472: Contextos, cotidiano e desafios no cuidado em saúde | |
Debatedor: Erica Paula Barbosa | |
Data: 29/10/2020 Local: Sala 08 - Rodas de Conversa Horário: 13:30 - 15:30 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
10375 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE: VALORIZANDO A DIMENSÃO DO CUIDADO INDIRETO DE ENFERMAGEM SONIA CRISTINA CHAGAS PECANHA, BARBARA POMPEU CHRISTOVAM EDUCAÇÃO EM SAÚDE: VALORIZANDO A DIMENSÃO DO CUIDADO INDIRETO DE ENFERMAGEMAutores: SONIA CRISTINA CHAGAS PECANHA, BARBARA POMPEU CHRISTOVAM
Apresentação: As ações de gerência do cuidado de enfermagem caracterizam-se por ações expressivas e instrumentais de cuidado direto e indireto, realizadas pelo enfermeiro de forma integrada e articulada, cuja finalidade é oferecer um cuidado sistematizado e de qualidade aos usuários dos serviços de saúde1. O cuidado direto diz respeito ao processo de trabalho que envolve o cuidar propriamente dito. Já o cuidado indireto diz respeito ao administrar; refere-se as atividades, procedimentos e necessidades para implementar o cuidado direto1,2. No Serviço de Métodos Especiais (SME) da Gastroenterologia a assistência prestada pela equipe de enfermagem aos usuários englobam cuidados diretos e indiretos. Como exemplo deste último, citamos a área de limpeza e desinfecção de equipamentos endoscópicos e seus acessórios, onde o técnico ou auxiliar de enfermagem é o profissional apto para atuar, sob a supervisão do enfermeiro3. O procedimento de limpeza e desinfecção envolve a padronização dos processos de limpeza, desinfecção química de alto nível e esterilização do material utilizado. Com isso se destaca a biossegurança e a vigilância a saúde dos profissionais e usuários expostos4. A dimensão do cuidado na especificidade apresentada constitui-se uma problemática relevante e pouco explorada na literatura científica da enfermagem. Assim, delineou-se como Objetivo: Relatar a experiência da realização da educação em saúde sobre limpeza e desinfecção de equipamentos endoscópicos, com o intuito de conscientizar e sensibilizar a equipe, sobre a importância dessa atividade em um Serviço de Métodos Especiais. Método: Trata-se de um relato de experiência, realizado no mês de janeiro de 2020, baseado nas estratégias de educação em saúde realizadas através de rodas de conversas no auditório existente no SME de um hospital universitário localizado no município do Rio de Janeiro, com a utilização de material didático tipo apresentação em data show, utilizando uma linguagem técnica e científica porém, clara e objetiva, no intuito de esclarecer algumas dúvidas enfrentadas pela equipe do setor. Com a participação de um expositor e um mediador, foram realizados dois encontros em dias consecutivos, antes do início dos exames, aberto a toda equipe multiprofissional. Resultado: O SME da Gastroenterologia dessa instituição em questão, funciona em dias comerciais das 07 as 19 horas, com início dos exames agendados para as 08 horas. A equipe de enfermagem lotada no setor é composta por três enfermeiros e vinte e quatro técnicos / auxiliares de enfermagem. Na sala de reuso, destinada a limpeza dos endoscópios, há o revezamento diário de três profissionais. Compareceram as rodas de conversa, 100% dos enfermeiros e 83,33% dos técnicos/auxiliares. Números expressivos uma vez que dos 16,67% de profissionais de nível médio que não compareceram, metade está de licença em tratamento de saúde e a outra parte, de férias. Apesar da maioria dos endoscopistas terem elogiado a inciativa, apenas dois conseguiram chegar no final das reciclagens pois o horário agendado foi antes do início dos procedimentos com pacientes, quando a maioria dos endoscopistas já desenvolvem outras atividades. Entre 70 e 80 minutos, discorreu-se sobre conceitos básicos de limpeza, desinfecção e esterilização, classificação de Spalding; legislação vigente sobre limpeza de endoscópios; tipos de saneantes; uso de equipamento de proteção individual (EPI); e, protocolo de limpeza e desinfecção dos endoscópios4. Foi abordado o procedimento de limpeza mecânica de forma manual que envolve: limpeza mecânica e manual com escovação dos canais; retirada de resíduos dos canais; limpeza com esponja por fricção; limpeza manual das bordas dos canais; procedimento final da limpeza com enxague utilizando os acessórios do aparelho fornecidos pelo fabricante e secagem interna com jato de ar; limpeza por escovação das válvulas; -limpeza da garrafa de água; preparo para desinfecção com a colocação do aparelho dentro da cuba com produto desinfetante no tempo preconizado pelo fabricante do produto; colocação do endoscópio, após o término da desinfecção, em outra cuba para fazer o enxágue interno e externo; secagem interna e externa do aparelho com o ar comprimido; transporte do equipamento para sala de exame ou armazenamento em local apropriado. Houve ênfase no processo de limpeza como um check list para o profissional de enfermagem que realiza a desinfecção dos aparelhos no SME, em busca da garantia e segurança do usuário. Foi informado aos profissionais que será realizada uma observação, a cada seis meses, pela coordenadora assistencial de enfermagem, através de planilha para acompanhamento do processo de higiene e limpeza dos endoscópios, de cunho educativo caso sejam observadas inconformidades e ou possíveis falhas nos procedimentos. As dúvidas citadas fizeram referência a: tempo de lavagem dos canais, sendo esclarecido que as pistolas já dão o jato necessário para a limpeza de todos os canais pois o timer de água/detergente/ar está funcionando conforme regulagem do fabricante sendo o suficiente para uma limpeza eficaz; limpeza das escovas, sendo reafirmado que ao final do processo, elas devem sofrer a mesma limpeza dos endoscópios enquanto as cerdas estiverem íntegras; secagem do endoscópio após lavagem inicial, alegando-se ser imprescindível para que não haja rediluição e perda da concentração inicial do produto que estará fazendo a desinfecção do endoscópio; uso da fita teste da solução desinfetante, sendo corroborada a utilização de forma rigorosamente ao indicado pelo fabricante para que não haja comprometimento do processo de desinfecção; finalidade punitiva da planilha de observação, sendo refutada tal hipótese pois procurar-se-á evitar ao máximo que o observado mude o comportamento frente a observadora, reafirmando-se o caráter educativo do procedimento; e, - “pressão” por parte de alguns endoscopistas solicitando rapidez no processo devido a demanda quase incompatível com a quantidade de equipamento, sendo reforçada a necessidade de respeito ao procedimentos com o fim de promover um cuidado indireto ideal que favoreça o cuidado direto, a saber, o exame endoscópico com equipamento isento de contaminação. Considerações finais: Por se tratarem de profissionais que já desempenham os cuidados indiretos, o assunto abordado foi desenvolvido com vistas a conversar sobre o protocolo de limpeza visando dar oportunidade aos profissionais lotados a mais tempo no setor de relembrar o passo a passo e treinar os profissionais lotados a menos tempo, incentivando a interação, a troca de saberes e suprimir dúvidas de forma conjunta. Este estudo possibilitou a visualização da importância da articulação entre as dimensões assistencial e gerencial do trabalho do enfermeiro, por meio do planejamento do cuidado, da previsão e provisão de recursos e da supervisão, reforçando o conhecimento de que os profissionais da área da saúde necessitam de educação permanente com utilização de metodologias ativas que facilitem a interação ensino/serviço. Implicações para gestão em enfermagem: A evidência mostra que o papel do enfermeiro engloba cuidar do paciente, mas também estabelecer padrões e desenvolver ordem dentro da unidade. Espera-se que o entendimento da necessidade de cuidados indiretos seja identificado pelo enfermeiro e que ele tenha habilidade para fazer as devidas intervenções de enfermagem impactando na melhoria direta da assistência do usuário dos serviços de saúde colaborando com a melhora da qualidade desses serviços. |
10370 | METODOLOGIA ATIVA NO ESTÁGIO PRELIMINAR EM SAÚDE DA MULHER E SUA APLICAÇÃO NA FISIOTERAPIA Pamela Carla Dias Ferreira, GABRIEL PAZ DE LIMA, THAYANE MONTEIRO DO NASCIMENTO, LILIAN ROSE MASCARENHAS METODOLOGIA ATIVA NO ESTÁGIO PRELIMINAR EM SAÚDE DA MULHER E SUA APLICAÇÃO NA FISIOTERAPIAAutores: Pamela Carla Dias Ferreira, GABRIEL PAZ DE LIMA, THAYANE MONTEIRO DO NASCIMENTO, LILIAN ROSE MASCARENHAS
Apresentação: A construção profissional na área de saúde deve comprometer-se em proporcionar melhorias na qualidade de vida e nos aspectos biopsicossociais da população, atendendo aos princípios do Sistema Único de Saúde e das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs). No que tange às DCNs o aluno deve ser visto como protagonista e o professor como facilitador no processo de ensino-aprendizagem, por meio de ferramentas criativas e instigantes. Dentro da área de saúde da mulher o profissional deve ser capaz de assistir a mulher de forma integral, logo, durante a sua formação o acadêmico deve ser levado a refletir de forma crítica sobre todos os aspectos que envolvem a atenção integral a saúde da mulher. Este trabalho tem como objetivo identificar como a metodologia ativa aplicada ao estágio preliminar em saúde da mulher influencia no processo ensino-aprendizagem. Desenvolvimento: Este trabalho apresenta-se como relato de experiência, vinculado ao estágio preliminar em saúde da mulher do 4º ano do curso de fisioterapia, da Universidade do Estado do Pará (UEPA) e vinculado a Unidade de Ensino e Assistência em Fisioterapia e Terapia Ocupacional (UEAFTO). O período de vivência ocorreu durante dois meses do ano de 2019. Os atendimentos supervisionados eram realizados três vezes na semana, no turno vespertino, no qual desenvolveu-se metodologias ativas que buscavam a total proatividade dos discentes. Todas as atividades desenvolvidas eram avaliativas e culminavam na nota final individual. Resultado: As atividades propostas eram divididas em protocolo de atendimento, resenhas e debates, e tarefas administrativas. No que concerne aos protocolos de atendimento, a docente estimulava a elaboração dos mesmos, questionando possíveis equívocos e oferecendo um feedback construtivo. No que diz respeito às resenhas e debates, eram elencados temas que perpassavam desde a anátomo-fisiologia feminina, até questões socioculturais que geram impacto direto na saúde; dessa maneira os estudantes pesquisavam e debatiam em conjunto com o docente, tirando dúvidas e aplicando os conhecimentos adquirido na prática. Em relação às tarefas administrativas, os discentes eram orientados a organizar banco de dados, agenda e cronograma das atividades ocorridas no estágio. Todas estas tarefas encorajavam os alunos a refletirem e discutirem sobre tais assuntos, objetivando uma formação generalista e humanista, com base no rigor científico e intelectual. Considerações finais: Conclui-se que, a metodologia utilizada buscou aproximar teoria e prática, possibilitando a melhor compreensão e execução de estratégias para com o cuidado e atenção integral em saúde da mulher, evidenciando que a metodologia ativa interfere positivamente no processo de ensino-aprendizagem dos estudantes de fisioterapia. |
10178 | O USO DO LUDICISMO PARA ENSINAR HIGIENE CORPORAL E BUCAL A JUVENIS NO AMAZONAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA Maxwell Arouca da Silva, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Tárcia Alfaia de Almeida, Talita Fernandes de Lima Silva, Karem Poliana Santos da Silva, Elisson Gonçalves da Silva, Fernanda Freitas dos Santos, Rosa Mery Oliveira e OLiveira O USO DO LUDICISMO PARA ENSINAR HIGIENE CORPORAL E BUCAL A JUVENIS NO AMAZONAS: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Maxwell Arouca da Silva, Brenner Kássio Ferreira de Oliveira, Tárcia Alfaia de Almeida, Talita Fernandes de Lima Silva, Karem Poliana Santos da Silva, Elisson Gonçalves da Silva, Fernanda Freitas dos Santos, Rosa Mery Oliveira e OLiveira
