454: Saúde da Mulher | |
Debatedor: Paulo Eduardo Xavier de Mendonçã | |
Data: 31/10/2020 Local: Sala 13 - Rodas de Conversa Horário: 16:00 - 18:00 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
6694 | ACESSO DE TRAVESTIS E MULHERES TRANSEXUAIS AOS SERVIÇOS DE SAÚDE: SUBSÍDIOS PARA UM CUIDADO EQUÂNIME Davi Depret, Ricardo Mattos, Luciane Velasque, Beatriz Grinzstein, Emilia Jalil, Virginia Knupp, Eduardo Peixoto, Luciana Melo ACESSO DE TRAVESTIS E MULHERES TRANSEXUAIS AOS SERVIÇOS DE SAÚDE: SUBSÍDIOS PARA UM CUIDADO EQUÂNIMEAutores: Davi Depret, Ricardo Mattos, Luciane Velasque, Beatriz Grinzstein, Emilia Jalil, Virginia Knupp, Eduardo Peixoto, Luciana Melo
Apresentação: Definir acesso enquanto fenômeno é complexo, muitas vezes é empregado de forma imprecisa, e pouco clara na sua relação com o uso de serviços de saúde e é um conceito que varia entre autores e que muda ao longo de tempo e de acordo com o contexto. Dessa forma, o nível de acesso aos serviços de saúde será determinado pelo grau de adequação entre indivíduos e comunidades e o sistema de saúde e também por situações de vulnerabilidade da população, que dependem do capital humano, físico, financeiro e social. Nesse contexto, é pertinente compreender os fatores que influenciam o acesso e a utilização dos serviços de saúde identificando razões para possíveis diferenças na procura, na satisfação com o cuidado recebido e nos resultados alcançados. A questão de gênero, dentre tantas outras, também se coloca como um diferencial ao acesso e à utilização de serviços de saúde em muitos estudos de demanda, privilegiando a população feminina cisgênero, que são as pessoas as quais se identificam com o sexo biológico, enquanto que na população transexual, que são as pessoas cuja identidade é oposta ao sexo biológico, a identidade transgênero se coloca como uma barreira aos serviços. A literatura aponta uma incipiência de trabalhos com esta população. Desta maneira, o estudo em questão teve como objetivo analisar os fatores associados ao acesso aos serviços de saúde e o acesso aos serviços de saúde especializados por um conjunto de travestis e mulheres transexuais do Rio de Janeiro e Região Metropolitana. Desenvolvimento: trata-se de uma análise secundária que utilizou os dados de um conjunto de participantes anteriormente recrutadas via amostragem por Respondent Driven Sampling (RDS) conduzido pela equipe do projeto de pesquisa TRANSCENDER do INI/FIOCRUZ, cujos critérios de participação eram ser mulher transexual autodeclarada, maior de 18 anos e residente do Estado do Rio de Janeiro, resultando em uma amostra final de 345 participantes. A pesquisa mapeou diversas questões clínicas e acerca de práticas sexuais, levantou dados sociodemográficos e de acesso aos serviços de saúde. A partir do banco de dados, foram realizadas análises univariadas, onde foram calculadas as prevalências e os respectivos intervalos de confiança a 95%. As análises bivariadas foram realizadas calculando-se as prevalências e as Razões de Prevalência (RP) por meio de modelos de regressão, considerando a significância estatística quando os valores de α foram inferiores a 0,05 e para as análises múltiplas foi realizada regressão de Poisson com variância robusta. Resultado: As covariáveis “participação em grupos e movimentos sociais” teve influência negativa, enquanto as covariáveis “sorologia para sífilis”, “sorologia para HIV”, “violência física por amigo” e “violência física por desconhecido” tiveram influência positiva no desfecho primário que era o acesso aos serviços de saúde; No que diz respeito ao acesso aos serviços de saúde especializados, as covariáveis “necessidade de se afastar de amigos e família por ser trans”, “violência física por parceiro casual”, “violência sexual por desconhecido” e “autoavaliação de saúde” tiveram influência positiva neste desfecho. Considerações: Evidenciou-se que a participação em grupos sociais, ainda por razões ainda pouco esclarecidas, foi um fator limitante de procura dos serviços de saúde de uma forma geral, talvez a violência institucional já esperada por estas usuárias nos serviços de saúde, juntamente com o receio de serem replicadas outras formas de violência, agravando o sofrimento, podem fazer com que elas acabem evitando tais espaços. Além disso, autores apontam que tais violências evocam baixa autoestima, vergonha e medo, que podem resultar em mudanças de comportamento, ampliando o isolamento e a dificuldade de autocuidado, o que faz com que a lógica da prevenção de agravos e promoção de saúde fique em segundo plano com esta população, uma vez que a procura acaba se dando, na maioria dos casos, já com quadro patológico instalado e/ou a partir de complicações e em emergências, contrariando a lógica atual da Atenção Primária à Saúde enquanto porta preferencial de entrada no Sistema Único de Saúde, embora mais estudos que mapeiem o acesso de travestis e mulheres trans à APS sejam necessários. De qualquer maneira, a violência a qual estão sujeitas, seja psicológica ou física, é tida como naturalizada no imaginário social, formulada por significações do que é ser travesti e transexual engendradas e generalizadas sobre o preconceito e discriminação no universo desta categoria, vinculada ao comportamento transfóbico e machista. E, embora a raça/cor não tenha aparecido enquanto covariável estatisticamente significativa neste estudo, importante sinalizar acerca das interseccionalidades de “ser travesti/mulher trans” e “ser negra” quando se trata de expectativa de vida, porém, ainda faltam estudos que relacionem tais interseccionalidades desta população ao acesso aos serviços de saúde. No que diz respeito aos serviços especializados, pelo grau de importância que as modificações corporais ganham na vida das pessoas trans, elas se constituem como elemento imanente em seus processos de saúde ou adoecimento, pois, assim como entre as pessoas cisgêneras e suas eternas buscas pelos “corpos perfeitos”, os corpos das pessoas trans permitirão que elas possam desejar e serem desejadas, com isso, percebeu-se que a mudança corporal é um fator determinante na vida das travestis e mulheres trans. Entretanto, ainda não é consensual o quão benéfico e generoso é a ampliação de espaços “para travestis e mulheres trans”, pois, o espaço para elas têm que ser onde elas quiserem, mas, enquanto não se consegue estabelecer um espaço em que elas se sintam pertencentes, o custo-benefício ainda compensa a existência destes locais, mesmo que isso custe o afastamento cada vez maior delas com serviços que deveriam proporcionar vínculo e cuidado coordenado, como a Atenção Primária à Saúde. De qualquer maneira, uma vez que haja o desejo de mudar, seja em ações mais lentas como uma hormonização ou de forma definitiva, como uma redesignação sexual, é importante que os serviços de saúde, em quaisquer níveis, estejam preparados para acolherem e cuidarem desta população, garantindo um cuidado equânime e livre de preconceitos. Para mudança deste cenário, é necessário que as novas ondas geracionais trabalhem estas questões durante todo o crescimento, aprendendo a respeitar as diferenças e que isso seja sustentado em seu leito familiar, acadêmico e social, gerando espaços de aceitação para pessoas em geral, mas àquelas que já nascem desconfortáveis em seus próprios corpos. |
7326 | TRAJETÓRIAS DE MULHERES COM CÂNCER DE MAMA NO ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE Thaislayne Nunes de Oliveira, Mônica de Castro Maia Senna TRAJETÓRIAS DE MULHERES COM CÂNCER DE MAMA NO ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDEAutores: Thaislayne Nunes de Oliveira, Mônica de Castro Maia Senna
Apresentação: Este trabalho aborda experiências de mulheres com câncer de mama no acesso aos serviços de saúde. O câncer de mama é o mais incidente no mundo entre as mulheres, excluindo-se as neoplasias de pele não melanoma. No Brasil, representa a primeira causa de morte por câncer na população feminina, com uma taxa de 13,68 óbitos/100.000 mulheres em 2015. Diferente de outras neoplasias frequentes na população feminina – como colo do útero, por exemplo – o câncer de mama não é passível de prevenção primária, mas apresenta bom prognóstico e chances reais de cura se detectado em estágio inicial e oportunizado o acesso imediato ao tratamento. A persistência de altas taxas de mortalidade indica, no entanto, que o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno são ainda uma dimensão frágil no enfrentamento da doença em nosso país. O câncer de mama é um dos tipos de câncer com mais possibilidade terapêutica e boas evoluções, porém apresenta-se como a maior causa de morte entre as mulheres por tipo de câncer no Brasil e no mundo. A última estimativa disponibilizada pelo INCA (2017) aponta a ocorrência de 59.700 casos novos para cada ano do biênio 2018-2019, já os dados sobre mortalidade revelam que 16.724 mulheres morreram por esse diagnóstico no ano de 2017. Em nível mundial, a estimativa de 522 mil mortes por câncer de mama, representando 14,7% de todos os óbitos. Segundo Lou at al (2016), identifica-se o aumento da incidência de câncer de mama em países como: Dinamarca, Holanda, Canadá e Estados Unidos associada a diminuição da taxa de óbitos pela doença, o que pode ser indicativo da eficácia dos métodos preventivos e de tratamento. A realidade Brasileira permanece com aumento do número de casos novos, acompanhado do crescente no número de óbitos. O número estimado de casos de câncer de mama no Brasil, agregado por biênios, é: 49240 casos para 2010-11; 52680 casos para 2012-13; 57120 casos para 2014-15; 57960 casos