489: Educar e Aprender sob Nova Perspectiva: Vamos Experimentar? | |
Debatedor: Jefferson Thomaz da Silveira Júnior | |
Data: 30/10/2020 Local: Sala 04 - Rodas de Conversa Horário: 16:00 - 18:00 | |
ID | Título do Trabalho/Autores |
6582 | ATENDIMENTO A COMUNIDADES RIBEIRINHAS NO INTERIOR DO ESTADO DO AMAZONAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Eduarda Renata Ariotti, Rodrigo Silveira, Edisom Paula Brum, Andreas Rucks Varvaki Rados ATENDIMENTO A COMUNIDADES RIBEIRINHAS NO INTERIOR DO ESTADO DO AMAZONAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Eduarda Renata Ariotti, Rodrigo Silveira, Edisom Paula Brum, Andreas Rucks Varvaki Rados
Apresentação: As Operações de Assistência Hospitalar à População Ribeirinha ou ASSHOP são ações realizadas pela Marinha do Brasil nas regiões mais carentes pela Amazônia. As viagens que os Navios de Assistência Hospitalar (NAsH) da Marinha do Brasil realizam, tem por objetivo atender a população carente daquela região. Em cada ASSHOP, um Navio atende a uma determinada região pré-definida e planejada de acordo com a cinemática feita com antecedência; para o planejamento leva-se em consideração as condições do rio e climáticas, como o período de cheias e secas. Esse planejamento prévio, tem como objetivo diminuir os problemas que podem vir a surgir diante a navegação ao longo dos dias. As regiões a serem visitadas no interior da Amazônia são denominadas Polos de Saúde, os quais são assistidos pelo menos uma vez ao ano, sendo ofertado na sua maioria assistência médica, odontológica e farmacêutica. Na Amazônia percebe-se facilmente as iniquidades em saúde, além da dificuldade em termos de acesso aos serviços básicos de infraestrutura, como saneamento básico, atendimento de saúde, ainda mais quando comparadas às áreas urbanas e as áreas rurais da região, dada a distância entre as comunidades e das cidades que tenham esses serviços ofertados. Garantir o acesso a tais serviços para a maioria da população continua a ser um dos maiores desafios das políticas públicas para esta parte do Brasil. Frente aos desafios impostos para a assistência à saúde, a Marinha do Brasil em parceria com o Ministério da Saúde, realizam ASSHOP pois é uma das formas encontradas para levar assistência à saúde para comunidades que acabam não tendo acesso à serviços de saúde básicos, como exames preventivos de Câncer de Colo de Útero, consultas médicas e atendimentos odontológicos. O objetivo do presente resumo é relatar a experiência vivida por estudantes de Odontologia em semestres finais de curso, em uma operação realizada em conjunto com a Marinha do Brasil na região Amazônica. Desenvolvimento: As instituições de ensino superior trabalham na perspectiva de três pilares importantes para o desenvolvimento acadêmico: o ensino, a pesquisa e a extensão, sendo esses elementos imprescindíveis para a formação acadêmica. No âmbito da saúde, o curso de Odontologia da Uni vates aborda a formação a fim de formar profissionais com práticas mais humanizadas e integrais quando realizam o ato de cuidar, além do olhar aberto à articulação com os saberes de outras áreas da saúde. Com isso, surgem possibilidades com instituições ou programas, a fim de proporcionar tais experiências e vivências aos acadêmicos. Nesse sentido, a Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES realizou uma destas operações em conjunto com a Marinha do Brasil, no período de 14 de outubro à 31 de outubro de 2019, no polo “A” do Rio Purus. A equipe da UNIVATES foi composta por seis estudantes do curso de Medicina e dois estudantes do curso de Odontologia, supervisionados por dois professores, um da Medicina e outro da Odontologia. A equipe da UNIVATES soma-se a equipe de saúde já constituída pela Marinha do Brasil e isso permitiu a possibilidade de ampliar a capacidade de atendimentos e procedimentos. O navio já contava com uma equipe de três médicos, três dentistas e quatro enfermeiros, sendo capaz de suprir muitas demandas que surgiram, dada sintonia existente entre todos profissionais além de um perfil engajado entre os envolvidos. Também haviam dois consultórios odontológicos completos e com todos os materiais básicos para a realização de exodontias, tratamentos restauradores provisórios e permanentes, profilaxias e acesso a dentes com envolvimento pulpar. Haviam também dois consultórios médicos para a realização do acolhimento, escuta qualificada e diagnóstico de enfermidades com base em sinais e sintomas clínicos. O navio possui farmácia com uma grande diversidade de medicamentos a serem fornecidos aos usuários para a realização dos tratamentos propostos. Além disso, havia uma sala para realização de pequenas cirurgias, equipamentos para realização de ecografias, exames preventivos de Câncer de Colo de Útero, bem como um aparelho portátil para realização de eletrocardiogramas. O navio também é equipado com laboratório de análises clínicas, capaz de realizar exames laboratoriais como hemograma, exames qualitativos de urina, além de testes sorológicos. Resultado: Em um total de 8 comunidades visitadas e atendidas, obteve-se um total de 1.233 procedimentos médicos, 6.018 procedimentos odontológicos, 994 exames laboratoriais 5.104 procedimentos de enfermagem, 31 eletrocardiogramas, 49.217 medicamentos distribuídos, 1.350 kits de higiene bucal distribuídos e 1.484 preservativos distribuídos. A atuação da Marinha do Brasil no atendimento à população ribeirinha, é vital nas áreas em que o sistema de saúde tem dificuldade de alcançar, entretanto, para que haja continuidade desse serviço, é necessário o contínuo investimento e capacitação profissional. Com o olhar direcionado à qualidade, tornou-se prioridade assistir ao paciente, desde o exame clínico, até a execução de exames mais complexos de imagem e laboratoriais. Após o diagnóstico, inicia-se o tratamento, com o fornecimento de medicamentos suficientes para o tratamento completo, seguido de orientações de assistência farmacêutica para ministração e orientações preventivas para evitar novas ocorrências. Há a conscientização da população, através de palestras sobre a importância da higiene básica, higiene bucal, prevenção de doenças e tratamento de água. Na parte odontológica, são executados procedimentos de profilaxias e Raspagem Alisamento e Polimento supragengivais (RAP), restaurações - tanto provisórias quanto permanentes e extração de dentes que não havia possibilidade de tratamento, quando necessária, utilizando-se equipamentos odontológicos disponíveis nos consultórios. São diagnosticadas doenças infectocontagiosas como: HIV, Hepatites e Sífilis, com testes rápidos, em parceria com o Ministério da Saúde. Considerações finais: As atividades realizadas no projeto ASSHOP tem grande importância no cuidado oferecido às comunidades ribeirinhas, seja na prevenção de agravos, com a distribuição de kits de higiene bucal, na promoção de saúde com orientações e cuidados de saúde em geral além da assistência, através das intervenções, nos procedimentos e prescrições feitas. Além disso, os impactos no processo de ensino e aprendizagem dos estudantes de Odontologia, perpassa o olhar em saúde, levar em consideração os Determinantes e Condicionantes de Saúde (DSS) da população em que se está trabalhando, pensando em um cuidado integral e humanizado à população, além de trazer um importante amadurecimento nas práticas enquanto profissionais da saúde. |
6611 | MAPEAMENTO DEMOGRÁFICO DE UMA ÁREA PERIFÉRICA DO INTERIOR DO AMAZONAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Rebeca Evangelista Folhadela, Ana Maria Souza da Costa, Karolinda Ribeiro de Andrade, Esmael Marinho da Silva, Ananias Facundes Guimarães, Alexandre Paes de Oliveira, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Abel Santiago Muri Gama MAPEAMENTO DEMOGRÁFICO DE UMA ÁREA PERIFÉRICA DO INTERIOR DO AMAZONAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Rebeca Evangelista Folhadela, Ana Maria Souza da Costa, Karolinda Ribeiro de Andrade, Esmael Marinho da Silva, Ananias Facundes Guimarães, Alexandre Paes de Oliveira, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque, Abel Santiago Muri Gama
Apresentação: O mapeamento demográfico do território identifica as condições de moradia, vulnerabilidades, acesso da população a unidade básica de saúde e a outros setores de serviços a saúde, além de aspectos ambientais, sociais, demográficos e econômicos, afim de realizar um diagnóstico local e identificar os problemas e necessidades da população. O seguimento de territorialização permite identificar as peculiaridades de vida social, indaga as diferentes acomodações da população com abrangência da necessidade de cada morador do local. A intenção é definir as prioridades para o enfrentamento dos problemas identificados nos territórios, o que refletirá nas ações mais adequadas para todos, assim contribuindo para o planejamento da área além de estabelecer o conhecimento do trabalho de campo através do mapa, para facilitar a investigação e identificação das vulnerabilidades que acometem a população, na qual será investigado desde a água consumida até a violência que predomina na região. Desse modo, o estudo pretende descrever o mapeamento demográfico do território de uma área do bairro da periferia do município de Coari no interior do Amazonas, identificando as vulnerabilidades presentes na comunidade, apresentando os impactos dos problemas identificados para a saúde da população local. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência. A imersão vivencial dos acadêmicos ocorreu durante a aulas da disciplina de Enfermagem em Saúde Coletiva I do Curso de Enfermagem do Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) o estudo envolveu um Bairro da Periferia, localizado no município de Coari, Estado do Amazonas. O período da atividade prática aconteceu no mês de outubro de 2019. O município de Coari está localizado em meio da floresta amazônica no chamado Médio Solimões a 368km em linha reta e 440 km da capital Manaus no percurso pelo rio Solimões, sendo que nesta região o uso de transporte fluvial através das embarcações é uma realidade regional. O município possui cerca 70 mil habitantes, sendo que desse total 40% são moradores de área rural, e é o quarto maior Produto Interno Bruto (PIB) da região Norte do Brasil, valor este atribuído a exploração de petróleo e gás natural de suas terras. As atividades de extração desses recursos são realizadas pela Petrobrás (Petróleo Brasileiro S/A). Foram responsáveis pela organização, Planejamento e elaboração do mapeamento demográfico seis acadêmicos do curso de enfermagem do ISB/UFAM, sob orientação da preceptora da disciplina. A elaboração do mapa ocorreu diante de um planejamento estratégico, no qual os acadêmicos se reuniram e decidiram como ocorreria o processo de mapeamento. Sendo assim, foram realizadas 3 reuniões, desse modo, na primeira reunião os acadêmicos escolheram a área para ser mapeada e o dia do reconhecimento do local afim de fazer o diagnóstico situacional. Na segunda reunião os discentes se deslocaram até o local determinado anteriormente para realização do mapeamento. Dentro do bairro escolhido os mesmos realizaram o mapeamento manual somente de um quarteirão nas proximidades do igarapé do bairro, os acadêmicos utilizaram lápis e caderno para desenharem as ruas, a quantidade de casas de madeira, alvenaria, comércios, escolas, igreja, Unidade Básica de Saúde (UBS) e igarapés presentes na área. Após a elaboração do esboço do mapa do local determinado, realizaram a terceira reunião para fazer o desenho final do mapeamento, sendo que para isso os mesmos utilizaram um programa denominado de coreodrive. Neste contexto, após o mapa ter sido finalizado, os acadêmicos fizeram uma apresentação em sala de aula, demonstrando o resultado final do trabalho. Resultado: O mapeamento demográfico possibilitou aos acadêmicos a identificação de condições de moradia, vulnerabilidades e acesso da população a UBS e a outros setores de serviços de saúde, além de equipamentos sociais existentes. Durante a atividade de campo, observou-se um total de 16 casas de madeiras, 6 de alvenaria, 2 escolas, dentre elas, uma é de ensino fundamental e outra é de educação infantil. Neste quarteirão, há também uma igreja, três mercearias, uma farmácia, uma metalúrgica, uma quadra poliesportiva, uma brigada de incêndio e uma UBS. Dentre os problemas encontrados, tem-se o lixo, o mesmo, nesta área é descartado e acumulado de forma inadequada em lixões a céu aberto e jogados no igarapé. Juntamente com o lixo, há a presença de matos altos, bueiros a céu aberto com materiais perfurocortantes. Estes problemas contribuem para a proliferação de vetores de doenças e problemas sanitários, afetando a saúde da comunidade. A água do território é de poço e não possui tratamento, os canos não são vedados com eficácia, o que contribui para o risco de surtos de doenças de veiculação hídrica, além de serem encontrados inúmeros reservatórios inadequados de água, tornando-se ambientes propícios a reprodução de mosquitos da dengue. Observou-se nas ruas e vias de acesso que há um grande número de buracos, ausência de asfalto, além de matos altos, o que contribui para o aparecimento de animais peçonhentos e venenosos, risco de