467: Os desafios para o cuidado integral e a saúde mental | |
Debatedor: Rogério da Silva Ferreira | |
Data: 30/10/2020 Local: Sala 03 - Rodas de Conversa Horário: 10:30 - 12:30 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
7540 | LIDANDO COM AS PERDAS: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ERIDA APARECIDA JOSÉ SILVA, ADRIANE NEVES SILVA LIDANDO COM AS PERDAS: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃOAutores: ERIDA APARECIDA JOSÉ SILVA, ADRIANE NEVES SILVA
Apresentação: A morte vista como parte do desenvolvimento natural do ser humano, igualmente o nascer, é capaz de suscitar reações emocionais tanto no indivíduo que está morrendo como naqueles que estão a sua solta. Aceitar e compreender essa situação não são tarefas fáceis. Entender os sentimentos e sensações que permeiam o vivenciar do luto, requer um processo de mudança. No processo de formação dos profissionais de saúde estão presentes algumas lacunas pedagógicas, e quando no seu cotidiano se depara com as situações de morte e processo de morrer, constitui um acontecimento marcando e permeado de stress emocional. Objetivo: sensibilizar os profissionais administrativos na sua relação com luto em um hospital público do Rio de Janeiro para lidar com as situações de morte. Desenvolvimento: O reconhecimento da abordagem do tema se faz necessário para o desenvolvimento de ações capazes de atender os trabalhadores para aliviar o stress ao se deparar com as situações de morte. Um projeto de intervenção através da oficina “Educar para lidar com as perdas” nesse grupo específico torna-se um elemento essencial para a saúde do trabalhador e para a qualidade de vida quando diante da situação de morte. É importante a promoção do diálogo sobre morte e luto nas práticas educacionais nas unidades de saúde, considerando que ela se faz presente em todo contexto hospitalar. Trabalhar na saúde a partir das experiências cotidianas dos trabalhadores da saúde, contribui para desconstruir o tema como tabu, e fortalecer o cuidado integral nesse momento tão difícil de vida. Resultado: As dificuldades de abordagem no cotidiano de cuidado e nos cursos de formação e quando está é feita ocorre de maneira superficial, contribui para uma assistência fragmentada. O projeto de intervenção pretende trabalhar na saúde a partir das experiências cotidianas dos trabalhadores da saúde, buscando o modo como esses profissionais lidam com momento estimulando reflexões críticas das práticas de cuidados paliativos. A partir das vivências na oficina será possível a oferta de um espaço de acolhimento, troca de experiências e fortalecimento na relação profissional e familiar. Como resultado da oficina a construção da cartilha coletiva para lidar com a perda, ativa mudanças diante dessa situação, promove a educação e efetiva as propostas do programa de humanização. Considerações finais: As propostas de mudança para as situações de perda pautadas nas metodologias ativas de ensina, na perspectiva de reflexão sobre como lidar com as perdas, proporciona o desenvolvimento de competências, para intervir e conviver com os impactos emocionais decorrentes desse fenômeno. Nesse sentido, os profissionais que assumem na sua prática diária atitudes de negação da morte, evitando o contato com suas próprias emoções, são expostos ao stress e adoecimento. Diante destes pressupostos consideramos importante a partir das vivencias desses profissionais trabalhar as principais contribuições, tensões e contradições do exercício do profissional administrativos na saúde, diante do luto, a partir dos métodos ativos. |
7984 | A REDE DE CUIDADO A PESSOA COM DEFICIÊNCIA: ACOMPANHAMENTO DO IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO DE UM CENTRO MUNICIPAL DE REABILITAÇÃO NO MUNICÍPIO DE MACAÉ (RJ) KARLA Santa Cruz COELHO, Bárbara Soares de Oliveira Souza, Emerson Elias Merhy, Kathleen Tereza Cruz, Helvo Slomp Slomp Junior, Aracely Gomes Pessanha, Amanda Lourenço Vieira Reis, Andressa Ambrosino Pinto A REDE DE CUIDADO A PESSOA COM DEFICIÊNCIA: ACOMPANHAMENTO DO IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO DE UM CENTRO MUNICIPAL DE REABILITAÇÃO NO MUNICÍPIO DE MACAÉ (RJ)Autores: KARLA Santa Cruz COELHO, Bárbara Soares de Oliveira Souza, Emerson Elias Merhy, Kathleen Tereza Cruz, Helvo Slomp Slomp Junior, Aracely Gomes Pessanha, Amanda Lourenço Vieira Reis, Andressa Ambrosino Pinto
Apresentação: Na atualidade, a rede de atenção à pessoa com deficiência vem sendo implementada com grandes dificuldades e pouca priorização no Brasil e no mundo. Essa política pública apresenta singularidades nos territórios, fazendo com que a rede de cuidados seja produzida pelo próprio usuário. O objetivo do trabalho é compreender a produção do cuidado à pessoa com deficiência na rede de atenção à saúde de Macaé/Rio de Janeiro. Desenvolvimento: Essa pesquisa é desenvolvida no Observatório de Políticas Públicas de Macaé e faz parte da Pesquisa “Análise da implantação da rede de cuidados à saúde das pessoas com deficiência - os usuários, trabalhadores e gestores como guias”, já aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRJ - Campus Macaé. Usa-se a metodologia do “usuário-guia”, devido a concepção de que cada usuário produz sua própria história, para além dos territórios institucionais. A cartografia auxilia na construção de mapa vivo de territórios existenciais. Resultado: Em 2019, foi realizado um mapeamento dos serviços de reabilitação na cidade. Em Macaé, cidade de 200 mil habitantes que fica no Norte Fluminense, não há nenhum centro de especialidades em reabilitação cadastrado no Ministério da Saúde. Identificou-se que já houve um momento que a cidade tinha um projeto para criação do centro, inclusive com verbas federais, mas que não foi concretizado. Há os serviços de: Fisioterapia (traumatologia, órtese e prótese, oncologia e respiratória), Fonoaudiologia (transtornos de aprendizagem, reabilitação e distúrbios da voz, neurologia, reabilitação de surdez), Terapia ocupacional e Equoterapia. Esses serviços são ofertados em locais diversos o que dificulta a movimentação dos usuários e torna a rede de atenção descoordenada. Realizaram-se visitas nos serviços mapeados e a pesquisa foi apresentada para os gestores da secretaria de saúde. Acompanhou-se o processo de mudança de endereço para o recém inaugurado ‘’Centro de Especialidades Dona Alba’’, onde funcionará o Centro Municipal de Reabilitação. Além disso, em outros locais com a Casa da Criança e do Adolescente e o Centro de Referência ao Adolescente estão centrados os serviços de reabilitação para 0 a 19 anos. Os idosos são atendidos no Programa de Atenção Integral à Saúde do Idoso. Os acamados de áreas não cobertas pela Estratégia de Saúde da família são atendidos pelo Programa de Atendimento Domiciliar Terapêutico e os cobertos pelas unidades de atenção básica recebem o suporte do Núcleo de Apoio à Saúde da Família. O primeiro movimento da pesquisa contou com o mapeamento dos serviços e com um curso de extensão sobre a metodologia da pesquisa, realizado com trabalhadores da saúde do município, usuários, docentes e discentes. Considerações finais: Identificamos que Macaé (RJ) está passando por transformações na rede de reabilitação, destacando as experiências já construídas no campo da reabilitação em saúde, de maneira a produzir um mapa de práticas. Além disso, o curso possibilitou a incorporação de estratégias de produção do conhecimento e pensamento na produção do cuidado, onde todos são pesquisadores e atores. Destacando a necessidade de educação permanente e de encontros com os diversos atores para se pensar o processo de estruturação de um novo serviço de reabilitação e as práticas em curso no campo da reabilitação em saúde, discutindo as diferentes estratégias para sua implementação. |
7244 | O PERCURSO FORMATIVO DE ESTUDANTES DO PET INTERPROFISSIONALIDADE NO CENTRO DE REABILITAÇÃO ESPECIALIZADA Alice Mota Iassia, Andrea Perosa Saigh Jurdi, Lia de Castro Santos, Cinthia Bianca dos A.P.R. Feio, Daniele Emmerich de Barros Araújo, Rosângela Soares Chriguer, Rosa Maria de Moura Silva, Maria de Fátima Ferreira Queiróz O PERCURSO FORMATIVO DE ESTUDANTES DO PET INTERPROFISSIONALIDADE NO CENTRO DE REABILITAÇÃO ESPECIALIZADAAutores: Alice Mota Iassia, Andrea Perosa Saigh Jurdi, Lia de Castro Santos, Cinthia Bianca dos A.P.R. Feio, Daniele Emmerich de Barros Araújo, Rosângela Soares Chriguer, Rosa Maria de Moura Silva, Maria de Fátima Ferreira Queiróz
Apresentação: No campo da saúde, a orientação à integralidade do cuidado e a articulação intersetorial nas redes de atenção no Sistema Único de Saúde (SUS), vêm requerendo a formação de profissionais com capacidade para uma atuação colaborativa em equipes interdisciplinares. Compreendendo que todos os espaços onde se produz saúde são ambientes favoráveis de aprendizagem, o SUS se configura como cenário privilegiado de ensino e formação em saúde. Nesse sentido, a formação não pode tomar como referência apenas as evidências de diagnóstico, tratamento, prognóstico e etiologia, mas deve buscar romper com a perspectiva biomédica, médico centrado e a concepção de saúde como ausência de doença. A Educação Interprofissional em Saúde pauta-se na formação de profissionais da área da saúde preparados para trabalho em equipe interprofissional, enfatizando a integralidade no cuidado ao paciente (usuário do serviço), com qualidade humanística e técnico-científica nas áreas para possibilitar uma colaboração eficaz. Isso ocorre quando profissionais e estudantes de duas ou mais profissões aprendem juntos, sobre os outros e com os outros e entre si para possibilitar a colaboração eficaz e melhorar o resultado na saúde. A Educação Interprofissional como direcionadora da formação, é prevista no Projeto Pedagógico do Campus Baixada Santista/UNIFESP, assumindo como proposta curricular a interdisciplinaridade e interprofissionalidade em Saúde. No percurso formativo dos estudantes a inserção do Campus Baixada Santista nas Políticas Indutoras da Reorientação da Formação em Saúde, tal como o PET Saúde Interprofissionalidade, fortalece o aprimoramento curricular dos cursos de graduação, bem como contribui para ampliar nossa identidade com os serviços de saúde em municípios integrantes da Região Metropolitana da Baixada Santista. O Núcleo CER. II (Centro de Reabilitação Especializada), componente do PET Interprofissionalidade, tem como cenário de aprendizado e prática a pessoa com deficiência e o processo de reabilitação. Tendo em vista a histórica invisibilidade das pessoas com deficiência em nossa sociedade e a escassez da oferta de serviços de saúde, educação, cultura e lazer que atendam integralmente suas necessidades de cuidado, apesar do avanço nas políticas públicas, tal campo de conhecimento ainda provoca tensões e conflitos entre as necessidades dos profissionais de reabilitação e das pessoas com deficiência, além da disparidade de poder entre profissionais e usuários do serviço na decisão clínica. A invisibilização da deficiência na formação profissional agrava as tensões desse campo e estabelece, ainda, uma concepção biomédica da deficiência e das pessoas com deficiência, excluindo-se do panorama da reabilitação os contextos de vida, a inserção social e a participação das pessoas com deficiência nos processos de saúde e reabilitação. Assim, o objetivo desse trabalho é relatar a experiência formativa de um grupo de estudantes, preceptores e tutores integrantes do PET Saúde Interprofissionalidade e inseridos no CER. II do município de Santos (SP). Desenvolvimento: Participam desse Grupo PET seis estudantes dos cursos de graduação (Educação Física, Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Serviço Social) do Instituto Saúde e Sociedade do Campus Baixada Santista e um estudante de Medicina do Centro Universitário Lusíadas; quatro preceptoras, três delas de serviços externos ao CER. II, sendo estes Núcleo Ampliado da Saúde da Família(NASF), Seção Centro de Referência à Saúde Auditiva (SECRESA), Centro de Atenção Psicossocial infanto juvenil (CAPSi ZNO) e duas tutoras docentes dos cursos degradação do Instituto Saúde e Sociedade. O cenário de prática CER.