422: Vigilância, implantação e análise de serviços de saúde
Debatedor: Benedito Cordeiro
Data: 31/10/2020    Local: Sala 09 - Rodas de Conversa    Horário: 16:00 - 18:00
ID Título do Trabalho/Autores
6732 SÍNDROME DE BURNOUT ENTRE HOMENS TRABALHADORES DE BANANAL (SP)
Giulia Lemos de Almeida, Jorge Luiz Lima da Silva, Felipe dos Santos Costa, Ana Luísa de Oliveira Lima, Larissa Murta Abreu, Hikari Watanabe Ferreira, Bruna Cerqueira Bonan de Lima, Luiz Carlos dos Santos Bento

SÍNDROME DE BURNOUT ENTRE HOMENS TRABALHADORES DE BANANAL (SP)

Autores: Giulia Lemos de Almeida, Jorge Luiz Lima da Silva, Felipe dos Santos Costa, Ana Luísa de Oliveira Lima, Larissa Murta Abreu, Hikari Watanabe Ferreira, Bruna Cerqueira Bonan de Lima, Luiz Carlos dos Santos Bento

Apresentação: O ambiente ao qual o indivíduo se insere é um importante determinante social e pode determinar diversos outros fatores. A síndrome de burnout é considerada um fenômeno de caráter psicossocial e seu aparecimento está ligado a relações interpessoais estressantes que se deem de forma duradoura e sejam advindas do ambiente laboral. Objetiva-se investigar a suspeição da prevalência de síndrome de burnout entre o público masculino usuário do SUS de Bananal (SP). Desenvolvimento: estudo epidemiológico observacional, descritivo seccional. A amostra totalizou 370 participantes. Utilizou-se questionário autoaplicado, abordando aspectos do trabalho, de acesso ao sistema de saúde, medidas antropométricas, determinantes de saúde física e mental e aplicação da escala Maslach Burnout Inventory (MBI) para mensurar a Síndrome de Burnout. Foi realizada análise univarida, bivariada e multivariada. Resultado: utilizando como critério o desequilíbrio em ao menos uma das dimensões da escala, identificou-se a prevalência global de 53% (196 indivíduos) de suspeição para síndrome. Analisou-se ainda a prevalência global utilizando critério de outros dois autores, onde o alto esgotamento emocional e despersonificação e baixa realização profissional apresentou 12,4% (46 indivíduos) e apenas alta despersonificação apresentou 22,7% (84 indivíduos) de prevalência. De acordo com o modelo de regressão utilizado, e após ajustamento pelas potenciais variáveis de confundimento, mantiveram diferença estatística significativa e risco para a síndrome de burnout as variáveis: possuir companheiro (a) (RP = 1,10, IC95% = 1,053 - 3,658); ser provedor da família (RP = 9,50, IC95% = 6,431 - 23,452); etilismo regular (RP = 1,40, IC95% = 1,349 - 3,890). E como fatores de proteção: tabagismo (RP = 0,59, IC95% = 0,228 - 0,782); consumo de outras drogas (RP = 0,59, IC95% = 0,207 - 0,863); elevado número de refeições ao dia (RP = 0,56, IC95% = 0,237 - 0,661); e a realização de práticas integrativas e complementares (RP = 0,61, IC95% = 0,217 - 0,889). Considerações finais: A prevalência de suspeição para síndrome encontrada, embora de acordo com a literatura, é considerada elevada, o que reflete a vulnerabilidade da população masculina para o desfecho. A elevada adoção de práticas consideradas de risco, a baixa adesão do grupo a rede básica de saúde e o perfil sociocultural masculino são fatores determinantes para a instauração do desfecho. É necessária a adoção de políticas públicas centradas na saúde do homem, afim de aproximá-lo da rede básica e assim viabilizar a prática de medidas promotoras de saúde, reduzindo a prevalência do desfecho e seus agravos associados.

6749 ATIVIDADE FÍSICA E FATORES ASSOCIADOS DOS POVOS WAPICHANA E MACUXI DA COMUNIDADE INDÍGENA TABALASCADA, RORAIMA
Jayne Barros Cardoso, Mayara Suerlita Costa, Tiótrefis Gomes Fernandes, Inês Amanda Streit

ATIVIDADE FÍSICA E FATORES ASSOCIADOS DOS POVOS WAPICHANA E MACUXI DA COMUNIDADE INDÍGENA TABALASCADA, RORAIMA

Autores: Jayne Barros Cardoso, Mayara Suerlita Costa, Tiótrefis Gomes Fernandes, Inês Amanda Streit

Apresentação: Os determinantes para a prática de atividade física consideram valores sociais, culturais, ambientais e econômicos. Estes têm sido amplamente abordados entre e dentre vários contextos urbanos, no entanto, pouco se sabe o quanto as de atividades físicas e práticas corporais estão vinculadas à situação atual da saúde dos povos indígenas na Amazônia, ao passo que se considerarmos as singularidades socioculturais que estas comunidades apresentam é de se esperar que os determinantes da atividade física sejam diferentes e guardem peculiaridades. Conhecer a atividade física e práticas corporais presentes nestas localidades é importante para elaborar intervenções públicas com abordagens orientadas a partir da perspectiva sociocultural de cada povo, garantindo a qualidade de vida das populações indígenas. Neste sentido o objetivo deste estudo foi verificar o nível de atividade física e os fatores associados no contexto indígena da comunidade Tabalascada, Roraima. Desenvolvimento: Esse estudo caracteriza-se como transversal de base populacional. Os dados foram coletados entre dezembro de 2018 e março de 2019 na comunidade indígena Tabalascada, zona rural do município de Cantá, Estado de Roraima. Determinaram-se como elegíveis todos os moradores das etnias Wapichana e Macuxi com idade igual ou maior a 20 anos, totalizando 295 indivíduos. A definição da idade para o estudo se deu por motivo dos instrumentos utilizados não serem adequados à adolescentes e crianças, e ter 20 anos ou mais foi a estratificação da população adulta mais próxima disponibilizada pelo Distrito Sanitário Especial Indígena - DSEI Leste de Roraima. Este trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa/ Comissão Nacional de Ética na Pesquisa - CEP/CONEP, aprovado sobre o Parecer: nº 3.025.270. O nível de atividade física foi mensurado por meio do Questionário Internacional de Atividade Física - IPAQ versão longa, instrumento autorrelatado. Foi calculado o tempo gasto em atividades físicas em uma semana a partir da frequência e duração das atividades em quatro domínios: trabalho, deslocamento, tarefas domésticas e lazer. Para a coleta de dados pelo IPAQ foram realizadas adaptações nos comentários introdutórios das questões do questionário, incluindo a menção de atividades culturais entre os domínios, tais como atividades de roça, ajurí, caçar, pescar e jogos indígenas. Os relatos das atividades geraram dados contínuos em MET-min, permitindo classificar o indivíduo em 3 níveis de atividade física: baixo ( 600 MET-min), moderado (600-3000 MET-min) e alto (3000 MET-min). O nível de atividade física foi dicotomizado, sendo categorizado como ativos fisicamente os indivíduos classificados em moderado e alto e considerados inativos fisicamente os indivíduos classificados em baixo nível de atividade física. O desfecho do estudo considerou apenas indivíduos ativos. As variáveis independentes avaliadas foram sexo (masculino; feminino), idade (20–39 anos; 40–59 anos; 60 anos ou mais), escolaridade (até 5 anos; 6–9 anos; 10 anos ou mais), ocupação (sem ocupação; trabalho de subsistência; trabalho formal), renda mensal (até ½ salário mínimo; gt; ½ até 2 salários; gt; 2 salários), participação nas atividades corporais da comunidade (não participa; participa), auto percepção de saúde (ótima; boa; ruim), doença crônica não transmissível autorreferida (presença; ausência) e Índice de Massa Corporal (IMC) (baixo peso ou normopeso; sobrepeso; obesidade). Para análise dos dados foi realizada a descrição dos dados por meio de frequência absoluta e relativa das variáveis categóricas. A análise descritiva foi feita através do teste Qui-Quadrado (P 0,05). Para verificar a associação entre as variáveis independentes e os desfechos foi aplicada Regressão Logística, a fim de determinar as razões de chance para atividade física. Para a análise multivariada foram incluídas, nos modelos, todas as variáveis que apresentaram um P 0,20 nas análises bivariadas. Utilizou-se o método Backward de entrada de variáveis, eliminando-se àquelas que não obtiveram valores significativos no modelo ajustado. Para determinar a qualidade do ajuste das variáveis no modelo final foram observados os valores do teste de Hosmer e Lemeshow, o qual foi também levado em consideração na escolha dos modelos finais. O intervalo de confiança adotado foi de 95%. Os dados foram analisados no pacote estatístico SPSS (versão 20.0). Resultado: Dos 295 indivíduos elegíveis para o estudo, 264 (89,5%) responderam ao questionário, destes 85,9% pertenciam a etnia Wapichana e 14,1% a etnia Macuxi. Dos 38 indivíduos que não participaram, 16 pessoas foram recusas e outras 22 perdas por pessoas não localizadas, doentes ou hospitalizadas, limitações aparentes (ingestão de álcool) e grávidas. A maior parte dos participantes do estudo eram indivíduos do sexo masculino (53,0%), tinham idade entre 20 e 39 anos (53,8%), estudaram de 6 a 9 anos (37,5%), tinham o trabalho de subsistência como principal ocupação (46,6%), renda entre ½ salário à 2 salário mínimos (50%), participavam das atividades culturais da CIT (72,3%), percepção de saúde boa (59,5%), ausentes de doenças autorreferidas (76,5%) e foram classificados com sobrepeso (40,9%). A prevalência de ativos fisicamente na comunidade Tabalascada foi de 66,7%. Na análise bivariada, a atividade física diferiu significativamente entre a variável sexo (p=0,001), ocupação (p 0,001) e participação de atividades culturais na comunidade (p 0,001). Após ajustes, permaneceram no modelo com valores significativos as variáveis ocupação (p 0,001) e participação nas práticas corporais da CIT (p=0,003). Os resultados mostraram que os moradores que realizaram o trabalho de subsistência apresentaram OR= 4,37 (IC95%: 2,27-8,40) em relação aos indivíduos sem ocupação. A variável participar de atividades da comunidade evidenciaram que participar das práticas corporais da comunidade aumentaram as chances de realizar atividade física, em que os indivíduos que foram participativos apresentaram OR=2,48 (IC95% 1,36-4,53) em relação aos indivíduos não participativos. Considerações finais: Este estudo permitiu inferir a importância substancial de verificar as singularidades das práticas corporais indígenas relacionadas ao nível de atividade física, bem como os fatores associados, visto as práticas corporais presentes na comunidade Tabalascada terem sido evidenciadas como primordiais para a realização de atividade física na localidade e que a atividade de subsistência por meio da agricultura é elementar para o comportamento da atividade física identificada. Por fim, sugere-se a realização de novas aproximações científicas em outros contextos indígenas da região Amazônica, com o intuito de ampliar o conhecimento sobre os aspectos relacionados à saúde destas populações e, desta forma, contribuir com outros elementos para uma maior acurácia das interpretações acerca desses povos tradicionais da região. Defende-se, portanto, que é exatamente por meio dessas iniciativas que novos entendimentos poderão ser oferecidos e devidamente coligidos em prol das medidas consistentes e efetivas do poder público sobre estas comunidades indígenas na Amazônia.

