446: Multidimensionalidades do cuidado em saúde | |
Debatedor: Karina Bermudez | |
Data: 30/10/2020 Local: Sala 13 - Rodas de Conversa Horário: 08:00 - 10:00 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
10461 | O USO DA MASCARA LARÍNGEA PELO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR NO SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL: RELATO DE EXPERIÊNCIA Beatriz de Lima Bessa Ballesteros, Elaine Antunes Cortez, Gabryella Vencionek Barbosa Rodrigues, Elida Gabriela Serra Valença Abrantes, Jessica do Nascimento Rezende, Vanessa Teles Stephan Galvão, Simone Costa da Matta Xavier O USO DA MASCARA LARÍNGEA PELO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR NO SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Beatriz de Lima Bessa Ballesteros, Elaine Antunes Cortez, Gabryella Vencionek Barbosa Rodrigues, Elida Gabriela Serra Valença Abrantes, Jessica do Nascimento Rezende, Vanessa Teles Stephan Galvão, Simone Costa da Matta Xavier
Apresentação: A Parada Cardiorrespiratória (PCR) é uma situação que requer uma atuação imediata dos profissionais da saúde, demanda ações básicas e avançadas de suporte de vida, com diferentes componentes de recursos e dispositivos necessários à execução dos procedimentos. Na maioria dos hospitais, unidades básicas e distritais de saúde, entre outras instituições da área, os profissionais da equipe de enfermagem (enfermeiros, auxiliares e/ou técnicos), em várias situações, são os primeiros a chegar à cena dos casos de PCR, devendo ser competentes para iniciar as manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP). O enfermeiro detém o potencial de ser importante elemento da equipe de saúde, já que possui competência técnica, institucional e legal para iniciar os procedimentos de RCP, de forma que deverá estar familiarizado e capacitado para executar tais manobras, atendendo às diretrizes estabelecidas pela American Heart Association (AHA). O objetivo é relatar a vivência durante os plantões no SAMU, sobre a importância da identificação de evidências disponíveis sobre a abordagem das vias aéreas na RCP, por meio da máscara laríngea pelo enfermeiro.Apresentação: O acesso as vias aéreas têm prioridade sobre todos os outros aspectos da reanimação em quase todos os pacientes graves. Contudo, a máscara laríngea é um dispositivo supraglótico das vias aéreas, dispensando instrumentos especiais para sua inserção. Destacando que o serviço de atendimento pré hospitalar (APH), atua na perspectiva de uma primeira atenção qualificada capaz de minimizar sequelas e o enfermeiro do APH tem suas atribuições e responsabilidades específicas de assistência, e exercendo papel principal na assistência qualificada as vítimas graves. Os avanços tecnológicos, juntamte com as medidas emergênciais para a manutenção da vida tem gerado a expansão no papel da equipe de enfermagem em relação aos cuidados pretados aos pacientes em PCR. Método: Relato de experiência dos plantões realizados no SAMU. Resultado: Podemos concluir que o uso da máscara laríngea por enfermeiros no atendimento pré hospitalar em situações de emergências pode ser muito eficaz, ressaltando que o treinamento com os profissionais darão habilitação para executar o procedimento. O uso da máscara laríngea pode ser confiável, realizado por enfermeiros, garantindo uma via aérea pervéa, segura, e uma promoção de adequada ventilação. Considerações finais: Devido à ausência de estudos, acerca da temática, a necessidade de pesquisas científicas envolvendo a máscara laríngea, a RCP e enfermagem, pode subsidiar a prática clínica do enfermeiro. E com isso, propor a incorporação de tal prática pelo enfermeiro, devidamente capacitado, podendo assim, avaliar e intervir no controle da via aérea em risco aumentando a sobrevida da vítima. |
10477 | A INTERPROFISSIONALIDADE COMO DESAFIO PARA AS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA José Guilherme Silva Alves, Karina da Silva de Assis Corrêa, Desireé Simões Silva, Giovanna Tofabi Baer Berardo, Sara Cristina da Silva Passos, Mirella Giongo, Thiago Benedito Livramento Melício, Tatiana Clarkson Mattos, Alfredo de Oliveira Neto A INTERPROFISSIONALIDADE COMO DESAFIO PARA AS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIAAutores: José Guilherme Silva Alves, Karina da Silva de Assis Corrêa, Desireé Simões Silva, Giovanna Tofabi Baer Berardo, Sara Cristina da Silva Passos, Mirella Giongo, Thiago Benedito Livramento Melício, Tatiana Clarkson Mattos, Alfredo de Oliveira Neto
Apresentação: A partir das experiências proporcionada pelo PET-Saúde: Interprofissionalidade, nós, bolsistas de graduação e preceptora, produzimos um relato vivencial sobre as nossas impressões do desafio de se produzir o cuidado em conjunto pelas equipes de saúde da família da clínica em que estávamos alocados. Ainda que partindo de uma lógica inovadora e revolucionária, a Atenção Primária à Saúde continua subvertida pela lógica médico-centrada e biologicista, que opera na produção do fazer em saúde na maioria dos profissionais. A partir dos nossos diários de campo, onde detectamos diversos desafios nos processos de trabalho e como a gestão em saúde tem sido feita, e de leituras sobre Interprofissionalidade e Educação Interprofissional, nosso trabalho visa abordar a dificuldade de se incorporar os princípios da APS nas práticas cotidianas e romper com os modelos individualistas que resultam na produção de um cuidado fragmentado e pouco eficaz, alimentando, ainda, uma hierarquização sob as profissões, evitando o reconhecimento da importância de cada profissional na construção de um cuidado integral e resolutivo. Aqui especificamos o trabalho dos ACS, que apesar de extremamente subestimado, é de vital importância para uma APS de qualidade. A partir de uma série de encontros realizados com alguns ACS da unidade, com a finalidade de fortalecê-los sobre seu papel na APS, notamos diversas falas sobre a insatisfação que muitos sentem sobre o lugar que ocupam nas equipes. Resgatando a história de sua criação, trazemos sua desvalorização como a principal consequências dessa hierarquização dos saberes e das problemáticas contidas nessa lógica. Com o auxílio de uma enfermeira do CAPS, também preceptora do PET, que participa do matriciamento de algumas eSF da mesma unidade, pudemos construir um trabalho que trouxesse de maneira crítica as questões dos silos profissionais e da fragmentação do processo de trabalho na APS, algo pouco presente na realidade da saúde mental que majoritariamente produz saúde de forma integral, operando pela lógica da produção de saúde. Como proposição para superar essa lógica ultrapassada, resgatamos as apostas contidas no HumanizaSUS como uma forma de se trabalhar as imensas lacunas que nossas formações deficitárias produziram e continuam a produzir na nossa construção enquanto profissionais. |
10599 | CENTRO DE ESPECIALIDADES EM REABILITAÇÃO: A IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO E UM CORPO GESTOR EM PRODUÇÃO Silas Oda, Valéria Mendonça Barreiros, Stela Mari dos Santos, Maira Suyuri Sakay Bortoletto, Rossana Staevie Baduy, Josiane Vivian Camargo de Lima, Kátia Santos de Oliveira, Regina Melchior CENTRO DE ESPECIALIDADES EM REABILITAÇÃO: A IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO E UM CORPO GESTOR EM PRODUÇÃOAutores: Silas Oda, Valéria Mendonça Barreiros, Stela Mari dos Santos, Maira Suyuri Sakay Bortoletto, Rossana Staevie Baduy, Josiane Vivian Camargo de Lima, Kátia Santos de Oliveira, Regina Melchior
Apresentação: A conquista da saúde como direito tem sofrido constantes ataques principalmente decorrentes das disputas nos âmbitos socioeconômico e político. O desafio de manter o direito à saúde se torna mais complexo quando se trata de minorias sociais, como é o caso das pessoas com deficiência. Embora o cuidado em saúde à pessoa com deficiência tenha apresentado importantes avanços nos últimos anos, ampliar o acesso e qualificar o cuidado ainda é uma necessidade. A instituição da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPCD) como uma rede prioritária no âmbito do SUS tem sido uma aposta para superação dos vazios assistenciais neste campo e para resolução dos problemas acumulados no sistema. Frente a esses desafios, tem sido desenvolvida uma pesquisa nacional sobre a implantação da RCPCD desde o início de 2019 e o objetivo do presente trabalho é relatar o seu desenvolvimento, apresentando resultados parciais dos pesquisadores vinculados a Universidade Estadual de Londrina. Esses resultados compõem o processo de vinculação com trabalhadores de um Centro de Especialidades em Reabilitação (CER) na região Sul. Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa vinculada à rede de Observatórios de Políticas Públicas Microvetorial em Saúde e Educação em Saúde, da UFRJ com financiamento do CNPq. O desenvolvimento da pesquisa tem se dado em um município de médio porte, por meio da cartografia produzida nos encontros com nossos guias trabalhador, gestor e usuário do CER. A pesquisa cartográfica tem como base o pensamento de Gilles Deleuze e Felix Guattari, os quais trabalham com ideia de que as paisagens psicossociais são cabíveis de serem cartografadas. Nesse sentido, a cartografia nos é tomada como o movimento do sujeito individual ou coletivo na produção de si mesmo e de relações com os outros, possibilitando a investigação em experimentação no encontro com o outro, e tendo como produto o mapeamento da produção de subjetividade, ou seja, um certo jeito se produzir e agir no mundo. A cada encontro com os sujeitos guia é possível dar visibilidade à produção do cuidado, à sua complexidade e às ferramentas de cuidado que são inventadas, dando-nos a possibilidade de analisar a implantação da RCPCD a partir das vivências daqueles que a produzem. Resultado: O CER pesquisado é do tipo IV e iniciou as atividades em julho de 2018. Houve dificuldades para sua implantação, desde a escolha do espaço onde se daria a construção do prédio, atrasos nas obras, até a constituição das equipes. Nesse curto período de funcionamento houve duas trocas de coordenação, dificultando a organização do processo de trabalho da equipe, a definição dos fluxos de encaminhamentos e atendimentos, e por conseguinte, o cuidado ao usuário. O espaço físico é amplo e bem construído, com formato quadrado, pé direito alto, com salas de atendimento, coordenação, ginásio, hall de entrada e recepção, com uma área central de convivência com mesas e cadeiras para refeição e descanso, e uma pequena biblioteca para crianças. Localiza-se afastado do centro do município, dificultando o acesso, mesmo com transporte público próximo. Nosso primeiro encontro foi com a coordenadora (nós a chamaremos de Ana), que nos deu pistas de como está a implantação da RCPCD. Ana é uma jovem enfermeira que se mudou há pouco mais de três anos para o município, onde se tornou estatutária, iniciando sua atuação junto à secretaria de saúde na gestão da atenção básica. Em julho de 2019 foi convocada a assumir a coordenação do CER. O serviço tem como característica ser referência para toda uma regional de saúde. Além disso, trata-se de um município de tríplice fronteira, apresentando grande fluxo de pessoas de várias nacionalidades em razão do comércio e do turismo. Isso implica uma diversidade cultural de língua e costumes, e de