-II atende pessoas com deficiência física e intelectual de todas as idades e pertence à Secretaria Municipal de Saúde de Santos (SMS). Está localizado na Zona Noroeste de Santos e caracteriza-se como serviço de média complexidade voltado às ações de promoção, prevenção de agravos, diagnóstico precoce ou diferencial e assistência reabilitacional de pessoas com deficiência física e/ ou intelectual. Atua como unidade articuladora com as demais unidades e serviços da SMS de Santos, atendendo pessoas com deficiência encaminhadas pelos serviços de atenção básica e demais níveis de todo o município. As ações desse Grupo PET Saúde Interprofissionalidade no CER. II tiveram início no mês de abril de 2019 com atividades in locu, utilizando as estratégias iniciais de reconhecimento do território, observação participante e posterior planejamento e intervenções com o apoio dos profissionais integrantes do CER., visando o mapeamento do território, da Rede de Atenção à Saúde (RAS) e Rede de Cuidados da Pessoa com Deficiência (RCPCD) e do fluxo de referência e contra referência, além da organização do trabalho do próprio CER. II. Foram abordadas as políticas nacionais que norteiam o atendimento oferecido pelo serviço, enfatizando a perspectiva interprofissional e a organização da demanda atendida pelas equipes. Em paralelo, os estudantes, em duplas de diferentes profissões, começaram a participar das atividades de atendimento desenvolvidas pela equipe de profissionais: atividades em grupo, reconhecimento do território, triagens e atendimentos individuais. No processo formativo dos estudantes, além das atividades práticas desenvolvidas às quintas-feiras, as reuniões de supervisão com os preceptores e tutores permitiram aos estudantes discutirem temas e situações que surgiram durante a prática profissional. A experiência vem sendo registrada pelos estudantes em diários de campo mensais. Resultado: O campo da prática profissional provoca encontros com diversos atores no cenário da reabilitação e possibilita aos estudantes vivenciarem a produção de diferentes metodologias educativas/integrativas e avaliativas para o cuidado interprofissional em saúde e no campo das deficiências. No encontro com os usuários do serviço, a escuta sensível e o olhar interprofissional oferecem a possibilidade de estabelecer ações colaborativas no sentido de minimizar problemas e/ou construir redes de apoio, assim como a compreensão de que o processo de reabilitação deve ultrapassar os muros do serviço e requer ações intersetoriais e comunitárias. No encontro com os profissionais, o exercício de conhecer as práticas específicas e de propor ações colaborativas, possibilitam entrar em contato com os desafios do trabalho interprofissional e os conflitos que se estabelecem no cotidiano do serviço e dos processos de reabilitação. Considerações finais: O percurso formativo no PET Interprofissionalidade apresenta aspectos fundamentais que provocam mudanças na formação integral dos estudantes: a percepção do cuidado, o conceito e os modos de promoção de saúde e o conhecimento das políticas públicas vigentes. A dinâmica do trabalho em grupo prevê que os estudantes, preceptores e tutores atuem juntos no cenário de prática, rompendo com a ideia da educação verticalizada. Ao possibilitar ao estudantes a produção do conhecimento, de forma dialógica e crítica, o processo formativo propicia autonomia e situações interativas de ensino-aprendizagem. Adicionalmente, o cenário do PET Saúde Interprofissionalidade acentua o Processo de Educação Permanente no serviço, nos espaços de discussão de casos e nas reuniões de equipe. Apesar dos desafios que a interprofissionalidade nos aponta em uma unidade de saúde da atenção terciária do município de Santos-SP, o grupo de forma ativa, propõe pensamentos e novas percepções de cuidado, com vistas à integralidade do usuário, da família e da comunidade. A formação interprofissional prevê uma mudança de paradigma: da assistência às doenças para o cuidado humano e a atenção centrada na pessoa, possibilitando a autonomia do individuo em relação ao seu próprio cuidado. |
8100 | PRÁTICAS DE ENSINO PARA A REABILITAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DURANTE UMA TRILHA ADAPTADA Hércules Rigoni Bossato, Andressa Ambrosino Pinto PRÁTICAS DE ENSINO PARA A REABILITAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DURANTE UMA TRILHA ADAPTADAAutores: Hércules Rigoni Bossato, Andressa Ambrosino Pinto
Apresentação: As práticas de ensino pautadas pelo paradigma psicossocial devem reconhecer que a reabilitação plena é atravessada pela permanência do convívio social para além dos muros institucionais. Objetivo: relatar a experiência de uma atividade de ensino da reabilitação no cenário da trilha adaptada em uma reserva biológica. Método: Relato de experiência realizado por professores de Enfermagem atuando no ensino em Reabilitação em uma Reserva Biológica. A visitação na Unidade de Conservação contempla atividades educativas e de interpretação ambiental. Essa atividade foi realizada no oitavo período, contemplou quinze estudantes, dois professores e um indivíduo com deficiência. O percurso na trilha adaptada para pessoa com deficiência durou em média 1h. Foi realizada uma roda de conversa entre os participantes. Resultado: O diálogo foi norteado por meio de trocas de saberes relacionados aos seguintes eixos temáticos: o cuidado em Saúde na Reabilitação, a inclusão social e o Meio Ambiente. Os docentes puderam vivenciar que os participantes abordaram que a promoção da saúde pode ter um sentido potencializador na reabilitação físico motora, uma vez que a pessoa com deficiência e os estudantes puderam trocar experiências sobre o cuidado de si. O direito de pertencer foi outra menção colocado no grupo, esse pautou-se sobre o sentido que a vida humana só tem a razão de ser saudável quando reconhecer o meio ambiente e preservação ambiental como condutas éticas para valorizar a vida em sua diversidade. Considerações finais: em suma, percebe-se a importância para o deficiente e os estudantes em participar em construção conjunta da atividade inclusiva na trilha, no intuito da valorização do corpo e da celebração da diversidade. Contribuições e implicações para Educação: a atividade proporciona em um ambiente “fora dos muros” das instituições de ensino e da saúde promovendo processos de inclusão. |
8540 | PET SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE NA ARTICULAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE - RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM GRUPO NO CENTRO DE REABILITAÇÃO ESPECIALIZADA – SANTOS (SP) Alice Mota Iassia, Andrea Perosa Saigh Jurdi, Maria de Fátima Ferreira Queiróz, Rosângela Soares Chriguer, Jeniffer Macedo Sarmento, Naiara Alves de Barros, Amanda Cardoso Pinheiro PET SAÚDE INTERPROFISSIONALIDADE NA ARTICULAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE - RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM GRUPO NO CENTRO DE REABILITAÇÃO ESPECIALIZADA – SANTOS (SP)Autores: Alice Mota Iassia, Andrea Perosa Saigh Jurdi, Maria de Fátima Ferreira Queiróz, Rosângela Soares Chriguer, Jeniffer Macedo Sarmento, Naiara Alves de Barros, Amanda Cardoso Pinheiro
Apresentação: Com a constituição do Sistema Único de Saúde (SUS), uma política direcionada àadequação da formação para o trabalho em saúde delegou às universidades a necessidade de repensar a formação de profissionais de saúde em seus cursos de graduação. Desde 2001, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de graduação da sa úde afirmaram que a formação do profissional deveria contemplar o sistema de saúde vigente no país, a atenção integral em saúde e o trabalho em equipe. A partir desses parâmetros, colocou-se a necessidade de que as Instituições de Ensino revissem suas posições pedagógicas e seus currículos de formação. Nessa nova formação que trata de mudanças nas concepções sobre o que seja saúde e assistência às doenças, é preciso que o profissional conheça as pessoas que requerem sua assistência, considerando que o processo saúde-doença é um fenômeno complexo e não se restringe ao campo biológico, exigindo ser tratado de maneira integral. Nesse sentido, a formação de profissionais de saúde hoje, precisa prever o conhecimento dos diversos cenários da prática de saúde, colocar-se no lugar do outro (em alteridade) para melhor compreendê-lo. No percurso formativo dos estudantes os cursos de graduação do Insituto Saúde e Sociedade do Campus Baixada Santista da Universidade Federal de São Paulo(UNIFESP), a Educação Interprofissional é direcionadora da formação e está prevista no Projeto Pedagógico, assumindo como proposta curricular a interdisciplinaridade e interprofissionalidade. Optar por esse modelo de educação na formação de profissionais de saúde implica pensar a inserção dos estudantes, desde o início do curso, em cenários da prática profissional, com a realização de atividades educacionais, criando situações reais de aprendizado. Desenvolvimento: O PET Saúde Interprofissionalidade como política indutora de formação em saúde propicia aos estudantes a experiência de estar no serviço, entrar em contato com o cotidiano do trabalho em equipe e conhecer o usuário e suas necessidades. No caso específico do Núcleo CER II (Centro de Reabilitação Especializada), componente do PET Interprofissionalidade, tem como cenário de aprendizado e prática a pessoa com deficiência e o processo de reabilitação. O CER-II atende pessoas com deficiência físicae intelectual de todas as idades e pertence à Secretaria Municipal de Saúde de Santos(SMS). Está localizado na Zona Noroeste de Santos e caracteriza-se como serviço de média complexidade voltado às ações de promoção, prevenção de agravos, diagnóstico precoce ou diferencial e assistência reabilitacional de pessoas com deficiência física e/ou intelectual. Atua como unidade articuladora com as demais unidades e serviços da SMS de Santos, atendendo pessoas com deficiência encaminhadas pelos serviços de atenção básica e demais níveis de atenção de todo o município. Esse trabalho tem por objetivo relatar as experiências de estudantes do PET Interprofissionalidade no Grupo de Equilíbrio. O Grupo de Equilíbrio é coordenado por uma fisioterapeuta do serviço e por duas