486: Vivências e Narrativas de Formação para o SUS | |
Debatedor: Lúcia Cardoso Mourão | |
Data: 29/10/2020 Local: Sala 03 - Rodas de Conversa Horário: 10:30 - 12:30 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
6795 | A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DA SAÚDE PELA PERSPECTIVA HUMANÍSTICA: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS DA UFCSPA Rosane Machado Rollo, Luciana Boese Pinheiro A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DA SAÚDE PELA PERSPECTIVA HUMANÍSTICA: CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS DA UFCSPAAutores: Rosane Machado Rollo, Luciana Boese Pinheiro
Apresentação: Nos diferentes contextos da atenção em saúde, os profissionais têm sido desafiados a ampliar o escopo de suas práticas de cuidado. A tentativa é a de acolher as necessidades dos usuários tendo em perspectiva não somente recuperação física, alcançada por meio de saberes biomédicos, mas também as expectativas de bem viver das pessoas cuidadas. Assim, as narrativas de verdade sobre o que é bom fazer para se obter saúde, à luz de saberes técnico-científicos dos profissionais, vem cedendo lugar a construções intersubjetivas que envolvem diversidade de saberes, reciprocidade de ideias, manifestações de afetos e solidariedade entre as pessoas. Neste contexto, a Disciplina Eletiva de Contação Historias em Ambiente Hospitalar, oferecida aos alunos dos cursos de graduação da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), no Rio Grande do Sul, foi desenhada. Este artigo tem por objetivo relatar a experiência/vivência de participação na Disciplina, no primeiro semestre de 2019. Desenvolvimento: Integrante do Programa de Extensão Contação de Histórias na Promoção da Saúde-2019, a disciplina - com carga horária de 45 horas e 25 vagas (todas ocupadas em 2019/1), - aborda a literatura da perspectiva da Contação de Histórias e seus aspectos teóricos, epistemológicos e práticos, além de questões de biossegurança, fases do desenvolvimento humano e áreas correlatas. As aulas são expositivo-dialogadas, com o emprego das novas metodologias ativas para o ensino superior. Além disso, as aulas também utilizam o espaço de aprendizagem virtual pelo ambiente Moodle para as reflexões e apoio à aprendizagem. Cada aluno realiza prática de 10h no ambiente hospitalar (nas áreas de pediatria, maternidade e geriatria/adultos), para aplicação das técnicas aprendidas (em horários previamente agendados e fora do horário da aula). Resultado: A Contação de História não é uma tarefa fácil. Contar Histórias é muito mais que ler um texto! Prescinde organização prévia, dedicação, olhos de ver, escuta de ouvir, e cuidados: cuidado consigo (pois o ambiente hospitalar, por si, só, traz um imaginário de dor, e na prática, contém muitos riscos); e cuidado com o outro (precisamos ter escuta, e, principalmente, respeitar o paciente/acompanhante, bem como suas escolhas). Entretanto, a experiência demonstra que o cultivo do imaginário ajuda a esquecer da dor e a sonhar com algo bom durante certo tempo, pois enquanto contávamos ou líamos histórias, muitos pacientes sorriam, adormeciam e, algumas vezes, mesmo não conseguindo verbalizar seus sentimentos, vibravam conosco, a partir do brilho no olhar. Considerações finais: Contar ou ler histórias requer certo preparo, que vai desde a escolha do texto até a sua apresentação. A Disciplina de Contação de Histórias da UFCSPA é uma experiência que captura seus participantes por inteiro. Todos, de uma forma ou de outra, temos algo a ensinar e apre(e)nder. Neste sentido, a partilha de narrativas e reflexões, instrumentalizadas na literatura, permitiu discutir as relações entre literatura e saúde do ponto de vista da inter-relação entre cuidador e paciente a partir da interlocução entre teoria e prática literárias. |
6938 | EDUCAÇÃO MÉDICA: TEORIA, PRÁTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL JAINA LARISSA BASTOS DE OLIVEIRA EDUCAÇÃO MÉDICA: TEORIA, PRÁTICA E RESPONSABILIDADE SOCIALAutores: JAINA LARISSA BASTOS DE OLIVEIRA
Apresentação: A formação dos profissionais da saúde requer articulação entre teoria e prática. No contexto da Educação Médica essa articulação deve viabilizar o processo de ensino e aprendizagem, respondendo as demandas de saúde da população, seguindo as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) de 2014. Estas preconizam que o graduado em Medicina deve ter uma formação geral, humanística, crítica, reflexiva e ética, atuando nos diferentes níveis de atenção, com responsabilidade social. Em consonância com as DCN, o curso de graduação em medicina de uma faculdade localizada na região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, na disciplina de Saúde e Sociedade desenvolve ações em Unidades de Saúde da Família (USF). Nessa disciplina, são trabalhados conceitos de Saúde; Doença; Cuidado; Determinantes Sociais; Epidemiologia; Atenção Primária; Princípios e Diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) dentre outros. Os objetivos da disciplina visam: identificar o perfil de saúde da população, entender a dinâmica do território, buscar desenvolver em parceria com a equipe multiprofissional e a população, estratégias para enfrentar as questões de saúde, viabilizando o ensino e aprendizagem em um cenário prático. A metodologia utilizada, na atividade da disciplina, com estudantes de medicina do primeiro período, do ano de 2019, baseou-se em Projeto que consistiu na realização de uma oficina com professores do ensino fundamental de uma escola localizada do território da USF. Esse projeto foi executado em algumas etapas, a escolha do tema, foi definida pelos estudantes em diálogo com a equipe. Os estudantes identificaram no território, a comercialização intensa de alimentos ultraprocessados (biscoitos recheados, salgadinhos e refrigerantes). Após escolha do tema e a identificação dos principais agravos presentes na população, os alunos dialogaram com a equipe de saúde da unidade e entrevistaram alguns usuários. Sendo constatada a prevalência de hipertensão e diabetes, agravos que estão relacionados também com o hábito alimentar. A partir da identificação, foi realizada uma oficina com o tema voltado para a prática de alimentação saudável, fundamentada no Guia Alimentar para População Brasileira (2014), visando à promoção da saúde e prevenção desses agravos. A atividade proporcionou que os próprios alunos modificassem o hábito alimentar, além de potencializar o diálogo com a escola, através do contato com os professores que deram como feedback a informação de que reveriam o hábito alimentar e incorporariam a discussão em sala de aula com os alunos do ensino fundamental. A atividade foi relevante, possibilitou a articulação entre teoria, prática, retorno para a população do território, garantindo a responsabilidade social do profissional da saúde e estabelecendo um rico espaço de diálogo. |
6976 | APLICAÇÃO DA ARTETERAPIA COM INTERNOS DE UM HOSPITAL DE SAÚDE MENTAL A PARTIR DA VISÃO WINNICOTTIANA Izaildo Tavares Luna, Beatriz da Silva do Nascimento, Francisca Livia Dantas Matias, Maria Bianca de Oliveira APLICAÇÃO DA ARTETERAPIA COM INTERNOS DE UM HOSPITAL DE SAÚDE MENTAL A PARTIR DA VISÃO WINNICOTTIANAAutores: Izaildo Tavares Luna, Beatriz da Silva do Nascimento, Francisca Livia Dantas Matias, Maria Bianca de Oliveira
Apresentação: A arteterapia é uma importante aliada no tratamento de pacientes em sofrimento psíquico, pois constitui uma metodologia que permite libertar o paciente não somente da exclusão, mas da alienação que a doença mental provoca, assumindo sentido profilático na criação de um cuidado que ajude na melhoria da qualidade de vida dos pacientes. A partir disso, objetivou relatar a aplicação da arteterapia como estratégia no tratamento de pacientes psiquiátricos, usuários de um Hospital de Saúde Mental do município de Fortaleza. Para promover consistência teórica dessa vivência, recorreu-se a teoria proposta por Winnicott (1975), a qual defende que o criar estrutura a maneira de lidar com as múltiplas realidades: a interna, a externa e a realidade experimentada. A população foi composta por 27 internos do Hospital de Saúde Mental de Messejana situado na cidade de Fortaleza. A estratégia foi uma solicitação dos profissionais que atuam na instituição e ocorreu após a manifestação do interesse na adesão a atividade pelos pacientes. A estratégia aconteceu em Novembro de 2019, em 2 encontros semanais às terças-feiras, com duração aproximada de 4 horas cada. As atividades ocorreram em um salão disponibilizado pela instituição, onde a terapia ocupacional realiza diversos trabalhos manuais com os pacientes. O salão contém mesas grandes, cadeiras, pias e prateleiras para acomodação dos materiais, portanto, possuía todo o suporte estrutural físico para a realização das atividades. As alunas estiveram sob a coordenação e supervisão de uma terapêutica ocupacional do hospital e do professor responsável pelas práticas assistidas em Ensino Clínico em Saúde Mental do Curso de Enfermagem, do Centro Universitário Estácio do Ceará, que fizeram o acompanhamento das atividades. No primeiro encontro, as alunas realizaram interação com os pacientes, por meio da escuta terapêutica, e aplicaram o Exame do Estado Mental. No segundo, os pacientes foram reunidos no salão e receberam materiais como argila, folhas de papel A4, bijuterias em formato de bola e borboleta, glitter, fita adesiva. Em seguida, as alunas orientaram os pacientes a representarem seus sentimentos e vivências através da modelagem com argila. Depois de transcorridos 60 minutos, ocorreu uma rodada de discussão a cerca das imagens construídas com o intuito observar a interpretação dos pacientes, demonstrar trabalhos feitos e instigar a criatividade. Durante o processo de criação, as alunas ficaram à disposição dos pacientes auxiliando no que foi necessário e registrando o processo. Após a socialização das imagens, pacientes e alunas conversaram sobre as impressões e sensações que tiveram durante toda a atividade. Na tentativa de transpor o modelo de ensino centrado na técnica, onde se busca tratar o paciente de forma fragmentada, aplicou-se a arteterapia no cuidado de enfermagem em saúde mental por ser um instrumento importante da expressão da subjetividade dos pacientes, auxiliando no tratamento da doença mental; por meio da reflexão em torno da singularidade que a arteterapia possibilita. De forma geral essa vivência foi importante para as alunas, pois trouxe ganho teórico-prático no âmbito pessoal e profissional, e as relações interpessoais criadas durante as atividades forneceram confiança para a implementação de uma assistência humanizada. |
