501: O cuidado compartilhado e singular com foco na integralidade
Debatedor: Lorrany Santos Rodrigues
Data: 29/10/2020    Local: Sala 05 - Rodas de Conversa    Horário: 16:00 - 18:00
ID Título do Trabalho/Autores
6725 ATIVIDADE EDUCATIVA COM UM GRUPO DE IDOSOS SOBRE ALIMENTAÇÃO: EXPERIÊNCIA COM O GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA
Ida Oliveira de Almeida, Danielle Brandão de Melo, Rosana Freitas de Assis, Tamires Dos Reis Santos Pereira

ATIVIDADE EDUCATIVA COM UM GRUPO DE IDOSOS SOBRE ALIMENTAÇÃO: EXPERIÊNCIA COM O GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA

Autores: Ida Oliveira de Almeida, Danielle Brandão de Melo, Rosana Freitas de Assis, Tamires Dos Reis Santos Pereira

Apresentação: No Brasil, e em diversos outros países em desenvolvimento, existe um crescimento progressivo do público idoso. As doenças crônicas não transmissíveis também sofrem aumento no que tange o público referido, ocupando lugar de destaque no perfil de mortalidade desses países. Esse envelhecimento populacional determina um substancial aumento, tanto nos recursos materiais e humanos necessários aos serviços de saúde do país, como nos seus custos, sendo que, em geral, as doenças que acometem essa camada da população necessitam de tratamento por períodos prolongados e intervenções caras com alta densidade tecnológica. Estudos mostram formas de melhorar a qualidade de vida daqueles que estão no processo de envelhecer, e um dos exemplos é o desenvolvimento de programas de saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esses programas de saúde, que têm como base a comunidade e que implicam promoção da saúde do idoso, devem ter a nutrição como uma das áreas prioritárias. O objetivo deste relato, é descrever a atividade educativa desenvolvida com um grupo de idosos, usuários do SUS, que frequentam a Unidade de Saúde em Salvador (BA).  Para abordagem da temática sobre alimentação, foi utilizado o guia alimentar da população brasileira, seus principais princípios e sua abordagem no que refere – se alimentação e adoção de hábitos saudáveis, no que tange os 10 passos, abordados no guia alimentar, além disso, foi enfatizado sobre o uso do sal, açúcar, gorduras e consumo de alimentos processados e ultra processados. Antes do início da palestra, os idosos foram pesados em uma balança de bioimpedância e foi aferida a estatura, a fim de avaliar o estado nutricional dos participantes. O público mostrou interesse na temática em questão, além disso, foram participativos durante a palestra e esclareceram dúvidas e elucidaram curiosidades, referente a temática em questão. O desenvolvimento da atividade educativa sobre alimentação saudável para pessoas idosas, permitiu a troca de saberes entre as facilitadoras e o público.  

10884 ELABORAÇÃO DE ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL PARA PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS
Camila Lima

ELABORAÇÃO DE ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL PARA PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS

Autores: Camila Lima

Apresentação: A infecção pelo vírus HIV no Brasil revelou-se como uma epidemia multifacetada que ao longo do tempo passou por transformações em seu perfil epidemiológico. A introdução da terapia antirretroviral de alta atividade proporcionou às pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHA) uma redução significativa na ocorrência de infecções oportunistas, tornando a doença um quadro crônico e controlável e concedendo maior qualidade de vida a esses indivíduos. No entanto, o estado nutricional que antes era caracterizado por perda de peso e desnutrição, atualmente, apresenta-se em transição, com a presença marcante do aumento de peso e da obesidade. Sendo assim, o presente projeto teve por objetivo elaborar e executar uma estratégia de educação alimentar e nutricional direcionada às PVHA, de forma que fossem abordados temas sobre alimentação e nutrição de interesse dessa população específica. O levantamento de temas de interesse foi direcionado a pessoas aguardando atendimento ambulatorial no Laboratório de Pesquisa Clínica em HIV/AIDS do Instituto Nacional de Infectologia - INI/FIOCRUZ. Foram disponibilizadas fichas com cartaz explicativo nos murais das salas de espera, para preenchimento e devolução não obrigatórios, sem qualquer tipo de identificação. As fichas apresentavam seis possíveis temas de interesse, com local para marcação, e ficaram disponíveis entre os meses de agosto e setembro de 2019. Foram coletadas 31 fichas preenchidas, sendo o tema de maior interesse “a existência de uma alimentação/dieta exclusiva para o HIV”, com 25,8% de marcação. Desta forma, partiu-se deste tema para a construção do mural, buscando bases teóricas em documentos e manuais disponibilizados na literatura. O mural confeccionado com artigos simples de papelaria, apresenta conteúdo educativo, uma parte interativa, e local para folder com informações complementares. Esperamos a partir desta estratégia de educação alimentar e nutricional trazer novas perspectivas e autonomia ao tratamento desses indivíduos.

10913 A EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE MEDIANDO AS EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS EM ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO COM GRADUANDOS EM NUTRIÇÃO E SUJEITOS EM PROCESSO DE ADOECIMENTO
Vanessa Schottz, Rute Costa, Célia Patriarca Lisbôa, Marcia Viana, Mirani Cristina Barros

A EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE MEDIANDO AS EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS EM ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO COM GRADUANDOS EM NUTRIÇÃO E SUJEITOS EM PROCESSO DE ADOECIMENTO

Autores: Vanessa Schottz, Rute Costa, Célia Patriarca Lisbôa, Marcia Viana, Mirani Cristina Barros

Apresentação: Este trabalho tem como objetivo apresentar a experiência de Educação Popular em Saúde (EPS) desenvolvida no âmbito da disciplina de Educação Alimentar e Nutricional 3 (EAN 3), ministrada aos estudantes do sétimo período do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Campus Macaé. Trata-se de uma disciplina obrigatória de caráter extensionista, composta por um terço de carga horária teórica (9 horas) e dois terços (21 horas) destinada à realização de práticas educativas pelos discentes. Adota-se a EPS como referencial teórico-metodológico pelo entendimento de que a mesma oferece as bases para a promoção de práticas contextualizadas e críticas de EAN com populações em processo de adoecimento-cuidado, em consonância com os princípios da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e do Marco de Referência de EAN para as Políticas Públicas. As aulas teóricas são planejadas e executadas a partir da combinação de diferentes recursos pedagógicos como dramatizações, instalações artístico pedagógicas, discussões em grupo, exposição dialogada, produção de poesias, músicas e vídeos, os educandos são estimulados a refletir sobre as contradições opressores-oprimidos no campo da nutrição. As vivências práticas dos educandos ocorrem com coletividades em processo de adoecimento nos municípios de Macaé e região, sendo quatro cenários a cada semestre (podendo variar). São eles: Sentrinho (escola voltada para a inclusão social e educacional de crianças com necessidades especiais); Polo Oncológico; Ambulatório da UFRJ; Núcleo de práticas integrativas em saúde; Estratégia da Saúde da Família (ESF); Casa do Idoso; Centro de Referência do Diabetes; Núcleo de atenção integral à saúde da mulher e da criança (NUAMC). Nessas unidades de saúde são realizados de três a quatro encontros, intercalados por reuniões de supervisão, em sala de aula. Durante as supervisões, a professora tutora de cada cenário de prática apresenta e discute com os/as educandos/as outros referenciais teóricos, identificados a partir das questões que vão surgindo durante as vivências, de forma, a subsidiar o planejamento das atividades educativas. Concluímos que a racionalidade centrada no nutriente, distanciada das dimensões sociais do humano, da multidimensionalidade da alimentação (direito, cultura, ambiente, psicossociais, econômicas) está muito mais próxima da medicalização do alimento e da prescrição da vida, e, portanto, revela-se em um instrumento de opressão. A superação-transformação da situação concreta da opressão na saúde se dá pela escolha do caminho do diálogo, da educação como prática da liberdade, do ato de cuidar pautado na amorosidade crítica, no saber ouvir, no considerar a humanidade dos sujeitos, entre outros princípios da EPS.

11861 CARDÁPIOS DE BERÇÁRIOS E CRECHES MUNICIPAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SEGUNDO O ÍNDICE DE QUALIDADE EM SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Vitória Julianna de Freitas Melo Escocard, Adaiana da Rocha Carvalho, Patricia Camacho Dias, Daniele Mendonça Ferreira, Roseane Moreira Sampaio Barbosa, Daniele da Silva Bastos Soares, Patrícia Henriques

CARDÁPIOS DE BERÇÁRIOS E CRECHES MUNICIPAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SEGUNDO O ÍNDICE DE QUALIDADE EM SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Autores: Vitória Julianna de Freitas Melo Escocard, Adaiana da Rocha Carvalho, Patricia Camacho Dias, Daniele Mendonça Ferreira, Roseane Moreira Sampaio Barbosa, Daniele da Silva Bastos Soares, Patrícia Henriques

Apresentação: O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é estratégico para o fortalecimento da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), pois possibilita o acesso regular à alimentação adequada e saudável, com respeito à cultura e hábitos alimentares locais, sustentabilidade e incentivo à vocação agrícola regional. A adequação dos cardápios aos parâmetros de qualidade do PNAE é fundamental para o benefício da população atendida, não apenas garantindo o acesso, mas como uma ferramenta de comunicação e educação alimentar e nutricional capaz de impactar na formação dos hábitos alimentares, especialmente na primeira infância. O objetivo desta pesquisa foi analisar a qualidade dos cardápios de berçários e creches de municípios do Estado do Rio de Janeiro, tendo como referencial os critérios de qualidade do PNAE. Desenvolvimento: Foram analisados vinte cardápios mensais de berçário e creche de 16 municípios do Estado do Rio de Janeiro, durante o ano 2019. Utilizou-se o Índice de Qualidade da Coordenação de Segurança Alimentar e Nutricional proposto pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Trata-se de um instrumento que avalia qualitativamente os cardápios da alimentação escolar, pontuando de acordo com quatro parâmetros: presença de seis grupos de alimentos (Cereais e tubérculos, feijões, legumes e verduras, frutas in natura, leites e  derivados, carnes e ovos), presença de alimentos regionais e da sociobiodiversidade, diversidade semanal das refeições ofertadas e ausência de alimentos classificados como restritos, proibidos e doces. O escore do IQ COSAN varia entre 0 e 95 pontos e classifica os cardápios em inadequado (0 a 45,9 pontos), precisa de melhoras (46 a 75,9 pontos) e adequado (76 a 95 pontos). Resultado: Verificou-se que 50% (n=10) dos cardápios precisam de melhoras e 50% (n=10) estavam adequados. De acordo com a análise, os principais fatores que influenciaram negativamente na classificação dos cardápios foram a presença frequente de alimentos restritos como achocolatado, mistura láctea, cereal matinal, misturas para mingau e doces; a monotonia, ausência de alimentos da sociobiodiversidade e o uso de açúcar de adição em preparações ofertadas para crianças menores de 2 anos. Não foi observada a oferta de alimentos classificados como proibidos. Destaca-se como fatores que influenciaram positivamente a qualidade dos cardápios a oferta de frutas in-natura pelo menos três vezes por semana, a presença dos seis grupos de alimentos e alimentos regionais, principalmente a mandioca. Considerações finais: Para adequação dos cardápios aos princípios de  qualidade do PNAE, é necessário que haja aumento na oferta de alimentos da sociobiodiversidade, cardápios mais variados e que, principalmente, seja reduzida a oferta de alimentos restritos, que são comummente associados à “comida de criança”, como doces, achocolatados, misturas lácteas e preparados para mingaus açucarados. O IQ COSAN é uma importante ferramenta para a análise que pode auxiliar na elaboração dos cardápios futuros adequadamente, pois os resultados obtidos apontam para as melhorias necessárias.