para 2016-17; 59700 casos para 2018-19. Os dados constantes no quadro (1) foram retirados das estimativas disponibilizadas pelo INCA nos anos de 2009 até 2017, e indicam um aumento de 21% no número de casos novos de câncer de mama no Brasil. Segundo INCA (2019) entre 1980 e 2016 as taxas de mortalidade por câncer de mama variaram de 9,2 óbitos a 12,4 óbitos por 100 mil mulheres, o que representou um aumento de 33,6% nos trinta e cinco anos avaliados. Diante desse quadro, o presente trabalho tem por objetivo analisar a trajetória percorrida pelas mulheres com câncer de mama para acessar os serviços de saúde, compreendendo desde o diagnóstico até as diferentes etapas do tratamento (radio, quimio, braquiterapia e/ ou cirurgia e rastreamento). Procedeu-se a um estudo de caráter qualitativo, combinando diferentes procedimentos metodológicos de coleta de dados, de modo a permitir triangulação de fontes. Assim, o trabalho contou com pesquisa bibliográfica da produção recente sobre acesso de mulheres com câncer de mama aos serviços de saúde, análise documental e entrevistas baseadas na técnica de história de vida de cinco mulheres acompanhadas pelo ambulatório de oncologia de um hospital público do SUS sediado na região metropolitana do Rio de Janeiro. A pesquisa que deu origem a esse trabalho cumpriu as exigências éticas referentes a pesquisas com seres humanos previstas na Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 466/ 2012, tendo sido submetida e aprovada pela Plataforma Brasil. Procedeu-se à análise de conteúdo do tipo temática. A análise compreendeu duas dimensões centrais: as estratégias construídas pelas mulheres para acessar os serviços de saúde e os mecanismos de proteção social por elas tecidos. Parte-se do reconhecimento de que o adoecimento por câncer de mama repercute de diversas formas e em diferentes esferas da vida das mulheres. Aliado à debilidade física, à adoção de procedimentos invasivos e dolorosos e até ao risco de morte, encontra-se um conjunto de alterações no modo de andar a vida dessas mulheres, que passam desde a rotina diária até suas relações familiares, de trabalho e sociais. A atenção à saúde da mulher se modificou nas últimas três décadas, principalmente na década de 2000 na qual ocorreram incorporações legais inéditas. Destaca-se a inclusão das requisições dos movimentos das mulheres, que buscavam a ampliação da saúde para além do cuidado materno-infantil, a fim de privilegiar o cuidado global da mulher em suas reais necessidades. Importante salientar a construção do programa, política, planos e demais medidas que alinharam o cuidado em saúde da mulher, mesmo que de forma gradual, pois estas ações possibilitaram conquistas históricas imensuráveis. Os resultados do estudo apontam para avanços significativos na construção de uma política nacional para o controle do câncer, particularmente o de mama e o de colo de útero, expressos na incorporação da questão na agenda governamental, no desenho de uma rede integrada de serviços desde a atenção primária em saúde até a alta complexidade e na legislação que oportuniza acesso imediato a exames diagnóstico e ao tratamento. Apesar desses avanços, as mulheres entrevistadas apontam uma série de dificuldades de acesso aos serviços de saúde, principalmente no que tange aos serviços de atenção primária e nos exames complementares, esses últimos altamente dependentes da oferta de serviços privados conveniados ao SUS. A adesão ao tratamento é dificultada pelas condições de vida e de trabalho dessas mulheres, fato que, aliado à ausência ou insuficiência de políticas públicas de proteção social, acabam por incidir no prognóstico e nas chances de cura. Observou-se que a principal fonte de proteção e apoio social das entrevistadas é a família, cuja capacidade protetiva é bastante limitada, sobretudo em contexto de pobreza e vulnerabilidade social. Por fim, ratifica-se que é inegável a constatação de que avançamos com a construção de normativas e ferramentas, mas também afirmamos que ainda existe um longo percurso, acentuado por nossa diversidade territorial. Este fator incide no acesso diferenciado ao cuidado em saúde como, por exemplo: o câncer de mama é uma das doenças mais causadoras de mortes entre as mulheres, mesmo sendo o tipo de câncer com menor taxa de letalidade, o diagnóstico tardio favorece a menores chances de cura, demonstrando que o fator sensível persiste no acesso das mulheres ao cuidado em saúde. Sendo assim, concluímos, apontando a necessidade da manutenção e continuidade das políticas sociais estatais, considerando as condições de vida das mulheres, na perspectiva do direito à saúde integral, assegurado na carta constitucional de 1988 e em leis posteriores abordadas no decorrer deste estudo. |
7549 | A CONTRIBUIÇÃO DAS PRÁTICAS CORPORAIS PARA AS MULHERES QUE FREQUENTAM A ACADEMIA DA SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CAMBORIÚ/SC Carla Dacroce, Flávio Adauto Mondini da Silva, Diego Vicente Santos, Liliane Geisler, Gilberto Marcelo Zonta A CONTRIBUIÇÃO DAS PRÁTICAS CORPORAIS PARA AS MULHERES QUE FREQUENTAM A ACADEMIA DA SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CAMBORIÚ/SCAutores: Carla Dacroce, Flávio Adauto Mondini da Silva, Diego Vicente Santos, Liliane Geisler, Gilberto Marcelo Zonta
Apresentação: Existem estratégias de promoção de saúde disponíveis à população brasileira que se adaptam às proposições da Política Nacional de Promoção da Saúde. Foram criadas em 2011 as Academias da Saúde que são um programa subsidiado pelo Governo Federal, tendo como estratégia a promoção e cuidado com a saúde por meio de espaços públicos que contam com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados que fortalecem as ações de promoção de saúde junto com outros programas e ações como o Núcleo Ampliado de Saúde da Família e a Estratégia de Saúde da Família. As Academias da Saúde, desenvolvem atividades contemplando as práticas corporais, atividades físicas, produção do cuidado e modos de vida saudáveis. Fazem parte do conjunto de práticas corporais, as danças, exercícios físicos, as lutas, jogos motores e muitas outras práticas. Essas práticas podem ser um meio de atuação do profissional de Educação Física no campo da saúde, mas é necessário que essas práticas sejam desenvolvidas seguindo os princípios do Sistema Único de Saúde, baseando-se em um modelo de atenção a saúde e não como uma simples atividade com intuito de gastos energéticos. Dessa forma o profissional de Educação Física, tem como desafio, refletir sobre o grupo ou indivíduo com o qual trabalha considerando o contexto histórico, econômico e cultural para que então possa pensar propor e desenvolver as práticas de cuidado com a saúde. O profissional de Educação física precisa atuar minimizando riscos à saúde, incentivando o autocuidado, sempre estimulando a inclusão social por meio das práticas corporais incentivando a valorização dos espaços públicos de convivência. A partir de experiências de intervenção como estagiários do curso de Educação Física na Academia da Saúde no município de Camboriú/SC, realizou-se práticas corporais com um grupo de mulheres, com o objetivo de compreender a contribuição das práticas corporais para as mulheres que frequentam a Academia da Saúde de Camboriú/SC. A metodologia utilizada foi abordagem qualitativa, o delineamento técnico de aproximação participante, do tipo exploratória, e para a discussão dos dados coletados foi utilizada a análise de conteúdo, com especificidade em análise temática. Participaram das intervenções em média 20 mulheres que frequentavam o local com idades entre 25 e 70 anos. As intervenções, foram pensadas dentro do contexto onde a autonomia do usuário e do profissional se desenvolvem a partir das práticas corporais. Posteriormente para a análise dos dados, foi dividida em três blocos e categorias de análise, sendo que no primeiro bloco identificaram-se os espaços e instalações da Academia da Saúde de Camboriú/SC. A infraestrutura possui um ambiente ao ar livre com equipamentos como bancos, pranchas, barras paralelas, barras horizontais, espaldar, entre outros. Porém esses equipamentos são pouco utilizados, pois requer que os usuários possuam certo grau de força e resistência muscular então o profissional que atua neste local precisa fazer adequações e adaptações necessárias para a utilização desses equipamentos. A área externa ainda possui uma quadra poliesportiva, porém não é coberta e pode ser utilizada quando as condições climáticas estão favoráveis. Todos os espaços da academia tanto externos quanto internos são acessíveis e dessa forma percebemos a garantia de acesso para as pessoas com deficiência fortalecendo a participação de todos sem distinções. Já no segundo bloco destacou-se as práticas corporais desenvolvidas com as mulheres. Todas as intervenções foram realizadas em forma de circuito, organizado em estações, onde desenvolveu-se diversas atividades, tanto de força, resistência e propriocepção. Dessa forma envolvemos várias modalidades dentro do circuito, estando de acordo com as necessidades das mulheres, priorizando a busca pela qualidade de vida e saúde, onde desta forma essas práticas têm como foco a promoção e também a prevenção de diversas doenças como obesidade, diabetes, hipertensão, entre outras. Por meio de intervenções dinâmicas, sendo realizadas em duplas ou individualmente, transmitiu-se a elas que as práticas corporais são um instrumento muito importante na promoção da saúde coletiva, podendo resultar na melhora da qualidade de vida de cada umas delas. E o terceiro bloco, buscou-se compreender as práticas