497: Desenhos didáticos e práticas na formação em saúde
Debatedor: Marianna Araújo
Data: 31/10/2020    Local: Sala 05 - Rodas de Conversa    Horário: 10:30 - 12:30
ID Título do Trabalho/Autores
8977 MUDANDO O OLHAR PARA A FORMAÇÃO TÉCNICA NO CUIDADO DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÕES VULNERÁVEIS
ANGÉLICA BARRA MARIANO, ADRIANE DAS NEVES SILVA

MUDANDO O OLHAR PARA A FORMAÇÃO TÉCNICA NO CUIDADO DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÕES VULNERÁVEIS

Autores: ANGÉLICA BARRA MARIANO, ADRIANE DAS NEVES SILVA

Apresentação: A Política Nacional de Humanização (PNH) tem como intuito o funcionamento, fortalecimento e consolidação do SUS, porém alguns usuários acabam sendo excluídos do Sistema, por não se sentirem parte, não ter o sentimento de pertencimento. A necessidade de se trabalhar a PNH na formação para que ocorra a ambiência e acolhimento independente da raça, gênero e classe, além de ampliar o diálogo entre gestão, trabalhadores e usuários, aumenta a coresponsabilidade na produção de saúde. Uma forma de trabalhar a PNH na formação para promover o cuidado com as populações vulneráveis, a fim de lapidar os olhares dos futuros profissionais técnicos da saúde e usar metodologias que facilitem o ensino-aprendizado e que permitam aos educandos se apropriarem de conhecimento de uma forma dinâmica. Objetivo: Promover uma oficina que trabalhe temas relacionado às políticas e estratégia de saúde para populações vulneráveis, na perspectiva de construção de novos significados, e desenvolvendo de capacidades cognitivas e atitudinais frente a uma situação profissional. Método: oficinas pedagógicas com uso de metodologias ativas de ensino, utilizando relatos de práticas. Discussão: acredita-se que a oficina proporcione a aluno um contato com as políticas do SUS, e que o torne proativo e engajado para atuar no Sistema, e com as equipes de trabalho, gestores e usuários, que ele seja capaz de pensar criticamente e contribuir para transformação das práticas de cuidado à população vulnerável; e que juntos possamos alcançar os propósitos da PNH, respeitando a privacidade e promovendo a ambiência acolhedora e confortável da intenção de minimizar os preconceitos e (re) aproximando todos os usuários do Sistema, pois acreditamos num SUS engajado na defesa da vida, e que para tanto inclui o envolvimento de todos os atores. A experimentação da oficina para trabalhar relatos de práticas voltados para os grupos vulneráveis, em especial a população LGBT, torna possível a criação de oficinas com outras temáticas transversais na saúde, lapidando os olhares dos nossos futuros profissionais técnicos, fortalecendo o compromisso com a ampliação dos direitos e diretrizes do SUS, garantindo o direito a saúde, diminuindo as desigualdades e assegurando a ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação necessários a construção de uma sociedade mais justa e solidária. Considerações finais: O desenvolvimento da oficina vem da necessidade de aumentar o contato dos alunos com as situações vivenciadas dentro do sistema de saúde, e de voltar os olhares para necessidades e realidades que muitas vezes pela correria do dia a dia passam despercebidos, a oficina vem com a proposta de educar para o cuidado das populações vulneráveis, justamente para dar condições de atendimento melhores para as populações como a LGBT, os negros, as mulheres em trabalho de abortamento que por vezes são discriminadas pelas suas formas de encarar o mundo, o que se pretende com a oficina e tornar os futuros profissionais da saúde mais sensíveis as diversas realidades, e com isso aproximar os usuários do Sistema, para eles sintam se parte, e não se envergonhem ou sintam se diminuídos ao procurar e reivindicar os seus direitos, principalmente aos direitos de saúde.

9590 ANTIGAS DEMANDAS COM UMA NOVA PERSPECTIVA PEDAGÓGICA
Alex Martins Machado, Taiana Gabriela Barbosa de Souza, Antonio Pancracio de Souza

ANTIGAS DEMANDAS COM UMA NOVA PERSPECTIVA PEDAGÓGICA

Autores: Alex Martins Machado, Taiana Gabriela Barbosa de Souza, Antonio Pancracio de Souza

Apresentação: O Aedes Egypti adaptou-se muito bem ao clima brasileiro o que favorece sua disseminação por todo o território, o que somado à falta de iniciativas efetivas contra a sua proliferação acaba propiciando a ocorrência de epidemias em praticamente todo o país. Isto traz à tona a carência de iniciativas eficazes capazes de melhorar este cenário tão desagradável. Umas das alternativas encontradas seria permitir com que a população tenha acesso ao conhecimento científico de uma maneira capaz de embasar sua atuação de forma favorável ao controle deste mosquito, já que se comprovou que ações unilaterais sem o envolvimento da comunidade não foram capazes de diminuir a incidência dos casos de arboviroses entre os brasileiros. Dessa maneira, como o Governo Federal inseriu as ações de combate ao Aedes a. no Programa Saúde nas Escolas por meio da Portaria Interministerial 1.055, de 25 de abril de 2017, deixou-se uma lacuna em relação ao material que poderia ser utilizado como base para as atividades a serem desenvolvidas com a finalidade de contemplar os objetivos que assim surgiram. Neste momento surgiu a iniciativa de desenvolver uma cartilha pedagógica intitulada “Programa Saúde na Escola: Ações de combate ao mosquito Aedes aegypti” que procura abordar as seguintes temáticas sobre este vetor: fazes de desenvolvimento do mosquito; sintomatologia das arboviroses e o controle vetorial por meio da utilização de metodologia que fosse capaz de proporcionar o aprendizado de uma forma lúdica e divertida. Seu desenvolvimento ocorreu durante o período de um ano por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Um processo que ocorreu em quatro etapas: escolha do conteúdo, baseado na literatura científica; preparação dos assuntos a serem abordados com o público alvo; criação das ilustrações e formatação da cartilha. O trabalho resultou em uma cartilha concisa que oferece textos base e indicações de dinâmicas e oficinas para a abordagem destas temáticas. Conseguimos validar este material por meio da aplicações de suas atividades com duas turmas de 4° e 5° ano em uma Escola Municipal do município de Campo Grande – MS. Dessa maneira, conseguiu-se comprovar que ele está de acordo com o preconizado pelas premissas dos materiais do PSE para trabalhar temas relacionados ao Combate do A. aegypti no âmbito escolar. Com isso, consegue-se suprir a carência que nasceu com a Portaria 1055 de 2017. Hoje a cartilha encontra-se disponível como e-book com livre acesso para que os interessados possam utilizá-la como um artifício durante a abordagem das temáticas que ela engloba. Uma maneira de colocar em prática o papel social da universidade, compreendendo a lógica básica de que a incidência das doenças transmitidas por vetores poderia diminuir, se o responsável por sua dispersão tivesse suas ações controladas.

10143 A IMPORTÂNCIA DA METODOLOGIA ATIVA FRENTE À CONSTRUÇÃO DE RELAÇÃO MÉDICO PACIENTE NO SETOR DE ISTS PEDIÁTRICO.
Ana Carolina Drehmer Santos, Gabriella Monteiro Marques, Brendha Zancanela Santos

A IMPORTÂNCIA DA METODOLOGIA ATIVA FRENTE À CONSTRUÇÃO DE RELAÇÃO MÉDICO PACIENTE NO SETOR DE ISTS PEDIÁTRICO.

Autores: Ana Carolina Drehmer Santos, Gabriella Monteiro Marques, Brendha Zancanela Santos

Apresentação: O conceito de saúde da Organização Mundial da Saúde formou-se em 1948 através de nova perspectiva que busca a integralidade dos sujeitos incluindo as dimensões sociais, políticas e culturais. A educação em saúde brasileira, no entanto, está centrada ainda na dicotomia saúde-doença da prática "biomedicalizadora". Em contraposição com a perspectiva de formação dominante, o curso de Medicina da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, surge pelo Programa “Mais Médicos” com a proposta de saber inovador via metodologia ativa com enfoque em saúde pública. Nesse contexto, uma aluna do sétimo semestre propôs desenvolvimento de relação médico paciente e interdisciplinaridade na pediatria do setor IST/AIDS do Sistema Único de Saúde (SUS), possibilitando às crianças do relato garantia do acesso à saúde mediante cura das agudizações por imunodeficiência e manejo das cronicidades. Objetivo: Demonstrar a importância de uma nova perspectiva crítica e ativa na formação em saúde para garantir presente e futuro digno às crianças usuárias do serviço de saúde brasileiro. Desenvolvimento: A. L, 8 anos e I. L., 4 anos, crianças HIV positivas com alta carga viral por transmissão vertical, última consulta há mais de 3 meses. Acompanhadas da mãe, em um primeiro momento se mostrou muito receosa e escusa com o serviço, negando atendimento com estudantes. Após conversa com preceptores sobre a importância da consulta, ela permaneceu. As meninas apresentavam quadro de pneumonia, e respectivamente furúnculo e conjuntivite bacteriana. De acordo com as consultas com a aluna em que as dimensões psico-sociais foram trabalhadas contando com apoio de serviço social, foi identificada falta de recursos para chegar à Unidade, além de conhecimento sobre a importância do uso de terapia antirretroviral. Através de consultas semanais e integração do Conselho Tutelar e serviços de psicologia, iniciou-se o controle da imunodeficiência que ameaçava gravemente a vida das crianças. Resultado: Na pediatria, a integralidade e o sistema de referência e contrarreferência assumem papel fundamental na garantia de uma infância saudável. Deve-se ressaltar que em crianças HIV positiva esse controle é ainda mais rígido devido ao risco de morte e complicações da imunodeficiência, além da vulnerabilidade social. A construção de vínculo com os responsáveis é, portanto, ferramenta determinante no processo. No serviço da cidade, observou-se esfera sociocultural olvidada e princípio da Integralidade desrespeitado. A inserção dos alunos com práticas inovadoras, conscientes do novo conceito em saúde, dos princípios do SUS e do Estatuto da Criança e do Adolescente possibilitou a identificação das razões do panorama encontrado. A resolução dos quadros agudos e crônicos foi baseada na construção da relação médico paciente, interdisciplinaridade e valorização das dimensões além de saúde-doença. Considerações finais: A metodologia ativa retira os alunos do conforto da passividade e os coloca como protagonistas do próprio conhecimento. A proposta de uma visão crítica dos contextos vividos como futuros profissionais da saúde acompanha, ainda, a busca por transformar a realidade e propor alternativas para os obstáculos vivenciados. Dessa forma, busca-se o direito à saúde e a promoção de uma infância de qualidade.

