425: Redes Colaborativas
Debatedor: Doralice Batista das Neves Ramos
Data: 29/10/2020    Local: Sala 10 - Rodas de Conversa    Horário: 16:00 - 18:00
ID Título do Trabalho/Autores
5932 LIGA ACADÊMICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA E COMUNIDADE NO PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO E CADASTRAMENTO EM SAÚDE DE UMA REGIÃO EM VULNERABILIDADE NO DISTRITO FEDERAL
Pedro Emanuel do Nascimento Fernandes, Jéssica Sá Furtado, Aimê Stefany Alves Fonseca, Bruna Nunes Vidal, Bruna Grasielle Nunes de Sousa, Josenaide Engracia dos Santos, Sarah Beatriz dos Anjos Ferreira

LIGA ACADÊMICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA E COMUNIDADE NO PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO E CADASTRAMENTO EM SAÚDE DE UMA REGIÃO EM VULNERABILIDADE NO DISTRITO FEDERAL

Autores: Pedro Emanuel do Nascimento Fernandes, Jéssica Sá Furtado, Aimê Stefany Alves Fonseca, Bruna Nunes Vidal, Bruna Grasielle Nunes de Sousa, Josenaide Engracia dos Santos, Sarah Beatriz dos Anjos Ferreira

Apresentação: O ponto de partida para a organização dos serviços e das práticas de vigilância em saúde é a territorialização do sistema local de saúde, isto é, que consiste no reconhecimento e no esquadrinhamento do território segundo a lógica das relações entre condições de vida, ambiente e acesso às ações e serviços de saúde. O objetivo deste trabalho é Relatar sobre a experiência da Liga Acadêmica de Saúde da Família e Comunidade da Universidade de Brasília, Campus Ceilândia, no auxílio do processo de cadastramento e territorialização de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada em uma região em vulnerabilidade do Distrito Federal na qual a Liga formada por alunos de graduação de várias áreas da saúde foi chamada para colaborar nesse processo. Desenvolvimento: O ponto de partida para a organização dos serviços e das práticas de vigilância em saúde é a territorialização do sistema local de saúde, isto é, o reconhecimento do território segundo a lógica das relações entre condições de vida, ambiente e acesso às ações e serviços de saúde. Diante desse cenário, o Sistema de Saúde do Distrito Federal intensificou seus processos de territorialização a partir da conversão do modelo tradicional de atenção à saúde para a Estratégia Saúde da Família, com as Portarias nº 77 e 78 da Secretária de Saúde do Distrito Federal de 2017. Esse processo de territorialização aconteceu na região da Unidade Básica de Saúde nº 16 de Ceilândia, Distrito Federal, na recém instituída região administrativa do Sol Nascente, uma localidade de grandes vulnerabilidades sociais, econômicas e que apresenta altos indicadores de criminalidade e baixa escolaridade da população, com 42,64% da população adulta não possuindo ensino médio completo, segundo dados preliminares do PDAD 2018. A partir desse cenário de dificuldades da Unidade Básica de Saúde 16, do Sol Nascente, acarretado pela falta de dados referentes ao quantitativo populacional da região e à possibilidade da retirada de equipes de Estratégia Saúde da Família pelo mesmo motivo, a Gerência da Unidade Básica de Saúde entrou em contato com a Liga Acadêmica de Saúde da Família e Comunidade (LASFAC), em busca de auxílio nesse processo. Resultado: A Liga entrou no processo de territorialização por possuir conhecimento e experiência no território, e por atuar de forma interprofissional realizando ações de promoção e prevenção da saúde na comunidade de Ceilândia. Foram efetuadas diversas parcerias, como com Projetos de Extensão da Universidade de Brasília - UnB e com o Programa de Educação pelo Trabalho (PET-Interprofissionalidade UnB-ESCS). Também foi organizado um grupo de voluntários da UnB - Campus Ceilândia para a realização de mutirões com o objetivo de cadastrar essa região em período hábil, sob o risco de perda de algumas equipes de Saúde da Família da UBS pela falta de dados da quantidade de pessoas na região: haja vista que se trata de um local recentemente reconhecido como região administrativa independente e com expansão populacional expressiva nos últimos anos, houve dificuldades por parte da equipe de saúde em cadastrar grande parte do território, o que gerou uma dificuldade de análise da população do Sol Nascente, estimada em 78.912 habitantes em área urbana segundo dados do PDAD 2013.  Para realizar essa atividade de cadastramento foram mobilizados cerca de 70 estudantes de diversos cursos da área da saúde, entre eles: Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Enfermagem, Saúde Coletiva, Farmácia, Fonoaudiologia e Medicina. O período da intervenção foi de 1 mês, cada estudante dispondo de 4 horas semanais de trabalho. Além do trabalho de campo - com visitas às casas da região, entrevista dos moradores e preenchimento das fichas do Cadastro Individual e do Cadastro Domiciliar - os graduandos auxiliaram também no cadastramento no sistema E-SUS, após treinamento feito na própria UBS 16. Temos como resultados apresentados: a aproximação da Universidade de Brasília com o Sistema de Saúde da região, a troca de conhecimentos entre os alunos de graduação de diferentes cursos e o aprendizado que os estudantes obtiveram com a experiência de estar junto, trabalhando no território com os profissionais que atuam no sistema de saúde da região.  A organização deste cadastramento foi interprofissional devido a interação e atuação de forma colaborativa dos graduandos e dos profissionais, tanto na realização das idas em campo para preenchimento dos cadastros quanto para inseri-los no sistema. A Unidade Básica não precisou suspender os atendimentos de sua população, que carece muito desse serviço, dessa forma os profissionais puderam concentrar seus esforços nas demandas assistenciais. A aproximação dos Agentes Comunitários da região que foi cadastrada. O vínculo entre a comunidade e os profissionais da rede, e o fato de que com a entrada da Liga foi possível cadastrar 70% do território adstrito da maior equipe de saúde da UBS 16 num período de 16 de setembro de 2019 a 11 de outubro de 2019. Considerações finais: A região administrativa do Sol Nascente surgiu, inicialmente, a partir da expansão populacional devido ao preço dos terrenos acessível a moradores de baixa renda do Distrito Federal, à especulação imobiliária e à grilagem de terras. Segundo o Censo de 2010, contabilizava 56.483 pessoas, o que já garantia a segunda posição no ranking das maiores favelas do Brasil. A precariedade estrutural, como ruas não asfaltadas, falta de saneamento básico ou imóveis irregulares, começou a ser resolvida em alguns trechos do Sol Nascente, com entrega de escrituras aos moradores e melhoria da infraestrutura, proporcionando qualidade de vida a população. A inauguração da Unidade Básica de Saúde 16 em 2018 representou um grande avanço para a população local, em relação a sua autonomia; em contrapartida, o processo de territorialização incompleto leva a uma potencial carência indireta de profissionais, uma vez que leva em consideração uma quantidade de usuários inferior à que procura, atualmente, os serviços de saúde. As características apresentadas, por si só, geram um grande desafio para o Sistema Único de Saúde, ampliado, ainda, pela carência de profissionais da área da saúde na região, como Agentes Comunitários de Saúde, Médicos, entre outros. Devido ao contexto da região, alguns profissionais também têm receio de ir até o território, dificultando o processo de cadastramento. Com a experiência que foi obtida no processo da territorialização, foi percebido que a ampliação do território se fez presente e que a expansão da região ocorre de forma rápida e contínua sendo muitas vezes difícil do Sistema de Saúde acompanhar de maneira eficaz, sendo importante a necessidade de criação de parcerias e aliados para a realização de algumas atividades que o Sistema encontra dificuldade.

5948 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DO SUS EM PARCERIA COM INICIATIVA PRIVADA AFIM DE PROMOVER REABILITAÇÃO BUCAL
Andreia Molez, Yeda Lima, Fernando Magalhães, Maria Teresa Pinheiro Ribeiro, Leticia Moreira Oliveira, Viviane Nascimento Tonon, Adilson Sakuno

EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DO SUS EM PARCERIA COM INICIATIVA PRIVADA AFIM DE PROMOVER REABILITAÇÃO BUCAL

Autores: Andreia Molez, Yeda Lima, Fernando Magalhães, Maria Teresa Pinheiro Ribeiro, Leticia Moreira Oliveira, Viviane Nascimento Tonon, Adilson Sakuno

Apresentação: Os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) asseguram atenção integral, garantindo acesso as ações e serviços de saúde, envolvendo a saúde bucal com a prevenção, promoção e recuperação da saúde. Porém, na atenção básica, nem sempre a prevenção e promoção da saúde bucal é suficiente, tendo em vista a estatística divulgada pelo IBGE em 2015 que apontou que o País tem 11% da sua população sem nenhum dente, o que corresponde a 16 milhões de pessoas. Tendo em vista a lei nº 8.080 n.º 9637 de 19.09.1990 – Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à população, o SUS poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada. Embasado nessas diretrizes, a Superintendência de Saúde do Distrito Estadual de Fernando de Noronha em parceria com entidades filantrópicas e sem fins lucrativos, vem promovendo saúde bucal através do restabelecimento da fonética, estética e função com a  reabilitação através de  próteses dentárias removíveis com ou sem implantes dentários, uma vez que no arquipélago não existe rede particular que ofereça tal serviço, e a população apresentava grande número de pacientes desdentados totais ou parciais sem reabilitação. Desenvolvimento: Estudo com 100 usuários da atenção básica de Fernando de Noronha-Pernambuco, com edentulismo parcial ou total. Os dados foram coletados através de visitas às Unidades Básicas de Saúde, aplicando-se um questionário próprio estruturado e o instrumento GOHAI (Geriatric Oral Health Assessment Index) para verificação do impacto da falta de dentes na qualidade de vida. Os pacientes com necessidade de atenção à reabilitação bucal foram triados por agentes sociais e encaminhados para avaliação com fonoaudiólogo, nutricionista e por fim odontólogo a fim de restabelecer a adequação bucal promovida pelo SUS e a reabilitação através de próteses removíveis e/ou implantes dentários pela parceria público-privada. Resultado: Os pacientes contemplados são avaliados pela mesma equipe multidisciplinar ao longo de 12 meses, e evidenciam através ganho na desenvoltura fonética, melhoras na diversidade nutricional, promoção a saúde bucal e melhora na avaliação da autopercepção da saúde oral pelo teste GOHAI que demonstrou uma redução média de 3 pontos após da reabilitação bucal. Considerações finais: A assistência à saúde em parceria com a   iniciativa privada pode ser uma alternativa quando a cobertura assistencial à população não pode suprir demandas que necessitam de reabilitações de alto custo. Na promoção da saúde, o SUS pode recorrer aos serviços ofertados por entidades filantrópicas e sem fins lucrativos com resultados excelentes promovendo a saúde bucal com excelência para população. 