corporais e suas contribuições para as mulheres que frequentavam a Academia da Saúde. A inserção da Educação Física na saúde coletiva é algo novo ainda, sendo que o papel da Educação Física no SUS, especificamente, dentro da Academia da Saúde baseia-se nos problemas dos usuários, por isso, é necessário ver o indivíduo como um todo e compreender o que ele realmente precisa e a Academia da Saúde se torna um meio de incentivo as práticas de cuidado com a saúde e possibilita que o profissional de Educação Física atue na atenção básica. Teve-se a oportunidade de experienciar, aprender e de contribuir para a promoção da saúde, produção do cuidado e de modos de vida saudáveis dessas mulheres evidenciando que as práticas corporais são componentes chave na promoção da saúde, na prevenção e no manejo de doenças. Compreender o papel das práticas corporais para as mulheres que frequentavam a Academia da Saúde de Camboriú/SC, levou-se em consideração as devidas e reais necessidades da comunidade, uma vez que esse termo diferencia-se do conceito de atividades físicas e exercícios físicos, pois apresentam manifestações da cultura de determinado grupo. O processo do desenvolvimento das práticas foi pensado e realizado baseando-se nos principais problemas enfrentados pelas mulheres. Observamos que ao término das práticas corporais as mulheres aparentavam estar mais felizes, pois além da sensação de bem-estar, elas criaram junto com os profissionais que atuam na Academia da Saúde um ambiente de coletividade, resignificando as relações humanas vividas por elas naquele espaço. Assim as intervenções envolveram várias modalidades, onde foram utilizados exercícios de força, velocidade, resistência, coordenação motora e equilíbrio, sendo assim fundamental para estimular as mulheres a vencerem suas dificuldades e ajudando a melhorar sua capacidade física e motora, estando de acordo com suas necessidades. Conclui-se que a Academia da Saúde é uma importante estratégia que contribui em ações de promoção da saúde no âmbito da Atenção Básica, tornando-se um local onde a presença de um profissional de Educação Física é indispensável concretizando ações de promoção de saúde, produção de cuidado, prevenção de doenças e modos de vida saudáveis. Além disso identificou-se que as práticas corporais interagem com o corpo cultural, dotados de símbolos e significados apontando a necessidade do profissional que atua neste contexto de superar a perspectiva biologicista e emergir novas maneiras de se conceber saúde para a população. |
8686 | O CONHECIMENTO DAS MULHERES SUBMETIDAS À CESÁREA ELETIVA OU INDICADA A CERCA DO PARTO ADEQUADO Ully Militão Cerqueira, Glaucimara Riguete de Souza Soares, Isis Vanessa Nazareth, Joana Darc Fialho de Souza, Patricia Regina de Affonso Siqueira O CONHECIMENTO DAS MULHERES SUBMETIDAS À CESÁREA ELETIVA OU INDICADA A CERCA DO PARTO ADEQUADOAutores: Ully Militão Cerqueira, Glaucimara Riguete de Souza Soares, Isis Vanessa Nazareth, Joana Darc Fialho de Souza, Patricia Regina de Affonso Siqueira
Apresentação: A humanização do nascimento é pauta constante nos temas relacionados à saúde da mulher em sua fase obstétrica, pois exige para quem o assiste uma transformação no processo de no que e que horas fazer um procedimento que é vivenciado pelo outro. No ano 2000 o Ministério da Saúde lançou o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento que teve como estratégia assegurar a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e ao puerpério. Na rede privada, a Agência Nacional de Saúde Suplementar, orienta que os profissionais obstétricos trabalhem na vertente do programa Parto Adequado, identificando novos modelos de atenção ao parto, que valorizem o parto normal e que reduzam o percentual de cesarianas sem indicação clínica na saúde suplementar. O objetivo deste trabalho é descrever o conhecimento das mulheres submetidas à cesárea eletiva ou indicada a cerca do parto adequado, levando a estas, informações e orientações a cerca do assunto. Foi realizada uma busca exploratória online por publicações científicas dos últimos cinco anos na Biblioteca Virtual em Saúde, da qual apenas um artigo na base LILACS discutiu sobre o aumento de partos vaginais no setor privado a partir do redesenho do modelo de cuidado no ano de 2015. Tal estudo apontou sobre metas e indicadores da assistência prestada pelos profissionais da saúde às gestantes e concluiu ser importante melhorar a experiência dos envolvidos e eliminar desperdícios assistenciais. Deste modo, percebeu-se que não há publicações sobre o conhecimento das mulheres acerca do parto adequado nas cesáreas eletivas. Pesquisas com o público da rede privada podem ser promissoras para a melhoria da assistência no que tange ao parto e nascimento, apresentando as gestantes do setor privado as diversas possibilidades diante da gestação, trabalho de parto e pós-parto, incluindo em todas elas a humanização. Essa iniciativa visa ainda considerar a estrutura e o preparo da equipe multiprofissional, a medicina baseada em evidência e as condições socioculturais e afetivas da gestante e da família, acreditando no sucesso gradativo desta performance. |
7307 | DIETAS QUE PRODUZEM CORPOS: PISTAS PARA O CUIDADO ALIMENTAR DE MULHERES EM ESPAÇOS URBANOS PERIFÉRICOS Lígia dos Santos Marteline, Fernanda Teles Gonzalez, Maria Fernanda Petroli Frutuoso DIETAS QUE PRODUZEM CORPOS: PISTAS PARA O CUIDADO ALIMENTAR DE MULHERES EM ESPAÇOS URBANOS PERIFÉRICOSAutores: Lígia dos Santos Marteline, Fernanda Teles Gonzalez, Maria Fernanda Petroli Frutuoso
Apresentação: Atualmente, novas práticas e compromissos em torno da produção da saúde e de cuidado são desafios na formação e atuação profissionais pautadas na promoção da saúde, considerando que esta combina ações, desenvolvidas de forma conjunta, para a melhoria das condições de vida e saúde, promovendo a autonomia, equidade e o desenvolvimento da cidadania em detrimento a uma lógica de cuidado voltada para medicalização e procedimentos. No campo da Alimentação e Nutrição, destacam-se a importância da comida no processo saúde-adoecimento-cuidado, as insuficiências tanto no campo dos saberes científicos quanto no dos métodos e técnicas de intervenção e a ampla difusão de informações sobre alimentação, características de uma cacofonia alimentar, que desafiam as escolhas e o cuidado alimentar. Tomando como foco as mulheres de periferias urbanas, a alimentação ganha complexidade ditada por situações de múltiplas violações de direitos, incluindo o direito humano à alimentação adequada. As mulheres periféricas enfrentam, historicamente, o acúmulo de várias jornadas de trabalho, dentro e fora de casa, que incluem a responsabilidade pela alimentação. A má-alimentação, quali e quantitativa, em contextos contemporâneos de globalização, resulta em dificuldades no manejo alimentar, intensificadas nas periferias pela dificuldade de acesso aos alimentos e pelas precárias condições de moradia, entre outros. Os alimentos que comemos tem efeitos diretos no corpo, seja no processamento dos nutrientes, seja nas interações sociais mediadas pela comida e pelo comer. Para além da necessidade biológica humana, a alimentação é um fenômeno coletivo e sensorial, culturalmente influenciado e vivenciado pelo sujeito a partir de seu corpo, individual e social. Dimensões biológicas, sociais e culturais interferem na associação permanente entre corpo e alimento. Dietas, aqui entendidas como a alimentação cotidiana do sujeito, produzem corpos. Neste contexto, como pensar o cuidado nutricional em mulheres em espaços urbanos periféricos? Esta questão norteia esse relato de experiência, do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Nutrição Social, da Universidade Federal de São Paulo, campus Baixada Santista, em ações de ensino, pesquisa e extensão que abordam o cuidado alimentar em regiões de elevada vulnerabilidade. Estas ações fazem parte da aposta de integração ensino-serviço-comunidade que partem, prioritariamente, mas não restritas, de projetos construídos com trabalhadores da atenção básica em saúde com vistas à (re)pensar o cuidado em saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). Assumindo a complexidade teórico-conceitual do que é periferia, a ideia de espaço urbano periférico nesta experiência refere-se a bairros distantes do centro e da orla de cidades litorâneas, caracterizadas por espaços com ruas asfaltadas e casas de alvenaria e outros com mangues e palafitas, que carregam o estigma de pobreza, carência e violência. O contato com mulheres nestas periferias, nas ações compartilhadas com docentes, estudantes e profissionais da rede de saúde, apontou unanimidade na preocupação com a alimentação e com o corpo e forneceu pistas para reflexões sobre o cuidado alimentar deste público, entendendo a alimentação como campo interdisciplinar e intersetorial, não circunscrito apenas à área da saúde. A primeira pista é a preocupação com o corpo em uma sociedade que valoriza corpos magros e belos. Em periferias, as desigualdades no acesso aos alimentos podem resultar em manejos alimentares que vão da compra de alimentos ultraprocessados, de baixo custo e alta densidade calórica, adquiridos em grandes redes atacadistas à alimentação em restaurantes populares e doações. As mulheres periféricas, muitas vezes chefes de família, diariamente lutam contra a fome e os diversos gradientes de insegurança alimentar, diante de situações em que não há o que comer, em que se come aquilo que se tem, o mais barato e/ou doado. Neste contexto, as dietas possíveis produzem corpos que, segundo a lógica normativa da avaliação