quedas, principalmente em idosos e dificuldade na locomoção de indivíduos que fazem uso de dispositivos para deambular. A área mapeada é próxima ao igarapé e muitas casas foram construídas nos barrancos e ficam sob risco de deslizamento e inundação durante as enchentes, trazendo riscos de vida a população. Percebeu-se o uso de fiação clandestina em algumas ruas, causando riscos as pessoas com possíveis ocorrências de choque elétrico, curto-circuito. Foram encontradas uma casa abandonada e dois terrenos baldios, o que contribui para o aumento do consumo de drogas, além de inúmeros suínos e cachorros de rua, animais estes, que contribuem para a transmissão de doenças parasitárias e infecciosas. Durante o mapeamento, os acadêmicos visitaram a escola de ensino fundamental, consultaram o pedagogo para sanar dúvidas a respeito das principais problemáticas e condições de saúde que os alunos enfrentavam, o mesmo relatou que na escola é frequente o aparecimento de adolescentes grávidas, violência entre os alunos, decorrente muita das vezes de bullying, além de episódios de consumo de drogas e assaltos, provenientes de pessoas externas, expondo que um dos principais problemas que a escola enfrenta é a segurança. Considerações finais: O mapeamento do território permitiu aos acadêmicos uma maior aproximação com a realidade local da comunidade, na qual proporcionou o reconhecimento dos problemas de saúde da população e os fatores de riscos existentes, possibilitando uma melhor compreensão ampliada do processo saúde-doença, além de perceberem os vários impactos que o meio no qual os indivíduos estão inseridos influenciam em sua saúde. Além disso, a atividade de campo pode proporcionar aos acadêmicos um olhar mais crítico, reflexivo e humanizado, tendo em vista que os mesmos vivenciaram a oportunidade do diagnóstico da comunidade com a capacidade de desenvolvimento de estratégias para intervenções futuras. A atividade, agregou uma ferramenta de gestão em saúde na atenção primária, o que contribuiu para a formação de futuros profissionais de enfermagem aptos a identificarem vulnerabilidades e aplicarem ações de intervenções, assistência, promoção e recuperação de saúde. |
6682 | SIMULAÇÃO REALÍSTICA DOS DETERMINANTES SOCIAIS NO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Daniel Reis Correia, Renata Oliveira Caetano, Débora Mol Mendes, Laís Sousa da Silva, Thais Bitencourt Faria, Lara Lelis Dias, Beatriz Santana Caçador SIMULAÇÃO REALÍSTICA DOS DETERMINANTES SOCIAIS NO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Daniel Reis Correia, Renata Oliveira Caetano, Débora Mol Mendes, Laís Sousa da Silva, Thais Bitencourt Faria, Lara Lelis Dias, Beatriz Santana Caçador
Apresentação: Os determinantes sociais da saúde (DSS) interferem diretamente no processo saúde-doença sendo concomitantemente relacionadas às condições de vida e trabalho de uma pessoa. Os fatores sociais, econômicos, políticos, culturais, étnico-raciais, psicológicos e comportamentais influenciam na situação de saúde de uma determinada sociedade ou população, os quais quando conhecidos permitem identificar onde e como devem ser feitas as intervenções a fim de diminuir as mazelas existentes na saúde. Com isso, a simulação visa abranger possíveis encenações e avaliar a maneira de como os alunos do primeiro período de enfermagem, da Universidade Federal de Viçosa, se envolvem com as situações as quais lhes foram propostas. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência, de uma vivencia do dia 28 de Junho de 2019, na aula Enfermagem, Saúde e Sociedade I, na qual a turma foi dividida em grupos para uma atividade de simulação realística no ambiente de um consultório de uma Unidade Básica de Saúde, ela teve início com a realocação dos alunos em diversas salas para abranger todas as possíveis encenações, e as maneiras criativas dos grupos de demonstrar as situações vivenciadas por uma família e suas peculiaridades. Resultado: O tema e a abordagem da prática possibilitaram visualizar formas de confrontar e aproximar os familiares com a equipe de enfermagem, além de identificar e absorver as várias camadas que cada um dos personagens detinha nas suas vidas particulares e no meio da estrutura dessa família. Por conseguinte, tivemos um primeiro contato com a anamnese, técnica muito comum para a área de enfermagem. Logo após, foi feita uma roda de conversa, na qual discutimos as interpretações que cada um dos grupos teve da história e em como cada aluno acumulou experiências de formas completamente diferentes, conseguimos visualizar um dos temas mais importantes e complexos na rotina de um enfermeiro: estabelecer um vínculo com seus pacientes de forma a conhecer e identificar todos os problemas e possibilitar caminhos para a saúde dessa pessoa. Considerações finais: A prática consistiu em possibilitar as diversas interpretações, seja dos personagens ou dos ouvintes. Dessa forma, conseguimos por meio de devida orientação e colaboração entre os alunos, desenvolver a peça e demonstrar várias experiências pessoais de cada um dos personagens. Todavia, em questão da nossa atividade, esse desenvolvimento foi facilitado pela narrativa e objetividade dos alunos. Entretanto, partindo das opiniões advindas dos professores que estavam nos acompanhando, conseguimos vislumbrar as muitas possibilidades e dificuldades enfrentadas por um enfermeiro da atenção primária. |
7037 | CAPACITAÇÃO SOBRE A CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA PARA PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA Raissa Costa Reis, Vitória Lacerda Cançado Schneider CAPACITAÇÃO SOBRE A CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA PARA PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICAAutores: Raissa Costa Reis, Vitória Lacerda Cançado Schneider
Apresentação: A Caderneta de Saúde da Criança é um instrumento utilizado para o acompanhamento da saúde, crescimento e desenvolvimento de crianças de 0 a 10 anos. Por meio de um levantamento governamental, constatou-se a existência de deficiência do preenchimento deste instrumento, fator que prejudica o acesso a informações sobre o usuário e seu desenvolvimento e, assim, a atuação dos profissionais de assistência à saúde. Recentemente, o município de Cametá, Mesorregião do Nordeste do estado do Pará, recebeu um contingente multiprofissional de estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA) através do Projeto Multicampi Saúde 2019 - Atenção Integral à Criança que, por meio da atuação nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município, desenvolveram atividades voltadas à puericultura, ao aleitamento materno, ao acompanhamento e vigilância do desenvolvimento infantil, e à atenção integral a doenças prevalentes na infância. Para além disso, dentre as atividades previstas pelo Projeto Multicampi, versava-se sobre a atuação dos discentes enquanto agentes da implementação do conhecimento, preenchimento e uso adequados da Caderneta de Saúde da Criança, por meio de suas atividades diárias na Estratégia de Saúde da Família (ESF), bem como através de capacitações ofertadas aos profissionais. Para as atividades, consideraram-se as diretrizes para a Atenção Básica e para a Estratégia de Saúde da Família, delimitadas nas portarias Nº 2.436 e Nº 2.488 do Ministério da Saúde. Objetiva-se com este estudo relatar a experiência de duas acadêmicas de psicologia participantes do projeto, que realizaram uma Capacitação referente à Caderneta de Saúde da Criança, destinada aos profissionais alocados em uma Estratégia de Saúde da Família do município de Cametá. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo realizado através de metodologias ativas, trazendo os profissionais para o centro da produção de saber desenvolvida a partir de uma roda de conversa, com enfoque no Aleitamento Materno e Sinais de Perigo. A capacitação aconteceu com a duração de 04 horas realizada por duas acadêmicas de psicologia e um acadêmico de enfermagem, todos participantes do Projeto Multicampi, em Junho de 2019. Tendo em vista o funcionamento da ESF em questão, a Capacitação foi realizada no dia da semana reservado para a realização de reunião da equipe multiprofissional. Resultado: A primeira parte da capacitação consistiu na apresentação dos participantes da atividade, contando com a presença da maior parte dos funcionários atuantes na ESF, sendo estes: 1 enfermeira gerente da unidade, 4 técnicos de enfermagem, 1 médico, 4 agentes comunitários de saúde (ACS), 1 atendente de farmácia, 2 agentes administrativos e 1 agentes de serviços gerais; estando presentes também a equipe do Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), dos quais faziam parte: 1 nutricionista, 1 pedagogo, 1 fisioterapeuta e 1 psicóloga. O início da atividade se deu a partir da distribuição da Caderneta de Saúde da Criança para os profissionais, e posteriormente o início da apresentação do material, que é constituído por duas partes: (1) Informações aos usuários, e (2) Dados de saúde e desenvolvimento da criança. Explicou-se que o setor (1) reunia conteúdo de orientação diversificado relativo à saúde da criança, que poderia ser absorvido tanto pelos responsáveis do usuário quanto pelos profissionais, devido a importância da atuação multiprofissional no repasse de informações em busca da promoção e prevenção à saúde. Seguindo-se a apresentação do setor (2) como destinado ao preenchimento realizado pelos profissionais de saúde de dados referentes ao crescimento, desenvolvimento, e intercorrências da saúde da criança. Ademais, iniciou-se a leitura coletiva do material, com foco nas informações sobre Aleitamento Materno (AME) e Sinais de Perigo, temática escolhida em diálogos prévios entre a equipe que ofertou a capacitação e a enfermeira gerente da unidade, a partir da constatação de que alguns profissionais, principalmente os ACS, eram influenciados por mitos relativos a AME, bem como não portavam informações relacionadas a prevenção de desidratação. No decorrer da leitura, convidamos os profissionais para participar de uma encenação, utilizando como recurso uma boneca (representando um recém nascido) e uma das discentes de psicologia (representando uma mãe). Ficou estabelecida a realização de 3 cenas representando o repasse de informações de AME e Sinais de Perigo às mães que buscassem a ESF para dar baixa no seu Pré-Natal. A cena 1 teve como tema os benefícios do aleitamento materno, corroborando com a desmistificação de concepções popularizadas como a necessidade de fornecer água, chá, frutas etc. ao recém nascido pelo risco do "leite fraco". No decorrer da cena 1 cada profissional que se voluntariou ao papel de orientar a mãe se expressava livremente, a partir dos conhecimentos adquiridos pela leitura da Caderneta de Saúde da Criança e de seus conhecimentos prévios. Conforme a cena ocorria a discente de psicologia e o discente de enfermagem contribuíam com informações técnicas quanto à composição do leite, sua característica de alimento completo e a importância da AME para o estabelecimento da relação mãe-bebê de acordo com as concepções de apego seguro. A cena 2 buscou a demonstração da pega correta na amamentação. Primeiramente o discente de enfermagem realizou a leitura da caderneta e utilizou a boneca para realizar a demonstração; posteriormente a cena foi protagonizada pelos ACS que assumiam o papel de orientar mães da comunidade quanto à pega correta. Seguindo para a cena 3, contamos com a participação do médico da Unidade, que contribuiu com a explicação referente aos sinais apresentados por uma criança em adoecimento grave, seguida da orientação referente a casos de diarreia, alimentação infantil e preparo de soro caseiro para reidratação infantil. Apesar das cenas 3 contarem com a participação de um número limitado de funcionários, constatou-se um clima harmonioso e descontraído, no qual os funcionários que estavam observando a cena, compondo a roda de conversa, sentiram-se livres para realizar interferências contribuindo com informações, ou expressando dúvidas a serem sanadas. A escolha dos ACS como protagonistas da cena 2 foi deliberada, pois entendemos que estes têm um papel imprescindível para que a Estratégia de Saúde da Família ocorra como o Ministério da Saúde preconiza e defende. Considerações finais: A capacitação caracterizou-se como um rico momento de formação para os profissionais da ESF, proporcionando a potencialização do arcabouço de conhecimento referente ao campo materno-infantil e à saúde da criança. É válido ressaltar a importância da construção de saber que possibilite voz aos diversos atores atuantes no campo de promoção e prevenção à saúde, visto que podemos constatar de forma direta suas dúvidas, e entrar em contato com sua visão do território e toda sua complexidade, também permeada por saberes. A contribuição baseada nesta concepção ficou evidente com a ampla interação entre os proponentes das atividades e o público-alvo, efetivando-se em um impacto positivo em linhas de cuidados eficazes aos usuários. Desta forma, afirmamos a importância da Estratégia de Saúde da Família para um SUS pujante no que tange o combate à mortalidade materno-infantil. Palavras-chave: Capacitação Profissional; Saúde da Criança; Educação em Saúde. |