6020 ACOLHIMENTO E REDES SOCIAIS NA ATENÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
tarciso feijó da silva, Helena Maria Scherlowski Leal David

ACOLHIMENTO E REDES SOCIAIS NA ATENÇÃO BÁSICA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

Autores: tarciso feijó da silva, Helena Maria Scherlowski Leal David

Apresentação: O acolhimento na Atenção Básica em Saúde (ABS) é visto como estratégia para organização do processo de trabalho, gestão das demandas, melhoria do acesso e qualidade da atenção em saúde. Nesse ponto da rede espera-se que ele esteja conformado em rede a partir de relações sustentáveis, dinâmicas de troca de recursos eficientes e produção do cuidado com ênfase em atividades de vigilância em saúde. As redes sociais são construídas a partir de um capital social em constante movimento, constituídas a partir de relações vinculadas a um grupo de agentes que não são apenas dotados de propriedades comuns, mas unidos por ligações permanentes e úteis. Desta forma, presume-se que a ABS é um campo fértil para a existência de redes sociais, considerando as características do processo de trabalho nesse campo. Nesta perspectiva, o objetivo desse trabalho foi descrever a partir das relações entre os profissionais a configuração do acolhimento, destacando a posição dos diferentes profissionais de uma unidade de ABS do Município do Rio de Janeiro. Método: Trata-se de estudo de natureza descritiva com abordagem quantitativa. Essa ocorreu pela lente da Análise de Redes Sociais (ARS) por focar os padrões de relacionamento, ressaltar a objetividade das relações, possibilitar o mapeamento do fluxo da informação e os padrões de comunicação e revelar os atores em posições de destaque na rede. A abordagem quantitativa ocorreu pela representação gráfica da rede social, o sociograma, que nada mais é que o retrato da relação e do agrupamento dos atores na estrutura social. O cenário foi o Centro Municipal de Saúde (CMS) Parque Royal no bairro da Ilha do Governador no Município do Rio de Janeiro. Participaram do estudo 37 profissionais: 01 gerente, 04 médicos, 03 enfermeiros, 01 dentista, 01 farmacêutico, 04 profissionais do Núcleo Ampliado de Saúde Família - Atenção Básica (Nasf - AB), 03 técnicos de enfermagem, 01 auxiliar de saúde bucal, 13 agentes comunitários de saúde, 03 agentes de vigilância em saúde, 02 auxiliares administrativos e 01 auxiliar de serviços gerais. A técnica para a coleta de dados foi à aplicação de um questionário on-line estruturado. Esse foi desenvolvido com itens relacionados aos dados sociodemográficos, características pessoais que contribuíram para caracterizar os sujeitos da pesquisa e definir o papel que ocupam no campo, a questão “Selecione todos os profissionais que você aciona a partir do acolhimento para a produção do cuidado” com objetivo de traçar e representar graficamente a rede social dos profissionais acionadas pelo acolhimento com foco na produção do cuidado e  uma relação nominal com todos os atores do campo e respectivas funções. Os participantes não tinham limitação quanto à quantidade de atores que poderiam assinalar como sendo relevantes. Para análise foram utilizados os softwares UCINET e NETDRAW, sendo o primeiro para a análise das informações e criação dos sociogramas, e o segundo para a geração e apresentação dos mesmos em formato de imagens. Resultado: Cada participante citou todos os profissionais que aciona a partir do acolhimento para a produção do cuidado, e suas respostas foram exportadas para o software UCINET, sendo gerada a rede social denominada “Rede de produção do cuidado do CMS Parque Royal” (Gráfico 01). A rede retrata as relações dos profissionais no campo, sendo também o retrato do próprio campo, conformado pelos agentes que nele atuam. Expressa o momento presente e traz no seu bojo certa sazonalidade que permite apreender a perspectiva do trabalho dos atores, a relevância dos mesmos para o campo da ABS e como a dinâmica das relações entre eles contribui para a produção do cuidado. A “Rede de produção do cuidado do CMS Parque Royal” é do tipo completa, por envolver todos os atores de determinada organização e buscar evidenciar todos os tipos de vínculos que existe entre os mesmos; simétrica, pelo fluxo de comunicação instalado considerado como bidirecional; e monomodal, por contemplar relações entre atores do mesmo tipo, no caso agentes do campo da saúde, inseridos em uma mesma estrutura social. No sociograma do CMS Parque Royal, os atores foram representados por nós, e as relações, por traços. É possível observar que o cenário possui três equipes de saúde da família (ESF), uma de saúde bucal, uma equipe NASF e profissionais identificados como equipe de apoio e gestão. As ESF são responsáveis por uma população adstrita, tendo na sua composição 01 médico de 40 horas (Equipe Emanuel e Tubiacanga) ou 02 médicos de 20 horas (Equipe Boa Esperança), um enfermeiro, um técnico de enfermagem, de 04 a 06 agentes comunitários de saúde e um agente de vigilância em saúde. Percebe-se através do sociograma que todos os atores estão inseridos na rede, o que sinaliza que todos foram citados em algum momento por pelo menos 01 ator. O fato de todos estarem na rede indica a existência de vínculos, dinâmica de troca de recurso, conhecimento ou informação e movimentos disparados por eles a partir do acolhimento na perspectiva da produção do cuidado. É relevante reiterar que a rede exportada, na ABS, envolve análise do perfil populacional, programação da assistência considerando os riscos e as vulnerabilidades identificadas e a utilização de diferentes tipos de tecnologias para alcance dos resultados esperados. A utilização das tecnologias leves no trabalho em saúde perpassa por processos de acolhimento, vínculo e atenção integral, como gerenciadores das ações de saúde. No grafo, é possível observar múltiplas relações disparadas pelo acolhimento, o que traz relevo sobre ele como potente ferramenta para a comunicação entre os profissionais, vinculação dos usuários com o serviço, integralidade da atenção e produção do cuidado.    O CMS Parque Royal possui 37 atores em contato de forma permanente, durante 40 horas por semana, de segunda a sexta-feira, com exceção dos profissionais do Nasf-AB, que cumprem metade da carga horária de 40 horas em outra unidade de saúde e de dois médicos que cumprem carga horária de 20 horas. É por meio dessas relações que os atores desenvolvem afinidades humanas sustentáveis, assumindo atitudes que proporcionam decisões compartilhadas, aproximações não convencionais e convívios entre diferentes. Quanto mais próximos eles estão uns dos outros e disponíveis para a troca e o diálogo, maior será a probabilidade de identificarem por quais ações no campo cada ator responde, como também quais as competências inerentes aos mesmos são determinantes para a produção do cuidado. Considerações finais: O sociograma do estudo possibilitou identificar de que forma as relações a partir do acolhimento são construídas numa perspectiva de produção do cuidado, assim como qual a posição dos diferentes profissionais. A presença de profissionais de nível superior, como médicos e enfermeiros, centrais na rede e de ACS, ocupando posições periféricas, caracteriza formas de gerir o cuidado, cujo foco baseia-se no modelo biomédico, prescritivo e curativo, quando são esperadas para este campo ações voltadas para promoção e prevenção em saúde. No estudo observou-se relevante papel do acolhimento ao ditar formas de organização e funcionamento, assim como por trazer relevo sobre a produção do cuidado existente no campo, que vai de encontro ao prescrito e institucionalizado nas políticas normativas e distancia-se do acolhimento-ação necessário e esperado para a ABS.  

6103 CONSULTÓRIO DA RUA: UMA SCOPING REVIEW
Gilmar da Silva Aleixo, Nathelly Moretti Freitas, Emerson Elias Merhy, Larissa Escarce Bento Wollz, Luísa Arueira, Kathleen Tereza da Cruz

CONSULTÓRIO DA RUA: UMA SCOPING REVIEW

Autores: Gilmar da Silva Aleixo, Nathelly Moretti Freitas, Emerson Elias Merhy, Larissa Escarce Bento Wollz, Luísa Arueira, Kathleen Tereza da Cruz

Apresentação: Embora a Constituição Brasileira de 1988 tenha estabelecido a saúde como um direito de todos e dever do Estado, esse direito não é exercido de forma equânime e integral por toda a população brasileira, sobretudo por aquela em situação de rua. Diante desse tensionamento, o governo federal criou em 2008 a Política Nacional para a População em Situação de Rua (PNPSR), política esta, estudada pelo Observatório de Saúde de Macaé, por meio da pesquisa “Análise da implementação da Política Nacional para a População em Situação de Rua (PSR) no município de Macaé (RJ)”, com fomento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – Chamada Universal MCTI/CNPq Nº 01/2016. A PNPSR tem entre seus dispositivo assistenciais diversos programas, dentre eles o Consultório na Rua (CnaR). Desde sua implementação, diversos trabalhos foram produzidos sobre o CnaR, de modo que esta pesquisa se dedica a investigar, por meio de uma Scoping Review, a produção acadêmico-científica construída desde a criação dos CnaR (em 2011) até dezembro de 2019. Para este trabalho foram selecionados 30 artigos, de acordo com os seguintes critérios: ser coerente com a temática desta pesquisa (sendo analisado seu título e resumo); ser em formato de artigo; e apresentar texto integralmente disponível – sendo excluídos uma versão de trabalhos duplicados. A captura dessas produções foi processada por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), sendo utilizadas as bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Bases de Dados em Enfermagem (BDENF), PAHO IRIS Digital Library, Coleção Nacional das Fontes de Informação do Sistema Único de Saúde (ColecionaSUS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline), Base de Dados da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (SMS-SP) e o Index Psi Periódicos. Identificou-se que as publicações se concentram em cinco eixos, inter-relacionados e complementares: Formação dos Profissionais e Educação Permanente (9 trabalhos); Adicção e Redução de Danos (6 trabalhos); Implantação e Gestão do CnaR (9 trabalhos); Tuberculose (2 trabalhos); e Contribuições e Resultado: do CnaR (3 trabalhos) – além de um artigo que abordou o contexto da gestante na situação de rua e que foi analisado em um tópico a parte. Nota-se uma produção constante de artigos sobre a temática e que estes mostram o quanto a o Sistema Único de Saúde é tensionado diante de uma população tão vulnerável e tão heterogênea. Os pesquisadores que se dedicam ao tema têm demonstrado preocupação e compromisso em construir informações coerentes, concisas e que contribuam para o aprimoramento das políticas públicas e ações sociais, de modo a assistir cada pessoa na sua individualidade, tendo como norteador os conceitos de humanidade, pluralidade e multiplicidade nas diferentes formas de existir.