Apresentação: Falar sobre a higiene para juvenis também é dever dos profissionais de enfermagem, pois através do assunto, pode-se atuar na prevenção de várias doenças e agravos a saúde humana. Objetivo: Relatar a experiência durante a implementação de um projeto de extensão sobre o incentivo a higiene corporal e bucal. Desenvolvimento: Estudo descritivo, tipo relato de experiência, sobre uma extensão universitária intitulada voltada ao incentivo à higiene corporal e bucal em um município do interior do Amazonas. A proposta da atividade foi estimular hábitos saudáveis de higiene, uso moderado de alimentos que predispõe o aparecimento de cáries, conscientização da importância da higiene bucal e mostrar os benefícios do banho, uso e os cuidados com corpo. O assunto foi abordado com juvenis de 10 a 12 anos oriundas da periferia de Coari (AM). Resultado: Para ensinar sobre a higiene oral, utilizou-se uma protege de Boca com dentes, escova de dente e creme dental gigantes, onde os juvenis aprendiam sobre a escovação correta, uso de flúor, aparecimento de cáries e doenças derivadas da não escovação. A higiene corporal foi ensinada através de uma encenação teatral sobre a rotina diária das crianças, além de mostrar a importância do uso de produtos de higiene corporal e o ensino da técnica de lavagem das mãos com tinta guache, para mostrar os lugares corretos para a higienização. Os juvenis durante a ação participaram ativamente, contando suas experiências e seus conhecimentos. Considerações finais: A educação em saúde sobre o tema permitiu verificar o nível de conhecimento das crianças sobre o assunto e qual o melhor método de abordagem para falar sobre saúde com público alvo. Além disso, permitiu aos acadêmicos atuarem como futuros profissionais de saúde e constatarem que a educação em saúde é necessária em todos os espaços, visando à formação da cidadania e consequentemente a melhora na qualidade de vida das pessoas. |
10267 | BLOGUE LIBERTANDO A MENTE E O USO DE PROCESSOS COMUNICACIONAIS PARA INCLUSÃO DIGITAL/SOCIAL DE USUÁRIOS DE CAPS Bruna Vanessa Dantas Ribeiro, André De Faria Pereira Neto, Ana Paula Freitas Guljor BLOGUE LIBERTANDO A MENTE E O USO DE PROCESSOS COMUNICACIONAIS PARA INCLUSÃO DIGITAL/SOCIAL DE USUÁRIOS DE CAPSAutores: Bruna Vanessa Dantas Ribeiro, André De Faria Pereira Neto, Ana Paula Freitas Guljor
Apresentação: Esse resumo é um relato de experiência sobre o projeto “Eu quero entrar na rede: Um blogue sobre saúde mental construído por pessoas em sofrimento psíquico”, desenvolvido no “Laboratório internet, Saúde e Sociedade” (LaISS) Centro de Saúde Escola Germano Sinval de Faria da Escola Nacional de Saúde Publica (ENSP)_ a Fundação Oswaldo Cruz, entre outubro de 2018 e julho de 2019. O projeto utilizou o Blogue como ferramenta digital de articulação e espaço de fala para pessoas em sofrimento mental, buscando promover a discussão de temas, a desconstrução de estigmas e a inclusão digital de usuários do Centro de Atenção Psicossocial Carlos Augusto da Silva Magal (CAPS-Magal), localizado no bairro de Manguinhos, na cidade do Rio de Janeiro. O CAPS-Magal atende a usuários residentes nas regiões de Manguinhos, Maré, Benfica e Tuiuti – bairros localizados na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. A comunidade de Manguinhos é marcada por precária condição socioeconômica de seus moradores e pela violência sistemática, fruto da guerra entre a polícia, a milícia e o narcotráfico. Ao sofrimento mental se somam outras características que acentuam a exclusão social desses indivíduos: são todos moradores de regiões pobres com alta taxa de violência, sem formação superior e, em sua maioria, de baixa renda e sem emprego fixo. Coordenado pelo professor Paulo Amarante, o projeto foi aprovado no “Edital para Projetos de Divulgação Científica” da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fundação Oswaldo Cruz (VPEIC/FIOCRUZ) e realizado através da parceria entre o Laboratório internet, Saúde e Sociedade (LAISS), o CAPS-Manguinhos e o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial (LAPS). O “Quero entrar na Rede” reúne uma equipe multidisciplinar, que inclui profissionais da área da saúde e das ciências humanas e sociais. Durante todo o processo foram produzidos materiais de registro (relatórios individuais e coletivos, instrumentos de avaliação de competências, modelos de cronograma, fichas de inscrição). Esses materiais foram a base para este relato de experiência que tem como objetivo explicitar métodos e procedimentos que tornaram possível a realização do projeto “Eu quero entrar na Rede”, que deu origem ao Blogue Libertando a Mente (1)Desenvolvimento: O projeto “Eu quero entrar na Rede” teve a duração de 10 meses no formato inicial, com início em outubro de 2018 e finalização em julho de 2019. Foram realizados encontros mediados uma vez por semana no LaISS, com 10 usuários do CAPS, um mediador do LaISS e um acompanhante terapêutico do Caps. A equipe composta por profissionais do Laiss, Laps e CAPS se reuniu mensalmente para pensar de forma contínua a estrutura e os métodos do projeto. Os participantes receberam mensalmente uma bolsa de pesquisa no valor de R$100 cada. Com isso pretendia-se aumentar a autoestima e a adesão dos participantes. Os usuários foram selecionados no CAPS tendo como critério a estabilidade no tratamento e habilidades básicas necessárias para a o uso das novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) visando a produção de conteúdo. Esses critérios resultaram em um grupo de perfil etário mais jovem, entre 20 e 40 anos, com alguma intimidade com a internet e as ferramentas digitais. A Partir dessa estrutura o projeto se organizou objetivando de forma geral a construção e atualização de um blog por estes usuários do Caps. De forma mais específica objetivou através da divulgação científica promover a Inclusão social por meio da inclusão digital, possibilitar a emancipação de usuários, estruturar de um espaço de fala para a desconstrução de estigmas e formar redes sociais entre pessoas com sofrimento psíquico. Para atender estes objetivos foi utilizada a abordagem metodológica da “Translação do Conhecimento”. Assim as atividades desenvolvidas no projeto buscaram valorizar os saberes dos indivíduos em sofrimento mental, construindo um processo pedagógico a partir da troca de conhecimento entre profissionais, usuários e sociedade e da divulgação dos conteúdos fruto dessa troca. As atividades também tiveram como base os pressupostos teóricos e os métodos pedagógicos de Paulo Freire. Assim o trabalho se desenvolveu a partir do conhecimento prévio dos indivíduos e da ação colaborativa, valorizando os saberes individuais e coletivos dos indivíduos que, tiveram a liberdade e foram incentivados a construir em conjunto o projeto. Todos os processos decisórios que envolveram as atividades práticas em laboratório foram desenvolvidos a partir da troca de experiência e opiniões dos usuários, passando por elaboração e crivo coletivo.Tendo como base a estrutura e as abordagens teórica e pedagógica citadas, as atividades foram compostas de conhecimento técnico instrumental para o uso das TICs e conhecimento teórico sobre comunicação comunitária, reforma psiquiátrica e demais temas que envolvem a realidade de vida dos usuários. Os usuários foram incentivados a trabalhar de forma autônoma. Dessa forma, o projeto foi estruturado em quatro etapas:Apresentação: do espaço da Fiocruz e introdução teórica e crítica - 1 mês (outubro de 2018)1 - Diagnóstico e nivelamento de competências - 2 meses (novembro e dezembro de 2018)2 - Construção do blog - 3 meses (janeiro a março de 2019)3 - Produção de conteúdo - 6 meses (março a agosto de 2019) Resultado: O projeto produziu o blogue “Libertando a Mente” ( https://projetolibertandoamente.wordpress.com/). Este produto promoveu a comunicação dos usuários em redes sociais pessoais e o uso da internet de forma autônoma. Ele se mostrou promissor na promoção da inclusão social, fortalecendo a relação entre os usuários, construindo espaços de diálogo entre os usuários, seus familiares e a sociedade, além de ajudar a construir uma nova relação desses indivíduos com o território. Na medida em que os usuários se envolviam com a produção do BLOG tivemos condições de perceber que alguns usuários passaram a ter eles maior autonomia para circular no território. Alem disso, a possibilidade de transitar pelo espaço da Fundação Oswaldo Cruz fortaleceu a relação dos usuários entre si e com o espaço científico. Considerações finais: Durante os 10 meses de projeto algumas questões pontuais foram perceptíveis à equipe como um todo através da vivência com os usuários. O primeiro deles foi a importância da criação de um ambiente confortável para que usuários se expressarem e discutirem problemáticas de seu interesse. O viés comunicativo das trocas diferiu de outros contextos de terapia no CAPS. Esta condição trouxe à tona as percepções dos usuários sobre estigmas e preconceitos que recaem sobre eles. Esta atividade acabou por despertar nos usuários outras questões e se converterem em conteúdos sobre o tema. A partir de temas sugeridos pelos próprios usuários foram produzidos conteúdos sobre a importância do CAPS, as mulheres e o adoecimento mental, a violência, o preconceito, dentre outros. A partir dessa experiência é possível pensar novas possibilidades para o desenvolvimento de processos comunicacionais e de produção de conteúdo a atenção nas Redes de Atenção Psico Sociais, questões que ainda são muito pouco tratadas. A abordagem teórica da “Translação de Conhecimento” e a abordagem pedagógica de Paulo Freire aplicadas à comunicação em saúde, mais especificamente ao uso das TICs e à inclusão digital, se mostraram efetivas em produzir um ambiente terapêutico de aprendizagem que promoveu a emancipação dos usuários através da troca de conhecimento, da autonomia e da autocrítica. (1) https://projetolibertandoamente.wordpress.com/ |
10725 | OFICINA “BARRINHA EM MOBILIZAÇÃO”: SENSIBILIZANDO LIDERANÇAS COMUNITÁRIAS PARA A PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA SAÚDE Laura Elisa Silva, Clayver Viktor Moreira de Azevedo, João Vitor Batista de Castro, Bárbara Cristina Velha, Cláudia Stefhânia Gouveia Silva, Deíse Moura de Oliveira OFICINA “BARRINHA EM MOBILIZAÇÃO”: SENSIBILIZANDO LIDERANÇAS COMUNITÁRIAS PARA A PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA SAÚDEAutores: Laura Elisa Silva, Clayver Viktor Moreira de Azevedo, João Vitor Batista de Castro, Bárbara Cristina Velha, Cláudia Stefhânia Gouveia Silva, Deíse Moura de Oliveira
