458: Métodos e Técnicas do Cuidado em Saúde | |
Debatedor: Eluana Borges Leitão deFigueiredo | |
Data: 28/10/2020 Local: Sala 14 - Rodas de Conversa Horário: 16:00 - 18:00 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
8491 | AÇÕES EDUCATIVAS COMO ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO E DE MAMA EM PROFISSIONAIS DE UM HOSPITAL ESTADUAL DO PARÁ Letícia Corrêa dos Santos Costa, Ingrid Bentes Lima AÇÕES EDUCATIVAS COMO ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO E DE MAMA EM PROFISSIONAIS DE UM HOSPITAL ESTADUAL DO PARÁAutores: Letícia Corrêa dos Santos Costa, Ingrid Bentes Lima
Apresentação: O câncer do colo do útero está associado ao Papiloma Vírus Humano (HPV), especialmente aos subtipos oncogênicos 16 e 18. A fim de identificar lesões sugestivas de câncer, a estratégia preconizada pela OMS é o exame Papanicolau, que deve ser oferecido a mulher de 25 a 64 anos, que já tiveram relação sexual, em uma periodicidade trienal. Já o câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres, o exame preconizado é a mamografia, ofertada para mulheres entre 50 a 69 anos, a cada dois anos, para detecção precoce também é recomendado às mulheres o conhecimento do seu corpo, realizando o autoexame das mamas. Assim, as mulheres preconizadas para realização dos exames devem ser alertadas, portanto é necessário sensibilizar os profissionais da saúde com o intuito de promover o autocuidado. O objetivo desse estudo é relatar a experiência de acadêmicas em uma ação educativa sobre o câncer do colo do útero e mama com profissionais da saúde. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência. A atividade ocorreu em um hospital estadual, referência em cardiologia do Pará, formulada por integrantes da Liga Interdisciplinar de Saúde da Mulher e da Criança (LISMUC), com 25 profissionais distribuídos em três alas do hospital (UTI Pediátrica, Ambulatório e Centro Obstétrico). Utilizou-se como ferramenta pedagógica a dinâmica “quem está do meu lado”, com a reflexão de notar os que estão ao nosso redor, alertando sobre os exames de prevenção, a necessidade de ter um estilo de vida saudável etc. Por fim, foi dado orientações sobre a periodicidade de realização do exame Papanicolau, a faixa etária da vacina contra o HPV, autoexame das mamas e medidas gerais de prevenção do câncer, como alimentação saudável, atividade física e evitar o estresse. Resultado: Apesar da intensa rotina hospitalar, a atividade foi bem aceita pelos profissionais. No decorrer da dinâmica e fala sobre o tema abordado, foi observado que a maioria das mulheres, desconhecia a prática do autoexame de mama e não realizava na periodicidade correta o exame Papanicolau, no qual reconheceram a importância de ambas práticas preventivas, mas alegaram que devido a rotina de trabalho e a falta tempo, não fazem como deveriam. Além disso, a importância da vacinação contra o HPV e a idade do público alvo, foi enfatizada tanto na fala desenvolvida na atividade quanto na dos profissionais participantes. No final, foi notável a descontração dos profissionais, o estímulo do trabalho coletivo e do autocuidado, além do fortalecimento da promoção e prevenção à saúde quanto ao câncer de mama e do colo uterino. Considerações finais: Evidenciou-se a contribuição de ações educativas voltadas aos profissionais da saúde, pois estes geralmente possuem uma rotina de trabalho intensa. Desse modo, um momento lúdico educativo, se mostra importante para a melhoria da assistência, do trabalho em equipe e também para o estímulo do autocuidado por esses profissionais, fortificando o processo de promoção, prevenção e redução de agravos à saúde, não só direcionado para aquele que é cuidado, mas também para aquele responsável por cuidar. |
8502 | PROGRAMA DE DESOSPITALIZAÇÃO DO HOSPITAL FEDERAL DE BONSUCESSO Luciano Teixeira Rocha, Barbara Mesquita Bueno, Dielle Abrantes dos Santos, Mirian Grayce Motta Guimarães, Maria da Gloria Lopes dos Santos, Flávia Ferreira dos Santos, Cláudio José de Mello Paulista PROGRAMA DE DESOSPITALIZAÇÃO DO HOSPITAL FEDERAL DE BONSUCESSOAutores: Luciano Teixeira Rocha, Barbara Mesquita Bueno, Dielle Abrantes dos Santos, Mirian Grayce Motta Guimarães, Maria da Gloria Lopes dos Santos, Flávia Ferreira dos Santos, Cláudio José de Mello Paulista
Apresentação: Com o avanço das Ciências da Saúde e da qualidade de vida estamos vivendo por muito mais tempo. Entretanto, estamos sendo mais acometidos por doenças crônicas e incuráveis o que nos obriga e a todo o Sistema de Saúde a nos reinventar - o domicílio se tornando um novo locus terapêutico e a família um importante agente da produção do cuidado. A Equipe de Apoio à Desospitalização e Educação em Saúde (EADES) do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) em atendimento a essas novas demandas e amparada principalmente pela Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) desenvolveu o Programa de Desospitalização que é executado no HFB desde 2014 e que até hoje já atendeu mais de doze mil pacientes, além dos seus familiares e cuidadore9a)s. Desenvolvimento: O Programa de Desospitalização do HFB é composto por três grandes Macro Processos que são interdependentes e complementares. Cada Macro Processo segue uma das três diretrizes orientadoras que segundo a PNHOSP são necessárias para a garantia de uma Alta Hospitalar Responsável. O primeiro Macro Processo tem o objetivo de “capturar” as famílias do(a)s pacientes internado(a)s para que junto com elas possam ser organizados os processos de cuidado intra e extra-hospitalares desde o período de internação até após a saída do hospital. O segundo Macro Processo tem o objetivo de “costurar” as redes de atenção à saúde alternativas ao HFB, sendo elas as “Redes Primárias de Atenção” (domiciliar, familiar e vicinal), as “Redes Secundárias de Atenção” (Setor Saúde) e as “Redes Terciárias de Atenção” (outros setores da sociedade). O terceiro Macro Processo tem o objetivo de “transmitir” conhecimentos relacionados aos direitos à saúde, aos sistemas de saúde e às práticas de saúde a todos os atores envolvidos nos cuidados do(a)s paciente(a)s incluído(a)s no Programa de Desospitalização do HFB. Resultado: Nesses cinco anos de existência o Programa de Desospitalização atendeu cerca de doze mil pacientes e também seus familiares e cuidadore(a)s. Muito(a)s dele(a)s foram incluído(a)s no Sistema Único de Saúde e com isso passaram a ter direito ao acesso universal, à integralidade da assistência e a um cuidado com mais qualidade e segurança que vem a ser desenvolvido pelos seus familiares dentro do conforto dos seus lares. Houve também uma importante redução de reinternações desnecessárias na emergência do HFB, fato que podemos inferir ser resultante da construção das redes de atenção à saúde alternativas ao HFB como também do aumento do conhecimento sobre saúde compartilhado pela EADES. O sucesso do Programa de Desospitalização do HFB inspirou outras equipes da Rede de Hospitais e Institutos Federais do Rio de Janeiro a desenvolverem os seus próprios programas como também trouxe pesquisadores de instituições de ensino superior curiosos em saber sobre essa inovação em saúde. Considerações finais: Ainda há muito que se desenvolver quando o assunto é Desospitalização. Principalmente se levarmos em conta que essa é uma palavra inexistente no dicionário brasileiro e que tampouco pertence nos escopos curriculares de quaisquer programas de graduação em saúde atualmente vigentes no Brasil. Felizmente o Programa de Desospitalização do HFB é uma dentre as milhares de experiências que vêm sendo desenvolvidas no SUS tanto pelas instuições públicas e quanto pelas privadas. Decerto, ainda cabem inúmeros esforços interdisciplinares e intersetoriais que sejam capazes de voltar os olhos da sociedade como um todo e da acadêmica em particular para esse novo modos operandis da produção de cuidado em saúde. |
8550 | A ELETROCONVULSOTERAPIA (ELETROCHOQUE) COMO TÉCNICA ATUALIZADA E HUMANIZADA NA SAÚDE MENTAL EM PACIENTES DO SUS – DESAFIOS DA LUTA CONTRA PRECONCEITOS MARCOS VIEIRA FERREIRA, ANTÔNIO LEANDRO NASCIMENTO A ELETROCONVULSOTERAPIA (ELETROCHOQUE) COMO TÉCNICA ATUALIZADA E HUMANIZADA NA SAÚDE MENTAL EM PACIENTES DO SUS – DESAFIOS DA LUTA CONTRA PRECONCEITOSAutores: MARCOS VIEIRA FERREIRA, ANTÔNIO LEANDRO NASCIMENTO
Apresentação: A eletroconvulsoterapia (ECT) esteve marcadamente presente na história da psiquiatria até pouco mais da segunda metade do século passado quando o avanço do conhecimento farmacológico das décadas de 1950 e 1960 desestimularam suas indicações clínicas frente a esperança dos resultados promissores da farmacologia. Além disso, registros do uso inadequado da técnica de ECT associados à falta de recursos para uma atuação mais humanizada, produziram frente a comunidade médica e a sociedade em geral uma aversão à técnica. No entanto, a evolução farmacológica não ocorreu dentro do esperado, e assim os benefícios que antes eram rapidamente obtidos pela ECT precisavam ser alcançados (até mesmo nos dias de hoje, em algumas indicações clínicas, a eletroconvulsoterapia consegue resultados médicos mais precocemente que a terapia medicamentosa tornando-se melhor indicação quando há risco de morte). A associação do ECT à anestesiologia (reconhecida no Brasil como especialidade médica somente em 1975) trouxe novo vigor à técnica, a qual precisou de muito argumento para voltar à tona e se tornar presente em uns poucos e raros serviços médicos no Brasil. Em meio as dificuldades econômicas crônicas da UFRJ, em 03 de novembro de 2008, um acordo verbal entre direção e profissionais de unidades hospitalares da Universidade, o corpo de anestesiologistas do Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC/UFRJ) iniciou atividades no Instituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil (IPUB/UFRJ) produzindo um novo fôlego a um serviço totalmente público de ECT. A imediata percepção do preconceito motivou a busca rápida de resultados que justificassem a nossa existência. O convite à diversos profissionais da área para conhecer e reconhecer resultado ainda encontram obstáculos 11 anos depois de mais de 12 mil procedimentos com resultados que passam, não só pela boa aplicação da humanização da técnica, como também pela rápida socialização de pacientes. Desenvolvimento das atividades: Todo paciente indicado para o ECT é avaliado pelo psiquiatra e anestesiologista do serviço. Dentro do possível, dúvidas são sanadas para pacientes e/ou familiares assim como também para profissionais que os acompanham. O paciente sempre é sedado para a realização do procedimento e sempre recebe drogas curarizantes (imobilizadores musculares) que impedem a ocorrência de