6977 | TECENDO CAMINHOS EM DEFESA DO SUS: A EXPERIÊNCIA DA SEVI-SUS NO DESPERTAR PARA UMA NOVA FORMAÇÃO EM SAÚDE Arlindo Pereira de Souza Neto, Ariane de Jesus Pereira Lima, Tamildes Oliveira Mendes de Souza, Rosa Lícia Conceição Soares, Ananda Evelin Genonádio da Silva Menezes, Matheus Augusto Lima Pinheiro TECENDO CAMINHOS EM DEFESA DO SUS: A EXPERIÊNCIA DA SEVI-SUS NO DESPERTAR PARA UMA NOVA FORMAÇÃO EM SAÚDEAutores: Arlindo Pereira de Souza Neto, Ariane de Jesus Pereira Lima, Tamildes Oliveira Mendes de Souza, Rosa Lícia Conceição Soares, Ananda Evelin Genonádio da Silva Menezes, Matheus Augusto Lima Pinheiro
Apresentação: O Sistema Único de Saúde (SUS) foi conquistado através da luta do Movimento da Reforma Sanitária Brasileira na década de 1980. Este movimento contou com participação social, abrangendo profissionais de saúde e movimentos sociais, visando a melhoria da saúde pública no Brasil. Após muitos anos, desde a criação do SUS, o cenário que pode ser observado hoje é de passividade dos estudantes da saúde e muitos dos profissionais em defender o SUS enquanto projeto público e de qualidade e, além disso, a desvinculação deste sistema de saúde do processo formativo durante a graduação. Nesse sentido, visando contribuir com a reorientação da formação em saúde, baseada na educação popular, estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), através do Fórum Acadêmico de Saúde (FAS) e do Diretório Central das e dos Estudantes (DCE) organizam semestralmente a Semana de Vivência Interdisciplinar no Sistema Único de Saúde (SEVI-SUS), para estudantes de saúde da UFBA. A SEVI é um Estágio de Vivência que possui caráter de imersão, na qual viventes e monitores experimentam vivenciar realidades das quais muitos desconhecem, pautando a construção de novos valores, do novo homem e da nova mulher visando a transformação da sociedade. A metodologia da vivência é organizada de forma que possibilite realizar discussões acerca das visitas do dia às unidades de saúde, proporcionando aos estagiários uma reflexão sobre as experiências vividas e sua relação com os conceitos de saúde (O que é saúde, Relação Público-Privada, Reforma Psiquiátrica Antimanicomial, Determinação Social do Processo Saúde e Doença). O estágio permite conhecer o funcionamento da rede SUS e os seus níveis de atenção, verificar os avanços e dificuldades na implementação do Sistema no município, reconhecer as ações na área de educação permanente, compreender as vantagens e desvantagens do modelo técnico-assistencial escolhido e conhecer o histórico do processo de consolidação do sistema no município, a partir da percepção de cada segmento (Gestores, Profissionais, Usuários, Movimentos Sociais). Dessa forma, por compreender a necessidade de se ampliar a discussão para além dos muros da universidade, em algumas edições realizamos a imersão em um assentamento de Reforma Agrária do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, aproximando-se dos Movimentos Sociais que lutam pelo direito à terra e o Direito à Saúde. Neste contexto, ao final da imersão percebe-se o quanto a formação em saúde por vezes se distancia da prática e de uma construção de saúde realmente coletiva e pautada em valores mais inclusivos, que enxerguem as complexidades e particularidades de determinados grupos sociais. Permitindo também a aproximação dos estudantes a luta em defesa de uma saúde pública, gratuita e de qualidade. Ao longo das edições da vivência, pudemos perceber o quão necessária a mesma se fez para reorientar os estudantes que participaram tanto na qualidade de viventes quanto de monitores para um novo olhar dentro da universidade. Se reconhecendo enquanto sujeitos históricos que contribuirão para lutar pela formação em saúde que tanto almejamos, seguindo firmes na construção de um projeto de saúde popular para o nos |
6981 | A EXPERIÊNCIA DO MULTICAMPI SAÚDE UFPA: ACOMPANHANDO PERCURSOS FORMATIVOS Károl Veiga Cabral, Paulo de Tarso Ribeiro de Oliveira, Márcio Mariath Belloc A EXPERIÊNCIA DO MULTICAMPI SAÚDE UFPA: ACOMPANHANDO PERCURSOS FORMATIVOSAutores: Károl Veiga Cabral, Paulo de Tarso Ribeiro de Oliveira, Márcio Mariath Belloc
Apresentação: O Multicampi Saúde da Universidade Federal do Pará, através da Pró-Reitoria de Extensão, iniciou em junho de 2019 e tem previsão de finalizar em março de 2021, tendo como perspectiva a educação permanente de 600 alunos envolvendo quatro institutos: Instituto de Ciências da Saúde, Instituto de Ciências Biológicas, Instituto de Ciências Sociais Aplicadas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, envolvendo dez cursos de graduação: biomedicina, enfermagem, farmácia, fisioterapia, medicina, nutrição, odontologia, psicologia, serviço social e terapia ocupacional. Trabalhamos em conjunto com a coordenação da Secretaria Estadual de Saúde do Pará e o apoio e a articulação com o Conselho de Secretários de Saúde do Estado do Pará. O objetivo geral do projeto é integrar ensino, serviço e gestão com a finalidade de qualificar a formação profissional dos discentes e dos profissionais da atenção básica de acordo com a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança no SUS. Tem como objetivos específicos a realização de curso introdutório de atenção integral a saúde da criança para docentes e supervisores, preceptores e discentes em parceria com a Coordenação Estadual de Saúde da Criança; utilizar a base de dados secundários dos indicadores e da rede de AB dos municípios selecionados; realizar visita técnica na rede de atenção dos seis municípios selecionados; integrar os alunos dos dez cursos envolvidos nas ações de saúde da criança: do pré-natal das gestantes e puerpério, vacinas essenciais, triagem neonatal, investigação e discussão do óbito infantil, o acompanhamento do desenvolvimento infantil, promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno através do uso da Caderneta da Criança desenvolvida pelo Ministério da Saúde, com o enfoque especial em ações de ensino, prevenção e atendimento da comunidade adstrita em cada território. As metas centrais do projeto Multicampi são realizar vivência dos alunos e capacitação dos profissionais da AB a partir das necessidades suscitadas no campo, a elaboração de suplemento em revista e/ou livro e/ou capítulo de livro com os resultados alcançados na pesquisa, além de participação em seminários e congressos sobre a saúde da criança como oportunidade de compartilhar e externalizar os dados da pesquisa desenvolvida. A metodologia de pesquisa intervenção permite a utilização da estratégia da educação permanente com a integração do ensino-serviço-gestão através dos princípios centrais da UFPA de integração com a sociedade, a reestruturação do modelo de ensino, o desenvolvimento amazônico e a modernização da gestão. Todos os alunos e alunas envolvidos com o projeto são selecionados através de editais públicos, e já iniciam a educação permanente antes de ir a campo. Em campo permanecem por um período de um mês, no qual são acompanhados por um professor da UFPA dos diferentes institutos envolvidos. Todos os alunos são direcionados a equipe de unidade básica de saúde, no modelo tradicional ou de estratégia de saúde da família, no qual serão coordenados por uma preceptora de campo, que vai acompanhar diariamente o trabalho desenvolvido pelos alunos. Diariamente os alunos permanecem em serviço acompanhando e desenvolvendo todas as ações realizadas na unidade, sempre acompanhados de profissional ou preceptoria de campo. Apesar do enfoque nas ações referentes a saúde da criança, os alunos deverão acompanhar as atividades propostas pelas enfermeiras que coordenam as equipes que eles compõem de acordo com as demandas do serviço, como atendimento e educação para idosos, realização de hortas, de cadastramento da população ribeirinha, participação em mostras etc. Também participam ativamente de oficinas para a rede intersetorial com destaque para as atividades do Programa de Saúde nas Escolas e o trabalho com o Sistema Único de Assistência Social. Durante a permanência em território, os alunos também visitam outros equipamentos, de acordo com a rede instalada no local e a disponibilidade para visitação. Os alunos realizam um relatório individual, que deve conter as informações gerais do município como: percepção do aluno sobre o campo, dados do serviço no qual desenvolveu a prática, diagnóstico de rede com dados demográficos relevantes, determinantes sociais, populações específicas e iniquidades, capacidade instalada e dados epidemiológicos de morbimortalidade da criança. Da Caderneta da Criança destacamos a puericultura, aleitamento, acompanhamento e vigilância do desenvolvimento infantil, atenção integral as doenças prevalentes na infância. Em comum acordo com a equipe, será escolhida uma criança guia e sua família, com a qual o aluno deverá desenvolver um plano de ação, de acordo com as demandas do seu núcleo profissional. O(a) professor(a) da UFPA referente de cada semana deverá acompanhar diariamente a inserção dos alunos nas equipes, procurando acompanhar as atividades. Diariamente deverá dar suporte às dúvidas e anseios dos alunos. Para tanto, deverá realizar diariamente uma reunião coletiva com todos os alunos, além de dar suporte individual quando necessário. Sugerimos aos alunos a realização de um diário de campo como forma de sistematizar todas as percepções vividas no campo, as atividades desenvolvidas e as visitas a rede realizadas. Também será tarefa deste professor articular com a gestão as agendas, as demandas e questões que surgirem durante a estada no município. O preceptor de núcleo fica responsável por dar suporte remoto aos alunos, pois nem sempre o aluno terá em campo alguém do seu núcleo profissional. Podemos afirmar que o projeto tem superado nossas expectativas junto aos municípios e aos alunos. A passagem do grupo de alunos pelo campo de práticas tem demonstrado ser um potente dispositivo de formação em serviço dos futuros profissionais. Mesmo os alunos dos cursos que têm AB no seu currículo, como enfermagem e medicina, avaliam como muito proveitosa a imersão proporcionada no Multicampi. Os alunos demonstram a satisfação de estarem realizado as atividades, apesar do cansaço e da agenda que enfrentam cotidianamente. Nas rodas de conversa no final de cada dia emergem relatos apaixonados, recheados de vivências, trocas, permeados com dúvidas, que buscamos desfazer apoiados na multiprofissionalidade presente, assim como a valorização do ensino em serviço, da imersão em campo. Também comparecem as angústias frente a dura realidade enfrentada pelas famílias na busca de acesso a saúde, assim como sentimentos de frustração e impotência ao perceber que este acesso não se resume ao setor saúde, mas passa pelo acesso à moradia, a emprego digno, a educação, cultura etc. As equipes que recebem nossos alunos também têm demonstrado grande satisfação com o projeto. Elogiam a capacidade técnica dos alunos, a seriedade com que encaram as tarefas, o empenho e a disponibilidade com que as realizam. Muitos chegam a relatar que a entrada dos alunos trouxe novas energias para enfrentar os desafios de cada município, das múltiplas vulnerabilidades das comunidades que acessam os serviços dada a conjuntura atual. Entre os pontos positivos destacamos: a possibilidade de aproximar a universidade da comunidade e das prefeituras do Pará, permitindo aos alunos que conheçam a realidade de outras cidades e suas especificidades de saúde; a imersão em campo em caráter multidisciplinar; a realização de atividades coletivas entre diferentes formações propiciando o intercâmbio e a construção interdisciplinar conhecimento; a valorização dos saberes locais, em especial daqueles que muitas vezes ficam invisibilizados nas equipes; o reconhecimento das as especificidades locorregionais. Entre os desafios destacamos: a busca de uma maior fluidez na comunicação entre todos os envolvidos no projeto com a comunidade local; o registro do trabalho em campo que permita a gestão melhorar o acesso a saúde da população. |