12262 TIPOS DE EDUCAÇÃO: MONITORIA E UTILIZAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS COMO PROCESSO DE EMPODERAMENTO DO ACADÊMICO
Marley Valéria de Andrade Barata, Amanda Loyse da Costa Miranda, Joyce Regina Pereira, Stephanne Barboza Monteiro, Valéria Gabriele Caldas Nascimento, Geyse Aline Rodrigues Dias

TIPOS DE EDUCAÇÃO: MONITORIA E UTILIZAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS COMO PROCESSO DE EMPODERAMENTO DO ACADÊMICO

Autores: Marley Valéria de Andrade Barata, Amanda Loyse da Costa Miranda, Joyce Regina Pereira, Stephanne Barboza Monteiro, Valéria Gabriele Caldas Nascimento, Geyse Aline Rodrigues Dias

Apresentação: Entende-se como educação em saúde o processo educativo de construção de conhecimentos que visa à apropriação temática pela população, buscando a capacitação e troca de saberes, a fim de garantir à promoção à saúde e melhores condições de vida. Uma vez que esse método educacional proporciona combinações de ações e experiências de aprendizado, essa ferramenta visa empoderar e, consequentemente, aumentar a autonomia de usuários no que diz respeito ao autocuidado, pois é planejada com o intuito de habilitar clientes a obterem controle sobre fatores  e comportamentos determinantes em seu processos de saúde-doença - desde os hábitos de higiene íntima de determinada população, até comportamentos que afetam o coletivo, como queimadas e a problemática do lixo -, levantando debates com usuários, profissionais e gestores para atender determinadas situações nas quais se fazem necessárias intervenções e instruções diretas sobre temáticas específicas. Já a educação na saúde busca métodos diferenciados de ensino-aprendizagem com intuito de integrar a teoria com a prática no serviço, desenvolvendo, desse modo, reflexão acerca de problemas reais - como a prestação de serviço à pessoas com deficiências (PCDs) ou o manuseio de máquinas de alta complexidade -, buscando a construção de soluções originais e criativas capazes de modificar a realidade de trabalho. Entendendo a relevância da temática e compreendendo a mesma como uma das competências primordiais do enfermeiro (a educação em saúde com o usuário e na saúde com a equipe de profissionais sob sua supervisão), notou-se a importância da explanação sobre os tipos de educação durante o processo de ensino realizado na graduação como forma de garantir a formação de profissionais seguros e capacitados a conduzir processos educativos, seja para a população, seja para a equipe de saúde. Nesse contexto, a monitoria acadêmica entra como uma ferramenta de apoio pedagógico preparando o futuro profissional com habilidades teóricos-práticas, além de ser um local propício para troca de saberes e experiências, sendo um processo dinâmico, complexo, dialógico e contínuo, tornando-se uma estratégia importante para o ensino. Aliado a este processo, utilizam-se metodologias ativas, com foco na problematização e no ensino sob medida, com o intuito de tornar o acadêmico um ser crítico e reflexivo durante o processo, bem como estimular sua participação e criatividade. Objetivo: descrever a experiência de acadêmicas de enfermagem na condução de atividade de monitoria sobre os tipos de educação em e na saúde. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, tipo relato de experiência, desenvolvido por acadêmicas de enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA), durante as aulas teóricas do projeto de monitoria intitulado “Modelos Pedagógicos Centrados no Estudante na Formação do Educador em Saúde e Enfermagem”. A monitoria iniciou segundo o calendário acadêmico de aulas, com duração de agosto a dezembro de 2019, com criação prévia do cronograma, sob o direcionamento da docente coordenadora do projeto, a aula relatada teve como tema central “Os tipo de educação em saúde”,  tendo como público alvo discentes de enfermagem do 3º semestre da atividade curricular “Processos Educativos em Enfermagem I”. A vivência se deu por meio de orientações da equipe de monitoria aos alunos para o desenvolvimento da atividade dentro de sala, com a utilização do método ‘Just in Time Teaching” (Ensino sob medida). Para tanto, a equipe direcionou aos alunos materiais didáticos com a explanação sobre a temática. Posterior a isso, a sala foi dividida em grupos e a cada um foi sorteado um tipo de educação, solicitando aos mesmos que elaborassem, dentro dos seus respectivos temas e grupos, apresentações livres. A dinâmica da apresentação se deu com o intuito que o restante dos discentes conseguissem a partir das apresentações identificar o tipo de educação utilizada; para que fosse possível cada grupo realizaria uma ação educativa e deveria empregar-se de assuntos pertinentes no seu tipo de educação. Além disso, havia a necessidade de aplicar a metodologia de ação da educação proposta. Resultado: As atividades desenvolvidas pela monitoras na atividade específica caracterizam-se desde o planejamento da aula, preparação do material de apoio, esclarecimentos de dúvida, auxílio na realização da tarefas e finaliza com a avaliação de todo o trabalho realizado com os discentes. A escolha do “Just In Time Teaching”, metodologia ativa que visa tornar o discente o centro do processo de ensino-aprendizado, foi benéfica ao percebemos certa criticidade e contextualização do conteúdo, que foi  previamente estudado, pois tiveram o compromisso de estarem preparados para aula e para a atividade, gerando, assim, discussão entre os discentes para elaboração de suas apresentações livre, esclarecimento de dúvidas e explanação sobre sua visão sobre o assunto. Foi perceptível que o uso do Ensino sob medida incentiva o discente a ter informações e uma base prévia do assunto ministrado em aula, a aprender de forma autônoma e a construir seu aprendizagem coletivamente. Ao desenvolvimento da aula, foi perceptível que ainda haviam dúvidas referentes aos tipos de educação, em específico as educações na saúde, devido suas semelhanças; desse modo, ao final de cada debate de apresentação as monitoras e a docente realizaram uma breve explanação em pontos que ocorreram erros, discordâncias ou restavam dúvidas. Além disso, pela colocação de uma apresentação livre e a utilização de uma metodologia ativa do tipo aula invertida, notou-se um grande desenvolvimento da criatividade e planejamento dos discentes, incrementando essas habilidades ao ser profissional deste. Resultado: Destarte, entende-se que a  monitoria possibilita que os discentes atuem como facilitadores, orientadores e responsáveis pelo processo de aprendizado e formação do seu futuro colega de profissão, algo que é muito significativo para a enfermagem. Salienta-se que o processo de empoderamento, desde a graduação, para que os acadêmicos sejam preparados para assumirem o papel de enfermeiro-educador em sua futura profissão em todos os contextos, principalmente por se tratarem de chefes de uma equipe, é de suma relevância. É imprescindível considerar as singularidades de todos os discentes e utilizar métodos e instrumentos que sejam mediadores e facilitadores dos processos de conhecimento de cada um, visando minimizar bloqueios e empecilhos para a aprendizagem, e a monitoria vem com esse objetivo de aproximação de discentes-docentes e discentes-discente, com o intuito de fomentar o diálogo e melhorar o ensino na graduação. Sendo assim, salienta-se também a utilização de metodologias ativas e aula invertida possibilitam o melhor dinamismo das aulas, fomentando um aprendizado e autonomia entre os discentes, docentes e monitores.

7355 LUDICIDADE COMO FERRAMENTA DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (ISTs) EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO NO INTERIOR DA AMAZÔNIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Matheus Sallys Oliveira Silva, Tiago Sousa da Costa, Carlos Eduardo Amaral Paiva, Rayssa Araújo Carvalho, Ana Gabriela Chagas dos Santos, Alana Carla Sousa Carvalho, Adjanny Estela Santos de Souza

LUDICIDADE COMO FERRAMENTA DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (ISTs) EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO NO INTERIOR DA AMAZÔNIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Matheus Sallys Oliveira Silva, Tiago Sousa da Costa, Carlos Eduardo Amaral Paiva, Rayssa Araújo Carvalho, Ana Gabriela Chagas dos Santos, Alana Carla Sousa Carvalho, Adjanny Estela Santos de Souza

Apresentação: O ensino sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) em instituições de ensino, apesar da sua importância, tem acontecido de maneira superficial e pouco eficaz. A adoção de práticas arcaicas e de pouco interesse dos alunos corroboram para a falta de engajamento dos estudantes, fazendo que a eficácia de ações de educação com a essa temática não deem o retorno esperado, tornando evidente que novas práticas de ensino devem ser adotadas devido a importância e o impacto social do tema abordado. O presente trabalho objetiva relatar a experiência de acadêmicos como protagonistas em ação de educação em saúde sobre ISTs com o auxílio de ludicidade como ferramenta de conscientização. Método: Trata-se de um relato de experiência de acadêmicos dos cursos de Enfermagem, Fisioterapia e Medicina da Universidade do Estado do Pará (Campus XII – Santarém) em um projeto de extensão que tem como objetivo levar a ludicidade como ferramenta de conscientização acerca das infecções sexualmente transmissíveis. O projeto ocorreu em pareceria com o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA-Estadual) e foi realizado com estudantes da 3º e 4ª etapa do Programa de Educação de Jovens e Adultos Fundamental (EJA) e EJA Médio, 1º e 2º etapa em duas escolas públicas de ensino no município de SANTARÉM (PA). Deu-se início a uma intervenção através de uma palestra com recursos de slides e folders apresentando o tema. Os alunos foram convidados a participar de várias dinâmicas, abordando sobre o risco de contaminação sexual e sobre medidas de prevenção das ISTs. Resultado: A partir da experiência vivenciada pelos acadêmicos viu-se a importância da ludicidade como ferramenta de educação, uma vez que após as dinâmicas como “forca” e “o que é o que é” todas estas adaptadas para a temática ISTs o engajamento dos alunos tornou-se maior, proporcionando então um laço de confiança entre os acadêmicos educadores e os estudantes, proporcionando para ambos uma troca de experiencia e esclarecimentos. Esta troca possibilitou aos acadêmicos, conhecimento sobre as principais dúvidas dos alunos, tais como: quando é necessário o uso do preservativo; as vias de transmissão além das sexuais para algumas doenças; como saber lidar caso haja suspeita de alguma IST. Observou-se também que após a ação educativa a adesão dos alunos para realização de testes rápidos para detecção de HIV, hepatite e sífilis, realizados por profissionais do CTA-Estadual foi maior. Resultado: Ações de saúde com atividades lúdico-educativas tem sido uma importante estratégia de atenção à saúde, e em escolas atualmente informações sobre ISTs são escassas, e as que devem existir, não somente devem buscar informar, mas compreender o sentido de suas vivências acerca de temas como a prevenção de doenças. Espera-se que atividades de orientações e informações como estas possam estar sendo realizadas com frequência nestes lugares de forma concreta, contínua e eficiente a fim de proporcionar maior êxito na promoção de educação em saúde.