estudantes do PET, sendo uma estudante de graduação do curso de educação física e uma estudante do curso de fisioterapia. Os usuários são em torno de seis adultos acometidos por problemas ortopédicos e/ou ao Acidente Vascular Encefálico (AVE) advindos de causas diversas, tais como: acidente de trânsito, acidente de trabalho e sequelas de cirurgias, os quais dificultam sua mobilidade, equilíbrio e participação nas atividades cotidianas e laborais. Todos os usuários são moradores de regiões periféricas da cidade e com dificuldades em acessibilidade aos serviços de saúde e de lazer no território em que moram. O grupo é realizado uma vez por semana pelas duas estudantes e pela fisioterapeuta responsável. Para que a participação das estudantes fosse possível, se fez necessário um trabalho colaborativo de coordenação que permitiu a composição dos diversos saberes. Em reuniões semanais são discutidas as atividades possíveis para o processo de tratamento a partir das habilidades e competências das estudantes. Foram realizados trinta e quatro atendimentos do grupo, no período de 25/04/2019 à 05/12/2019. As atividades realizadas foram: questionário para compreender as demandas de cada integrante do grupo, dança circular, alongamentos, circuitos com obstáculos, estações temporizadas, caminhadas externa à unidade, massagem terapêutica, treinamento de marcha, roda de conversa no início e ao final de cada atendimento. Resultado: A inserção do Grupo de Equilíbrio no CER II junto à continuidade no tratamento individual dos pacientes trouxe a possibilidade de um cuidado ampliado. O sentido que os usuários traziam de seus corpos era único e exclusivamente com o objetivo de tratar sua demanda o mais rápido possível para assim voltar ao seu cotidiano. O contato do Grupo com os pacientes promoveu o surgimento de outras concepções de como tratar e cuidar do próprio corpo, como cuidar da saúde mental e não apenas da saúde física de seus membros acometidos. Essas percepções proporcionam outro sentido e ações para o cuidado de si mesmo o que desconstrói a concepção de saúde como ausência de doença. Foi preciso propor a relação corpo e mente, com o território e com as convivências como um caminho do processo de reabilitação para os usuários do serviço. A periodicidade dos encontros semanais com o Grupo foi extremamente importante para criar vínculo com os pacientes, estudantes, com os profissionais e com o serviço. O contato e o acompanhamento possibilitou conhecer os usuários em sua integralidade, na qual proporcionou confiança e respeito entre ambos com as propostas, contribuindo para a formação dos discentes. No início do Grupo, a fisioterapeuta responsável realizou em sua maioria os atendimentos com as estudantes somente em observação. No decorrer dos atendimentos, as alunas introduziram-se na dinâmica do grupo e com isso, houve uma troca de planejamentos e comandos para as semanas seguintes. A autonomia das estudantes foi construída de maneira que essas capacidades se entrelaçavam a partir do empenho e apoio dos profissionais e da Unidade como um todo. Durante todo o processo foi visível os benefícios dos atendimentos em grupo, para uma relação de reabilitação mais funcional para os pacientes. Considerações finais: A articulação ensino-serviço-comunidade e interprofissionalidade traduz a necessidade do cuidado mais eficiente por uma relação sujeito-sujeito, qualificando os processos de forma a fortalecer a articulação com o SUS. A interprofissionalidade propõe aprender juntos, criar estratégias e possibilidades de interações, aprender com e aprender sobre o outro, assim como compreender a realidade que integra os aspectos culturais, sociais, econômicos, ambientais e físicos. O processo colocou desafios ao trabalho interprofissional, tal como a influência do cotidiano institucional que, muitas vezes, coloca obstáculos para que a colaboração e a garantia do cuidado integral aconteçam.Outro desafio refere-se à integralidade que supõe a inclusão das pessoas numa rede assistencial, onde o foco das ações em saúde passa a ser o usuário, e não a fragmentação do cuidado pelo tratamento focal das doenças, numa lógica de horizontalização dos saberes e compartilhamento do poder de maneira equilibrada. Conhecer os usuários e suas necessidades resulta com urgência na necessidade de pensar no processo de reabilitação mais amplo e a construção de redes de apoio e ações intersetoriais como outros serviços do município. |
6805 | A VIVÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE OFICINA EM DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM DIRECIONADA PARA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA RELATO DE EXPERIÊNCIA Laisa Marcato Souza da Silva, Ana Lucia Naves Alves, Luiz Henrique dos Santos Ribeiro, Julia Gonçalves Oliveira, Gustavo Nunes de Mesquita A VIVÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE OFICINA EM DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM DIRECIONADA PARA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Laisa Marcato Souza da Silva, Ana Lucia Naves Alves, Luiz Henrique dos Santos Ribeiro, Julia Gonçalves Oliveira, Gustavo Nunes de Mesquita
Apresentação: O profissional de enfermagem que atua em saúde do idoso deve compreender que o processo de crescimento populacional traz a necessidade da promoção da qualidade de vida dos idosos, que ocupam cada vez mais espaço na sociedade e em instituições de longa permanência.Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência, elaborado no estágio supervisionado, no décimo período do curso de Graduação em Enfermagem do Centro Universitário de Barra Mansa – UBM. Esse relato de experiência tem como objetivo principal demonstrar o processo de organização, execução, finalização e avaliação da Oficina Capacitar para Cuidar, desenvolvida durante o campo de estágio saúde do idoso. A vivência oportunizou entender do processo de organização, execução, avaliação de cada etapa da preparação da Oficina Capacitar para Cuidar.Uma assistência segura e eficaz tem impacto direto na forma de ofertar o cuidado tanto em ambiente hospitalares, instituições de longa permanência e locais onde são realizados cuidados em saúde. A atualização torna o profissional consciente e atento aos fatores que interferem diretamente na saúde do idoso. Capacitar para cuidar significa assegurar a sua equipe eficiência e efetividade na resolução de problemas. |
7472 | ABORDAGEM SOBRE A SAÚDE MENTAL DO IDOSO NO ÂMBITO UNIVERSITÁRIO: RELATO DE EXPERIÊNCIA Dandara de Fátima Ribeiro Bendelaque, Dorivaldo Pantoja Borges Junior, Emily Manuelli Mendonça Sena, Matheus dos Santos da Silveira, Erlon Rego de Andrade, Adrielly Cristiny Mendonça Fonseca, Daniel Lucas Costa Monteiro ABORDAGEM SOBRE A SAÚDE MENTAL DO IDOSO NO ÂMBITO UNIVERSITÁRIO: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Dandara de Fátima Ribeiro Bendelaque, Dorivaldo Pantoja Borges Junior, Emily Manuelli Mendonça Sena, Matheus dos Santos da Silveira, Erlon Rego de Andrade, Adrielly Cristiny Mendonça Fonseca, Daniel Lucas Costa Monteiro
Apresentação: O presente relato de experiência tem por objetivo descrever a vivência de integrantes da Liga Acadêmica Paraense de Saúde Mental (LAPASME), em uma ação de educação a saúde alusiva ao Dia Mundial da Saúde Mental para idosos participantes do Projeto de Extensão Universidade da Terceira Idade – UNITERCI. Posto isto, pretende-se também a destacar a importância dessas ações para a promoção a informação acerca da saúde mental, além dos seus impactos na formação acadêmicas dos integrantes. Dessa forma, este estudo foi organizado para, inicialmente, relatar a execução da ação de educação em saúde, apresentar os principais resultados e percepções dos idosos participantes e dos integrantes da LAPASME e destacar o papel de práticas extensionistas na promoção a informação a comunidade, além da sua importância na construção acadêmica dos discentes. Desenvolvimento: O Dia Mundial da Saúde Mental, comemorado no dia 10 de outubro, foi instituído em 1992, pela Federação Mundial de Saúde Mental, para alertar a todos sobre a necessidade de abordar acerca da saúde mental ao redor do mundo, aumentar a conscientização sobre o aumento dos casos de suicídio e o papel que cada um de nós pode desempenhar para ajudar a evitá-lo. A população idosa apresenta maior vulnerabilidade ao adoecimento mental, devido as mudanças fisiológicas cada vez mais constantes, maior acometimento por morbimortalidade, incapacidades, dependências e alterações nos fatores sociais e familiares, tornando-os mais propícios ao aparecimento da depressão, ansiedade e aumento de casos de suicídios pelo mundo. Diante dessa premissa, a Liga Acadêmica Paraense de Saúde Mental (LAPASME) através do tripé universitário: ensino, pesquisa e extensão, promoveu a atividade de educação em saúde no dia 10 de outubro de 2019, na Universidade Federal do Pará, para idosos participantes do projeto de extensão Universidade da Terceira Idade – UNITERCI, que promove atividades que possibilitam a discussão das dimensões biológica, psicológica e social do envelhecimento humano, inclusão social e reconhecimento e exercício dos seus direitos. Inicialmente, foi realizada uma palestra que abordou sobre o conceito de saúde mental, fatores de risco para o adoecimento, principais transtornos mentais que acometem a população idosa, formas de prevenção e principais serviços de saúde que devem ser acionados. Também foi possível abordar sobre os principais tabus sobre a saúde mental, por meio de um quadro que diferenciava os principais transtornos mentais. Em seguida, iniciou-se uma roda de conversa com os idosos, no qual foi possível discutir e compartilhar as percepções e dúvidas dos participantes. Resultado: Durante a palestra, diversos idosos relataram casos que vivenciaram principalmente em âmbito familiar, além de acontecimentos cotidianos que lhe afetavam emocionalmente. Além disso, houve casos de idosos que relataram já realizar tratamento para transtorno mental e sua visão sobre a doença. Notou-se que a maioria dos idosos apresenta o discurso de que a saúde mental só deve ser cuidada em casos de agravos e que só podem ser acometidos por pensamentos suicidas, aqueles que são diagnosticados com algum transtorno mental. A procura por profissionais também se mostra como um assunto que divide opiniões, predominando o pensamento de que tal fato só é necessário para quem já apresenta transtorno mental, ou seja, uma conduta apenas em casos de tratamento, deixando de lado o fato de ser indicada como prevenção. Observou-se a predominância de fatores de risco entre os idosos, destacando o acometimento por morbidades tais como as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) a exemplo da Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial, perdas familiares e mudanças no seu papel social. Tais fatos foram relatados diversas vezes pelos presentes. As mudanças ocasionadas pelas doenças e alterações fisiológicas e sociais podem levar a um estado de negação e dificuldade de lidar com as novas rotinas, tornando-se fatores que influenciam negativamente na saúde mental dos idosos, que requerem um acompanhamento que auxilie no enfrentamento e evite seus agravos. Os idosos