abalos musculares (a atividade convulsiva ocorre somente a nível cerebral). Tecnologia moderna também permitiu desenvolvimento de novas aparelhagens que produzem estímulos adequados à eletroconvulsoterapia. Com instrumental moderno, o estímulo elétrico minimamente necessário para realização do ECT é previamente titulado. Este estímulo minimamente necessário apresenta relação direta com a atividade do anestesiologista e, ao longo do tratamento, este estímulo necessário fisiologicamente se altera precisando a acomodação harmônica do anestesiologista e psiquiatra. Esta íntima interação entre profissionais anestesiologistas e psiquiatras tornou-se obrigatória, pois dependendo do paciente e sua clínica, a atuação independente de um profissional atrapalha a obtenção de resultados do outro. Esta interdisciplinaridade demonstrou ser de extrema importância, pois a obtenção de bons resultados clínicos advém deste contínuo diálogo entre profissionais, além da clássica interação com família e demais profissionais de saúde do entorno do paciente. Esta interatividade profissional, onde há o mesmo entendimento e a mesma abordagem de qualquer profissional, foi uma das melhores e mais profícua arma contra o preconceito em meio a pacientes e familiares. Importante citar que a idade formação dos profissionais médicos é fator a se destacar como desafios da Interdisciplinaridade no cotidiano do trabalho. Normalmente anestesiologistas nunca encontram o psiquiatra (e vice-versa) e principalmente os profissionais mais antigos onde a formação médica foi montada de modo compartimentado. Foi e é imperativo e decisivo aos resultados, em um meio de grande revezamento de aprendizes (graduandos e pós-graduandos) de um hospital universitário, a contínua reinteração de conhecer os limites e necessidades dos demais profissionais. Justamente este grande número de aprendizes, ao longo de quase 12 anos de atividades, se apresentou como principal propaganda contra o preconceito no meio médico e demais profissionais de saúde. Com portas sempre abertas e com rotinas para preservação da privacidade dos pacientes, todos os profissionais que passam pelo serviço de ECT do IPUB/UFRJ podem convidar demais profissionais da saúde (e convidam) a conhecer nossas atividades e principalmente participar de uma atividade humanizada com resultados clínicos gratificantes. Resultado: Os resultados obtidos até o momento envolve uma ampla experiência dos profissionais lotados no serviço. A prova do reconhecimento desta experiência está justamente nos números alcançados de pacientes encaminhados ao serviço com uma média anual de 900 procedimentos. Além disso, os resultados e números do serviço de ECT do IPUB produziram ecos que suscitaram convite à nossa equipe para montar novo serviço de eletroconvulsoterapia no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ), nos mesmos moldes do atuante no IPUB, que hoje funciona de modo independente e com capacidade de compartilhamento de experiência clínica com nosso serviço. Em termos de território de atuação, o serviço de ECT recebe pacientes, em sua maioria, do próprio IPUB, mas por ser um serviço de referência, recebemos pacientes originados de todo o país e sempre que for de interesse universitário. Considerações finais: O serviço de eletroconvulsoterapia do IPUB/UFRJ se consolidou como importante e fundamental serviço de atuação em saúde mental em paciente do Serviço Único de Saúde (SUS) no Estado do Rio de Janeiro. A eletroconvulsoterapia permite um menor custo hospitalar pois viabiliza diminuição do tempo de internação. Isto significa um rápido retorno as atividades familiares, sociais e laboras. Ao longo do tempo, observamos pacientes que se beneficiaram da utilização regular da técnica em um regime ambulatorial por longos períodos caracterizando uma conquista de credibilidade da ECT entre pacientes, familiares e profissionais da área de saúde mental. Em relação ao preconceito, observamos progressiva melhora da aceitação desta proposta terapêutica por pacientes, familiares e profissionais de saúde mas ainda há o que melhorar. A busca de opções para divulgar a técnica de modo sério e com caráter científico é ponto de partida para a desmistificação do processo em nossa sociedade onde o desconhecimento atrela a eletroconvulsoterapia à práticas como castigo, torturas e ou condutas que produzem farta atenção midiática para temas ficcionais desvinculadas a nossa realidade atual. |
8571 | A POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO E SUA INTEGRAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDE Nadyne Martins Silva, Luana Vilela Matos, Beatriz Izaura Pires, Eduardo Ribeiro Sene A POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO E SUA INTEGRAÇÃO NOS SERVIÇOS DE SAÚDEAutores: Nadyne Martins Silva, Luana Vilela Matos, Beatriz Izaura Pires, Eduardo Ribeiro Sene
Apresentação: A humanização é definida como a valorização dos usuários, trabalhadores e gestores no processo de produção da saúde. Humaniza-se ao criar mudanças coletivas na forma de cuidar e nos modos de organizar o trabalho. Assim, foi lançada a Política Nacional de Humanização (PNH), em 2003, buscando produzir mudanças nos modos de gerir e cuidar, ao pôr em prática os princípios do sistema único de saúde (SUS) no cotidiano. Diante disso, essa revisão fomentou a discussão sobre a relação saúde e trabalho e os impactos causados sobre os profissionais de saúde e os pacientes, dentro disso, reconhecer os conceitos de humanização, analisar as barreiras existentes no ambiente de trabalho e conhecer sobre a política nacional de humanização. Foi feita uma revisão bibliográfica de natureza quantitativa, realizada por meio de uma revisão de literatura integrativa na qual foram consultadas as bases de dados: lilacs, PubMed, SciELO e medline, além do site do ministério da saúde. Mudar uma cultura é algo muito complexo, entretanto, mesmo com as más qualidades de trabalho e a formação universitária pouco valoriza no quesito humanização, é imprescindível que os profissionais de saúde tenham sempre como base os princípios de valorização propostos pelo SUS e pela PNH, mantendo sempre uma boa relação entre profissional de saúde e paciente e entre a equipe multiprofissional. Assim, o conceito humanização estará cada vez mais presente no ambiente de trabalho trazendo consigo cada vez mais a valorização da ética humanitária. Objetivo: Fomentar a discussão sobre a relação saúde e trabalho e os impactos causados sobre os profissionais de saúde e os pacientes, dentro disso, reconhecer os conceitos de humanização, analisar as barreiras existentes no ambiente de trabalho e conhecer sobre a política nacional de humanização. Desenvolvimento: Apresentação: A rápida transformação da sociedade, traz consigo tempos de frouxidão ética e o abandono de laços humanos. Além disso, a modernização dos sistemas de saúde, as rápidas descobertas da medicina e o advento da tecnologia trouxeram consigo um distanciamento entre médico e paciente, dessa forma gerando uma relação com um quadro de mecanicismo no ambiente de trabalho. E o aprimoramento das redes solidárias e cooperativas, o fortalecimento social e a valorização dos profissionais de saúde que se envolvem com o meio de saúde dos indivíduos elevam os princípios que são a base para o sistema único de saúde. Assim, obteve-se a implementação da Política Nacional de Humanização (PNH) em 2003, que leva em consideração a relevância da inserção de aspectos humanos nas relações de trabalhos. A PNH ainda garante uma maior autonomia e protagonismo quanto aos profissionais do campo de saúde, tendo o intuito de elevar os vínculos dos mesmos com os pacientes e acompanhantes. Oferecendo direito a todos e participação pública no processo de direção. Consiste ainda de uma ferramenta empregada para desenvolver mudanças nos serviços de saúde para que sejam mais resolutivos, elevando a qualidade do trabalho e transformando as atividades mais humanizadoras. Sensibilizando a todos os indivíduos envolvidos no processo de gerar saúde e estabelecendo melhores relações uns com os outros. É fundamental a conciliação entre saúde e trabalho da melhor forma para que não traga consequências rigorosas psíquicas e adoecimento ao indivíduo. Bons valores humanos são imprescindíveis para melhor ambiência e convivência em seu trabalho e para que aprimore a qualidade na atenção e que melhore o modo de produção de saúde. Dentro dessa política ganha destaque o termo humanizar que se refere ao resgate de valores aos trabalhadores, como o respeito, a empatia e a dignidade que traz a melhora da qualidade na atenção à saúde e das condições de serviços. Método: O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica de natureza quantitativa, realizada por meio de uma revisão de literatura integrativa na qual foram consultadas as bases de dados revistas médicas, revisões bibliográficas e pelo ministério da saúde. Através de uma análise minuciosa e objetiva de acordo com o tema proposto, foram escolhidos 10 artigos que atenderam aos critérios de seleção. Os critérios de inclusão foram artigos publicados após o ano de inserção da Política Nacional de Humanização, originais em português. Resultado: Articulando saúde e trabalho é um misto de saberes como adaptar-se em ambientes insalubres e aos baixos salários e até mesmo a plantões e regimes de turnos excessivos que ocasionam menor contato com os colegas de trabalho e com os pacientes, além de causar danos na saúde física e mental dos profissionais. Assim, o estresse no ambiente de trabalho gera barreiras no âmbito profissional, mudando o comportamento dos funcionários de saúde como a falta de união nas equipes de saúde, ausência de valores e de laços humanos. Dessa forma, ocasionando falha nos atendimentos e causando deficiências dentre os princípios da Política Nacional de Humanização (PNH). Além disso, a formação acadêmica atual no Brasil tem focado mais no termo humanização, porém, trabalhadores mais antigos não tiveram uma formação tão humanitária, visto que muitas faculdades são apenas conteudistas e não tão moralistas, portanto, faz-se necessário a mudança de uma cultura de valorização apenas da doença e do tratamento e não do paciente como um todo. Ademais mudança de hábitos também se fazem necessárias, não tratando pacientes com expressões desumanizadoras como por procedimentos, números ou doenças ao invés de serem tratados pelos seus respectivos nomes. Assim, desrespeitando-os e não dando a devida relação profissional da saúde-paciente humanizada. Logo, o termo humanização evoca maneiras de restauração da valorização da pessoa humana obtendo compromissos éticos e morais diante do modo de gerar a saúde, na melhoria