perspectivas de saúde, que tornam complexa a produção do cuidado. Ao mesmo tempo encontramos o serviço com baixa circulação de pessoas, não refletindo a alta demanda por atendimento esperada. Naquele momento, o serviço ainda não atendia os usuários dos outros municípios que compõem a regional, e isso pode explicar em parte essa situação. No entanto, pode ser também um indicativo de dificuldade de acesso ao serviço por conta das indefinições de encaminhamentos referenciados por outros pontos da rede. No que diz respeito à equipe, é composta por estatutários e outros contratados nas modalidades celetista e chamamento público. Parte da equipe é de trabalhadores jovens, recém formados ou com pouca experiência. No momento o serviço não contava com neuropediatras, e os ortopedistas realizavam atendimentos não somente de reabilitação, mas também outros em complementação aos atendimentos já realizados por outros pontos da rede. Vale ressaltar a dificuldade de fixação de profissionais médicos, uma vez que têm optado por atender em serviços especializados na região central do município. Daquilo que vivenciamos no encontro com a Ana, chamou-nos atenção o seu agir gestor sob dois aspectos. O primeiro, com relação à organização e funcionamento do serviço. Ela nos colocou o desejo de acessar protocolos já estabelecidos por outros municípios para poder usar de base para organização do CER, visto que poderíamos ajudá-la a acessar outras frentes de pesquisa. Embora os protocolos possam dar algum direcionamento de trabalho, a construção de fluxos de acessos e encaminhamentos de usuários, bem como a instituição de um modo de trabalho das equipes, são processos vivos e que implicam uma análise e um conhecimento a ser produzido no coletivo. Nesse sentido, Ana iniciou um movimento junto à equipe de construção compartilhada dos fluxos de encaminhamento e de acesso ao serviço, discutindo o assunto em reuniões periódicas. O segundo aspecto diz respeito ao seu corpo gestor acolhedor. Enquanto nos despedíamos do primeiro dia de visita, observávamos uma movimentação da equipe em torno de dois usuários. Havia uma insatisfação de uma cuidadora com relação à demora do transporte para levar seu pai para casa e outra situação de encaminhamento de uma criança para a neuropediatria. Ao ver a situação, Ana nos pediu licença e foi ao encontro dos usuários. Embora houvesse trabalhadores atuando naquelas situações, ela fez um movimento de acolhimento não somente dos usuários, mas também dos trabalhadores frente às dificuldades encontradas. Num primeiro olhar, a composição do corpo gestor de Ana possui ferramentas de cuidado importantes para lidar com o momento em que o CER e toda RCPCD enfrenta dificuldades de comunicação entre os níveis de atenção, bem como de comunicação e acolhimento do usuário, que esbarra em problemas de acesso ao serviço. Considerações finais: A partir da imersão realizada e dos primeiros encontros que tivemos com a Ana, temos os primeiros desenhos das cartografias do cuidado produzido no CER, e encontramos boas pistas para caminhar pela RCPCD, investigando como ela tem sido implantada. Na próxima visita ao serviço, que acontecerá no final de fevereiro de 2020, acompanharemos os atendimentos realizados e faremos uma oficina junto à equipe para conhecer os fluxos de encaminhamento e acesso ao CER, propondo a produção de um fluxograma analisador que nos possibilitará olhar não somente para a formalidade dos protocolos de acesso, mas também para o processo de trabalho em ato. |
10612 | AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NA PROMOÇÃO DO USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS NÍVIA TAVARES PESSOA, Michelle da Silva Bezerra, Jocivania Mesquita Lima, Maria Liliane Luciano Pereira, Emanoel Afonso Souza Martins, Amanda Sthefanny dos Santos Sousa, Brenna Karoline Carneiro Souza, Stefany Dayane Andrade Araújo Braga AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NA PROMOÇÃO DO USO RACIONAL DE MEDICAMENTOSAutores: NÍVIA TAVARES PESSOA, Michelle da Silva Bezerra, Jocivania Mesquita Lima, Maria Liliane Luciano Pereira, Emanoel Afonso Souza Martins, Amanda Sthefanny dos Santos Sousa, Brenna Karoline Carneiro Souza, Stefany Dayane Andrade Araújo Braga
Apresentação: De acordo com a Organização Mundial de Saúde entende-se que há uso racional de medicamentos quando pacientes recebem medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade. O trabalho dos agentes comunitários de saúde (ACS) nesse contexto se torna fundamental, uma vez que o seu contato direto com a população, permite uma contribuição para a melhoria da qualidade de vida dessa comunidade, promovendo o cuidado e a gestão de informações sobre o uso de medicamentos de maneira correta e segura. Objetivo: Realizar uma capacitação sobre Uso Racional de Medicamentos direcionada aos ACS de uma região administrativa do município de Fortaleza. Método: Trata-se de um relato de experiência de uma oficina de capacitação sobre Uso Racional de Medicamentos. A oficina foi realizada em parceria pelo Centro de Informação sobre Medicamentos e a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza. Inicialmente foram apresentados os “10 passos para o Uso Correto de Medicamentos, que traziam recomendações relacionadas a utilização, armazenamento e descarte. Em seguida foi realizada a oficina em quatro estações de 40 minutos cada, com as seguintes temáticas: Aprendendo sobre os medicamentos; Utilizando corretamente os medicamentos; O perigo da automedicação; De olho no uso de medicamentos. Os temas eram apresentados em forma de casos, para isso utilizou-se como apoio a publicação do Ministério da Saúde: O trabalho dos agentes comunitários de saúde na promoção do uso correto de medicamentos. Os ACS faziam um rodizio pelas estações de forma que ao final do encontro pudessem ter discutido todos os temas propostos. Resultado: Participaram cerca de 144 ACS. Os ACS se identificaram com as situações problemas e deram vários exemplos das situações apresentadas em sua prática diária. As principais dúvidas que surgiram durante as estações estavam relacionadas a interação medicamentosa, o uso de medicamentos com álcool, armazenamento de medicamentos no domicílio, o risco relacionado ao uso incorreto e a dificuldade dos pacientes em aderir ao tratamento. Os ACS também relataram várias atividades que realizam no domicílio para poder ajudar os pacientes principalmente os polimedicados. Dentre as atividades relataram a ajuda aos pacientes para organizar os medicamentos de forma a facilitar a tomada e o recolhimento de medicamentos vencidos. Considerações finais: A oficina mostrou-se muito produtiva e conseguiu envolver todos os participantes possibilitando uma discussão aprofundada sobre vários aspectos do uso racional de medicamento. Nossa perspectiva, é que essa ação auxilie o agente comunitário para que ele possa orientar de forma mais segura as famílias, em sua área de atuação quanto ao uso correto dos medicamentos, incentivando uma pratica inovadora com o direcionamento a promoção de saúde e qualidade de vida da comunidade. |
10619 | APOIO E EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: NARRATIVAS REFLEXIVAS SOBRE OS GRUPOS E SEUS MOVIMENTOS Denise Scofano Diniz, Eliane dos Santos Teixeira APOIO E EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: NARRATIVAS REFLEXIVAS SOBRE OS GRUPOS E SEUS MOVIMENTOSAutores: Denise Scofano Diniz, Eliane dos Santos Teixeira
Apresentação: O presente trabalho se propõe a traçar um paralelo acerca da dinâmica de grupos constituídos em dois hospitais públicos para realização de um Curso de Gestão de Emergências (GES), a partir de relatos de experiências das suas respectivas facilitadoras de aprendizagem que também exerciam a função de apoiadoras locais do Ministério da Saúde (MS), no Programa SOS Emergências (2011-2016). Tratam-se de grupos de profissionais cujos movimentos e resultados se modularam em função do imaginário e expectativas em relação aos objetivos deste curso. Objetivo: realizar uma reflexão teórica sobre o processo de apoio e a dinâmica intersubjetiva e organizacional, a partir das experiências de duas apoiadoras, respectivamente, em dois hospitais contemplados pelo curso GES, localizados no Rio de Janeiro. Método: As autoras utilizaram como referencial teórico a Psicossociologia Francesa, a Psicanálise e a Psicodinâmica do Trabalho. Os instrumentos de pesquisa foram os respectivos diários de campo usados para registro das autoras, no Curso GES-SUS. Estes registros foram analisados sob a perspectiva dos seguintes conceitos: apoio Paideia, clínica ampliada e formação profissional, imaginário, vínculo grupal e projeto em comum, formações intermediárias e o papel da liderança e cooperação. Para identificar os hospitais, usaram-se os codinomes Hα e Hβ. Resultado: O Programa SOS Emergências mobilizou dois espaços: o Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar-NAQH (colegiado) e o GES-SUS para a formação em gestão. Os temas abordados no curso deveriam ser tratados no NAQH visando sua devida implantação. O NAQH-Hα pouco discutiu os temas do GES, colocando em questão a potência do Programa e do curso. O NAQH-Hβ conseguiu aproveitar e implantar os resultados do GES, propiciando maior autonomia dos profissionais para outras ações, mesmo após o término deste. Enquanto NAQH-Hα identificou que o curso possibilitaria a expressão do sofrimento pelo não reconhecimento às suas demandas, o outro grupo percebeu o mesmo como a possibilidade de assumir o protagonismo de suas mudanças. No entanto, ainda que através de avanços e recuos concernentes as especificidades de cada grupo, ambos puderam ter nestes encontros, dispositivos para acolher as suas falas, sonhos, angústias, assim como para o exercício da produção de sentidos para suas práticas. Considerações: A dupla função de apoiadoras/facilitadoras de aprendizagem se deu conforme o ideário do Apoio Paideia no circuito NAQH e GES. Estes, por sua vez, exerceram uma “função intermediária”, acolhendo expectativas e “imprevistos”. Embora nem todos os resultados estejam dentro do esperado (prescrito) pelo MS, cada grupo avançou em função de suas próprias dinâmicas e do grau de autonomia das respectivas apoiadoras-facilitadoras. |
10684 | O USO DE TECNOLOGIAS PARA A TOMADA DE DECISÃO NA ATENÇÃO HOSPITALAR: UMA REVISÃO DA LITERATURA Bernarda Cassaro, Denise Zocche, Leticia Magrin, Rosana Amora Ascari, Fabiane Pertille O USO DE TECNOLOGIAS PARA A TOMADA DE DECISÃO NA ATENÇÃO HOSPITALAR: UMA REVISÃO DA LITERATURAAutores: Bernarda Cassaro, Denise Zocche, Leticia Magrin, Rosana Amora Ascari, Fabiane Pertille