Apresentação: A 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), ocorrida em 1986, foi um dos momentos mais importantes para a definição do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo a primeira a contar com a participação social no direcionamento das políticas de saúde. Em 1990, com a criação do SUS, esta participação passou a ser garantida com a Lei 8.142/90, legitimando a gestão participativa por meio principalmente das conferências e conselhos de saúde. Estes últimos constituem instâncias permanentes de ação política que visam transformar e reconstruir de forma democrática o espaço público.Um dos desafios atuais neste sentido tem sido a ausência de informação da população sobre a existência e a importância de participarem da construção do SUS em espaços como os conselhos de saúde, que podem acontecer no contexto nacional, estadual, municipal e local. Tendo em vista a importância da participação social no desenvolvimento de políticas públicas que beneficiem as comunidades de acordo com suas necessidades, considera-se de suma importância que esta instância de participação se dê a partir da comunidade, isto é, da população que reside onde ocorrem os serviços primários de atenção à saúde. Sabe-se que ainda é incipiente a presença de conselhos locais de saúde e nesta perspectiva defende-se a importância de os profissionais de saúde da Atenção Primária serem mediadores e estimuladores desta participação, criando espaços indutores para que a população possa discutir sobre as questões de saúde da comunidade. Partindo dessa premissa, profissionais da Atenção Primária, uma professora e estudantes do Curso de Enfermagem promoveram uma oficina na unidade de saúde do bairro Barrinha, no município de Viçosa, Minas Gerais, com o intuito de mobilizar a comunidade para a participação social, com vistas a um projeto futuro de consolidação de um conselho local de saúde. Desenvolvimento: trata-se do relato de experiência de uma oficina intitulada “Barrinha em MobilizAÇÃO”, que teve como objetivo envolver e sensibilizar as lideranças comunitárias do bairro Barrinha para o desenvolvimento de ações estratégicas voltadas para a saúde da comunidade. A escolha dos participantes da oficina se deu estabelecendo-se como critério o fato de assumirem o papel de representatividade no território, de modo a garantir que lideranças comunitárias estivessem presentes. A oficina contou com a participação de 15 pessoas e ocorreu no dia 5 de dezembro de 2019, no período de 18:30 às 21hs, na Unidade Básica de Saúde do bairro, de modo a facilitar a participação da comunidade. A atividadeteve início com a Dinâmica do Barbante, onde os participantes, dispostos em círculo, deveriam segurar um fio de barbante e responder as seguintes questões: nome; profissão; Há quanto tempo moro no bairro e o que a Barrinha significa para mim? Após responder, a pessoa deveria jogar o rolo de barbante para outra pessoa, segurando o fio, e assim sucessivamente. As respostas eram anotadas em cartolinas pelos responsáveis por conduzir a dinâmica. O objetivo era formar uma teia com o barbante, para posterior reflexão com a coordenadora da oficina. Em seguida os participantes foram divididos em dois grupos de trabalho, moderados por estudantes da disciplina de enfermagem em saúde coletiva. A cada grupo foi entregue pincéis e cartolina com as questões: “O que eu faço, já fiz e posso fazer pela saúde da minha comunidade? ”. Após um tempo para debate e resposta das questões, foram entregues aos grupos outra cartolina com as questões: “Porque ainda não faço e o que preciso para fazer? ”. Após outro tempo para debate e resposta de cada grupo, os grupos expuseram suas respostas e promoveram uma discussão, onde colocavam suas opiniões e acrescentavam significado na oficina. Em seguida, foi colocada no centro uma cartolina com a questão “O que iremos/queremos fazer?”, para promover uma grande discussão a fim de chegar a uma resposta coletiva. Por fim, a oficina foi encerrada com uma confraternização, com o objetivo de viabilizar um estreitamento de diálogo entre os participantes. Resultado: Durante a Dinâmica do Barbante, percebeu-se a heterogeneidade da composição do bairro: havia moradores novos e outros antigos. Ainda assim, o objetivo da dinâmica foi cumprido, ao perceber que todas essas pessoas eram unidas pelo sentimento de acolhida, união e companheirismo que viam no bairro, potencializando um sentimento de pertença e de união diante de um objetivo em comum: o bem da comunidade. Na separação dos grupos no segundo momento da oficina, foi possível perceber alguns pontos em comum e algumas diferenças. Em comum, notou-se o interesse pela discussão e pela comunidade, porém destoavam no aprofundamento das discussões. Enquanto em um grupo haviam pessoas mais atuantes, participantes do Conselho Municipal de Saúde (CMS), no outro, alguns não conheciam este espaço. Isso reforça a importância de desenvolver mais momentos como este, a fim de possibilitar e ampliar o compartilhamento de saberes e conhecimentos sobre os interesses em comum da comunidade. Ao prosseguir com a oficina, foram levantadas pelos participantes as ações que já realizavam em prol da saúde da comunidade, a saber: limpeza das ruas, nascentes e do meio ambiente; cuidado e auxilio com doentes e acolhimento às famílias necessitadas; campanhas preventivas contra doenças; encaminhamento de demandas do bairro à prefeitura e ao CMS; realização de festas típicas e tradicionais nas comunidades e ajuda na construção da própria UBS. Tais ações perpassam o âmbito de atuação na proteção e promoção da saúde e prevenção de agravos, bem como na atuação sobre os Determinantes Sociais da Saúde. Em relação ao que eles podem fazer, os moradores pontuaram ações que resultariam em melhorias para o bairro, remetendo ao pensamento da coletividade com destaque para: solicitar transporte coletivo junto à empresa responsável; solicitar implementação de áreas de lazer à prefeitura; mais projetos de extensão universitária; recursos financeiros para as pessoas em vulnerabilidade socioeconômicas à assistência social; maior participação e interação nas reuniões comunitárias e no CMS; estabelecer uma rede de comunicação entre os moradores pelas redes sociais. As respostas do porquê ainda não fazem tais ações foram predominantemente de cunho pessoal, como: falta de participação nos eventos na comunidade, de iniciativa, tempo, conhecimento e de divulgação de eventos; falta de materiais; dificuldade no acesso e falta de transporte na zona rural. Para encerrar a discussão, a pergunta foi o que ainda os moradores precisavam para fazer mais pela/na comunidade e as duas respostas foram tempo e iniciativa, reforçando a importância de haver mais oficinas como essa de modo a sensibilizar e empoderar os moradores sobre a necessidade e importância da atuação em prol da comunidade onde vivem e se sentirem cada vez mais pertencentes a esse lugar. Considerações finais: A experiência de realizar essa oficina foi significativa tanto para os que promoveram a abertura deste espaço quanto para os que participaram ativamente da construção deste, com destaque para a comunidade. Iniciativas desta natureza devem ser continuamente promovidas no âmbito da Atenção Primária, de modo a sensibilizar a comunidade para o protagonismo na luta pelo direito à saúde, vislumbrando a formação de conselhos de saúde locais que se constituam espaços legitimados pelo Estado para a participação social. |
5858 | HIPERDIA - RISCARDIO: A INFLUÊNCIA DO AUTOCUIDADO NA EVOLUÇÃO DO PACIENTE HIPERTENSO NA ESF Ingrid da Silva Nogueira, Caio Ramos, Mariana Braga Salgueiro, Grasiela Duarte Rocha Ferreira, Mariana Beatriz Arcuri HIPERDIA - RISCARDIO: A INFLUÊNCIA DO AUTOCUIDADO NA EVOLUÇÃO DO PACIENTE HIPERTENSO NA ESFAutores: Ingrid da Silva Nogueira, Caio Ramos, Mariana Braga Salgueiro, Grasiela Duarte Rocha Ferreira, Mariana Beatriz Arcuri
Apresentação: De acordo com o Caderno de Atenção Básica nº 37, a prevenção das Doenças Cardiovasculares (DCV) baseia-se no controle e prevenção dos principais fatores de risco modificáveis, por meio de programas de intervenção apoiados nas modificações de riscos ambientais e comportamentais. A prevenção de doenças crônicas engloba medidas desde o diagnóstico precoce e controle dos sintomas até o tratamento das doenças instaladas. Objetivo: do Trabalho: O seguinte trabalho visa à ampliação da assistência à saúde dos hipertensos e diabéticos cadastrados em 9 grupos de HIPERDIA da Estratégia Saúde da Família (ESF) do território da Fonte Santa, Teresópolis-RJ. Desenvolvimento: O seguinte projeto utilizou metodologia exploratória intervencionista com interação dialógica e dinâmicas, estes, baseados na Teoria do Déficit do Autocuidado de Dorothea Orem, a qual constitui o embasamento teórico e científico do Processo de Enfermagem instituído pela Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) – Segundo a Resolução COFEN 358/2009 - buscando promover a ampliação do cuidado aos pacientes cadastrados no HIPERDIA, mostrando a importância do autocuidado. Resultado: Por meio da intervenção realizada, a qual buscou gerar impacto e conscientização, teve como resultados, a integração dos participantes e absorção para a prática de todo o conteúdo que foi discutido nos grupos.Apresentação: A HAS é um fator de risco bem estabelecido para todas as doenças cardiovasculares, particularmente para o Acidente Vascular Encefálico (AVE). A prevalência da hipertensão sofre influência de uma série de fatores, sendo estes, classificados em modificáveis ou não modificáveis, como respectivamente tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas, hábitos alimentares, falta de prática de atividades físicas regulares, obesidade, excesso de estresse e grande ingestão de sódio na alimentação; e hereditariedade, genética, idade e etnia, além dos fatores socioeconômicos. Estratégias para implementação de medidas de prevenção do desenvolvimento da HAS englobam políticas públicas de saúde combinadas com ações das sociedades médicas e dos meios de comunicação. O objetivo deve ser estimular o diagnóstico precoce, o tratamento contínuo, o controle da PA e de FR associados e, por meio da modificação do estilo de vida (MEV). Os fatores de risco modificáveis estão vigorosamente instituídos na sociedade atual, o que propende à hipertensão, doença comum, visto isso, o enfermeiro deve reforçar sua atuação salientando a importância da adesão de hábitos de vida saudáveis. Objetivo: Ampliar a assistência à saúde dos hipertensos e diabéticos cadastrados no HIPERDIA da Estratégia Saúde da Família (ESF) do território de Fonte Santa, Teresópolis-RJ. Objetivos específicos Estimular em conjunto com a equipe multiprofissional, no autocuidado e a diminuição dos fatores de risco; Promover estratégias para a adesão ao tratamento, principalmente, não farmacológico, com ênfase nas Mudanças de Estilo de Vida (MEV). Método: Realizou-se estudo exploratório obtendo dados quantitativos dos pacientes cadastrados nos 9 grupos de HIPERDIA da ESF de Fonte Santa em Teresópolis-RJ, dentre estes, existem 150 pessoas inseridas. Os critérios de inclusão foram: pacientes de todas as idades, sexo e etnia, estes, cadastrados e participantes dos grupos de HIPERDIA, não havendo critério de exclusão de qualquer desses indivíduos. Por meio de visita à unidade, houve reunião com a Enfermeira, podendo então ser apresentado o projeto, definindo datas, temáticas e o material educativo, este complementado posteriormente por abordagem intervencionista nos nove grupos, com participação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), bem como da Enfermeira da unidade; tais, com interação dialógica e por meio de dinâmicas, as quais mostraram que o indivíduo não depende unicamente do médico ou do fármaco para o controle de sua doença, mas também e, principalmente de si próprio, adentrando então na teoria de enfermagem do Déficit do Autocuidado de Dorothea Orem – cuja qual, oferece condições favoráveis para a autonomia do indivíduo e a oportunidade de obtenção de hábitos de vida saudáveis demonstrando o potencial da enfermagem na influência de ações benignas à saúde. Por meio das intervenções realizadas no HIPERDIA, foi possível obter dados dos hábitos de vida dos cadastrados que se fizeram presentes nos encontros durante as segundas e quintas-feiras, totalizando 71 integrantes; além das dificuldades que enfrentam, seja ela dentro de casa e, até mesmo com dúvidas sobre sua(s) patologia(s); durante a interação dialógica, foram abordadas (os): a definição da patologia - HAS e DM -, a diferença entre saúde e doença, as formas de acometimento dessas doenças, os fatores de risco modificáveis e não modificáveis, o tratamento farmacológico e não farmacológico inserindo a Teoria do Déficit do Autocuidado, a importância da ajuda psicológica pela família e da não exclusão da sociedade por tal alteração fisiológica, os mitos e verdades sobre a HAS, o uso do sal na alimentação e esclarecimento de dúvidas. Resultado: Os 71 adultos presentes nos 9 grupos de HIPERDIA acompanhados entre os meses de maio e julho do ano de 2018, eram predominantemente do sexo feminino (78,87%), e a incidência da HAS nos grupos foi de 88,73% com indivíduos entre 41 e 82 anos de idade. A partir da intervenção realizada, a qual buscou gerar impacto e conscientização, teve como resultados, a integração dos participantes e absorção para a prática de todo o conteúdo que foi discutido. A autonomia do paciente encontra-se diretamente relacionada com o diálogo realizado entre este e o profissional de saúde, visando o empoderamento do usuário para com sua saúde, pois, a partir do momento que ele compreende como o processo de se sua patologia se dá, ele poderá exercer sua autonomia diante de sua saúde, atentando sempre ao autocuidado.Considerações finais:A avaliação realizada demonstra a percepção dos acadêmicos do curso de graduação em Enfermagem e dos ACS responsáveis pelos grupos de HIPERDIA acerca da contribuição da intervenção para o autocuidado à saúde dos pacientes, independente da trajetória do adoecimento. O conhecimento da origem de sua patologia clínica foi o marco inicial para a discussão durante as rodas de conversa, com ênfase nas principais medidas para auxiliar a manutenção da qualidade de vida. Aspectos referentes à autoestima foram pontos destacados pelos acadêmicos, pois a maioria dos pacientes esquecia-se de si e só recordavam da doença. Algumas limitações do estudo puderam ser observadas, como: a falta de profissionais no ambiente da ESF aptos para trabalharem e prestarem serviços a essa população, vez que, o (a) enfermeiro (a) atua na prevenção de doenças e promoção de saúde, mas é essencial o trabalho em conjunto com uma equipe multidisciplinar para auxiliar a adesão do tratamento com eficácia. Logo, necessita-se de apoio matricial, principalmente pelo Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), este, de extrema importância para que os objetivos propostos pelos grupos de HIPERDIA sejam alcançados, de forma que acompanhem periodicamente a população, dando o suporte necessário para uma boa qualidade de vida. |