6810 ATUAÇÃO DA ENFERMEIRA NA PROMOÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE AMBIENTAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Denise Lima Magalhães, Cinoélia Leal de Souza, Elaine Santos da Silva, Ane Carolline Donato Vianna, Gabriella Pimentel Marques, Anne Layse Araújo Lima, Jaqueline Lopes Prates, Daniela Teixeira de Souza

ATUAÇÃO DA ENFERMEIRA NA PROMOÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE AMBIENTAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: Denise Lima Magalhães, Cinoélia Leal de Souza, Elaine Santos da Silva, Ane Carolline Donato Vianna, Gabriella Pimentel Marques, Anne Layse Araújo Lima, Jaqueline Lopes Prates, Daniela Teixeira de Souza

Apresentação: As questões de saúde referentes a Atenção Primária ganharam enfoque a partir da Conferência de Alma Ata, em 1978, na qual nações perceberam a importância e os impactos causados pelas ações realizadas nesse nível de atenção à saúde. Desta forma, o Brasil começou a desenvolver políticas de reorganização de seu modelo de saúde, direcionando os primeiros subsídios para a Atenção Primária. Nesta perspectiva, a Estratégia Saúde da Família se configura, atualmente, como a principal tática no âmbito da Atenção Primária à saúde, possui como objetivo principal a assistência integral ao indivíduo, família e comunidade, além de melhorar a qualidade de vida e autonomia dos usuários de acordo aos condicionantes e determinantes da saúde. Formada por uma equipe multiprofissional, a qual possibilita a reorganização da Atenção Primária, há a participação da enfermeira, que realiza promoção da saúde, prevenção das doenças e agravos além da assistência direta e gerenciamento da unidade. Visto o caráter de promoção da saúde em saúde da família, as atividades de natureza educativa promovidas pela enfermeira, como educação em saúde e educação em saúde ambiental, tornam-se imprescindíveis para alcançar os objetivos propostos para a Estratégia Saúde da Família. Ademais, como aponta a Organização Mundial de Saúde, a saúde ambiental é intrínseca a todos os aspectos da saúde humana, relacionada à qualidade de vida, fatores químicos, físicos, biológicos, culturais, sociais, bem como avaliações e controle de fatores ambientais que podem acometer a vida. Percebe-se, portanto, que para educar no âmbito da Estratégia Saúde da Família, a enfermeira deve aplicar estes conhecimentos a favor da saúde da comunidade. Deste modo, esse estudo objetivou identificar as ações realizadas pela enfermeira na promoção e educação da saúde ambiental. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo de caráter qualitativo exploratório, no qual foram entrevistadas onze enfermeiras atuantes na Estratégia de Saúde da Família do município de Guanambi (BA)-Brasil. Os dados foram coletados através de entrevistas individuais que ocorreram nas unidades de saúde, no ano 2017, com o auxílio de um questionário semiestruturado, flexível ao andamento da entrevista, instrumento este, composto por questões referentes as orientações sobre aspectos ligados a saúde e ao meio ambiente, proteção do meio ambiente, além das orientações de educação em saúde direcionadas para a população. Os dados foram analisados segundo a técnica de análise de conteúdo, que foi dividida em três etapas: ordenação dos dados coletados, identificação dos profissionais por número e posterior transcrição da entrevista, e por fim, foi realizado o agrupamento dos resultados por categorias para facilitar a análise e descrição dos resultados. A pesquisa foi realizada de acordo com a resolução n. 466 de 2012, do Conselho Nacional de Saúde, aprovada pelo Comitê de ética e Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e aprovado no dia 05 de dezembro do ano 2017, sob o protocolo CAAE: 79882217.8.0000.0055 e todas as participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultado: das onze enfermeiras entrevistadas 90,9% eram do sexo feminino com faixa etária entre 20 a 60 anos e em sua maioria, correspondendo a 54,5% das entrevistadas trabalhavam a um ano nessa Estratégia Saúde da Família. Estas profissionais relataram que possuem maior contato com a comunidade por meio da assistência direta durante as consultas de enfermagem, na qual gestantes, puérperas, crianças e pacientes no geral são assistidos e, esse momento é aproveitado para realizar orientações de educação em saúde. A Atenção Primária a saúde foi criada com caráter preventivista, com finalidade de educar as pessoas para que estas adquiram autonomia e previnam-se, não adoecendo, desta forma, denota-se a grande importância das ações de promoção e educação em saúde promovidas pelas enfermeiras. A relação existente entre saúde e meio ambiente é inquestionável, deste modo, deve ser discutida e trabalhada pela Atenção Primária, indagando-se sempre sobre a interação entre o indivíduo e as condições do meio ao qual está inserido, especialmente quando este favorece ao desenvolvimento de enfermidades. Em relação a educação em saúde ambiental promovida nos domicílios, através de visitas domiciliares, e em forma de mutirão para prevenção da dengue e demais doenças ambientais, 63,6% das entrevistadas relataram fazer educação em saúde abordando questões referentes a água e lixo, 27,2% não realizam orientações de educação em saúde ambiental, realizam somente quando necessário ou em época de chuvas na região. Os outros 9% seguem os programas disponíveis na unidade de saúde. As entrevistadas, no entanto, não relacionaram a água, também, como uma possível transmissora de doenças parasitárias, notou-se ainda que, em relação a segunda parcela que afirmou não realizar educação em saúde ambiental rotineiramente e, se realizadas, somente perante a necessidade, esta conduta remete ao modelo curativista, que atua tão somente no momento em que os problemas de saúde já estão instalados no território contrariando os objetivos para este nível de atenção, que preconiza, acima de tudo, a promoção e prevenção de doenças e agravos a saúde humana.  Em seguida foi questionado sobre a participação das mesmas em algum curso ou capacitação sobre os impactos ambientais na saúde, todavia, 100% das enfermeiras afirmaram nunca ter participado de capacitações voltadas para essa temática. Fato este que compromete a qualidade das ações de promoção e educação em saúde ambiental, uma vez que, as profissionais não são preparadas de forma adequada para essa atividade. Por último, perguntou-se as integrantes do estudo quais eram as barreiras ambientais da sua área de atuação, contudo 63,6% responderam não saber o que são barreiras ambientais e somente 36,3%, responderam positivamente e com exemplos de barreiras ambientais em seu território. No estudo em questão, considerou-se como barreiras ambientais aquelas que estão associadas ao acesso à saúde, levando-se em conta os fatores como infraestrutura, configuração geográfica, as necessidades ambientais, as necessidades das pessoas, o acesso dificultado à bens e serviços básicos, como saúde, educação, saneamento e demais condições que afetam a saúde e bem-estar da população, ressaltando-se que o meio ambiente é um fator determinante para a saúde humana. Considerações finais: Quando se fala em saúde, o meio ambiente é indissociável e de valiosa importância para uma boa qualidade de vida, por conseguinte as ações de promoção e educação em saúde ambiental na Estratégia Saúde da Família são de extrema relevância para o bom desenvolvimento da saúde da comunidade, uma vez que a educação em saúde capacita o indivíduo a obter uma melhor qualidade, autonomia e, consequentemente, amplia o processo de participação popular. Percebe-se que a educação em saúde ambiental leva o indivíduo a ter uma reflexão crítica de sua condição no ambiente ao qual está inserido. Desta forma, a enfermeira, quanto profissional da Atenção Primária deve promover a educação ambiental, disseminando conhecimentos acerca deste assunto com a comunidade, seja durante momentos de assistência dentro da unidade de saúde ou em campo junto à comunidade durante as visitas domiciliares, gerando, assim, impactos positivos a vida e saúde da população. Referências: LEONELLO, V. M.; VIEIRA, M. P. M.; DUARTE, T. C. R. Competências para ação educativa de enfermeiras da estratégia de saúde da família. Rev. Bras Enferm [internet], v.71, n. 3, pg. 1136-42, 2018.

6855 AS PRÁTICAS DE TERRITORIALIZAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Lucas Toriyama Ribeiro, Ítalo Ricardo Santos Aleluia, Pâmela Lorrane Ribeiro da Silva, Andrey Santos de Jesus

AS PRÁTICAS DE TERRITORIALIZAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Autores: Lucas Toriyama Ribeiro, Ítalo Ricardo Santos Aleluia, Pâmela Lorrane Ribeiro da Silva, Andrey Santos de Jesus

Apresentação: A territorialização é processo central da Atenção Primária à Saúde para identificação das necessidades sociossanitárias do território e há lacuna de sistematização dos fatores restritivos e facilitadores das práticas de territorialização na APS. Apresenta-se aqui, um capítulo da monografia intitulada “Territorialização em saúde na Atenção Primária: determinantes locais e relações de poder em um município do oeste da Bahia”. Realizou-se revisão integrativa da literatura de estudos empíricos publicados em língua inglesa e portuguesa, nas bases Scielo, Lilacs, BVS e PubMed. Utilizou-se como descritores, “territorialização”; “atenção básica” e “atenção primária à Saúde” e, como MeSH terms, “territory”; “primary health care”; “rural population”; “population”; “health management”; “organization and administration”. Incluiu-se estudos sobre cadastramento domiciliar e familiar, mapeamento territorial, análise situacional de saúde e determinantes locais da territorialização. Excluiu-se documentos normativos, ensaios e artigos de opinião. No âmbito internacional selecionou-se 384 estudos, dos quais nenhum atendeu aos critérios de inclusão por assumirem um discurso essencialmente propositivo e por negligenciarem o papel da APS centrada no território e enfocarem uma APS de caráter ambulatorial. Já no âmbito nacional foram selecionados 318 estudos, dos quais 29 atenderam aos critérios de inclusão, mas dois deles foram excluídos por não estarem disponíveis na integra, restando 27 estudos incluídos. Identificamos uma predominância de relatos de experiência e estudos empíricos com investigações em cenários municipais. Os objetos de investigação mais frequentes eram a avaliação do grau de implantação das ações de territorialização, a análise da percepção e do perfil dos trabalhadores da APS para realização desse tipo de prática em saúde. Foi recorrente os estudos relacionarem a territorialização aos princípios doutrinários do Sistema Único de Saúde, enquanto processo que facilita a acessibilidade, a universalidade e a integralidade. Há dificuldades de implementação das práticas de terrerritorialização com enfoque intersetorial, sobretudo quanto à integração do setor saúde com a assistência social para o levantamento das necessidades territoriais e planejamento de intervenções. Barreiras geográficas e problemáticas locais relativas às relações interprofissionais de poder, também foram identificados como fatores restritivos para as práticas de territorialização. Alguns estudos apontaram a territorialização como processo potencial para o planejamento e monitoramento de ações de saúde do trabalhador e combate à dengue; outros destacam o papel da territorialização na integração da APS com serviços especializados, para reorientação do modelo de atenção à saúde, além da análise e respeito as territorialidades, aspectos culturais e históricos como estratégia para promoção da saúde. Identificamos importante lacuna de recortes investigativos dos condicionantes locais, os atores desse processo e das relações de poder no processo de territorializar a saúde. Destacamos, portanto, a necessidade de análises políticas da territorialização na APS para romper com objetos de investigação superficiais, centrados no senso comum e nas propostas ideológicas dos documentos normativos, que pregam a territorialização como processo estritamente técnico e cooperativo, subestimando a dinâmica política local do território e suas contradições.