Apresentação: No mundo do trabalho contemporâneo, parte dos profissionais ainda não compreende o papel das tecnologias em saúde e sua aplicabilidade para qualificar ao trabalho em saúde, enquanto ferramenta e/ou instrumento que auxilie na garantia e efetividade da assistência e a aprimoramento da tomada de decisão nos processos gerenciais dos serviços de saúde. As mudanças no perfil epidemiológico da população dos últimos anos provocaram transformações importantes na sociedade, exigindo avanços constantes para o aprimoramento do trabalho em saúde. O conceito de tecnologia empregado nesta pesquisa, é dividido em três tipos: leve, leve-duras e dura. Frente ao exposto, cabe os seguintes questionamentos: quais instrumentos e ações a literatura científica apontam como tecnologias utilizadas pelos gestores para a qualificação dos profissionais da saúde da atenção hospitalar? Desenvolvimento: os dados foram coletados nas publicações científicas nas línguas portuguesa, espanhola e inglesa que encontravam-se na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), indexadas nas bases de dados LILACS (Literatura Latinoamericana em Ciências da Saúde), MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online) e BDENF (Base de Dados de Enfermagem), os critérios de inclusão compreendiam estudos publicados em língua inglesa, portuguesa e espanhola. Como critérios de exclusão, artigos não disponibilizados de maneira gratuita, textos incompletos, dissertações e teses. A seleção ao final identificou nove estudos publicados entre os anos de 2010 e 2019. Para compreender e analisá-los usou-se como referência de base o conceito de tecnologias em saúde proposto por Merhy. Resultado: foram identificadas três categorias entre os estudos: 1) Incorporação de tecnologias no trabalho em enfermagem; 2) Tecnologias utilizadas nas práticas hospitalares; 3) Dificuldades para implantação de tecnologias nos processos de trabalho. Destacaram-se as tecnologias do tipo duras como caracterizadoras do desenvolvimento tecnológico, seguidas das leves e por fim leve-duras. Evidenciou-se o uso de tecnologias para o trabalho em saúde, entretanto, denota incipiência no seu uso para os processos de gestão e tomada de decisão. Os termos gestão do trabalho e educação em saúde aparecem de maneira distinta nos estudos analisados. Considerações finais: Percebe-se que o processo de adesão às tecnologias vem aumentando nos últimos anos, na medida em que as políticas são implantadas nos sistemas e serviços. A incorporação das inovações tecnológicas e o uso das tecnologias em saúde devem envolver todos os atores do serviço e agir em consonância com as necessidades do usuário. |
10747 | A PRODUÇÃO DO CUIDADO MULTIPROFISSIONAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: POTENCIALIDADES E DESAFIOS Elizabeth Christina Ávila Pereira de Oliveira, Cristialane Carvalho de Lima, Cristialane Carvalho de Lima, Maíra Andrade Scavazza, Maíra Andrade Scavazza, Carolina Marques da Silva, Carolina Marques da Silva, Juliana Machado Pinho Noite, Juliana Machado Pinho Noite, Giselle Souza Moreira, Giselle Souza Moreira A PRODUÇÃO DO CUIDADO MULTIPROFISSIONAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: POTENCIALIDADES E DESAFIOSAutores: Elizabeth Christina Ávila Pereira de Oliveira, Cristialane Carvalho de Lima, Cristialane Carvalho de Lima, Maíra Andrade Scavazza, Maíra Andrade Scavazza, Carolina Marques da Silva, Carolina Marques da Silva, Juliana Machado Pinho Noite, Juliana Machado Pinho Noite, Giselle Souza Moreira, Giselle Souza Moreira
Apresentação: Atenção Primária à Saúde (APS) como coordenadora do cuidado deve se responsabilizar, por meio de uma relação horizontal, contínua e integrada, pelo cuidado dos usuário. Em nossas vivências e experiências como Residentes Multiprofissionais em Saúde da Família, o modo com que os trabalhadores conduzem e se referem aos casos, e também, por muitas vezes, reproduzindo posturas tutelares, nos instigou a pensar sobre a prática do cuidado ofertado na APS, assim como, quais os fatores interferem na produção deste cuidado na APS. Para isto, buscamos compreender as questões que interferem na produção do cuidado na APS, a partir da visão de trabalhadores e usuários de uma Unidade de Saúde da Família, no Município do Rio de Janeiro (MRJ). A metodologia utilizada foi a Busca Bibliográfica; Observação Participante (OP) dos espaços de cuidado, como o acolhimento/recepção, sala de vacina, procedimentos e curativos, consultórios de atendimento da Equipe Mínima e de Saúde Bucal, farmácia, entre outros; entrevistas semiestruturadas com os profissionais de saúde e usuários, e Análise Documental, do contrato de gestão vigente do MRJ, e de Diários Reflexivos (DR) de campo, produzidos ao longo da residência, que se desenvolveu do ano de 2016 a 2018. Os dados obtidos foram analisados por intermédio da técnica de Análise de Conteúdo Categorial Temática. Através das categorias geradas nas análises, foi possível discutir e analisar a produção do cuidado em seis eixos descritos em capítulos. O primeiro capítulo tratou das concepções e sentidos dados ao cuidado pelos profissionais e usuários; o segundo capítulo discursou sobre em como a relação profissional-usuário influencia no cuidado em saúde; o terceiro capítulo discutiu os desafios na produção de um cuidado em saúde integral e longitudinal em contextos de iniquidade social e a construção de rede de cuidado intersetoriais como resposta a fragmentação faz políticas sociais; o quarto capítulo trouxe questões a respeito do processo de trabalho e suas especificidades no MRJ; o quinto capítulo abordou causas que influenciam nas emoções vivenciadas no trabalho e seu impacto na saúde do trabalhador; e o sexto capítulo discorreu sobre os impactos no processo formativo dos profissionais de saúde e sua prática. Apesar da maioria dos profissionais trazerem em suas falas ideais de cuidado que busquem considerar os usuários de forma ampliada e integral, ainda o veem de forma passiva. Devido a isto, acabam reproduzindo no seu cotidiano de trabalho, relações tutelares e que pouco estimulam a autonomia e a corresponsabilidade do usuário em seu próprio cuidado. E, ainda que procurem fornecer uma escuta mais atenta, fortalecendo a relação profissional-usuário, são atravessados pela sobrecarga de trabalho e dificuldades decorrentes do seu processo de trabalho. |
10775 | A VISITA DOMICILIAR MULTIPROFISSIONAL COMO INSTRUMENTO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE MARIA ALEXSANDRA SABINO DA SILVA, FRANCISCA NAYANE OLIVEIRA DO NASCIMENTO ROCHA, Gilmara Valesca Rocha Batista, Gilvan Elias Fonseca Neto, João Miranda de Araújo da Costa, Stephanie Yanara Feitosa Façanha A VISITA DOMICILIAR MULTIPROFISSIONAL COMO INSTRUMENTO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDEAutores: MARIA ALEXSANDRA SABINO DA SILVA, FRANCISCA NAYANE OLIVEIRA DO NASCIMENTO ROCHA, Gilmara Valesca Rocha Batista, Gilvan Elias Fonseca Neto, João Miranda de Araújo da Costa, Stephanie Yanara Feitosa Façanha
Apresentação: O Programa Estratégia Saúde da Família (ESF) tem como prioridade a assistência à saúde com enfoque na integralidade dos sujeitos e sua família, considerando a complexidade que os envolvem. Nesse sentido, ao se trabalhar na perspectiva da promoção e prevenção de doenças, o profissional de saúde deve considerar o usuário inserido em seu contexto, uma vez que o processo saúde-doença é influenciado por esse meio. A atenção básica, ao atuar na capilaridade dos territórios, promove o cuidado integrado e dirigido à população adscrita. Dentre as atribuições comuns a todos os profissionais que atuam nessa política, registra-se: a identificação de grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos/vulnerabilidades, presentes no território. A visita domiciliar possibilita identificar essas situações, pois visa atender as demandas dos usuários que, por algum motivo, estão impossibilitados de acessarem os serviços de saúde. Reconhecendo a importância desse instrumento na atenção à saúde, o presente trabalho se propõe a relatar visitas domiciliares desenvolvidas por uma equipe multiprofissional (a saber: nutricionista, enfermeira, psicólogo, assistente social, cirurgiã-dentista e fisioterapeuta) do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica/Saúde da Família e Comunidade, com atuação em uma Unidade Básica de Saúde – UBS, no município de Mossoró/RN. As visitas são realizadas de acordo com as necessidades dos usuários, e no decorrer dessas visitas, avaliamos, através da escuta qualificada, a condição clínica e biopsicossocial, com diálogos que envolvem suas histórias de vida, sua condição atual de saúde e seu contexto social. Na ocasião, são ofertadas, dada a especificidade das demandas: orientações nutricionais, de direitos socioassistenciais, aconselhamento psicológico, assistência às puérperas, sobre métodos contraceptivos, dentre outros. Percebemos que a inserção da equipe multiprofissional nos espaços privados dos usuários, ou seja, seus lares, ressignifica o modelo de atenção à saúde e se propõe a conhecer, in loco, a realidade dos usuários que não acessam os serviços de saúde. Identificamos que as ações de saúde desenvolvidas no domicílio despertaram maior comprometimento, criação de vínculo e confiança entre a equipe multiprofissional e o usuário. Depreendemos ainda que, para se promover saúde, se faz necessário que o acesso aos serviços de saúde sejam compreendidos dentro de uma lógica de integralidade da atenção, assim, a visita domiciliar se projeta como uma estratégia que atende a esse fim, pois a intervenção de uma equipe multiprofissional, devido a diversidade de conhecimentos, intervém nas necessidades, apresentadas pelos usuários/comunidade, sendo, portanto, uma estratégia possível de melhoria da qualidade de vida e saúde. |
10863 | O IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO E ATUAÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE ATENÇÃO DOMICILIAR EM UMA UPA DE BELO HORIZONTE/MG Roseli Lino Souza, Igor Esmeraldo Oliveira O IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO E ATUAÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE ATENÇÃO DOMICILIAR EM UMA UPA DE BELO HORIZONTE/MGAutores: Roseli Lino Souza, Igor Esmeraldo Oliveira
Apresentação: Os precursores do Serviços de Atenção Domiciliar (SAD) surgiram na década de 1960 no Brasil e tiveram sua expansão com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). No decorrer do tempo, essa política sofreu alterações a fim de ampliar a oferta da modalidade de assistência domiciliar, sendo atualmente empregada para dar continuidade ao cuidado iniciado em outros pontos da rede ou garantir a transição e transferência seguras entre níveis de complexidade distintos. O SAD possibilita a alta precoce dos pacientes internados em serviços hospitalares, evita hospitalizações desnecessárias a partir dos serviços de pronto atendimento ou mesmo da atenção básica, favorece o giro de leitos e otimiza a gestão de recursos públicos, oferecendo também inúmeras vantagens inerentes à assistência em domicílio. Em Belo Horizonte, o SAD atua de forma territorializada desde 2011, contando com uma Equipe Multiprofissional de Atenção Domiciliar (EMAD) em cada Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de referência. Por questões gerenciais, a equipe de atendimento domiciliar da UPA Centro Sul (CS) permaneceu alocada em outra UPA de janeiro de 2013 a maio de 2017, assistindo pacientes sobretudo da regional leste. Os provenientes da UPA CS eram referenciados por contato telefônico/e-mail e a maioria deles para complementação domiciliar de antibioticoterapia endovenosa. Após mudança da gestão municipal em 2017, a EMAD CS foi novamente realocada em sua UPA de referência, estando os profissionais da equipe neste momento diante do desafio da implantação do serviço de atenção domiciliar na UPA Centro Sul. Objetivo: Analisar os impactos da implantação e atuação da EMAD CS, após a transferência para a UPA de referência. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência que avaliou dados coletados e processados a partir do banco de dados da EMAD CS, do período de junho de 2016 a maio de 2018, incluindo os 12 meses que antecederam a realocação da equipe de atenção domiciliar na UPA CS. Resultado: Identificou-se um aumento expressivo no quantitativo de desupalizações após a transferência desta EMAD para a UPA CS (1,5/mês anteriormente) versus (23/mês após essa intervenção). Dos pacientes acompanhados, houve um pico de prevalência de idosos (60-89 anos de idade) com múltiplas comorbidades, sobretudo relacionadas a afecções crônico-degenerativas, de acordo com o perfil prioritário para inclusão na EMAD. A equipe obteve desfecho clínico satisfatório para os pacientes captados e acompanhados (85% receberam alta para a atenção primária). Resultado: A atuação direta da EMAD na UPA favorece o processo de desupalização e giro de leitos. Uma vez presente, a equipe é capaz de realizar buscas ativas diariamente, participar das corridas de leito e discussão de casos, criar vínculo com os profissionais de saúde e automatizar o fluxo de encaminhamentos para o SAD. |