6454 ACIDENTES DE TRÂNSITO EM GOIÂNIA
Andre Luis dos Santos, Giovana Caroline Silva Rocha, Matheus Albernaz Resende, Flávio Diniz Pires, Fábio José Vaz da Mota

ACIDENTES DE TRÂNSITO EM GOIÂNIA

Autores: Andre Luis dos Santos, Giovana Caroline Silva Rocha, Matheus Albernaz Resende, Flávio Diniz Pires, Fábio José Vaz da Mota

Apresentação: Os acidentes de trânsito representam atualmente uma grande preocupação no campo da saúde: inúmeras vidas perdidas, grandes gastos com prevenção e principalmente reabilitação. O aumento do número de automóveis e do número de acidentes fez com que a ONU definisse a atual década (2011 - 2020) como a Década de Ações para a Segurança no Trânsito e lançou a iniciativa “Road Safety in Ten Countries”, que tem por finalidade, criar medidas para a prevenção dos acidentes de trânsito nos 10 países com maior incidência desse tipo de violência. Em Goiânia, na prevenção, destaca-se a ação da Agência Municipal de Transito, preocupada com as infrações e o alto número de motocicletas, e na reabilitação, as ações do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo. Objetivo: Analisar dados que demonstrem a necessidade e a importância de intervenção, identificar e demonstrar como é realizada a prevenção aos acidentes de trânsito, como é feita a reabilitação pós-trauma e compreender os principais seus principais aspectos, relacionando-os ao quadro de saúde coletiva no Brasil, com foco em Goiânia. Relato de experiência: Goiânia é uma cidade que não foi planejada para a atual frota de veículos, o que reflete num trânsito com alto fluxo e alta quantidade de acidentes. O marco inicial da busca da redução dos acidentes de trânsito vem com o Código de Trânsito Brasileiro, que tratava da vigilância e da prevenção. Com o Programa de Redução da Morbimortalidade por Acidentes de Trânsito, o Ministério da Saúde passou a envolver, em tal questão. Em Goiânia, os projetos são de execução do DETRAN (GO)e da AMT, o que se mostra por meio de ações educativas focadas no consumo de álcool e direção, no excesso de velocidade e no grande número de motociclistas. O trauma, além de ser incapacitante fisicamente, tem suas consequências psicológicas e traz cada vez mais desafios à medicina, o que ressalta a necessidade uma reabilitação de qualidade, que conte com tecnologia e multidisciplinaridade entre os profissionais da saúde. Em Goiânia, o CRER foi estudado por causa do seu padrão de qualidade, por ser gratuito e por ser referência regional no tratamento. Resultado: O perfil atual da medicina, que visa prevenção e o indivíduo como o centro, tem preocupação com as consequências dos acidentes automobilísticos, além de evidenciar que o maior ônus dessa violência recai ao setor da saúde. A dificuldade em afirmar os resultados positivos ou não desses programas está no fato que, além deles serem recentes, o levantamento de dados do DETRAN mostrou-se defasado. Considerações finais: A preocupação do Sistema de Saúde Brasileiro com a prevenção dos acidentes automobilísticos é óbvia por causa da sua alta incidência e da frota crescente no país; mesmo com curto período de implantação e sem resultados concretos, os programas preventivos em Goiânia mostraram-se positivos ao conter o número de acidentes, e terá, provavelmente, resultados positivos a longo prazo.

6497 ANÁLISE DA ATUALIZAÇÃO DA LISTA DE MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE PERIGOSOS DE USO HOSPITALAR DO ISMP
Marina Pereira de Abreu, Bárbara Campos Silva, MONIQUE ARAÚJO DE BRITO

ANÁLISE DA ATUALIZAÇÃO DA LISTA DE MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE PERIGOSOS DE USO HOSPITALAR DO ISMP

Autores: Marina Pereira de Abreu, Bárbara Campos Silva, MONIQUE ARAÚJO DE BRITO

Apresentação: Os medicamentos potencialmente perigosos (MPP) são aqueles que apresentam risco aumentado de provocar danos significativos aos pacientes em decorrência de falha no processo de utilização. São também denominados medicamentos de alto risco ou medicamentos de alta vigilância. Os erros que ocorrem com esses medicamentos não são os mais frequentes, porém suas consequências tendem a ser mais graves, podendo ocasionar lesões permanentes ou a morte. Diversas organizações dedicadas à segurança do paciente no mundo, dentre elas o ISMP (Institute for Safe Medication Practices), recomendam aos profissionais de saúde que conheçam seus riscos e implementem práticas para minimizar a ocorrência de erros envolvendo este grupo de medicamentos. O objetivo deste trabalho foi a análise comparativa entre os medicamentos de uso hospitalar da lista antiga (setembro de 2015) e da lista atualizada dos MPP (fevereiro de 2019), ambas elaboradas pelo ISMP. Em virtude da subnotificação ou queda no número de acidentes, alguns medicamentos foram retirados da lista mais recente, classes terapêuticas mudaram de nomenclatura a fim de abarcar os novos medicamentos disponíveis no mercado e vias de administração foram alteradas para se alertar com mais ênfase os riscos de certos medicamentos. As atualizações envolvem, anticoagulantes orais diretos, sedativos, hipoglicemiantes, meios de radiocontraste, prometazina endovenosa, antineoplásico e quimioterápico. Esta atualização permite uma redução dos danos causados pelos MPP e, consequentemente, a redução da subnotificação decorrente do conhecimento dos profissionais de saúde acerca desta lista e sua devida importância para com a segurança do paciente. É esperado que esta análise permita também a elaboração de uma lista própria dos MPP em qualquer unidade hospitalar, ao permitir mais segurança no tratamento e administração dos medicamentos ao paciente.

6591 PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO: UMA EXPERIÊNCIA INTERDISCIPLINAR NO FORTALECIMENTO DA AMAMENTAÇÃO
Maria Beatriz de Assis Veiga, Lilian Kuhnert Campos, Ana Maria de Oliveira Ponte, Fernanda Paulina, Thaís Viana Lauar

PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO: UMA EXPERIÊNCIA INTERDISCIPLINAR NO FORTALECIMENTO DA AMAMENTAÇÃO

Autores: Maria Beatriz de Assis Veiga, Lilian Kuhnert Campos, Ana Maria de Oliveira Ponte, Fernanda Paulina, Thaís Viana Lauar

Apresentação: O aleitamento materno traz uma série de benefícios ao bebê, à mãe, à família e à sociedade. Deve-se investir em sua promoção desde o pré-natal. Após o parto, podem ocorrer dificuldades relacionadas à mãe ou ao bebê, que podem comprometer esta prática. Apoiar a mulher e sua família no puerpério imediato e após a alta hospitalar é necessário para a manutenção da amamentação. Objetivo: Relatar a experiência da implementação do ambulatório de apoio a amamentação em um hospital universitário federal, localizado na cidade do Rio de Janeiro. Desenvolvimento: A assistência ao binômio mãe-bebê ainda na maternidade, assim como durante as consultas de puericultura, no ambulatório de pediatria, possibilitou a identificação de elementos e situações que impedem e/ou dificultam o aleitamento materno. A introdução de fórmulas infantis, déficit de ganho ponderal do bebê, intercorrências maternas (como ingurgitamento e/ou fissura mamária), dúvidas, incertezas e insegurança da mãe e de seus familiares quanto à nutrição do bebê, se mostraram fatores negativos à amamentação. Essas problemáticas, associadas ao investimento da equipe interdisciplinar em conquistar o título de “Hospital Amigo da Criança”, fizeram com que fosse criado um ambulatório específico para apoiar o aleitamento materno. Resultado: e/ou impacto: A assistência à mãe e ao bebê ocorre de forma interdisciplinar, pois os casos são encaminhados e discutidos por profissionais de enfermagem, médicos e fonoaudiólogos da instituição. Até o momento foram atendidas 23 famílias, incluindo mãe, bebê, pai, avós e os demais familiares que comparecem às consultas. Além do atendimento presencial, um acompanhamento por via telefônica ocorre para garantir maior segurança materna e identificar intercorrências, na perspectiva de intervenções precoces. Utiliza-se também o sistema de busca ativa para os faltosos, visando reduzir perda de casos. A idade das crianças variou entre seis dias a cinco meses de vida. Das 24 crianças atendidas, 16 (66,7%) faziam uso de fórmula infantil antes da primeira consulta. Vinte e uma (87,5%) crianças são acompanhadas por pediatras da instituição em que ocorre o ambulatório de apoio a amamentação e três, nas Unidades Básicas de Saúde. Até o momento, 13 crianças atingiram seis meses de vida, e destas, cinco mantiveram o aleitamento materno de forma exclusiva até a idade referida. Das 24 crianças acompanhadas, quatro abandonaram o acompanhamento, apesar da tentativa de busca ativa. Das 20 crianças que mantiveram o acompanhamento: sete estavam em aleitamento materno exclusivo, e seis o mantiveram; entre as 13 crianças que iniciaram o acompanhamento em aleitamento materno associado ao uso de complemento, três alcançaram a amamentação exclusiva e sete diminuíram o uso da fórmula infantil ou a mantiveram em dose reduzida, predominando a amamentação. Apenas três crianças foram desmamadas antes dos três meses de vida. Considerações finais: Criar estratégias de apoio ao aleitamento materno, de forma interdisciplinar, promoveu a sua manutenção, favorecendo a saúde materna e infantil. Deve-se, portanto, incentivá-las e permitir a ampliação dos atendimentos para que mais famílias consigam se beneficiar desta estratégia.

6609 CÍRIO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ: BASTIDORES DE SOCORRISTAS VOLUNTÁRIOS DA CRUZ VERMELHA
Willame Oliveira Ribeiro Junior, Leilane Almeida de Morais, Erika Danielle Ribeiro Dourado, Flávia Renata Neves Costa, Thiago Simplício Costa, Thamires Pinto Santos, Márcio Yrochy Saldanha dos Santos, Paula Varanda Gomes

CÍRIO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ: BASTIDORES DE SOCORRISTAS VOLUNTÁRIOS DA CRUZ VERMELHA

Autores: Willame Oliveira Ribeiro Junior, Leilane Almeida de Morais, Erika Danielle Ribeiro Dourado, Flávia Renata Neves Costa, Thiago Simplício Costa, Thamires Pinto Santos, Márcio Yrochy Saldanha dos Santos, Paula Varanda Gomes

Apresentação: O Círio de Nossa Senhora de Nazaré é um grande evento religioso realizado anualmente no segundo domingo de outubro no município de Belém. Uma tradição do catolicismo, o círio ocorre há mais de duzentos anos mobilizando todo o município desde o início do mês de outubro com celebrações, festas, procissões e comidas típicas do estado do Pará. Seu auge ocorre no domingo, na procissão realizada da Catedral da Sé, no bairro da Cidade Velha, até a Basílica de Nossa Senhora, no bairro de Nazaré, onde a imagem original da santa foi encontrada, com um público de mais de dois milhões de pessoas. Para tanto, é necessário uma enorme força de trabalho para dar suporte ao evento e eventuais intercorrências durante a procissão e a Cruz Vermelha é uma grande aliada. Portanto, este trabalho tem como objetivo relatar a experiência de acadêmicos de saúde como socorristas voluntários da Cruz Vermelha no Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Desenvolvimento: Trata-se de um trabalho descritivo, qualitativo do tipo relato de experiência. A experiência ocorre na procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazaré no município de Belém. Ela retrata a vivência de acadêmicos da saúde da Universidade do Estado do Pará que se voluntariam como socorristas da Cruz Vermelha para auxiliar nos atendimentos tantos nos postos como na procissão chamada pelas equipes de “Mar de Gente”. Para tanto, é realizado pela Cruz um treinamento prévio acerca de informações da logística do funcionamento do Círio e noções básicas de primeiros socorros de possíveis eventos que possam ocorrer durante o trajeto dos fiéis. Durante o trajeto, são formados equipes para atendimentos na rua com o suporte de uma Pajiola – maca utilizada para a remoção dos feridos. As equipes são alocadas em pontos estratégicos para atendimentos durante todo o percurso, realizando atendimentos de saúde ou suporte para os fiéis que acompanham a procissão. Resultado: Por meio do voluntariado de socorristas da Cruz Vermelha os acadêmicos podem ter contato direto com situações de urgência e emergência de saúde em locais, muitas vezes sem condições para atendimento, assim gerando noções de tomadas imediatas de decisões que irão refletir na recuperação do paciente. Além disso, possibilita o trabalho em equipe em um cenário de grande multidão, sendo essencial para um atendimento eficiente e eficaz. Com a vivência o acadêmico também se engaja em movimentos sociais, que são importantes paras as transformações sociais dentro do âmbito do controle social do Sistema Único de Saúde na construção das políticas públicas. Considerações finais: O voluntariado de socorrida da Cruz Vermelha é uma vivência única, de agregação ao conhecimento dos acadêmicos, proporcionando noções de tomadas imediatas de condutas, experiência em urgências em locais inusitados e o trabalho em equipe para um atendimento integral ao usuário, fatores importantes em futuros profissionais de saúde.