6985 | PERFORMANCE NARRATIVA, POR UM ETHOS DO CUIDADO Nilcéia Figueiredo, Valéria Ferreira Romano, Fernanda Pereira de Paula Freitas, Jorge Esteves Teixeira Junior, Evelin Gomes Esperandio, Cesar Augusto Paro PERFORMANCE NARRATIVA, POR UM ETHOS DO CUIDADOAutores: Nilcéia Figueiredo, Valéria Ferreira Romano, Fernanda Pereira de Paula Freitas, Jorge Esteves Teixeira Junior, Evelin Gomes Esperandio, Cesar Augusto Paro
Apresentação: A intercessão entre arte e saúde, permite a produção de sentidos pedagógicos, para além das dimensões clássicas e usuais de aprendizado de conteúdos extensos e suas memorizações, criando outras possibilidades de ensino e aprendizado sobre ética, empatia, reflexão crítica e cuidado em saúde. Propomos o desafio de experimentar compor o encontro entre formação, cuidado integral e saúde em um ato performático, que em sua premissa, jamais tornará a se repetir, mantendo sua singularidade. Um ato performático construído através de narrativas em saúde que compreende o corpo como “objeto” do cuidado em saúde. Torná-lo presente e vívido, pode fortalecer o vínculo com uma clinica mais centrada na pessoa. As narrativas são potentes disparadoras de reflexões e possibilitam aguçar percepções mais apuradas, que revelando pistas desenham nuances do adoecimento, tornando mais presentes as dimensões do indivíduo, especialmente na temática do cuidado em saúde. Desenvolvimento: As Oficinas de Narrativas em saúde, foram realizadas no Laboratório de Estudos em Atenção Primária em Saúde da UFRJ, sendo proposto a contação dos encontros entre a formação e a experiência de cuidado em saúde dos estudantes em seus períodos de estágios e práticas curriculares. As observações foram focadas nas “passagens de casos”, valorizando nuances comunicacionais da anamnese, colhida nos encontros clínicos. Também foram propostas reflexões estéticas, através de observações analíticas de fotos e obras de artes. Resultado: O grande impacto desta vivência foi a possibilidade de trabalhar com estudantes da área da saúde a tessitura entre ciência, artes plásticas e teatro físico, constituindo assim um texto narrativo em que clínica, arte, escrita e estética intercederam na construção de uma cena performática que disparou reflexões sobre cuidado em saúde, transformando, assim, corporeidade em narração. O corpo tornou-se pergaminho vivo, integrando escritor, leitor, estética e habilidade de comunicação; impregnando tridimensionalidade à cena, provocando criatividade e diferentes formas de experimentar a escrita e a leitura de narrativas em saúde. Considerações finais: Numa perspectiva não utilitarista, onde arte, saúde e ciência percutem como notas de mesmo tom, possibilidades infinitas podem tornar mais ampla a dimensão da construção do cuidado em saúde, evocando caminhos possíveis para mobilização de subjetividades a favor de uma prática centrada na pessoa. |
7059 | A IMPORTÂNCIA DA ESCUTA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM: CUIDANDO DE QUEM CUIDARÁ Cláudia Mara de Melo Tavares, Cynthia Haddad Pessanha Sousa, Adicéa de Souza Ferreira A IMPORTÂNCIA DA ESCUTA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM: CUIDANDO DE QUEM CUIDARÁAutores: Cláudia Mara de Melo Tavares, Cynthia Haddad Pessanha Sousa, Adicéa de Souza Ferreira
Apresentação: O presente trabalho foi realizado no período de fevereiro à dezembro de 2019 com acadêmicos de enfermagem do 10º período de uma universidade privada do Estado do Rio de Janeiro. A profissão do enfermeiro exige do sujeito a disponibilidade de trocas afetivas e escuta. Alguns autores destacam que o manejo constante do sofrimento alheio somado a dificuldade do curso, podem gerar estresse acometendo indivíduos mais sensíveis. Objetivo: Descrever a importância da escuta frente ao processo de ensino aprendizagem dos acadêmicos de enfermagem durante o estágio da disciplina de Saúde Mental. Método: Estudo qualitativo que aborda o relato de experiência de seis meses dos alunos de graduação do 10º período no campo da prática. Resultado: A escuta contribuiu para o aprendizado dos alunos pois eles sentiam-se mais acolhidos e dispostos a enfrentar os desafios pertinentes a disciplina e a faculdade como um todo. Acolher suas angústias e buscar estratégias para conviver com elas é crucial para que ocorra uma relação de confiança entre o discente e docente, resultando em um bom desempenho da aprendizagem. Análise Crítica: A vivência em sala de aula juntamente com seus desafios em lidar com diversas histórias ratificou alguns conceitos mencionados por Freire (1996) onde ele destaca a importância da escuta ao discente e o respeito a sua dignidade. Conclusões. É preciso avaliar esta escuta e trabalhar em conjunto com toda a equipe docente observando a veracidade das histórias contadas pelo aluno, o seu histórico nas disciplinas anteriores e, caso necessite de intervenções psicológicas encaminhar para um profissional de saúde mental. |
7060 | REALIZAÇÃO DE CURTA-METRAGEM E DRAMATIZAÇÃO NO ENSINO DE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE Isabelle Barros Sousa, Ana Karen de Sousa Alves, Fabian Elery Teixeira da Rocha, Francisca Elaine de Souza França, Richardson Lopes Bezerra, Victórya Suéllen Maciel Abreu, Liana Mara Rocha Teles REALIZAÇÃO DE CURTA-METRAGEM E DRAMATIZAÇÃO NO ENSINO DE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDEAutores: Isabelle Barros Sousa, Ana Karen de Sousa Alves, Fabian Elery Teixeira da Rocha, Francisca Elaine de Souza França, Richardson Lopes Bezerra, Victórya Suéllen Maciel Abreu, Liana Mara Rocha Teles
Apresentação: O vídeo educativo é um dos instrumentos de ensino mais utilizados nos últimos anos. Isso ocorre devido a possibilidade de transmissão de informações de forma rápida e eficaz, o que facilita a aprendizagem e promove o desenvolvimento do pensamento crítico, a expressão, a comunicação e a visão interdisciplinar. Quando elaborado pelos estudantes, configura-se importante metodologia ativa a ser utilizado em sala de aula. Sendo assim, objetiva-se relatar a experiência de estudantes de Enfermagem na realização e exibição de um vídeo curta-metragem que representa a atuação do enfermeiro na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Trata-se de um relato de experiência sobre a confecção e exibição de um filme mudo, com duração de 3 minutos, sobre o funcionamento da RAPS, desenvolvido na disciplina de Enfermagem na Saúde Coletiva, por seis estudantes, em fevereiro de 2019. No primeiro momento, os alunos tiveram acesso a um caso clínico fictício que simulava o percurso de um usuário nos diversos pontos da RAPS. Em seguida, os alunos realizaram um curta-metragem que encenava o caso clínico supracitado. Atentou-se para a incorporação de cenas realísticas, utilizando como recurso o Laboratório de Procedimentos do Departamento de Enfermagem UFC. O vídeo foi transmitido em sala para todos os alunos da disciplina, visando a socialização da conduta do profissional de Enfermagem na RAPS. Percebeu-se o grande interesse da turma na temática abordada, por ser uma ferramenta lúdica e de fácil interpretação, que possibilita a aproximação do aluno á realidade de atuação do Enfermeiro dentro da RAPS. Portanto, notou-se a importância de haver o ensino da RAPS com o auxílio do ensino multissensorial, uma vez que contribuiu com a aprendizagem e interesse tanto dos participantes do vídeo, como de quem o assistiu, além de permitir a imersão no sistema da rede psicossocial.Vargas A, Rocha HV, Freire FMP. Promídia: produção de vídeos digitais no contexto educacional. Rev Novas Tecnologias na Educação 2007; 5(2):1-13. |
7068 | RE-CAMINHOS DO SOFRIMENTO MENTAL: UMA VIVÊNCIA REALIZADA PELA LIGA ACADÊMICA DE SAÚDE MENTAL EM UMA UNIVERSIDADE EM SANTARÉM (PA)RÁ Françoíse Gisela Gato Lopes, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Luara Rebelo Nunes, Emilly Ane da Mota Cardoso, Ana Eliza Ferreira Pinto, Fabiana Santarém Duarte, Yasmim Silva Sousa, Milena Beatriz de Sousa Santos RE-CAMINHOS DO SOFRIMENTO MENTAL: UMA VIVÊNCIA REALIZADA PELA LIGA ACADÊMICA DE SAÚDE MENTAL EM UMA UNIVERSIDADE EM SANTARÉM (PA)RÁAutores: Françoíse Gisela Gato Lopes, Marlyara Vanessa Sampaio Marinho, Luara Rebelo Nunes, Emilly Ane da Mota Cardoso, Ana Eliza Ferreira Pinto, Fabiana Santarém Duarte, Yasmim Silva Sousa, Milena Beatriz de Sousa Santos
Apresentação: A admissão na universidade é um motivo de grandes mudanças na vida dos acadêmicos. Isso porque esta é uma nova fase na vida dos estudantes, visto que o estilo de vida fica mais intenso, com maiores cargas horárias para estudo. Além disso, pode ocorre o distanciamento da família, caso o aluno estude em outra cidade ou até mesmo os que residem com as suas famílias. Inclusive, podem ocorrer as cobranças advindas da sociedade, universidade, familiares e da própria pessoa, que acabam causando sofrimento, preocupação, irritação durante essa nova etapa da vida. Concomitante a isso, têm-se verificado que no decorrer dessa transição muitos universitários adoecem emocionalmente. Assim, é importante frisar que a depressão é uma doença causada por diversos fatores e que acaba prejudicando as relações sociais, interpessoais e individuais. Esta tem como características, alteração do humor, problemas no sono, ansiedade, desinteresse, baixa autoestima e ideias frequentes de suicídio. Essas manifestações clínicas influenciam diretamente na rotina da pessoa, principalmente quando não há acompanhamento médico e psicoterapêutico. Muitos dos sinais da depressão podem ser difíceis de serem perceptivos, pois podem ser camuflados pelo próprio indivíduo por meio de expressões faciais de alegria e tranquilidade. Além disso, é possível que pessoas com sintomas depressivos utilizem as redes sociais para expor suas ideias e sentimentos, seja por meio de músicas, imagens ou simplesmente frases que demonstrem emoções negativas. Porém, muitas postagens como essas nas mídias sociais acabam não sendo consideradas relevantes, devido ao preconceito ou mesmo desconhecimentos dos sintomas. Dessa forma, o objetivo deste relato é o de descrever uma atividade que apresentou as características e sinais de uma pessoa com depressão e pensamentos suicidas. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, ocorrido em uma sala da Universidade do Estado do Pará – Campus Santarém, desenvolvido a partir de uma atividade intitulada “Re-caminhos do Sofrimento Mental”, promovido pela Liga Acadêmica de Saúde Mental – LASMEN/UEPA. A LASMEN foi criada em outubro de 2017, por acadêmicas do curso de Enfermagem da UEPA, e atualmente funciona como uma liga multiprofissional, com acadêmicos dos cursos de enfermagem, fisioterapia, psicologia e música. Durante esses anos, a liga tem desenvolvido múltiplas atividades tanto na universidade quanto em outro ambientes de Santarém, sendo os temas abordados focados na saúde mental da comunidade em geral. Todas essas ações ocorrem em parceria e contribuição de profissionais da área da saúde. A vivência proposta foi incorporada na programação do I Simpósio Multidisciplinar de Promoção de Bem Estar e Qualidade de Vida do Oeste do Pará, que ocorreu no período de 05 a 07 de dezembro de 2018. A atividade retratou uma história de ficção, de uma jovem que cometeu suicídio, enquanto que o cenário foi baseado em seu quarto. A história da personagem consistia em: ela se chamava Melissa Barreto, 22 anos, filha única, morava sozinha em outra cidade por causa da universidade, estava em uma relação amorosa conturbada, suicidou-se em seu quarto com um corte no pulso. Antes do evento fatal Melissa era uma menina divertida, carinhosa, obediente aos pais e tinha muitos amigos, aparentemente não apresentava sinais de depressão ou pensamento suicida, porém já se encontrava em sofrimento psíquico. Na sala da Universidade foi organizado um quarto, na qual haviam todos os pertences como cama, livros, penteadeira, roupas e acessórios, além disso, na parede estavam penduradas conversas trocadas com uma amiga onde ela tentou pedir socorro, mas não foi compreendida, além de anotações onde a personagem expressava todas as suas angústias e um áudio que gravou minutos antes de cometer o suicídio explicando todos os motivos que a levaram a tomar essa decisão. Ao adentrar na sala, os participantes se deparavam com esse cenário, haviam cadeiras organizadas em círculo, onde eram convidados a sentar-se e posteriormente as luzes eram apagadas e, assim, iniciava-se o áudio fictício. Após ouvirem o áudio, as luzes eram acessas e os participantes tinham um tempo para explorarem o quarto da personagem. Por fim, houve uma roda de conversa com os psicólogos, na qual foram intermediadores da roda de conversa. Ademais, os participantes da atividade foram acadêmicos de enfermagem, psicologia e a sociedade em geral. Resultado: e Resultado: Notou-se que ao final da atividade, mais da metade dos participantes relataram que identificaram na personagem traços muito pertinentes ao que está ocorrendo no mundo, seja por conhecer alguém ou por ter visto em algum meio de comunicação, a ocorrência de um caso similar ao que foi simulado. Isso, devido a personagem apresentar características muito parecidas ou iguais de sofrimento mental voltados para a realidade de morar em outra cidade por causa dos estudos, assim como pela rotina dupla da vida que é dividida entre a universidade e os afazeres domésticos, além da solidão que muitos disseram sentir. Assim, percebeu-se que com essa atividade conseguiu-se simular uma história cada vez mais frequente nos dias atuais, e refletir sobre os sinais que potenciais pessoas com pensamentos suicidas apresentam, além de proporcionar uma roda de conversa com psicólogos, que puderem fornecer suporte sobre as dúvidas, bem como direcionamentos de acordo com as situações que foram contadas, visto que muitas vezes passam despercebidas no cotidiano e de que forma lidar com elas. Considerações finais: Portanto, através da experiência se observou a necessidade em se falar sobre temas voltados para o sofrimento mental em universidades, juntamente com o apoio de psicólogos e da própria universidade. Até porque o suicídio pode acontecer todos os dias, com qualquer pessoa, em qualquer lugar, e muitas vezes é um assunto que se torna tabu em vários meios sociais que também possuem casos de sofrimentos. Dessa forma é fundamental que a universidade junto ao apoio psicológico da instituição estejam atentos, sendo necessário abordar essa temática no contexto da educação e da saúde, uma vez que o conhecimento possibilita a prevenção e consequente redução desses casos. Além disso, falar e realizar esse tipo de vivência no meio acadêmico com auxílio de profissionais da saúde é de grande relevância pois demonstra o interesse da instituição em promover conhecimentos como esse, bem como difundi-los para a sociedade como um todo. |
7070 | A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO TÉCNICO EM ENFERMAGEM José Augusto Lopes da Silva, Helena Carollyne da Silva Souza, Ronilda Bordó de Freitas Garcia, Maria José Lopes da Silva, Jorge Sales dos Santos, Walan Victor Pereira Cardoso, Edilene Silva Tenório A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO TÉCNICO EM ENFERMAGEMAutores: José Augusto Lopes da Silva, Helena Carollyne da Silva Souza, Ronilda Bordó de Freitas Garcia, Maria José Lopes da Silva, Jorge Sales dos Santos, Walan Victor Pereira Cardoso, Edilene Silva Tenório
Apresentação: A medicina moderna conserva um perfil tradicional em sua essência, sendo encarada como “área que cuida dos males do corpo físico”, pois por muito tempo esteve atrelada fortemente aos conhecimentos advindos das ciências naturais. Como parte fundamental da área da saúde e que está atrelada intimamente a medicina, a enfermagem se construiu aos moldes deste mesmo perfil de atendimento. Porém, com o passar do tempo á importância da compreensão do homem como um todo, e não mais de forma fragmentada, se tornou extremamente necessária, uma vez que as técnicas e procedimentos, para obterem sucesso, precisavam ser implementadas por um atendimento mais humanizado. Neste contexto, tal estudo qualitativo visa investigar o papel da psicologia na formação dos profissionais da enfermagem de um curso oferecido pela Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará (EETEPA) em uma escola pública de Belém do Pará. A pesquisa foi realizada no primeiro semestre de 2018, período onde é ofertada a disciplina de psicologia para o Curso Técnico em Enfermagem com 2 anos de duração, contando ainda com a participação de uma turma de 30 alunos. Objetivando analisar a percepção dos alunos diante dos conteúdos, e os impactos sentidos por estes na construção do seu próprio perfil profissional, foram realizadas entrevistas ao longo do semestre, e anotações sistemáticas a partir do acompanhamento das aulas na própria escola. Os dados obtidos junto aos alunos foram analisados com base na técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (1977), e autores que trabalham na mesma perspectiva, de onde se podem tirar algumas categorias principais como Potencial da Psicologia para a Formação e Contribuições da Psicologia para o Atendimento Humanizado, por exemplo. Percebe-se o grande interesse demonstrado pelos alunos no estudo dos conteúdos de psicologia ao longo da disciplina, enxergando na área grandes possibilidades para o estabelecimento de relações mais completas e humanizadas com os pacientes assistidos pelos técnicos de enfermagem. A compreensão do paciente como um ser biopsicossocial faz da psicologia uma importante fonte de entendimento dos processos que ocorrem durante os atendimentos, uma vez que pode potencializar as técnicas e procedimentos empregados, tornando-os mais eficientes a partir do momento em que vão além da parte física, e buscam o entendimento do comportamento, das percepções, das emoções etc. Outros fatores foram destacados como possíveis implicadores de uma formação mais significativa, entre eles a baixa carga horária da disciplina ofertada e ênfase em abordagens específicas da psicologia. |
7091 | PROJETO VER-SUS NO PROCESSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL: relato de experiência Deborah Santana Pereira, Açucena Leal de Araujo, Juliana Rodrigues da Silva, Sarah Ellen da Paz Fabricio, Thereza Maria Magalhães Moreira PROJETO VER-SUS NO PROCESSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL: relato de experiênciaAutores: Deborah Santana Pereira, Açucena Leal de Araujo, Juliana Rodrigues da Silva, Sarah Ellen da Paz Fabricio, Thereza Maria Magalhães Moreira
Apresentação: O projeto Vivências e Estágios na Realidade do SUS-Sistema Único de Saúde (VER-SUS) foi criado pelo Ministério da Saúde e oferta oportunidades a estudantes de graduação e graduados para vivenciar conquistas e desafios inerentes ao SUS. Discute sobre atuação profissional no âmbito da saúde pública, trabalho em equipe, gestão, atenção em saúde e controle social. Objetivo: Relatar a experiência de estudantes de saúde com o projeto VER-SUS. Método: Trata-se de um relato de experiência sobre a imersão de 16 acadêmicos dos cursos de enfermagem, medicina, nutrição, odontologia, biomedicina, farmácia, fisioterapia e psicologia no projeto VER-SUS Centro Sul piauiense, que ocorreu em setembro de 2016. Os estudantes foram divididos em quatro subgrupos menores. Cada subgrupo era formado por quatro integrantes de cursos diferentes, para que durante o processo de interação e discussão ocorressem reflexões interdisciplinares a partir da percepção de cada profissão e como cada uma se complementava no contexto da saúde pública. Os viventes visitaram os serviços públicos e privados vinculados ao SUS nas cidades de Picos, Ipiranga, Geminiano, Oeiras e Santa Cruz, localizadas no Estado do Piauí. Resultado: O processo de imersão dos participantes ocorreu durante dez dias de vigência do projeto, o que proporcionou crescimento acadêmico, pessoal e profissional para atuarem no sistema público de saúde. A abordagem horizontal dos assuntos permitiu ao público-alvo visão ampliada e interdisciplinar, pois existia espaço aberto às discussões. Aconteciam dinâmicas, visitas e palestras direcionadas aos viventes, com intuito de conhecer e aprofundar os conhecimentos relacionados à rede e revelar os desafios enfrentados por esse programa. Além disso, o projeto permitiu conhecer diferentes realidades da saúde pública, bem como a importância da participação social como elo no fortalecimento dos serviços público de saúde. Considerações finais: A vivência levou os estudantes a refletirem acerca do atual quadro de saúde do país, a entender a diferença do que ocorre na teoria e na prática, e a dialogar sobre os obstáculos inerentes à sua execução. Assim, a experiência contribuiu para a formação de profissionais mais humanizados e imersos no SUS, com conhecimento das suas mais variadas dimensões. |
7168 | UMA PESQUISA-INTERVENÇÃO SOBRE HUMANIZAÇÃO COMO OPERADOR DE SAÚDE NO TRABALHO-FORMAÇÃO Juliane Almeida Chaves, Cláudia Osório da Silva, Ariadna Patrícia Estevez Alvarez, Naiara Duque da Silva Brito UMA PESQUISA-INTERVENÇÃO SOBRE HUMANIZAÇÃO COMO OPERADOR DE SAÚDE NO TRABALHO-FORMAÇÃOAutores: Juliane Almeida Chaves, Cláudia Osório da Silva, Ariadna Patrícia Estevez Alvarez, Naiara Duque da Silva Brito