10893 | O DIREITO À INFORMAÇÃO NO ÂMBITO DA POLÍTICA DE SAÚDE Luísa Bohnenberger Varela O DIREITO À INFORMAÇÃO NO ÂMBITO DA POLÍTICA DE SAÚDEAutores: Luísa Bohnenberger Varela
Apresentação: O presente trabalho trata-se de uma pesquisa empírica de natureza qualitativa com revisão de literatura sobre a temática e os marcos normativos sobre a informação. Sendo realizada uma pesquisa de campo com aplicação de questionário semiestruturado às(os) assistentes sociais efetivas(os) do Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC), sobre assuntos relacionados à informação e ao trabalho profissional. Nesse sentido, tem por objetivo recuperar os marcos normativos da informação, refletir sobre o direito à informação e a atuação das(os) assistentes sociais. Para garantir o direito à saúde, a informação se faz necessária em seu sentido pleno, tanto para manter a população informada sobre os direitos que possui e os serviços que tem disponível, como para fornecer dados sobre quadros clínicos e possibilidades de cuidado e prevenção. Com base no estudo realizado, foi possível observar que houve um avanço acerca da temática no campo da saúde a partir da reforma sanitária e da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), por conta dos diversos marcos históricos e legais que comprovam esta evolução. Em relação aos dados da pesquisa de campo, de forma unânime, observamos que há compreensão da informação como direito e instrumento de trabalho. Por outro lado, constatou-se o desconhecimento em relação ao documento sobre comunicação do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e, quando as(os) participantes do estudo foram questionadas(os) sobre como operam a informação no cotidiano profissional, as respostas foram bastante sucintas, semelhantes entre si e insuficientes para atender ao que foi solicitado no enunciado da questão, dando a entender um suposto padrão comunicacional, sem considerar os aspectos socioeconômicos e culturais, mas cabe salientar os limites do instrumental utilizado para obtenção dos dados, o que pode ter influenciado na resposta enxuta e não completa das(os) profissionais, trazendo certa imprecisão quanto aos resultados da pergunta sete (07) e provavelmente não revelando a realidade dos atendimentos realizados no cotidiano das(os) participantes da pesquisa. Diante disso, nota-se que o debate em questão se correlaciona diretamente com o Serviço Social, sendo a comunicação e a informação pontos cruciais e estratégicos, tendo em vista a transformação das relações sociais. Portanto, faz-se necessário a construção de uma hegemonia profissional que compreenda tal questão em sentido macro, e que também se comprometa a tratar a informação como um direito a ser garantido nos atendimentos realizados, e em todos os serviços e políticas. |
10905 | CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE EM EDUCAÇÃO ALIMENTAR: ASPECTOS METODOLÓGICOS E POTENCIALIDADES Maria del Carmen Bisi Molina, Haysla Xavier Martins, Jordana Herzog Siqueira, Ana Maria Abreu Oliveira, Hanna Carolina Jesus, Taisa Sabrina Silva Pereira, Marcia Mara Corrêa CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE EM EDUCAÇÃO ALIMENTAR: ASPECTOS METODOLÓGICOS E POTENCIALIDADESAutores: Maria del Carmen Bisi Molina, Haysla Xavier Martins, Jordana Herzog Siqueira, Ana Maria Abreu Oliveira, Hanna Carolina Jesus, Taisa Sabrina Silva Pereira, Marcia Mara Corrêa
Apresentação: A Constituição Brasileira de 1988 define a saúde como direito de todos e um dever do Estado, sendo então o marco da criação e organização do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse cenário, a Atenção Primária é o primeiro nível e a porta de entrada para o SUS, onde também são desenvolvidas ações de prevenção e proteção à saúde. Em 1991, o Ministério da Saúde (MS) implantou o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) visando buscar alternativas para melhorar as condições de saúde de suas comunidades. Atualmente, o Agente Comunitário de Saúde (ACS) também é um dos componentes da Equipe da Estratégia de Saúde da Família, participando ativamente de diversas atividades avaliativas e de diagnósticos de saúde na sua área de abrangência, porém são escassos os estudos que visam conhecer e diagnosticar os problemas de saúde desses profissionais. Levando-se em consideração o processo de trabalho dos ACS e a carência de estudos com esse grupo, há necessidade de se investigar as condições de saúde dos mesmos, bem como promover a construção de hábitos de vida e alimentação mais saudáveis na Atenção Primária. Portanto, este trabalho tem por objetivo descrever os aspectos metodológicos, a caracterização da amostra e as potencialidades do estudo “Impacto da Capacitação de Agentes Comunitários de Saúde em Educação Alimentar (CACEA): um estudo piloto em Vitória (ES)”. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo de intervenção com ACS, de 25 a 72 anos, de ambos os sexos, que atuam nas Unidades Saúde da Família (USF) e Unidades Básicas de Saúde (UBS) no município de Vitória (ES) (96,536 km²; 355.875 habitantes). O estudo foi apresentado nas 25 Unidades de Saúde (US) de Vitória (ES) e todos os ACS ativos foram convidados a participar de forma voluntária. Os participantes realizaram exames e responderam questionários no Centro de Investigação Cardiovascular da UFES. O estudo foi realizado em quatro etapas: 1. Avaliação da saúde e nutrição dos ACS; 2. Estudo qualitativo; 3. Capacitação em Educação Alimentar; 4. Reavaliação. Foram coletados dados bioquímicos e antropométricos, de consumo alimentar, avaliação hemodinâmica, retinografia, eletrocardiograma, força palmar, eletrólitos urinários e testes físicos de acordo com procedimentos padronizados. O estudo qualitativo para o delineamento e qualificação do programa de intervenção educativa foi realizado logo após a primeira avaliação dos ACS. Realizou-se um levantamento da percepção dos ACS sobre o objeto do estudo, as dificuldades para instituir uma alimentação saudável e adequada, e sobre as características que deveriam ter o material instrucional da intervenção educativa. Os depoimentos foram, então, tabulados e organizados segundo a técnica de análise do Discurso do Sujeito Coletivo, que consiste em uma sequência de operações metodologicamente definidas. Em seguida, as US foram randomizadas em dois grupos (intervenção e controle). Para seleção do grupo intervenção, foi realizado um sorteio estratificado considerando o nível de proximidade das US e compartilhamento de território das famílias atendidas na ESF a fim de reduzir a contaminação entre grupos. Desta forma, cada US ou grupo de US recebeu um número de identificação, sendo então realizado o sorteio por meio do site Sorteador®. O grupo intervenção participou de uma capacitação em EA, tendo como base o Guia Alimentar para a População Brasileira. A metodologia adotada baseou-se na aplicação de diversas atividades com diferentes abordagens (rodas de conversa, estratégia mobile Health, oficinas culinárias, aulas de estudo à distância), totalizando uma carga horária de 40 horas. O objetivo da estratégia foi contribuir para o desenvolvimento da autonomia e autocuidado, bem como para a participação ativa nas escolhas alimentares adequadas. Ao final da capacitação, todos os ACS foram reavaliados para identificar mudanças nas condições de saúde e comportamentos em relação à alimentação. Desfechos marcadores de mudanças foram avaliados, tais como: relação sódio/potássio, pressão arterial, frações lipídicas, glicemia de jejum e hemoglobina glicada, comportamento e hábitos relacionados ao consumo de sal, açúcar, gorduras, alimentos/bebidas ultraprocessados, frutas, verduras e legumes, e aquisição de conhecimento específico. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa da UFES (número 88008418.6.0000.5060) e Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (REBEC), registro RBR-4z26bv. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultado: Foram avaliados 237 ACS, com idade média de 45,5±8,9 anos, 94,5% do sexo feminino, 81,4% com ensino médio e 59,1% pertencentes às classes C, D e E. Aproximadamente 42% apresentam hipertensão arterial, 58,2% hipercolesterolemia, 22,8% diabetes, 74,7% circunferência da cintura inadequada, 88,6% apresentam elevado percentual de gordura corporal medido pela bioimpedância e 40,5% foram diagnosticados como obesos (IMC ≥ 30kg/m²). Mais de 2/3 dos ACS utilizam condimentos industrializados e consomem bebidas açucaradas. Consumo estimado de sódio é elevado, cerca de duas vezes o recomendado (4,0±1,1g/dia) e o de potássio é baixo. Elevados percentuais de doenças crônicas foram observados, comparáveis a resultados de outros estudos brasileiros. Observou-se elevada relação sódio/potássio, demonstrando baixa qualidade nutricional da alimentação. Ainda não há resultados para avaliação do impacto da capacitação, porém o estudo CACEA é uma pesquisa ampla e inovadora sobre a saúde de um grupo específico de trabalhadores. Foi possível estudar diversos desfechos em saúde, levando em consideração as características sociodemográficas, de estilo de vida e alimentares. O diagnóstico de saúde individual já propiciou a realização de tratamentos, visto que muitos ACS não tinham conhecimento sobre a sua situação, especialmente em relação à hipertensão, diabetes e hipercolesterolemia, desfechos de saúde mais comuns. Outros problemas de saúde também foram diagnosticados e referenciados para tratamento e cirurgia. O diagnóstico do grupo também foi apresentado em seminário na Escola Técnica do SUS (ETSUS) e apresentado aos ACS no primeiro encontro da intervenção propiciando debate sobre as condições de saúde dos trabalhadores que lidam diretamente com a população. Não é também do nosso conhecimento, a existência de estudos publicados sobre a saúde desse grupo de trabalhadores de forma tão abrangente. Além disso, avaliaremos o impacto de uma intervenção em EA em grupo de profissionais que atuam na atenção primária, podendo contribuir para a incorporação do tema alimentação e nutrição, com ênfase na alimentação saudável e na promoção da saúde. A adesão dos ACS ao estudo foi superior a 70%, porém o fato da amostra incluir apenas ACS voluntários do município de Vitória impossibilita extrapolar os resultados para outras localidades. No entanto, a maior limitação foi que cerca de 15% dos ACS se recusarem a dar continuidade ao acompanhamento, bem como participar das atividades educativas, embora tenham sido realizadas ações estratégicas para maior adesão, como o contato frequente e a devolução dos resultados de exames e entrevistas na unidade de saúde. Considerações finais: Levando em consideração que a alimentação e nutrição são fundamentais no que tange à promoção de saúde e prevenção de doenças, a EA é uma ferramenta de intervenção de grande importância atualmente, especialmente no atual cenário. A médio prazo é esperada melhoria das condições de saúde da população atendida pelos ACS em sua área de abrangência. Além disso, há possibilidade de reprodução do protocolo de capacitação dos ACS em outros municípios e estados, além da produção de material educativo. A identificação das necessidades dessa população pode propiciar a realização de ações preventivas voltadas não apenas para orientar o cuidado individual, mas também para apoiar o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes. Portanto, o Estudo CACEA também pode subsidiar o planejamento, implementação, monitoramento e avaliação de ações mais específicas na atenção primária de Vitória. |