8991 PRÁTICAS LÚDICAS EM SALA DE IMUNIZAÇÃO, RELATO DE EXPERIÊNCIA
Camilla Cristina Lisboa do Nascimento, Bruno Vinicius da Costa Silva, Marcos José Risuenho Brito Silva, Yury Gomes, Vanessa Santos Ferreira, Eliza Paixão da Silva, Vitória Cristiane Leandro da Silva, Ricardo Luiz Saldanha da Silva

PRÁTICAS LÚDICAS EM SALA DE IMUNIZAÇÃO, RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Camilla Cristina Lisboa do Nascimento, Bruno Vinicius da Costa Silva, Marcos José Risuenho Brito Silva, Yury Gomes, Vanessa Santos Ferreira, Eliza Paixão da Silva, Vitória Cristiane Leandro da Silva, Ricardo Luiz Saldanha da Silva

Apresentação: A imunização é uma importante ferramenta na diminuição da mortalidade infantil, por meio dela, as crianças desenvolvem imunidade contra doenças imunopreveníveis. Observa-se a prática de atividades lúdicas como instrumento terapêutico, visto que facilita o aprendizado, desenvolvimento pessoal, social, colaborando para melhora da saúde mental de crianças. Com isso, destaca-se a utilização desta pela enfermagem para auxiliar no enfrentamento da criança a dor da aplicação do imunobiológico, sendo utilizado como instrumento lúdico um certificado denominado “certificado de coragem”. Com isso, o objetivo desse trabalho é relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem em prática lúdica em imunização. Desenvolvimento: Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, vivenciado por profissionais e acadêmicos de enfermagem em prática extracurriculares na sala de vacina, em janeiro e fevereiro de 2019, em um Centro de Saúde e Escola, em Belém-Pa. O certificado foi construído a partir da observação de crianças que comparecia a sala relatando sobre não ter chorado em vacinações anteriores. Com isso, foi construída ferramenta lúdica como forma de minimizar traumas decorrentes da prática de aplicação de imunobiológicos. Após sua criação e implementação, o certificado é apresentado a todas as crianças de 2 a 12 anos no momento da triagem da caderneta de vacina, explicando em linguagem simples a importância da imunização e a presença passageira da dor. Resultado: Foi possível abordar 180 crianças de 2 a 12 anos, que realizaram vacinação no tempo do estudo. Observou a maior aceitação da aplicação de imunobiológicos do público infantil ao saber do certificado na sala e explicação sobre o que iria acontecer e a importância desse processo. Com a presença do instrumento, foi evidenciado o enfrentamento maior da dor pelas crianças e a gratificação ao saber que elas tinham um objeto simbólico que destacam o ato de coragem das mesmas. Além disso, pode-se ressaltar o contentamento dos pais e responsáveis por observar que os menores eram tratados como seres capazes de entender a importância da vacina, além de conseguirem enfrentar o medo e a dor devido à administração. Considerações finais: Destaca-se o papel do profissional de enfermagem em construir ferramentas lúdicas para servir como auxílio em práticas que são consideradas traumatizantes, exemplificado como a administração de imunobiológicos em sala de vacina. Espera-se que a vivência contribua para que outras salas de vacina adotem o método ou construam novas formas para aumentar a aceitação do público em questão no setor.

10871 INOVAÇÃO NA SELEÇÃO E TREINAMENTO DO PROJETO DE EXTENSÃO EMBARCANDO NA MATERNIDADE DO IESC/UFRJ
Fernanda Arnaut

INOVAÇÃO NA SELEÇÃO E TREINAMENTO DO PROJETO DE EXTENSÃO EMBARCANDO NA MATERNIDADE DO IESC/UFRJ

Autores: Fernanda Arnaut

Apresentação: Este trabalho apresenta como relato de experiência as Oficinas de Design Thinking e Inovação realizadas em 2019 no Projeto de Extensão - Embarcando na Maternidade. O projeto Embarcando na Maternidade: Empoderando famílias para o cuidado de suas crianças - o ambiente e a saúde, do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva (IESC/UFRJ), tem como objetivo fomentar atividades inovadoras para a saúde da gestante. Para o desenvolvimento da ação do projeto de extensão em 2019 amo processo de seleção e treinamento aconteceram para estudantes de graduação de todos os cursos da área da Saúde e do Design, todos participantes estiveram envolvidos em estabelecer estratégias para solucionar questões ligadas ao período pré-natal e cuidados com o recém nascido. Na oficina foi utilizado o Design Thinking (DT) que consiste em uma abordagem prática para o desenvolvimento de soluções criativas que utiliza-se de metodologias de pesquisa centradas no ser humano. Ou seja, o DT é uma abordagem interdisciplinar que tem como norte a concepção de soluções inovadoras, de modo em que o ser humano é enxergado como peça central - ou seja, pensando em sua experiência e em seu bem-estar. Nessa abordagem do DT, a partir de um modelo denominado “duplo diamante”, o estudo em questão é dividido em dois ciclos - um focado no entendimento e na redefinição do desafio inicial e outro focado na geração de ideias, protótipos e testes - visando o maior aprofundamento no assunto e melhor solução do problema abordado. A participação de pessoas com repertório de formação diferente auxilia na proposta de inovação, pois durante às fases do duplo-diamante possibilita a divergência e convergência estabelecidas no processo. E toda a abordagem visou a vivência teórico e prática para posterior imersão no campo, onde de fato com a presença das gestantes e mães poderiam identificar a real necessidade apresentada pelo grupo alvo do projeto. Desenvolvimento: Em 2019 ocorreram três oficinas de seleção e treinamento do projeto de extensão Embarcando na Maternidade, duas no primeiro semestre e uma no segundo semestre. Este trabalho tem como objetivo: Descrever a experiência de formação do projeto de extensão Embarcando na Maternidade. Método: Trata-se de um relato de experiência das oficinas DT que ocorreram em 2019 no projeto de extensão. A utilização da abordagem DT para pensar propostas para melhoria do pré-natal traz o intuito de nos fazer refletir sobre problemas relacionados a gestantes e sobre a realidade dos campos do projeto de extensão a partir do uso do DT antes da imersão ao campo. A atividade foi desenvolvida templates desenvolvidos pelos facilitadores. Os alunos que estavam presentes na oficina foram divididos em grupos. Cada grupo era composto por alunos de diferentes graduações, proporcionando discussões permeadas por diferentes áreas de conhecimento. A partir disso, a atividade se dividiu nas seguintes etapas: 1) Criação de uma persona, definindo um desafio inicial; 2) Redefinição do desafio inicial; 3) Desconstrução do desafio inicial e 4) Mapa de geração de ideias. Resultado: O DT é uma abordagem centrada no usuário proposta para pensar/solucionar problemas e desafios complexos a partir da troca de experiência e conhecimento entre as pessoas envolvidas de maneira dinâmica, e com foco em multiplicar a relação dialógica e proporcionar soluções para diferentes perspectivas. Sendo assim, cada grupo desenvolveu uma proposta para a melhoria do pré-natal da persona criada inicialmente. Participaram das oficina os facilitadores, bem como doutorandos,  mestrandos e graduandos: de Comunicação Visual Design, Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Saúde Coletiva e Terapia Ocupacional. A quantidade de participantes distribuídas nas três oficinas ocorreu como descrito a seguir: Na primeira oficina no dia 05/04 participaram os 4 facilitadores, bem como 1 doutorando, 2 mestrandos – fisioterapeuta e nutricionista, os graduandos: de Comunicação Visual Design (02), Medicina (03), Enfermagem (02), Terapia Ocupacional (01). Na segunda oficina no dia 16/05 participaram os 6 facilitadores, e os graduandos: Enfermagem (03), Fonoaudiologia (02), Nutrição (02) e Saúde Coletiva (07). Na terceira oficina do dia 27/08 participaram os 5 facilitadores, 3 mestrandos, 1 doutorando e os graduandos: Comunicação Visual e Design (02), Enfermagem (03), Fisioterapia (03), Fonoaudiologia (02), Jornalismo (01), Medicina (01), Nutrição (02), Saúde Coletiva (02) e Terapia Ocupacional (01). Cada oficina de DT, foi realizada ao longo de 10 horas. Durante esse tempo, os grupos buscaram uma solução para o desafio proposto: “como podemos fomentar atividades inovadoras para gestantes?”. No final das oficinas, cada grupo apresentou sua ideia de solução em forma de protótipo, atendendo a necessidade da criação de atividades inovadoras para as gestantes. Dessa forma, totalizaram-se 10 protótipos. Dos 10 protótipos, 4 foram adiante e estão sendo implementados na Maternidade Escola/UFRJ. Dois desses projetos foram enviados diretamente para o processo de implementação: o InfoGest e o Projeto de Vídeos. O InfoGest consiste em reuniões com equipe multiprofissional, realizadas nos dias do pré-natal, para sanar dúvidas frequentes das gestantes, junto com oficinas com uma metodologia ativa. Os Vídeos consistem em vídeos educativos, feitos inteiramente pelos estudantes participantes do projeto, que são exibidos para os familiares durante o processo do pré-natal. Outros dois projetos sofreram adaptações e estão sendo implementados. Na avaliação final da oficina todos participaram e as perguntas norteadoras foram “O que eu gostei da oficina?” e “O que eu gostaria de ter na oficina?”. Da primeira parte, surgiram opiniões como “didática aplicada”, “boa comunicação dos facilitadores” e “liberdade de ideias”. Da segunda parte, eles opinaram sobre “mais tempo”, “mais pessoas na oficina” e “imersão na maternidade”. A avaliação da primeira oficina gerou iteração para às oficinas seguintes. Para os 40 acadêmicos da graduação que participaram das oficinas este processo foi importante para a participação como protagonistas no projeto e também um diferencial na formação. Considerações finais:  A proposta do DT foi de suma importância para a realização dessa oficina, pois houve troca de aprendizagem entre os acadêmicos de cursos da área da saúde, possibilitando observar os problemas a partir de outras perspectivas e propor soluções inovadoras. Ademais, nos preparou para futuros desafios tanto para o projeto de extensão “Embarcando na Maternidade” quanto para os desafios da profissão. A experiência com a abordagem de DT durante a oficina, nos leva a pensar que o uso deste nas Unidades Básicas de Saúde é essencial para a detecção de problemas e realização de ações específicas para a resolução de problemas encontrados. Assim,  a partir do estímulo à inovação, os extensionistas trabalham sua criatividade para a elaboração de soluções construtivas e efetivas. Conclui-se, dessa forma, que o projeto inova já no início do processo com uma oficina de treinamento e seleção com atividades no âmbito da saúde materno-infantil, promovendo o contato entre estudantes de diversas especialidades para fomentar o bem-estar das gestantes, bem como das mães e seus filhos.

10705 A UTILIZAÇÃO DO ARCO DE MAGUEREZ COMO METODOLOGIA DE INTERVENÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM UM CURSO DE MEDICINA
Andreia Ferreira dos Santos, Belisa Maria da Silva Melo Fonsêca, Rafael Santos Correia, Victor Trindade da Cruz

A UTILIZAÇÃO DO ARCO DE MAGUEREZ COMO METODOLOGIA DE INTERVENÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM UM CURSO DE MEDICINA

Autores: Andreia Ferreira dos Santos, Belisa Maria da Silva Melo Fonsêca, Rafael Santos Correia, Victor Trindade da Cruz

Apresentação: No contexto do ensino em saúde, a utilização de estratégias outras – para além das convencionais – mostra-se fundamental para a formação, visto que esta deve estar voltada para as muitas realidades dos serviços inseridos nas redes de atenção. Nesse sentido, a metodologia da problematização, instrumentalizada pelo arco de Maguerez, aponta para novas perspectivas e possibilidades de se fazer uma leitura segura da realidade bem como de traçar caminhos mais efetivos para transformá-la. Assim, este trabalho objetiva relatar a experiência de utilização desse método por estudantes do curso de Medicina na proposição de sugestões para o trabalho da equipe de saúde de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em Parnaíba, Piauí. Desenvolvimento: Diante da adaptação dos novos currículos de graduação médica para uma abordagem de ensino que envolva novas metodologias de ensino e aprendizagem, propôs-se para estudantes de Medicina da Universidade Federal do Piauí (campus de Parnaíba) que utilizassem o arco de Maguerez na construção de uma proposta de intervenção para uma situação-problema observada na prática do módulo de Atenção Primária à Saúde. O método consiste em cinco etapas: observação da realidade, determinação de pontos-chave, teorização, criação de hipóteses de solução e aplicação prática à realidade. Após vivenciar o contexto da UBS em visitas semanais, durante seis meses, o grupo observou como situação de alerta a fragilidade da articulação entre os profissionais de saúde pertencentes à equipe e, seguindo as etapas do arco, construiu uma proposta com sugestões que poderiam ser colocadas em prática a fim de (re)construir a realidade. Resultado: O ensino em saúde a partir da imersão nos territórios e pontos da rede de atenção possibilita um mapeamento mais sensível e preciso da realidade. A experiência com o método descrito destacou que a sistematização das observações e ideias em um instrumento permite que as intervenções realmente transformem a realidade. Nesse ponto, é preciso destacar a importância da contribuição dos cursos de saúde com o Sistema Único de Saúde (SUS) e suas redes integradas; assim, vê-se que a utilização de metodologias inovadoras otimiza esse percurso. Na vivência aqui destacada, o arco possibilitou a investigação cuidadosa e sistemática para o desenvolvimento do processo do trabalho em saúde, enfrentamento da UBS que muito impacta na oferta de um cuidado integral à população. Foi possível, então, estabelecer um diálogo com a equipe – que tanto reconheceu como agregou saberes aos estudantes – e construir coletivamente um projeto de intervenção que fortalecia as relações interpessoais, o trabalho em equipe e a ideia de interprofissionalidade. Considerações finais: Nota-se, portanto, que diversas estratégias promotoras de uma aprendizagem mais consciente e efetiva, que reverbere nos serviços, devem ser (re)pensadas e experimentadas no ensino em saúde. O arco de Maguerez mostrou-se, nesta experiência, como um potente instrumento transformador da realidade, o que destaca seu alinhamento com as propostas e caminhos do SUS.