relataram que as novas rotinas alimentares e cuidados para evitar agravos os deixavam entristecidos e sem vontade de participar das reuniões familiares e interação social, fato que pode levar a um futuro isolamento social e até desenvolvimento de transtornos emocionais. Durante a atividade de diferenciação entre os Transtornos Mentais, os idosos apresentaram diversas dúvidas, entre elas se estes podem ser hereditários, se toda pessoa diagnosticada com transtorno pensará em cometer suicídio e se os sintomas só podem apresenta-se em quem tem casos na família. O pensamento de que os transtornos, principalmente depressão e ansiedade, só podem se manifestar por condições genéticas ainda é bastante prevalente, excluindo os agravantes externos que auxiliam no seu desenvolvimento, tais como os fatores sociais, familiares, financeiros, religiosos, ambientais, entre outros. Abordar sobre a saúde mental ainda é um desafio, principalmente para a população idosa, que apresenta maior resistência e que costuma levar em conta os aspectos físicos, excluindo os fatores mentais. Nota-se ainda a dificuldade dos profissionais em abordar e apresentar um cuidado biopsicossocial, seja pela falta de conhecimento ou por questão de tempo e priorizações, fato que precisa ser bastante trabalhado, diante do aumento de casos de idosos com transtornos mentais e casos de suicídio. Os idosos presentes informaram realizar atividades físicas e manter sua independência e autonomia e que o fato de estarem participando das aulas do projeto e conhecendo um pouco mais do processo de envelhecimento, além da interação com os outros e novos vínculos sociais, os auxiliam na manutenção da saúde mental. Ao final da roda de conversa, diversos idosos informaram que não conheciam as informações apresentadas e que as mesmas foram de extrema relevância para seu conhecimento e diferenciação dos Transtornos Mentais, assim como um alerta para a maior atenção quanto a manutenção da saúde mental. Para os discentes, o processo de elaboração da ação e sua execução foram fundamentais para o seu empoderamento e protagonismo. A partir de atividades como essa, possuem a oportunidade de agregar suas formações profissionais as experiências voltadas a comunidade. Além disso, as atividades multiprofissionais auxiliam no trabalho com outras áreas, fato que é necessário para o êxito no cuidado. As atividades influenciam não só na ampliação de horizontes, mas também na formação do senso crítico e maior sensibilidade e expertise para levar informações para a comunidade. Considerações finais: Diante dos resultados, pode-se destacar a relevância da educação em saúde para a promoção da saúde mental a população idosa, devido esta apresentar fatores de risco para o acometimento por transtornos mentais e pensamentos suicidas, além da resistência para falar sobre o assunto. Ainda existem lacunas na promoção a informação sobre saúde mental, o que dificulta no diagnóstico e cuidado adequado, levando ao maior risco de agravos, sendo necessárias maiores condutas que promovam o compartilhamento de informações e com isso, autonomia e autocuidado da comunidade. Através das atividades promovidas pela LAPASME, é possível proporcionar informações de forma didática e acessível a comunidade, além da interação que apresente grande relevância não só para o público alvo, mas também para os discentes que criam e executam essas atividades. |
10700 | A INDEPENDÊNCIA DE IDOSOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA NO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL Mylena Stefany Silva dos Anjos, Nathália Arnoldi Silveira, Joyngle do Amaral Kremer, Themis Goretti Moreira Leal de Carvalho, Giovani Sturmer, Daniele dos Santos A INDEPENDÊNCIA DE IDOSOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA NO INTERIOR DO RIO GRANDE DO SULAutores: Mylena Stefany Silva dos Anjos, Nathália Arnoldi Silveira, Joyngle do Amaral Kremer, Themis Goretti Moreira Leal de Carvalho, Giovani Sturmer, Daniele dos Santos
Apresentação: Tendo em vista que o número de idosos vem aumentando gradativamente (IBGE, 2016) percebe-se uma tendência de aumento no número de pessoas que vão permanecer em uma Instituição de Longa Permanência (ILPI). Neste sentido Lino (2014) ressalta que é importante frisar que a velhice não inicia com a idade cronológica, mas trata-se de um processo individual fisiológico e social que altera algumas características físicas e mentais do indivíduo, provoca doenças e interfere na capacidade vital, podendo então estas alterações fazer com que o idoso não consiga cuidar de si, então passando a necessitar de ajuda e cuidados. Segundo a ANVISA (2005), as instituições de Longa Permanência para Idosos, são instituições de caráter residencial, destinada a domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade e dignidade e cidadania. A inclusão no presente estudo foram de idosos, ou seja, de 60 anos ou mais se enquadrando dentro da classificação de idoso de acordo com a Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994, artigo 2º, considera-se idoso, para os efeitos desta lei, a pessoa maior de sessenta anos de idade. A presença de fisioterapeuta foi de suma importância, para maior conhecimento, proporcionado uma participação ativa nas temáticas abordadas durante a ação comunitária. Além disso, possibilitou um vínculo com os idosos da instituição. A motivação para a realização deste estudo ocorreu a partir do conhecimento da prevalência de idosos nas instituições e a realidade vivenciada, percebendo-se a necessidade de refletir acerca dos cuidados de fisioterapia ofertados a esse grupo populacional, sendo assim com a implementação da atividade. Tal proposta foi estimulada durante a disciplina de Fisioterapia na Saúde Coletiva da Universidade de Cruz Alta que propôs aos acadêmicos observar na comunidade um grupo de sujeitos e realizar uma ação alternativa para entender o cenário atual e atuar com atividades que pudessem trazer algum benefício aos participantes. Sendo assim possível avaliar a capacidade funcional para entender onde o idoso tem maior necessidade de auxílio, possibilitando uma melhor assistência e o uso de intervenções corretas para diminuir os efeitos das incapacidades. Método do estudo O presente trabalho, de caráter descritivo foi elaborado através de um estudo com um grupo de 32 idosos institucionalizados em uma instituição de longa permanência para idosos, localizada em um Município do interior do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Foram utilizados como instrumentos para a coleta dos dados: um questionário para levantar os dados sócio demográficos, sendo eles idade, sexo, doenças crônicas não transmissíveis, tempo de institucionalização e o index de Katz (1976), que consiste em uma escala na qual são classificadas as ABVDs a partir do grau de assistência necessária para efetuá-las, é distribuído um ponto para cada atividade em que a pessoa consegue realizar sem nenhum auxilio, no final esses pontos são somados identificando o nível de capacidade funcional de cada idoso. Os níveis são classificados em 6 pontos independente, 4 pontos dependência moderada e 2 ou menos pontos muito dependentes, este instrumento foi preenchido pelo pesquisador de forma individualizada, a partir das respostas dadas pelos idosos com auxílio dos cuidadores, enfermeira e em casos onde nenhum destes tinham conhecimento das respostas, foi buscado o auxílio da direção da instituição Tais procedimentos foram acompanhados durante a visita pela Fisioterapeuta da própria instituição, a qual ministrou práticas teóricas e técnicas no cuidado ao idoso, além de se contar com o apoio dos demais funcionários da Instituição. Importante ressaltar que os atendimentos foram realizados em grupo, individualmente e com os pacientes restritos ao leito. Resultado: O presente estudo buscou identificar dados sócio demográficos, patologias existentes e o nível da capacidade funcional dos idosos avaliados pelo Índice de Katz. Com os idosos institucionalizados identificou uma proporção de longevos em sua população, sendo que 12, dos idosos estavam na faixa etária de 60 aos 69 anos de idade, 10 entre 70 aos 79 anos de idade, 9 tem entre 80 aos 89 anos de idade, e 1 tem 90 anos ou mais. Ao analisar os prontuários dos idosos, notou-se que muito dos idosos apresentavam mais de uma patologia, sendo então que entre as patologias constatou-se que 29, apresentaram hipertensão arterial sistêmica; 5 apresentaram ter diabetes mellitus, e 17 apresentavam insuficiência cardíaca. De acordo com vários autores, a cada ano, 650 mil novos idosos são incorporados à população brasileira, a maior parte com doenças crônicas e limitações funcionais. Quanto à capacidade de vestir-se, observou-se que 14 vestem-se totalmente sem assistência e 18 necessitavam de ajuda total para a sua realização. Em relação à continência, identificou-se que 22 dos idosos eram independentes, ou seja, possuíam controle esfincteriano completo, 10 necessitavam de ajuda, ou seja, faziam uso de fraldas. Verificou-se que a alimentação foi à atividade que apresentou o mais elevado número de idosos independentes no presente estudo, apresentando 31 com independência e apenas 1 necessitava de ajuda ou auxílio, ou seja, de assistência completa para tal atividade. Considerações finais: Percebe-se a importância de saber os resultados das independências dos idosos para uma melhor participação, de profissionais da área da saúde (médicos, fisioterapeutas, psicólogos, técnicos em enfermagem, entre outros), que sejam habilitados e que poderão auxiliar/ajudar nas limitações da capacidade funcional do idoso institucionalizado, buscando a reabilitação precoce e prevenindo a perda funcional. É de grande relevância destacar que a atuação fisioterapêutica é de suma importância para reabilitação funcional e melhora na q/promoção e qualidade de vida de idosos institucionalizados, favorecendo uma velhice bem-sucedida e mais duradoura dentro dos padrões. Os idosos que participaram do presente estudo atingiram mudanças significativas e as atividades ministradas ocasionaram benefícios dentre eles, as atividades vivenciadas foram consideradas excelentes pelos mesmos, os participantes ficaram mais felizes e dispostos a realizar as atividades dentro da casa de amparo, percebeu-se que a atividade física melhora a qualidade de vida, diminuindo o quadro álgico. Assim destaca-se que melhoras significativas ocorreram em função das novas amizades e parceria dos idosos, sentirem-se úteis para determinadas tarefas que nem eles mesmo sabiam ser hábeis para tal realização, também podendo adentrar em novos ambientes. |
12151 | A RELEVÂNCIA DA AMIZADE EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Nayara Rocha, Francisca Beatriz de Vasconcelos Oliveira, Lethicia Campos Dionisio Ribeiro Carneiro, Maryanna Santos Bezerra, Camilla Zayra Damasceno Oliveira, Mirna Alburquerque Frota, Mayenne Myrcea Quintino Pereira Valente A RELEVÂNCIA DA AMIZADE EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Nayara Rocha, Francisca Beatriz de Vasconcelos Oliveira, Lethicia Campos Dionisio Ribeiro Carneiro, Maryanna Santos Bezerra, Camilla Zayra Damasceno Oliveira, Mirna Alburquerque Frota, Mayenne Myrcea Quintino Pereira Valente