5972 | A RELEVÂNCIA DE UMA ANÁLISE CONTEXTUALIZADA EM AÇÕES DE SAÚDE: UM CASO DE SUSPEITA DE AUTISMO Vitória Amorim, Maria Lúcia Chaves Lima A RELEVÂNCIA DE UMA ANÁLISE CONTEXTUALIZADA EM AÇÕES DE SAÚDE: UM CASO DE SUSPEITA DE AUTISMOAutores: Vitória Amorim, Maria Lúcia Chaves Lima
Apresentação: O Projeto de Extensão Multicampi Saúde consiste em uma parceria entre a Universidade Federal do Pará com a Secretaria de Saúde do Município, e possibilitou a imersão de discentes dos cursos de saúde para atuar durante um mês em diversas Unidades de Saúde de Belém. O presente relato se refere a experiência de uma estudante de Psicologia na Unidade de Saúde do Jurunas, durante o mês de setembro de 2019. Uma das ações exigidas era a escolha de uma “Família guia”, ou seja, uma família a qual a estudante deveria acompanhar, elaborando um plano de ação para resolução das problemáticas identificadas e assim, indicar intervenções e encaminhamentos necessários. O caso em questão se trata de uma família composta pela avó, mãe e J. P., menino de quatro anos com suspeita de autismo. Este relato tem como objetivo incentivar a análise aprofundada da realidade do sujeito em tratamento, para evitar estigmatizações envolvendo o Transtorno do Espectro Autista, provenientes de diagnósticos inadequados, bem como a banalização do transtorno no senso comum, o que por vezes acaba por interferir no desenvolvimento do sujeito. No presente caso, os comportamentos de J. P. inicialmente parecem corroborar para o diagnóstico de autismo, apresentando atraso na fala e comportamentos estereotipados. Porém, ao realizar uma análise mais detalhada é possível identificar uma intensa falta de estímulos e incentivos no processo de desenvolvimento do menino – apesar do investimento afetivo, principalmente pela avó, responsável por ele na maior parte do tempo. Ressalta-se aqui que, em relação ao desenvolvimento infantil, questões como práticas parentais de disciplina relaxada com afrouxamento e má delimitação de regras, gravidez na adolescência, gravidez indesejada e convivência em um ambiente violento são consideradas fatores de risco. Como fatores de proteção se incluem a oferta adequada de interação física e social com a comunidade a partir de uma rede bem delimitada, incluindo interação com outras crianças, investimento contínuo e seguro de afeto, além de garantia da saúde. Considerando tais fatores, faz-se importante destacar que J. P. nunca frequentou escolas ou creches, não interage com outras crianças e sua rotina consiste em brincar, no ambiente interno da casa, com brinquedos próprios ou aparelho celular. A avó é sua única companhia diária, pois a mãe exerce ofício de vendedora durante o dia e estuda no horário da noite. Nesse contexto, é perceptível os poucos estímulos sociais ofertados à J. P., o que dificulta a sua aprendizagem por imitação, por exemplo, recurso primordial ao desenvolvimento defendido por diversos teóricos, como Piaget e Vygotsky. Sua alimentação é precária, com baixa diversidade de elementos nutritivos, já que ele só aceita comer uma mistura de feijão, farinha e ovo cozido, além de açaí. A avó também encontra dificuldade em fazê-lo usar o banheiro de maneira adequada, visto que J. P. exige fraldas quando necessita realizar alguma atividade fisiológica. Nesse enquadre, percebe-se um ambiente com regras pouco delimitadas, no qual a criança consegue fazer valer seus desejos sem uma norma estabelecida, apontado anteriormente como fator prejudicial ao seu desenvolvimento. Simultaneamente, a avó apresenta um comportamento superprotetor em relação ao neto, evitando renunciar aos seus cuidados e relutando em inseri-lo em um serviço como uma creche local. Ela justifica-se a partir de um receio com os cuidadores e com a interação com outras crianças, preocupada com as chances de bullying. Todos estes fatores são relevantes para a análise das problemáticas apresentadas por J. P., que, por exemplo, não aparenta ter os estímulos necessários para desenvolver a fala, visto que todas as suas demandas são atendidas a partir das suas simples vocalizações ou movimentos, sem maiores incentivos de ampliação de vocabulário. Diante do caso, as medidas providenciadas incluíram o encaminhamento para os serviços de Nutrição, Psicologia e Terapia Ocupacional da própria Unidade de Saúde, além do encaminhamento para o serviço de Fonoaudiologia da Clínica Escola da UNAMA. Também é necessário destacar a manutenção do diálogo claro e constante com a avó durante o processo, visando a sua conscientização acerca da importância das ações, bem como proporcionar chances de escuta e cuidados para ela, que se mostrou muito dedicada. Então, por meio do acompanhamento das intervenções propostas, foi possível observar ampla capacidade cognitiva em J. P., principalmente no que diz respeito as atividades exercidas com a profissional da Terapia Ocupacional. Nas seções acompanhadas, observou-se que o garoto demonstrou capacidade de ordenar blocos por cor, formar pares no jogo da memória, além de identificar partes do corpo e seus locais; durante todo o processo apresentou compreensão de ordens e buscou interação social ao realizar uma atividade bem-sucedida, celebrando seus acertos. A própria terapeuta ocupacional afirmou surpresa ao interagir com J. P., pois afirmou que a partir do relato da avó esperava uma criança muito mais comprometida. De fato, o discurso da avó, ainda que carregado de afeto e dedicação, destoa da realidade observada ao exagerar os comportamentos de J. P. como “estranhos e preocupantes”, afirmando, por exemplo, uma interação social extremamente reduzida – fator discordante em relação a interação do menino com as profissionais. Em parte, este discurso destoante da prática pode advir justamente do rótulo de autismo delimitado a J. P. a partir de uma suspeita levantada por uma profissional, aliada a múltiplas opiniões do senso comum, como a de um vizinho que possui um neto autista e uma colega da área da psicologia que pouco convive com o menino. É válido, então, esclarecer um pouco mais sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA): atualmente muito frequente, possui incidência de 16 a cada 10.000 com diagnóstico mais restrito ao autismo e 40 a cada 10.000 crianças com diagnóstico mais abrangente em relação aos distúrbios de socialização. O TEA consiste em prejuízos evidentes e persistentes na interação social, problemáticas na comunicação e estereotipia comportamental. A amplitude considerável do espectro demarca a necessidade de investigações comprometidas e constantes, pois, a gama de ideias e estereótipos a respeito do TEA no senso comum podem contribuir para uma “epidemia” equivocada e má diagnosticada do transtorno, fato que acarretaria múltiplos e graves problemas ao desenvolvimento dos indivíduos, a partir da estigmatização e limitação nas possibilidades. Então, enxerga-se no presente caso a possibilidade de um ciclo vicioso, no qual J. P. não recebia os estímulos adequados (e essa é uma possível justificativa para suas demandas apresentadas) e o encontro com a suspeita de autismo interferiu na visão da avó sobre o menino, o que acabou por reduzir ainda mais os estímulos destinados ao neto, além de distorcer a percepção acerca das capacidades dele. Como a consulta com o neurologista não se realizou durante o projeto, não foi possível concluir um diagnóstico ao caso. De todo modo, a família se comprometeu a levar adiante as intervenções propostas. Não se pretende aqui negar um diagnóstico ao descartar a possibilidade de um quadro de TEA, mas sim fomentar um debate acerca da importância da contextualização de uma análise globalizada nas investigações em saúde, principalmente no que diz respeito as crianças. Ademais, destaca-se a importância da atuação multidisciplinar para a promoção de saúde de modo totalizante e direcionada a toda a família, não somente ao indivíduo adoecido. Espera-se que esse relato possa servir de incentivo para ações de saúde pautadas em investigações profundas e comprometidas com a realidade biopsicossocial dos indivíduos envolvidos. |
6464 | A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ARQUIPÉLAGO DO COMBU Talyana Maceió Pimentel, Giovanna Paraense da Silva, Marília Araújo dos Santos, Matheus da Silva Cavalcante, Willame Oliveira Ribeiro Junior A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ARQUIPÉLAGO DO COMBUAutores: Talyana Maceió Pimentel, Giovanna Paraense da Silva, Marília Araújo dos Santos, Matheus da Silva Cavalcante, Willame Oliveira Ribeiro Junior
Apresentação: A água é um dos recursos naturais mais importantes para a sobrevivência humana. Seu uso possui diversas finalidades como para consumo, irrigação ou higiene. Para a comunidade ribeirinha engloba todas essas finalidades, pois além do uso cotidiano supracitados ela é um fator importante para o transporte. Diferente das cidades continentais, a população ribeirinha tem o rio como principal via de transporte, seja para fins de trabalho, como também para ter acesso à saúde. Este estudo tem como objetivo relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem em uma visita técnica na Unidade Básica de Saúde do Combu no município de Belém. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência. Esta experiência se retratou na Unidade Básica de Saúde do Combu, localizada no arquipélago do Combu, no município de Belém. A visita técnica se deu por meio da aula prática do componente curricular “Enfermagem em Populações Tradicionais da Amazônia”, do curso de graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará, com um grupo de acadêmicos de enfermagem e seu preceptor. Lá foram observados o fluxo de funcionamento da unidade e o modo de vida ribeirinho. Resultado: Por meio da visita e da observação assistemática foi possível analisar como a população utiliza os recursos hídricos do arquipélago, bem como seu uso na unidade. Os moradores da região utilizam a água tanto como meio de transporte como para fins pessoais; além disso, a equipe da unidade utiliza para a oferta de saúde, pois, no dia da visita, a equipe estava realizando campanha de imunização em toda a comunidade por meio dos rios. Além disso, ao entorno da unidade, a comunidade utiliza recursos de captação da água da chuva por meio de calhas e armazenamento em cisternas, assim como o tratamento da água por filtros manuais para o consumo no arquipélago. Considerações finais: Por meio desta experiência, pode-se concluir que os recursos hídricos são de grande importância para o cotidiano da população ribeirinha e da UBS do arquipélago do Combu. Outro fator importante, foi o enriquecimento do conhecimento do grupo de acadêmico por vivenciar a realidade ao qual esta população está inserida, assim estabelecendo uma formação mais crítica no modo de assistência enquanto futuros profissionais de saúde. |
6727 | ATIVIDADES COM CRIANÇAS SOBRE BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR Ana Luísa de Oliveira Lima, Giulia Lemos de Almeida, Jorge Luiz Lima da Silva, Beatriz Ferreira de Toledo dos Santos, Hikari Watanabe Ferreira, Bruna Cerqueira Bonan de Lima, Larissa Murta Abreu ATIVIDADES COM CRIANÇAS SOBRE BULLYING NO AMBIENTE ESCOLARAutores: Ana Luísa de Oliveira Lima, Giulia Lemos de Almeida, Jorge Luiz Lima da Silva, Beatriz Ferreira de Toledo dos Santos, Hikari Watanabe Ferreira, Bruna Cerqueira Bonan de Lima, Larissa Murta Abreu
