520: Desafios da formação e do trabalho em saúde
Debatedor: Lélia Cápua Nunes
Data: 28/10/2020    Local: Sala 09 - Rodas de Conversa    Horário: 13:30 - 15:30
ID Título do Trabalho/Autores
6283 O PRECARIADO ESCONDIDO SOB O VÉU DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL: O CASO DAS RESIDÊNCIAS EM ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE
camille correia santos

O PRECARIADO ESCONDIDO SOB O VÉU DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL: O CASO DAS RESIDÊNCIAS EM ÁREA PROFISSIONAL DA SAÚDE

Autores: camille correia santos

Apresentação: Acredita-se que o Programa de Residência em Área Profissional da Saúde é uma estratégia de (re)orientação profissional, com formação orientada pelo e para o trabalho. No entanto, pode ser um processo contraditório: para os gestores a formação oferecida está “(re)orientando” a formação dos profissionais, para os residentes caracteriza uma condição de qualificação para ingressar no mercado de trabalho Objetivo: Analisar os sentidos atribuídos à formação profissional, ao treinamento em serviço e ao trabalho nos Programas de Residência em Área Profissional da Saúde e suas possíveis relações com a precarização do trabalho em saúde. Método: A pesquisa tem como referencial teórico as concepções do materialismo histórico-dialético. Foi desenvolvida na perspectiva qualitativa, e como procedimento metodológico utilizado as técnicas de análise documental e entrevistas semiestruturada, além de levantamento bibliográfico pertinente ao tema. Foram realizadas 14 entrevistas, sendo 10 residentes, 2 preceptores e 2 coordenadores para identificar as motivações para inserção na residência, captar e compreender as associações entre a formação e trabalho precarizado na residência. Os dados foram categorizados pelos núcleos temáticos que emergiram e posteriormente analisados. Resultado: Foi constatado em primeiro momento a escolha da residência como formação: “necessidade de vivenciar de forma mais visceral a atuação prática”, mas apontada também como: “ter a residência era o mínimo para o mercado”, e dificuldade de inserção logo após a graduação, configurando a residência enquanto prolongamento da escolarização versus estreitamento do mercado de trabalho. A residência foi considerada como um trabalho híbrido, por vezes, repetitivo, alienado e sem reflexões. Relatos que estão submetidos as condições de trabalho precárias, como jornadas extensas de trabalho, com relações precárias e sem garantias de direitos trabalhistas. Considerações: Os residentes estão submetidos a forma mais recente da precariedade. Considerada trabalho para além do seu sentido ontológico, como trabalho no sentido econômico adquirido no modelo capitalista de emprego. Essa hibridez do trabalho/formação, sendo uma máscara do caminho do aprendizado pelo e para trabalho que justifica a reprodução de um modelo precarizado de trabalho na saúde, indo na contramão da formação e do trabalho potencializador do SUS.

6442 SAÚDE EM TODAS AS POLÍTICAS: DESENVOLVIMENTO DE UM MASSIVE OPEN ONLINE COURSE
Liara Saldanha Brites, Cristianne Maria Famer Rocha

SAÚDE EM TODAS AS POLÍTICAS: DESENVOLVIMENTO DE UM MASSIVE OPEN ONLINE COURSE

Autores: Liara Saldanha Brites, Cristianne Maria Famer Rocha

Apresentação: Nos espaços de gestão, aceitar que ter saúde não significa apenas não ter doenças, é também reconhecer a complexidade de fatores envolvidos na resposta de cada cidadão ou coletivo para o questionamento: o que é ter saúde? Tais fatores, somados aos desafios inerentes aos princípios constitucionais do Sistema Único de Saúde (SUS) - universalidade, equidade e integralidade -, acabam por limitar a resolutividade do setor saúde e tencionam gestores a propor formas de trabalho intersetorial. Mas como provocar outros setores e políticas públicas, por vezes tão ocupados com suas agendas e demandas e/ou sem entendimento de sua importância a ponto de enxergar a saúde como uma responsabilidade restrita ao Ministério e às secretarias da saúde? E como fazer junto, sem que o setor saúde acabe simplesmente coordenando ou ordenando outros setores sobre o que fazer? Esse é o pano de fundo desta experiência. Calcados na ideia de inovação no SUS, propomos uma ferramenta (um curso online e gratuito, que poderá acessado por milhares de pessoas ao mesmo tempo) para gestores de outras políticas públicas, trabalhadores, organizações, instituições ou qualquer pessoa que tiver interesse, em qualquer lugar do Brasil e do mundo – desde que tenha vontade e computador ou dispositivo móvel com conectividade. Para isso, fazemos uso de dois conceitos: os Massive Open Online Courses (MOOC) e a abordagem da Organização Mundial da Saúde (OMS), chamada de Saúde em Todas as Políticas (STP ou, em inglês, Health in All Policies – HiAP). Os MOOCs têm origem no Canadá e a sigla foi utilizada pela primeira vez em 2008. São, geralmente, cursos de curta duração e ofertados gratuitamente para milhares de pessoas com acesso à internet. Não exigem formação acadêmica nem seleção. É permitido ao participante escolher seu itinerário dentro do curso, conforme julgar interessante ou necessário. Pode, por exemplo, realizar apenas um ou dois módulos e finalizar um MOOC sem concluir tarefas nem obter certificação. O primordial é o conhecimento adquirido. A maioria são cursos totalmente gratuitos (alguns cobram apenas pela certificação, caso a pessoa tenha realizado todos os módulos e solicite o documento). O Brasil vem avançando na produção científica, desenvolvimento, divulgação e uso de MOOCs. Na área da saúde, por exemplo, há parcerias de universidades brasileiras com reconhecidas plataformas internacionais, como Miríada, Coursera, EdX. Ainda que não usem o nome de MOOC, há também iniciativas institucionais importantes de serem referenciadas no movimento de cursos online e abertos para o SUS, como os ofertados pela Universidade Aberta (UAB), Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), Ambiente Virtual do SUS (AVA-SUS) e Comunidade de Práticas (CdP). A STP é um tema motivador para o desenvolvimento de MOOC. Trata-se de uma estratégia de trabalho articulado entre setores, disposta na Declaração de Helsinque sobre STP (2013) e reforçada na Declaração de Shangai (2016). Aproxima-se dos conceitos de Intersetorialidade e de Promoção da Saúde. Reconhece que os nossos maiores desafios sanitários (como as doenças não transmissíveis, as iniquidades, a violência no trânsito, as desigualdades sanitárias e as mudanças climáticas) são complexos e estão inter-relacionados aos Determinantes Sociais da Saúde (DSS). Segundo a OMS (2017), é uma proposta de estratégia prática para, por exemplo, alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) em contextos diversos. Desenvolvimento: A ideia do MOOC introdutório sobre STP surgiu em 2015, a partir da discussão de discentes do Curso de Bacharelado em Saúde Coletiva e foi aprimorada no 12º Congresso da Rede Unida (2015), transformando-se em uma Dissertação com objetivo de desenvolver um “roteiro” (documento contendo reflexões, análises, conteúdos e sugestões para o desenvolvimento do MOOC). A partir do estudo de cunho exploratório e abordagem mista, com revisão bibliográfica e a análise documental dos materiais encontrados no Health in All Policies Training Manual publicado pela OMS em 2015; nos sites e canais no YouTube institucionais de Salud en Todas Las Políticas en Las Américas, OMS, Organização Panamericana de Saúde (OPAS), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) do Ministério da Saúde (MS) e Portal sobre Determinantes Sociais da Saúde (DSS), bem como nas legislações da OMS, OPAS e do MS a partir da busca por palavras-chave relacionadas à STP. A análise e sistematização dos dados e informações coletados resultaram na proposta do roteiro do MOOC intitulado “Apresentação: à Saúde em Todas as Políticas”, com oito Módulos de Aprendizagem: 1)Apresentação: ao MOOC, sobre apresentação geral do Curso; 2) (Re)Pensar a saúde, sobre os conceitos ampliados de Saúde, Integralidade, Universalidade e Equidade; 3) Motivação para “fazer junto”, sobre Intersetoriaidade, Promoção da Saúde, desafios globais e mudanças na saúde; 4) Desigualdades sociais e Iniquidades em saúde, sobre desigualdades em saúde, iniquidades em saúde, Determinantes da Saúde e DSS; 5) Doenças Não Transmissíveis (DNT): problema de todos(as), sobre a carga de doenças e DNT; 6) Saúde em Todas as Políticas: um conceito, sobre conceituação de STP; 7) Agendas e combinações para a saúde, sobre Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e Plano de Ações estratégicas para o enfrentamento das DNT no Brasil 2011-2022; 8) Saúde em Todas as Políticas: marco conceitual, sobre o Quadro/framework de STP. Além disto, são propostos elementos como: Tipologia de MOOC, Público, Plataforma, Idioma e Linguagem, Duração estimada, Exame ou produção de projeto ao final, Certificação, Produção de material impresso, Interações e Design e Implementação. Resultado: Em um período de dificuldade econômica nos serviços públicos e no qual se assiste à ampliação no uso cotidiano de dispositivos eletrônicos e conectados à internet, um dos potenciais desta experiência é alcançar milhares de pessoas sem despender de altos investimentos (inclusive públicos). Também possibilita o aprendizado e divulgação do tema STP e o uso dos MOOC para a formação dos gestores e profissionais da saúde e para a qualificação da saúde sobre outros temas. O uso dos MOOCs para a gestão e o trabalho intersetorial na saúde é potente para disseminar o conhecimento e compartilhar experiências em diversos contextos. A experiência relatada, apesar de tratar de um MOOC com foco em STP, também divulga o potencial dos MOOCs, para que outras iniciativas semelhantes possam ser desenvolvidas em outras áreas e temáticas ou até sobre a mesma, mas sob outros olhares. Outro fator multiplicador diz respeito à possibilidade de levar a discussão da STP a múltiplos atores e lugares, incentivar a proliferação de ações de STP ou a identificação de ações intersetoriais importantes já executadas, para aprimoramento ou fortalecimento e divulgação. Considerações finais: Nesse tempo, de estudos, debates e reflexões sobre a STP, a necessidade de articulação com outros atores tornou-se tão evidente que novas ações precisaram ser incluídas ao longo do caminho e foi possível ver que o uso de MOOCs para a saúde ainda é incipiente. Confiamos que as reflexões apresentadas aqui inspirem outros atores no uso de ferramentas, por diferentes espaços (virtuais ou não) de aprendizagem e pelas infindáveis e necessárias trocas de experiências, em especial, de STP.