Apresentação: Instituições de Longa Permanências para Idosos (ILPI) são instituições governamentais ou não governamentais, de caráter residencial, destinadas a domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania. Os idosos residentes nestas instituições vivem em comunidade, porém muitas vezes encontram-se isolados, por isso a importância da formação de laços de amizades para uma melhor convivência. A amizade é reconhecida na literatura científica como uma importante fonte de felicidade e de bem-estar subjetivo, uma vez que proporciona o suporte social, o compartilhamento de experiências, de interesses, de sentimentos e de emoções. Este estudo teve como objetivo relatar a experiência de uma atividade educativa com idosos residentes em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência com ênfase no vínculo entre os idosos de uma ILPI do município de Fortaleza, Ceará. A atividade educativa utilizou como recurso papéis e canetas para elaboração de cartas que seriam trocadas entre os idosos. Foi realizada no mês de maio de 2019. Participaram 10 idosos da instituição. Resultado: A atividade foi desenvolvida no salão de jogos da instituição. Os idosos escreveram cartas para os seus amigos da instituição, como uma forma de demonstrarem o seu carinho e amizade. Os que não sabiam escrever foram auxiliados pelas acadêmicas de enfermagem. Vários idosos aproveitaram a oportunidade para pedir desculpas, fazer um agradecimento a um amigo ou demonstrar o seu afeto. Considerações finais: Ao final da atividade observou-se o quanto foi benéfico para os idosos este momento e a realização desta atividade. Verificou-se a necessidade que o idoso tem de se expressar, de demonstrar seus sentimentos, duvidas e anseios. Observou-se que vários relacionamentos foram recuperados e fortalecidos depois dessa atividade. Entende-se, portanto, a importância da realização de atividades educativas com idosos institucionalizados, pois são estratégias que proporcionam um ambiente acolhedor e que promove a socialização entre eles. Tendo em vista que os idosos da instituição de longa permanência se sentem muitas vezes sozinhos, e estas atividades possibilitam uma forma de se relacionar com outras pessoas. |
9712 | OS BENEFÍCIOS DA RELAÇÃO INTERGERACIONAL NA GRADUAÇÃO Camila Feldberg Porto, Marcos Fernandes da Silva, Geilson Cunha da Silva, Ana Carla Nascimento Sales OS BENEFÍCIOS DA RELAÇÃO INTERGERACIONAL NA GRADUAÇÃOAutores: Camila Feldberg Porto, Marcos Fernandes da Silva, Geilson Cunha da Silva, Ana Carla Nascimento Sales
Apresentação: O presente relato trata das experiências dos autores, alunos do primeiro período de Medicina da Universidade Federal do Amazonas, na disciplina de Saúde Coletiva I, em uma instituição de longa permanência para idosos (ILPI), na cidade de Manaus (AM). O objetivo desse trabalho foi inserir os alunos na realidade da vulnerabilidade social, com um olhar voltado à saúde e aos determinantes sociais de saúde (DSS), bem como levar tratamento humanizado aos moradores. As ações foram realizadas de setembro a novembro de 2019 com a frequência de uma vez por semana. A ILPI Fraternidade Amigos Irmãos da Caridade (FAIC) abriga idosos do sexo masculino provenientes de situação de rua. São pessoas sem vínculos familiares fortes, alguns sofreram abandono, e a maioria se encontra em uma grave condição de vulnerabilidade social. Os moradores apresentam locomoção reduzida e condições neuropsiquiátricas prejudicadas. A FAIC abriga 10 idosos, dos quais sete estão na faixa etária de 60 a 70 anos. Dois têm 82 anos e um tem 72 anos. Apesar de a maioria dos idosos possuir menos de 70 anos, eles apresentam quadros de saúde fragilizada e doenças crônicas como: Alzheimer, esquizofrenia, diabetes, hipertensão e doença de Parkinson. Desenvolvimento: Foi solicitado que os alunos desenvolvessem atividades com os idosos. Assim, as atividades foram cognitivas e físicas, dentre as quais: pintura, desenho, ouvir música ao vivo e cantar, leitura de crônicas, dominó, jogo de acertar a bola no cesto e roda de perguntas. Foi desafiador realizar as atividades com todos os idosos, uma vez que cada um apresentava perfil físico e cognitivo diferente. Contudo, os moradores demonstraram gostar das atividades, especialmente pintura e música. A convivência com o idoso desde o primeiro semestre da formação do profissional da saúde é indispensável. Isso porque, independentemente do estilo de vida na juventude, das origens e das condições econômicas, o idoso deve ser cuidado e respeitado pela família, pela comunidade e pela sociedade, e essa ação intergeracional no início da graduação fomenta a percepção do respeito e cuidado com o público idoso. Resultado: Os alunos aprenderam a lidar com uma população marcada por limitações e, apesar da incipiência, aprenderam a lidar com as barreiras físicas e cognitivas dos moradores. Houve um valioso aprendizado sobre as dificuldades ao deparar-se com a vulnerabilidade e o desconhecido, bem como sobre perceber os DSS relacionados ao envelhecimento e como eles se manifestam nas condições físicas, psicológicas e cognitivas dos pacientes. Os discentes também puderam desenvolver sensibilidade e empatia com idosos; ouvir e aprender com suas falas; valorizar e buscar soluções para os problemas; refletir sobre o processo de envelhecimento; e dar voz aos idosos em situação de vulnerabilidade por meio de arte, de música e de interação social. Considerações finais: Essa experiência promoveu nos alunos uma responsabilização social e política, bem como um olhar crítico à realidade vivenciada. Logo, reflete-se sobre a valorização do Sistema Único de Saúde (SUS), pois fortalece as relações sociais e intergeracionais entre aluno e sociedade, com um apoio mútuo entres eles. |
10748 | DIFICULDADES DE ACESSO DOS IDOSOS DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DE UMA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM UM MUNICÍPIO DO SUDOESTE DA BAHIA. Kathelly Oliveira Andrade, Júlia Lima Brito, Larissa Santos Barboza, Vivian Francielle França, Davi Tanajura Costa, Maricélia Braga Rocha DIFICULDADES DE ACESSO DOS IDOSOS DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DE UMA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM UM MUNICÍPIO DO SUDOESTE DA BAHIA.Autores: Kathelly Oliveira Andrade, Júlia Lima Brito, Larissa Santos Barboza, Vivian Francielle França, Davi Tanajura Costa, Maricélia Braga Rocha
Apresentação: Atualmente, o Brasil se encontra em mudança do perfil demográfico, onde, segundo o IBGE (2013), é esperado que em 2029 a maioria da população seja idosa. É previsto pela Política Nacional do Idoso (1994), que um adulto se torne idoso ao completar 60 anos, devendo ser assegurado por direitos que garantam sua autonomia e integração em sociedade. Aliado a essa mudança no perfil demográfico, surgem desafios sociais e políticos que apontam a necessidade de criação de estratégias que facilitem o acesso à saúde e ao SUS por essa população. Tem como objetivo conhecer as principais dificuldades de acesso dos idosos que moram na área de abrangência de uma ESF do município de Vitória da Conquista. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo vinculado com o projeto de extensão PET/Saúde- Interprofissional que utilizou dados secundários referidos por 17 agentes comunitários de saúde (ACS) de uma ESF, sendo uma parte do plano de trabalho elaborado para realizar a territorialização das microáreas a fim de aproximar os estudantes a realidade da comunidade. Esta unidade dispõe de duas equipes de saúde e abrange 19 microáreas, com o total de 1100 idosos cadastrados. Os dados foram coletados em entrevistas com os ACS, em um instrumento contendo a pergunta “Quais as principais barreiras identificadas na sua microárea/unidade para a população idosa não participar dos serviços da unidade: consultas, vacinação, reuniões, grupos, conselho de saúde?”, contendo as seguintes opções “Localização/Falta de Transporte; Acesso: Calçadas e Passeio; Horário da unidade; Vínculo das pessoas com profissionais; Limitação dos serviços ofertados; Estrutura física (rampas, barras de segurança); Costumes e Violência. ”. Resultado: Com o equivalente a 1100 idosos assistidos pela a ESF e distribuídos entre 19 microáreas foi levantado pelos ACS as principais barreiras de acesso desses idosos a Unidade, sendo apresentado pelo trabalhadores uma maior necessidade de atenção à saúde do idoso. Assim, dentro das barreiras geográficas, os ACS relataram que os usuários apresentam problemas no deslocamento para o serviço devido a situação de Calçadas e Passeio sendo a maior dificuldade encontrada com representação de 29% e a Localização/Falta de Transporte com 22,6%. No quesito funcionalidade foi evidenciado que 12,9% relataram como dificuldade o Horário da Unidade e a Limitação dos Serviços Prestados que representa também 12,9%, as outras opções não tiveram muito destaque por apresentar baixa representação, mas entendo a representação pela perspectiva e vivências dos ACS. Considerações finais: Com o resultados das dificuldades relatadas pelos ACS, é perceptível que a unidade de saúde referente não se encontra acessível à população idosa mostrando concordância com os estudos voltados a saúde do idoso nas USF. Diante da nova realidade com o crescente número de idosos, é preciso que as unidades de saúde sejam acessíveis a esses idosos, para que assim seja possível a promoção do cuidado à pessoa idosa de forma mais eficiente. No entanto para essa mudança é necessário incluir essa população como uma das vertentes de maior atenção pela ESF que se encontra como um olhar excessivamente materno infantil. |
10262 | ORIENTAÇÕES DE HIGIENIZAÇÃO DE PRÓTESES DENTÁRIAS E SAÚDE BUCAL DO IDOSO: AÇÃO EDUCATIVA COM GRUPO DE REABILITAÇÃO Jamila Gatinho, Leonardo de Souza Louzardo, Paula Regina Barbosa de Almeida, Bruno Mateus Viana Lima, Flavia Martins Moreira Alves, Livia Sue Saito de Oliveira Toda ORIENTAÇÕES DE HIGIENIZAÇÃO DE PRÓTESES DENTÁRIAS E SAÚDE BUCAL DO IDOSO: AÇÃO EDUCATIVA COM GRUPO DE REABILITAÇÃOAutores: Jamila Gatinho, Leonardo de Souza Louzardo, Paula Regina Barbosa de Almeida, Bruno Mateus Viana Lima, Flavia Martins Moreira Alves, Livia Sue Saito de Oliveira Toda