Apresentação: A partir do Programa Saúde na Escola (PSE), o profissional da saúde se insere no ambiente escolar, visando unir os saberes do profissional da saúde e da educação a fim de manter a população escolar mais bem informada quanto possível. A temática saúde mental nas instituições de ensino e, em nossos lares, é extremamente negligenciada, o bullying, principalmente, ocorre na maioria das escolas, afetando diretamente o agressor e a vítima. O tema em geral é abordado, de maneira superficial; e, em muitos casos, de modo repetitivo, tratando as temáticas de forma parcial e inadequada. Em muitos casos, a falta de adaptação da fala para o público infantil acaba causando ainda maior distanciamento de questões urgentes e recorrentes. Desse modo, o projeto de extensão da Universidade Federal Fluminense (UFF) nomeado "Promoção da saúde da saúde das crianças do colégio universitário UFF" entende que para evitar os casos de bullying nos colégios, há necessidade de sensibilizar as crianças para que reconheçam que suas atitudes com o outro podem gerar consequências boas e ruins. Assim, com o compartilhamento de relatos e a realização de atividades, como se posicionar no lugar o outro, busca-se a interação dos alunos e a compreensão de seus atos. O projeto objetiva conscientizar as crianças de que suas atitudes, com ou sem intenções de magoar, podem afetar o próximo, trazendo consequências para sua saúde mental e para a da vítima, tratando também sobre a importância da saúde psicossocial. Como objetivo específico, busca-se trazer informações, indiretamente, sobre o bullying, instigando uma reflexão a partir das atividades realizadas. O projeto mostra-se relevante, na medida em que histórias de agressão psicológica e verbal são relatadas, durante os encontros, sendo na maioria das vezes relevado pelas crianças e pouco notado pelos professores e coordenação. Desenvolvimento: trata-se de um projeto de extensão que consiste em atividades sobre bullying com alunos de um colégio universitário na cidade de Niterói no Rio de Janeiro. Os encontros ocorrem durante o horário escolar, participando alunos do primeiro e segundo ano do ensino fundamental, com idades de oito a dez anos, durante aproximadamente 30 minutos. Os alunos são avisados alguns minutos antes que haverá uma atividade optativa, durante o intervalo, preparada por acadêmicas da área da saúde. Aos poucos, algumas crianças vão aparecendo para a dinâmica, um pouco tímidas e receosas, não sabendo bem se querem participar ou brincar. Após a chegada de alguns participantes, começa a apresentação do trabalho e o início da atividade. Até o momento, foram realizados três encontros: o primeiro consistiu em uma reunião com a coordenação do ensino fundamental, duas psicólogas e a enfermeira da escola; o segundo foi realizado a partir de uma história que foi contada por uma das crianças que estava com piolhos, e nenhuma outra colega queria brincar com ela por isso, então foi solicitado para que eles desenhassem como se sentiriam, caso isso acontecesse com os demais; o terceiro foi elaborado um recurso lúdico (dado de seis lados), onde cada face apresentava uma imagem de criança com expressão triste, assim foi requisitado que cada criança que jogasse o dado contasse uma história que ocorreu dentro da instituição de ensino, e que as deixou triste ou até chorando. Depois disso eram implementadas estratégias para que a prática de boa convivência e respeito fossem estimuladas entre as crianças. Assim como ações de promoção a saúde mental por meio de brincadeiras lúdicas. Em seguida, as informações eram repassadas ao coordenador da ação, coordenadora pedagógica, psicóloga e enfermeira da escola. Resultado: no primeiro encontro, houve uma reunião entre bolsista, acadêmicas de graduação com a coordenação, psicólogas e enfermeira do colégio, para entender melhor a demanda dos alunos do ensino fundamental, composto pelas turmas do primeiro ao quinto ano. Foram apontados constantes casos de bullying, crises de ansiedade e até uma tentativa de suicídio, a partir disso, foi decidido realizar atividades no âmbito da saúde mental, principalmente o bullying, que pode desencadear as outras situações relatadas. A partir desses debates, começou as questões de como seria trabalhado a temática com crianças de idade entre 8 a 13 anos, levando em consideração o tempo disponível e a dificuldade de prender a atenção dos alunos. Assim, foram escolhidas estratégias com metodologias ativas, como atividades interativas, onde os escolares participam no processo de aquisição e transmissão de conhecimento. No segundo encontro, a interação com as crianças iniciou na sala de aula, com a apresentação das graduandas e do projeto; alguns minutos depois, durante o intervalo, o exercício começou com alguns alunos do primeiro e segundo anos. Uma história foi contada, um menino sendo excluído das brincadeiras, pois estava com piolhos, então, foi solicitado que os escolares desenhassem como se sentiriam caso acontecesse com eles. Foram entregues diversos desenhos com expressões tristes. No terceiro encontro, um dado foi elaborado, onde cada face possuía uma imagem de uma criança triste ou chorando, estimulando cada aluno que girasse o dado a contar uma história que ocorreu dentro da instituição de ensino e que o deixou chateado. Houve diversos relatos, como meninos zombando da mochila de uma das crianças, dizendo que era infantil, ou meninas zombando das roupas de outras meninas. Foi constatado também histórias de bullying cometidos por aluno, sendo conhecido como uma pessoa que possui esse tipo de hábito. Considerações finais: O Programa Saúde na Escola ratifica os princípios estabelecidos pela Política Nacional de Atenção Básica, na qual as equipes de Saúde da Família assumem a responsabilidade pela coordenação do cuidado dos escolares. Contando com a atuação de acadêmicos de cursos da área da saúde junto a alunos do ensino fundamental podem-se viabilizar ações no campo preventivo e de promoção da saúde, tendo como resultado benefícios para todos. Assim, o projeto de extensão universitária dedica-se ao combate de um tipo de violência que cresce mais a cada ano, acometendo e sendo praticada, principalmente, pelos jovens, afetando seus relacionamentos interpessoais e sua saúde mental. A temática abordada é extremamente negligenciada em casa e nas escolas, mesmo já sendo uma realidade na vida dessas crianças. Portanto, através de trabalhos de sensibilização sobre o bullying da população escolar, podemos mudar alguns paradigmas e evitar diversas consequências ruins, como o desenvolvimento de transtornos mentais e sociais. |
7197 | A IMPORTÂNCIA DE SE ENSINAR BONS HÁBITOS EM SAÚDE BUCAL INFANTIL PARA MÃES, EM UMA ESF DO INTERIOR DE SP. O OLHAR DO ESTUDANTE DE MEDICINA Julianne Silva Neves, Alex Wander Nenartavis A IMPORTÂNCIA DE SE ENSINAR BONS HÁBITOS EM SAÚDE BUCAL INFANTIL PARA MÃES, EM UMA ESF DO INTERIOR DE SP. O OLHAR DO ESTUDANTE DE MEDICINAAutores: Julianne Silva Neves, Alex Wander Nenartavis
Apresentação: Estudantes do 1º ao 5º termo do Curso de Medicina da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) estão inseridos em oito Estratégias Saúde da Família nos municípios de Presidente Prudente e Álvares Machado. Existe uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde de Presidente Prudente e a Faculdade de Medicina da UNOESTE. A Supervisão de Saúde Bucal da Prefeitura de Presidente Prudente promoveu uma campanha com o tema: Promovendo a Saúde Bucal do Bebê. Atualmente o programa Estratégia Saúde da Família (ESF) e conta com 24 Equipes, sendo que 6 delas recebem estudantes do Programa de Aproximação Progressiva à Prática (PAPP). Esse Programa insere os acadêmicos do Curso Médico desde o 1º termo, como membros das ESFs, com foco nos eixos da Atenção Individual, Coletiva, dos Processos de Trabalho e da Educação em Saúde. Os facilitadores utilizam o Arco de Maguerez (Ação-Reflexão-Nova Ação) para envolver os membros da Equipe da ESF nos resultados esperados, com foco nas Necessidades de Saúde da população adscrita aos territórios das ESFs. Estudantes participam da Programação de Novos Planos de Ação, que emergem, de acordo com a Epidemiologia local, nos Ciclos Pedagógicos. O programa "Saúde Bucal do Bebê" é pautado em alguns aspectos principais: o primeiro é a alimentação da criança com enfoque na importância do aleitamento materno. Na ação de educação em Saúde, os Acadêmicos Médicos explicaram às mães presentes para darem preferência à utilização de copo ou colher ao invés da mamadeira. Estimularam adoção de cuidados na inserção de outros alimentos, além do leite materno, até os 6 meses de idade, a exemplo de sucos, chás, leite de vaca ou leite industrializado, devendo evitar alimentos com adição de açúcar, pois se o bebê não conhecer este produto, não sentirá a sua falta. Acadêmicos, supervisionados pelos docentes do PAPP, explicaram que, além da mamadeira, constituem-se como hábitos bucais nocivos, o uso de chuquinhas e chupetas. Em um segundo momento, estudantes explicaram para as mães, sobre a necessidade de levar os bebês ao Odontologista da ESF, para acompanhar o desenvolvimento dos dentes decíduos das crianças, esclarecendo para as progenitoras que existe uma cronologia. Acadêmicos salientaram que nessa fase da vida é recorrente o aparecimento de doenças periodontais, além de cárie e placa bacteriana, ambas associadas a má higienização e a carência de acompanhamento odontológico. Explicaram sobre a importância da primeira consulta odontológica, que deve ocorrer nos primeiros meses de vida, visando a adaptação da criança às visitas periódicas ao profissional dentista, visando à manutenção dos dentes saudáveis, atendendo a regras básicas de limpeza, com uso de fio dental e escovação, realizada por um adulto. Após a realização da ação, os Professores do Curso Médico utilizaram o Arco de Maguerez para estimular reflexão na ação. Acadêmicos entenderam que cabe ao profissional da área médica ficar atento à saúde bucal da criança durante as consultas, pois os cuidados odontológicos e a adequada educação em saúde, realizada pelas equipes das ESFs, podem contribuir para a melhoria da qualidade da saúde das crianças, em todas as fases da infância. |
7324 | LIGA ACADÊMICA E A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE MENTAL EM BELÉM DO PARÁ: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Dorivaldo Pantoja Borges Junior, Dandara de Fátima Ribeiro Bendelaque, Emily Manuelli Mendonça Sena, Suzana Farias Rabelo, Erlon Gabriel Rego de Andrade, Matheus dos Santos da Silveira LIGA ACADÊMICA E A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE MENTAL EM BELÉM DO PARÁ: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAAutores: Dorivaldo Pantoja Borges Junior, Dandara de Fátima Ribeiro Bendelaque, Emily Manuelli Mendonça Sena, Suzana Farias Rabelo, Erlon Gabriel Rego de Andrade, Matheus dos Santos da Silveira
Apresentação: O presente relato de experiência tem por objetivo apresentar o funcionamento da Liga Acadêmica Paraense de Saúde Mental (LAPASME). Posto isto, pretende-se também destaca-la como importante veículo de formação multidisciplinar de profissionais de saúde mental paraenses. Dessa forma, este estudo foi organizado para, inicialmente, textualizar acerca da liga como uma proposta aos estudantes de graduação em cursos da área da saúde, além de apresentar as principais atividades desenvolvidas por essa entidade e, por fim, suas reverberações acadêmicas e sociais na formação profissional de seus membros. Desenvolvimento: A Liga Acadêmica Paraense de Saúde Mental (LAPASME) fora criada em 2014, a partir da inquietação de estudantes da Universidade do Estado do Pará (UEPA) e da Universidade Federal do Pará (UFPA), localizadas em Belém, capital do estado. O objetivo da entidade, em seu início, foi de suprir a necessidade de formação mais consistente nos temas que atravessam a área de atenção à saúde mental. Diante desta lacuna no processo de formação de profissionais, a liga acadêmica se mostrou uma saída de possíveis soluções, visto que esta comporta, em sua proposta, o tripé universitário: o ensino, a pesquisa e a extensão. Além disso, a LAPASME fora edificada sob a premissa de proporcionar experiências multiprofissionais aos seus membros, o que acarretou a abertura aos demais cursos de formação para além da enfermagem. As atividades da liga vêm sendo orientadas pelo Professor M. Sc. Mário Antônio Moraes Vieira. A liga já foi composta, direta ou indiretamente, por mais de 70 membros de diversas áreas de formação (Enfermagem, Medicina, Nutrição, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional). Cabe ressaltar que este número é dividido em membros efetivos (estudantes que, atualmente, estão na graduação), membros fundadores (os membros participaram da criação e dos primeiros movimentos da liga, atualmente formados) e membros colaboradores (profissionais com experiência na área de interesse da liga ou em áreas afins, bem como membros egressos que não estão mais atuando diretamente nas atividades da liga, contudo, contribuem em movimentos pontuais e na orientação de projetos, de acordo com suas áreas de formação. As admissões de novos membros acontecem anualmente, viabilizadas por um processo seletivo compondo prova de conhecimentos sobre saúde mental (previamente compartilhados em um momento de aulas teóricas promovido pela liga) e entrevista baseada em um roteiro de perguntas formulado pelos próprios ligantes, visando identificar o interesse daqueles que se inscreveram. Passadas as etapas de seleção, no momento do acolhimento dos calouros, estes devem escolher suas respectivas comissões de atuação. Uma das possibilidades de atuação dos membros é a Comissão de Formação. Os ligantes componentes desta comissão são responsáveis pela formação teórica da liga, através das aulas de formação que ocorrem mensalmente para todos os membros, bem como para a comunidade interessada (algumas aulas são abertas ao público e divulgadas por meio das redes sociais). Os temas trabalhados nas aulas são previamente escolhidos pelos ligantes durante a montagem do cronograma semestral. Entre os temas já discutidos/compartilhados, estão: saúde mental de universitários; práticas integrativas e complementares em saúde (PICS); saúde indígena; e a prevenção do suicídio. Outra oportunidade de atividade na liga é a Comissão de Extensão. Este grupo se responsabiliza em promover o diálogo entre a LAPASME e a comunidade, seja esta a científica (universidades, demais ligas parceiras e grupos de pesquisa) ou a social (ações em praça pública e em Unidades Básicas de Saúde (UBS), movimentos sociais, e a mediação de oportunidades de estágio temporário em instituições de saúde). Ações como as Campanhas “Janeiro Branco” e “Setembro Amarelo”, estágios e ações de educação em saúde já foram realizadas com a participação dos membros. O envolvimento com mídias digitais é também um braço essencial de atuação. Os encarregados por este setor realizam um trabalho composto por dois aspectos: 1) Divulgar as atividades internas e externas da liga, bem como esclarecer possíveis dúvidas da comunidade virtual; 2) Identificar, por meio das redes