6750 ABRINDO A ROÇA PARA SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE ATIVIDADE DE AGRICULTURA E ATIVIDADE FÍSICA EM UMA COMUNIDADE INDÍGENA SETENTRIONAL DA AMAZÔNIA
Inês Amanda Streit, Jayne Barros Cardoso, Mayara Suerlita Costa

ABRINDO A ROÇA PARA SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE ATIVIDADE DE AGRICULTURA E ATIVIDADE FÍSICA EM UMA COMUNIDADE INDÍGENA SETENTRIONAL DA AMAZÔNIA

Autores: Inês Amanda Streit, Jayne Barros Cardoso, Mayara Suerlita Costa

Apresentação: A atividade de agricultura ou roça é uma prática cultural, social e econômica importante entre os povos Wapichana e Macuxi da comunidade indígena Tabalascada na Amazônia. O hábito do cultivo perdura nessa localidade, apresentando-se como um estilo de vida determinante para a prática de atividade física e influenciando a saúde destes povos. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi relatar a experiência observada in loco sobre a relação entre a atividade de agricultura e atividade física na comunidade indígena Tabalascada, Roraima, Amazônia. Desenvolvimento: Este relato de experiência é oriundo de um trabalho de dissertação de mestrado realizado entre o período de dezembro de 2018 a março de 2019, na comunidade indígena Tabalascada, zona rural do município de Cantá em Roraima.  Os participantes foram adultos e idosos das etnias Wapichana e Macuxi. Durante a aplicação dos métodos científicos da pesquisa (questionários), participação em reuniões comunitárias, visitas em residências sob convite dos anfitriões, participação em projetos pedagógicos da escola indígena local e participação em ajurí de roça comunitária, realizamos observações in loco e vivenciamos nuanças e circunstâncias que compuseram retratos singulares ao longo das atividades de agricultura dessas etnias relacionadas à prática de atividade física. Estas experiências foram registradas em diário de campo, as quais motivaram o relato que aqui se apresenta. Resultado: Diante das observações registradas e dos relatos dos moradores da comunidade Tabalascada, percebemos que a atividade de subsistência por meio do cultivo da agricultura é fundamental para a prática de atividade física e a principal atividade econômica da comunidade. É através desta prática cultural que muitos moradores auxiliam o sustento de suas famílias por meio do comércio dos produtos derivados da mandioca, principal alimento cultivado, e do preparo de vinho derivados dos frutos típicos buriti e bacaba. Contudo, as lideranças da comunidade demonstraram preocupação em virtude da falta de interesse dos jovens da comunidade à prática da atividade de agricultura. No entanto, nesta experiência, observamos que as etapas presentes na agricultura são estabelecidas entre mulheres, homens, crianças e idosos conforme a intensidade na realização da atividade. De modo geral, observou-se que a agricultura contribuiu para realização da atividade física por ser estreitamente relacionada com o deslocamento, em que os moradores realizam locomoção ativa até chegar na roça e, nas tarefas domésticas onde envolve a preparação dos alimentos típicos cultivados. Considerações finais: Por meio deste relato de experiência, inferimos que as singularidades presentes em comunidades indígenas são firmadas como base primordial para a realização de atividade física na localidade, fator condicionante para manutenção da saúde que apresentam. Percebemos a importância de se preservar aspectos culturais nas comunidades indígenas e a necessidade de fomentos governamentais para auxílio às garantias à tal prática de vida, principalmente em virtude do processo de urbanização que acomete a comunidade indígena Tabalascada dentro da Amazônia.

6832 VIVÊNCIAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DESENVOLVIDAS POR AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DE TEJUÇUOCA (CE): SABERES E EXPERIÊNCIAS NO FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Helloise Barbosa Nery, Lia Wladia da Silva Sousa, Luiza Vera de Matos Braga, Ana Virgínia de Sousa Martins

VIVÊNCIAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DESENVOLVIDAS POR AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DE TEJUÇUOCA (CE): SABERES E EXPERIÊNCIAS NO FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Autores: Helloise Barbosa Nery, Lia Wladia da Silva Sousa, Luiza Vera de Matos Braga, Ana Virgínia de Sousa Martins

Apresentação: O agente comunitário de saúde (ACS) é um dos principais atores na Atenção Primária à Saúde, sendo o elo que integra a comunidade com as equipes de saúde da família e os demais níveis de cuidado, caso seja possível, estabelecendo um forte vínculo e responsabilidade sanitária dentro de um território. Logo, os processos de trabalho deste profissional perpassam pelo cadastramento da população, acompanhamento das famílias, monitoramento e busca ativa de situações importantes de saúde pública. Contudo, com a dinamicidade e transformações da sociedade e, com isto, as necessidades da população, se requer cada vez mais a reinvenção das práticas em saúde e o desenvolvimento de habilidades e experiências na atuação dos profissionais de saúde. Com isto, uma das propostas do atual plano municipal de educação permanente do município de Tejuçuoca (CE) foi fortalecer o papel do ACS na condução de atividades de educação em saúde no âmbito comunitário. Então, durante o ano de 2019, os ACS foram responsáveis por desenvolverem tais ações junto aos seus territórios e multiplicá-los aos demais profissionais de saúde. Esta experiência teve como objetivo apresentar as ações de educação em saúde coletiva nos territórios de atuação dos ACS de Tejuçuoca (CE). Desenvolvimento: Participaram do trabalho os 40 agentes comunitários de saúde das 8 equipes de saúde da família do município de Tejuçuoca (CE), quando eles desenvolveram em seus territórios de atuação atividades de educação em saúde relacionadas a algum tema de preocupação dos mesmos e de relevância para a comunidade. A etapa de planejamento das ações se deu por uma oficina de definição de cronograma de realização de atividades a serem desenvolvidas ao longo de 2019 e apresentação das experiências. Fora proposto que os temas, a metodologia das atividades e a execução delas teriam os ACS como protagonistas e que os demais profissionais apoiariam como coadjuvantes. Então, as equipes definiram as suas temáticas ficando as metodologias a critério de cada uma e o cronograma de apresentações estabelecido por meio de sorteio. Os temas a serem trabalhados nos territórios foram: prevenção da obesidade através da alimentação e hábitos de vida saudáveis; acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil; plantas medicinais/fitoterapia; gravidez na adolescência; saúde sexual e reprodutiva; prevenção ao suicídio; higiene pessoal e cuidados com o lixo doméstico. As apresentações das experiências seguiram a ordem das temáticas citadas e foram realizadas nas reuniões mensais da Estratégia Saúde da Família do município no meses de maio a dezembro de 2019. Resultado: A primeira equipe trabalhou a prevenção da obesidade através da alimentação e hábitos de vida saudáveis promoveu as seguintes atividades: jogos de futebol com a comunidade, roda de conversa na unidade de saúde sobre alimentação, prática de atividade física e as consequências da obesidade, café da manhã saudável com oferta de alimentos regionais e encaminhamento para avaliação com os demais membros da equipe de saúde (médica, enfermeira e dentista). A segunda equipe desenvolveu atividades educativas em sala de espera e nos grupos comunitários por meio de rodas de conversa e círculos de cultura sobre a importância do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil através da puericultura, abordando a assiduidade às consultas e às visitas de acompanhamento, a caderneta da criança e vacinação, cuidados com o bebê e a criança, amamentação e alimentação, acompanhamento odontológico, grupos de mães/pais/família, o pré-natal e as repercussões desta estratégia nos indicadores de mortalidade e morbidade infantil. A terceira equipe realizou a “Feira das Plantas Medicinais” com grupos de idosos e a comunidade em geral, trazendo os produtos regionais que podem ser utilizados como fitoterápicos por meio de orientação adequada por profissionais de saúde e documentos informativos. Foram ofertados também na ocasião chás e infusões e realizada exposição dialogada quanto às propriedades, indicações e utilização de tais produtos. A quarta equipe realizou rodas de conversa em sala de espera, nas escolas e na comunidade sobre a gravidez na adolescência e apresentou por meio de vídeo trazendo o relato da experiência de uma adolescente grávida, a qual enfatizou suas expectativas quanto a este caminho se desenvolvendo em sua vida. A quinta equipe trouxe as vivências de educação em saúde sobre saúde sexual e reprodutiva, as quais envolveram todos os membros da equipe em um movimento de diálogo na unidade com os usuários sobre projetos de vida e suas relações com o planejamento familiar e vivenciar a sexualidade, sendo que ao final das atividades foi apresentado um cordel de autoria dos ACS sobre a temática abordada. A sexta equipe apresentou uma exposição dialogada sobre a prevenção ao suicídio e as repercussões da depressão na sociedade tanto na unidade de saúde como em grupos comunitários. Abordaram como as equipes de saúde podem atuar nestas situações identificando as populações mais vulneráveis, oferecendo suporte de maneira integrada e centrada na pessoa e articulando-se com os demais setores a fim de responder de maneira mais integral às necessidades do indivíduo em sofrimento mental e seus vínculos. A sétima equipe apresentou uma peça teatral sobre os hábitos de higiene pessoal e as repercussões na saúde física e mental das pessoas, com posterior abertura para a problematização e discussão sobre as alternativas de atuação de uma equipe de saúde quanto a abordagem da importância da higiene na vida das pessoas. E, por fim, a oitava e última equipe trouxe o relato do movimento feito em campo com a comunidade de sua área adstrita, quando fizeram o recolhimento de lixo em locais públicos, segregação de produtos para reciclagem e roda de conversa com a população sobre o gerenciamento dos resíduos domésticos e a implicação desta ação na saúde das pessoas do domicílio e de toda a comunidade. Considerações finais: Ao final de cada uma das apresentações dos relatos das experiências, cada uma das equipes fazia sua autoavaliação, destacando as fortalezas e fragilidades para tal, como a falta de conhecimento para abordar a temática sendo contornada pelos seus saberes pregressos e trabalho em equipe, a adesão da população à proposta, sendo identificado o crescimento e participação do público nas atividades, a transformação de algumas realidades, o reconhecimento da importância das atividades de educação em saúde e que é um movimento que agrega e fortalece a atuação do ACS e tende a se consolidar, a inspiração dos trabalhos para as demais equipes realizarem nos seus territórios, dentre outros. Como fragilidades, os ACS apontaram a falta de sua formação técnica e recursos materiais disponíveis. Logo, percebemos o quanto a figura do agente comunitário de saúde é potente no desenvolvimento de atividades no âmbito da Atenção Primária à Saúde e para tanto é preciso que sejam estimulados e motivados a trazerem suas habilidades e saberes  a comungarem com a participação da comunidade.