10973 | SIMULAÇÃO REALÍSTICA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA PROCESSO DE ALTA HOSPITALAR VERÔNICA PINHEIRO SIMOES, CLÁUDIA MENDES ARAÚJO, ILMEIRE RAMOS ROSEMBACH DE VASCONCELLOS, LUCIANO TEIXEIRA ROCHA, BIANCA RIBEIRO SALES, LEONOR DA SILVA GOMES, PATRICIA DA SILVA OLARIO, MARIA DA CONCEIÇÃO COELHO DE MORAES SIMULAÇÃO REALÍSTICA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA PROCESSO DE ALTA HOSPITALARAutores: VERÔNICA PINHEIRO SIMOES, CLÁUDIA MENDES ARAÚJO, ILMEIRE RAMOS ROSEMBACH DE VASCONCELLOS, LUCIANO TEIXEIRA ROCHA, BIANCA RIBEIRO SALES, LEONOR DA SILVA GOMES, PATRICIA DA SILVA OLARIO, MARIA DA CONCEIÇÃO COELHO DE MORAES
Apresentação: A simulação realística empregada para melhoria do trabalho em equipe, permitindo a reflexão do processo de alta, como um importante instrumento para construção dos processos envolvendo a alta hospitalar, articulando saberes diversos e práticas dos diversos profissionais responsáveis por esse processo. Mais que garantir a implantação de um protocolo, a simulação realística provoca a reflexão do cuidado focado no paciente. Objetivo: descrever a experiência de uma simulação realística do processo de internação a alta hospitalar manejada pela equipe multidisciplinar junto ao paciente e familiares reafirmando o princípio da integralidade do cuidado, previsto no Sistema Único de Saúde - SUS e tão importante para garantia da continuidade do cuidado. Método: estudo descritivo, tipo relato de experiência da equipe multidisciplinar ao simular realisticamente o processo de alta hospitalar. A etapa inicial da construção da simulação se deu a partir do estudo dos componentes necessários para a construção das cenas, seguidas de ensaios. Resultado: A simulação realística foi apresentada para profissionais que atuam com a desospitalização da rede de hospitais e institutos federais do Rio de Janeiro e logo após ocorreu uma discussão sobre o processo de alta e as possíveis implicações para o paciente e familiares. Considerações finais: A simulação realística possibilitou o grupo de profissionais ampliar a discussão sobre os desafios no processo de alta hospitalar a partir de uma nova perspectiva, na tentativa de romper com a fragmentação do cuidado, que geralmente é transferida para alta hospitalar e consequentemente para a continuidade desse cuidado. Conclui-se também a necessidade de ampliação das discussões de forma multiprofissional, também nos cursos de formação dos futuros profissionais de saúde, com a introdução e/ou ampliação das discussões sobre a construção de um processo de alta hospitalar que busque um olhar integral do usuário dos serviços de saúde como forma de garantir de forma efetiva o cuidado e continuidade do mesmo através do SUS |
10989 | PROJETO DE INTERVENÇÃO REALIZADO EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DE CAMAÇARI-BA POR RESIDENTES DO SEGUNDO ANO DOS PROGRAMAS DE RESIDÊNCIAS INTEGRADAS DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE E MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA Alexandre Pereira de Oliveira, Poliana Reis Andrade, Ana Beatriz Barros Ferreira da Silva, Dorlane Correia de Melo, Juliana Fonseca Benevides, Liliane de Jesus Moura, Thaís Aparecida de França Rocha, Viktor Wgo Pinto de Carvalho PROJETO DE INTERVENÇÃO REALIZADO EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DE CAMAÇARI-BA POR RESIDENTES DO SEGUNDO ANO DOS PROGRAMAS DE RESIDÊNCIAS INTEGRADAS DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE E MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIAAutores: Alexandre Pereira de Oliveira, Poliana Reis Andrade, Ana Beatriz Barros Ferreira da Silva, Dorlane Correia de Melo, Juliana Fonseca Benevides, Liliane de Jesus Moura, Thaís Aparecida de França Rocha, Viktor Wgo Pinto de Carvalho
Apresentação: O projeto de intervenção é uma proposta construída a partir da identificação de problemas, necessidades e fatores determinantes. Nesse sentido, um projeto de intervenção deve definir e orientar as ações planejadas para resolução de problemas e necessidades identificadas, preocupando-se em gerar mudança e desenvolvimento. O objetivo deste trabalho foi a elaboração do projeto de intervenção em uma Unidade de Saúde da Família (USF) de Camaçari-BA, por residentes do segundo ano dos Programas de Residências Integradas de Medicina de Família e Comunidade e Multiprofissional em Saúde da Família, o qual se deu através das diretrizes do Planejamento Estratégico Situacional, trabalhadas em oficinas e atividades de dispersão perpassando pelas seguintes etapas: observação da realidade - identificação dos problemas; contextualização da situação que envolve o problema - priorizando problemas, identificando atores sociais envolvidos e explicando problemas. Desenvolvimento: Diante da realidade vivenciada no processo de trabalho da USF, foi realizado um levantamento de problemas pelos residentes do segundo ano. Na primeira oficina do projeto de intervenção, foram elencados os seguintes problemas: 1- pouco entendimento dos profissionais e usuários sobre acolhimento a demanda espontânea; 2- relações interpessoais fragilizadas com as técnicas de enfermagem; 3- reuniões de equipe e de unidade pouco qualificadas; 4- distribuição desigual da população adscrita para as duas equipes; 5- dificuldade da compreensão do conceito ampliado de saúde tanto pelos usuários quanto pelos profissionais; 6- dificuldade no envolvimento dos profissionais de nível médio nos processos da unidade. No segundo momento, em atividade de dispersão na USF, foram elencados os problemas observados pelos demais profissionais (residentes de primeiro ano, preceptoria, gerência, técnicas de enfermagem, recepção) e usuários: 1 - impressos insuficientes (ou reposição irregular); 2 - irregularidade no cronograma de manutenção da infra-estrutura; 3 - número reduzido de profissionais para higienização adequada da USF; 4 - elevado número de usuários adscritos na área de abrangência da equipe 2, aumentando tanto a demanda espontânea quanto a programada; 5 - espaços pedagógicos prejudicados por conta das demandas excessivas do serviço; 6 - oferta de consultas médicas menor que a demanda identificada; 7- microáreas sem cobertura de agentes comunitários de saúde; 8 - pouca organização do processo de trabalho (fluxos dos serviços indefinidos assim como os respectivos responsáveis); 9 - fragilidade na execução das ações do processo de trabalho das técnicas de enfermagem; 10 – elevado absenteísmo nas consultas agendadas; 11 - comunicação precária entre os profissionais de nível superior e a recepção; 12 - articulação incipiente entre a equipe do Núcleo de Apoio a Saúde da Família - NASF e a equipe mínima; 13 - reduzido número de vagas para atendimento programado (muita procura e pouca oferta). Na segunda oficina, realizada com os residentes de segundo ano, foi realizada uma sobreposição dos problemas e analisados através da aplicação de uma matriz decisória (de forma individual), onde foram elencados os problemas e avaliados, através de pontuação, de acordo com a relevância, prazo/urgência, factibilidade, viabilidade e, depois, a pontuação atribuída por cada residente foi somada e obteve a seguinte ordem decrescente de pontuação: pouco entendimento dos profissionais e usuários sobre o que é o acolhimento a demanda espontânea (69); reuniões de equipe e de unidade pouco qualificadas (62); distribuição desigual da população adscrita para as 2 equipes da USF (56); elevado absenteísmo em consultas agendadas (56); dificuldade da compreensão do conceito ampliado de saúde tanto pelos usuários quanto pelos profissionais (55); relações interpessoais fragilizadas com as técnicas de enfermagem (54); não conseguir atender as demandas dos usuários (49); necessidade de melhor articulação e comunicação com os pontos da Rede de Atenção a Saúde (47); existência de horário para distribuição de fichas para agendamento de consultas (46); má distribuição de recursos humanos e materiais (41); ausência de espaço físico para o NASF (30). Posteriormente, os cinco primeiros problemas da matriz decisória, que obtiveram a maior pontuação, foram aplicados pelos residentes do segundo ano em uma matriz de mapeamento de atores sociais, identificando os atores sociais envolvidos, o valor (baixo, médio ou alto) e o interesse (negativo, positivo ou indiferente) atribuídos aos problemas identificados. Na atividade de dispersão os residentes do segundo ano ficaram responsáveis de aplicar a matriz de mapeamento de atores sociais, valor e interesse com os demais membros da equipe e com os demais trabalhadores. Resultado: Na terceira oficina foi feita a sobreposição da matriz de mapeamento de atores sociais, valor e interesse feita pelos residentes do segundo ano e pelos profissionais da unidade, concluindo por unanimidade que o problema evidenciado foi a distribuição desigual da população adscrita para as duas equipes de saúde da família. A etapa seguinte foi elencar os descritores, as causas e as consequências do problema evidenciado. Os descritores elencados pelos residentes de segundo ano foram: duas microáreas novas descobertas; microárea 01 da equipe 2 descoberta; aumento da procura pelos serviços da USF; aumento do acesso à USF pelo acolhimento a demanda espontânea; desconhecimento sobre o território das 2 novas microáreas; aumento da população adscrita para aproximadamente 11.000 pessoas (eq.1: 3748 + eq.2: 5230 + 2 novas microáreas: 2000); disparidade do número de famílias por Agentes Comunitários de Saúde (ACS), em relação à meta de 680 pessoas (AC)S. Os residentes de segundo ano identificaram as seguintes causas do problema: distribuição inicial entre as 2 equipes não foi equiparada (equipe 1 - 3748 pessoas e equipe 2 – 5230 pessoas); transferência de 2 novas microáreas com 2000 pessoas de outro território, em agosto de 2018, sem ACS, e incorporada à equipe 2; saída do ACS da microárea 01 da Equipe 2. As consequências da distribuição desigual da população adscrita em 2 equipes são: falta de vagas nas agendas dos profissionais da equipe 2; sobrecarga dos profissionais da equipe 2; sobrecarga dos profissionais do acolhimento a demanda espontânea; não realização das visitas domiciliares nas 2 novas microáreas descobertas; iniquidade na assistência a comunidade. O projeto de intervenção evidenciou que o maior problema da unidade era a distribuição desigual do número de pessoas por equipe e que este apresentava os seguintes nós críticos: aceitação pelos ACS da redivisão do território; elevado número de pessoas adscritas na equipe 2 (equipe 1 - 3748 / equipe 2 - 5230 + 2000 pessoas das duas novas microáreas descobertas); 3 microáreas sem ACS na equipe 2; desconhecimento das equipes sobre o território; desconhecimento das equipes sobre o número real de pessoas por ACS. A partir dos nós críticos encontrados foram realizadas as seguintes intervenções: reunião com ACS para sensibilizá-los quanto a obtenção do número real de usuários por microárea; contagem, junto aos ACS, do número de usuários das áreas cobertas e ida ao território para contagem das áreas descobertas; reunião de Unidade para apresentação e análise coletiva dos produtos encontrados e propostas para resolução dos nós críticos. Considerações finais: É imprescindível ressaltar que o projeto de intervenção é uma proposta potente na construção coletiva de identificação de problemas de uma USF e que intervenções bem-sucedidas só são possíveis de serem construídas quando todos os atores que dão existência a USF agem de forma conjunta e compartilhada. |