7115 DIRETRIZES NACIONAIS CURRICULARES DO CURSO DE ENFERMAGEM E INTERPROFISSIONALIDADE: EM BUSCA DO DIÁLOGO
Priscila Alves Torreão, Karina Maia Cunha, Cláudia Cerqueira Graça Carneiro

DIRETRIZES NACIONAIS CURRICULARES DO CURSO DE ENFERMAGEM E INTERPROFISSIONALIDADE: EM BUSCA DO DIÁLOGO

Autores: Priscila Alves Torreão, Karina Maia Cunha, Cláudia Cerqueira Graça Carneiro

Apresentação: Através da análise das diretrizes curriculares nacionais (DCN) do curso de enfermagem foi possível observar como a mesma dialoga com a interprofissionalidade e apresentar os resultados dessa análise e discussão em uma Oficina do PET-Saúde Interprofissionalidade, onde foram discutidas as DCNS dos cursos da área da saúde, com objetivo de identificar e refletir sobre os pontos passíveis de mudanças e de qual forma a interprofissionalidade vem sendo tratada nas DCNS, além das ferramentas/mecanismos implementados e utilizados a fim de propiciar a sua efetivação no dia a dia dos cursos de graduação. O presente trabalho tem como objetivo relatar através da experiência vivenciada no PET-Saúde nossas observações em relação à DCN do curso de enfermagem e de qual forma a interprofissionalidade está presente na mesma. Desenvolvimento: As DCN do curso de graduação em Enfermagem definem os princípios, fundamentos, condições e procedimentos da formação do profissional de enfermagem, sendo pautadas na legislação que regulamenta o Sistema Único de Saúde, dando ênfase na integralidade da atenção e em resposta às necessidades sociais em saúde, e ainda com habilidades para liderança, gestão em saúde, docência, trabalho em equipe multiprofissional e interdisciplinar. Para a construção desse trabalho foi realizada a leitura, pesquisa sobre novas resoluções, discussão em grupos tutoriais sob à luz de um questionário elaborado pela coordenação do programa PET-Saúde com as seguintes perguntas: “1. O que se espera das DCN para a formação profissional 2. Em que medidas a DCN de enfermagem dialogam com a educação interprofissional 3. Em sua concepção as DCN do curso estudado promovem uma formação regulada ao atendimento das necessidades de saúde?”. Posteriormente, os resultados encontrados foram apresentados de forma sintetizada em uma oficina promovida pela coordenação do PET-Saúde na Universidade Estadual de Feira de Santana-BA, de forma a compartilhar e dialogar com os demais grupos os pontos identificados após a análise das referidas DCN. Resultado: Inicialmente podemos observar por meio de uma breve linha do tempo, tendo como exemplo o curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Feira de Santana, a criação do curso de enfermagem na UEFS por meio do Decreto Federal nº77966 com uma formação voltada para área obstétrica, logo após no ano de 1980 com a reforma sanitária e a criação do SUS ocorre uma mudança dos moldes tradicionais de ensino e avança para uma formação que está diretamente relacionada a criação do SUS, e o currículo passa a atender uma formação voltada ao cuidado na atenção básica seguindo os preceitos do SUS, já no ano de 2001 reforça a necessidade de articulação entre Educação e Saúde objetivando a formação geral e específica dos egressos/profissionais com ênfase na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde. Através da diretriz curricular mais recente para o curso de enfermagem, Resolução CNE/CES nº 3 de 7 de novembro de 2001, não foi possível observar de forma explícita referências a formação do enfermeiro para a prática interprofissional em saúde, contanto foi possível perceber pontos que remetem a qualificação do profissional de enfermagem para a prática interprofissional e colaborativa, como: o desenvolvimento de habilidades em liderar e trabalhar em equipe multidisciplinar, habilidade para tomar decisões, gerenciamento, comunicação, empatia dentre outros. Merece destaque o ano da publicação das DCN que ainda hoje regulamentam o curso, já tendo passado 19 anos entre a sua publicação e o presente ano, e além disso, as mudanças ocorridas no que diz respeito aos termos multiprofissional, interdisciplinar e interprofissional, sendo incorporados novos conceitos de forma a suprir as necessidades da população. Um ponto importante é que os estágios e atividades complementares consistem em monitorias e estágios, programas de iniciação científica, programas de extensão, estudos complementares, cursos realizados em outras áreas, onde na grande maioria são voltados apenas para a prática tecnicista da profissão ou em volta de temas específicos, deixando de lado a vivência interprofissional, além de que nos estágios curriculares obrigatórios nas unidades de saúde da família são destinados a práticas que visem complementar a formação teórica e a carga horária e rotina da unidade por vez não permite o estabelecimento de espaços para diálogo e interação com outros profissionais, restringindo a uma formação técnico-específica. Uma nova resolução nº 573, de 31 de janeiro de 2018 foi publicada pelo Conselho Nacional de Saúde, onde são feitas recomendações à proposta de DCN para o curso de enfermagem e nesse documento é possível observar a citação do termo “interprofissionalidade/interprofissional” em diferentes momentos do texto, evidenciando por vez as mudanças ocorridas nas concepções de trabalho em saúde. Em alguns trechos da nova resolução pode-se observar que: a formação deve propiciar uma educação integral, interprofissional, humanista, ético-cidadã, técnico-científica e presencial; vivências em unidades de saúde com foco no trabalho interprofissional; e conteúdos transversais que garantam uma formação pautada na integralidade, interdisciplinaridade e interprofissionalidade, onde os estudantes de enfermagem tenham ofertas de disciplinas que promovam ações interdisciplinares entre os diferentes cursos da área da saúde de modo a integrar o conhecimento teórico, e que sejam promovidas no âmbito do conhecimento prático, vivências nas unidades de saúde tendo em vista o trabalho interprofissional através de estágios e atividades extracurriculares, como exemplo temos o PET-Saúde, que promove essa vivência de forma interprofissional em diferentes serviços de saúde, propiciando uma formação mais ampla, vivenciando experiências que ajudem na construção de um profissional capacitado e familiarizado com o trabalho interprofissional e com as práticas colaborativas. Considerações finais: Por fim, foi possível observar que mesmo que a interprofissionalidade não seja relatada de forma direta nas DCN do ano de 2001, pode-se identificar pontos em que remetem a mesma, e espera-se a publicação de uma nova DCN pelo Ministério da Educação a partir da resolução do ano de 2018 publicada pelo Conselho Nacional de Saúde. Faz-se necessária a promoção cada vez maior do trabalho e do ensino de forma interprofissional através da tríade ensino, pesquisa e extensão, perpassando a teoria e sendo aplicado também nas práticas, a partir do momento que é observada com mais clareza e de forma mais consistente a importância da formação do profissional de enfermagem na prática interprofissional.

7233 A IMPORTÂNCIA DE AULAS PRÁTICAS DA DISCIPLINA DE MORFOFISIOLOGIA HUMANA PARA A FORMAÇÃO ACADÊMICA: A INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NA HOMEOSTASE.
Jonathan Rodrigo da Silva, Jayme Renato Cordeiro, Domingos Pinto Pimentel, Fabricio Viana Prestes, Juniano Pesirima Kaxuyana, Letícia de Jesus Lopes, Ronaldo Coreia da Silva

A IMPORTÂNCIA DE AULAS PRÁTICAS DA DISCIPLINA DE MORFOFISIOLOGIA HUMANA PARA A FORMAÇÃO ACADÊMICA: A INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS NA HOMEOSTASE.

Autores: Jonathan Rodrigo da Silva, Jayme Renato Cordeiro, Domingos Pinto Pimentel, Fabricio Viana Prestes, Juniano Pesirima Kaxuyana, Letícia de Jesus Lopes, Ronaldo Coreia da Silva