do estado nutricional, são desnutridos ou obesos, diagnósticos estes que trazem preocupação às mulheres periféricas por não corresponderem ao padrão social de magreza. Pensando no cuidado alimentar, esta pista aponta para a necessidade de apoio às mulheres para ultrapassar a dicotomia entre a comida/corpo saudável e não saudável, abrindo espaço para problematizar os diagnósticos e condutas pautados em padrões de referência descontextualizados e em dietas restritivas. A segunda pista emerge da sociedade em que os corpos, em função do capital, devem estar aptos para o trabalho e sucesso. Nas periferias, os corpos femininos devem dar conta das diversas jornadas de trabalho, diante da intersecção de identidades sociais, uma vez que as mulheres estão submetidas às diversas dimensões que sustentam a injustiça e desigualdade social: são mulheres, negras, periféricas, nordestinas. As distinções são também de corpos, corpos políticos marcados por experiências de exclusão. O corpo, muitas vezes “obeso”, pode ser inserido como mais uma categoria biológica, social e cultural, como gênero, raça e origem, que interagem no cotidiano destas mulheres reforçando a complexidade de compreensão da vida, saúde e alimentação desses sujeitos. Em situações de violação de direitos, dietas produzem corpos estigmatizados que são instrumentos de luta, diante do problema concreto de sobrevivência e de busca por recursos, materiais e simbólicos, em espaços de ausência e omissão do Estado e, também, diante da necessidade de afirmação da identidade da periferia. Às mulheres periféricas cabe lutar pelo cuidado das crianças/família (escola e alimentação, por exemplo), pelo cuidado de si (discriminação e saúde) e pelo cotidiano do local onde vivem (moradia, segurança), muitas vezes em conexões de solidariedade e apoio mútuo que impactam diretamente na alimentação. Continuamente, a terceira pista traz em cena dietas e corpos em uma rede de conexões em periferias produtoras de vida. Nestes locais, a alimentação é mote e/ou simboliza o dinamismo e a concretude das relações, com corpos políticos em movimentos vivos, ativos e pulsantes, seja cozinhando em casa para a família, na preparação da encomenda de bolos e doces, nos churrascos na laje, nos encontros nos bares e/ou nos festejos do bairro. Estas conexões aumentam a potência de vida e a resistência diante das condições de violação de direitos que pedem enfrentamentos cotidianos para a sobrevivência e contra a construção social de um corpo feminino normatizado. Para o cuidado alimentar, essas pistas se conectam à ideia de que a saúde e a doença, o prazer e o desprazer, são inerentes à vida e dá sentido ao papel político feminino nas ocasiões em que a comida reúne sujeitos, em situações de comensalidade. Trata-se de olhar para as brechas e os interstícios do cotidiano, de um corpo feminino que fala quando se preocupa com a alimentação; quando é marcado pelo trabalho e discriminação; quando se conecta para e pela comida. São ingredientes para inserir mais camadas na complexidade de pensar em políticas de cuidado alimentar em mulheres em espaços urbanos periféricos, para além da produção de dietas controladas que resultam em corpos controlados. A produção e comercialização alimentar globalizados ditam dietas e ditam corpos. As violências cotidianas dos espaços periféricos violam dietas e violam corpos. Reconhecendo a pobreza como condição estrutural e a complexidade da alimentação de mulheres periféricas, faz-se um convite ao cuidado alimentar que nos convoca, profissionais de saúde do SUS, a outras formas de ver e se relacionar com o outro, a partir da pluralidade com que as mulheres periféricas percebem o cotidiano, a comida e seus corpos, por onde transitam e como organizam ambientes e corpos possíveis, de resistência, que se movimentam e produzem vida. Onde o ato de comer acontece, e ressoa. |
8230 | PRÁTICAS DESENVOLVIDAS EM BUSCA DE EQUIDADE NA ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER: CASO DO CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE AMAURY DE MEDEIROS NOS ANOS DE 2018 E 2019. Camila Karine da Silva Serafim, Luiza Milena Reis Silva Dos Santos, Mariana Leopoldino Da Silva PRÁTICAS DESENVOLVIDAS EM BUSCA DE EQUIDADE NA ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER: CASO DO CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE AMAURY DE MEDEIROS NOS ANOS DE 2018 E 2019.Autores: Camila Karine da Silva Serafim, Luiza Milena Reis Silva Dos Santos, Mariana Leopoldino Da Silva
Apresentação: Estando inserido no Sistema Único de Saúde (SUS), a assistência à saúde ofertada no CISAM deve seguir os respectivos princípios: a universalidade, entendendo-se que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas; a integralidade, à compreensão das necessidades e a percepção que as pessoas são um todo; e a equidade, que significa tratar desigualmente os desiguais e investir mais onde a carência é maior. De 2003 a 2010 o Brasil viveu um governo com características desenvolvimentistas, onde o país apresentou grandes avanços no âmbito da saúde e das políticas sociais. O governo vigente, com característica ultraliberal, somado a crise econômica que o Brasil vive atualmente, impactam diretamente no exercício desses princípios norteadores, fazendo assim com que as populações mais vulneráveis sejam mais atingidas pela assistência precária. Dessa forma, esta pesquisa busca indagar “Como está sendo a produção de equidade para a população feminina atendida pelo Sejam, diante do cenário de crise econômica e sucateamento do SUS”. Desenvolvimento: Estudo realizado no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, derivado de rodízio feito por alunos na unidade de saúde oportunizado pela cadeira Atividade Prática IV no período de 19 (dezenove) de março até 26 (vinte e seis) de junho, durante o ano de 2019. Pesquisa do tipo descritiva, com abordagem Qualiquantitativa, onde foram usados dados secundários obtidos em bases de dados governamental e estadual e registros internos do serviço, além de observação participante, onde se participou das atividades vivenciadas pela equipe nos dias de visita. Resultado: O CISAM conta com o Programa de Doulas Comunitárias, que atuam voluntariamente na área hospitalar, prestando auxílio aos profissionais e às usuárias durante o pré parto (em caso de parto normal); com o PRÓ-MARIAS, um programa que visa prestar atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica e sexual; e ainda presta atendimento ambulatorial à população transgênero e em situação de rua. Esses atendimentos a populações vulneráveis é uma forma de produzir equidade no atendimento a saúde na Rede do município, os especialistas ofertados para atendimento dessas diferentes populações são feitos também com diversidade nas abordagens, para assim diminuir as iniquidades que de certa forma afastam essas populações dos Sistemas de Saúde. Considerações finais: Dessa forma é possível compreender que, apesar das dificuldades encontradas no serviço, os profissionais tentam promover a equidade na atenção aos usuários com quem têm contato, além disso foi possível observar o interesse da gestão na melhoria da qualidade dos serviços prestados. Pôde-se identificar como é o desafio de promover a equidade para uma população tão diversificada quanto a do CISAM, que mesmo tendo um foco maior na atenção à saúde da mulher, apresenta outros grupos vulneráveis específicos (Transexuais e População de Rua) e não específicos, mostrando o quão complexa uma população pode ser. |
8756 | DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE TECNOLOGIA EDUCATIVA PARA MULHERES ACERCA DA VIOLÊNCIA SEXUAL Poliana Hilário Magalhães, July Grassiely de Oliveira Branco, Aline Veras Morais Brilhante, Luiza Jane Eyre de Souza Vieira, Ludmila Fontenele Cavalcanti, Christina César Praça Brasil, Juliana Guimaraes e Silva, Zélia Maria de Sousa Araújo Santos DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE TECNOLOGIA EDUCATIVA PARA MULHERES ACERCA DA VIOLÊNCIA SEXUALAutores: Poliana Hilário Magalhães, July Grassiely de Oliveira Branco, Aline Veras Morais Brilhante, Luiza Jane Eyre de Souza Vieira, Ludmila Fontenele Cavalcanti, Christina César Praça Brasil, Juliana Guimaraes e Silva, Zélia Maria de Sousa Araújo Santos
Apresentação: A violência sexual configura-se como uma das formas mais cruéis e persistentes da violência de gênero. A Política de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres prevê a realização de ações que fortaleçam a autonomia das mulheres e seus direitos sobre seu próprio corpo. Dentre as estratégias de prevenção, a divulgação de material educativo configura-se como uma das formas para promover o debate e sensibilizar as pessoas acerca da violência. Objetivo: construir e validar uma Tecnologia Educativa (TE) sobre violência sexual voltada para mulheres considerando conceitos e orientações sobre a rede de serviço. Método: Pesquisa metodológica realizada no período de janeiro de 2018 a maio de 2019, referente às etapas de desenvolvimento e validação. Envolveu 21 participantes, oito profissionais de saúde, que integraram o conjunto de especialistas, e 13 mulheres, que compuseram o público-alvo. O material foi validado de acordo com o percentual de concordância entre os especialistas, utilizando o Índice de Validade de Conteúdo (IVC) e considerando aceitável o valor mínimo de 0,75. Resultado: O material originou 34 páginas, sem utilização de terminologia técnica, no intuito de facilitar a leitura, independente da escolaridade da leitora. No julgamento dos especialistas obteve excelente avaliação em todos os blocos: objetivo e conteúdo (IVC=0,95), estrutura e funcionalidade (IVC=0,88) e relevância (IVC=0,97). Na avaliação das mulheres sobre os nove itens submetidos, sete tiveram índice de concordância 1 (77,7%) e dois concordância de 0,92 (22,3%) com média de IVC=0,98. Considerações finais: A cartilha proposta mostrou-se um recurso válido capaz de ser incorporada como ferramenta que possibilita ampliar a compreensão de mulheres sobre a violência sexual, contribuindo com sua autonomia e o enfrentamento da violência sexual sofrida. |
