424: Vigilância proteção e promoção da saúde
Debatedor: Luiz Carlos Hubner
Data: 29/10/2020    Local: Sala 13 - Rodas de Conversa    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
10406 CONJUNTURA EPIDEMIOLÓGICA DA DENGUE NO MUNICÍPIO DE ICÓ-CE
LUCENIR MENDES FURTADO MEDEIROS, BRENDA PINHEIRO EVANGELISTA, BRENO PINHEIRO EVANGELISTA, HIPÁCIA FAYAME CLARES ALVES, MARIA EDMEIA LOPES DE OLIVEIRA, JÉSSICA PINHEIRO CARNAÚBA, MAGNA GEANE PEREIRA DE SOUSA, RAFAEL BEZERRA DUARTE

CONJUNTURA EPIDEMIOLÓGICA DA DENGUE NO MUNICÍPIO DE ICÓ-CE

Autores: LUCENIR MENDES FURTADO MEDEIROS, BRENDA PINHEIRO EVANGELISTA, BRENO PINHEIRO EVANGELISTA, HIPÁCIA FAYAME CLARES ALVES, MARIA EDMEIA LOPES DE OLIVEIRA, JÉSSICA PINHEIRO CARNAÚBA, MAGNA GEANE PEREIRA DE SOUSA, RAFAEL BEZERRA DUARTE

Apresentação: A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, e pertencente à família flaviviridae com genoma RNA, considerada como um grave problema de saúde pública, apresentando elevada incidência no Brasil. Em virtude das repercussões epidemiológicas expressivas relacionadas à dengue nas regiões brasileiras, tornou-se necessária a realização do presente estudo sobre a dengue no referido município. O referente trabalho é relevante para o meio acadêmico, científico, de profissionais da saúde e outras áreas assistenciais por abordar a epidemiologia da dengue. Objetivo: Analisar os índices epidemiológicos da dengue no município de Icó (CE). Método: O presente estudo é do tipo descritivo, retrospectivo e de abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada na base de dados secundários do Sistema de Informação e Agravos de Notificação (SINAN), no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), tendo por região o município de Icó, localizado no interior do Estado do Ceará e distante 375 km da capital Fortaleza. Este município era composto por 65.456 habitantes no ano de 2010, de acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com densidade demográfica de 34,97 hab/km2 e estimativa de 68.018 habitantes para o ano de 2019. A coleta dos dados secundários foi realizada entre os dias 20 e 30 de setembro de 2019, referente aos casos de dengue no município de Icó em 2017. Por se tratar de um estudo com dados secundários e de domínio público, esta pesquisa não necessitou da análise ética por um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Resultado: Segundo os dados do DATASUS, o município de Icó apresentou 369 casos de dengue no ano de 2017, corroborando com a literatura, que mostra a elevada incidência dessa patologia, mesmo com a divulgação dos cuidados domésticos para prevenção dessa patologia. Desses casos, 125 eram pacientes do sexo masculino, totalizando 33,9%, e 244 do sexo feminino, correspondendo a 66,1% dos casos. Esses dados corroboram com os estudos realizados, que destaca a dengue com apresentação de maior predominância em pessoas do sexo feminino. Quanto ao exame sorológico (IgM) dengue, 211 (57,2%) pacientes apresentaram resultados positivos e em 158 (48,2%) pacientes não foi realizado o exame. Isso demonstra a importância do exame sorológico para a realização do diagnóstico, uma vez que na maioria dos que fazem esse exame, o resultado é positivo.  Já quanto à evolução do problema, 205 pacientes apresentaram cura, correspondendo a 55,5%, o que evidencia que uma parcela considerável dos pacientes não apresentou cura. Assim, é necessária a realização do diagnóstico precocemente para iniciar rapidamente o tratamento e promover a cura do paciente. No que diz respeito à faixa etária, a mais prevalente foi de 40-59 anos, com 122 casos (33,1%), destacando maior ocorrência da dengue na idade adulta. Considerações finais: Portanto, a dengue ainda apresenta elevados índices epidemiológicos, tornando-se necessária a ampliação das estratégias de educação em saúde para reduzir a incidência dessa patologia e garantir um diagnóstico precoce para promover a saúde do paciente acometido por dengue.

10407 IMPACTO DA ESTRATÉGIA MHEALTH NO CONSUMO DE SÓDIO: ESTUDO AVALIASAL – VITÓRIA (ES)
Maria del Carmen Bisi Molina, Aline Silva Porto, Haysla Xavier Martins, Vitória Lopes Rodrigues, Victória Bonatti Caldas, Raquel Teixeira Costa, Izabelly Larissa Rocha Dias Teixeira

IMPACTO DA ESTRATÉGIA MHEALTH NO CONSUMO DE SÓDIO: ESTUDO AVALIASAL – VITÓRIA (ES)

Autores: Maria del Carmen Bisi Molina, Aline Silva Porto, Haysla Xavier Martins, Vitória Lopes Rodrigues, Victória Bonatti Caldas, Raquel Teixeira Costa, Izabelly Larissa Rocha Dias Teixeira

Apresentação: O consumo elevado de sódio é um dos fatores de risco para hipertensão e doenças cardiovasculares, bem como está associado a maior mortalidade geral. No Brasil, o consumo de sal é alto devido principalmente à adição durante o preparo dos alimentos e do saleiro à mesa. Por outro lado, há pouca informação sobre uso de condimentos industrializados, os quais também são grandes fontes de sódio. Em estudo com população brasileira foi encontrado que indivíduos que faziam uso diário de caldos e temperos prontos apresentaram excreção urinária de sódio aproximadamente 25% acima dos que usavam tais produtos eventualmente e o dobro da recomendação diária. Tal cenário mostra a necessidade de implementar ações específicas para redução de sódio. Uma das estratégias que vem sendo adotada é a tecnologia Mobile Health (mHealth) por ser uma tecnologia de baixo custo, de rápida aplicação e acessível. Assim, o objetivo deste estudo é avaliar a efetividade da estratégia mHealth sobre hábitos alimentares relacionados ao consumo de sódio. Método: Estudo de intervenção realizado com 175 adultos normotensos (20-59 anos) de uma instituição federal de ensino de Vitória (ES). Os participantes foram contatados por exposição a banner, convite face to face e mídia eletrônica. Dados antropométricos, hemodinâmicos, socioeconômicos, de saúde e alimentação foram coletados em dois momentos. Os participantes foram randomizados após a primeira avaliação (87 no grupo intervenção e 88 no grupo controle). A intervenção mHealth foi baseada no Guia Alimentar para População Brasileira e no Marco de Referência da Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas. Constou de 21 mensagens eletrônicas e 3 vídeos sobre alimentação saudável e redução de sal/condimentos industrializados, durante três meses. Após a reavaliação, o grupo controle recebeu o mesmo tratamento. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFES (número 1.789.812/2016), na Organização Mundial de Saúde (UTN - U111112146330), e submetido ao Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (RBR-9s6jpc). Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Mudanças foram avaliadas por diferentes testes estatísticos e adotado p 0,05. Resultado: A maioria dos participantes era do sexo feminino (57,1%), com ensino fundamental ou médio (55,4%), classe socioeconômica B (52%) e eutróficos (58,9%). Na linha de base, não foram observadas diferenças significativas nas variáveis socioeconômicas, antropométricas, de saúde e nas práticas alimentares entre os grupos. Cerca de 80% dos participantes relataram que as mensagens recebidas foram úteis, 67% claras e 50% disseram ter seguido as orientações. Foi observada redução significativa da frequência do consumo diário de caldo pronto (p=0,005) no grupo intervenção. A diferença encontrada foi obtida no tempo (p=0,014) e ao longo do tempo entre grupos (p=0,007). Considerações finais: A estratégia mhealth foi efetiva para reduzir a frequência do uso de condimento industrializado no grupo intervenção, sendo possível de ser reproduzida em outros contextos com características semelhantes. Os resultados encontrados demonstram a efetividade da estratégia e o seu efeito para a promoção da saúde e prevenção de fatores de risco cardiovascular.

10435 O COMBATE AOS VETORES DE ENDEMIAS NA REGIÃO AMAZÔNICA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Paulo Victor Gomes Pantoja, Nillana da Conceição de Castro Rodrigues, Armando Sequeira Penela

O COMBATE AOS VETORES DE ENDEMIAS NA REGIÃO AMAZÔNICA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Autores: Paulo Victor Gomes Pantoja, Nillana da Conceição de Castro Rodrigues, Armando Sequeira Penela

Apresentação: As doenças endêmicas no Brasil afetam milhares de pessoas todos os anos, são cerca de 500 mil casos só para Malária. Uma das principais regiões que sofrem com os surtos é a Região Amazônica devido sua geografia ser favorável à proliferação dos vetores. Essas doenças causam problemas que deixam a população impossibilitada de realizar seus trabalhos levando ao déficit na atividade remunerativa em suas famílias. O Ministério da Saúde, junto às Secretarias de Saúde, trabalham todos os anos com medidas preventivas como vacinas, medicamentos e avanços na tecnologia para diminuir sua incidência. Entretanto, com o período de chuvas, os agentes transmissores ganham mais vantagens para se reproduzirem; desta forma, é necessário um plano mais rigoroso para conseguir reduzir o número de afetados, não só nos períodos com elevados índices pluviométricos. Esta pesquisa tem como objetivo informar a população sobre a necessidade de se estar elaborando estratégias de combate aos transmissores de endemias e reforçar a importância da prevenção de novos casos na Região Amazônica. Desenvolvimento: O presente estudo é baseado em revisões bibliográficas na qual foram levantados questionamentos sobre a qualidade das medidas preventivas no combate aos vetores de doenças endêmicas na Região Amazônica e a eficácia das ações que já estão em vigor na região. Resultado: Os órgãos de saúde responsáveis no combate às endemias estão empenhados em reduzir o número de casos. Contudo, as mutações que as doenças sofrem e os obstáculos em chegar a pontos mais distantes, assim como os desafios de implementar medidas mais eficazes para proteger a população dos transmissores das doenças, tornam o trabalho de erradicação das patologias mais desafiadores. Por isso, muitos profissionais estão se especializando para impedir o avanço das doenças, principalmente em regiões com alto risco de incidência, e os investimentos em tecnologias genéticas e biológicas estão tornando possível criar novos métodos de combate. Considerações finais: Verifica-se que apesar de avanços nas medidas preventivas às doenças endêmicas no Brasil, principalmente na região Amazônica, alguns fatores como os ambientais e a rápida mutação de vetores são obstáculos para que haja a erradicação das mesmas. Com isso, faz-se necessário concentrar esforços, investimentos e controle mais rigoroso, nessas áreas para redução de casos, como também utilizar mapas de risco como estratégia de atuação e futuramente erradicação dessas doenças endêmicas que são muito prevalentes no Brasil. 