da qualidade da atenção e das condições de trabalho. A inserção de aspectos que resgatem a dignidade humana, como o respeito, a solidariedade e a empatia geram uma melhor relação entre o doente e o profissional da área da saúde e oferecem ao paciente um bom atendimento colocando em prática os princípios do sistema único de saúde (SUS) – universalidade, integralidade e equidade. Ademais, esses valores estão relacionados ao Humaniza SUS, que se refere a articulação da autonomia e o protagonismo entre as pessoas e a importância dos indivíduos envolvidos na maneira de gerar saúde. Desse modo, a PNH traz consigo ações e princípios humanizadores abrangendo hospitais e toda a rede do SUS, integrando o trabalho e as técnicas de gestão. Contribuindo assim, para a valorização social, fortalecendo os direitos dos cidadãos e prevalecendo o respeito com a população, reforçando a união das equipes multiprofissionais de saúde, apoiando redes solidárias para gerar saúde, aumentando a responsabilidade quanto à gestão e atenção a saúde, mantendo boas relações de trabalho e valorizando os profissionais de saúde. Considerações finais: Mudar uma cultura é algo muito complexo, entretanto, mesmo com as más qualidades de trabalho e a formação universitária pouco valoriza no quesito humanização, é imprescindível que os profissionais de saúde tenham sempre como base os princípios de valorização propostos pelo SUS e pela PNH, mantendo sempre uma boa relação entre profissional de saúde e paciente e entre a equipe multiprofissional, dessa forma, o conceito humanização estará cada vez mais presente no ambiente de trabalho trazendo consigo cada vez mais a valorização da ética humanitária. |
8629 | A HUMANIZAÇÃO VISTA A PARTIR DO ATENDIMENTO EM GRUPO DE USUÁRIOS COM DOENÇA DE PARKINSON EM UM CENTRO ESPECIALIZADO DE REFERÊNCIA NO ESTADO DO PARÁ: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Márcia Goretti Guimarães de Moraes, Pablo Ryan Galvão Farinha, Ariadme Raiane Sarraff Almeida A HUMANIZAÇÃO VISTA A PARTIR DO ATENDIMENTO EM GRUPO DE USUÁRIOS COM DOENÇA DE PARKINSON EM UM CENTRO ESPECIALIZADO DE REFERÊNCIA NO ESTADO DO PARÁ: RELATO DE EXPERIÊNCIA.Autores: Márcia Goretti Guimarães de Moraes, Pablo Ryan Galvão Farinha, Ariadme Raiane Sarraff Almeida
Apresentação: O processo de inversão da pirâmide etária atualmente é realidade para diversos países, onde a população idosa representa mais da metade do censo populacional. Estudos apontam que até 2050, o número de pessoas acima de 60 anos chegará a aproximadamente 2 bilhões, representando um quinto da população mundial. Com isto, aspectos relacionados a saúde também são modificados, como a epidemiologia das doenças, onde se observa uma alta incidência de patologias neurodegenerativas, como por exemplo a Doença de Parkinson (DP). A DP é caracterizada como uma condição neuropatológica grave, de caráter crônico, progressivo e degenerativo, que representa a segunda principal causa de mortes em idosos com doenças do sistema nervoso central (SNC) no mundo, o qual apresenta sintomas como: o tremor em repouso, a bradicinesia, déficits de equilíbrio e na marcha, além da redução da amplitude de movimento, assim como, podem desenvolver sintomas de depressão, ansiedade e autoestima baixa. No Brasil, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) pela Lei Nº 8.080 de 1988, a assistência em saúde passou a ter caráter de acesso universal e de responsabilidade do Estado, logo, devido ao processo biopsicopatológico e as repercussões sistêmicas, a assistência interprofissional é fundamental nas normativas de atendimento em Saúde Pública. O SUS preconiza a humanização na rotina profissional de acordo com o princípio da integralidade, ou seja, um olhar global sobre uma situação individual, na compreensão e entendimento de suas necessidades específicas. A sociabilização ocorre quando o conhecimento técnico-científico, a ética e a responsabilidade profissional não sobressaem à aspectos como a sensibilidade e solidariedade no cuidado dos usuários e suas famílias. O atendimento comumente realizado é o individualizado, com ênfase em um olhar restrito do usuário em relação à sua condição, tendo exclusivamente o terapeuta como referência em seus objetivos. Já na proposta da reabilitação em grupo o enfoque da terapia perpassa pelo estímulo ao convívio entre pessoas que tiveram suas vidas alteradas pela mesma enfermidade e que possuem semelhanças em suas limitações; mesma razão, no incentivo mútuo entre os participantes na realização dos exercícios; seguidamente, no atendimento simultâneo de vários usuários, pois gera economia dos recursos públicos, como estratégia de atingir as metas estabelecidas pelo SUS. Na assistência grupal, há indicativo de usuários que apresentam níveis mais avançados de autonomia, que possui como características primordiais: a sustentação e apoio socioemocional, o fortalecimento das interações, comunicações, por meio da troca de experiências e informações, além do compromisso e responsabilidade com a sua condição de saúde. A vivência, no contexto de atenção em saúde, foi realizada a partir dos princípios da humanização e integralidade do SUS, no qual irá analisar a sua aplicabilidade visto na prática, por meio de estratégias de atuação de profissionais de reabilitação na doença de Parkinson, tendo em vista, uma visão interdimensional, buscando novas possiblidades de intervenção que sejam mais de acordo com os princípios supracitados. Considera-se que, o objetivo central é demonstrar como a intervenção em participantes de um grupo é visto como nova possiblidade para reafirmar a humanização destes usuários, dos profissionais envolvidos e familiares, bem como na sua assistência de maneira integral, valorizando o aspecto biopsicossocial durante à assistência. O relato possui caráter descritivo longitudinal, baseado na experiência de acadêmicos de Fisioterapia, realizado no Centro Especializado em Reabilitação (CERII) da Unidade de Ensino e Assistência de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (UEAFTO), o qual é vinculado à Universidade do Estado do Pará (UEPA), durante o período de agosto à dezembro de 2019 com 11 usuários com diagnóstico clínico de Doença de Parkinson, onde foram previamente submetidos a uma avaliação criteriosa e foi estabelecido que apenas 6 estavam aptos a participar do grupo. Foram submetidos à dois protocolos de exercícios, semelhantes entre si e adaptados através de diálogos e reuniões, sendo que o protocolo 1, constitui-se de exercícios respiratórios, relaxamento, alongamento e fortalecimento aplicado nas 10 primeiras sessões; e o protocolo 2 semelhante ao primeiro, mas com adaptações com aumento do grau de dificuldade nas 10 últimas sessões, os quais, objetivaram atender as demandas particulares de cada usuário. Durante as sessões em grupo, observou-se que a relação entre os acadêmicos e os usuários foi bastante próxima, o que permitiu a maior adesão ao tratamento, bem como o desenvolvimento do senso de responsabilidade dos integrantes perante a sua condição. Notou-se também que os usuários do grupo inicialmente estavam mais introvertidos perante os aspectos particulares da vida, que com o decorrer dos atendimentos, foram estimulados à interagir entre si, a partir do compartilhamento de experiências pessoais entre os participantes e os alunos, bem como as intercorrências sofridas não só no ambiente da unidade de saúde, mas também pessoais. O ambiente em grupo propicia uma relação de aceitação do usuário com a sua condição de saúde, pois permite que o indivíduo observe pessoas de mesma condição, porém com experiências de vidas distintas, além disso, a participação familiar no acompanhamento das sessões facilitou para quebra de estigmas acerca da patologia e reafirmação da autonomia do usuário. Isto acaba por favorecer a troca de experiências e a aproximação entre os participantes, onde se observa a naturalização da sua problemática, a valorização de suas potencialidades e seus papéis perante a sociedade, como ator que faz a diferença no âmbito social. Evidentemente, a adesão ao tratamento no contexto integral proporcionou um melhor desempenho em suas atividades diárias, pessoais e de convívio social. Portanto, por meio desta experiência, o atendimento de reabilitação em grupo é um meio propício para vivenciar a aplicabilidade e resolutividade do SUS, tratando-se da humanização da assistência, dado que o vínculo afetivo permeou todas as atividades desenvolvidas. O protocolo eleito na reabilitação física propiciou uma percepção corporal através das estratégias cognitivas que proporcionou melhora nos efeitos secundários da DP, incluindo a respeito de sintomas psicofísicos. Devido a peculiaridade dos usuários, foram observados que alguns inclinaram a sentir desconforto na realização dos exercícios em decorrência do não acompanhamento do grupo, além da tentativa de controle das manifestações. A importância da construção de uma visão singular num contexto grupal em usuários do SUS fortalece as políticas públicas voltadas à DP, permitindo incrementar novas estratégias em humanização no cotidiano da assistência. |
8649 | GRUPO COM ACSS E EQUIPE DE SAÚDE: HUMANIZANDO O COTIDIANO Ana Luiza Ugucione GRUPO COM ACSS E EQUIPE DE SAÚDE: HUMANIZANDO O COTIDIANOAutores: Ana Luiza Ugucione