6891 ESQUEMA DE IMUNIZAÇÕES REALIZADAS POR GESTANTES ATENDIDAS NO PRÉ-NATAL PELO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Isabelle Barros Sousa, Ana Karen de Sousa Alves, Fabian Elery Teixeira da Rocha, Adriana Da Cunha Menezes Parente, Richardson Lopes Bezerra, Mônia Muriel Nery Esteves, Samila Gomes Ribeiro, Victórya Suéllen Maciel Abreu

ESQUEMA DE IMUNIZAÇÕES REALIZADAS POR GESTANTES ATENDIDAS NO PRÉ-NATAL PELO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Autores: Isabelle Barros Sousa, Ana Karen de Sousa Alves, Fabian Elery Teixeira da Rocha, Adriana Da Cunha Menezes Parente, Richardson Lopes Bezerra, Mônia Muriel Nery Esteves, Samila Gomes Ribeiro, Victórya Suéllen Maciel Abreu

Apresentação: A iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) foi a inclusão da mortalidade materna como uma das metas a serem atingidas entre os 17 Objetivos Para Mudar Nosso Mundo. Diante disso, segundo o Ministério da Saúde, o acompanhamento pré-natal (PN) pode atenuar os índices de mortalidade materna e infantil, visto que durante a assistência, o profissional observa e educa quanto aos hábitos e estilo de vida, além da proteção e da prevenção de eventos adversos, como incentivar a gestante manter o calendário de imunizações em dia. À vista disso, objetiva-se avaliar os níveis de cobertura vacinal de gestantes atendidas no Pré-Natal pelo SUS. Desenvolvimento: Estudo transversal e descritivo, com 205 mulheres em pós-parto à termo, em alojamento conjunto, internadas em uma maternidade de referência do Piauí. Trabalho de parto com idade gestacional inferior a 37 semanas foi um critério de exclusão. Utilizou-se um formulário elaborado pelos pesquisadores, pautado pelo Ministério da Saúde (MS), abordando questões relativas a informações contidas no cartão pré-natal, como esquema de imunizações realizadas. A coleta foi realizada no primeiro semestre de 2018 com aprovação do CEP-UFPI nº 2.504.698 e CAAE: 1 81905417.3.0000.5214. Resultado: No que se refere às imunizações, a maior parte das puérperas realizou o esquema de cobertura para Hepatite B (85,9%) e dT (87,8%), considerando a realização do esquema completo, ou incompleto (em tempo) e dTpa (82%). Já a cobertura para Influenza abrangeu 58% das mulheres. Recomenda-se ainda que a gestante esteja imunizada, não somente para sua proteção, mas também para a proteção do feto, e que ao final do período gestacional, a gestante esteja com a cobertura vacinal completa, a saber, as vacinas para hepatite B, dT (difteria e tétano), dTpa (difteria, tétano e coqueluche) e Influenza, caso esteja em época de campanha. Segundo Tomasi et al (2017), em estudo nacional, 97% das gestantes atendidas na rede pública atualizaram o esquema vacinal antitetânico, enquanto neste estudo o percentual encontrado foi de 87,8%. A cobertura para hepatite B mostrou-se ampla no Estado do Piauí, o que diverge de estudo realizado em outra região, em que verificou-se acesso limitado a esta vacinação (Espíndola, Mesenburg e Silveira, 2014). Considerações finais: Portanto, conclui-se que a cobertura de imunizações foi considerada satisfatória, salvo a Influenza que apresentou um percentual abaixo dos demais estudos nacionais. Salienta-se a necessidade de avaliações e discussões contínuas sobre a imunização com os profissionais das instituições que prestam esse serviço à população, uma vez que é possível identificar lacunas, como o acesso limitado a vacinas, além da necessidade para implementação de medidas que possam contribuir com a melhora efetiva desse segmento, conduzindo a índices maternos e neonatais favoráveis.

7042 A IMPORTÂNCIA DA TEORIA TRANSCULTURAL NO ATENDIMENTO PRÉ-OPERATÓRIO DE PACIENTES INDÍGENAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Bruna Larissa Pinto Rodrigues, Mariana Souza de Lima, Alessandra Silva Pantoja, Gabriela Rocha Reis, Larissa Ribeiro de Souza

A IMPORTÂNCIA DA TEORIA TRANSCULTURAL NO ATENDIMENTO PRÉ-OPERATÓRIO DE PACIENTES INDÍGENAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Bruna Larissa Pinto Rodrigues, Mariana Souza de Lima, Alessandra Silva Pantoja, Gabriela Rocha Reis, Larissa Ribeiro de Souza

Apresentação: A Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas determina o reconhecimento da diversidade cultural e respeito dos seus sistemas tradicionais como abordagem fundamental para a execução de ações e projetos de saúde adequados ao contexto local. Nessa lógica, a Teoria Transcultural de Leininger busca proporcionar um serviço de atendimento holístico e eficaz para as pessoas de acordo com seus valores culturais, singularidades e processo saúde-doença. À vista disso, o centro cirúrgico tem uma dinâmica que propicia atitudes pouco humanizadas devido a precisão da intervenção, urgência e risco iminente, representando um desafio aos profissionais da área.  Dessa forma, a fim de prestar um cuidado integral, a equipe de saúde deve estar munida de competências para identificar, valorizar e articular as práticas tradicionais de saúde dos povos indígenas. Sendo assim, o objetivo do presente estudo é analisar a dinâmica de atendimento pré-operatório ao paciente indígena, sob a ótica da enfermagem transcultural. Desenvolvimento: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado por discentes de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará durante estágio curricular no centro cirúrgico de um hospital do município de Belém (PA), em novembro de 2019. A unidade, apesar de ser referência materno-infantil, atende a outros perfis assistenciais, entre eles a atenção à saúde do adulto, oferecendo suporte também a pacientes indígenas. Vale ressaltar que, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)- Censo Demográfico 2010, a Região Norte concentra aproximadamente 38% dos povos indígenas do Brasil, com cerca de 51.217 no estado do Pará. O atendimento possibilitou a identificação das necessidades humanas afetadas e as peculiaridades do usuário, permitindo uma troca de saberes e aspectos culturais entre o paciente, familiar e acadêmicos de enfermagem. Resultado: Um dos elementos essenciais para conduzir a formação do enfermeiro no cenário amazônico é reconhecer a realidade de atendimento pré-operatório a diferentes grupos étnicos, pautando-se em um cuidado atrelado à diversidade. Durante a vivência verificou-se a importância de relacionar a teoria em questão com a prática diária por meio de capacitação dos recursos humanos, incidindo diretamente na atuação em contextos interculturais, uma das competências para implementação dos princípios de Leininger. A atmosfera que envolve o paciente durante o pré-operatório pode incluir sentimentos como medo, insegurança e na perspectiva da humanização, o usuário deve ser acolhido e visto com empatia em sua totalidade. É importante destacar que a dificuldade de compreensão das línguas indígenas e adequação aos costumes ainda são recorrentes pelos profissionais, sendo essencial que o enfermeiro apresente habilidades comunicativas e escuta qualificada ao lidar com povos diversos, assistindo de forma culturalmente competente, resolutiva e sem imposições. Considerações finais: Fica evidente, portanto, que o enfermeiro enquanto responsável pelo cuidado e membro da equipe multiprofissional tem papel imprescindível durante o pré-operatório ao atuar com base na interculturalidade no manejo do processo saúde-doença, permitindo a construção de um plano de cuidados congruente ao contexto étnico, e individualizado ao contemplar as necessidades biopsicossociais do usuário, com maior eficácia na abordagem terapêutica e na assistência prestada.

7076 NÚMEROS NA SAÚDE PÚBLICA: A PESQUISA COMO ESTRATÉGIA PARA A GARANTIA DO ACESSO DOS USUÁRIOS
Claudia Lima Monteiro

NÚMEROS NA SAÚDE PÚBLICA: A PESQUISA COMO ESTRATÉGIA PARA A GARANTIA DO ACESSO DOS USUÁRIOS

Autores: Claudia Lima Monteiro

Apresentação: As informações sobre os sujeitos que utilizam os serviços públicos de saúde são fundamentais para subsidiar o planejamento e o desenvolvimento de ações estratégicas em saúde. É fundamental conhecer os territórios locais e favorecer o acesso dos usuários aos equipamentos de saúde.  Desenvolvimento: O objetivo do artigo é apresentar análises sobre a demanda de atendimento do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) de Diadema, local de atuação profissional desta autora. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, com dados sobre a demanda de 4.626 usuários, atendidos em 652 grupos de Orientação e realizados no período de 2006 a 2015. O CEREST Diadema é um equipamento municipal de atenção especializada a trabalhadores com suspeita de adoecimentos relacionados ao trabalho. Resultado: e análises: Foi constatada a predominância da demanda espontânea (52,03%), o que indica a pertinência deste serviço especializado em não restringir o atendimento a encaminhamentos   por profissionais dos serviços de saúde. Tal procedimento atende aos princípios do SUS de integralidade, universalidade e acesso. Em segundo lugar, visualiza-se o encaminhamento pela rede pública municipal de saúde (32,12%). Pressupomos que esta colocação seja resultante das ações de matriciamento em saúde do trabalhador, realizadas em Diadema a partir do ano de 2010. A seguir, notam-se os pequenos números de encaminhamentos por advogados autônomos (4,57%), sindicatos (4,45%), Instituto Nacional de Previdência Social(INSS) (3,63%), serviços privados de saúde (2,40%) e outros (0,80%). Por estes dados, percebemos a necessidade de uma maior aproximação com os sindicatos da região e com os INSS, considerando a vinculação   destes dois órgãos com a área de saúde do trabalhador. Considerações finais: Essa pesquisa contribuiu para o conhecimento da demanda por atendimento no CEREST Diadema e para o planejamento de ações municipais na área de saúde do trabalhador, visando a garantia do acesso e da promoção do cuidado integral aos trabalhadores. Enfatiza-se a necessidade de cruzamento dos dados desta pesquisa com outras informações existentes nos prontuários para ampliação das análises realizadas.