8456 A MAMOPLASTIA DE AUMENTO E SEU IMPACTO NO ALEITAMENTO MATERNO
Kevin Guimarães Guerra, Mariana Braga Salgueiro, Lucas de Almeida Figueiredo, Caio Ramos, Érika Luci Pires de Vasconcelos, Elisa Nogueira de Oliveira, Mônica Martins Guimarães Guerra, Claudia Cristina Dias Granito

A MAMOPLASTIA DE AUMENTO E SEU IMPACTO NO ALEITAMENTO MATERNO

Autores: Kevin Guimarães Guerra, Mariana Braga Salgueiro, Lucas de Almeida Figueiredo, Caio Ramos, Érika Luci Pires de Vasconcelos, Elisa Nogueira de Oliveira, Mônica Martins Guimarães Guerra, Claudia Cristina Dias Granito

Apresentação: A amamentação é fundamental e deve ser exclusiva nos primeiros 6 meses devida de um bebê, após essa idade, é preconizado a continuação com complemento até os 2 anos. O Aleitamento Materno Exclusivo (AME) previne milhares de mortes infantis em todo mundo, reduz a probabilidade do desenvolvimento do câncer de mama, é a melhor fonte nutritiva, fortalece o vínculo do binômio mãe-bebê, além de ser um método de contracepção. Mesmosendo um ato natural capaz de ofertar diversos benefícios, o aleitamento materno é complexo eainda gera muitos medos e dúvidas nas mães, e quando não conseguem realizar ou sãoinfluenciadas/forçadas ao “abandono” da amamentação, são afetadas psicologicamente. Com abusca exaustiva pelo corpo perfeito advindo dos padrões de beleza impostos pela sociedade, reflete-se a necessidade de discussão sobre como procedimentos estéticos realizadosprecocemente que podem afetar o aleitamento materno. O Brasil é um dos países que maisrealizam procedimentos estéticos, sendo a mamoplastia de aumento o mais comum. Portanto, torna-se objetivo desse estudo analisar os impactos da amamentação em mulheres commamoplastias através das evidências atuais. Desenvolvimento: Trata-se de uma revisão daliteratura, desenvolvida no mês de janeiro de 2020, utilizando os seguintes descritores: Mamoplastia; Aleitamento Materno; Lactação. A maioria das mulheres não se preocupa com ospossíveis efeitos do aumento das mamas no processo de amamentação, seja por realizarem amamoplastia em idades cada vez mais baixas ou por não receberem consentimento informadodos profissionais de saúde. Resultado: Alguns autores acreditam que o implante de prótese mamária não possui influência na amamentação. Em controvérsia, outros acreditam que as cirurgias mamárias têm sido elencadas como uma das causas associadas à interrupção precoce da amamentação pois podem alterar a integridade e funcionamento da mama, dependendo da técnica cirúrgica utilizada. Em relação à mamoplastia de aumento, as publicações dos últimos cinco anos mostram que as mulheres foram significativamente menos propensas a amamentar e a taxa de AME foi menor quando comparadas às mulheres sem cirurgia. Considerações finais: Apesar do grande número de procedimentos estéticos realizados, a literatura é limitada quanto ao seu impacto na amamentação e as interferências da cirurgia no aleitamento materno sob a ótica da puérpera. No entanto, o implante de prótese mamária não deve ser visto um fator que impeça a amamentação. Contudo, por tratar-se de uma mama operada e com uma dinâmica interna alterada, é necessária uma vigilância maior para prevenir e tratar as complicações, assim como, orientar adequadamente e apoiar as pacientes que não conseguirem amamentar. O profissional de saúde deve ter presente a necessidade de uma assistência humanizada e individualizada e aconselhamento seguro, identificando as fragilidades, apoiando a mulher e incentivando-a de acordo com suas escolhas.

11518 GRUPOS EDUCATIVOS COMO PRÁTICA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E ESTÍMULO DO AUTOCUIDADO E AUTONOMIA DO USUÁRIO EM UMA UNIDADE DE AUTOGESTÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Aline Gomes Donato, Carolina Moreira Souza

GRUPOS EDUCATIVOS COMO PRÁTICA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E ESTÍMULO DO AUTOCUIDADO E AUTONOMIA DO USUÁRIO EM UMA UNIDADE DE AUTOGESTÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Aline Gomes Donato, Carolina Moreira Souza

Apresentação: Os grupos educativos são ferramentas utilizadas dentro da Clínica para favorecer autonomia ao paciente e mudança em seu estilo de vida através do conhecimento propagado a população e informações sobre todo processo de saúde-doença que envolvem o indivíduo. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência da equipe multidisciplinar de uma clínica de autogestão da saúde suplementar na Baixada Fluminense. A motivação do grupo foi para que os pacientes conhecessem as formas de trabalho em conjunto e seus resultados. Os pacientes foram convidados por linhas de cuidados, a princípio foram trabalhados pacientes diagnosticados com hipertensão e diabetes. Foram convidados através de ligação telefônica e mensagem eletrônica enviada para os seus celulares. Os grupos foram realizados com a equipe multidisciplinar da clínica. Resultado: Nos grupos são desenvolvidas atividades de educação em saúde com o uso de materiais impressos e roda de conversa. Essas atividades propiciam momentos de reflexão junto aos usuários, contribuindo para uma visão crítica da alimentação e como os ambientes alimentares podem favorecer ou não a promoção da saúde. Estimular dinâmicas como essa se torna uma alternativa para incentivar o pensamento crítico do usuário diante de suas escolhas alimentares, a sua autonomia na tomada de decisão e, consequentemente no empoderamento do paciente para realização de escolhas conscientes promovendo o autocuidado em saúde. Considerações finais: Os grupos educativos têm impactos positivos na vida dos usuários, pois propicia conhecimento sobre as doenças trabalhadas, aderência ao tratamento, formas de controles da doença através da mudança do estilo de vida, disseminação do conhecimento através dos próprios usuários e autocuidado.

12108 PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA NA CONSTRUÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE SAÚDE PARA OS DETERMINANTES SOCIAIS DE SAÚDE ENCONTRADOS NO TERRITÓRIO
Ana Beatriz de Oliveira Fernandes

PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA NA CONSTRUÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE SAÚDE PARA OS DETERMINANTES SOCIAIS DE SAÚDE ENCONTRADOS NO TERRITÓRIO

Autores: Ana Beatriz de Oliveira Fernandes

Apresentação: Esse é um relato de experiência da construção do processo de territorialização por discente e docente do curso de enfermagem da Faculdade Nova Esperança de Mossoró – FACENE/RN, que estavam cursando o quarto período do referido curso e matriculados no componente curricular Atenção Integral de Enfermagem em Saúde Coletiva I. O objetivo dessa atividade foi fazer com que os discentes conhecessem uma microárea do território de uma Unidade Básica de Saúde do município, através da visita à área e microárea, e pudessem construir a territorialização, bem como estratégias de saúde para os Determinantes Sociais de Saúde encontrados no território, ou seja, agir enquanto discentes e futuros enfermeiros frente às fragilidades e potencialidades encontradas. Esse momento aconteceu por meio de uma visita técnica, parte do componente prático da disciplina supracitada, onde os discentes acompanhados da docente da disciplina e de uma Agente Comunitária de Saúde da área pudessem caminhar, conhecer o território, e descobrir quais desafios aqueles moradores e usuários da Unidade enfrentam no seu cotidiano. Após a realização da visita, conversa com alguns profissionais da Unidade, entre ele: enfermeiro, ACS e residentes multiprofissionais, os discentes retornaram a Instituição e sob orientação da docente construíram materiais que pudessem descrever a realidade da microárea visitada, além de identificarem pontos para possíveis intervenções e/ou estratégias de enfrentamento. Divididos em grupos, os discentes produziram um maquete com a caracterização da microárea e também a apresentação em sala de aula sobre os pontos frágeis identificados, como foi o caso do aumento dos casos de sífilis na gestação e da “população flutuante” (visto que o bairro é prioritariamente habitado por residenciais de aluguel). Com isso, foi possível perceber que a partir da prática e da vivência, os alunos puderam perceber a grande importância do processo de territorialização para a Atenção Primária, bem como mantê-lo atualizado frente as constantes mudanças do modo de viver e levar a vida da população.

12118 O NASCIMENTO COMO ANALISADOR DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO BRASIL E NA FRANÇA
SIMONE SANTANA DA SILVA, CINIRA MAGALI FORTUNA, GILLES MONCEAU