Apresentação: O envelhecimento populacional é, atualmente, o responsável pelo aumento do número de idosos que fazem uso de próteses dentárias no Brasil. Contudo, grande parte da população ainda não possui acesso às instruções de higiene das próteses e desconhece as possíveis repercussões orais provenientes da limpeza inadequada. Assim, visando realizar uma atividade de orientação da saúde bucal do idoso, os acadêmicos e profissionais do Programa de Educação pelo Trabalho (PET-Saúde) da Universidade Federal do Pará realizaram uma ação com os idosos do grupo de reabilitação de uma unidade básica de saúde da região de Belém, no estado do Pará. Desenvolvimento: O grupo de reabilitação da unidade de saúde conta com cerca de 10 idosos que realizam, uma vez por semana, atividades com a equipe interprofissional disponível. Após a realização dos exercícios de fisioterapia do grupo, os membros do grupo foram dispostos em uma roda para a realização de uma dinâmica de mitos e verdades. Foram distribuídas placas de “mito” e “verdade” para cada um e os acadêmicos realizaram perguntas referentes à higienização e vida útil das próteses, além de tópicos como o impacto da alimentação na saúde bucal e a correlação entre a saúde bucal e distúrbios sistêmicos, como diabetes e doenças cardiovasculares. Os membros do grupo utilizaram as placas para opinar sobre todos esses tópicos, proporcionando maior interação. Após a dinâmica, foi utilizado um macro modelo para ensinar as técnicas corretas de escovação, uso do fio dental e higienização bucal. Resultado: Foi possível desestigmatizar vários mitos sobre a saúde bucal do idoso, envolvendo o manejo correto e tempo de troca da prótese, além de ter sido feita uma correlação entre a saúde bucal e a sistêmica, muito desconhecida pela maioria dos idosos do grupo. Os membros mostraram um engajamento satisfatório com a dinâmica, tirando dúvidas e fazendo contribuições, o que permitiu que fosse um momento de conversa e aprendizado da comunidade com os profissionais das mais diversas áreas, dentre elas, odontologia, fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, dentre outras. Considerações finais: Ações educativas em saúde são de fundamental importância para a melhora na qualidade de vida da comunidade idosa, que frequentemente não possui o mesmo acesso à informação que a população mais jovem. Nesse sentido, é notória a indissociabilidade da saúde bucal com as outras esferas de saúde, sendo papel da equipe interprofissional a realização de ações integradas efetivas e eficazes e que respeitem as necessidades reais da população idosa. |
5884 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE: AÇÕES PREVENTIVAS SOBRE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NO CANTEIRO DE OBRA DA FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE Maíra Carla Ferreira, Priscila Tamar Alves Nogueira EDUCAÇÃO EM SAÚDE: AÇÕES PREVENTIVAS SOBRE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NO CANTEIRO DE OBRA DA FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDEAutores: Maíra Carla Ferreira, Priscila Tamar Alves Nogueira
Apresentação: Acidente Vascular Cerebral (AVC) é definido como uma deficiência neurológica inesperada, podendo ser de dois tipos: isquêmico e hemorrágico. O primeiro, causado por obstrução e o segundo, por extravasamento dos vasos sanguíneos. Sabe-se que a sua incidência vem aumentando, ou seja, a cada quatro pessoas, uma será acometida pelo AVC. Diante disto, o Projeto de Extensão Pense Bem AVC enfatiza as formas de prevenção e traz uma abordagem diferencial para cada tipo de público, onde um dos pontos primordiais da educação em saúde é reformular o conhecimento cientifico para cada realidade, com a finalidade de promover a promoção, prevenção e recuperação da saúde. Sendo assim, o objetivo do projeto é conscientizar o público por meio de informações e adequar à realidade as formas de prevenção. Desenvolvimento: Desta forma, reunimos em uma sala trabalhadores (servente de obra, técnicos de segurança do trabalho e engenheiro de obra) de uma obra da Faculdade Pernambucana de Saúde e apresentamos o Projeto Pense Bem AVC. Contudo, antes de esclarecer os fatores de riscos, questionamos seus hábitos alimentares; se faz uso de cigarro, álcool e com que frequência; e se pratica algum exercício. Diante das respostas, começamos a intervir e mostrar que a hipertensão, diabetes, obesidade, sedentarismos, fumo e etilismo são condições que vão ao encontro dos fatores de riscos, mas com uma reeducação dos hábitos e mudança no comportamento, podemos prevenir e ter uma melhor qualidade de vida. Ressaltamos a importância da disseminação da informação, pois se o Acidente Vascular Cerebral não levar a morte, acarretará sequelas que podem ser irreparáveis. Porém, essas sequelas podem diminuir quando ocorre à identificação do AVC nas primeiras quatros horas, e isso se dá mediante a execução de alguns procedimentos, ou seja, pedimos pra pessoa: sorrir, abraçar e falar uma frase mas, uma pessoa com um possível quadro de AVC não irá executar essas ações de forma eficaz. Diante disto, é importante ligar para o 192 e se possível, levar imediatamente ao hospital mais próximo. Resultado: A grande interação com o público permitiu que os mesmos tirassem dúvidas, fizessem perguntas e colocassem as experiências que tiveram com algum parente e/ou amigo. No final, entregamos panfletos com os pontos mais relevantes da apresentação. Ao enfatizar o objetivo de reunir aquele público, ou seja, a maioria homens de cor negra onde o acometimento do AVC é maior; e o tipo de alimentação que eles fazem uso - alimentos ricos em gorduras e sal - que é um dos fatores de riscos, percebemos uma reflexão do público quando aos seus hábitos alimentares e a preocupação da necessidade de procurar um médico. Considerações finais: Portanto, entendemos que o processo de educar em saúde nos permite sensibilizar o publico diante dos dados estatístico e mostrar a incapacitação do ser humano com um quadro clinico de Acidente Vascular Cerebral, porém o objetivo é atingido quando conseguimos criar motivação para mudanças comportamental frente aos possíveis riscos para saúde. |
6085 | OS DESAFIOS DA AMPLIAÇÃO DA CLÍNICA EM ODONTOLOGIA Andreas Rucks Varvaki Rados, Maurício Fernando Nunes Teixeira OS DESAFIOS DA AMPLIAÇÃO DA CLÍNICA EM ODONTOLOGIAAutores: Andreas Rucks Varvaki Rados, Maurício Fernando Nunes Teixeira
Apresentação: O artigo 200 da Constituição Federal elenca dentre as atribuições do Sistema Único de Saúde (SUS), a ordenação da formação de recursos humanos na área da saúde. As Diretrizes Curriculares para os cursos de Odontologia (DCNs) são uma das consequências/ resultados desta atribuição e apresenta como uma das competências a serem alcançadas pelo perfil do egresso, a Atenção à Saúde. Ela deve ser vista e entendida como capaz de guiar a atuação do cirurgião dentista considerando a ética e as dimensões da diversidade biológica, subjetiva, étnico-racial, de gênero, orientação sexual, socioeconômica, política, ambiental, e cultural, que singularizam cada pessoa ou cada grupo social. A formação em Odontologia preconiza uma importante carga horária prática, na qual os estudantes realizam atividades de promoção e educação em saúde, acolhimento aos usuários, além dos atendimentos clínicos sob supervisão com planejamento e execução de atividades considerando o sujeito como usuário do Sistema de Saúde. No curso de Odontologia da Univates, boa parte dessa carga horária é desenvolvida na Clínica de Odontologia Ampliada (COAm). Este serviço-escola trabalha na lógica da humanização do cuidado, trazendo um olhar ampliado para o sujeito e buscando entender seu processo de adoecimento em um contexto integrado e complexo, buscando superar o olhar fragmentado do modelo biomédico. Desenvolvimento do Trabalho O perfil do egresso em Odontologia preconiza a formação generalista dotado de sólida fundamentação técnico-científica e ativo na construção permanente de seu conhecimento, além de estar apto à atuação em equipe, de forma interprofissional, interdisciplinar e transdisciplinar. Para atingir este objetivo, optou-se por construir a proposta terapêutica a ser conduzida nas atividades a partir de princípios da Clínica Ampliada. Podemos ressaltar entre eles a lógica de entendimento do processo saúde-doença a partir do contexto em que o indivíduo está inserido, a tomada de decisões de maneira coletiva, a reunião de equipe e o uso de práticas integrativas e complementares como a Homeopatia. O serviço compõe a rede de atenção à saúde regional através de convênios já estabelecidos com o consórcio intermunicipal dos municípios do Vale do Taquari (CONSISA), além da possibilidade de aprofundamento do convênio com o SUS, através da habilitação de um Centro de Especialidades Odontológicas no local. A clínica ainda atende estudantes e funcionários da Universidade. Os usuários são atendidos por estudantes sob a supervisão de professores, além de profissionais que atuam em momentos de período ocioso do espaço. Os estudantes são estimulados a construírem vínculo com os usuários que atendem, consolidando o olhar humanizado para o indivíduo. Esse estímulo têm surtido efeito positivo, mas gera desacomodação. Muitos dos professores do curso são jovens, porém formados em uma lógica de ensino fragmentada, calcada no modelo biomédico. A tomada de decisão de maneira colegiada serve para superar eventuais entraves, pois a coordenação do curso e do serviço-escola acreditam que a possibilidade de envolvimento com os processos de gestão aproximam os atores envolvidos no processo, tornando esse envolvimento e pertencimento ao espaço, um sentimento cada vez mais presente. A lógica de cuidado ampliado pressupõe que não haja divisão por especialidades nos diferentes módulos. Há uma complexidade crescente no decorrer do curso, permitindo ao estudante a oportunidade de desenvolver o cuidado de maneira integral, resolvendo as demandas dos usuários, sem um encaminhamento sistemático. O respeito aos tempos de desenvolvimento das habilidades pelos estudantes pode porventura ser necessário o encaminhamento a um colega de outra turma. Resultado: No início da proposta havia uma comparação entre os estudantes com outros modelos e uma certa dúvida de como controlar o que foi realizado. Com o decorrer do processo, professores e estudantes foram percebendo que o processo terapêutico dos usuários é mais importante do que o procedimento específico e com o desenvolvimento do estudante durante o curso, inevitavelmente ele se deparará com uma série de atividades que vão compor o seu processo de formação de habilidades clínicas que auxiliarão na resolução das situações problema apresentadas pelos usuários. As avaliações feitas pelos usuários são, invariavelmente, positivas e o maior desafio foi convencer, no início, os professores de que o processo poderia ter uma outra lógica. Como as atividades anteriores à entrada dos estudantes sempre foram integradas, para eles, parece ser mais fácil entender o processo do que um professor novo, por exemplo. Já tivemos casos em que, por solicitação dos estudantes, tivemos que fazer uma visita domiciliar para entender o processo de adoecimento de um usuário. Sair passear com os usuários pelo campus é rotina para diminuir a ansiedade e aprofundar o vínculo. É comum os professores serem surpreendidos por planos de tratamento integrados propostos pelo estudantes incluindo abordagens não pensadas pelo próprio professor. Estes estudantes, quando vão para os campos de estágio, muitas vezes demonstram um olhar mais amplo que os próprios preceptores e a relação com locais que os recebem tem sido muito interessante. Já tivemos situações nas quais os estudantes deixaram de serem bem vindos porque demonstraram discordância com o que estava sendo construído e outras em que foram muito elogiados pela autonomia e contribuição despendida. Considerações finais Alguns estudantes insistem em fazer comparações com outras instituições e seus processos de formação. Um dos questionamentos mais frequentes que surgem, diz respeito ao fato de ainda haver um olhar utilitarista para a formação. Surgem críticas sobre a possibilidade de não realizarem algum tratamento durante sua graduação, quando a consecução dessa meta é algo não realizável. As reuniões de equipe servem de auxílio neste processo, pois é possível fazer momentos de escuta com as turmas que atuam no serviço, dirimindo dúvidas e angústias, além de permitir a socialização de tratamentos, através da apresentação e discussão de casos clínicos. Os professores têm desempenhado um papel importante na condução destas atividades, pois permitem aos estudantes avançarem seus estudos dentro das diferentes especialidades da Odontologia, desenvolvendo habilidades e competências como a comunicação verbal e escrita. A construção do olhar ampliado em Odontologia é algo novo e desafiador. A profissão é, historicamente, atrelada a regras rígidas e com pouco debate. A possibilidade de desenvolver a formação de maneira mais dialogada e humanizada pode permitir mudanças no cuidado odontológico e na mudança de paradigmas relacionados à saúde bucal, tornando o dentista um profissional realmente capaz de atuar e modificar a realidade na qual está inserido. |
