pesquisa (identificação do problema), busca na literatura dos estudos primários, avaliação dos estudos primários, análise dos dados e apresentação da revisão. A questão de pesquisa norteadora da revisão integrativa foi “Quais os estilos de liderança mais evidentes na área da gestão de saúde?”. Para a construção da questão, a estratégia PICO foi empregada, sendo P de população, paciente ou problema (Gestores na saúde), I de intervenção ou área de interesse (Liderança) e para o elemento O (predominância do perfil de liderança). Ressalta-se que o elemento C, de comparação entre intervenção ou grupo, não foi empregado devido ao tipo de revisão. Para a busca dos estudos, foram eleitas as bases de dados Scielo (Scientific Electronic Library Online) e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde). Em cada base de dados, os descritores controlados foram delimitados de acordo com os Descritores em Ciências da Saúde que foram os seguintes: Liderança, Administradores de Instituição de Saúde e Gestão em Saúde. Delimitou-se o operador boleano AND e OR para ampliação da busca do tema liderança na área de saúde. Para cada base de dados, foi elaborada estratégia de busca com os descritores controlados e palavras-chave já mencionados (diferentes cruzamentos). Como exemplo, a estratégia de busca empregada na base de dados Scielo foi a seguinte: em português :(“Liderança”) AND (“Administradores de Instituições de Saúde) AND (“Gestão em Saúde”. A busca na base LILACS foi: (“Liderança”) AND (“Administradores de Instituições de Saúde”) AND (“Gestão em Saúde”). Nas bases de dados selecionadas, a busca dos estudos primários ocorreu no mês de agosto de 2019. Os critérios de seleção delimitados foram estudos que abordem os estilos de liderança na gestão do serviço de saúde, publicados português no período de junho de 2008 a agosto de 2019. Como critério de exclusão, os artigos que não tratavam dos perfis de liderança e gestão em saúde, os repetidos nas bases de dados, sendo contabilizados como apenas um. Foram selecionados apenas trabalhos originais, excluindo teses, dissertações e revisões integrativas e estudos teóricos. A extração dos dados dos estudos primários foi executada com o auxílio de instrumento elaborado pelo autor. Essa etapa foi realizada por dois autores da revisão de forma independente. A análise dos dados da revisão integrativa foi elaborada na forma descritiva. Para cada estudo primário incluído, elaborou-se um quadro-síntese contendo as seguintes informações: título do artigo, autor(es), periódico, ano de publicação, objetivo(s), detalhamento amostral, tipo de estudo, principais resultados, conclusões, estilos de liderança e justificativa do estilo de liderança. Resultado: Feitas as associações dos descritores nas bases de dados, observou-se que foram encontrados 73 artigos e selecionados 13, sendo na LILACS dois e 11 na Scielo. Entre as produções encontradas, foram selecionados apenas aqueles artigos que passaram pelo crivo dos critérios de inclusão e exclusão deste estudo. Dentre as produções selecionadas e após análise interpretativa encontrou-se modelos de liderança democrática (7) e autocrática (6), do total duas produções mostraram-se transitórias de estilo autocrático para democrático. A liderança democrática foi caracterizada como participativa nas atividades, onde orienta os liderados e consulta outras opiniões, sendo o elo entre líder e liderado, e tende a desenvolver boa comunicação de forma espontânea, franca e cordial. O ritmo de trabalho mostra-se regular mesmo na ausência do líder pois apresenta um sentido de responsabilidade e comprometimento pessoal por parte dos subordinados. A liderança autocrática tem por característica uma autoridade dura e impositiva, onde mostra-se forte clima de tensão, frustração com decisões sem planejamento em conjunto.  Chiavenato descreve o líder liberal em uma de suas obras descrevendo como aquele que se encontra a plena liberdade pois faz parte desse estilo de liderança deixar todos os liderados a vontade. Nesse tipo de gestão encontra-se oscilações de produção e tarefas desenvolvidas ao acaso, nota-se muita individualidade e pouco respeito com o líder. As investigações que tratam do tema têm apontado que é fundamental para melhorar o desempenho dos gestores, o desenvolvimento do autoconhecimento de habilidades relacionais com ênfase na comunicação assertiva e o trabalho em equipe e de inovação nos processos de capacitação para ampliar a visibilidade do trabalho. Essas ações indicam que se espera da liderança uma atuação efetiva e transformadora, o que se alinha aos fundamentos da liderança transformacional, caracterizada pela capacidade do líder em inspirar e formar seguidores, orientá-los para mudanças, com base em compromisso ético e responsável com os resultados. Esse estilo de liderança influencia positivamente a cultura organizacional e os resultados com os pacientes e é considerada um modelo adequado para o avanço da gestão em saúde. Notou-se que os enfermeiros são os profissionais que estão em relevância na gestão e são os mesmos que majoritariamente publicam as produções a respeito de liderança na gestão em saúde. Quanto ao tipo de estudo, dois estudos utilizaram abordagem quantitativa e 11 qualitativos. Considerações finais: Apesar do estilo de liderança democrático ser o mais característico nos modelos de gestão das produções, não necessariamente esse quadro reflete a realidade. A enfermagem por ser a classe na qual mais publica ainda sofre inferiorização e subdivisão profissional com inversão de valores, porém é a que predomina em relação a relevância do assunto, trazendo para as instituições o aprofundamento teórico e prático sobre o tema liderança.