8862 | VIOLÊNCIA CONTRA MULHER NA VIVÊNCIA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: REVISÃO INTEGRATIVA João Vitor Nascimento Palaoro, Amelia Toledo da Silva Bauduina, Laís Lopes Gonçalves, Jaçamar Aldenora dos Santos, Caroline Nascimento de Souza, Ana Paula de Araujo Machado, Cristina Ribeiro Macedo, Italla Maria Pinheiro Bezerra VIOLÊNCIA CONTRA MULHER NA VIVÊNCIA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: REVISÃO INTEGRATIVAAutores: João Vitor Nascimento Palaoro, Amelia Toledo da Silva Bauduina, Laís Lopes Gonçalves, Jaçamar Aldenora dos Santos, Caroline Nascimento de Souza, Ana Paula de Araujo Machado, Cristina Ribeiro Macedo, Italla Maria Pinheiro Bezerra
Apresentação: A violência contra a mulher é qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado. Infelizmente os casos de violência contra a mulher vem se tornando cada vez mais frequente, portanto, é importante que os profissionais da saúde sejam capacitados para identificar e lidar com as vítimas. Diante disso, o trabalho tem como objetivo descrever a vivencia da atenção primária a saúde frente as vítimas de violência. Desenvolvimento: Trata-se de uma revisão integrativa realizada nas bases de dados Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) durante o mês de janeiro de 2020. Para busca, utilizaram-se os descritores baseados no DeCS: Violência Contra a Mulher AND Enfermagem AND Atenção Primária à Saúde. Os critérios de inclusão foram: Textos completos, na língua portuguesa que foram publicados nos últimos 10 anos. Resultado: Foram encontrados 277 estudos, que após aplicação dos critérios e leitura de títulos e resumos, posteriormente realizando-a de forma completa, resultou-se em um total de quatro artigos analisados. Os estudos evidenciam a importância da atenção primária na visibilização dos casos de violência contra a mulher, além disso, demonstram a necessidade de capacitação dos profissionais para identificar os sinais sugestivos de atos violentos e atuar diante de tal situação. A atenção primaria possibilita o vínculo da paciente com os profissionais, o que diminui a dificuldade das mesmas de se abrirem, aumenta a confiança para eventuais denúncias, melhora a qualidade de assistência e cria uma rede de proteção. Considerações finais: Diante de tais resultados, nota-se a necessidade de preparar os profissionais da atenção primaria para prestarem atendimento qualificado a essas mulheres. Portanto, é fundamental que os serviços de saúde reavaliem suas intervenções, visando a melhoria na qualidade de assistência, prestando uma atendimento integral e humanizado. |
8901 | ANÁLISE DA SEXUALIDADE DA MULHER DURANTE O PERÍODO GESTACIONAL Giovanna Thayla : Giovanna Caetano de Lima, Luisa Colares Ribeiro, Fabiana Albino Fraga, Adriana Lemos ANÁLISE DA SEXUALIDADE DA MULHER DURANTE O PERÍODO GESTACIONALAutores: Giovanna Thayla : Giovanna Caetano de Lima, Luisa Colares Ribeiro, Fabiana Albino Fraga, Adriana Lemos
Apresentação: A gestação impacta de diversas maneiras a vida da mulher, as mudanças ocorridas se dirigem não somente ao físico, mas também aos âmbitos psíquico, social e familiar, sendo um dos campos afetados o da sexualidade. De maneira geral, os profissionais sentem alguma dificuldade em abordar a saúde sexual com os usuários, pois é uma questão que levanta diversas polêmicas e é envolta por preconceitos e tabus. Entretanto, visto que os direitos sexuais e reprodutivos são Direitos Humanos já reconhecidos em leis nacionais e documentos internacionais, e considerando os mitos com relação à sexualidade no período gestacional é necessário que os profissionais de saúde estejam preparados para abordar e orientar a mulher acerca do assunto, principalmente considerando que a atenção à saúde sexual e saúde reprodutiva é uma das áreas prioritárias para a Atenção Básica. Visto isso o objetivo deste trabalho é descrever as mudanças na sexualidade de mulheres no período gestacional. Desenvolvimento: Pesquisa qualitativa realizada em uma Unidade de Estratégia de Saúde da Família no Rio de Janeiro com 10 mulheres através de um roteiro de entrevista semiestruturado e analisadas por meio da análise de conteúdo de Bardin sistematizada no método temático-categorial de Oliveira. Resultado: As adaptações quanto à frequência e as adaptações físicas em cada etapa da gestação foram as mais citadas entre as mulheres, seguidas pela flutuação dos orgasmos e desejos, relatando picos e ausências de desejo significativas. Uma entrevistada citou os benefícios do sexo durante o trabalho de parto, indicando alívio durante as contrações e relaxamento. Considerações finais: A sexualidade aparece como componente importante da qualidade de vida e relacionamentos estabelecidos pelas mulheres, afetando sua autoimagem e ainda identificada pelas mulheres como agente de manutenção de suas relações com os parceiros, visto que as mantém mesmo quando não se sentem à vontade para tal. |
9062 | O ADOECIMENTO POR CÂNCER DO COLO DO ÚTERO E O TRABALHO DA MULHER ISABEL MARCO HUESCA O ADOECIMENTO POR CÂNCER DO COLO DO ÚTERO E O TRABALHO DA MULHERAutores: ISABEL MARCO HUESCA
Apresentação: O presente estudo está assentado na compreensão de que a condição de saúde para os trabalhadores não está separada da dinâmica social e histórica do trabalho. Envolve o coletivo de trabalhadores, que vivenciam hoje as mazelas de um contexto marcado pela precarização das condições de trabalho, que se expressam no aumento da informalidade, da flexibilização, e da desregulamentação das relações de trabalho e consequente restrição de direitos, além da maior competitividade e intensificação do trabalho. Este trabalho tem como objetivo investigar as relações de trabalho das mulheres diagnosticadas com câncer do colo do útero em tratamento em hospital de referência do Rio de Janeiro, RJ, e o acesso aos direitos do trabalhador após o início do tratamento oncológico. Pode-se considerar, à luz da literatura existente, que o nascimento do direito à saúde esteve, desde os primórdios, atrelado às relações estabelecidas com o trabalho. Dessa forma, a saúde é a expressão de condições sociais, culturais e históricas das coletividades em que o trabalho desempenha papel crucial. O trabalho realizado em nossa sociedade é determinado por complexo entrelaçamento de relações de poder, sociais, econômicas e políticas. Na atual conjuntura a classe trabalhadora é extremamente heterogênea, composta por todos os trabalhadores assalariados, independente da sua modalidade de inserção no mundo do trabalho, incluindo os trabalhadores informais, subempregados e desempregados. Nas últimas décadas, o Brasil vem passando por intensas transformações econômicas, demográficas e culturais. Um aspecto importante dessas transformações é a crescente participação feminina no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo em que aumenta o número de trabalhadores e trabalhadoras que necessitam vender sua força de trabalho para sobreviver, o mercado de trabalho se torna mais excludente e precarizado. O impacto dessas mudanças no mundo do trabalho são ainda mais perversos para as mulheres que, historicamente, não usufruem das mesmas condições que os homens em sua inserção no mercado de trabalho, são as mulheres que, prioritariamente, irão ocupar os postos de trabalho mais precarizados, tendo como exemplo o trabalho doméstico. Soma-se a isso, o fato das mulheres acumularem os afazeres domésticos em sua própria casa e o cuidado de pessoas. Nesse sentido, a relação doença-trabalho se encontra muito presente em nossa sociedade, balizada pela capacidade produtiva dos indivíduos. Quando se trata de uma doença aguda, a improdutividade é temporária. Entretanto, no caso das doenças crônicas, como é o caso do câncer do colo do útero, a situação é diferente, pois devido ao tratamento complexo, continuado e de longa duração, essas mulheres se vêem afastadas de suas atividades laborais por tempo indeterminado. A questão central é que após o adoecimento por câncer do colo do útero, grande parte das mulheres precisa se afastar de suas atividades laborais, sejam elas remuneradas ou não, devido ao tratamento médico. No entanto, devido à desregulamentação do mercado trabalho e da desproteção social, justamente no momento de maior necessidade essas mulheres não tem seus direitos garantidos. |
9717 | PERSPECTIVAS ÉTICAS NA ESCUTA DE MULHERES Camila Maggi Noguez, Thais Gomes De Oliveira, Natalia Rossato Crasoves, Larissa Pedroso Moraes, Amanda Cristina Dos Santos, Simone Mainieri Paulon PERSPECTIVAS ÉTICAS NA ESCUTA DE MULHERESAutores: Camila Maggi Noguez, Thais Gomes De Oliveira, Natalia Rossato Crasoves, Larissa Pedroso Moraes, Amanda Cristina Dos Santos, Simone Mainieri Paulon