Apresentação: Este trabalho tem como tema os novos modos de subjetivação e de produção de saúde, tarefas propostas pela Política Nacional de Humanização/PNH diante do seu objetivo de reencantamento do Sistema Único de Saúde, de resgate do espírito sanitarista dos anos 70 e 80. O HumanizaSUS se configura como um movimento que trata essencialmente das micropolíticas do cuidado em saúde e, portanto, se tem apostado em tecnologias relacionais para que alterações efetivas nos modos atuais de produção de saúde sejam possíveis. O objetivo aqui é apresentar uma experiência de pesquisa-intervenção, estudo situado sobre produção de subjetividade e de saúde, realizado no hospital do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz entre os anos de 2016 e 2017. Este, amparado nos referenciais teórico-metodológicos da Clínica da Atividade e da Análise Institucional, utilizou como métodos: a observação direta, diário de campo e rodas de conversa. Esta pesquisa buscou acompanhar os processos de institucionalização no campo, a relação contraditória de seus movimentos instituídos e instituintes, a partir da análise da atividade de profissionais de saúde em formação. A análise dos copesquisadores, além indicar as regularidades, os prescritos, sobre a situação do campo em relação aos modos de produção de subjetividade e de saúde, ainda nos deu algumas pistas sobre processos internos de ruptura em relação a estes. A respeito da produção de subjetividade, a nível local, considerou-se que, apesar do histórico de intervenções no sentido da humanização ao longo da história local, havia ainda um funcionamento fortemente verticalizado que promovia dificuldade na comunicação com produção, preponderante, de assujeitamento, principalmente em relação aos atores da base da hierarquia e com repercussões importantes na produção de saúde local. A produção de saúde, assim, se dava de forma centrada no modelo biomédico tradicional. Contudo, o estudo mostrou a existência de mudanças nos modos de subjetivação no campo empírico apontando, portanto, para um funcionamento da PNH fruto de uma relação de complementaridade entre macro e micropolítica. Os participantes da pesquisa, graduandos e pós-graduandos com atividades de campo, enquanto atores de passagem, através de suas falas, apontaram para a importância desses movimentos instituintes, que se davam principalmente a partir do funcionamento de um dispositivo específico que fazia funcionar a clínica de uma forma mais ampliada e compartilhada, promovendo a análise dos instituídos e o aumento do grau de transversalidade. Este, segundo os participantes, teria tornado possível ali alguma entrada para novos modos de cuidar e de se relacionar no campo da saúde. A pesquisa, devido ao seu caráter interventivo permitiu, sobretudo, criar um dispositivo que, para além de uma análise crítica em relação ao campo, possibilitou a análise da implicação de seus copesquisadores e do próprio pesquisador, ampliando o poder de agir de todos os envolvidos neste processo e, com isso, operando saúde. |
7178 | BORA LÁ NA BEIRA? O ENCONTRO COMO POLÍTICA DE PRODUÇÃO DE VIDA Samara de Castro Milhomem, Márcio Mariath Belloc, Sabrina Lopes Farias BORA LÁ NA BEIRA? O ENCONTRO COMO POLÍTICA DE PRODUÇÃO DE VIDAAutores: Samara de Castro Milhomem, Márcio Mariath Belloc, Sabrina Lopes Farias
Apresentação: Este relato versa sobre a experiência coletiva de construção continuada de um território vivo de produção de cuidado e educação na Universidade Federal do Pará (UFPA), criado pela turma de graduação em psicologia do oitavo semestre e germinado durante a disciplina de Sociedade e Modos de Produção de Subjetividades Contemporâneos. A referida universidade, localizada às margens do Rio Guamá, tem como parte da cultura universitária ocupar a beira do rio para os mais diversos fins: conversar, relaxar, dormir, confraternizar e disso surge o convite-provocação “bora lá na beira?”. O percurso formativo em psicologia, apesar de estar em processo iniciado de oxigenação e transformação, ainda carrega muitos vestígios do modelo tradicional, que valoriza modos de existir e aprender mecanicistas e pautados na racionalidade hegemônica. Muitas vezes, a formação tende a resumir-se em experiências curriculares que buscam instrumentalizar os estudantes para práticas de cuidado e ensino alicerçados prioritariamente em saberes cientificistas e que objetivam mudanças individuais de comportamento. Nossa experiência, neste sentido, busca uma intervenção contra-hegemônica, apoiada em ações no âmbito da saúde coletiva, que se dirigem à produção de vida e cidadania. Ações construídas coletivamente e colocadas em ato por meio de tecnologias leves, desreificando as fantasmagorias objetivas e aproximando as pessoas. Relações acadêmicas que vêm sofrendo paulatinamente com a ascensão da lógica de mercado, acompanhando um modelo neoliberal que atravessa as formas de se relacionar socialmente – ou mesmo de não se relacionar –, e que avança de maneira perversa sobre os processos de subjetivação contemporâneos. Avanço este que produz um estado de exceção no qual a lógica imperante é a do capital, do empreendedorismo individual, do narcisismo, do ensimesmamento do sujeito como empresário de si mesmo. Um modelo de sociedade que acaba por redobrar-se como uma justificação legitimatória das políticas de exceção do atual governo nacional, que têm promovido o desfinanciamento estatal do ensino superior público, impulsionando ações de caráter privatista e segregatório. A produção desse estado de exceção, dá-se no âmbito macropolítico em diálogo direto com a sua legitimação micropolítica, ou seja, nas formas de vida fascista, na naturalização da violência e exclusão contra pessoas julgadas menos humanas, em função de etnia, de gênero, de classe, de formas de professar o sagrado etc. Exclusão tramada por uma espécie de desaparecimento político, que não se opera somente em sessões de tortura e assassinatos, usuais das ditaduras militares latino-americanas do século passado. Tal processo se constitui justamente nessa naturalização da exclusão, quando uma pessoa é considerada menos humana que outra, uma espécie de sujeito de segunda categoria que tem menos direitos, uma cidadania obliterada, ou seja, uma pessoa politicamente desaparecida. Um desaparecimento que se efetiva desde grandes gestos de políticas de exceção, mas que se redobra e se justifica em cada gesto comum e corriqueiro. E se é na micropolítica que se engendra a legitimação do seu desaparecimento político, é também no gesto cotidiano que podemos construir dispositivos de resistência e reinvenção da vida. É no acontecer onde as tecnologias leves – as que surgem no contexto relacional – abrem outros caminhos do cuidar e possibilitam o surgimento de outras maneiras de pensar o ensino e o cuidado. É um território de disputa, onde a educação bancária não dita os lugares dos sujeitos. Para além das bagagens teóricas-metodológicas-justificativas, para além das ferramentas materiais e intelectuais, é na pluralidade relacional do acontecer que germina o trabalho vivo em ato. É vida que produz vida. Autopoiese. Encontros autopoiéticos que constroem individual e coletivamente os sentidos da produção de cuidado em saúde e de educação em saúde. O que nos move é a esperança utópica de instaurar outros modos de existir, de cuidar, onde o comum não seja mais o ceifamento das pluralidades, da leveza brincante, e sim a leveza dos corpos que insurgem contra as correntes unicamente racionalistas, esta leveza que pode introduzir e frutificar outras formas de ser, estar, aprender, cuidar. Por utópico não entendemos o inalcançável, ou a desprezada fantasia que brota da imaginação individual. Utópico é, sobretudo, uma base real e coletiva onde se pode edificar a reestruturação social e romper com instituído. Nesse contexto, o “bora lá na beira?” nasce com o propósito de ser um dispositivo-rede de tecer encontros de produção de saúde, cuidado e ensino não engessados. Em roda sentamos, cantamos, dançamos, dialogamos, silenciamos, escutamos, sentimos. Educação em ato, viva e fluidificada nas experiências singulares de cada presença. Até o momento foram realizados três encontros, cada um com um tema-proposição: “Como tá o final do semestre?”, “Cuidado e afeto” e “Quem é você na UFPA?”. Em “Como tá o final do semestre?”, nosso primeiro encontro, a ideia era tratar das questões que produziam angústia nessa época do período letivo, independente do curso e da posição docente, discente e/ou técnica. Exercitamos a presença sem um ordenamento fixo e direcionado, construindo um espaço de partilha, fluido como o rio que passava ao largo. Notou-se, no início, uma certa (in)familiaridade em uma atividade não diretiva ou lugares predeterminados, mas aos poucos a leveza tramada nos olhares, no compartilhamento de histórias, afetos e presenças, produziu uma prática de cuidado coletiva. “Cuidado e afeto” agregou roda de conversa e dança circular, uma Prática Integrativa e Complementar, regulamentada pelo SUS, focalizada por uma discente da turma. Dançar para o aprendizado e cuidado passarem pelo corpo, em um processo de conhecimento vivo, produzindo um circuito de afetos alegres e não mais a melancolia comum das brancas quatro paredes da sala de aula. Cada ser estava ali, presente, dançando e compartilhando o aqui-agora. No terceiro encontro, os atravessamentos se deram a partir da questão: “quem é você na UFPA?”, com os acordes do violão, sentados no gramado à beira do rio, refletiu-se, entre falas e músicas, cantos e diálogos, experiências foram sendo compartilhadas. Sem obrigatoriedades e dando valor ao silêncio que por vezes se instaurava. Neste acontecer e no projeto como um todo, entende-se o processo artístico e criativo como caminho, não uma arte utilitarista, mas a arte por si mesma, que rompe com necessidade de terapeutizar o cuidado, pensando nas vias de se construir uma clínica mínima. Este projeto-experimento, rompe com o lugar fixo do sujeito-educador e dos sujeitos-educados, brotam de cada experiência híbridos que sentem, aprendem e ensinam, bem como um território fértil e heterogêneo de relações e discursos. É impossível a repetição, uma vez que não há roteiro, o que surge a partir do tema disparador só pode surgir naquele momento, naquele ato, com aquelas pessoas. Neste campo privilegia-se a singularidade, em vez da adequação, e a possibilidade da produção de saberes em cumplicidade, em vez do formalismo lógico. Trata-se então de compreender os encontros enquanto dispositivos potentes de política, da convivência pautada na ética e na estética, na resistência que se produz na alegria. É cooperação entre sujeitos distintos que desejam outras formas de cuidar, educar e aprender. Assim, neste trabalho, pretendemos apresentar e discutir essa experiência, considerando os caminhos que a tornaram possível, seus desafios e potencialidades de produção de vida a partir do encontro. |