6511 | SAÚDE DO TRABALHADOR NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: CONTRIBUIÇÕES DA PSICODINÂMICA DO TRABALHO Elon de Sousa Nascimento, Beatriz Fragoso Cruz, Larissa Raiza Costa Carneiro, Ana Júlia Chaves Melo, Eric Campos Alvarenga SAÚDE DO TRABALHADOR NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: CONTRIBUIÇÕES DA PSICODINÂMICA DO TRABALHOAutores: Elon de Sousa Nascimento, Beatriz Fragoso Cruz, Larissa Raiza Costa Carneiro, Ana Júlia Chaves Melo, Eric Campos Alvarenga
Apresentação: Diversos estudos têm demonstrado o quanto o trabalho em equipes de saúde da família tem relação com a saúde mental de suas/seus profissionais. A perspectiva clínica da Psicodinâmica do Trabalho, desenvolvida por Christophe Dejours, pode nos ajudar a compreender mais sobre esta relação. A presente pesquisa buscou investigar como a Psicodinâmica do Trabalho tem contribuído para a compreensão da saúde mental de membros de equipes de saúde da família e para a promoção de melhores organização e condições de trabalho destes profissionais. Para este fim, realizou-se uma pesquisa do tipo revisão bibliográfica nas plataformas de busca online CAPES e SciELO, utilizando-se os descritores “Psicodinâmica do Trabalho”, “Estratégia Saúde da Família” e “Atenção Primária à Saúde”. Foram encontrados, no total, treze artigos, dos quais apenas quatro apresentavam os critérios de inclusão da pesquisa, os quais eram: 1) a utilização da Psicodinâmica do Trabalho como referencial teórico e/ou metodológico; e 2) o enfoque da pesquisa voltado à saúde mental de profissionais da estratégia saúde da família. Após este levantamento, buscou-se verificar e comparar os tipos de metodologia utilizados nas obras encontradas e quais os principais resultados alcançados. Todos os trabalhos utilizaram como referencial teórico e/ou metodológico a Psicodinâmica do Trabalho; os delineamentos de pesquisa dividiram-se entre dois estudos de caso, um estudo transversal e uma análise teórica. Entre os resultados produzidos apreendeu-se como são importantes as condições e a organização do trabalho para a qualidade do serviço nas equipes de saúde da família e que fatores como criatividade, reconhecimento e resiliência são fundamentais para tornar o trabalhar mais prazeroso e operacional. Sendo assim, foi ratificado como tanto a teoria quanto a metodologia da Psicodinâmica do Trabalho possibilitam formas variadas de análise e intervenção no âmbito da saúde do trabalhador, alcançando as mais diferentes dificuldades que se impõe à atuação destes profissionais. Todavia, devido à escassez de trabalhos encontrados, esse potencial teórico aplicado ao contexto da saúde precisa ser mais explorado em futuros estudos. |
7584 | PARTICIPAÇÃO E ENVOLVIMENTO: CONSTRUÇÃO DA ESTRATÉGIA PARA ENFRETAMENTO DA HANSENÍASE 2019-2022 EM MUNICÍPIO DO SUDOESTE BAIANO Monique Dutra Fonseca Grijó, Hebert Luan Pereira Campos dos Santos, Fernanda Couto Gomes, Amanda Maria Gomes de Brito Lima PARTICIPAÇÃO E ENVOLVIMENTO: CONSTRUÇÃO DA ESTRATÉGIA PARA ENFRETAMENTO DA HANSENÍASE 2019-2022 EM MUNICÍPIO DO SUDOESTE BAIANOAutores: Monique Dutra Fonseca Grijó, Hebert Luan Pereira Campos dos Santos, Fernanda Couto Gomes, Amanda Maria Gomes de Brito Lima
Apresentação: Apesar da queda da prevalência da hanseníase no mundo, ela permanece como problema de saúde pública no Brasil. Mais de 200 mil novos casos são detectados por ano em todo o mundo e o Brasil ocupa a 2a posição na detecção de casos e abrigando 92% do total de casos das Américas. Diversas campanhas, políticas e planos de ação foram construídos ao longo dos anos buscando unir esforços para enfrentar a doença. Em 2019, o Ministério da Saúde (MS) lançou a “Estratégia Nacional para o Enfrentamento da Hanseníase: 2019- 2022”, baseada na “Estratégia Global para a Hanseníase 2016-2020”, que deu autonomia para os municípios construírem o seu plano operativo de acordo com cada realidade locorregional. Assim, o objetivo deste estudo é relatar a experiência da construção da Estratégia Municipal para Enfrentamento da Hanseníase em um município de alta endemicidade para o agravo no Sudoeste Baiano. Desenvolvimento: Relato de experiência para formulação da Estratégia Municipal para Enfrentamento da Hanseníase 2019-2022, construído a partir de reunião entre MS, Estados e municípios da macrorregional Nordeste no ano de 2019. O município de Vitória da Conquista é considerado referência em saúde para uma área de mais de 70 municípios, possui 46% de cobertura de Estratégia de Saúde da Família (ESF) e as ações relativas à doença são centralizadas no Centro Municipal de Pneumologia e Dermatologia Sanitária (CMPDS). Fato importante deste desenho pois contribuirá para a superação das barreiras e valorização das potencialidades disponíveis neste contexto. Para tanto, reuniões entre atores-chave que compõem a Rede de Atenção à Saúde (RAS) foram realizadas com formulação de grupos de estudos de acordo com os pilares a saber: 1) fortalecer a gestão do programa; 2) enfrentamento da hanseníase e suas complicações; 3) combater a discriminação e promover a inclusão. Participaram gestores da saúde, educação, coordenação de serviços especializados, atenção hospitalar, central de marcação de exames, profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde (APS), profissionais do CMPDS, Conselho Municipal de Saúde (CMS), Movimento de Reintegração de Pessoas Acometidas pela Hanseníase (MORHAN), discentes e docentes de Universidades e do PET-Interprofissionalidades, entre outros. Após, a Estratégia municipal foi submetida à apreciação e aprovação do CMS, o qual contribuiu grandemente para ampliação de propostas elencadas. Resultado: A construção da Estratégia Municipal para Enfretamento da Hanseníase 2019-2022 favoreceu o desenvolvimento de metas para os próximos 4 anos. A colaboração do CMS, especialmente, contribuiu para que a hanseníase ganhasse destaque em espaços inatingíveis por uma Doença Tropical Negligenciada (DTN). O envolvimento de diversos atores contribuiu para a engrenagem da proposta de descentralização das ações de vigilância da hanseníase para unidades de saúde pilotos e o desenvolvimento da proposta de matriciamento para a APS com corresponsabilização de todos os envolvidos. Considerações finais: A integração das ações da hanseníase na APS é a melhor estratégia para alcançar o controle da doença, em áreas endêmicas, uma vez que esse processo está ancorado nos princípios da equidade e da acessibilidade. E o envolvimento da RAS garante integralidade ao usuário e sua rede de convívio. |
8017 | O HOSPITAL PÉROLA BYINGTON – A EXPERIÊNCIA DE UMA CONTRA – VIGÍLIA COMO MODO DE RESISTÊNCIA NA RUA Luana Marçon O HOSPITAL PÉROLA BYINGTON – A EXPERIÊNCIA DE UMA CONTRA – VIGÍLIA COMO MODO DE RESISTÊNCIA NA RUAAutores: Luana Marçon
Apresentação: Este relato de experiência pretende investigar e aprofundar questões pertinentes ao movimento de vigília que ocorreu no Hospital Pérola Byington. Antes é necessário clarificar que o hospital citado é um serviço de referência para realização do aborto legal no país, que abrange três situações – estupro, feto anencéfalo e risco de morte para a mulher em gestação – também, cabe notar, que sessenta por cento das atendidas no Hospital Pérola Byington tem menos de quinze anos. O movimento começou no dia 25 de setembro de 2019 quando um grupo intitulado “pró – vida” montou uma tenda em frente ao hospital, o mote do movimento era “ 40 dias rezando pelo fim do aborto” composto por católicos vinculados ao movimento americano 40 days for life, os protagonistas deste movimento também estiveram à frente das agressões proferidas contra a filósofa Judith Butler quando a mesma esteve no Brasil, após uma agressão contra uma das mulheres que buscava atendimento no hospital um grupo de vizinhos mobilizou-se montando uma barraca ao lado, uma “contra vigília”, com intuito de constranger novas agressões. O que se pretende explorar neste relato de experiência são as multiplicidades que emergiram a partir da ocupação da rua principalmente na intersecção junto aos sujeitos que vivem na Rua e também compuseram a contra vigília conosco. Explorando prioritariamente a Rua como um espaço de múltiplas significações políticas, para tanto para além da experiência em campo, destaco, o uso que as feministas tem feito do conceito de heterotopias de Michel Foucault como um dispositivo para vivenciar esta experiência, valorizando a dimensão dos modos de subjetivação na rua como uma possibilidade de resistência e também como potência da na produção de modos de cuidado mais libertários. |
9003 | RELATO DE EXPERIÊNCIA: IMPACTO DE AÇÃO DE PROMOÇÃO A SAÚDE DO HOMEM NO SEU AMBIENTE DE TRABALHO Alessandra Aparecida de Saldes, Tuanny Caroline Pereira de Santana, Milena Tereza Freitas Ferreira, Caroline Nascimento de Souza, Italla Maria Pinheiro Bezerra, Claudiane Maria Urbano Ventura RELATO DE EXPERIÊNCIA: IMPACTO DE AÇÃO DE PROMOÇÃO A SAÚDE DO HOMEM NO SEU AMBIENTE DE TRABALHOAutores: Alessandra Aparecida de Saldes, Tuanny Caroline Pereira de Santana, Milena Tereza Freitas Ferreira, Caroline Nascimento de Souza, Italla Maria Pinheiro Bezerra, Claudiane Maria Urbano Ventura