Apresentação: Homeostase pode ser definida como sendo o padrão de normalidade fisiológico para as funções do organismo humano, tomando como base a singularidade de cada individuo, o estado homeostático pode possuir variáveis em seus parâmetros. Nesse sentido, quando um dado individuo é exposto a determinadas situações (estressores) seu organismo busca por meio de reações compensatórias manter-se em equilíbrio. Em suma a homeostase tende a ser interrompida quando o organismo é exposto á situações que promovem alterações de curto ou longo prazo, dependendo do tipo, intensidade e duração da aplicação do estressor no espécime em questão. Tais estressores, podendo ser de cunho físico ou psicossocial, quando aplicados de forma constante em um determinado período de tempo resultam na alteração dos parâmetros homeostáticos do ser, gerando novos padrões de equilíbrio para esse. Tais respostas do organismo podem ser denominadas de SAG (Síndrome Adaptativa Geral) sendo divididas em 3 momentos: alarme ou alerta, o qual o organismo irá identificar o agente estressor, acarretando na ativação do sistema nervoso autônomo simpático, fazendo com que os órgãos alvos sejam acionados, liberando neurotransmissores e hormônios responsáveis pela produção de uma resposta rápida  de enfrentamento contra o causador do distúrbio fisiológico; Resistência: responsável pela manutenção do primeiro momento da SAG e aumento de sua intensidade resultando em um melhor desempenho físico e cognitivo  do individuo garantindo a esse uma possibilidade maior no processo de combate contra o gerador do distúrbio  e retorno ao estado de equilíbrio; Exaustão: tem início quando as duas fases anteriores não são o suficiente para a solução do problema, mesmo respondendo da melhor forma possível, o organismo responde agora de forma crônica, levando a uma sobrecarga de sistemas, de forma fisiológica e comportamental, desencadeando uma série de perturbações no corpo. Como exemplo de distúrbio homeostático tem-se a pratica de exercícios físicos, a qual ira exigir que o praticante force seu corpo a sair de um estado de inércia e inicie a realização de movimentos coordenados que irão resultar em um gasto energético e consequentemente em um breve desequilíbrio físico e cognitivo. Desse modo durante a pratica de exercício físico é possível constatar a tentativa do organismo em manter certo equilíbrio de suas funções e demandas, a exemplo do aumento na frequência cardíaca que resulta em uma elevação da pressão arterial e frequência respiratória. Desse modo é possível perceber esses dados e resultantes referentes a homeostasia por meio de estudos em aulas pratico teóricas na disciplina de fisiologia humana, ressaltando a importância do conhecimento teórico para que seja possível a realização das aulas práticas, essas que completam lacunas deixadas pela teoria e estabelecendo relações de conhecimento, aprendendo dessa forma a relacionar os dados obtidos com os saberes adquiridos em sala de aula. Objetivo: Analisar o funcionamento fisiológico de apenas um indivíduo exposto ao mesmo tipo de estresse físico que outros discentes durante a prática. Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência dos discentes do primeiro semestre do modulo de morfofisiológica do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA). A aula pratica da atividade curricular ocorreu sobre supervisão docente no mês de Setembro de 2019, em uma quadra esportiva da instituição de ensino superior, localizada em Belém no estado do Pará. Resultado: O comportamento da PA durante qualquer atividade física ou exercício proposto apresenta variações de acordo com a intensidade, duração, tipo de exercício, biomecânica utilizada, comportamento individual, grau de treinamento, entre outros, e está relacionado diretamente com a frequência respiratória. Foram verificados os sinais vitais dos acadêmicos voluntários antes e após a realização dos exercícios físicos propostos, foi possível observar durante a realização dos exercícios o aumento da pré-carga, devido ao aumento da atividade das bombas muscular e respiratória, da contratilidade, pelo aumento da pré-carga e das catecolaminas, diminuição da pós-carga, em consequência à vasodilatação, e o aumento do volume sistólico, decorrente dos fatores citados acima. Os voluntários passaram por cinco (5) fases durante a pratica, sendo a primeira e a ultima referentes ao estado de repouso e as intervalares aos exercícios, que em suma eram corridas de curta distância e baixa duração. Abstraindo apenas um para análise, durante o primeiro repouso este teve como resultado os SSVV nos estados normotenso, normocardico e eupnêico. Ao término do primeiro exercício, o acadêmico tive como resultado uma elevação na PA (Pressão Arterial) de 120/80mmHg para 135/90mmHg, na FC (Frequência Cardíaca) de 68BPM para 136BPM (taquicardia). Ao fim do segundo exercício foram obtidos os Resultado: aumento da PA de 135/90mmHg para 145/70mmHg, diminuição da FC de 136BPM para 120BPM, e uma elevação da FR (Frequência Respiratória) para 44RPM (taquipnêico). No último exercício os resultados foram: PA de 145/70mmHg para 140/60mmHg, como visto houve uma diminuição, na FC houve um aumento de 120 BPM para 138BPM e com FR de 48RPM. Após o tempo aguardado para o descanso, cerca de 15 minutos, os SSVV descritos foram aferidos novamente, o segundo repouso teve como resultado uma PA de 110/80mmHg, retornando ao estado normotenso, uma FC de 70BPM, retornando também ao estado normocardico, e por fim uma FR de 30, que ainda permanecia em estado taquipnêico. Foram vistos nesta aula prática efeitos fisiológicos do exercício físico, mais especificamente os agudos imediatos, que são os que ocorrem nos períodos peri e pós-imediato do exercício físico, como elevação da frequência cardíaca (devido a alteração na PA), da ventilação pulmonar e sudorese. Considerações finais: Dessa forma, foi possível a compreensão de que volume sistólico aumenta com o treinamento físico, pois o indivíduo treinado tem as bombas muscular e respiratória mais eficientes, melhorando a atividade contrátil ventricular e a maior capacidade vasodilatadora. Portanto, por meio dessa atividade física foi possível inferir que houveram modificações no estado fisiológico do indivíduo, sobretudo em sua pressão arterial, frequência cardíaca e frequência respiratória, nesse sentido os acadêmicos obtiveram como resultado um desequilíbrio no corpo do individuo. Além desse fato, após o intervalo de 15 mim de descanso foi constatado que o organismo estava retornando ao seu estado de homeostasia, acontecimento que demonstrou aos acadêmicos o funcionamento adequado do organismo humano, esse que busca manter seu estado de equilíbrio, mesmo quando submetido a diferentes tipos de estressores. Tais conclusões foram possíveis devido a realização do experimento durante a aula prática, estimulando a construção de conhecimento, observação e trabalho em equipe dos acadêmicos, o que demonstra a importância desta para a construção do conhecimento cientifico.

7577 CAUSAS DE INAPTIDÃO EM CANDIDATOS À DOAÇÃO DE SANGUE EM UM HEMOCENTRO DA REGIÃO NORTE – RELATO DE EXPERIÊNCIA
Tarcizio Nascimento Situba, Brenda Rufino de Sousa, Adriana Duarte de Sousa

CAUSAS DE INAPTIDÃO EM CANDIDATOS À DOAÇÃO DE SANGUE EM UM HEMOCENTRO DA REGIÃO NORTE – RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Tarcizio Nascimento Situba, Brenda Rufino de Sousa, Adriana Duarte de Sousa

Apresentação: Descrever a experiência de um acadêmico do Curso de Graduação em Enfermagem sobre uma vivência em um Hemocentro de Manaus, junto a uma equipe multidisciplinar, abordando as causas de inaptidão em uma triagem clínica e relacionada à qualidade de vida da população. Desenvolvimento: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência sobre um estágio supervisionado que ocorreu no primeiro semestre de 2019 na Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas – Hemoam. O estagiário através da triagem hematológica identifica candidatos inaptos à doação de sangue, orienta junto ao enfermeiro o motivo da inaptidão sobre os riscos para o doador e paciente a ser transfundido (Origem: art. 67 PRT MS/GM 158/2016). Com o objetivo de discutir a qualidade de vida da população, relacionada a inaptidão na triagem clínica destacando as diferenças socioeconômicas de candidatos à doação de sangue, o acadêmico do quinto período de enfermagem levantou dados das principais causas de inaptidão do ano de 2018 na instituição, separando-as por idade, sexo e tipo de doação. Foi evidenciada alimentação inadequada, hipertensão arterial, variação de parceiros sexuais, exposição a área com risco de malária e constatou que a maior causa de inaptidão está relacionada ao hematócrito irregular. Resultado: A pesquisa evidenciou que a anemia ferropriva é a maior causa de irregularidade no hematócrito, desencadeada pela carência de informação sobre hábitos alimentares e como influenciam no processo de doação de sangue. Considerações finais: Tal vivência enriqueceu a construção acadêmica do relator e contribuiu para o incentivo na pesquisa e iniciação cientifica com ênfase em hemoterapia, valorizando a enfermagem nesta área do saber, bem como transmitir conhecimento para estudantes e auxiliar na estratégias de promoção de saúde.

8412 EVOLUÇÃO DOS CURSOS DE ENFERMAGEM NO BRASIL (1991 A 2018) E ALGUNS DESAFIOS ATUAIS.
FRANCISCO ROSEMIRO GUIMARÃES XIMENES NETO, Betânia Maria Pereira dos Santos, Maria da Pureza Ramos de Santa Rosa, José Maria Barreto de Jesus, Manoel Carlos Neri da Silva

EVOLUÇÃO DOS CURSOS DE ENFERMAGEM NO BRASIL (1991 A 2018) E ALGUNS DESAFIOS ATUAIS.

Autores: FRANCISCO ROSEMIRO GUIMARÃES XIMENES NETO, Betânia Maria Pereira dos Santos, Maria da Pureza Ramos de Santa Rosa, José Maria Barreto de Jesus, Manoel Carlos Neri da Silva

Apresentação: Há 130 anos foi criada a primeira Escola de Enfermagem no Brasil, a Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras (1890), junto ao hospital, Hospital de Alienados no Rio de Janeiro (depois Escola passou a Escola de Enfermagem Alfredo Pinto). Logo nas primeiras décadas do século XX foram criadas as Escolas de Enfermagem da Cruz Vermelha (1914) e do Departamento Nacional de Saúde Pública (atual Escola de Enfermagem Anna Nery), 1923. Aos poucos muitas escolas foram sendo criadas, tendo um impulso com a Reforma Universitária da década de 1960 e, sobretudo, com o Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 1988 e com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) em 1996. Objetivo: O presente estudo busca descrever a evolução dos Cursos de Enfermagem no Brasil de 1991 a 2018. Método: Pesquisa descritiva, sob a abordagem descritiva, desenvolvida a partir do Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) do Ministério da Educação (MEC). Os dados foram coletados a partir dos relatórios e sinopses disponibilizados no site do INEP/MEC e sistematizados com base na evolução dos cursos de 1991 a 2018, pegando-se o total geral de cursos e a natureza jurídica desses, dentre outras informações. Resultado: O Brasil em 1991 tinha 106 Cursos de Enfermagem, sendo 61 (57,5%) públicos e 45 (42,5%) privados, passando para 1.041 cursos em 2018, sendo 154 (15%) públicos e 887 (85%) privados, um crescimento de 982% do total de cursos. Dois fenômenos que ocorreram concomitantes colaboraram com a expansão do ensino de Enfermagem: I) o mercado educacional, aproveitando-se da flexibilização/liberalização do ensino superior proporcionada pela LDB, fez com que rapidamente se desse a implantação de inúmeros cursos pela iniciativa privada, em diferentes regiões do país que por vezes não os comportavam, e mais recentemente, vem se expandindo com o Ensino a Distância (EaD); II) O processo de implantação e implementação de diversas políticas e ações, principalmente, no nível da Atenção Primária à Saúde (APS), a exemplo da ampliação do número de equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), da criação das Equipes de Saúde Bucal (ESB), do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), do Núcleo de Apoio à Saúde da Família, atual Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF), demandou a necessidade de formação de uma nova força de trabalho e influenciou a abertura de cursos em várias áreas como a Enfermagem. A formação em Enfermagem apresenta uma tendência crescente do ensino privado e EaD, sem o correspondente controle e regulação estatal. Considerações finais: A formação em Enfermagem passa por desafios diversos, dentre eles podem citar: a necessidade de conter a expansão do EaD; manter a qualidade do ensino; reduzir as iniquidades regionais; dirimir as fragilidades estruturais nos currículos universitários, que insistem em manter a lógica flexneriana; a prática didática voltar-se para a aprendizagem significativa e demandas do sistema de saúde e da população; dentre outras.