6868 ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO NO SETOR DE FARMÁCIA NA ATENÇÃO BÁSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Marcelo José dos Santos, Kamyla Santana dos Santos, Juliana Dias Rangel, Gabrielle Medeiros Goulart, Nikolas Antonio Fernandes, Marcelo José dos Santos, Maritza Consuelo Ortiz Sanchez, Maria Lelita Xavier, Miriam Marinho Chrizóstimo

ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO NO SETOR DE FARMÁCIA NA ATENÇÃO BÁSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Marcelo José dos Santos, Kamyla Santana dos Santos, Juliana Dias Rangel, Gabrielle Medeiros Goulart, Nikolas Antonio Fernandes, Marcelo José dos Santos, Maritza Consuelo Ortiz Sanchez, Maria Lelita Xavier, Miriam Marinho Chrizóstimo

Apresentação: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os sistemas de atenção à saúde são um conjunto de atividades cujo propósito é promover, restaurar e manter a saúde de uma população, e de atingir os seguintes objetivos: o alcance de um nível ótimo de saúde, distribuído de forma equitativa; a garantia de uma proteção adequada contra os riscos, para todos os cidadãos; o acolhimento humanizado dos cidadãos; a provisão de serviços seguros e efetivos e sua prestação de modo eficiente. Assim, os sistemas de atenção à saúde podem ser entendidos como respostas sociais deliberadas às necessidades de saúde da população, que se expressam em situações demográficas e epidemiológicas. Na gestão e/ou na execução das práticas assistenciais, educativas e preventivas, no nível da atenção básica, o trabalho do enfermeiro é estratégico e indispensável, sendo assegurada sua inserção nas equipes e nos territórios por meio dos marcos programáticos e legais do SUS. O cuidado na Assistência Farmacêutica na Atenção Básica integra ações de educação em saúde, que incluem atividades de educação permanente para a equipe de saúde e atividades de promoção à saúde de caráter geral, e ações de promoção do uso racional de medicamentos, com o desenvolvimento de atividades assistenciais e técnico pedagógicas. A atividade assistencial, praticada nos pontos de atenção, inclui os serviços de clínica farmacêutica, que podem ser ofertados ao usuário de forma individual e/ou em atendimentos compartilhados com outros membros da equipe de saúde. As atividades técnico-pedagógicas, de forma complementar, visa à educação e ao empoderamento da equipe de saúde e da comunidade para a promoção do uso racional de medicamentos. Com a inserção de novas práticas, é possível ampliar o cuidado em saúde e aumentar a resolutividade do uso de medicamentos, bem como conhecer os principais problemas relacionados com os medicamentos vivenciados pelos usuários. Este processo de trabalho cria novos indicadores úteis aos gestores e aos profissionais da Saúde, não apenas direcionados ao acesso aos medicamentos, mas também aos resultados de saúde obtidos a partir deles. Com esse entendimento é relevante compreender o processo de trabalho realizado pelo enfermeiro no setor de farmácia considerando os componentes do mesmo: objeto, agentes, instrumentos, finalidade, Métodos e Produtos. Objetivo: Relatar a experiência dos acadêmicos de enfermagem sobre o processo de trabalho do enfermeiro no setor de Farmácia no contexto da atenção básica. Método: Pesquisa tipo relato de experiência, no marco do Ensino Teórico Prático da disciplina de Enfermagem no Gerenciamento da Assistência em Saúde I, de uma Universidade Publica do Estado de Rio de Janeiro, no segundo semestre de 2019. O cenário se trata do setor de farmácia de um Posto Médico de Família (PMF) de uma comunidade no bairro de Santa Rosa. A unidade atende cerca de quatro mil pessoas e tem uma equipe formada por três médicos, dois enfermeiros, três técnicos de enfermagem e quatro agentes comunitários de saúde. Resultado: O processo de trabalho em saúde é entendido como um conjunto de ações coordenadas, desenvolvidas pelos agentes, onde indivíduos, famílias e grupos sociais assistidos pela unidade básica compõem o objeto de trabalho, e os saberes e métodos representam os instrumentos que originam a atenção em saúde. Este trabalho foi realizado junto a enfermeira da PMF, agente desse processo de trabalho, que é responsável pelo método feito através das atividades relacionadas à administração e gerenciamento da farmácia da unidade. O método do processo de trabalho na farmácia se dá basicamente em fazer controle da dispensação dos medicamentos através da utilização de uma listagem impressa como instrumento, avaliando a posição de estoque, a relação dos medicamentos a serem solicitados ou dos que não serão mais utilizados, assim como o quantitativo necessário para suprir as necessidades da população adscrita. O controle do insumo farmacêutico é mantido de forma mensal e também inclui o manejo e comunicação com outras unidades, caso o fármaco esteja próximo da validade ou em quantidade inadequada. Por esse método não ser informatizado impede que umas de suas finalidades, que se trata da definição e pactuação de indicadores de Assistência Farmacêutica típicas da população assistida, assim como seu perfil epidemiológico, não sejam cumpridas. O HORUS é um Sistema Nacional de Gestão de Assistência Farmacêutica que o Ministério da Saúde disponibiliza como instrumento aos municípios é importante ferramenta para a qualificação da gestão da Assistência Farmacêutica, esse sistema possibilita a definição dos fluxos e responsabilidades no processo de trabalho, o registro sistemático das ações e a possibilidade de acompanhamento, em tempo real, do serviço por meio da emissão e avaliação de relatórios que permitem maior agilidade, segurança e controle das atividades aqui descritas. É reconhecida a importância e finalidade da Assistência Farmacêutica na Atenção Básica, visto que esse nível de atenção tem como produto solucionar problemas de saúde de maior relevância em seu território, dentre estas, cita-se a educação em saúde da equipe e da comunidade para a promoção do uso racional de medicamentos, com o uso de medicamentos não somente para cura e reabilitação, mas para promoção da saúde e prevenção de doenças, como por exemplo, medicamentos com Cálcio e vitaminas disponíveis na PMF. Observaram-se lacunas em termos das estruturas físicas, ou seja, instrumentos, dessa central de abastecimento farmacêutico, onde o ambiente destinado a condicionar os medicamentos não permite boa organização por suas dimensões, visto que são alojados em prateleiras com pequenas caixas improvisadas que foram adquiridas por recurso próprio da enfermeira do setor. Considerações finais: Tendo em vista os aspectos observados, entende-se que a assistência farmacêutica exerce importante papel na Atenção Básica, na medida em que busca garantir o acesso e a promoção do uso de medicamentos de forma racional. A disponibilidade dos medicamentos deve atender às necessidades epidemiológicas da população, a fim de traçar um perfil farmacológico de cada região e com o objetivo de prever e calcular a demanda da unidade deve ser um serviço prestado de forma suficiente, com regularidade e de qualidade apropriadas, de forma integrada com uma orientação para o uso racional de medicamentos, por meio de diferentes serviços ofertados no território. No entanto, os resultados apresentados neste estudo, assim como a literatura consultada, configuram um distanciamento ainda significativo entre as diretrizes estabelecidas para a informatização da Assistência Farmacêutica na Atenção Básica e a realidade da Unidade do Posto Médico de Família. DESCRITORES: Organização e Administração; Gestão em Saúde; Enfermagem; Prática profissional. EIXO TEMÁTICO 2: TRABALHO

6907 O PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO COMO INSTRUMENTO FUNDAMENTAL PARA AS PRÁTICAS DE RESIDENTES EM SAÚDE DA FAMÍLIA E COMUNIDADE
Natasha Laureano da Fonseca, Barbara Nascimento da Silveira, Ninive dos Santos Moraes de Barros, Veruska Aguiar de Abreu, Stephanie da Conceição Viana

O PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO COMO INSTRUMENTO FUNDAMENTAL PARA AS PRÁTICAS DE RESIDENTES EM SAÚDE DA FAMÍLIA E COMUNIDADE

Autores: Natasha Laureano da Fonseca, Barbara Nascimento da Silveira, Ninive dos Santos Moraes de Barros, Veruska Aguiar de Abreu, Stephanie da Conceição Viana

Apresentação: Na Estratégia Saúde da Família, a territorialização é uma ferramenta fundamental que tem a finalidade de obter um diagnóstico da população e área adscrita para visualizar as potencialidades, fragilidades e pensar em ações de saúde. Dado que, todo território possui um perfil social, epidemiológico, cultural, demográfico e econômico. Assim, faz-se importante a presença de uma equipe multiprofissional que através de olhares distintos, técnicos e integrados possa avaliar o ambiente inserido.  O objetivo é reforçar a importância do diagnóstico da região, comunidade e população adscrita para o trabalho da saúde da família. O presente estudo é um relato de experiência do trabalho multidisciplinar de territorialização de uma unidade básica de saúde vivenciados por residentes do programa de residência multiprofissional em saúde da família e comunidade, compreendido entre o período de março a setembro de 2019 no território da área programática 1.0 do município do rio de janeiro. O trabalho de territorialização foi realizado por cinco categorias profissionais: enfermagem, nutrição, odontologia, psicologia e serviço social. Foram utilizadas como ferramentas para a construção e coleta dos dados da territorialização: atividades de sala de espera, análise participativa com a equipe mínima, visitas aos equipamentos do território, observação das visitas domiciliares e consultas da equipe. Durante o processo da territorialização os resultados obtidos através das informações observadas foram possíveis a construção de um esboço inicial do território, evidenciando diagnóstico da região, comunidade e população adscrita. Como por exemplo, a identificação dos problemas da comunidade foi revestida depois em atividades de sala de espera e grupos na unidade de saúde para promoção e prevenção de saúde. Outro resultado positivo foi uma maior articulação com a rede local, por meio das visitas aos equipamentos do território, sendo: unidades de assistência social, instituições de cultura e lazer, saúde mental, igrejas, feiras locais, associação de moradores e demais outras. Conhecer o território contribuiu para refletir a atuação da equipe diante as necessidades da comunidade e promoveu aproximação com a realidade local.  Desta forma, através do reconhecimento das potencialidades e fragilidades da área concluímos que o instrumento de territorialização como essencial para a prática de saúde pública. É especialmente fundamental na saúde da família, dado que o diagnostico referente a qualidade de vida da população faz necessária para os profissionais de saúde no território de abrangência, para que tenha uma aproximação com a realidade da comunidade e identificação dos determinantes sociais a fim de proporcionar a criação de planos de ação e compartilhamento dos saberes entre a equipe de saúde. Portanto, a territorialização é uma ferramenta imprescindível para a análise da situação de saúde.