O NASCIMENTO COMO ANALISADOR DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO BRASIL E NA FRANÇA

Autores: SIMONE SANTANA DA SILVA, CINIRA MAGALI FORTUNA, GILLES MONCEAU

Apresentação: Trata-se de um recorte dos dados produzidos em uma tese de dupla titulação que analisa o processo de institucionalização de partos cesáreos no Brasil e na França segundo uma perspectiva da sócio-clínica institucional francesa. Assim o presente resumo busca compreender os modos de atuação dos profissionais na preparação para o parto no processo de nascimento em ambos os países. No Brasil, a gravidez, parto e puerpério, geralmente, são acompanhados pelos profissionais médicos. Mais de 98% dos partos ocorrem em hospitais e mais de 80% são assistidos por médicos (independente do desfecho do parto: se vaginal ou cesariano), ou seja, se constitui como um procedimento hospitalar conduzido pelo saber médico e que, algumas vezes, compromete o protagonismo da mulher. As taxas de cesarianas permaneceram, por muitos anos, numa média 50% nos serviços públicos e quase 90% nos serviços privados justificados pela forte valorização das ações tecnicistas, pela comodidade dos profissionais na realização do procedimento, pelo receio da dor pelas mulheres, mas escondidos na ideia de a intervenção garante mais segurança. Na França, por outro lado, o percentual dos desfechos dos partos cesarianos são em média 20% e os profissionais que se ocupam, no geral, pelo acompanhamento em todo processo gravídico-puerperal são as sage-femmes (uma profissão medical especializada em saúde da mulher em todo ciclo da sua vida). Nesse país, os fatores que determinam a prática da cesariana, primeiramente, são as características do bebê (prematuridade, macrosomia, por exemplo) e das mães (idade da mãe, número de bebês em gestações múltiplas influenciadas pelas técnicas de procriação medicalmente assistida e massa corporal da mãe). Geralmente a participação dos médicos obstetras no processo gravídico puerperal se dá nas gestações de risco que podem prever uma cesariana, situações de complicação no trabalho de parto (cesarianas de urgência) ou, mais raramente, mas em ascensão, quando há demanda das mulheres. Nos dois países, em suas especificidades, discute-se a força com que a biomedicalização atua junto aos partos, como perpassa as ações de educação, bem como as causas e consequências disso. Desenvolvimento: Os dados da presente pesquisa foram produzidos entre 2016 e 2019, no Brasil e na França. Isso foi feito por meio de grupos focais com pais e profissionais, entrevistas individuais com profissionais da saúde materno-infantil (e Comitê de Vigilância dos Óbitos Materno-infantil brasileiro), com mães e pais que viveram a experiência do parto. Um diário de pesquisa também foi mantido ao longo da investigação. Os grupos focais foram compostos de profissionais de serviços tradicionais e alternativos, de pais de diferentes extratos sociais. Cada grupo reuniu-se três vezes, num total de 12 reuniões que foram transcritas. Os aspectos éticos das pesquisas com seres humanos foram respeitadas. Foi realizada uma análise cruzada entre os diferentes tipos de dados, entre serviços, entre grupos e entre países, de modo contínuo, com base nos materiais produzidos. Os eixos de análises foram dispostos em quadros analíticos e organizados por grupo de entrevistados e cenários estudados. Em seguida realizaram-se sínteses horizontais das entrevistas, por grupos entrevistados. A análise também foi produzida durante o tempo de restituição aos participantes e foi baseada na abordagem de análise temática dos autores Mucchielli e Paillé. Resultado: Estratégias de educação articuladas às da saúde são necessárias (e presentes) nos dois países. A preparação para o parto ocorre de maneiras bastante específicas em cada um dos países. Na França, as atividades de preparação para o parto são realizadas nos serviços de “Protetion Maternelle Infantil – PMI”, nos serviços hospitalares e são reembolsadas pela “securité sociale”. A discussão é conduzida com temas específicos e as estratégias para desenvolvimento são variáveis. No Brasil, as ações de educação no período gravídico e puerperal são realizados em alguns serviços de atenção básica e nos serviços hospitalares, bem como em consultórios privados e conveniados. Em ambos os países o Estado interfere nas ações desenvolvidas. Entretanto é fundamental reconhecer que o sentido dado nessa implementação é que fazem a diferença no cotidiano das pessoas, pois, indubitavelmente são atravessadas por fatores diversos como, por exemplo, a lógica organizacional dos serviços e a compreensão dos trabalhadores articuladas ou não com a dos usuários dos serviços. Isso se dá, uma vez que impactam diretamente no desdobramento final das ações. No âmbito das práticas desenvolvidas, a educação em saúde busca considerar as diferentes organizações e instituições e seus diferentes agentes mesmo fora dos espaços legitimados como da saúde. Assim, o Brasil e a França demarcam processos distintos. O Brasil é campeão em partos cirúrgicos sem indicação. A França, por sua vez, apresenta outra realidade, em que os partos são em sua maioria vaginais. Foi possível apreender que embora cada um dos países pesquisados tenha sua estrutura sanitária e educativa peculiar, são marcados por uma construção sócio-histórica-econômica delineada pelo patriarcado e subjugação feminina. Em termos educacionais e de saúde, em qualquer um dos países, a gravidez é compreendida como um processo fisiológico e desenvolvido com inúmeras intervenções sobre o corpo feminino. As dimensões técnicas e organizacionais predominam reforçando uma divisão intelectual e social do trabalho e do saber em saúde. As práticas e discursos dos profissionais (em seu processo de trabalho) influenciam na ocorrência (ou não) do parto cesariano. A progressão ou regressão disso relaciona-se com o grau de implementação de ações medicais nas ações de saúde. Ainda no contexto da saúde brasileira, embora apresente avanços em relação ao movimento da educação popular em saúde, ainda é muito marcado pela lógica da educação bancária altamente verticalizada. Essa realidade é fortalecida pela fragilidade na compreensão do caráter revolucionário da educação pelos componentes desse processo: gestores, profissionais e trabalhadores e sociedade. Isso repercute nas práticas educativas desenvolvidas junto à comunidade em que as estratégias estão restritas às demandas induzidas pelas instâncias governamentais.  Considerações finais: O desfecho dos nascimentos sofreu e sofre mudanças ligadas à modernização dos modos de vida, de consumo e, consequentemente, de pensamento. Com a alteração do local normatizado para nascer, ou seja, os hospitais, as mulheres passaram a ocupar (não necessariamente numa perspectiva ativa e de protagonismo) o centro das relações profissionais. É válido destacar que muito frequentemente, atravessados pelas dimensões técnicas e organizativas do serviço, os profissionais ignoram as questões subjetivas dessas mulheres.

10745 MAPA DE CONVERSAÇÃO COMO FERRAMENTA EDUCATIVA NA SAÚDE DE CRIANÇAS COM DIABETES MELLITUS TIPO 1
Karollayny de Macêdo Oliveira, Murillo Umbelino Malheiros, Laura Raquel Silva da Costa, Igor Oliveira da Silva, Marcela Figueireido Conceição Azevedo

MAPA DE CONVERSAÇÃO COMO FERRAMENTA EDUCATIVA NA SAÚDE DE CRIANÇAS COM DIABETES MELLITUS TIPO 1

Autores: Karollayny de Macêdo Oliveira, Murillo Umbelino Malheiros, Laura Raquel Silva da Costa, Igor Oliveira da Silva, Marcela Figueireido Conceição Azevedo

Apresentação: O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica que exige mudanças de hábitos e desenvolvimento de comportamentos especiais de autocuidado que deverão ser mantidos por toda a vida. A educação em DM deve promover o desenvolvimento de habilidades necessárias para o autocuidado e para o gerenciamento da doença pela própria pessoa e/ou familiar. O mapa de conversação em diabetes é uma estratégia educativa criada pela Federação Internacional de Diabetes, aplicada por profissionais ou acadêmicos da saúde, desenvolvido a partir de ilustrações lúdicas e interativas, contendo metáforas sobre a condição crônica do diabetes e sobre as situações cotidianas vividas pelos pacientes. Diante do contexto, objetiva-se relatar a experiência da utilização de mapas de conversação em diabetes, avaliando-o como uma estratégia educativa para crianças diabéticas. Desenvolvimento: Realizado no Parque Cidade da Criança, em Manaus, Amazonas, em julho de 2018. Os integrantes foram pacientes atendidos no Ambulatório Araújo Lima, diagnosticados com DM tipo 1, sendo posteriormente convidados a participar do grupo, juntamente com os respectivos acompanhantes. A amostra foi composta por 42 integrantes, sendo 15 portadores da doença, com idade entre 3 e 15 anos. Os facilitadores da oficina foram acadêmicos de medicina, bem como seus respectivos preceptores do serviço de endocrinologia e psicologia. Após apresentação de cada participante e dos facilitadores, o mapa foi exposto e os participantes questionados sobre o que mais lhes chamava a atenção. É importante ressaltar que o profissional facilitador, aquele que aplicou a atividade educativa, conduziu o momento com perguntas incentivadoras do diálogo e da participação de todos. Resultado: Os mapas utilizados tiveram como tema:  Vivendo em família com diabetes tipo 1; e O diabetes e o cuidado com os pés. Os assuntos foram selecionados de acordo com a avaliação das maiores necessidades dos pacientes. Durante a atividade, observou-se que a maioria dos indivíduos se mostraram interessados em falar das suas experiências e frustrações acerca dos temas abordados. Houve interação entre familiares que expuseram as dificuldades enfrentadas com o diagnóstico da doença e como conseguiram superar os percalços. Suas experiências foram essenciais para ajudar muitos dos novos integrantes a se encontrarem num grupo compatível com suas frustrações e aceitarem melhor a doença dos seus filhos. Considerações finais: A utilização do mapa de conversação em diabetes permitiu observar a visão que os pacientes e seus familiares têm sobre a própria doença, assim como o aprendizado sociocultural da equipe multiprofissional. Da mesma forma, a atividade promoveu um ambiente livre de preconceitos e estigmas. Essa ferramenta permite que o profissional realize o empoderamento do paciente com diabetes, promovendo o autocuidado e garantindo melhor o controle da enfermidade de tal modo a prevenir ou retardar o surgimento de complicações relacionadas à doença. Contudo, é importante que haja também a implementação de outros mapas de conversação a indivíduos com outros tipos de doenças crônicas de modo a proporcionar melhores cuidados à saúde melhorando o prognóstico de diversos perfis de pacientes.

10945 ANÁLISE DE GESTANTES COM HIV E CRIANÇAS EXPOSTAS À TRANSMISSÃO VERTICAL NAS DIFERENTES GERÊNCIAS DISTRITAIS DE PORTO ALEGRE
Rafael Henrique Ribeiro

ANÁLISE DE GESTANTES COM HIV E CRIANÇAS EXPOSTAS À TRANSMISSÃO VERTICAL NAS DIFERENTES GERÊNCIAS DISTRITAIS DE PORTO ALEGRE