Apresentação: A presente investigação parte de um coletivo de trabalho formado por mulheres terapeutas no contexto de um serviço-escola de psicologia vinculado a uma universidade pública no sul do país. Esse coletivo de terapeutas já realiza atendimento psicológico individual a mulheres cujo sofrimento está marcado pela injustiça de gênero e pelos sexismos. No momento, o coletivo de terapeutas se prepara para receber pacientes através do dispositivo grupal – o que acontece devido a inquietações teóricas e práticas em relação aos atendimentos já realizados através de parcerias entre o serviço-escola e um movimento social de ocupação de mulheres. A partir da escuta já realizada –fortemente referenciada na psicanálise – e da frente de trabalho que se desenha, passamos a nos perguntar sobre as perspectivas éticas da escuta que propomos. Como escutar situações de violência? Como escutar de maneira a sustentar a alteridade e a singularidade enquanto na coexistência do dispositivo grupal?Desenvolvimento: Diante da bibliografia sobre clínica feminista, feminismo louco e ética da psicanálise, nos deparamos com certa tensão que habita tais produções e também o corpo das terapeutas envolvidas. Essa tensão, que se apresenta por distintas modulações a partir das diferentes trajetórias pessoais e profissionais de cada uma, trata do encontro entre 1) uma perspectiva não sugestiva ou diretiva do fazer clínico e 2) um devir militante sensível à injustiça de gênero – pautado no antirracismo e no antissexismo. Dessa forma, pretendemos apresentar um ensaio teórico que some ao relato das experiências que o coletivo vem construindo, a partir de perguntas acerca das possibilidades de uma clínica feminista e antirracista. Resultado: É nessa conjunção clínico-militante, ora mais pacífica, ora mais conflituosa, que se armam as posições de escuta diante do sofrimento de mulheres marcadas por uma organização social machista e racista; escuta essa que demanda a delicadeza e a artesania do detalhe clínico atento ao que desponta como singular; escuta que nos evoca outras posições e técnicas, apontando para a construção de novos serviços e maneiras de estar com o outro. Percebemos a importância de novas formações clínicas que estejam atentas e que se posicionem com rigor ético e teórico. Considerações finais: Enquanto serviço-escola vinculado à universidade, nos situamos em um espaço privilegiado de formação continuada e de construção de práticas que contribuam com as políticas de saúde, educacionais e socioassistenciais. Entendemos a trama da práxis como o vivido (prática clínica) que passa pelo suporte corporal (através da leitura, da escrita e dos encontros entre equipe) para se constituir como experiência. Essa breve e inicial investigação nos permite dar outra volta no tema da clínica e do feminismo, travessia fundamental para a nova frente de trabalho que nos aguarda e que nos trará novas considerações para seguirmos nessa investigação. |
11708 | VIOLÊNCIA SEXUAL E ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER NO ESTADO DO PARÁ Crissia Cruz, Maria Lúcia Lima VIOLÊNCIA SEXUAL E ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER NO ESTADO DO PARÁAutores: Crissia Cruz, Maria Lúcia Lima
Apresentação: Em um contexto de grande incidência de violência sexual faz-se necessário reconhecer que vivemos em uma cultura que embora repudie e criminalize a violência sexual, também a incita. É preciso reconhecer que vivemos em uma cultura do estupro, o que implica em analisar a problemática para além de apenas a culpabilização individual dos agressores – aqui não se propõe diminuir a importância de responsabilizar os autores dos crimes sexuais, mas sim compreender que este não pode ser o único nível de análise da questão. Considera-se que três níveis de análise em relação a violência sexual: a responsabilização do agressor, a assistência às pessoas que sofreram a violência e a prevenção da violência. Nesse sentido, defende-se aqui abordar a violência sexual como uma questão de saúde pública, com foco na assistência à saúde da mulher que sofreu violência sexual. Essa assistência compreende o atendimento emergencial, integral e multidisciplinar após violência sexual, a realização de abortamento previsto em lei, nas situações de gravidez decorrente de estupro, além do seguimento assistencial na rede de saúde. Nesse contexto, este trabalho parte de um recorte da dissertação de mestrado intitulada “Assistência à saúde das mulheres que sofreram violência sexual: debates em um serviço de profilaxia e abortamento previsto em lei”, realizada em um serviço de referência em saúde da mulher, no estado do Pará, e tem como objetivo analisar a atenção à saúde das mulheres que sofreram violência sexual no estado do Pará. Essa pesquisa se deu por meio de uma cartografia feminista como pesquisa-intervenção, sendo realizadas oito Rodas de Conversa, de modo mensal, no período de outubro de 2018 a junho de 2019, com servidores/as, residentes, estagiários/as sobre o atendimento à mulher que sofreu violência sexual, em um hospital de referência em saúde da mulher na região, o único do estado que realiza o abortamento previsto em lei. Durante as Rodas de Conversa foram pontuadas questões sobre objeção de consciência, desafios éticos e jurídicos da atuação nesse serviço, a necessidade de capacitação e sensibilização da equipe, bem como a possibilidade de inserir como atribuição de cargo do/a ginecologista e obstetra a atuação no programa de abortamento previsto em lei. Os debates nas Rodas de Conversa também demonstraram problemas importantes no serviço, em especial no que se refere ao abortamento, mas também dificuldades com a rede de atenção à saúde da mulher em situação de violência doméstica e sexual, evidenciando um funcionamento que mais se aproxima de serviços pulverizados do que de fato rede de saúde. Nesse sentido, além de debater as problemáticas do serviço nas Rodas de Conversa se buscou construir ações a fim de enfrentar as dificuldades identificadas. Desta forma, considera-se a importância de pesquisas-intervenções no campo da saúde como estratégia de enfretamento e resistência, além do convite à defesa dos serviços de atendimento à mulher que sofre violência sexual, constantemente ameaçados no atual cenário político, em especial nos casos de abortamento previsto em lei. |
11839 | LAQUEADURA E VASECTOMIA COMO SURPORTE FAMILIAR E RESGATE DE AUTOESTIMA DA MULHER NO MUNICÍPIO DE TEFÉ/AM Marivone Nunes Barroso, Ana Karla dos Santos, Aurelia Aldeanes Lopes Tomasco, Daniela Cristina Silva, Fabiana Maria Ferreira, Maria Adriana Moreira LAQUEADURA E VASECTOMIA COMO SURPORTE FAMILIAR E RESGATE DE AUTOESTIMA DA MULHER NO MUNICÍPIO DE TEFÉ/AMAutores: Marivone Nunes Barroso, Ana Karla dos Santos, Aurelia Aldeanes Lopes Tomasco, Daniela Cristina Silva, Fabiana Maria Ferreira, Maria Adriana Moreira
Apresentação: O Hospital Regional de Tefé (AM) recebe em média 200 grávidas por mês, boa parte delas advindas da Zona Rural, com inúmeras dificuldades, e a mais gritante fica sendo a distância de locomoção e meios de transportes, sendo os rios, único meio de acesso existente,utilizados como estradas, além das condições financeiras exigidas para se manter uma canoa e um motor rubeta com combustível para esses fins, já que as únicas fontes de renda dessas famílias, muitas vezes são somente a ajuda da bolsa família e a agricultura familiar. Isso dificulta o acesso dessas mulheres e famílias aos métodos contraceptivos. Nesse entendimento insere-se o presente estudo. Objetivo: Refletir sobre a laqueadura e a vasectomia como suporte familiar e regaste de autoestima da mulher no município de Tefé (AM). Ao conhecer a realidade dessas mulheres e famílias através de uma viagem à maioria dessa comunidades via fluvial, a direção do Hospital e toda sua equipe técnica, pensou em mobilizar aos funcionários para identificar e procurar agilizar as laqueaduras pós parto, assim como se criar um cadastro dessas famílias que desejavam realizar tais procedimentos (laqueadura e vasectomia). Compreendemos que uma mulher que já pariu 5 crianças se sinta cansada, e ainda mais em se tratando da realidade vivida por elas, que apresentou esse desejo desde o terceiro filho e que por maior que fosse a vontade da equipe em ajuda-la, teria que aguardar pelo menos 40 dias para retornar a unidade para tal procedimento, gerado com isso um desespero e uma conflitiva nessa mulher, uma vez que ela iria deixar seus outros filhos com quem, se muitas das vezes essa família é constituída somente, pai mãe e filhos. O mais nos chamou a atenção foi algumas verbalizações das mulheres que chegavam para ganhar seus bebês, com um discurso desesperador: “por favor, me ajude a fazer a laqueadura, não aguento mais ter que está aqui todo ano só pra parir!”, um sentimento de impotência feminina, uma conflitiva de uma mãe/ mulher em ceder aos desejos do corpo e de um objeto de desejo de seu marido, sem saber o que fazer. A esperança dessa mulher seria ela fazer laqueadura, ou seu marido fazer vasectomia. Considerações finais: Ao nos depararmos com essas situações vivenciadas quase que diariamente em nossa maternidade, pensamos nesse projeto com objeto de resgate, proteção e apoio, com o objetivo maior que é sensibilizar uma equipe em aumentar a confiança dos profissionais do HRT e a credibilidade desta instituição para enfatizar que podemos ser mais humanos e sensíveis às situações adversas se todos colaborarem. |
11848 | CONSTRUÇÃO DE MATERIAL EDUCATIVO COM ABORDAGEM AO ACOLHIMENTO DE MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL Daniele Keuly Martins da Silva, Juliana Freitas Marques, Arisa Nara Saaldanha de Almeida, Dayane Peixoto Macedo, Leiliane Silva Alencar, Ana Ciléia Pinto Teixeira Henriques CONSTRUÇÃO DE MATERIAL EDUCATIVO COM ABORDAGEM AO ACOLHIMENTO DE MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUALAutores: Daniele Keuly Martins da Silva, Juliana Freitas Marques, Arisa Nara Saaldanha de Almeida, Dayane Peixoto Macedo, Leiliane Silva Alencar, Ana Ciléia Pinto Teixeira Henriques