11568 ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E A POLÍTICA INDUTORA DE MELHORIA DA QUALIDADE (PMAQ-AB)
Maria Carolina Marques, Letícia Isabel Ferreira Silva, Elen Rose Lodeiro Castanheira, Patrícia Rodrigues Sanine

ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA E A POLÍTICA INDUTORA DE MELHORIA DA QUALIDADE (PMAQ-AB)

Autores: Maria Carolina Marques, Letícia Isabel Ferreira Silva, Elen Rose Lodeiro Castanheira, Patrícia Rodrigues Sanine

Apresentação: A saúde da criança sempre esteve em evidência nas políticas públicas brasileiras. O reflexo destes investimentos pode ser observado no cumprimento, antecipado, da meta proposta pelo Objetivo do Desenvolvimento do Milênio (ODM) em relação à redução da mortalidade infantil no país, que baixou de 23 óbitos a cada mil nascidos vivos para 10,42 entre os anos de 1995 e 2016. Mesmo em relação à mortalidade infantil, que vinha apresentando queda nas taxas gerais, desde 2016, já são registrados aumento das ocorrências, com expectativa de piora especialmente, em relação aos óbitos neonatais (que ainda mantinham-se elevados) no país. O Brasil vive um período de crise política e econômica no qual os princípios fundamentais à saúde estão ameaçados por um modelo neoliberal que valoriza políticas austeras de redução dos direitos sociais. A aposta neste modelo - que congelam os gastos com saúde, restringe a obrigatoriedade de profissionais e favorecem as privatizações -, além de privilegiar os interesses econômicos, contribuem para a desregulamentação do sistema de saúde, em especial, para a redução da cobertura de saúde pelos serviços de atenção primária à saúde. Neste cenário de ameaças à garantia de uma saúde universal e livre de iniquidades destaca-se a importância do fortalecimento e organização da APS como mecanismos de enfrentamento à este momento, uma vez que é o nível de atenção que encontra-se mais próximo ao cotidiano da população, apresenta alta capacidade diagnóstica e de resolução dos problemas, ou seja, com maior eficiência para o sistema. Cabe pontuar os incentivos governamentais de institucionalização dos processos avaliativos nos serviços de APS de todo o país, especialmente, por meio da ampliação do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), mas que apesar da grande adesão em nível nacional (38865 equipes de APS), ainda aponta para a necessidade de um olhar crítico sobre este processo, pois observam uma tendência de mensurar a qualidade da atenção prestada conforme a lógica produtivista dos números de atendimentos o que leva as equipes participantes a entenderem este processo como mais uma ação burocrática dos serviços do que como um momento reflexivo para o planejamento de novas ações. Considerando a necessidade de melhoria na atenção à saúde da criança e que grande parte dos serviços de APS já participam deste processo avaliativo, questiona-se o quanto o instrumento avaliativo proposto pelo Ministério da Saúde para a avaliação externa do PMAQ-AB, como indutor da melhoria da qualidade assistencial, atende as necessidades para a saúde da criança promulgada na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC). Objetivou-se analisar criticamente o quanto os indicadores utilizados na avaliação externa do PMAQ-AB contemplam as necessidades impostas pela Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC). Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa analítica descritiva que utilizou o questionário do 3º ciclo da avaliação externa do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) aplicado no ano de 2018 em todo território nacional e os sete eixos estratégicos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC). O processo avaliativo do PMAQ-AB é organizado em três fases que inicialmente se dá pela pactuação dos compromissos entre a gestão municipal e municípios e sua contratualização com o Ministério da Saúde que homologa sua adesão após isso ocorre a verificação da qualidade da atenção e certificação das equipes resultantes de informações transferidas aos gestores para desenvolvimento de ações. Por fim a recontratualização com os definidos padrões de qualidade. O instrumento de coleta para a avaliação externa do PMAQ-AB é composto por questionários de perguntas fechadas divididos em seis módulos: informações gerais de APS (2 módulos), Saúde Bucal (2 módulos), estrutura e funcionamento do Núcleo de Apoio à Saúde da Família - NASF (1 módulo) e informações dos usuários (1 módulo). A PNAISC é organizada em sete eixos estratégicos: I) atenção humanizada e qualificada à gestação, ao parto e ao recém nascido; II) aleitamento materno e alimentação complementar saudável; III) promoção e acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento integral ; IV) atenção integral   à crianças com agravos prevalentes na infância e com doenças crônicas; V) atenção integral à crianças em situação de violências, prevenção de acidentes  e promoção da cultura da paz; VI) atenção à saúde de crianças com deficiência ou em situações específicas e de vulnerabilidade; VII) vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal e materno. Tais eixos apresentam como principal finalidade “orientar e qualificar as ações e serviços de saúde da criança no território nacional”. Assim, para analisar o quanto o instrumento de avaliação externa do PMAQ-AB atende as necessidades propostas pela PNAISC, será desenvolvida uma matriz avaliativa contendo os sete eixos da PNAISC e as respectivas ações propostas para que futuramente possa ser realizada a correlação com as questões do instrumento que representarem equivalência de conteúdo. Resultado: Identificou-se 50 variáveis contempladas nos sete eixos da PNAISC (I=22; II=3; III=10; IV=9; V=4; VI=2; VII=0), sendo o eixo responsável pela atenção humanizada e qualificada no período gestacional, parto e nascimento e ao recém nascido (eixo I) o que apresentou maior número de indicadores. Foram encontrados três indicadores que correspondem ao aleitamento materno e alimentação complementar saudável (eixo II). O eixo III que consiste na promoção e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil resultou em onze indicadores. Para o eixo seguinte (IV) foram levantados nove indicadores relacionados à atenção integral em condições de agravos agudos e crônicos na infância. Para avaliar a atenção à situações de violências, bem como prevenção de acidentes e promoção da cultura de paz (eixo V) identificou-se quatro indicadores. Uma das estratégias de ação que menos apresentou questões identificadas no instrumento foi a atenção à criança com deficiência e condições específicas (eixo VI), totalizando apenas duas variáveis. Por fim, no último eixo (VII) chama-se atenção para nenhuma questão que aborde a vigilância e prevenção do óbito fetal, infantil e materno. Considerações finais: O instrumento parece contemplar a maioria das práticas necessárias para uma atenção integral e de qualidade para a saúde da criança, no entanto, preocupa a falta de questões que relacionadas a participação das equipes desde a busca ativa dos óbitos e discussões sobre sua evitabilidade junto ao Comitê, conforme previsto no Manual de Vigilância do óbito infantil e fetal.