Autores: Rafael Henrique Ribeiro

Apresentação: A gestação na presença do HIV impõe diversos desafios à mulher e sua família, entre os quais se destacam os esforços visando à prevenção da transmissão materno-infantil do vírus (transmissão vertical). Desde 2010, os países da América Latina e do Caribe têm trabalhado para eliminar a transmissão mãe para filho do HIV e da sífilis, como problemas de saúde pública, através da Estratégia de um Plano de Ação coordenada pela OPAS. Desde então, os países conseguiram reduzir as novas infecções em crianças em cerca de 55%, de impedindo que cerca de 28.000 crianças fossem infectadas com o HIV. Porto Alegre é a capital com a maior taxa de detecção de HIV em gestantes, cuja taxa foi de 20,2 casos∕mil nascidos vivos. Esta taxa foi sete vezes superior à média brasileira (que foi de 2,9 casos∕mil nascidos vivos) e foi 2,2 vezes maior do que a taxa do Rio Grande do Sul (9,2 casos∕mil nascidos vivos). A Organização Mundial de Saúde vem certificando países com eliminação da transmissão vertical do HIV. A vigilância epidemiológica é base estruturante para o controle e redução da transmissão vertical, pois permite analisar, sistematicamente, as ocorrências e seus fatores de risco, com o propósito de orientar intervenções necessárias ao controle ou eliminação. No caso de notificação de gestante HIV+ e criança exposta, todos os casos suspeitos devem ser notificados. A vigilância ocorre em três momentos – no pré-natal, no parto, e no acompanhamento da criança, que em Porto Alegre se estende até os 24 meses. Após os 24 meses, o caso é encerrado, mediante informação fornecida pelos serviços sobre o resultado da sorologia para o HIV na criança (positiva ou negativa), ou por perda de seguimento. O objetivo deste trabalho foi analisar gestantes com HIV e crianças expostas em Porto Alegre, fornecendo subsídios para discussão de possíveis melhorias assistenciais no enfrentamento ao HIV. Método: Este trabalho se insere em um estudo de maior amplitude, devidamente aprovado em Comitê de Ética em Pesquisa. Trata-se de um estudo quantitativo, caracterizado como uma coorte retrospectiva, com dados provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de Porto Alegre, de 2002 a 2019. O trabalho retrospectivo consistiu no acompanhamento dos casos e encerramentos das crianças expostas, consultadas em sistemas eletrônicos como E-SUS, e na busca ativa de casos sem resultado do teste. Utilizou-se para comparações o recorte geográfico das oito gerências distritais da cidade: 1) Centro (CEN), 2) Noroeste /Humaitá /Navegantes /Ilhas (NHNI), 3) Norte /Eixo Baltazar (NEB), 4) Leste /Nordeste (LENO), 5) Glória /Cruzeiro /Cristal (GCC), 6) Sul /Centro-Sul (SCS), 7) Paternon /Lomba do Pinheiro (PLP), 8) Restinga /Extremo-Sul (RES). Para análise estatística utilizou-se estatística descritiva e comparações entre as oito gerências distritais da cidade, por meio do teste de homogeneidade de proporções, baseado na estatística de qui-quadrado de Pearson. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultado: A amostra foi composta por 8.520 gestantes e crianças. Na análise geral observou-se que das gestantes com HIV 58% são brancas, a faixa etária predominante é de 21 a 35 anos (72%) e maior concentração entre as que cursaram da 4ª a 7ª série incompleta (49,6%). As Gerências com predomínio de gestantes da raça negra foram Restinga Extremo Sul (RES) com 58% e Leste Nordeste (LENO) com 52%. Entre as gestantes, 58,7% já tinham diagnóstico do HIV antes do pré-natal e o início do pré-natal após a 12ª semana ocorreu para 73%. Na comparação entre as gerências distritais da cidade, evidenciou-se diferença estatística no perfil das gestantes com HIV em relação à raça ( 0,001), escolaridade ( 0,001), percentual de mulheres com diagnóstico do HIV antes do pré-natal (p=0,047) e percentual de mulheres com início do pré-natal até a 12ª semana de gestação (p=0,045). Em relação à criança exposta, observou-se diferença entre as gerências quanto ao encerramento do caso ( 0,001), com maior percentual de crianças infectadas na gerência NHNI e PLP, maior percentual de perda de seguimento na gerência centro e maior percentual de óbitos na gerência NEB. Considerações finais: A distribuição de casos de gestantes considerando a variável raça/cor evidenciou que a infecção do HIV atinge de modos diferentes brancos e não brancos nas gerências, evidenciando iniquidades sociais em saúde. Observou-se predomínio de gestantes com HIV da população negra em duas Gerências Distritais, RES e LENO, o que precisa ser melhor avaliado em termos de políticas públicas. O estudo apresenta elevado percentual de gestantes com baixa escolaridade, com diagnóstico do HIV antes do pré-natal, mas que iniciam o pré-natal tardiamente, apontando fragilidade assistencial. O início mais tardio do pré-natal se associa não apenas a dificuldades pessoais das gestantes vivendo com HIV, mas também ao processo de estigma e discriminação, falhas do sistema de saúde em prover o diagnóstico precoce e atendimento especializado, apesar das claras recomendações do Ministério da Saúde a esse respeito. O Ministério da Saúde recomenda que as gestantes iniciem o pré-natal até a 12ª semana. Entre as gerências de Porto Alegre, haviam duas  - Noroeste/Humaitá/Ilhas (NHNI) e Norte/Eixo Baltazar (NEB) com os maiores percentuais de mulheres que iniciaram o pré-natal até a 12ª semana, com 29,8% e 28,9% respectivamente. São regiões que possuem um maior percentual de gestantes com mais escolaridade, evidenciando o quanto os determinantes sociais da saúde impactam sobre a questão assistencial. A literatura indica que gestantes aderentes ao pré-natal também tendem a apresentar maiores níveis de adesão à medicação antirretroviral, daí a importância deste dado, tendo em vista que as crianças serão acompanhadas do ponto de vista assistencial e pela vigilância em saúde. Observam-se ainda diferenças entre perfil de gestantes e encerramento dos casos das crianças entre as gerências. Quanto ao encerramento de casos das crianças, o percentual de crianças infectadas variou de 2,6 até 5% e o percentual de perda de seguimento variou de 7,7 até 19,9%. O estudo das características sociodemográficas das gestantes HIV é um passo fundamental para o fortalecimento das estratégias nos vários níveis de prevenção e para minimizar as taxas de infecção vertical. Dessa forma, visando reduzir a infecção de crianças a morbimortalidade infantil. Os achados podem contribuir para o fortalecimento das estratégias de enfrentamento visando melhorar a saúde das gestantes e das crianças expostas ao HIV.

11247 EFICÁCIA DA METFORMINA NO TRATAMENTO DA DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA EM ADULTOS (DHGNA)
Igor Eduardo Dias Cestari, Claudia Regina Dias Cestari, Raimundo Nonato Silva Gomes

EFICÁCIA DA METFORMINA NO TRATAMENTO DA DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA EM ADULTOS (DHGNA)

Autores: Igor Eduardo Dias Cestari, Claudia Regina Dias Cestari, Raimundo Nonato Silva Gomes

Apresentação: A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é a maior causa assintomática de elevação dos níveis de transaminases. Caracteriza-se pelo acúmulo de gordura no fígado, da mesma forma que ocorre na doença hepática gordurosa alcoólica. A DHGNA engloba tanto estágios mais precoces, como o mero acúmulo de triglicerídeos no fígado, quanto os mais avançados, nos quais esse acúmulo acarreta comprometimento da função hepática e pode evoluir para inflamação do parênquima hepático (esteatohepatite) e, consequentemente, fibrose, cirrose e, em alguns casos, câncer hepático. Entre os fatores de risco da DHGNA tem-se: obesidade, diabetes mellitus II, sedentarismo e maus hábitos alimentares. Dado que a DHGNA é uma doença associada à síndrome metabólica, os medicamentos mais usados visam a diminuição da resistência à insulina nos pacientes. Entretanto, não se sabe por meio de que mecanismos a resistência à insulina proporciona o acúmulo de gordura nos hepatócitos. Com isso, os medicamentos utilizados no tratamento da DHGNA são principalmente antidiabéticos orais dos grupos das tiazolidinedionas e das biguanidas. No primeiro grupo se enquadra a pioglitazona e no segundo a metformina, droga que é foco desse estudo. Há ainda estudos que testam a eficácia de drogas antioxidantes como Vitamina E e Silimarina no tratamento da DHGNA. Dentre as drogas utilizadas no tratamento da síndrome metabólica está a metformina que, por meio da redução da produção hepática de glicose, contribui para a perda de peso. No entanto, ainda não se sabe a magnitude do efeito da metformina na melhora da DHGNA, que consiste na manifestação hepática da síndrome metabólica e está presente em dois terços dos indivíduos obesos. Não há ainda um tratamento farmacológico que tenha sido aprovado para pacientes com DHGNA. Atualmente, o tratamento abrange tanto MEV, quanto o uso de medicamentos inespecíficos. Quanto ao estilo de vida, é fundamental que o paciente pratique atividade física aeróbica associada à reeducação alimentar, de forma orientada. O tratamento medicamentoso para a DHGNA, no entanto, ainda é controverso. Têm sido realizados estudos do tipo ensaio clinico randomizado para avaliação da eficácia de drogas, tanto a partir da análise de marcadores de função hepática, como transaminases, quanto a partir da análise histológica de lâminas obtidas de biópsias, nas quais é possível caracterizar o tecido hepático. A metformina é uma droga largamente utilizada no tratamento do diabetes tipo II e atua no metabolismo da glicose através dos seguintes mecanismos: reduzindo sua produção hepática reduzindo absorção intestinal aumentando captação e utilização periférica. O uso deste medicamento para o tratamento da DHGNA é controverso. Estudos apontam a droga como eficaz na redução das transaminases hepáticas e capaz de melhorar a esteatose hepática, outros, entretanto, afirmam que a droga é incapaz de melhorar tanto os níveis de transaminases, quanto o grau de esteatose que acomete o fígado. Estudos que comparou a metformina com a pioglitazona no tratamento da esteatose hepática, e mostrou que a metformina é capaz de reduzir os níveis de alanina aminotransferase (ALT), mas não de melhorar a deposição de gordura no fígado. Metformina não foi superior a pioglitazona. Assim, percebe-se que são muitas ainda as dúvidas acerca da eficácia da metformina no tratamento da DHGNA. Devido ao aumento da prevalência da doença nos últimos anos e do fato de não haver ainda estudos conclusivos que determinem um norte para o seu tratamento. Objetivo: Avaliar os efeitos da metformina no tratamento da doença hepática gordurosa não alcoólica em adultos. Método: Este estudo consiste em uma revisão integrativa. Para a sua elaboração foram realizadas as seguintes etapas: estabelecimento das hipóteses e objetivos da revisão; estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão de artigos; definição das informações a serem extraídas dos artigos selecionados; análise dos resultados; discussão e apresentação dos resultados. Para a seleção dos estudos, utilizou-se as seguintes bases de dados eletrônicas: SciELO , IBECS, LILACS e MEDLINE. Foram utilizados artigos do tipo ensaio clínico controlado que apresentaram grupo comparativo com aquele submetido à metformina, e que foram publicados a partir de 2000, sem critérios quanto ao idioma. Os artigos selecionados incluem apenas indivíduos maiores de 18 anos portadores de DHGNA e têm como desfecho principal ou secundário a eficácia da metformina no tratamento da esteatose hepática. Resultado: A doença hepática gordurosa não alcoólica é a manifestação hepática da síndrome metabólica, que tem como uma de suas características a resistência à insulina. Com base nesse fato, a metformina é largamente utilizada no tratamento na DHGNA, pois se acredita que essa droga reduza o acúmulo de lipídios nos hepatócitos e contenha a progressão da doença, uma vez que atua reduzindo a resistência à insulina. Entretanto, embora haja esse racional biológico, ainda não há comprovação científica de que, de fato, a metformina é eficaz para tratar pacientes portadores de DHGNA. Embora a síndrome metabólica já faça parte do vocabulário médico, é importante ressaltar que recentemente essa síndrome vem sendo questionada, por dois motivos principais: são várias as definições e critérios diagnósticos utilizados, e seu valor clínico é questionável e estudos indicam que o risco de eventos cardiovasculares em um portador de síndrome metabólica é o mesmo que aquele obtido com a soma dos componentes da síndrome. Embora a metformina não tenha sido superior a dieta no tratamento da DHGNA, seu uso acarretou em melhora de parâmetros metabólicos. É possível que em longo prazo esses efeitos benéficos da metformina resultem em melhora pronunciada da DHGNA. As glitazonas são medicamentos agonistas do receptor ativado por proliferadores de peroxissomo gama, e atuam como sensibilizadores à ação da insulina nos tecidos periférica. Devido a essa ação, são drogas potencialmente benéficas no tratamento da DHGNA.  Resultado: Ainda não há estudos com suficiente poder estatístico para afirmar definitivamente se a metformina é ou não eficaz no tratamento da DHGNA. Contudo, os estudos que foram realizados até o momento sugerem que metformina não é superior a placebo, pioglitazona ou programa de dieta e atividade física. Os benefícios atribuídos a metformina parecem ser decorrentes de seu efeito na perda de peso, e podem derivar de variáveis confundidoras. Mais estudos, com maior poder estatístico, são necessários para que essa questão possa ser elucidada completamente. Analisados conjuntamente os estudos incluídos na revisão sistemática não permitem afirmar definitivamente se metformina é superior a placebo, pioglitazonas e MEV no tratamento da DHGNA. Naqueles trabalhos em que houve redução da DHGNA avaliada por níveis de transaminases, exame de imagem ou biópsia, é possível que o efeito tenha decorrido de outras variáveis, principalmente perda de peso, que confundiram o desfecho, tornando difícil o estabelecimento de causalidade entre o uso de metformina e a melhora da DHGNA.