Apresentação: Por fatores inerentes ao gênero, a população masculina é a que mais negligencia a saúde, tornando-a susceptível a patologias e agravos. A Política Nacional de Educação Popular propõe estratégias voltadas para a promoção e recuperação da saúde através de práticas do diálogo entre a comunidade e trabalhadores da saúde. O ensino-extensão proporciona a construção compartilhada de conhecimentos para promover o autocuidado, alertar sobre potenciais riscos à saúde além de contribuir para o entendimento do usuário do SUS, descontruindo mitos e ainda fortalecer boas práticas. Diante disso, o objetivo do trabalho consiste em analisar o impacto de uma atividade de promoção à saúde do homem no seu ambiente de trabalho. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência desenvolvido pelos discentes de enfermagem e medicina acerca de uma ação em saúde realizada numa empresa de distribuição e transporte no mês de setembro de 2019. Na oportunidade, aconteceu uma discussão ativa e colaborativa com 50 funcionários utilizando recursos de exposição a respeito de assuntos selecionados através do perfil epidemiológico do público. Os temas foram: Lesão por esforço repetitivo, doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho, saúde mental com enfoque em síndrome de Burnout, ansiedade, depressão e suicídio, alcoolismo, tabagismo e vacina. Foi realizada aferição da pressão arterial e atualização da caderneta de vacina, com foco na importância dos cuidados preventivos e possível detecção de determinada comorbidade e ainda, auxílio para o encaminhamento dos homens avaliados aos centros de saúde adequados. Resultado: A idade dos participantes variou entre 27 a 55 anos com predominância do sexo masculino. Mesmo não sendo as mulheres o foco do projeto, elas foram convidadas a participar por serem disseminadoras de informações. No desenvolvimento do trabalho foram encontrados dez funcionários com pressão arterial alterada, onde cada um recebeu orientações para prevenção de agravos e a necessidade de atendimento em uma unidade de saúde. A interação entre os temas abordados foi bastante satisfatória, percebeu-se um grande interesse dos participantes com o tema de vacinação, que promoveu assim um momento de esclarecimento das dúvidas e afirmação acerca da imunização. Foram vacinadas 27 pessoas, com isso, o grupo conseguiu atingir 54% de imunoprofilaxia. Os resultados do trabalho mostraram a eficácia da educação como recurso de promoção à saúde. Ações de educação em saúde devem ser desenvolvidas dentro de uma relação onde há vínculo entre o profissional e o usuário a fim de empoderar o sujeito para exercer o autocuidado. Considerações finais: Fatores socioculturais são as principais barreiras encontradas para alcançar a saúde da população masculina. Os resultados mostram que o conhecimento sobre o autocuidado e atitudes de prevenção, além da compreensão sobre o acesso ao SUS, desmistificam crenças equivocadas e assim, contribuem para dissipar barreiras, transformar pensamentos e atitudes. O estímulo à participação ativa do homem no processo de saúde promove resposta imediata com repercussões favoráveis a mudanças com o cuidado de si mesmo, o que estimula a promoção e prevenção da saúde para os homens e o fortalecimento do SUS. |
9274 | O PAPEL INTRÍNSECO DO SOCIAL NO CUIDADO EM SAÚDE: O CASO DAS CASAS DE APOIO PARA O TRATAMENTO DE CÂNCER INFANTIL NO RIO DE JANEIRO Laurenice de Jesus Alves Pires, Luciana da Silva Alcantara, Gabrieli Branco Martins, Juliana Lyra, Nayara Marques Lomiento O PAPEL INTRÍNSECO DO SOCIAL NO CUIDADO EM SAÚDE: O CASO DAS CASAS DE APOIO PARA O TRATAMENTO DE CÂNCER INFANTIL NO RIO DE JANEIROAutores: Laurenice de Jesus Alves Pires, Luciana da Silva Alcantara, Gabrieli Branco Martins, Juliana Lyra, Nayara Marques Lomiento
Apresentação: O câncer infantojuvenil é uma doença rara, no entanto, sua incidência tem aumentado em todo o mundo, tornando a doença um importante problema de saúde pública devido aos seus profundos impactos físicos, econômicos, psicológicos e sociais que atingem o paciente, a família e a sociedade. Segundo o Instituto Nacional de Câncer são esperados 4.310 casos novos no sexo masculino e de 4.150 para o sexo feminino para cada ano do triênio 2020-2022, para a faixa etária entre 0 e 19 anos. Devido à baixa incidência, a orientação é que o tratamento seja concentrado em centros de referência, garantindo um cuidado de maior qualidade e resolutividade. No Brasil, o Ministério da Saúde tem seis tipos de habilitações em oncologia, três delas incluindo a oncologia pediátrica: I - CACON e sua subcategoria de habilitação (com Serviço de Oncologia Pediátrica); II - UNACON e suas subcategorias de habilitações (com Serviço de Radioterapia, com Serviço de Hematologia e com Serviço de Oncologia Pediátrica); III - UNACON Exclusiva de Hematologia; IV - UNACON Exclusiva de Oncologia Pediátrica; V - Serviço de Radioterapia de Complexo Hospitalar; ou VI - Hospital Geral com Cirurgia de Câncer de Complexo Hospitalar. O Estado do Rio de Janeiro possui sete hospitais habilitados para o tratamento em oncologia pediátrica, seis deles localizam-se na capital – três no Centro da Cidade, um na Zona Sul, um na zona norte e um na zona oeste - e um na região de saúde Noroeste, no município de Itaperuna. Essa concentração, embora necessária, traz implicações para as famílias, que precisam se deslocar por longas distâncias para realizar o tratamento. Em geral são cuidadoras mulheres, muitas exercendo o papel de principal provedora financeira da família, necessitando alterar sua rotina profissional e doméstica radicalmente para se dedicar ao filho doente. Pela distância e periodicidade do tratamento, não podem retornar diariamente para suas casas, precisando de apoio para estada e deslocamento diário para o hospital. Embora o paciente em tratamento de câncer tenha direito ao benefício do Tratamento Fora do Domicílio para “despesas com transporte, alimentação e pernoite do paciente e acompanhante de acordo com disponibilidade orçamentária do Município e Estado” – há burocracia para aquisição do benefício, retardando o acesso. A aquisição continuada é prejudicada também pelo longo período que precisam do benefício. Assim, as famílias precisam contar com as Casas de Apoio. As Casas são instituições sem fins lucrativos que acolhem pacientes em tratamento e acompanhantes durante o período do tratamento, oferecendo estada, alimentação no local, suporte psicológico, nutricional, cultural (festas, passeios) e social, contribuindo para o bem estar social e emocional da criança e sua família, considerando que muitas recebem cestas básicas e outros apoios para minimizar o impacto financeiro na família. Historicamente, pacientes com câncer têm recebido apoio de organizações filantrópicas e sem fins lucrativos, legado este que se mantém até os dias de hoje no câncer infantojuvenil. Atualmente, o Rio de Janeiro conta com três casas de apoio localizadas, no Centro da Cidade (1) e na zona Norte (2). Objetivo: Objetivamos com esse trabalho reforçar as evidências sobre a relação intrínseca entre a questão social e seu impacto no processo de cuidado e recuperação de saúde apresentando, no case das Casas de Apoio, um exemplo sobre a importância da garantida e do acesso ao direito, em especial para famílias em situação de vulnerabilidade social. Desenvolvimento: descrição da experiência ou método do estudo O trabalho é resultado de reflexões iniciais que resultaram no Encontro das Casas de Apoio, realizado em setembro de 2017 no 4º Fórum de Oncologia Pediátrica do Rio de Janeiro. As discussões desse encontro estão divulgadas no relatório final do evento que contou com a presença de representantes das três Casas de Apoio, assistentes sociais dos hospitais que tratam câncer infantojuvenil e convidados. Também resulta esse trabalho, de reflexões posteriores ao Encontro, juntamente com assistentes sociais dos hospitais, bem como publicação de trabalhos em revistas e livro. Resultado: Os efeitos percebidos decorrentes da experiência ou resultados encontrados na pesquisa; Como resultados das discussões foram apresentados como desafios: i) Dificuldade de comunicação entre as casas de apoio e os hospitais para troca de informações sobre a situação do paciente hospedado; ii) Incompreensão sobre os critérios para admissão na casa, o que ocasiona dúvidas e mal-entendidos; iii) Inexistência de critérios mínimos de atendimento para as casas do Estado; iv) Não obrigatoriedade de formalização entre as casas e os hospitais; iv) Desconhecimento sobre o número de crianças atendidas nas casas do Estado do Rio de Janeiro, e v) Dificuldade de acesso aos benefícios sociais. Considerações finais: A existência das Casas de Apoio é certamente um dos fatores que contribui para a adesão ao tratamento de crianças com famílias que moram distantes do local de tratamento e não tem suporte social para estadia. O acolhimento das famílias para a estadia, a ida e retorno diários para as consultas com transporte da Casa, o suporte psicossocial e o apoio excepcional em caso de medicamentos garantem uma estrutura básica para a realização do tratamento. No entanto, fato de cada Casa ter um critério de entrada e permanência demanda, em especial do Serviço Social dos hospitais, um contato contínuo e próximo para adequar as necessidades das famílias às condições de cada casa. Embora o tratamento centralizado seja uma orientação do Ministério da Saúde, não há instituições públicas destinadas à estadia de pacientes e acompanhantes com câncer e outras doenças de tratamento prolongado, limitando o acesso dos pacientes ao direito à saúde de forma plena, e configurando uma contradição em termos de cuidado e assistência social. Assim, faz-se urgente a definição de programas e políticas sociais específicas que assegurem o acesso ágil aos direitos sociais fundamentais para esse grupo, como transporte, alimentação no local, habitação e renda, devido ao impacto direto que esses bens e serviços conferem ao acesso, à adesão e à continuidade do tratamento oncológico. Ainda que seja sabido que saúde é resultado de um complexo de garantias e que os determinantes sociais devem ser considerados nos processos de cuidado e recuperação da saúde, ainda experimentamos um direito fragmentado em que saúde é tratada mais como a ausência de doença do que como resultado de fatores socioeconômicos. |
10005 | SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE: MITOS E VERDADES VANESSA MIRA, VIVIANE MACIEL, AMANDA RODRIGUES SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE: MITOS E VERDADESAutores: VANESSA MIRA, VIVIANE MACIEL, AMANDA RODRIGUES
Apresentação: O presente trabalho aborda o tema, a sexualidade na terceira idade, levando em consideração os mitos e verdades e a realidade vivida por esse grupo. A sexualidade em idosos é vista sobretudo como uma vivência limitada, um período assexual, o que é uma inverdade. Nossa cultura nos apresenta uma falsa ideia de que o idoso não tem desejo ou vida sexual, causando assim julgamentos precipitados e errôneos. É normal que com o avançar da idade ocorra um declínio da atividade sexual, mas é possível mostrar que sexualidade não é só o ato sexual, envolvendo também amor, partilha, calor, toque e várias outras formas que expressam a busca pelo prazer. A taxa de incidência de doenças sexualmente transmissíveis têm aumentado consideravelmente em pessoas maiores de 50 anos e isso se dá pelo fato desse tema ainda ser um tabu nessa faixa etária. O preconceito e a dificuldade para se estabelecerem medidas preventivas especialmente no que se refere ao uso de preservativos, ainda são mais graves do que nos outros segmentos populacionais. A possibilidade de um idoso ser infectado pelo HIV parece invisível aos olhos da sociedade e também dos próprios idosos que não tem a cultura do uso do preservativo. Políticas de prevenção para o idoso devem ser constantes, com programas de educação voltados para a vivência saúdavel e plena da sexualidade na terceira idade, fortalecendo as concepções à respeito das ISTs e formas de prevenção. Trata-se de uma pesquisa qualitativa por meio de artigo científico, os descritores utilizados foram, idoso e sexualidade, tendo como base a utilização de escritos científicos, onde foram selecionados 10 artigos, que atendessem ao objetivo relacionado ao tema, com a finalidade de contribuir na aplicação do conhecimento do tema estudado. |
10030 | CONHECENDO O PERFIL DE USO DE PSICOTRÓPICOS POR IDOSOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM DIVINÓPOLIS (MG): COMO A DISCUSSÃO DA MEDICALIZAÇÃO DO ENVELHECIMENTO PODE PRODUZIR MUDANÇAS Rafaela Fernandes Lourenço, Denise Alves Guimarães, Juliana Souza Martins, Anna Karolyna Rodrigues Cunha, Rafaela Candian Filgueiras Silva, Pedro Henrique Ferreira, Maria Luiza Gama Costa, Adam Nascimento Silva CONHECENDO O PERFIL DE USO DE PSICOTRÓPICOS POR IDOSOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM DIVINÓPOLIS (MG): COMO A DISCUSSÃO DA MEDICALIZAÇÃO DO ENVELHECIMENTO PODE PRODUZIR MUDANÇASAutores: Rafaela Fernandes Lourenço, Denise Alves Guimarães, Juliana Souza Martins, Anna Karolyna Rodrigues Cunha, Rafaela Candian Filgueiras Silva, Pedro Henrique Ferreira, Maria Luiza Gama Costa, Adam Nascimento Silva