Apresentação: Quando penso em humanização no cotidiano do serviço, penso em cuidado com os trabalhadores da saúde, analisar os processos de trabalho, levando em conta que trabalhar em equipe é um desafio, que o cotidiano (especialmente na conjuntura de precarização) adoece e, sendo assim, o primeiro passo é ofertar um espaço que eles possam falar sobre o trabalho, serem escutados e que, desse espaço, ações coletivas sejam realizadas para ajudar a resolver problemas.Uma das atividades realizadas no meu período de estágio foi a partir do pedido da coordenadora da Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) de um bairro da cidade de Volta Redonda; o pedido surge a partir da percepção da coordenadora de que as Agentes Comunitárias de Saúde (ACSs) estavam desmotivadas. Desenvolvimento: Fiz de três a quatro encontros com as ACSs para ouvir o que elas achavam do trabalho de forma geral, nesses encontros houve diferentes propostas: escreveram, em tópicos, tudo que achavam ruim no trabalho, escreveram o que achavam bom, falaram sobre problemas e o que enxergavam como solução, escreveram e falaram o que gostariam de dizer à equipe. O último encontro foi, na verdade, uma reunião com toda a equipe, para pontuar a todas quais problemas as ACSs indicavam e ouvir quais trabalhadoras queriam falar sobre o trabalho em saúde. Os problemas apontados pelas agentes foram hierarquia e falta de união entre a equipe, diferença salarial na mesma categoria (metade das ACSs possui um vínculo de trabalho, metade possui outro), falta de direitos trabalhistas, não se sentirem valorizadas, muita pressão e falta de respeito de membros da equipe. Na reunião com toda a equipe houve acordo de que esses problemas existiam; assim como houve unanimidade ao dizer da importância daquele momento de reunião para tratar dos problemas, do quanto eles não possuem um espaço para falar sobre os problemas do serviço, da equipe, do sucateamento. Resultado: Da reunião com todas trabalhadoras, foram deliberadas ações para ajudar no relacionamento da equipe, para as ACSs sentirem-se menos excluídas; pois melhorando a relação há impacto positivo no trabalho. Sabe-se que os problemas não são apenas de relacionamento: direitos trabalhistas, sucateamento; não dependem de ações dos trabalhadores para melhorar, porém aposto nesse espaço de fala e cuidado também para que as trabalhadoras possam se unir, se organizar, lutar contra esse sucateamento. Falar sobre problemas, propor soluções, unir-se é também ofertar cuidado e humanizar o cotidiano; é necessário ofertar isso nos serviços. Considerações finais: É fundamental que as trabalhadoras/es da saúde tenham espaço, dentro do próprio serviço, para tratarem das dificuldades do cotidiano, um espaço de escuta, de troca, se sentirem “no mesmo barco”, até como tentativa de melhorar o trabalho em equipe. A reunião de equipe deveria servir como discussão de caso e como esse espaço, porém, as reuniões nas unidades de saúde em Volta Redonda não são frequentes, muitas vezes por ordem da secretaria, o que prejudica o trabalho. |
8684 | AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NO PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO: PISTAS CARTOGRÁFICAS DA (IN-) VISIBILIDADE? Luiza Sanchez Palacio Pinheiro, Nereida Lúcia Palko dos Santos, Emerson Elias Merhy AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NO PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO: PISTAS CARTOGRÁFICAS DA (IN-) VISIBILIDADE?Autores: Luiza Sanchez Palacio Pinheiro, Nereida Lúcia Palko dos Santos, Emerson Elias Merhy
Apresentação: O trabalho em tela, objetiva analisar as políticas públicas e a divulgação do processo de protetização das pessoas amputadas de membros inferiores, este foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa UFRJ - Macaé sob o parecer número 3632302. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2015) cerca de 6,2% da população brasileira possui algum tipo de deficiência, dessas, 1,3% representa o grupo de pessoas com deficiência física, e, somente 18,4% possui acesso a reabilitação. A deficiência é uma condição que acarreta a produção da vida na diferença, se dá em campo de produção científica com escassez e lacunas na literatura. Portanto, dar visibilidade as vozes ocultas de usuários e familiares na produção das redes vidas são uma aposta de contribuição à equidade no acesso aos serviços de saúde, a partir do Plano “Viver sem Limite”, política indutora da implantação da rede da pessoa com deficiência implementado em 2012 no Brasil. A pesquisa qualitativa de inspiração cartográfica traz a avaliação preliminar por meio da observação participante registrada em diário cartográfico na visita técnica em um Centro Especializado em Reabilitação IV no Rio de Janeiro. Conforme previsto no 20° artigo da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência e na 4° consideração da Cartilha do Plano Viver Sem Limites, está assegurado pelo Estado a ampliação de oferta de tecnologias assistivas, como as próteses, de modo a garantir a mobilidade pessoal com o máximo de independência possível, sendo uma questão da investigação o quanto o movimento das políticas de saúde implicam de fato na melhoria do acesso a saúde e da produção da vida dos usuários. Há lacunas na efetivação da política pública e sua efetividade no cuidado, em foco, a disponibilização de equipamentos para a protetização no programa de reabilitação, e diante desta, a força criativa e potencializadora das equipes na formulação do projeto terapêutico singular centrado no usuário e na produção existencial. Desafio do processo de cuidar e coproduzir vidas singulares nos processos macropolíticos e sociais. Sendo assim, a dispensação e produção do cuidado a partir do processo de protetização, inclui a análise dos processos normativos operados localmente para o cuidado dos usuários. Apesar disso, as pessoas com deficiência, nas suas singularidades e subjetividades, se deparam com a dificuldade de ver o plano político ser efetivado, devido a ação invisibilizadora da sociedade. Uma vez que, a sociedade espera que a pessoa se adapte a ela por meio da reabilitação, ao passo que se mantém em um caminhar lento para as mudanças no seu constructo social. |
8753 | RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A PARTICIPAÇÃO NA CAMPANHA "FILARIOSE? AQUI NÃO" NO DISTRITO SANITÁRIO II Mariana Leopoldino Da Silva, Luiza Milena Reis Silva dos Santos RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A PARTICIPAÇÃO NA CAMPANHA "FILARIOSE? AQUI NÃO" NO DISTRITO SANITÁRIO IIAutores: Mariana Leopoldino Da Silva, Luiza Milena Reis Silva dos Santos
Apresentação: Este trabalho busca descrever uma participação numa campanha contra Filariose Linfática (Elefantíase) nas escolas no Distrito Sanitário II na cidade de Recife - PE. A doença é causada por um parasita (Wuchereria bancrofti), que é transmitido através da picada do mosquito (Culex quinquefasciatus). Esta enfermidade causa inchaço ou possível deformidade nas pernas, braços, órgãos sexuais e mamas, que acabam comprometendo a locomoção, a vida sexual, a atividade no trabalho e a rotina da pessoa infectada. Atualmente, a doença está em fase de eliminação no Brasil. A área endêmica está restrita a quatro municípios situados na Região Metropolitana do Recife/Pernambuco: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista (Ministério da Saúde, 2017). A campanha “Filariose? Aqui não!” tem como finalidade combater e diagnosticar com os exames de coleta de sangue a doença. Em meados de abril, juntamente com a equipe DS II, fomos para Alto Santa Terezinha e visitamos três escolas, sendo que uma delas estava fechada por causa da chuva. Estávamos acompanhadas de dois vigilantes ambientais e um residente em Saúde Coletiva, que nos explicou como era essa rotina de exames e ficamos encarregadas de fazer o registro das informações, como data e os nomes das crianças que estavam fazendo o teste rápido. Foram examinadas por volta de trinta crianças que variam de 5 a 8 anos. Neste dia, não houve diagnóstico positivo em nenhuma das crianças, mas caso houvesse o tratamento seria com antiparasitários e antibióticos. Portanto, esta experiência agregou conhecimento e contribuiu com a nossa formação em que percebeu-se a importância do teste rápido de exame de sangue nas escolas e a prevenção, onde deve ser feita através de medidas higiênicas de proteção individual e coletiva, como uso de mosquiteiros ou cortinas com inseticidas, que evitam o contato do mosquito com o homem e borrifamento de inseticidas em domicílio, medidas de educação em saúde e conservação de lixo. |
8776 | PREVALÊNCIA DE AVC RELACIONADA A FATORES DE RISCO E DESENCADEADORES EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE BELÉM (PA) Davi Gabriel Barbosa, Brenda Pereira Farias, Daniel Oliveira da Costa, Gabriela Gursen de Miranda Arraes, Leonardo Barbosa Duarte, Napoleão Braun Guimarães, Luan Cardoso e Cardoso, Arthur Nascimento Rodrigues PREVALÊNCIA DE AVC RELACIONADA A FATORES DE RISCO E DESENCADEADORES EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE BELÉM (PA)Autores: Davi Gabriel Barbosa, Brenda Pereira Farias, Daniel Oliveira da Costa, Gabriela Gursen de Miranda Arraes, Leonardo Barbosa Duarte, Napoleão Braun Guimarães, Luan Cardoso e Cardoso, Arthur Nascimento Rodrigues
Apresentação: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das doenças que mais atinge a população mundial sendo a principal causa de morte por doenças no Brasil e de incapacidade funcional no mundo. Nesse contexto, tal acometimento configura-se como um problema de saúde pública no país. Desse modo, o presente estudo tem como objetivo determinar a prevalência de AVC em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no município de Belém do estado do Pará, assim como identificar possíveis fatores que influenciam diretamente à continuidade dessa doença, tendo caráter transversal e descritivo, com traços comparativos e abordagem quantitativa. Desenvolvimento: Foi realizada a coleta de dados nos meses de abril e maio de 2019, tendo como população de estudo os pacientes maiores de 18 anos acometidos por AVC e cadastrados na UBS da comunidade do Paraíso dos Pássaros em Belém do Pará durante o período supracitado. Foi aplicado um questionário, elaborado pelos pesquisadores, o qual abordou possíveis fatores que podem ter desencadeado o AVC, bem como coletou dados sociodemográficos dos sujeitos pesquisados. Resultado: Nesse estudo, observou-se uma proporção relativamente igual entre o sexo dos participantes, sem diferença substancial entre homens e mulheres. Além disso, outro fator sociodemográfico que demonstrou importância para análise foi a idade, na qual foi possível observar que, das 35 pessoas que participaram do estudo, 62,8% delas apresentaram faixa etária entre 60 e 79 anos. Um dado epidemiológico relevante observado diz respeito aos números obtidos a partir da aferição da pressão arterial (PA), cujo resultado mostrou que cerca de 50% dos participantes apresentaram pressão arterial sistólica igual ou superior a 140 mmHg e, desses, 4 participantes apresentaram PAS em nível crítico (≥ 180 mmHg). Quanto aos hábitos de vida, obteve-se dados acerca da alimentação, tabagismo, etilismo e prática de exercícios físicos dos 35 pacientes, dos quais 71,4% apresentaram dieta balanceada, 51,4% relataram histórico de tabagismo e apenas 11,4% referiram prática de exercícios físicos. Por fim, a falta de adesão a tratamentos medicamentosos indicou-se como importante fator na incidência e na prevalência de AVC, uma vez que 71,4% participantes relatam que, apesar de ter acesso pelo Sistema Único de Saúde, faz uso de medicamentos por conta própria, principalmente, em relação à hipertensão arterial sistêmica. Além disso, 42,8% dos participantes relataram dificuldades pela necessidade de auxílio no momento do uso de medicamentos. Considerações finais: Foi possível identificar a grande prevalência do AVC na UBS em questão e associá-la aos fatores de risco como hipertensão arterial sistêmica, hábitos de vida e adesão ao tratamento. Também oportunizou-se abordar aspectos como idade e sexo relacionados às pessoas acometidas por AVC. Desse modo, é válido ressaltar a contribuição dos dados obtidos e para a população do estudo, para os profissionais e órgãos de saúde responsáveis, uma vez que os resultados analisados poderão propiciar novas análises epidemiológicas e medidas para melhoria da atenção em saúde voltada ao AVC. |