11252 MULHERES QUE AMAMENTAM EM PRIVAÇÃO DE LIBERDADE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Janaina Kelly da Silva de Souza, Helaine Maria da Silva Oliveira, Lidiane Dias Reis

MULHERES QUE AMAMENTAM EM PRIVAÇÃO DE LIBERDADE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Janaina Kelly da Silva de Souza, Helaine Maria da Silva Oliveira, Lidiane Dias Reis

Apresentação: A amamentação intracárcere possui muitos impasses negativos perante a sociedade. Contudo se faz necessário reflexões e discussões sobre esta prática, a fim de assegurar os direitos do binomio mãe-bebê. Objetivo: Compreender como ocorre o processo de amamentação no cárcere. Método: Trata-se de um relato de experiência de uma discente de Enfermagem do 9º Período, onde aborda as etapas decorridas no processo da elaboração do Pré-projeto de Trabalho de Conclusão de Curso e as dificuldades encontradas. A vivência ocorreu em uma Universidade Privada na Baixada Fluminense do Estado do Rio de Janeiro, no período de Agosto à Dezembro de 2019. Realizou-se as buscas nas bases de dados BDENF e LILACS, com total de 698 documentos, resultando após os filtros 41 artigos, sendo utilizados apenas 12 destes artigos. O presente projeto será submetido ao CEP. Resultado: Elaborar-se um pré-projeto individual não é uma tarefa fácil, pois requer muita responsabilidade, disciplina, persistência e determinação. As etapas deste estudo se deu através da escolha do Tema, a Introdução, Objetivos, Revisão Bibliográfica e a Metodologia. Por tratar-se de uma pesquisa em andamento ainda não obtive resultados para serem discutidos. A escolha pelo tema deu-se através do Estágio como Acadêmica Bolsista no Setor do Banco de Leite Humano no Instituto Fernandes Figueira - IFF/ Fiocruz, onde pude compreender a complexibilidade da amamentação e que desencadeou a inquietação de como se dá o processo de amamentação no Sistema Prisional. No decorrer da elaboração da pesquisa foi possível observar que embora existam leis que garantem a amamentação intracárcere, ainda há uma negligência a respeito deste direito quando tratamos de lactantes neste cenário. Porém, quando observados os dados estatísticos desta população, compreendemos o grandioso equivoco que foi cometido. Isso porque a população carcerária feminina corresponde a 6,9% da população prisional global. Especificamente a população feminina brasileira contida no Sistema Penitenciário é a quarta maior do mundo. O que implica de forma negativa nas taxas morbimortalidade infantil e materna e desmame precoce, reduzindo assim os índices de Aleitamento Materno Exclusivo (AME) que no Brasil chegam a 41%, estando 1% acima da média global, ou seja, ainda é um valor relativamente baixo. Com relação as dificuldades encontradas, a diminuição de artigos publicados considerados científicos abordando a temática foi a maior das dificuldades. Existem muitas publicações científicas envolvendo a amamentação de uma forma geral. Contudo, conforme evidenciado anteriormente quando buscar nas bases de dados, encontramos pouco conteúdo abordando a temática proposta. O que impacta negativamente no meio acadêmico, científico e principalmente sociocultural. Considerações finais: Esta temática precisa ser trabalhada em um cenário de exclusão e vulnerabilidade. Intensificando a necessidade de mais pesquisas sobre este tema, afim de garantir uma formação capacitada para assistir as detentas de forma integral, singular e efetiva. Garantindo assim uma assistência de qualidade, elevados as taxas de AME e reduzindo os índices de morbimortalidade entre binômio materno-infantil.

11330 REFLEXÕES A CERCA DAS UNIVERSIDADES PROMOTORAS DA SAÚDE
carine silvestrini sena lima da silva

REFLEXÕES A CERCA DAS UNIVERSIDADES PROMOTORAS DA SAÚDE

Autores: carine silvestrini sena lima da silva

Apresentação: As universidades apresentam enorme potencial para promover a saúde de sua população, bem como das comunidades nas quais estão inseridas. Nessa perspectiva, o movimento das Universidades Promotoras de Saúde defende que as Instituições de Ensino Superior devam contribuir para a existência de ambientes mais saudáveis através da valorização da Promoção da Saúde em suas políticas e componentes curriculares. Tendo esses aspectos em mente, o presente trabalho tem o objetivo geral de contribuir com o debate sobre as Universidades Promotoras de Saúde (UPS) e, para esta finalidade, optou-se por efetuar uma breve reflexão do conceito de UPS com o propósito de fortalecimento das iniciativas adotadas por Instituições de Ensino Superior em países da América Latina e da Europa. Desenvolvimento Os anos oitenta são marcados pelo conceito de “Entornos Saudáveis” impulsionado pela OMS, ensejando em iniciativas tais como comunidades saudáveis, municípios e escolas saudáveis, entre outros. Na década de noventa, são constituídas redes acadêmicas universitárias como o consórcio Interamericano de Universidades e Centros de Formação de Pessoal em Educação para a Saúde (CIUPS), com o objetivo de impulsionar ações de formação de recursos humanos neste campo. Na mesma época ganha expressão um movimento de Universidades Promotoras da Saúde, que tem criado redes tanto no espaço latino-americano quanto europeu, especialmente na Espanha. Sob a liderança de universidades como a Pontifícia Universidade Católica do Chile, em 2003, a Universidade de Alberta em Edmonton, no ano de 2005, a Universidade Autónoma de Juárez, no México, em 2007 e a Universidade Pública de Navarra, em 2009, foram organizados e realizados 4 congressos, cujas conquistas são evidentes: formulação de um guia de universidades promotoras da saúde, intercâmbio de experiências de docência, investigação e projeção social, fortalecimento da Rede de Universidades Promotoras da Saúde. Conclusão   Moura et. al. (2007), reafirmam nossas convicções quando dizem que, de forma geral, o ambiente escolar poderia tornar-se um grande facilitador de projetos que envolvam a promoção da saúde, incluindo nessa dimensão o cuidado com o meio ambiente. Adicionalmente, os processos educacionais, muitas vezes, extrapolam seu habitat e chegam à comunidade por meio das atividades de extensão. Em vista disso, há a necessidade das relações sociais serem mais solidárias, éticas e ecologicamente corretas, ocupando a posição de novos paradigmas na educação. Sendo assim, as UPS devem ser interativas e dinâmicas e cada IES que se propõe a aderir de forma estruturada às atividades promotoras de saúde, deve realizar prospecção de sua realidade de tal maneira que possa elaborar projetos que resultem em melhorias da qualidade de vida da comunidade, pois segundo Rocha (2008), a plenitude do desenvolvimento humano só se atinge se o sistema educativo também investir em saúde, com a participação ativa individual e coletiva, sob a supervisão do Estado. A despeito dos esforços já empreendidos por iniciativas das universidades na promoção da saúde, de acordo com Precioso (2009), alguns estudos realizados em universidades portuguesas revelaram que a maioria dos futuros licenciados em Ensino de diversas áreas considerava ser de sua responsabilidade a abordagem de vários temas de saúde, contudo não teriam recebido nas universidades formação adequada para este propósito, o que demonstra que as universidades possuem um grande desafio a vencer para qualificação mais apropriada destes profissionais. Portanto, a universidade precisa enfrentar o desafio de permitir que seus alunos reelaborem conhecimentos de maneira a conformar valores, habilidades e práticas favoráveis à saúde. Nesse processo, espera-se que possam estruturar e fortalecer comportamentos e hábitos saudáveis, tornando-se sujeitos capazes de influenciar mudanças que tenham repercussão em sua vida pessoal e na qualidade de vida da coletividade.  