sociais, pontos emergentes e importantes ao trabalho da liga. Por último, pela preocupação para com a produção e a divulgação científicas, a Comissão Científica é a responsável pela realização destes processos. Os ligantes que adentram esta comissão têm por atividades a captação de eventos científicos e periódicos científicos para a divulgação de resultados da liga. Além disso, é dever desta comissão a criação de espaços de compartilhamento do conhecimento científico através de eventos, bem como o incentivo dos demais ligantes à construção de trabalhos acadêmicos a serem apresentados. A produção científica da liga, neste período, teve o alcance local, regional, nacional e internacional. Além das apresentações, publicações em anais, as premiações por trabalhos também contemplaram a LAPASME. Neste sentido, à guisa de esclarecimentos, cabe ressaltar que a divisão de liga em comissões de atuação é somente de caráter logístico. Ou seja, a característica da comissão não limita as possibilidades de atuação dos membros nas atividades do grupo. Pelo contrário, é incentivado entre os ligantes a proatividade e o potencial criativo para mediar possibilidades de trabalho para si e para os demais. Neste sentido, evidencia-se a potência do trabalho em liga acadêmica. Resultado: Os estudantes, ao adentrarem o trabalho na entidade, possuem a oportunidade de agregar em sua formação profissional, a partir das atividades desenvolvidas pela liga. Além disso, pelo caráter multiprofissional que marca este grupo, as experiências que atravessam os estudantes, sejam estas em qual dimensão for (ensino, pesquisa ou extensão), são vivenciadas multiprofissionalmente, visto que o grupo é composto por diversas áreas. Dentre os relatos obtidos a partir de movimentos da liga, identificou-se que o trabalho realizado junto aos demais membros possibilitou não só a ampliação de horizontes (pois a discussão é multiprofissional), mas também, em alguma medida, o suporte em temas não explorados adequadamente na graduação (devido a quantidade considerável de disciplinas na graduação, a Saúde Mental, algumas vezes, torna-se sombreada). E este preenchimento de lacunas não necessariamente veio a partir de aulas expositivas, mas através do conjunto de atividades que a LAPASME proporciona. Considerações finais: Neste ano de 2020, a liga completará o seu sexto ano de funcionamento. Foram diferentes processos seletivos, apresentação de trabalhos, ações à comunidade, parcerias e demais projetos. Este estudo objetivou apresentar a proposta da LAPASME e o impacto na formação profissional de seus ligantes, no decorrer do seu período de atividade. Observou-se que o empoderamento estudantil é presente neste processo. Acredita-se que, ao inserir um graduando na linha de frente das atividades (palestras, aulas, ações e produções), sob supervisão, as chances de formação de profissionais críticos e humanizados é potencializada. E o veículo encontrado pelos estudantes para buscar este aperfeiçoamento foi a liga, como um espaço de compartilhamento e crescimento pessoal e profissional. |
7335 | PERSPECTIVA DE DESCENTRALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO DE UM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA NA BAHIA Caique de Moura Costa, Marilía Santos Fontoura, Silvia Santos Rocha PERSPECTIVA DE DESCENTRALIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO DE UM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA NA BAHIAAutores: Caique de Moura Costa, Marilía Santos Fontoura, Silvia Santos Rocha
Apresentação: O Curso de Especialização em Saúde Pública tem grande importância no cenário de oferta de ações de educação permanente em Saúde no Estado da Bahia. Ofertado na capital, é estruturado para contribuir com a formação de novos sanitaristas, para a organização e desenvolvimento do processo de trabalho em saúde, entre outros. O grande número de inscrições no processo seletivo para esta modalidade de especialização aponta para a necessidade de descentralização e regionalização, visando contribuir para ampliar o acesso de profissionais à especialização na área da Saúde Pública. Objetivo: Analisar a oferta de vagas e a necessidade de expansão do curso. Método: Como ferramenta de análise, utilizou-se mapas visuais que possibilitaram observar a distribuição entre a demanda e oferta de vagas do Curso de Especialização em Saúde Pública. Toma como objeto de análise o quantitativo total de inscritos interessados em se especializar e o número de matriculados no curso. Resultado: O número de interessados em especializar-se, é superior ao número de vagas ofertados, tanto na capital como em municípios e regiões do estado. Discussão: tais resultados permitem afirmar a existência de grande interesse por parte dos profissionais de saúde em se especializar, o que pode apontar uma necessidade de expansão deste tipo de curso para outras regiões da Bahia. Considerações finais: A continuidade da oferta de vagas do Curso de Especialização em saúde pública aparenta ser relevante para o conjunto de profissionais da saúde nas regiões da Bahia, o que indica a importância de investir e fortalecer o processo de descentralização e regionalização, possibilitando maior acesso e atendimento às necessidades de educação permanente dos municípios e regiões da Bahia. |
7401 | ANATOMIA VAI À ESCOLA: VIVÊNCIAS ACADÊMICAS EM UM PROGRAMA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA. Tárcia Alfaia Almeida, Andreina Maciel de Sena Santos, Brenner Kássio Ferreira Oliveira, Fernanda Freitas Santos, Maxwell Arouca Silva ANATOMIA VAI À ESCOLA: VIVÊNCIAS ACADÊMICAS EM UM PROGRAMA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA.Autores: Tárcia Alfaia Almeida, Andreina Maciel de Sena Santos, Brenner Kássio Ferreira Oliveira, Fernanda Freitas Santos, Maxwell Arouca Silva
Apresentação: O ensino da biologia na educação básica abrange diversos conteúdos, entre eles o funcionamento do corpo humano, que é fundamental na formação do aluno, visto que é de suma importância conhecer e compreender a complexidade do seu próprio organismo. Desta forma, a anatomia humana é a ciência que estuda a morfologia do corpo humano, como elas se formam e como funcionam em conjunto, estando encarregada de nomear e descrever suas estruturas constituintes no nível macroscópico e microscópico. Entretanto, na educação básica, essa ciência não dispõe de recursos para atender os componentes da disciplina, deixando o processo de ensino-aprendizagem insatisfatório, devido à escassez de materiais didáticos. Consentindo o professor e aluno a limitar-se aos livros teóricos. Objetivo: Descrever as vivências acadêmicas em um Programa de Atividade Curricular de Extensão (PACE) intitulado “Anatomia vai à escola”. Desenvolvimento: Trata-se de um trabalho descritivo do tipo relato de experiência sobre as vivências acadêmicas em um PACE “Anatomia vai à escola” realizados por discentes dos cursos de enfermagem, fisioterapia e nutrição do Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB), da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), coordenado por docentes do instituo da disciplina de anatomia humana. O programa aconteceu no segundo semestre de 2017. Resultado: Durante a realização do programa, ocorreram reuniões entre os acadêmicos e os docentes do instituto, afim de decidir as metodologias e as aplicações do conteúdo para os alunos de educação básica. No qual, optou-se por trabalhar com metodologia ativa, com demonstrações lúdicas com alunos do ensino médio. Utilizou-se de linguagem popular e técnicas para compreensão dos alunos, peças teatrais, gincanas, peças anatômicas e jogos de perguntas e resposta em grupo para abordar os sistemas do corpo humano, sempre estimulando o senso crítico do aluno no processo de ensino e aprendizagem. Assim, a atividade teve como intuito levar o jovem estudante aprender e ter interesse em conhecer o corpo humano, com todas as suas morfologias e funcionamentos, através de métodos ativos e lúdicos. Além disso, estimulamos os professores de biologia a participar do programa, a fim de conhecer novas técnicas de ensinar anatomia humana, de forma ativa aos alunos. Todo o programa de extensão teve duração de 6 meses, com encontros semanais aos alunos do ensino médio. Esta forma de ensino é uma alternativa para a transformação do ato de aprender, tornando-o mais atrativo. Assim, por meio deste PACE 250 alunos da rede estadual de ensino tiveram oportunidade de obter conhecimentos indo além de sua grade curricular. Considerações finais: A importância da universidade de socializar com a comunidade da região pode facilitar o entendimento e a aprendizagem dos alunos, além de contribuir para o desenvolvimento de estudos e inovações pedagógicas. Assim, o programa teve sua eficácia na metodologia ativa através dos resultados positivos, mostrando a importância de romper com o tradicional em busca de novas metodologias e experiências que levem o educando a problematizar, refletir e querer buscar mais informações acerca do que se está sendo passado. Oportunizando aos alunos novas experiências e conhecimentos. |
7459 | REFLETINDO UMA EXPERIÊNCIA NA FORMAÇÃO DOCENTE Ana Paula Assunção Moreira, Vanessa Curitiba Felix, Lívia de Souza Camara, Leila Rangel da Silva, Selma Villas Boas Teixeira, Cristiane Rodrigues da Rocha REFLETINDO UMA EXPERIÊNCIA NA FORMAÇÃO DOCENTEAutores: Ana Paula Assunção Moreira, Vanessa Curitiba Felix, Lívia de Souza Camara, Leila Rangel da Silva, Selma Villas Boas Teixeira, Cristiane Rodrigues da Rocha
Apresentação: A disciplina estágio em docência é um componente obrigatório do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Os (as) mestrandos (as) devem realizar a disciplina junto aos seus orientadores e/ou professores tutores e assim são inseridos nas atividades da graduação, ensino e extensão. O objetivo desse trabalho é relatar a experiência vivenciada por mestrandas durante a realização da disciplina de estágio em docência. Desenvolvimento: Durante o desenvolvimento da disciplina as mestrandas foram inseridas na matéria de saúde da mulher, oferecida ao sexto período de enfermagem, participando das aulas teóricas e acompanhamento no campo prático. Houve um total de 5 aulas teóricas ministradas, sendo os seguintes temas abordados: Amamentação, Puerpério fisiológico e patológico, Planejamento Reprodutivo e Abordagem às Infecções Sexualmente Transmissíveis. Quanto ao acompanhamento do campo prático, esse ocorria no alojamento conjunto do Hospital Universitário (HU), às segundas e terças-feiras no período da tarde. A turma da graduação foi fragmentada em grupos de aproximadamente seis pessoas que passavam aproximadamente um mês no campo. Durante o mês do estágio era realizado uma aproximação das alunas de graduação com as pacientes internadas, visando correlacionar o que era visto em sala de aula e na literatura com o cenário da maternidade real. Diante das pacientes era possível fazer exame físico, evidenciando as especificidades do puerpério e realizar orientações e aconselhamentos, principalmente voltados à amamentação e puerpério fisiológico. Resultado: O fato de ser especialista e trabalhar na área da obstetrícia funcionou como um facilitador do processo de ensino/aprendizado para as mestrandas no decorrer do estágio docência. No entanto, muitos desafios foram encontrados. Por vezes, foi possível identificar que a teoria se distingue da prática, então é necessário um estudo continuo para que não haja distanciamento do que está escrito para o que está sendo desenvolvido na atuação prática da enfermagem, respeitando principalmente os profissionais do serviço de saúde. Desenvolver uma didática de ensino e avaliação no campo prático foi uma barreira encontrada, pois um aluno graduando pró-ativo é diferente de outro que estudou com afinco a matéria, todavia não tem muita pró-atividade no cenário das aulas práticas, por exemplo. Então essa barreira está em saber avaliar distintamente essas competências. Quanto às aulas teóricas, essas demandam ainda mais estudo e métodos criativos de abordagem. Métodos onde existem uma maior interação com a turma foram mais interessantes quando comparados com aulas expositivas, sugerindo assim um melhor aprendizado. A cada aula ministrada foi possível identificar os pontos que precisavam ser melhorados e esses eram corrigidos na aula seguinte. Considerações finais: Consideramos de extrema relevância essa experiência como docente de ensino superior na formação do mestrando. Houve uma troca importante de conhecimentos entre as graduandas, professoras tutoras e pacientes que foram fundamental nesse processo de aprendizado. No entanto, é necessário destacar que a formação docente não acaba com o término da disciplina e conclusão do mestrado, mas que ela precisa ser constantemente aperfeiçoada em prol da educação superior. |
7574 | A ATUAÇÃO DO DISCENTE MONITOR NAS DISCIPLINAS DE BASE: RODA DE CONVERSA COMO ESTRATÉGIA PARA DIMINUIR A EVASÃO DO CURSO DE ENFERMAGEM Breno Augusto Silva Duarte, Haroldo Gonçalves de Jesus, Ricardo Luiz Saldanha da Silva, Nataly Yuri Costa, Naiane Maria bezerra da Silva, Ana Clara lima Moreira A ATUAÇÃO DO DISCENTE MONITOR NAS DISCIPLINAS DE BASE: RODA DE CONVERSA COMO ESTRATÉGIA PARA DIMINUIR A EVASÃO DO CURSO DE ENFERMAGEMAutores: Breno Augusto Silva Duarte, Haroldo Gonçalves de Jesus, Ricardo Luiz Saldanha da Silva, Nataly Yuri Costa, Naiane Maria bezerra da Silva, Ana Clara lima Moreira