10437 PRÁTICAS DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: CONSTRUÇÃO, Desenvolvimento: E AVALIAÇÃO
Maria del Carmen Bisi Molina, Ana Maria Abreu Oliveira, Haysla Xavier Martins, Guilherme Augusto Loiola Passos, Jessica Ploteher Morello, Ana Paula Ribeiro Ferreira, Letícia Batista Azevedo, Lilian Claudia Nascimento

PRÁTICAS DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: CONSTRUÇÃO, Desenvolvimento: E AVALIAÇÃO

Autores: Maria del Carmen Bisi Molina, Ana Maria Abreu Oliveira, Haysla Xavier Martins, Guilherme Augusto Loiola Passos, Jessica Ploteher Morello, Ana Paula Ribeiro Ferreira, Letícia Batista Azevedo, Lilian Claudia Nascimento

Apresentação: A promoção da alimentação saudável deve envolver os sujeitos para a tomada de decisões, tendo em vista que é um processo dialógico que visa à autonomia e o autocuidado. Assim, são requisitos fundamentais as práticas referenciadas na realidade local e problematizadoras, considerando os contrastes e as desigualdades sociais que impactam no direito universal à alimentação em quantidade e qualidade adequadas. Este trabalho tem por objetivo desenvolver estratégias de informação, educação, comunicação e mobilização para a promoção da alimentação saudável de pessoas, famílias e comunidade. Temos como meta executar ações de educação alimentar para redução do consumo de sal e açúcar e aumento de alimentos saudáveis, atuando junto à comunidade local, aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e aos pacientes do Programa de Cirurgia Bariátrica do Hospital Universitário da UFES. Desenvolvimento: São utilizadas abordagens que privilegiam processos ativos para construção de conhecimento. A partir de práticas contextualizadas nas realidades dos participantes, são desenvolvidas e executadas ações a fim de possibilitar a integração entre teoria e prática, ensino e pesquisa. O cenário é o Laboratório de Nutrição Dietética da UFES e os atores são estudantes de graduação e pós-graduação, técnicos, comunidade interna e externa, ACS que atuam nas 25 unidades de saúde de Vitória e os pacientes do Programa de Cirurgia Bariátrica do HUCAM. Os estudantes pesquisam receitas e testam no laboratório de dietética e, em seguida, selecionamos preparações para cada grupo específico e executamos as oficinas culinárias. Foram desenvolvidos materiais escritos com receitas, rendimento e custo médio das preparações, questionário sobre hábitos alimentares e uma página web do projeto (1) informando sobre alimentação saudável, datas e horários das oficinas, receitas e contatos. Além desses, foram produzidos vídeos e material educativo que são enviados por mídia eletrônica. Resultado: Já foram executadas 16 oficinas para os ACS, 12 para pacientes do Programa de Cirurgia Bariátrica e 15 para a comunidade em geral, perfazendo um total de 450 pessoas atingidas pelo projeto. Nas oficinas culinárias foram desenvolvidas receitas de pão integral, bolo de banana, maçã com canela, biscoito de aveia, sal de ervas, caldo de legumes, preparações salgadas, sopas, sorvete natural de frutas, legumes assados, dentre outras. Os participantes foram desafiados a preparar alimentos sem açúcar, com pouco sal e sem produtos alimentícios ultraprocessados. Considerações finais: As vivências no laboratório de nutrição são estratégias importantes para compartilhar saberes entre os atores envolvidos ao construir oportunidades de manejo da alimentação de forma mais consciente e saudável. Assim, foram produzidas preparações utilizando técnicas dietéticas adequadas para obtenção de uma alimentação mais saudável e de menor custo, além de desenvolver habilidades para produção e comercialização de produtos com as características mencionadas. (1) https://maisaudeufes.wixsite.com/projetomaisaude>

10442 TRATAMENTO DE ÚLCERA VENOSA CRÔNICA COM ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS ASSOCIADOS A TERAPIA COMPRESSIVA: RELATO DE CASO
Beatriz Laureano de Souza, Allanna da Costa Moura, Bianca Campos Oliveira, Beatriz Guitton Renaud Baptista de Oliveira, Victoria Guitton Renaud Baptista de Oliveira

TRATAMENTO DE ÚLCERA VENOSA CRÔNICA COM ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS ASSOCIADOS A TERAPIA COMPRESSIVA: RELATO DE CASO

Autores: Beatriz Laureano de Souza, Allanna da Costa Moura, Bianca Campos Oliveira, Beatriz Guitton Renaud Baptista de Oliveira, Victoria Guitton Renaud Baptista de Oliveira

Apresentação: Úlcera da perna é a síndrome em que há destruição de camadas cutâneas, tais como epiderme e derme, podendo atingir tecidos mais profundos3. A úlcera venosa acomete 1% da população mundial e corresponde a 75% de todas  as úlceras crônicas8, ocasionando significante impacto social e econômico devido à natureza recorrente e ao longo tempo decorrido entre sua abertura e cicatrização. Sua principal causa é pela dificuldade de oxigenação tecidual decorrente da incompetência das válvulas do sistema venoso superficial e/ou profundo. O tratamento das úlceras venosas constitui na limpeza da ferida, escolha de um produto adequado ao estágio de cicatrização em que se encontra a úlcera, associado à aplicação de uma terapia compressiva 3. Produtos a base de ácidos graxos essenciais (AGE) para tratamento de feridas podem conter um ou os dois ácidos graxos essenciais (ácido linolênico e linoleico). Essas substâncias promovem aumento da resposta imune; mantém a lesão úmida acelerando o crescimento do tecido de granulação; estimulam o processo de cicatrização por meio da angiogênese e epitelização, além de ter ação bactericida 6,7. A medida do índice tornozelo-braço é uma avaliação obrigatória para descartar comprometimento  arterial nas úlceras de  pernas,  a  medida   é importante porque no tratamento da úlcera venosa a terapia de alta compressão só pode ser utilizada se for descartada o comprometimento arterial. Várias terapias vêm sendo adotadas no tratamento dessas úlceras, porém há um consenso na literatura da eficácia de terapias compressivas que visa minimizar a hipertensão venosa, melhorar macrocirculação e microcirculação e promover cicatrização, os métodos disponíveis de compressão são ataduras compressivas, meias elásticas e compressão pneumática. Considerando a importância de um atendimento adequado a esta população, há necessidade da atuação de uma equipe multiprofissional, na qual está inserida a Enfermagem, que se destaca por prestar atendimento, na avaliação ampliada das pessoas com úlceras venosas, avaliação das lesões, realização de curativos e encaminhamentos necessários, além de ações educativas para evolução favorável do processo de cicatrização e prevenção do aparecimento de lesões e ocorrência de recidivas Objetivo: Relatar o processo de cicatrização de úlcera venosa crônica, onde foi utilizado como tratamento os ácidos graxos essenciais associados a terapia compressiva. Desenvolvimento do relato de caso: O atual estudo trata-se de um relato de caso realizado em um ambulatório de Reparo de Feridas do hospital universitário, no período de janeiro a maio de 2019. Os aspectos clínicos da úlcera venosa foram analisados pelo protocolo de Avaliação de lesão e a mensuração da área da lesão pelo ImageJ e pela régua, comprimento e a largura em centímetros. Os dados foram tabulados e analisados pelo programa Microsoft Excel. Resultado: Paciente do sexo feminino de 82 anos, hipertensa, apresentando insuficiência venosa crônica e úlcera venosa circular no terço inferior da perna esquerda. O atendimento da paciente foi realizado a cada 15 dias e o registro fotográfico registrado mensalmente, resultando em 9 consultas e 5 registros fotográficos. Nas consultas foram realizados: a consulta de enfermagem, com a avaliação global do paciente e orientações para o autocuidado e a realização do curativo. A técnica de realização do curativo consistia na limpeza da ferida com soro fisiológico a 0,9% e sabão neutro; desbridamento instrumental para a retirada de tecido desvitalizado; aplicação do ácido graxo essencial como cobertura primária e aplicação da terapia compressiva. O índice tornozelo braço foi de 1,0 descartando  comprometimento arterial, dessa forma a paciente estava apta para associar o tratamento de AGE com a terapia compressiva. Os registros fotográficos foram realizados na área do terço inferior da perna, no maléolo medial. No primeiro registro, 22/01/2019, obteve-se 38,8 cm2 de área 7,9 cm de comprimento e 6,2 cm de largura, 75% de tecido de granulação, 25% de esfacelo e bordas maceradas. No segundo registro, 18/02/2019, obteve-se 24,9 cm2 de área, 7,3 cm de comprimento e 4,7 cm de largura, apresentando uma taxa de redução da área da lesão de 35,8% em relação ao tamanho inicial da ferida, quanto ao tecido de granulação apresentava 65% do mesmo, 35% de epitelização e bordas maceradas. No terceiro registro, 19/03/2019, obteve-se 19,2 cm2 de área, 5,8 cm de comprimento e 4,4 cm de largura, apresentando uma, taxa de redução da área da lesão de 50% em relação ao tamanho inicial da ferida, quanto aos tecidos apresentava 50% de granulação e 50% de epitelização e bordas epitelizadas. No quarto e penúltimo registro, 25/04/2019, obteve-se 4,4 cm2 de área, 3,9 cm de comprimento e 1,3 cm de largura e uma taxa de redução da área da lesão de 88,6% em relação ao tamanho inicial da ferida, quanto aos tecidos apresentava 12% de granulação e 88% de epitelização e bordas epitelizadas. No último registro, 10/05/2019, a ferida já estava cicatrizada, apresentando uma taxa de redução da área da lesão de 100% em relação ao tamanho inicial da ferida. Considerações finais: O tratamento da úlcera venosa apresenta ótima evolução com uso de produto adequado, terapia compressiva que é considerado padrão ouro neste tipo de lesão, assistência ambulatorial especializada e orientações para o autocuidado domiciliar. As técnicas eficientes e a utilização de produtos de baixo custo como o AGE, facilitaram a adesão do paciente ao tratamento, apresentando a cicatrização completa da lesão após 15 semanas. Ademais, o enfermeiro tem um importante papel na decisão do tratamento adequado a cada paciente considerando a etiologia da lesão, o estadiamento da mesma e as orientações de autocuidado.

10453 ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO CEARÁ
Hipácia Fayame Clares Alves, Brenda Pinheiro Evangelista, Breno Pinheiro Evangelista, Maria Edmeia Lopes de Oiveira, Lucenir Mendes Furtado Medeiros, Jéssica Pinheiro Carnaúba, Luana da Silva Viana

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO CEARÁ

Autores: Hipácia Fayame Clares Alves, Brenda Pinheiro Evangelista, Breno Pinheiro Evangelista, Maria Edmeia Lopes de Oiveira, Lucenir Mendes Furtado Medeiros, Jéssica Pinheiro Carnaúba, Luana da Silva Viana

Apresentação: A leishmaniose visceral é uma patologia causada pelo parasita Leishmania donovani, caracterizando-se como uma doença crônica e grave, e que apresenta elevada incidência no Brasil. Apresenta, ainda, evolução crônica e febre de intensidade média e de longa duração, sendo responsável por altos índices de mortalidade. O interesse para a realização do estudo originou-se mediante os elevados índices epidemiológicos da leishmaniose visceral. O referente trabalho é relevante para o meio acadêmico e científico por abordar a epidemiologia da leishmaniose visceral em um determinado estado, e para a sociedade, por acrescentar conhecimentos sobre o tema e buscar subsídios para evitar novos casos da doença. Objetivo: Analisar os índices epidemiológicos da Leishmaniose Visceral no Estado do Ceará, Brasil. Método: Consiste em um estudo descritivo, retrospectivo e com abordagem quantitativa, realizado com base nos dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, no DATASUS, tendo por região para a extração dos dados o Estado do Ceará, localizado na região Nordeste do Brasil. Esse estado tinha no ano de 2010, 8.452.381 habitantes e com estimativa de 9.075.649 para 2018. A coleta de dados foi realizada entre os dias 15 e 21 de março de 2019, quanto à epidemiologia da Leishmaniose Visceral no ano de 2017. Por se tratar de um estudo com dados secundários e de domínio público, esta pesquisa não necessitou da análise ética por um Comitê de Ética em Pesquisa. Resultado: De acordo com os dados obtidos do DATASUS, ocorreu 1 caso  notificado no ano de 2015, enquanto ocorreram 22 casos no ano de 2016 e 365 casos em 2017, totalizando 388 casos de leishmaniose visceral no Estado do Ceará, evidenciando sua elevada incidência conforme a literatura revela, e que apresentou considerável crescimento. Desses casos, 279 eram pacientes do sexo masculino, enquanto 109 eram do sexo feminino, destacando que essa patologia apresentou maior frequência em homens. Além disso, 34 pacientes chegaram a óbito por leishmaniose visceral. Considerações finais: Após a análise dos dados epidemiológicos da leishmaniose visceral, foi possível destacar que essa patologia ainda caracteriza-se como uma complicação presente, tornando-se fundamental a criação de novas estratégias de saúde para controle da doença.