7237 PERFIL DAS VÍTIMAS DE ACIDENTES E VIOLÊNCIAS ATENDIDAS PELO SAMU 192 NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Luciana Carrupt Machado Sogame, Simone Karla Apolonio Duarte, Julianna Vaillant Louzada Oliveira, Leonardo França Vieira, Caio Duarte Neto

PERFIL DAS VÍTIMAS DE ACIDENTES E VIOLÊNCIAS ATENDIDAS PELO SAMU 192 NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Autores: Luciana Carrupt Machado Sogame, Simone Karla Apolonio Duarte, Julianna Vaillant Louzada Oliveira, Leonardo França Vieira, Caio Duarte Neto

Apresentação: Os acidentes e violências, também denominadas causas externas, vêm representando um grande problema para a saúde pública no cenário mundial e não é diferente no Brasil e no Espírito Santo. Os acidentes e violências são considerados um problema social à medida que exercem um grande impacto sobre os anos potenciais de vida perdidos na população e também repercutem de forma importante nos custos do Sistema Único de Saúde (SUS). O enfrentamento desta questão, demanda esforços coordenados e sistematizados de diferentes segmentos governamentais, sociais e da população em geral. Diante disto, este estudo se propôs a identificar o perfil, as principais causas de morbimortalidade e as instituições de saúde de destino da população assistida pelo SAMU Desenvolvimento: Pesquisa transversal caracterizada por coleta de dados retrospectiva, com análise dos atendimentos dos pacientes agudamente enfermos em consequência acidentes de transporte terrestres e outras causas externas. Realizou-se o cálculo da amostra considerando o total de atendimentos de 2015, sendo que foram coletados informações de 2502 Boletins de ocorrência, dos quais 883 foram em decorrência de acidentes de transportes terrestre e outras causas externas, nos 17 municípios da área de abrangência do SAMU em 2015. Foram coletados as variáveis sócio-demográficas: sexo, idade em anos e Município da ocorrência. Variáveis identificadoras de atendimento: dia da semana, turno de solicitação, mecanismo do trauma (agressão, queda, acidente de transporte terrestre, queimadura e afogamento); tipo de agressão (violência física, arma de fogo e arma branca); tipo de acidente de trânsito (colisão, atropelamento e queda de veículo em movimento) e óbito no local. Classificação do grau de urgência, tipos de resposta enviadas, gravidade real (maior ou menor risco) e destino das ocorrências. Realizou-se análise descritiva dos dados. Resultado: Do total das ocorrências atendida 35% foram em decorrência de acidentes de transporte terrestre e outras causas externas, sendo que dos 883 pacientes 50% foram vítimas de acidente de transporte terrestre, 33% sofreram quedas, 12% foram vítimas de agressão, 5% outras causas. Das vítimas de acidente de transporte terrestre 61% foram em decorrência de colisão, enquanto a queda de veículo em movimento e atropelamento foram 24% e 15% respectivamente. Das vítimas de agressão 41% foram em decorrência de violência física, 36% em decorrência de arma de fogo e 23% por arma branca. A média de idade foi de 39.7 ± 20 anos. A maioria da população estudada era do sexo masculino (71%), socorridas na região de Vitória (82%), no período diurno (65%), durante a semana (67%), foram classificados de amarelo (74%), receberam suporte básico (86%), foram avaliadas no local do acidente com risco mínimo (91%), foram transportados para uma Instituição de saúde e sobreviveram 96%.  Considerações finais: O acidente de transporte terrestre em decorrência de colisão é a principal causa de chamado do SAMU e a maioria das vítimas são homens, socorridos no  período diurno, durante a semana, foram classificados de amarelo, receberam suporte básico, foram avaliadas no local do acidente com risco mínimo, transportados para uma instituição de saúde e sobreviveram 96%. Apoio financeiro: Fases

7254 FATORES ASSOCIADOS À ACIDENTES DE TRANSPORTE TERRESTRES E OUTRAS CAUSAS EXTERNAS EM VÍTIMAS ATENDIDAS PELO SAMU 192 NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Luciana Sogame, Julianna Vaillant Louzada Oliveira, Simone Karla Apolonio Duarte, Leonardo França Vieira, Caio Duarte Neto

FATORES ASSOCIADOS À ACIDENTES DE TRANSPORTE TERRESTRES E OUTRAS CAUSAS EXTERNAS EM VÍTIMAS ATENDIDAS PELO SAMU 192 NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Autores: Luciana Sogame, Julianna Vaillant Louzada Oliveira, Simone Karla Apolonio Duarte, Leonardo França Vieira, Caio Duarte Neto

Apresentação: Os acidentes de transporte terrestres são considerados atualmente uma das mais frequentes causas externas de morbidade e mortalidade e vêm representando um grande problema para a saúde pública no Brasil e principalmente no Espírito Santo. O atendimento pré-hospitalar móvel tem fundamental importância no atendimento destas vítimas. A fim de prestar esse serviço, o Brasil dispõe do SAMU 192 criado pelo Ministério da Saúde. O SAMU 192 da Região Metropolitana da Grande Vitória foi inaugurado oficialmente pela SESA em 2006 e atualmente atua em 18 municípios. Diante disto, este estudo se propôs a comparar as características das vítimas de acidentes de transporte terrestres e outras causas externas da população assistida pelo SAMU Desenvolvimento: Pesquisa transversal caracterizada por coleta de dados retrospectiva, com análise dos atendimentos dos pacientes agudamente enfermos em consequência de acidentes de transporte terrestres e outras causas externas. Realizou-se o cálculo da amostra considerando o total de atendimentos de 2015, sendo que foram coletados informações de 2502 Boletins de ocorrência, dos quais 883 foram em decorrência de acidentes de transportes terrestre e outras causas externas, nos 17 municípios da área de abrangência do SAMU em 2015. Foram coletados as variáveis sócio-demográficas: sexo, idade em anos e Município da ocorrência. Variáveis identificadoras de atendimento: dia da semana, turno de solicitação, mecanismo do trauma (agressão, queda, acidente de transporte terrestre, queimadura e afogamento); tipo de agressão (violência física, arma de fogo e arma branca); tipo de acidente de trânsito (colisão, atropelamento e queda de veículo em movimento) e óbito no local. Classificação do grau de urgência, tipos de resposta enviadas, gravidade real (maior ou menor risco) e destino das ocorrências. Realizou-se Teste do qui-quadrado. Resultado: Do total das ocorrências atendida 35% foram em decorrência de acidentes de transporte terrestres e outras causas externas, sendo que dos 883 pacientes 50% foram vítimas de acidente de transporte terrestre, 33% sofreram quedas, 12% foram vítimas de agressão, 5% outras causas. Ao se realizar a análise univariada verificou-se que os acidentes de transporte terrestres foram associados aos adultos (p 0,00), com gravidade presumida amarela (p=0,01); risco mínimo (p=0,02) e não evoluíram para o óbito (p 0,00). Enquanto as outras causas externas foram associadas aos idosos (p 0,00), com gravidade presumida verde e azul (p 0,01), pouca chance de sobrevida (p 0,02) e evoluíram para o óbito (p 0,00).  Considerações finais: Faz-se necessário esforços por parte das autoridades, utilizando-se de políticas de prevenção, proteção, assistência e reabilitação, no intuito de reduzir a mortalidade e morbidade causadas pelos acidentes de transportes terrestres e outras causas externas. Por essa razão, acreditamos que conhecer as diferenças entre as ocorrências que caracterizam as causas externas na população assistida pelo SAMU (ES) fomentará no aperfeiçoamento e especificidade da triagem e do atendimento pré-hospitalar. Apoio financeiro: Fases

7382 TÉTANO ACIDENTAL NO ESTADO DO PARÁ, ENTRE 2014 E 2018 NOTIFICADOS PELO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO
Matheus Sallys Oliveira Silva, Lara Maria Martins Pereira, Adjanny Estela Santos de Souza

TÉTANO ACIDENTAL NO ESTADO DO PARÁ, ENTRE 2014 E 2018 NOTIFICADOS PELO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO

Autores: Matheus Sallys Oliveira Silva, Lara Maria Martins Pereira, Adjanny Estela Santos de Souza

Apresentação: O tétano acidental é uma doença infecciosa, comumente de início agudo, grave, não contagiosa, decorrente do binômio solução de continuidade de pele/ mucosa e contaminação do bacilo Clostridium tetani. Clinicamente, a doença manifesta-se por febre baixa ou ausente, hiperexcitabilidade do sistema nervoso central, desencadeando instabilidade autonômica, hiperreflexia e contraturas musculares paroxísticas espontâneas ou deflagradas por estímulos luminosos, ruídos, manipulações ou procedimentos invasivos como injeções. O presente estudo tem como objetivo descrever as características demográficas, etárias, clínicas e sociais dos pacientes com tétano acidental notificados no estado do Pará, além de conhecer o perfil epidemiológico dos casos confirmados. Método: Trata-se um estudo documental e retrospectivo realizado por meio de busca nas bases de dados do SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) no período de 2014 a 2018 sobre os casos de tétano acidental notificados no estado do Pará. Resultado: No período de 2014 a 2018 foram notificados 101 casos suspeitos de tétano acidental no estado do Pará, com incidência variando entre 0,12 a 0,29 casos por 100 mil habitantes, no período estipulado, com média de 0,23 casos por 100 mil habitantes. Verificou-se também uma tendência de redução da incidência por ano dos casos de tétano acidental, com média de 0,04 casos por ano. Dos casos confirmados o sexo masculino apresentou uma maior prevalência de tétano acidental com 94 (93%) casos, com faixa etária de maior prevalência ente 40-59 (47,5%), a mais acometida pela doença é a zona urbana com o total de 59,4% dos casos. Mesmo com as medidas de prevenção disponíveis contra o tétano gratuitamente nas unidades de saúde pública do país, verifica-se a ocorrência da doença no Pará. O sexo masculino é o grupo mais atingido, isso decorre possivelmente pela não existência de campanhas de vacinação para com esses indivíduos na fase adulta. Em paralelo, já para as mulheres, existe a estratégia vacinal, que aborda a prevenção do tétano neonatal, durante o período gestacional. A faixa etária mais acometida (indivíduos com idade entre 40-59) deve-se ao período de envelhecimento que fisiologicamente, torna as pessoas mais susceptíveis a acidentes já que durante essa etapa da vida há uma redução dos reflexos, da acuidade visual e auditiva e da habilidade motor, facilitando então os acidentes. Considerações finais: Apesar das limitações decorrentes da coleta de dados das informações disponibilizadas pelo SINAN, acredita-se que este estudo contribui para uma primeira descrição do impasse no Estado do Pará, de grande importância para a saúde pública. É perceptível que há a necessidade de enfatizar a prevenção por meio de ações de mobilização social e traçar estratégias nos serviços de saúde para facilitar o acesso da comunidade e programar ações voltadas para imunoprofilaxia do tétano, independente de sexo, idade, ocupação ou zona de moradia. Além de buscar o atendimento adequado pós-ferimento, bem como do tratamento dos doentes, na perspectiva de diminuir a letalidade para níveis aceitáveis, já que existe profilaxia disponível para toda a população. Tais medidas são de suma importância para atenuar os casos que culminam em óbitos.