10908 EDUCAÇÃO EM SAÚDE: UMA BUSCA DE AUTONOMIA E EMANCIPAÇÃO
Amanda Alves Rezende, Carlos Antônio de Araujo Mamede

EDUCAÇÃO EM SAÚDE: UMA BUSCA DE AUTONOMIA E EMANCIPAÇÃO

Autores: Amanda Alves Rezende, Carlos Antônio de Araujo Mamede

Apresentação: A educação em saúde como processo político pedagógico requer o desenvolvimento de um pensamento crítico e reflexivo, permitindo propor ações que levem as pessoas à sua autonomia e emancipação como sujeito, capaz de propor e opinar nas decisões de saúde no cuidado de si, de sua família e de sua comunidade, visando seu bem estar individual e social. O presente resumo tem como objetivo analisar uma experiência de educação em saúde a partir de palestra sobre educação sexual para jovens realizada em escola estadual da cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, por acadêmicos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS. Durante disciplina ministrada na grade curricular do terceiro ano da graduação do curso de medicina da UFMS, tem-se as atividades práticas realizadas nas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) da cidade de Campo Grande - MS no módulo de Saúde da Família e Comunidade que visam proporcionar ao graduando experiências no processo de trabalho na atenção primária à saúde (APS). As atividades realizadas na Unidade Básica de Saúde da Família Bonança atendem um total de 11 bairros, oferecendo uma ampla gama de serviços, como: consultas para demanda programada (pacientes cadastrados nos Programas de Saúde da Unidade) e para demanda espontânea, atendimento de enfermagem, imunização, agendamento de exames laboratoriais, coleta de preventivo, exame clínico de mama, farmácia com dispensação de medicação controlada, saúde da mulher, prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), saúde mental, notificação de violências, atividades de promoção, prevenção e educação em saúde, visitas domiciliares e realizadas pelos agentes comunitários de saúde, enfermeiros e médicos. Além de possuir esses serviços, a UBSF está inserida no Programa de Saúde na Escola (PSE) oferecendo palestras, dinâmicas e atividades para conscientizar e ensinar alunos da rede pública de ensino sobre os principais temas de saúde. No Programa de Saúde na Escola, a UBSF Bonança promove ações educativas na Escola Estadual Professora Brasilina Ferraz Mantero, objetivando a articulação permanente da educação e da saúde. Nesse ínterim, acadêmicos, no segundo semestre de 2019, realizaram ação educativa sobre saúde sexual nessa escola parceira. O público alvo foi alunos de quatro turmas do ensino médio, com idade entre 14 e 18 anos. A ação teve como ponto de partida concepções do pedagogo brasileiro respeitado mundialmente, Paulo Freire, que propunha um método de ensino no qual o aluno não fosse apenas depósito de conhecimento. Por isso, buscou-se instigar as dúvidas empíricas em correlação com o conhecimento formal, preservando a subjetividade e a corporeidade dos alunos em anonimato. A experiência, inicialmente, consistiu em alocar, em dias anteriores à palestra, nas quatro salas, caixas vedadas onde alunos deixassem papéis com suas perguntas. O que serviu, posteriormente, para adaptar os conteúdos da ação em saúde à realidade urbana e negligenciada dos jovens, especialmente das meninas. A ação aconteceu durante toda a manhã de uma quinta-feira, com média de 50 minutos de duração em cada turma, em que os estudantes tiveram contato explícito com métodos contraceptivos, demonstração de infecções transmissíveis durante o ato sexual, além de alertas sobre a importância de se usar preservativo e de ir à UBSF. Assim, promoveu-se a experiência em educação em saúde e, de alguma forma, o empoderamento desses alunos na tentativa de colocá-los como protagonistas da promoção e do cuidado de sua própria saúde e de sua comunidade, além dos lugares comuns: a residência e a unidade de saúde; e em outra dimensão temporal já que o conhecimento é, nesse método, composto e elaborado pelo próprio sujeito. Nesse sentido, a maioria dos questionamentos esteve relacionada às questões pragmáticas, como a prevenção de gravidez e informações sobre infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Logo, a visão sobre a experiência é positiva, pois a desinformação corrompe a consciência coletiva sobre si, culminando na opressão em condições muitas vezes irreversíveis, especialmente para mulheres, as quais são vítimas da censura cultural sobre seu corpo e seu bem estar sexual. Com isso, a experiência de educação em saúde propõe a emancipação das pessoas na sua relação com a comunidade, ao difundir informações científicas no meio coletivo e ao facilitar atendimentos primários pelos agentes comunitários de saúde (ACS). No entanto, há oportunidade para uma perspectiva mais profunda, ao propor a emancipação na relação com seu próprio corpo e sua sexualidade enquanto existência da pessoa – instâncias que alargam as dimensões de atuação da medicina. Isso porque a opressão social impacta o entendimento e o cuidado que a sociedade tem com as questões de saúde. Sobre isso, o ponto crítico para o pesquisador, o acadêmico e o profissional são “as respostas silenciadas” que, na ação educativa abordada neste trabalho, encontraram-se por trás das emoções nos rostos dos alunos. Meninos riam e faziam perguntas em tom jocoso, enquanto meninas estavam envergonhadas. Por isso, o tempo de 50 minutos não foi suficiente para atender as dúvidas delas. E, concomitantemente, uma nova estratégia didática foi pensada: manter-se disponível nos intervalos para receber questionamentos sem a presença sexista masculina. Neste momento de discussão dos impactos sexuais e sociais em conjunto, destaca-se  o contexto preconceituoso, autoritário e frívolo, já que praticamente não houve dúvidas sobre autoconhecimento do próprio corpo. Por exemplo, sobre as dores física, psíquica e emocional inerentes ao coito. O que inclui desprezo com relação a diferentes orientações sexuais, libido e pornografia, a grande desafiadora para uma educação sexual saudável entre jovens. Isso porque ela é a grande reprodutora cultural dos padrões heteronormativos que subjugam a mulher e banalizam, ao mesmo tempo em que idealizam, o ato sexual ao reafirmar mitos de beleza feminina e comportamentos viris de sua dominação, entravando a liberdade e o bem estar sexual. E, consequentemente, promovendo a disseminação da violência contra a mulher e homossexuais, em índices alarmantes ao afetar a saúde mental e fisiológica de muitos brasileiros periféricos. Por fim, a educação em saúde, segundo a metodologia dialógica de Paulo Freire, de que o conhecimento é produzido no próprio meio social de acordo com os contextos de origem dos participantes, mostra-se como uma precisa ferramenta para a medicina de família e comunidade realizar seus propósitos. Dessa forma, a partir da autonomia e emancipação dos sujeitos, é possível promover a construção de um ambiente equilibrado em que o bem estar físico e mental seja um fim. Então, junto a médicos, agentes comunitários de saúde e enfermeiros, estarão cidadãos, do presente ou do futuro, capazes de propor e opinar nas decisões de saúde de si, de sua família e de sua comunidade.

10086 A IMPORTÂNCIA DE AÇÕES EDUCATIVAS SOBRE A CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA COMO UM DOCUMENTO
Marley Valéria de Andrade Barata, Aline Carolina Castro Mota, Thalia Karoline Santos Gomes, Camila de Cássia da Silva de França

A IMPORTÂNCIA DE AÇÕES EDUCATIVAS SOBRE A CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA COMO UM DOCUMENTO

Autores: Marley Valéria de Andrade Barata, Aline Carolina Castro Mota, Thalia Karoline Santos Gomes, Camila de Cássia da Silva de França

Apresentação: A caderneta de saúde da criança, segundo o Ministério da Saúde, é um documento o qual é distribuído em maternidades, públicas e privadas, durante o nascimento e toda criança, nascida em território nacional, tem o direito de a receber de forma gratuita. Esse documento é dividido em duas partes: a primeira, direcionada à pais/cuidadores, contém informações e orientações diversas a respeito de condições de saúde, importância e benefícios da amamentação e vacinação, direitos da criança, como prevenir e reconhecer sinais de violência, entre outros; a segunda, direcionada aos profissionais de saúde, contém espaços e gráficos para registros e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança, condições de saúde adversas, vacinas administradas e etc. Esse instrumento deve ser devidamente preenchido por todos os profissionais de saúde, pois configura-se como ferramenta importante para o acompanhamento da condição de saúde, crescimento e desenvolvimento da criança de forma longitudinal, de 0 a 09 anos de idade. Contudo, nota-se certa dificuldade, seja por questões como desconhecimento ou falta de tempo, em preencher de forma adequada a caderneta e instruir pais e responsáveis quanto à importância do registro de tudo o que acontece com a criança neste documento, corroborando, assim, para a perda de informações importantes sobre, por exemplo, a primeira infância (de 0 a 06 anos de idade) e para negligencia de um direito da criança. Com isto, fazem-se necessárias ações educativas em saúde, por parte de todos os profissionais da área, visando dialogar com pais e responsáveis sobre a importância deste documento e de seu preenchimento, a fim de empoderá-los como cidadãos e diminuir a perda de registros importantes sobre a infância no país. Objetivo: Orientar pais, responsáveis e a população em geral sobre a importância do preenchimento adequado da caderneta de saúde da criança. Desenvolvimento: As ações educativas foram idealizadas e executadas em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada no município de Belém (PA) por uma equipe multidisciplinar, formada pela preceptora do grupo e enfermeira da UBS em questão e três acadêmicas da Universidade Federal do Pará dos cursos de enfermagem, medicina e serviço social. Como tema norteador, teve “A Caderneta de Saúde da Criança: um documento de acompanhamento longitudinal” e seu público-alvo eram pais, responsáveis e a população em geral. Foi realizada no período de janeiro de 2020 em duas salas de esperas da Unidade ― uma para o atendimento pediátrico e outra para o atendimento odontológico ―, tendo duração média de 30min em cada, totalizando 1h de atividade. Participaram, no total, 14 pessoas, sendo destas, 07 responsáveis que acompanhavam crianças em suas consultas e, por isso, estavam com a caderneta em mãos. As ações foram executadas por meio de perguntas norteadoras aos participantes, a fim de conhecer sobre o que sabiam a respeito da caderneta da criança, sendo estas “vocês acham que a caderneta de saúde da criança é importante? Caso sim, por quê?” e “quais profissionais devem preencher esse documento?”. Conforme as perguntas iam sendo respondidas, explanava-se sobre a importância da caderneta para o acompanhamento em saúde longitudinal da criança, demonstrando que este é divido em duas partes e debatendo sobre o que cada uma delas trata, como amamentação; introdução alimentar; desidratação; gráficos de peso, altura e IMC para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento; tabela de vacinas; área destinada ao acompanhamento odontológico; anotações importantes observadas por pais e responsáveis; entre outros. Adendo a isto, foi discutida a importância do preenchimento adequado, em todas as consultas, por todos os profissionais, da caderneta de saúde da criança, reforçando que ela é o principal documento de saúde de um indivíduo até os 09 anos de idade. Após a explanação, foram analisadas individualmente as cadernetas disponíveis e apontados pontos que precisavam melhorar ― como o preenchimento dos gráficos de crescimento e desenvolvimento ― e pontos positivos ― como a tabela de vacinação ―, tirando todas as dúvidas restantes sobre o documento. Resultado: Notou-se que, entre os participantes das ações, poucas pessoas sabiam a importância da caderneta de saúde da criança com um documento que garante direitos e, por isso, não atentavam para o preenchimento correto e contínuo dos gráficos, tabelas e demais espaços destinados para o acompanhamento completo, perdendo informações importantes sobre esta etapa da vida. Os pais e responsáveis das crianças que esperavam para serem consultadas pelo pediatra tiraram algumas dúvidas sobre a necessidade do uso constante da caderneta e relataram que muitos dados foram anotados apenas no prontuário da criança, não sendo registrados, também, em sua caderneta, o que foi notório ao observar, individualmente, as cadernetas de saúde da criança, pois percebeu-se que nenhuma estava preenchida em sua totalidade, estando muitas informações parcialmente anotadas, como os gráficos de crescimentos e os marcos de desenvolvimento. Os participantes relataram não saber que todos os profissionais de saúde deveriam preencher a caderneta, mas que a partir daquele momento iriam se atentar mais sobre esse acompanhamento. A área para controle da vacinação foi a mais bem preenchida em todas as cadernetas, pois a maioria dos pais entendia a importância do documento apenas para acompanhar as vacinas. De forma geral, ambas as salas de espera se mostraram bastante receptivas e atentas para aprenderem com as orientações dadas, respondendo às indagações e questionando sobre suas dúvidas. Considerações finais: é essencial a realização de ações de educação em saúde, conduzidas pelas equipes multidisciplinares dos níveis de atenção em saúde, destinadas a instruir e orientar a população, desde o planejamento reprodutivo, sobre a importância da caderneta de saúde da criança como um documento de acompanhamento longitudinal, pois é por meio deste instrumento que se é possível detectar se há desvios do padrão de normalidade no crescimento e desenvolvimento, prevenir doenças da primeira infância, diminuir a mortalidade infantil, dar autonomia a pais e responsáveis por meio das instruções nela presentes, além de garantir os direitos das crianças e entender como essa etapa da vida vem se desenvolvendo no país. Além disso, são necessárias, também, ações de educação permanente e continuada com profissionais dos serviços de saúde para ratificar a importância do preenchimento adequado deste documento, independentemente do nível de atenção no qual a criança está sendo atendida ou do profissional que está prestando assistência.