6913 DISPOSITIVO GRUPAL “SAÚDE EM FOCO”: PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM OBESIDADE
Raquel de Lima Soeiro, Geilsa Soraia Cavalcanti Valente

DISPOSITIVO GRUPAL “SAÚDE EM FOCO”: PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM OBESIDADE

Autores: Raquel de Lima Soeiro, Geilsa Soraia Cavalcanti Valente

Apresentação: O grupo “Saúde em foco” é uma atividade desenvolvida e coordenada pela enfermeira, educador físico, nutricionista e psicóloga do Centro de Referência em Obesidade – unidade Acari. Este é um serviço vinculado à Atenção Primária à Saúde, voltado para o atendimento clínico-ambulatorial de obesos grau III no município do Rio de Janeiro. O grupo é aberto e visa a criação de um espaço que ultrapassasse a ideia exclusiva de se discutir apenas  alimentação e comorbidades associadas à  obesidade com esse perfil de usuários. Objetivo: Apresentar e discutir a experiência e o impacto desse grupo na melhora da qualidade de vida dos participantes. Método: Os encontros ocorrem semanalmente, utilizando de dinâmicas, reflexões, oficinas culinárias, sessões de cinema, roda de conversa e atividade física.  Estimula-se que os participantes falem sobre sua vida cotidiana, sobre as mudanças estilo de vida após o início do tratamento, compartilhar os ganhos e eventuais perdas em todo processo,  valorizando toda e qualquer mudança e/ou conquista. Ao mesmo tempo, são propostos temas variados (preconceito, sexualidade, uso  correto de medicação, comorbidades associadas à obesidade,  alimentação saudável, autocuidado dentre outros) onde o objetivo é fazer o usuário refletir e ajudá-lo a se colocar como protagonista de seu tratamento e de sua vida. O encerramento se dá com alongamentos, por vezes lanches saudáveis compartilhados e metas individuais ou em grupo para o próximo encontro. Além disso, pergunta-se como se sentiram na atividade e o que ela representa para cada um. Esta estratégia é usada como avaliação da atividade e das temáticas que aparecem. Resultado: A atividade foi bem recebida pelos usuários do serviço, visto a participação assídua. Apesar de ser um grupo aberto, formou-se um núcleo regular que tem sido estimulado a compartilhar as experiências bem sucedidas, o que também funciona como um elemento motivador. Eles tem se mostrado mais ativos e mais sociáveis no cotidiano e apresentado perda de peso e consequentemente melhora nas dores e mobilidade. As falas dos participantes são exemplares quanto aos benefícios desses encontros: “...a gente acaba não vindo aqui com a intenção de fazer exercício físico, a gente vem aqui para se divertir e falar as coisas que não podemos falar lá fora, em casa somos recriminados” ou “passei a ficar muito mais disposta depois que passei a frequentar o grupo” ou ainda “agora eu já consigo fazer isso que você está fazendo” (referindo-se ao sentar cruzando as pernas)”. Discussão: O grupo revelou que as oportunidades de compartilhamento de experiências auxiliam na condução do tratamento, além de ser um espaço para ultrapassar as especialidades e construir novos saberes e práticas. Considerações finais: A experiência do grupo “saúde em foco” tem sido bastante interessante, visto ser resultado do engajamento dos profissionais em realizarem um trabalho em equipe numa perspectiva interdisciplinar. Os limites entre as especialidades ficam mais difusos, ultrapassando a abordagem unicamente técnica apostando na construção de um saber ampliado.

6925 A ARTE NA ABORDAGEM SOCIOPOÉTICA – AVALIAÇÃO DO USO DO APLICATIVO MÓVEL NA HEMODIÁLISE
LIDIANE PEIXOTO DE ALMEIDA, SILVIA TERESA CARVALHO DE ARAÚJO, STEPHAN MELRO REGO, CRISTIANE BATISTA ANDRADE, LIDIANE PASSOS CUNHA, FRANCISCO GLEIDSON DE AZEVEDO GONÇALVES, SORAIA DO SOCORRO FURTADO BASTOS, ELAINE ANTUNES CORTEZ

A ARTE NA ABORDAGEM SOCIOPOÉTICA – AVALIAÇÃO DO USO DO APLICATIVO MÓVEL NA HEMODIÁLISE

Autores: LIDIANE PEIXOTO DE ALMEIDA, SILVIA TERESA CARVALHO DE ARAÚJO, STEPHAN MELRO REGO, CRISTIANE BATISTA ANDRADE, LIDIANE PASSOS CUNHA, FRANCISCO GLEIDSON DE AZEVEDO GONÇALVES, SORAIA DO SOCORRO FURTADO BASTOS, ELAINE ANTUNES CORTEZ

Apresentação: O presente trabalho faz parte da tese em andamento desenvolvida na Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ, intitulada “A comunicação da equipe de enfermagem sobre o uso de aplicativo no cuidado em hemodiálise: abordagem sociopoética”,  que tem como objetivos identificar a aplicabilidade diária no cuidado da ferramenta tecnológica pela equipe de enfermagem no cuidado; e analisar como a ferramenta tecnológica influencia nesse processo de cuidar. O projeto foi aprovado no Comitê de ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN)/ Hospital São Francisco de Assis (HESFA) para a autorização do projeto de pesquisa à Plataforma Brasil; CAAE: 11305719.6.0000.5238, e pela instituição coparticipante, o Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) da Universidade Federal Fluminense (UFF); CAAE: 11305719.6.3001.5243. Desenvolvimento: Os Instrumentos de coleta de dados foram materiais para produção artística (cola, tesoura, cartolina, revistas etc.), diário de campo para captura de manifestações não verbais, material para o Café Afetivo (café da manhã), celular para a reprodução de músicas que levem ao relaxamento. Todos os depoimentos no campo resultaram no tema gerador, a saber: “a utilização do aplicativo no processo de cuidar”. As etapas sociopoéticas foram obedecidas e as enunciações foram gravadas por meio de gravador MP3. As produções artísticas foram fotografadas. Na análise e discussão dos resultados de todo o material será utilizado a análise de conteúdo de Bardin, além das análises surreal, transversal e filosófica, próprias da metodologia sociopoética. Resultado: OU IMPACTO: A produção dos dados se deu em um encontro para cada grupo pesquisador (GP), totalizando seis. As etapas foram realizadas em média de 09 horas com cada um dos grupos, variando na dependência do número de participantes. O menor grupo foi composto por 03 participantes e o maior grupo 06 participantes. Quanto menor o grupo, menor o tempo de duração. Foram ao todo 29 participantes, todos trabalhadores de enfermagem do Centro de Diálise que lidam no cuidado direto ao paciente. Muitos estavam fora do horário dos seus plantões e compareceram vindos da sua residência. Poucos foram liberados do plantão pela chefia para participação na pesquisa, na eminência do plantão tranquilo. Os grupos foram marcados de forma antecipada de acordo com a disponibilidade dos participantes, e ocorreram nos dias 13 de setembro, com grupo de manhã e à tarde, sendo os de 20 de setembro, 04 de outubro, 09 de novembro e 23 de novembro de 2019 todos na parte da manhã. Alguns grupos ocorriam nas sextas, outros nos sábados. Uma equipe de facilitadores chegava para abrir o auditório, arrumar a sala com a mesa de café da manhã, e mesa para a criação das artes antes dos grupos. Os mesmos coletavam os dados criados. Todos os participantes relataram utilizar o aplicativo, e de sua importância principalmente no tocante às intercorrências interdialíticas, pois o mesmo mostra a conduta a ser tomada diante de tal situação. A maioria das artes criadas tinham ligação com o dia a dia no plantão, o paciente, a máquina de hemodiálise e a equipe multidisciplinar. A comunicação no processo de cuidar utilizando a ferramenta tecnológica se dava antes ou depois do cuidado com o paciente, ou nos momentos de dúvidas de alunos, residentes e profissionais recém admitidos. O aplicativo passou a ser mais utilizado depois que o formato impresso foi retirado da parede pela nova empresa que está gerindo o hospital, alegando que o mesmo não havia passado por uma avaliação deles antes de ser afixado (porém a empresa não estava no hospital na criação do aplicativo e na criação dos fluxogramas dos procedimentos operacionais padrão que contém no mesmo). Um ruído foi percebido pois o aplicativo não estava disponível a todos os profissionais novos por serem de outro vínculo empregatício não bem aceito pela categoria de servidores. Para alguns profissionais do novo vínculo que conseguiram ter o contato, o aplicativo foi bem aproveitado, pois as dúvidas (por ser um setor muito específico) poderiam ser diminuídas por meio do seu uso, sem precisar perguntar ou criar atrito com as dúvidas usuais perguntadas aos servidores. Esse hospital especificamente está passando por um momento de transição com a entrada da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e seus funcionários de vínculo celetista e com benefícios diferentes dos estatutários, e isso tem gerado insatisfação na recepção entre os estatutários. Foram confeccionados certificados com carga horária de participação como copesquisador de pesquisa para que os participantes fossem reconhecidos, e aquela carga horária acrescentasse de alguma maneira ao plano de carreira, de acordo com o vínculo empregatício de cada um dentro da instituição. Os resultados são ainda preliminares pois o estudo ainda está em andamento (fase de resultados e análise), mas foi percebido como importante a adesão dos participantes, a boa vontade e a disposição de comparecerem a unidade de trabalho mesmo em dias de folga para a realização do estudo (inclusive aos sábados), e o entusiasmo e prazer expressado pelos mesmos uma vez que a metodologia utilizada obtém a coleta de dados de forma lúdica.  Considerações finais: Nesse estudo o uso de técnica lúdica a partir de confecção de desenhos coletivos, favoreceu a relação interpessoal dos participantes para revelar a partir dos depoimentos enunciados as forças instituídas que interferem no uso do aplicativo móvel. A medida que para alguns o uso permite melhoria na qualidade da assistência, proporcionando aos profissionais da área de saúde e, em especial, a equipe de profissionais em hemodiálise, há uma melhor operacionalização para lidar com os conflitos oriundos da técnica e das condições para o cuidado integral ao paciente em processo dialítico, com redução de riscos, de danos e de erros. Para outros, recorrer ao aplicativo pode ser uma excelente estratégia para minimizar as diferenças pessoais/profissionais e para o acesso de igualdade, nivelado conhecimento e oportunidades de acertos no cuidado. Pesquisar nessa temática atende à demanda da Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde, do Ministério da Saúde , eixo temático 1 – Ambiente, trabalho e saúde e eixo temático 4 – Desenvolvimento de tecnologias e inovação em saúde. A técnica utilizada permitiu avaliar o uso da ferramenta, bem como atualizações vivenciadas pelos profissionais. Ao refletir e discutir sobre o tema a técnica permitiu desenvolver  análise sobre a importância de ações educativas de reforço do protocolo. A pesquisa estimulou o debate e a reflexão sobre o uso do dispositivo, mas enriqueceu a compreensão de outros aspectos importantes na relação do trabalho, que impactam no cuidado prestado enunciados sobre as forças.