6449 | DESAFIOS MULTIDISCIPLINAR DOS CUIDADOS PALIATIVOS Aiarlen dos Santos Meneses, Claudia Ribeiro, Adriana Lemos DESAFIOS MULTIDISCIPLINAR DOS CUIDADOS PALIATIVOSAutores: Aiarlen dos Santos Meneses, Claudia Ribeiro, Adriana Lemos
Apresentação: O presente trabalho se tratada de um relato de experiência que se deu a partir de um mini curso ministrado durante a Jornada de Iniciação Científica (JIC) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, tendo como objetivos, promover a reflexão, discussão e fomentar meios para quebra de paradigmas referente aos Cuidados Paliativos, minimizar ruídos de comunicação entre a equipe multidisciplinar e promover acolhimento e suporte emocional e espiritual ao doente e seus familiares. Desenvolvimento: Fui convidado para ministrar um mini curso na Jornada de Iniciação Científica da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), a priori ficou sobre minha responsabilidade elaborar o tema e a forma pedagógica a qual o mini curso seria oferecido. Sou enfermeiro, fiz uma residência em saúde do idoso com ênfase hospitalar e como trabalho de conclusão estudei a influência da espiritualidade no processo de aceitação de morte/morrer, durante minha pesquisa percebi que a equipe multidisciplinar tinha vários desafios a serem superados, sobretudo aos ruídos de comunicação, pro esse motivo decidir oferecer um mini curso que discutisse sobre essa temática, vale ressaltar que durante a graduação na área da saúde se discute muito pouco, às vezes nem se discute sobre cuidados paliativos. O mini curso realizou-se no dia 25/10/2019 no Campus I da UNIRIO, foi oferecido 15 vagas, todas preenchidas com graduandos e graduados de distintas áreas da saúde, como: Enfermagem, Medicina, Nutrição e Fisioterapia. O mini curso foi divido em quatros blocos, o primeiro foi apresentação pessoal e apresentação do grupo, esse momento foi de extrema importância, pois possibilitou conhecer o público, as áreas afins e quais eram suas expectativas referentes ao mini curso, o segundo bloco foi apresentação expositiva trazendo definições, princípios, portarias e paradigmas sobre Cuidados Paliativos, o terceiro bloco promoveu reflexão e discussão do modelo biomédico, essa discussão e reflexão se deu a partir do vídeo espanhol intitulado “La Dama y La Muerte”, em tradução livre “A morte e a Senhora”. Promoveu-se uma roda de conversa onde houve uma discussão crítica frente ao modelo biomédico, o tipo de formação que as academias ofereciam aos profissionais e a naturalização da morte, como processo biológico do ser vivo. Na quarta e último bloco houve uma roda de conversa multidisciplinar com 1 médico, 1 enfermeira, 1 nutricionista, 1 fisioterapeuta, 1 fonoaudióloga, todos com experiência hospitalar e com Cuidados Paliativos e mestrandos. A roda de conversa foi extremamente enriquecedora, onde se possibilitou discutir teoria versos práticas e a visão holística que o profissional deve ter frente ao ser humano. Resultado: ou Resultado: As discussões, reflexões provocaram grande impacto aos participantes e fortaleceu a importância do humanismo e respeito com os profissionais que já trabalham na área, houve relatos de experiências que emocionou e provocou o despertar da humanização dos profissionais de saúde. Considerações finais: Apesar do encontro ser pontual e acontecer em um único dia, possibilitou aos participantes uma experiência que marcará suas vidas quanto profissionais. (Fala dos participantes). |
6666 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE A USUÁRIOS HIPERTENSOS EM UMA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA FERRAMENTA ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM. Ana Júlia Góes Maués, Fernanda Cristina Silva da Silva, George Pinheiro Carvalho, Idehize Oliveira Lima EDUCAÇÃO EM SAÚDE A USUÁRIOS HIPERTENSOS EM UMA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA FERRAMENTA ASSISTENCIAL DE ENFERMAGEM.Autores: Ana Júlia Góes Maués, Fernanda Cristina Silva da Silva, George Pinheiro Carvalho, Idehize Oliveira Lima
Apresentação: A hipertensão arterial sistêmica trata-se de uma doença crônica de grande prevalência mundial, caracterizada por elevados e perduráveis níveis de pressão arterial, sendo um dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Dessa maneira, a educação em saúde surge como instrumento da assistência de enfermagem na intervenção ao portador da doença, tendo em vista que promove a aprendizagem dos indivíduos, grupos, comunidades e sociedade a respeito dos mecanismos inerentes ao processo saúde-doença. Objetivo: Relatar a relevância da educação em saúde no tratamento da hipertensão; e expor a importância da vivência fora do meio acadêmico. Desenvolvimento: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência. O trabalho foi baseado na vivência voluntária de acadêmicos do 5º semestre de graduação em enfermagem em uma Estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Belém, durante o período de 30 dias, no mês de julho de 2019. Os discentes puderam acompanhar as consultas médicas dos usuários hipertensos da ESF, bem como realizaram a escuta ativa de tais pacientes, em que foram identificadas as possíveis necessidades humanas básicas afetadas e, com isso, efetuadas as orientações de saúde capazes de fortificar o tratamento, sobretudo no que concerne à prática de atividades física, hábitos alimentares e estilo de vida, Resultado: Observou-se que os pacientes possuíam pouco conhecimento sobre a doença e quanto às orientações repassadas na consulta, principalmente no que se refere aos hábitos alimentares, importunando diretamente na qualidade de vida desses indivíduos. A partir dessa constatação, os acadêmicos utilizaram o diálogo para transmitir as informações necessárias, tais como benefícios da mudança do estilo de vida, bem como os malefícios e possíveis problemas acarretados pela não adesão de métodos saudáveis de vida, além de evidenciar a magnitude do acompanhamento profissional, haja vista, que a hipertensão trata-se de uma doença crônica e multifatorial. Ademais, tal ferramenta configurou-se como imprescindível na prática assistencial dos acadêmicos, pois se distanciou da prática de tratamento tradicional, na qual o método medicamentoso é hegemônico, ou seja, tal método permite a difusão das diversas linhas de cuidado. Considerações finais: Entende-se que a assistência aos usuários hipertensos é de suma importância, especialmente, quando utilizadas às estratégias de educação em saúde, na qual são disseminados conhecimentos não farmacológicos para potencializar a qualidade de vida e continuidade do tratamento farmacológico, tornando o usuário empoderado e protagonista do tratamento. Além de que, tal vivência foi de suma importância para enriquecer a formação dos acadêmicos, pois promoveu uma maior experiência com a comunidade, levando-os ao maior contato com o meio social, incitando a aprendizagem, busca e a disseminação de conhecimento além do meio acadêmico. |
8127 | TERAPIA MEDICAMENTOSA NOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL Vanessa Monteiro de Melo Sousa, Maria Helena Braga TERAPIA MEDICAMENTOSA NOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIALAutores: Vanessa Monteiro de Melo Sousa, Maria Helena Braga
Apresentação: Os direitos assegurados pela Constituição Federal de 1988 e o processo de construção do Sistema Único de Saúde (SUS) propiciaram avanços nas décadas subsequentes em termos de descentralização, participação social, mudanças no modelo de atenção, visando à integralidade em todos os níveis de atenção, considerando o contexto social, familiar e cultural em que o indivíduo está inserido. A partir da institucionalização das Redes de atenção psicossocial e da criação dos Centros de Atenção Psicossocial os portadores de transtornos mentais passaram a ter a possibilidade de serem acompanhados por equipes multiprofissionais, como também reinseridos na sociedade. A motivação deste trabalho deve-se ao fato de que os portadores de transtornos mentais, em sua maioria, encontram diversas dificuldades na terapia medicamentosa, e consequentemente, não aderem à farmacoterapia. Sendo assim, analisou-se a participação do farmacêutico na saúde mental, com ênfase nos Centros de Atenção Psicossocial da Regional Ampliada de Juiz de Fora. Avaliou-se a presença do farmacêutico nos CAPS da Regional ampliada de Juiz de Fora, além de discutir a relação existente entre o número de CAPS de cada Gerência Regional de Saúde (GRS) pertencente a Regional Ampliada e o número de habitantes. O estudo demonstrou que a Regional Ampliada de Juiz de Fora possui 117 municípios, com aproximadamente 2 milhões de habitantes. É dividida em 4 GRS: GRS de Juiz de Fora (11 CAPS), GRS de Leopoldina (7 CAPS), GRS de Ubá (12 CAPS) e GRS de Manhumirim (18 CAPS), totalizando 48 CAPS na Regional, número suficiente para o número de habitantes na região, porém possui apenas 13 farmacêuticos nas equipes multiprofissionais, sendo que 12 farmacêuticos pertencem a uma única GRS, a de Manhumirim. O processo terapêutico na atenção aos pacientes em sofrimento mental deve ocorrer de forma ampliada contemplando a integralidade da atenção, a intersetorialidade e o cuidado interprofissional. Neste sentido para ampliar o conhecimento e a percepção do usuário neste processo, uma estratégia rotineira é a realização de oficinas de educação em saúde. Estas oficinas possuem o objetivo de socializar as informações e desenvolver habilidades. A título de ilustração relatamos a oficina sobre medicamentos que aconteceu em fevereiro de 2019, no CAPS I Cataguases, com a participação de aproximadamente 25 usuários. As atividades foram direcionadas para os principais desafios encontrados na terapia medicamentosa destes, entre eles a não adesão ao tratamento, com grande resistência em relação ao uso dos medicamentos. A linguagem, peça essencial para a ação comunicativa, foi utilizada no sentido direcionado para o entendimento do público-alvo, ou seja, as informações foram transmitidas através da linguagem comum, do cotidiano. A fim de demonstrar que o medicamento é um produto desenvolvido atendendo todas as exigências legais, que envolvem pesquisas e estudos, iniciou-se a discussão abordando a seguinte questão: “Como é feito o medicamento?”