9238 VACINAÇÃO: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO E TÉCNICO PROFISSIONALIZANTE
Themis Goretti Moreira Leal de Carvalho, Paola Langner da Cruz, Joyngle do Amaral do Amaral Kremer, Mylena Stefany Silva dos Anjos, Nathália Arnoldi Silveira

VACINAÇÃO: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO E TÉCNICO PROFISSIONALIZANTE

Autores: Themis Goretti Moreira Leal de Carvalho, Paola Langner da Cruz, Joyngle do Amaral do Amaral Kremer, Mylena Stefany Silva dos Anjos, Nathália Arnoldi Silveira

Apresentação: As vacinas são provavelmente o maior avanço contra as doenças na história da humanidade. É mais fácil prevenir uma doença do que tratá-la. Ela não apenas protege aqueles que recebem a vacina, mas também a comunidade como um todo. Quanto mais pessoas de uma comunidade se vacinarem, menor é a chance de qualquer uma delas, vacinadas ou não, ficarem doentes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as vacinas evitam entre 2 a 3 milhões de mortes por ano. No entanto, como não chegam a todos, 2 milhões de pessoas morrem anualmente vítimas de patologias que podiam ser evitadas. O êxito das Campanhas de Vacinação contra a varíola na década dos anos sessenta mostrou que a vacinação em massa tinha o poder de erradicar doenças. No entanto, os números do Ministério da Saúde indicam uma grande queda nas taxas de vacinação, que caíram de 95% para 80%. De acordo com estes dados, as razões para isto são: a percepção enganosa de que não é preciso mais vacinar porque as doenças desapareceram; o desconhecimento de quais são os imunizantes que integram o calendário nacional de vacinação; o medo de que as vacinas causem reações prejudiciais ao organismo e a falta de tempo das pessoas para ir aos postos de saúde, que funcionam das 8h às 17h só em dias úteis. Cabe salientar que todas as vacinas são disponibilizadas pelo SUS e que, anualmente, temos campanhas que abrangem todo o país, com o envolvimento dos profissionais da saúde que trabalham nas coordenadorias de saúde, secretarias, Estratégia de Saúde da Família, Unidades de Saúde e em hospitais. Segundo o Ministério da Saúde, educação em saúde se entende por um processo educativo com o intuito de promover o autocuidado entre a população, maior diálogo entre os profissionais e pacientes e trazer conhecimentos em saúde aos mesmos, visando melhorar a qualidade de vida e saúde de cada indivíduo, atendendo as suas necessidades. Fato que é considerado fundamental em todas as campanhas de vacinação. Ademais, a educação em saúde tem como objetivo conscientizar a comunidade através de estratégias, sobre a importância da adesão ao tratamento, de mudanças de estilo de vida, além disso dispor de informações e suporte a essa população, dessa maneira, cooperando para a melhora de vida dos usuários do SUS. Metodologia de pesquisa A pesquisa tem características de um estudo descritivo e analítico de rastreamento epidemiológico observacional que seguiu as diretrizes metodológicas do Programa Saúde e Prevenção nas Escolas – PSE, Guia para Formação de Profissionais de Saúde e de Educação e também o preconizado nas "Orientações básicas de atenção integral à saúde de adolescentes nas escolas e Unidades Básicas de Saúde". A coleta dos dados foi realizada por alunos matriculados na matéria de metodologia de pesquisa, ofertada para o curso de Fisioterapia na Universidade de Cruz Alta. Realizou-se através da aplicação de um questionário adaptado da pesquisa intitulada: “Percepções acerca da importância das vacinas e da recusa vacinal numa escola de medicina”, composto com perguntas abertas e fechadas destinadas a avaliar a percepção dos entrevistados sobre a importância das vacinas, além de responsabilidade social e aspectos éticos e legais da vacinação e da recusa vacinal. Participaram da pesquisa alunos matriculados, no ano de 2019, no Ensino Médio (1°, 2° e 3°ano) e Técnico Profissionalizante (Técnico em Química, Contabilidade, Secretariado, Segurança do Trabalho, Enfermagem e curso normal), do I. E. E. Professor Annes Dias, do município de Cruz Alta (RS), totalizando uma população de 265 alunos. Resultado: De um total de 265 alunos, 90,4% (n=235) possuem carteira de vacinação, destes apenas 59,6% (n=155) estão atualizadas, ao questionar se os participantes acompanham as campanhas de vacinação, apenas 48,8% (n=127) revelam acompanhar. Destes, 95% (n=245) relatam acreditar na imunização através da vacinação, 5% (n=13) não acreditam e ao serem questionados sobre o motivo 78% (n=6) mencionam ter medo de que ocorram reações contrárias, 13% (n=1) acreditam que nunca estamos imunes, e 13% (n=1) alegam que mesmo vacinados, familiares acabaram falecendo. 52% (n=6) dos estudantes não especificaram um motivo. Destacam-se entre os principais motivos para o não cumprimento da vacinação, o esquecimento, com cerca de 37,2% (n=89), logo em seguida o desconhecimento 12,1% (n=29), a falta de vacinas da Unidade Básica de Saúde 8,4% (n=20), a perda da carteira de vacinação 7,9% (n=19) e descrença 2,9% (n=7), que apesar se mostrou pequena neste estudo, entretanto no estudo de Succi (2017), onde foram entrevistados 53 estudantes de medicina, 54,7% dos estudantes garantiram conhecer alguém que se recusa a receber vacina, e 43,4% dos estudantes contaram que conhecem alguém que se recusa a vacinar seus filhos, seriam causas da recusa vacinal: medo de eventos adversos, razões filosóficas, religiosas e desconhecimento sobre gravidade e frequência de doenças. Sobre as crenças e opiniões dos participantes em relação a vacinação, 61,9% (n=161) acreditam que a vacinação protege as crianças precocemente das doenças infecciosas, 31,9% (n=83) não souberam opinar. Quando questionados se as pessoas já vacinadas protegem outras pessoas da aquisição de doenças infecciosas, 51,9% (n=135) defendem que sim, 26,5% (n=69) dizem que não e 21,5% (n=56) não souberam opinar. Em relação aos aspectos éticos relacionados a recusa vacinal, 41,5% (n=108) dos participantes julgam que a escola não pode se recusar a receber alunos que não são vacinados, 43,5% (n=113) não souberam opinar e apenas 15% (n=39) defendem que sim, a escola pode se recusar. Sobre as escolhas dos pais, 18,8% (n=49) concordam que os pais podem decidir, sem nenhum limite, sobre a aplicação de vacinas em seus filhos, cerca de 30,8% (n=80) dizem que não e 50,4% (n=131) não souberam opinar. Conclusão Com os resultados obtidos concluímos que apesar de grande parte dos entrevistados defender a imunização através da vacinação e de a descrença e recusa vacinal se mostrarem pequenas, a falta de informação e desinteresse faz com que menos da metade dos alunos acompanhe as campanhas e datas para a realização das vacinas, não mantendo a carteira de vacinação atualizada e trazendo riscos para a comunidade. Isso ressalta a necessidade da educação em saúde, a escola e os profissionais de saúde tem uma responsabilidade social coletiva na disseminação de informação e práticas de autocuidado. Nesse sentido, as ações de prevenção e manutenção da saúde são propostas de uma forma que sejam fáceis o entendimento e a aplicação, visando a melhora da qualidade de vida dos envolvidos.

10352 CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS ACERCA DE ABORTAMENTO – RELATO DE EXPERIÊNCIA
GEOVANA Monteiro Oliveira, Caio Victor Fernandes de Oliveira, Andrezza Silvano Barreto

CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS ACERCA DE ABORTAMENTO – RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: GEOVANA Monteiro Oliveira, Caio Victor Fernandes de Oliveira, Andrezza Silvano Barreto

Apresentação: O abortamento é um desfecho obstétrico definido com ao interrupção de uma gestação antes da 22° semana e com feto com peso inferior a 500g, de maneira espontânea ou provocada. No contexto da atenção básica à saúde, o agente comunitário de saúde (ACS) tem um papel fundamental na aproximação da comunidade à unidade básica de sua região, e sendo a atenção à saúde da mulher e da criança uma prioridade para o sistema de saúde como um todo, é importante que conheçam sobre esse desfecho e sobre os possíveis motivos que o levam a acontecer. Este trabalho objetiva relatar experiência na elaboração e realização de capacitação sobre abortamento para agentes comunitários de saúde. É um estudo do tipo relato de experiência, realizado em fevereiro de 2019, em uma unidade básica de saúde em Umirim (CE), durante estágio de uma disciplina do curso de graduação em Enfermagem. foram reunidos 05 ACS em uma sala da unidade básica, no período de 1 hora. Inicialmente, foi formado uma roda de conversa, onde os acadêmicos fizeram uma breve explanação sobre a temática eum momento em que os ACS pudessem explanar suas experiências, dúvidas e perspectivas acerca do tema. Posteriormente, houve uma dinâmica de grupo com estudo de casos que poderiam ser encontrados na comunidade e as condutas necessárias  a serem tomadas pelos profissionais. Os ACS relataram conhecerem muito superficialmente sobre abortamento, tendo mais contato com abortamentos provocados do que espontâneos na comunidade que atendem. Na roda de conversa, perguntaram sobre as implicações éticas e morais do abortamento, bem como as repercussões clínicas que deveriam se atentar durante seu processo de visita domiciliar. Na dinâmica de casos e condutas, demonstraram 100% de aproveitamento, delimitando todas as condutas adequadas a serem tomadas pelo agente comunitário. Em a relação a perspectiva  dos  acadêmicos, como enfermeiro educador essa atividade foi  avaliada como importante em seu processo de formação. Conclui-se que os agentes comunitários de saúde são parte fundamental do sistema de saúde brasileiro, e seu empoderamento acerca de condições que podem encontrar durante suas visitas é fundamental para aumentar a efetividade e resolutividade da atenção básica à saúde. 

10622 VACINAR É NECESSÁRIO?
MARGARETE TEREZA MACHADO ULRICHSEN SARDINHA, SELMA PETRA CHAVES SÁ, BÁRBARA CRISTOVAM POMPEO, JOSELIA BRAZ DOS SANTOS FERREIRA, VANGELINA LINS MELO

VACINAR É NECESSÁRIO?