7407 A UTILIZAÇÃO DA ÓPTICA DA SAÚDE COLETIVA PARA ENXERGAR POPULAÇÕES OUTRORA INVISÍVEIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE UMA AÇÃO DE SAÚDE EM UM FERRO VELHO.
Kaue Batista Andrade, João Antônio Brito Porto, Luis Rogério Cosme S. Santos, Iago Dorea Dorea Areas, Kathelly Oliveira Andrade, Ana Luiza Andrade Santos, Renata Sampaio Mattos

A UTILIZAÇÃO DA ÓPTICA DA SAÚDE COLETIVA PARA ENXERGAR POPULAÇÕES OUTRORA INVISÍVEIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE UMA AÇÃO DE SAÚDE EM UM FERRO VELHO.

Autores: Kaue Batista Andrade, João Antônio Brito Porto, Luis Rogério Cosme S. Santos, Iago Dorea Dorea Areas, Kathelly Oliveira Andrade, Ana Luiza Andrade Santos, Renata Sampaio Mattos

Apresentação: A vacinação é um método preventivo de extrema importância que ultrapassa a proteção individual de doenças, possibilitando também a proteção coletiva, reduzindo a circulação de agentes infecciosos. A sua efetividade é comprovada, determinando enorme impacto positivo na saúde, evitando milhões de mortes por ano e aumentando a expectativa de vida. Entretanto algumas pessoas não conseguem ter acesso a tal prevenção por diversos fatores como falta de conhecimento, tempo pela carga horária de trabalho, condição de locomoção por distância entra a unidade de saúde e a residência. Objetivo: Relatar a experiência de uma ação de saúde realizada com os trabalhadores de um Ferro Velho em um bairro da cidade de Vitória da Conquista – BA. Desenvolvimento: Essa atividade foi realizada por estudantes do curso de enfermagem da Universidade Federal da Bahia no componente curricular supervisionado 2, sob supervisão de um docente com o intuito de promover não apenas prevenção para trabalhadores deste ferro velho por meio de vacinas, mas também trabalhar com eles a educação em saúde, haja vista que pela carga horária de trabalho e falta de conhecimento ele não frequentavam a Unidade de Saúde da família. Resultado: Os participantes realizaram atividades de educação em saúde com todos os trabalhadores demonstrando a importância de se prevenir contra doenças, os cuidados e precauções necessárias por se tratar de um local de trabalho com a presença de muitos ferros enferrujados, além disso, foram verificados e atualizados todos os cartões de vacina, vacinando os trabalhadores que necessitavam. Considerações finais: Sabendo da importância das medidas de prevenção como contribuinte para a saúde é imperioso atividades de saúde que ultrapassem o espaço físico de uma unidade de saúde, rompendo com um modelo biomédico e fragmentado. Torna-se essencial que profissionais e alunos utilizem os saberes da saúde coletiva como lupa para enxergar e atingir positivamente cada vez mais populações outrora invisíveis aos olhos do cuidado.

7556 REFLEXÃO NO PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE
Maria Gabryelle da Silva Soares, Maria Letícia Cardoso da Silva Barbosa, Ana Alice Domingos Pontes, Davy Gabryel da Silva Soares, Régis Jackson Morais de Medeiros

REFLEXÃO NO PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE

Autores: Maria Gabryelle da Silva Soares, Maria Letícia Cardoso da Silva Barbosa, Ana Alice Domingos Pontes, Davy Gabryel da Silva Soares, Régis Jackson Morais de Medeiros

Apresentação: A humanização da saúde é vista no contexto atual como um movimento integrador das relações da saúde, buscando uma melhoria do atendimento e um ambiente propício para o desenvolvimento do cuidado. Objetivo: Refletir sobre o processo de humanização nos serviços em saúde. Método: Realizou-se uma pesquisa qualitativa através de uma compilação de dados mediante a uma revisão bibliográfica narrativa, foram selecionados artigos, priorizando os publicados nos últimos dez anos. Tais artigos foram obtidos por meio dos portais: Scielo, PubMed, através das descrições: Humanização e cuidado em saúde. Resultado: Com o avanço da ciência e tecnologia, ocorreu um afastamento dos profissionais de seus usuários, trazendo à tona um atendimento desumanizado que é meramente técnico, onde se observa apenas a doença e o estado físico, não considerando os sentimentos, medos, anseios, crenças e valores do outro, referindo-se a um tratamento meramente superficial. Logo, a integralidade na assistência não deve se limitar apenas em processos de prevenção e cura, se deve englobar o ato de valorizar, priorizar e se dedicar ao outro, como fonte para a sua cura plena. Resultado: Portanto, a execução dos cuidados realizados no decorrer da assistência, traz ao usuário a certeza física e psíquica do atendimento pleno realizado por profissionais aptos e atentos as suas condições individuais, promovendo a sensação de compreensão, pois os fatores emotivos e psíquicos levados em consideração contribuem para a cura, de modo que permanece inteiramente relacionada aos caminhos da humanização. Nesse sentido, humanizar a assistência em saúde implica dar lugar tanto à palavra do usuário quanto à palavra dos profissionais da saúde, de forma que possam fazer parte de uma rede de diálogo, que pense e promova as ações, campanhas, programas e políticas assistenciais a partir da dignidade ética da palavra, do respeito, do reconhecimento mútuo e da solidariedade.

7630 ACESSO E USO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE SEGUNDO STATUS DE CADASTRO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: ANÁLISE DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE 2013
Raquel Guimarães Ferreira, Gerson Luiz Marinho

ACESSO E USO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE SEGUNDO STATUS DE CADASTRO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: ANÁLISE DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE 2013

Autores: Raquel Guimarães Ferreira, Gerson Luiz Marinho

Apresentação: As desigualdades que determinam acesso aos serviços de saúde podem ser percebidas pelos usuários, e decorrem de suas necessidades de saúde e dos conhecimentos sobre doenças ou condição. A utilização dos serviços de saúde é consequência de uma relação de diferentes fatores socioeconômicos e regionais. Objetivo: Descrever o uso dos serviços de saúde no Brasil segundo o status de cadastro domiciliar na ESF. Método: Os dados são oriundos da Pesquisa Nacional de Saúde, um inquérito amostral de base populacional realizado no Brasil em 2013. Em cada domicílio foi selecionado um morador com, no mínimo, 18 anos de idade para responder questões sobre saúde. Neste estudo foram selecionados 181.028 domicílios (88,1% do total) e 56.182 moradores, que foram caracterizados segundo cadastro domiciliar na eSF. As estimativas foram geradas considerando o desenho amostral (amostragem complexa, com emprego de pesos amostrais e estágios de seleção dos domicílios). Resultado: Do total de domicílios selecionados em todo país, 115.353 (61,2%) tinham cadastro na eSF, sendo que na região Nordeste, 74,2% do total possuíam cadastrados. A maioria dos entrevistados era do sexo feminino (53,4%), tinha entre 30 e 59 anos de idade (56,0%) e não possuía plano de saúde (70,1%). Dentre os moradores de domicílios cadastrados na eSF, a maioria buscava atendimento na UBS (57,7%), procura o mesmo lugar quando precisa de atendimento (79,4%) e referiu ter ido a uma consulta no ano anterior a pesquisa (74,2%). Diferenças entre os domicílios (com e sem eSF) foram observadas no Nordeste e houve maior chance de acesso à eSF entre usuários que buscaram consulta no último ano (OR = 3,2). Considerações finais: Pessoas que possuíam cadastro eSF obtiveram maior acesso aos serviços de saúde. A reorganização de políticas de saúde a fim de reduzir as desigualdades deve considerar as diferenças regionais e suas características sociais. 

7657 PREVENÇÃO DE QUEDA: USO DE TECNOLOGIA COMO ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO
Flávia Savana Ribeiro de Sales, Richer Praxedes Maia, Ana Amélia Ferreira Benchimol, Arlene Bianca Pereira Gomes, Elane Cristina Santos Malcher, Mayara da Silva Carvalho, Nathália Cantuária Rodrigues, Lívia Félix de Oliveira

PREVENÇÃO DE QUEDA: USO DE TECNOLOGIA COMO ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO

Autores: Flávia Savana Ribeiro de Sales, Richer Praxedes Maia, Ana Amélia Ferreira Benchimol, Arlene Bianca Pereira Gomes, Elane Cristina Santos Malcher, Mayara da Silva Carvalho, Nathália Cantuária Rodrigues, Lívia Félix de Oliveira

Apresentação: O estudo baseia-se na discussão mundial sobre segurança do paciente e as metas nacionais, dentre elas a redução do risco de quedas, que aponta a necessidade de se planejar melhor a assistência de enfermagem visando sanar o conceito deturpado de que queda é um acontecimento normal e comum durante o período de internação do paciente. O objetivo é relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem na aplicação de tecnologias como medida de minimização do risco de quedas na clínica de neurocirurgia de um hospital referencia em oncologia, neurologia e transplante de órgãos em Belém (PA). Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência com metodologia baseada na teoria da problematização conhecida como “Arco de Maguerez” postulada por Berbel. A Experiência foi vivenciada em cinco etapas no referido hospital durante as aulas práticas do componente curricular Gestão e Gerenciamento dos Serviços de Saúde. A ação foi realizada com a equipe de enfermagem sobre o risco de quedas que os pacientes da clínica de neurocirurgia estão expostos, assim como a disponibilização de tecnologias que auxiliassem na prevenção deste risco, perpassando a orientação aos pacientes e familiares, observância do fluxograma para risco de quedas e adequada notificação desse evento adverso. Resultado: Observou-se na clínica a presença de risco de queda dos pacientes em regime de internação e a importância de uma ação de educação permanente com os profissionais, para que houvesse o processo de ratificação da importância do seguimento do protocolo de quedas, da notificação de sua ocorrência, de sua prevenção e avaliação dos riscos para sua ocorrência. Considerações finais: Buscou-se mudar a realidade atual do setor através da ação de educação permanente e disponibilização de tecnologia educativa ao estimular a equipe de enfermagem de que a queda do paciente internado e sobre cuidados da equipe não deve ser considerada algo normal e tolerável, além da necessidade de orientar pacientes e acompanhantes sobre os riscos de queda os quais sua condição patológica e debilitante gera.