Apresentação: Neste trabalho analisou-se o perfil da dispensação de psicotrópicos para a população idosa na atenção primária em Divinópolis (MG), usando dados secundários fornecidos pelo SIS, nas cinco farmácias do componente básico da Assistência Farmacêutica, durante o ano de 2017, baseando-se no referencial da medicalização do envelhecimento, sendo seu objetivo desvendar as diferenças de sexo e faixa etária dos usuários e avaliar as regiões de dispensação de psicotrópicos do município. Desenvolvimento: Utilizando uma abordagem quantitativa e transversal, foi construído um banco de dados com as informações adquiridas do SIS, de um total de 4.833 idosos, com um número identificador para cada usuário, data de nascimento, data de retirada do medicamento, suas doses e quantidade de comprimidos, o seu SIS, sua idade, o bairro de residência, a farmácia dispensadora e a quantidade de prescritores para os medicamentos. Resultado: Como resultado da análise descritiva do banco de dados, verificamos 26.333 dispensações, de um total de 34 psicotrópicos disponibilizados pelo SUS, totalizando 1.408.939 comprimidos usados pelos idosos. O perfil destes usuários ilustrou um predomínio feminino, 71% (3.427) e 29% de homens (1.406), com maior proporção da faixa etária de 60 a 69 anos, 59 % (2.845). A classe de medicamento mais dispensada foi de antidepressivos, configurando 34,75% do total (489.545 comprimidos), dentre estes a Sertralina 50mg foi o mais utilizado pelos idosos (871 comprimidos). Entretanto, isoladamente, Clonazepam 2mg foi o psicotrópico com maior prevalência entre os idosos (1.542 usuários, destes 73% mulheres). O único medicamento cuja dispensação foi maior para homens foi a Fenitoína 100mg, de 155 usuários 83 eram homens (53%). Em relação aos bairros onde residem os idosos usuários de psicotrópicos, são destacados o Centro, com a maior quantidade (262), seguido pelo Niterói (242), bairro periférico da cidade, e a Zona Rural (220). Já a farmácia que mais dispensou foi a do Centro, atendendo 2.195 idosos. Considerações finais: Após analisado todos os dados extraídos do banco de dados, mais precisamente a dispensação de 1.408.939 de comprimidos de psicotrópicos para idosos durante um único ano é mister discutir como vários fenômenos passaram a ser vistos como condições médicas e questões da vida cotidiana foram reduzidas à lógica médica, passando a expressar adoecimento, levando à medicalização do social. Os idosos demandam uma avaliação pelos profissionais de saúde mais abrangente sobre o contexto em que se inserem, que considere sua situação financeira, familiar, escolaridade, saneamento e a carga relacionada ao seu gênero, pois como demonstrado 71% da população do estudo eram mulheres, grande parte moradoras de bairros periférico e rural, além de que o processo de envelhecimento associado à esses tipos de medicamentos aumentam chance de queda e fratura, diminuindo a qualidade e a expectativa de vida dessa população. Conhecendo o perfil de uso de medicamentos pelos idosos, novas políticas públicas podem ser criadas visando mudanças na saúde e na formação desses profissionais. |
10335 | APRENDER BRINCANDO: UMA ESTRATÉGIA PARA O MANEJO DA TUBERCULOSE PEDIÁTRICA Mariana Alvares de Azevedo Vellasques, Barbara Pompeu Christovam, Vinícius Mendes da Fonseca Lima, Carmem Lucia Teixeira Castro, Pedro Ruiz Barbosa Nassar, André Luiz Souza Braga, Ana Karine Ramos Brum, Natália Viana Marcondes silva APRENDER BRINCANDO: UMA ESTRATÉGIA PARA O MANEJO DA TUBERCULOSE PEDIÁTRICAAutores: Mariana Alvares de Azevedo Vellasques, Barbara Pompeu Christovam, Vinícius Mendes da Fonseca Lima, Carmem Lucia Teixeira Castro, Pedro Ruiz Barbosa Nassar, André Luiz Souza Braga, Ana Karine Ramos Brum, Natália Viana Marcondes silva
Apresentação: A relevância da tuberculose (TB) como grave problema de saúde pública é evidente uma vez que é classificada pelo Ministério da Saúde como uma das doenças negligenciadas que requer atenção prioritária. No entanto, seu destaque em indivíduos com menos de 15 anos de idade apenas ganhou importância recentemente. Tais indivíduos são altamente vulneráveis por apresentarem particularidades no desenvolvimento, prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. Dessa forma, devemos promover novas abordagens para o manejo da Tuberculose pediátrica como o uso de metodologias de aprendizagem lúdicas que possibilitam a interação ativa de crianças e adolescentes que geram resultados positivos na aquisição de diversas habilidades. Objetivo: Apresentar a experiência de elaboração e implementação de uma ação educativa sobre tuberculose desenvolvida com um grupo de crianças e adolescentes em uma unidade de saúde especializada. Método: Este trabalho trata-se de um relato de experiência de intervenção educativa, realizada com 09 crianças e adolescentes de ambos os sexos, moradores dos municípios de Niterói e São Gonçalo com idades entre 2 e 15 anos. Todos os participantes apresentaram histórico de contato com pacientes em tratamento de TB. Porém, apenas alguns possuem o diagnóstico de TB enquanto outros encontram-se em quimioprofilaxia. A intervenção educativa foi desenvolvida em janeiro de 2020 no Centro de Atenção e Investigação em Tuberculose Professor Mazzini Bueno - CAIT Mazzini Bueno - da Universidade Federal Fluminense, situado no Campus Valonguinho - UFF no Centro de Niterói. A intervenção educativa com as crianças foi a primeira a ser realizada, utilizando o tempo que precede a consulta com a pediatra, utilizando a sala de espera da unidade como local para desenvolvimento da atividade. Resultado: Primeiramente me apresentei aos responsáveis na sala de espera da unidade de saúde, demonstrando o material ilustrado e interativo com conteúdo sobre a Tuberculose para colorir que seriam distribuídos às crianças durante a dinâmica como recurso didático. Expliquei sobre o propósito da dinâmica afim de obter a permissão dos responsáveis para dar início à atividade. Após a permissão dos pais, me aproximei das crianças com idades entre 2 e 11 anos oferecendo as folhas ilustradas, lápis de cor e canetinha. Apenas uma das crianças presentes não quis colorir, preferiu apenas assistir as outras. Enquanto essas crianças pintavam, eu auxiliei na leitura das frases contidas no material com informações sobre a tuberculose e auxiliei também no processo de pintura a pedido das crianças que solicitaram minha participação na escolha das cores e na ordem das imagens a serem coloridas. Durante a dinâmica, também expliquei sobre os sintomas e as formas de transmissão da tuberculose que estavam ilustradas no material de forma lúdica necessitando de uma explicação a mais. Ao fim da atividade algumas crianças optaram por finalizar a pintura em casa, outras finalizaram no momento e solicitaram uma outra cópia para levar e pintar em casa. Duas das crianças, uma com 7 e outra com 9 anos de idade me surpreenderam e optaram por escrever seus nomes e a data em seus desenhos, me presentearam como lembrança e se despediram perguntando quando eu retornaria para brincar com elas novamente. As crianças foram fotografadas durante a dinâmica com a permissão dos responsáveis. Os pais agradeceram e expressaram a importância da atividade para eles devido ao longo tempo de espera que precede a consulta com a pediatra causando uma inquietação entre as crianças e seus familiares que foi amenizado pela atividade realizada. Em contrapartida, a intervenção educativa com os adolescentes de 12 a 15 anos de idade foi diferenciada uma vez que necessitam de uma abordagem mais madura devido a faixa etária. Seus responsáveis foram consultados e esclarecidos sobre a dinâmica proposta em forma de perguntas, todos os presentes autorizaram a participação na atividade. Em seguida, me apresentei aos adolescentes na área externa da unidade de saúde a fim de dar privacidade aos jovens e diferenciar da dinâmica feita com as crianças no interior da unidade. Iniciei a abordagem aos adolescentes propondo uma pequena entrevista com uma série de perguntas sobre seus hábitos, aonde residem, o que sabem sobre tuberculose se conhecem casos de tuberculose na família com o intuito de promover uma proximidade entre os participantes e mensurar o nível de entendimento dos adolescentes sobre Tuberculose e suas condições de saúde, além do esclarecimento de dúvidas sobre transmissão e sintomas da doença no decorrer da conversa. Ao fim da conversa, registramos a atividade com uma “selfie" autorizada pelos responsáveis e pelos adolescentes participantes. A experiência vivida na unidade de saúde com crianças e adolescentes permitiu a construção de conhecimento através uma ação educativa sobre Tuberculose em uma unidade de saúde especializada onde os participantes de idades entre 2 e 15 anos assim como seus responsáveis mostraram-se bastante receptivos durante a atividade proposta. Foi possível observar que essa metodologia certamente permitiu uma participação ativa dos adolescentes além de possibilitar a captação da atenção das crianças de forma diferenciada através do conteúdo exposto no material ilustrado oferecido estimulando-as de forma lúdica, lidando com as especificidade de cada idade. Considerações finais: A vivência mostrou que a prestação de cuidados de saúde e de enfermagem de forma humanizada e integral é essencial, considerando que esse público passa por um tratamento extenso e com alto índice de abandono sendo de extrema relevância fortalecer o vínculo dos usuários e seus familiares com a unidade de saúde, profissionais, estagiários e bolsistas de extensão e pesquisa. Sendo assim, há a necessidade de colaboração entre os diversos setores envolvidos no controle da Tuberculose para elaboração de diversas estratégias de manejo da Tuberculose dando prioridade à medidas que abordem as peculiaridades da tuberculose na infância uma vez que as crianças apresentam maior risco de progressão da infecção tuberculosa para a tuberculose ativa e mais frequentemente desenvolvem formas extrapulmonares ou disseminadas da doença. Por fim, o processo de cuidar de usuários em serviços de saúde da atenção básica deve incluir não só a administração de medicamentos, realização de exames e acompanhamentos em consultas mas também o desenvolvimento de dinâmicas educativas e processos assistenciais com metodologias de intervenção individuais e coletivas que se apliquem de forma única a cada faixa etária juntamente com atividades lúdicas relacionadas à ações de cuidado integral à criança, ao adolescente e sua rede de apoio. |
10399 | DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE: UM ESTUDO COM CENTENÁRIOS DE MANAUS-AM Inês Amanda Streit, Samara Feitosa Gomes Silva, Luciana da Silva Alecrim, Estela Aita Monego, Victor José Machado de Oliveira DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE: UM ESTUDO COM CENTENÁRIOS DE MANAUS-AMAutores: Inês Amanda Streit, Samara Feitosa Gomes Silva, Luciana da Silva Alecrim, Estela Aita Monego, Victor José Machado de Oliveira