8521 A INTELIGÊNCIA DE FUTURO UMA METODOLOGIA ATIVA DE ENSINO PARA “ENSINAR PARA A COMPREENSÃO” PELA REFLEXÃO ESTRATÉGICA DO ALUNO
Wagner Martins

A INTELIGÊNCIA DE FUTURO UMA METODOLOGIA ATIVA DE ENSINO PARA “ENSINAR PARA A COMPREENSÃO” PELA REFLEXÃO ESTRATÉGICA DO ALUNO

Autores: Wagner Martins

Apresentação: Carlos Matus em seu livro a Teoria do Jogo Social (2005) apresenta a gestão, expressa nos atos de pensar, decidir e agir, como a ciência do Homem de ação, uma ciência transdisciplinar que trata de problema sociais quase-estruturados, ou seja, problemas que dependem da explicação subjetiva dos atores, da sua percepção em relação a um mundo de interação complexas entre variáveis (atores, fatos e fatores) de caráter tecnopolítica. Matus, em sua Teoria do Jogo Social, trata dessa ciência do Homem de ação como sendo uma Ciência e ao mesmo tempo uma Arte.John Dewey argumenta sobre a inteligência enquanto uma competência social que permite a cooperação para a resolução de problemas complexos da sociedade e por consequência, possibilita desenvolver o aprendizado sobre as coisas que compõem o contexto. Segundo o autor de Democracia e Educação, pode-se dizer, que qualquer arranjo social que permanece vitalmente social, ou vitalmente compartilhado, é educativo para aqueles que participam dele. A inteligência como competência social torna-se uma inteligência cooperativa, em um processo que reúne as inteligências, enquanto atributo individual, para a reflexão e busca de soluções para as necessidades compartilhadas comunitariamente e a inteligência como um processo científico, o método científico que orienta a busca, a sistematização, a análise e a disseminação de informações.Tornar nossas ações cada vez mais inteligentes e cooperativas, de forma que essas ações possam ser efetivas na solução de problemas sociais e, ao mesmo tempo, viabilizar a troca de experiências fazendo com que possamos, ainda, dinamizar o desenvolvimento de uma espiral de aprendizagem dos sujeito da ação, nos levou a implementar a prospectiva como uma pedagogia ativa para a formação de agentes políticos que pretendem com sua ação, transformar a realidade que conhecem. A prospectiva é uma atitude que torna o sujeito mais atento às possibilidades do futuro, olha ao longe. Nossa experiência mostra que além de ensina-lá como um método para a gestão, a atitude prospectiva pode ser aplicada enquanto uma método pedagógico para a formação de quem quer e/ou precise governar, conduzir as coisas, mobilizando organizações e cidadãos no jogo social, processando problemas complexos e transdisciplinares para resolver a situação incômoda que enfrenta cotidianamente. Diálogos prospectivos: Uma pedagogia da interação para facilitar a inteligência cooperativa é forma como organizamos a implementação da metodologia ativa, buscando correlacionar teoria e prática, estimulando processos construtivos de ação- reflexão-apropriação-ação. A inteligência cooperativa voltada para a ação é  ativada, como o dínamo da espiral da aprendizagem, para possibilita a troca de saberes individuais e  coletivos para orientar a solução de problemas. A  metodologia, denominada: “Método Fiocruz de Inteligência de Futuro - MFIF” vem sendo aplicada em oficinas de planejamento por cenários em diferentes organizações e temas e também, sendo ensinada nos cursos de do Programa de Pós-Graduação da Escola Fiocruz de Governo - Brasília e do Mestrado Profissional em Atenção Primária à Saúde da FM - HESFA - UFRJ.  O método  é  uma metodologia ativa de ensino que leva  o aluno a refletir sobre o Sistemas Complexos e na interação dialógica desenvolve conhecimentos sobre o sistema e as ferramentas de gestão. A abordagem metodológica prospectiva é realizada em momento reflexivo, onde a teoria e as teses sobre os elementos do conteúdo programático são apresentadas e discutidas em formato aula expositiva. Em seguida, os fatores que constituem o sistema em estudo são tratados em modelo dinâmico de aprendizagem em grupo, utilizando-se raciocínio sistêmico para o entendimento da complexidade do sistema, neste momento a interrelação de fatores que influenciam as trajetórias prospectivas do sistema são identificadas e validadas por meio, da análise dos seus comportamento (fatos comprovados por evidências) para que possam gerar cenários de futuro sobre o sistema em estudo e o envolvimento dos alunos em uma prática mais comunicativa, em que a aprendizagem é encarada como um processo pelo qual o comportamento muda em consequência da experiência. A Dinâmica do jogo social no RPG vem sendo usada desde 2015 na disciplina de inteligência de futuro, no Mestrado Profissional em Políticas Públicas em Saúde com a primeira turma de 30 alunos tendo como tema “O SUS política pública: Atualidade e Desafios para o futuro (análise prospectiva)” e também como parte da Disciplina: Atenção Integral à Saúde Politicas e Planejamento no Mestrado Profissional em Atenção Primária à Saúde da FM - HESFA – UFRJ. Em 2016 Escola Fiocruz de Governo autorizou que a disciplina: Inteligência de Futuro (MP.129.1), fosse ofertada também como um Curso de Verão, o que possibilitou a participação de vários alunos externos e com variação de temas. A partir 2018, a Agenda 2030 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU passou a ser abordada, tendo em vista, que a Fiocruz se engajou na disseminação do ODS, criando sua Estratégia para Agenda 2030 (EFA 2030), mas também, a necessidade dos órgãos federais e de outros entes federados de implementar a Agenda 2030, tendo seus agentes políticos baixo conhecimento sobre esse tema. Para a condição de Curso Verão de Inteligência de Futuro: Prospectiva para a Agenda 2030 e seus ODS[1], realizadas em parceria com a EFA 2030, com maior carga horária e participação, fizemos modificações importante na pedagogia, focando mais no conteúdo e tratando o método com mais acurácia para melhor adequá-lo à condição de pedagógica ativa. Passamos então a utilizar 40 horas/aula em semana corrida, sendo dividida em 2 dias com o momento teórico de 16 horas: o primeiro, sobre o tema Agenda 2030 e os ODS (Retrospectiva e perspectivas) e o segundo: abordando as bases teóricas que suportam a inteligência de futuro e aquelas embasam a concepção de gestão estratégica. Em 2016 Escola Fiocruz de Governo autorizou que a disciplina: Inteligência de Futuro (MP.129.1), fosse ofertada também como um Curso de Verão, o que possibilitou a participação de vários alunos externos e com variação de temas. A partir 2018, a Agenda 2030 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU passou a ser abordada, tendo em vista, que a Fiocruz se engajou na disseminação do ODS, criando sua Estratégia para Agenda 2030 (EFA 2030), mas também, a necessidade dos órgãos federais e de outros entes federados de implementar a Agenda 2030, tendo seus agentes políticos baixo conhecimento sobre esse tema. Para a condição de Curso Verão de Inteligência de Futuro: Prospectiva para a Agenda 2030 e seus ODS[1], realizadas em parceria com a EFA 2030, com maior carga horária e participação, fizemos modificações importante na pedagogia, focando mais no conteúdo e tratando o método com mais acurácia para melhor adequá-lo à condição de pedagógica ativa. Passamos então a utilizar 40 horas/aula em semana corrida, sendo dividida em 2 dias com o momento teórico de 16 horas: o primeiro, sobre o tema Agenda 2030 e os ODS (Retrospectiva e perspectivas) e o segundo: abordando as bases teóricas que suportam a inteligência de futuro e aquelas embasam a concepção de gestão estratégica e comunicativa. A metodologia de inteligência de Futuro da Fiocruz se constitui em método ativo de ensino que possibilita aos alunos desenvolver conhecimento sobre sistemas complexos de forma cooperativa e construtivista, podendo ser adequada para outras escolas e processos de formação profissional.

8604 A EMPREGABILIDADE E DESAFIOS ENFRENTADOS POR EGRESSOS DE ENFERMAGEM
Matheus Henrique Rodrigues da Silva Santos

A EMPREGABILIDADE E DESAFIOS ENFRENTADOS POR EGRESSOS DE ENFERMAGEM

Autores: Matheus Henrique Rodrigues da Silva Santos

Apresentação: Por empregabilidade entende-se a atualização do profissional no mundo do trabalho, ou seja, estar habilitado para ser aprovado nas diversas possibilidades e especificações de contratos de trabalho disponíveis. O mercado de trabalho têm ficado cada vez mais exigente e por consequência, o profissional deve estar em contínuo desenvolvimento. Desta forma, a empregabilidade estimula o profissional a desenvolver suas habilidades e obter conhecimentos que possam agregar vantagem, possibilitando um diferencial em relação à concorrência no processo de inserção e manutenção no mundo do trabalho. Objetivo: Caracterizar os aspectos que se relacionam a empregabilidade de egressos do curso de graduação em enfermagem da Regional Catalão da Universidade Federal de Goiás no período de 2013 a 2017. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo e exploratório com abordagem quantitativa. Os participantes foram os egressos do curso referido que se graduaram entre 2013 a 2017. A coleta de dados foi realizada através de um questionário online indexado na plataforma Google Formulários. Resultado: Participaram do estudo 46 egressos cujo o sexo predominante é o feminino (86,9%), identificou-se uma variação no que diz respeito a idade dos entrevistados sendo 23 anos a idade mínima e 35 a máxima, sendo a média 28,4 anos. O estado civil predominante foi de solteiros  (69,5%). Do total de participantes 35 egressos exerciam  a profissão (enfermagem), destes, 77,1% estavam trabalhando 40 horas ou mais semanalmente. Do total de egressos, 22 (62,8%) disseram não terem encontrado dificuldades para ingressar no mercado de trabalho, contudo, 18 (51,4%) apresentaram algum tipo de dificuldade, principalmente a exigência de experiência na área e contraditoriamente a falta de oportunidade aos enfermeiros recém formados. No que se refere a área de atuação, 21 (60%) estavam na assistência direta, 11 (31,1%) na gerência e 4 (11,4%) estavam na docência. Para a maioria dos entrevistados (61,1%), a formação na instituição federal foi o principal aspecto influenciador no que se refere a inserção no mercado de trabalho, seguido por qualificações (16,6%) e influência política (13,8%). Notou-se que o tempo de espera até a primeira inserção no primeiro emprego na enfermagem foi relativamente curto, considerando-se que 30,5% esperaram até dois meses e 24,9% inseriram-se imediatamente após o término da graduação. O principal recurso utilizado pelos participantes deste estudo para ingressar no mercado de trabalho foi a distribuição de currículo (65,7%), seguido por processo seletivo (20%). Considerações finais: A proporção de egressos do curso estudada pode ser considerada satisfatória considerando que 77,1% estavam inseridos em atividades profissionais de enfermagem. Os aspectos que se relacionam a empregabilidade são busca ativa por trabalho via apresentação de currículos, participação em processos seletivos e participação em cursos de formação continuada. Recomenda-se que novos estudos sejam realizados buscando acompanhar o processo de formação e inserção egressos de enfermagem.