8778 | “ESTRELAS DA UFF”: UMA EXPERIÊNCIA DE VALORIZAÇÃO E EMPATIA FEMININA DENTRO DA UNIVERSIDADE Rachel de Carvalho de Rezende, Thaise Portella da Silva Santos, Natânia Candeira dos Santos, Mariangela Costa Fernandes Melo “ESTRELAS DA UFF”: UMA EXPERIÊNCIA DE VALORIZAÇÃO E EMPATIA FEMININA DENTRO DA UNIVERSIDADEAutores: Rachel de Carvalho de Rezende, Thaise Portella da Silva Santos, Natânia Candeira dos Santos, Mariangela Costa Fernandes Melo
Apresentação: A partir da Conferência de 1977, a Organização das Nações Unidas (ONU) previu a criação de um dia de representatividade na luta pelos direitos das mulheres. Assim, foi proposto o reconhecimento das mulheres na promoção da paz, a luta pelo fim da discriminação e o apoio ampliado pela participação das mulheres de maneira igual e global. Neste sentido, o projeto “Estrelas da UFF” (Universidade Federal Fluminense) foi pensado no ano de 2019, para a Comemoração do Dia Internacional da Mulher como uma das estratégias de valorização das mulheres que trabalham na Universidade. Entende-se que a valorização do indivíduo leva a uma maior gratificação no ambiente de trabalho e consequente bem-estar, tendo em vista que a mulher é figura importante dentro do âmbito laboral. Assim, o “Estrelas da UFF” traz mulheres que se destacam e que geram impacto positivo no setor em que atuam, bem como na vida dos que trabalham ao seu redor. Objetivo: Reconhecer, valorizar e homenagear trabalhadoras nos diversos setores da UFF, de maneira que promova uma cultura de respeito, estima e consideração além de abordar as questões da mulher no ambiente de trabalho como a maternidade, amamentação, bem estar e as várias formas de violência. Método: Foi criado um formulário Google online com dados como: nome e setor da homenageada, pessoa / grupo que indicou e seus motivos. Após o recebimento do formulário preenchido, a equipe da Divisão de Promoção e Vigilância em Saúde (DPVS) entrou em contato com a pessoa homenageada para informar que a mesma foi indicada e solicitar uma foto, a qual foi utilizada no dia da homenagem. As “Estrelas UFF” foram homenageadas em local pré-definido, com recepção e premiação simbólica. Resultado: Foram homenageadas 20 mulheres, de diversos setores, a saber: institutos de matemática, biologia, biblioteca, superintendências, medicina, e os campis localizados em Nova Friburgo e Santo Antônio de Pádua. As mulheres foram convidadas para apreciar a exposição de suas fotos e os textos escritos pelos colegas de trabalho. Também contou com a presença dos familiares das homenageadas e de profissionais dos setores as quais pertencem. Por sua vez, a coordenadora da DPVS realizou o início das homenagens com um discurso sobre a importância da mulher na UFF, a valorização dos seus trabalhos prestados e da sua influência tanto na sociedade como na universidade. Além dessa ação, o projeto também contemplou uma roda de conversa ministrada por mulheres da área de direito, serviço social e psicologia sobre os temas de assédio, violência e direitos das mulheres. Assim, o “Estrelas da UFF” veio com a proposta de movimentar a universidade para o fortalecimentos e reconhecimento das mulheres tanto no ambiente de trabalho quanto fora dele. Considerações finais: O “Estrelas da UFF” trouxe para as pessoas homenageadas a sensação de bem-estar e reconhecimento, além do incentivo a cultura de afetividade e respeito no ambiente de trabalho. Pretende-se que o Projeto continue anualmente trazendo a aproximação dos setores com suas servidoras na construção deste local de valorização e debates sobre o tema. |
8805 | ESTUDO COMPARATIVO DA ANÁLISE SOCIODEMOGRÁFICA E FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES EM PACIENTES COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM HOSPITAL PÚBLICO DE REFERÊNCIA CARDIOLÓGICA, BELÉM- PARÁ. Alina Dariane Freitas da Silva, Bruna Feitosa Pinto, Christielaine Venzel Zaninotto, Milene de Andrade Gouvêa Tyll, Andrezza Ozela De Vilhena, Mayara Oliveira da Costa, Kleber Renato Ponzi Pereira ESTUDO COMPARATIVO DA ANÁLISE SOCIODEMOGRÁFICA E FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES EM PACIENTES COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM HOSPITAL PÚBLICO DE REFERÊNCIA CARDIOLÓGICA, BELÉM- PARÁ.Autores: Alina Dariane Freitas da Silva, Bruna Feitosa Pinto, Christielaine Venzel Zaninotto, Milene de Andrade Gouvêa Tyll, Andrezza Ozela De Vilhena, Mayara Oliveira da Costa, Kleber Renato Ponzi Pereira
Apresentação: A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta as doenças cardiovasculares (DCV), como a principal causa de morte no mundo. Em seu levantamento mais recente, que apresenta dados de 2015, a entidade informa que, naquele ano, o total de óbitos envolvendo essas enfermidades chegou a 17,7 milhões. O número representou 31% das mortes registradas em âmbito global (Nascimento et.al, 2018). A DCV, é a principal causa de morte no Brasil e no mundo, determinando aumento da morbidade e incapacidade ajustadas pelos anos de vida. Embora as taxas de mortalidade e disability-adjusted life year (DALY) padronizadas por idade estejam diminuindo no Brasil, possivelmente como resultado de políticas de saúde bem-sucedidas, o número total destas está aumentando principalmente devido ao envelhecimento e adoecimento da população (WHO,2012). A presença dos fatores de risco clássicos (hipertensão, dislipidemia, obesidade, sedentarismo, tabagismo, diabetes e histórico familiar) aumenta a probabilidade pré-teste de DCV – com ênfase para a doença arterial coronariana (DAC) – e norteia a prevenção primária e secundária. Vários outros fatores, incluindo questões sociodemográficas, étnicas, culturais, dietéticas e comportamentais, podem também explicar as diferenças na carga de DCV entre as populações e suas tendências ao longo das décadas. Sendo assim, tem-se como objetivo efetuar análise comparativa entre as variáveis sociodemográficas e fatores de risco analisando o ano de 2013 e o de 2019 de um hospital público de referência cardiológica. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo observacional, comparativo com abordagem quantitativa. Realizado na Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV), que é uma instituição do Governo do Estado do Pará vinculada à Câmara Setorial de Políticas Sociais referência estadual em Psiquiatria, Cardiologia e Nefrologia. Os dados foram secundários, obtidos e organizados em planilha do programa Excel e os resultados expressos través de estatística descritiva. Resultado: Entre os dois anos estudados houve variação percentual em relação ao sexo de 2.4%, idade 21.0%, escolaridade 5.1%, renda 10.4%, raça 13.9%. Diagnóstico de infarto agudo 44.4% e fatores de risco ex tabagistas 8,6%, sedentarismo 1,2%, HAS 11,8%, DM 18,4%. Considerações finais: O comportamento dos usuários da FHCGV segue lamentavelmente corroborando com os dados recentes da Sociedade Brasileira de Cardiologia produzindo alto custo financeiro para a saúde pública e custos incontáveis ao indivíduo. Nesta perspectiva, espera-se a implementação de políticas de saúde, entre elas, o estímulo aos hábitos de vida saudáveis, o acesso a medidas para prevenção primária e secundária de DCV, associados ao tratamento de eventos cardiovasculares (CV), é essencial para o controle das DCV. Discute-se também, novos conceitos como a necessidade de agregar o conhecimento de fatores de risco emergentes – por exemplo, espiritualidade, ambientais, bem como estratégias adicionais como o uso de vacinas. |
8808 | MOVIMENTO BODY POSITIVE NAS REDES SOCIAIS: O QUE A ATENÇÃO PRIMÁRIA TEM A VER COM ISSO? Thais Nascimento Conde, Cristiane Marques Seixas MOVIMENTO BODY POSITIVE NAS REDES SOCIAIS: O QUE A ATENÇÃO PRIMÁRIA TEM A VER COM ISSO?Autores: Thais Nascimento Conde, Cristiane Marques Seixas
Apresentação: As redes sociais mostram cada vez mais sua influência em todas as esferas da vida social ao mesmo tempo que as espelha, e reflete o modo como grupos e indivíduos constroem suas práticas coletivas e suas relações sociais, afetivas e laborais. Essa presença massiva nos impõe a reflexão sobre os efeitos coletivos que a tecnologia vem imprimindo em nossa sociedade, nos corpos e nas subjetividades contemporâneas. Atualmente esses veículos de comunicação também são utilizados para a divulgação de informações sobre promoção de saúde e alimentação saudável, sendo veiculados por profissionais de saúde, por praticantes de atividade física e/ou pessoas que propagam e compartilham o seu estilo de vida. Com a facilidade de acesso aos smartphones e planos de internet móvel, muitos profissionais e estabelecimentos de saúde priorizam o uso das ferramentas dos aplicativos online para ampliar o acesso às informações e atingir um maior alcance. Na Atenção Primária à Saúde (APS), algumas Clínicas da Família já atualizam suas informações como a escala de funcionamento, locais de atendimento, serviços disponíveis, as linhas de cuidado, informações sobre promoção e prevenção de saúde através das diversas redes sociais, utilizando esse recurso até mesmo para estabelecer contato com pacientes e funcionários. Uma dessas redes amplamente utilizada é o Instagram que é uma plataforma focada em imagens que veiculam pequenos textos que traduzem em palavras o que se pretende falar pela imagem postada. É também através das mídias sociais que discursos e mitos populares sobre saúde são veiculados. A sociedade contemporânea, refém da pressão cultural e social para obter corpo magro, é precursora de discursos gordofóbicos que reforçam a construção de uma “verdade absoluta” mesmo entre profissionais de saúde. Uma dessas verdades é a associação de saúde com a estética do corpo, fazendo, por exemplo, com que o corpo ‘não gordo’ seja aceito moralmente, se tornando um símbolo de saúde, disciplina, sucesso e poder. Entretanto, movimentos como o Body Positive (BoPo) tem se despontado como uma forma de questionamento desse discurso hegemônico, figurando nas redes sociais como importante estratégia de promoção de saúde. Considerando que a percepção sobre os corpos é influenciada pelos canais de comunicação em massa, o crescimento do movimento BoPo em perfis do Instagram podem contribuir para a promoção da saúde por meio da construção de novas formas de percepção dos corpos, em especial daqueles com excesso de peso e obesidade. Assim, este trabalho pretende como o discurso de aceitação corporal veiculado pelos perfis BoPo podem influenciar a abordagem dos profissionais de saúde na APS, assim como refletir sobre seus efeitos e interrogar em que medida a utilização de redes sociais na APS pode constituir um importante recurso de educação em saúde, na medida em que vivemos numa sociedade em que real e virtual não podem mais ser vistos de modo separado. |