. Nesta etapa, foram apresentados alguns tópicos, como a pesquisa que envolve a produção dos medicamentos, os laboratórios, os testes realizados, a comprovação da segurança, eficácia e a qualidade do medicamento antes de ser comercializado. Logo após, apresentou-se as formas farmacêuticas, com o intuito de demonstrar as variadas formas que um medicamento pode ter e a importância de saber utilizá-lo. Comprimidos, cápsulas, colírios, pomadas, injetáveis, foram algumas apresentações comentadas durante a oficina. Discutiu-se o uso de cada uma delas, separadamente. Depois de conhecer um pouco mais sobre os medicamentos e como eles são produzidos, os usuários foram convidados a observar o colega ao lado e descrevê-lo brevemente. A conclusão desta observação é que todos somos diferentes e únicos, no aspecto físico, a partir deste princípio, o raciocínio foi direcionado para o fato de que nosso organismo também possui suas particularidades e também são únicos, para refletir que a terapia medicamentosa deve ser individualizada e elaborada por um profissional habilitado. Neste tópico, abordou-se sobre a relevância em utilizar somente os medicamentos prescritos, com receituário médico. Apontou-se o tempo de estudo do médico, o conhecimento deste profissional acerca das doenças e que, portanto, ele tem conhecimento suficiente para indicar o melhor tratamento. Outros profissionais da saúde também foram citados, demonstrando o papel de cada um deles na contribuição para a terapia dos usuários, como: farmacêutico, enfermeiro, psicólogo, assistente social, entre outros. Além disso, imagens de modelos de receitas foram demonstradas e apresentadas como um documento importante, a fim de evitar a automedicação. Abordados esses tópicos, o trabalho foi direcionado para uma outra questão: “Onde e como guardar meu medicamento?”. Algumas instruções foram relatadas a respeito do local (protegido da luz, fresco, limpo), do cuidado que se deve ter (se necessita de refrigeração, por exemplo), que não deve estar próximo de produtos de limpeza, que o medicamento deve permanecer na sua embalagem original, devidamente identificado, com prazo de validade. Para avaliação e monitoramento do conteúdo trabalhado, um jogo foi realizado, em que imagens do dia a dia eram transmitidas em slides, e os participantes deveriam opinar em “certo” / “devo fazer” (representado pelo símbolo V na cor verde) e “errado” / “não devo fazer” (representado pelo símbolo X na cor vermelha). Após opinarem, todas as respostas eram discutidas a fim de fixar o conteúdo apresentado anteriormente. Foi possível observar que os usuários mostraram-se surpresos em relação ao tempo e ao trabalho que se tem para a produção de um medicamento. Com o jogo final, observou-se que praticamente todos os participantes acertaram a grande maioria das questões, indicando que a informação foi compreendida. Todos os usuários aceitaram participar do jogo e vários levantaram questões e dúvidas que haviam em relação ao tema, o que demonstra o interesse destes pela oficina e que o objetivo foi atendido. Considerando que os medicamentos sujeitos a controle especial possuem diversos efeitos adversos que podem contribuir para a não adesão ao tratamento e que a presença do farmacêutico nos CAPS da Regional Ampliada de Juiz de Fora ainda é pouco expressiva torna-se necessária uma ação responsável por parte dos gestores e trabalhadores das RAPS de forma a garantir a inserção deste profissional na linha de cuidado da atenção aos portadores do sofrimento mental, ampliando assim a equipe multiprofissional indispensável para uma atenção integral. Ainda que fundamental no acompanhamento ao sujeito portador de transtornos mentais, a realização contínua, principalmente nos casos de equipes reduzidas, de oficinas de educação em saúde, especialmente relacionada ao uso dos medicamentos, podem minimizar os efeitos adversos do uso da terapia medicamentosa além de contribuir para uma adesão ao tratamento mais efetiva. |
8562 | AUSÊNCIA DE DETERMINANTES SOCIAIS COMO FATOR EXPLÍCITO DO SUICÍDIO EM ARTIGOS CIENTÍFICOS NO PORTAL DA CAPES Sabrina Lacerda da Silva, Laura Rego da SIlva, Cristianne Famer Rocha, Liliane Spencer Bittencourt Brochier, Delisson Pereira da Luz, Tainá Suppi Pinto, Rosa da Rosa Minho dos Santos AUSÊNCIA DE DETERMINANTES SOCIAIS COMO FATOR EXPLÍCITO DO SUICÍDIO EM ARTIGOS CIENTÍFICOS NO PORTAL DA CAPESAutores: Sabrina Lacerda da Silva, Laura Rego da SIlva, Cristianne Famer Rocha, Liliane Spencer Bittencourt Brochier, Delisson Pereira da Luz, Tainá Suppi Pinto, Rosa da Rosa Minho dos Santos
Apresentação: O suicídio é o ato de provocar a própria morte conscientemente, quando já não se encontra solução para uma dor insuportável ou problema considerado difícil. É uma tentativa de ter controle, quando a vida já perdeu o controle de diferentes maneiras. Segundo a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 800 mil pessoas se suicidam no mundo por ano. Esse número nos diz que, a cada 40 segundos, uma pessoa se suicida e, a cada 3 segundos, ocorre uma tentativa. Os números são expressivos, fazendo com que o suicídio seja um grave problema de saúde. Os motivos que podem levar o indivíduo a desejar morrer são os mais diferentes, tais como biológicos (transtornos psiquiátricos, genéticos, doença degenerativa ou outra doença que cause dor ou incapacidade), sociais (cultura, tentativa prévia, desemprego, falta de condições dignas de viver, discriminação), entre outros. Durante muito tempo, entendia-se o suicídio como possessão demoníaca, crime, honra heróica, dentre outras compreensões sociais. Entretanto, em diferentes momentos da história ocidental, o suicídio sempre esteve fortemente relacionado com transtornos psiquiátricos. Émile Durkheim, em 1897, publicou “O suicídio”, livro que apresentava argumentos que a sociedade pode ser um fator de risco importante que leva o indivíduo a matar-se, mostrando que as mortes voluntárias são parte de um processo social, não de indivíduos isolados. Mesmo sabendo-se que o suicídio é consequência de diferentes fatores, o discurso preponderante que circula no meio acadêmico e em veículos de informação científica é que o suicídio é um problema biomédico. Diante o exposto, o presente trabalho teve o objetivo de realizar uma busca bibliográfica sobre suicídio e sociedade. A base de dados foi o portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), devido a sua relevância no contexto da pesquisa nacional e internacional. Para a coleta dos artigos, foi utilizado como critério de seleção aqueles artigos que tinham no título as palavras “suicídio” e “sociedade”, o que resultou em 24 artigos científicos. Desses, somente quatro estudos apresentaram minimamente a contribuição explícita do fator socioeconômico como um dos principais motivos ou agravantes do suicídio à população brasileira. As reflexões trazidas, neles, indicam o quanto o sistema capitalista vigente propicia disparidades socioeconômicas que, em última análise, atenuam os motivos de ausência de bem-estar social, manifestando-se no ato de tirar a própria vida. Frente ao encontrado, entende-se que ainda existe um longo caminho a ser explorado, no sentido de melhor compreender as possíveis relações entre suicídio e sociedade. Para, talvez, começar a complexificar as relações multifatoriais do suicídio para além dos transtornos psiquiátricos. |
8229 | A LIGA ACADÊMICA DE SAÚDE MENTAL COMO EXPERIÊNCIA INOVADORA PARA A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SAÚDE E SUA IMPORTÂNCIA PARA A COMUNIDADE Vanessa Ayres Tibiriçá, Bianca de Freitas Moraes, Alexandre Coutinho de Melo, Eduarda Pampolin Miessi Luchini, Victor Gabriel Souza Faria, Isabelle Agostini Presti, Marla Ariana Silva, Camila Souza de Almeida A LIGA ACADÊMICA DE SAÚDE MENTAL COMO EXPERIÊNCIA INOVADORA PARA A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SAÚDE E SUA IMPORTÂNCIA PARA A COMUNIDADEAutores: Vanessa Ayres Tibiriçá, Bianca de Freitas Moraes, Alexandre Coutinho de Melo, Eduarda Pampolin Miessi Luchini, Victor Gabriel Souza Faria, Isabelle Agostini Presti, Marla Ariana Silva, Camila Souza de Almeida
Apresentação: A Liga Acadêmica de Saúde Mental – Insanos, criada em 2016, tem como base o pilar acadêmico de ensino, pesquisa e extensão, seu objetivo é aperfeiçoar o conhecimento de saúde mental dos universitários a fim de formar profissionais mais bem preparados na área. Além de ligar o estudante com a temática a Insanos realiza projetos de pesquisa e extensão na comunidade, e auxilia na implementação da interdisciplinaridade. A liga realiza grupos de estudo quinzenais com duração de uma hora, além de efetuar eventos acessíveis à comunidade. Atualmente ela é composta por nove graduandos de psicologia e enfermagem; e uma docente que a coordena, e as reuniões são abertas para estudantes de Psicologia, Serviço Social, Enfermagem, Fisioterapia e Medicina. Até o momento foram estudos oito temáticas dentro dos grupos de estudo: A História da Loucura; Psicopatologias; Acolhimento e Técnicas de intervenção ao portador de sofrimento mental; O funcionamento da RAPS; Estudo dos textos de pensadores importantes à saúde mental; Estudos de projetos inovadores em saúde mental; Estudo dos projetos de extensão e pesquisa realizados pela liga. Quanto aos eventos a liga já realizou vários dentro da universidade e fora dela como, por exemplo, a Aula Aberta sobre a História da Loucura e o Seminário de Saúde Mental e Gênero; além disso a liga também participa de outros eventos regionais e locais como convidada. No total a liga já realizou sete projetos, sendo três de pesquisa e quatro de extensão, como exemplo temos o projeto: “Caminhando com imigrantes”, no qual se cartografou a rede de cuidados em saúde de uma usuária de saúde mental, além também do projeto de extensão “Grupo Ouvidores de Vozes: Possibilidade de Protagonização” no qual fundou-se um Grupo de Ouvidores de Vozes em Itaúna (MG), a fim de proporcionar um espaço de acolhimento e compartilhamento da experiência. Esses dois projetos mostram como o liga acadêmica auxilia o serviço de saúde e principalmente os seus usuários, todo projeto e evento realizado pela Insanos buscou e busca ajudar a promover a autonomia do usuário do serviço além de informar e trocar experiências com os funcionários. A criação da Insanos também promove um maior comprometimento dos estudantes para com a universidade, além de aumentar o interesse sobre a temática, levando a uma maior reflexão sobre seus papeis como graduandos e futuros profissionais na área. Através dela, permitiu-se um olhar próximo dos serviços existentes no Sistema Único de Saúde. Desta forma, portando-se como um mediador entre a comunidade cientifica e a população, a liga está alcançando seus objetivos de aperfeiçoar o aprendizado da área, o que possibilita uma educação crítica e uma construção de profissionais críticos e proativos que poderão incrementar o conhecimento de saúde mental e, por meio da prática social, incorpora-la em um contexto social mais amplo, desmistificando preconceitos sociais e promovendo uma saúde mental que respeita e defende os direitos dos indivíduos. |