11049 | TRABALHO DO PSICÓLOGO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO TRABALHO EM UMA EQUIPE DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA Dimitria Dahmer Santos, Camila Dellatorre Borges TRABALHO DO PSICÓLOGO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO TRABALHO EM UMA EQUIPE DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIAAutores: Dimitria Dahmer Santos, Camila Dellatorre Borges
Apresentação: A atuação do psicólogo na Atenção Primária à Saúde(APS) e mais especificamente na Estratégia de Saúde da Família (ESF) é relativamente novo se comparado com o modelo de atendimento psicoterápico clínico realizado fora do campo da saúde pública. Ainda que houveram progressos como a criação do NASF, é preciso uma maior sistematização das práticas do psicólogo na APS de forma integral, coerente e aprofundada nos princípios e diretrizes do SUS. O presente trabalho tem como objetivo relatar e refletir sobre as experiências como psicóloga ao longo de um ano em uma equipe de ESF. Desenvolvimento: Esse psicólogo pertence ao programa de residência multiprofissional em Atenção Integral à Saúde, sendo que o mesmo permanece 20 horas semanais na respectiva unidade de ESF. Esta unidade conta com uma equipe mínima de saúde e demais residentes. Foram realizadas ações do psicólogo como visitas domiciliares, atendimento individuais e grupais, atendimento conjunto com demais profissionais, discussão de casos e reuniões de família, participação em conferência intersetorial, matriciamento, educação permanente e projetos terapêuticos singulares. Para a prática profissional do psicólogo é fundamental nesse contexto um vínculo mais duradouro com o usuário e sua família, o que propicia uma terapêutica e contato mais próximo com a população sendo vista através dos princípios de integralidade e longitunalidade do cuidado, lidando principalmente com questões familiares, sociais e territoriais complexas. O que diferencia o trabalho do psicólogo clínico do psicólogo na APS é trabalhar dentro da realidade local do usuário, em que chega a conhecer sua família, sua casa, a dinâmica familiar e social do usuário, suas relações comunitárias, facilidades e dificuldades em acesso aos equipamentos sociais. Resultado: O psicólogo residente ao chegar na unidade de saúde se depara com um local de trabalho com uma alta e frequente demanda de pessoas em sofrimento psíquico, porém, com pouco vínculo com a população, o que gerou no começo taxas significativas de faltas. Ao longo do tempo, foi perceptível que conhecer as pessoas e participar de modo frequente de sua realidade resultou em menor taxa de abandono, melhora na adesão ao tratamento, melhora na dinâmica familiar e social dos pacientes e que impactou na diminuição de seu sofrimento. Além disso o psicólogo contribui ativamente junto da equipe em atividades grupais sendo um colaborador ou coordenador, na promoção de saúde com atividades educativas, auxiliando a equipe na compreensão dos casos e no manejo dos mesmos. O trabalho do psicólogo é frequentemente solicitado e interrelacionado com demais tratamentos e áreas que influenciam a qualidade de vida do usuário. Considerações finais: A APS mostrou-se o local privilegiado de acesso e vínculo à realidade da população, principalmente quando marcada por vulnerabilidades sociais, além disso se tornou um espaço onde foi possível observar cotidianamente, principalmente através dos usuários e suas famílias o conceito ampliado de saúde, marcado não só pela ausência de doenças, mas o cuidado de pessoas com sofrimentos biopsicossociais. |
11087 | O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE E A PROMOÇÃO DA SAÚDE DA COMUNIDADE: DESAFIOS COTIDIANOS Roberta Araújo, Catherine Marques Barros O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE E A PROMOÇÃO DA SAÚDE DA COMUNIDADE: DESAFIOS COTIDIANOSAutores: Roberta Araújo, Catherine Marques Barros
Apresentação: O agente comunitário de saúde faz parte da equipe mínima que atua na Estratégia de Saúde da Família, juntamente com o enfermeiro, o médico e o auxiliar ou técnico de enfermagem. Essa profissão, instituída oficialmente em 1991 com o Programa dos Agentes Comunitários de Saúde, possui papel fundamental para identificar e atuar sobre as demandas da comunidade e na manutenção da sua saúde, haja vista seu conhecimento sobre o território e a proximidade com as famílias. O estabelecimento desta categoria facilita o desenvolvimento das ações de promoção à saúde e o acompanhamento integral às famílias. Sabendo que uma das atribuições dos agentes comunitários de saúde é “estar em contato permanente com as famílias, desenvolvendo ações educativas, visando à promoção da saúde, à prevenção das doenças e ao acompanhamento das pessoas com problemas de saúde...” (1), é primordial a quantidade adequada de profissionais para a cobertura total das microrregiões. Diante disso, tem-se que o percentual de profissionais disponíveis influenciam diretamente no atendimento prestado à população. O estudo é um resumo em resposta a seguinte questão: de que forma o percentual de cobertura dos agentes comunitários de saúde influenciam na qualidade do atendimento à população? Desenvolvimento: A questão norteadora do estudo surgiu a partir da tentativa de realização de intervenções de enfermagem, focadas na educação em saúde e promoção de bem-estar, em algumas unidades básicas de saúde em uma cidade do interior de Minas Gerais. Entretanto, não houve êxito pois os projetos desenvolvidos nesses locais dependiam da convocação realizada pelos agentes comunitários de saúde, e esses profissionais estavam desfalcados no momento do contato. Diante dessa situação, percebe-se que a quantidade de profissionais disponíveis, agentes comunitários de saúde, nesse contexto especificamente, pode influenciar diretamente a qualidade e abrangência do atendimento prestado à população, principalmente, no que diz respeito a projetos de prevenção e promoção, como grupos operativos e ações de educação em saúde e vigilância sanitária. Resultado: Segundo dados do e-Gestor, Informação e Gestão da Atenção Básica, do Ministério da Saúde, a cobertura dos agentes comunitários de saúde em Minas Gerais em novembro de 2019 (dado mais recente até a realização deste estudo) era de 75,45%. E no contexto geral do Brasil, neste mesmo período, a estimava é de 63,18%. Há uma divergência nessas informações, já que na proposta inicial do Programa de Atenção Básica é estabelecida cobertura total das microrregiões pelos agentes comunitários de saúde. Mas além das questões políticas e gerenciais que levam a essa situação profissional, a preocupação maior é com os usuários do serviço. A cobertura parcial dos ACS pode ter consequências como: a descontinuidade do atendimento, fragilidade do relacionamento profissional-usuário e a sobrecarga dos outros profissionais da equipe da Estratégia de Saúde da Família. É válido ressaltar que toda a equipe é responsável pela comunidade, porém levando-se em consideração que os ACS realizam uma quantidade considerável de visitas domiciliares, tem-se que a falta desses profissionais pode fazer com que as pessoas não compareçam aos grupos operativos, já que não haverá quem repasse as informações dos encontros; a diminuição das visitas domiciliares consequentemente leva a um menor contato com os usuários e a um afastamento do relacionamento profissional e até mesmo da confiança do usuário; o monitoramento das vulnerabilidades presentes na comunidade também pode ficar comprometido, já que enfermeiros e médicos geralmente acompanham presencialmente as famílias com maiores demandas de saúde, por exemplo, pessoas que estejam acamadas; além disso, esses profissionais que habitualmente sofrem com cargas físicas, psíquicas e sociais, decorrentes das condições de trabalho, com exposição ao sol, longas horas em pé ou caminhando sobre terrenos irregulares, e a cobrança pessoal e dos próprios membros da comunidade, são ainda mais exigidos quando há falta de profissionais. O resultado de todas essas situações é a queda na qualidade de vida da população e das ações de promoção à saúde. E ainda como retratado por Araújo e Assunção, uma das habilidades dos agentes comunitários de saúde é “estimular a participação popular, através das Associações Comunitárias e Conselhos Locais de Saúde”, sendo assim o caminho de desenvolvimento da autonomia social poderá estar dificultado, tendo em vista que a participação política se faz na coletividade e algumas demandas de saúde não estão claramente acessíveis a população, mas que com auxílio dos ACS podem ter o entendimento mais facilitado sobre essas questões. Vale ressaltar que devido a uma visão hospitalocêntrica da sociedade, o investimento na atenção primária ainda não é prioridade. Os hospitais e a atenção terciária ainda são vistos como os melhores métodos de se fazer saúde, deixando os outros setores cada vez mais sucateados. Como exemplo tem-se as novas mudanças na Política Nacional da Atenção Básica de Saúde, que altera o modelo de financiamento da atenção primária, bem como na composição das equipes de saúde, tirando a obrigatoriedade do agente comunitário de saúde. Os impactos dessas medidas além do óbvio aumento da escassez dos ACS, é o enfraquecimento da territorialização e do vínculo da equipe de saúde em sua área geográfica. Considerações finais: Diante do exposto tem-se que a cobertura parcial dos ACS tem como possíveis consequências: alterações na relação comunidade-atenção primária, que podem desencadear diminuições nas ações de promoção à saúde, além de descumprir dois dos princípios do SUS que são a universalidade e a integralidade e um princípio doutrinário, que é a participação popular. Tudo isso na medida em que a menor cobertura das microrregiões representa menos pessoas recebendo visitas domiciliares, menos assistência, incentivos aos grupos operativos, e além disso menos acesso a participação popular, já que o estímulo promovido pelos ACS representa um impulso diferencial a participação social. Ademais, nota-se o esgotamento da equipe da Estratégia da Família ao tentar suprir a falta de outros membros do grupo, desempenhando funções não correspondentes com seus cargos. Dessa maneira fica explícita a importância da estruturação de uma equipe multiprofissional e, especialmente dessa categoria profissional como propulsora da saúde da população, e que os atuais desafios vividos necessitam ser superados para que a atenção primária tenha a resolutividade e abrangência esperada. (1) MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012 |