11376 A QUALIFICAÇÃO DOS DOCENTES DE UM CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM NO USO DA GAMIFICAÇÃO COMO METODOLOGIA ATIVA
Fernanda Cardoso Correa Povoa, Livia Alencar Mendes, Marcos Paulo Corvino

A QUALIFICAÇÃO DOS DOCENTES DE UM CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM NO USO DA GAMIFICAÇÃO COMO METODOLOGIA ATIVA

Autores: Fernanda Cardoso Correa Povoa, Livia Alencar Mendes, Marcos Paulo Corvino

Apresentação: Este resumo objetiva descrever a atividade desenvolvida para a qualificação dos docentes de um curso técnico em Enfermagem no município do Rio de janeiro no uso de metodologias ativas na aprendizagem. Tem como cenário uma escola técnica em enfermagem localizada no centro do Rio de Janeiro. A escola possui 14 docentes divididos entre 10 Enfermeiros, 1 Nutricionista, 01 Biólogo, 01 Psicóloga e 01 professor de Português. Trata-se de uma escola centenária de formação técnica com missão humanitária. A palavra gamificação tem sido associada à educação de forma constante, sempre que são apontados  os novos rumos dessa área. Considerada uma forte tendência na atualidade, sua utilização na educação tem se mostrado uma forma bastante útil para potencializar e maximizar o aprendizado, além de motivar e engajar o estudante na resolução de desafios. A gamificação no processo pedagógico significa usar as estratégias próprias dos jogos para tornar o processo de aprendizado mais atrativo. Gamificação não significa apenas recompensar o estudante a cada tarefa realizada, mas sim utilizar as técnicas próprias de jogos para enriquecer o processo de ensino-aprendizagem, promovendo um ambiente atraente e desafiador que estimule os alunos em sua busca pelo conhecimento. Como forma de atualização e qualificação dos docentes do curso técnico em Enfermagem foi proposto a realização de uma jornada pedagógica envolvendo os docentes onde foi abordado o uso de metodologias ativas na educação e, entre essas metodologias, a gamificação. Essa jornada é semestral e visa a Educação permanente dos docentes como forma de aprimoramento do processo ensino-aprendizagem. Não tivemos problemas na adesão dos docentes, todos participaram e trouxeram experiências enriquecedoras para a jornada mas, como a gamificação é um assunto relativamente novo, os docentes não tinham muito conhecimento especificamente sobre essa prática. Todos os docentes relataram ser muito positiva a jornada e mostraram interesse pelo processo da gamificação. Durante a jornada foram apresentadas, pela coordenação técnica (composta por um enfermeiro)e pedagógica(composta de um pedagogo) as  estratégias dos games para a sala de aula, onde o  docente precisa encorajar os estudantes a se envolverem na tarefa. É necessário pensar em um sistema que promova recompensas e dificuldades crescentes de acordo com a progressão do estudante, liberando tarefas mais difíceis a cada objetivo conquistado. O feedback imediatos dá segurança ao estudante e permite que refaça a estratégia para vencer os desafios. Dividir os estudantes em equipes também estimula a aprendizagem colaborativa e o engajamento. Nesse contexto, o docente também pode utilizar recursos tecnológicos, como aplicativos para celular para dinamizar a aula e tornar processo de aprendizado divertido e desafiador. Como resultado, os docentes demonstraram total interesse em utilizar a gamificação em suas aulas afim de melhorar o processo ensino-aprendizagem dos estudantes. Os docentes ficaram de elaborar uma estratégia baseada na proposta da gamificação para ser utilizada em suas disciplinas e,  foi proposto reuniões pedagógicas mensais para que sejam trocadas experiências visando o  aprimoramento  dos games/jogos utilizados.  

11913 TRANSVERSALIDADE E FEEDBACK: BINÔMIO QUE POTENCIALIZA A DISCIPLINA DE Método: DA PESQUISA CIENTÍFICA NA ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA SANITÁRIA DA ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ
ROSIMARY DA SILVA BARBOSA, DANIEL BARSI LOPES, TEREZA EMANUELLE DA SILVA COSTA, MARIA HELENA LIMA SOUSA

TRANSVERSALIDADE E FEEDBACK: BINÔMIO QUE POTENCIALIZA A DISCIPLINA DE Método: DA PESQUISA CIENTÍFICA NA ESPECIALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA SANITÁRIA DA ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ

Autores: ROSIMARY DA SILVA BARBOSA, DANIEL BARSI LOPES, TEREZA EMANUELLE DA SILVA COSTA, MARIA HELENA LIMA SOUSA

Apresentação: O estudo da Metodologia Científica é obrigatório na maioria dos cursos de graduação e de pós-graduação no Brasil. O conteúdo programático relaciona-se à confecção e normalização de trabalhos acadêmicos, em geral monografias, bem como apresentação aos alunos acerca da natureza da Ciência e do Método Científico. Este método é composto por submétodos e técnicas, e alguns dependem do campo de conhecimento e dos objetos sobre os quais incidem. Assim, o tratamento sugerido para a disciplina favorece o amadurecimento de práticas interdisciplinares, pois, com a normalização de procedimentos científicos, haverá maior compreensão mútua entre profissionais de diferentes áreas; o que, por consequência, permitirá a facilitação de práticas isomórficas, de embates epistemológicos, de construções de estruturas científicas sistêmicas, com reestruturações teóricas de vários campos de saber com base no aproveitamento de esforços já realizados em outros campos do conhecimento (VIEIRA et al, 2019). Sendo assim, este relato de experiência tem como objetivo descrever a importância do acompanhamento dos discentes através da transversalidade da disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica na IX turma do Curso de Especialização em Vigilância Sanitária da Escola de Saúde Pública do Ceará – Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE). Nesta turma foi possível, em cada módulo do curso, uma maior aproximação entre facilitador e alunos, e, a partir dos feedbacks emitidos, ao final de cada atividade proposta, tornou-se viável colaborar com o amadurecimento dos percursos investigativos dos discentes. Através de planejamento, levando em conta as especificidades dos discentes – especialmente no que concerne ao distanciamento da maioria deles do ambiente acadêmico, optou-se por manter a disciplina de Metodologia em todos os encontros do curso, favorecendo o contato com o universo da pesquisa científica e fomentando a escrita gradual da monografia, buscando evitar a evasão que costuma ocorrer quando os estudantes terminam a fase de aulas e iniciam a fase de escrita textual. Entre fevereiro/2018 e fevereiro/2019, a cada encontro, um aspecto da investigação era ressaltado, tais como: escolha e delimitação do tema, coleta de dados, formatação, plágio, plataforma Brasil e comitê de ética. Ao final de cada aula os discentes executavam uma atividade, considerando o conteúdo abordado em sala, e, concomitante, buscavam construir, aos poucos, o texto que viria a se tornar a monografia. Na sequência os alunos recebiam um feedback personalizado, avaliando estrutura, lógica e conteúdo de seu texto, embasado nas especificidades de sua pesquisa e de seu vínculo e atuação profissional no âmbito da VISA. Observaram-se com essa iniciativa dois Resultado: há uma grande deficiência na escrita de textos acadêmicos, ocasionada, provavelmente, pela forte atuação técnica dos alunos em seus contextos profissionais. Os feedbacks minimizaram o impacto negativo das limitações e proporcionaram aos discentes uma melhor orientação e compreensão no desenvolvimento da investigação, para além do que receberam de seus orientadores formais, trazendo à monografia um olhar ampliado em sua construção. A transversalidade é uma significativa estratégia metodológica que oportuniza aos estudantes terem seus projetos de pesquisa avaliados por feedback geral, favorecendo ajustes e encaminhamentos adequados antes mesmo de serem analisados pelos membros das bancas de qualificação e defesa.

12127 A IMPORTÂNCIA DE CORRELAÇÕES CLINICAS POR MEIO DE SESSÕES AVALIATIVAS COMO METODOLOGIA DE APRENDIZAGEM DE ANATOMIA HUMANA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS ALUNOS DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
Bruna Guido do Nascimento Barros, Anna Luisa Oliveira Santos, Thiago Bentes De Souza, Marcus Vinicius Souza Silva, Thaísa Ferreira Liu, Marcos Vinicius Alves Souza, Sara Cavalcante Queiroz

A IMPORTÂNCIA DE CORRELAÇÕES CLINICAS POR MEIO DE SESSÕES AVALIATIVAS COMO METODOLOGIA DE APRENDIZAGEM DE ANATOMIA HUMANA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DOS ALUNOS DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

Autores: Bruna Guido do Nascimento Barros, Anna Luisa Oliveira Santos, Thiago Bentes De Souza, Marcus Vinicius Souza Silva, Thaísa Ferreira Liu, Marcos Vinicius Alves Souza, Sara Cavalcante Queiroz

Apresentação: A sessão anatomoclínica tem como finalidade proporcionar uma maior eficiência no aprendizado do aluno e aprimorar suas habilidades, no intuito de obter a sua máxima performance e, assim, estimular o desenvolvimento de um raciocínio clínico desde o início da sua formação acadêmica. Desse modo, objetiva-se descrever a experiência de discentes do segundo período de Medicina na Universidade Federal do Amazonas acerca da Sessão Anatomoclínica, utilizada como método de avaliação dos alunos. Desenvolvimento: Em síntese, cada apresentação era organizada com base em um artigo sorteado com antecedência e estipulado um prazo máximo de apresentação, de 15 a 20 minutos. Dentre os critérios da sessão, eram sorteados dois ou três alunos, exigia-se a apresentação de forma clara sobre a anatomia envolvida e a correlação com o caso clínico do artigo. Além disso, cada apresentação era julgada por uma banca avaliadora que, após o término do caso, expunha os pontos negativos e positivos, concomitante com a elaboração de perguntas para avaliar o conhecimento dos discentes. Resultado: Por meio dessa metodologia, os alunos, no primeiro ano do curso, além do conhecimento teórico adquirido, aprendem também a como se portar durante uma apresentação científica - controle do tempo, vocabulário, vestimenta - a como montar um slide para ser utilizado em futuros congressos e a constantemente questionar o conhecimento que estão adquirindo, tentando prever as possíveis perguntas que serão feitas pela banca durante a arguição. Ademais, a oportunidade de observar a aplicação clínica dos assuntos estudados em anatomia deixa os discentes mais entusiasmados e motivados a estudar durante o ciclo básico do curso, período em que as disciplinas, à primeira vista, não têm uma relação direta com a atuação do médico no dia a dia, sendo as sessões anatomoclínicas o primeiro contato do discente com um caso clínico. Considerações finais: Para os alunos, a experiência foi fundamental pois pode proporcionar um crescimento acadêmico necessário por meio da estimulação de um novo pensar clínico, além de aperfeiçoar as técnicas essenciais para a formação durante o curso de medicina e, dessa forma, forjar futuros médicos qualificados.

