Manaus sedia 13º Congresso Internacional da Rede Unida

11/08/2017 4:47 p.m.
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No próximo ano, a capital do Amazonas será a sede de mais uma edição do Congresso Internacional da Rede Unida, que acontecerá na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), no período de 30 de maio à 02 de junho de 2018.

Para organizar a 13ª edição à altura dos outros Congressos, a coordenação da Rede Unida criou um Comitê Gestor local, que se reúne semanalmente para planejar e executar as atividades a serem realizadas antes, durante e depois do Congresso.

As inscrições para submissão de trabalhos estão abertas até 18 de dezembro de 2017 por meio do site da Rede Unida.

Voltado às áreas da saúde e educação, podem participar do congresso trabalhadores da saúde, usuários do SUS, pesquisadores, estudantes, professores, gestores e representantes de movimentos sociais.

Com o tema central “Faz escuro, mas cantamos: redes em re-existência nos encontros das águas”, o 13º Congresso Internacional da Rede Unida será um grande encontro, permeado por compartilhamento de saberes, reflexões-críticas, aprendizados, cultura e arte.

Acompanhe a entrevista com o presidente desta edição do Congresso, Rodrigo Tobias, que falou sobre a organização do evento, os desafios, a construção do tema entre outros assuntos.

 

Rede Unida: Como estão os preparativos para o 13º Congresso Internacional da Rede Unida que acontece no primeiro semestre de 2018?

Rodrigo Tobias: Com um ano de antecedência estamos realizando reuniões semanais com uma comissão gestora, bem como determinando metas e organizando tarefas nas comissões. Atualmente, contamos com a presença da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), como membros da comissão gestora, juntamente com outras instituições estaduais e municipais na área da Saúde e o Instituto Leônidas & Maria Deane (Fiocruz Amazônia). Paralelamente aos preparativos do congresso, vamos realizar quatro encontros regionais com a comissão nacional da Rede Unida, membros parceiros locais e regionais, secretarias de saúde, movimentos sociais da área da cultura e universidade para colocar as nossas demandas, assim como levantar as pautas da saúde coletiva no Brasil. A programação vai tratar desde assuntos locais a temas que dialogam com o cenário político atual.

 

R.U.: Quais os desafios em realizar um congresso internacional em Manaus?

R.T.: O fato de que o primeiro congresso na área de saúde coletiva ser de âmbito internacional a ser realizado pela primeira vez na Região Norte já dá uma enorme responsabilidade. Não basta somente sediar o evento, mas realizar um evento que faça o diálogo com as diversas formas e práticas de fazer saúde na nossa região, isso porque a Região Amazônica tem um ambiente bem peculiar, um contexto bem específico de fazer saúde. Então, essas características ou modos têm de ser evidenciados. Portanto, não significa somente trazer o congresso, mas também fazer os diálogos, as conexões com outros temas, com a academia, movimentos sociais e profissionais e gestores da saúde. Nesse contexto de realização de um congresso, o fator financiamento é outro desafio. Mas, nós entendemos que para a realização do congresso, nesse momento de crise política e financeira precisamos, é necessário sermos criativos e trabalharmos com parcerias. Outro desafio é realizar um congresso com as características da Região Amazônica que esteja conectado com as demandas do Brasil. Está sendo um desafio gratificante de se enfrentar.

 

R.U.: Como foi a construção do tema “Faz escuro, mas cantamos: redes em re-existência nos encontros das águas” e que mensagem ele pretende transmitir?

R.T.: Esse tema faz alusão a uma conjuntura atual, política, econômica, social que nós estamos encarando. A primeira parte faz referência à poesia do poeta amazonense Thiago de Mello, ícone da literatura regional. “Faz escuro mas eu canto”, trata-se de uma frase escrita na parede de uma prisão no Rio de Janeiro, onde estava o poeta no tempo da ditadura militar, sendo título de uma poesia e livro. Na verdade, trata-se de uma frase de esperança que, mesmo na adversidade, dias melhores virão. Na segunda parte que diz “redes em re-existência nos encontros das águas”, trata-se da Rede Unida, que traz os diversos atores com os seus diversos interesses, nesse cenário de forças distintas, porém conectadas, buscando um Brasil melhor, um sistema de saúde melhor. E o “encontro das águas” é o ponto de encontro dos diversos participantes, formando rios diversos. Não podemos esquecer que água é vida, nova vida.

 

R.U.: Qual é o papel da interação entre os pesquisadores, estudantes, professores, gestores e representantes de movimentos sociais, das áreas da educação e da saúde, no 13º Congresso?

R.T.: A Associação Brasileira Rede Unida é uma associação nacional na área de saúde coletiva e da educação em saúde, que tem presente o aspecto de produção de conhecimento, mas um conhecimento que surge dos profissionais da área de Saúde, da academia, das instituições, dos gestores de Saúde, movimentos sociais e outros. Bem, na Rede Unida, nós temos eixos de trabalhos onde se fundamentam outros trabalhos. Temos o eixo participação social, trabalho, gestão, educação e o eixo saúde fazendo arte. Esses cinco eixos são pensados a partir do cotidiano, onde os usuários da saúde têm seu espaço e os profissionais da saúde possam ser ouvidos. Nos encontros regionais que estamos realizando, todos os participantes têm voz e vez, são ocasiões que proporcionamos para que eles se manifestem. A partir daí, temos um mosaico de temas e demandas que vão desde a opinião de um membro comunitário até o conhecimento científico de um grande pesquisador. Todos vão ter seu espaço conectado entre eles coletivamente.

 

R.U.: Qual o legado que o 13º Congresso Internacional da Rede Unida deixará para os participantes?

R.T.: Ainda é cedo para afirmar algo muito concreto, mas temos a expectativa de que os participantes vejam que a Região Amazônica não é somente o lugar da distância, da dificuldade, da falta de acesso, o lugar das carências e das doenças. Esperamos que esse evento possa deixar nos congressistas a ideia de que a Amazônia também é um lugar de potencialidades, de produção de saúde, de vida, com suas especificidades. Para terminar, desejamos que os participantes reservem sua participação nesse congresso e disfrutem de tudo o que vai acontecer. Estamos trabalhando muito para que tudo saia bem.