8652 DESMISTIFICANDO CONHECIMENTOS ACERCA DOS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Joice Rodrigues de Queiroz, Matheus Henrique Rodrigues da Silva Santos, Tharine Louise Gonçalves Caires, Nayline Martins Pereira, Hevellyn Silva Matias

DESMISTIFICANDO CONHECIMENTOS ACERCA DOS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores: Joice Rodrigues de Queiroz, Matheus Henrique Rodrigues da Silva Santos, Tharine Louise Gonçalves Caires, Nayline Martins Pereira, Hevellyn Silva Matias

Apresentação: Para escolher por um método contraceptivo de modo livre e informada, as mulheres necessitam compreender e ter acesso a todos os métodos anticoncepcionais cientificamente aprovados e disponíveis, elegendo aquele que seja mais apropriado ás suas características e ás suas condições de vida. O anticoncepcional já foi considerado um tabu, por dar a liberdade sexual para a mulher fazer sexo quando quisesse. Hoje em dia muitos conceitos foram desmistificados acerca dos métodos contraceptivos, diminuindo assim os preconceitos feitos pela sociedade. Objetiva se relatar a experiência vivenciada por discentes do curso de Enfermagem durante aulas práticas realizadas na Estratégia de Saúde da Família CAIC. Descrição da Experiência: Trata-se de um relato de experiência de uma ação vinculada à Estratégia de Saúde da Família CAIC, realizadas durante os dias: 30/09/2019, 03/10/2019, 07/10/2019 e 10/10/2019 com os acadêmicos da Disciplina Processo de Cuidar em saúde da Mulher I, ofertado ao curso de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás Regional Catalão. As intervenções aconteceram na sala de espera enquanto as mulheres aguardavam para a coleta de preventivo. Nos quatros dias foram abordados o tema métodos contraceptivos utilizando figuras de cada um e realizou também uma dinâmica denominada “O que é O que é” com pequenos grupos de mulheres através de papeis coloridos e folhas com as frases da dinâmica. Elaborou se uma lista de mitos e verdades acerca dos métodos para que elas pudessem discutir quais elas achavam que era verídico e quais elas achavam que era mitos. A partir disso observou se que a maioria das mulheres não tinham conhecimento prévio acerca de alguns dos métodos contraceptivos, tais como: Diafragma e minipílula oral. Após a dinâmica realizou se um questionamento nas mulheres a respeito aos métodos contraceptivos afim de verificar o conhecimento transmitido. Após a realização da brincadeira do Oque é O que é, debatemos os mitos e verdades com algumas perguntas relacionado ao uso dos métodos anticoncepcionais. Ao final de cada intervenção realizadas com as mulheres foi entregue um panfleto elaborado pelo grupo no qual continha todos os métodos contraceptivos ofertados pelo SUS. Considerações finais: Durante a realização do campo prático observou se que as mulheres possuíam pequenos conhecimentos relacionado aos métodos contraceptivos no qual elas puderam esclarecer as dúvidas e saber com mais aprofundamento. Este campo pratico permitiu se vivenciar a importância do enfermeiro na atenção básica como um agente promotor da educação em saúde.

8677 EVASÃO ESCOLAR MARICÁ (RJ) TÁ FORA!
ESTEVÃO DE SOUZA

EVASÃO ESCOLAR MARICÁ (RJ) TÁ FORA!

Autores: ESTEVÃO DE SOUZA

Apresentação: O trabalho tem como objetivo apresentar de que forma está se trabalhando no município o Projeto Busca Ativa Escolar, uma experiência da Unicef contra a evasão escolar. O município fez a adesão em 2018. Durante esses 2 anos foram feitas reuniões mensais com as diversas Secretarias e Equipamentos do Município para serem analisados os casos mais graves e também temos um grupo no WhatsApp onde mantemos a atenção para os casos que vão aparecendo durante o mês corrente e vamos resolvendo os nós para que a criança retorne ao ambiente escolar o mais rápido.Trabalhamos numa total intersetorialidade para que se possa resolver o mais rápido possível os casos sobre a evasão escolar municipal. Iniciamos o Projeto com 1169  casos de evasão escolar no município e terminamos o ano de 2019 com 443 alunos fora da escola. Acreditamos totalmente no Projeto e na sua proposta de se propor uma total intersetorialidade entre as Secretarias e Equipamentos da Prefeitura para que se possa resolver os nós pendentes. A solução dos casos e a participação de cada um, a partir de sua governabilidade e vai definir o seu papel para solucionar o aquele caso, proporcionado o retorno o mais rápido desse aluno para o ambiente escolar..

8812 PARTEJAR: FORMAÇÃO, DIFUSÃO E PRODUÇÃO AUDIOVISUAL NO (RE)CONHECIMENTO DAS TRADIÇÕES INDÍGENAS E NA RESISTÊNCIA DOS SABERES DAS MULHERES POTIGUARAS
Micaelle Lages Lucena, Talita dos Santos França, Isabella Chianca Bessa Ribeiro Valle

PARTEJAR: FORMAÇÃO, DIFUSÃO E PRODUÇÃO AUDIOVISUAL NO (RE)CONHECIMENTO DAS TRADIÇÕES INDÍGENAS E NA RESISTÊNCIA DOS SABERES DAS MULHERES POTIGUARAS

Autores: Micaelle Lages Lucena, Talita dos Santos França, Isabella Chianca Bessa Ribeiro Valle

Apresentação: O macroprojeto de extensão Partejar Potiguara é uma rede que interliga cursos das áreas de Comunicação, Saúde e Antropologia da Universidade Federal da Paraíba em articulação com mulheres indígenas das aldeias Potiguara na região do litoral norte do Estado. O objetivo vem sendo a valorização da humanização do parto através de uma troca de saberes, em que o conhecimento acadêmico encontra aliado ao conhecimento tradicional e ancestral das parteiras indígenas. No ano de 2019, dentro do campo da Comunicação, o Partejar Potiguara promoveu aulas de iniciação em produção audiovisual para mulheres indígenas, a fim de que produzissem um documentário articulado às questões abordadas pelo macroprojeto. Para além de fomentar uma ainda maior aproximação dessas mulheres jovens com as raízes de sua cultura, também buscamos refletir sobre lugar de fala e incentivar a representatividade em sistemas de representação, a partir da autoria na narrativa de histórias sobre a cultura indígena. Apesar das culturas coloniais serem dominantes nas produções audiovisuais, populações periféricas conseguem encontrar meios de contar suas histórias. Entende-se a necessidade de as comunidades valorizarem sua própria identidade como forma de resistência à massa midiática que padroniza, coloniza e acaba por silenciar a pluralidade de olhares e existências, muitas vezes na tentativa mesmo de extinguir ou de marginalizar discursos e sujeitos. O domínio da linguagem, da comunicação e a produção audiovisual permite o registro e a construção dessas memórias para amplificar a voz e promover visibilidade. Populações indígenas que têm seus saberes ameaçados se apropriam cada vez mais de mecanismos de registro audiovisual, na produção de seus discursos e sentidos, para dar visibilidade e legitimidade aos seus conhecimentos e narrativas. No referido projeto, a linguagem audiovisual chega até a saúde como uma ferramenta de observação, questionamento, reflexão e aproximação com saberes milenares. Ajudar na promoção da autonomia é andar em conjunto com os movimentos decoloniais, numa parceria que pode ser feita por meio do fomento da produção audiovisual popular como forma de resistência. A capacidade de produzir a autoimagem e a autonomia para falar sobre sua própria realidade e povo representam liberdade e colocam o cinema como potente ferramenta de luta política e empoderamento. Dentro e fora das aulas de iniciação ao audiovisual, estivemos em contato com as parteiras potiguara construindo conhecimento e articulando saberes sobre saúde da mulher indígena, seus cuidados, processos e as implicações políticas, com foco nas questões voltadas à gestação, parto e cuidados neonatais e no puerpério. Aprendemos desde chás e rezas até as práticas biomédicas incorporadas ao longo do tempo. Com uma das alunas, produzimos um documentário sobre sua mãe, onde ela fala sobre seus onze filhos, os partos com as parteiras tradicionais, sobre maternidade e outros assuntos que permeiam a temática do nascimento e do ser mulher.