10527 SAÚDE NO TERRITÓRIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DA ATUAÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA
Melina Navegantes Alves, Tarciana Martins da Silva Ventura, Maria Lúcia Chaves Lima, Adrine Carvalho dos Santos Vieira, Nágila de Carvalho Pinto

SAÚDE NO TERRITÓRIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DA ATUAÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA

Autores: Melina Navegantes Alves, Tarciana Martins da Silva Ventura, Maria Lúcia Chaves Lima, Adrine Carvalho dos Santos Vieira, Nágila de Carvalho Pinto

Apresentação: O Sistema Único de Saúde foi um marco ímpar para a saúde brasileira. Instaurado a partir da Constituição Federal de 1988, condiz com a implementação de promoção, prevenção e tratamento em saúde a partir de sistemas de Redes de Atenção. Nesse sentido, formam-se os níveis de atenção: o Primário, Secundário e Terciário, que possibilitam melhor organização e acesso a saúde no país. A Atenção Primária em Saúde (APS), também denominada de Atenção Básica, deve ser inserida de forma articulada a toda rede de serviços de saúde dos municípios, e como elemento indissociável dessa. A APS é formada por diretrizes e princípios que o serviço deve proporcionar, nesse sentido, a atenção não deve ser voltada a uma simples prestação de serviços, mas sim a um diálogo e ponte formada entre os profissionais da Atenção Básica e os usuários, bem como suas famílias, tornando assim parte da comunidade em que está estabelecida. Assim, a integralidade dentro da Atenção Básica, seria um trabalho articulado e interativo entre equipe, família e comunidade. As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a portas de entrada para os serviços públicos de saúde fazendo parte da APS, onde a maior parte dos casos pode ser atendida além de realizar o encaminhamento para outros serviços, se necessário. As UBS também podem possuir uma Estratégia Saúde da Família (ESF), que busca promover a qualidade de vida e intervir nos fatores de risco a saúde da população do território. Como complemento a equipe da UBS e da ESF, há também o Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) e sua equipe multiprofissional, implementado para ampliar os serviços da rede básica atuando de forma conjunta com as demais equipes. Dessa forma, o presente resumo teve como objetivo relatar a experiência do trabalho dentro do território em uma Unidade Básica de Saúde e em conjunto com o Núcleo de Apoio a Saúde da Família em um município no interior do Pará. O trabalho foi desenvolvido a partir do Programa de Capacitação em Atenção à Saúde da Criança 2019/2020 – Estágio Multicampi Saúde– da Universidade Federal do Pará (UFPA), no mês de Julho de 2019. O trabalho se desenvolveu a partir da supervisão e parceria dos trabalhadores da UBS e da equipe de apoio do NASF. Dentro deste ambiente foi possível desenvolver práticas multiprofissionais em atendimentos individuais e grupais, ações de educação em saúde, matriciamentos, ações em conjunto com o território, que permitiram a integração dos profissionais em prol da comunidade assim como a participação da população em parte das atividades construídas neste mês. Esta possibilidade de trabalho dentro do território também tornou possível práticas alternativas ao modelo da clínica biomédica, realizando consultas domiciliares, passeios informais, grupos, dinâmicas e outras atividades. O território aqui pensado é um espaço de identidade e simbolismo, ou seja, ao se pensar alocação física das unidades de saúde ou territórios de abrangência da atenção básica, deve-se levar em consideração a lógica do local em questão que permeia saberes, práticas, memórias e diálogos próprios daquela realidade. Nesse sentido, vale pensar que o trabalho ali desenvolvido deve ser específico da realidade, ou seja, contextualizado, trançando objetivos, metas e ações próprias ao território de abrangência. Nesse sentido, para trabalhar o território é necessário conhecê-los e muitas vezes, pertencer a ele como agente social de saúde. Território é uma rede de aglomerado de situações formados por três dimensões principais: a social, econômica e política. Ao se pensar a dimensão social é preciso entender a comunidade ali presente, o público alvo e suas especificidades. Já a dimensão econômica influencia no sentido da qualidade de vida e como é visto a saúde, ao pensarmos em acesso a saneamento básico, alimentação, moradia, agua potável e outros fatores que economicamente influenciam a saúde. E finalmente a dimensão política se mostra presente a partir das políticas públicas ali presentes e suas dinâmicas com a sociedade abrangida. Essas três dimensões constituem e são os pilares do território aqui discutido como saúde, na medida em que são interligadas e complementares para entender como a dinâmica da população alvo influencia na atenção a saúde ali presente. Assim, ao se deparar com a população da Unidade Básica no interior do Pará, foi encontrado diversos empecilhos para o trabalho nas três dimensões territoriais citadas. Quanto a dimensão social, o público alvo não estava devidamente registrado na unidade devido problemas de arquivos manuais, sendo assim, a população que se encontrava no sistema não era a mesma que encontrava-se no trabalho do dia a dia na unidade, dificultando devido a falta de informações necessárias para o cuidado em saúde para além do atendimento individual. A dimensão econômica do território da unidade era a de sérias dificuldades financeiras, com falta de saneamento básico em muitas das residências, subempregos e baixa qualidade de vida. Já a dimensão política se configurava a partir da lógica de um interior de estado de grande porte, com NASF integrado as UBS, um CAPS II, Hospital Regional, CRAS, CREAS e outras políticas de saúde a população. Nesse sentido, a experiência encontrada foi a de que apenas ao entender a logica do território envolvido é que foi possível realizar um trabalho específico para a área de abrangência, sendo assim estabelecidas as prioridades, as necessidades de visitas, os grupos a serem formados, as metodologias efetivas para educação em saúde e várias outras ações que são diretamente relacionadas às especificidades territoriais. Dessa forma, entende-se que o SUS se mostrou revolucionário a saúde de comunidades ao implementar a saúde dentro de territórios, buscando entender as realidades locais visando promoção e prevenção em saúde. A partir da Atenção Básica foi possível desenvolver ações específicas, traçar metas e promover projetos que visassem seu público alvo de maneira contextualizada. Entretanto, ainda há muito o que desenvolver no sentido de se utilizar essa ferramenta de modo efetivo em dimensão nacional.  A partir da experiência de trabalho na unidade, conclui-se a importância de trabalho dentro do território, incorporando a dinâmica da comunidade abrangida, bem como suas especificidades para a promoção e prevenção em saúde.

10609 ATENÇÃO A SAÚDE DO TRABALHADOR NO SUS: AVANÇOS E DESAFIOS
Amélia Romana Almeida Torres, Samylle Barbosa Veras Ferro, João Sergio Araújo Soares, Ana Luiza Chaves Lima, Rosalice Araújo Sousa Albuquerque, Herminia Maria Sousa da Ponte

ATENÇÃO A SAÚDE DO TRABALHADOR NO SUS: AVANÇOS E DESAFIOS

Autores: Amélia Romana Almeida Torres, Samylle Barbosa Veras Ferro, João Sergio Araújo Soares, Ana Luiza Chaves Lima, Rosalice Araújo Sousa Albuquerque, Herminia Maria Sousa da Ponte

Apresentação: A Saúde do Trabalhador refere-se a um entendimento que visa compreender as relações entre o trabalho e o processo saúde/doença. O fundamento de suas ações é a articulação multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial. A Saúde do Trabalhador (ST) é definida na Constituição Federal de 1988 como atribuição do Sistema Único de Saúde (SUS). A Lei 8.080/90 a determina como um conjunto de atividades que se remete, através de ações da vigilância epidemiológica e sanitária, à promoção, proteção da saúde dos trabalhadores e a atenção da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos. Diante da importância dos profissionais para a concretização da ST no SUS e da insipiente produção científica essencial para a construção de conhecimentos que contribuam para a superação dos desafios apontados, este trabalho justifica-se então pela necessidade de identificar o desenvolvimento da atuação à saúde que estão sendo aplicados pelos profissionais do SUS. Objetivo: Identificar na literatura a evolução da Saúde do Trabalhador no SUS, apresentar os avanços e desafios para o desenvolvimento da Saúde do Trabalhador. Método: O estudo foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica. Para os critérios de inclusão aqueles estudos que abordavam a temática de saúde do trabalhador que estavam disponibilizados eletronicamente no idioma português. Os dados foram coletados a partir do levantamento das produções científicas na base de dados Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) correspondente ao período de 2015 a 2020, para isso, foram utilizados os descritores Saúde do Trabalhador and Sistema Único de Saúde. Resultou-se em um total de 6 publicações. Resultado: Como avanços podemos citar a criação da Política Nacional da Saúde do Trabalhador, a busca pelo desenvolvimento da atenção integral a saúde do Trabalhador com base na estratégia da RENAST, o fortalecimento  das ações de  prevenção  e promoção  da saúde do trabalhador na APS. Como desafios a necessidade que se tem de qualificar apoiadores para a Saúde do trabalhador, uma maior articulação entre os profissionais do CEREST e das redes de Atenção Básica, criação de linhas de cuidado em ST para o fortalecimento  da rede de serviços de apoio ao trabalhador com doenças relacionadas ao trabalho. Considerações finais: Este estudo proporcionou discussões importantes para um maior reconhecimento sobre a realidade da ST e trouxe a reflexão para melhorar a qualidade nas práticas profissionais direcionadas a Saúde do trabalhador. Destaca-se assim, que as equipes de saúde devem incorporar no seu cotidiano ações de promoção, de proteção, de vigilância, de assistência e de reabilitação a saúde para que os trabalhadores possam ser atendidos na sua integralidade.  