7220 | EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL E INTEGRAÇÃO ENTRE O ENSINO E O SERVIÇO: RESULTADOS E DESAFIOS DE UM PROJETO DE EXTENSÃO APLICADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Beatriz de Sousa Gonçalves, Fernanda Ribeiro Rocha, Keyza Loyanne da Costa Silva, Layanne da Silva Carvalho, Vanessa Gomes de Souza Corrêa EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL E INTEGRAÇÃO ENTRE O ENSINO E O SERVIÇO: RESULTADOS E DESAFIOS DE UM PROJETO DE EXTENSÃO APLICADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDEAutores: Beatriz de Sousa Gonçalves, Fernanda Ribeiro Rocha, Keyza Loyanne da Costa Silva, Layanne da Silva Carvalho, Vanessa Gomes de Souza Corrêa
Apresentação: O Projeto Saúde Integral é desenvolvido no contexto da Atenção Primária à Saúde. Este é um projeto de extensão da Universidade de Brasília, campus Faculdade de Ceilândia (FCE), no qual, há a participação de estudantes dos cursos da área da saúde da FCE, sendo Enfermagem, Farmácia, Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. O projeto é realizado em parceria com uma Unidade Básica de Saúde (UBS) presente em uma região administrativa do Distrito Federal. A participação no projeto permite que os graduandos adquiram familiaridade com o cuidado ao usuário em uma Equipe de Saúde da Família (ESF), consequentemente os estudantes vivenciam o trabalho interprofissional. À vista disso, este trabalho visa, por meio de um relato de experiência, demonstrar o uso da interprofissionalidade e do trabalho colaborativo em equipe entre os estudantes participantes do Projeto Saúde Integral e os profissionais de saúde da UBS, levando ao atendimento e resolutividade dos problemas de saúde do paciente e a consequente melhora da saúde e da qualidade de vida do mesmo. Desenvolvimento: O Projeto Saúde Integral tem parceria com a Unidade Básica de Saúde (UBS) 01 na região do Sol Nascente e realiza atendimentos interprofissionais domiciliares semanais. Dentre as atividades realizadas, podem ser citadas: o acolhimento do paciente, orientações sobre hábitos alimentares saudáveis, aferição de pressão arterial, realização de curativos, exercícios para o tratamento de paralisias e fraturas, atenção à saúde mental, além do uso das práticas integrativas e complementares. Tais atividades são realizadas na UBS e em visitas domiciliares. Os atendimentos são realizados em conjunto entre os estudantes, profissionais e docentes responsáveis pelo projeto. Por meio das atividades supracitadas que são realizadas nos atendimentos, os graduandos aprendem a trabalhar em equipe, a identificar e resolver problemas de saúde, com o auxílio e supervisão de professores e profissionais de forma que os estudantes sejam capacitados para promover o atendimento aos usuários. Uma vez que a UBS não consegue atender a todas as demandas, o projeto funciona como um apoio para a mesma. Desta forma, os casos com maior urgência são encaminhados para o atendimento interprofissional no Projeto. No primeiro atendimento, é realizada a coleta dos dados do paciente, para compreender as demandas e contexto de vida do usuário, para que, posteriormente, seja elaborado o Projeto Terapêutico Singular (PTS) que estabelece objetivos a serem alcançados com cada paciente. Para a realização do PTS, é executada uma discussão entre os docentes, os profissionais e os estudantes de forma que todos colaborem com seus conhecimentos e especificidades para a elaboração de um PTS centrado e pactuado com o paciente. A contribuição dos estudantes de diversos cursos da saúde garante um cuidado interprofissional que leva a atenção integral ao usuário. Posteriormente, são realizados mais quatro atendimentos a fim de efetuar as intervenções necessárias e acompanhar a efetividade das mesmas. Ao final de todo o processo, os dados são repassados a UBS 01 para realizar a continuidade do cuidado do indivíduo atendido. Resultado: Através da Educação Interprofissional os estudantes têm a oportunidade de aprender em conjunto com profissionais de saúde de forma que desenvolvam as habilidades e os atributos necessários em um trabalho em equipe. Tais competências foram desenvolvidas por meio do diálogo, colaboração, entendimento e clareza sobre os papéis dos outros profissionais, de maneira que os estudantes aprendem sobre as especificidades de cada área profissional envolvida no projeto, gerando uma prática colaborativa efetiva que fortalece o sistema de saúde, melhora a assistência e a segurança dos pacientes atendidos, reduzindo o número de complicações, aumentando a satisfação dos usuários e aumentando a aceitação ao tratamento, além de reduzir os custos assistenciais e possibilitar que os estudantes identifiquem e auxiliem na resolução de casos. Tais mudanças foram resultados da integração entre o ensino, o serviço, a comunidade e a interprofissionalidade desenvolvida entre as diversas áreas de saúde presentes no projeto. Além do contato com usuário, o projeto permite que o discente vivencie o trabalho em equipe, bem como o mesmo tem a oportunidade de realizar a intervenção, conhecer o território e, consequentemente, entender os Determinantes Sociais de Saúde, as características e as demandas de saúde da população assistida pela UBS em questão. Estes aprendizados experienciados fora dos muros da universidade são de extrema relevância para a formação de um futuro profissional de saúde. Ademais, através deste projeto, foram observados desafios como a falta da educação interprofissional em determinadas diretrizes curriculares nacionais, logo, o discente, muitas vezes, não vivencia esse tema durante a graduação, tendo uma educação uniprofissional. Bem como, existem poucos projetos que permitam aos estudantes viver tais experiências na prática clínica. Tal fator é agravado, em geral, pela falta de apoio institucional que influencia diretamente no aprendizado e nas experiências que o discente terá. Por meio das atividades realizadas no projeto, os estudantes desenvolvem estas competências colaborativas de forma que aprendam a trabalhar em equipe em prol da saúde do paciente, da família e da comunidade. Através do trabalho colaborativo entre os graduandos e os profissionais de saúde é possível ter um trabalho interprofissional, no qual todos aprendem uns com os outros e uns sobre os outros, levando ao compartilhamento de conhecimentos e práticas. Logo, o projeto é uma estratégia de pré-qualificação, pois permite a implementação da educação interprofissional na graduação, além de possibilitar a integração entre uma universidade, um serviço de saúde e a comunidade, levando ao desenvolvimento dos estudantes quanto a prática do cuidado e do atendimento ao paciente de forma a identificar e buscar resolver os problemas de saúde dos pacientes. Considerações finais: Por meio da educação interprofissional e das práticas colaborativas promovidas através da integração entre os graduandos da FCE e os profissionais da UBS 01, é perceptível a melhora do quadro clínico do indivíduo e da contribuição com a comunidade por meio da promoção de uma atenção integral à saúde ao sujeito. Dessa forma, é de grande relevância a implementação da experiência na equipe interprofissional, ainda na graduação, a fim de que os graduandos desenvolvam as competências colaborativas e, por meio da atuação dos estudantes com os profissionais nos serviços de saúde, estes possam alcançar as metas preconizadas a partir do compartilhamento de conhecimento, melhorando a condição clínica do paciente e a sua satisfação, além de exercerem as premissas da Atenção Primária à Saúde como o tratamento, a prevenção de agravos de saúde e a promoção a saúde. |
7257 | ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UMA COMUNIDADE DA ILHA DO COMBÚ: RELATO DE EXPERIÊNCIA Amanda Pinho Fernandes, Cynara da Silva Cardoso, Jaqueline Dantas Neres Martins, William Dias Borges ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UMA COMUNIDADE DA ILHA DO COMBÚ: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Amanda Pinho Fernandes, Cynara da Silva Cardoso, Jaqueline Dantas Neres Martins, William Dias Borges
Apresentação: Para estabelecer o cuidado do indivíduo é necessário que se considere o indivíduo como um todo, o entendendo como um ser holístico, compreendendo seu contexto cultural, crenças, valores e social, culminando em um cuidado mais humanizado e de acordo com seus preceitos. Leinnger foi a responsável por unir a enfermagem aos preceitos da antropologia para que o cuidado também envolva diferentes contextos. A enfermagem transcultural é essencial para o cuidado da saúde pois, requer que o profissional reconheça as diferentes culturas e busque valorizar cada uma delas durante a sua assistência de saúde. Esses cuidados tornam-se frequentes na atenção básica, onde é possível estabelecer vinculo e trabalhar educação em saúde através de ações, respeitando a cultura de cada usuário. Objetivo: Relatar a experiência de estudantes de Enfermagem diante a pratica de Atenção de Enfermagem aos Povos e Populações Tradicionais da Amazônia, que ocorreu na Ilha do Combú. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa do tipo relato de experiência, realizado por acadêmicas de enfermagem, do 8º semestre da Universidade do Estado do Pará, do Curso de Graduação em Enfermagem, sendo realizado em uma Unidade Básica de Saúde localizada Ilha do Combú, onde participaram ribeirinhos usuários do serviço, especificamente idosos e mulheres. A atividade ocorreu no dia 23 de maio de 2019 e consistiu na análise da atuação do enfermeiro na comunidade ribeirinha. As acadêmicas realizaram consultas de enfermagem supervisionadas por enfermeiros docentes, realizou-se também leitura de prontuários e preenchimento de cadernetas do idoso. Resultado: Partindo da visão das acadêmicas foi possível observar um diferente contexto cultural presente na Ilha, sendo este contexto observado desde a ida a ilha, através da viajem de barco, até mesmo as práticas realizadas na mesma. Por ser tratar de uma ilha a comunidade baseia-se na pesca e cultivo, tendo como meio transporte barcos e canoas. Desta forma, é de grande importância entender os fatores culturais desta comunidade e como os mesmos influenciam diretamente em sua saúde. A unidade de saúde é responsável por atender toda a comunidade da ilha, oferecendo diversos serviços da atenção primária, os planejando semanalmente, contudo diversas dificuldades em relação a saúde podem ser observadas na ilha, uma vez que, qualquer pessoa que necessite de outro tipo de assistência ou profissional mais especializado não encontrará na ilha, além disso o transporte por via fluvial dificulta a locomoção de pessoas, insumos e materiais. A presença do enfermeiro é fundamental para a comunidade, uma vez que este encontra-se mais presente na unidade de saúde, realizando e gerenciando diversas atividades. Devido à falta de outros profissionais da saúde, o enfermeiro torna-se responsável por entender o cotidiano na comunidade, entender o cuidado na comunidade a aplicar a pratica de enfermagem, respeitando este cuidado e agregando mais conhecimentos a comunidade. Neste contexto a pratica da enfermagem ainda se consolida para a geração de cuidados, contudo ela precisa se entrelaçar as questões culturais e estruturais, contornado as dificuldades de entendê-las e oferecer uma boa assistência. Considerações finais: Desta maneira, a comunidade da Ilha do Combú possui especificidades nos determinantes de saúde, que tem influência direta no processo saúde- doença, sendo os atributos e práticas culturais predominantes nesse contexto, sendo então de extrema valia as considerações nesse aspecto e o melhor entendimento e incorporação da Teoria de Madeleine Leininger na assistência de enfermagem na população a fim de que haja a qualidade e excelência na assistência e resolutividade dos problemas de saúde da população, bem como preservação da autonomia do paciente. |