Apresentação: A monitoria acadêmica é uma estratégia de ensino, que visa o aperfeiçoamento da graduação através da implementação de discentes monitores em práticas e experiências pedagógicas em componentes curriculares que possibilitam o vínculo no campo teórico-prático. Bem como aprofundar conhecimentos na área específica e contribuir com o processo de aprendizagem dos discentes monitorados, permitindo, portanto, o desenvolvimento didático que irá contribuir para uma formação mais completa e abrangente do estudante de enfermagem. Dentre os objetivos do programa de monitoria acadêmica da Universidade do Estado do Pará(UEPa) está a diminuição da evasão do ensino superior, ou seja, os monitores podem desenvolver atividades que visem aprofundar o conhecimento sobre as competências do profissional de enfermagem. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de monitores frente a atividades para diminuir a evasão do curso de enfermagem da UEPa. Desenvolvimento: este é um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, vivenciado por monitores do componente curricular Parasitologia Humana do curso de enfermagem da UEPa. Esta disciplina faz parte do eixo correspondente ao 2º semestre do curso. Tal experiência ocorreu no período de setembro de 2018 à dezembro de 2019. A partir de demandas trazidas pelos discentes monitorados em relação ao curso e a indecisão sobre continuar nele ou não, culminou na realização de rodas de conversa a fim de sanar dúvidas sobre o curso. Resultado: atendendo ao estabelecido no estatuto regente da monitoria da UEPa, os monitores desenvolvem atividades tanto em aulas teóricas quanto práticas, como auxílio na elaboração de trabalhos acadêmicos, revisão para a prova, elaboração de materiais didáticos, auxiliando também na aplicação de provas e correção das mesmas sob supervisão do professor orientador. A partir das atividades desenvolvidas nota-se que é criado um vínculo entre o monitor e a turma monitorada, favorecendo que a turma traga demandas que ultrapassam o caráter pedagógico do programa, visto que é notório o desconhecimento dos discentes, ainda calouros, sobre o curso. Então, rodas de conversa foram fundamentais para esclarecer os discentes sobre o que é a profissão e quais as respectivas áreas de atuação deste profissional e também indicando os que viria nos semestres seguintes. Considerações finais: É de suma importância ressaltar que a experiência na monitoria proporcionou crescimento pessoal e profissional como estudante de enfermagem, uma vez que, favoreceu uma visão real da docência e possibilitou o desenvolvimento de atributos necessários para o trabalho como enfermeiro, para a relação interpessoal entre monitores, docente orientador e discentes, com base em um aprendizado mútuo. Além disso, nota-se que o monitor é uma peça importante no vínculo com a turma e que este atua para a diminuição da evasão acadêmica através de conversas para esclarecimentos de dúvidas, a fim de destrinchar a profissão para que o aluno monitorado possa se ver em uma área de atuação e, assim, permanecer no curso. |
7612 | A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO ATRAVÉS DO ENSINO SERVIÇO E A PERSPECTIVA DO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE. SAMILY GUIMARAES ROCHA, Victória Caroliny do Nascimento Lea, Thalissa Thaina Santos de Souza, Priscila Bentes Rodrigues, Maicon de Araujo Nogueira A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO ATRAVÉS DO ENSINO SERVIÇO E A PERSPECTIVA DO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE.Autores: SAMILY GUIMARAES ROCHA, Victória Caroliny do Nascimento Lea, Thalissa Thaina Santos de Souza, Priscila Bentes Rodrigues, Maicon de Araujo Nogueira
Apresentação: A nova concepção de saúde trazida junto a implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) trouxe à tona questões no campo da formação superior, exigindo das universidades uma reestruturação de currículos de forma a aproximar a academia com os cenários de práticas, permitindo um perfil de egressos capazes de romper as bases do modelo médico assistencial. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, configurou-se em um novo paradigma para a formação. Na Enfermagem, mais especificamente, tem-se as Diretrizes Curriculares Nacionais para a graduação em enfermagem (DCN/ENF), cujo ideal básico é a flexibilização curricular, com vistas a possibilitar uma sólida formação de acordo com o estágio do conhecimento desenvolvido em cada área, permitindo ao graduado enfrentar as rápidas mudanças na área da saúde e seus reflexos no mundo do trabalho A integração Ensino-Serviço mostra-se quanto fundamental para o estudante da área de saúde, inserindo-o mais previamente possível na realidade, permitindo-lhe a coprodução de conhecimentos, habilidades e cuidados. Nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e nas políticas indutoras da reorientação da formação em saúde, os estágios supervisionados e as atividades complementares servem para enriquecer a formação dos futuros profissionais, por meio de vivências práticas e da realização de atividades diversas fora da sala de aula. A importância do preceptor, como mediador desse processo, é indiscutível, a partir da perspectiva de valorização dos saberes advindos da experiência do trabalho, na formação de outros profissionais, sendo, portanto, uma obrigatoriedade a qualificação dos profissionais que atuam na preceptoria, como parte indissociável da reordenação da formação superior em saúde. No curso de Enfermagem da Universidade da Amazônia, a matriz curricular permite a vivência de projetos e/ou estágios desde o quarto até o último ano de curso, nos diversos níveis de atenção de saúde, proporcionando ao aluno o desenvolvimento de habilidades humanizadas, críticas e relacionais frente à necessidade de tomada de decisões, como também, a aproximação da realidade de vida do usuário e os recursos do meio disponível para elaboração dos Projetos Terapêuticos Singulares (PTSs) e encaminhamentos/resoluções em situações-problema, promovendo o crescimento em amplos aspectos no processo formativo. Objetivo: A importância da atuação do enfermeiro através do ensino-serviço e a perspectiva do acadêmico de enfermagem no processo de aprendizagem da educação em saúde. Método: Trata-se de um estudo de caráter descritivo e exploratório de percepção acadêmica, com bases em reflexão teórica no período de agosto de 2019, após vivências em estágios obrigatórios em unidades de saúde conforme requisito obrigatório do curso de enfermagem da Universidade da Amazônia – UNAMA. Buscou-se compreender e traçar o perfil de competências e habilidades dos estudantes do curso de enfermagem que atuam nos serviços públicos de atenção primária à saúde quanto ao exercício da preceptoria e dos alunos sobre os estágios. Observou-se que as enfermeiras executam ações de educação em saúde relacionadas ao pré-natal, ao cuidado com o Recém-Nascido, calendário vacinal; também são realizadas orientações gerais sobre as DST, é feita a busca ativa de tuberculose e hanseníase, é desenvolvido um controle do diabetes e hipertensão, através do programa Hiperdia, preconizado pelo Ministério da Saúde. Ocorrem reuniões e palestras em grupos, onde são discutidos vários assuntos de saúde, são organizadas atividades físicas diárias para os idosos, e em todas as práticas executadas sempre há o incentivo do autocuidado. Os profissionais apontaram a importância da inserção dos alunos no serviço, porém relataram dificuldades para o exercício da preceptoria, principalmente, a falta de insumos e programas de capacitação, bem como, ausência de incentivo financeiro. As unidades de saúde não preparadas para o estagiário, às condições de precarização vividas no ambiente de trabalho, a demanda excessiva, desconforto do preceptor com o papel de professor, curta experiência na função de preceptoria são dificuldades apontadas e que fortalecem, inclusive, alguns argumentos daqueles que não se interessam pela inserção dos estudantes no serviço. Adicionalmente, a pesquisa buscou avaliar as percepções dos acadêmicos de enfermagem em relação às experiências de estágio no serviço e avaliação dos preceptores em que se observou a afirmação da importância dos estágios para a formação, mostrando tais experiências como positivas em sua maioria e uma avaliação favorável quanto aos profissionais preceptores. Resultado: A inclusão ensino-serviço foi fortalecida pelas iniciativas no âmbito da saúde, o que passou por fortalecer a corresponsabilização das instituições envolvidas no processo: a universidade na prestação e potencialização do cuidado e os serviços na atuação junto à formação e envolvimento dos preceptores. Dessa forma, entende-se que o estágio é um fator fundamental na efetividade do contato entre o estudante e a comunidade, mostrando amplos e relevantes benefícios no processo ensino-aprendizagem, oportunizando o desenvolvimento de relações, aguçando a percepção do indivíduo, que inserido no meio social terá experiências que resultarão numa formação mais humanizada em saúde. De acordo com as constatações e percepções presentes nesta experiência de pesquisa, destacou se a extrema necessidade da efetiva articulação entre universidades e cenários de prática, de forma a permitir a criação de programas de capacitação e iniciativas de educação permanente que alcancem um genuíno desenvolvimento dos processos de aprendizagem, pactuados a partir das necessidades e expectativas dos estudantes e profissionais, bem como, proporcionar ambientes de aprendizagem relevantes e impactantes para a evolução intelectual e humana dos trabalhadores e gestores do SUS. Considerações finais: A inclusão ensino-serviço é de extrema importância para a formação do futuro profissional. Merece destaque o fato dos profissionais que acolhem esses estudantes no serviço não receberem uma formação adicional específica, voltada para o exercício da preceptoria. Considera-se que para haver uma efetividade na evolução dos processos de aprendizagem, pactuados a partir das necessidades e expectativas, haja uma contínua consolidação na realização dos estágios, bem como o desenvolvimento de programas de educação permanente para os profissionais a fim de prepará-los para maximizar os processos de aprendizagem dentro dos serviços de saúde. Dessa forma, justifica-se o investimento na formação contínua dos enfermeiros, pois esses profissionais devem ser capazes de transformar a realidade social de uma comunidade, contribuindo para a solução dos problemas que afetam os usuários e atuando juntamente com a população. Assim, o enfermeiro passa a ser reconhecido e respeitado pela comunidade na qual desenvolve suas atividades. Portanto, acreditamos que o conteúdo deste estudo é de grande importância para os profissionais de saúde, pois permite uma reflexão sobre como tem sido sua atuação e seu vínculo com os usuários, deixando evidenciada a necessidade de capacitações que visem à qualificação contínua do profissional para atuar de maneira efetiva com a população. DESCRITORES: Educação em saúde. Enfermeiro-atuação. Saúde-prevenção. |
7651 | GÊNERO, SEXUALIDADE E CURRÍCULO: PERCEPÇÕES E PROPOSIÇÕES A PARTIR DE VIVÊNCIAS EM UMA ESCOLA MÉDICA FEDERAL Pedro Mendonça de Oliveira GÊNERO, SEXUALIDADE E CURRÍCULO: PERCEPÇÕES E PROPOSIÇÕES A PARTIR DE VIVÊNCIAS EM UMA ESCOLA MÉDICA FEDERALAutores: Pedro Mendonça de Oliveira
Apresentação: A sexualidade, segundo Michel Foucault, caracteriza-se como dispositivo de poder, que vem sendo utilizado de diversas maneiras ao longo da história da humanidade para a garantia e manutenção de privilégios. Desde o século XIX este dispositivo encontra na medicina um dos seus principais mecanismos de ação. A educação médica tende a ratificar o discurso heteronormativo e diagnosticar enquanto patologia os padrões desviantes. No que tange a discussão de gênero, trabalha-se de maneira geral com a categorização binária dos indivíduos, desdobrando-se da mesma maneira a implicação de sua sexualidade. O curso de medicina da universidade federal analisado conta com uma proposta metodológica – a espiral construtivista – que, assim como outras metodologias ativas, garante o protagonismo dos estudantes e dialoga com seus conhecimentos prévios, apostando no conceito de Aprendizagem Significativa. Este trabalho propôs-se a compreender como se trabalha o desenvolvimento do perfil de competência relacionado a gênero e sexualidade durante este curso de medicina, sob a perspectiva dos alunos. Por meio de grupos focais analisados à luz do Método de Interpretação dos Sentidos, este trabalho mostra que há uma influência positiva, ainda que indireta, na utilização das metodologias ativas, sobretudo em contraste com metodologias consideradas tradicionais. Também deflagra despreparo de grande parte do corpo de docentes e de preceptores acerca da temática. Ao avançar na discussão sobre elementos curriculares e extracurriculares que auxiliam ou dificultam a aquisição de competências durante o período de graduação, este trabalho sugere ainda um novo conceito: O Currículo de Margens/Marginal. Conclui-se que as metodologias ativas de ensino-aprendizagem configuram-se como estratégia contra-hegemônica frente ao dispositivo da sexualidade na garantia de biopoder, e propõe caminhos aplicáveis na reorientação destes conteúdos no currículo. |