Apresentação: A violência sexual é um problema atual de saúde pública, cada vez mais presente nas unidades de atenção primária de saúde. Deste modo, destaca-se a atenção primária em saúde (APS) como espaço de acolhimento quando se trata de ações referentes à violência contra a mulher. Objetivo: Objetiva-se construir uma cartilha educativa voltada para o atendimento do profissional de enfermagem na APS, às mulheres vítimas de violência sexual. Método: Trata-se de um estudo metodológico, por enfocar o desenvolvimento, avaliação e aperfeiçoamento de um instrumento ou com o intuito de implementar estratégias tecnológicas por meio do uso sistemático dos conhecimentos. Dessa forma, este foi desenvolvido em dois momentos: organização do conteúdo/levantamento bibliográfico e construção da cartilha propriamente dita. A cartilha foi construída abordando acolhimento, recursos básicos de atendimento, dados a serem coletados durante o acolhimento, anticoncepção de emergência, solicitação de exames, notificação de casos, fluxograma de atendimento integral à mulher, as redes intersetoriais de apoio. Resultado: A sessão acolhimento destaca pontos importantes como: ética, privacidade, confidencialidade e sigilo neste, apresenta técnicas que facilitarão a escuta e abordagem de forma que a vítima consiga relatar a situação. Na coleta de dados durante o acolhimento, são apresentados todos os dados a ser colhidos, orientações iniciais para as vítimas, solicitação de exames e notificação do caso, bem como encaminhamentos multidisciplinares para atendimento integral. Na sessão de anticoncepção de emergência está descrito o esquema terapêutico, indicando a posologia e os cuidados após a administração, ainda apresenta os exames essenciais a ser solicitados. O preenchimento da ficha de notificação de violências é uma sessão conseguinte e confere-a como essencial para análise epidemiológica, operacional e da violência sexual na construção do perfil do caso, esta foi criada por sua relevância e pela necessidade de orientar as mulheres em relação à diferença entre notificação e denúncia. Posteriormente, a cartilha apresenta um fluxograma de atendimento integral á mulher vítima de violência sexual sistematizado em uma sessão, neste o profissional encontrará o passo a passo de peregrinação da vítima dentro dos serviços necessários, a fim de subsidiar uma orientação correta e eficiente. Para o fluxograma foram destacados o atendimento após a violência, exames laboratoriais, notificação compulsória, orientações e encaminhamentos da denúncia policial, atendimento psicológico, consulta de retorno, possível diagnóstico de gravidez e IST/AIDS, tratamentos, interrupção ou não da gravidez, encaminhamento para pré-natal ou adoção e acompanhamentos. Ainda, são apresentadas as redes intersetoriais de apoio nas quais a vítima pode ser direcionada, telefones úteis, delegacias, núcleos de apoio, centros de referências. Considerações finais: Com a incidência de mulheres vítimas de violência sexual observou-se a necessidade dos profissionais de enfermagem tenham conhecimentos e habilidades para uma assistência humanizada, integral e resolutiva. Destaca-se, a necessidade de materiais educativos que favoreçam o desenvolvimento dessas habilidades pelo enfermeiro. Assim, a construção dessa tecnologia em forma de cartilha educativa, é de grande relevância, podendo ser utilizada pelos profissionais de saúde nos processos de assistência às mulheres que são vítimas de violência sexual, orientando, encaminhando e oferecendo um cuidado de forma integral. |
12067 | MULHERES DA NATUREZA: UM RELATO DE EXPERENCIA DE UMA OFICINA DE TROCA DE SABERES COM PARTEIRAS TRADICIONAIS NO MUNICÍPIO DE CARAUARI/AM Raquel Jarquín, Júlio Schweickardt, Marluce Mineiro Pereira MULHERES DA NATUREZA: UM RELATO DE EXPERENCIA DE UMA OFICINA DE TROCA DE SABERES COM PARTEIRAS TRADICIONAIS NO MUNICÍPIO DE CARAUARI/AMAutores: Raquel Jarquín, Júlio Schweickardt, Marluce Mineiro Pereira
Apresentação: Este trabalho tem por objetivo apresentar um relato de experiência da oficina de Troca de Saberes com Parteiras Tradicionais, realizada no município de Carauarí (AM). Esta oficina faz parte da proposta metodológica do projeto intitulado “Redes Vivas e Práticas Populares de Saúde: Conhecimento Tradicional das Parteiras e a Educação Permanente em Saúde para o fortalecimento da Rede de Atenção à Saúde da Mulher no Estado do Amazonas”, financiado pelo Ministério da Saúde, e executado pelo Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia – LAHPSA//FIOCRUZ Amazônia, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas – SUSAM. O desenvolvimento da Oficina de Troca de Saberes surgiu a partir de um convite da Associação de Mulheres Agroextrativistas do Médio Juruá (ASMAMJ) em Carauari, após a participação da equipe executora do projeto acima citado, em outra atividade denominada “Oficina de Plantas Medicinais”, onde percebeu-se a necessidade de realizar a oficina de Troca de Saberes, direcionada às mulheres que fazem parto nas comunidades, como forma de se trabalhar o reconhecimento próprio destas mulheres como parteiras tradicionais. Desenvolvimento: No período de 01 a 04 de janeiro de 2020, foi realizada a Oficina de Troca de Saberes em uma escola da comunidade de Pupuaí. Participaram da oficina 17 mulheres, dentre elas 9 parteiras, vindas de algumas comunidades adjacentes, 2 enfermeiras do município, uma profissional da Secretaria Municipal de Saúde de Carauarí (SEMSA) e 6 mulheres da ASMAMJ. A oficina foi iniciada com uma atividade lúdica de apresentação e posteriormente foram apresentados três vídeos: 1- Vídeo sobre técnicas utilizadas durante o parto; 2- a utilização de plantas medicinais, antes, durante e após o parto e 3- o reconhecimento político, social e financeiro. Nesta oficina as participantes começaram a apresentar as necessidades que elas enfrentam dentro de suas comunidades, como a a falta de reconhecimento por parte do município o que implica no auto reconhecimento delas como parteiras. Resultado: A oficina estimulou estas mulheres a demonstraram o conhecimento empírico que possuem sobre o parto domiciliar, assim como algumas habilidades e estratégias aprendidas por seus ancestrais. Sentiram-se estimuladas para falar sobre o manejo com plantas medicinais, e sobre algumas receitas que podem ser utilizadas para a saúde da mulher e do recém nascido. Despertou ainda, nestas o desejo de serem protagonistas no processo de reconhecimento sobre a prática do partejar. Considerações finais: Observou-se que ainda existe um grande caminho a ser percorrido quando se trata do reconhecimento destas mulheres como parteiras tradicionais, começando por elas mesmas. |
12203 | DIÁLOGOS TRANSDISCIPLINARES A FIM DE REPENSAR PRATICAS ALIMENTARES QUE DETERMINAM O CONTEXTO NUTRICIONAL DE MULHERES COM FIBROMIALGIA. Jéssica Sant'Anna Domingos, Ana Carolina Bittencourt Paiva, Caroline Alves Araújo, Maria Lúcia Alves Cavaliere, Lina Márcia Migués Berardinelli, Luciane Pires da Costa DIÁLOGOS TRANSDISCIPLINARES A FIM DE REPENSAR PRATICAS ALIMENTARES QUE DETERMINAM O CONTEXTO NUTRICIONAL DE MULHERES COM FIBROMIALGIA.Autores: Jéssica Sant'Anna Domingos, Ana Carolina Bittencourt Paiva, Caroline Alves Araújo, Maria Lúcia Alves Cavaliere, Lina Márcia Migués Berardinelli, Luciane Pires da Costa
Apresentação: Fibromialgia (FM) é uma síndrome de dor crônica caracterizada por dor generalizada, dor à palpação da musculatura, além de outros sintomas associados, como a fadiga, rigidez matinal, sono não reparador e sintomas cognitivos. A prevalência da síndrome de fibromialgia foi estimada em 2% da população brasileira e existem possíveis mecanismos pelos quais fibromialgia e obesidade se inter-relacionam. Pacientes com fibromialgia apresentam sobrepeso ou obesidade na maior parte dos estudos e esses podem piorar o quadro clínico doloroso. Objetivo: Promover a conscientização alimentar de pessoas com fibromialgia através de oficinas que estabeleçam diálogos transdisciplinares com a finalidade de repensar praticas alimentares que determinam o contexto nutricional. Método: A proposta foi suscitada a partir das curiosidades a respeito de alimentação e nutrição, foi aberto espaço à expressividade das voluntárias com fibromialgia e equipe, composta por profissionais e estudantes de educação física, psicologia, enfermagem e nutrição. Inicialmente como disparadores temáticos foram realizados as oficinas “O que você comeu ontem?” e “Comida da alma”, onde estabelecemos o ato de comer e sua relação com autorrespeito, à percepção do que come e a conexão do comer com nossos corpos, compromisso com a vida e estado emocional. No segundo encontro iniciamos ao “Mapa falado”, momento em que através da fala suas histórias fossem contadas, conflitos ressignificados, realizaram 06 oficinas: “Árvore dos Alimentos”, “Caminho dos Alimentos”, “Processamento Dos Alimentos E Guia Alimentar”, “Rótulos E Marketing De Alimentos”, “Mitos E Verdades”, “Curiosidades Do Mapa Falado”, e uma conversa informativa sobre o “Nutrição, Alimentação e Fibromialgia”. A sequência das oficinas dialógicas buscou fazer pensar sobre os alimentos, de onde eles veem, como a industrialização está interferindo na nossa saúde e a importância do planejamento alimentar diário par a nossa saúde. Após as oficinas, deu-se sob a forma de manual, a devolutiva aos participantes, realizamos novamente a pergunta “O que você comeu ontem?” as descrições alimentares foram utilizadas em um grande debate de forma comparativa ao primeiro momento, demonstrando a conscientização e o amadurecimento quanto ao ato de se alimentar, além disso o manual conferia informações à respeito dos alimentos implicados no bom e mau prognóstico da fibromialgia, segundo a literatura atual, e uma grande confraternização foi realizada entre voluntários e equipe para que tivéssemos o concurso que em alusão aos televisivos chamamos de “máster chef”, no qual cada participante deveria trazer uma preparação de lanche, uma receita adaptada em ingredientes e modo de preparo para que se torna-se mais saudável. Considerações finais: Podemos perceber que as voluntarias, estabeleceram uma nova relação com o ato de comer e de preparar os alimentos adquirindo maior preocupação com seu dia alimentar, modo de preparo e tipos de alimentos, ou seja, conscientização e empoderamento determinante para a obtenção de uma vida alimentar saudável. Estas mudanças atreladas ao trabalho de prática de exercício físico diário e acompanhamento psicológico, contribuem sobremaneira para o reencontro dessas mulheres com seus corpos, melhora da autoestima e consequentemente redução de peso. |