12247 METODOLOGIA ATIVA APLICADA AO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS: PRODUÇÃO DE PARÓDIAS TEATRAIS E MÚSICAS NA DISCIPLINA PARASITOLOGIA MÉDICA
Anna Luísa Oliveira dos Santos, Bruna Guido do Nascimento Barros, Felipe Thiago Dias de Lima, Carla Grisolia, Daniel de Medeiros Batista, Elmayssa Menezes Pinheiro Pereira, Neyde Alegre de Souza Cavalcante

METODOLOGIA ATIVA APLICADA AO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS: PRODUÇÃO DE PARÓDIAS TEATRAIS E MÚSICAS NA DISCIPLINA PARASITOLOGIA MÉDICA

Autores: Anna Luísa Oliveira dos Santos, Bruna Guido do Nascimento Barros, Felipe Thiago Dias de Lima, Carla Grisolia, Daniel de Medeiros Batista, Elmayssa Menezes Pinheiro Pereira, Neyde Alegre de Souza Cavalcante

Apresentação: A disciplina Parasitologia é um dos componentes da grade curricular do curso de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), sendo esta ministrada no 3º período. Tem como objetivo o conhecimento básico da morfologia, biologia, patogenia, métodos de diagnóstico laboratorial, identificação e controle dos principais parasitas do homem e de insetos de interesse médico, bem como a compreensão dos mecanismos de transmissão dos parasitas através ou não de agentes vetores. A fim de que o processo ensino-aprendizagem se tornasse mais dinâmico e eficaz, foi solicitado dos discentes a elaboração de um conteúdo criativo, que fosse capaz de abordar os temas de parasitologia, despertando interesse no público-alvo. Desenvolvimento: Os temas de parasitologia foram divididos entre os discentes de medicina do 3º período, sendo solicitado que estes formassem grupos de cinco a sete pessoas. Dentre os temas selecionados, cita-se: Leishmania, Trichomonas, Ancylostomideos, Strongyloides, Toxoplasma, Cestodas,  Chagas e Miiase. Para elaboração das atividades os alunos obtiveram conhecimento prévio dos assuntos supracitados, por meio da leitura de livros e artigos científicos. Em seguida, as equipes ficaram livres para abordar, de forma criativa, os temas sorteados. Pediu-se que, independente da forma de apresentação escolhida, fossem tratados alguns tópicos principais, como ciclo biológico, formas de evolução, morfologia, sintomas das doenças provocadas, diagnósticos, possíveis tratamentos e profilaxia. Os grupos elaboraram peças teatrais em forma de paródia de alguns programas de televisão e filmes cômicos, bem como readaptaram letras musicais aos temas de Parasitologia. Por fim, foram feitas apresentações do material elaborado para todos os discentes e professores da disciplina. Resultado: A prática pedagógica democrática baseada nos princípios de autonomia, liberdade, coletividade e proatividade permite ao aluno um lugar de agente ativo de seu aprendizado, bem como ao professor uma relativização na hierarquia. O uso dessa sistematização incentiva o aluno a extrair o que é mais importante de cada parasitose e assim contribui para sua futura prática médica, uma vez que a linguagem humorística e lúdica escolhida aproxima os acadêmicos da comunidade. Paródias de filmes como “As Branquelas”, “Rei Leão”, programas de televisão a exemplo de “A Grande Família”, Chaves”, “Escolinha do Profº Raimundo” e até batalhas de rap, trazem o conteúdo estudado de maneira simples, objetiva e direta, tornando o estudo da disciplina mais horizontal e acessível a todos. Portanto, o emprego desta metodologia mostra-se importante na formação dos discentes, não apenas em bons médicos, mas em educadores em saúde, que saibam transmitir informações importantes à população de forma clara e envolvente. Considerações finais: A inserção de metodologias ativas como forma avaliativa na grade da matéria de parasitologia médica foi de fundamental importância na construção do conhecimento dos discentes de medicina, haja vista a necessidade de maior interação do acadêmico com o conteúdo no criar e desenvolver peças, músicas, vídeos e outros. Essa modalidade de método de avaliação conseguiu aprimorar as habilidades dos alunos em saber lidar com os conteúdos acadêmicos mais dinamicamente, além de ter tornado o aprendizado, sem optar pelas avaliações metódicas e desgastante no decorrer do período, algo mais prazeroso e interativo.

10904 A ORGANIZAÇÃO PEDAGÓGICA DA FORMAÇÃO EM SERVIÇO NO DEPARTAMENTO DE AÇÕES EM SAÚDE: UMA CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA COM MÚLTIPLOS OLHARES
Maisa Beltrame Pedroso, Rebel Zambrano Machado, Rebel Zambrano Machado, Poalla Vettorato, Poalla Vettorato

A ORGANIZAÇÃO PEDAGÓGICA DA FORMAÇÃO EM SERVIÇO NO DEPARTAMENTO DE AÇÕES EM SAÚDE: UMA CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA COM MÚLTIPLOS OLHARES

Autores: Maisa Beltrame Pedroso, Rebel Zambrano Machado, Rebel Zambrano Machado, Poalla Vettorato, Poalla Vettorato

Apresentação: Os preceitos básicos do Sistema Único de Saúde (SUS), além da universalidade e equidade no acesso à atenção em saúde, estabelecem um modelo assistencial que exige novas formas de organização, planejamento e gestão do sistema de saúde, enfatizando a integralidade das ações e a qualificação da clínica. Assim, é importante o papel indutor da Secretaria de Saúde (SES (RS)), em suas várias instâncias, possibilitando um direcionamento na formação profissional que se aproxime de uma atenção à saúde mais efetiva, equânime e de qualidade. Para tanto, é necessário que a gestão esteja alinhada com a amplitude das diretrizes das políticas públicas de saúde, acompanhando e promovendo processos inovadores em direção à modernização, racionalização de recursos, efetividade e humanização desses processos. Nesse sentido, a qualificação profissional em serviço deve integrar os campos técnicos e político-administrativos como base para a formação integral. O Departamento de Ações em Saúde (DAS/SES (RS)) atua no planejamento e monitoramento das ações desenvolvidas por meio das políticas públicas de saúde que são operacionalizadas em todos os níveis de atenção à saúde, estando organizado nas seguintes áreas técnicas: Coordenação Estadual de Atenção Básica; IST/HIV/AIDS; Monitoramento e Avaliação; Política de Alimentação e Nutrição; Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas; Primeira Infância Melhor; Saúde Bucal; Saúde da Criança e Adolescente; Saúde da Mulher; Saúde da População Indígena; Saúde da População LGBT; Saúde da População Negra; Saúde da População Prisional; Saúde do Homem; Saúde da Pessoa Idosa e Saúde Mental, estruturadas em quatro eixos: atenção primária, ciclos vitais, transversais e equidades. Objetivo: Construir coletivamente as diretrizes e um projeto pedagógico para a institucionalização de um espaço gestor dos processos de ensino aprendizagem (a formação em serviço) no DAS. A constituição do espaço O trabalho das áreas técnicas transversaliza os diferentes níveis de atenção à saúde (Atenção Primária em Saúde – APS, média e alta complexidade), porém, o enfoque do Departamento reside no fortalecimento da APS como principal porta de entrada e centro articulador do acesso dos usuários do SUS à Rede de Atenção Integral. Dentro deste contexto, propomos ao DAS à institucionalização de um espaço gestor dos processos de ensino aprendizagem a fim de facilitar a condução das atividades formativas acolhidas neste Departamento. A participação dos servidores da SES (RS) na Especialização em Preceptoria para o SUS, executado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês, com financiamento do Programa de Desenvolvimento de Apoio Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), acabou instigando, a partir de suas reflexões, para a necessidade de organizar o espaço de formação em serviço no DAS. A partir do processo desencadeado e dos trabalhos finais apresentados como requisitos para a conclusão do curso, o colegiado do DAS, grupo técnico formado por representação das 17 áreas técnicas e responsável pelas decisões e encaminhamentos necessários no departamento, − decidiu por repensar todo o processo de formação em serviço de forma articulada no escopo de suas políticas. Nesse sentido, inicia-se essa caminhada com a organização do campo de prática para os profissionais da Residência Multiprofissional da SES (RS), R3 com a concepção do projeto pedagógico, problematizando as questões que emergiam no contexto, analisando o espaço da gestão e as novas configurações que assume o trabalho e as demandas sociais. O processo de avaliação ensino aprendizagem, em uma perspectiva participativa, envolveu todos os sujeitos no processo. Nesse sentido, é importante demarcar o espaço ocupado pelos preceptores mediante as suas singularidades, o que implica considerar o significados do fazer profissional que cada um carrega, articulados em torno do projeto em disputa no espaço institucional onde se busca implementar. Considerando que o DAS conta com servidores que possuem diferentes competências e trajetórias de formação, é fundamental que dialoguem e pactuem processos de trabalho e preceptoria mais uniformes, utilizando-se da potência destas características, também, para o diálogo e na troca de experiências, para a construção de novas práticas e saberes no cotidiano da organização. AÇÕES PROPOSTAS – Identificar as instituições de ensino conveniadas à SES que tem o DAS como campo de práticas; – Levantar a capacidade instalada do DAS para atender às demandas formativas; – Discutir e pactuar as demandas das áreas técnicas para as quais as instituições de ensino possam contribuir com projetos ou produtos a serem desenvolvidos pelos estudantes ou profissionais em formação; – Construir o Projeto Pedagógico do DAS; – Organizar o acolhimento de estudantes e profissionais em formação no DAS; – Construir um acervo bibliográfico para apoio às atividades dos servidores; – Construir um banco de dados com informações referentes aos estudantes e profissionais em formação, além dos projetos ou produtos desenvolvidos; – Elencar as necessidades de apoio logístico para a gestão adequada dos processos formativos; – Institucionalizar a função de supervisor de estágio no DAS; –  Fomentar a formação de preceptores e supervisores de estágio no DAS; – Institucionalizar a preceptoria no DAS; – Inclusão no plano de carreira da atividade de preceptor, supervisor e tutor. Efeitos percebidos decorrentes da experiência O processo de organização do espaço de formação, coordenado por um grupo gestor vem sendo melhorado a cada semestre, tanto a lógica de construção mais orgânica de projetos prioritários seu cerne principal, tanto para as políticas quanto no sentido de qualificar, potencializando a prática dos profissionais. O processo contempla a participação da ESP, residentes e servidores preceptores. A avaliação feita pelos profissionais em relação à experiência vivenciada tem sido muito positiva, soma-se ainda a isso a entrega de produtos mais efetivos para o conjunto de trabalhadores e das políticas. Por outro lado, serviu como mais uma estratégia para avançar na integração entre os eixos técnicos do DAS, ou seja, Atenção Primária em Saúde, Políticas dos Ciclos Vitais, Políticas Transversais e Políticas para Equidades em Saúde. Além de qualificar o processo de preceptoria, considerando que os comportamentos dos preceptores no DAS estavam condicionados por fatores pessoais e contextuais. Nem todos os servidores apresentavam os recursos e ferramentas necessárias para desenvolver processos reflexivos e mais dinâmicos para acompanhar e avaliar o desenvolvimento articulado do trabalho e da educação na saúde; desenvolver ações educacionais e facilitar processos de ensino-aprendizagem; acompanhar e avaliar ações e processos educacionais e apoiar a produção de novos conhecimentos. Considerações finais: Trata, portanto, de uma experiência singular para a formação de preceptores e profissionais da saúde, nos cenários de prática, que deve privilegiar o compartilhamento solidário de experiências, utilizando uma postura aberta à diversidade de valores, desejos e perspectivas, de modo a atuar segundo os princípios da ética profissional e da humanização na identificação de necessidades de aprendizagem, respeitando os diferentes tempos de aprendizagem de cada um. Institucionalizar um espaço gestor para os processos de ensino aprendizagem no DAS implicará em aumentar a capacidade da integração ensino, serviço e gestão do Sistema Único de Saúde, qualificando a relação da SES (RS) com as instituições de ensino conveniadas e/ou parceiras e seus sujeitos em formação.