12282 AVALIAÇÃO DOS EGRESSOS DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VISA
ROSIMARY DA SILVA BARBOSA, MARIA HELENA LIMA SOUSA

AVALIAÇÃO DOS EGRESSOS DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM VISA

Autores: ROSIMARY DA SILVA BARBOSA, MARIA HELENA LIMA SOUSA

Apresentação: Este relato de experiência tem como objetivo avaliar os egressos das 8 turmas do Curso de especialização em vigilância sanitária da Escola de Saúde Pública do Ceará do período de 2000 a 2017. Essa avaliação aconteceu entre os meses de janeiro e fevereiro de 2020. Para a coleta de dados, dois momentos: análise de cadastros dos discentes oriundos na Secretaria Escolar e nos sistemas acadêmicos SICAD e SAGU, e envio de formulários do Google Forms através do e-mail. Como critério de inclusão, considerou-se somente profissionais que entregaram a versão final dos trabalhos de conclusão de curso, pois de acordo com o regimento escolar da ESP/CE são considerados concludentes. Durante a análise documental, percebeu-se que dos 308 alunos inscritos somente 188 concluíram. O formulário semiestruturado com perguntas diretas sobre dados pessoais e indiretas sobre a estrutura programática do curso foi enviado para este quantitativo. Deste total, apenas 65 profissionais deram devolutiva. Percebeu-se que deste universo, 69,2% eram do sexo feminino e 30,8% do sexo. Há uma prevalência de farmacêutico, nutricionistas, veterinário e tecnólogos em alimentos. Observou-se que há uma demanda de funcionários em plena execução durante 15 a 30 anos no serviço. Isto pressupõe que haverá uma carência no ambiente de trabalho, em virtude de solicitação de aposentadoria e mudança de locais de trabalho. Percebeu-se que o curso melhorou a interdisciplinaridade in loco e o fazer coletivo. O curso propiciou avaliação mais criteriosa dos riscos sanitários a partir de atuação técnica eficaz e eficiente, em virtude, das práticas vivenciadas ao longo das estratégias educacionais.

10766 DA ESTRUTURAÇÃO A (R) EVOLUÇÃO: O CONTROLE SOCIAL INDÍGENA PÓS-CRIAÇÃO DA SECRETARIA ESPECIAL DE SAÚDE INDÍGENA
Bianca Coelho Moura, Antônio Alves de Souza, Edson Oliveira Pereira, Maria Fátima de Sousa, Ana Valéria Machado Mendonça, Gislei Siqueira Knierim, Jorge Luiz Schirmer Mattos, André Luiz Dutra Fenner

DA ESTRUTURAÇÃO A (R) EVOLUÇÃO: O CONTROLE SOCIAL INDÍGENA PÓS-CRIAÇÃO DA SECRETARIA ESPECIAL DE SAÚDE INDÍGENA

Autores: Bianca Coelho Moura, Antônio Alves de Souza, Edson Oliveira Pereira, Maria Fátima de Sousa, Ana Valéria Machado Mendonça, Gislei Siqueira Knierim, Jorge Luiz Schirmer Mattos, André Luiz Dutra Fenner