7689 IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO E ASSISTÊNCIA AOS TRABALHADORES DAS UNIDADES DE SAÚDE NA AMAZÔNIA OCIDENTAL
Cleide Maria de Paula Rebouças, Maura Regina Ribeiro, Angelo Márcio das Chagas de Souza Júnior, Nair Da Silva Souza, Rossy da Silva Ramos, José Fernando Escalante Arzadum, Rodrigo Daminello Raimundo, Janaina Ribeiro Pereira

IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO E ASSISTÊNCIA AOS TRABALHADORES DAS UNIDADES DE SAÚDE NA AMAZÔNIA OCIDENTAL

Autores: Cleide Maria de Paula Rebouças, Maura Regina Ribeiro, Angelo Márcio das Chagas de Souza Júnior, Nair Da Silva Souza, Rossy da Silva Ramos, José Fernando Escalante Arzadum, Rodrigo Daminello Raimundo, Janaina Ribeiro Pereira

Apresentação: O trabalho é um dos determinantes da saúde e do bem-estar do(a) trabalhador(a) e de sua família. Além de ter um efeito protetor e promotor de saúde, o trabalho pode também causar mal-estar, sofrimento, adoecimento e morte. No Estado do Acre, o Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador- CEREST está subordinado à Divisão de Saúde do Trabalhador – DISAT, junto ao Departamento de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde do Acre – SESACRE. Foi criado em 2005 com o objetivo de disseminar as ações de saúde do trabalhador em todos os níveis de atenção à saúde do SUS. Devido a necessidade de um olhar diferenciado nas condições de saúde dos trabalhadores dos serviços em saúde, uma vez que os efeitos negativos na saúde são decorrentes de acidentes e dos agravos relacionadas ao trabalho. Objetivo: implantar o Programa de Prevenção e Assistência à Saúde dos Trabalhadores da saúde fundamentado nas políticas públicas de Saúde. Estudo piloto, experimental na unidade de Saúde Policlínica do Tucumã no período de 18/10 a 01/11/2018. Foi criado o Núcleo de Assistência à Saúde do Trabalhador e Trabalhadora – NASTT no estabelecimento de saúde, com o objetivo de estimular a melhoria de qualidade de vida, os índices de produtividade e diminuir o absenteísmo e presenteísmo dos servidores. Para essa proposta, foi criada uma rede de parcerias voltadas à prevenção e promoção de saúde dos trabalhadores e trabalhadoras. Dentre as instituições que compõem a rede, estão: UFAC, IFAC, UNINORTE, FAAO, SEMSA, SEE, IGREJA MESSIÂNICA e SENAC. Disponibilizou-se atividades, como: práticas integrativas complementares de atenção à saúde, tais como, auriculoterapia, meditação, Reiki, Dança circular, Homeopatia e Aromaterapia, Cromoterapia, Homeopatia, Musicoterapia, Fitoterapia e, além disso, foram desenvolvidas ações voltadas a prevenção e assistência biopsicossociais  através de rodas de conversas, palestras, atendimento psicológico, Grupo de Crescimento e consultas médicas. Diante da proposta de implantação de Programa de Prevenção e Assistência à Saúde dos Trabalhadores da saúde, observou-se que os servidores dos estabelecimentos de saúde foram receptivos a proposta e comprometidos com a continuidade das atividades disponibilizadas para esta unidade. O modelo empregado está sendo replicado em outros sete estabelecimentos de saúde de diferentes níveis de complexidades. (CECOM, FUNDHACRE, HUERB, UPA DO 2º DISTRITO, UPA DA SOBRAL, UPA DA CIDADE DO POVO e SASMC). 

7714 CHEF CIRCUITO SAUDÁVEL: ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E SUSTENTÁVEL PARA OS TRABALHADORES DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
Wanessa; Natividade;, Débora Oliveira, Lorhane Meloni, Sarah Cordeiro, Bruno Macedo, Miriã Almeida, Thamires Rodrigues

CHEF CIRCUITO SAUDÁVEL: ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E SUSTENTÁVEL PARA OS TRABALHADORES DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

Autores: Wanessa; Natividade;, Débora Oliveira, Lorhane Meloni, Sarah Cordeiro, Bruno Macedo, Miriã Almeida, Thamires Rodrigues

Apresentação: O Chef Circuito Saudável é um concurso gastronômico realizado na Fiocruz, com intuito de selecionar preparações culinárias saudáveis e sustentáveis baseadas no Guia Alimentar da População Brasileira, nas diretrizes da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) e na Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, assim como, incentivar a prática de exercício físico dos servidores, terceirizados, bolsistas e estagiários da instituição. O concurso faz parte do Programa Circuito Saudável, que visa a saúde do trabalhador, no contexto da promoção da saúde, vinculado ao Fiocruz Saudável. Desta feita, a iniciativa buscou selecionar preparações culinárias que estivessem pautadas no contexto da sustentabilidade no que condiz ao desperdício de alimentos, no aproveitamento integral dos alimentos, no uso racional dos recursos hídricos e de energia, na seleção de ingredientes orgânicos/ agroecológicos, livres de agrotóxicos, na busca do respeito a safra de alimentos, no consumo de alimentos regionais, e da aquisição dos mesmos, de produtores da agricultura familiar. Sendo assim, a realização do concurso priorizou a conscientização, o incentivo e o fortalecimento das ações da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) na instituição, no contexto da saúde do trabalhador. É importante enfatizar a Portaria Normativa 7 de 26/10/2016 que prevê que os ministérios federais desenvolvam ações de educação alimentar e nutricional, práticas de hábitos de vida e alimentação saudável, avaliações de saúde dos servidores, dentre outras estratégias. Além disso, a iniciativa vai ao encontro de deliberações internas da fundação, como a diretriz 11 da tese 6 do VIII Congresso Interno da Fundação Oswaldo Cruz, que recomenda o fortalecimento de ações internas de práticas ambientalmente sustentáveis. Entende-se que a promoção da alimentação saudável e sustentável, vai além do que a simples escolha de alimentos adequados; o reconhecimento da herança cultural e o valor histórico do alimento, além do estímulo à cozinha típica regional, contribui para o resgate das tradições e o prazer da alimentação. Valorizar a agricultura sustentável, mantendo o equilíbrio do ambiente e respeitando o conhecimento local, e o uso racional de recursos hídricos e energéticos na preparação dos alimentos é fundamental para entender a importância da preservação do meio ambiente. Nesse sentido a iniciativa Chef Circuito Saudável foi elaborada pautadas em dois objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS). A ODS número 2, Fome zero e agricultura familiar, e na ODS 3, acerca da saúde e bem estar, que juntos serviram também de incentivo na elaboração do concurso institucional. O concurso teve como objetivo discutir a alimentação no trabalho de forma lúdica e participativa, bem como refletir acerca da adoção de melhores hábitos alimentares, por meio da troca de experiências e da mobilização dos trabalhadores. O Chef Circuito Saudável realizado na Sede da Fiocruz, campus Manguinhos, no Rio de Janeiro no ano 2019 e contou com a presença de um público com cerca de 200 pessoas, com transmissão on line para todas as regionais da instituição. O público alvo foram todos os vínculos, como servidores, terceirizados, bolsistas e estagiários. Foi realizada aquisição de equipamentos necessários para a elaboração das preparações culinárias, material impresso e virtual, e produtos personalizados Material de divulgação (folders, cartazes e banner). O Núcleo de Alimentação, Saúde e Ambiente responsável pela organização do concurso elaborou um Guia de Preparações culinárias, para orientações quanto à segurança alimentar e nutricional nas preparações das receitas valorizando a alimentação adequada e saudável. No decorrer da divulgação do Concurso tivemos a Panela itinerante que circulou pelo campus Manguinhos. A estratégia foi desenvolvida como uma forma de divulgar a iniciativa e aguçar a curiosidade dos trabalhadores, além de ser um meio de concorrer a uma vaga no corpo de jurados do concurso. Foi um momento de interação com os trabalhadores das diversas unidades do campus onde conseguimos esclarecer dúvidas e questionamento a respeito do concurso. É importante destacar que todos os selecionados para a etapa final gravaram um vídeo onde podiam falar um pouco da sua receita e contar suas expectativas e sentimentos em participar do concurso. Os trabalhadores demonstraram bastante animação e entusiasmos para o concurso. Foi emocionante escutar as histórias por trás dos pratos, a memória afetiva de cada um, além do resgate das práticas culinárias. Nesse sentido, podemos enfatizar que as preparações culinárias resultam da combinação e preparo de alimentos e modos de comer particulares constituem parte importante da cultura de uma sociedade e, como tal, estão fortemente relacionados com a identidade e o sentimento de pertencimento social das pessoas, com a sensação de autonomia, com o prazer propiciado pela alimentação e, consequentemente, com o seu estado de bem-estar. O público indireto contou com familiares dos trabalhadores da instituição, além de convidados externos que participaram como o corpo de jurados. A competição era de culinária, porém, todos os sentidos foram aguçados na final do Concurso Chef Circuito Saudável onde ânimo e alegria das torcidas que incentivaram seus colegas na disputa com faixas, cantos, bandeiras, adereços e muita festa. Todo o agito teve um propósito, afinal, a torcida mais animada levaria um ponto extra, quesito que acabou bonificando três preparações. No primeiro lugar a Preparação culinária: Feijão Maravilha, da equipe Feijões mágicos. No segundo lugar a Preparação culinária: Pizza Marguerita à moda do Chef Renan e o terceiro lugar a Preparação culinária: Com jiló também cai bem, da equipe 2008.1 FFP. Todas as 10 preparações culinárias finalista serão publicadas em um livro de receitas digital que será desenvolvido pelo Núcleo de Alimentação Saúde e Ambiente e divulgado posteriormente. Outra questão importante para destacar foi o componente social que foi incentivado arrecadando cerca de 70kg de alimentos não perecíveis para a campanha Natal sem Fome. Sendo assim, a promoção da saúde por meio da culinária saudável e sustentável, com destaque para uma alimentação com menos desperdício de alimentos, que priorize o aproveitamento integral dos alimentos, no uso racional dos recursos hídricos e de energia na preparação dos alimentos; na seleção de ingredientes orgânicos/ agroecológicos, livres de agrotóxicos, que priorize o respeito à safra de alimentos e ao consumo de alimentos regionais; além do incentivo a aquisição de insumos advindos de produtores da agricultura familiar foram os pilares para a realização do concurso e favorecimento do resgate da cultura alimentar no ambiente de trabalho.