Apresentação: A dinâmica demográfica da maioria dos países do mundo expressa o envelhecimento de suas populações, evidenciando-se o aumento de pessoas com 80 anos ou mais, compreendendo os centenários. As implicações para a economia e políticas associadas ao cuidado são significativas, sendo necessário ampliar as investigações com este segmento populacional de modo a identificar intervenções que possibilitem a prevenção de incapacidade. Nesta perspectiva, o objetivo do presente estudo consiste em descrever os níveis de determinantes socias da saúde presentes no quotidiano de centenários de Manaus, AM. Trata-se de um estudo descritivo e transversal, tendo como participantes 10 centenários residentes no município de Manaus, de ambos os sexos, com média de idade de 103,7 anos (±3,74), superando a expectativa de vida nacional e regional. Aplicou-se, do Protocolo de Avaliação do Idoso Centenário, questões sobre dados sociodemográficos, rede de apoio social, avaliação da capacidade funcional e, para verificar o Nível de Atividade Física (NAF) utilizou-se Pedômetro da marca Power WalkerTM Modelo PW-610/611. Esta pesquisa foi aprovada pelo CEP/UFAM – Parecer 3.139.676. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. Os participantes são em sua maioria do sexo feminino (n=8), analfabetos (n=6), sendo que aqueles que tem nível maior de escolaridade ocuparam cargos laborais como professora (n=2) e funcionário público (2), apresentando atualmente média de renda de R$ 5.090,00 (±3.461,07), maior quando comparado com os que tem menor nível de escolaridade. A rede de suporte social, considerada um dos determinantes sociais de saúde é apresentada para este grupo como familiar, preponderando a presença de filhos e netos. Em relação às doenças, são poucos relatos diagnosticados, apenas dois centenários apresentaram hipertensão arterial e três incontinência urinária, entretanto cabe destacar que cinco deles relatam problemas de visão e oito dificuldades auditivas. Ressalta-se que nenhum centenário relatou presença de diabetes, osteoporose, dislipidemia e depressão. Outro aspecto considerado determinante social de saúde é o acesso aos serviços, e neste estudo seis centenários referem a utilização do Sistema Único de Saúde (SUS). Observou-se, ainda que sete centenários são independentes para realizar atividades da vida diária, o que representa para o grupo, bons índices de capacidade funcional. Importante salientar que a preservação da capacidade funcional é o principal indicador de envelhecimento saudável. Dos 10 centenários, cinco utilizaram o pedômetro, apresentando a média de 1259,9 (±509,3032) passos/dia, o que sugere um melhor desempenho no NAF, quando comparado a outros estudos já realizados no Brasil utilizando o mesmo instrumento de avaliação. Considerações finais: Mesmo com a presença de algumas doenças, próprias do processo de envelhecimento, elas não interferiram na capacidade funcional da maioria dos centenários, demonstrando que essa capacidade se preserva em decorrência das atividades quotidianas e do apoio social que recebem. Contudo, ainda se faz necessário ações multisetoriais para promoção da saúde destes idosos, incluindo informações sobre cuidado àqueles que fazem parte do suporte social. |
11702 | PRÁTICAS PROTAGONIZANTES DO CRIANÇAR COMO FORMA DE DESMEDICALIZAÇÃO EM UM DISPOSITIVO DA ATENÇÃO BÁSICA Mariana de Faria Calefi, Cláudia Maria Novaes Ferreira, Lilian Carvalho Varela, Artur Kimura, Izabela Pinheiro da Silva, Isabella Cristina dos Santos, Geisa da Silva Ferreira Teixeira, Franciane Nunes Felipe PRÁTICAS PROTAGONIZANTES DO CRIANÇAR COMO FORMA DE DESMEDICALIZAÇÃO EM UM DISPOSITIVO DA ATENÇÃO BÁSICAAutores: Mariana de Faria Calefi, Cláudia Maria Novaes Ferreira, Lilian Carvalho Varela, Artur Kimura, Izabela Pinheiro da Silva, Isabella Cristina dos Santos, Geisa da Silva Ferreira Teixeira, Franciane Nunes Felipe
Apresentação: Este texto apresenta um relato de experiência de um projeto desenvolvido num serviço de atenção primária à saúde no município de Volta Redonda. Trata-se de uma atividade que reúne crianças de 5 a 12 anos em um equipamento vinculado a unidades básicas de saúde da família em território específico do município: a academia de saúde. Relataremos aqui o percurso de desenvolvimento da experiência que consiste no seu momento de elaboração, dos últimos meses de 2018 aos primeiros de 2019, e sua consolidação durante o ano de 2019, o qual as crianças passam a realizar uma autogestão da oficina, afirmando a importância da participação popular na construção dos significados de saúde como uma medida de desmedicalização. Portanto, um dos objetivos da oficina lúdica é potencializar o crescimento e o desenvolvimento na sua mais ampla diversidade, entendendo a complexidade e pluralidade da palavra infância. Possibilitar que diferentes infâncias emerjam, dando lugar e legitimidade a estas experiências viabilizando, para a criança, forjar novas modalidades mais saudáveis de existir. Este projeto tem como eixo propulsor o encontro entre os profissionais do serviço com a polifonia de vozes da comunidade em um evento realizado pela prefeitura, o qual dá a possibilidade para as demandas do público infantil emergirem e, assim, a construção da oficina lúdica. Esta tem como foco a promoção da saúde infantil pautada pelo livre brincar, revestindo-se como uma importante estratégia para o reconhecimento da criança como um sujeito de direitos. A proposta de construção da oficina lúdica vai de encontro às lógicas hegemônicas ao interferir no alto índice de encaminhamento de crianças para neuropediatria, assim como, busca acessar os usuários por vias que escapem as lógicas medicalizantes, o que possibilita a criação de estratégias de acesso em que a entrada da criança ao serviço é marcada pelo interesse em ocupar um espaço de saúde pela via do brincar, e não pelo adoecimento. A oficina, neste sentido, configura-se enquanto um dispositivo de porta de entrada aos serviços de saúde. Uma das apostas da oficina lúdica é a relação direta entre promoção de saúde e a preservação do direito infantil na autonomia de construir e modificar, em parceria com os adultos, os espaços em que ela habita. Desta forma, tencionamos prerrogativas históricas em que as crianças estão imersas, as quais são consideradas um ser em desenvolvimento, imatura para construir um discurso sobre a sua experiência e, portanto, de construir e modificar sua realidade. A relação construída entre os profissionais com o público infantil possibilitou uma ação de parceria na construção da oficina e, portanto, a criança enquanto um sujeito possível de coordenar e determinar não só as atividades, mas uma autogestão da oficina. O que percebemos como efeito deste projeto é uma diminuição no índice de encaminhamento das crianças para neuropediatria ao intervir no fluxo entre as escolas para as especialidades e, assim a desmedicalização e desmeticamentalização deste público. E a produção de autonomia como um modo de empoderamento para ela intervir nos outros espaços em que habita. |
11833 | PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DO SERVIÇO DE APOIO E ASSISTÊNCIA A DIABÉTICOS E FAMILIARES DO HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Samara Sary Eldim Campanati, Natana Rangel da Silva Ribeiro, Camila Assis Bertollo, Bruna Nascimento Arruda Scabello, Luiza Lima, Rachel Torres Sasso PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DO SERVIÇO DE APOIO E ASSISTÊNCIA A DIABÉTICOS E FAMILIARES DO HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Samara Sary Eldim Campanati, Natana Rangel da Silva Ribeiro, Camila Assis Bertollo, Bruna Nascimento Arruda Scabello, Luiza Lima, Rachel Torres Sasso
Apresentação: A prática da educação em saúde visa maior conhecimento da doença e estímulo ao autocuidado por parte do paciente, incentivando a coparticipação deste na terapêutica, bem como compartilhamento de conhecimento entre portadores da doença e profissionais de saúde. O presente trabalho tem por finalidade descrever as experiências positivas da prática da educação em saúde, tanto para pacientes quanto para acadêmicos integrantes do Serviço de Apoio e Assistência ao Diabético e seus Familiares da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (SAD) que se baseou nos principais itens a serem abordados no processo de educação na vida do paciente diabético. Segundo a Federação Internacional de Diabetes são eles: incorporar hábitos saudáveis de alimentação e atividade física; compreender a ação dos medicamentos e da insulina; monitorar a glicemia; manusear e fazer aplicação da insulina adequada; tomar as medicações regularmente; desenvolver comportamentos para evitar o risco de complicações agudas (hipo e hiperglicemia) e crônicas (retinopatias, nefropatias e outras); resolver problemas (corrigindo adequadamente as hipo e hiperglicemias) e manter equilíbrio emocional para conviver bem com o diabetes. Desenvolvimento: O SAD, que teve sua criação em 1989 através dos ilustres Dr. Dilson Pereira da Silva, Dra. Carmen Dolores Gonçalves Brandão e Dra. Rachel Torres Sasso, tem como objetivos prover conhecimento sobre Diabetes Mellitus, sobre como orientar os cuidados com os pés, a administração de insulina com técnica correta e a realização de glicemia capilar; praticar exame clínico-físico; ministrar reuniões educativas para pacientes diabéticos, abordando prevenção, controle e tratamento da doença e conscientizar o portador e seus familiares da necessidade de tratamento preciso. Estão cadastrados no programa diabéticos de todas as idades: crianças, adolescentes, adultos e idosos. O trabalho exercido pelo SAD consiste em um programa social de apoio, assistência e acompanhamento ao portador de diabetes, reconhecido pela qualidade, ética e respeito aos usuários do programa. O projeto conta com uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos endocrinologistas, enfermeiras, assistente social, além de voluntários como psicólogo, nutricionista e educador físico, proporcionando atendimento integral aos pacientes. Também envolve acadêmicos de medicina do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória (HSCMV), os quais ingressam através de processo seletivo e participam de todas as atividades promovidas no período de vigência da seleção. Diante do apresentado, em 2018 foram selecionados os extensionistas integrantes do projeto, que durante 1 ano ajudaram a desenvolver diversas atividades programadas pelos docentes do setor. Às terças-feiras, mensalmente, ocorriam reuniões educativas para diabéticos tipo 2 nas dependências do hospital, no qual os extensionistas abordavam o conceito do diabetes, suas complicações e possibilitavam aos pacientes o esclarecimento de dúvidas sobre sua doença juntamente com seus familiares e/ou cuidadores; haviam também grupos de estudo com os acadêmicos e mestres para discussão de casos clínicos e sessões clínicas para fomentar o aprendizado e atualizá-los de novas descobertas. Às sextas feiras, os alunos realizavam atendimento ambulatorial a portadores de diabetes mellitus (DM) tipos 1 e 2, sempre com auxílio e vistoria dos médicos orientadores do projeto. Além de consultá-los os alunos eram instruídos a orientar sobre hábitos saudáveis de alimentação e atividade física a fim de promover uma melhor qualidade de vida e prevenir possíveis complicações. Por 4 sábados ao ano, a equipe oferecia dinâmicas esportivas, educativas e oficinas para diabéticos tipo 1, com grande adesão de pacientes muitas vezes procedentes de outros municípios distantes da região metropolitana. Gincanas com exercícios assistidos, palestras sobre nutrição e aplicação de insulina, além de relatos de experiência faziam parte desses encontros, nos quais a relação entre sociedade e agente promotor de saúde era gradativamente consolidada. Além dessas atividades, a equipe promoveu palestras educativas e interativas sobre o diabetes em um Centro de Convivência da Terceira Idade. No evento, foram aferidas pressão arterial, glicemia capilar e circunferência abdominal de idosos pertencentes à instituição. Os extensionistas também tiveram a oportunidade de conhecer e participar de atividades organizadas pela Associação de Diabetes do Espírito Santo (ADIES), entidade que difunde o conhecimento sobre esta doença para a população capixaba, a fim de prevenir as complicações e melhorar a qualidade e a expectativa de vida dos doentes. Impactos: Todas as oficinas desenvolvidas pelo SAD apresentam cunho educativo, por se fazer a educação em saúde estratégia na diminuição de complicações decorrentes do mau controle da doença. A solidificação do aprendizado baseia-se na existência de consultas médicas e palestras educativas, aliadas a um acompanhamento multidisciplinar contínuo. A partir do desenvolvimento deste serviço foi perceptível a mudança no curso da doença em muitos pacientes, como é possível identificar pelo menor número de internações decorrentes de complicações da doença no HSCMV dos participantes do SAD em detrimento de pacientes externos. Além de propiciar conhecimento sobre o diabetes e encorajar o autocuidado e mudança dos hábitos de vida por parte do diabético, a presença de multiprofissionais nas oficinas auxiliou na distribuição de conhecimentos e foi importante para o fortalecimento de vínculos emocionais e socioculturais, influenciando positivamente no seguimento terapêuticos desses pacientes. Por fim, é necessário destacar a importância do serviço em fundamentar o aprendizado dos acadêmicos de medicina integrantes do projeto em vivências práticas, mais próximas ao verdadeiro cotidiano do paciente, possibilitando visão abrangente do portador da doença como um todo e não somente uma doença. Considerações finais: É importante ressaltar que o processo da Educação em Diabetes não pode ser de responsabilidade de apenas um dos profissionais do serviço de saúde e, sim de uma equipe multiprofissional responsável pelo acompanhamento das pessoas com diabetes desde o primeiro contato com estas, sendo assim o SAD uma importante ferramenta no manejo desses pacientes, uma vez que visa não só a melhoria da saúde, mas também da qualidade de vida desses. Além disso é importante destacar que o projeto também prioriza um atendimento humanizado contribuindo assim para a formação de acadêmicos mais centrados no paciente, uma vez que os alunos passaram todo o ano criando vínculos sociais com os pacientes nas diferentes atividades extracurriculares promovidas pelo grupo de extensão. Por fim, é essencial que existam programas como o SAD em outras áreas médicas, contando com o investimento público para otimizar as ações de promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida dos pacientes com diferentes comorbidades. |