8809 | A ARTE COMO PRÁTICA HUMANIZADA NO CENTRO CIRÚRGICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA Raphael Gabriel Costa do Nascimento, Thalita Gomes do Carmo, Rosania Alves Vilaça, Chaiene de Souza Pereira, Simone Martins Rembold, Marcelo Barros de Valmoré Fernandes, Rosimere Ferreira Santana, Paula Vanessa Peclat Flores A ARTE COMO PRÁTICA HUMANIZADA NO CENTRO CIRÚRGICO: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Raphael Gabriel Costa do Nascimento, Thalita Gomes do Carmo, Rosania Alves Vilaça, Chaiene de Souza Pereira, Simone Martins Rembold, Marcelo Barros de Valmoré Fernandes, Rosimere Ferreira Santana, Paula Vanessa Peclat Flores
Apresentação: Florence Nightingale, precursora da enfermagem moderna, que afetou bastante as políticas dos séculos XIX e XX em relação aos cuidados de saúde, afirma que “a enfermagem é umaaArte”. Com isso, a categoria tem a necessidade de proporcionar a arte como ferramenta na formação e na saúde, sabendo reinventar práticas afim de proporcionar um melhor cuidado aos pacientes. Esse estudo tem o objetivo de relatar as práticas humanizadas no centro cirúrgico de um Hospital Universitário. Desenvolvimento: Estudo descritivo, tipo relato de experiência, elaborado a partir de experiências de cinco estudantes do curso de graduação em enfermagem da Universidade Federal Fluminense e uma técnica de enfermagem. Os dados foram coletados por meio de uma entrevista semiestruturada com os pacientes e a técnica de enfermagem durante a vivência no atendimento pré-operatório do centro cirúrgico do Hospital Universitário Antônio Pedro, localizado em Niterói (RJ), no mês de novembro de 2019. Resultado: Foi evidenciado durante o atendimento de pacientes admitidos no centro cirúrgico que práticas humanizadas que foram efetivas para a diminuição do medo e ansiedade antes deles entrarem na sala de operação. Dentre dessas práticas ela utilizou a arte, como o canto e recitação de poemas da própria autoria, que resultou na produção de um livro, utilizado como ferramenta afim de proporcionar aos pacientes tranquilidade e conforto enquanto esperam a sua ida à sala de operação. Outras práticas humanizadas que foram identificadas foram a comunicação verbal e não verbal, o olhar e o toque. Considerações finais: Conclui-se que esse relato possibilita ao enfermeiro utilizar práticas humanizadas no cuidado perioperatório, por meio da arte ou não, que irão proporcionar aos pacientes admitidos no centro cirúrgico conforto e diminuição da ansiedade e/ou medo, prevenindo riscos que podem decorrer de fatores estressantes no processo cirúrgico. A equipe de enfermagem deve estar aberta e motivada a inovar, tornando o processo de enfermagem mais humanizado e possibilitar diminuição da mecanização desse processo. |
8830 | ANÁLISE DAS INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL DE UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM BELÉM (PA) Alina Dariane Freitas da Silva, Francileni Carvalho Monteiro, Maria do Socorro Oliva da Silva, Giselly dos Santos da Silva, Eduardo Pastana Cardoso, Thaís Alaíde Reis Meireles, Vanessa Ellen Matias Batista, Andréia Silva De Oliveira ANÁLISE DAS INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL DE UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM BELÉM (PA)Autores: Alina Dariane Freitas da Silva, Francileni Carvalho Monteiro, Maria do Socorro Oliva da Silva, Giselly dos Santos da Silva, Eduardo Pastana Cardoso, Thaís Alaíde Reis Meireles, Vanessa Ellen Matias Batista, Andréia Silva De Oliveira
Apresentação: São definidas as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), como infecções adquiridas durante o processo de cuidado em um hospital ou outra unidade prestadora de assistência à saúde, que não estavam presentes ou em incubação na admissão do paciente. Sua origem se dá a partir da interação com os profissionais de saúde, como internação, cirurgias, procedimentos feitos em ambulatório, cuidados domiciliares, podendo manifestar-se inclusive após a alta. A unidade de terapia neonatal (UTIN), é um serviço de internação responsável pelo cuidado integral ao recém nascido grave ou potencialmente grave, dotado de estruturas assistenciais que possuam condições técnicas adequadas à prestação de assistência especializada, incluindo instalações físicas, equipamentos e recursos humanos, além disso, devem articular uma linha de cuidados progressivos, possibilitando a adequação entre a capacidade instalada e a condição clínica do recém nascido (Ministério de Saúde, 2012). Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico das infecções relacionadas à assistência à saúde em uma unidade terapia intensiva neonatal de um hospital de referência em Belém (PA). Desenvolvimento: Trata-se de estudo quantitativo, descritivo, observacional de incidência. Realizado na CCIH (Comissão de controle de infecção hospitalar) com dados secundários referentes à unidade de terapia neonatal da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, uma instituição voltada para a assistência aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) nas referências de Psiquiatria, Cardiologia e Nefrologia. Os dados analisados foram referentes ao período de janeiro a dezembro de 2019, apenas de recém nascidos com peso 5, que são os pacientes com peso ao nascer, maior que 2500g. Obtidos e posteriormente analisados através do programa Excel, em expressões através de estatística descritiva. Resultado: Foram totalizados 1596 pacientes da classificação da faixa de peso ao nascer maior que (2500g) admitidos no período de janeiro a dezembro de 2019 na UTIN. O percentual de utilização de cateter venoso central foi de 62,2%, a utilização de ventilação mecânica 39,0% e IPCSL associado ao CVC, foi de 8,1%. A taxa de pneumonia associada a ventilação mecânica foi de 1,6%. Considerações finais: A adesão às medidas rotineiras de precaução, higienização adequada das mãos e criação de protocolos assistenciais associadas à vigilância epidemiológica resulta em melhoria assistencial e redução das taxas de infecção. É fundamental o envolvimento de toda equipe, assim como, estabelecer na equipe multiprofissional conceito de Programa de Segurança, que se baseia em melhorar o compartilhamento das informações entre os membros, reordenar o trabalho e monitorizar procedimentos e indicadores. Deve ser utilizado o princípio dos quatro componentes: envolver a equipe, educar com base em evidências, executar a proposta e medir os resultados. |
8845 | O USO DE DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS POR UNIVERSITÁRIOS E A NECESSIDADE DE INTERVENÇÕES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO Maria Alice Toledo da silva Bauduina, Eloiza Toledo Bauduina, Amelia Toledo da Silva Bauduina, Laís Lopes gonçalves, Caroline Nascimento de Souza, Ana Paula de Araujo Machado, Jaçamar Aldenora dos Santos, Italla Maria Pinheiro Bezerra O USO DE DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS POR UNIVERSITÁRIOS E A NECESSIDADE DE INTERVENÇÕES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINOAutores: Maria Alice Toledo da silva Bauduina, Eloiza Toledo Bauduina, Amelia Toledo da Silva Bauduina, Laís Lopes gonçalves, Caroline Nascimento de Souza, Ana Paula de Araujo Machado, Jaçamar Aldenora dos Santos, Italla Maria Pinheiro Bezerra
Apresentação: O período de transição do ensino médio para o ensino superior proporciona aos jovens novas expectativas, como maior autonomia, mais liberdade e mais responsabilidades, porém essa nova fase também traz, um aumento na vulnerabilidade, stress e ansiedade. Com isso, muitos estudantes recorrem a ao uso de substâncias psicoativas, seja para melhorar o rendimento, para o alívio da ansiedade gerada pelo período acadêmico, ou até mesmo como um auxílio para enfrentar situações estressoras. As substâncias psicoativas provocam nos usuários, alterações comportamentais, sejam no humor, no estado de consciência ou no emocional, e podem ser classificadas como drogas lícitas ou ilícitas, ambas causam danos ao organismo, contudo, as substâncias lícitas são aquelas legalizadas, produzidas e comercializadas livremente e qualquer pessoa acima de 18 anos pode adquirir sem problema algum, enquanto as drogas ilícitas são proibidas por lei, sendo vendidas de forma ilegal. Não é difícil encontrar pessoas das mais variadas faixas etárias, que admitam ter usado drogas ilícitas ao menos uma vez no período de um ano e quando a questão é dirigida aos universitários torna-se ainda mais preocupante. Estudos apontam que o consumo excessivo de álcool e o uso de inalantes por jovens universitários continuam aumentando, tornando-se um grave problema de saúde pública. Diante do exposto, este estudo tem por objetivo, reforçar a necessidade de estratégias que identifiquem dentro das universidades sujeitos susceptíveis ao uso abusivo de drogas, visando evitar o surgimento ou progressão de complicações provenientes do uso exacerbado de drogas psicoativas. Desenvolvimento: Trata-se de uma revisão integrativa realizada nas bases de dados Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) durante o mês de janeiro de 2020. Para busca, utilizou-se os descritores baseados no Decs: Uso de drogas AND prevalência AND universitários. Os critérios de inclusão foram: Artigos completos, em português, escritos no período de 2015 a 2019. Resultado: Foram encontrados 18 estudos, que após aplicação dos critérios e leitura de títulos e resumos, posteriormente realizando-a de forma completa, resultou-se em um total de 10 artigos analisados. Todas as pesquisas foram realizadas com universitários, onde os autores ressaltam a preocupação com o aumento e as consequências do uso abusivo de drogas lícitas e ilícitas por esse grupo, além disso, os artigos reforçam a necessidade das instituições de ensino inserir no grupo funcionários, profissionais capacitados para identificar, intervir e prestar apoio aos estudantes a fim minimizar ou extinguir o uso de drogas, visando à redução dos impactos causados, de modo que não comprometam a vida dos estudantes e, sobretudo seu desenvolvimento acadêmico. Considerações finais: Evidenciou-se que apesar dos estudantes universitários terem acesso à informação, o uso de drogas e álcool nessa população é preocupante, sendo que nos últimos anos houve um aumento considerável no uso de drogas por parte de universitários. Os estudos sugerem que são necessários recursos para o tratamento, recuperação e reabilitação de estudantes que abusam ou dependem de drogas concomitantemente ao seu ingresso no meio acadêmico. |