7658 | PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES DE ODONTOLOGIA RELACIONADOS AO CHALLENGE BASED LEARNING (CBL) MAURICIO FERNANDO NUNES TEIXEIRA, Andreas Rucks Varvaki Rados, Juliana Bianchini, Suiane Souza da Silva, Marcus Cristian Muniz Conde PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES DE ODONTOLOGIA RELACIONADOS AO CHALLENGE BASED LEARNING (CBL)Autores: MAURICIO FERNANDO NUNES TEIXEIRA, Andreas Rucks Varvaki Rados, Juliana Bianchini, Suiane Souza da Silva, Marcus Cristian Muniz Conde
Apresentação: O curso de Odontologia da UNIVATES foi pensado a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos de Odontologia e tem como premissas o desenvolvimento de pensamento crítico, autonomia dos sujeitos e aprendizagem significativa. Está organizado em um currículo modular integrado e o uso de metodologias ativas de ensino e de aprendizagem buscam a formação de habilidades e desenvolvimento de competências previstas para o século XXI. Entre as metodologias utilizadas pelo curso está o Challenge Based Learning (CBL): um modelo de ensino que incorpora os melhores aspectos dos métodos para resolução de situações-problema, ao mesmo tempo que se concentra em problemas enfrentados no mundo real, procurando envolver a curiosidade dos sujeitos e despertar o desejo de aprender. Isto torna a resolução de problemas reais o centro do currículo, dando aos estudantes acesso a ferramentas do mundo moderno, exigindo que trabalhem de forma colaborativa e sejam capazes de gerenciar seu próprio tempo. O objetivo deste trabalho é analisar as reflexões dos estudantes de uma turma do curso de Odontologia da Univates sobre o desenvolvimento do planejamento como conteúdo abordado através do CBL. Desenvolvimento: Através do desenvolvimento do conteúdo relacionado ao planejamento os estudantes da turma do quarto módulo do curso foram provocados a produzir textos que abordassem um tema geral (Big Idea), de relevância mundial, que os afetasse. A partir dos textos, eles foram divididos em grupos e a sequência da proposta (framework) foi sendo conduzida por etapas em cada aula subsequente (09 encontros), sempre retomando o tema do planejamento. Foram formuladas questões que pudessem dirigir a pesquisa pelos temas escolhidos (Essencial Question e Guide Questions) e indicados os recursos e as atividades (Guides Resources e Guide Activities) necessárias para organizar uma solução local (Solution). Estes eram os passos propostos para responder ao Desafio (Challenge) também imposto pelos estudantes. Ao final do processo, os estudantes deveriam tornar públicas suas soluções e refletir sobre o desenvolvimento do seu processo de ensino e de aprendizagem registrando em um documento, todas as informações obtidas. Resultado: A turma que participou deste módulo é composta por 24 estudantes que foram divididos em 8 grupos e os temas globais (Big Idea) elencados foram: intolerância religiosa; depressão; desigualdade de gênero; desrespeito à natureza; desigualdades em saúde; iniquidades em saúde; destruição do ecossistema; tráfico de drogas e violência. Os desafios (challenge) propostos a partir disto foram: Mostrar as diferenças religiosas para estudantes e tentar entender o porquê isso gera tanta polêmica e desavenças. Fazer com que a comunidade acadêmica entenda como lidar com a pessoa depressiva. Encorajar mulheres lajeadenses a se empoderar. Fazer com que mais pessoas sejam atendidas na UPA com sucesso e qualidade. Promover ações para os estudantes da Univates, as quais possam diminuir o impacto do uso demasiado de recursos da Terra. Conscientizar os futuros profissionais do Curso de Odontologia da UNIVATES acerca do racismo institucional presente nos serviços de saúde. Conscientizar os estudantes da Univates sobre a importância da nossa biosfera e sobre porque devemos conservá-la. Fazer com que as pessoas se conscientizem que a criminalidade e o uso de drogas podem trazer prejuízos permanentes. Como soluções foram propostas Rodas de conversa; Plantação e cultivo de mais árvores no campus; Banner para a mostra de trabalhos do curso; Cartazes a serem espalhados pelo campus; Folheto com informações sobre o funcionamento da UPA e Seminário de discussão sobre a intolerância religiosa. A análise de conteúdo baseada nas reflexões sobre o processo mostraram que as manifestações dos estudantes trouxeram, em boa medida, um entendimento sobre a importância do planejamento e do trabalho em equipe, não só na vida acadêmica, mas para suas vidas como demonstrado nas frases: “Com certeza o CBL nos proporcionou muitas coisas boas e experiências novas, nos ajudou a crescer enquanto acadêmicas e a expandir nossa visão de mundo.” “Acredito que, a nossa futura profissão, principalmente, por ser da área da saúde necessita de planejamentos bem elaborados para melhores decisões clínicas tanto para os usuários quanto para os profissionais.” O problema a ser solucionado se torna mais palpável se ele for real e isto traz mais motivação para o desenvolvimento do framework. Foi relatado sobre a percepção da importância dos passos do planejamento e o quanto o tempo designado a cada passo é importante: “Aprendi que é de extrema importância seguir os passos na ordem certa, com início, meio e fim, sem pular nenhuma etapa.” “Esta atividade foi interessante pois o método Challenge Based Learning simplifica o trabalho ao passo que fragmenta a atividade, e a cada encontro o grupo avança de etapa sem se preocupar com a etapa final.” Também apareceu a necessidade de paciência para ouvir os colegas e discutir as ideias que muitas vezes são discordantes: “Desenvolvi muita paciência também pois nesse processo, nada pode ser feito às pressas e o importante é se concentrar para fazer cada etapa com calma e como se fosse única, para ter um resultado final esperado e de qualidade.” “Achei bem interessante o processo todo. É de extrema importância sabermos lidar com o planejamento seja para qual for a solução. Sendo assim, conseguimos ver como funcionam as etapas e como é preciso ter paciência para pensar, planejar e solucionar os problemas.” Alguns estudantes relataram que o processo poderia ser mais sucinto e feito em menos encontros: “. acredito que se estendeu muito, o que leva a dispersão dos alunos, se fosse realizado em uma ou duas aulas, se tornaria mais dinâmico, assim ao meu ver, seria tirado melhor proveito.”Considerações finais: Este framework foi proposto em 2009 e não existem muitos relatos de seu uso. Temos que ressaltar o caráter inovador da proposta e que ela se encaixa perfeitamente ao trabalhar o tema do planejamento como conteúdo importante na formação de profissionais capazes de administrar e gerenciar seu trabalho. Ao propor a discussão de um tema global que afete os estudantes estamos trabalhando com aprendizagem significativa; ao dividir os estudantes em grupo estamos desenvolvendo a competência da comunicação e todos os problemas do trabalho em equipe; ao propor que descrevam os passos e os recursos necessários estamos abordando a administração e o gerenciamento e por fim, ao exigirmos a publicação dos resultados estamos estimulando o uso de tecnologias de informação e comunicação. Os estudantes apresentam as dificuldades relacionadas ao utilitarismo ao qual estão acostumados. Muitas vezes focam na solução do problema e não respeitam os passos propostos pelo framework. Outras vezes tentam adaptar os passos à solução já pensada. O que se percebe é que após um estranhamento inicial o engajamento é maior e a escolha por temas que afetam seus comportamentos resultam em um produto melhor acabado. O CBL é uma metodologia que induz o trabalho em equipe, oportunizando a trabalhar com problemas do mundo real e o desenvolvimento de pensamento crítico a respeito desses problemas na realidade local. Ainda permite ao estudante ter protagonismo na busca de soluções e possibilita influenciar a comunidade a enfrentar e refletir essas situações. Além disso, permitiu que os estudantes direcionassem o curso de sua aprendizagem e envolvessem os professores de forma solidária no papel necessário de tutores. |
7662 | A APRENDIZAGEM BASEADA EM CASOS NO ENSINO DA SEGURANÇA DO PACIENTE IDOSO COM DEMÊNCIA Doralice das Graças de Melo Calvo, Ana Karine Ramos Brum, Debora Cristina Mendonça de Andrade A APRENDIZAGEM BASEADA EM CASOS NO ENSINO DA SEGURANÇA DO PACIENTE IDOSO COM DEMÊNCIAAutores: Doralice das Graças de Melo Calvo, Ana Karine Ramos Brum, Debora Cristina Mendonça de Andrade
Apresentação: Metodologias ativas de ensino e aprendizagem, onde o aluno participa ativamente da construção do seu aprendizado e o professor atua como um facilitador deste processo estão sendo amplamente estudadas e valorizadas no cenário educacional atual. No ensino da Segurança do Paciente(SP), a Organização Mundial da Saúde, publicou em 2011, o Guia curricular de Segurança do Paciente da Organização Mundial de Saúde; Edição Multiprofissional, que foi traduzido pela PUC Rio em 2016. Este guia, que traz diretrizes para o ensino da segurança do paciente para a graduação, nos orienta o uso de metodologias ativas de ensino e aprendizagem na área da S P. Desde a publicação de um estudo de Harvard em 1991 sobre danos médicos e litígios, onde surge pela primeira vez o fato de que o cuidado a saúde pode levar a danos ao paciente, que a SP tem sido uma preocupação a nível mundial. Um dos resultados deste processo é a inclusão do tema da segurança do Paciente no ensino técnico, na graduação e na pós graduação. Ela é um dos seis atributos da qualidade do cuidado com grande impacto para os pacientes, familiares e profissionais de saúde. Apesar de no Brasil o Programa Nacional de Segurança do Paciente, portaria MS/GM nº 529/2013, trazer dentro dos seus eixos a inclusão deste tema no ensino, na prática, ele ainda é abordado de forma incipiente. Por outro lado, temos o tema do envelhecimento populacional que é uma realidade a nível mundial e uma grande conquista da humanidade, mas que nos traz também grandes desafios. As variações no estado de saúde, níveis de participação, autonomia e independência das pessoas que envelhecem demandam ações específicas para que estes indivíduos possam ter uma melhor qualidade de vida. As doenças crônico degenerativas tem uma grande prevalência nesta fase e dentre elas, as Demências, que evoluem com prejuízo da capacidade funcional e um grande impacto para o indivíduo, a família e a sociedade. Neste trabalho temos como objetivo relatar a experiência do uso da aprendizagem baseada em casos numa oficina pedagógica para o ensino do gerenciamento da segurança do paciente idoso com demência no contexto domiciliar para alunos de pós graduação multiprofissional de um Serviço de Geriatria de uma universidade federal. Este trabalho é uma produção do LabQualiseg UFF, que é um laboratório de produção de tecnologias educacionais na temática do gerenciamento da segurança do paciente do Departamento de Fundamentos de Enfermagem e Administração – MFE da Universidade Federal Fluminense (UFF). Desenvolvimento:. A oficina para o gerenciamento da segurança do paciente idoso com demência no contexto domiciliar teve duração de quatro horas e aconteceu no segundo semestre de 2019 no serviço de Geriatria de uma Universidade Federal. Os participantes da oficina foram profissionais discentes de uma residência multiprofissional e de um curso de especialização interdisciplinar em gerontologia e geriatria. Participaram 21 profissionais das áreas de enfermagem, educação física, medicina, nutrição, psicologia, fisioterapia, fonoaudiologia e pedagogia. Foi elaborado um roteiro para a oficina contemplando as etapas da sensibilização e reflexão acerca do tema, seguido do embasamento teórico e construção dentro da experiência profissional de cada um de um plano de intervenção para o gerenciamento da segurança do paciente idoso com demência no contexto domiciliar. Para a elaboração deste plano foi utilizada a aprendizagem baseada em casos, onde junto com os princípios do sentir, pensar e agir da oficina, os participantes construíram e refletiram acerca de casos clínicos de idosos com demência. Na aprendizagem baseada em casos, um caso, problema ou investigação é utilizado para a construção do conhecimento, habilidades e atitudes. O conteúdo dos casos e o processo de discussão acontecem juntos. Inicialmente na fase da sensibilização, disponibilizou se um vídeo sobre pacientes e familiares com Doença de Alzheimer em diferentes fases e a partir daí, os participantes foram encorajados a relatar suas experiências profissionais com casos de pacientes portadores de demência. Em seguida no desenvolvimento da oficina; através da exposição dialogada, conteúdos da SP, envelhecimento, demência e contexto domiciliar foram abordados. A partir daí dividiu se os participantes em 3 grupos e através de um brainstorming os participantes de cada grupo, pensaram e relataram rapidamente casos clínicos de idosos com demência que já tiveram conhecimento em sua prática clínica e, ao final dentre os casos relatados, cada grupo selecionou