11109 | SABER-FAZER DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE: ARRANJOS TECNOLÓGICOS NO CUIDADO E NAS ANDANÇAS PELO TERRITÓRIO Vitória Silva de Aragão, Elenice Araújo Andrade, Leilson Lira de Lima, José Maria Ximenes Guimarães, Maria Rocineide Ferreira da Silva, Viviane de Amorim Duarte, Ana Patrícia Pereira Morais, Ianna Oliveira Sousa SABER-FAZER DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE: ARRANJOS TECNOLÓGICOS NO CUIDADO E NAS ANDANÇAS PELO TERRITÓRIOAutores: Vitória Silva de Aragão, Elenice Araújo Andrade, Leilson Lira de Lima, José Maria Ximenes Guimarães, Maria Rocineide Ferreira da Silva, Viviane de Amorim Duarte, Ana Patrícia Pereira Morais, Ianna Oliveira Sousa
Apresentação: Em meados de 1990 surge no Ceará a primeira experiência exitosa do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Conforme Gomes (2008), inicialmente foi planejada como uma atividade isolada na área da saúde, porém, logo foi ampliada a todos os municípios do estado, abordando ações de cunho educativo para a população, em especial a população rural, dando ênfase a aleitamento materno exclusivo, orientação vacinal, uso da hidratação oral para crianças com diarreia, àquele tempo, a principal causa das mortes no primeiro ano de vida entre os lactentes cearenses. Com a estruturação da Estratégia Saúde da Família (ESF) esses trabalhadores passaram ater que responder por diversas demandas diante do seu processo de trabalho, dessa forma os agentes comunitários de saúde (ACS) devem responder com práticas resolutivas visando um cuidado integral, tendo em vista o modelo de vigilância à saúde, que considera para além da cura individual, o uso de tecnologias leves como possibilidades das pessoas acessarem o Sistema Único em Saúde (SUS). Dessa forma, a condução desse modelo de assistência, entende as ações de saúde baseada na humanização, tendo como estratégias o uso de tecnologias leves como: o acolhimento, a escuta qualificada, o acesso e o vínculo com a intenção e a garantia do fortalecimento de um modelo de saúde, visando um cuidado integral e longitudinal na garantia de estratégias de saúde mais humanizadas e resolutivas na atenção primária à saúde. Assim, esse trabalho se propõe a descrever os arranjos tecnológicos nos cuidados dos ACS às famílias, comunidades e territórios, considerando seus relatos em relação ao processo de trabalho. Devido à insuficiência de estudo nessa temática, esse trabalho se torna relevante em relação a efetivação de futuras ações em relação ao fazer do ACS. Método Trata-se de uma pesquisa-ação colaborativa, numa perspectiva crítico-reflexiva. O estudo foi realizado em uma Unidade de Atenção Primária à saúde (UAPS) de Fortaleza, Ceará. A população deste estudo foi composta pelos nove ACS que atuam em quatro Equipes de Saúde da Família da referida UAPS. Definiram-se como critérios para escolha os que tinha mais de seis meses de atuação nas equipes. Procedimentos de coleta de informações,Para obtenção dos relatos dos participantes foi utilizado como estratégia e técnica, encontros reflexivos para a coleta e produção dos dados sobre os quais intensificaram conhecimentos, saberes e práticas dos participantes. A partir do encontro entre os pares. Análises e interpretação das informaçõesTodas as falas foram gravadas durante os encontros, sendo analisada posteriormente através da análise de conteúdo categorial temática de Bardin (2010) na perspectiva crítica de Minayo (2014). Aspectos éticos e legaisSeguindo os preceitos da Resolução n° 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde e de forma a zelar a ética no que se refere à garantia da privacidade, do sigilo e do anonimato dos colaboradores , o projeto de pesquisa, que serviu de base ao presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Desta forma, aos participantes da pesquisa foram garantidos o anonimato, o livre consentimento e a opção de participar ou não da pesquisa, podendo, inclusive, desistir em qualquer momento. Foram assegurados o sigilo das informações e a privacidade dos participantes, protegendo suas imagens e respeitando os valores sociais, culturais, religiosos e morais de cada participante. Assim, o projeto foi aprovado pelo referido CEP sob o Parecer nº 3.313.377. Resultado: A atenção primária à saúde, tida como como o primeiro acesso ao atendimento no SUS, com um aparato de dispositivo de ações e serviço de saúde, a estratégia saúde da família atua sanitariamente em uma área delimitada junto a uma população geograficamente definida. O ACS, trabalhador que compõe a equipe de saúde da família, na qual é composta também por outros profissionais como: médico, cirurgião dentista, enfermeiro, técnico em saúde bucal e técnico de enfermagem. Com o intuito de dispensar o uso de tecnologias leves mais próximo da realidade dos sujeitos. Os ACS fazem uso desses dispositivos de cuidado, através da visita domiciliar, no acompanhamento aos indivíduos, as famílias e populações. Assim, a partir da aproximação desses trabalhadores com o público visitado é possível a criação de tecnologias leves como o acolhimento, a escuta qualificada e a construção de vínculos no sentido de produzir um cuidado longitudinal. Através da visita domiciliar ao usuário, o ACS poderá desenvolver vários elementos que produza um cuidado integral, a forma na qual esse trabalhador acolhe as demandas dos usuários durante a visita domiciliar, disparam vários processos de perceber e acolher as demandas dos usuários. Desta forma é possível através do uso do acolhimento como tecnologia leve capaz de aproximar e considerar as reais necessidades dos usuários para o acesso ao sistema de saúde.Tendo em vista o uso de ferramentas como a escuta qualificada, viabiliza a efetivação e a continuidade desse cuidado e da responsabilização que inicia com práticas leves como um compromisso de parar e escutar as necessidades dos usuários do sistema, afim de acolher e construir confiança mutua entre profissional e sujeito, promovendo a integralidade e a responsabilização da atenção e do cuidado aos sujeitos e seus processo de vida. por meio das falas dos ACS, percebemos assim que a tecnologia leve torna-se sua principal ferramenta para promoção do cuidado na comunidade. Diante das falas dos profissionais, é possível perceber que o cuidado vai além de uma assistência pontual, ele passar a ser uma resolução e uma escuta das demandas e necessidades da população a fim de amenizar e articular suas necessidades ao serviço. Com isso, os ACS constroem vínculos com a comunidade torna-se elementos fundamentais na construção de laços entre o serviço e a comunidade. Considerações finais: Os resultados desse estudo apontam para o uso frequente de tecnologias leves como um recurso tecnológico inerente as práticas desses trabalhadores na APS, fortalecendo, assim, a relação entre a comunidade e o serviço de saúde, garantindo uma corresponsabilização entre profissionais e população a fim de amenizar os riscos e garantir de forma menos danosa as demandas de saúde dos sujeitos por meio da escuta qualificada, do acolhimento e do vínculo estabelecido com os usuários. |
11172 | ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA ENQUANTO POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE NO BRASIL: DIRETRIZES E NOVOS RUMOS Maria Lúcia Teixeira Machado, Luiz Henrique Chenchi ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA ENQUANTO POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE NO BRASIL: DIRETRIZES E NOVOS RUMOSAutores: Maria Lúcia Teixeira Machado, Luiz Henrique Chenchi
Apresentação: De acordo com o Ministério da Saúde (MS) brasileiro a Atenção Primária à Saúde (APS) é o primeiro nível de atenção em saúde caracterizada por um conjunto de ações, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte positivamente na situação de saúde das coletividades. Como parte e suporte a essas ações, a Assistência Farmacêutica (AF) é política fundamental para a efetividade da atenção integral ao indivíduo, mas vem sendo impactada por diversas normativas que delimitaram seu desempenho. Este trabalho objetiva discutir as diretrizes e as consequências para o setor com base em pesquisa bibliográfica da tese em andamento no Programa de Pós-graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade Federal de São Carlos/SP (PPGCTS/UFSCar). O critério da integralidade à saúde como direito carrega em si características para a AF diferente do contexto amplamente conhecido de abastecimento de medicamentos; sua perspectiva envolve os eixos da descentralização, financiamento e condutas logísticas. Os modelos de organização e gestão dos serviços focados no produto dificultam a introdução do cuidado ao usuário, comprometendo a integralidade no Sistema Único de Saúde (SUS). O Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB) consolidado em parceria com o comércio farmacêutico representou um retorno ao caráter centralizador do MS na provisão de medicamentos e não se identifica nele ações de indução ao uso apropriado e acompanhamento farmacoterapêutico. Outro ponto reporta aos riscos de comprometer o funcionamento do SUS com as medidas de congelamento dos gastos públicos contrapondo-se à garantia do direito à saúde. Mudanças recentes divulgadas pelo MS referentes ao financiamento da APS, pela Portaria 2.979/2019, trazem preocupações à manutenção da qualidade dos serviços de saúde prestados à população pelo setor público, especialmente aqueles que envolvem a atuação de equipes multidisciplinares. A nova política de APS com foco no indivíduo em detrimento do coletivo traz uma visão singular sobre o sistema de saúde, com prejuízos à universalidade, uma das instruções primárias a serem norteadoras da gestão. A ampla demanda de atendimentos no SUS e os recursos reduzidos com a norma aderida fazem ecoar a incumbência de que essa forma de financiamento impacte nas prioridades adotadas pelo gestor, com redução de programas de prevenção e de atuação das equipes. A AF, enquanto estratégia de acesso e uso apropriado de medicamentos, teria seu papel de execução desarranjado, pois o farmacêutico, promotor da atenção e membro participativo nessas equipes multidisciplinares, deve atuar nas discussões de casos clínicos, possibilitando o atendimento compartilhado entre profissionais, tanto na unidade de saúde, como nas visitas domiciliares e permitindo a construção conjunta de projetos terapêuticos de forma a ampliar e qualificar as intervenções no território e na saúde de grupos populacionais. |