8854 | UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO PROGRAMA ATITUDE DO ESTADO DE PERNAMBUCO Camila Karine da Silva Serafim, Mariana Leopoldino Da Silva, Luiza Milena Reis Silva Dos Santos UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO PROGRAMA ATITUDE DO ESTADO DE PERNAMBUCOAutores: Camila Karine da Silva Serafim, Mariana Leopoldino Da Silva, Luiza Milena Reis Silva Dos Santos
Apresentação: O Programa ATITUDE é uma iniciativa pioneira em Pernambuco que visa fazer a ressocialização de usuários de Crack e Outras Drogas através da perspectiva da redução de danos, criado em 2011 para ser o elemento principal na execução da Política de Drogas do estado. O Programa possui quatro estratégias de atendimento, sendo elas Aluguel Social, Atitude Nas Ruas, Centro de Acolhimento e Apoio e Centro de Acolhimento Intensivo, o modelo escolhido para atuação do grupo foi o último citado. Dentre os 06 Centros de Acolhimento Intensivos existentes no estado, o Atitude Mulher de Sítio dos Pintos possui a peculiaridade de ser o único Intensivo para mulheres e ter a sensibilidade de permitir que as internas morem com seus filhos até que os mesmos cheguem à idade escolar (na faixa de cinco ou seis anos) e por este diferencial foi o local escolhido para o desenvolvimento das atividades do grupo de extensão. Dessa forma, esse relato busca dar visibidade a vivência em atividade realizada através de Projeto de Extensão, expondo a percepção de aluna sobre as mulheres assistências pelo Centro de Acolhimento Intensivo - Sítio dos Pintos, o ATITUDE Mulher. Desenvolvimento: Estudo descritivo baseado nas atividades realizadas em um dos serviços prestados pelo Programa Atitude no Estado de Pernambuco, mais precisamente no ATITUDE Mulher, localizado em Sítio dos Pintos, através de um Grupo de Extensão da Universidade de Pernambuco. A presente produção traz fatos que foram experienciados durante as duas primeiras visitas ao local citado, ocorridas nos dias 07 e 11 de Outubro deste ano, com nove mulheres residentes na casa. As oficinas a serem realizadas pelo grupo foram divididas em Módulos, sendo realizado nos dias 07 e 11 de Outubro a oficina de Colagem do módulo Arte e Criatividade. Resultado: Durante esses encontros as usuárias foram apresentadas a diversas revistas e jornais para onde pediu-se que elas retirassem imagens que as representassem e colocassem em uma folha de cartolina -no primeiro dia- e que fizessem uma colagem coletiva -no segundo dia. Durante a realização da colagem inferiu-se que as mulheres negras selecionaram imagens que remetesse a força e a cultura negra/africana, o que demonstra a consciência de raça e espaço que elas possuem. Outro ponto interessante foi que, ao “explicar” sua colagem muitas mulheres trouxeram a tona o desejo de ser mãe e esposa, além de uma angústia gerada pela má relação com familiares.este último ponto trás ainda angústias que atravessam a população transssexual da casa, referentes a sua consciência de identidade e seus traços biológicos. Considerações finais: A passagem por este instrumento da Rede de Atenção Psicossocial pernambucana mostra que o serviço prestado pelo Programa ATITUDE dá a essas mulheres e seus filhos esperança de recuperação e uma nova vida que vai além da redução do consumo de drogas ou alcance da abstinência total, proporcionando reintegração na sociedade e construindo para elas uma nova relação consigo mesmas. |
8871 | CARTOGRAFIAS SOBRE O VÍNCULO E O CUIDADO NA RELAÇÃO ENTRE MÉDICO DE FAMÍLIA E O USUÁRIO Nicole Karina Nicolaiko Temperly, Helvo Slomp Junior, Milene Zanoni da Silva CARTOGRAFIAS SOBRE O VÍNCULO E O CUIDADO NA RELAÇÃO ENTRE MÉDICO DE FAMÍLIA E O USUÁRIOAutores: Nicole Karina Nicolaiko Temperly, Helvo Slomp Junior, Milene Zanoni da Silva
Apresentação: Um dos princípios norteadores da Medicina de Família e Comunidade (MFC) é o fortalecimento da relação médico-paciente, com a possibilidade de estabelecimento de um vínculo entre o médico de família e os usuários. O encontro entre esses atores na intenção de produção de saúde pode se tornar um encontro intercessor onde um intervém sobre o outro e as dimensões tecnológicas do cuidar passam a ser operadas. Neste sentido, o vínculo pode ser descrito como uma tecnologia leve com potencial para a construção de novas configurações do cuidar. O presente estudo, de caráter qualitativo com abordagem cartográfica, teve como objetivo inicial compreender os efeitos que o vínculo e a responsabilização entre médicos de família e usuários podem produzir nos próprios médicos. Desenvolvimento: Estudo de caráter exploratório, com abordagem qualitativa de orientação cartográfica. Foram realizadas dez entrevistas semiestruturadas com médicos de família atuantes na Atenção Primária à Saúde de Curitiba, Paraná e médicos residentes em MFC da Universidade Federal do Paraná que atuassem há um ano ou mais na mesma comunidade. A entrevista semiestruturada se deu a partir de pergunta disparadora sobre a vivência do médico acerca do vínculo com seus pacientes e sua percepção quanto aos efeitos emocionais deste vínculo sobre si mesmo. Resultado: Foram entrevistados dez médicos(as), com idades entre 29 a 62 anos. A análise das entrevistas se deu sob o referencial da micropolítica e problematizou a existência de um “território identitário médico” que todos os entrevistados trouxeram em suas falas a partir de um conjunto de enunciados, valores a priori e convicções normatizadoras do comportamento que legitimam suas ações enquanto profissionais. Nesse sentido, grande parte dos entrevistados reconheceram que há um sentimento de onipotência que permeia a prática profissional, seja pela atitude dos próprios médicos para com seus usuários, ou pela atitude dos usuários, da sociedade com relação ao médico. Relatam então a experiência da desconstrução de seu território identitário, um processo de desterritorialização, motivado pela compreensão da perda da infalibilidade e da inafetabilidade. Outra desterritorialização vivenciada foi o encontro com a dor do outro, e neste sentido alguns relataram um desgaste emocional a ponto de pensarem em desistir da profissão. Tal desterritorialização, no entanto, possibilitou reconstruções do território médico em outras configurações, com a produção de outros territórios mais cuidadores de si e do outro. Ocorre assim uma reterritorialização em que reconhecer-se vulnerável se torna algo aceitável e, até mesmo, desejável. E um processo coletivo: um outro “ser médico” é possível tanto para o profissional como para o usuário. Considerações finais: Propõe-se que nesse movimento de reconstrução do território identitário, tanto médico como usuário passam a transitar pela dimensão cuidadora do encontro, onde tecnologias leves podem ser operadas e novas possibilidades de configurações do cuidado acontecem. Ocorre assim uma desterritorialização capaz de potencializar o processo autoanalítico da produção do cuidado, desconstruindo a figura do médico onipotente e produzindo encontros com simetria de poder em que o cuidado se dá de forma mútua e beneficia não somente o usuário, mas também o próprio médico. |
8879 | DISCUTINDO O RACISMO INSTITUCIONAL EM UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO ATRAVÉS DA CULTURA: CAMINHOS PARA REFLEXÃO E EMPODERAMENTO Luciana Silvério Alleluia Higino da Silva DISCUTINDO O RACISMO INSTITUCIONAL EM UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO ATRAVÉS DA CULTURA: CAMINHOS PARA REFLEXÃO E EMPODERAMENTOAutores: Luciana Silvério Alleluia Higino da Silva
Apresentação: As relações institucionais tradicionais trazem por si só apontamentos hierárquicos duros, que muitas vezes são sustentadas pela relação abusiva de poder. Tal premissa, historicamente, direciona as práticas instituídas nos hospitais psiquiátricos. A questão étnico-racial apresentada pelo racismo, nesses espaços, passa muitas vezes despercebida ou velada (racismo estrutural). Dessa forma se faz necessário dar visibilidade e fomentar uma discussão sobre essa temática que interfere diretamente no cuidado interprofissional, interpessoal e clínico. Objetivo: Refletir sobre as práticas racistas em um hospital psiquiátrico a partir de uma ação cultural entre profissionais e as pessoas internadas. Desenvolvimento: descrevemos nossa experiência a partir de uma perspectiva qualitativa que se estruturou como um relato de experiência. Realizamos no mês de novembro de 2019, em um hospital psiquiátrico universitário no município do Rio de Janeiro, um evento alusivo ao dia da consciência negra, que consistiu na realização de ações coletivas e interativas entre os profissionais da instituição, residentes multiprofissionais de saúde mental, pessoas internadas e profissionais da cultura. As ações que compuseram o evento foram: oficina de turbante, oficina de grafite, slam, roda de música preta, capoeira e manifestação artística livre. Para a realização do evento fizemos cartazes, encontros, ofícios para realização e comunicação do evento. Ao final registramos a realização com fotos e com uma nota no jornal do Sindicato dos profissionais da Universidade. Resultado: Ao planejar as ações alusivas a referida data evidenciamos que as práticas instituídas estão pautadas na lógica do racismo estrutural, mas se encontram tamponadas. Observamos que no topo hierárquico do hospital há uma concentração de homens, médicos, professores e brancos e que em contrapartida, o número de técnicos administrativos tem uma composição racial mais diversificada, dessa maneira temos profissionais não médicos, pretos e mulheres em quantidades mais expressivas. No que concerne as pessoas internadas esse número é ainda maior, ou seja, existe uma diferença racial entre quem cuida e quem é cuidado. O que nos faz compreender que o cuidado oferecido muitas vezes reproduz a lógica da casa grande e da senzala, sustentadas pela relação de poder onde a obediência e a subserviência se sustentam e são legítimas. Notamos também que esse modelo reforça e por vezes são causas de intenso sofrimento psíquico, o que pode apontar para um cuidado iatrogênico e põe em xeque a função da internação em um cenário potencialmente racista. Considerações finais: A realização desse evento foi importante para que pudéssemos iniciar uma discussão a cerca do racimo presente e vivo dentro da instituição. As ações culturais aconteceram ao longo do dia em diversos espaços o que deu visibilidade, apropriação e empoderamento. Sabemos que foi um passo bem tímido, mas nossa a pretensão é formar um coletivo sólido de discussão permanente sobre racismo, saúde mental e empoderamento. Primeiramente foi nomeado como Coletivo Multiprofissional de Reflexões Étnico Raciais e com a ambição de transformá-lo em um projeto de extensão, o que dará mais sustentabilidade. Ao final, nosso desejo é que essa temática construa novas possibilidades e ofereçam um cuidado ampliado, democrático e inclusivo. |