8828 SISTEMAS TERRITORIAIS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA A REDE DE CUIDADO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Ester Cristina Machado Ruas, Michele Soltosky Peres, Aluisio Gomes da Silva Junior

SISTEMAS TERRITORIAIS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA A REDE DE CUIDADO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Autores: Ester Cristina Machado Ruas, Michele Soltosky Peres, Aluisio Gomes da Silva Junior

Apresentação: No campo da saúde, embora possamos observar avanços em termos da estruturação da rede de cuidado da pessoa com deficiência -PCD, o acesso à atenção integral ainda é um dos desafios que persistem, e que reiteram a invisibilidade desta população nos diferentes cenários do cuidado. Nesta perspectiva, o território passa a ser a chave fundamental para a inclusão da PCD, sobretudo pela necessidade de compreender as relações que viabilizem a atenção às diversas demandas desta população. A produção de informação no território torna-se cada vez mais desafiadora, dado a indisponibilidade de sistemas de informação que permitam a identificação da situação de saúde e de suas demandas reais. Assim, a compreensão sobre as características das comunidades e de seus atores locais, bem como o mapeamento das redes de circulação de informação e de comunicação, possibilitam a construção dos “Sistemas Territoriais de Informação em Saúde”- SITS para a PCD. Este relato tem por objetivo apresentar a experiência de implementação do Curso Lato Sensu Acesso à saúde, informação, comunicação e equidade. Voltado aos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), sob a modalidade de ensino à distância (EAD), o curso buscou a construção de um currículo inovador, tendo como ponto de partida os desafios e as necessidades reais vivenciados pelos profissionais de saúde usuários do SUS para a garantia do acesso à saúde às pessoas com deficiência. Nesta perspectiva, a construção e a mobilização de dispositivos de informação e de comunicação são mecanismos fundamentais para a inclusão. A abordagem metodologia foi orientada pelos princípios ativos de aprendizagem, tendo a inovação tecnológica como dispositivo para a educação permanente em saúde. O uso de tecnologia de acesso aberto conferiu ao curso um caráter inovador por diferentes razões, dentre elas o desenvolvimento de produtos que podem contribuir para o fortalecimento da Rede de Atenção, resultando no desenvolvimento do SITS. O produto SITS foi configurado como uma tecnologia social, interativa, dinâmica e de acesso aberto, partir do uso da base do Google Maps, com a utilização da plataforma VICON SAGA. O produto desta experiência resultou no desenvolvido do protótipo do aplicativo " Sistemas territoriais de informação", contemplado por agência de fomento para o desenvolvimento de dispositivos para o fortalecimento de sistemas de informação em saúde no país. O conjunto de atividades desenvolvidas até o presente momento tem mostrado um grande potencial para promover a reflexão do trabalhador do SUS acerca do tema, trazendo como ponto de partida os princípios o acesso à saúde, a informação e o cuidado integral. O curso já se configura como um espaço de interlocução no qual os saberes compartilhados na perspectiva da interdisciplinaridade promovem o debate inicial de temas relevantes na área resultando na ressignificação das práticas produzidas nos territórios.

9434 ATIVIDADES INTEGRATIVAS EM SAÚDE: UM CAMINHO PARA A FORMAÇÃO DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM
Claudia Souza Dourado, Cristina Ribeiro Macedo, Aldirene Libanio Maestrini Dalvi, José Lucas Souza Ramos, Fabiana Rosa Neves, Patricia Correa de Oliveira Saldanha

ATIVIDADES INTEGRATIVAS EM SAÚDE: UM CAMINHO PARA A FORMAÇÃO DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM

Autores: Claudia Souza Dourado, Cristina Ribeiro Macedo, Aldirene Libanio Maestrini Dalvi, José Lucas Souza Ramos, Fabiana Rosa Neves, Patricia Correa de Oliveira Saldanha

Apresentação: A implementação de atividades que integram acadêmicos, docentes e diversas disciplinas é de extrema relevância para o enriquecimento curricular, além de constituir-se numa forma mais agradável de aprendizado e avaliação. O objetivo do trabalho é descrever o potencial das práticas integrativas no desenvolvimento curricular do aluno por intermédio de uma experiência com atividade de integração entre diferentes disciplinas do curso de enfermagem.  Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência realizado por docentes de um curso de enfermagem do Espírito Santo referente a realização de uma atividade integrativa envolvendo as disciplinas Saúde da mulher, Saúde da criança, Saúde do adulto e Sistematização da Assistência de enfermagem (SAE). Os alunos foram divididos em grupos, sendo que cada grupo se encarregou de escolher um paciente no campo de prática em que se encontrava e depois aplicou o processo de enfermagem. Os discentes foram orientados por seus respectivos professores e de cada grupo surgiu um estudo de caso. Resultado: Observou-se que os alunos e professores tiveram a oportunidade de desfrutar de um momento engrandecedor para ambas as partes, um pouco distinto da rotina de sala de aula. Além do fato dos alunos terem mostrado grande interesse em participar e maior facilidade em absorver os conteúdos abordados, ressalta-se também que os professores puderam experienciar uma nova metodologia de ensino. Considerações finais: Frente aos resultados apresentados, percebe-se que os estudantes de enfermagem precisam ser cada vez mais inseridos nesse tipo de atividade integrativa, de maneira que se sintam instigados a refletir e participar ativamente do processo de ensino-aprendizado. A atividade proporcionou muitos benefícios para todos os envolvidos, pois foi um momento diferente da rotina curricular, constituiu-se numa forma mais agradável de ensino, além de ser uma forma avaliativa distinta.

10402 DAR VOZ E CORES AOS PROFESSORES: CONSTRUÇÃO DO MEMORIAL DA CARREIRA DOCENTE DE FORMA ARTÍSTICA
LETYCIA SARDINHA PEIXOTO MANHÃES, CLÁUDIA MARA DE MELO TAVARES

DAR VOZ E CORES AOS PROFESSORES: CONSTRUÇÃO DO MEMORIAL DA CARREIRA DOCENTE DE FORMA ARTÍSTICA

Autores: LETYCIA SARDINHA PEIXOTO MANHÃES, CLÁUDIA MARA DE MELO TAVARES

Apresentação: A possibilidade de produção de um novo conhecimento a partir dos professores, ao tentar compreendê-los como pessoa e profissionais é um desafio intelectual. Abordagens biográficas podem ser utilizadas no sentido de transformação da profissão docente. Dar voz aos professores é proporcionar dotá-los de autonomia para mudança do desenvolvimento profissional a partir de sua própria reflexão, sendo que investigações do tipo “história de vida” podem complicar-se devido à heterogeneidade dos modos de trabalho. Esse estudo teve por objetivo elucidar o uso de técnicas artísticas para produção de memoriais em pesquisa biográfica na área da educação e saúde. Estudo analítico de abordagem qualitativa, com delineamento na pesquisa de campo nos moldes da Sociopoética. Esse resumo é um recorte da produção de dados de uma tese de doutorado em andamento. O cenário foi a Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa, e os participantes foram divididos em um grupo de professores dos programas de pós-graduação stricto sensu do cenário proposto e um grupo de egressos dos respectivos programas. A Sociopoética consiste numa abordagem do conhecimento que considera o corpo, a criatividade e a espiritualidade, possibilita um novo olhar na pesquisa qualitativa, e é fundamentada em quatro princípios: o grupo pesquisador como dispositivo; a importância do corpo como fonte de conhecimento; o papel da criatividade de tipo artística no aprender, no conhecer e no pesquisar e a ênfase no sentido ético no processo de construção dos saberes. São propostas experimentações estéticas a partir de oficinas vivenciais, precedidas por um relaxamento, condição fundamental para que os membros do grupo-pesquisador consigam reduzir seu nível de consciência. A fase da produção de dados se tornou um momento dialógico, onde se aceita a “pluralidade de vozes”, obtendo dados individuais e coletivos produzidos a partir da interação entre o pesquisador e o grupo pesquisado. Ressalta-se o papel do pesquisador nessa etapa, humildade, respeito, alegria, solidariedade e ética fazem parte desse trajeto. Foi proposto que cada copesquisador construísse seu memorial acadêmico-profissional, enfatizando os aspectos de sua carreira docente e os fatores que contribuíram para essa trajetória, porém de maneira artística  e expressiva, a etapa foi chamada de  “Varal Acadêmico-Profissional”, idealizando uma construção de um “varal-memorial” com objetivo de relacionar sua trajetória de vida à construção identitária docente e formação para docência. A análise de dados a partir dos pressupostos da sociopoética declinou para o estudo viril/classificatório. O projeto foi submetido ao comitê de ética e pesquisa do Hospital Universitário Antônio Pedro, tendo parecer de aprovação de número 2.589.970. O grupo 1 de egressos teve 08 copesquisadores e o grupo 2 de docentes teve 06 copesquisadores. A oficina seguiu os seguintes passos: dinâmica de apresentação – relaxamento – aquecimento com uso de música – produção do memorial através dos meios artísticos disponibilizados como desenho, pintura, colagem, modelagem e bricolagem e contra-análise dos dados produzidos em coletivo. No grupo 1 a predominância foi pelo gênero feminino, fato ainda comum na profissão, com idades variantes de 28 a 63 anos, somente 01 copesquisador está afastado da docência no momento da pesquisa, 3 dos 7 copesquisadores não se lembram da disciplina da pós-graduação que abordou a docência e um não respondeu essa pergunta, porém muitos desses que não se lembram qual disciplina abordou tal assunto fez o curso acadêmico. Interessante chamar atenção que todos citaram um professor que marcou sua vida de alguma forma e lembraram o nome e período da formação que o acompanhou, 4 deles citaram não ter outro tipo de formação pedagógica para atuar na docência. Já no grupo 2, conforme esperado, eram de idade mínima acima dos 40 anos, todos tinham pelo menos 15 anos de docência e atuam na pós-graduação stricto sensu, um professor não teve estágio docente e o seu mestrado/doutorado não teve disciplina que abordasse docência. E também todos se lembram de um professor que marcou a vida deles de alguma forma. No início da produção foi apresentado tema gerador, mas não houve negociação, apenas foi aceito. Os memoriais em maioria foram produzidos através de cartaz e a principal técnica foi a bricolagem, porém teve produção de memorial em formato de bolsa de viagem, produção de vinho, varal de livros, Alto Mar, Corrida, Baguá e Rizoma. Os grupos como foram formados por pessoas conhecidas, trouxe a necessidade de melhorar a técnica de relaxamento e aquecimento para próximas experimentações. Quase ninguém utilizou tinta ou massa de modelar, evidenciou-se “medo de sujeira ou dificuldade para limpar posteriormente”, então seria bom melhorar a oferta desses materiais e do ambiente para não deixarem de usar por tais motivos que acabam por racionalizar a imaginação. Também como limitação para bricolagem foi o fato de que precisava ter mais revistas de diversos assuntos, não tinham algumas figuras solicitadas e os copesquisadores foram obrigados a “improvisar”, isso mexeu na imaginação mas também  incitou a criação. Houve resistência no início das atividades, alguns não demonstrando muito interesse, e acreditamos que isso pode ser sanado explicando melhor o método da sociopoética no início, no contrato de convivência e melhorando o relaxamento. Ao longo da produção de dados foi necessário lembrá-los do diário de campo disponível, muitos copesquisadores paralisaram no início da produção e diziam ter mais facilidade “para escrever”, pois não tinham criatividade, mas se mantiveram empenhados. A maioria dos copesquisadores questionaram o tempo, reclamaram que foi pouco, porém todos conseguiram finalizar as tarefas com minutos de acréscimo no tempo estabelecido. Ao longo da oficina, fidelizando o método e a experimentação proposta, percebeu-se que todos foram se mostrando bem interessados e motivados na produção dos dados, e concentrados no que estavam construindo. No momento da experimentação, vimos que cada um construiu seu varal de uma forma e ali se viu o processo de criação livre, permitindo a cada um imaginar e construir o que seria o seu varal, por isso não caberia colocar regras de formato/modelo, isso iria contra o método proposto. Então não caberia ao pesquisador principal podar essa criação que está correlacionada ao tema gerador e com a carreira deles. Por isso 14 carreiras docentes diferentes, 14 histórias de vida diferentes, 14 memoriais completamente diferentes, 14 discursos diferentes e percepção da formação docente nas suas vidas de forma diferente. Na segunda oficina foram realizados alguns ajustes tendo em vista a experiência com a primeira oficina realizada seguindo devidamente todas as etapas propostas. Em primeiro momento acreditou-se que 08 pesquisadores seria o número mínimo para realizar a experimentação. Com a grande adesão, aceitação e participação do grupo 1, viu-se que mais de 8 pessoas poderia extenuar o tempo da oficina e acabar se tornando cansativa, além do espaço físico necessário para estar disponível para produção dos dados. No geral os grupos foram participantes, houve compreensão do tema gerador, e como em todo processo de grupo, uns se apresentaram mais concentrados que outros, mesmo assim nada que interferisse negativamente no desenvolvimento da experimentação e durante a produção de dados eles trocavam materiais entre si e pareciam bem engajados com o uso da criatividade e empenhados no processo imaginário. Através da proposta puderam emergir diferentes criações a partir de histórias resgatadas, concluindo então que utilizar o viés artístico para produções autobiográficas é um caminho para uma produção autêntica, capaz de mobilizar dados velados do próprio copesquisador, desafiando métodos tradicionais de produção de dados em pesquisas na educação em saúde.