10626 ENFRENTAMENTO, PROTEÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL DO DOCENTE DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DE MINAS GERAIS
Laura Elisa Silva, Clayver Viktor Moreira de Azevedo, Amanda Morais Polati, Gian Batista do Carmo, Tiago Ricardo Moreira, Andreia Queiroz Ribeiro, Deíse Moura de Oliveira

ENFRENTAMENTO, PROTEÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL DO DOCENTE DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DE MINAS GERAIS

Autores: Laura Elisa Silva, Clayver Viktor Moreira de Azevedo, Amanda Morais Polati, Gian Batista do Carmo, Tiago Ricardo Moreira, Andreia Queiroz Ribeiro, Deíse Moura de Oliveira

Apresentação: O sofrimento é uma experiência individual e singular do ser humano que pode estar relacionada a uma ameaça da integridade física psíquica e/ou religiosa. Tal experiência está intimamente relacionada com a saúde mental. No Brasil aproximadamente 30% da população adulta apresenta transtornos mentais comuns, como insônia, falta de concentração, falta de apetite etc. É fato que o processo de trabalho pode ser um potencial gerador de impactos negativos à saúde mental dos trabalhadores. No que tange ao docente universitário, a jornada de trabalho elevada, a carga de trabalho que extrapola a carga horária formal e as relações hierarquizadas e competitivas das instituições podem ser identificadas como causas de sofrimento mental. Além dessas questões, a exigência de que os professores, sobretudo aqueles credenciados em cursos de pós-graduação, mantenham um índice significativamente alto de produção científica, associado ao elevado número de aulas ministradas, também são identificados como fatores desencadeantes de sofrimento em docentes. Transtornos como ansiedade, estresse, depressão e síndrome de Burnout acometem frequentemente docentes, o que salienta a importância de investigações que elucidem as repercussões à saúde mental de docentes universitários. Destarte, o presente estudo objetivou compreender como a saúde mental dos docentes de uma Universidade pública é impactada pelas experiências advindas da profissão, a fim de apreender o processo de enfrentamento do docente frente aos impactos à saúde mental vivenciados no contexto ocupacional e identificar os fatores que, na perspectivas dos docentes, atuam na promoção da saúde mental no ambiente profissional. Desenvolvimento: trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, que permite o aprofundamento e a compreensão necessária para a descrição detalhada do fenômeno estudado.  Refere-se a um recorte de um estudo quanti-qualitativo intitulado “A saúde mental de docentes de uma universidade pública de Minas Gerais”. Os participantes dessa pesquisa foram docentes em exercício ativo da profissão. Os dados foram coletados nos meses abril e maio de 2019 por meio de entrevistas individuais e abertas, orientadas por um roteiro semiestruturado e analisados a partir da técnica de Análise de Conteúdo temática. Cabe ressaltar que o presente recorte apresentado se debruçou sobre os resultados da segunda e terceira categorias da pesquisa, intituladas respectivamente por “Processo de enfrentamento do docente na proteção da sua saúde mental” e “Expectativas docentes para a promoção da saúde mental”. Salienta-se finalmente que o presente estudo obteve parecer favorável do Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos da universidade à qual os investigadores estão vinculados, inscrito sob o CAAE nº 91939318.7.0000.5153/ Parecer nº 2.804.50Resultado: participaram do estudo 13 docentes de ensino superior, com faixa etária entre 27 a 54 anos, sendo seis do sexo masculino e sete do sexo feminino. O tempo de exercício dos docentes em instituições públicas variou de 2 a 27 anos. Os resultados do estudo revelam que o docente é afetado pela sobrecarga de trabalho, pelas relações estabelecidas entre os pares e pelo contexto macropolítico. Diante disso, destacam-se algumas estratégias realizadas pelos docentes e entendidas como forma enfretamento para proteção da saúde mental. Quanto às estratégias mencionadas, o estabelecimento de limites entre a vida pessoal e profissional foi identificado como âncora protetora importante à saúde mental dos participantes. Além disso, foi apontado pelos entrevistados que identificar o seu limite individual de atividades é fundamental para evitar sofrimento, de forma a direcionar tempo para as demais atividades cotidianas. A motivação com relação à prática docente também foi reconhecida como fator promotor de saúde mental dessa classe trabalhadora. Os depoentes afirmam que fazer aquilo que ama e escolheu fazer é uma forma de enfrentar as dificuldades impostas pelo exercício da profissão. Atividades utilizadas como “válvula de escape” também foram apontadas como estratégia de enfrentamento para proteção da saúde mental, como a prática de desporto e outras atividades de lazer. As relações positivas com os colegas de profissão e com servidores técnico-administrativos foram identificadas como método de proteção à saúde mental por alguns participantes da pesquisa, contribuindo sobremaneira para a qualidade de vida no ambiente de trabalho. A organização pessoal do tempo e das tarefas a serem realizadas foi ainda elencada, além do estabelecimento de prioridades para a realização do trabalho, de forma a executar aquelas que geram maior satisfação profissional e pessoal. No que tange às expectativas dos docentes para a promoção da saúde mental, o depoimento dos entrevistados indicaram descontentamento com o sistema de avaliação do profissional e do ensino, fato que indica a necessidade de reavaliar os critérios utilizados, com o intuito de valorizar o profissional além do valor quantitativo. Os depoentes sugerem que haja uma política de gestão no âmbito institucional para a promoção e proteção da saúde mental, com atividades que trabalhem a mente e o corpo, bem como oficinas humanísticas, considerando que apesar de a universidade ser reconhecida pelo senso comum como espaço do saber é, acima de tudo, o espaço do humano. Acreditam os participantes que oportunizar espaços dialógicos e construtivos sobre o humano e as relações com/entre ele advindas seria uma estratégia importante para superar desafios institucionais que impactam sobremaneira a saúde mental do público docente. Além disso, os docentes afirmam a necessidade ainda em âmbito institucional de readequações no processo de trabalho, o que traria benefícios para a saúde mental dos trabalhadores, como por exemplo, a adequação de uma carga horária mais equitativa entre os colegas. Considerações finais: Os resultados do estudo mostram que a saúde mental dos docentes é afetada por diversos fatores e identificou como estratégias de enfrentamento o estabelecimento de limites entre a vida pessoal e profissional, assim como as relações interprofissionais no ambiente de trabalho, a prática de atividades de lazer e a boa organização do tempo de acordo com as prioridades estabelecidas. Dentre as expectativas para promoção e proteção da saúde mental abordadas a reformulação do método de avaliação do docente pelas instituições de pesquisa e agências foi requisitada, assim como o desenvolvimento de atividades voltadas para a identificação e manejo de sofrimento mental entre os docentes por parte das instituições. Por conseguinte, é possível afirmar que o sofrimento mental dos docentes está posto, as é negado pelas universidades, companheiros de trabalho e até mesmo pelo próprio docente, o que reafirma a importância de se pensar estratégias para viabilizar e atuar nesse contexto em busca de melhorias da saúde dos profissionais docentes e consequente do ensino em que atuam.

10738 A CONCEPÇÃO DA POPULAÇÃO E DOS TRABALHADORES DE SAÚDE SOBRE O CONHECIMENTO E PRÁTICAS EDUCATIVAS SOBRE A DENGUE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Fabianna Vilela Alves, Luiz Henrique dos Santos Ribeiro

A CONCEPÇÃO DA POPULAÇÃO E DOS TRABALHADORES DE SAÚDE SOBRE O CONHECIMENTO E PRÁTICAS EDUCATIVAS SOBRE A DENGUE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Fabianna Vilela Alves, Luiz Henrique dos Santos Ribeiro

Apresentação: A dengue é uma doença tropical, estando intimamente ligada as variações climáticas e condições socioambientais. E tem no clima um fator que contribui nas condições do ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti, causador da transmissão. Sendo o verão uma das épocas do ano de maiores incidências deste agravo. Optou-se por avaliar quais são os conhecimentos sobre as práticas educativas que a população e os pessoais de saúde possuem, para utilizarem no combate a Dengue. Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência, com caráter descritivo. Esta pesquisa teve como público-alvo os cidadãos presentes durante a visita de combate a endemias e 5 Trabalhadores da saúde de uma Atenção Primária de Saúde, no interior do Estado de São Paulo. Ela ocorreu nos meses de novembro de 2019 a inicio de fevereiro de 2020, tendo como instrumento um questionário contendo 15 perguntas abertas sobre a dengue.  Após  organização, armazenamento e a análise dos dados, pode-se concluir que apesar da população ter o conhecimento sobre as principais forma de transmissão do mosquito, verificou-se que outras atitudes precisam ser tomadas  em conjunto com o poder público e a população para que ocorra um controle da doença mais eficaz e estas ações precisam ocorrer durante todo o ano. Enquanto que nos trabalhadores da saúde, a informação que eles possuem estão desatualizadas, muitos ainda pensam na dengue como uma doença simples com fácil manejo, simplificando as complicações e formas de tratamento. Sugere-se capacitações mais frequentes com os trabalhadores da Saúde, buscando melhorar o grau de conhecimento desta classe.

10791 O INDICADOR DE MORTALIDADE INFANTIL INDÍGENA NO CONTEXTO DA ENFERMAGEM TRANSCULTURAL: UMA REFLEXÃO
Gabriela Almeida Kaippert, Felipe Guimarães Tavares, Pamela de Oliveira França, Luisa Neves Soares de Freitas Oliveira, Danielle Freire de Andrade Carvalho, Eduarda Felippe Cunha Bernard Lista

O INDICADOR DE MORTALIDADE INFANTIL INDÍGENA NO CONTEXTO DA ENFERMAGEM TRANSCULTURAL: UMA REFLEXÃO

Autores: Gabriela Almeida Kaippert, Felipe Guimarães Tavares, Pamela de Oliveira França, Luisa Neves Soares de Freitas Oliveira, Danielle Freire de Andrade Carvalho, Eduarda Felippe Cunha Bernard Lista

Apresentação: A mortalidade infantil é um indicador essencial no Sistema Único de Saúde (SUS), pois expressa a condição de vida e saúde de uma população e elucida quantificadamente a importância de implementação de políticas públicas. Para trabalhar com a saúde, se faz necessário compreender a perspectiva, contexto e a territorialidade em que um indivíduo se insere, sendo oportuna a desconstrução de paradigmas arcaicos no contexto saúde-doença associando a interpretação de indicadores epidemiológicos. Desenvolvimento: Relato de uma experiência de reflexão teórica que visa relacionar a relevância da aplicação da Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural (TDUCC), de Madeleine Leininger, no entendimento de fatores associados à mortalidade infantil indígena. Tal reflexão foi embasada nos materiais e pesquisas encontradas, assim como conceitos entendidos durante a confecção de um trabalho monográfico do curso de Graduação em enfermagem da Universidade Federal Fluminense. Resultado: A Enfermagem Transcultural possui como meta a naturalização de um serviço de saúde e atendimento eficaz, efetivo e significativo, através de recursos que sejam sensíveis e que tenham origens em valores, contextos e perspectivas. Sua teoria foi lapidada por meio do entendimento de como grupos culturais percebem e entendem o processo de adoecimento e cura. A interculturalidade e a pluralidade cultural são vitais na construção de um serviço de saúde integral e universal, pois incorporam as aptidões técnicas a uma percepção multipanorâmica dos contextos que conglobam cada cultura. Observa-se que barreiras de acesso, preconceito, desrespeito a cultura, além de obstáculos culturais, geográficos e organizacionais afastam o povo indígena dos serviços de saúde, sendo confirmados através dos indicadores, especialmente o de mortalidade infantil. Neste sentido, a prática desta modalidade de cuidado transcende uma simples análise de etnias e comportamentos distintos, já que embasa a prática e o conhecimento profissional, tornando a assistência efetiva, planejada e operacionalizada pois faz uso de metas e objetivos palpáveis para cada grupo populacional. Considerações finais: Reconhecer a importância da avaliação dos indicadores de saúde com base no contexto sociocultural se faz necessário, uma vez que estes podem determinar estratégias efetivas de prevenção e identificação de agravos, especialmente em grupos populacionais vulneráveis específicos. Como a mortalidade se trata de uma condição multicausal, onde condições comportamentais, religiosas e socioeconômicas interferem diretamente no desfecho do processo de morte infantil, a teoria da transculturalidade sob o olhar do enfermeiro é essencial para interpretar o processo saúde-doença da população indígena, fortalecendo o subsistema epidemiológico, a credibilidade do sistema único de saúde e o impulso em uma substancial redução nos níveis de morte infantil indígena. Apesar das vantagens, para adoção desta teoria é necessária uma visão ampla que estima cada individualidade contextual, tornando-se um mecanismo para realizar uma enfermagem livre de preconceitos culturais.