7739 CONJECTURA PROFISSIONAL DA IMUNIZAÇÃO COM A VACINA PENTAVALENTE
Lidyane Parente Arruda, Rosalice Araújo de Sousa Albuquerque, Francisco Meykel Amancio Gomes, Liliane Carvalho Vasconcelos, Larisse Araújo de Sousa, Francisco Lidier Prado Arruda Filho, Hermínia Maria Souza Da Ponte, Conceição mikaelly de Vasconcelos

CONJECTURA PROFISSIONAL DA IMUNIZAÇÃO COM A VACINA PENTAVALENTE

Autores: Lidyane Parente Arruda, Rosalice Araújo de Sousa Albuquerque, Francisco Meykel Amancio Gomes, Liliane Carvalho Vasconcelos, Larisse Araújo de Sousa, Francisco Lidier Prado Arruda Filho, Hermínia Maria Souza Da Ponte, Conceição mikaelly de Vasconcelos

Apresentação: A vacinação é um ato que permite a prevenção, o controle, a eliminação e a erradicação das doenças imunopreveníveis, assim como a redução da morbimortalidade por certos agravos, sendo a sua utilização bastante custo-efetiva logo, é através desse procedimento que se é possível preservar um dos direitos das pessoas, que é a qualidade de vida. A imunização é o meio fundamental e de maior eficácia para interromper a cadeia de transmissão de doenças, pois a imunização significa a estimulação do sistema imunitário no sentido de prepara-lo para enfrentar infecções, de qualquer que seja a natureza. Esta pesquisa tem como objetivo principal investigar a conjectura profissional em relação a imunização da vacina pentavalente, objetivou-se ainda compreender os desafios de manter pontuais os cartões de vacinas da criança, questionamos sobre a satisfação no campo de trabalho, assim como propostas de melhoria de sua atuação e da secretaria do município para com as necessidades de elaborar meios de informação para os pais com relação a importância da vacina. Trata-se de uma pesquisa do tipo exploratório, descritivo, com abordagem qualitativa. A pesquisa foi realizada na abrangência das oitos Equipes Saúde da Família (ESF) de um município do interior do Estado do Ceará, com 16 profissionais responsáveis pelas salas de vacinas no período de novembro e dezembro de 2018 e os dados foram coletados utilizando-se uma entrevista semiestruturada e avaliados por meio de análise de conteúdo sob o parecer de n°3.036.978. A pesquisa evidenciou conhecimentos a respeito da vacina e da importância da vacinação, mostrou ainda as dificuldades enfrentadas sobre a adesão dos pais, a falta de informações  dos mesmos sobre a imunização. Desta forma, a equipe de saúde deve planejar ações que visem solucionar as dificuldades enfrentadas para a vacinação, além de orientá-los quanto à sua importância, segurança, eficácia e possíveis efeitos adversos, a fim de aumentar a adesão ao método, contribuindo consequentemente para a melhoria da qualidade da saúde de todos. Considera-se que a pesquisa reflete uma realidade de muitos municípios e por ser um tema de grande importância para a área, sugerimos que outras pesquisas sejam feitas no sentido de aprofundar o conhecimento sobre o assunto, afim de melhorar efetivamente a prática vacinal.

7844 A SÍNDROME DE BURNOUT ENTRE OS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DA ATENÇÃO BÁSICA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Natânia Candeira dos Santos, Layane Bastos dos Santos

A SÍNDROME DE BURNOUT ENTRE OS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DA ATENÇÃO BÁSICA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Autores: Natânia Candeira dos Santos, Layane Bastos dos Santos

Apresentação: A Síndrome de Burnout é um quadro que acomete cada vez mais os profissionais de saúde, especialmente, entre os profissionais de enfermagem, justamente por conta destes se encontrarem mais expostos aos fatores agravantes, os quais são responsáveis pelo desenvolvimento dessa síndrome. O profissional de enfermagem em seu exercício, é marcado por múltiplas exigências, a saber: lidar com dor, sofrimento, com morte e perdas, com as condições desfavoráveis de trabalho, e ainda sob o peso de ter que ser submetido a uma baixa remuneração e ao pouco reconhecimento profissional. A atividade laboral do enfermeiro de atenção básica não é diferente: padece desses mesmos quadros aversivos, e, portanto, não seria menos estressora do que a de outros enfermeiros em outros cenários e natureza de trabalho. Atualmente, porém, muitos estudos abordam somente as alterações da saúde mental em enfermeiros da rede hospitalar secundária e terciária, sendo destacados nessas pesquisas os serviços de alta complexidade. Nesse quadro, a Síndrome do Esgotamento Profissional ou Burnout ainda é um dos poucos transtornos que estão sendo abordados, mesmo que timidamente. Objetivo: Realizar uma Revisão Integrativa de literatura, descrevendo a Síndrome de Burnout e analisando as principais produções científicas que tratam dessa temática, no referente aos enfermeiros atuantes na atenção básica. Metodologia: Realizou-se um levantamento através de uma Revisão Integrativa de Literatura, por meio das publicações veiculadas em artigos científicos disponíveis online, em diversas plataformas científicas, dentre elas: o LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), o SciELO (Scientific Electronic Library Online) e a REBEN (Revista Brasileira de Enfermagem), tendo como String de busca, o tema Síndrome de Burnout entre os profissionais de enfermagem da atenção básica, com o recorte temporal nos anos de 2014 a 2019. Iniciou-se o trabalho com a elaboração de um protocolo para o estabelecimento das regras necessárias para a obtenção dos resultados. A primeira etapa procedeu-se à criação do protocolo que se constituiu na definição do objetivo e na questão central que iria nortear a pesquisa. Na segunda etapa foram estabelecidos os critérios de inclusão e exclusão dos artigos investigados, enquanto que na terceira etapa definiu-se as palavras-chave ou strings de busca utilizados para o levantamento dos artigos nas bases de dados selecionadas. Posteriormente à elaboração do protocolo, passou-se para a etapa de execução, em que se realizou a busca de estudos primários nas plataformas cientificas selecionadas, classificando os artigos escolhidos em categorias, a saber: Síndrome de Burnout e enfermagem em Saúde da Família, Síndrome de Burnout e enfermagem em atenção hospitalar primária e a Síndrome de Burnout e enfermagem nas Unidades de Atenção Básica em Saúde. Resultado: Apesar de estudos primários nas plataformas cientificas selecionadas mostrarem 75 artigos no período dos últimos cinco anos, apenas 25 apresentaram contribuição significativa acerca da temática, fazendo-se necessário, o desenvolvimento de mais pesquisas quanto a esse fenômeno investigado, tendo em vista a escassez de publicações identificadas. Realizou-se a categorização de estudo e assim, tem-se como primeiro aspecto a ser categorizado as datas de publicações dos artigos. Foi possível observar que dos 25 artigos analisados, 20,4% foram publicados em 2014, enquanto que em 2019 apenas 3%, havendo um decaimento progressivo. Esse decréscimo acontece mesmo diante de um cenário em que as formas de organização atuais e precarizadas do trabalho e as condições insalubres e periculosas muitas vezes impostas, desgastam o trabalhador, anulando-o como sujeito e como cidadão, sendo responsáveis pelo aumento de algumas patologias corporais e mentais da atualidade. Talvez, tal fato ocorra pelo quadro político instável dos últimos 4 anos, onde o investimento em saúde e em pesquisas tem sido afetado. Em relação às metodologias de pesquisa dos estudos selecionados, dos 25 artigos avaliados, 13 utilizam a análise documental, os quais não receberam ainda um tratamento analítico e/ou ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Ressalta-se ainda que além da análise documental ter se destacado como metodologia mais utilizada, a mesma aparece como uma etapa complementar a outros tipos de pesquisa, como bibliográfica e empírica. Vale destacar que, dentre as metodologias que surgiram com menor frequência na descrição dos autores, foram a pesquisa-ação e estudo de caso, o qual se justifique principalmente devido ao fato de que os periódicos têm dado preferência à publicação de artigos oriundos de pesquisa de campo e referências bibliográficas de assuntos de extrema relevância, e que gerem evidências científicas de alto nível. Ao investigar a ocorrência de transtornos mentais comuns e síndrome de burnout entre amostra do município de São Paulo, encontraram-se prevalências de 43,3% e 24,1%, respectivamente. O estudo que objetivava compreender o estresse laboral vivenciados pelos profissionais de Saúde da Família de um município gaúcho, verificaram que, entre os 86 trabalhadores que compuseram a casuística, 6,9% apresentaram Síndrome de Burnout. Porém, poucos estudos se desenvolveram como de campo, e assim pesquisas empíricas são utilizadas de maneira ilustrativa, tendo sido pouco desenvolvidas na amostra temporal em questão. Os resultados desse estudo revelam a necessidade de construção de uma agenda de pesquisa sobre Burnout que também incluam mais estudos de campo, comparativos, relatos de caso e pesquisa-ação, conferindo maior relevância ao tema, já que este é um campo pouco explorado em termos de investigações, ainda que já se apresente há duas décadas, como de importante repercussão social. Considerações finais: Foi possível perceber que síndrome de Burnout em muitos casos se relaciona com a qualidade de vida do enfermeiro no trabalho, a qual tem sido um desafio constante para muitos enfermeiros que atuam na atenção básica. Nota-se grande importância no enfoque da promoção à saúde para profissionais da enfermagem da atenção básica, a fim de buscar estratégias com o intuito de diminuir os riscos aos quais esses os profissionais estão expostos para o desenvolvimento da síndrome de Burnout. Ficou evidente a necessidade do desenvolvimento de mais pesquisas quanto a essa síndrome, tanto de natureza bibliográfica, mas sobretudo de campo, pois é patente a escassez de artigos científicos sobre a mesma, especialmente em língua portuguesa. Nesse ínterim, se faz necessário que outros estudos sejam elaborados para que esse fenômeno seja mais bem possibilitando a identificação precoce nas instituições de saúde, com intervenções imediatas. É preciso fortalecer e implementar medidas estratégicas de prevenção do Burnout no ambiente laboral, além de buscar pela implantação de um programa de saúde ocupacional para favorecer a promoção da saúde do trabalhador e acompanhamento da situação de saúde do enfermeiro da atenção básica. Como limitação do estudo, aponta-se que, apesar de possibilitar perceber a necessidade de investigações futuras acerca da Síndrome de Burnout em enfermeiros da atenção básica, ele se limitou a fazer uma revisão integrativa de literatura, sendo necessários mais estudos de campo, além de estudos longitudinais, para acompanhar esses profissionais no desenvolvimento do quadro.