Apresentação: O presente trabalho de pesquisa se propôs a analisar a discutir o processo de reorganização do controle social indígena a partir da criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) do Ministério da Saúde (MS), em 2010, destacando as estratégias adotadas, iniciativas promovidas pela gestão, além dos principais problemas enfrentados, buscando compreender o processo pelo qual o subsistema alcançou seus resultados, positivos e negativos, observando a dinâmica da intervenção estatal e os problemas concretos advindos da sua implementação. Trata-se de um estudo qualiquantitativo, que utilizou informações obtidas por meio de diversas fontes públicas no período de 2011 a 2015. Foi realizada análise de documentos, relatórios e informes técnicos produzidos pela SESAI, bem como relatórios de gestão da secretaria. Foi utilizado, também, informações de indicadores demográficos e socioeconômicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), bem como dispositivos legais, como, leis, portarias, decretos, além de pesquisas bibliográficas que se relacionaram com o tema abordado. Os resultados evidenciaram o fortalecimento das instâncias de controle social, observadas pelo contexto histórico da saúde indígena e, ainda, apresentadas em três categorias construídas a partir dos dados coletados, 1. Organização e caracterização do Controle Social; 2. Qualificação dos Conselheiros; e 3. Investimento, as quais apresentam os desafios e avanços evidenciados a partir dos achados. Concluiu-se com esta pesquisa que existe uma gama de desafios a ser enfrentado pela gestão da saúde indígena no Brasil, porém a criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde favoreceu de forma sistemática e estrutural o fortalecimento do controle social da saúde indígena, principalmente na regulamentação dos papeis de cada instância de controle, na capacitação e formação das conselheiras e conselheiros da saúde indígena, no crescente investimento nos programas e ações voltados ao controle social no subsistema e, ainda, na garantia do respeito aos processos democráticos estabelecidos pela organização do controle social da saúde indígena, representada hierarquicamente por suas instâncias colegiadas.

11451 O PERCURSO DO USUÁRIO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE RIO DAS OSTRAS: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE PESQUISA NO MESTRADO PROFISSIONAL EM ATENÇÃO PRIMÁRIA Á SAÚDE NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Juliana Caroline Dias de Araujo Pimentel, Karla Coelho

O PERCURSO DO USUÁRIO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE RIO DAS OSTRAS: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE PESQUISA NO MESTRADO PROFISSIONAL EM ATENÇÃO PRIMÁRIA Á SAÚDE NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Autores: Juliana Caroline Dias de Araujo Pimentel, Karla Coelho

Apresentação: A utilização do fluxograma analisador é uma ferramenta cartográfica que analisa o itinerário do usuário no momento que adentra a unidade de saúde até a sua saída, mostrando o processo de trabalho, pois tal fluxo identifica nós críticos, contribui no planejamento e reorganização, analisa o modelo assistencial, dispersa processo de autoanálise na equipe de saúde e serve como banco de dados, pois é a memória dos trabalhadores. Logo, o pós-graduando do mestrado profissional, participante de uma equipe multiprofissional discutindo ferramentas cartográficas no manejo do seu processo de trabalho, possibilita a reflexão de ações antes não questionadas que trazem afetos quando se entende o deslocamento do usuário dentro da unidade de saúde. Objetivo: Refletir acerca do percurso feito pelo usuário na Estratégia de Saúde da Família do Município de Rio das Ostras a partir de narrativas vividas na unidade de saúde. Desenvolvimento: Esta pesquisa vem sendo desenvolvida a partir da dissertação de mestrado pertencente ao Mestrado Profissional em Atenção Primária à Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro com o intuito de utilizar a abordagem cartográfica, a saber, o fluxograma analisador, no percurso do usuário na Estratégia de Saúde da Família. Irá tratar de uma pesquisa qualitativa, descritiva e pautada em um estudo de caso fictício. A metodologia de caso para ensino se desenvolve pela construção do conhecimento a partir da vivência de experiências específicas e significativas que afetam o pesquisador no campo da micropolítica e do trabalho vivo em ato. A metodologia de estudo de caso é uma excelente maneira de trazer uma abordagem holística e interativa para o ensino e a aprendizagem, sendo a abordagem orientada para perguntas e não baseada em soluções. Resultado: Espera-se afetar e ser afetado ao longo dos resultados desta pesquisa, já que a proposta é construir um caso que vá de encontro com a realidade vivida. Pretende-se, como resultado, construir o fluxograma analisador abordando os nós críticos encontrados e elucidar os dilemas a serem discutidos ao longo do estudo caso e do fluxograma analisador, construindo um mapa analítico referente as questões levantadas, pautas como a cartografia, a  interprofissionalidade e  relações de cuidado. Considerações finais: A pesquisa em questão, proveniente de um mestrado profissional, confronta de maneira empática o processo de trabalho em desenvolvimento pelos profissionais de saúde atuantes no local, despertando e ressignificando a atuação junto aos usuários. Tem-se a pretensão, após a produção desta pesquisa, gerar um retorno ao município e a comunidade, como maneira de educação permanente e/ou continuada na reflexão dos entraves e nós críticos levantados ao longo da pesquisa.