11111 PERFIL DE INTERNAÇÕES NA REGIÃO DE SAÚDE DO BAIXO AMAZONAS ENTRE 2014 E 2018
Ana Carolina Mota de Sousa, Paulo Jorge Martins Júnior, Júlio Cesar Schweickardt, Ana Elizabeth Sousa Reis

PERFIL DE INTERNAÇÕES NA REGIÃO DE SAÚDE DO BAIXO AMAZONAS ENTRE 2014 E 2018

Autores: Ana Carolina Mota de Sousa, Paulo Jorge Martins Júnior, Júlio Cesar Schweickardt, Ana Elizabeth Sousa Reis

Apresentação: Sendo primeiramente implantado na década de 1970, o antigo Sistema de Informações Hospitalares tinha como objetivo controlar os pagamentos de serviços prestados pelos hospitais contratados. Esse sistema, no entanto, foi renomeado para o atual Sistema de Informação Hospitalar no ano de 1991, com vistas à implantação do Sistema Único de Saúde – SUS. O SIH surge então com o objetivo de sistematizar o conhecimento do custo de hospitalização, evolução e tempo de permanência, além de possibilitar o conhecimento dos indivíduos hospitalizados, tanto aos aspectos clínicos quanto aos epidemiológicos. A partir desse sistema, foi estudada a Região de Saúde do Baixo Amazonas, que tem uma população estimada de 240.242 habitantes (IBGE 2015) e correspondendo a 6,1% da população total do estado, sendo formada por cinco municípios: Parintins, Maués, Nhamundá, Boa Vista dos Ramos e Barreirinha (IBGE 2016). A partir dos dados obtidos por meio do SIH, com o objetivo de estabelecer um perfil de internações, foi pesquisado o número de internações realizadas na região entre os anos de 2014 e 2018 na região do Baixo Amazonas. Nesse período houve 53.913 internações na região de saúde. Classificando-as segundo os capítulos do CID-10 e a lista de morbidade do CID-10, percebe-se que as internações relacionadas a gravidez, parto ou puerpério representam a maior parcela do total de internações, correspondendo a 44,72% do total de internações realizadas no período. Esse número é seguido pelas doenças do aparelho digestivo, que corresponde à 9,27% do número total e, em seguida, pelas lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas, agregando 9,02%. O número de internações de pacientes que se identificam com o sexo feminino alcança o impressionante número de 38190 das internações, o que corresponde à 70,83% do número total de internações. Esse valor se dá ao grande número de internações relacionadas a gravidez, parto ou puerpério. Esses números são consistentes quando comparados com o restante da região. No Amazonas, 38,22% das internações totais no mesmo período de tempo correspondem às internações relacionadas a gravidez, parto ou puerpério, uma realidade muito parecida com a do Baixo Amazonas, o que possibilita afirmar que os parâmetros de internação da região de saúde reflete o que acontece no restante do estado. Quando consideramos o perfil de internações em todo o território brasileiro, o maior número de internações também corresponde às internações relacionadas a gravidez, parto ou puerpério, com 20,93% das internações totais entre os anos de 2013 e 2017. O perfil de internações na Região do Baixo Amazonas não é totalmente diferente do restante do estado, que por sua vez apresenta uma realidade semelhante ao restante do país.

11275 VIOLÊNCIA OCUPACIONAL NO SETOR DE URGÊNCIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Marilei de Melo Tavares, Bruno Azevedo da Silva, Victória Ribeiro Teles

VIOLÊNCIA OCUPACIONAL NO SETOR DE URGÊNCIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Autores: Marilei de Melo Tavares, Bruno Azevedo da Silva, Victória Ribeiro Teles

Apresentação: A pesquisa teve por objetivo identificar os mais frequentes tipos de violência ocupacional sofrida por trabalhadores de enfermagem, buscou-se compreender como tais riscos podem afetar no seu processo de trabalho. Método: trata-se de uma pesquisa tipo exploratória com abordagem qualitativa, tendo por cenário o Hospital Universitário de Vassouras (HUV) localizado no município de Vassouras. Os participantes do estudo são 18 profissionais de enfermagem. Com utilização de questões abertas e fechadas relacionadas ao tema. Coleta de dados realizada pelo acadêmico de enfermagem no próprio cenário. Procedimentos éticos - em respeito aos aspectos éticos da pesquisa, o projeto foi submetido ao Comitê de Ética na Pesquisa da Universidade de Vassouras, tendo em vista o atendimento à Resolução no 510/16, sobre pesquisa envolvendo seres humanos, CAAE: 12052119.9.0000.5290. Sendo aprovado com parecer número 3.295.302. Ademais, foi obtida autorização da pesquisa no Centro de Estudo do referido hospital, para utilização como campo de estudo. Participação na pesquisa a partir da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido - TCLE. Com tratamento dos dados por meio da leitura analítica dos dados com base no referencial da Análise do Conteúdo de Bardin e pelas Diretrizes vigentes do Ministério da Saúde sobre Violência no Trabalho no Setor da Saúde. Quanto aos resultados, a equipe de enfermagem sofre vários tipos de violência, afetando seu bem estar físico e psíquico, a subnotificação da violência é um dos problemas identificados. Espera-se que esse estudo sirva como base para mais produções cientificar, motivo de debate, no intuito de ajudara construir nossos saberes e um ambiente digno para a equipe de enfermagem.

11287 INTOXICAÇÃO EXÓGENA POR DIETILENOGLICOL EM MINAS GERAIS: DESAFIOS E APRENDIZADOS A PARTIR DESTA EMERGÊNCIA EM SAÚDE
Giselle Tófoli, Alzira de Oliveira Jorge

INTOXICAÇÃO EXÓGENA POR DIETILENOGLICOL EM MINAS GERAIS: DESAFIOS E APRENDIZADOS A PARTIR DESTA EMERGÊNCIA EM SAÚDE

Autores: Giselle Tófoli, Alzira de Oliveira Jorge

Apresentação: Esse trabalho apresenta as dificuldades em articular redes e promover um trabalho intersetorial frente à uma emergência em saúde pública, do ponto de vista de uma trabalhadora da Vigilância Sanitária Estadual, no evento Intoxicação Exógena por Dietilenoglicol  em Minas Gerais, no ano de 2020. Desenvolvimento: Em 06 de janeiro de 2020, fui informada, enquanto técnica da Vigilância Sanitária Estadual e lotada na Superintendência Regional de Saúde de Belo Horizonte, da ocorrência de sete casos de insuficiência renal aguda com complicações neurológicas de etiologia desconhecida, sendo que dois pacientes possuíam vínculo familiar e os demais pacientes residiam ou passaram pelo bairro Buritis, na cidade de Belo Horizonte (MG). Fui designada para compor a força-tarefa e acompanhar técnicos da Secretaria Municipal de Saúde e Assistência de Belo Horizonte (SMSA/BH), da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES/MG) – nível central e do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EPI-SUS) Avançado - Ministério da Saúde (MS) na investigação de um possível surto alimentar. Fui convidada a compor o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES/IEDEG), instituído em 08 de janeiro de 2020, referente ao evento, representando a Vigilância Sanitária (Resolução SES (MG) nº 7011/2020). A partir de então comecei a participar de reuniões diárias com a equipe de investigação para alinhamento de conduta e planejamento de ações e reuniões semanais ou conforme necessidade, com grupo técnico assessor, formado por especialistas do Hospital João XXIII, Hospital Eduardo de Menezes, Fundação Ezequiel Dias (Funed), que é o Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) de Minas Gerais, Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde Municipal - CIEVS BH, Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte - SMS/BH, para discussão dos casos e investigações. Diante dos eventos notificados, exames laboratoriais foram solicitados e realizados pela Funed para pesquisa de doenças transmissíveis, sendo excluídas após análise: arboviroses, febres hemorrágicas (febre amarela, hantavirose, leptospirose e riquetisioses), infecções bacterianas e fúngicas sistêmicas, doenças neuroinvasivas, sarampo, hepatites virais, doença de Chagas, HIV, tuberculose, meningites e encefalites. Complementarmente às análises realizadas pela Funed, a Superintendência de Polícia Técnica-Científica da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou análises toxicológicas de amostras biológicas dos pacientes e produtos recolhidos pelas vigilâncias sanitárias municipal e estadual. As investigações iniciais indicaram que os pacientes notificados apresentaram os primeiros sintomas após ingerirem a cerveja “Belorizontina” da marca Backer. Os sintomas clínicos dos pacientes levantaram a hipótese de intoxicação exógena por Dietilenoglicol (DEG). A presença da substância DEG foi confirmada em amostras de cerveja que foram coletadas nas residências de pacientes e encaminhadas pela Vigilância Sanitária do município de Belo Horizonte para a perícia da Polícia Civil. Exames realizados em amostras biológicas de quatro pacientes também detectaram a presença do mesmo composto químico. O evento está sendo acompanhado pela equipe do EPI-SUS e foi caracterizado como um estudo descritivo, do tipo série de casos, com a temporalidade de 07 a 20 de janeiro de 2020, em Belo Horizonte (MG), onde a população do estudo foram os casos notificados de intoxicação exógena por dietilenoglicol em Minas Gerais, no período de 07 a 17 de janeiro de 2020 e com a seguinte definição de caso provável “Indivíduo residente ou visitante de Minas Gerais que ingeriu cerveja da marca “Backer”, a partir de novembro de 2019, e iniciou, em até 72 horas, sintomas gastrointestinais (náuseas e/ou vômitos e/ou dor abdominal) associados à oligúria de evolução rápida para insuficiência renal aguda, seguidos ou não de uma ou mais alterações neurológicas: paralisia facial, borramento visual, amaurose, alterações de sensório, paralisia descendente e crise convulsiva”. A fonte e coleta de dados foi a partir de questionário semiestruturado (dados sociodemográficos e dados clínicos). Todos os resultados, incluindo medidas de frequência, tendência central e limitações do estudo foram apresentados a toda equipe do COES e grupo técnico assessor. Cabe ressaltar aqui algumas dificuldades enfrentadas pela equipe do COES IEDEG na condução dos trabalhos: Dificuldade de comunicação entre as várias áreas da SES (MG) envolvidas, seja por conflitos de interesse ou não entendimento do processo de trabalho investigativo; Fluxo de informações estabelecido não respeitado; Demora no atendimento das demandas do COES/IEDEG; Solicitação de informações importantes, como por exemplo a cadeia produtiva e o mapa de distribuição das cervejas Backer, sem retorno; Demora na análise e liberação dos laudos das amostras biológicas, por parte da PCMG. Resultado: Os efeitos percebidos decorrentes da experiência ou resultados encontrados na pesquisa; Até a data de 07/02/2020, foram notificados 31 casos suspeitos de intoxicação exógena por Dietilenoglicol. Desses, 26 pessoas são do sexo masculino e cinco do sexo feminino. Quatro casos foram confirmados e os 27 restantes continuam sob investigação, uma vez que apresentaram sinais e sintomas compatíveis com o quadro de intoxicação por dietilenoglicol e com relato de exposição. A confirmação dos casos depende do resultado de análises laboratoriais. A PCMG tem raciocínio e lógica bem diferentes do setor saúde, não compreendem que os resultados de exames toxicológicos são importantes para a condução clínica dos casos. E até o momento estamos “polícia-dependentes” pelo fato da Funed não ter a técnica e reagentes para realizar essas análises. E ainda aguardar um treinamento por parte da Polícia Técnica-Científica da PCMG. Outro ponto importante é a diferença na estrutura e funcionamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), quando comparado à ANVISA/MS. Todo funcionamento é bem centralizado e dependente de autorização da sede em Brasília – DF, o que muitas vezes dificultou a comunicação e obtenção de informações. As principais limitações do estudo foram a inexistência do efetivo diálogo e trabalho intersetorial a contento, tanto no controle de recursos como no estabelecimento de prioridades de ação, além do viés de informações (pacientes internados e inconscientes; questionários com informações em branco; algumas entrevistas não feitas). Diante dos dados obtidos, não foi possível responder a perguntas como, por exemplo, “qual é a chance do doente e outras pessoas não doentes terem se exposto ao agente causador e quais são os fatores associados ao adoecimento?” (257 palavras) Considerações finais: Esta vivência me afetou, me fez sentir a dificuldade existente em articular as várias redes de atenção frente à uma emergência de saúde pública e como a comunicação entre os trabalhadores envolvidos é “truncada”. É preciso entender e respeitar a importância de cada trabalhador de saúde envolvido na investigação de uma emergência como esta, para que a resposta técnica seja dada aos serviços e à população de forma efetiva e no tempo oportuno. Estamos trabalhando com vidas e famílias aguardam uma resposta! O evento ainda me fez refletir sobre a importância do conceito de Redes Vivas trazido por Merhy (2014). Não adianta a existência de todos os elementos constitutivos das redes de atenção à saúde em determinado território (população, estrutura operacional, modelo de atenção), colocado por Mendes (2009) como quesitos essenciais para sua organização e funcionamento, se o diálogo e os encontros entre os diversos atores envolvidos não são efetivos. Neste particular, poderíamos dizer que Mendes nos trouxe a “anatomia” das redes, enquanto Merhy coloca para nós a “fisiologia’ das redes. Não adianta apenas a organização estrutural das redes, se não conhecemos e entendemos o seu funcionamento! As redes de fato são tecidas através dos encontros, produzindo e ressignificando práticas e políticas de saúde.