12243 | SAÚDE MENTAL DA MULHER E A ATENÇÃO BÁSICA: HISTÓRIAS DE VIDA FRENTE À MEDICALIZAÇÃO PSICOTRÓPICA E PATOLOGIZAÇÃO DA VIDA Gabriel Pinheiro Elias, Camila Siguinolfi, Jackeline Lourenço Aristides SAÚDE MENTAL DA MULHER E A ATENÇÃO BÁSICA: HISTÓRIAS DE VIDA FRENTE À MEDICALIZAÇÃO PSICOTRÓPICA E PATOLOGIZAÇÃO DA VIDAAutores: Gabriel Pinheiro Elias, Camila Siguinolfi, Jackeline Lourenço Aristides
Apresentação: O crescimento de pessoas em sofrimento decorrente de situações de saúde mental e seus impactos socioeconômicos têm crescido vertiginosamente, com perspectivas de que transtornos como depressão/ansiedade serão as doenças mais incapacitantes no cenário mundial. Mulheres aparecem mais propensas tanto ao diagnóstico como no uso de psicotrópicos de forma indiscriminada como única oferta de cuidado em saúde mental. Essas problemáticas levantam algumas questões sobre desigualdades de gênero serem tratadas exclusivamente pelo uso de Psicotrópicos. Cabe à Atenção Básica (AB) reverter esse cuidado fragmentado e medicamentoso ao integral, humanizado e ampliado que vá de encontro às raízes sociais desses determinantes em saúde. O objetivo desse trabalho é relatar a experiência enquanto psicólogo residente em Saúde da Família acerca da temática da medicalização e patologização referente à vida da mulher na AB. Desenvolvimento: Entende-se como fundamental conhecer as mulheres acompanhadas pelo serviço que fazem renovação de receitas de psicotrópicos e o que nos dizem acerca de suas vidas e do cuidado a ser construído frente a esses sofrimentos. Trata-se de duas equipes de Saúde da Família com uma equipe de residência multiprofissional pela qual se dá minha inserção ao serviço num município do norte do Paraná, cuja população adstrita é de cerca de 16000 pessoas. Cabe aos residentes atuar nesse território e com essas equipes tanto enquanto assistência especializada, ações de promoção e prevenção em saúde e de educação permanente/continuada quanto como pesquisadores. Resultado: As usuárias são majoritariamente mulheres, sejam pra quaisquer ofertas de cuidado, como consultas médicas, atendimentos em enfermagem, dentre as outras especialidades. Referências para psicólogo: 83% são de mulheres, com descrições como ansiedade, depressão e angústia. O que seria tudo isso? Jornadas duplas entre trabalho e maternidade – ausência literal e metafórica do companheiro, cuidadoras e mantenedoras dos familiares, violências nas mais variadas facetas, julgamentos – religiosos ou não – sobre um padrão de feminino no qual não se pode existir senão para a maternidade ou cuidados à família, desemprego e uma família para sustentar – dentre inúmeros e singulares outros, descritos enquanto sintomas/patologias. São transtornos ou questões de desigualdade de gênero? A maior parte tem uma receita de Benzodiazepínicos e/ou Antidepressivos – existem as fichas de renovação de psicotrópicos. São 333 fichas – delas, 222 são mulheres. Nasce, então, a proposta de um Trabalho de Conclusão de Residência cujo objetivo é identificar quantas dessas mulheres estão restritas à renovação de receitas de psicotrópicos e trazer suas histórias de vida: “Saúde Mental da Mulher e a Atenção Básica: Histórias de Vida frente à Medicalização Psicotrópica e Patologização da Vida”, submetido à Plataforma Brasil em dezembro/2019 para avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa. Considerações finais: Entender o que as mulheres têm a dizer sobre os psicotrópicos e que sentido a eles e suas condições atribuem é relevante para romper com os cerceamentos da vida e manutenção de desigualdades e violências contra a mulher. A integração Ensino-Pesquisa é um potente recurso por possibilitar a problematização de relações de cuidado estabelecidas e resgatar o que essas usuárias em suas histórias nos têm a ensinar nesse processo. |
9725 | AVALIAÇÃO DO DIA D NA CAMPANHA DO OUTUBRO ROSA E SEU IMPACTO NA COLETA DO PREVENTIVO NO PÚBLICO-ALVO DO PROGRAMA MÉDICO DE FAMILIA DO TEIXEIRA DE FREITAS Tatiana Fukui Silveira AVALIAÇÃO DO DIA D NA CAMPANHA DO OUTUBRO ROSA E SEU IMPACTO NA COLETA DO PREVENTIVO NO PÚBLICO-ALVO DO PROGRAMA MÉDICO DE FAMILIA DO TEIXEIRA DE FREITASAutores: Tatiana Fukui Silveira
Apresentação: O programa médico de família de Niterói realiza no mês de outubro como em todo território brasileiro a campanha do outubro rosa como estratégia de captação de mulheres entre 25 a 64 anos de idade para a coleta de preventivo como forma de incentivo a prevenção do câncer de colo uterino, bem como exame físico e solicitação da mamografia a partir de 50 anos como orienta o ministério da saúde. Na promoção da saúde da mulher na regional norte 1 (PMF Teixeira de Freitas) entendemos que o fortalecimento de instrumentos (ficha de gerência da saúde da mulher) torna-se um importante orientador epidemiológico desta população adscrita. Tendo considerado um dia da campanha para avaliação como supervisão médica no trabalho executado pela equipe multiprofissional das atividades propostas (educação permanente e assistência ao usuário). Entendendo que a campanha já apresenta uma regularidade da ação desde 2002 para o câncer de mama e desde 2011 para o câncer de colo uterino. Houve frequência pelo serviço de 34 mulheres do território, no chamado dia D da campanha do outubro rosa. Observou-se que a maior incidência na frequência de comparecimento na unidade se deu a mulheres acima de 40 anos. Podemos entender então o impacto da publicidade sobre a população pois o mote da campanha se dá com maior ênfase sobre o câncer de mama e pouco sobre o do câncer de colo uterino. Fica como consideração importante que haja capacitação das equipes no entendimento de sua importância na educação permanente do usuário, na utilização de elementos como a ficha de gerência da mulher entendendo que à completitude dos dados são importantes pois são elementos nutridores dos fluxogramas geradores de estratégias de trabalho de prevenção nesse público-alvo e talvez seja uma forma de implementarmos melhoria na coleta do preventivo já que se percebe um baixo índice de cobertura, entendendo as diversas dificuldades encontradas(mitos sobre o exame, violência do território, horário de funcionamento da unidade e outros ) mas talvez a observância destas fichas possam ser instrumentos para organização da equipe para vigilância, conscientização da importância do exame e captação deste grupo populacional no território e o oferecimento de dias alternativos para que se possa oportunizar a captação. |
9913 | UTILIZAÇÃO DE ATIVIDADE INTEGRATIVA NUM GRUPO DE GESTANTES NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE NITERÓI (PMF JONATHAS BOTELHO) Tatiana Fukui Silveira UTILIZAÇÃO DE ATIVIDADE INTEGRATIVA NUM GRUPO DE GESTANTES NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE NITERÓI (PMF JONATHAS BOTELHO)Autores: Tatiana Fukui Silveira
Apresentação: As práticas integrativas e complementares trouxeram as unidades básicas de saúde a necessidade da população de uma nova cultura de saúde que questiona-se o modelo tradicional de ofertar o cuidado com outros saberes e práticas. Pensando em ofertar o cuidado ao grupo de gestante (média 10 gestantes ) através da humanização da relação binômio gestante-feto e considerando a capacidade de modificar o olhar da mesma para a relação de afeto familiar, utilizamos a prática de relaxamento e reconhecimento corporal através da música (flauta ) com indução através do comando do profissional para o entendimento da respiração, introjeção do pensamento para movimentos de calma e relaxamento, e percepção do seu concepto. Esta prática foi organizada pela necessidade da equipe de tentar minimizar os impactos percebidos de pelo índice aumentado de depressão no território e não se excluindo as gestantes, por motivos vários: escalada crescente da violência, falta de lazer, empobrecimento da comunidade e sentimento de pouca perspectiva para o futuro. Entender que o auto- cuidado, a consciência de pertencimento e o desejo de conhecimento são diretrizes fundamentais para o estado de bem estar. Portanto utilizando –se de tecnologia leve pela equipe fez com que tanto as gestantes como os profissionais conseguissem agregar valores mais humanizados na relação de bem estar. A busca de atividades outras, que não as tradicionais como oferta do cuidado abrem a discussão de uma necessidade de práticas agregadoras na melhora da saúde da população que não só o modelo médico hegemônico e portanto cabe pensar sempre em práticas humanizadoras da saúde como preceito que rege o SUS. |