11432 CENÁRIOS SIMULADOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: RELATO DE METODOLOGIA ATIVA NA FORMAÇÃO EM SAÚDE
Vanessa de Almeida Ferreira Corrêa, Simone Mendes Carvalho, Mary Ann Menezes Freire, Andressa Teoli Nunciaroni, Renata Flavia Abreu da Silva

CENÁRIOS SIMULADOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: RELATO DE METODOLOGIA ATIVA NA FORMAÇÃO EM SAÚDE

Autores: Vanessa de Almeida Ferreira Corrêa, Simone Mendes Carvalho, Mary Ann Menezes Freire, Andressa Teoli Nunciaroni, Renata Flavia Abreu da Silva

Apresentação: Relato de experiência a partir da construção de cenários simulados no campo da Atenção Primária em Saúde (APS) em um Laboratório de Simulação Realística de uma Universidade Federal localizada no Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. A Simulação Realística encontra-se como uma ferramenta de metodologia ativa do processo ensino e aprendizagem, através de um ensino crítico, reflexivo e comprometido com o cotidiano de cuidado no Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar do aumento do uso da Simulação Realística na formação em saúde, pouco se tem produzido na construção de cenários simulados voltados à APS. Estudos possuem como campo a área hospitalar e o uso de simuladores de alta fidelidade. Entende-se que, a Simulação Realística em Saúde permite ao discente vivenciar, em um espaço educativo, situações de tomada de decisão que podem ocorrer nos locais de práticas em saúde, no encontro com os usuários e suas necessidades em saúde. Trata-se, então, de uma metodologia ativa capaz de mobilizar competências para o cuidado nos diferentes cenários do Sistema Único de Saúde (SUS). No desenvolvimento da Simulação Realística é imprescindível a construção de cenários simulados, os quais são compreendidos como um guia de procedimentos a serem elaborados pelos facilitadores da aprendizagem. Assim, este estudo tem como objetivo: Relatar a experiência da construção de cenários simulados no campo da APS em um Laboratório de Simulação Realística de uma Universidade Federal localizada no Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Desenvolvimento: Estudo qualitativo e descritivo. Trata-se de um relato de experiência acerca do uso da Simulação Realística como metodologia ativa no ensino do Curso de Graduação em Enfermagem, o qual apresenta-se pelos seguintes passos: 1º passo: Definição dos temas abordados; 2º passo:Apresentação: das competências esperadas; 3º passo: Avaliação qualitativa dos discentes. Resultado: O local de desenvolvimento dos cenários simulados foi um Laboratório de Simulação Realística localizado no espaço de uma Universidade federal. O local dos cenários foram organizados por meio de mesas, cadeiras, cartazes de programas em saúde e formulários da APS, caracterizaram setores de uma unidade básica em saúde. Desenvolveu-se o total de 05 experiências de cenários simulados no campo da atenção primária durante os anos de 2018 e 2019, com as seguintes temáticas: Consulta de Enfermagem à pessoa com Hanseníase; Consulta de Enfermagem à Mulher; e Exposição ocupacional a material biológico. A metodologia de Simulação Realística iniciou-se com o convite aos discentes em participar da metodologia em apreço. Os discentes participaram como atores, ou seja, receberam instruções para encenarem um papel específico e conheciam todo o cenário simulado. Simultaneamente, um discente foi indicado como voluntário, este possui o papel de vivenciar o referido cenário e tomar uma decisão frente à situação apresentada. Na construção dos cenários simulados, a dimensão “Competências esperadas” contribuiu como norteador para a descrição detalhada de cada cenário. Assim, as competências: Raciocínio epidemiológico e Clínico voltado à identificação da Hanseníase; Tomada de decisão na coleta de exame citopatológico; Acolhimento e Comunicação de situações de vulnerabilidade contribuíram na organização dos referidos cenários; e na elucidação dos papeis dos atores e voluntários. Destaca-se que, tais competências favoreceram a reflexão dos facilitadores de aprendizagem quanto: ao nível de conhecimento anterior dos discentes, para que os mesmos possam aplicar o conhecimento teórico no cenário proposto; à importância da realidade do cenário, através da preparação de recursos materiais e humanos; e à complexidade do cenário voltado à matriz curricular do Curso de Graduação. Após o desenvolvimento dos cenários simulados ocorreu o debriefing. Nesta etapa, os discentes foram convidados a expressarem como foi o desenvolvimento da metodologia de Simulação Realística em Saúde e quais foram os sentimentos e percepções em participar de uma realidade simulada próxima à realidade. Identificou-se que o nervosismo, e ser a primeira experiência em simulação realística são considerados pontos negativos relacionados à vivência de simulação. Quanto aos pontos positivos, observou-se a solicitação de cenários simulados em todas as temáticas da matriz curricular e a valorização dos discentes em aprender por meio de experiências práticas. Uma sugestão proposta pelos discentes se refere ao aumento da frequência de desenvolvimento da metodologia em apreço com o objetivo que todos os discentes possam participar dos cenários simulados e não apenas do momento do debriefing. Considerações finais: A construção de cenários simulados na APS apresenta-se como um desafio na formação em saúde pela pouca produção científica voltada ao referido campo. Observou-se, na experiência das autoras, a oportunidade de ofertar o desenvolvimento de uma metodologia ativa na formação em saúde e a vivência de um cenário simulado pelos discentes, antes do início do ensino prático, possibilitando a reflexão dos participantes quanto ao cuidado em saúde no contexto da APS. Portanto, a elaboração de cenários simulados é uma etapa importante na metodologia em apreço, seja para os facilitadores envolvidos no processo ensino-aprendizagem; seja para os discentes vivenciarem espaços seguros e de reflexão de práticas em saúde, antes do encontro com os usuários. Assim, a metodologia de Simulação Realística em Saúde permitiu sensibilizar os participantes quanto ao cuidado na APS, gerar debates sobre a aplicação do conhecimento teórico nos campos de ensino prático; potencializar a troca de conhecimentos entre discentes e docentes; e favorecer a contextualização do campo da APS, a partir do cotidiano de práticas em saúde. Percebeu-se que, ao final do cenário simulado e debriefing, os discentes sentem-se encorajados para trocar experiências e angústias sobre a formação universitária e o campo da atenção primária. Assim, destaca-se que os discentes identificaram a Simulação Realística em Saúde como uma importante metodologia para a reflexão do conhecimento teórico aplicada ao ensino prático. Desta forma, espera-se, com este relato, incentivar a construção de cenários simulados no campo da APS e a reflexão sobre as competências necessárias na formação em saúde nesse contexto. Sugere-se, a construção de cenários simulados na APS para os docentes dos Cursos de Graduação como uma ferramenta de reflexão sobre as competências esperadas na formação em saúde; e o preparo de discentes em ambientes seguros, antes do encontro com os usuários nos campos de práticas. Além disso, almeja-se estimular o desenvolvimento de novos estudos que possam qualificar o uso da Simulação Realística em Saúde no referido campo, como uma metodologia ativa na formação em saúde.

11516 APLICAÇÃO DE ESTRATÉGIAS E TECNOLOGIAS INTERATIVAS NO ENSINO DA ENDOCRINOLOGIA
Lucely Paiva Rodrigues da Silva, Larissa Gomes Pereira Figueiredo, Luciana Souza Caminha

APLICAÇÃO DE ESTRATÉGIAS E TECNOLOGIAS INTERATIVAS NO ENSINO DA ENDOCRINOLOGIA

Autores: Lucely Paiva Rodrigues da Silva, Larissa Gomes Pereira Figueiredo, Luciana Souza Caminha