11453 QUALIDADE DE VIDA DOS DOCENTES UNIVERSITÁRIOS: REVISÃO INTEGRATIVA
Anna Carolina de Araujo Cavalcante, Fabricio Claussen de Oliveira Diogo, Janaina Moreno de Siqueira, Giovanna Vivacqua Mendes, Sheila Nascimento Pereira de Farias, Rachel de Araujo Costa, Nathalia da Costa Melo de Andrade, Isabelle Oliveira Duran

QUALIDADE DE VIDA DOS DOCENTES UNIVERSITÁRIOS: REVISÃO INTEGRATIVA

Autores: Anna Carolina de Araujo Cavalcante, Fabricio Claussen de Oliveira Diogo, Janaina Moreno de Siqueira, Giovanna Vivacqua Mendes, Sheila Nascimento Pereira de Farias, Rachel de Araujo Costa, Nathalia da Costa Melo de Andrade, Isabelle Oliveira Duran

Apresentação: O conceito de qualidade de vida atualmente mostra-se dinâmico em relação aos processos de produção, circulação e consumo de bens e riquezas, relacionando o ser humano com a sua cultura e meio. O trabalho, enquanto um pilar na estrutura da identidade do indivíduo, oferece oportunidade de realização pessoal, expressão de competência e integralização em comunidade. Entretanto, com as mudanças de valores do mundo moderno, o perfil laboral transformou-se para cumprir as novas exigências tecnológicas e novos modelos gerenciais de qualidade. O presente estudo prioriza os docentes universitários, pois eles devem conciliar atividades pedagógicas, pesquisa, extensão, tarefas administrativas com funções da graduação e pós-graduação, precisando lidar também com a concorrência e competitividade desenfreada de seus pares, com as cobranças relacionadas à publicação de artigos, participação em eventos, busca por financiamento e entre outros. Com isso, estas obrigações interferem diretamente no bem-estar do docente, pois o tempo de dedicação ao trabalho é inversamente proporcional a sua disponibilidade para atividades pessoais, dessa forma ocorre a sobrecarrega com exigências pessoais e profissionais. E para além disso, os impactos de uma baixa qualidade de vida prejudicam a relação ensino-aprendizagem, interferindo no desempenho do professor universitário. Objetivo: No presente estudo observou-se a necessidade de entender os processos acerca da qualidade de vida dos docentes universitários e as produções cientificas acerca deste tema. Desta forma, objetiva-se verificar produções cientificas sobre qualidade de vida dos docentes. Método: Utilizou-se o método de revisão integrativa, com a questão norteadora: quais evidências científicas se apresentam acerca da qualidade de vida de docentes universitários na pós-modernidade? Definiu-se como critérios de inclusão dessa pesquisa os estudos sobre o bem-estar dos professores dentro do período de 2013-2019, dentro dos quais 12 artigos foram selecionados como objeto de estudo. Esses artigos contemplados estão disponíveis, integralmente, em português, inglês e espanhol e constam indexados nas bases de dados LILACS e MEDLINE. Resultado: Os dados e resultados foram compilados e divulgados, evidenciando o docente como um dos agentes que mais sofrem pela multiplicidade de tarefas, atividades e cobranças, interferindo no processo de trabalho. Destaca-se que esses profissionais possuem o aumento crescente nos seus níveis de estresse, síndromes, transtornos mentais, interferindo diretamente na qualidade de vida. Considerações finais: Conclui-se, a necessidade de investir em estratégias de prevenção e promoção da saúde nos contextos de trabalho, como também na revisão dos processos trabalhistas.

11517 RASTREAMENTO DE SOBREPESO E OBESIDADE EM COMUNIDADE ESCOLAR NO INTERIOR DA AMAZÔNIA
Tainara Silva Thomaz, Ana Flavia Sousa Pedroso, Claudianna Silva Pedrosa, Getúlio José do Carmo Neves Netto, Ruan Carlo Sousa Abreu, Susani Cruz Sousa

RASTREAMENTO DE SOBREPESO E OBESIDADE EM COMUNIDADE ESCOLAR NO INTERIOR DA AMAZÔNIA

Autores: Tainara Silva Thomaz, Ana Flavia Sousa Pedroso, Claudianna Silva Pedrosa, Getúlio José do Carmo Neves Netto, Ruan Carlo Sousa Abreu, Susani Cruz Sousa

Apresentação: Obesidade é um estado de excesso de massa adiposa, assim é frequente a associação do aumento de peso à obesidade, porém esse pode estar relacionado ao aumento de massa muscular. Essa patologia é uma condição que pode ser prejudicial à saúde da população, pois é resultado do desequilíbrio crônico entre a maior ingestão alimentar e o menor gasto energético. A escolaridade pode ser um aspecto socioeconômico relacionado ao aumento de peso, uma vez que esse fator pressupõe má condições de vida, pouca informação e orientação para redução de peso. Soma-se a isso, a baixa renda como outro fator influenciador do excesso de peso, pois a população que se encaixa nessa classificação enfrenta falta de recursos financeiros para ter acesso a certos alimentos, restringindo assim sua alimentação a um cardápio mais calórico. O sobrepeso e a obesidade estão cada vez mais presentes na sociedade mundial causando distúrbios no organismo e proporcionando, principalmente, disposição para doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, doenças renais, entre outras. A propósito, devido ao grande quantitativo de pessoas que têm o Índice de Massa Corporal (IMC) acima dos valores estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade passou a ser considerada uma epidemia global. No Brasil, no ano de 2014, pesquisas realizadas pela Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) e divulgadas pela OMS, utilizando um tamanho amostral de 40.853 pessoas, demonstraram que mais da metade dessa população estava acima do peso, cerca de 21.448 (52,5%), sendo que deste total, 3.839 (17,9%) apresenta obesidade. No ano de 2016, esse mesmo órgão fez uma pesquisa semelhante abrangendo as capitais e o Distrito Federal, utilizando uma amostra de 53.210, na qual foi constatado um aumento de 1,3% de pessoas com excesso de peso em relação à pesquisa anterior. Esse trabalho tem como objetivo analisar a ocorrência de sobrepeso e obesidade associado ao perfil socioeconômico em pessoas atendidas na Ação Integrada de Saúde (AIS), em três escolas municipais de Santarém-Pará. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa. A trajetória metodológica obedeceu a Metodologia da Problematização (MP), sendo utilizado o Diagrama de Charles Maguerez, o qual ocorre em cinco etapas: observação da realidade, pontos chave, teorização, hipótese de solução e aplicação à realidade. A pesquisa foi realizada em três escolas de ensino fundamental com o total de 81 entrevistados. A partir da observação de adultos aparentemente acima do peso foi definido o público alvo da pesquisa, abrangendo funcionários e comunitários. As pessoas que aceitaram participar e autorizaram o uso dos resultados obtidos através do cálculo do IMC, permaneceram incluídas na pesquisa. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário, e, posteriormente, houve avaliação antropométrica. Por fim, foram ministradas palestras para os participantes da pesquisa com o intuito de informar sobre as temáticas relacionadas a obesidade e a importância de práticas voltadas a qualidade de vida. Juntamente, foram entregues, individualmente, os resultados dos IMC’s, por profissionais da área da saúde. Resultado: Foram obtidos dados acerca do gênero, idade, escolaridade, renda familiar e classificação do IMC. A amostra continha 55 (67,90%) do gênero feminino, com idade média de 45 anos e 26 (32.10%) do gênero masculino, com idade média de 46 anos. Acerca do grau de escolaridade, os dados obtidos apontaram que a maioria das mulheres (52.73%) possuem ensino superior completo e apenas 3,64% apresenta ensino fundamental. Isso se justifica devido a maior adesão, dentre todos os funcionários da escola, das professoras, que necessitam do curso superior para exercer sua profissão. Entretanto, os resultados sobre escolaridade do gênero masculino foram diferentes, prevalecendo o ensino fundamental (23.08%) e a minoria no ensino superior (15.38 %), isso pode ser explicado de acordo com a entrevistas realizadas, pois a maioria declarou que trabalha em serviços gerais não necessitando de diploma de curso superior. Consecutivamente, a maioria dos pesquisados afirmaram possuir renda familiar de até dois salários mínimos, correspondendo a 69.23% homens e 52.73% de mulheres. Ao tratar-se da classificação do IMC, uma quantidade significativa de mulheres e homens possuem sobrepeso, correspondendo a 40% e 38.56%, respectivamente. Referente a todos os dados a partir da categorização do IMC e a divisão por faixa etária, 62 (76.54%) são classificadas com sobrepeso ou obesidade. Sendo uma grande parte da amostra (39.51%) com excesso de peso, equivalente a 32 pessoas e 30 (37.04%) com obesidade. O número de mulheres e homens com massa adiposa elevada está em maior ocorrência a partir dos 25 anos. Além disso, foi verificado que, em média, há dois homens e, aproximadamente, quatro mulheres com sobrepeso em cada faixa etária. Sob o mesmo ponto de vista, foi observado o maior quantitativo de obesidade grau I na faixa etária de 45-54 anos, encontrando-se nessa faixa 6 mulheres e 3 homens. Há também, nesse intervalo de idade, 2 homens e 3 mulheres que apresentam obesidade grau II e na obesidade grau III é perceptível a ausência de casos do gênero masculino em comparação ao gênero feminino que apresenta um caso aos 45 anos. Quando tratado das consequências do excesso de peso e obesidade, observam-se irregularidades desse distúrbio no organismo por exemplo, as doenças cardiovasculares como hipertensão, isso ocorre quando há uma desregulação na média de pressão sanguínea, aumentando tanto a sistólica quanto diastólica conforme o IMC aumenta. A obesidade também pode induzir um estado de resistência à insulina que é a principal alteração bioquímica associada com o desenvolvimento de diabetes tipo II. Ademais, a diabetes como um fator de risco para muitas complicações micro e macrovasculares, fazendo com que haja redução da qualidade e expectativa de vida do obeso. O sobrepeso e a obesidade têm sido relacionados também com uma variedade de cânceres, dentre eles o de próstata, útero e mama, sendo originado pela alta ingesta de gordura e proteína animal. Considerações finais: Diante da pesquisa de campo, fita-se a necessidade de frisarmos a importância das anotações e análises de dados antropométricos para fins de pesquisas que auxiliem na atenção primária, dando informações estatísticas acerca desse distúrbio e consequentemente, servindo de alerta para minimizar a sua ocorrência. A equipe multiprofissional possui papel importante na prevenção e no tratamento desta patologia, pois esses desempenham ações que alertam a população acerca dos riscos de uma má alimentação, do estilo de vida sedentário e sobre a obtenção de outras síndromes metabólicas por meio de políticas públicas disponibilizadas pelo Governo, estimulando de tal modo, a prática do autocuidado. Em virtude de todo o exposto, é importante darmos ênfase ao papel do enfermeiro diante dessa problemática, tendo em vista que esse profissional é peça fundamental na atenção básica a saúde, que dentre inúmeros serviços faz parte da equipe que auxilia no tratamento de pessoas com sobrepeso e obesidade, realizando avaliações antropométricas, anotações e orientações na consulta de enfermagem e acompanhando o paciente na sua terapia.