6959 SAÚDE E MEIO AMBIENTE: A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO À SAÚDE COM ADOLESCENTES DA PERIFERIA DE BELÉM
Antonio Soares Junior

SAÚDE E MEIO AMBIENTE: A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO À SAÚDE COM ADOLESCENTES DA PERIFERIA DE BELÉM

Autores: Antonio Soares Junior

Apresentação: Diversos estudos nos apontam que a degradação ambiental tem colocado em risco o bem estar social, portanto as questões ambientais devem ser vistas como um problema de saúde coletiva e os profissionais da área da saúde devem estar alinhados com essa temática para propor estratégias que visem diminuir este risco. O objetivo deste trabalho foi promover um espaço de reflexão sobre saúde e meio ambiente com um grupo de adolescentes, entre 12 a 14 anos, pertencentes ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos de um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), situado em uma periferia de Belém, no estado do Pará. A escolha da faixa etária se deu pelo tipo de metodologia que seria aplicada, a fim de despertá-los para o protagonismo juvenil. As ações foram realizadas em 05 encontros, onde foram abordados temas que abrangem a relação homem, saúde e ambiente. As atividades consistiram na elaboração de um pequeno diagnóstico ambiental onde os referidos adolescentes retrataram a realidade de sua comunidade, em seguida houve a exibição do filme “Avatar” (James Cameron, 2009) como mote norteador de discussão, roda de conversa e produção de materiais com produtos recicláveis, no intuito de transformar o espaço do CRAS em um espaço que oportuniza reflexões sobre saúde e meio ambiente. Com os relatos obtidos durante as atividades e as produções feitas pelos adolescentes, pode-se observar que os mesmos compreenderam a importância do cuidado ao meio ambiente e a consciência de que o homem é responsável pela preservação do meio ambiente e que tal preservação está diretamente ligada com sua sobrevivência e seu bem estar. O trabalho teve um alcance limitado a um determinado público, no entanto sugere-se que ações como esta sejam planejadas e realizadas em conjunto ou paralelamente com as unidades educacionais e de saúde para que tenham um alcance mais abrangente que além de contribuir na formação de nossos adolescentes, os sensibilizam quanto o cuidado com o meio ambiente e por conseguinte, a prevenção e cuidado com a saúde.

6969 FAZENDO SAÚDE NA HORA ÀS MARGENS DO LAGO DE TEFÉ: UMA EXPERIÊNCIA EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE TEFÉ/AM
Quênia Valentim Barbosa, Thayana Oliveira Miranda, Josiane de Souza Medeiros, Maria Adriana Moreira, Andriele Valentim da Costa, Ana Maria Coelho

FAZENDO SAÚDE NA HORA ÀS MARGENS DO LAGO DE TEFÉ: UMA EXPERIÊNCIA EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE TEFÉ/AM

Autores: Quênia Valentim Barbosa, Thayana Oliveira Miranda, Josiane de Souza Medeiros, Maria Adriana Moreira, Andriele Valentim da Costa, Ana Maria Coelho

Apresentação: O objetivo deste trabalho é descrever o processo de implantação do programa Saúde na Hora em uma Unida Básica de Saúde (UBS) no município de Tefé (AM). O Saúde na Hora prevê a extensão do horário de atendimento das UBS com a finalidade de ampliar o acesso aos serviços da Atenção Primaria à Saúde (APS). De acordo com a Portaria nº 930, de 15 de maio de 2019 do Ministério da Saúde que legitima a implantação desta modalidade, as equipes que aderirem à proposta dispõem da ampliação de seus horários de atendimento para funcionamento entre 60h e 75h ininterruptos nos cinco dias úteis da semana e opcionalmente aos sábados e domingo. Os municípios que aderem ao programa recebem incentivos financeiros para investir nas ações de saúde garantindo as condições necessárias para que o programa consiga se efetivar na prática. A gestão da Secretaria de Saúde de Tefé (SEMSA) juntamente com os outros trabalhadores da saúde viram a necessidade de aderir o Saúde na Hora ao perceberem no seu cotidiano de trabalho grande fluxo de usuário para serem atendidos. Outro ponto relevante é que a Unidade escolhida para adesão dispõe de um gerente, profissional exclusivo ao gerenciamento da Unidade com intuito de melhorar o processo de trabalho da equipe, profissional essencial e de caráter obrigatório para o Saúde da Hora ser implantado, evidenciando a importância deste profissional no modelo de descentralização do gerenciamento em saúde. Desenvolvimento: A experiência descreve a vivência de implantação do programa Saúde na Hora na UBS Josefa Rodrigues das Chagas localizada no bairro do Abial no município de Tefé. Além do Abial, são atendidos ainda pela referida UBS os bairros Colônia Ventura, Deus é Fiel, Conjunto Castanheira onde atuam 03 equipes de Estratégia Saúde da Família com Saúde Bucal, nesse território estão cadastrados 11.145 usuários. Este território formado pelos bairros acima mencionados e pelas pessoas que neles moram mostram algumas especificidades que são importantes serem destacadas para melhor compreensão do fazer saúde a partir e para esse território. Estes bairros apresentam características de uma ilha, sofrendo anualmente o dinamismo dos ciclos dos rios da Amazônia (enchente, cheia, vazante e seca), ou seja, se tratam de bairros da cidade de Tefé, mas que geograficamente são separados desta pelo Lago Tefé. Dessa forma, no período da cheia o principal meio de transporte para as pessoas acessarem estes bairros é por meio das canoas-rabetas, conhecidas localmente por catraias. Já no período da seca dos rios essa parte do Lago Tefé seca totalmente e as canoas-rabetas dão espaços aos mototaxistas. As especificidades desses bairros também contribuíram para a adesão e ampliação do acesso aos serviços de saúde. O Saúde na Hora foi aderido em outubro de 2019 e após sua adesão a nível de gestão, foi realizado uma reunião de planejamento das ações de implementação com as Coordenações de Atenção Básica junto com a gerência da UBS Josefa Rodrigues, Coordenação de Processamento de Dados e Vigilância em Saúde para planejar e analisar os indicadores a serem monitorados e avaliados. Em seguida, aconteceu um momento de Educação Permanente em Saúde (EPS) dentro da UBS, facilitada pela gerência da Unidade para apresentar às equipes a nova modalidade de funcionamento. Após este processo foi realizado a divulgação para comunidade por meios dos veículos de comunicação local, como as rádios, carros volantes, cartazes fixados em pontos estratégicos e divulgação por meio dos agentes comunitários de saúde durantes as visitas domiciliares no território. O Saúde na Hora se efetivou de fato na UBS dia 11 de novembro de 2019 onde foi implantado a modalidade de 60h semanais, funcionando sem intervalo de almoço de segunda a sexta das 07:00 horas às 19:00 horas dispondo de prontuário eletrônico implantado, o qual todos os atendimentos são registrados no mesmo. O programa Saúde na Hora foi sistematizado na Unidade de forma que atendesse a carga horária aderida, onde as três equipes foram distribuídas em dois horários, a saber: No primeiro horário atua duas equipes simultaneamente, caracterizado por atendimentos através de agendamento das 07:00 às 11:00 horas, e  atendimento de demanda espontânea das 11:00 horas às 13:00 horas e mais 1 hora para planejamento com as equipes e/ou, realização de EPS dentro da Unidade. Uma terceira equipe atua no segundo horário que acontece de 12:00 às 17:00 horas com consultas agendadas, e das 17:00 às 19:00 hora as demandas espontâneas. Com a adesão do Saúde na Hora, ficou ampliado aos usuários serviços de acolhimento com classificação de risco a qualquer momento de funcionamento da UBS, entrega de medicamentos oferecidos pela rede básica, consultas pré-natais, consultas médicas e de enfermagem, atendimento odontológico, ofertas de vacinação, testes rápidos, procedimentos injetáveis, curativos e pequenas cirurgias. Além disso, a referida UBS conta com a participação, do Núcleo de Ampliado a Saúde da Família (NASF), o qual dispõem de nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, educador físico, farmacêutico e assistente social, porém os serviços oferecidos pelo NASF acontecem na modalidade de horário convencional, um desses serviços são as práticas integrativas complementares. É importante ressaltar pelas especificidades do Abial e dos bairros adjacentes, que os serviços ofertados pela UBS Josefa Rodrigues são acessados ainda por uma pequena parte da população ribeirinha que tem esta Unidade como referência quando veem à cidade mensalmente para realizar suas atividades. Resultado: Com a implantação do Saúde na Hora na UBS Josefa Rodrigues apenas há dois meses, os resultados já se mostram positivos. Podemos destacar como pontos positivos a ampliação do acesso aos serviços de saúde, diminuição da aglomeração de pessoas na UBS e atendimento a um maior número de usuários. A UBS tem conseguido por meios de planos de ações, fluxogramas e estratégias melhorar a qualidade dos serviços e atendimentos ofertados em seu território. Considerações finais: O Saúde na Hora como uma nova modelagem na ampliação do acesso aos serviços de saúde a partir de horários estendido pode a curto prazo contribuir de maneira significativa para a redução de atendimentos de usuários com baixo risco em Unidades de Pronto Atendimento e emergências hospitalares, ainda mais no caso de Tefé que dispões de único Hospital que também é referência para mais 4 municípios da região do Médio Solimões. Uma outra vantagem de se ter em seu território o Saúde na Hora é que os usuários podem organizar seus horários compatíveis com o da UBS, principalmente num cenário onde muitos moradores diariamente precisam atravessar o Lago Tefé para ir trabalhar na cidade. É importante lembrar que o Saúde na Hora já está sendo implantado em diferentes Estados e municípios, portanto vale apena apostar no programa, tendo a Atenção Primária como foco pelo fato de ser a principal porta de entrada da população que faz uso do Sistema Único de Saúde.

6982 PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA E A ATUAÇÃO DA EQUIPE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Priscila Araujo Rocha, Simone Aparecida de Souza, Isabela Suelen

PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA E A ATUAÇÃO DA EQUIPE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Priscila Araujo Rocha, Simone Aparecida de Souza, Isabela Suelen

Apresentação: A atuação dos profissionais da equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) está além das atividades realizadas nas unidades de saúde. Essas podem ser desenvolvidas oportunamente em vários espaços na comunidade. A Escola é um desses locais privilegiados. O Programa Saúde na Escola (PSE) foi instituído em 2007 em parceria do Ministério da Educação e da Saúde com a finalidade de promover a qualidade de vida dos estudantes em ações de promoção, prevenção e atenção à saúde. O objetivo foi relatar a experiência da atuação de uma equipe da ESF no PSE em uma escola da rede municipal em uma cidade do interior de Minas Gerais. Desenvolvimento: Trata-se de um relato que aborda a experiência de uma equipe da ESF em uma escola com 110 alunos na faixa etária de 2 a 6 anos no período de fevereiro a dezembro de 2019. Os profissionais envolvidos foram: enfermeira, médico, agentes comunitários de saúde em conjunto com farmacêutico, nutricionista, educador físico, assistente social do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Além de estudantes de enfermagem. As atividades eram realizadas mensalmente após um planejamento entre a equipe da ESF e dos profissionais da escola dos temas pertinentes levando em consideração as necessidades da instituição. As ações abordadas foram sobre o combate a dengue, promoção da alimentação saudável, cuidados de higiene, prevenção da violência e a prática da atividade física. Além da verificação vacinal, acuidade visual e auditiva. Nas atividades foram utilizados recursos como teatro de fantoches, vídeos, balões e desenhos de acordo com a faixa etária. Resultado: A integração dos profissionais da ESF e da escola foi se fortalecendo a cada ação realizada. Observou-se a oportunidade da construção do vínculo que se estreitava entre ambas e a comunidade. Os profissionais de saúde avaliam que o trabalho desenvolvido foi positivo pela possibilidade de estar mais em contato com os alunos com intuito de promover a educação em saúde. Além disso, os profissionais da escola relataram a importância da abordagem dos temas relacionados à saúde dentro do ambiente educacional auxiliando na promoção do cuidado com a saúde e prevenção de doenças. E também mudanças significativas a cada ação desenvolvida com a conscientização das crianças, professores e pais. A presença da equipe da saúde na escola foi essencial para facilitar e aproximar o acesso aos serviços da ESF e atenção integral aos alunos. Considerações finais: Os profissionais da equipe da ESF e da escola devem continuar se articulando e trabalhando em conjunto no desenvolvimento das atividades do PSE. Importante destacar o papel dos profissionais de saúde nas atividades educativas de saúde dentro da escola que contribui para o fortalecimento da relação entre ambas. Foi possível identificar que o PSE é essencial para os profissionais da saúde e educação para a troca de saberes com a aproximação e troca entre os. A escola é um espaço oportuno para atuação da atenção primaria à saúde que tem com objetivos comuns a promoção, prevenção e atenção da saúde dos alunos da sua área de abrangência.