7259 | A MONITORIA COMO FERRAMENTA DE DISCUSSÃO PARA A REFORMULAÇÃO CURRICULAR – CONSTRUÇÕES COLETIVAS Izabel de Aguiar Alves Peixoto, Mary Ann Menezes Freire, Annanda da Silva Pereira Mattos, Izabela Da Silva Pinheiro, Sara Soares Ferreira da Silva, Lucas Fernandes Gonçalves A MONITORIA COMO FERRAMENTA DE DISCUSSÃO PARA A REFORMULAÇÃO CURRICULAR – CONSTRUÇÕES COLETIVASAutores: Izabel de Aguiar Alves Peixoto, Mary Ann Menezes Freire, Annanda da Silva Pereira Mattos, Izabela Da Silva Pinheiro, Sara Soares Ferreira da Silva, Lucas Fernandes Gonçalves
Apresentação: A indagação e a exploração das experiências de ensino e aprendizagem ao longo dos últimos semestres serviu de fio condutor para construção de novas formas de fazer e pensar a Epidemiologia junto aos alunos do curso de Graduação em Enfermagem. Nesse sentido, um dos fios condutores da disciplina durante o ano de 2019 tem sido o estudo e a compreensão do desenvolvimento da mesma junto aos alunos e no contexto de discussão do novo currículo, baseado nas novas Diretrizes Curriculares Nacionais, em processo de discussão. Dessa forma, buscou-se apreender as expectativas e aproveitamento dos discentes durante a disciplina, além de sua inserção curricular. Desenvolvimento: Para tal, foi aplicado um questionário semiestruturado aos alunos que cursaram a disciplina em 2019.1 e outros que já haviam cursado. Com o produto, foram criadas nuvens de palavras, caracterizando expectativas e aprendizados. Uma nuvem de palavras é uma representação visual da frequência e do valor das palavras. É usada para destacar com que frequência um termo ou categoria específica aparece em uma fonte de dados. Já para as perguntas abertas, as respostas foram tabuladas em arquivo de Excel. Resultado: As nuvens de palavras trouxeram ‘conhecimento’, ‘muito trabalho’, ‘medo’, ‘muito conteúdo’, traduzindo expectativas dos discentes. Pode-se perceber que, para os alunos que estavam iniciando a disciplina em 2019.1, a inserção da disciplina de Epidemiologia e Enfermagem em períodos diferentes no currículo, não faz muita diferença, alguns acreditam que seria benéfico cursar junto com Bioestatística, outros discordam. Já para quem já cursou as disciplinas de Bioestatística e Epidemiologia e Enfermagem, grande parte afirmou ser melhor mantê-las em períodos distintos. Dando uma ideia de continuidade e melhor aproveitamento cursando primeiro Bioestatística e depois Epidemiologia e Enfermagem. Considerações finais: O elemento fundamental dessa proposta é o fato de tomar como ponto de partida, para o processo de inovação do saber-fazer, a experiência do processo pedagógico vivido não apenas no curso de uma disciplina, mas também para protagonizar as transformações da realidade de ensino como base da argumentação para a construção de novas discussões no processo de elaboração de um novo currículo. A monitoria deve ser compreendida também como mais que uma forma de intervenção, que envolve tanto alunos quanto professores, mas sim uma forma de modificar, inovar e/ou ressignificar o sentido do trabalho educativo. |
7263 | ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM INTERNATO RURAL DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – BRASIL: RELATO DE EXPERIÊNCIA Angela Xavier Monteiro, Lauramaris de Arruda Regis Aranha, Waldeyde Oderilda Gualberto Magalhães, Márcia Gonçalves Costa Gonçalves Costa, Rachid Pinto Zacarias Filho, Guilherme Regis Aranha, Adriana Beatriz Silveira Pinto, Shirley Maria de Araújo Passos ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM INTERNATO RURAL DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – BRASIL: RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Angela Xavier Monteiro, Lauramaris de Arruda Regis Aranha, Waldeyde Oderilda Gualberto Magalhães, Márcia Gonçalves Costa Gonçalves Costa, Rachid Pinto Zacarias Filho, Guilherme Regis Aranha, Adriana Beatriz Silveira Pinto, Shirley Maria de Araújo Passos
Apresentação: Sabe-se que o modelo assistencial em saúde bucal que contemple a integralidade das ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto no âmbito individual como no coletivo, deve estar acompanhado de uma mudança de enfoque na formação profissional. Essa mudança deve ocorrer por meio de uma expansão da Universidade em diferentes cenários de práticas, em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde. Com efeito, as Diretrizes Curriculares Nacionais, ao definir o perfil profissional desejado para os egressos dos cursos de odontologia, englobam uma prática profissional buscando transcender a atuação tradicional de atendimento no consultório odontológico, de modo a oferecer ao aluno de graduação experiências mais próximas da realidade local, viabilizando a formação de um profissional mais humano e sensível aos problemas de saúde bucal da população e seus determinantes. Nesse sentido, a Escola Superior de Ciências da Saúde, da Universidade do Estado do Amazonas (ESA/UEA), possui a disciplina obrigatória denominada Estágio Rural em Saúde Coletiva, iniciada no ano de 2006, e que recebe alunos dos cursos de graduação de Odontologia, Enfermagem e Medicina. Essa disciplina possibilita aos acadêmicos finalistas, a experiência de vivenciar in loco a realidade das condições de saúde de municípios situados no interior do Estado do Amazonas, com a participação autônoma (orientados por um dos professores da disciplina e acompanhados por um bolsista tutor local), interdisciplinar porque em conjunto com os alunos finalistas do curso de Medicina e Enfermagem desta Universidade e também interprofissional porque participam das atividades realizadas pelos profissionais da saúde que trabalham nos serviços de Atenção Primária em Saúde, no Interior do Estado do Amazonas. No curso de Odontologia, essa disciplina é denominada Estágio Supervisionado em Internato Rural. Vale ressaltar que, desde a sua criação, dos 62 municípios do Estado do Amazonas, a disciplina Estágio Supervisionado em Internato Rural passou por mais de 35 municípios deste Estado, ou seja, mais de cinquenta por cento dos municípios do Amazonas, ensejando a participação de mais de 800 alunos de odontologia nesse mesmo período. Dessa forma, este trabalho visa ao objetivo de relatar a experiência da disciplina de Estágio Supervisionado em Internato Rural no curso de Odontologia da Universidade do Estado do Amazonas. Desenvolvimento: O desenvolvimento da disciplina se dá por meio da formação de quatro turmas anuais, sendo que estas turmas são subdividas em duas turmas por semestre, permanecendo cada uma delas, em média, 45 dias consecutivos em municípios do interior do Estado. A respectiva turma é dividia em duplas ou trios antes que chegar ao município. O seu funcionamento só é possível mediante assinatura do termo de cooperação técnica de programa de estágio entre a UEA e as prefeituras municipais do Interior e da Capital do Estado do Amazonas, ficando firmado no convênio de que a universidade se responsabilizará pelas passagens de deslocamento (aérea, fluvial ou terrestre) e concessão de auxílio-estágio – a fim de custear despesas diversas, como alimentação e transporte nos municípios. Em contrapartida, os municípios se responsabilizam pela hospedagem dos alunos. Durante o estágio em campo, os acadêmicos são orientados e acompanhados por um professor da disciplina e por um bolsista tutor local, realizando atividades com vistas ao desenvolvimento de competências e habilidades de acordo com as diretrizes curriculares nacionais, de forma interdisciplinar e interprofissional, de modo a facilitar o reconhecimento da saúde como direito e seus determinantes, capacidade de comunicação com pacientes e outros trabalhadores da saúde, além de consolidar no futuro profissional preceitos éticos essenciais e obrigatórios quando se fala em atuação no serviço público. A tutoria é exercida por um profissional da área da saúde, lotado na Secretaria Municipal de Saúde do Município, responsável pela inserção dos acadêmicos nas unidades básicas de saúde (UBS) do município ao qual se destinam, nas quais serão realizadas as atividades acadêmicas. Os alunos do curso de odontologia são inseridos na Estratégia Saúde da Família, contemplando a realização de atividades assistenciais nas UBS’s rurais, urbanas e fluviais de acordo com as necessidades, disponibilidades e possibilidades de cada município, atividades de prevenção de doenças bucais – como escovação supervisionada e aplicação tópica de flúor –, visita domiciliar e ações de educação em saúde no programa da rádio comunitária local, nas comunidades rurais e urbanas, escolas. Participam, ainda, das equipes do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB), do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD) e outros espaços comunitários, realizando parcerias com organizações locais, além de participarem de ações de diagnóstico das condições de saúde nas comunidades. Resultado: A vivência dos alunos nos municípios do interior do estado permite o conhecimento da realidade das condições de saúde e de vida das comunidades interioranas – inclusive das comunidades ribeirinhas, que desenvolvem atividades produtivas de subsistência em regime de economia familiar –, conhecimento do impacto que as especificidades geográficas impõem, ocasionando dificuldades de acesso e deslocamento aos serviços de saúde pela população, conhecimento da realidade do trabalho nos serviços públicos de saúde, além de presenciarem e vivenciarem as dificuldades e o processo de trabalho dos profissionais de saúde. Além disso, permite ao aluno a experiência do trabalho em equipe multiprofissional, com profissionais de saúde de outras áreas, além da interdisciplinaridade com os graduandos dos cursos de enfermagem e medicina, proporcionando trocas de conhecimento e parcerias entre eles. Vale salientar, que a disciplina acompanha uma das diretrizes educacionais da UEA voltada ao retorno do egresso ao seu município de origem no interior do Estado, cuja estratégia tem tido êxito, colaborando com a inserção de profissionais egressos da UEA em municípios Amazônicos, onde há escassez destes profissionais. Considerações finais: Este relato demonstra a relevância da articulação ensino-serviço para que mudanças se efetivem na formação dos profissionais de saúde, tornando-se imprescindível que a realização de alterações no modelo de atenção à saúde bucal se efetivem. Ainda, os relatos descritos nesta experiência demonstram que as particularidades da região amazônica decorrentes em parte de sua grande extensão, devem ser consideradas como de relevância na elaboração e estruturação de componentes curriculares do curso de Odontologia existentes em estados integrantes da denominada Amazônia Legal, além de fomentar práticas educativas pautadas na criatividade, no respeito às realidades locais e condizentes com um “fazer saúde Amazônico”. |