11536 USO DO QR-CODE COMO FERRAMENTA DIGITAL NO GERENCIAMENTO DA SAÚDE DO TRABALHADOR DE SAÚDE
Natália Viana Marcondes da silva, Bárbara Pompeu Christovam, Cassia Gonçalves Santos da Silveira, Pedro Ruiz Barbosa Nassar

USO DO QR-CODE COMO FERRAMENTA DIGITAL NO GERENCIAMENTO DA SAÚDE DO TRABALHADOR DE SAÚDE

Autores: Natália Viana Marcondes da silva, Bárbara Pompeu Christovam, Cassia Gonçalves Santos da Silveira, Pedro Ruiz Barbosa Nassar

Apresentação: A saúde do trabalhador passou a ser uma das principais preocupações das organizações, sendo foco de estudo de diversos pesquisadores, profissionais e gestores da área da saúde, considerando que o trabalho ao mesmo tempo em que estimula e desenvolve as pessoas é causador de estresse, ansiedade e outros meios de exposição a doenças e enfermidades. Neste mesmo contexto, os profissionais da área de saúde se deparam com os moldes contratuais e empregatícios do capitalismo moderno, sendo chamado de reestruturação do capital, ou seja, a adoção de formas de contratação flexíveis/precárias e de iniciativas mobilizadoras da subjetividade dos trabalhadores, maior flexibilização dos contratos, exigência de mais horas trabalhadas e agilidade nos atendimentos e adesão aos interesses da instituição empregadora. Assim, os profissionais de saúde, ao prestarem assistência a outros pacientes, se encontram expostos a diversos riscos relacionados com o labor, que podem ser causados por fatores químicos, físicos, mecânicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais, ocasionando doenças ocupacionais e também acidentes de trabalho. E, somado a isso, as pressões no trabalho, os conflitos de interesse e a sobrecarga também contribuem para o adoecimento desse trabalhador, levando a manifestações como a deterioração da saúde mental, ou doenças como o diabetes, hipertensão e obesidade. Na atualidade o uso da tecnologia para monitorar e promover cuidados aos tratamentos de saúde já é uma realidade, visto que facilita a integração entre a equipe multiprofissional e o paciente. Os smartphones estão no cotidiano de todos, assim, ao se criar uma cartilha passível de se para monitorar a saúde do trabalhador, é possível integrar os dados e agir evitando o adoecimento dos profissionais. Dessa maneira, o uso de tecnologia no contexto da saúde se torna passível perante a acessibilidade, mobilidade, capacidade de transmissão de informações contínua e a passagem de tais informações em tempo real, criando assim um vínculo entre o usuário da tecnologia com o desenvolvedor. apontam que os dispositivos móveis oferecem maneiras de capturar e monitorar dados de saúde e estilo de vida dos usuários remotamente, e esse pode ser uma ferramenta para a promoção da educação em saúde e também um meio de adesão ao acompanhamento e tratamento do paciente. Objetivo: Analisar as comorbidades prevalentes nos trabalhadores; Elaborar uma cartilha digital, passível de se digitalizar por meio de um Qr-code. Método: Estudo quantitativo, desenvolvido na Estratégia da Saúde da Família do bairro de Jurujuba, Niterói - Rio de Janeiro. Os participantes foram 88 profissionais que atuavam nas unidades de saúde Regionais Praias da Baía I unidade: Ponta da Areia; Baía II unidades: Preventório I e II, Jurujuba, Palácio, Vital Brasil, Martins Torres, Souza Soares e Viradouro, independente do gênero, do vínculo empregatício, que se dispuseram a colaborar com a realização deste estudo. Este estudo, assim como uma dissertação de mestrado é parte do projeto de pesquisa intitulado “Educar para melhor Cuidar: uma cartografia das necessidades de saúde de usuários e trabalhadores da Atenção Básica”, aprovado pelo comitê de ética do Hospital Universitário Antônio Pedro sob o n° 143/2010. Para coleta de dados foi utilizado o formulário com o índice de capacidade para o trabalho, utilizado anteriormente para fazer o levantamento das doenças e entrevista guiada com questões abertas e fechadas. Resultado: A proposta de desenvolver a cartilha é em continuidade ao estudo realizado sobre a capacidade para o trabalho realizada com profissionais do Programa de Saúde da Família. Desse modo, inicialmente foram trabalhadas as principais comorbidades encontradas que foram: a Hipertensão Arterial Sistêmica (26,1%), obesidade (20,5%), Lesões nas costas e lesão nas pernas (19,3% cada), distúrbio emocional – depressão leve (14,8%), Lesão nos Braços/Mãos, Alergia-Eczema e diabetes mellitus (12,5% cada). Dentre os profissionais que se voluntariaram para participar do projeto não houve um profissional da saúde sem comorbidades. Discussão: A Política Nacional de Saúde do Trabalhador (PNST) é a política pública na área de saúde e segurança no trabalho constitui ações implementadas pelo Estado para garantir que o trabalho seja realizado em condições que não prejudiquem a saúde, a integridade física e mental do trabalhador; e condições que contribuam, melhorem a qualidade de vida e a realização pessoal e social dos trabalhadores. O perfil da morbimortalidade dos trabalhadores no Brasil caracteriza-se pela coexistência de agravos que tem relação com as condições de trabalho específicas (doenças profissionais, acidentes de trabalho), doenças relacionadas ao trabalho e doenças comuns da população que afetam a saúde do trabalhador. A capacidade para o trabalho é uma condição resultante da combinação entre recursos humanos em relação às demandas físicas, mentais e sociais do trabalho, gerenciamento, cultura organizacional, comunidade e ambiente de trabalho. Dada a alta variabilidade de comorbidades declaradas pelos profissionais, foi pensado na criação da cartilha com o objetivo de disponibilizar ações de orientação em saúde. Nesse material informativo foram tratados as temáticas prevalentes levantadas no estudo. O benefício de tecnologia de informação aplicado à saúde é bem conhecido. Os dispositivos móveis têm um enorme potencial para aplicação na área da saúde, principalmente, em atenção básica. Uma cartilha física é de extrema importância, porém um modelo digitalizado através do Quick Response Codes (QR-Codes) visa a divulgação de material informativo aliando tecnologia e praticidade. O QR Codes é um código de barras nas dimensões que, em comparação com outros códigos, incluindo os clássicos unidimensionais, pode armazenar mais informações e permitir acesso a uma página da web, rede social, recursos multimídia, mapas interativos de interação, entre outros. Vale ressaltar que a proposta desse trabalho não é apresentar formas de tratamento, mas sim, oferecer conteúdo que orientem os profissionais de saúde a se cuidarem, a fim de reduzir e prevenir as doenças visando um melhor desempenho pessoal. Considerações finais: No atual modelo de saúde brasileiro, a Estratégia de Saúde da Família, tem como objetivo promover saúde e prevenir doenças através de estratégias circunscritas dentro da Política Nacional de Atenção Básica. Nestas unidades, bem como em policlínicas da mesma esfera de administração, são realizadas diversas ações de prevenção e promoção da saúde, entretanto nenhuma direcionada aos profissionais que ali trabalham. O trabalho influencia a saúde e o adoecimento dos trabalhadores, tendo como fator central o ambiente onde ele é realizado. A saúde pode ser agredida devido a problemas na relação entre trabalhadores com seus instrumentos de trabalho e pelas más condições ergonômicas e ambientais, de forma geral. Neste sentido, os resultados das comorbidades emergiram como fatores que influenciam diretamente com a capacidade de trabalho deste profissional. Assim, a criação de uma cartilha voltada para amenizar os sintomas das doenças como principal característica a interdisciplinaridade, possibilitando que diferentes saberes, estejam reunidos de forma direta, resumida e em uma linguagem simples que possa ser usado por diversos profissionais, além de contribuir para qualidade de vida para o trabalhador. Em relação ao uso do QR-Code, no Brasil, para área da saúde, não foram encontrados muitos materiais que apresentem a mesma funcionalidade e objetivos semelhantes ao proposto neste estudo.