11542 | REDES DE ATENÇÃO COMSUS: DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA SUA EFETIVAÇÃO DENTRO DO CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DE SAÚDE DO VALE DO IVAÍ E REGIÃO – CISVIR Heliton Henrique de Oliveira REDES DE ATENÇÃO COMSUS: DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA SUA EFETIVAÇÃO DENTRO DO CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DE SAÚDE DO VALE DO IVAÍ E REGIÃO – CISVIRAutores: Heliton Henrique de Oliveira
Apresentação: A pesquisa em questão se faz necessária para compreender o papel dos profissionais que atuam dentro do programa do COMSUS, vinculados ao Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí e região – CISVIR, discutir os problemas relevantes encontrados em cada rede de atenção, que dificultam o atendimento ao paciente, observando todo o contexto que abrange o programa, desde os profissionais da atenção básica, média complexidade e hospitais, além dos gestores municipais e da esfera estadual. Verificando o processo de trabalho de cada instituição e suas responsabilidades para a efetivação das ações desenvolvidas no programa. Esse artigo tem por objetivo capacitar os profissionais envolvidos no programa COMSUS, desde a atenção básica, profissionais do Consórcio Intermunicipal de Saúde do vale do Ivaí e região – CISVIR, até gestores municipais e estaduais, que fazem parte da 16ª Regional de Saúde do Paraná, assim identificando os problemas que acometem o programa e junto com os profissionais buscar alternativas para solucioná-los. Espera-se que após as capacitações e o envolvimento de todo os profissionais da rede, cumpra-se o objetivo proposto no trabalho, melhorando não só o atendimento à população, mas o vínculo entre os profissionais do programa e demais entidades que fazem parte do processo de trabalho. O tema tem relevância no campo da pesquisa, pois há pouco material escrito sobre a temática, abrindo possibilidades para que novos pesquisadores possam se interessar pelo assunto, redigindo novos conteúdos de abrangência do objeto de pesquisa. |
11545 | O CONHECIMENTO DA ENFERMEIRA SOBRE O TERRITÓRIO E SUA PRAXIS PROFISSIONAL NA SAÚDE DA FAMÍLIA Ana Conceição de Azevedo Modesto Mouzinho O CONHECIMENTO DA ENFERMEIRA SOBRE O TERRITÓRIO E SUA PRAXIS PROFISSIONAL NA SAÚDE DA FAMÍLIAAutores: Ana Conceição de Azevedo Modesto Mouzinho
Apresentação: O presente estudo versa sobre a relação entre o território e o trabalho das enfermeiras nas equipes de Saúde da Família. As enfermeiras desempenham um importante papel nas equipes de Saúde da Família (ESF), fazendo a ligação entre os diferentes profissionais que a compõe e desempenhando a função de coordenadoras do cuidado. Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) são os principais contatos da equipe com o território e a população adscrita, o trabalho das enfermeiras com os mesmos em relação ao território é um elemento importante para o sucesso do trabalho em equipe. Na ESF, a família é o objeto com quem e para quem se trabalha, fazendo-se necessário conhecer o contexto em que esta vive. Empenhar-se em conhecer as relações construídas ao longo do tempo, sejam as relações intrafamiliares, sociais e com o território em si, são de grande valia, visto que estas podem influenciar direta ou indiretamente na situação de saúde de cada família/indivíduo. Com relação ao conhecimento do território e suas características pela equipe, este é decisivo para o planejamento das ações e para o desenvolvimento de ações de promoção da saúde. Neste sentido, temos como objetivo principal: Identificar a produção científica brasileira existente acerca do conhecimento da Enfermeira sobre o território com foco nas ações de promoção da saúde e prevenção de doenças na Saúde da Família. O estudo utiliza a abordagem qualitativa e a revisão integrativa como método. O referido método permite atualizar as discussões relacionadas a um tema específico, a partir da síntese de estudos publicados, serão utilizados suas 6 etapas: identificação do tema e seleção da questão de pesquisa; estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos/ amostragem ou busca na literatura; definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados/ categorização dos estudos; avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa; interpretação dos resultados e apresentação da revisão/síntese do conhecimento. Em relação, aos resultados encontrados, pretendo mencioná-los futuramente, visto que este é um projeto de dissertação que se encontra em fase de elaboração/finalização. Ao concluirmos o estudo, pretendemos compartilhar com as Enfermeiras que atuam na Saúde da Família, estes resultados, informando sobre o conhecimento necessário que as mesmas precisam ter sobre o território para realizar as ações de planejamento e promoção a saúde que impactem positivamente na saúde da família. |
11602 | A IMPLANTAÇÃO DO TESTE DO CORAÇÃOZINHO NA MATERNIDADE DO HOSPITAL REGIONAL DE TÉFÉ (AM) FABIANA MARIA FERREIRA, Ana Karla dos Santos, Aurélia Aldeanes Lopes Tomasco, Daniela Cristina Silva, Maria Adriana Moreira, Marivone Nunes Barroso A IMPLANTAÇÃO DO TESTE DO CORAÇÃOZINHO NA MATERNIDADE DO HOSPITAL REGIONAL DE TÉFÉ (AM)Autores: FABIANA MARIA FERREIRA, Ana Karla dos Santos, Aurélia Aldeanes Lopes Tomasco, Daniela Cristina Silva, Maria Adriana Moreira, Marivone Nunes Barroso
Apresentação: O teste do coraçãozinho é um exame realizado no recém nascido de maneira rápida e indolor com a finalidade de detectar cardiopatias congênitas, feito entre 24 e 48 horas do nascimento da criança ainda na maternidade. Assim, cabe destacar que é por meio deste método que cardiopatias graves são diagnosticadas de maneira precoce. Então, esse teste consiste na aferição da oximetria de pulso, ou seja, quanto de oxigênio o sangue está transportando de forma constante no RN. Na busca pela ampliação da qualidade do atendimento prestado, o estudo em questão tem como objetivo descrever acerca da implantação do teste do coraçãozinho na Maternidade do hospital Regional de Tefé (AM). Desenvolvimento: Vivenciando o trabalho na maternidade da unidade citada, podemos fazer uma estimativa na média de 180 partos ao mês o que representa algo expressivo, já que inúmeros atendimentos são prestados. À medida que a demanda aumenta as ações em saúde devem acompanhar a clientela. Assim, elaboramos o Protocolo Operacional Padrão- POP- descrevendo detalhadamente como realizar o teste do coraçãozinho. Conforme é padronizado, vemos que vai surtindo efeito desejado que é a qualidade do serviço dentro de um contexto, agora seguindo um padrão. Dessa maneira, após implantação do POP montamos um treinamento com toda a equipe de enfermagem, e esse treinamento se deu no próprio plantão de cada equipe por uma semana. Por conseguinte, continuou para que todos pudessem adequar o teste em sua rotina e assim sanar dúvidas de como usar o aparelho de oximetria, como também a orientação do preenchimento do teste em um livro de registros e na caderneta da criança. Ressalta-se que nessa perspectiva de atenção à saúde da criança, a maternidade ainda tem disponível o teste da orelhinha que é realizada por fonoaudiólogas cedidas pela secretaria municipal de saúde para a instituição. Logo, uma equipe que atua de maneira multiprofissional e interdisciplinar favorece a transversalidade do cuidado, agregando sempre o melhor para a comunidade e de forma precípua ao recém nascido. Resultado: Com a padronização do teste do coraçãozinho na maternidade há uma nova realidade implantada, pois através do POP estamos sistematizando a assistência e qualificando as ações de saúde executadas pela equipe de enfermagem. Todavia, essa sistematização visa um alcance maior que é ajustar as medidas para um atendimento direcionado e individualizado na busca de detectar precocemente uma patologia que pode afetar de maneira significativa a saúde dos recém nascidos. Considerações finais: O teste do coraçãozinho é um exame importante no rastreio de cardiopatias graves que podem ser diagnosticadas de maneira precoce por meio do método de oximetria de pulso, pois é simples, indolor e rápido. Consequentemente, deve ser realizado ainda na maternidade e nesse sentido ampliado de atendimento, foi criado o POP para permitir de maneira sistematizada a realização do teste, contribuindo para qualificar as ações executadas, mas também atender os recém nascidos de forma individualizada e direcionada. |
8739 | AMAMENTAÇÃO E HÁBITOS ORAIS DELETÉRIOS EM CRIANÇAS DE MÃES PARTICIPANTES DE UMA EXPOSIÇÃO INTERATIVA Lucas Rodrigues Teles, Sonia Lansky, Bernardo Jefferson de Oliveira, Amélia Augusta de Lima Friche AMAMENTAÇÃO E HÁBITOS ORAIS DELETÉRIOS EM CRIANÇAS DE MÃES PARTICIPANTES DE UMA EXPOSIÇÃO INTERATIVAAutores: Lucas Rodrigues Teles, Sonia Lansky, Bernardo Jefferson de Oliveira, Amélia Augusta de Lima Friche
Apresentação: Este estudo busca verificar a prevalência de amamentação e hábitos orais deletérios e fatores associados em filhos de mães participantes de uma exposição interativa. Método: A população estudada constituiu-se de mulheres visitantes da exposição Sentidos do Nascer que se declararam gestantes, aceitaram participar da pesquisa e que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram 382 mulheres entrevistadas que responderam ao questionário de acompanhamento após o parto. A análise dos dados constou de análise descritiva de todas as variáveis do estudo, por meio de síntese numérica e distribuição de frequência absoluta e relativa. Para a análise de associação entre a amamentação e as demais variáveis explicativas, foram utilizados os testes qui- quadrado e exato de Fisher. Para todas as análises foi utilizado o nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95%. As análises foram conduzidas no programa IBM SPSS, versão 21. Resultado: Das 382 mulheres entrevistadas, 76,5% tinham entre 20 a 34 anos, 53,4% se declararam pardas e negras, 83,8% eram casadas ou em união estável, 75,5% mulheres possuem ensino superior ou mais, 33,6% possuíam renda familiar entre dois a cinco salários mínimos e 77,7% mulheres possuíam plano de saúde. Considerando a ocorrência de amamentação até os seis meses, 51,8% das mulheres amamentaram exclusivamente por seis meses ou mais e 48,2% amamentaram por menos de seis meses. Houve diferença estatisticamente significante nos aspectos renda familiar, contato pele a pele na primeira hora de vida, bebê amamentou na primeira hora, bebê junto da mãe o tempo todo, leite materno incluído na alimentação do bebê, outros leites e líquidos incluídos na alimentação do bebê e o uso de instrumentos como chupeta, mamadeira e copo. Considerações finais: O aleitamento materno exclusivo por seis meses ou mais foi positivamente associado a fatores sociodemográficos, contato mãe/bebê, amamentação na primeira hora de vida e uso de copo. Em contrapartida, foi negativamente associado à introdução de outros tipos de leite e a presença de hábitos orais deletérios, como uso de chupeta e mamadeira. Tais aspectos podem favorecer ou comprometer o aleitamento natural pelo tempo indicado pela OMS, além de favorecer a presença de hábitos orais deletérios que podem influenciar negativamente as funções do SEG. Iniciativas como exposições interativas podem contribuir para importantes levantamentos epidemiológicos e favorecer em boas práticas atreladas à saúde como, por exemplo, o aleitamento materno. |