8894 | ACOLHIMENTO E ESCUTA ATIVA COMO FERRAMENTAS PARA SUPERAR BARREIRAS NO ATENDIMENTO DE IMIGRANTES NA ESF – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE PROFISSIONAL Tatiane Lima Aguiar, Renata Jordão Guimarães ACOLHIMENTO E ESCUTA ATIVA COMO FERRAMENTAS PARA SUPERAR BARREIRAS NO ATENDIMENTO DE IMIGRANTES NA ESF – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE PROFISSIONALAutores: Tatiane Lima Aguiar, Renata Jordão Guimarães
Apresentação: A imigração é um fenômeno social multifatorial, resultante de diversos processos que, em comum, implicam na desestabilização do modo de vida cotidiano de determinadas populações. Pressionados por situações de pobreza, fome, guerra, instabilidade política e social, os imigrantes são impulsionados à busca de melhores condições de vida além das fronteiras de seus países. Consequentemente, o movimento migratório gera tensões nos países anfitriões, oriundas da necessidade de alocação de um contingente populacional adicional e imprevisto em curto período de tempo. Na região norte do Brasil foram registrados fenômenos migratórios a partir de 2010 por parte de haitianos, via fronteiras internacionais nas cidades de Tabatinga (AM) e Brasileia (AC) e, mais recentemente, por venezuelanos, em Pacaraima (RR). O fluxo de venezuelanos impactou também outras cidades como Manaus (AM), destino de grande parte desta leva de imigrantes, impondo desafios de alimentação, abrigo, documentação e saúde, agravados por ausência de um marco regulatório e política imigratória adequados para lidar com imigrantes em situações de vulnerabilidade social. Por outro lado, como o modelo de governabilidade migratória brasileira preza a securitização e a defesa de direitos dos imigrantes, houve de fato a inserção desta população imigrante no Sistema Único de Saúde, ainda que de forma emergencial. Relatamos os atendimentos realizados por uma equipe de estratégia de saúde da família (ESF) a seis imigrantes venezuelanos, em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da zona norte da cidade de Manaus(AM), todos casos de primeira consulta. Os usuários consistiam em um jovem casal que incluía uma gestante de 32 semanas sem consultas prévias de pré-natal, uma mulher e seus dois filhos com idade entre 5 e 7 anos que apresentavam quadro agudo de diarreia, e um homem de 25 anos com quadro clínico sugestivo de Chikungunya. A dificuldade de comunicação, devido à falta de domínio do português pelos usuários estrangeiros, associada à ausência de documentação pessoal e histórico de saúde ignorado foram os principais entraves ao atendimento, segundo a perspectiva dos profissionais de saúde. Além disso, a ausência de protocolo para avaliação de agravos de saúde específicos de imigrantes, como política de imunização e alerta para doenças endêmicas do país de origem, somada ao desconhecimento geográfico dos serviços de saúde da região pelos usuários, foram outros empecilhos identificados. Soluções imediatas objetivando o enfretamento destas barreiras foram proporcionar um acolhimento interdisciplinar mais abrangente frente à condição de vulnerabilidade e uma escuta qualificada, que incluiu o uso de habilidades de comunicação não verbais para o efetivo entendimento entre os polos do cuidado (por exemplo, a confecção de receita médica com ilustrações). Resultado: Barreiras para o atendimento das demandas de saúde de imigrantes incluem desde a pouca fluência do idioma do país de destino até diferenças culturais, acrescidas de agravos inerentes às condições de vulnerabilidade social. O acolhimento adequado e a escuta ativa, processos determinados na Política Nacional de Humanização, podem ser consideradas ações relativamente simples e bastante efetivas para contornar tais desafios a curto prazo. |
8916 | NUTRIÇÃO COMPORTAMENTAL®: ABORDAGEM OU FICÇÃO? CRISTIANE MARQUES SEIXAS, Carolina de Oliveira Coutinho, Thais Nascimento Conde, Juliana Pereira Casemiro NUTRIÇÃO COMPORTAMENTAL®: ABORDAGEM OU FICÇÃO?Autores: CRISTIANE MARQUES SEIXAS, Carolina de Oliveira Coutinho, Thais Nascimento Conde, Juliana Pereira Casemiro
Apresentação: Dada a complexidade do fenômeno alimentar, o campo da Alimentação, Nutrição e Saúde (ANS) tem se mostrado bastante dinâmico em relação à incorporação de saberes oriundos de outros campos científicos, sobretudo aqueles constituídos nas Ciências Humanas e Sociais (CHS). A Antropologia e a Sociologia têm sido tradicionalmente convocadas para explicar a explosão do número de casos de obesidade em todo mundo, o que levou ao entendimento de que sociedade e cultura colaboram significativamente para a epidemia de obesidade em curso nas sociedades atuais, sem, entretanto, sobrepor o aspecto individual desses casos. Dentre estes aspectos, o fator comportamental e seus determinantes tem despertado especial interesse, não somente entre os profissionais de saúde que lidam com pacientes com sobrepeso e obesidade, mas também pelos mais variados campos científicos, tais como medicina, educação, criminologia, economia, energia, ecologia, entre outros. Essa popularização das abordagens comportamentais impacta o campo da saúde na medida em que seu discurso apelativamente simples, acessível e com resultados garantidos seduz profissionais de saúde ávidos por encontrar uma técnica que dê conta dos impasses próprios ao enfrentamento da obesidade, forneça parâmetros avaliativos positivos e, ainda, os liberte da angústia que se revela diante da impotência frente a esses casos. O presente trabalho objetiva problematizar abordagens emergentes no campo da ANS como a Nutrição Comportamental® que incorpora teorias da psicologia como forma de enfrentamento dos impasses da clínica nutricional, seja ela na clínica convencional, seja na Atenção Primária em Saúde. Entende-se que essas abordagens, que tem como foco a mudança comportamental, tem capturado corações e mentes sem, entretanto, questionar as implicações da aplicação de técnicas importadas de outros campos de modo simplificado. Na Atenção Primária, apesar de despontar como um recurso simples e rápido no manejo da obesidade, tem com efeito colateral a geração da sensação de ignorância ou “falta de formação” especializada, o que coloca em xeque a formação dos profissionais de saúde e gera uma permanente sensação de déficit. Ou seja, como esse tipo de formação está restrita a grupos muito específicos, ao fim e ao cabo, passa-se a desvalorizar a formação acadêmica, a formação permanente em saúde e a própria experiência como recursos formativos tradicionalmente essenciais e a valorizar saberes superficiais e imediatistas que alimentam um rentável mercado de conhecimento e especialização. |
8682 | ENTRE O PLANO E A PRÁTICA NO CAMINHO ACESSO/BARREIRA AO CUIDADO À SAÚDE DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Luiza Sanchez Palacio Pinheiro, Nereida Lúcia Palko dos Santos, Emerson Elias Merhy ENTRE O PLANO E A PRÁTICA NO CAMINHO ACESSO/BARREIRA AO CUIDADO À SAÚDE DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAAutores: Luiza Sanchez Palacio Pinheiro, Nereida Lúcia Palko dos Santos, Emerson Elias Merhy
Apresentação: O trabalho em tela, objetiva analisar o acesso/barreira ao cuidado em saúde pelas pessoas com deficiência, foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa UFRJ - Macaé sob o parecer número 3632302. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 15% da população mundial possui alguma deficiência; no contexto brasileiro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2015) cerca de 6,2% da população possui algum tipo de deficiência. A revisão sistemática realizada no mês de Dezembro de 2019 dos artigos publicados no banco de dados da Regional BVS e da PubMed Central (PMC) em português e/ou inglês a partir do ano de 2006, data que compete a assinatura da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito das Pessoas com Deficiência será focado na categorização e descrição do acesso/barreira ao processo de cuidado em saúde e aos serviços de saúde pelas pessoas com deficiência. Este estudo possui a seguinte questão norteadora: “Quais são as barreiras ao acesso à reabilitação das pessoas com deficiência após a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência?”. Os artigos a serem utilizados para este estudo foram selecionados a partir dos seguintes critérios de elegibilidade: Incluir artigos pertencentes a ampla categoria, sendo ela pessoas com deficiência; Integrar artigos em que o objetivo vai ao encontro do foco de pesquisa deste estudo; Incluir artigos com texto completo disponíveis gratuitamente; Excluir estudos em que se tratam de pessoas com uma doença ou condição altamente específica; Excluir estudos sobre crianças ou idosos. Após análise dos artigos por meio do seu título, resumo e pelos critérios estabelecidos para esta revisão, foram selecionados 23 artigos para a análise. Por meio da análise, foi possível reconhecer lacunas na produção científica acerca da vida das pessoas com deficiência, da vida na diferença, evidenciou-se a escassa produção de pesquisas brasileiras no campo do acesso aos serviços de saúde pelas pessoas com deficiência desde a implementação do Programa Viver sem Limites, o programa que macropoliticamente expressa a política pública implementada no Brasil. As pessoas com deficiência possuem um maior risco de vulnerabilidade social, devido a ação invisibilizadora da sociedade perante a diversidade, ficando elas a margem da sociedade. Devido a isso, barreiras são geradas impedindo que as pessoas com deficiência tenham acesso às condições básicas de vida, como por exemplo, o acesso à saúde. A reabilitação em muitos países, inclusive no Brasil, tem uma implementação debilitada, devido a diversos fatores como: baixa disponibilidade dos serviços; baixa disponibilidade de recursos humanos para reabilitação; distribuição desigual das unidades de atendimento em reabilitação; altas taxas de gastos com a saúde; investimento precário nesse setor; falta de transporte acessível; discriminação e estigmatização da sociedade, entre outros, que constituem barreiras para o acesso a reabilitação das pessoas com deficiência. O que gera um contraste entre a proposta da CDPD e a realidade vivida pela pessoa com deficiência. |