11157 PIASC EM ASSENTAMENTO DO MST: EXPERIÊNCIAS EM SANTA MARIA / BA
Angelo Mauricio Amorim, Anderson Carvalho Santos, Daniel Pimentel Santos, Icaro Bispo Silva, Marcio Costa Souza, Tamiris dos Anos Pereira, Vitória da Silva C. M. Milheiro

PIASC EM ASSENTAMENTO DO MST: EXPERIÊNCIAS EM SANTA MARIA / BA

Autores: Angelo Mauricio Amorim, Anderson Carvalho Santos, Daniel Pimentel Santos, Icaro Bispo Silva, Marcio Costa Souza, Tamiris dos Anos Pereira, Vitória da Silva C. M. Milheiro

Apresentação: Pesquisadores ressaltam o distanciamento com o ambiente de prática na formação de profissionais de saúde. O PIASC, sendo disciplina de integração da universidade com o serviço e a comunidade tem tido o papel importantíssimo nesta questão. O PIASC Santa Maria foi uma experiência integrativa inédita ao visitar uma comunidade MST, propondo atividade de territorialização no meio rural. Objetiva-se relatar as atividades realizadas na vivência de territorialização no assentamento do MST localizado em Santa Maria, Mata de São João (BA). Anteriormente a visita, foi feito uma preparação teórica, abordando os aspectos que regem a ideologia do MST e a territorialização em saúde. A vivência nos assentamentos do MST foi realizada em três dias. No primeiro, os discentes foram acolhidos pela comunidade local, onde cada um foi recepcionado por uma família daquela região. Mais tarde, houve uma roda de conversa com os moradores que relataram as suas experiências com o MST, assim como, as dificuldades enfrentadas por eles desde o início do assentamento, até os dias atuais. No segundo dia, houve a confecção de mapas de acordo com os seguintes aspectos: Social, Geográfico e de Saúde. Os desenhos foram realizados de acordo com a consciência e a noção socioespacial e geográfica dos moradores. Logo após, teve um momento cultural. No terceiro dia, houve uma expedição de reconhecimento pelo território local. Foi possível analisar aspectos naturais (vegetação, fontes de água representada por rios e poços de extração, relevo e solo) e culturais, referente a maneira como os moradores se relacionam com a natureza, por meio de conhecimento sobre plantas medicinais e comestíveis. Essa expedição possibilitou a conexão com o conhecimento teórico obtido pela confecção de mapas. Em suma, foi uma experiência muito enriquecedora tanto referente ao aprendizado do processo de territorialização quanto do ponto de vista interpessoal, pois ajudou a enxergar uma realidade diferente com outros olhos, possibilitando aos discentes saírem da zona de conforto e exercitarem empatia ao se colocarem no lugar do outro. Por outro lado, cada uma daquelas pessoas tem uma visão singular a respeito do mundo que as cerca e isso ajuda na superação dos estereótipos que são constantemente bombardeados pelo aparelhamento midiático a respeito das comunidades do MST.

11556 A IMPORTANCIA DO USO DE METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO DE INFECTOLOGIA COM ENFASE EM ENFERMAGEM
Gian Nascimento, Jessyka Ferro, Alicia Alves, Danieli Torquato, Murilo França, Audrey Moura

A IMPORTANCIA DO USO DE METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO DE INFECTOLOGIA COM ENFASE EM ENFERMAGEM

Autores: Gian Nascimento, Jessyka Ferro, Alicia Alves, Danieli Torquato, Murilo França, Audrey Moura

Apresentação: Existe, no Brasil, uma grande dificuldade acerca do ensino e desenvolvimento de pesquisas de infectologia, o que reflete um cenário desmotivador para estudantes e professores. Embora essa disciplina seja fundamental à formação da enfermagem, o distanciamento entre o seu ensino e o das demais disciplinas clínicas leva ao não reconhecimento, por parte dos estudantes, da importância da infectologia para a formação profissional. O presente trabalho tem por objetivo relatar a experiência dos estudantes de Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Alagoas no desenvolvimento de metodologias ativas e seu impacto no processo ensino-aprendizagem na área de infectologia. Desenvolvimento: A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e as diretrizes curriculares do curso de graduação em Enfermagem contemplam essas mudanças paradigmáticas ao determinarem que as universidades estimulem a articulação entre ensino, pesquisa e assistência, solicitando a inovação e a qualidade do projeto político-pedagógico. Essas diretrizes sugerem investimentos em estratégias didáticas que incentivem o aluno a refletir sobre a sociedade, transformando seu contexto. Para isso, é importante a adoção de concepções pedagógicas que aproximem a teoria da prática e problematizam situações cotidianas do trabalho na enfermagem. Corroborando a ideia de que a busca do saber em enfermagem deve aproximar a prática assistencial da educacional, já que o enfermeiro utiliza o processo ensino-aprendizagem em todas as suas ações de cuidado. Isso requer dos profissionais constantes reflexões sobre suas ações e planejamento baseado na realidade, sendo necessário incentivar e adequar as práticas educativas. Ressalta-se que, nesse processo ativo, a atuação do educador não é o único determinante para o sucesso de tais metodologias: os estudantes também devem se tornar autônomos e responsáveis pela aprendizagem. Resultado: Os resultados mostraram a problematização como a principal metodologia ativa utilizada, a partir dela surgiu a demanda da construção de mapas mentais para materialização de toda discussão. Desse modo, fica perceptível a necessidade da revisão e implementação de novas tecnologias para facilitar a assimilação acerca da problemática. Considerações finais: Conclui-se que a implementação das metodologias inovadoras ainda carece de mais estudos e necessita de maior investimento em pesquisa e divulgação sobre o assunto.

12301 A ETAPA DA TEORIZAÇÃO DO ARCO DE MAGUEREZ PARA CONSOLIDAR CONHECIMENTO EM TERAPIA OCUPACIONAL
Rogerio Andrade dos Santos, Dayane Pinto Santos