11945 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE ALUSIVA AO “NOVEMBRO AZUL”: UMA FERRAMENTA DE PREVENÇÃO AO CÂNCER DE PRÓSTATA Alannys Bianca Pinheiro de Queiroz, Alinne Larissa de Almeida Matos, Amanda Beatriz Gomes Furtado, Nayara Nunes de Alcântara, Natalia Jacqueline das Neves Araujo, Yasmin Cristino Monteiro, Jéssica Maria Lins da Silva, Larissa Aline Costa Coelho EDUCAÇÃO EM SAÚDE ALUSIVA AO “NOVEMBRO AZUL”: UMA FERRAMENTA DE PREVENÇÃO AO CÂNCER DE PRÓSTATAAutores: Alannys Bianca Pinheiro de Queiroz, Alinne Larissa de Almeida Matos, Amanda Beatriz Gomes Furtado, Nayara Nunes de Alcântara, Natalia Jacqueline das Neves Araujo, Yasmin Cristino Monteiro, Jéssica Maria Lins da Silva, Larissa Aline Costa Coelho
Apresentação: O câncer de próstata (CaP) é o tipo mais incidente entre homens no Brasil, excetuando-se o tumor de pele não melanoma. O CaP corresponde à segunda causa de morte dessa parcela da população no País. Dada a relevância desse problema, a campanha “Novembro Azul” é promovida nacionalmente pelo Instituto Lado a Lado pela Vida em parceria com a Sociedade Brasileira de Urologia, visando aumentar a sensibilidade da sociedade quanto à saúde do homem, sobretudo acerca do alerta da neoplasia prostática. Nesse viés, o processo educativo em saúde potencializa a promoção da saúde e a prevenção de doenças, instigando ao indivíduo o exercício do autocuidado. Posto isto, este estudo tem por objetivo descrever a experiência vivenciada em uma educação em saúde acerca da prevenção do câncer de próstata junto a usuários de uma Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município de Belém (PA). Desenvolvimento: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência. A atividade transcorreu em uma ESF no município de Belém (PA). No início da interação as acadêmicas convidaram os usuários do gênero masculino que se encontravam na ESF para integrar o grupo de pacientes que aguardavam consulta na sala de espera. Posteriormente, propõe-se uma dinâmica “passa a bola", utilizou-se como material uma bola plástica; um smartphone; e uma caixinha contendo em seu interior papéis com perguntas sobre o tema (a exemplo: o que é câncer de próstata?; Quais os sinais e sintomas?; Quais os exames para investigação e diagnóstico?; Como prevenir o câncer de próstata?). O jogo consistia em passar a bola de mãos em mãos ao som de músicas, até que uma das acadêmicas pausava a música. Assim, o participante que estivesse com a bola retirava uma pergunta da caixinha, respondia e as dúvidas dos participantes eram clarificadas pelas discentes. Resultado: Participaram dessa atividade vinte usuários (quinze do gênero feminino e cinco do masculino). A maioria dos homens não demonstrou interesse em participar e ficou evidente durante a dinâmica que os homens possuem constrangimento e preconceito em realizar o exame de toque retal. As principais dúvidas dos participantes foram em relação à sintomatologia clínica; início para a realização dos exames e às medidas preventivas. Durante as discussões, houve comentários dos participantes sobre suas vivências pessoais, os quais relataram a ocorrência do CaP em familiares e amigos. Considerações finais: Percebeu-se a relevância desta ação educativa para o incentivo e conscientização de cuidados com a saúde do homem, ressaltando a importância da educação em saúde como fator crucial no processo ensino-aprendizagem. Agregou-se ainda valores profissionais para as acadêmicas, favorecendo a percepção ampliada quanto à necessidade de elaboração de estratégias voltadas à maior facilitação do acesso e à adesão aos serviços de saúde, com vistas à melhoria da qualidade de vida da população masculina. |
10376 | TECENDO CONHECIMENTOS ENTRE UNIVERSIDADE E FAMÍLIAS PRODUTORAS DE QUEIJOS NO CAMPO DAS VERTENTES Tatiana Teixeira de Miranda, Renata de Sousa Reis, Vinícius Sacramento Resende, Gabriela Martins Garcia TECENDO CONHECIMENTOS ENTRE UNIVERSIDADE E FAMÍLIAS PRODUTORAS DE QUEIJOS NO CAMPO DAS VERTENTESAutores: Tatiana Teixeira de Miranda, Renata de Sousa Reis, Vinícius Sacramento Resende, Gabriela Martins Garcia
Apresentação: Este relato descreve ações interdisciplinares e interprofissionais entre acadêmicos e docentes dos cursos de Zootecnia e Medicina da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), produtores rurais e órgãos públicos ligados ao setor lácteo, através do programa de extensão “Eu Como Cultura: Qualidade Do Leite e Qualidade de Vida no Meio Rural”. A microrregião de São João Del Rei (SJDR) possui pequenos e médios produtores que fazem da pecuária leiteira sua atividade rentável. O programa de extensão, encontra-se no sexto ano de atuação, com o objetivo promover ações que fortaleçam a cadeia de lácteos e produção de queijo na microrregião de SJDR por meio de treinamentos e encontros voltados para agricultores e consumidores, além de compartilhar conhecimento com as famílias rurais sobre saúde e alcançar as crianças de escolas rurais conscientizando sobre os benefícios do leite, a importância do homem do campo, sustentabilidade e inclusão. Há um ano curso de medicina iniciou suas ações, com intuito de fornecer orientações, palestras e oficinas sobre saúde para produtores rurais e suas famílias. Até o presente momento, foram realizadas 4 visitas técnicas em propriedades rurais e 3 ações em escolas. Ocorreram 7 grupos operativos de saúde, realizados mensalmente, com duração média de 2 horas. As datas e temas dos encontros são pactuados com os produtores rurais e suas famílias durante as visitas as propriedades e divulgados para população, através de grupo do WhatsApp, intermediado por uma agente comunitária de saúde da comunidade. Conta-se, também, com apoio da rádio da região para divulgação do programa, dos encontros e de orientações sobre prevenção e promoção de saúde. Nos grupos operativos busca-se pela utilização de metodologias ativas, onde conhecimento das pessoas é tido como fundamental para o desencadeamento dos debates acerca dos temas apresentados. Novas informações são introduzidas de maneira dinâmica e interativa, com cuidado de usar linguagem compatível e através de recursos diversos, como por exemplo, a realização de um júri simulado sobre prevenções e cuidados na Hipertensão Arterial Sistêmica. Nas palestras, denominadas como “Leite na Escola, realizadas em escolas da comunidade, foram compartilhadas informações sobre a importância do leite na dieta do ser humano em crescimento. Além de ressaltar a importância do trabalho no campo. Até o presente momento foi possível observar o aumento do vínculo dentro da comunidade, uma vez que no primeiro encontro haviam 12 pessoas da comunidade e no último encontro contamos com a presença de 37 participantes. É notório perceber que as pessoas da comunidade são autoras do próprio conhecimento, sendo nossa participação apenas um estímulo de troca de saberes. Houveram relatos de que os temas dos encontros passaram a ser debatidos até mesmo fora das reuniões, sendo exemplo da construção conjunta de boas práticas de saúde. Por fim, a experiência para os docentes e discentes do curso de medicina e zootecnia tem agregado o processo de aprendizado; possibilitando compreender a realidade de famílias rurais, valorizar conhecimentos distintos e compartilhar de saberes. |
10278 | Percepção dos usuários frente as práticas do enfermeiro na Estratégia de Saúde da Família. Clara Beatriz Cavalcante, Tamiris Taciane Duarte, Vanessa de Almeida Ferreira Corrêa Percepção dos usuários frente as práticas do enfermeiro na Estratégia de Saúde da Família.Autores: Clara Beatriz Cavalcante, Tamiris Taciane Duarte, Vanessa de Almeida Ferreira Corrêa
A Atenção Primária à Saúde (APS) inserida na rede de atenção no Sistema Único de Saúde, através do modelo da Estratégia Saúde da Família (ESF), compreende um conjunto de saberes e práticas direcionadas ao indivíduo, à família e ao território de vida da população. Neste contexto, espera-se que o enfermeiro atue em equipe multiprofissional fortalecendo o vínculo e o cuidado com a comunidade. Ao considerar que, as práticas de cuidado do enfermeiro na ESF têm impacto direto no cotidiano de vida da população, é importante compreender como os usuários percebem a prática desenvolvida pelo referido profissional. Assim, este estudo tem como objetivo: Identificar as percepções dos usuários dos serviços de saúde frente às práticas do enfermeiro na ESF. Desenvolvimento: Trata-se de uma pesquisa descritiva, transversal e qualitativa. Desenvolveu-se entrevistas semiestruturadas com 18 usuários cadastrados na ESF no período de agosto a setembro de 2019, sendo os critérios de inclusão: pessoas com pelo menos um atendimento pelo enfermeiro na ESF e idade superior à 18 anos. A amostragem utilizada foi a técnica de bola de neve, na qual realizou-se contatos com informantes-chaves que, ao final das entrevistas, indicavam outros usuários para participar do estudo. O instrumento de coleta de dados integrou 10 perguntas divididas em 03 eixos: identificação do participante, demanda do usuário e prática do enfermeiro. A análise utilizada foi a análise de conteúdo temático-categorial, na qual as Unidades de Registro (UR) identificadas nesta pesquisa como frases, foram agrupadas em temas e, posteriormente, categorias de análise. Assim, possibilitou a construção da seguinte categoria: Percepção do usuário frente à prática do enfermeiro. Esta pesquisa possui aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, sob o número de parecer: 3.294.084. Resultados: Esta categoria descreve a percepção dos usuários quanto à prática do enfermeiro, através do vínculo construído entre usuários e enfermeiros. Dentre as 58 UR presentes nesta categoria, 53 UR apresentam percepções positivas da prática do enfermeiro voltadas à humanização, atenção, acolhimento e vínculo. Práticas voltadas ao núcleo social de vida do usuário, para além da demanda biológica, também foram identificadas como uma percepção positiva da referida prática. Assim, os participantes relataram satisfação com o atendimento do enfermeiro, por tratar-se de uma prática humanizada, onde suas demandas são apresentadas e ouvidas. Quanto à percepção negativa da prática do enfermeiro na ESF, os participantes apresentaram a percepção de não resolução de seus problemas e a administração do tempo de consulta de enfermagem. Considerações finais: A identificação de percepções positivas dos participantes frente às práticas do enfermeiro na ESF indica uma prática de cuidado e de acolhimento, a qual deve se potencializada nos serviços de saúde. Entretanto, destaca-se a importância de refletir sobre tais práticas com os usuários quanto ao papel do enfermeiro na ESF. Conclui-se que, é preciso dialogar com os usuários dos serviços de saúde, compreender quais são as implicações da atenção do enfermeiro em seu cuidado cotidiano e reinventar práticas de cuidado na ESF, as quais revelem a dimensão social e de compromisso com a defesa da saúde da população. |