7494 GESTÃO DE PESSOAS E A SAÚDE DO SERVIDOR PÚBLICO: UMA REVISÃO
Jakelline Cipriano dos Santos Raposo, Maria Aldenise Barboza dos Santos, Lidianne Leite e Lira

GESTÃO DE PESSOAS E A SAÚDE DO SERVIDOR PÚBLICO: UMA REVISÃO

Autores: Jakelline Cipriano dos Santos Raposo, Maria Aldenise Barboza dos Santos, Lidianne Leite e Lira

Apresentação: A gestão de pessoas emergiu, no século XIX, a partir da revolução industrial, como forma de realizar recrutamentos mais seletivos para as demandas da indústria e contabilizar faltas e atrasos. Com o advento de pesquisas nas áreas da psicologia e sociologia relacionadas ao trabalho, a gestão de pessoas passou a incorporar outras práticas, aumentando o escopo das ações, que passaram de controle de frequência, pagamentos e admissões/demissões para (além desses) medicina e segurança do trabalho, qualidade de vida, relações trabalhistas, cargos e salários, capacitação dentre outros, contudo, as áreas de medicina e segurança do trabalho, mas principalmente de saúde e qualidade de vida ainda são uma lacuna na gestão de pessoas na administração pública. Este trabalho tem como objetivo realizar um levantamento sobre a adoção de práticas promotoras de saúde e qualidade de vida pela área de gestão de pessoas na administração pública brasileira. Desenvolvimento: Foi realizada uma revisão integrativa através do acesso à base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, no período de dezembro de 2019 a janeiro de 2020, utilizando as palavras-chave: “gestão de pessoas”; “saúde do servidor”, associadas entre si por meio do operador booleano AND. Foram incluídos os trabalhos publicados entre os anos de 2013 a 2019, no idioma português e que fossem realizados na administração pública brasileira. Foram excluídos os artigos duplicados e aqueles onde o serviço público era administrado por Organizações Sociais – OS. Resultado: A busca retornou cinco publicações, das quais duas foram duplicadas, e quatro se enquadraram nos critérios de inclusão. A maioria dos trabalhos foi publicada no ano 2016; com relação às áreas das revistas, os trabalhos foram publicados nas áreas de psicologia, interdisciplinar, saúde coletiva e enfermagem, sendo que esses dois últimos foram dissertações; dois não foram publicados em revistas com classificação qualis e os demais foram em revistas classificadas nos estratos B1 e B4. Diferentes métodos foram utilizados pelos pesquisadores, sendo eles: pesquisa observacional com diário de campo; intervenção com jogos psicodramáticos e rodas de conversas; curso de capacitação e pesquisa ação; duas pesquisas incluíram o SIASS como amostra. Os tópicos abordados foram diversos, incluindo: prática da pró-reitoria de gestão de pessoas; promoção à saúde; segurança e saúde do trabalhador e elaboração do planejamento do plano de saúde ocupacional. Considerações finais:  Foram encontrados poucos artigos envolvendo a gestão de pessoas nas práticas relacionadas à qualidade de vida de servidores públicos, apenas um investigou a elaboração de um planejamento para um plano de saúde do servidor, com os outros relatando ações pontuais (e por vezes descontínuas).