6987 ANÁLISE REGIONAL DA IMPLEMENTAÇÃO DOS CUIDADOS FARMACÊUTICOS NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE E SUA PERCEPÇÃO PELOS PROFISSIONAIS FARMACÊUTICOS
Julio Eduardo Pereira de Souza, Marina Tiemi Shio, Álvaro Avezum

ANÁLISE REGIONAL DA IMPLEMENTAÇÃO DOS CUIDADOS FARMACÊUTICOS NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE E SUA PERCEPÇÃO PELOS PROFISSIONAIS FARMACÊUTICOS

Autores: Julio Eduardo Pereira de Souza, Marina Tiemi Shio, Álvaro Avezum

Apresentação: O presente trabalho trata da atuação do farmacêutico nos Cuidados Farmacêuticos na Atenção Básica e especializada a partir da normatização da Portaria nº 1.918/2016 aprovada pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e que se mostra importante para ampliação do cuidado em saúde e na melhora da adesão ao tratamento medicamentoso dos pacientes acompanhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os objetivos deste trabalho foram avaliar a percepção dos farmacêuticos e analisar os Cuidados Farmacêuticos após a implementação da Portaria na Rede de Atenção Básica e de Especialidades. Desenvolvimento: Para o primeiro objetivo foi utilizado um questionário online aplicado antes e depois da normatização da Portaria e para o segundo objetivo foram coletados dados a partir de consultas farmacêuticas, descritivos efetuado pelos farmacêuticos e equipe multidisciplinar em prontuários médicos, prescrições médicas e resultados de exames laboratoriais. Resultado: Com relação à percepção farmacêutica, trinta e dois farmacêuticos responderam os questionários. Não foram observadas diferenças antes ou após a normatização da Portaria de Cuidados Farmacêuticos para os tipos de intervenções utilizadas e a percepção dos profissionais farmacêuticos quanto sua capacidade de intervir, gerar bons resultados e na confiança dos pacientes para o farmacêutico. Em relação a prática dos Cuidados Farmacêuticos, esses profissionais passaram a participar com mais frequência nas reuniões da equipe multidisciplinar, efetuar consultas farmacêuticas com aumento das devolutivas de melhora da farmacoterapia dos pacientes atendidos. Após a normatização da portaria, os profissionais farmacêuticos relataram que se sentem mais inseridos na equipe (81.25%), necessidade da mudança de postura profissional (87,50%), e atualização acadêmica (96,88%). Com relação à caracterização dos Cuidados farmacêuticos após a normatização da Portaria, os pacientes encaminhados para a Consulta Farmacêutica têm idade entre 40-89 anos e maioria são do sexo feminino (58,33%). Estes pacientes apresentaram comorbidades sendo as mais frequentes Diabetes Mellitus Tipo 2, Hipertensão arterial e dislipidemia (25%), Diabetes Mellitus Tipo 2 e Hipertensão arterial ou Diabetes Mellitus Tipo 1 e Hipertensão arterial (12,5 %). O número de Consultas Farmacêuticas variou de uma (50%) até doze consultas (2,78%). Os Problemas Relacionados à Farmacoterapia (PRF) mais encontrados (p 0,0001) foram a interação medicamentosa (35,63%), frequência ou horário e administração incorreto (19,59%) entre outros. As classificações das interações medicamentosas foram de moderada (87,07%) a alta (12,93%) gravidade, com risco de hipotensão aguda (19,4%), aumento (17,91%) entre outros. As intervenções mais utilizadas pelos farmacêuticos foram o aconselhamento específico sobre a doença relacionada ao tratamento medicamentoso (45,83%), utilização de provisões de materiais como a Caixa Organizadora de Medicamentos (69,89%) entre outros (2,78%). Considerações finais: A implementação dos Cuidados Farmacêuticos de acordo com a Portaria nº 1.918/2016 aumentou o vínculo dos farmacêuticos junto aos pacientes usuários do SUS e da equipe multidisciplinar da sua Unidade de Saúde, originando um melhor acompanhamento do paciente com tratamentos polimedicamentoso, principalmente para diminuir as interações medicamentosas, reações adversas, PRF e facilitar a administração dos medicamentos a partir do uso das caixas organizadoras de medicamentos.

6999 CRIATIVIDADE, ARTE E PROMOÇÃO DA SAÚDE: UM ELO DA ARTETERAPIA
Milena Beatriz de Sousa Santos, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Françoise Gisela Gato Lopes, Ana Eliza Ferreira Pinto, Fabiana Santarém Duarte, Rebeka Santos da Fonseca, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

CRIATIVIDADE, ARTE E PROMOÇÃO DA SAÚDE: UM ELO DA ARTETERAPIA

Autores: Milena Beatriz de Sousa Santos, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Françoise Gisela Gato Lopes, Ana Eliza Ferreira Pinto, Fabiana Santarém Duarte, Rebeka Santos da Fonseca, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

Apresentação: A arteterapia auxilia no desenvolvimento tanto pessoal, quanto emocional. Assim, no início de 2016, um grupo de acadêmicas de enfermagem e fisioterapia criou o projeto de extensão EDUCA-ART Saúde, na Universidade do Estado do Pará – Campus Santarém. Este tem como intuito promover à comunidade momentos terapêuticos através da arteterapia, sendo essa uma metodologia artística utilizada para fins terapêuticos, e já regulamentada pelo Ministério da Saúde segundo a portaria nº 849, de 27 de março de 2017. A partir disso, foi possível proporcionar saúde e qualidade de vida por meio de produções como: pintura, desenho, músicas, artesanato, confecção de mandalas, pulseiras, filtro dos sonhos, chaveiros de mandala, momentos de interação musical através do recurso de karaokê e diálogos que possibilitam momentos de vínculos e liberação do estresse. Concomitante a isso, o “EDUCA-ART Saúde” com três anos de existência, está sendo difundido em inúmeros espaços, tendo em vista sua importância, convites e parcerias de instituições de saúde e projetos sociais. Dessa forma, este relato tem como objetivo de discorrer sobre a utilização da arteterapia no projeto intitulado EDUCA-ART Saúde no município de Santarém-Pa. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, ocorrido em Santarém-Pará, no período de 2016 a 2019. Foi realizado por meio do projeto EDUCA-ART Saúde, na qual realizou-se ações voltadas para arteterapia, em vários locais da cidade, incluindo praça, shopping, universidade, casa de apoio, Centro de Atenção Psicossocial, entre outros. Utilizou-se das técnicas de mandala simples e em 3D, artesanato em pulseiras, pintura, desenho, apanhador de sonhos e karaokê. Enquanto que os materiais utilizados para confecção consistiram em: linhas coloridas, palitos, papéis A4, lápis de cor, giz de cera, miçangas, argolas de acrílico, corrente para chaveiro e tesouras. No decorrer do processo de produção das técnicas as voluntárias realizavam o empoderamento da arteterapia de forma individual ou em grupo. É importante frisar que participaram dessas ações, crianças, adultos e idosos, além de acadêmicos e trabalhadores, englobando assim, a comunidade em geral. Resultado: Verificou-se que ao se utilizar da arteterapia os benefícios observados são a promoção de bem estar e o relaxamento, como os mais prevalentes. Vale ressaltar que os participantes não só estavam inseridos no desenvolvimento da arte, mas também interagiam com outras pessoas que estavam participando. Isso, promovia interação social, grupal e cultural mediante as atividades desenvolvidas, por meio da exposição de criatividade e troca de experiências. A partir dessa participação em múltiplos ambientes, notou-se a aceitação da comunidade Santarena ao aderir de forma positiva nas técnicas utilizadas pelo projeto. Considerações finais: Portanto, realizar esses tipos de atividades possibilita à comunidade em geral não somente o empoderamento artístico, mas também a promoção do bem estar, do relaxamento e da qualidade de vida. Assim, torna-se imprescindível realizar essas ações em diferentes meios, objetivando cada vez mais promover a saúde por meio da arte para a sociedade como um todo.

7002 ENFERMAGEM PROTAGONIZANDO CUIDADO NO INTERIOR DO AMAZONAS: UMA VIVÊNCIA ACADÊMICA
Beatriz Ferreira Monteiro, Aderlaine da Silva Sabino, Ariella Auxiliadora Barroso Pires dos Santos, Aurilis Cibila Neves Pereira, George Lucas Augusto Trindade da Silva, Janaína da Silva Santana, Rose Nayara Oliveira da Silva

ENFERMAGEM PROTAGONIZANDO CUIDADO NO INTERIOR DO AMAZONAS: UMA VIVÊNCIA ACADÊMICA

Autores: Beatriz Ferreira Monteiro, Aderlaine da Silva Sabino, Ariella Auxiliadora Barroso Pires dos Santos, Aurilis Cibila Neves Pereira, George Lucas Augusto Trindade da Silva, Janaína da Silva Santana, Rose Nayara Oliveira da Silva

Apresentação: A Enfermagem é considerada a profissão capaz de mudar o mundo, isto por que ocupa espaços estratégicos para a implementação de ações de saúde responsáveis por promover, prevenir e recuperar a saúde dos indivíduos. O presente trabalho tem por objetivo descrever as experiências vivenciadas na prática do Estágio Curricular I, na Atenção Primária do município de Barcelos-AM. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência de caráter qualitativo, durante o Estágio Curricular I do Centro Universitário Luterano de Manaus, realizado no município de Barcelos-AM, que se situa no alto rio negro. Durante o estágio foram desenvolvidos nas unidades básicas de saúde os programas do Ministério da Saúde como o planejamento familiar, saúde da mulher, HIPERDIA, além de consultas de pré-natal, coleta de material colpocitológico, coleta e análise de lâminas de sangue para diagnóstico de malária, programa saúde na escola, educação em saúde na rádio local e visita domiciliar Resultado: A figura do enfermeiro era reconhecida pela comunidade e pelos profissionais como um profissional confiável, que escuta e busca facilitar e agilizar o atendimento, realiza intervenções domiciliares, quando necessário. A autonomia do Enfermeiro é fundamental para a boa atuação na estratégia saúde da família, e isto foi visivelmente percebido durante a prática de estágio. A população era bem assistida, as visitas domiciliares eram realizadas periodicamente, e o resultado desse processo poderia ser observado pela baixa quantidade de atendimento no hospital geral da cidade. Considerações finais: O módulo de estágio rural proporcionou vivências enriquecedoras para a formação profissional, uma vez que as atividades desenvolvidas permitiram aos acadêmicos se perceberem como profissionais integrantes da equipe de saúde, que enfrentam a realidade do processo de cuidar na atenção primária no interior do estado, além de entenderem a importância da atuação do enfermeiro e toda a equipe de saúde do programa estratégia saúde da família na promoção da saúde da população do interior do Estado do Amazonas.