11550 ANÁLISE DO PERFIL DEMOGRÁFICO DA POPULAÇÃO DE CRIANÇAS DA VILA RESIDENCIAL (ILHA DO FUNDÃO) VACINADA CONTRA A GRIPE PELO PROJETO AMBULATÓRIO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE (UFRJ)
Renata Escosteguy Medronho, Raquel Almeida Crespo, Alexandra Correia Andrade, Paula Dalastra, Roberto de Andrade Medronho, Jorge Esteves

ANÁLISE DO PERFIL DEMOGRÁFICO DA POPULAÇÃO DE CRIANÇAS DA VILA RESIDENCIAL (ILHA DO FUNDÃO) VACINADA CONTRA A GRIPE PELO PROJETO AMBULATÓRIO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE (UFRJ)

Autores: Renata Escosteguy Medronho, Raquel Almeida Crespo, Alexandra Correia Andrade, Paula Dalastra, Roberto de Andrade Medronho, Jorge Esteves

Apresentação: Sabe-se que as crianças abaixo de dois anos de idade apresentam morbidade semelhante à observada nos grupos de risco para infecção grave por influenza, caracterizada por elevada taxa de hospitalização, aumento do número de consultas médicas e complicações por infecção secundária. No entanto, nos últimos anos houve o crescimento do movimento antivacinação no Brasil; esse incluído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em seu relatório sobre os dez maiores riscos à saúde global em 2019. Assim, é notória a importância da ampliação da cobertura vacinal na Vila Residencial, local de atuação do Ambulatório de Promoção da Saúde, projeto de extensão da faculdade de Medicina da UFRJ. Ademais, destaca-se a relevância de analisar a situação vacinal das crianças da comunidade, para fins de promoção da saúde em campanhas vindouras e conscientização dos responsáveis acerca da importância dessas. Materiais e métodos: entrevistas realizadas por alunos do projeto com os responsáveis de crianças residentes da Vila Residencial. Os dados coletados incluem a idade das crianças, a análise da carteira de vacinação das mesmas (ou o motivo de não terem sido analisadas) e o porquê de existirem carteiras incompletas. Resultado: Foram colhidos dados de 52 crianças, com idade variando de 1 a 10 anos, sendo 48% na faixa de 1 a 4 anos, 25% na faixa gt; 4 a 6 anos e 27% na faixa gt; 6 a 10 anos44,2% tinha as vacinas em dia, 42,3% não tinha e 13,5% não foi possível avaliar, porque o responsável não trouxe a carteira no dia da entrevista. Quanto à causa da carteira incompleta, 59,1% não sabia da necessidade de dar a respectiva vacina/dose; 13,6% refere que vacina não estava disponível na rede; os motivos restantes dividiram-se entre: não quis dar; esquecimento; responsável não sabia dizer o porquê; deseja fazer exames antes; perdeu data da campanha. Sobre as vacinas não feitas, citam-se: febre amarela fracionada (40,9%) e dose única (13,6%), hepatite A (27,3%) 2o reforço penta/DTP (22,7%), varicela atenuada (31,6%); as demais incluíram rotavírus humano e HPV (ambas as doses). Considerações finais: A partir dos dados apresentados, vê-se um expressivo percentual de carteiras de vacinação incompletas; a maioria por conta do desconhecimento dos responsáveis quanto à necessidade de dar a referida vacina/dose. Isso ressalta a relevância de ações de promoção à voltadas a essa população e a seus responsáveis, educando quanto à maneira correta de administrar as vacinas conforme idade. Ademais, a OMS alertou sobre um possível surto de febre amarela no Brasil entre dez/2018 e jan/2019, e sobre casos de epizootia, incluindo no Rio de Janeiro. Pelos dados colhidos, percebe-se que a vacina menos feita nessa população foi a de febre amarela. Isso torna imprescindível o reforço aos familiares quanto à importância da vacinação dessas crianças contra o vírus, em consonância com as recomendações da OMS.

11694 OBSERVANDO OS RIOS NAS PALMAS DAS MÃOS: INTERSETORIALIDADE E SAÚDE AMBIENTAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Fernanda Ferreira Marcolino, Thiago Silva Pereira, Rodrigo Ribeiro

OBSERVANDO OS RIOS NAS PALMAS DAS MÃOS: INTERSETORIALIDADE E SAÚDE AMBIENTAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores: Fernanda Ferreira Marcolino, Thiago Silva Pereira, Rodrigo Ribeiro

Apresentação: A poluição hídrica do bairro do Jardim das Palmas, localizado na região do Campo Limpo, zona sul do município de São Paulo (SP) é oriunda de fontes pontuais e difusas provenientes do despejo in natura de esgotos domésticos, da gestão inadequada de resíduos sólidos, desmatamento e o uso desordenado do solo. Sendo um agravante na saúde pública, pois pode desencadear doenças de veiculação hídrica. A Unidade Básica de Saúde Jardim das Palmas em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, desenvolveu o projeto Observando os Rios nas Palmas das Mãos, por meio do Programa Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS), vinculado à Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e sob administração do parceiro Hospital Israelita Albert Einstein. O PAVS é um programa que existe somente no município de São Paulo e está inserido na Estratégia Saúde da Família. O Programa prevê o desenvolvimento de projetos e ações socioambientais a partir das necessidades do território, visando incorporar  as questões ambientais nas ações de promoção da saúde. Desenvolvidos junto às equipes de saúde, os projetos são organizados em 07 eixos temáticos que se inter-relacionam, sendo um deles o eixo “água, ar e solo”. Nesse cenário, se insere o projeto Observando os Rios nas Palmas das Mãos que tem o objetivo de sensibilizar profissionais e comunidade em torno da qualidade da água do Córrego dos Mirandas, pertencente ao corpo d´água do território, formando uma rede de cidadãos para monitorar mensalmente a qualidade da água, a fim de ter um instrumento de engajamento e mobilização da comunidade por avanços no saneamento, despertando iniciativas dos órgãos públicos. Desenvolvimento: Em janeiro de 2019, iniciaram-se as ações do grupo de monitoramento da qualidade da água do Córrego dos Mirandas, formado pelas Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) e pelo Agente de Promoção Ambiental da UBS Jardim das Palmas, além da comunidade moradora da área limítrofe. Uma vez ao mês, o grupo se reúne e caminha até as margens do córrego para coletar amostras de água. A análise é realizada localmente, por meio do kit, disponibilizado pela Fundação SOS Mata Atlântica, que inclui material educativo para analisar parâmetros físicos, químicos e biológicos, embasado na Resolução CONAMA N° 357/2005: turbidez, coliformes, oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DQO), PH, nitratos e fosfatos, espumas, odor, material sedimentável, peixes e larvas. Após a coleta e análise da água e tendo todos os resultados obtidos, os dados são lançados no portal da SOS Mata Atlântica, para possíveis consultas dos membros da sociedade civil e monitoramento da situação ambiental das bacias hidrográficas. Além do monitoramento, o projeto incluiu ações de educação ambiental junto à comunidade, como no Centro para Crianças e Adolescentes Obra do Berço, além de reuniões com empresas privadas e órgãos públicos para articulação de propostas para execução de ações de melhorias de saneamento básico, as quais envolvem o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Resultado: Na inauguração do projeto estiveram presentes membros do Conselho Gestor da UBS local, representantes da OSCIP Instituto Gea - Ética e Meio Ambiente, representantes da sociedade civil, lideranças comunitárias e colaboradores da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP), além do educador ambiental da SOS Mata Atlântica, ACS, APA e gestor da UBS Jardim das Palmas. Durante o ano de 2019 foram sensibilizadas e mobilizadas 565 pessoas, que estiveram presentes em coletas amostrais, reuniões, palestras de divulgação do projeto e ações educativas. Foram realizadas reuniões com o chefe de gabinete da Subprefeitura Regional do Campo Limpo, SABESP, Phytorestore Brasil, Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CADES), Conselhos Gestores da UBS e do Parque dos Eucaliptos (localizado em área de influência da UBS). A articulação realizada na Subprefeitura propiciou ações de limpeza e zeladoria no córrego. Em virtude da execução de ações de limpeza manual do Córrego dos Mirandas no mês de maio de 2019 e janeiro de 2020, os Índices da Qualidade da Água (IQA), seguindo a classificação de legenda criada pela Fundação SOS Mata Atlântica, bem como da Resolução CONAMA Nº 357/2005, foram alterados de “ruim” para “regular”. Entretanto, esse resultado direto foi periódico, uma vez que a poluição hídrica é multifatorial. Ainda ressalta-se que, por se tratar de um problema complexo e intersetorial, as articulações o projeto refletem avanços contínuos a médio e a longo prazo. Além da manutenção das atividades, para o ano de 2020, espera-se buscar outras alternativas de baixo investimento para o tratamento da água do córrego dos Mirandas, como a implementação da técnica de fitorremediação com a espécie Eichhorniacrassipes (aguapé) para o tratamento IQA, a fim de degradar, isolar ou remover contaminantes do ambiente, permitindo que vários compostos possam ser fitorremediados em um mesmo local. O impacto social e ambiental que o projeto aborda é sobre o ciclo do saneamento como um todo, abordando não somente medidas de preservação o corpo hídrico local, mas sim toda a bacia hidrográfica, bem como sensibilização da comunidade para adoção de práticas mais sustentáveis, que visam preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitando o fluxo gênico de fauna e flora, protegendo o solo e assegurando o bem-estar das populações humanas, garantindo deste modo, o meio ambiente ecologicamente equilibrado as presentes e futuras gerações, conforme prevê o art. 225 da constituição federal da república. Considerações finais: Os principais desafios e necessidades encontrados durante a execução deste projeto referem-se à adesão da comunidade e dos profissionais da UBS, devido à dinâmica do trabalho; escassez de recursos financeiros para a implantação e execução de novas metodologias e atividades; acesso e comunicação com órgãos das esferas municipais e estaduais para articulação de parcerias e execução de atividades. Por outro lado, o principal valor desse projeto é mobilização da comunidade, que tendo conhecimento da classificação do corpo hídrico e do ambiente em que vive, possa refletir sobre essa condição, se engajar para avanços na área de saneamento ambiental, reivindicar seus direitos e acionar os órgãos públicos em busca de soluções.

11847 PERFIL DE ÓBITOS DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO RIO DE JANEIRO NO ANO DE 2017
Érika Fernandes Tritany, Breno Augusto Bormann de Souza Filho

PERFIL DE ÓBITOS DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO RIO DE JANEIRO NO ANO DE 2017

Autores: Érika Fernandes Tritany, Breno Augusto Bormann de Souza Filho

Apresentação: A análise dos óbitos de uma instituição reflete o perfil de atendimento; a integração das redes de atenção à saúde; a qualidade e resolutividade do serviço prestado e possíveis falhas ocorridas na assistência à saúde. Permite estabelecer o diagnóstico institucional e, assim, conhecer a demanda e necessidade por serviços e elaborar o planejamento hospitalar com vistas à efetividade da atenção à saúde e eficiência no uso dos recursos. Objetivo: analisar o perfil demográfico e epidemiológico dos óbitos ocorridos num Hospital Universitário (HU) do Rio de Janeiro no ano de 2017. Método: Foi realizada análise descritiva dos óbitos ocorridos no ano de 2017. Os dados de mortalidade hospitalar foram obtidos a partir de sistema de informação interno atualizado diariamente pela equipe de vigilância da mortalidade, pertencente ao serviço de epidemiologia e avaliação do HU. Para tanto, foram utilizadas as causas básicas do óbito de pacientes internados, bem como dados demográficos e informações gerenciais. A causa básica do óbito foi considerada como a última linha preenchida da Parte I da Declaração de Óbito (DO) de acordo com a classificação da CID 10. Resultado: Em 2017, ocorreram 587 óbitos no referido HU, sendo 50,5% femininos(F). A mediana das idades de ambos os sexos foi de 67 anos, com média 66,3 (67,2 F; 65,6 M). Média de Tempo de Internação de 22 dias e mediana de 9, com destaque para um paciente que ficou internado por 1537 dias antes de vir a óbito. 11,6% dos óbitos ocorreram em pós operatório de 0-5 dias. As causas de óbito mais prevalentes foram: neoplasias (42%); Pneumonia (7%); Cirrose Hepática (3,4%); Insuficiência Renal Crônica (2,7%) e HIV/AIDS (2,2%). Além disso, 83% dos pacientes apresentavam doença crônica progressiva em pelo menos um dos campos de causa de óbito da DO. Considerações finais: Ressaltamos a prevalência de óbitos de uma população envelhecida, com múltiplas comorbidades, e predomínio de doenças crônicas progressivas. Nesse sentido, apontamos para importância de criação de estratégias de integralidade do cuidado em saúde, com vistas à formação de equipe multidisciplinar de Cuidados Paliativos; bem como fortalecimento da integração das redes de atenção à saúde, com mecanismos de referência e contra referência, comunicação entre equipes de diferentes níveis de atenção, coordenação do cuidado, matriciamento e educação permanente dos profissionais de saúde.