Apresentação: Para que ocorra a andragogia, aprendizagem de adultos, é necessário que o aluno reconheça a necessidade de aprender, o que é potencializado frente a situações reais. Assim, o professor precisa ser mais que um orador, e desenvolver habilidade em seis campos: planejar o currículo e o plano de ensino; desenvolver material didático; prover informações; ser modelo de professor e de profissional; ser facilitador do aprendizado em cenários diferentes e saber avaliar. Nesse sentido, em relação às duas últimas competências, cada vez mais se utiliza ferramentas ativas e virtuais de aprendizagem e avaliação, procurando trazer o aluno para situações reais, e com respostas mais rápidas, despertando o interesse no aprender e tornando-o mais ativo no processo de ensino-aprendizagem. Assim, partindo do plano de ensino inicial, baseado em aulas expositivas dialogadas, práticas em ambulatório e avaliações teóricas e práticas conceituais, há dois anos foram introduzidas novas ferramentas de aprendizagem e avaliação, como: Team Based Learning (TBL), Miniexercício Clínico Avaliativo (Miniex), Objective Structured Clinical Examination (OSCE) e prova informatizada. O TBL é um modelo de aprendizagem por equipes, com necessidade de estudo prévio, aplicação de tarefas com casos reais e avaliação em grupo e/ou individual. O Miniex é um instrumento de avaliação de competências clínicas que consiste na observação feita pelo professor durante uma consulta no ambiente de trabalho. Ao final da consulta, o docente conversa com o estudante sobre acertos e sobre o que pode melhorar, configurando a avaliação formativa. E o OSCE consiste na simulação de um atendimento clínico no qual são avaliados comportamento, domínio e habilidades durante a execução das tarefas necessárias para a resolução do caso. Destaca-se que a apropriação dessas técnicas pelo grupo de professoras ocorreu a partir do Curso de Especialização em Educação na Saúde realizado pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em parceria com a Faculdade de Medicina de São Paulo (USP). Objetivo: Relatar a experiência da disciplina de Endocrinologia na aplicação de estratégias e tecnologias interativas e o impacto na progressão do modelo tradicional de ensino para o interacionista centrado no aluno. Desenvolvimento: O ensino da Endocrinologia do curso de Medicina da UEA, ocorre dentro da disciplina de Clínica Médica III, que é ministrada no 7º período e possui carga horária de 150 horas, a qual é dividida com o ensino da Gastroenterologia. A Endocrinologia era organizada em práticas de 2h/semana para grupos de 8 alunos, com realização de atendimento ambulatorial ou seminários; e aulas expositivas (preleção) de 4h/semana para aproximadamente 80 alunos. A avaliação baseava-se em duas provas teóricas com questões de múltipla escolha e/ou discursiva, e uma avaliação prática ao final do semestre baseada em conceito (assiduidade e pontualidade; interesse e participação, conhecimento, relacionamento e apresentação de caso clínico). No entanto, atualmente em termos de educação, ensino integrado e aprendizado baseado em problemas e na comunidade têm sido advogados. Dando-se ênfase ao estudo ativo, esperando que os estudantes tenham mais autonomia no processo de aprendizagem, com a utilização de múltiplas estratégias de ensino e avaliação.  Enfatizando o aprendizado ativo, a nova Diretrizes Curricular Nacional (DCN) do curso de graduação em Medicina, publicada em 2014, propõe que o curso deve “utilizar metodologias ativas e critérios de acompanhamento e avaliação”. Assim, o plano de ensino foi reestruturado, mantendo as atividades práticas no ambiente ambulatorial, favorecendo a inserção do aluno na realidade do SUS e de sua futura profissão. E as 4h semanais de aulas expositivas foram substituídas por novas ferramentas de ensino, passando de estratégia única para múltiplas estratégias, com característica mais ativa: TBL, discussão de casos clínicos reais e utilização do laboratório de habilidades clínicas (no qual é possível simular casos reais e aplicar o OSCE). Com a avaliação ocorrendo em todas as atividades (algumas informatizadas), substituindo as duas provas teóricas. E, em relação à avaliação prática, o sistema de conceitos foi substituído pelo Miniex, realizado no decorrer do semestre de acordo com os casos clínicos atendidos ou assuntos discutidos, e pelo OSCE realizado ao final do semestre. Resultado: Como descrito, a atividade teórica baseava-se em uma única estratégia, aula expositiva, com frequência e participação abaixo do desejado. E a prova prática não era adequada para a avaliação do conhecimento, atitudes e habilidades adquiridos pelos alunos. Assim, ao reestruturar a disciplina de Endocrinologia, foi percebido em relação às turmas anteriores: maior interesse por parte dos alunos em participar das aulas, atingindo-se 90 a 100% de frequência; busca de conhecimento prévio às atividades, favorecendo e ampliando o aprendizado; maior entrosamento aluno-professor, promovendo uma participação mais ativa do aluno, com maior número de discussões, questionamentos e reflexões; personalização do ensino e observação de deficiências individuais com mais facilidade pelo professor, com maior possibilidade de intervenção; menor número de reprovação e alunos mais seguros ao atender o paciente no ambulatório de Endocrinologia. Além disso, a realização de testes informatizados propiciou uma oportunidade de feedback imediata e mais eficaz ao aluno, favorecendo a troca de conhecimentos e experiências entre alunos e professores. E ao professor, permitiu otimização do tempo e acesso às estatísticas, como por exemplo, questões com maior número de erro/acerto, permitindo intervir e trabalhar melhor em pontos específicos. Outro ponto notado, foi a redução do número de processos solicitando revisões de notas e avaliações no decorrer e ao final do semestre. No mais, ao trabalhar múltiplas estratégias, fortaleceu as habilidades do grupo de professoras nos seis campos de atuação. Considerações finais: A educação médica sofreu mudanças nas últimas décadas, sendo primordial incluir o aluno na busca do conhecimento e na realidade do SUS. Com necessidade da utilização de novas e múltiplas estratégias educacionais e de avaliação, para otimizar o aprendizado de habilidades e atitudes, centradas no aluno, tornando-o ativo no processo de aprendizagem, despertando o interesse pela busca e troca de experiências e preparando-o para a futura profissão. Ao atualizar o plano de ensino da disciplina de Endocrinologia levando-se em consideração novas estratégias e o que é proposto pela DCN de Medicina, pôde-se observar a redução drástica do absenteísmo, maior interesse e participação, além do crescimento e amadurecimento profissional do aluno de graduação e das professoras de Endocrinologia do curso de Medicina da UEA. A especialização com foco em metodologias ativas de ensino-aprendizagem com a UEA/USP, promoveu a qualificação do trabalho docente e repercutiu na qualidade do ensino desenvolvido.

11942 CAMINHOS PARA CONSTRUÇÃO COMPARTILHADA E PARTICIPATIVA EM UMA LIGA DE SAÚDE MENTAL
DANIELY QUINTÃO FAGUNDES, LARISSA HELENA MARINELI PEREIRA, MATHEUS LEMOS RODRIGUES DE SOUZA, OZIANE GUIMARAES BRAGA, ANA LUÍSA DE OLIVEIRA LIMA, CARLA GRAZIELA PAES LADEIRA

CAMINHOS PARA CONSTRUÇÃO COMPARTILHADA E PARTICIPATIVA EM UMA LIGA DE SAÚDE MENTAL

Autores: DANIELY QUINTÃO FAGUNDES, LARISSA HELENA MARINELI PEREIRA, MATHEUS LEMOS RODRIGUES DE SOUZA, OZIANE GUIMARAES BRAGA, ANA LUÍSA DE OLIVEIRA LIMA, CARLA GRAZIELA PAES LADEIRA

Apresentação: A ideia de multidisciplinaridade é proposta pelo SUS como arqué norteadora das ações de equipe, no intuito de assistir a complexidade dos elementos físicos, psíquicos e subjetivos que constituem saúde. Para executar tais ações são necessários esforços conjuntos de todos os profissionais, visando a construção de ambiente colaborativo e agregador do cuidado. Entretanto, a formação dos profissionais de saúde ainda é pautada na uniprofissionalidade, caracterizando uma realidade na qual há pouco diálogo entre equipes, dificultando o cuidado integrador. Tornando-se necessária na graduação, a discussão e implementação de ferramentas que possibilitem a melhoria e aperfeiçoamento da prática colaborativa e interprofissional. Nessa perspectiva, a Liga Acadêmica Multiprofissional de Saúde Mental e Psiquiatria da UFF (LiPsi) é um projeto de extensão criado com a finalidade de mobilizar estudantes universitários em prol do desenvolvimento, promoção e difusão dos estudos em Saúde Mental, e tem como desafios a formação multidisciplinar, interprofissional, horizontalizada e participativa de alunos de variados cursos de graduação, como enfermagem, medicina, direito, farmácia e psicologia. O objetivo do presente trabalho é descrever a construção de um projeto educacional compartilhado e participativo em saúde mental. Trata-se de um relato de experiência acerca da utilização, como ferramenta, de um formulário eletrônico em que os alunos integrantes da liga foram convidados voluntariamente a responder, e por meio dele foi possível avaliar atividades anteriores e dar sugestões de formatos de aula, além de sugerir temas que deveriam ser abordados ao longo do semestre. A aplicação do formulário se deu em julho de 2019, após decorridos 4 meses de atividades. Os ligantes conferiram às aulas do primeiro semestre a média de nota de 4,43, numa escala de 0 a 5, mas mostraram que as aulas longas e em formato de slides são preteridas, deixando sugestões por aulas com menor tempo de duração e com participação ativa. Os principais temas sugeridos foram esquizofrenia, transtorno obsessivo compulsivo e bipolaridade e, além disso, arte e saúde mental, atividades físicas e espiritualidade também foram mencionados. Os apontamentos dos ligantes nessa consulta transitam justamente nos diferentes universos de formação que a liga alcança ao assumir uma proposta multiprofissional. Aqueles temas relacionados a entidades clínicas da psiquiatria identificam a ligação dos estudantes com a compreensão da saúde mental baseada na evolução e designações médicas, ao passo que outras propostas podem representar o interesse em práticas distintas do roteiro de cuidado e orientadas para outras racionalidades. Todas essas proposições serviram de base para os encontros que se seguiram ao longo do semestre, e se observou que nas aulas dos temas sugeridos os alunos tiveram ampla participação e presença, contribuindo em todos os encontros com debates e reflexões acerca da saúde mental, o que demonstrou que a opção por uma proposição educativa dialógica permite ao estudante ultrapassar a posição de expectador e assumir uma postura crítico-reflexivo e transformadora da realidade. Portanto, romper com as estruturas de ensino verticalizadas é uma alternativa que pode não apenas formar profissionais multidisciplinares e formadores de redes, mas também cidadãos mais engajados e democráticos.