e montou um caso clínico. O caso foi construído então a partir das experiências profissionais de cada um numa visão Multiprofissional. E através de um instrumento, o plano de intervenção, cada grupo relacionou os riscos à segurança do paciente idoso com demência no domicílio correlacionando os as metas internacionais de segurança do paciente, elaborando então um plano de intervenção para este caso, contendo as ações de segurança preconizadas e a área profissional envolvida no gerenciamento daquele risco. Ao final, no encerramento os resultados encontrados foram apresentados por cada grupo para todos os participantes através da dramatização. Resultado: Observado grande adesão por parte dos participantes a proposta. Foram elaborados três casos clínicos, listados os riscos à segurança, as metas correlacionadas aos riscos e as ações de prevenção por categoria profissional. Os seguintes riscos foram apontados; Infecção, infecção na manipulação de dispositivos , lesão por pressão, imobilidade, quedas, broncoaspiração, administração inadequada de medicamentos, falha na comunicação, desnutrição, não adesão ao tratamento e baixa acuidade visual. As metas de segurança do paciente correlacionadas a estes riscos foram: melhorar a comunicação efetiva, melhorar a segurança de medicamentos de alta vigilância, reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados de saúde, reduzir o risco de lesões decorrentes de quedas e lesões por pressão de pacientes. Alguns riscos apontados não puderam ser correlacionados as metas internacionais de segurança, porem envolvem a segurança no cuidado da saúde e são associados ao quadro clínico das Demências. As quedas e o uso inadequado das medicações foram os riscos mais citados. Não foram correlacionados riscos as metas de identificação correta do paciente e cirurgia segura. As ações de prevenção foram relacionadas as áreas profissionais dos participantes e a outras áreas que não estavam no grupo demonstrando uma percepção pelo grupo de uma visão multiprofissional. Os riscos apontados pelos participantes corroboram os riscos encontrados na literatura. Um aspecto importante foi a identificação e percepção de riscos que não são associados as metas internacionais de SP mas que são do quadro clínico das Demências e que devem ser prevenidos no cuidado a saúde. Considerações finais: .: Como uma técnica versátil, a oficina pedagógica permite o uso de outras técnicas e ferramentas durante a sua execução. Neste caso, a aprendizagem baseada em casos, técnica para pequenos grupos, facilitou o desenvolvimento do pensamento crítico e reflexivo através da construção dos casos baseados na vivência profissional de cada um. Com a elaboração, discussão dos casos e a construção de um plano de cuidado multiprofissional, o conteúdo acerca da segurança do paciente, das questões do envelhecimento e das Demências foi melhor compreendido e assimilado. A aprendizagem baseada em casos mostrou ser efetiva para o ensino desta temática. |
7669 | A EXPERIÊNCIA DE IMPLANTAÇÃO DE FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS NO INTERNATO MÉDICO EM SAÚDE DA FAMÍLIA Julia Morelli A EXPERIÊNCIA DE IMPLANTAÇÃO DE FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS NO INTERNATO MÉDICO EM SAÚDE DA FAMÍLIAAutores: Julia Morelli
Apresentação: A experiência de implantação de ferramentas pedagógicas no internato médico em saúde da família. A medicina de família e comunidade é uma especialidade médica jovem ligada aos cuidados na atenção primária à saúde. Desde a década de 90 vem crescendo como disciplina acadêmica e campo de prática profissional no Brasil, devido ao investimento público no fortalecimento da atenção primária. Com vistas à formação de profissionais, as diretrizes curriculares de 2014 apontaram claramente a necessidade de ampliação da exposição dos estudantes de medicina aos cenários de atenção primária. Para tanto, na Faculdade de Medicina de Petrópolis, o internato em saúde da família cresceu para alcançar as 16 semanas obrigatórias no 6º ano da graduação que ocupam hoje. Este trabalho visa apresentar as ferramentas pedagógicas implantadas a partir de oficinas com os preceptores de campo (profissionais médicos e enfermeiros das 18 equipes de saúde da família do município que recebem alunos do 6º ano) que foram realizadas bimestralmente ao longo de 2019. Desenvolvimento: Para que fosse possível homogeneizar e dar direção às atividades em tantas equipes diferentes o instrumento “Passaporte – internato saúde da família” foi construído pela coordenação do internato em parceira com os preceptores ao longo de 2019. Os alunos devem comprovar a realização das diversas atividades (desde confecção de familiograma até realização de pequenos procedimentos cirúrgicos) e são estimulados a refletirem sobre o aprendizado que proporcionaram através de comentários (semente de um portfólio reflexivo). Também com o intuito de homogeneizar e qualificar as atividades realizadas em tantas e dispersas unidades de saúde, implementamos o eixo teórico do internato para os estudantes. Este começou ser aplicado com apenas quatro temas: método clínico centrado na pessoa, abordagem familiar, sexualidade e atenção integral à pessoa idosa. Após a avaliação positiva dos estudantes e também dos preceptores que puderam ver impacto benéfico na atuação dos alunos nas equipes decidimos ampliar os temas. Atualmente são abordados os seguintes temas: Método clínico centrado na pessoa - Registro clínico orientado por problemas - Humanização da assistência através de habilidades de comunicação - Princípios da Atenção Primária à Saúde - Abordagem familiar - Sexualidade - Exames de rastreio - Atenção ao abuso de álcool e outras substâncias Resultado: Os novos instrumentos proporcionam uniformização do ensino e possibilidade de melhor aferição da aquisição de conhecimentos pelos alunos. Além disso, o impacto na assistência das equipes à população pode ser percebida através do desejo dos profissionais em qualificar-se, do comprometimento em ampliar a carteira de serviços (devido ao estímulo do Passaporte) e nas solicitações de capacitação por parte dos preceptores nos temas do eixo teórico para que possam aproximar sua prática diária dos objetivos educacionais do internato. Considerações finais: As contribuições da experiência em atenção primária na formação profissional médica são inúmeras e documentadas. Para tanto, a qualificação do momentos de contato com a atenção primária é pedra angular para que essa experiência não seja uma oportunidade perdida. |
7685 | REPENSANDO O PROCESSO DE FORMAÇÃO PARA PRECEPTORIA Adriane das Neves Silva, Solange das Neves Silva, Cynthia das Neves Silva, Fábio Batista Miranda REPENSANDO O PROCESSO DE FORMAÇÃO PARA PRECEPTORIAAutores: Adriane das Neves Silva, Solange das Neves Silva, Cynthia das Neves Silva, Fábio Batista Miranda
Apresentação: O tema abordado é pensar a influência da formação tradicional pautada no modelo biomédico para o exercício da preceptoria em relação ao novo perfil dentro do cenário atual de saúde. Objetivo: repensar o exercício da preceptoria a partir das atividades pedagógicas propostas para a construção no Curso de Especialização em preceptoria no Sistema Único de Saúde - SUS. Desenvolvimento da experiência: reflexão a partir das atividades desenvolvidas no curso de preceptoria no SUS, a partir das lacunas apresentadas na formação desse profissional, que contribui para os nós críticos da prática de cuidado, pois, sendo o preceptor o orientador, o mesmo deve ter habilidades e competências que estejam de acordo com Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação em Saúde. Resultado: um fato que tem se destacado durante anos na formação superior é que para ser preceptor no ensino superior, basta ter graduação e/ou especialização em sua área, com ênfase na competência técnica de sua área de atuação. Dentre as principais competências que o preceptor deve ter destacam-se a atenção à saúde e a preceptoria que diz respeito a relação do profissional com as pessoas sob seus cuidados, favorecendo o acesso e a construção de vínculos desses com os serviços, favorecendo a investigação de problemas de saúde individuais e coletivos, promovendo um cuidado integral à saúde individual e coletiva. Outra habilidade relevante para o preceptor é a de gestão no trabalho e da educação na saúde, que promove o desenvolvimento de ambos, promovendo a articulação do trabalho e da educação no exercício da preceptoria. No que se refere à competência de Educação, direciona para a formação profissional e produção de conhecimento em saúde, identificando as necessidades de aprendizagem dos estudantes e desenvolve atividades educacionais a partir dessas necessidades apresentadas, além de avaliar programas educacionais desenvolvidos no contexto do SUS e a partir daí promover a produção de novos conhecimentos. Neste contexto é de fundamental importante a revisão do papel do preceptor, tendo em vista as atividades apresentadas no cenário de formação apresentado, onde o mesmo não deve reproduzir o modelo conservador de ensino, a construção do conhecimento deve ser debatida, problematizada, pois a para potencializar a aprendizagem a partir da experiência vivenciada pelo educando, requer que a mesma seja refletida. Considerações finais: Para ser docente e/ou preceptor, além de conhecimentos e técnicas, o desenvolvimento de suas atividades deve ser permeado de valores, e cabe aos mesmos se conscientizarem da importância de refletirem sua própria prática. É evidente que o preceptor para ser qualificado com profissional da educação, deve além dos conhecimentos já adquiridos pela sua formação, desenvolver competências pedagógicas especificas necessárias a formação docente. |
7709 | A EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE COMO ORIENTADORA DA FORMAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA Naiara Sperandio, Amábela de Avelar Cordeiro, Rute Ramos da Silva Costa, Vanessa Schottz, Flávia Farias Lima, Márcia Regina Viana, Luana Silva Monteiro A EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE COMO ORIENTADORA DA FORMAÇÃO EM SAÚDE COLETIVAAutores: Naiara Sperandio, Amábela de Avelar Cordeiro, Rute Ramos da Silva Costa, Vanessa Schottz, Flávia Farias Lima, Márcia Regina Viana, Luana Silva Monteiro
Apresentação: O Consenso sobre Habilidades e Competências do Nutricionista no Âmbito da Saúde Coletiva evidencia a importância do papel eminentemente educador desse profissional. Nessa perspectiva, o Marco de Referência em EAN para as Políticas Públicas (MREAN), publicado em 2012 pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), se configura em um importante instrumento de apoio às ações educativas desenvolvidas pelo nutricionista, uma vez que estabelece um conjunto de princípios, diretrizes e os campos de prática. O MREAN recomenda abordagens e recursos educacionais problematizadores e participativos. Entretanto, apesar dos avanços no reconhecimento sobre sua importância e de haver um consenso de que a educação crítica deve embasar o processo de formação do nutricionista, contudo, o exercício desta perspectiva ainda apresenta fragilidades. Assim, o presente relato busca apresentar a experiência do Curso de Nutrição do Campus UFRJ – Macaé em ter a Educação Popular em Saúde como orientadora da formação em Saúde Coletiva. Desenvolvimento: Em 2016, buscando alinhar o currículo do curso de Nutrição do Campus UFRJ – Macaé aos princípios e diretrizes do MREAN, assim como, proporcionar uma formação que contribua para um fazer educativo transformador, os princípios da educação popular passaram a ser adotados como eixo teórico-metodológico das disciplinas de Saúde Coletiva que tratam do tema Educação em Saúde e Educação Alimentar e Nutricional. A disciplina Saúde da Comunidade I, que ocorre no primeiro período, passou a ser o lócus para o primeiro contato com os princípios da Educação Popular (EP) e da Educação Popular em Saúde (EPS), que mais adiante são consolidados nas disciplinas específicas do ciclo profissionalizante, a Educação Alimentar e Nutricional I, II e III. As quatro disciplinas oferecem oportunidade, não somente para o aprofundamento dos conceitos teóricos, como experiências de interação com grupos populacionais diversos, por meio das quais se estabelecem relações de troca e construção de conhecimentos. Resultado: A formação do profissional de saúde-nutricionista-educador a partir dos referenciais da EPS tem sido considerada importante pelos discentes, especialmente por seu potencial de transformação de todos os envolvidos nas ações educativas realizadas no âmbito das disciplinas. Nesse contexto, a participação ativa dos alunos durante o seu processo de formação, tem possibilitado o conhecimento da realidade e das necessidades da sociedade, orientando os mesmos para as diferentes articulações entre teoria e prática necessárias ao atendimento das demandas sociais. Considerações finais: A Educação Popular em Saúde como orientadora da formação em Saúde Coletiva contribui para que os futuros profissionais de saúde-nutricionista-educador desenvolvam cidadania, responsabilidade social, postura reflexiva e visão crítica, além de contribuir para uma formação interprofissional, favorecendo uma aprendizagem dinâmica e autônoma. |