A ETAPA DA TEORIZAÇÃO DO ARCO DE MAGUEREZ PARA CONSOLIDAR CONHECIMENTO EM TERAPIA OCUPACIONAL

Autores: Rogerio Andrade dos Santos, Dayane Pinto Santos

Apresentação: Durante a execução do Arco de Maguerez numa intervenção de estudantes em Terapia Ocupacional, foi feita uma pausa para cumprir a etapa de teorizar a intervenção e consolidar os conhecimentos adquiridos até esse momento. Esse trabalho objetiva apresentar os conhecimentos adquiridos a partir da Teorização das palavras-chave elencadas após a observação da comunidade: vulnerabilidade social, participação social e políticas públicas. De forma geral, para Castel o conceito de vulnerabilidade social está atrelado a fragilidade dos vínculos trabalhistas e relacionais. Sarmento menciona o duplo ofício para que os sujeitos sejam considerados crianças (ser aluno e ser filho), revelando-se uma equivalência do ser trabalhador e possuir uma rede relacional. Nesse sentido, a vulnerabilidade social dessas crianças é entendida a partir da não importância da creche para as famílias, que enxergam a creche apenas pela preocupação em não perder o bolsa família, e pela possibilidade das crianças estarem sendo negligenciadas pelos cuidadores. Logo, tais situações são prejudiciais no desenvolvimento das mesmas. Por outro lado, não foi identificada a participação social das crianças, voltada para dar voz a criança. Nesse sentido as crianças não têm nenhuma participação social. Porém, de acordo com Sarmento, o infantil, isto é, as crianças, são consideradas um grupo geracional, ou seja, uma categoria social, que é estudada pela Sociologia da Infância (SI), que por sua vez destaca que a criança deve ser ouvida e ter um papel social ativo e estabelecido dentro da família. Ademais, Cohn apresenta que há diversas concepções/conceitos/formas de criança, pois temos que levar em consideração que cada local irá ver a criança de uma determinada forma, pelo fato de que cada cultura adere para a criança significados e importâncias diferentes. Nesse viés, ao meu ver, não devemos rotular a criança, mas pelo contrário, devemos conhece-las e aprender com elas, uma vez que são tidas como uma categoria social, de acordo com a SI. Por fim, temos as políticas públicas, visto que se foi observado que a maioria das crianças estão cadastradas no bolso família, porém nem todas são bem cuidadas. Além disso, há também o fato da creche não possuir vínculos com UBS, CRAS, Conselho Tutelar e outros dispositivos públicos que poderiam dar um suporte no cuidado e no desenvolvimento infantil dessas crianças. Sendo assim, a partir das palavras chaves encontradas, pode-se dizer que foram identificados alguns problemas na relação criança-família-creche-políticas públicas. Desse modo, é imprescindível salientar a importância da atuação da Terapia ocupacional nesse contexto social, visto que: "O campo social implica em uma gama de ações que apresentam uma diversidade de núcleos a serem desenvolvidos por diferentes saberes, compondo um espaço que envolve dois âmbitos de atuação. O primeiro, que denominamos de campo, com um caráter mais geral e interdisciplinar, envolve diferentes atores; o segundo é composto por núcleos específicos nos quais se encontram a atuação de uma dada área, com um dado profissional, dentro de uma certa especificidade." (1) Logo, temos no núcleo da nossa profissão os elementos centrais e norteadores da prática da T.O, isto é, os objetos da T.O, sendo eles dentro contexto apresentado o cotidiano e o sujeito coletivo. Já como objetivos da T.O, os quais podem estar dentro do campo, destacar-se: alcançar e proporcionar a inclusão de todos os sujeitos, além de fortalecer o papel de autonomia, do desempenho, do desenvolvimento (físico, motor, cognitivo), da coletividade e/ou da subjetividade dos mesmos, através dos elementos (objetos) terapêuticos. Ademais, busca-se também informar, aos responsáveis das crianças, maiores práticas de cuidados para com as crianças, situação que poderá proporcionar melhorias no desenvolvimento dos meninos. Contudo, vale ressaltar que o cotidiano citado acima vai muito além das ações realizadas no dia a dia dos indivíduos, pois considera tambem a história de vida e o papel social dos sujeitos, já que se houver mudanças em ambas as situações, o cotidiano também mudará, pois segundo Matsukura (ano, p.) [ATENÇÃO: não há informação sobre a citação] “o cotidiano é heterogêneo: varia conforme contexto, classe, gênero, idade”. Logo, torna-se necessário considerar o individuo, bem como o seu lugar de moradia por completo. Além disso, foi citado também o sujeito coletivo, o qual Rocha define como sendo “os educadores, os estudantes com ou sem deficiência, os equipamentos escolares, os familiares e a comunidade”. (2) Ou seja, possibilita uma prática da terapia ocupacional no campo social com todos os individuos e dispositivos envolvidos com intuito de alcançar os objetivos formulados pela T.O. Outra questão tambem percebida é que o trabalho com o coletivo proporciona que os dispositivos presentes no território  (UBS, CRAS, CREAS etc.) possam interagir e trabalhar junto com a creche, objetivando melhorar o desenvolvimento das crianças. Ademais, por meio da análise de todo processo já apresentado, é notório que nossa prática foi focado muito mais no contexto social e ambiental da comunidade Jardim do que no próprio sujeito em si e/ou em “receita de bolo” (formas padrões) para resolver as situações/problemas. Desse maneira, compreende-se que utilizamos na maior parte do tempo a corrente materialista sócio histórico ou marxista, cuja é dependente 100% dos fenômenos e aspectos sociais e históricos que estão presentes na sociedade e, consequntemente, no cotidiano ao qual elas vivem, pois será a partir dessas questões que iremos olhar o sujeito, visto que em cada comunidade poderá existir concepções sobre determinados assuntos diferentes a de outros lugares, pelo fato de possuírem contextos sócio-históricos divergentes, circunstância que pode ser analisada no texto de Cohn,(3) que aborda as diversas concepções de infância. Sendo assim, percebe-se o quão complexo e difícil é viver a PIESTO I, uma vez que estamos sempre expostos a condições, como o clima e a disponibilidade dos indivíduos, que podem provocar mudanças no nosso planejamento de intervenção. Aliás, é válido evidenciar também que há na Terapia Ocupacional outras três principais correntes, sendo elas: a positivista, a humanista e a complexa. A positivista, trata-se da aplicação de um método onde as regras devem ser seguidas, ou seja, “um comportamento padronizado”, isto é, independente das mudanças que interfiram no contidiano dos sujeitos, as ações de práticas serão sempre as mesmas, podendo-se ter como exemplo o próprio Estado, o qual impõe regras à civilização com o intuito de oprimir os desejos instintivos dos sujeitos e ocasionar um padrão único de comportamento que gere o bem comum nas relações humanas, fato relatado por Freud em seu estudo sobre a civilização, onde conclui que ela inclui todos os regulamentos necessários, providos pelo Estado, para ajustar as relações dos homens uns com os outros e, especialmente, a distribuição da riqueza disponível, porém essa corrente não tem tanta utilidade na prática de PIESTO I, haja visto que nosso público-alvo foram as criança da creche, as quais são seres subjetivos, isto é, expressam seus desejos e, consequentemente, não seguem as regras. Já na corrente humanista, tem-se uma abordagem focada inteiramente no indivíduo, ocasionando que a todo momento sempre seja colocado somente as vontades do sujeito, sem levar em consideração o contexto ambiental, o qual é indispensável para noção de cotidiano apresentada e adotada, sendo assim, percebe-se que essa corrente também não foi utilizada. Por fim, tem a corrente complexa, a qual aborda tudo o que já foi citado nas primeiras três, tornando-se assim algo muito complexo, isto é, precisamos analisar no sujeito as regras as quais ele deve seguir, os seus diversos contextos (social, histórico, econômico etc.) e a sua subjetividade. A vista disso, subentendo que essa corrente não foi usada durante a nossa prática na creche da comunidade do Bairro Jardim Campo Novo. 1 (MALFITANO, 2005, p.4); 2 (ROCHA, 2007, p.4); 3 (2013, p.224).

12305 A EDUCAÇÃO FÍSICA COMO ESPAÇO-CAMPO DE ENSINO NA EDUCAÇÃO EM SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA UNIDADE ESCOLAR PÚBLICA
DANIEL NETTO DE AQUINO, Thiago Emanuel Azevedo da Silva, Polyana Gomes de Mattos

A EDUCAÇÃO FÍSICA COMO ESPAÇO-CAMPO DE ENSINO NA EDUCAÇÃO EM SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA UNIDADE ESCOLAR PÚBLICA

Autores: DANIEL NETTO DE AQUINO, Thiago Emanuel Azevedo da Silva, Polyana Gomes de Mattos

Apresentação: A temática “educação em saúde” é estabelecida como eixo temático das diretrizes curriculares educacionais (DCN’s). Em relação ao Estado de Minas Gerais, o assunto é indicado no currículo básico comum (CBC) da disciplina de Educação Física. Entretanto, é notário a ausência desta problematização nos colégios públicos mineiros. Desta maneira, almejando a orientação das DCN’s e do CBC, foram planejadas para o ano letivo 2019 atividades desta temática em uma unidade de ensino estadual localizada em dois espaços:  uma região urbana de um centro regional e uma área com características rurais. Para o desenvolvimento das atividades foi planejado inicialmente um bloco único de conteúdo para o primeiro e segundo semestre. Em relação aos dois meses iniciais, foi estipulado a construção de uma linha do tempo do conceito de saúde com a contextualização da noção do cuidado e da assistência médica. Nesta etapa, foi perceptível a dificuldade de atendimento dos alunos sobre a abrangência do SUS e posteriormente o desejo da expansão das equipes de saúde da família, com a real inserção do próprio profissional de Educação Física. Outro ponto de destaque nas primeiras aulas foi a compreensão do princípio da equidade. Os estudantes deslocaram o fundamento para outros programas sociais, como bolsa família e aluguel solidário”. Já para o segundo bimestre foi estipulado a discussão do papel da atividade física e do exercício físico para a saúde, juntamente com o debate da utilização da ginástica para homogeneização dos corpos com a padronização do padrão de beleza, por exemplo. Neste período letivo, as turmas responderam de maneira diferente. A região urbana direcionou as tarefas para a reflexão do papel do esporte/ ginástica para (des)construção dos estereótipos, inclusive inserindo a temática feminista e homoafetiva, sendo o terceiro bimestre dedicado a reconstrução dos jogos, observando historicamente a interface entre o espaço dedicado as minorias socais na sociedade e no campo da atividade física com a problematização do cuidado e da assistência à saúde a esta camada. Já na área rural, os estudantes interessaram sobre a sistematização do exercício físico com os cuidados necessários sobre vestimenta, hidratação e alimentação, inclusive com perguntas direcionadas ao cuidado para doenças crônicas como hipertensão e diabetes. Os discentes buscaram contextualizar as patologias com as comorbidades encontradas em suas famílias, construindo, minimamente, um programa de práticas saudáveis aos familiares. Finalizando o ano letivo, foi dedicado tempo a produção de um trabalho final coletivo. Na zona rural, foi produzido um folheto informativo sobre a importância de uma vida ativa para saúde física, mental e social. Já na zona rural, diversos trabalhos foram confeccionados, destacando um vídeo informativo sobre transtorno de imagem e ideal de beleza e um outro sobre prevenção do suicídio com destaque para a construção de hábitos de vida saudável. Deste modo, o resultado do planejamento do ano letivo foi satisfatório que demonstra o espaço da disciplina de Educação Física escolar como possibilidade de campo para educação em saúde. Além disso, o próprio conceito do processo de saúde-doença foi ressignificado pela escola, inclusive com debates não planejados inicialmente.