11991 FORMAÇÃO E REFLEXÃO EM SAÚDE: POSSIBILIDADES AFIRMATIVAS VIVENCIADAS NO VER-SUS
Marta Machado Torres

FORMAÇÃO E REFLEXÃO EM SAÚDE: POSSIBILIDADES AFIRMATIVAS VIVENCIADAS NO VER-SUS

Autores: Marta Machado Torres

Apresentação: A edição do VER-SUS em Bragança/Pará, ocorrido em 27/01-03/02/2018 foi uma importante oportunidade para compreensão e diálogo sobre a dinâmica da estrutura viva da Saúde Pública no Brasil e as bases de funcionamento do Sistema Único de Saúde. Seguramente experiência vital para formação em saúde e reflexão sobre saberes e práticas no cotidiano do trabalho e rede de serviços. Segue o relato desta vivencia a partir de minha inserção na condição de facilitadora. Desenvolvimento: O grupo foi constituído com participantes de diversos lugares do Brasil, bem como de instituições de ensino público e privado. Estudantes da UNB (Brasília), UFPR (Curitiba), UFMG (Belo Horizonte), UFPA, UEPA e UNAMA em Belém, e também estudantes de várias universidades do interior paraense: Santarém, Marabá, Tucuruí, Bragança e Castanhal. Estivemos em regime de internato, 24 horas vivamente em sintonia mobilizadora. Partimos de Belém num ônibus da Universidade Federal do Pará. Por questão de estrutura física e logística passamos por três alojamentos: escola municipal, Seminário diocesano e pernoite num hotel. Toda esta movimentação não comprometeu a integração grupal. Alojamento foi garantido pela prefeitura de Bragança. O município bragantino pertencente à região dos Caetés. Território densamente povoado da Amazônia atlântica, com população de 124.184 habitantes (IBGE 2017) e uma área territorial de 2.091 km², dispondo aproximadamente de 215 km da capital Belém. De clima úmido e tropical, com o período chuvoso concentrado principalmente entre os meses de janeiro a julho. Localizada no litoral da Amazônia brasileira está inserida na maior faixa contínua de manguezais mais bem preservado do mundo, além de receber o maior rio em termos de descarga de volume de água na terra, sendo a única região do país com regime de macromarés. A economia local é centrada na pesca, turismo e as festas culturais relevantes, com destaque à festividade de São Benedito. A rede de saúde em Bragança é estruturada de acordo com os preceitos constitucionais. Dispõe de recursos operacionais do Sistema Único de Saúde com direcionamentos segundo determinações e amparo através das Conferências Municipais de Saúde, Conselho Municipal de saúde (eleito na 11ª Conferência de Saúde/2017, 16 membros empossados para o biênio 2018-2020). Atenção Primária de Saúde é composta por 30 ESF (16 na área urbana e 14 na área rural). Distribuídos e organizados dentre seus 17 bairros. Há cobertura psicossocial através dos CAPS e garantia de 16 leitos psiquiátricos no hospital de Clínica (equipamento ligado à rede privada). Os serviços de referência em média complexidade é pouco disponível. Acesso ao laboratório, radiologia simples, ultrassonografia obstétrica, são ofertadas pela via privada, mediante pagamento do usuário. Parto normal, primeiro atendimento em clínica médica e pediatria são acessados através do Hospital Santo Antonio em caráter filantrópico. Despertávamos bem cedo. Alvoradas com canções motivantes e criativas. Após desjejum partíamos para o campo conforme planejamento coletivo. Cada Núcleo de Base cobria um serviço. As atividades noturnas contava com formação, mística, debates, socialização sobre o ocorrido do dia. Com participação cem por cento interativa e compromissada. No primeiro dia, o prefeito, vive-prefeito/secretário de saúde e equipe de trabalho nos recepcionaram. Momento em que dicemos o que esper´vamos daquela vivência. Visitamos a cidade e espaços culturais de relevancia histórico. Conhecemos o plano Municipal de Saúde. Com recurso do datashow, todo seu conteúdo foi-nos apresentado pela gestão e por cada responsável ligado a determinada política/programa de saúde. Após interlocução, ficou estabelecido que cada equipe acompanharia os profissionais em serviço durante aquela semana. Numa Unidade Municipal de Saúde a gerente nos mostrou protocolos e programas. Há um mês vinham implantando nova forma de agendamentos numa tentativa de garantir que todos os programas pudessem ser oferecidos todos os dias. Assim usuários não dariam volta em vão até ao serviço (resolução para as demandas sempre presentes). Neste dia acompanhamos palestra para grávidas sob responsabilidade do odontólogo do NASF. Observamos livro com registro do PCCU. Os resultados com lesões de alto grau não constava referenciamento, o serviço desconhecia o seguimento daquelas mulheres. Estas sendo encaminhadas para tratamento em Belém. Não havia pílula do dia seguinte nem DIU. Mas eram ofertados camisinha masculina/feminina e contraceptivos injetáveis. No equipamento PSF na área rural encontramos estrutura física preservada, equipe completa, médico cubano do Programa Mais Médico, coordenado localmente por uma enfermeira. Os ACS realizam visitas a pé ou de bicicleta. Na parede havia recipientes com preservativo masculino e feminino disposto de forma a facilitar acesso livre à comunidade. Sequencialmente visitamos um serviço de Reabilitação e o Almoxarifado Central (aqui encontramos DIU e pílulas do dia seguinte). No Hospital de Clínicas, a ala psiquiátrica constava portão com cadeado. Comportando 16 leitos regulados por AIH. No CAPS foi dimensionado a relevância deste tipo de serviço substitutivo para aquela região, pois muitos dos casos agudos e crônicos de adoecimento mental ficavam sem assitência qualificada, a integração com os viventes se consolidou através de uma oficina terapêutica com usuários e trabalhadores. No Hospital Santo Antonio Maria Zacarias, fomos recepcionados com música e apresentação dos serviço através de powerpoint e visita nos setores. O mesmo é ligado à doutrina católica, de carater filantrópico, com 95% de prestação anual de serviços ao SUS. Com parto humanizado (Amigo da criança e da mulher). Possui banco de leite estruturado. Capta leite também no domicílio. Oferta o serviço de Urgência/ Emergência. Gestores do Departamento de vigilância epidemiológica/sanitária falaram dos agravos e intervenções de controle dos vetores responsáveis pela Dengue, Zika e Chikungunya. Em grupos acompanhamos os agentes de endemias até aos domicílios. A maioria estava com seus EPI’s incompletos. No Conselho Municipal de Saúde nos reunimos com representante dos usuários, trabalhadores, assessoria do secretário de saúde e a secretária do conselho. Visitamos uma Vila Pesqueira distante do centro urbano. Fomos recebidos pelo líder comunitário. Este referiu que há muitos anos esperam por água tratada, que a maioria dos moradores tem que comprar água na cidade. Estivemos também no Quilombo de América. Numa escola encontramos vários moradores, adultos e crianças. Uma das lideranças é ACS e outra professora de dança afro. Estes estão sem o título de suas terras. Vários problemas de saúde e educacional foram relatados pela comunidade. Esse encontro resultou num documento reivindicatório à gestão municipal e também numa manhã de ação afirmativa dentro do quilombo. Assim como foi no início da vivencia, ao final reunimos com a gestão municipal numa grande plenária, momento conduzido pelas facilitadoras e facilitadores. Tudo o que foi observado ao longo da semana esteve sendo pontuado nesta plenária. Sendo firmado que muitos pontos na dinâmica do serviço comprometem a universalidade, a integralidade e a equidade do acesso aos serviços oferecidos pelo SUS. Agradecemos muitíssimo pela tão boa acolhida recebida. Considerações finais: A troca de conhecimento e experiências proporcionou aprofundamentos holísticos sobre o processo de trabalho na saúde, na articulação entre as estâncias que compõem os diversos extratos dos serviços e a comunidade. O ganho foi coletivo, pois debater e vivenciar o SUS foi garantia de ampliarmos mais forças em defesa da saúde pública, do direito universal e seguridade social. Foi a maior e melhor vivência coletiva que tive em todos os tempos. Viva o povo que luta!

10151 O USO DE FANZINES COMO METODOLOGIA PARA A EDUCAÇÃO EM SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Melina Navegantes Alves, Luana Borges Teixeira, Icaro Ferreira, Leandro Passarinho Reis Júnior

O USO DE FANZINES COMO METODOLOGIA PARA A EDUCAÇÃO EM SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Melina Navegantes Alves, Luana Borges Teixeira, Icaro Ferreira, Leandro Passarinho Reis Júnior

Apresentação: No que se refere à saúde no Brasil, a Constituição de 1988 contribuiu para a criação e implementação de redes de atenção à saúde, distribuída em objetivos específicos e diferentes níveis de complexidade, para atender aos princípios fundamentais constituintes do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil – os quais são integralidade, universalidade e equidade – a fim de promover, prever e tratar em saúde toda a população. Quanto ao acesso aos níveis de atenção, o SUS implementou estratégias para promover uma maior interação entre a comunidade e o sistema de saúde, a partir de metodologias de educação em saúde, como rodas de conversa, palestras e utilização de mídias digitais e visuais. Diante disso, o presente trabalho caracteriza-se como relato de experiência de caráter qualitativo e descritivo, que tem por objetivo descrever a experiência de utilização de metodologias de mídias visuais alternativas como ferramenta de promoção e prevenção em saúde durante a disciplina de Psicologia da Saúde, do curso de Psicologia da Universidade Federal do Pará. Entre as metas da disciplina, estava a busca por produtos expositivos alternativos de conhecimentos em saúde. Como resultado desta disciplina, foram construídos dois Fanzines com a temática saúde da criança, sendo um sobre aleitamento materno e outro sobre vigilância do desenvolvimento infantil. Vale ressaltar que Fanzines se caracterizam como um veículo alternativo de ideias, alternando a ludicidade e a informação. A referida escolha deu-se pelo seu caráter de publicação, produção e reprodução autoral e independente, não só como instrumento de produção gráfica, mas de captura de interesse e abertura para o diálogo: o “fanzine” desperta a curiosidade de acordo com a sua dobradura, edição e tipografia manual, “autoralidade”, artesania e mesmo pela fotocópia – diferindo-se propositalmente de materiais gráficos tradicionais como o folder, por exemplo. Durante a construção dos Fanzines, foi possível perceber que esses se apresentam como outra forma de se pensar o próprio processo ensino-aprendizagem, bem como o diálogo sobre informações de saúde, pois diferente de modelos mais convencionais, abre espaço para uma criatividade que desafia a maneira de se expressar, relacionando pequenos tópicos ou textos a imagens – que, no caso desta experiência, foram criadas e desenhadas pelos estudantes envolvidos – de um jeito lúdico. Ademais, observou-se uma forma mais dinâmica, com maior acessibilidade e menos hierarquizada de repassar informações relevantes à saúde, vinculadas a ferramentas lúdicas, como o desenho, que incentiva a curiosidade do público. Logo, os Fanzines demonstraram-se uma ferramenta viável, dinâmica e de baixo custo financeiro para revisitar as metodologias de educação em saúde, de forma mais acessível e lúdica à população, capaz de integrar processos de promoção de saúde e atuar como ferramenta de aproximação entre o sistema de saúde e a comunidade atendida por este. Conclui-se, então, que os Fanzines se configuram como formas alternativas e de acessibilidade da população a informações de formas lúdicas e eficiente, promovendo e fortalecendo a Educação em Saúde.

11637 A IMPORTÂNCIA DA METODOLOGIA DO ESTUDO DE CASO NO DESENVOLVIMENTO DE NOVAS HABILIDADES DURANTE A FORMAÇÃO ACADÊMICA EM ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Karen Ribeiro Maciel, Diego Henrique Silveira Ramos

A IMPORTÂNCIA DA METODOLOGIA DO ESTUDO DE CASO NO DESENVOLVIMENTO DE NOVAS HABILIDADES DURANTE A FORMAÇÃO ACADÊMICA EM ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Karen Ribeiro Maciel, Diego Henrique Silveira Ramos

Apresentação: Trata-se de um relato de experiência e tem por objetivo relatar a vivência de discentes de enfermagem na realização de um estudo de caso (EC), atrelado a uma revisão de literatura, com uma temática fornecida por docentes responsáveis pela disciplina de “Enfermagem na Saúde da Criança, do Adolescente e da Mulher I”. Ao final da disciplina, no primeiro semestre de 2019, foi proposto, para um grupo de discentes de enfermagem, que cursavam a disciplina supracitada, a realização de um EC. O EC consistiu na reunião e sistematização de informações sobre um determinado fenômeno e este por sua vez foi sustentado por um referencial teórico que permitiu a discussão e reflexão sobre as informações encontradas. Sendo assim, foram utilizados dados levantados por meio de pesquisas em bases como Google Acadêmico, Scielo, BVS e Portal CAPES. Também foram utilizados, livros para a formulação dos diagnósticos e dos cuidados em enfermagem. A forma de apresentação se deu por meio de uma encenação do caso clínico sugerido, onde foram retratadas: as particularidades do caso, os diagnósticos de enfermagem e as intervenções e condutas em enfermagem pertinentes. Para a finalização do EC foram necessários 6 encontros, onde eram tomadas decisões importantes, em equipe, referente ao andamento do trabalho. Foi possível perceber que os participantes da elaboração e apresentação do EC desenvolveram habilidades de pensamento crítico, clínico e de pesquisa em bases de dados científicos. Além de despertar o interesse em pesquisas científicas o EC estimulou o trabalho em equipe e a apresentação auxiliou no fortalecimento da auto percepção dos discentes, agindo positivamente na forma como se colocam em campo diante das pessoas. Por fim, torna-se evidente que a realização de todas as etapas do estudo de caso favoreceu o desenvolvimento de habilidades importantes e muito valorizadas em enfermeiros, como por exemplo o diálogo, a liderança, a inquietação diante do desconhecido e consolidação da auto imagem profissional (por meio da encenação). Além disso, a partir da realização do EC foi possível observar a importância deste tipo de metodologia na formação acadêmica em enfermagem.