Autores: MARGARETE TEREZA MACHADO ULRICHSEN SARDINHA, SELMA PETRA CHAVES SÁ, BÁRBARA CRISTOVAM POMPEO, JOSELIA BRAZ DOS SANTOS FERREIRA, VANGELINA LINS MELO

Apresentação: Desde o início do século XIX, no Brasil, as vacinas são utilizadas como medida de controle de doenças. No entanto, somente a partir do ano de 1973 é que se formulou o Programa Nacional de Imunizações (PNI), regulamentado pela Lei Federal no 6.259, de 30 de outubro de 1975, e pelo Decreto n° 78.321, de 12 de agosto de 1976, que instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE). O PNI organiza toda a política nacional de vacinação da população brasileira e tem como missão o controle, a erradicação e  eliminação de doenças imunopreveníveis. É considerada uma das principais e mais relevantes intervenções em saúde pública no Brasil, em especial pelo importante impacto obtido na redução de doenças nas últimas décadas, que abrange a promoção  a proteção da saúde, e prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e  manutenção da saúde. Vacina é uma preparação contendo micro-organismos vivos ou mortos ou suas frações, possuidora de propriedades antigênicas. As vacinas permitem à prevenção, o controle, a eliminação e a erradicação das doenças imunopreveníveis, assim como a redução da morbimortalidade por certos agravos, sendo a sua utilização bastante custo-efetiva. A administração de imunobiológico confere imunização ativa ou passiva ao indivíduo. Para que este processo se dê em sua plenitude e  segurança, as atividades de imunização devem ser cercadas de cuidados, adotando-se procedimentos adequados antes, durante e após a administração dos imunobiológicos. Objetivo: Relatar a experiência relacionada a vacinação, buscando esclarecer as dúvidas e receios surgidos como forma de prevenção e promoção da saúde na atenção primária. Método: Trata-se de um estudo qualitativo, com abordagem descritiva, tipo relato de experiência acerca da vacina durante a atuação profissional de enfermagem na Estratégia de Saúde da Família. Desenvolvimento: Este relato se dá durante as consultas de enfermagem ao observar o medo, a resistência, a negação em utilizar as vacinas e algumas pessoas com medo de adoecer por ter vacinado, desconhecendo os benefícios da vacina como medidas preventivas e promotoras de saúde nas campanhas ou mesmo de rotina.  Assim, buscou-se com urgência esclarecer e orientar as pessoas acerca da vacina como forma de prevenção e promoção da saúde ao publico assistido na atenção primária, favorecendo mudança de comportamento através do conhecimento. Resultado: Através de uma escuta atenta, conversa aberta tirando duvidas, esclarecendo sobre as vacinas seu preparo e prevenção foi possível perceber a adesão desse grupo, a partir da atuação no campo da Atenção Primária à Saúde, orientando sobre a prevenção de agravos e promoção da saúde, favorecendo a melhoria de sua qualidade de vida, reduzindo suas comorbidades, tornando este grupo social mais saudável. Considerações finais: O enfermeiro, como educador, desempenha um importante papel na saúde pública no que tange ao atendimento primário que viabilize ações e estratégias que favoreçam a manutenção da saúde, prevenção de doenças e agravos e contribua para a melhoria da qualidade de vida dos idosos. Palavras-chave: Vacina, Educação em Saúde Qualidade de Vida.

9090 ANTICONCEPÇÃO E SAÚDE REPRODRUTIVA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Letícia Santos Cruz, Thatiane Anunciação Athaide, Samara Machado Castilho, Renata Valentim Abreu, Bianca Oliveira Sousa, Raphaella Teixeira Sousa, Rayssa Araújo Barbosa, Rafaela Maciel Ferreira

ANTICONCEPÇÃO E SAÚDE REPRODRUTIVA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Letícia Santos Cruz, Thatiane Anunciação Athaide, Samara Machado Castilho, Renata Valentim Abreu, Bianca Oliveira Sousa, Raphaella Teixeira Sousa, Rayssa Araújo Barbosa, Rafaela Maciel Ferreira

Apresentação: A anticoncepção e saúde reprodutiva é um tema com grande relevância, devido a ocorrência de gravidez na adolescência e a possibilidade da exposição frente as infecções sexualmente transmissíveis. O conhecimento de métodos contraceptivos é fundamental para esclarecer ao publico alvo sobre a importância do preservativo e ressaltar que do ponto de vista ético, político e legal está assegurado o direto desse grupo etário à atenção integral a saúde, incluindo-se nessa atenção a saúde sexual e reprodutiva. Estudos que avaliaram o nível do conhecimento sobre anticoncepção entre adolescentes e jovens revelaram que eles pouco conhecem a respeito das indicações, mecanismos de ação ou a eficácia dos MACs. Este estudo tem como objetivo descrever a experiência de uma palestra ministrada por discentes de uma Instituição de nível superior, com foco na gravidez na adolescência e infecções sexualmente transmissíveis. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência que foi realizado por acadêmicas de enfermagem, durante uma palestra em uma escola pública em Belém do Pará. Resultado: A saúde reprodutiva é um estado de bem-estar, físico mental e social, em todos os aspectos relacionados ao sistema reprodutivo e as suas funções e processos. Envolve a capacidade de desfrutar de uma vida sexual satisfatória e sem riscos, e a liberdade para a pessoa decidir se quer ter ou não filhos, o número de filhos que deseja ter e em que momento da vida, o acolhimento é um aspecto fundamental que implica que todos adolescentes e jovens que procuram o serviço de saúde sejam ouvidos com atenção e recebam todas as informações, atendimento e encaminhamentos adequados para promover uma saúde sexual e reprodutiva com qualidade. Na escola vivenciada foi possível identificar estudantes grávidas e a falta de informação dos alunos sobre o tema, teve brincadeiras com perguntas/respostas e brindes, para incentivar eles a participarem, e poder explicar de forma simplificada sobre o assunto. É fundamental a realização de ações educativas sobre sexualidade, gênero, saúde sexual e reprodutiva acesso aos preservativos e ao teste de gravidez deve ser o mais abrangente e simples possível, favorecendo as ações de anticoncepção, de prevenção das DST/HIV e o acesso precoce ao pré-natal. O melhor método para uma pessoa usar é aquele que a deixa confortável e que melhor se adapta ao seu modo de vida e à sua condição de saúde. Considerações finais: O estudo de anticoncepção e saúde reprodutiva tem como função e prioridade em levar conhecimento aos jovens sobre os seus direitos e mostrar que se pode ter uma vida sexual saudável e diminuir ou evitar qualquer tipo de IST, s e gravidez indesejada. A enfermagem é uma profissão indispensável junto com uma equipe multidisciplinar em levar informação aos jovens e adolescentes. 

9033 AÇÃO EDUCATIVA COM MÉDICOS E ENFERMEIROS OBSTETRAS ACERCA DA HEMORRAGIA PÓS-PARTO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
DANIELE FERREIRA BEZERRA, Natália Araújo da Costa Pantoja, Emanoely Matos Mafra, Ewellyn Natália Assunção Ferreira, Elina Silva de Souza, Ana carla Vilhena Barbosa, Ana Carolina Almeida Sousa, Hallessa de Fátima da Silva Pimentel

AÇÃO EDUCATIVA COM MÉDICOS E ENFERMEIROS OBSTETRAS ACERCA DA HEMORRAGIA PÓS-PARTO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: DANIELE FERREIRA BEZERRA, Natália Araújo da Costa Pantoja, Emanoely Matos Mafra, Ewellyn Natália Assunção Ferreira, Elina Silva de Souza, Ana carla Vilhena Barbosa, Ana Carolina Almeida Sousa, Hallessa de Fátima da Silva Pimentel

Apresentação: A hemorragia pós-parto (HPP) é uma emergência obstétrica e uma das maiores causas de morte materna em todo mundo, caracterizada como perda sanguínea igual ou superior a 500 mL após o parto vaginal ou igual ou superior a 1.000 mL após o parto cesariano, outros autores afirmam que qualquer sangramento capaz de criar instabilidade a paciente é considerado uma HPP. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de Enfermagem, ao promover uma ação educativa sobre o protocolo de hemorragia pós-parto da Organização Pan-Americana da Saúde. Método: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido em um hospital de grande porte da região metropolitana do Pará, Brasil, durante o mês de julho de 2019. Esse estudo seguiu as etapas da metodologia da Problematização a partir do Arco de Charles Maguerez, resultando em proposta de intervenção como a aplicação de um folder educativo para melhoria do conhecimento teórico e prático de médicos e enfermeiros obstetras. Resultado: A atividade ocorreu em dois períodos: i) abordagem individual na sala de disponibilizada pela coordenação; ii) intervenção mediada pela distribuição e explicação do folder para grupos de profissionais na entrada da clínica obstétrica e do centro obstétrico dos seguintes tópicos: o conceito de HPP, estratégias para prevenção, métodos de diagnóstico e os tratamentos indicados. Participaram da ação 15 profissionais, sendo 04 médicos, 07 enfermeiros e 04 residentes de enfermagem obstétrica que responderam de forma positiva à atividade intervencionista aplicada no segundo período. Ademais, os participantes expressaram profundas e pertinentes reflexões acerca da temática abordada e do método aplicado.  Considerações finais: Observou-se que atividades, mediadas por uma tecnologia educacional do tipo folder baseado nas recomendações assistenciais para situações de HPP, pautadas nas necessidades do público-alvo, pode provocar mudanças significativas e positivas. Ademais, espera-se que esse trabalho contribua para a melhoria na assistência de médicos e enfermeiros às pacientes em trabalho de parto e no pós-parto atendidas por meio do Sistema Único de Saúde.

7190 O CUIDADO EM SAÚDE NUMA EMERGÊNCIA ENTRE O DILEMA DA ALTA MÉDICA X ALTA SOCIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Flavia Simplicio André Staneck

O CUIDADO EM SAÚDE NUMA EMERGÊNCIA ENTRE O DILEMA DA ALTA MÉDICA X ALTA SOCIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Flavia Simplicio André Staneck

Apresentação: O relato de experiência apresenta reflexões sobre o trabalho da equipe de saúde numa emergência brasileira no tocante a discussão da alta médica e a alta social de uma pessoa em situação de rua, podemos observar a tensão existente entre a equipe de saúde no cenário apresentado. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência, elaborado no contexto da disciplina Micropolítica do Trabalho: Cuidado em saúde ministrada no curso de pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense (UFF), no Hospital Universitário Antônio Pedro, que tem como um dos objetivos, o estudo sobre a realidade do processo de trabalho dos serviços de saúde, abordando temas relacionados à saúde. Resultado: A partir da captação da realidade, percebeu-se a necessidade de práticas inovadoras e aproximação de práticas de saúde comprometidas com os princípios e diretrizes do SUS. Considerações finais: O resgate da vivência na emergência possibilitou a reflexão sobre a importância da educação permanente entre os profissionais da saúde e permitiu a discussão sobre os desafios encontrados pelos profissionais de saúde no processo de trabalho em que atuam, tendo vista a implementação do SUS universal.