8021 ANÁLISE DA SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE TUBERCULOSE NA POPULAÇÃO PRIVADA DE LIBERDADE DO ESPÍRITO SANTO
Laylla Ribeiro Macedo, Cristina Ribeiro Macedo, Ethel Leonor Noia Maciel, Claudio José Struchiner

ANÁLISE DA SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE TUBERCULOSE NA POPULAÇÃO PRIVADA DE LIBERDADE DO ESPÍRITO SANTO

Autores: Laylla Ribeiro Macedo, Cristina Ribeiro Macedo, Ethel Leonor Noia Maciel, Claudio José Struchiner

Apresentação: O ambiente prisional favorece o adoecimento da população privada de liberdade (PPL), devido às consequências do confinamento e da dificuldade de acesso aos serviços de saúde. Além dos agravos já observados na população em geral, é frequentemente prevalente na PPL dermatoses, transtornos mentais, traumas, diarreias infecciosas, doenças sexualmente transmissíveis e ainda doenças respiratórias como pneumonia e tuberculose (TB), principalmente (1). O monitoramento dos indicadores da TB na PPL no Brasil mostrou um aumento na taxa de incidência de 627,6 casos para 904,9 casos por 100 mil presos, de 2007 para 2013, enquanto a taxa de mortalidade nesse período foi de 18,0 óbitos por 100 mil presos em 2007 e 16,0 óbitos por 100 mil presos em 2013 (2). Alguns fatores contribuem efetivamente para alta endemicidade da tuberculose na PPL podendo ser atribuídos aos indivíduos e sua condição de vida antes do encarceramento ou ainda aos fatores relacionados ao encarceramento propriamente dito (3). É de extrema importância além de quantificar os casos de TB na PPL, conhecer os fatores que permeiam esse contexto e que interferem na dinâmica do adoecimento e tratamento da doença. Diante disso, este trabalho objetivou calcular a taxa de casos diagnosticados com tuberculose (TB) por unidades prisionais do Espírito Santo (ES) e apresentar as características individuais, clínicas e institucionais dos casos de TB na população privada de liberdade (PPL) do ES. Desenvolvimento: A população total do estudo foram os casos de tuberculose registrados na PPL do ES de 2014 a 2016, sendo estes casos novos, recidivas, reingressos após abandono, transferência ou método de entrada desconhecido (“não sabe”). O ES possui 34 unidades prisionais (UPs) que em 2014 abrigavam 16.234 presos, contabilizando uma taxa de aprisionamento de 417,9 pessoas privadas de liberdade por 100 mil habitantes, superior à taxa do Brasil que é de 299,7 por 100 mil (5). Estas UPs referem-se a estabelecimentos do tipo provisório, fechado, semiaberto e mistos, sendo excluídas delegacias ou similares. Os dados utilizados foram extraídos do SINAN e do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (5), além de bancos de dados e relatórios da Secretaria Estadual de Saúde e de Justiça do ES, armazenados em uma base de dados única para análise estatística. Na análise estatística foi realizado o cálculo das taxas de diagnóstico com TB por unidade prisional do ES. Para esse cálculo foram considerados somente os casos de TB diagnosticados durante o encarceramento, excluindo-se os casos de transferências e método de entrada desconhecido (“não sabe”). Em seguida realizou-se a análise descritiva dos casos de tuberculose na PPL do ES, segundo as variáveis estabelecidas nos níveis e categorizadas de acordo com a situação de encerramento da TB. As análises estatísticas foram realizadas no programa R na versão 3.4.1. Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sob o número de parecer 1.866.469 em 14/12/2016. Resultado: A taxa de casos diagnosticados de tuberculose nas unidades prisionais do ES de 2014 a 2016 variou de 0 a 17,3 casos por 1000 presos. As unidades que não contabilizaram casos de TB eram em sua maioria localizadas em cidades do interior do estado e possuíam taxa de ocupação inferior a 100%. Enquanto o Centro de Triagem de Viana (CTV) que apresentou a maior taxa de diagnóstico, localiza-se na Grande Vitória e possuía taxa de ocupação acima de 200%. Outras características institucionais mostraram-se heterogêneas entre as unidades. Nos anos de 2014, 2015 e 2016 foram notificados no SINAN respectivamente 103, 91 e 106 casos de tuberculose na PPL no ES, totalizando 300 casos no período. Do total de casos na PPL, 218 (72,6%) se curaram; 21 (7,0%) abandonaram o tratamento; 1 (0,3%) morreram por tuberculose; 2 (0,7%) morreram por outras causas, 56 (18,7%) foram transferidos de local de tratamento e 2 (0,7%) desenvolveram TB drogarresistente. Esses casos foram avaliados quanto as suas características individuais, clínicas e institucionais categorizados de acordo com a situação de encerramento do tratamento (sucesso e insucesso). Os casos foram em sua maioria homens, jovens (18 a 29 anos), da raça-cor parda e possuíam de 5 a 8 anos de estudo. Observou-se mais insucesso no tratamento entre as mulheres, nos indivíduos com a faixa etária de 30 a 39 anos e de 1 a 4 anos de estudo. Dentre as comorbidades e agravos associados, o mais prevalente foi o alcoolismo, relatado em 24% dos casos, seguidos da AIDS (6,0%), diabetes (2,0%) e doença mental (1,2%). Nota-se que o insucesso do tratamento foi mais frequente entre os casos com AIDS e doença mental. O percentual de cura (sucesso) foi semelhante entre os indivíduos que faziam (72,2%) ou não uso do álcool (74,2%). O tipo de entrada mais observado foi o caso novo (71,7%), assim como a forma pulmonar da tuberculose (88,3%). Os casos de TB extrapulmonar mostraram menos sucesso no tratamento quando comparados aos pulmonares. Os exames de raios-X, baciloscopia e cultura de escarro foram em sua maioria suspeitos e positivos respectivamente. Dentre os que receberam o tratamento observado da medicação observou-se um percentual de sucesso acima de 80%, enquanto este se aproximou dos 60% nos casos que não receberem a dose supervisionada. Quanto as características institucionais, nota-se que a maioria dos casos se encontravam em estabelecimentos provisórios, administrados pela gestão estadual e com taxa de ocupação entre 100-199,99%. A avaliação da estrutura física mostrou que foi superior o número de casos que estavam em instituições construídas para a finalidade de encarceramento, com estrutura ampliada de saúde (74,7%), educação (70,0%) e visita (46,0%). Destaca-se também a presença de equipe de saúde ampliada diferenciada composta por equipe de enfermagem, clínico geral, dentista, assistente social e psicólogo, ou terapeuta ocupacional, ou psiquiatra, ou fisioterapeuta, para 63,0% dos casos. A taxa de trabalho foi entre 0,1-14,99% nas unidades em que foram diagnosticados 65,6% dos casos de TB e a taxa de educação mais predominante foi 15-29,99% para 32,3% dos mesmos. Considerações finais: Apesar dos desafios, o estudo mostrou que é de extrema importância buscar conhecer quais componentes influenciam no tratamento da tuberculose na PPL com vistas à implementação de ações que proporcionem a cura do tratamento e reduzam índices de insucesso. Conhecer as características que levam ao abandono, principalmente, contribuem para interromper a cadeia de transmissão da doença e para sua prevenção, não somente entre a PPL, mas entre o grupo de familiares e trabalhadores que convivem com o ambiente prisional. Referências: 1. Ministério da Saúde. Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário (PNSSP). Brasília/DF: Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde no Sistema Penitenciário; 2004. 62 p; 2. Macedo LR, Maciel ELN, Struchiner CJ. Tuberculosis in the Brazilian imprisoned population, 2007-2013. Epidemiol AND Serviços Saúde. dezembro de 2017; 26(4): 783–94; 3. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil. Brasília/DF: Ministério da Saúde: Secretaria de Vigilância em Saúde: Departamento de Vigilância Epidemiológica; 2011. 284 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos); 4. Ministério da Saúde. Legislação em Saúde no Sistema Prisional. Brasília/DF: Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Coordenação de Saúde no Sistema Prisional; 2014. 93 p.5. Ministério da Justiça. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias. Brasília/DF: Ministério da Justiça. Departamento Penitenciário Nacional; 2015.

8049 NÚMERO DE DIAGNÓSTICOS E NOTIFICAÇÕES DE AIDS NO BRASIL NO PERÍODO DE 2010 A 2016
EMILLY CANELAS DE SOUZA, Kamille Giovanna Gomes Henriques, Anne Caroline Apinagés de Oliveira, Laura Samille Lopes Meneses, Elyade Nelly Pires Rocha Camacho

NÚMERO DE DIAGNÓSTICOS E NOTIFICAÇÕES DE AIDS NO BRASIL NO PERÍODO DE 2010 A 2016

Autores: EMILLY CANELAS DE SOUZA, Kamille Giovanna Gomes Henriques, Anne Caroline Apinagés de Oliveira, Laura Samille Lopes Meneses, Elyade Nelly Pires Rocha Camacho

Apresentação: O longo e variável tempo de incubação da infecção pelo HIV e a indeterminação do momento da infecção são fatores que dificultam o acompanhamento e análise dos dados relacionados à epidemia da AIDS. A obtenção destes dados incluem desde estudos de soroprevalência e soroconversão, que acompanham seguimentos específicos da população, até aqueles que se baseiam nos casos de AIDS notificados oficialmente. Frente as implicações do estigma da AIDS para o acesso as tecnologias de prevenção e tratamento, cabe avançar na análise de sua dinâmica e formas de enfrentamento. Partindo do conceito de estigma como um atributo ou marca depreciativa que tem implicações para as interações sociais de seus portadores1. Objetivo: Verificar o número de diagnóstico e de notificações de AIDS no Brasil entre os anos 2010 e 2016. Método: Trata-se de um estudo descrito como análise de dados baseadas em estudos científicos, onde se utilizou dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) e bases de dados LILACS e SciELO. Os artigos foram selecionados entre 2010 e 2016, utilizando como critérios de inclusão tipo de documento, gratuidade, completos e em português. Resultado: Selecionaram-se dados somados entre diagnóstico e notificação do DATASUS no período de 2010 a 2016, encontrados 146.652 casos no total. O maior ano de incidência foi 2013 e 2016 como o menor em notificações. Os artigos revelam que as campanhas de prevenção aumentaram depois de 2013, onde tabus e preconceitos foram esclarecidos perante a sociedade, explicando a diferença entre o vírus e a doença. A partir disso puderam trabalhar com a baixa da carga viral do HIV, não evoluindo para AIDS, através dos métodos de prevenção e medicações. Considerações finais: Diante o exposto ficou evidente a relevância de quebrar paradigmas, instruindo e esclarecendo pessoas de todas as idades em atividade sexual ativa, para a prevenção do vírus e tratamento precoce. Referências: Goffman E, Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada, Rio de Janeiro, Zahar, 1980.