7277 | A DIVISÃO DE ENSINO E PESQUISA COMO DISPOSITIVO NA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL Karina Moraes Bermudez, Gustavo Miranda Fonseca A DIVISÃO DE ENSINO E PESQUISA COMO DISPOSITIVO NA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIALAutores: Karina Moraes Bermudez, Gustavo Miranda Fonseca
Apresentação: O processo de formação de profissionais de saúde é fundamental para o desenvolvimento e a manutenção de uma rede de saúde pública. A sustentação e o fortalecimento do ideário da Reforma Sanitária têm trazido para o campo da formação novos e complexos desafios em relação aos processos de ensino no campo da saúde. Assim, uma importante discussão deve ser feita sobre a interação entre o ensino, o serviço e a comunidade na perspectiva de uma produção coletiva de práticas de cuidado, gestão e formação em saúde. O SUS, ao se propor enquanto um sistema que promove a existência democrática, necessita ter em seu interior a possibilidade de oferecer a formação profissional focada não somente nos aspectos e conhecimentos básicos e técnicos das especialidades que o compõe, mas, principalmente, espera-se que o processo de formação profissional possa permitir ao aluno a construção de um entendimento sobre o dinamismo e a complexidade de sua área. No campo da saúde mental a formação também caminha dessa forma, ainda que possamos estabelecer alguns parâmetros específicos. A Reforma Psiquiátrica, um processo social que caminha de forma próxima aos debates da Reforma Sanitária, propõe uma política de saúde mental em nosso país baseada no que ficou determinado como Atenção Psicossocial. Nesse sentido, podemos pensar que formar profissionais no contexto desta política é formar alunos aptos a exercer o cuidado a partir da percepção da Atenção Psicossocial. Em Niterói, tal trabalho de formação é capitaneado pela Divisão de Ensino e Pesquisa (DEP) através de parcerias com universidades (públicas e privadas) em diferentes níveis de formação, incluindo diversos cursos de graduação e pós-graduação, além de parcerias com outras redes de cuidado. Entendendo que a formação profissional perpassa os acontecimentos históricos e as marcas de cada território, exporemos neste trabalho os modos como a DEP tem pensado e promovido a formação na rede e para a rede de saúde mental de Niterói. Rede entendida como um processo de construção e de articulação entre as pessoas que estabelecem fluxos entre si e com o território, sejam profissionais, equipes ou usuários. Nesse contexto, o conceito de rede emerge como objetivo de agenciar, fazer operar transformações nas práticas de cuidado e nas estruturas institucionais. Dessa forma, para além da importância da rede como tipo de organização administrativa, o conceito envolve ligação entre pessoas. Podemos circunscrever como efeitos do estágio em relação à formação as possibilidades dos alunos experimentarem a responsabilidade, o encontro real com as situações cotidianas, encontro este que usualmente ultrapassa qualquer leitura, colocando-os diante de cenas vivas e os fazendo experimentar novos sentimentos, proporcionando aproximação real com a prática do cuidado. O estágio possibilita a identificação de pontos de aprendizagem fundamentais como também agrega experiência reflexiva aos profissionais preceptores. A partir da entrada em campo, com o suporte do trabalho da supervisão/preceptoria, sustentamos o aluno numa posição de formação, ou seja, tomada em análise constante do que fazemos, como fazemos e como falamos do que fazemos. |
7289 | O SER MONITOR NA SIMULAÇÃO REALÍSTICA DA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Alex Duarte, Sandra Conceição Ribeiro Chícharo, Kelly Cristina Freitas da Silva dos Santos, Myllena leal Silva, Alessandra Lícia dos Santos Oliveira O SER MONITOR NA SIMULAÇÃO REALÍSTICA DA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Alex Duarte, Sandra Conceição Ribeiro Chícharo, Kelly Cristina Freitas da Silva dos Santos, Myllena leal Silva, Alessandra Lícia dos Santos Oliveira
Apresentação: A monitoria é um subsídio de cooperação pedagógica disponibilizada aos discentes com desvelo em auxiliar outros alunos que tem interesse e/ou necessitam ampliar seus conhecimentos e habilidades, assim como aqueles com dificuldades de aprendizado na disciplina. Para ser monitor, é necessário aos alunos terem concluído a disciplina obrigatória na grade curricular de SAE (Sistematização de Assistência de Enfermagem), semiologia e semiotécnica, e passar por um processo seletivo. Os monitores selecionados, usufruem da oportunidade de aguçar a relação entre corpo docente e discente, tendo como função contribuir com os professores nas tarefas didáticas, na elaboração e execução de trabalhos práticos, também auxiliar diretamente os acadêmicos nas práticas de acordo com a sua disciplina, dentro dos centros de simulação realística, onde podem facilitar a proximidade destes acadêmicos com as tecnologias empregados no mesmo. Este estudo tem como objetivo legitimar o uso da tecnologia de simulação realística como método de ensino aprendizagem capaz de trazer ao discente de enfermagem habilidade prática a seu exercício profissional, retratar os passos e a visão metodológica de monitores da graduação de enfermagem que utilizam a tecnologia de simulação realística no ensino aprendizagem com discentes. Resultado: A simulação realística é uma realidade atual, que permite que, Hoje os alunos possam ter acesso a um conhecimento real de sua práxis profissional, possibilitando ter uma experiência, em um ambiente controlado onde não expõem pacientes a erros, e que tanto acrescenta, como técnicas, procedimentos, análise de possíveis parâmetros e intervenções necessárias no centro de simulação realística, preparando melhor não apenas para a prática acadêmica, mas o fortalecendo como futuro enfermeiro no campo de trabalho com uma visão ampliada e com habilidades técnicas mais próximas de sua realidade profissional, tendo em vista que essa tecnologia é extremamente dependente da participação do discente como sujeito do aprendizado. A monitoria é a oportunidade onde o discente experimenta diversas estratégias de ensino, que podem ser aplicadas na sua vivencia profissional, visto que cada docente possui metodologias e expertises diferenciadas em suas aulas e o aluno, enquanto monitor, não ficar preso a um docente, mas ao laboratório de simulação. Considerações finais: esta pesquisa denota a relevância da monitoria tanto na formação acadêmica como profissional, reforça ainda a importância do uso de cenários de simulação realística em nossa formação, a monitoria é uma estratégia que auxilia na formação acadêmica ao proporcionar um canal dialógico entre docentes e discentes e favorece o ensino-aprendizagem, pois os acadêmicos fazem o uso da tecnologia juntamente dos professores em todo o processo de ensino. |
12140 | O PROCESSO DE LUTA COLETIVA PELA VIVÊNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) NO CURSO DE FISIOTERAPIA DA UFRJ: UMA OUTRA FORMAÇÃO POSSÍVEL Renan Vicente da Silva, Fabiana Barbosa, Cleyson Costa, Luigi Sanci, Catarina Ferreira da Silva, Valéria Romano, Gustavo Figueiredo, Vitória Vieira Reis dos Santos, Poline Pacheco Ribeiro, Luan Limoeiro Silva, Hermogenes do Amaral O PROCESSO DE LUTA COLETIVA PELA VIVÊNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) NO CURSO DE FISIOTERAPIA DA UFRJ: UMA OUTRA FORMAÇÃO POSSÍVELAutores: Renan Vicente da Silva, Fabiana Barbosa, Cleyson Costa, Luigi Sanci, Catarina Ferreira da Silva, Valéria Romano, Gustavo Figueiredo, Vitória Vieira Reis dos Santos, Poline Pacheco Ribeiro, Luan Limoeiro Silva, Hermogenes do Amaral
Apresentação: A formação dos profissionais na área da saúde, em sua grande maioria, é pautada em um modelo biomédico e hospitalocêntrico. Esse modelo ultrapassado e hegemônico, promove um embate com o conceito de saúde no sentido ampliado defendido, atualmente, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse conceito é embasado no modelo biopsicossocial-espiritual, o qual defende um outro fazer em saúde. Sendo essa baseada na escuta de qualidade, acolhimento das diversas demandas, compreensão dos determinantes em saúde e o protagonismo do paciente no processo saúde-doença do cuidado. Diante do exposto, esse relato de experiência visa compartilhar uma luta discente para promover a institucionalização da vivência em Atenção Primária á Saúde (APS) no curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Essa necessidade advém da grande ausência da APS na grade curricular, com exceção de uma disciplina teórica, Fisioterapia na APS, que foi inserida na nova versão curricular. Além de apenas existir vivência no estágio obrigatório em ambiente hospitalar. Desse contexto, desenvolveu alguns focos de inconformismo e a sensibilidade de alguns alunos, a maior parte extensionistas da ação estratégica Espaço Acolhe Manguinhos, conjuntamente, com alguns docentes do curso de Fisioterapia e em articulação com o Centro Acadêmico 13 de outubro. Assim, primeiramente, estamos planejando desenvolver um questionário para obter um diagnóstico do impacto da ausência da APS na formação do corpo discente, além de promover rodas de discussão sobre a problemática. Desse modo, esperamos promover uma mobilização dos alunos por meio da união e organização de uma construção coletiva de um documento a fim de argumentar e justificar nossas demandas e, por fim, expor e discutir essas questões na reunião de departamento do curso de Fisioterapia da UFRJ. É importante ressaltar, então, que essa ocupação de espaço fornece uma mobilização para desconstrução do hospital, enquanto único local de fazer saúde nesse curso, assim, repensando nosso papel profissional em toda a rede de saúde. Também haverá um fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da compreensão da APS, como porta de entrada para o SUS e vivenciar suas várias potencialidades. No final, haverá uma formação de Fisioterapeutas “generalistas e humanistas” como prevê a diretriz curricular de 2008, além serem mais críticos, reflexivos e sensíveis no acolhimento do outro. |